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CUIDE DO SEU BOLSO E DO PLANETA JÁ !
AUTORIA
Adriana Fileto
REALIZAÇÃO
Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade
COLABORAÇÃO
Flávio Couto e Silva de Oliveira
APOIO
Alcely Viana Costa
Coordenadora do Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo
Horizonte
IMPORTANTE:
É permitido o uso das informações desta Cartilha, desde que se utilizem as
regras da ABNT e conste a seguinte referência bibliográfica :
FILETO, Adriana. Cuide do Seu Bolso e do Planeta Já ! Cartilha
Didática. Editora Rede Três – Educação e Consultoria para a
Sustentabilidade. Belo Horizonte: 2009, 2ª edição, 26 páginas.
Contato: [email protected]
Todos os direitos relativos a esta obra são de propriedade de Rede Três –
Educação e Consultoria para a Sustentabilidade.
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CAPA: Adriana Fileto e Alberto Braga
DIAGRAMAÇÃO: Alberto Braga
ILUSTRAÇÃO DA CAPA: Eduardo Santos
REVISÃO METODOLÓGICA: Maria Helena Michel
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À Câmara Municipal de Belo Horizonte que patrocinou a impressão de três mil
exemplares referentes à primeira edição da Cartilha e Alcely Viana Costa,
Coordenadora do Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte que
apoiou e acreditou neste trabalho em prol da educação pela Sustentabilidade.
AGRADECIMENTOS
Instituto Akatu
Instituições parceiras do Comitê Cuide do Seu Bolso e do Planeta Já !
Jacqueline de Jesus
Cristina Tolentino
Caleidoscópio Estúdio Multimídia
Marcela Pinheiro Rocha Pessôa
Lillian Salgado
Marisa Seoane Rio Resende
Luciene Regina de Araújo
Laura Boaventura
Professora Doutora Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo
Professor Doutor Alfredo Alves de Oliveira Melo
Illane Laura Nicolini
Darcy Mattos
Mário Roberto Amaral
Giovani Mendonça
Dâmaris Carolina Barbosa Luz
Dimas Araújo
Sylvio Moreira de Oliveira
Maria Elisa Coelho Michel
Valdir de Jesus da Cunha
Mauro Furst Leroy Campelo
Leonardo Allison Garcia Ferreira
Laiane Maris da Silva Caetano
Luana Cândida Martins
Hector Dutra Nascimento
Copiadora Completa Ltda.
Tiragem da 1ª edição: 3.000 exemplares
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PREFÁCIO
A elaboração e distribuição desta Cartilha surgiram da idéia de que, cada vez
mais os conceitos básicos sobre sustentabilidade devem ser disseminados e praticados
no dia a dia das pessoas. A educação para a sustentabilidade é de grande importância
porque possibilita mudanças de atitude a partir da conscientização e do conhecimento
sobre os principais problemas sócio-ambientais da atualidade.
A Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade acredita que
como as questões relativas à sustentabilidade são de abrangência global, todos devem
contribuir para a universalização desse conhecimento e por isso elaborou e
disponibilizou gratuitamente esta Cartilha, em seu site (www.redetres.com).
O lançamento desta publicação ocorreu no dia 7 de dezembro de 2008, no
evento do Dia V (Dia do Voluntariado), no Parque JK, em Belo Horizonte. Na ocasião,
12 instituições parceiras públicas e privadas se reuniram no Comitê Cuide do Seu
Bolso e do Planeta Já! e realizaram diversas ações em prol da educação para a
sustentabilidade, tais como a distribuição de: 2 mil destas cartilhas impressas pela
Câmara Municipal de Belo Horizonte; centenas de exemplares do Código de Defesa do
Consumidor e de cartilhas “É hora de Acabar com o Desperdício – A Natureza
Agradece” elaboradas e doadas pelo MDC-MG (Movimento das Donas de Casa e
Consumidores de Minas Gerais); e de centenas de exemplares da revista em quadrinhos
educativa “Sesinho – O Devastador do Futuro” doadas pela ABIP (Associação
Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria).
Também constavam no Parque JK várias atividades artísticas, tais como: grupos
de dança e de teatro; bandas de música; ginástica artística; oficinas recreativas para
crianças e oficinas de enfeites de natal, além de oficinas de saúde; campanha educativa
sobre cães; e estúdio fotográfico. Cristina Tolentino, Coordenadora do SEAC (Serviço
de Arte e Cultura) do Colégio Marista Dom Silvério, foi responsável pelas intervenções
performáticas do Grupo de Dança Contemporânea (coreógrafa Sônia Pedroso), do
Grupo de Teatro e da Banda Marcial Marista, regida pelo Maestro Edgard de Castro.
Cristina criou intervenções performáticas junto ao público para despertar a população
sobre grandes problemas do mundo atual, tais como escassez de água, má distribuição
de alimentos, poluição, lixo e consumismo.
Marcela Pinheiro Rocha Pessôa, Assessora do Núcleo Construção e Cidadania
do SICEPOT-MG, gentilmente recebeu o Comitê no Parque JK e providenciou toda a
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infra-estrutura para a realização do Dia V. A Professora Doutora Marlene Catarina de
Oliveira Lopes Melo, Diretora Geral da Faculdade Novos Horizontes, acreditou neste
trabalho e colaborou com a impressão de um banner e todo o apoio referente ao setor de
comunicação da instituição. A Associação das Caminhantes da Estrada Real distribuiu
belas mudas de palmeira real. Assim, conseguimos reunir diversas instituições que
contribuíram voluntariamente, da melhor forma possível, em prol da educação para a
sustentabilidade, no Dia V, em 2008.
