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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA
DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
LILIAN SIMONE LEMOS WAHL
“NECESSIDADE URGENTE: MUDANÇA DE ATITUDE”
QUATIGUÁ – PARANÁ
2011
2
LILIAN SIMONE LEMOS WAHL
ARTIGO CIENTÍFICO
Artigo Científico, apresentado à Universidade do Norte Pioneiro – UENP Campus de Jacarezinho, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Geografia, para a obtenção do título professora PDE, sob a orientação do professor: Aécio Rodrigues de Melo.
QUATIGUÁ – PARANÁ
2011
3SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................06
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................08
2.1 CONSUMO E CONSUMISMO .................................................13
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO .............................................19
3.1 AÇÃO 1 ....................................................................................20
3.2 AÇÃO 2 ....................................................................................20
3.3 AÇÃO 3 ....................................................................................20
3.4 AÇÃO 4 ....................................................................................20
3.5 AÇÃO 5 ....................................................................................21
3.6 AÇÃO 6 ....................................................................................22
3.7 AÇÃO 7 ....................................................................................22
3.8 AÇÃO 8 ....................................................................................23
4. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ......................................................23
5. GRUPO DE TRABALHO EM REDE ............................................23
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................24
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................25
4NECESSIDADE URGENTE: MUDANÇA DE ATITUDE
Lílian Simone Lemos Wahl
Lílian Simone Lemos Wahl¹Aécio Rodrigues de Melo²
RESUMO
O desrespeito pela natureza tornou-se tão grande, que a maioria da população sequer se pergunta ou reflete acerca da origem das coisas e de nossa responsabilidade em relação à produção do espaço. Desta forma, faz-se necessário uma reflexão que leve em conta as relações sociais e as consequências que a ação humana imprime na formatação da primeira em segunda natureza. É na geografia e na Escola que encontramos uma porta aberta para começarmos a introduzir conceitos que levem o ser humano a refletir seus atos e mudar seus hábitos de consumo para garantir a sobrevivência de gerações futuras neste planeta. A grande questão que se coloca hoje é: será possível a sustentação dessa sociedade por muito tempo? Será que o modelo de desenvolvimento atual, teria elementos com capacidade de estabelecer agentes reguladores capazes de restabelecer o equilíbrio ambiental? Que políticas públicas darão conta desses desafios, que exigem um acordo entre todos os países e sua implementação em cada país? Neste sentido temos a incumbência de trabalhar a Educação Ambiental, contribuindo para formar cidadãos conhecedores das causas dos problemas ambientais, conscientizando os alunos para atuarem na sociedade de maneira crítica, reconhecendo que alguns poluem, desmatam, degradam, mas o prejuízo é de todos. O artigo em questão é resultado de uma experiência com Educação Ambiental que teve como objetivo central envolver os alunos em um projeto, no qual eles participaram ativamente desenvolvendo atividades que buscavam alternativas para intervir de maneira positiva para melhoria do ambiente em que vive.
Palavras- chave: Geografia; Consumo; Sustentabilidade; Educação Ambiental; Conscientização.
¹Professora de Geografia do Colégio Estadual João Marques da Silveira Ensino Fundamental e Médio – Professora PDE 2009. Graduada em História pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho (FAFIJA) e Geografia pelo Instituto Superior do Litoral do Paraná (ISULPAR); Pós Graduada em História pela FAFIJA.E-mail: [email protected]²Artigo orientado pelo Professor Aécio Rodrigues de Melo do Departamento de Geografia da UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio.
5ABSTRACT
The disregard towards nature has become so evident that most people neither question themselves nor reflect about the origin of things and our responsibility regarding the production of space. Due to this situation, it is necessary more reflection considering the social relations and the results of human actions, which transform the nature created by God into another one. When we study geography at school, we find an open door that begins introducing concepts that make human beings reflect their actions and change their consumption habits in order to guarantee the survival of future generations in this planet. The big question today is: Will it be possible to keep our society, the way it is, for a long time? Does the current model of development have elements which can establish regulating agents capable to restore environmental balance? Which public policies will take into account the challenges that require an agreement among all countries and their implementation in each one of them? In this sense, we have the assignment to work with Environmental Education, helping to prepare citizens to know the causes of environmental problems by educating students to act in our society in a critical way, recognizing that pollution and jungle clearing are not only degrading, but hazardous to everybody. The article presented is the result of an experience with Environmental Education that had as the main objective to involve students in a project, in which they participated actively, developing tasks that searched for alternatives to interfere in a positive way in the environment where they live in order to improve it.
Keywords: Geography; consumption; sustainability; environmental education; awareness.
61. INTRODUÇÃO
Atualmente sabemos da necessidade de tomarmos consciência da situação
em que se encontra nosso planeta; não podemos nos esquecer que estamos nesse
barco e que temos nossa parcela de culpa por tudo que acontece. Então vamos
olhar a questão ambiental, iluminados pela necessidade de decidirmos sobre os
destinos do nosso planeta, sem delegar a uma única pessoa a responsabilidade pela
sobrevivência ou submissão a essa profunda crise em que nos encontramos (todos)
envolvidos. Somos milhões de brasileiros, e bilhões de seres humanos que
dependem desse habitat, homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, negros,
homossexuais, minorias étnicas, ricos, pobres, enfim, somos pessoas que
dependemos dos recursos deste planeta e que este funcione harmonicamente.
