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Disciplina: COV-783 - Matemática para Engenharia Oceânica I Prof. Paulo de Tarso - [email protected] - Sala I207/C201 1 Bibliografia Básica: Notas de Aula Kreyszig, E. - Advanced engineering mathematics - 7 th Ed. Programa do Curso: 1. Revisão de Cálculo Vetorial e Matricial 2. Capítulo I - Equações Diferenciais de 1ª Ordem. 3. Capítulo II - Equações Diferenciais de 2ª Ordem. 4. Capítulo V - Soluções por Séries. 5. Capítulo VI - Transformada de Laplace. 6. Capítulo X - Séries de Fourier. 7. Capítulo XI - Equações Diferenciais Parciais. 1. REVISÃO DE CÁLCULO VETORIAL E MATRICIAL FUNÇÕES Função é um mapeamento de um conjunto D (domínio de f) em outro conjunto I (imagem de f). Ex: Sejam D x x 2 1 , tal que 2 1 2 1 ) ( ) ( x x x f x f = = , dizemos então que ) ( x f é bi-unívoca, e portanto admite função inversa. Ex: 2 ) ( x x f = para [ ] 1 , 0 x é uma função bi-unívoca que admite a função inversa x x f = ) ( 1 no domínio [ ] 1 , 0 x , e vale a propriedade x x f f = )) ( ( 1 e x x f f = )) ( ( 1 . LIMITE Diz-se que L é o limite de f(x) quando x tende a x o , ou seja, L x f x x = ) ( lim 0 ou L ) x ( f quando 0 x x se: 0 > ε existe 0 ) , ( 0 > x ε δ tal que ε < L x f ) ( sempre que δ < < 0 x x 0 . Ex: Seja 3 x 2 ) x ( f = , o limite de f(x) quando x tende a 2 é igual a: 1 ) x ( f lim 2 x = CONTINUIDADE Uma função f(x) é contínua em x 0 sempre que ) x ( f ) x ( f lim 0 x x 0 = ou em termos matemáticos 0 > ε existe 0 ) , ( 0 > x ε δ tal que ε < ) x ( f ) x ( f 0 sempre que δ < 0 x x . 1 1 , 0 2 ) 1 ( 8 ) ( 2 < + = x x x x x f

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Bibliografia Básica:

• Notas de Aula

• Kreyszig, E. - Advanced engineering mathematics - 7th Ed.

Programa do Curso: 1. Revisão de Cálculo Vetorial e Matricial 2. Capítulo I - Equações Diferenciais de 1ª Ordem. 3. Capítulo II - Equações Diferenciais de 2ª Ordem. 4. Capítulo V - Soluções por Séries. 5. Capítulo VI - Transformada de Laplace. 6. Capítulo X - Séries de Fourier. 7. Capítulo XI - Equações Diferenciais Parciais.

1. REVISÃO DE CÁLCULO VETORIAL E MATRICIAL FUNÇÕES Função é um mapeamento de um conjunto D (domínio de f) em outro conjunto I (imagem de f).

Ex: Sejam Dxx ∈21, tal que 2121 )()( xxxfxf =⇒= , dizemos então que )(xf é bi-unívoca, e portanto admite função inversa. Ex:

2)( xxf = para [ ]1,0∈x é uma função bi-unívoca que admite a função

inversa xxf =− )(1 no domínio [ ]1,0∈x , e vale a propriedade xxff =− ))(( 1 e xxff =− ))((1 .

LIMITE Diz-se que L é o limite de f(x) quando x tende a xo, ou seja,

Lxfxx

=→

)(lim0

ou L)x(f → quando 0xx→ se:

0>∀ε existe 0),( 0 >xεδ tal que ε<− Lxf )( sempre que δ<−< 0xx0 .

Ex: Seja 3x2)x(f −= , o limite de f(x) quando x tende a 2 é igual a: 1)x(flim

2x=

CONTINUIDADE Uma função f(x) é contínua em x0 sempre que )x(f)x(flim 0xx 0

=→

ou em termos matemáticos

0>∀ε existe 0),( 0 >xεδ tal que ε<− )x(f)x(f 0 sempre que δ<− 0xx .