É importante ressaltar que o Dia V é realizado pela FIEMG (Federação das
Indústrias do Estado de Minas Gerais), há 7 anos, em 15 estados brasileiros e visa
promover e organizar ações de responsabilidade social e do voluntariado. O evento do
Dia V no Parque JK foi uma realização do SICEPOT-MG, SINDUSCON-MG e
SECONCI-MG. As seguintes instituições parceiras integraram o Comitê Cuide do Seu
Bolso e do Planeta Já! :
FIEMG - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade
Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte
ANDEC - Associação Nacional dos Consumidores de Crédito
Colégio Marista Dom Silvério
EMATER-MG - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Minas Gerais
Faculdade Novos Horizontes
MDC-MG - Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais
ABIP – Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria
SICEPOT-MG - Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de
Minas Gerais
SINDUSCON -MG - Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de
Minas Gerais
SECONCI -MG - Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de
Minas Gerais.
Flávio Oliveira
Doutor em Educação, Conhecimento e Inclusão Social (UFMG)
Sócio-Diretor da Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ...........................................................................................................06
2. OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO .................................07
3. ENTENDENDO O QUE É SUSTENTABILIDADE ................................................08
4. ALGUNS GRANDES PROBLEMAS DO MUNDO ATUAL .................................09
4.1) Escassez de água ....................................................................................................09
Saiba o que é água virtual ...............................................................................................10
4.2) Má distribuição dos alimentos .................................................................................11
4.3) Efeito estufa e aquecimento global .........................................................................11
4.4) Lixo..........................................................................................................................12
Sacolas plásticas..............................................................................................................13
4.5) Consumismo.............................................................................................................13
5. A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO CONSCIENTE................................................14
6. DICAS DE ECONOMIA DE RECURSOS................................................................17
6.1) Dicas para economizar água ...................................................................................17
6.2) Dicas para economizar energia. .............................................................................18
6.3) Dicas para economizar gás ......................................................................................18
6.4) Dicas para economizar no supermercado ................................................................19
6.5) Dicas para economizar combustível ........................................................................19
6.6) Dicas para usar o crédito de forma responsável ......................................................20
7. VALORIZANDO AS BOAS COISAS QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA..........20
8. MENSAGEM FINAL .................................................................................................21
TEXTO PARA REFLEXÃO: Quem recicla pode consumir sem culpa? .....................22
REFERÊNCIAS ............................................................................................................24
SITES CONSULTADOS. ..............................................................................................24
SOBRE A AUTORA .....................................................................................................25
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1. INTRODUÇÃO
Diariamente, os diversos veículos de comunicação, como jornais, canais de
televisão, rádio e internet abordam temas relacionados à sustentabilidade, consumo
consciente e aquecimento global. É sabido, que ao longo dos séculos, o homem tem
degradado bastante o Planeta Terra e as conseqüências já são sentidas há algumas
décadas, com o aquecimento global e outros sérios problemas ambientais. Entretanto,
nos últimos anos, essas consequências têm se agravado ainda mais.
As condições de vida no Planeta dependem do relacionamento da sociedade com
a natureza. A Terra não precisa dos homens para sobreviver, pois de uma forma ou de
outra, ela se recompõe. Somos nós, humanos, quem precisamos da Terra para
sobreviver, e não o contrário. Devemos ter cuidado especial com nosso Planeta já que é
a nossa única opção de moradia. Pensando nisso, em 1991, a Organização das Nações
Unidas (ONU) e outras organizações internacionais criaram um conjunto de princípios
para o futuro da vida chamado de “Cuidando do Planeta Terra”, no qual uma das
estratégias se refere à modificação das atividades e práticas individuais em prol da
sustentabilidade.
Estes temas são complexos, polêmicos e, naturalmente, não pretendemos esgotá-
los aqui. Porém, através desta cartilha, você poderá conhecer um pouco sobre estes
assuntos e saber como você, consumidor consciente, pode contribuir para um mundo
melhor. Para garantir uma vida com qualidade, devemos admitir que somos todos
membros da mesma família humana e compartilhamos o mesmo destino. Por isso,
devemos nos unir para buscar o equilíbrio entre as nossas ações e a preservação do meio
ambiente onde vivemos. Como dizia Mahatma Gandhi, líder político e espiritual
indiano: “Nós precisamos ser a mudança que desejamos ver no mundo”.
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2. OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
Em 2000, representantes de 189 países se reuniram, na sede da ONU, em Nova
York, e aprovaram a Declaração do Milênio. Esta Declaração constitui-se de uma série
de objetivos e metas a serem alcançadas até 2015, para corrigir os principais problemas
mundiais causados pela desigualdade social e pela utilização predatória dos recursos
naturais. A Declaração do Milênio contém oito objetivos básicos:
Erradicar a extrema pobreza e a fome
Atingir o ensino básico universal
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Reduzir a mortalidade infantil
Melhorar a saúde materna
Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Garantir a sustentabilidade ambiental
Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento
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A idéia central desta Cartilha é ajudar na divulgação do Objetivo do Milênio
Número 7, que visa garantir a Sustentabilidade Ambiental. Com boa vontade e
disposição, todos nós podemos utilizar corretamente os recursos naturais, produzir
menos lixo, reduzir a poluição, evitar o desperdício e até fazer sobrar dinheiro que pode
ser utilizado nas causas solidárias e ambientais. Vamos mostrar para você o quanto é
importante pensar no futuro e como todos podemos ajudar. Somos mais de 6,5 bilhões
de pessoas no mundo; se cada um fizer um pouco, tudo fica mais fácil. Vamos lá: leia,
reflita e faça a sua parte !
