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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Autor: GILBERTO MILLE
Co-Autoria: GILMAR ARRUDA
NRE: LONDRINA
Colégio: COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MALVINO
DE OLIVEIRA
Disciplina: HISTÓRIA
Ensino Médio: Turma de 2º ano
Disciplina de Relação Interdisciplinar: GEOGRAFIA
Disciplina de relação Interdisciplinar: SOCIOLOGIA
Conteúdo Estruturante: RELAÇÕES TRABALHO,
PODER E CULTURA
Conteúdo Específico: INDÚSTRIA E URBANIZAÇÃO NO
PARANÁ NO CONTEXTO DO CAPITALISMO
Título: O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DE
PORECATU, COTIDIANO DE MORADORES DA ZONA RURAL:
PATRIMÔNIO DE SÃO JOSÉ (1950-2000)
O texto se divide em duas partes que são: A primeira parte
representa a unidade temática sobre história local trazendo as leituras
desenvolvidas sobre a temática especifica O Processo de Colonização de
Porecatu, cotidiano de moradores da Zona Rural: Patrimônio de São José
(1950-2000), que foram feitas ao longo do primeiro ano do programa. Está
parte contém as reflexões teóricas historiográficas sobre a temática acima.
3
A segunda parte apresenta as propostas de atividades didáticas que
serão desenvolvidas com os alunos como parte da implementação do plano de
trabalho proposto anteriormente. Ao final das atividades será escrito um texto
contendo as avaliações tanto dos estudos realizados quanto da implementação
em sala de aula. Pretende-se desenvolver com os alunos as atividades que se
encontram no anexo: – entrevistas, decomposição de fotos e produção de
documentário.
Parte 1
1 – A TRANSFORMAÇÃO DO NORTE DO PARANÁ E A
URBANIZAÇÃO NO SÉCULO XX
A transformação do território situado ao norte do Estado do Paraná, na
primeira metade do século XX foi resultado de vários acontecimentos no
contexto histórico do início do século XX, entre os principais está a perspectiva
de lucros com o café, incentivado pelo controle da quantidade de pés de café
permitida plantar no Estado de São Paulo e a liberação das terras paranaense
ainda não explorada pela cafeicultura. A nova fronteira agrícola cafeeira, teve
na implantação das ferrovias um grande incentivo, tornando atrativas as terras
para os colonos de outras regiões, principalmente de São Paulo que
desejavam expandir suas propriedades. (CANCIAN, 1981).
O Norte do Paraná teve suas primeiras atividades cafeeiras no período
“[...] 1986-1906 correspondendo ao período em que o café, após rápida
expansão no oeste paulista, inicia sua marcha rumo ao Paraná”. (CANCIAN,
1981, p. 18). Neste período o café brasileiro estava enfrentando no mercado
internacional a concorrência do aumento da produção mundial, que causava
4
excesso de oferta e exigindo que o café ofertado devesse ser de melhor
qualidade, que poderia ser obtido através de plantações em terras virgens e de
boa qualidade encontradas no Norte do Paraná.
O crescimento da produção paranaense de café despertou do governo
iniciativas para “... a construção da ferrovia que ligaria o Norte do Paraná ao
porto de Paranaguá. No Norte, fazendeiros haviam construído a ligação da
área cafeeira com a estrada de ferro Sorocabana, cujos trilhos iam até
Ourinhos. [...] Em 1929, reconhecia o Estado como um grande produtor em
potencial, aplicando a taxa do mil-réis ouro, recentemente criada, na
construção dos armazéns reguladores em Paranaguá” (CANCIAN, 1981,p. 26).
No início dos anos de 1930, após a mudança de governo promovida
pelo movimento liderado por Getúlio Vargas, e decorrentes da crise mundial
iniciada em 1929, o governo federal decretou uma série de medidas para
conter a crise, entre elas estabelecia “ a compra e incineração do café retido, a
proibição do plantio por cinco anos, além da cobrança de um imposto em
espécie, de 20% a cada safra, podendo ser modificado nos anos seguintes.”
(idem, p.30).
Entre os anos de 1933 e 1943 houve um acordo de “ quotas de
equilíbrio do DNC – Departamento Nacional do Café, entre os Estados de São
Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia,
Pernambuco e Goiás, renovou a proibição do plantio em todo o território
nacional, bem como reconheceu o direito, aos estados produtores que ainda
não haviam atingindo o limite de 50.000.000 de pés, de o fazerem.” (idem, p.