11,02)1(8)( 2

≤<+−=

xxxxxf

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Ex: Seja uma função 2x)x(f = , para 4x0 ≤≤ , 3x ≠ e

27)x(f = , para 3x = Sabendo-se que 9)x(flim

3x=

→, podemos verificar que a função não é contínua no ponto

3x = , pois 27)3(f)x(flim3x

=≠→

.

DERIVAÇÂO A derivada )x('f de uma função )x(f é definida da seguinte forma:

h)x(f)hx(flim)x('f

0h

−+=

→, quando este limite existe.

Ex: Seja 2x)x(f = , sua derivada será calculada como segue:

x2hx2limhhxh2lim

hxhxh2xlim

hx)hx(lim)x('f

0h

2

0h

222

0h

22

0h=+=

+=

−++=

−+=

→→→→

PROPRIEDADES DOS VETORES ESCALARES, VETORES

• Escalar é uma grandeza que é determinada exclusivamente por sua intensidade (ou magnitude).

Ex: comprimento, temperatura,Voltagem.

• Vetor é uma grandeza que se determina por sua intensidade e direção.

É representado, usualmente por uma flecha.

Ex: Força, Velocidade, Aceleração

O tamanho de um vetor ar é chamado de norma e é representado por ar . Um vetor com norma igual a 1 é um Vetor Unitário. Por definição dois vetores ar eb

rsão iguais, isto é, ar = b

r se têm a mesma intensidade, mesma

direção e sentido.

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COMPONENTES DE UM VETOR Seja um sistema cartesiano x y z, no qual um dado vetor ar tenha como ponto inicial P (x1, y1, z1) e final Q(x2, y2, z2). Segue-se que os 3 números:

são as componentes do vetor

O comprimento (norma) do vetor será

Por exemplo, o vetor ar com ponto inicial P: (3, 1, 4) e final Q: (1, -2, 4) tem componentes

portanto,

ADIÇÃO VETORIAL Definição: A soma ar +b

r de dois vetores ar =[a1,a2,a3] e b

r = [b1,b2,b3] é obtida somando as respectivas

componentes

VETORES UNITÁRIOS Outra forma de representação de vetores é:

LLLLLL 123122121 zza;yya;xxa −=−=−=

[ ]321 a,a,aa =r

23

22

21 aaaa ++=

r

044312231

3

2

1

=−=−=−−=

−=−=

aaa

[ ]0,3,2 −−=ar

( ) ( ) 13032 222 =+−+−=ar

[ ]332211 ,, babababa +++=+rr

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ar = [a1,a2,a3] = kajaia 321

rrr++ onde k,j,i

rrrsão vetores unitários nas direções positivas dos

eixos x,y e z, assim: [ ]0,0,1i =

r, [ ]0,1,0j =r

, [ ]1,0,0k =r

PRODUTO INTERNO (ESCALAR) O produto interno (ou escalar) de dois vetores [ ]321 ,, aaaa =r e [ ]321 b,b,bb =

r

é definido como γcosbab.a =rr

se 0a ≠r e 0b ≠r

. Por outro lado 0b.a =rr

se 0a =r ou se 0b =r

O produto escalar pode ser calculado a partir das componentes dos vetores ar e br

da seguinte forma 332211 bababab.a ++=

rr

Um vetor ar é dito ORTOGONAL a um vetor b

r se 0b.a =

rr.