3. ENTENDENDO O QUE É SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade significa atender às necessidades do
presente, garantindo, ao mesmo tempo, os interesses das
gerações futuras. A idéia de sustentabilidade considera, com o
mesmo grau de importância, a prosperidade econômica, o
desenvolvimento humano e social e a preservação do meio
ambiente.
Você sabia que hoje, em média, a humanidade já consome 30% a mais do que a
Terra consegue renovar de recursos e absorver de resíduos? Isto significa que, se todos
no mundo consumissem como os habitantes dos países ricos, quatro planetas Terra
não seriam suficientes. No Brasil, o consumo também está muito elevado. No nosso
país, hoje se consome 22% além da capacidade regenerativa da Terra.
Embora, em média, o consumo mundial esteja acima da capacidade do Planeta, a
sobrevivência da espécie humana só acontece porque existem as grandes desigualdades
sociais. Esta informação é triste, mas verdadeira. No mundo, 1,2 bilhões de pessoas
estão abaixo da linha de pobreza, ou seja, sobrevivem com até 1 dólar norte
americano por dia, e 2,8 bilhões de pessoas sobrevivem com 2 dólares por dia. Cerca de
80% da riqueza mundial está nas mãos dos 15% mais ricos. No Brasil, uma em cada
três pessoas sobrevive com menos de meio salário mínimo por mês.
É muito importante lembrar que a noção de sustentabilidade está fortemente
ligada aos direitos humanos universais, pois todas as pessoas do Planeta têm o mesmo
direito a uma vida digna e feliz, independentemente de raça, cor, sexo, idade,
9
deficiência ou qualquer outro fator de distinção. Portanto, não é justo que bilhões de
pessoas tenham que passar privações para que uma minoria desfrute um alto padrão de
consumo.
Assim, este nível de consumo presente nos dias de hoje, além de injusto, é
insustentável no longo prazo, ou seja, a humanidade não conseguirá manter este nível de
consumo excessivo por muito tempo. Logo, todos nós devemos nos unir em prol da
SUSTENTABILIDADE a fim de garantir uma vida digna para todos das gerações
atuais e das futuras gerações.
4. ALGUNS GRANDES PROBLEMAS DO MUNDO ATUAL
A seguir, lembramos alguns dos principais problemas vivenciados pelas pessoas,
em todo o Planeta, que causam impacto direto no meio ambiente, ou seja,
comprometem a sustentabilidade ambiental.
4.1 Escassez de água
A água é um bem renovável, mas finito e escasso. De toda a
água existente no Planeta, 97% é salgada, 3% é doce e menos
de 1% está disponível para consumo. Nos próximos 20 anos,
a quantidade de água disponível para cada pessoa no mundo
será reduzida em um terço. Para se ter uma idéia, nós temos
hoje 6,5 bilhões de pessoas no mundo e destas, 2 bilhões não
têm acesso à água potável. No Brasil, 22 milhões de pessoas não têm acesso à água
potável. Segundo o Instituto Akatu, que trabalha em prol do consumo consciente, no
nosso país, 60% das doenças tratadas pelo sistema público de saúde têm origem na má
qualidade da água.
A falta ou escassez de água potável provoca sede, doenças, morte de pessoas,
plantas e animais, enfim gera um completo desequilíbrio ambiental. Para se obter mais
água limpa, buscam-se novas fontes de água e gastam-se mais recursos para tratar água
imprópria para o uso. Todo este processo para aumentar a oferta de água potável acaba
encarecendo o tratamento da água e consequentemente provocando o aumento de
impostos. Assim, aqueles que desperdiçam água acabam no final das contas, pagando
mais impostos e obrigando outros a pagarem mais para ter acesso à água limpa. Para se
10
evitar o desperdício desse líquido tão precioso para a vida, é importante que pensemos
também no uso que fazemos da chamada água virtual.
SAIBA O QUE É ÁGUA VIRTUAL
Á água que gastamos não é só aquela que sai da torneira,
pois tudo o que é produzido gasta água. Esta água que você
não vê, mas que está presente na fabricação de qualquer
produto é chamada de ÁGUA VIRTUAL. Assim, por
exemplo, até para produzir carne se gasta muita água, pois é
preciso levar em conta toda a água utilizada no processo de
produção, desde o plantio do pasto que alimenta o gado até o combustível utilizado no
veículo que transporta a carne aos açougues. A quantidade de água virtual utilizada
varia de produto para produto. A Tabela a seguir, revela quantos litros de água são
necessários para produzir um quilo de vários produtos.
Produto Litros de água necessários para se produzir 1Kg do produto
Arroz 1.400 a 3.600
Aves 2.800 a 4.500
Banana 499
Batata 105 a 160
Carne de boi 13.500 a 20.700
Laranja 378
Leite 560 a 865
Ovos 2.700 a 4.700
Soja 2.300 a 2.750
Tomate 105
Fonte : www.sabesp.com.br
Observe que, enquanto para se produzir um quilo de carne são necessários pelo menos
13.500 litros de água, para se produzir um quilo de soja são necessários 2.300 litros.
Vamos cuidar bem da água !
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4.2 Má distribuição dos alimentos
Segundo o Instituto Akatu, mais de 800 milhões de pessoas passam
fome, no mundo. É curioso notar que no Brasil, se por um lado,
temos 44 milhões de pessoas passando fome, por outro, temos 70
milhões de pessoas acima do peso. Então, o que existe é a má
distribuição dos alimentos, uns têm acesso a muita comida e outros
têm acesso a pouca comida. Além disso, o desperdício de alimentos é muito grande.