31/32).
5
No período, enquanto o Estado de São Paulo reduzia o número de pés
de café plantados, o Paraná que não tinha os 50.000.000 de cafeeiros buscou
aumentar suas áreas plantadas. Em 1931 o interventor Mario Tourinho, facilitou
a aquisição de terras por famílias de agricultores com pouco poder aquisitivo
para incentivar a colonização, e diversificar o tamanho da propriedade e a
produção.
“ Nessa conjuntura, os cafeeiros plantados no
Paraná fuguram da condição monocultora em grandes
propriedades. Ao contrário, desenvolve a pequena e média
propriedade, onde o lavrador e sua família eram parte da
mão de obra da lavoura, o que diminuía o custo da
produção e deixava margem de lucro satisfatório para a
nova categoria de proprietários emergentes, pela redução
de emprego de assalariados. (...) O café não era produto
exclusivo: as: as pastagens, o algodão, as lavouras
temporárias, compunham um quadro diversificado da
agricultura paranaense.”(CANCIAN, 1981, p. 33).
Em 1942, geadas causaram grandes perdas nos cafezais resultado
uma queda da produção e baixando os estoques reguladores, o governo
passou do controle da produção para o incentivo de aumentar à produção onde
as terras do Paraná novamente “começa a atrair compradores de terras em
grande proporção e logo depois acelerar o plantio de cafeeiros.” (idem, p. 38)
A evolução dos acontecimentos com a proximidade do fim da Segunda
Guerra Mundial, a abertura de novos mercados criou uma concorrência entre
6
Estados Unidos e Europa para adquirir grandes volumes de café brasileiro,
novamente o café tem no mercado exportador um incentivo para aumentar
suas áreas plantadas.
2.1 – O SURGIMENTO DO MUNICÍPIO DE PORECATU
Porecatu tem uma área aproximada de 1.800 Km2. Na época da sua
constituição limitava com as terras de propriedade da Companhia
Melhoramentos Norte do Paraná, fazendo divisa com o Estado de São Paulo
através do rio Paranapanema. “[...] Estas terras pertenciam ao município de
Sertanópolis que hoje constituem as cidades de Porecatu, Florestopólis,
Alvorada do Sul e Centenário do Sul. [...] Em 1941 a Cia. Agrícola Lunardelli,
dirigida por Ricardo Lunardelli natural de Rio Claro- SP. Adquiriu 9.860
Alqueires de terras dos herdeiros de Dona Escolástica Melchert da Fonseca, na
cidade de Porecatu, por muito tempo denominada de cidade Lunardelli”
(OLIVEIRA, 1989, p. 61).
A família Lunardelli, grandes produtores de café em São Paulo,
expandiram suas atividades para o Paraná no final dos anos dos anos de 1930
com a aquisição de terras no município de Sertanópolis. Representava parte
das estratégias dos grandes fazendeiros paulistas em diversificar suas
atividades. Entre outras atividades que começavam a desenvolver foi a
atividades empresarial com a compra e venda de terras em várias localidades
do Paraná. Isto demonstra que a presença da família Lunardelli na região de
7
Porecatu não decorre da ação de “desbravadores e corajosos pioneiros” mas
sim como grandes proprietários de terra e interessados na especulação
imobiliária, em empresas de beneficiamento e comércio e exportação do café.
“A ‘Companhia Agrícola Lunardelli’, constituída em 1939, foi
sucedida pela ‘Sociedade Civil Agrícola Lunardelli Ltda’, em 1946, por
sua vez substituída pela ‘G. Lunardelli S/A. – Agricultura, Comércio,
Exportação’. Iniciando suas atividades agrícolas no Paraná, no
município de Sertanópolis, até 1941 Geremia Lunardelli havia plantado
400.000 pés de café, atingindo até 1946, 3 milhões de cafeeiros. As
fazendas foram se espalhando, chegando a tingir um total de 55 mil
alqueires, com fazendas nos municípios de Assai (Cachoeira, com 2,8
milhões de pés de café), Arapongas (Crisciuma, com 800 mil pés),
Apucarana (fazenda Barbacena, com 500 mil pés), Bela Vista do
Paraiso (Fazenda Cascata), atingindo até 1950, um total de 6,6 milhões
de cafeeiros.”(CANCIAN, 1981, p. 81)
As terras já sob domínio privado eram mais caras, porque devia ser
remunerada a preço do mercado paulista, que em Porecatu eram os antigos
proprietários fundiários (por que?): “Como forma de minimizar o adiantamento
do preço da terra a esses antigos proprietários de Porecatu, os Lunardelli e os
Lima Nogueira tornaram-se eles mesmos vendedores de parte das terras que
haviam adquirido” (OLIVEIRA, 1989. P. 62). Pratica comum entre os
investidores que deixavam uma reserva de área para valorizar ao longo do
tempo e desta forma fazer investimentos ou mesmo conseguir que o Estado
realizasse obras públicas de infra-estrutura junto às vilas que surgiram com o
tempo, como foi o caso de Porecatu.