..... Teorema: “O produto interno de dois vetores não-nulos é zero se e somente se estes vetores são perpendiculares”. O comprimento do vetor ar pode ser calculado a partir do produto interno como segue:

γcosbab.a =rr

, logo fazendo ab rr= teremos que o ângulo 0=γ e portanto,

a.aa0cosaaa.a rrrrrrr=→=

Ex: 1: Ache o produto interno, os comprimentos e o ângulo entre os vetores

[ ]0,2,1=ar e [ ]1,2,3b −=r

11.0)2.(23.1. −=+−+=barr

5021a.aa 222 =++==rrr

141)2(3b.bb 222 =+−+==rrr

701

bab.acos

1451 −=== −rr

rr

γ , 0865,96=γ

PROPRIEDADES

• [ ] cbcacba rrrrrrr ... βαβα +=+ (Linearidade)

• a.bb.a rrrr= (Simetria)

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• 0a0a.a

0a.arrrr

rr

=⇔=

≥ (Forma Positivo-Definida)

baba

rrrr+≤+ (Desigualdade Triangular)

PRODUTO VETORIAL O produto vetorial ba

rr⊗ de dois vetores [ ]321 a,a,aa =r e [ ]321 b,b,bb =

ré um vetor bav

rrr⊗=

cuja direção é perpendicular ao plano formado por ar .e br

tal que . ar , br

e barr

⊗ ...formam um triedo direto. Sejam ar =[a1,a2,a3], [ ]321 b,b,bb =

r e [ ] bavvvv

rrr⊗== 321 ,, . Podemos determinar as

componentes jv de vr da seguinte forma:

[ ] ( ) ( ) ( )122131132332

321

32132,1 , babakbabajbabaibbbaaakji

vvv −+−+−==rrr

rrr

PROPRIEDADES GERAIS ( ) )( bakbak

vrrr⊗=⊗ , onde k é um escalar

cabacba rrrrrrr⊗+⊗=+⊗ )(

cbcacba rrrrrrr⊗+⊗=⊗+ )( )

)( baabrrrr

⊗−=⊗

cbacba rrrrrr⊗⊗≠⊗⊗ )()(

OPERADORES VETORIAIS Seja ),,( zyxP um campo escalar e kVjViVVVVzyxV zyxzyx

rrrr++== ),,(),,( um campo vetorial,

podemos definir os seguintes operadores vetoriais: GRADIENTE

zPj

yPi

xPzyxP

∂∂

+∂∂

+∂∂

=∇rr

),,(

DIVERGENTE

zV

yV

xV

V zyx

∂∂

+∂

∂+

∂∂

=∇r.

ROTACIONAL

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)()()(yV

xV

kxV

zV

jzV

yViV xyzxyz

∂∂

−∂

∂+

∂∂

−∂∂

+∂

∂−

∂∂

=×∇rrrr

MATRIZES CONCEITOS BÁSICOS Uma matriz é um arranjo de números envolvido em chaves, como no exemplo abaixo:

−−

1052,32,1384,02

ou

22

3xexe

x

x

- N0 de linhas horizontais [linhas] - N0 de linhas verticais [colunas] Ex: Sistemas de equações Um sistema de equações pode ser representado na forma matricial como no exemplo:

025 =+− zyx 0403 =++ zyx

=

−00

403125

zyx

Uma matriz com m-linhas e n-colunas tem a forma

[ ]

==

mnmm

n

jk

aaa

aaaa

aA

KK

MM

MM

M

KK

21

21

11211

Onde o termo geral é dado por ija ,onde i representa a linha e j a coluna. Se o número de linhas m é igual ao número de colunas n diz-se que a matriz é quadrada. Uma submatriz de uma matriz A (mxn) é obtida eliminando-se alguma(s) linha(s) ou coluna(s) de A.

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Ex: A matriz

=

232221

131211

aaaaaa

A admite as seguintes submatrizes:

2221

1211

aaaa

ou

2321

1311

aaaa

VETORES Um vetor é uma matriz de uma única linha [vetor linha] ou uma única coluna [vetor coluna]

Ex: br

é um vetor coluna

nb

bbb

M3

2

1

cr é um vetor linha [ ]nccc L2

TRANSPOSTA A transposta AT de uma matriz A= [ ]jka de tamanho m x n (m linhas e n colunas) é uma matriz de tamanho n x m em que são trocadas as linhas pelas colunas. Ex:

−=

004185

A

−=

010845

TA

MATRIZ SIMÉTRICA É uma matriz quadrada tal que A=AT ou seja

jiij aa =

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Ex:

=

943472321

A

MATRIZ ANTI-SIMÉTRICA É uma matriz quadrada tal que TAA −= , ou seja

jiij aa −=

Ex:

−−

−=

043402320

A

ADIÇÃO DE MATRIZES É definida apenas para matrizes de mesmo tamanho, isto é, sejam [ ]jkaA = , [ ]jkbB = . A matriz

soma BAC += terá como coeficientes jkjkjk bac +=

Ex:

−=

210364

A ,

−=

013015

B

=

++++−+−

=+=223351

021130031654

BAC

MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR O produto de um escalar α por uma matriz [ ]jkaA = é a matriz [ ]jkaA αα =

Ex: Seja

−=

210364

A , a matriz A3B = é dada por

−=

×××××−×

=63091812

2313033363)4(3

B

PRODUTO DE MATRIZES

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O produto ABC = de uma matriz [ ]jkaA = mxn e uma matriz [ ]jkbB = rxp só está definido se n=r, isto é, o número de colunas da matriz A é igual ao número de linhas da matriz B, tal que a matriz [ ]jkcC = terá elemento geral jkc

nkjnk22jk11jpkn

1p jpjk babababac +++== ∑ =L

Ex:Sejam

=

092734

A e

=

6152

B .

A matriz produto

=

++++++

==451847163811

6x05x91x02x96x25x71x22x76x35x41x32x4

ABC

OBS: AB ≠ BA (em geral) MATRIZ TRIANGULAR

205032001

(Matriz Triangular Inferior)

400320161

(Matriz Triangular Superior)

MATRIZ DIAGONAL

500020001

0a jk = se kj ≠

MATRIZ UNITÁRIA OU IDENTIDADE

=

100010001

I (Matriz Identidade com 3 linhas e colunas)

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE 1ª ORDEM. CONCEITOS BÁSICOS: Equações Diferenciais são equações que contém derivadas da função incógnita y(x), que deve ser determinada para todo x.

Equação Ordem da maior derivada Observação

xxy cos)(' = 1ª Equação diferencial c/ 1 variável 0)(4)('' =+ xyxy 2ª Equação diferencial c/ 1 variável

)()2()(''2)(')(''' 222 xyxxyexyxyx x +=+ 3ª Equação diferencial c/ 1 variável. Produto de incógnitas ⇒ equação não-linear.

CONCEITO DE SOLUÇÃO: Uma solução de uma equação diferencial de 1ª ordem F[x,y(x),y'(x)]=01 em algum intervalo aberto a<x<b é uma função y(x) que satisfaça F[x,y(x),y'(x)]=0 para todo x∈(a,b).

Exemplo:

1. y(x)=x2 é a solução de xy'(x)=2y(x)

Verificação: y(x)=x2 ⇒ y'(x)=2x ⇒ x2x=2x2 ⇒ 2x2=2x2

2. y'(x)=cosx ⇒ ∫y'(x)dy=∫cosxdx+c ⇒ y(x)=senx+c

y(x)=senx+c é a solução geral; quando c for especificado (condições de contorno) tem-se a solução particular para aquelas condições.

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS SEPARÁVEIS. Muitas equações diferenciais podem ser transformadas para a forma: g(y(x))y'(x)=f(x) por meio de manipulações algébricas:

g(y)y'(x)=f(x) ⇒ )()( xfdxdyyg = ⇒ g(y)dy=f(x)dx ⇒ ∫g(y)dy=∫f(x)dx+c

cdx)x(fdxdx

)x(dy)]x(y[g += ∫∫ ⇒ ∫g[y(x)]dy=∫f(x)dx+c2

onde os termos que dependem de y e x aparecem separados e em lados opostos da equação.

Exemplo:

1 F[x,y(x),y'(x)]=0 é equação escrita na forma implícita. A equação 22 yxz += representa um cone superior e pode ser escrita na

forma implícita F(x,y,z) ou na forma explícita z=f(x,y) ⇒ 0yxz]z,y,x[F 22 =+−= .

