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INPE-14813-TDI1255
DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO
Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo
Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada
em 19 de marccedilo de 2007
INPE Satildeo Joseacute dos Campos
2007
Publicado por esta paacutegina eacute responsabilidade do SID Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Gabinete do Diretor ndash (GB) Serviccedilo de Informaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo (SID) Caixa Postal 515 ndash CEP 12245-970 Satildeo Joseacute dos Campos ndash SP ndash Brasil Tel (012) 3945-6911 Fax (012) 3945-6919 E-mail pubtcsidinpebr Solicita-se intercacircmbio We ask for exchange Publicaccedilatildeo Externa ndash Eacute permitida sua reproduccedilatildeo para interessados
INPE-14813-TDI1255
DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO
Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo
Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada
em 19 de marccedilo de 2007
INPE Satildeo Joseacute dos Campos
2007
5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo
ldquoSobre o ensino
Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde
do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos
natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor
Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas
levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito
O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a
sua compreensatildeo
O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-
vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco
E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e
medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute
Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem
E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve
estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo
Kalil Gibran escritor aacuterabe
Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
44
Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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Publicado por esta paacutegina eacute responsabilidade do SID Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Gabinete do Diretor ndash (GB) Serviccedilo de Informaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo (SID) Caixa Postal 515 ndash CEP 12245-970 Satildeo Joseacute dos Campos ndash SP ndash Brasil Tel (012) 3945-6911 Fax (012) 3945-6919 E-mail pubtcsidinpebr Solicita-se intercacircmbio We ask for exchange Publicaccedilatildeo Externa ndash Eacute permitida sua reproduccedilatildeo para interessados
INPE-14813-TDI1255
DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO
Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo
Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada
em 19 de marccedilo de 2007
INPE Satildeo Joseacute dos Campos
2007
5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo
ldquoSobre o ensino
Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde
do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos
natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor
Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas
levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito
O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a
sua compreensatildeo
O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-
vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco
E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e
medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute
Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem
E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve
estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo
Kalil Gibran escritor aacuterabe
Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
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2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
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vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
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caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
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(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
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Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
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regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
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Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
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conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
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entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
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Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
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4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
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curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
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dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
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A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
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as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO
Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo
Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada
em 19 de marccedilo de 2007
INPE Satildeo Joseacute dos Campos
2007
5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo
ldquoSobre o ensino
Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde
do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos
natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor
Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas
levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito
O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a
sua compreensatildeo
O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-
vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco
E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e
medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute
Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem
E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve
estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo
Kalil Gibran escritor aacuterabe
Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
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(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
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regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
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conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
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Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
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curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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ldquoSobre o ensino
Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde
do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos
natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor
Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas
levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito
O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a
sua compreensatildeo
O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-
vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco
E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e
medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute
Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem
E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve
estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo
Kalil Gibran escritor aacuterabe
Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
44
Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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ldquoSobre o ensino
Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde
do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos
natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor
Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas
levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito
O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a
sua compreensatildeo
O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-
vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco
E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e
medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute
Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem
E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve
estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo
Kalil Gibran escritor aacuterabe
Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
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Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
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precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
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Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
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Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
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de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
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inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
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pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua
presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo
apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa
pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante
presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua
forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa
conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo
AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
44
Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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AGRADECIMENTOS
Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar
a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda
mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar
minha gratidatildeo
Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e
conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento
cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por
ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as
possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto
pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel
conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei
para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho
Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com
a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram
imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel
convivecircncia
Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de
mestrado
Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado
por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa
de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos
esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea
Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque
Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo
Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais
obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
42
Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
44
Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
45
Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
48
Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
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relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
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esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
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pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
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segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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Wu XB Archer SR Scale-dependent influence of topography-based hydrologic
features on patterns of woody plant encroachment in savanna landscapes Landscape
Ecology v20 n 6 p733-742 Sept 2005
Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com
meus atuais orientadores
Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio
durante as anaacutelises estatiacutesticas
A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza
nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha
existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc
minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida
Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por
fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia
Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute
Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e
troca de conhecimentos
Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e
Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia
Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de
experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que
jamais esquecerei
Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave
D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos
Campos
Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico
Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa
RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
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Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
43
precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
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Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
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Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
47
inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
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Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
49
Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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RESUMO
O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto
GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING
ABSTRACT
The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping
Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing
SUMAacuteRIO
Paacuteg
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
1 INTRODUCcedilAtildeO 23
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37
25 Anaacutelise Discriminante 39
26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40
261 Bioma Caatinga 40
262 Bioma Amazocircnia 42
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47
263 Bioma Cerrado 50
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55
31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55
32 Recursos 56
321 As aacutereas de estudo 56
322 Dados de vegetaccedilatildeo 57
323 Dados topograacuteficos 58
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59
33 Procedimentos 59
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59
332 Anaacutelise dos resultados 60
333 Processamentos experimentais 61
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63
41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63
42 Anaacutelises discriminantes 77
43 Processamentos experimentais 100
5 CONCLUSOtildeES 117
6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119
LISTA DE FIGURAS
21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
38
31 ndash Fluxo de atividades 55
32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57
41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64
42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65
43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66
44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67
45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA
69
46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
71
47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