8
O município de Porecatu foi criado em 08/12/1941 e teve a seguinte
evolução demográfica:
Tabela nº 01
Demografia
Ano 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2007
Fonte Censo Censo Censo Censo Censo Contagem Censo Contagem
Homens 13.996 11.402 11.714 10.874 8.486 - 7.860 -
Mulheres 11.255 9.191 10.563 10.590 8.616 - 8.021 -
Total 25.251 20.593 22.277 21.464 17.102 7.281 15.881 14.174
Fonte : IBGE e HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Porecatu
Considerando a tabela acima pode-se apontar a variação por
porcentagem da população conforme os períodos:
Tabela 2
PeríodoVariaçã
o1950 -
1960-18,45%
1960 -
1970+8,18%
1970 -
1980-3,65%
1980 -
1991-20,32%
1991 -
2000-7,14%
2000 - -10,74%
9
2007
Fonte: IBGE - Resultado de censos, contagens e estimativas.
Fonte: HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Porecatu
Na década de 1940 e 1950 o município de Porecatú contava com uma
população na sua maior parte vivendo na zona rural e concentrava-se na
produção agrícola, especialmente café, cana de açúcar, pastagens e lavoura
de subistência. O quadro da estrutura fundiária e suas relações com a
produção deverão ser investigadas ao longo do trabalho a ser desenvolvido
junto aos alunos. Como estratégia para a produção de conhecimento da
realidade histórica da transformação sócio-econômica da região.
Aparentemente o surgimento do Patrimônio de São José foi
contemporâneo a própria criação do município, pois já no início da década
seguinte encontrou-se registros da existência da Capela de São José “ No dia
10/06/1951, foi batizado Naide, filho de José de Paula e Generosa Rosa
Barbosa, casados em Marília” (Livro de Registro de Batismo, no 02, pág. 30,
registro 291). O fato de ser o livro 02 e o número de registro 291, são
evidências da dinâmica populacional da localidade. Sua atividade econômica
inicial, parece ter sido o plantio de café cultivado em sítios e fazendas de porte
médio, consorciando culturas de subsistência. Vimos que os registros dos livros
existentes na Paróquia do município permitirão uma pesquisa produtiva por
parte dos alunos, propiciando inclusive a investigação sobre as origens dos
primeiros moradores da localidade. Uma atividade econômica importante, tem
10
sido a cana-de-açúcar teve seu plantio iniciado em 1943 e veio aumentando
sua área de cultivo ao longo dos anos passou na década de 1970 a ser a
principal atividade econômica, empregando um grande número de
trabalhadores locais como cortadores de cana temporários ou volantes que
eram agenciados por empreiteiros.
Segundo informações orais obtidas, preliminarmente, pode-se afirmar
que o patrimônio chegou a contar com máquina de beneficiamento de arroz;
açougue; escola; igreja; venda; campo de futebol, posto telefônico, etc. Sabe-
se que o número de moradores chegava em algumas centenas, sendo que
havia, na região, morando nos sitos e fazendas aproximadamente 3.000
pessoas que freqüentavam o patrimônio nos finais de semana e em épocas de
festas. Estas informações serão obtidas através de algumas das atividades
didáticas preparadas para a implementação em sala de aula.
Voltando ao passado no processo de colonização por empresas
imobiliárias particulares e pelo Estado, predominavam inicialmente as
pequenas e médias propriedades, mas a partir dos anos de 1960 uma nova
organização da terra em grandes propriedades com a prática da monocultura
canavieira. A produção passou a dominar o cenário rural construindo verdes
campos tomados pela cana dominando como principal cultura para fornecer
matéria prima para a empresa açucareira da família Lunardelli a Usina Central
do Paraná.
