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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
IDENTIFICAÇÃO Professor PDE: Itamara Rosemi de Lara
Área PDE: Arte
NRE: Foz do Iguaçu
Professora Orientadora: Dra. Valdeci Melo Oliveira
IES vinculada: Unioeste (Campus de Cascavel)
Escola de Implementação: Colégio Estadual Euclides da Cunha– Município de Matelândia
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
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HUMANIZAÇÃO
Foto: Itamara R. de Lara
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................
2 PROBLEMATIZAÇÃO ...............................................................................................
3 METODOLOGIA .........................................................................................................
4 TUDO COMEÇOU ASSIM........................................................................................
5 A IMPORTÂNCIA DOS FILMES ............................................................................
5.1 DOCUMENTÁRIO ......................................................................................................
6 REQUISITOS PARA UM FILME ...............................................................................
7 NARRAÇÃO..................................................................................................................
8 ELEMENTOS DO CINEMA .........................................................................................
9 CINEMA NA PRÁTICA ...........................................................................................
9.1 EXERCÍCIOS PARA A FORMAÇÃO DO ATOR .......................................................
9.2 APRECIAÇÃO DE FILMES (LONGA METRAGEM) .......................................
9.3 APRECIAÇÃO DE FILMES (CURTA METRAGEM) ............................................
9.4 ATIVIDADES PARA A CRIAÇÃO DE UM ROTEIRO ....................................
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
Esta Unidade Didática constitui um dos caminhos para produção de filmes, um
material audiovisual que pode servir para desenvolver o olhar e a reflexão dos nossos
alunos no desenvolvimento da consciência da cidadania haja possibilidade de se tornarem
seres humanos mais criativos, críticos e participativos.
A proposta é desenvolver trabalhos que busquem a reflexão sobre vários tipos de
violência que atingem a sociedade. Como a violência ocorre com frequência considerável
no ambiente escolar, pois não raro são apresentadas reportagens de agressões físicas,
agressões ao meio ambiente, agressões psicológicas o tema torna-se pertinente e acessível
à escola. Os problemas sociais que atingem os alunos e a sociedade são maiores do que se
pode imaginar. Diante desta constatação, podemos buscar reflexões sobre a violência a sua
diminuição por meio de processos midiáticos como filmes, em especial o curta metragem,
criado pelos próprios alunos com assuntos relacionados à violência, prevendo uma análise
e discussão em grupo, e, num momento posterior, a sua produção, de modo a discutir a
questão da sensibilização do indivíduo na sociedade e na escola, de forma que os
participantes possam estabelecer contato com a arte, refletindo sua produção como
processo engajado e construído historicamente.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
A Arte, como toda e qualquer linguagem ou prática humana, desempenha uma
função ideológica e pode se tornar elemento de imposição de modos de ser, pensar e agir
hegemônicos, segundo as DCEs. Sendo assim poderá o cidadão, no caso nossos jovens,
através da SÉTIMA ARTE, refletir sobre o seu espaço, direitos e deveres nesse planeta e
viver socialmente em harmonia?
3 METODOLOGIA
A partir de abordagens da Pedagogia Histórico-crítica, sustentada por Saviani
(1991, p. 79-80), que ao explicitar seu método pedagógico afirma que é a partir da
realidade do aluno o ponto de partida de todo trabalho docente, essa unidade didática
pretende estabelecer um diálogo entre teoria e prática. Com este enfoque, o primeiro
contato que o aluno mantém com o tema é a sua própria percepção sobre o assunto em
estudo.
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Já na pré-história, o homem registrava nas paredes das cavernas cenas do seu
cotidiano, desenhos que retratavam a caça, e alguns rituais. Era a mimese (imitação da
natureza), emblemática e fora do comum, mas marcante como fato histórico social.
? É comum ouvirmos dizer que o teatro começou na Grécia, há muitos séculos. No entanto, existem outros exemplos de manifestações teatrais anteriores aos gregos. Por exemplo, na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão religiosa. No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da ressurreição de Osíris e da morte de Hórus. Na Índia, se acreditava que o teatro tenha surgido com Brama. E nos tempos pré-helênicos, os cretenses homenageavam seus deuses em teatros, provavelmente construídos no século dezenove antes de Cristo. É fácil perceber através destes poucos exemplos, uma origem religiosa para as manifestações teatrais
http://www.dionisius.hpg.ig.com.br/origem/htm
No séc. XV Leonardo Da Vinci anuncia o princípio da câmara escura. No séc. XVI,
surgem as primeiras máquinas fotográficas, baseadas nos estudos de Leonardo Da Vinci.
Em 1830, nasceu na Inglaterra, mas imigrou para os EUA, Eadwbridge Muybridge,
ele deu grande contribuição para a arte da fotografia. Suas descobertas tornaram-se
importantes para a arte da animação, pois ele se dedicou a registrar o movimento de
pessoas e animais. Começou como fotógrafo dos faróis marítimos da Califórnia, depois se
dedicou a fotos de movimentos de cavalo, a pedido de um criador de cavalos.
Para isso ele teve de desenvolver uma técnica especial em que a fotografia era feita
rapidamente para captar sequencias de movimentos.
Isso deu a oportunidade de as pessoas verem pela primeira vez os movimentos de
mulheres, homens, crianças e animais.
No séc. XVII, surge na Alemanha uma caixa cilíndrica iluminada à vela que amplia
as imagens com o uso de uma lâmina de vidro.
Em 1890, Thomas Édson cria o cinetoscópio e introduz o filme de celulóide
perfurado para projetar imagens no interior do invento, visto por uma só pessoa.
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Em 1895, nasce o cinema, com o cinetoscópio aperfeiçoado pelos irmãos Louis
Lumiere (França).
A primeira sessão pública durou 20 minutos, em que foram projetados dez filmes.