Precisamos aprender a conhecê-lo e respeitá-lo, a dialogar com a natureza, para
que ela não nos responda com fúria.
Desde a Revolução Neolítica com o desenvolvimento da agricultura, a
humanidade avança rapidamente rumo ao desenvolvimento tecnológico e ao
controle da natureza. O próprio ser humano na maioria das vezes fica
impressionado com as suas descobertas e conquistas. No entanto, se por um lado a
explosão de desenvolvimento que vivenciamos ao longo dos séculos, e
especialmente nos últimos 50 anos, trouxe tantos benefícios, apresenta também o
seu lado negativo. Houve um tempo em que se acreditava que os recursos naturais
como a água e o ar eram infinitos e que a natureza seria capaz de absorver e
depurar todo o lixo produzido. A possibilidade de esgotamento dos recursos naturais
não preocupava a humanidade e o crescimento econômico estava totalmente
atrelado a setores produtivos altamente poluentes e destrutivos. O desenvolvimento
global vivenciado nas últimas décadas foi acompanhado por expressiva melhoria
nos padrões de vida dos países ricos, enquanto nos países pobres não ocorreu o
mesmo, os últimos tempos são marcados por disparidades. De um lado
presenciamos consumo exagerado, enquanto de outro, exploração, fome, miséria,
poluição, lixo, desmatamentos, guerras, etc.
7A grande questão que se coloca hoje é: será possível a sustentação dessa
sociedade por muito tempo? Será que o modelo de desenvolvimento atual, teria
elementos com capacidade de estabelecer agentes reguladores capazes de
restabelecer o equilíbrio ambiental? Será que esse mesmo desenvolvimento
tecnológico que exclui bilhões de pessoas, conseguirá normalizar a exploração nos
recursos naturais? Que políticas públicas darão conta desses desafios, que exigem
um acordo entre todos os países e sua implementação em cada país?
Diante de todos esses impactos ambientais, a educação é vista como um dos
processos de desenvolvimento humano, responsável pelas estruturas das políticas
de conhecimento, pela mudança de mentalidades, bem como pela formação de
novas identidades sociais. Portanto, é nessa construção e compreensão que a
educação ambiental parece surgir, como mediadora à problemática socioambiental e
caracterizada como um fenômeno social complexo. Através da educação ambiental
vamos conhecer e refletir sobre um caminho para se conquistar um desenvolvimento
de uma sociedade voltada para a sustentabilidade.
Diante de tantos problemas ambientais acima relatados, a professora PDE
2009 - 2010, procurou centrar seu projeto de intervenção pedagógica na
preocupação com os hábitos de consumo e de como estes têm sido causa de uma
série de problemas ambientais. O Projeto implementado no Colégio Estadual João
Marques da Silveira EFM, teve como objetivo principal, sensibilizar e conscientizar
primeiramente os alunos, depois a comunidade quatiguaense, para os graves
problemas ambientais que nós enfrentamos hoje em nossa cidade e até mesmo no
mundo, sempre ressaltando que a incorporação de novos hábitos de consumo e a
mudança de comportamento em relação à natureza muito tem a contribuir para um
ambiente mais saudável para todos.
Através da implementação do projeto intitulado – “Necessidade Urgente:
Mudança de Atitude” a docente pretendeu através de suas aulas de Geografia
introduzir discussões que levem assim os jovens a refletirem seus hábitos de
consumo e seu relacionamento com a natureza, bem como executar algumas
atividades práticas favoráveis, à melhoria e qualidade de vida.
82. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Diante de todos os problemas ambientais que estamos vivenciando, e como
professora da disciplina de Geografia, vejo a necessidade de trabalhar no sentido
de formar valores, habilidades e capacidades para orientar uma transformação da
sociedade. Buscar nessa disciplina uma mola propulsora para conquistar uma
educação ambiental, pensando no desenvolvimento sustentável de nosso planeta.
Com o desenvolvimento desse projeto pretendemos levar os alunos e a comunidade
refletir sobre:
- por que nosso planeta apresenta tantos problemas ambientais, como: a poluição
das águas, do ar, aquecimento global, efeito estufa, buraco na camada de ozônio,
desmatamentos, extinção de espécies animais e vegetais, e uma infinita
desigualdade social?
- por que muitas vezes ouvimos notícias sobre o consumo exagerado em países
desenvolvidos e subconsumo em países subdesenvolvidos?
- por que alguns países possuem riquezas em excesso e outros são tão carentes?
- Até quando nosso planeta vai resistir à sociedades consumistas como a nossa?
Frente a essas questões e na tentativa de buscar um esclarecimento e uma
conscientização, com o presente projeto, pretendemos formar no nosso alunado e
em nossa comunidade um caráter voltado para a preservação dos recursos naturais,
e a construção de uma sociedade mais humana e menos desigual, vamos
sensibilizá-los para entender que a nossa vida necessita de um meio ambiente
saudável para todos.
Estamos vivendo num momento em que o desrespeito pela natureza tornou-
se tão grande que a maioria da população sequer se pergunta ou reflete acerca da
origem das coisas e da nossa responsabilidade em relação a produção do espaço.