A estrutura social da do período que compreende da década de 1940 a
1960 estava organizada “[...] no cume situava-se a oligarquia de latifundiário
capitalista, como os fazendeiros do café e os usineiros de açúcar, ou
11
latifundiários” (NOVAIS, F. A. e MELLO, 574). Esta estrutura social hierárquica
que defina os papéis de cada um na produção rural, dificultava que o
trabalhador um dia pudesse ser dono da sua própria terra já que ganhavam
pouco e contavam com uma tecnologia rudimentar para produzir, sendo
capazes apenas ter o suficiente para subsistência familiar.
Nos anos de 1980, o Patrimônio ainda mantinha muitas das suas
atividades. Na foto nº 01, cedida por Regina Gomes da Silva, nascida e
moradora do local, que exerceu a função de telefonista do Posto telefônico,
provavelmente de dezembro de 1981, pode ser observado as crianças que
moravam no Patrimônio e um peão que trabalhava na região.
Foto nº 01
Foto da rua principal do Patrimônio São José do mês de dezembro de
1981, Fotocedida por Regina Gomes da Silva, nascida e moradora do local.
A foto acima da família REGINA mostra alguns aspectos do Patrimônio
São José que ainda permanecia bastante habitado, na década de 1980 por
ainda haver plantações de café. Esta afirmação se baseia no fato de que pode
ser observado as margens da estrada, as plantações de árvores de Grevilha,
usadas como corta vento, também alguns cafeeiros. Vê-se também a Igreja
12
com o sino na torre para chamar as famílias para os encontros de domingo;
várias crianças apontando que ali moravam algumas famílias. O espaço mostra
o cotidiano de área rural com algumas facilidades urbanas como luz elétrica,
iluminação na rua, veículo estacionado.
Atualmente o patrimônio praticamente desapareceu, restando como
testemunho da sua existência passada alguns edifícios em ruínas ou fotos da
tranformação agrícola, que provavelmente causou o seu fim. É provável que
uma das causas do desaparecimento do patrimônio esteja ligada ao processo
de erradicação dos cafezais recomendados pelo IBC, ainda nos de 1960, e a
troca de lavouras permanentes para temporárias (mecanizadas), o abandono
das pessoas do patrimônio e das fazendas a sua volta levou ao
desaparecimento da comunidade.
.
2.2 - DESAPARECIMENTO DO PATRIMÔNIO
A década de 1970 foi marcada pela erradicação dos cafezais, a troca
da cultura permanente por canaviais ou mesmo lavouras mecanizadas,
causando uma fuga de moradores das propriedades locais em direção a cidade
de Porecatu ou mesmo para cidades maiores, com um continuo processo de
diminuição populacional. Segundo Miguel Arturo C. Oliveira “[...] em 1979 a
quantidade de trabalhadores morando nas colônias será pelo menos 80%
menor que a existente no começo da década de cinqüenta, agravando ainda
mais a escassez de trabalhadores residentes dentro das propriedades”(p. 109).
13
A localidade do Patrimônio São José não mais existe, a fuga dos
colonos com suas famílias que lavravam a terra para o cultivo não moram mais
na região devido à erradicação dos cafezais ou mesmo a busca do conforto
das cidades. Hoje existem poucos moradores na zona rural, devido o uso de
mão-de-obra da população da periferia urbana, conhecida como bóia-fria. O
que pode ainda ser observado em algumas fazendas é a permanências de uma
ou duas famílias como caseiros, campeiros ou administradores da propriedade
As construções também foram destruídas ou depredadas pelo tempo
ou por atos de vandalismo, uma marca do abandono da área que compõe o
antigo Patrimônio, como pode ser observado nas fotos 02 e 03.
Foto nº 02
14
Escola do Patrimônio São José – 18/11/2008 – Foto: Gilberto Mille
Foto nº 03
Igreja do Patrimônio São José – 18/11/2008 – Foto: Gilberto Mille
A fotografia da Escola e da Igreja do Patrimônio São José mostra o
estado de abandono dos edíficios, o que também é observado em todas as
outras construções, das quais ainda são encontrados vestígios, que estão
15
abandonadas entre a natureza, com o mato encobrindo tudo ou a ação de
depredação. A escola já sem telhado com mato por todos os lados, a venda e a
casa do vendeiro onde funcionava até mesmo um posto telefônico foi demolida
e as sua marcas pelo chão foi encoberta pelo mato deixando a vista apenas
uma antigo banheiro na parte externa.