Estima-se que no Brasil, aproximadamente, 12 bilhões de reais em alimentos são
desperdiçados todos os anos; o que daria para alimentar 30 milhões de pessoas. Ou seja,
toda a comida desperdiçada seria suficiente para alimentar os habitantes do Estado
de Minas Gerais inteiro mais a cidade de São Paulo. Os lares brasileiros desperdiçam
20% dos alimentos comprados. Assim, uma família que gasta 500 reais por mês com
alimentação joga no lixo 100 reais. É muito desperdício !
Então, o que se pode dizer é que os alimentos que existem no mundo são
suficientes para alimentar todo mundo, só que isso não acontece por causa do grande
desperdício de alimentos e da má distribuição desses alimentos entre as pessoas. O
grande desafio é fazer com que todos os habitantes do Planeta tenham de fato acesso à
alimentação adequada. Vamos combater o desperdício de alimentos !
4.3 Efeito estufa e aquecimento global
O efeito estufa é o fenômeno natural pelo qual a energia emitida pelos raios
solares é acumulada na superfície e na atmosfera terrestres, aumentando a temperatura
do Planeta, ou seja, provocando o aquecimento global. O efeito estufa acontece
principalmente pela ação de dióxido de carbono (CO2), CFCs, metano, óxido nitroso e
vapor de água, que formam uma barreira contra a dissipação da energia solar. A maioria
dos cientistas climáticos crê que um aumento na quantidade desses gases provoca uma
elevação da temperatura da Terra. Os efeitos do aquecimento global são terríveis, como
o derretimento de geleiras, secas, furações e total desequilíbrio da natureza.
Um dos principais vilões do aquecimento global são os veículos automotores.
Para se ter uma idéia de quanto um carro polui, uma pessoa que usa um carro 1.0, à
gasolina, e roda 20 km por dia, gera 1.300 quilos de dióxido de carbono por ano.
12
Já uma pessoa que usa ônibus e roda 20 km por dia, gera 160 quilos de dióxido de
carbono por ano (calcule a sua emissão de CO2 no site: www.florestasdofuturo.org).
Então, vamos usar menos veículos particulares !
4.4 Lixo
A produção do lixo cresce mais e mais a cada dia e o
descarte deste lixo é um problema sério para várias cidades
brasileiras. Somente em Belo Horizonte, são produzidas 4 mil
toneladas de lixo por dia e apenas 0,67% deste total é reciclado.
O aterro sanitário da cidade se esgotou e busca-se com
dificuldade criar um novo aterro (JORNAL ESTADO DE
MINAS, 23/11/2008).
A degradação completa do lixo demora muito. Estima-se que uma simples
latinha demoraria cerca de 100 anos para se decompor, o plástico gastaria até 500 anos e
o vidro precisaria de milhões de anos. Desta forma, constata-se que a reciclagem é
essencial e deve ser praticada por todos para reduzir o volume de lixo lançado nos
aterros. É importante ressaltar que a reciclagem ajuda, mas a melhor solução é reduzir o
consumo, gerando menos lixo. Leia o texto “Quem recicla pode consumir sem culpa?”
que está no final desta cartilha e repense o seu consumo.
O descarte inadequado do lixo é outro grande problema, pois quando se joga lixo
nas ruas, os bueiros entopem e quando chegam as chuvas, ocorrem as inundações e a
proliferação de doenças como a dengue. Lançar o lixo em rios e mares também é muito
prejudicial porque afeta a fauna e flora desses ambientes. Existem muitos casos de
peixes que morrem porque comem plásticos e metais e há tartarugas que estão
desenvolvendo tumores por conta de comerem lixo lançado pelo homem no mar. Então,
vamos reduzir a produção do lixo, reciclar ao máximo e descartar o lixo corretamente!
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SACOLAS PLÁSTICAS
Uma das grandes preocupações atuais com a produção de lixo se refere às
famosas sacolinhas plásticas que recebemos a cada compra que fazemos. No final da
década de 1950, quando surgiram as sacolas plásticas para compras, a idéia era cultivar
a praticidade e o conforto dos usuários. Entretanto, este tipo de sacola se tornou um
grande problema ambiental. Em todo o mundo, são produzidos 500 bilhões de unidades
a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, 1
bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente – o que
corresponde a 66 sacolas por brasileiro ao mês (PLANETA SUSTENTÁVEL).
Não existe um consenso na Ciência sobre quanto tempo uma sacola plástica leva
para se decompor na natureza, mas hoje já se diz que são necessários, pelo menos, 300
anos para uma sacola se degradar completamente. A fim de se tentar minimizar este
gigantesco problema, foram criadas as sacolas de plástico oxibiodegradáveis.
Entretanto, o seu uso é polêmico. Há quem diga que a sacola oxibiodegradável se
decompõe rapidamente, mas no final das contas polui ainda mais o meio-ambiente do
que a sacola plástica comum.
Então, ao fazer compras, o melhor mesmo é levarmos de casa a nossa própria
sacola e evitar ao máximo o uso de sacolas plásticas descartáveis. Com este pequeno
gesto cotidiano, nós podemos contribuir muito para reduzir o lixo e a poluição no nosso
Planeta. Que tal em sua próxima compra, você agradecer e recusar a oferta da sacola
plástica e ainda sugerir ao comerciante que incentive os clientes a fazerem o mesmo?