O homem através de seu trabalho transforma a natureza e constrói aquilo que lhe é
necessário. Diante desse grande problema que enfrentamos, faz-se necessário
buscar na Geografia, enquanto ciência do espaço, a sua contribuição para o estudo
do que atualmente vem se chamando de Educação Ambiental. Utilizando as idéias
pedagógicas do educador brasileiro Paulo Freire, vamos procurar encontrar uma
maneira de sensibilizar a população da importância de se adquirir alguns hábitos
9voltados para a proteção da natureza e melhoria do meio ambiente. Assim, a
Educação Ambiental enquanto conteúdo do ensino básico tratado pela Geografia,
tem importância fundamental para a construção de uma sociedade mais igualitária e
para o uso racional dos recursos naturais, uma vez que os mais pobres são os mais
afetados pela degradação do Planeta.
É de grande relevância resgatarmos dois pensamentos clássicos da
Educação pertinentes para os que atuam na Educação Ambiental, e que deve ser
discutido. “A Educação é um ato político” (Paulo Freire), posto que constrói por meio
das relações sociais e pedagógicas a base instrumental, a consciência política e a
capacidade crítica para se agir na história, na busca permanente e dinâmica da
sociedade que desejamos; e “a educação é um ato de amor” (Rubens Alves), pois
resulta do compromisso social e do respeito a si mesmo, ao outro e à vida, movida
que é pela paixão de viver e pelo sentimento de pertencimento ao planeta. O ser
humano é capaz de aprender muitas coisas, e realmente a educação ambiental lhe
dará uma base para ele adquira consciência política e seja um cidadão crítico, onde
possa dar um novo rumo aos absurdos que acontecem em nosso planeta, Educar é
um ato de amor, com amor se constrói maravilhas, o amor levará o homem a
entender seu papel e a necessidade do presente de fazer valer o amor pelo planeta.
É importante trabalhar nosso interior e também propiciar aos outros a realização
desse exercício de uma nova sensibilidade (por exemplo, ouvir mais nossa intuição,
nosso corpo, o outro, os elementos da natureza, pensar e ser simples na
complexidade, críticos e questionadores das obviedades) que possibilite uma
participação que ultrapasse a presença física em reuniões e nas instâncias de
decisão e se manifeste nas atitudes e comportamentos cotidianos de compromisso
com a vida.
Em Paulo Freire, encontramos uma passagem que representa muito bem a
questão de que não se ama os outros, sem amar, em primeiro lugar, a natureza, o
ambiente.
Não creio na amorosidade entre homens e mulheres, entre seres humanos, se não nos tornarmos capazes de amar o mundo. A ecologia ganha importância neste fim de século. Ela tem de estar presente em qualquer prática educativa de caráter radical, crítico ou libertador. (FREIRE, 2000, p.67)
10Paulo Freire nos dá motivos para lutar pela superação dos problemas
vivenciados pela sociedade, em primeira instância, na frase registrada em muitos
dos seus textos que é a seguinte: “Mudar é difícil, mas é possível”. Segundo Freire
(1999), este é um dos saberes necessários à prática, educativa. Na nossa
compreensão este saber tem extrema importância para o ensino de Geografia e
Educação Ambiental.
A partir do momento em que temos consciência de que “mudar é difícil mas
possível”, problematizamos a possibilidade de cair na tentação de dizer que o
mundo é determinado. Mas sempre se tem esperança, sem a qual “não haveria
História, mas puro determinismo” (FREIRE 1999, p. 81). A luta em defesa da
esperança se torna mais forte ainda quando alguém mostra que a perdeu, “[...] por
que percebi que, na minha esperança, procurava alento para a dele” (FREIRE, 1995,
p. 86).
Assim, pensamos que somente é possível ter uma Educação Ambiental e um
ensino de Geografia útil – útil para nós significa dizer que busque uma sociedade
mais justa – para a construção de uma sociedade mais igualitária, se tivermos
posicionamentos críticos que busquem o desmascaramento e a libertação de
ideologias dominantes. Mas sabemos que isso não é um processo de fácil
realização, então volto na frase de Paulo Freire, “Mudar é difícil mas possível”.
Encontraremos muitas barreiras pela frente, pois fazer uma educação ambiental em
determinadas localidades, será como mexer em uma caixa de abelhas.
Quando se fala em posicionamentos refere-se às atitudes que o educador, no
nosso caso professor de Geografia, deve desempenhar no tratamento tanto dos
conteúdos de “geografia geral” quanto ao que se relaciona aos temas ambientais.
Freire (1995, 1999 e 2000) com freqüência retoma a questão da curiosidade
ingênua, que pode tornar-se epistemológica. Para que essa passagem se dê, o
professor na verdade deve ser um instigador, “o papel do educador progressista é
desafiar a curiosidade ingênua do educando para, com ele, partejar a criticidade. É
assim que a prática educativa se afirma como desocultadora de verdades
escondidas” (FREIRE, 1995, p. 79). E mais, para Paulo Freire (1999, p. 25), “[...]
quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao
ser formado”.
11Segundo o grande educador Paulo Freire, a escola procura trabalhar com o
educando no sentido de despertá-lo para compreender como funcionam as coisas, e
que é somente através da incorporação desse tipo de formação é que o aluno irá
conseguir se formar para atuar na sociedade em prol da defesa de um ambiente
melhor para sobreviver. Através da Educação ele pode encontrar caminhos, para
atuar na sociedade de forma que tenha condições de interferir quando necessário,
pois, ela fornece as condições legais, científicas para isso, é preciso se formar, para
poder atuar.