Por outro lado, existem nas fotografias as evidências da estrutura
urbana que havia na localidade, como a rede elétrica com seus postes sem
fios, mas com as arandelas demonstrando que havia iluminação pública local,
como pode ser visto na foto n. 04.
Foto 04
Patrimônio São José, Rua Principal. 18.11.2008. foto: Gilberto Mille.
Mudanças econômicas externas à região foram as responsáveis pelo
surgimento da localidade, e também pelo seu desaparecimento. Onde estarão
as pessoas que vieram para a localidade, nasceram, cresceram, foram
16
batizadas, casaram no Patrimônio? Habitariam as cidades próximas ou mesmo
distantes para onde foram na busca da sobrevivência? Quantos não estão na
periferia das cidades trabalhando como bóia-fria?
A fotografia seguinte, do final da década de 1990, documenta o local
nos arredores da antiga a venda do Patrimônio, local onde tinha plantações de
café e neste momento passava a ter sua área cultivada com trigo e outros
cereais mecanizados. Atualmente, somente o cultivo de cana-de-açúcar e
pastagens.
Foto nº 05
Foto de colheita trigo no mês de agosto de 1998, vizinhança do
Patrimônio São José- Foto cedida por Regina Gomes da Silva, nascida e
moradora do Patrimônio São José,
O que podemos observar e entender ao analisar fotos, mapas, relatos
de moradores que ocorreu um processo de colonização e expansão econômica
que deixou marcas, mas estas estão encobertas. Alguns poucos registros
17
esparsos de domínio familiar que fizeram a história local, como a foto acima; os
livros de registro da paróquia; fotos aéreas, como abaixo; memória; etc. Estes
documentos demonstram a vida e a existência de milhares de pessoas que
tiveram sua importância ao modificar a natureza para plantar ao longo do
tempo culturas diferentes (café, lavouras de subsistência, soja, trigo, milho,
cana e pastagens), tiveram suas vidas e práticas agrárias influenciadas
conforme as demandas econômicas ao longo do tempo.
Recontar a história das pessoas que tiveram sua vida ligada a uma
localidade que já desapareceu, e com o passar dos anos buscaram outros
espaços para sobreviver tem a dificuldade dos documentos a ser reunidos para
narrar a história desta população, são os objetivos deste plano de trabalho.
Foto 06
Fonte: Fotos aéreas do IBC/1970 – CDPH
18
Foto 07
Fonte : Fotos aéreas do IBC/1970 – CDPH
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CASAGRANDE, I. O trabalhador rural volante (“bóia-fria”) na região de Maringá, nos anos
70. in: DIAS, Reginaldo B. & GONÇALVES, José Henrique R. Maringá e o Norte
do Paraná – estudos de história regional. Maringá-Pr.: Ed. Da Universidade
Estadual de Maringá, 2001. p. 221 a 230.
FRESCA, Tânia Maria. A rede urbana do norte do Paraná. Londrina-Pr.: Eduel, 2004.
LOVATO, Leda A. De como o que o café deu o café tomou: tragédia dos sitiantes no
norte do Paraná. Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de
Sociologia da FFLCH da Universidade de São Paulo. 1992.
19
NOVAIS, F. A. e MELLO, J. M. C. Capitalismo Tardio e Sociabilidade Moderna in.: (org.)
SCHWARCZ, L. M. História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade
contemporânea. São Paulo, Cia. das Letras, 1998.
OLIVEIRA, Miguel A. C. De trabalhador volante a morador de periferia: o cortador de
cana de Porecatu-Paraná (1945-1985). Dissertação de Mestrado. São Paulo, 1989.
PRIORI, Ângelo Ap. Legislação Social e Sindicalismo: um estudo sobre os trabalhadores
rurais do Norte do Paraná (1956-1963). Dissertação de Mestrado em História.
UNESP, Assis-SP, 1994.
CANCIAN, Nadir Apparecida. Cafeicultura paranaense-1900/1970. Curitiba: GRAFIPAR,
1981.
IBGE - Resultado de censos, contagens e estimativas.