73
48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
75
49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA
80
410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA
86
413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA
88
414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
92
416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB
95
417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB
97
418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB
100
419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
103
420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
104
421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
105
422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
106
423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia
107
424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
108
425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
109
426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
110
427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
111
428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
113
430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
114
431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
115
LISTA DE TABELAS
11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
31
31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59
41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78
42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA
79
43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA
79
44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
81
46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA
82
47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA
83
48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84
49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA
84
410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85
411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87
412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA
87
413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88
414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA
89
415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
89
416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA
90
417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA
91
419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA
92
420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93
421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB
94
422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94
423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB
96
425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB
97
426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98
427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB
99
428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB
99
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)
MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency
PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia
PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas
SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission
USGS -United States Geological Survey
23
1 INTRODUCcedilAtildeO
Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos
de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento
a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua
extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites
ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo
satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade
limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais
semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura
vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema
de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As
informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na
caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do
estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais
Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees
para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este
aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que
existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de
ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio
nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees
Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode
enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar
Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos
para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura
nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes
Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas
para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de
dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de
diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por
24
exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de
propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso
o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo
de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes
agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo
existentes
Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas
bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes
tipos de vegetaccedilatildeo
bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas
de sua ocorrecircncia
bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a
partir dos dados geomorfomeacutetricas
bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de
avaliaccedilatildeo
25
2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos
condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida
satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de
vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo
21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da
paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com
o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al
(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de
Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM
Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de
caracterizaccedilatildeo da paisagem
a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo
altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na
paisagem
b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui
accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento
superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo
Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes
caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo
c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao
sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento
superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo
com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel
relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando
ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de
26
vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a
direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os
regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais
d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando
analisado em perfil
e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de
mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal
As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de
aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela
gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas
do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte
exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local
22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a
vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de
aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo
direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis
topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais
raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE
1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto
subsequumlente se refere a tais estudos
Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo
ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A
variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no
ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais
como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo
Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia
exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas
27
podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas
ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o
padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas
boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da
disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a
composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um
suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm
consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos
mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute
evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute
um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em
funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de
palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles
concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por
efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e
topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da
variaccedilatildeo floriacutestica
Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e
1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes
padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de
pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na
vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em
campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo
escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em
terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute
50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do
gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et
al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de
espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais
alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu
28
com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de
sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta
Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute
frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo
a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985
PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente
correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os
maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas
comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985
KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas
de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos
bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)
solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se
distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de
palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da
situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se
restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas
estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a
topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)
Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de
vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave
topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal
assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel
et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta
estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob
influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica
Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da
comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a
alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de
formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela
topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)
29
caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga
(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies
arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e
cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou
negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes
na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos
eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente
de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica
densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees
num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de
Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na
distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia
na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal
nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados
Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas
tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes
florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute
fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no
fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais
acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana
Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis
topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande
importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas
pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as
principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias
(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)
Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial
produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no
solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de
partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel
30
ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de
florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens
de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de
declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes
controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo
portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas
variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE
quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas
variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que
um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do
terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et
al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)
Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas
numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos
automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem
desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho
manual e a subjetividade dessas atividades
Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos
processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)
relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo
topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do
solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das
observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma
consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade
homogecircnea de relevo
Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo
sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no
estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)
consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material
orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de
31
modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento
mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo
Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)
Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo
h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)
G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)
A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)
kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)
kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)
H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)
CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)
TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)
SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)
Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis
topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle
topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em
diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo
relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute
controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes
latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados
indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se
restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas
relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo
23 SRTM
Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na
tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio
do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion
32
Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)
resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As
informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http
www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)
O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and
Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies
espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em
1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar
(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um
mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem
de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas
tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria
O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial
elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de
fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num
total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada
continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e
ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy
Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica
atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)
Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo
realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi
coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram
processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes
foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global
O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no
qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico
(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km
de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente
definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle
33
Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais
especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude
cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos
Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que
incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do
usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem
condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos
dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para
outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o
conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como
valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos
drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa
Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos
de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob
resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados
Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do
mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros
Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas
indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-
8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido
ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo
se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes
de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os
cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou
sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer
objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo
variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do
terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees
topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos
propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel
34
Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o
desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)
Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos
demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o
dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada
para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante
em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo
quilomeacutetrica
Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do
sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou
fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de
dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das
pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)
aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na
fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado
Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM
original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~
30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial
24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de
distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos
de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo
tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento
especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou
classificaacute-los
A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz
respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real
(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada
pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo
identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada
35
(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser
completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa
temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo
Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto
classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico
Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas
(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho
241 Cluster
Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou
ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de
classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento
O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de
agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as
nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise
uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas
como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas
modas ultrapassam certo limiar
O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem
mais detalhada
O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de
uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de
maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os
picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n
variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)
de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido
identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais
proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de
valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis
natildeo estatildeo correlacionadas entre si
36
Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o
cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo
linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem
mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os
melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente
1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo
colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute
dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume
um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3
(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a
operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um
histograma tridimensional
242 Fatiamento
O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo
e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento
consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do
intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute
feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o
centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse
sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo
representadas por um mesmo DN
O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio
multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-
se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute
uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto
maior for o numero de bandas considerado
Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida
contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda
definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja
realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da
37
regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das
bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em
uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo
No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas
variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas
ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos
histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes
vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os
histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de
distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por
cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo
243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das
meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos
A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente
elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de
uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura
para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel
representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se
isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de
pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)
Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais
ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam
totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo
simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos
como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma
determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem
realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos
contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido
pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar
38
Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade
de pixels nos diversos conjuntos de treinamento
Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel
atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels
desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito
escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia
cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia
Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se
situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto
treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba
99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se
compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de
treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo
um limite entre dois tipos de cobertura
Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um
exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada
aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe
diferente
Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels
classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de
classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio
39
conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam
representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas
premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados
25 Anaacutelise Discriminante
O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de
vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas
sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises
baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento
(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY
KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre
uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como
as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante
(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis
morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente
selecionados
De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante
consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)
e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes
A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das
variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente
selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de
forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com
a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante
Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento
comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo
discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a
meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos
centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em
relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo
40
entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado
grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa
funccedilatildeo discriminante
Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente
(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos
seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo
sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos
Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio
revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos
grupos
Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista
cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute
conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de
Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia
padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo
Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente
disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos
26 Dados de Vegetaccedilatildeo
Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas
aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas
caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os
mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis
261 Bioma Caatinga
A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de
ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la
no presente estudo
41
Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em
Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244
hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a
41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute
A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo
Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais
fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga
Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR
2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de
mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas
imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada
coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo
Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes
citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)
Mata Seca
Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual
Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por
duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo
biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato
dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50
dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas
paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano
e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as
caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas
variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido
seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm
Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com
baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo
aacutelico)
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Carrasco
De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia
natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a
catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos
Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos
Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo
Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas
altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado
Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias
anuais em torno de 850 mm
Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados
aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)
associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)
Caatinga Florestada
Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono
definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas
ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na
maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram
constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos
De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura
vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo
pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e
comeccedila a mata tropical
Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas
Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem
das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada
intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e
montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as
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precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma
associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias
de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)
apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos
Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A
moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados
a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A
moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos
Afloramentos Rochosos (AR)
Caatinga Arboacuterea
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo
de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m
excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos
e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com
total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel
Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja
Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute
encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas
de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados
Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com
precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado
com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm
A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais
caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob
essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao
ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como
tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo
Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados
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Caatinga Aboacutereo-arbustiva
Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo
de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica
anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre
eles
Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes
variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional
domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses
secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos
Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores
limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante
Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa
Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de
formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com
nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados
isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre
denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a
suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional
domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas
condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas
caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra
Complexo Galeria
Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico
que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua
coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta
resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde
com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas
acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos
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Complexo Arboacutereo
Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo
complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando
aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com
informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea
(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se
supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa
Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas
consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura
Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena
amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem
predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash
outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e
rochos
Complexo Arboacutereo-arbustivo
Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo
muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a
formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)
Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a
suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve
predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7
meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas
262 Bioma Amazocircnia
O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha
equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo
equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno
46
de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido
do leste pelos ventos
A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta
de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande
planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie
corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da
bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos
atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave
movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos
rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas
amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas
fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira
compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp
Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com
diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre
aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre
aproximadamente 300 km2
2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de
vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A
floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta
de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos
(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a
presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de
sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo
encontrados na aacuterea satildeo
Floresta de Platocirc Alto
As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com
dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo
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inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores
grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de
espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas
(PRANCE et al 1976)
Floresta de Baixio
Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de
novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido
agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas
aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em
relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras
arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a
denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-
se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de
epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira
entremeada com um denso tapete de raiacutezes
2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil
hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo
trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute
O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes
formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -
de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos
campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao
longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e
raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo
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Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila
Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m
do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila
Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas
possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo
condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees
consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da
Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)
Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais
Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o
Podzol Hidromoacutefico
A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-
20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL
(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL
(1978)
Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas
Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais
pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)
argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute
(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que
competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute
(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais
uacutemidos
Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente
adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo
regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax
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Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia
e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba
pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste
grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio
Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas
Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre
verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de
babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios
do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre
concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro
Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial
Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e
terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis
pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua
beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas
Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas
lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que
aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por
geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais
resistentes ao pisoteio do gado ao fogo
Savana Parque
Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas
lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo
ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas
lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas
herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e
50
cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima
do solo pelo menos a 25 cm de altura)
Formaccedilotildees Pioneiras
Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos
sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios
tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As
comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas
enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e
higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes
dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e
terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)
263 Bioma Cerrado
Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas
fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como
Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de
manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos
regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e
accedilatildeo humana
De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o
estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por
ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma
floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas
dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento
e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande
parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta
razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo
Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a
vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa
51
competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente
individual
Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de
Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta
aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de
conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave
presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado
assim como importantes mananciais hiacutedricos
Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia
estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o
Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs
mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical
de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais
quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas
se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os
meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo
junho e julho
Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e
Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos
Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos
aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por
uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o
estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente
ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o
Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos
com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o
desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo
Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo
observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao
afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela
52
presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como
Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo
No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma
Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo
definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo
arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de
Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado
natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se
distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum
Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As
caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se
a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)
Cerrado sensu strictu
Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea
descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a
60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com
cobertura de ateacute 95
Campo Cerrado
Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo
sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de
cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas
espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia
thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as
gramiacuteneas
Campo Sujo