A educação ambiental constitui uma área de conhecimento eminentemente
interdisciplinar, em razão dos diversos fatores interligados e necessários ao
diagnóstico e à intervenção que pressupõe. Historicamente, ela vem se impondo às
preocupações de vários setores sociais como um campo conceitual, político e ético.
No entanto, essa área ainda se encontra em fase de construção, o que acarreta
diversas confusões conceituais, conseqüências esperada em um campo teórico
recente.
Ter a educação ambiental como objetivo de reflexão, motivo para a
participação em ações em diferentes instâncias sociais, exige a garantia de alguns
pressupostos que vêm se concretizando ao longo e por meio de etapas não somente
coletivas, como também individuais. Poderíamos discriminá-las do seguinte modo:
• acesso ao conhecimento, a valores e habilidades relativos à realidade,
conforme os aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais;
• direito a formas de organização de pessoas, a partir da consciência de
direitos e deveres, como estágios de participação nas esferas de poder na
sociedade;
• direito ao acesso a mecanismos e locais de negociações, de diálogo, de
debate e de troca de idéias, com fundamento na liberdade, na igualdade e na
justiça.
Esses pressupostos referem-se, na realidade, a direitos básicos de cidadania,
tais como os políticos e civis: liberdade de expressão, direito à organização, acesso
à informação e direitos sociais, como educação e cultura. Os direitos civis e
12políticos, como ir e vir, organizar-se, liberdade de crença, votar e ser votado,
liberdade de imprensa e outros, antecederam, historicamente, os direitos sociais,
tais como o direito à educação, à saúde ou à moradia.
Diante do que foi exposto nos parágrafos anteriores, vemos que o ser humano
tem seus direitos e seus deveres dentro da sociedade em que vive, para que possa
fazer valer seus direitos, ele precisa conhecê-los, somente assim, poderá atuar no
espaço em que vive e reclamar aquilo que lhe é de direito. Mas, também é
necessário que seja um cidadão cumpridor de seus deveres. Para que este cidadão
conheça seus direitos e deveres, necessita ser capacitado, e o órgão que fará essa
mediação é o ambiente escolar. Assim ele poderá reclamar e lutar para formar uma
sociedade mais justa, digna, e prover um ambiente melhor para assegurar sua
sobrevivência. A Educação ambiental, é a mola propulsora que irá levar o ser
humano a compreender que hoje em dia precisamos levar a sério a política
ambiental e a fala dos cientistas, que vem nos alertando.
Dentro da visão geográfica, a sociedade não é encarada a partir apenas das
relações sociais entre classes e grupos, mas também de sua integração à natureza.
Neste sentido fica evidente a necessidade que tem o profissional com formação em
Geografia, conforme Andrade (2002), de estar atento aos problemas ligados à
posição geográfica, ao relevo, ao clima, à hidrografia e à vegetação. Ao mesmo
tempo é fundamental que este profissional não deixe de perceber os problemas
sociais e econômicos ligados à população, sua divisão em classes sociais, grupos
religiosos, ideologias e sistemas políticos, nível de cultura e identificação histórica.
Os fatos físico-naturais e os socioeconômicos devem ser encarados de forma
integrada, aspecto que demanda visões inter-multi-pluridisciplinares e que
contribuem com diferentes processos de Educação Ambiental.
A problemática ambiental propõe a necessidade de internalizar um saber
ambiental emergente em todo o conjunto de disciplinas, tanto das ciências naturais
como sociais e aplicadas, para construir um conhecimento capaz de captar tanto a
multicausalidade quanto as relações de interdependência dos processos de ordem
natural e social que estão envolvidos nas inúmeras problemáticas socioambientais
do presente. Neste contexto questiona-se muito mais a fundo a racionalidade da
civilização moderna, pois a sociedade capitalista gerou um crescente processo de
13racionalização formal e instrumental que moldou todos os âmbitos da organização
burocrática, os métodos científicos, os padrões tecnológicos, os diversos órgãos do
corpo social e os aparelhos jurídicos e ideológicos do Estado. De acordo com Leff:
A questão ambiental não só propõe a necessidade de introduzir reformas no Estado, de incorporar normas ao comportamento econômico, de legitimar novos valores étnicos e procedimentos legais e de produzir técnicas para controlar os efeitos poluidores e dissolver as extremidades sociais e ecológicas geradas pela racionalidade do capital; a problemática ambiental questiona os benefícios e as possibilidades de manter uma racionalidade social e ecológicas geradas pela racionalidade social fundada no cálculo econômico, na formalização, controle, uniformização dos comportamentos sociais e na eficiência de seus meios tecnológicos, que induziram um processo global de degradação socioambiental, socavando as bases de sustentabilidade do processo econômico e minando os princípios de equidade social e dignidade humana. Num sentido propositivo, a questão ambiental abre assim novas perspectivas para o desenvolvimento, descobrindo novos potenciais ecológicos, tecnológicos e sociais, e propondo a transformação dos sistemas de produção, de valores e de conhecimento da sociedade, para construir uma racionalidade produtiva alternativa. (LEFF, 2001, p.125).