2 ∫= x

0 dt)tsen()x(F ⇒ X

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9yy'+4x=0 ⇒ 9yy'=-4x ⇒ ∫9ydy=∫-4xdx+c ⇒ 9∫ydy=-4∫xdx+c ⇒ cxy+−=

24

29

22

c2x4

2y9 22

=+ ⇒ c2x4

2y9 22

=+ ⇒ 18c

36x4

36y9 22

=+ ⇒ '49

22

cyx=+ ⇒ '

23 2

2

2

2

cyx=+

equação da elipse:

=+ 12

2

2

2

by

ax

-3

-2

-1

0

1

2

3

-3 -2 -1 0 1 2 3

123 2

2

2

2

=+yx

=+ 12

2

2

2

by

ax

a=3, b=2

PROBLEMA DE VALOR INICIAL (P.V.I.)

y'+5x4y2=0 e y(0)=1

y'+5x4y2=0 ⇒ y'=-5x4y2 ⇒ 42 5' xyy

−= ⇒⇒ 42 51 xdxdy

y−= ⇒ dxx

ydy 42 5−= ⇒

⇒ cdxxydy

+−= ∫∫ 42 5 ⇒ cdxxdy

y+−= ∫∫ 4

2 51 ⇒

⇒ cxy

+−=−5

51 5

⇒ cxy

−= 51 ⇒

cx1)x(y 5 −

=

Como y(0)=1 e c1

c01)0(y 5 −=−

= ⇒ 1c1=− c=-1 ⇒

11)( 5 +

=x

xy

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE 2ª ORDEM. Uma equação diferencial de 2ª ordem é linear se pode ser escrita na forma:

y''+p(x)y'+q(x)y=r(x)

e será não-linear se não puder ser escrita nessa forma. Se r(x)=o essa equação é dita homogênea

Exemplos:

3y''+4y'+5y=x2 é uma equação linear não-homogênea

3y''+4y'+5y=0 é uma equação linear homogênea

As funções p(x) e q(x) são os coeficientes da equação diferencial.

Exemplos:

y''+4y=e-xsenx é uma equação linear

x[y''y+(y')2]-2xy'+6y=0 é uma equação não-linear

1')( 2+= yxy é uma equação não-linear

TEOREMA FUNDAMENTAL DA EQUAÇÃO HOMOGÊNEA: “Para uma equação diferencial linear e homogênea, y''+p(x)y'+q(x)y=0, qualquer combinação linear de 2 soluções num intervalo aberto I é também solução da equação diferencial linear homogênea nesse intervalo. Em particular, somas e constantes múltiplas de soluções são também soluções”. Observação: Esse teorema não vale para equações diferenciais não-homogêneas ou não-lineares. Exemplos:

1. y''+y=1 é uma equação diferencial linear e não-homogênea

y1(x)=1+cosx é solução

y2(x)=1+senx é solução

y3(x)=y1(x)+y2(x)=1+cosx+1+senx=2+cosx+senx não é solução

2. y''+y=0 é uma equação diferencial linear e homogênea

y1(x)=cosx é solução

y2(x)=senx é solução

y3(x)=y1(x)+y2(x)=cosx+senx é solução

3. y''y-xy'=0 é uma equação diferencial não-linear e homogênea

y1(x)=x2 é solução

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y2(x)=1 é solução

y3(x)=y1(x)+y2(x)=x2+1 não é solução

Para as equações diferenciais lineares e homogêneas de 2ª ordem, a solução geral é da forma:

y(x)=c1y1(x)+c2y2(x)

isto é, uma combinação linear de 2 soluções envolvendo 2 constantes (c1 e c2) arbitrárias.

PROBLEMA DE VALOR INICIAL O problema de valor inicial envolve a equação: y''+p(x)y'+q(x)y=0 e as condições iniciais y(x0)=k1 e y'(x0)=k2.

