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Da traição: a mentira como representação/a escrita como vingança Em Nada a dizer, de Elvira Vigna, a narradora explora os limites éticos da representação do outro, de si e da relação que os constitui a partir de meditações sobre a traição e as mentiras que lhe dão forma. Do romance, portanto, sobrevém, na liminaridade que o constitui, uma estratégia de conhecimento do mundo ancorada no conflito ético entre o que se diz sobre o outro (a escrita como vingança) e o modo como essa fala é passível de ser questionada pelo leitor (a percepção da mentira). O espaço social da mulher de classe média em meio a essas categorias – traição, mentira, escrita e interlocução –, silenciada em muitos níveis, é, portanto, o ponto de partida para a análise dos modos de representação propostos pelo romance.

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Da traição: a mentira como representação/a escrita como vingança

Em Nada a dizer, de Elvira Vigna, a narradora explora os limites éticos da representação do outro, de si e da relação que os constitui a partir de meditações sobre a traição e as mentiras que lhe dão forma. Do romance, portanto, sobrevém, na liminaridade que o constitui, uma estratégia de conhecimento do mundo ancorada no conflito ético entre o que se diz sobre o outro (a escrita como vingança) e o modo como essa fala é passível de ser questionada pelo leitor (a percepção da mentira). O espaço social da mulher de classe média em meio a essas categorias – traição, mentira, escrita e interlocução –, silenciada em muitos níveis, é, portanto, o ponto de partida para a análise dos modos de representação propostos pelo romance.