No séc. XX França e Nova York eram os grandes centros cinematográficos. Os primeiros
filmes eram mudos, com cenas acompanhadas por um pianista, as legendas explicavam as
cenas, ou podia ter também a presença de um narrador que contava história ao público.
Foto: Itamara R. de Lara.
“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de afeição de doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”
Charles Chaplin
CHARLES CHAPLIN Nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 16/04/1889,
faleceu no vale na Suíça em 25/12/1977. Ator, diretor, produtor, é considerado um dos maiores
cineastas de todos os tempos, popularizou mundo afora a sétima arte, com o maior de seus personagens Carlitos, o vagabundo.
Filho de uma atriz comediante Lili Harley, que não deu muito certo e o pai foi um artista de music-ball, o qual era alcoólatra, abandonou a família muito cedo e sua mãe teve problemas de saúde.
Com cinco anos de idade, Chaplin e seu meio irmão Sidney faziam apresentações nas ruas, aos dez anos, Chaplin largou a escola e foi trabalhar como mímico.
Irmãos Lumiere Disponível em: wwwhttp://pt.wikipédia.org/wwki/Auguste_Elouis_Lumi%C3%A8re
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A primeira aparição de Chaplin no cinema foi em 1914, no filme Carlitos Repórter,
logo surgiu o vagabundo, que foi o personagem que marcou a sua carreira. Quando o som
foi introduzido nos filmes, Charles se recusou a adicionar voz aos seus personagens.
Charles expõe com sua câmera um medo imitativo irônico com um olhar crítico. Um
cidadão do mundo, nunca se tornou cidadão americano, durante a Segunda Guerra Mundial
e a Guerra Fria, fez filmes com mensagens políticas, era um crítico, satirizou Hitler como
ninguém. Chegou a ter seu visto de americano confiscado, por isso viveu o resto de seus
dias na Suíça. Anos depois morando na Suíça foi homenageado nos Estados Unidos com
um prêmio Honorário, na cerimônia do Oscar.
Foi também condecorado Cavaleiro do Império Britânico pela rainha Elizabete II,
obtendo seu título de Sir. Casou-se quatro vezes, sempre com mulheres mais jovens do que
ele, teve dez filhos.
O vagabundo, seu personagem mais famoso, apareceu em mais de 70 filmes,
sempre com as mesmas características: um rapaz pobre, apaixonado por uma bela moça,
que fazia tudo pra agradara, um amor platônico. Esse personagem se vestia com um fraque
preto justo no corpo, uma calça bem folgada, sapatos grandes, um chapéu de côco e uma
bengala na mão.
O vagabundo foi inspirado na sua infância pobre que teve, tornou-se uma figura
humana adorada em todo planeta.
Em Luzes da Ribalta, onde o vagabundo se apaixona pó uma florista cega, ele cria a
sua primeira trilha sonora, a partir daí ele também é compositor. O vagabundo só teve voz
ao cantar uma música no filme “Tempos Modernos”, já o “Grande Ditador” foi o primeiro
filme inteiramente falado.
PRINCIPAIS FILMES * O Garoto – 1921 * Luzes da Cidade – 1931 * Casamento ou Luxo? - 1923 * Tempos Modernos- 1936 * O Grande Ditador- 1952 * Luzes da Ribalta - 1952 * Um rei em Nova York- 1957 * Em Busca do Ouro- 1925.
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Os filmes raramente são explorados como veículos das representações sociais. Não
se pesquisa nos filmes o aspecto imaginário social, ou seja, o quanto eles falam de nós
mesmos.
O filme é uma fonte importante de conhecimento da realidade, não importando que
ele seja: realista, naturalista, surrealista, etc; este sempre será uma fonte de conhecimento
da realidade.
A linguagem cinematográfica permite que as relações entre filme e o imaginário e
social se efetive. Assim sendo, a história do filme reflete as nossas vidas. Hoje são usados
o artifício de tempo real, como recurso para reforçar a realidade e os sentimentos. É no
cinema que nossos sonhos se concretizam. “Num filme o que importa não é a realidade,
mas o que dela possa extrair a imaginação.” (Charles Chaplin)
Cinema pode se tornar um evento, um acontecimento que eventualmente pode
afetar o outro, quando isso acontece o filme, fica gravado na cabeça das pessoas, para que
elas reflitam sobre suas vidas, se o filme que não afeta emocionalmente as pessoas que o
assistiram era porque não tinha nada de bom a oferecer. Portanto, criar um filme é projetar
mudanças nas cabeças das pessoas. O cineasta deve fazer algumas perguntas antes de
apresentar a história: Que emoção pretendo com esse filme, quem eu quero afetar, que
reflexão quero que a pessoa faça?
Segundo Rivera (2008), no cinema sonho e viajem andam juntos:
“Dois tipos de experiências são, tradicionalmente, ligados à invenção do cinema: o sonho e a viajem de trem. O trem, que surgiu e se desenvolveu mais ou menos ao mesmo tempo em que a fotografia, vem na primeira metade do século XIX oferecer um modelo de sucessão de imagens em velocidade constante, enquadrando na moldura de suas janelas a paisagem que ele atravessa. Já o sonho apresenta uma produção singular de imagens em movimento, de caráter alucinatório e, portanto, em geral, acompanhadas de uma forte impressão de realidade. (RIVERA, Tânia. Cinema, Imagem e Psicanálise, 2008, p. 19)
O cinema é uma manifestação artística, cultural que deve estar presente nas
atividades curriculares. O filme além de ser um incrível entretenimento é um excelente
recurso didático que possibilita a análise, o debate e a reflexão sobre qualquer assunto
sendo ele: social, histórico, ambiental, político etc.
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TIPOS DE FILMES:
• Ação _ Explosões, tiros, correria.
• Aventura – Lugares bonitos, mistérios, ação.
• Comédia – Momentos engraçados, divertidos.
• Terror – Histórias que dão medo, muito sangue.
• Suspense – Histórias que intrigam, nos deixam inquietos.
• Animação _ Desenho animado, quase sempre com animais e heróis.