Fonte: HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/Porecatu
Fotos aéreas do IBC/1970 – CDPH
Fotos cedidas pela ex-moradora do Patrimônio São José – Regina Gomes da
Silva
PARTE 2
As atividades didáticas proposta a seguir vão servir para preparar e
introduzir um aprendizado dos alunos para realizar a tarefa de fazer uma
pesquisa e realizar um documentário.
20
1 – As atividades a serem realizadas pelos alunos são análise de
textos historiográfico para tomar conhecimento da história oral; história local;
análise de fotografias; etc.
1.1 – O documentário a ser produzido pelos alunos com
acompanhamento do professor terá como objetivo o
levantamento do patrimônio; a transformação da região;
uma discussão sobre histórias soterradas; uma discussão
sobre o fazer do historiador? Uma discussão sobre o que é
“fonte histórica”?
2– Aos alunos participaram ativamente do processo de produção do
documentário.
3 – Aos alunos vão desempenhar leituras, pesquisas, reunir documentos e
organizar a produção do roteiro, tudo sobre a supervisão do professor.
ATIVIDADE
A partir da leitura e discussão do texto , caracterize:
• A busca de novas terras para cafeicultura no Brasil;
• Os principais meios de transporte brasileiro da época;
• A crise do mercado mundial de 1929;
• O que ocorreu com o Brasil em relação a produção
de café, durante a Segunda Guerra mundial;
21
• Descreva após leitura do texto, o norte do Paraná
como frente pioneira do café.
ATIVIDADE
1. Entreviste alguém que foi morador do Patrimônio São José
segundo o roteiro de sugestões de perguntas.
• Que atividades desempenhavam na localidade?
• Qual o nome da propriedade e do proprietário da fazenda?
• Quais as atividades agrícolas havia na propriedade?
• Sugerir que o entrevistado faça um relato como era a vida na
roça.
• Descreva as lembranças do Patrimônio São José, suas
casas, as atividades, diversões existente no local.
22
foto nº 01 de março de1984. Foto cedida por Regina Gomes da Silva.
ATIVIDADE:
Decompor a fotografia em unidades de significados:
- Local e data;
- Tema central;
- Pessoas retratadas;
- Objetos retratados;
- Atribuições dos personagens;
- Atribuições da paisagem;
- Descrever os conteúdos, fazer observações e tirar conclusões,
da fotografia acima.23
ATIVIDADE: “PRODUÇÃO DO DOCUMENTÁRIO’
A produção da sala de aula deve ocorrer através da divisão de tarefas
para os grupos organizados, segundo algumas habilidades a ser reconhecidas
nas equipes, são as seguintes tarefas:
Equipe nº 01: fazer as leituras de textos (produção do documentário, e
pesquisa do tema do documentário) para o embasamento da sala e apresentar
para os demais de forma sintética;
Equipe nº 02: Reunir informações, escolher o tema para escrever o
roteiro do documentário;
Equipe nº 03: Fazer as filmagens, buscar cenas ou fotografias, levantar
locais de acordo com o roteiro;
Equipe nº 04: Fazer a edição do filme, observando a trilha sonora,
musical e a narração se for o caso.
24
PS: Todos os alunos e suas equipes devem acompanhar o processo
de cada equipe para participar ativamente da produção, a orientação das
equipes fica a cargo do professor e de membros da equipe docente que possa
ajudar em tarefas específicas como o roteiro, uso da informática para edição,
etc.
CRONOGRAMA DAS AULAS PARA PRODUÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
Segunda quinzena de FEVEREIRO e Primeira quinzena de MARÇO (6 aulas):
LEITURA E ANALISE DE FOTOGRAFIAS, FILMES E MAPAS, etc. (para tomar contatos e
observar os detalhes que devem ficar atentos);
Segunda quinzena de MARÇO (2 aulas): DIVISÃO DAS EQUIPES;
Mês de ABRIL (10 aulas): TRABALHO DE CAMPO, DEBATES, REUNIÕES DAS
EQUIPES, REUNIREM EQUIPAMENTOS (em contra-turno sempre que necessário);
Mês de MAIO (10 aulas): PRODUÇÃO DO MATERIAL (textos, filmagens,
fotografias);
25
Mês de JUNHO (10 aulas): EDIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO, E ESPAÇO PARA
OUTRAS TOMADAS QUE ACASO SEJA NECESÁRIAS;
Primeira quinzena de JULHO (3 aulas): MOMENTO DA APRESENTAÇÃO DA
TURMA PARA ESCOLA.
26