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Cultura da couve de folhas
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Método BiológicoCultura da couve de folhas
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Agricultura
MÉTODO BIOLÓGICOCULTURA DA COUVE DE FOLHAS
Tem forte tradição na culinária portuguesa, sendo muito utilizada na confecção do caldo verde.
Pedro Rau - Engº Hortofrutícola
Nomes comuns: Couve-galega, couve cigana, couve todo o ano, couve sem cabeça, de cortar ou couve de folhas.
Nome científico: Brassica oleracea var. acephala DC.
Origem: Europa (costa mediterrânica) e Ásia.
Família: Crucíferas ou Brassicas.
Características: São couves com folhas grandes que se vão retirando ao longo do ano. As plantas podem alcançar cerca de 2m de altura durante a fase vegetativa. Este crescimento dá-se quando as folhas dos nós inferiores vão caindo ou sendo col-hidas. Este tipo de couves é mais rústica e adapta-se melhor a terrenos abandonados ou recém-es-trumados. As flores são hermafroditas, autoférteis e, na sua maioria, polinizadas por abelhas.
Factos Históricos: As couves são consumidas des-de tempos pré-históricos, há 4000 a.C. Na Roma antiga, consumia-se muita couve a seguir ao es-tado de embriaguês, o que se provou mais tarde que a couve tem um efeito desintoxicante sobre o
fígado. Estas couves, podem durar mais de 4 anos e atingir grandes alturas, 4-5 metros.
Ciclo Biológico: planta anual (5-8 meses), mas po-dem durar até 2 anos, espigando depois.
Variedades mais cultivadas: Existem variedades de folhas frisadas: “Galega de folhas frisadas”, “Arbo”, “Dwarf Green Curled”, “Vates”. E de folhas lisas: “Cavaleiro”, “Galega de folhas lisas” e “Cavaleiro vermelha”.
Parte Comestível: folhas e influrescências (grelos).
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Solo: Adapta-se a vários tipos de solos, mas prefere solos de textura média ou argilosa, soltos e bem drenados. O pH deve ser de 6,5-7,5.
Zona Climática: Zona mediterrânica e temperada.
Temperaturas: Óptimas: 15-18ºC
Temperatura critica mínima: -8ºC
Temperatura critica Máxima: 39ºC
Zero da vegetação: 6ºC.
Exposição Solar: Gosta de Sol, tem a floração em dias longos, com mais de 12 horas.
Humidade relativa: elevada.
FERTILIZAÇÃO
Adubação: Aplicação de estrume de ovelha e vaca, bem decompostos. A couve, sendo uma variedade rústica, é uma planta que aproveita bem os estrumes de curral, compostos caseiros e os resíduos sólidos urbanos bem decompostos. Antigamente, a cal em pó utilizava-se como um grande estimulador do de-senvolvimento do crescimento.
Adubo Verde: Azevêm, luzerna e favarola.
Exigências nutritivas: 2:1:3 (azoto: fósforo: potássio).
TÉCNICAS DE CULTIVO
Preparação do solo: Pode utilizar um escarificador de bico curvo de ponta dupla, para uma lavoura ligeira, fragmentar os torrões e destruir as ervas daninhas. No terreno, podem ser feitos camalhões com 1-1,25 m de largura.
Data de plantação/sementeira: Quase todo o ano, embora recomende Fevereiro-Março e Setembro-Outubro.
Tipo de plantação/sementeira: em tabuleiros de sementeira em alfobre.
Faculdade germinativa (anos): 4 anos.
Profundidade: 2-3 mm.
Compasso: 65 x 70 cm ou 60 x 65.
Transplantação: 6-7 semanas depois da sementeira ou quando tiverem 15-20 cm de altura.
Consociações: Cenoura, alface, cebola, batata espinafre, tomilho, acelga, hortelã-pimenta, salsa, funcho, alfazema, hisopo, alecrim e es-pargos.
Rotações: As plantas do grupo das Solanaceas (tomate, beringela, etc) e curcubitaceas (abóbora, pepino, aboborinha etc), são bons precedentes desta cultura. Depois de retirada a cultura não deve voltar ao terreno durante pelo menos 5-6 anos. É uma boa cultura para terrenos em que o estrume ainda não esteja totalmente decom-posto, podendo iniciar um esquema de rotação de culturas (embora seja uma cultura esgotante).
Amanhos: sachas, amontoas, tutoramento quan-do a couve ultrapassa 1m de altura, “mulching” ou empalhamento.
Regas: por gota-a-gota ou aspersão, especial-mente no Verão 1 vez/semana.
ENTOMOLOGIA E PATOLOGIA VEGETAL
Pragas: Lagarta da couve, pulgão, larva mineira, lesmas e caracóis, nemátodos, altica e mosca da couve, noctuas, traça da couve.
Doenças: Míldio, Oídio, alternariose, podridão, fer-rugem branca, potra e viroses.
Acidentes: Tolerância moderada à salinidade (1,8 dS.m-1).
COLHEITA E UTILIZAÇÃO
Quando colher: Quase todo o ano, no caso das folhas e Fevereiro-Março para os grelos. As folhas vão se cortando manualmente assim que estejam expandidas.
Produção: Cada planta produz 15-17,1 t/ha/ano.
Condições de armazenamento: 0,8ºC e 85-90% de humidade relativa.
Valor Nutricional: Este tipo de couve é mais rica em carotenoides e clorofila, sendo ricas em pró-vitamina A, vitamina C, B1, B2, cálcio, ferro, mag-nésio e potássio.
Usos: É muito utilizada em Portugal (principal-mente no Norte) para confeccionar caldo-verde e para acompanhar outros pratos como o cozido à portuguesa ou feijoada.
Medicinal: Como a maioria das couves previne a incidência de alguns tipos de cancro, pois tem na sua constituição glucosinolatos, que determinam o aroma e previnem o início do cancro.
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