A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m
em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules
53
relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a
partir de brotaccedilotildees da base lenhosa
Campo Limpo
Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia
completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os
campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre
uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a
totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros
Campo Limpo Uacutemido
Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico
permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um
rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo
Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso
Campo Limpo com Murundum
Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um
pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura
Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por
teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de
aacutegua entre os murunduns
Brejo
A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as
planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)
que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do
Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora
haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de
Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa
(Typha dominguensis)
54
Mata de Galeria
Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os
cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores
fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de
drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia
entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre
70 a 95
Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou
Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas
ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a
Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de
Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)
Mata de Interfluacutevio
Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo
desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do
solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute
deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum
e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade
maior e melhores condiccedilotildees de umidade
55
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
31 Detalhamento do fluxo de trabalho
O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o
sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo
a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)
Figura 31 ndash Fluxo de atividades
Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer
a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados
b) Anaacutelises
c) Testes de aplicaccedilatildeo
Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades
a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo
natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos
mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um
56
esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees
dos dados topograacuteficos
a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram
processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos
de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo
b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta
aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees
foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo
b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do
ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas
anaacutelises discriminantes
c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de
processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo
de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo
32 Recursos
321 As aacutereas de estudo
Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade
topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim
foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)
A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em
que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais
adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural
de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma
Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu
(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente
57
pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta
microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da
vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem
como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no
item 24
Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo
FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003
322 Dados de vegetaccedilatildeo
Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos
a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da
vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido
pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat
atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por
58
segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo
floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser
identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens
orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais
b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de
Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-
existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de
mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de
porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea
c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido
pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico
coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo
foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas
(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das
imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada
a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para
cada lado dos igarapeacutes
d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de
1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de
Proteccedilatildeo da Amazocircnia)
323 Dados topograacuteficos
Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de
banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os
procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas
foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida
derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila
(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles
originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos
como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees
59
cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas
Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de
vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada
aacuterea de estudo
324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN
1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o
cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios
para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de
dados de vegetaccedilatildeo
33 Procedimentos
331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a
migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo
foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os
diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das
diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados
foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees
finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o
processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em
cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31
Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados
Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin
RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990
MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259
PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600
PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867
() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)
60
Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de
lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado
Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees
do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel
amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de
amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados
foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas
planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas
332 Anaacutelise dos resultados
Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas
uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e
geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo
de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis
semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das
condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas
Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada
classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento
semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos
A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das
anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com
semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito
particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos
vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a
hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas
vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram
logaritmizados e posteriormente padronizados
61
333 Processamentos experimentais
Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no
mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de
informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas
(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado
entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a
aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes
tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo
Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base
as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas
As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e
tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais
eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como
quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees
discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram
geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes
permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de
classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas
experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas
classes
Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da
vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de
processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na
estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-
escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado
esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de
valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse
consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes
observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos
62
contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam
terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos
do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de
cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e
miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a
frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores
fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para
graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade
uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma
variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte
se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no
intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a
+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma
exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados
localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de
realce de contraste (stretch)
Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os
testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e
Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no
SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas
verificando pontos onde as classes melhor se separavam
63
4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte
os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua
observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se
submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim
apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre
os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa
produzido
41 Apreciaccedilatildeo dos dados
A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras
41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude
numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180
a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram
menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A
RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical
Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a
RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo
bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a
variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o
PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias
indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu
na RPPNSA
Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre
determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre
a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e
64
curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura
horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo
Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra
das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B
(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-
arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H
(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)
Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis
geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse
modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas
das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de
vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas
ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que
65
dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade
variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical
perdendo apenas para o PNB
Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de
vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C
(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto
agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de
regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima
permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)
demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe
B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis
morfomeacutetricas
66
Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento
temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de
levantamento
Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa
de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B
(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa
Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)
A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e
A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)
O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e
detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo
floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem
apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo
67
jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do
Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo
apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o
do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um
levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso
As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade
de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos
em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos
meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal
Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo
com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)
B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H
(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L
(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora
ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo
68
A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser
observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica
das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo
(Figuras 45 a 48)
A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total
observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o
maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria
da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos
respectivamente
A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as
preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo
em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em
questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da
declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas
proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo
S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia
voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e
divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F
S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas
cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I
O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento
semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute
menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior
frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe
69
as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por
terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente
proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e
noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul
Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da
RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e
de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo
Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E
(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)
e S_I (Mata Seca)
Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo
predominantemente voltadas para oeste
70
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma
bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A
distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8
(terreno suave ondulado a ondulado)
A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou
menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)
Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na
direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)
O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando
distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o
mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com
menor frequumlecircncia agrave nordeste
No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada
ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a
preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor
frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)
A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua
distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem
comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos
convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas
(curvatura vertical)
A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como
um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o
que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em
torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores
baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente
71
homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre
terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma
microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a
predominacircncia territorial de terrenos convexos
Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA
(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de
Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo
indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A
Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno
de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A
distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a
declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na
microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por
terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas
(curvatura vertical)
A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em
torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em
contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes
e aacutereas convexas
A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana
(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato
72
superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das
distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe
desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo
tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo
em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a
cocircncavos e convexos
A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total
observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior
pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de
37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A
direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da
curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A
distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e
convexos
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores
de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta
Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em
regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a
declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a
3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um
equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos
cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo
A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior
frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem
um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H
73
A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo
altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em
torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m
Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA
(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo
A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta
Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)
A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque
sem floresta-de-galeria )
74
A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em
torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa
sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-
galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m
A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe
de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total
observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e
1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com
uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas
vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura
horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos
cocircncavos e convexos respectivamente
As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de
sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria
(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096
m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e
14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em
ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a
isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste
Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura
horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G
O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto
em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade
mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4
sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave
ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo
mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes
75
voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes
(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura
vertical)
Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB
(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata
galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E
(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela
de emardquo
O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de
valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais
76
altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno
de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem
observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes
(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como
em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus
terrenos cocircncavos convexos
A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das
direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo
Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste
O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em
torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e
suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida
preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave
nordeste e sudeste
Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de
distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada
entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo
concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de
vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos
com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos
(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)
O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de
1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo
portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados
Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara
predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)
77
No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal
apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute
semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com
vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura
horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre
terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos
No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-
se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute
predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos
cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais
classes
A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de
emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m
A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda
por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos
platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por
aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)
Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as
preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas
estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas
Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees
apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes
42 Anaacutelises discriminantes
As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes
vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas
de vegetaccedilatildeo referecircncia
Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo
Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga
78
Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo
(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga
Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa
separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=
020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo
das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor
poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das
anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por
sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se
aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel
eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas
pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor
modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros
paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)
declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal
(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e
assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo
p-valor (Tabela 41)
Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5
grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783
G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141
kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130
A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116
kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967
Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no
espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si
foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos
foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel
79
sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo
ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se
que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com
indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram
significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de
discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular
do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca
CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425
Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304
Carrasco 000000 629755 154077
Cgaleria 000000 1263179
Mata Seca 000000
Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a
Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente
com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-
arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior
altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo
definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais
Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 986606 0 016661
G -0 202112 0 966076
kv 0 013402 -0 155967
A 0 029651 -0 108341
kh -0 020558 0 140234
Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante
bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os
grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo
80
discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o
que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente
topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo
CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (87)
Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
3)
Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram
subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas
anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas
subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-
se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo
Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores
81
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo
de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)
Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de
variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F
(8268)=42211 plt 00001
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516
A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805
kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306
h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723
A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os
grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais
proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade
foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)
Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi
significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de
discriminaacute-las entre si
Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo
Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas
(RPPNSA)
C arboacutereo C arboacuterea C florestada
C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777
C arboacuterea 0 000000 1 259096