4.5 Consumismo
Nesta cartilha, não se pretende combater o consumo, o que se
propõe é uma reflexão sobre a forma de consumir. O consumo
tem aspectos positivos e negativos. O consumo pode ser
positivo porque satisfaz necessidades e desejos; proporciona
conforto e prazer; gera empregos e renda; faz a Economia girar;
estimula a Ciência; enfim, promove o desenvolvimento e o bem estar. Para que um
indivíduo sobreviva, ele precisa ter acesso a um consumo mínimo que garanta a sua
própria sobrevivência com dignidade. É impossível viver sem consumir, pois para
sobreviver, nós precisamos de abrigo, alimento, água, ar, medicamentos, roupas que nos
protejam do frio, etc...
14
Mas é importante saber diferenciar consumo de consumismo. O consumo de um
produto ou serviço visa atender às necessidades reais de alguém que vai, de fato, usar
um produto ou serviço. Já no consumismo, o que mais importa é a compra por impulso,
para suprir alguma carência psicológica. No consumismo, a compra é movida pela
emoção e não se pensa sequer se as condições financeiras são favoráveis àquela compra.
Existem milhões de pessoas no mundo que estão doentes de tanto comprar. A
oniomania é a doença da compulsão pelo consumo que já atinge 3% da população
brasileira e 1% da americana, segundo a SERASA.
Hoje em dia, é muito fácil obter crédito, fazer diversas compras e possuir vários
cartões de crédito. O tempo todo somos abordados por bancos, financeiras, vendedores,
telefonemas, cartas e e-mails oferecendo produtos e “crédito fácil”. A publicidade busca
nos seduzir nos convencendo de que não podemos viver sem determinados produtos ou
serviços dos quais, na verdade, não precisamos. Muitas vezes, as pessoas acabam
comprando demais e se endividando em excesso devido às compras por impulso. Todos
os dias, órgãos de defesa do consumidor, como o PROCON, recebem inúmeros
consumidores que compram até veículos, sem pensar, e poucos dias depois querem
desfazer o negócio porque descobrem que não conseguirão pagar as prestações.
CUIDADO! O crédito oferecido é farto e fácil, mas o difícil é pagar. E quando
você não paga as suas contas em dia, está fazendo um grande mal para as suas finanças
e também está contribuindo para o aumento das taxas de juros no país, prejudicando
milhões de pessoas. A sua inadimplência acaba provocando o aumento das taxas de
juros. Consuma o crédito somente se for realmente necessário e o faça de forma
responsável. Então, pense antes de consumir, reflita se o consumo é de fato necessário e
se você pode realmente pagar por ele.
5. A IMPORTÂNCIA DO CONSUMO CONSCIENTE
Apesar da gravidade dos problemas enfrentados pelo mundo atual, existe uma
luz no final do túnel. Os hábitos de consumo de todos nós podem ser modificados para o
bem da natureza e, consequentemente, da humanidade. A forma como nós consumimos
transforma o mundo. Consumir conscientemente é pensar que toda forma de consumo
gera impactos positivos e negativos. O consumidor consciente pensa antes de consumir
15
e buscar minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos. “Pense
globalmente, aja localmente”, diz a escritora americana, Hanzel Henderson.
Para exemplificar a força que têm as nossas mudanças de hábito, saiba que se
toda a população de Belo Horizonte fechasse a torneira enquanto escova os dentes,
durante um mês, a quantidade de água economizada seria o equivalente a cerca de 30
minutos da água que cai pelas Cataratas do Iguaçu! Então, vamos pensar: como somos
6,5 bilhões de pessoas no mundo, se cada um de nós evitar os desperdícios e buscar
consumir conscientemente, os impactos negativos sobre a natureza serão MUITO
reduzidos !
O consumidor tem um importante papel transformador no mundo que pode
ajudar na reversão da insustentabilidade. De acordo com o relatório “Mudanças
Climáticas: Um assunto de todos”, elaborado pela Confederação Britânica da Indústria
(CBI), os consumidores têm um enorme potencial para impulsionar a redução das
emissões de CO2 através de suas atitudes no dia-a-dia, como suas decisões sobre
aquecimento e iluminação em casa, a escolha dos aparelhos elétricos, suas opções de
transporte e tipos de compras, por exemplo. Segunda uma pesquisa da empresa de
consultoria americana, McKinsey, 60% das emissões de CO2 são controladas ou
influenciadas pelos consumidores (INSTITUTO AKATU).
Adicionalmente, os consumidores têm forte influência sobre o mercado. À
medida que os consumidores pressionam as empresas exigindo “produtos verdes”, que
são aqueles produtos que agridem menos a natureza, as empresas passam a rever seus
modos de produção e a elaborar este tipo de produto em larga escala. Algumas empresas
já estão modificando suas estratégias de negócios numa verdadeira corrida pela
sustentabilidade. Como exemplos internacionais, podemos citar os casos da General
Motors, que quadruplicou suas vendas de produtos verdes nos últimos anos e o Wal
Mart, maior empresa varejista do mundo, que está implantando um projeto de
sustentabilidade ousado, prevendo a utilização de 100% de energia de fontes renováveis
e produção de lixo zero.
No Brasil, destaca-se a Natura, eleita Empresa Sustentável de 2008, pela Revista
Exame, que adota um sistema de gestão de responsabilidade corporativa contendo não
só metas financeiras, mas sociais e ambientais. A Natura utiliza base vegetal em todos
os seus produtos, não recorrendo ao sacrifício de animais, está reduzindo a emissão de
CO2, reduz a produção do lixo através da produção de refis e da reciclagem em larga
escala de suas embalagens.