A sociedade de forma geral precisa conhecer as leis ambientais para que ela
tenha subsídios para poder fazer valer sua participação, organizada nos processos
de elabaração, fiscalização e aplicação de instrumentos legais, seja por meio da
fixação de políticas ambientais, da fiscalização e controle, da educação ambiental,
ou da implementação de novos instrumentos de proteção, a exemplo dos existentes
(Ação Cível Pública, Ação Popular, Mandado de Segurança, entre outros).
Esse é um meio de ação cidadã pouco utilizado. Mas é um mecanismo eficaz
no cumprimento da lei que exige a participação ativa da denúncia, encaminhamento
do processo e reflexão sobre os mecanismos de pressão jurídicos e políticos em
defesa do ambiente.
2.1. Consumo x Consumismo.
14Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem
consciência. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência
que as empresas, por meio da propaganda e da publicidade, bem como a cultura
industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que
elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um
fenômeno da sociedade contemporânea.
A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas
adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já no
consumismo a pessoa gasta tudo aquilo que tem em produtos supérfluos, que
muitas vezes não é o melhor para ela, porém é o que ela tem curiosidade de
experimentar devido às propagandas na mídia e ao apelo dos produtos de marca.
No entanto, a definição de necessidade supérfluas é algo relativo, já que um produto
considerado supérfluo para alguém pode ser essencial para outra, de acordo com as
camadas sociais a que a população pertence. Isso pode gerar violência, pois as
pessoas que cometem crimes na maioria das vezes não roubam ou furtam nada por
necessidade, e sim por vontade de ter aquele produto, e de não ter condições de
adquirí-lo. Nesses casos, a necessidade de consumo se torna uma doença, uma
compulsão, que deve ser tratada para evitar maiores danos à pessoa. Muitas vezes
o consumismo chega a ser uma patologia comportamental. Pessoas compram
compulsivamente coisas que elas não irão usar ou que não têm utilidade para elas
apenas para atender à vontade de comprar.
A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases
históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A
industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era possível durante o
período artesanal. A indústria trouxe o desenvolvimento, num modelo de economia
liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados. Além
disso, trouxe também várias conseqüências negativas por não se ter preocupado
com o meio ambiente. A Revolução Industrial do século XVIII transformou de forma
sistemática a capacidade humana de modificar a natureza, o aumento vertiginoso da
produção e por consequência da produtividade barateou os produtos e os processos
de produção, com isso milhares de pessoas puderam comprar produtos antes
restritos às classes mais ricas.
15A sociedade capitalista da atualidade é marcada por uma necessidade
intensa de consumo, seja por meio dos mercados internos, seja por meio dos
mercados externos, já que um aumento do consumo, registra-se uma maior
necessidade de produção, que para atender a esta demanda gera cada vez mais
empregos, que aumentam a renda disponível na economia e que acaba sendo
revertida para o próprio consumo. O excesso de todo este processo leva a uma
intensificação da produção e consequente aumento da extração de matérias-primas
e do consumo de energia, muitas vezes, de fontes não-renováveis. (site:
http://pt.wikpedia.org/wikj/consumismo).
É fundamental que o ser humano não se esqueça que faz parte do mundo
natural, e que assim deve lutar pela preservação dos recursos naturais, deixando de
lado o consumo desenfreado e desnecessário provocado pela propaganda
enganosa pregada pelo sistema capitalista, como nos atesta LAYRARGUES:
Hoje mesmo que um determinado produto ainda esteja dentro do prazo da sua vida útil, do ponto de vista funcional, simbolicamente já está ultrapassado. A moda e a propaganda provocam um verdadeiro desvio da função primária dos produtos. Ocorre que a obsolescência planejada e a descartabilidade são hoje elementos vitais para o modo de produção capitalista, por isso encontram-se presentes tanto no plano material como no simbólico (LAYRARGUES, 2005. p. 184).
Esse consumismo desenfreado apresentado pela sociedade atual, está
gerando consequências gravíssimas ao nosso planeta, pois essa escala de
produção para atender os consumistas gerou uma enorme pressão ambiental sobre
os recursos naturais, que já demonstram sinais de escassez e ainda geram grande
quantidade de resíduos, que causam impactos ambientais com graves reflexos na
população. A solução do problema gerado pelos resíduos deve, portanto, iniciar com
uma revisão nos padrões de consumo das populações; consumo este que é
bastante desigual entre as populações ricas e pobres. (Projeto Agrinho – p. 563)
Devemos refletir que os resíduos sem serventia que jogamos no lixo é a fonte
de sobrevivênvia de milhares de seres humanos, que vagam pelas cidades ou catam
os restos em lixões. É também necessário avaliar até que ponto a nossa geração
tem o direito de se apropriar das reservas de recursos comprometendo a qualidade
16de vida e até mesmo a possibilidade de sobrevivência de gerações futuras. (Projeto
Agrinho – p. 563).
Segundo a visão de Bourdieu, (1979 apud Pina et al., 2006) abordando o
consumo como uma prática por meio da qual os agentes buscam se distinguir na
hierarquia social. Para este autor, os mais ricos produzem bens distintos e
constantemente renovados a preços elevados à medida que as classes mais baixas
vão conseguindo reproduzir e utilizar tentando ascender socialmente. Logo,
consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade produz e
pelos modos de usá-lo.