• Ficção Cientifica _ Histórias que são improváveis de acontecer na vida real.
• Drama _ Histórias de romances, sofrimentos, desafios.
• Romance _ Histórias de amor acima de tudo.
• Musicais _ Histórias cantadas e dançadas.
• Documentários _ Filmes feito através de pesquisas, entrevistas, tenta relatar o real o
melhor possível.
Gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da
realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade, tal qual
ela é. O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e
subjetiva da realidade.
O termo documentário se refere algo que tem caráter de documento. É um filme
com propósito de denúncia. Escrevendo um documentário, um roteirista tem de fazer uma
pesquisa muito grande em cima do assunto, deve ser muito bem planejado. Nele as
imagens devem mostrar, deduzindo, mostrando e não mostrando, porque vai trabalhar com
o real, portanto, deve apenas insinuar. Rostos muitas vezes cobertos, vozes camufladas,
sombras que denunciam. É muito cauteloso o trabalho de repórter.
Fazer um documentário é um exercício de construção de um modelo. Um roteirista
é um arquiteto de filmes. É ele que faz o mesmo tipo de pesquisa para um documentário,
que um escritor teria de fazer para um artigo em uma revista. Visitar as locações, falar com
as pessoas, obter os fatos: o que, quem, quando, aonde, por que e o como de cada evento a
ser documentado.
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Deve-se conseguir informações básicas, como uma lista de pontos históricos, uma
lista de pessoas a serem filmadas, de lugares e de eventos que devem ser filmados. Se esse
levantamento não for feito o filme fica “sem pé sem cabeça”. No documentário a pergunta
é o ponto de partida: Por que isso está acontecendo?
Segundo Heny Grazinoli,
Um bom documentarista, geralmente, não tem a pretensão de dizer a verdade. Chega a ser lugar-comum afirmar que é difïcel encontrar (verdade verdadeira), que verdades dependem muito dos pontos de vista, que variam de cultura para cultura, de formação para formação, de pessoa para pessoa. Dessa forma, o documentarista trabalha com a sua verdade, buscando mais interpretar o mundo do que revelar alguma verdade factual ou fundamental (Heny Grazinoli, em www.telabr.com.br).
Quando o documentarista foca um determinado ângulo decide o que é mais
importante para filmar, qual ângulo? Qual a música?
Ele, sem perceber está manipulando o filme, a ciência diz que não há neutralidade,
sendo assim ele coloca o seu ponto de vista sobre aquele assunto retratado.
Num noticiário podemos ver claramente esse aspecto. Se assistirmos a mesma
notícia em três canais diferentes vamos observar que o assunto, mesmo sendo o mesmo, foi
retratado de formas diferentes, dependendo do ponto de vista de cada emissora, sua
ideologia, seus interesses. Portanto, o que vale é a verdade da experiência que o filme quer
transmitir.
Para Tânia Rivera (2008), o cinema é uma ferramenta para que se possa estudar o
psíquico do sujeito, ou seja, como cada pessoa reage em determinada situação:
Será mesmo o cinema, como sucessão de imagens, análogo ao funcionamento psíquico? Seja como for, Lou parece prever que o cinema acabaria sendo um domínio cultural privilegiado para se refletir sobre o sujeito. Nossa (constituição psíquica) parece encaixar-se perfeitamente nesses pés hoje já principescos. Somos sujeitos cinematográficos (RIVERA, Tânia. Cinema, Imagem e Psicanálise, 2008, p. 10).
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• ARGUMENTO Corresponde às linhas gerais da história, como ela acontece e quem são os personagens. A história pode ser original ou adaptada de um livro de uma peça teatral.
• ROTEIRO Seqüência dos acontecimentos, dos aspectos gerais da cena e sua decupagem, É todo o detalhamento de falas, ambientação das cenas, indicação dos planos que deverão ser utilizados e o que os personagens estarão fazendo.
• DIREÇÃO Compete ao diretor a escolha do elenco, dos cenários, do figurino, da iluminação, procurando dar uma unidade à produção. Como o próprio nome já diz, diretor dirige, comanda, do estilo ao filme, mesmo seguindo um roteiro ele determina as imagens, dá corpo à linguagem escrita pelo escritor.
• DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA O diretor de fotografia é o responsável pela iluminação da cena, envolvendo a criação da luz mais adequada. Ao melhor ângulo da imagem.
• EXPOSIÇÃO Um filme conta uma história. Assim, as primeiras cenas devem nos introduzir a trama. É útil que o espectador saiba, desde o início, quem são os personagens e em qual situação estão envolvidos. A melhor forma de fazer essa apresentação é criar cartazes fazendo propaganda dos filmes. Geralmente se faz essa divulgação com uma imagem marcante do filme.
• INTERESSE O roteirista insere no texto cenas que suscitam especial atenção no espectador e o levam tanto a renovar sua crença naquilo a que assiste como a redobrar seu interesse. Por exemplo: existe um mocinho, mas ainda não sabemos quem é seu inimigo. Em dado momento, uma cena mostrará não só que existe um inimigo, mas também que o herói corre perigo.
• CONFLITO O “agón”, que em grego significa, desafio, disputa, na Grécia o “agón” refere-se a uma convenção formal em virtude da qual a luta entre os personagens deve se planificar de tal maneira que proporcione a ação, ou seja o personagem que fala em segundo lugar sempre ganha o “agón”, já que este lhe corresponde sempre a ultima palavra. O “agón” pode significar o desejo de conseguir algo, a cura de um câncer, a conquista de alguém, a vinda de um filho etc. Sem ter um agón, para o homem tanto faz morar numa prisão ou num castelo, ou seja, é não ter ambição é não sofrer por nada nem por ninguém. Para um filme o agón é o tempero o ingrediente indispensável para sobrevivência do filme, sem ele não existe emoção e sem emoção não existe história que marque a vida do ser humanoExemplo: Um jogo, existe todo um preparo para o jogo, mas é na hora H, que o conflito se realiza o AGÓN, é a vitória.