16
As empresas hoje têm, cada vez mais, a obrigação de incorporarem em seus
modelos de negócios práticas sustentáveis e o consumidor pode contribuir muito
induzindo as empresas a adotarem estas práticas. Naturalmente, todo este processo não é
simples, mas está cada vez mais ganhando força e gerando um efeito multiplicador
positivo rumo à sustentabilidade global. Segundo o Instituto Akatu, um em cada três
brasileiros percebe os impactos coletivos ou de longo prazo nas decisões de consumo.
Além disso, constata-se que tem aumentado a proporção de consumidores que usam seu
poder de compra e de comunicação para premiar empresas que tenham práticas
adequadas de responsabilidade social e ambiental.
É importante esclarecer que o consumidor tipicamente chamado de “pão-duro”
que busca, acima de qualquer coisa, economizar o máximo de dinheiro possível, não é
consumidor consciente. O “pão-duro” só se preocupa com o seu bolso o tempo todo,
não se importando com o meio-ambiente e com a coletividade. Ele, muitas vezes,
compra produtos piratas, produtos de baixa qualidade e até mercadorias produzidas com
mão-de-obra escrava e infantil.
No outro extremo, temos o consumidor gastador que compra muito além de suas
necessidades, desperdiçando recursos financeiros e ambientais. O gastador (com
dinheiro sobrando ou não) também não é consumidor consciente, porque ele só se
preocupa com seu conforto, sem refletir sobre o seu consumo, sem se preocupar com as
questões ambientais e coletivas.
O consumidor consciente de fato é aquele que tem consciência de seus impactos
de consumo, que pensa antes de consumir e procura fazê-lo da melhor maneira possível,
buscando, ao mesmo tempo consumir com responsabilidade, preservar o Planeta e
equilibrar o seu orçamento doméstico.
Veja o que o consumidor consciente pode fazer em prol da sustentabilidade:
Pensar antes de consumir, analisando o que consumir, de quem consumir e como
descartar;
Consumir apenas o necessário;
Planejar as compras;
Produzir menos lixo, reciclar ao máximo e descartar o lixo adequadamente;
Utilizar sacolas permanentes ou retornáveis nas compras, evitando as sacolas
plásticas descartáveis;
Economizar água, energia elétrica, gás e recursos naturais;
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Não desperdiçar;
Evitar o uso do carro e preferencialmente, andar a pé, de bicicleta, de ônibus ou
de metrô;
Utilizar os produtos até o fim;
Não comprar produtos piratas ou contrabandeados;
Usar menos embalagens;
Utilizar o crédito de forma responsável;
Dar preferência a produtos de empresas social e ambientalmente responsáveis; e
Divulgar o consumo consciente.
DICA: Acesse o site do Instituto Akatu (www.akatu.org.br) e faça o Teste do
Consumidor Consciente para você refletir sobre o seu consumo. É fácil, rápido e
gratuito.
6. DICAS DE ECONOMIA DE RECURSOS
Agora que você já conhece melhor os problemas do mundo atual, a questão da
sustentabilidade e a importância de se praticar o consumo consciente, aprenda algumas
dicas importantes para economizar recursos.
6.1 Dicas para economizar água
Verifique se as torneiras funcionam bem e se não há
vazamentos;
Ao lavar as mãos, escovar os dentes ou fazer a barba,
feche a torneira e só volte a abrir na hora de enxaguar;
Use balde ou regador para molhar as plantas;
Tome banho rápido de chuveiro e feche a torneira na hora de ensaboar;
Não varra calçadas e garagens com água, use a vassoura;
Evite comprar coisas desnecessárias para poupar água virtual; e
Quando viajar, feche o registro de água, evitando desperdícios.
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6.2 Dicas para economizar energia
Pinte as paredes com cores claras para refletir melhor a
luz ;
Use lâmpadas fluorescentes que gastam menos e duram
mais;
Apague lâmpadas e eletrodomésticos que não estiver
usando;
Não deixe aparelhos sem uso ligados na tomada, no modo de espera (standby),
com luz acessa, pois isso consome 20% de energia;
Somente use o ferro elétrico quando houver uma grande quantidade de roupas
para passar;
Evite abrir a geladeira demais, verifique a borracha de vedação e não coloque
alimentos quentes em seu interior; e
Só ligue o lava-louças ou a lava-roupas quando estiverem cheios.
6.3 Dicas para economizar gás
Instale o fogão em um local protegido de correntes de ar;
Fique atento a qualquer tipo de vazamento;
Limpe periodicamente os injetores dos queimadores;
Primeiro acenda o fósforo e depois rode o controle do
gás;
Prefira as panelas de fundo largo porque elas aproveitam melhor o calor das
chamas;
Tampe sempre as panelas para evitar perda de água e calor; e
Quando a água começar a ferver mantenha o queimador em fogo baixo.
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6.4 Dicas para economizar no supermercado
Evite ir ao supermercado com fome e com crianças;
Pesquise preços;
Faça uma lista antes de comprar e siga-a quando for às
compras;
As “promoções” nem sempre valem à pena, pense antes de comprar;
Verifique a validade dos produtos para não desperdiçar; e
Dê preferência às frutas e produtos da estação.