Para Santos et al. (2008), o processo de identificação na cultura de consumo,
no qual “os sujeitos são levados a identificar-se com coisas e objetos, é cambiante,
fluído, fragmentado e parcial – objetos e coisas são usados para demarcar relações
sociais. Objetos e mercadorias determinam estilos de vida, a posição social dos
sujeitos e a maneira de interagirem socialmente.”
Na tentativa de compreender as inúmeras mudanças que vêm ocorrendo nas
sociedades contemporâneas tem-se utilizado o termo sociedade de consumo. Este
termo refere-se à relevância que o consumo tem alcançado na construção e
consolidação das nossas identidades, bem como na construção das relações
sociais. Em outras palavras, um grupo social pode ser distinguido de outro pelo nível
e estilo do seu consumo (SILVA, et al, 2008).
Considerando os dados censitários, a população mundial soma atualmente 7
bilhões de habitantes, e pensar nesses números consumindo energia (das mais
diversas formas), água, alimentos, roupas, celulares, computadores, eletrônicos em
geral, automóveis, e toda a sorte de produtos lançados, é preocupante. E preocupa
ainda mais pensar no processo final do consumo, a produção de resíduos sólidos,
líquidos e gasosos. Por ano, 30 bilhões de toneladas de lixo são jogadas no nosso
planeta, 88% do lixo doméstico é descarregado em aterros sanitários. Em países
mais desenvolvidos, a produção de lixo diária, por habitante, é de cerca de 3,2 Kg
(MACHADO et al, 2007).
Uma vez consciente desses dados não há como não refletir os impactos do
consumismo sobre o meio ambiente. A contaminação dos rios, lagos, mares e águas
subterrâneas, resultando na diminuição de água para o consumo humano além da
17perda de espécies que dependem desses habitats; o desmatamento causado a
perda de biodiversidade e mudanças nos micro climas podendo se estender para a
escala macro; a contaminação, erosão, salinização e desertificação dos solos,
diminuindo as áreas agricultáveis, e a poluição do ar com a emissão de gases de
“efeito estufa”, que prevêem catástrofes globais resultantes das alterações
climáticas.
Desta forma, é importante propor uma revolução no ato de consumir, para que
deixe de ser corriqueiro tornando-se um ato pensado, consciente, com mais
informações sobre os produtos – os seus custos sociais e os seus impactos
ambientais – e buscar, por fim, consumir menos e consumir melhor, com qualidade.
Conforme Pina et al. (2006) o modelo “compro, logo existo” imposto pelo mundo
globalizado, escraviza tornando a pessoa intoxicada. As autoras ainda traçam o
conceito de cidadão consumidor como a encarnação de um sujeito livre, no qual a
liberdade evidencia a capacidade de escolher, detectar e aplicar alternativas justas e
racionais, tratando-se, portanto, de uma pessoa crítica e solitária. Crítico frente à
presença abusiva da publicidade e dos incentivos ao consumismo, e solidária no que
tange a possibilidade de atender as necessidades básicas dos países pobres com
consumidores desfavorecidos, combatendo a desigualdade do consumo no planeta.
Diante do que foi exposto a impressão que temos é que a felicidade está
atrelada ao consumismo, a ascenção social e tudo mais, o que na verdade não o é,
pois se assim fosse, os ricos que tem poder aquisitivo para consumir em demasia,
jamais entrariam em crises depressivas, pois o dinheiro parece que resolve muitos
problemas, mas concluímos que nem todos podem ser resolvidos por ele, nem
mesmo pelo consumismo exagerado. É preciso trabalhar no sentido de construir
uma sociedade que reflita mais a respeito do consumo e do consumismo exagerado,
aprenda a consumir consciente e com responsabilidade, pois sabemos que todos os
bens que compramos são fabricados de materiais extraídos da natureza, alguns de
recursos renováveis e outros de não-renováveis. Nosso planeta clama por
preservação de seus recursos, diminuição da poluição, redução do lixo.
Hoje é de nosso conhecimento, após 20 anos de globalização da economia,
que os países desenvolvidos, embora com um sexto da população, consomem cinco
18vezes mais do que os países pobres, onde habitam aproximadamente cinco bilhões
de pessoas.
Conta-se que Maharma Ghandi, após a independência da Índia, ao ser perguntado sobre o estilo de vida britânico, respondeu: “...a Grã Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar? A sabedoria de Ghandi indicava que o modelo de desenvolvimento precisa mudar. O estilo de vida das nações ricas tem de ser restruturados para levar em consideração o meio ambiente. E nenhuma alteração ambiental pode ocorrer sem provocar impactos econômicos, por menores que sejam. (Projeto Agrinho p. 149)
De acordo com o Programa Desperdício Zero criado pelo Governo do Estado
do Paraná, através da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA,
encontramos neste uma política desenvolvida que aborda aspectos fundamentais
como: acondicionamento, coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos
urbanos, os quais estão ligados diretamente ao saneamento ambiental. Tais
aspectos, através de um Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos (GIRS),
devem ser implementados para a obtenção de resultados positivos em termos de
saúde pública e qualidade de vida.
O Programa Desperdício Zero conta com uma centena de instituições
parceiras, que constituem os Fóruns Setoriais por tipo de resíduos. Estes fóruns,
estabelecem propostas e ações para os diferentes resíduos gerados nos municípios.
A Pólitica de resíduos sólidos no Estado do Paraná, objetiva:
- Mundanças de atitude e de hábitos de consumo;
- Minimização da geração de resíduos;
- Combate ao desperdício;
- Incentivo a reutilização dos materiais;
- Reaproveitamento de materiais através da reciclagem.