• REVIRAVOLTA Quando tudo nos encaminha numa direção, uma cena transforma o panorama. O detetive está para descobrir um grande segredo, capaz de revelar o nome de um criminoso. Mas, ao descobrir o segredo, tem uma surpresa: seu principal suspeito era, na verdade, um homem que havia morrido antes do crime acontecer. São cenas que anunciam um falso clímax
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Narração, ação, dinamicidade e estatícidade a apresentação
O narrador é aquele que conta a história. A escolha do tipo de narrador determina o
foco na qual o texto será escrito, ou seja, quem o texto deve atingir. Não se deve confundir,
porém, autor com narrador. O narrador frequentemente é protagonista da narrativa, mas
também pode ser testemunha de uma história.
O narrador pode ser onisciente, ou seja, saber tudo sobre o presente, o passado e o
futuro das personagens e seus destinos; ou abster-se aos fatos, àquilo que é observável.
Muitas vezes o narrador é, ele próprio, personagem participante da história; o narrador é,
ao mesmo tempo, narrador e personagem.
Para identificar o foco narrativo, isto é, ver o ponto de vista do narrador, analisar de
que ângulo, qual é o lado do narrador, se ele nasceu em berço de ouro, se nasceu numa
favela se é trabalahdor? Observe suas marcas objetivas no texto, tais como pessoas verbais
e pronomes. Como já vimos nada é neutro numa história sempre existe uma intenção de
passar uma ideologia.
Em relação á narração a escritora, Ligia Chiappini (1994), afirma que:
Histórias são narradas desde sempre. Forma vaga de que disponho para marcar, sem datar, o início da ÉPICA, no sentido de uma narração de fatos, presenciados ou vividos por alguém que tinha a autoridade para narrar, alguém que vinha de outros tempos ou de outras terras, tendo, por isso, experiência a comunicar e conselhos a dar a seus ouvintes. Assim, desde sempre, entre os fatos narrados e o público, se interpôs um narrador. No decorrer da História, porém, as Histórias narradas pelos homens foram-se complicando, e o NARRADOR foi mesmo progressivamente se ocultando, ou atrás de outros narradores, ou atrás dos fatos narrados (CHIAPPINI, Ligia Moraes Leite, Foco Narrativo, 1994, p. 05)
O narrador narra, aquilo que vê, o que sentiu, dependendo das experiências que
viveu, imaginou, sonhou e desejou, portanto a narração é ficção nunca um narrador vai ser
totalmente neutro numa história, porque a neutralidade é um mito.
Para Platão, tudo é imitação, portanto uma boa narração não é nada mais que uma
boa imitação, para ele o mundo sensível a que vivemos enquanto seres mortais é uma
imitação do Mundo das ideias.
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Então a narrativa objetiva seria um mito, mesmo o narrador não colocando a sua
emoção sua vivencia na narrativa, alguém que escreveu aquela história já fez isso, as
palavras arranjadas trás consigo um conjunto de particularidades, de alguém.
Para Norman Fridman (1994), ao analisar um narrador iremos notar que:
Existem vários tipos de narrativas que devem ser levadas em conta: 1) quem conta a HISTÓRIA? Tratasse de um NARRADOR em primeira ou terceira pessoa? De uma personagem em primeira pessoa? Não há ninguém narrando?; 2) de que posição ou ÂNGULO em relação à HISTÓRIA o NARRADOR conta? Na periferia? No centro? De frente? Mudando?; 3) que canais de informação o NARRADOR usa para comunicar a HISTÓRIA ao leitor (palavras? Pensamentos? Percepções? Sentimentos? Do autor? Da personagem? Ações? Falas do autor? Da personagem? Ou uma combinação disso tudo?; 4) a que DISTÂNCIA ele coloca o leitor da história (próximo? Distante? mudando?)? (Biografia comentada por Ligia Moraes Leite em Foco Narrativo, 1994, p. 25)
Dependendo da mensagem a ser apresentada para o público a narração deverá
seguir um dos estilos citados por, Norman Fridman, pois é importante que o narrador como
peça fundamental para entender a história, que seja capaz de nos transportar para o centro
da história usando sua voz como ferramenta indispensável, norteando nossos pensamentos,
construindo nossa interpretação em relação à história.
Portanto, narrar um texto não é tarefa muito simples, também é uma arte de
representar de transportar o individuo para uma história que ele pretende relatar, o sucesso
de uma história bem contada depende muito de sua narração, o bom narrador é aquele que
ninguém nem nota a sua existência que ele está tão bem inserido no contexto da história
que passa a ser um personagem parte dela, um bom narrador deve estar envolvido em tudo
num filme desde o enredo, a fotografia, a sonoplastia, os personagens a duração de todo
filme cena por cena.
PRÉ-CLIMAX O tom do filme cresce. Toda ação se torna decisiva. A intriga está a ponto
de se resolver. É aqui que a curiosidade é aguçada, hora de prender o telespectador, ou seja
vender o peixe.
APOGEU É o momento em que todos os dados da intriga
estão lançados. Todos os personagens são conhecidos. Todos os elementos já estão no
jogo. Aqui, o envolvimento deve ser completo: sabe-tudo que a intriga caminha para uma
resolução. CLÍMAX
É o momento alto do filme: o vilão morre; o criminoso do filme policial é preso; o mocinho do filme romântico
casasse com a mocinha. É o momento principal da história.
ENCERRAMENTO, DESFECHO OU DESENLACE
Depois que a intriga se desfaz, enunciasse o destino dos diversos personagens. Que destino
teve os personagens, para onde foram o que fizeram depois da história que viveram.
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Cinema é uma arte, é a sétima arte e como toda arte, tem como principal objetivo
emocionar, passar uma mensagem, comunicar, viajar, ampliar horizontes, é um livro
aberto, com outro tipo de linguagem: a imagem e o som.