6.5 Dicas para economizar combustível
Sempre que possível, evite usar veículos particulares e dê preferência às
caminhadas, bicicleta, transporte público como metrô, ônibus e táxi, e pratique a carona
solidária, como uma forma de reduzir o número de carros em circulação, e
consequentemente, diminuir a poluição. Entretanto, sendo o uso do carro
indispensável, siga as seguintes dicas:
Abasteça com álcool porque ele polui menos que a gasolina e o diesel;
Faça uma boa manutenção do carro, verificando a regulagem do motor, a
calibragem e o alinhamento dos pneus. Carros mal cuidados gastam mais
combustível e poluem mais;
Evite o uso do condicionador de ar que consome mais combustível;
Não sobrecarregue o carro, porque quanto maior a carga, maior o consumo e o
desgaste geral;
Dirija sempre de modo suave, evitando grandes arrancadas, aceleradas ou
freadas, que elevam o consumo de combustível. Velocidades variando ou muito
altas consomem mais combustível. Nas estradas, mantenha uma velocidade
média entre 80 e 110 km/h.
Antes de sair de casa, organize um roteiro do percurso para evitar deslocamentos
desnecessários; e
Desligue o motor quando o carro ficar parado por muito tempo.
Você também pode plantar árvores para reduzir, no longo prazo, a poluição gerada
pelos veículos, não resolve o problema completamente, mas ajuda.
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6.6 Dicas para usar o crédito de forma responsável
O ideal é você refletir antes da compra, evitando as
compras desnecessárias. Desta forma, você faz um
bem enorme para o seu bolso e para a natureza, ou
seja, você evita se tornar um superendividado e
ainda poupa recursos naturais do Planeta. Além
disso, se você não conseguir pagar as contas em dia,
estará contribuindo para o aumento das taxas de
juros e prejudicando milhões de pessoas que
precisam de crédito.
Então, não caia na armadilha da publicidade ou da insistência dos vendedores.
Pense antes de comprar e saiba dizer NÃO! Antes da compra, você deve se fazer três
perguntas básicas:
Eu preciso deste produto ou serviço MESMO?
Eu posso pagar?
Eu devo comprar neste momento?
7. VALORIZANDO AS BOAS COISAS QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA
Como dizia George Horace, escritor e jornalista americano: “É bom ter dinheiro
e as coisas que o dinheiro pode comprar, mas é bom verificar se não estamos perdendo
as coisas que o dinheiro não pode comprar”. Veja quantas coisas boas podemos fazer
gastando poucos recursos naturais e financeiros. É só você pensar e se informar:
Aprecie o pôr-do-sol, o céu e a lua; sozinho ou ao lado de quem você gosta;
Leia um bom livro;
Caminhe;
Ouça uma boa música;
Cante, dance;
Cultive plantas;
Componha uma música ou poesia;
Dedique-se a um trabalho voluntário;
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Desfrute o tempo com sua família e amigos;
Namore;
Aproveite as opções de lazer gratuitas e/ou de baixo custo que sua cidade
oferece (festivais de música, de teatro e de cinema; museus; praças; zoológico;
visita a pontos turísticos e igrejas; bibliotecas públicas, etc...); e
Pense, invente seu jeito de se divertir e seja feliz. A sua felicidade depende de
você mesmo !
8. MENSAGEM FINAL
Esta cartilha não pretende apresentar fórmulas ou estratégias fáceis para resolver
alguns dos grandes problemas atuais da humanidade. Sabemos que alcançar a
sustentabilidade é um processo difícil, controverso, mas possível. Existem diversos
entraves à obtenção da sustentabilidade global, como os entraves culturais, científicos,
político-econômicos, sociais, éticos, ideológicos e psicológicos. Além disso, cada um de
nós, individualmente, possui seus desejos, suas dificuldades e suas limitações em
contribuir para a sustentabilidade global.
Contudo, acreditamos firmemente que podemos e devemos unir esforços com a
finalidade de trabalhar para um mundo melhor para todos. O desafio da sustentabilidade
está diante de nós, que podemos modificar nossos hábitos de vida e de consumo,
criando uma verdadeira corrente do bem em prol da vida. Como dizia Helen Keller,
escritora americana que era surda e cega e não obstante, uma grande intelectual: “O
otimismo é a fé em ação”. Então, vamos nos unir para cuidar uns dos outros e do
Planeta já !
Para finalizar, fica a questão: será que quem recicla pode consumir sem culpa? O
texto seguinte serve para refletirmos sobre os nossos hábitos de consumo e o papel da
reciclagem.
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TEXTO PARA REFLEXÃO:
QUEM RECICLA PODE CONSUMIR SEM CULPA ? *
Adriana Fileto
O consumo é importante, já que satisfaz necessidades e desejos, gera emprego,
gira a Economia, estimula a Ciência; enfim promove o desenvolvimento. O que deve ser
combatido é o consumismo, o superendividamento e a oniomania (doença da compulsão
pelo consumo). As pessoas estão consumindo bem acima, tanto da sua própria
capacidade, quanto da potencialidade do Planeta. Portanto, é dever de todos nós a busca
da sustentabilidade.
Nos últimos anos, os valores e as práticas do consumo consciente têm se
disseminado bastante no Brasil que hoje é um dos campeões mundiais em reciclagem de
alumínio e plástico. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET, em 2006, o
Brasil ocupou o 2º lugar no mundo em taxa de reciclagem de PET com 51,3%, atrás
apenas do Japão, com 62%. Sem dúvida alguma este é um ranking positivo, mas será
que podemos consumir PET sem culpa? Nós podemos manter o nosso padrão de
consumo de PET, pois a reciclagem resolverá a questão do lixo gerado e então este
problema não será mais nosso?