Exemplo: y''-y = 0, y(0)=5 e y'(0)=3

Admitindo que conhecemos duas soluções linearmente independentes, y1(x)=ex e y2(x)=e-x , a solução geral será dada por ⇒ y(x)=c1y1(x)+c2y2(x) =c1ex+c2e-x

Para obter as constantes c1 e c2 precisamos impor as condições iniciais,

y(x)=c1ex+c2e-x ⇒ y'(x)=c1ex-c2e-x ⇒ y''(x)=c1ex+c2e-x

como y(0)=5 ⇒ y(0)=c1e0+c2e-0=5 ⇒ c1+c2=5

como y'(0)=3 ⇒ y'(0)=c1e0-c2e-0=3 ⇒ c1-c2=3

Solucionando o sistema de equações c1+c2=5 e c1-c2=3

c1+c2+c1-c2=5+3

2c1=8 ⇒ c1=4

4+c2=5 ⇒ c2=1

então y(x)=c1ex+c2e-x ⇒ y(x)=4ex+e-x

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS HOMOGÊNEAS A COEFICIENTES CONSTANTES, y''+ay'+by=0.

Admitindo que a solução é da forma exponencial y(x)=eλx (λ pode ser complexo) ⇒ y'(x)=λeλx e y''(x)=λ2eλx

Substituindo na equação y''+ay'+by=0, teremos:

λ2eλx+aλeλx+beλx=0

eλx(λ2+aλ+b)=0

Para que a expressão acima seja nula para qualquer valor de x basta que λ2+aλ+b=0.

λ2+aλ+b=0 é a equação característica da equação diferencial de 2ª ordem

2b4aa 2 −±−

=λ ⇒ 2

b4aa 2

1−+−

=λ ⇒ 2

b4aa 2

2−−−

x1

1e)x(y λ= e x2

2e)x(y λ=

Existem 3 possibilidades:

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1ª. ∆ = a2-4b>0 ⇒ (2 raízes reais e distintas) x

11e)x(y λ= e x

22e)x(y λ=

a solução geral é da forma: )x(yc)x(yc)x(y 2211 += ⇒ x2

x1

21 ecec)x(y λλ +=

2ª. ∆ = a2-4b=0 ⇒ (2 raízes reais e iguais 2a

21 −=λ=λ )

x2a

1 e)x(y−

= e x

2a

2 xe)x(y−

= (utilizando a técnica da redução de ordem)

a solução geral é da forma: x

2a

2

x2a

12211 xecec)x(yc)x(yc)x(y−−

+=+= ⇒ )xcc(e)x(y 21

x2a

+=−

3ª. ∆ = a2-4b<0 ⇒ (2 raízes complexas)3

ω+−=λ i2a

1 , ω−−=λ i2a

2 , onde 4ab

2

−=ω

x1

1e)x(y λ= e x2

2e)x(y λ=

xix2axix

2axi

2a

1 eeee)x(y ω−ω+−

ω+−

=== xix2axix

2axi

2a

2 eeee)x(y ω−−ω−−

ω−−

===

A partir destas duas soluções complexas podemos através de combinação linear conveniente obter duas funções reais e linearmente independentes

)cos()( 21 xexy

xa

ω−

= e )()( 22 xsenexy

xa

ω−

=

A solução geral será da forma:

)xsen(ec)xcos(ec)x(yc)x(yc)x(yx

2a

2

x2a

12211 ω+ω=+=−−

⇒ )]xsen(c)xcos(c[e)x(y 21

x2a

ω+ω=−

3 Revisão de números complexos:

z=x+yi onde 1i −= 22 yxr +=

xyarctan

z=x+iy=reiθ x=rcosθ (eixo horizontal = valores reais) y=rsenθ (eixo vertical = valores imaginarios) Identidade de Euler: eiθ=cosθ+isenθ

No plano complexo, multiplicar por i eqüivale a uma rotação de 90°, no sentido anti-horário.