19A SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente), oferece o presente material
contendo informações técnicas, curiosidades e dicas sobre cada tipo de resíduo, o
qual poderá ser utilizado em capacitações e treinamentos nos municípios, trabalhos
escolares, e principalmente como veículo de informação à toda a população.
Alguns caminhos já foram traçados, através da Carta da Terra, Agenda 21,
Fóruns, iniciativa do Governo do Estado do Paraná, agora temos que através de
nossas atitudes colocar em prática, deverá ocorrer uma união entre as instituições
escolares, comunidade e prefeituras para que estas idéias sejam executadas.
Assim como na Agenda 21 (Sato & Santos, 1999), a Educação Ambiental
também aparece implícita nos princípios gerais da Carta da Terra, com ênfase na
participação de pessoas de todas as raças, credos, culturas e conhecimentos. A
articulação central ancora-se no sentido ético das ações humanas para a
manutenção da biosfera, ampliando-se o espaço para as ciências (em especial, para
a Ecologia e a Filosofia), além de outras expressões, como as culturas, religiões ou
movimentos sociais. Não é uma proposta generalista, uma vez que desenha os
campos ontológicos coletivos. É, acima de tudo, uma tentativa de resgatar a
manutenção da biosfera como palavra de ordem em nosso cotidiano.
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
No período que compreendeu o desenvolvimento do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, foi elaborado um projeto de intervenção
pedagógica com o nome “Necessidade Urgente: Mudança de Atitude”, para ser
desenvolvido no Colégio Estadual João Marques da Silveira Ensino Fundamental e
Médio, no 2º semestre de 2010, abrangendo um total de 32 horas: 24 (vinte e
quatro) horas de intervenção da professora PDE junto ao grupo e 8 (oito) horas de
preparação do trabalho.
Partindo do pressuposto de que a mediação do professor e sua prática
pedagógica sistematizada são essenciais para o processo ensino-aprendizagem, foi
desenvolvido este projeto, onde compreendeu várias ações abaixo relacionadas:
203.1. AÇÃO 1: Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica.
A princípio nesta ação foi feito a apresentação da proposta de trabalho do
Projeto de Intervenção Pedagógica à todo corpo docente, funcionários, direção,
equipe pedagógica, com a finalidade de socializar as idéias contidas no projeto que
será desenvolvida ao longo deste semestre no colégio com alunos, professores e
funcionários.
3.2. AÇÃO 2: Aula inaugural com os alunos das 3ªs séries A e B.
Nesta ação foi realizada uma aula inaugural com os alunos da 3ªs séries A e
B que participaram diretamente da execução e desenvolvimento do projeto, onde
estes também passaram a conhecer a proposta de trabalho que a professora iria
desenvolver com eles.
3.3. AÇÃO 3: Reunião com a comunidade escolar para expor o projeto de
intervenção à toda escola.
A professora reuniu no salão da escola, toda a comunidade escolar, onde
falou do projeto e da necessidade de se conhecer e preservar o meio ambiente.
3.4. AÇÃO 4: Plantio de 90 mudas de Ipê Roxo.
Nesta ação levamos conscientização à toda comunidade escolar, pois todas
as turmas participaram do plantio das 90 mudas de ipê no dia 21 de setembro,
juntamente com a participação e apoio da Prefeitura Municipal de Quatiguá.
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Figura 1: Plantio do Ipê Roxo – Dia da Árvore.
Fonte: Foto da Autora.
3.5. AÇÃO 5: Construção de uma pequena estufa com 289 mudas de araucária
plantadas pelos alunos da 3ª A e B.
Nesta atividade os alunos juntamente com a professora construíram uma
pequena estufa, onde prepararam a terra para plantar as mudas de pinhão, as duas
turmas 3ª A e B, após todo preparo da estufa, plantaram 289 mudas de araucária,
com o objetivo de trazer novamente a natureza uma espécie nativa que se encontra
em processo de extinção.
Figura 1: Plantio de Mudas de Araucária. Fonte: Foto da Autora.
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Figura 2: As primeiras mudas de araucárias plantadas.
Fonte: Foto da Autora
3.6. AÇÃO 6: Construção de uma composteira no quintal do Colégio.
Nesta ação professora juntamente com os alunos construíram uma
composteira no quintal do Colégio, com o objetivo de separar o lixo orgânico gerado
na cozinha de nossa escola na hora da preparação da merenda, e assim gerando
um adubo orgânico para as plantinhas da horta do colégio. Também esclarecendo a
necessidade de separar o lixo que pode ir para a reciclagem.
3.7. AÇÃO 7: Apresentação de vídeos para conscientização da comunidade escolar
sobre educação ambiental.
Nesta ação a professora apresentou vídeos com a intenção de mostrar a
todos a necessidade e a importância que temos de mudar nossas atitudes para a
melhoria da saúde de nosso planeta, com intuito de continuar garantindo a
sobrevivência de todas as espécies que habitam nosso meio, e a manutenção da
vida neste habitat.
233.8. AÇÃO 8: Apresentação na Feira da Lua de vídeos conscientizadores, para a
comunidade quatiguaense.