Toda linguagem é composta por determinados elementos. Assim, um quadro
precisa de uma tela, pincéis e tinta, uma escultura precisa da sua matéria prima, que
poderia ser a pedra, uma sinfonia, da representação gráfica dos sons, dos instrumentos
musicais, uma obra arquitetônica, tijolos, vidros, etc. Assim, o cinema também os seus
elementos de formação, e para podermos criar um curta na escola, será necessário conhecer
e utilizar cada um deles, ou seja, criar uma obra de arte que será apreciada pela
comunidade escolar.
DIRETOR - Diretor é como se fosse, a motorista de um carro, que tem destino
certo, o roteiro, e que pode encontrar muitos obstáculos pelo caminho, mas sabe aonde vai
ter que chegar. Deve saber ouvir a sua equipe, ele sabe que o filme não é só dele, q que
sozinho não vai pra lugar nenhum, por isso se relacionar bem com sua equipe, é muito
importante. O diretor tem que estar a par de todos os detalhes do filme, visualizar todas as
cenas nos mínimos detalhes.
CÂMERA DE VÍDEO - Surgiu nos anos 60, substituindo a película, a câmera de
vídeo, além de gravar o áudio também grava diretamente as imagens em movimento, o
vídeo agilizou o trabalho nos estúdios por não precisar revelar os filmes, como era feito no
passado. Com o avanço da tecnologia, temos câmeras, muito poderosas capazes de captar e
armazenar fotografias digitais e enviar as imagens gravadas pela Internet. Temos aqui
algumas das funções da câmera de vídeo: lentes, ajuste de foco, zoom ótico e digital,
temperatura de cor da luz, filtro difusor, rebatedor de luz, etc.
FOCALIZAÇÃO - Recurso da câmera ajustável é a focalização do assunto através
da própria objetiva. Girando o anel de focalização, você obtém o ajuste na devida distância
da câmera em relação ao assunto, ou seja, objeto imagem a ser filmada, reproduzindo
nitidamente as imagens no plano focal. A maioria das câmeras de hoje em dia tem foco
automático, que é um telêmetro interno que determina exatamente a distância
câmera/assunto. Naquelas que permitem o ajuste manual do foco, o anel de distância
contém a escala em metros e em pés que também facilita a focalização.
Temos que também observar o nosso objetivo no filme. Se queremos que a pessoal
veja a cena de forma contextual, num todo, teremos que focar a câmera de cima pra baixo,
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assim quem vê o filme terá uma visão panorâmica do assunto. Agora se quisermos apenas
mostrar o assunto de uma forma individual, teremos que focar a câmera de frente pro
assunto.
ILUMINAÇÃO - é um elemento importante, para passar a expressividade da
imagem ou cena, responsável por criar toda uma atmosfera.
VESTUÁRIO ou FIGURINO - o vestuário faz parte do arsenal dos meios de
expressão nos filmes considerável em relação há um certo estilo de direção, cujo efeito
pode aumentar ou diminuir, o filme. Pelo vestuário, podemos localizar o tempo, o contexto
da obra em geral, muitas vezes a escolha do vestuário muda de significado segundo o
contexto em que se insere, por exemplo, usar camisola para dormir tem um significado,
mas sair na rua com ela tem outro bem diferente. E todas estas significações auxiliam na
personificação de um personagem, ele se insere no contexto que inclui a cenografia, a
maquiagem, a iluminação, a fotografia, a atuação. O figurino muitas vezes serve também
para identificar o personagem .
O CENÁRIO - tem mais importância no cinema do que no teatro, ele compreende
tanto as paisagens naturais quanto as construções humanas. Hoje temos a tecnologia que é
capaz de criar fantásticos cenários. Esses cenários podem ser: Realista, Impressionista,
Expressionista, Surrealista, etc; dependendo do contexto da obra.
A COR- A cor é um grande elemento no cinema, que permite dar vida á imagem de
acordo com as emoções que se pretende passar. Não podemos esquecer que o preto e
branco também é cor, e que também tem seu valor, principalmente no cinema, na
fotografia.
O SOM, ou seja, os efeitos sonoros de um filme, transmitem sensações,
inesquecíveis, para quem o vê, muitas vezes, carregamos tais sensações pró resto de nossas
vidas, cada vez que ouvimos aquela música.
O cinema nunca foi totalmente mudo. Só não tinha fala, o som, sempre esteve
presente, sempre tinha um fundo musical, muitas vezes um pianista fazia a sonoplastia do
filme. No cinema, só imagem ou só som causava estranhamento, e assim como hoje, causa
desconforto assistir a uma projeção muda, a não ser que seja pelo interesse histórico.
Acompanhar imagens sem música é incômodo, mas que fique bem claro,isso não se
justifica pelo costume que hoje temos em assistir filmes sonoros, televisão ou teatro; já na
tragédia grega, o desenrolar da narrativa dramática não se dava sem acompanhamento de
ditirambos e intervenções de coro cantado.
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O ATOR - Ser ator é representar algo que você não é, essa difícil tarefa é resultado
de muita pesquisa, um ator tem que saber tudo sobre seu personagem, timbre de voz,
gestos estilo de vida etc.
Era comum não reconhecer os atores em cena nas tragédias gregas, pois utilizavam
grandes máscaras, figurinos alongados e tamancos altos de madeira, denominados
“coturnos”. (Sugestão de site www.telabr.com.br)
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9.1 EXERCÍCIOS PARA A FORMAÇÃO DO ATOR
OBJETIVO
* Obter conhecimentos, através de exercícios, vivenciando sentindo analisando,
comparando, os muitos sentidos humanos.
Não importa se os futuros atores se vêem como futuras estrelas, ou iram participar
dos filmes só como experiência, mas o fato é se vamos fazer algo que seja bem feito.
Aqui veremos atividades que nos permitem desenvolver nosso potencial, artístico
que todos nós temos.