C florestada 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com
o eixo 1 (Tabela 46)
82
Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea
da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
G 0 774776 -0 300435
A -0 414084 -0 641590
kv -0 488321 0 194645
h 0 155299 0 502098
Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo
representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande
sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar
tais grupos entre si
CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Funccedilatildeo 1 (82)
Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
8)
Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
83
A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa
na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-
arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas
variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0
05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como
pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)
Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da
Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no
modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375
A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374
CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92)
Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do
Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)
84
Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo
significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F
(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)
declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes
na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a
Figura 412
Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg
de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=
17106 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149
A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922
kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825
G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246
kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363
A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as
distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes
de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a
Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a
Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)
Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com
a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais
Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
F Baixio F P Alto F P B Camp
F Baixio 0000000 6233659 1585357
F P Alto 0000000 3867290
F P B Camp 0000000
Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa
de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e
floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas
85
fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem
apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas
desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande
diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados
na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo
discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas
positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou
claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores
altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes
e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em
locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das
mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no
espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0868610 -0187333
A 0031881 0334352
kv 0743142 0292901
G 0031881 0662975
kh 0269970 0341848
Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta
de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver
dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis
morfomeacutetricas do terreno
86
FBaixio FPAlto FPBcamp
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (85)
Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4Fu
nccedilatildeo
2
(15
)
Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta
Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes
agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com
palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)
Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente
(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta
Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem
Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis
morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores
87
significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)
e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)
Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks
Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os
grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras
(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela
412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo
Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados
na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo
discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)
A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta
Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em
regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias
A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo
muito clara
88
F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (89)
Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5Fu
nccedilatildeo
2
(10
)
Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as
variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a
consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo
Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos
Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033
Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita
anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das
diferenccedilas existentes dentro destes grupos
89
A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura
vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo
dos grupos (Tabela 414)
Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C
P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial
eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas
uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)
Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees
Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F P F L A F P F L A C P F P F L H
F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa
Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414
apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo
eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois
conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com
90
influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees
Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)
Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568
FPFLA FPFLACP FPFLH
-6 -4 -2 0 2 4 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na
separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks
Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na
91
discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura
horizontal (kh) (Tabela 417)
Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg
(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650
kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907
kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais
proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T
B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D
U) (1 427646)
418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila
Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U
F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336
F O D T B D E 0 000000 1 42765
F O D T B D U 0 00000
Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou
melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo
1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h -0 883092 0 273758
kv 0 137193 0 809932
kh -0 128734 0 445988
92
FODADE FODTBDE FODTBDU
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Funccedilatildeo 1 (99)
Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Funccedil
atildeo 2
(1
)
Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA)
Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos
grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e
Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes
agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo
Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de
Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo
Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))
com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407
plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As
variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal
93
(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de
vegetaccedilatildeo (Tabela 420)
Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F
(202163)=21407 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659
A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367
kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586
kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955
G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu
(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis
morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez
que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de
vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando
deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo
arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu
Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas
foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise
Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional
de Brasiacutelia (PNB)
Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo
Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105
C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539
C Cerrado 0000000 0951929 1594591
C sujo 0000000 1605777
C limpo 0000000
94
Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416
e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da
metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou
31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo
separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu
preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior
altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo
discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara
Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB)
Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2
h 0787500 -0269384
A -0406321 -0652026
kh 0474768 -0356403
kv 0457941 -0406250
G 0034063 0410172
Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que
indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta
o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a
isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto
outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a
Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu
strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um
conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e
diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na
biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de
aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o
seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do
domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de
carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de
fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua
95
estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos
morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso
predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores
determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem
ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias
Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo
-8 -6 -4 -2 0 2 4
Funccedilatildeo 1 (57)
Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Funccedil
atildeo 2
(3
1)
Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises
separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis
topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias
Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos
grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F
(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram
96
as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical
(0579371) (Tabela 423)
Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda
054780 F (10360)=12640 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947
A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013
kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163
kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476
G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955
Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo
discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e
Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo
Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando
graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)
Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do
Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
C Limpo C L Uacutemido C L Murundum
C Limpo 0000000 4279562 0648776
C L Uacutemido 0000000 2373841
C L Murundum 0000000
Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)
Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
97
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0704843 -0010358
A -0567686 -0304501
kh 0055032 -0173645
kv 0042136 0713181
G -0318338 0315520
A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos
CLimpo CLUacutemido C LMurundum
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (92 )
Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
6
Funccedil
atildeo 2
(8
)
Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo
Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa
sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma
distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua
preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes
geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo
98
de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o
encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre
Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente
um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo
arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial
do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo
permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)
Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo
vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as
altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)
(Tabela 426)
Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia
(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F
(8334)=20234 plt00000
Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler
G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703
A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860
h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205
kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686
Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante
distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre
si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo
e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da
funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram
significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata
de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois
99
Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB)
M Galeria Brejo M Interfluacutevio
M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726
Brejo 0 000000 4862178
M Interfluacutevio 0 000000
Distacircncia natildeo significativa
Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da
composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA
JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a
sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo
ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas
nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado
(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o
niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano
Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina
melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou
maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores
da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude
Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)
Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2
h 0 849666 0 286224
A 0 504311 0 010065
G 0 088693 0 799165
kv -0 044105 -0 365752
100
M Galeria Brejo MInterfluacutevio
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Funccedilatildeo 1 (95 )
Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv
-3
-2
-1
0
1
2
3
Funccedil
atildeo 2
(5
)
Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos
vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer
os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si
uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e
clima por exemplo
43 Processamentos experimentais
Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos
processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das
variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos
(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de
cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas
(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma
101
vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da
vegetaccedilatildeo
As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por
Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas
comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a
seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de
classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente
entre si
As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo
entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente
com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das
demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura
vertical cocircncava principalmente
Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B
atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se
apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da
classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical
Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo
Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo
topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo
Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada
pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o
mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE
Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as
classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo
Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente
com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores
possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos
homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)
102
mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo
entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise
para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto
a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente
embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees
Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e
curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs
aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para
o PNB
O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente
aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude
estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo
altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo
simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente
Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel
quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e
425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base
altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os
Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite
a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para
mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de
Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que
no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que
descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo
topograacutefica
Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura
420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa
referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e
posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca
(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa
103
referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o
posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo
Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento
(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado
mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer
tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente
pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo
Cerrado
Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima
Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C
(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga
Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I
(Mata Seca)
104
Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia
(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia
Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente
(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)
Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para
MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para
a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior
semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)
Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)
tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia
Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B
(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia
(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)
105
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras
(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o
resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo
correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra
pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)
Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila
(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de
Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B
(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)
A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas
Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva
com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -
herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana
Parque sem floresta-de-galeria)
Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de
classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por
MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto
106
distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA
da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)
Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)
utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de
vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B
(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)
B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I
(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com
Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e
ldquocanela de emardquo
Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem
da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo
mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de
classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas
vegetacionais
107
A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da
RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de
vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria
principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal
funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea
se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas
Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio
Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia
Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga
Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-
arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)
Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata
Seca
108
O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de
vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca
Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos
experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo
jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do
Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma
certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias
das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e
subestimando as demais classes
Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva
Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo
como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo
Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada
109
A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees
discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros
processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a
Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de
Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para
esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais
semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto
considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido
definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da
classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais
condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio
Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu
(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de
Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)
110
No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)
nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a
classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou
resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila
Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente
subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos
diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos
experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da
vegetaccedilatildeo
Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos
Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta
Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta
de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia
fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta
Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras
Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria
Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))
111
Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento
das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto
pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva
(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras
aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os
resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores
Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque
Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras
com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com
influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea
A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se
assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons
resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras
Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com
dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo
discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia
112
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do
Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como
referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila
Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel
uniforme
No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi
satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo
homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas
subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas
de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido
que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem
semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento
(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso
pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados
indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao
mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as
suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um
113
mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo
sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve
ser feito com mais cautela
Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia
(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria
(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado
(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e
Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))
e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo
com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu
114
Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque
Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo
Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum
115
Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo
discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de
Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de
Interfluacutevio
116
117
5 CONCLUSOtildeES
O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis
geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para
identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A
partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees
a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos
para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees
geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de
vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de
parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para
discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura
vertical e da curvatura horizontal
b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da
frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo
pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com
evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo
com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na
estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em
relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)
c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem
ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob
mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam
satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo
Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga
Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto
Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se
refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre
Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com
118
palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta
Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial
Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas
fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas
subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio
e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido
d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das
classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do
detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de
classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises
discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o
niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a
RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias
deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia
Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram
resultados satisfatoacuterios
119
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