Nesta ação foi apresentado na Feira da Lua de nossa cidade, vídeos com o
objetivo de levar conscientização com relação a proteção do meio ambiente e a
necessidade de que os seres humanos necessitam rever suas atitudes para com a
natureza e para com o uso dos recursos procedentes da mesma, para assim
assegurar a vida no planeta. Os vídeos apresentados também tinham como objetivo
esclarecer e mostrar as catástrofes ocorridas em nosso planeta, como forma de
sensibilizar e provocar uma reflexão sobre a necessidade de rever nossos atos para
com o meio ambiente.
Todas as ações acima descritas foram desenvolvidas e aparentemente
trouxeram comportamentos diferentes nos alunos para com o meio ambiente em que
vivem, demonstrando que eles também estão preocupados e engajados na luta por
construir uma vida melhor a todos e com menor degradação dos recursos naturais.
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, também contou com
outras atividades realizadas, em parceria com o Ensino Superior, onde objetivava
contribuir para a formação continuada dos professores da Rede Estadual de
Educação, visando a melhoria da qualidade de ensino na rede pública paranaense.
Dentre as outras atividades realizadas temos:
4. Pesquisa Bibliográfica: onde através da investigação na literatura,
especialmente na abordagem Histórico-Cultural buscou-se subsídios teóricos, para
implantar na escola pública a educação ambiental fazendo com que esta passasse a
fazer parte do cotidiano diário dos nossos jovens.
5. Grupo de Trabalho em Rede foi uma experiência inovadora e de certa forma
uma modalidade de Educação a Distância que cumpriu o seu papel com muita
eficiência, pois através desta modalidade de ensino, a professora tutora pode expor
24aos demais colegas da Rede Pública seu Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola e o Material Didático – OAC, elaborado pela mesma, onde tiveram
oportunidade de trocar idéias, experiências, a respeito dos mesmos.
O Grupo de Trabalho em Rede, a principio contava com 25 inscritos, desses,
18 conseguiram concluir todas as 6 Unidades que compunham o GTR.
Embora tenha apresentado evasão ao longo do desenvolvimento das 6
Unidades, vale ressaltar que a educação a distância muito veio contribuir para o
desenvolvimento do projeto de intervenção na escola, principalmente pela interação
que proporcionou aos professores participantes.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabemos que mesmo apesar da existência das Diretrizes Curriculares já
tratarem da Educação Ambiental nas escolas, ainda temos muito a fazer e batalhar
para que ela realmente seja desenvolvida e aplicada como se deve.
De acordo com esse contexto o que se recomenda é que haja mobilização por
parte de toda a sociedade civil no sentido de sensibilizar todos os setores públicos
responsáveis pelo desenvolvimento educacional em nosso país, e que venham
desenvolver trabalhos nesta área tão importante, e principalmente levar esse
compromisso aos responsáveis municipais da necessidade da construção de valores
relacionados a esse sentido dentro de nossa cidade, pois temos a certeza que
devemos iniciar o compromisso com a educação ambiental mesmo nas pequeninas
cidades.
Não poderíamos deixar de falar da importância e da necessidade de se
trabalhar a educação ambiental de forma interdisciplinar, pois a geografia não é uma
ciência capaz de explicar todos os fenômenos sozinhas, por isso precisamos nos
valer do conhecimento de outras disciplinas para que possamos realmente trabalhar
e transitar sobre os múltiplos saberes, procurando assim encontrar as possíveis
soluções para os problemas criados e enfrentados pela sociedade atual com relação
ao seu meio.
25Nas palavras de Guimarães (1995), o novo mundo que queremos, mais
equilibrado e justo requer o engajamento pessoal e coletivo de educadores e
educandos no processo de transformação. Todavia, a transformação não ocorre a
curto prazo, ou seja, apenas no período ou espaço de tempo que se implementa um
projeto, mas, como um processo contínuo. Mudar os hábitos de um ser humano não
é algo fácil de se conseguir, é um processo lento, não ocorrerá a curto prazo e exige
sempre novos adeptos, daí ser um processo contínuo dentro de uma escola.
Os resultados obtidos com a implementação do projeto em questão neste
artigo, foram bastante gratificantes, mas, sabemos que está em vias de construção,
a sua continuidade irá garantir a eficácia de resultados melhores.
Iniciamos o principio de uma formação de educação ambiental em nosso
colégio, que será todos os dias realimentada para que não se perca no tempo e no
espaço.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do
sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2008. 4ª edição.
LEFF Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,
poder. Petrópolis, (RJ): Vozes, 2001.
LOUREIRO C.F.B. LAYRARGUES P. P. – CASTRO R.S, (orgs.). Educação
Ambiental: repensando o espaço da cidadania. 3ª. ed. – São Paulo: Cortez,
2005.
FONTANA, C. E PITANO S. de C. Educação Ambiental e Geografia: Uma Análise
Ancorada no Pensamento Freiriano - V Colóquio Internacional Paulo Freire –
Recife, 19 a 22 de setembro 2005.
26Caderno Temático - Educação Ambiental / Paraná. Secretaria de Estado da
Educação, Superintendência de Educação. Departamento da Diversidade.
Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Curitiba : SEED –
PR., 2008.
TORRES, P. L. e BOCHNIAK, R. Organizadoras. Uma leitura para os temas
transversais: ensino fundamental. Curitiba : SENAR-PR, 2003.
Programa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA.
Desperdício Zero. Curitiba (PR), 2006.