Não esquecendo que atuamos o tempo todo, para atingir determinado objetivo,
portanto, já somos atores por natureza humana.
“A alfabetização teatral é necessária porque é uma forma de comunicação muito
poderosa e útil nas transformações sociais. Há que aprender a ler. Há que lutar pelos
nossos direitos, há que utilizar todas as formas possíveis para promover a libertação; por
isso devemos dizer Não aos atores sagrados. Não estou contra os profissionais. Mas estou
contra o fato de as representações se limitarem a profissionais! Todos devem representar!”
(Augusto Boal, (Teatro do Oprimido) 200 exercícios e jogos para ator e o não-ator com
vontade de dizer algo através do teatro, p. 17)
a) ALONGAMENTO - em círculo, seguindo o ritmo da música, escolha do
professor, os alunos farão exercícios de alongamento corporal, dirigidas pelo professor:
cabeça, braços, pernas, tronco.
b) PALADAR - O professor, trabalha com o grupo em círculo, em sentido horário,
pede que cada aluno, sinta, e faça a expressão do rosto como se estivesse realmente
comendo alimentos: agradáveis, desagradáveis, ácido, doce, salgado.
c) EXPRESSÃO CORPORAL - O professor sugere um sol ardente que começa a
brilhar no campo. O participante visualiza mentalmente o sol: o corpo começa a sentir o
calor, a desmanchar.
e) Por outro lado podemos também expressar o frio também.
f) MEMÓRIA AUDITIVA - Como o seu corpo reage aos sons: agradáveis,
desagradáveis, estridente,grave, baixo, alto.
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g) CRIANDO ESCULTURAS COM O PRÓPRIO CORPO - Em grupos de 5
alunos, cada grupo era projetar com o seu corpo diferentes figuras a serem avaliadas pelos
outros alunos.
h) CORREDOR - Em duas fileiras, uma de frente para outra, cada aluno irá passar
por dentro do corredor, falando um pouco dele mesmo, quem sou. Esse exercício nós
permite avaliar como anda e fala cada pessoa, identifica a personalidade do mesmo.
i) DRAMATIZANDO UM PERSONAGEM - Imagine você sendo um espantalho,
você está no meio de uma plantação, e começa a chover, gotas de chuva caem, e tocam seu
corpo, a chuva vai aumentando a intensidade até transformar num temporal, com muito
vento, e raios.
j) PERSONAGEM EM TRÂNSITO - Um ou mais atores entram em cena e
realizam certas ações para mostrar de onde vêm, o que fazem e para onde vão. Os outros
devem descobrir tudo isso apenas através das ações físicas; vêm da rua, estão numa sala de
espera de um dentista e vão tirar um dente; vêm do bar, estão no hall do hotel e vão subir
ao quarto; saem de suas casas pela manhã, estão no elevador e vão começar o seu trabalho
num escritório, etc.
k) ATIVIDADES COMPLEMENTARES - Um ator inicia um movimento qualquer
e os outros procuram descobrir qual é essa atividade, para então realizarem as atividades
complementares. Exemplo: os movimentos de um árbitro durante um jogo, complementado
pelos jogadores defensores e atacantes; um chofer de táxi complementado pelo passageiro;
um padre rezando missa complementado pelos fiéis, etc.
l) DESCOBRIR A ALTERAÇÃO - Duas filas, cada ator frente a outro,
observando-se; viram-se de costas um para o outro e alteram um determinado detalhe nas
suas próprias pessoas; voltam a olhar-se e cada um deve descobrir a alteração do outro.
m) ILUSTRAR UMA HISTÓRIA - Um grupo de atores conta uma história, cada
um por sua vez, enquanto no palco outro grupo de atores ilustra essa história, utilizando os
seus corpos.
n) RITUAL MUDO - Os atores realizam rituais bem conhecidos porém só em
mímica, procurando analisar, exagerando ou não; casamento, enterro, concerto para piano
e orquestra, etc.
o) AQUECIMENTO VOCAL - Em grupos, cada qual emitindo um som diferente,
procura forçar o outro grupo a ir atrás do seu som criar ritmos com o seu próprio nome.
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9.2 APRECIAÇÃO DE FILMES (LONGA METRAGEM)
Criar uma sinopse dos filmes – Um resumo onde apresentam o tema, os
personagens, e como eles se desenvolvem durante a história. Enfim, fazer um quadro
sintético da obra.
a) Tempos Modernos – Charles Chaplin, 1936.( duração 120 minutos).
Sinopse: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma “maquina
revolucionária” para evitar a parada do almoço é levado a loucura pela monotonia frenética
do seu trabalho. Após um longo tempo em um sanatório, curado, mas desempregado, acaba
sendo preso por engano, achando que ele era líder de uma manifestação política. Foge e
encontra uma moça roubando para sustentar os irmãos, se apaixona por ela tenta ajudá-la e
ai a miséria fica mais leve.
b) O Grande Ditador _ Charles Chaplin, 1952. (duração128 minutos)
Sinopse: Charles faz uma critica mordaz em que caricaturiza a ânsia de poder e
glória de um ditador chamado Hynkel, alter-ego de Hitler, de cujos exatos discursos
Chaplin realiza uma memorável imitação. Já o humano Carlitos é, nesse filme, um barbeiro
judeu que sofre amnésia, ainda que continue a ser o indeciso e distraído personagem de
sempre e que, por acaso, se converte no herói da trama.
OBJETIVOS
* Analisar a critica irônica de Chaplin, tanto em Tempos Modernos, a questão do
homem moderno e as máquinas, tanto em O Grande Ditador que retrata de forma também
irônica a Segunda Guerra mundial.
* Reconhecer os elementos do cinema, em filmes que sem o uso da fala pode
transmitir seu recado.
* Observar as expressões faciais e corporais, na interpretação de Chaplin.
* Analisar a fotografia, sonoplastia, gênero, figurino, cenário, tipos de
enquadramento, luz, planos entre outros aspectos da linguagem cinematográfica.