Antes de respondermos a estas questões, analisemos os dados de uma planilha
elaborada para uma família de 4 pessoas que consume 1 garrafa PET de refrigerante de
2 litros, por dia, durante 20 anos. O consumo é muito pequeno em termos relativos,
representando apenas 0,000006% da produção brasileira anual de refrigerantes, mas
como veremos causará pequenos impactos positivos e expressivos impactos negativos.
No que se refere aos impactos positivos, destacam-se o prazer proporcionado à família,
salários e encargos sociais de R$1.368,50, impostos de R$5.706,87 e 0,02 empregos.
Outro impacto positivo é a reciclagem de 33 quilos de resíduos sólidos. Quanto aos
impactos negativos, têm-se o dispêndio de recursos e a geração de lixo. Na produção,
gastam-se 29.304 litros de água, 64 litros de combustível e 1.320
_________________________________________
* Este texto foi originalmente elaborado para o Instituto Akatu e posteriormente
resultou no artigo “Consumo sem culpa ?” publicado no Jornal Estado de Minas, em
02/05/2008.
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kilowatt-hora de energia. Ao longo dos 20 anos, são consumidas 7.200 garrafas que
totalizam 432 quilos. Estas garrafas geram uma fila de 2,6 quilômetros e podem encher
uma sala de 14 metros cúbicos de volume do chão até o teto. A produção de gás
carbônico (CO2) é de 953 quilos o equivalente ao CO2 gerado por 2 carros de porte
médio, durante 1 ano. Os resíduos sólidos produzidos somam 42 quilos. A família gasta
o total de R$ 26.112,00 e caso ela aplicasse esse dinheiro, na caderneta de poupança,
durante 20 anos, acumularia R$50.270,05, o que seria suficiente para comprar um bom
imóvel de classe média.
Além disso, existem outros impactos negativos potenciais relacionados aos
danos à saúde da família (obesidade); e a diversos problemas advindos do descarte das
garrafas nos lixões e nas ruas, tais como poluição do solo, proliferação de doenças
(dengue, por exemplo) e entupimento de bueiros que podem causar inundações. O
exemplo desta família revela quanto um “inocente” hábito de consumo de refrigerante
pode impactar o indivíduo, a sociedade e o meio-ambiente. De fato, é impossível não
consumir, mas é importante ressaltar que toda forma de consumo, por mais simples que
seja, impacta o mundo à nossa volta. A reciclagem minimiza o impacto ambiental do
consumo, porém, antes de RECICLAR, é preciso REPENSAR, REDUZIR E
REUTILIZAR. A reciclagem é essencial e deve continuar sendo praticada, mas é
fundamental que esta seja a última etapa do processo de consumo. Devemos refletir
antes de consumir.
Agindo de forma racional no consumo, poderemos contribuir sim para melhorar
um pouco o mundo para nós mesmos hoje e também para as gerações futuras. Reflita,
pois sobre o seu consumo.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando. Os desafios da Sustentabilidade – Uma ruptura urgente. Rio
de Janeiro: Campus, 2ª Ed, 2007.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar – Ética do humano – compaixão pela Terra. São
Paulo: Vozes, 14ª Ed
CAMARGO, Ana Luiza de Brasil. Desenvolvimento Sustentável – Dimensões e
Desafios. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.
Guia Exame, Sustentabilidade. Outubro de 2008.
Jornal Estado de Minas - Reciclagem : Coleta Seletiva não sai do papel - 23/11/2008
Mudanças Climáticas: Um assunto de todos. Relatório do Grupo de Trabalho de
Mudanças Climáticas da CBI. Novembro de 2007. Disponível em: http://
homologa.ambiente.sp.gov.br/proclima/publicacoes/publicacoes_portugues/
climatereport2007full_portuguese.pdf, em 30/10/2008
Revista Veja – Reportagem: A Terra Não Aguenta – 02/11/2008
SITES CONSULTADOS
Florestas do Futuro www.florestasdofuturo.org
Fundação SOS Mata Atlântica http://www.sosmatatlantica.org.br/
Fundação Verde (FUNVERDE) http://funverde.wordpress.com
Instituto Akatu http://www.akatu.org.br/
Nós podemos www.nospodemos.org.br
Planeta Sustentável http://planetasustentavel.abril.com.br/
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
http://www.pnud.org.br/
SERASA - www.serasa.com.br
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SOBRE A AUTORA
Adriana Fileto é Economista (UFMG), Mestre em Administração com Ênfase em
Finanças (CEPEAD / UFMG) e Pós-Graduada em Administração Financeira (Fundação
Dom Cabral).
Sócia-Diretora da Rede Três – Educação e Consultoria para a Sustentabilidade
(www.redetres.com).
Consultora Certificada do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente
(www.akatu.org.br).
Também trabalha como Assessora Técnica do Núcleo de Cidadania da Câmara
Municipal de Belo Horizonte/PROCON Municipal de BH e leciona Matemática
Financeira e Matemática na Faculdade Novos Horizontes.
Atua como consultora de finanças pessoais e desenvolve trabalhos como pesquisadora,
professora e palestrante dos temas relacionados à sustentabilidade, consumo consciente,
responsabilidade social e educação financeira.
No Dia V (Dia do Voluntariado) de 2008, em Belo Horizonte, idealizou, reuniu e
coordenou 12 instituições parceiras públicas e privadas que trabalharam em prol da
educação para a sustentabilidade através do Comitê Cuide do Seu Bolso e do Planeta
Já ! .
Contato: [email protected]
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