Atividade: Deixar que o aluno crie a sinopse do filme, colocando o seu ponde de
vista em relação ao filme.
Fazer uma relação dos elementos cinematográficos encontrado nos filmes. Citando
cada um deles.
Em mesa redonda um fórum.
Em Tempos Modernos - A vida moderna realmente deixa o cidadão alienado?
Em O Grande Ditador - O que o homem já fez, e ainda faz por discriminação
racial?
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Nesses dois filmes além de apresentar duas maravilhosas produções da sétima arte,
os alunos vão refletir sobre as barbáries do homem, o sofrimento que ele causa no outro
por ambição e poder.
9.3 APRECIAÇÃO DE FILMES (CURTA METRAGEM)
OBJETIVO
* Sensibilizar, com temas atuais.
* Reconhecer os elementos do cinema.
* Analisar os elementos de pesquisa para a concretização de um filme.
Os curtas apresentados serão:
a) Ilha das Flores – 13 min. Documentário/Experimental de Jorge Furtado, 1989
Sinopse: Um ácido divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo.
Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até o lixo, o curta
escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do
caminho.
b) O Xadrez das Cores – 22 min. Ficção de Marco Schiavon, 2004.
Sinopse: Cida, uma mulher negra de 40 anos, vai trabalhar para Maria, uma velha
de 80 anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas
mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra.
Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de
um jogo de xadrez. Onde as peças negras valem tanto quanto as brancas.
c) Enquanto a tristeza não vem. – 20 min. Documentário de Marco Fialho, 2003.
Sinopse: O compositor Sérgio Ricardo expõe sua visão, em depoimento ousado e
emocionante, acerca da história do Brasil, de JK aos nossos dias, salientando, sobretudo, os
descaminhos da cultura brasileira a partir do golpe militar de 64.
d) Tiros em Columbine. – Documentário de Michael Moore, 2002.
Sinopse: O diretor e narrador Michael Moore investiga a fascinação dos
americanos pelas armas de fogo, ele questiona a origem dessa cultura bélica e busca
respostas visitando pequenas cidades do Estados Unidos, onde a maior parte dos
moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde
fica o colégio Columbine. Lá os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as
armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore
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também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana de
Rifle.
Sites aonde irão encontrar os filmes, sugeridos acima:
www.curtanaescola.org.br
www.youtube.com.br
Questionário, em relação à observação dos curtas:
OBJETIVO
* Refletir, analisar a temática do filme, o propósito, a pesquisa feita para
construção do filme.
1) Qual a temática tratada no documentário?
2) Existe relação entre as imagens da história e o tema?
3) Qual é o propósito desse trabalho?
4) Quais os elementos artísticos que aparecem no filme?
5) Houve pesquisa científica, para realização desse trabalho? Onde isso ocorre?
6) Qual foi o momento mais importante do filme? Por quê?
7) A mensagem do vídeo ficou clara, ou você faria de outra forma?
8) Que filmes você já viu que tem relação com o tema?
9) Existe outra forma de abordar esse assunto? Qual?
10) Você o filme uma ferramenta importante para a reflexão? Por quê?
9.4 ATIVIDADES PARA A CRIAÇÃO DE UM ROTEIRO
OBJETIVO:
* Criar um roteiro de filme a partir de uma pergunta.
* Qual é o assunto (TEMA) que vamos pesquisar, o que está aguçando a nossa
curiosidade?
Como nosso objetivo e fazer o jovem refletir sobre a violência em geral, aqui cabe
o professor levantar alguns temas que podem, se aceitas pelo grupo, iniciar o trabalho de
pesquisa e criação do roteiro:
Temas sugeridos: Racismo, drogas dicção, violência doméstica, meio ambiente
poluído, trabalho escravo, responsabilidade no trânsito, mídias a favor do consumismo,
respeito com o deficiente físico.
a) LEITURA DE JORNAIS – Leitura e discussão dos acontecimentos políticos e
sociais mais importantes do momento. Desmistificação da imprensa, pegar a notícia que
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tenha chamado mais atenção do grupo e desenvolver um roteiro, não muito longo, que
deverá ser apresentado diante da turma em uma semana.
b) PARTICIPAÇÃO DE TODOS – Cada integrante do grupo, conta uma parte da
história, e ela vai se formando de acordo com a pesquisa e criatividade de todos. O início
da história pode ser contada pelo professor.
c) PARÓDIAS DE CLÁSSICOS DA LITERATURA – Transformar, grandes
clássicos, histórias de épocas como Romeu e Julieta, em histórias futuristas, histórias que
poderiam ser vividas hoje.
d) RESUMO DE FILMES – O grupo escolhe um filme que todos conheçam e
fazem um pequeno resumo, que poderá se transformar em um clip do filme.
e) HISTÓRIAS VERÍDICAS – Aqui é já o início para a criação de um
documentário. Cada aluno, conta sua história de vida, ou uma história que conheça de um
amigo, vizinho ou parente, histórias relacionadas à violência em sociedade, a mais
interessante será transformada em filme. Para que não seja uma coisa individual, o aluno
terá que fazer uma pesquisa em cima do assunto, em jornais, net, comunidade, etc.
Fazer filmes é um ato de pensar sobre as coisas, É um ato de comunicar com outras
pessoas. É um ato de refletir sobre si mesmo. É uma forma de se relacionar com o mundo.
f) DISTRIBUIÇÃO DAS FUNÇÕES – Roteiro pronto é hora de separar as funções
de cada integrante do grupo: Diretor, câmera, sonoplasta, atores, diretor de fotografia,
editor.
OBJETIVO
* Discernir, cada aluno com a função mais apropriada a ele para que ele possa
desenvolver um bom trabalho.
g) FILMAGEM – Alunos em ação: Roteiro, câmera, cenário do filme, pessoal
preparado é hora de iniciar as filmagens: Luz, Câmera, Ação.
OBJETIVO
* Produzir cenas que vão se transformar em curtas usando câmera filmadora.
* Segurar a câmera com firmeza.
* Ajustar corretamente à distância dela com a imagem a ser filmada.
* Enquadrar a imagem corretamente.
* Observar as condições de luz.
Captar imagens relacionadas ao documentário, escrito através de um roteiro. Ir
aonde as pesquisas indicam que iram obter melhores imagens relacionada ao tema
escolhido.
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Analisando o enquadramento da imagem, a luz oferecia no momento, ver se é
apropriada, a distância em relação ao objeto a ser filmado, ou seja, seguir todos os detalhes
para obter boas imagens.
h) EDIÇÃO DO FILME
OBJETIVO
* Elaboração do filme.
* Escolher as imagens mais apropriadas de acordo com o enredo do filme.
* Fazer a sonoplastia do filme, escolher músicas apropriadas com o contexto.
* Criar textos, pode ser em forma de poesia, para enriquecer o trabalho.
A hora da edição é quando o grupo todo senta para rever, analisar as imagens,
retomar ao roteiro.
Com as imagens no computador onde serão editadas, selecionadas, os alunos terão
melhor visualização do trabalho. Se o grupo decidir usar o programa Movie Maker, poderá
usar nesse caso ele usará mais fotos.
Ouvindo todos do grupo, analisando as ideias, é hora de escolher as melhores
imagens, a música apropriada, e sugestão de texto para melhor produção do curta.
i) PUBLICIDADE DO FILME.
OBJETIVO:
* Criar cartazes, com uma imagem e o nome do filme juntamente com o da equipe,
algum tempo antes da amostra, para aguçar a curiosidade da plateia.
É necessário criarmos um CARTAZ, mostrando o melhor momento do filme. Esse
cartaz poderá ser feito com foto da imagem que mais marcou o filme ou desenho, a letras
deveram ressaltar o filme, não podendo faltar o nome dos integrantes do filme e em maior
destaque o nome do filme e o dia da estréia.
A divulgação com os cartazes poderá ser feita por toda a comunidade escolar.
j) EXIBIÇÃO DOS FILMES.
OBJETIVO:
* Apresentar ao grande público, comunidade escolar, os filmes produzidos pelos
alunos.
* Analisar a reação do público em relação ao filme: houve reflexão?O filme
alcançou o seu objetivo?
Para alcançar tais objetivos é necessário que as sessões deverão ser feitas de acordo
com a faixa etária com o assunto a ser apresentado, em ambiente e horário escolar.
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Será interessante fazer uma caixa de sugestões, para que o aluno público participe
do evento.
Fazer filmes é um ato de pensar sobre as coisas, é um ato de comunicar com outras
pessoas. É um ato de refletir sobre si mesmo. É uma forma de se relacionar com o mundo.
Nossos antepassados se sentavam no chão, em volta de uma fogueira ou em volta
de um fogão a lenha, para contar histórias. Nós hoje sentamos, diante de uma tela, TV,
Computador ou cinema, e durante uma hora e meia, assistimos a um filme. Ou seja, o
homem sempre teve necessidade de contar histórias, sendo elas verídicas ou não o fato é
que elas mechem com o emocional de todos; essa é a alma do cinema.
k) ÚLTIMA ETAPA – REFLEXÃO.
* OBJETIVO GERAL – Refletindo através de questões, debate, mesa redonda.
Agora é que veremos se os filmes serviram para uma reflexão mais elaborada sobre a vida
do cidadão em sociedade.
Respondendo algumas questões, fazendo uma alta avaliação sobre a influência dos
filmes em nossas vidas, vamos relatando os fatos e comparando como seria uma sociedade
em harmonia.
1) Que relação o filme tem com minha vida?
2) As imagens, sons, palavras me causaram algum constrangimento?
3) O que leva algumas pessoas terem atitudes violentas para com outras pessoas?
4) Ainda existe preconceito em relação à: Racismo, Religião, Condição Social?
5) Em que situações você encontra tais preconceitos?
6) Qual é maior busca da humanidade?
7) O que devemos fazer para alcançar esse objetivo?
8) Sua vida pode ser diferente, mais sensata, mais humana?
9) Escreva uma frase que resume o que foi esse trabalho pra você:
Construir um painel, usando a parede da sala de aula, nesse painel colocar fotos,
frases, palavras que marcaram, nome dos filmes, letras das músicas que estão nos filmes.
Enfim um painel que marque os fatos mais marcantes do trabalho realizado.
Para que o trabalho não seja esquecido na memória dos alunos, cada um fica com
uma cópia do trabalho que criou e, se preferir, do trabalho dos colegas.
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BIBLIOGRAFIA
BOAL Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro. 9ª Edição. Editora: Civilização Brasileira. Rio de Janeiro RJ. 1989.
CHIAPPINI Ligia, M. L. O Foco Narrativo, 7 edição, Editora Àtica, São Paulo, 1994.
Foto wwwhttp://pt.wikipédia.org/wwki/Auguste_Elouis_Lumi%C3%A8re
http://es.wikipedia.org/wiki
http://www.dionisus.hpg.ir.com.br/origem/htm
NOVELLY Maria C. tradução OLIVEIRA Fabiano A. Jogos Teatrais-Exercícios para grupos e sala de aula. 3ª Edição. Editora: Papírus, Campinas SP.1994.
PARANÁ Secretária de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Arte . Curitiba, SSED, 2008.
RIVERA Tânia, Cinema, Imagem e Psicanálise, Rio de Janeiro,Ed Jorge Zahar, 2008.
SAVIANI. D, Pedagogia Histórico-crítica, Primeiras Aproximações. Campinas, Autores Associados, 2000.
www.curtanaescola.org.br
www.telabr.com.br
www.unificado.com.br/calendario/03/chaplin.htm
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico. Rio de Janeiro; Editora: Paz e Terra, 1984.