Revisão de Expansão de Taylor:

...!3

)xx)(x('''f!2

)xx)(x(''f!1

)xx)(x('f)x(f)x(f3

002

00000 +

−+

−+

−+=

...!5

x!4

x!3

x!2

xx1e5432

x ++++++=

...!5

i!4

i!3

i!2

ii1e55443322

i +θ

+θ+=θ ⇒ ...!5

)i(!4

)1(!3)i(

!2)1(i1e

5432i +

θ+

θ+

θ−+

θ−+θ+=θ ⇒ ...

!5i

!4!3i

!2i1e

5432i +

θ+

θ+

θ−

θ−θ+=θ

...!4!2

1cos42

−+=θ e ...!5

i!3

iisen53

−θ=θ

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15

SISTEMA MASSA+MOLA

1. SISTEMA SEM AMORTECIMENTO. m = massa k = constante da mola (rigidez) ks0 = mg⇒ Peso igual à deflexão inicial da mola ∑FEXT = my''(t) -ky(t) = my''(t) my''(t)+ky(t) = 0

0)t(y

mk)t(''y =+

Comparando 0)t(ymk)t(''y =+ com a forma geral da equação y''(t)+ay'(t)+by(t)=0 temos,

a=0, mkb = ⇒ ∆=a2-4b<0 ⇒ λ1 e λ2 complexos e distintos ⇒

−=−−

=−

mki

2mk4

mki

2mk4

2

1

Definindo mk

=0ω ⇒

+

=+=

−t

mkBsent

mkAtBsentAety

ta

cos)]()cos([)( 2 ωω

+

=+= t

mkBsent

mkAtwBsentwAty cos)()cos()( 00

é uma oscilação harmônica

Para determinar as constantes A e B, precisamos das condições iniciais y(0)=y0 e y'(0)=v0. A solução também pode ser escrita na forma y(t)=Ccos(ω0t-δ), onde C é a amplitude (A=Ccosδ, B=Csenδ) e δ é a fase.

Page 16: cov783_mat[1]

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16

y=C*cos(w0*t-δ)

-1,00

-0,75

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

0,00

0,79

1,57

2,36

3,14

3,93

4,71

5,50

6,28

7,07

7,85

8,64

9,42

10,21

11,00

11,78

C*cosδ

C

t

y

T

y(t)=Ccos(ω0t-δ)

y(t)=Ccos[ω0(t+T)-δ]

y(t)=Ccos(ω0t+ω0T-δ)

como 0

2Tωπ

= é o período de y(t)

δ−

ωπ

ω+ω=0

002tCcosy(t)

y(t)=Ccos(ω0t+2π-δ)

como cos(ω0t+2π)=cos(ω0t)

y(t)=Ccos[ω0t-δ]

A relação entre as constantes A,B,C,δ fica esclarecida a partir das relações:

A=Ccosδ e B=Csenδ ⇒

A2+B2=C2cos2δ+C2sen2δ=C2(cos2δ+sen2δ)=C2 ⇒ 22 BAC +=

δ=δδ

=δδ

= tancossen

cosCsenC

AB ⇒

ABarctan

2. SISTEMA COM AMORTECIMENTO

A forca de amortecimento linear é uma função proporcional à velocidade e com sentido contrário ao sentido desta.

∑FEXT=my''(t)

∑FEXT =-ky(t)-cy'(t)

-ky(t)-cy'(t)= my''(t) ⇒ my''(t)+cy(t)+’ky(t)=o

0)t(ymk)t('y

mc)t(''y =++

Comparando 0)t(ymk)t('y

mc)t(''y =++ com a forma geral y''(t)+ay'(t)+by(t)=0 vamos obter a

equação característica:

0mk

mc2 =+λ+λ ⇒

2

4

)1(2

)1(4

24 2

22

2 mkmc

mc

mk

mc

mc

baa−

±−=

±−

=−±−

⇒ m2

km4cm2c

m2km4cc

2

km4cm1

mc

222

−±−=

−±−=

−±−=λ

chamando m2c

=α e m2

km4c2 −=β ⇒ β±α−=

−±−=λ

m2km4c

m2c 2

β−α−=λβ+α−=λ

2

1

Numa EDO de 2ª ordem, a solução vai depender do valor relativo entre os parâmetros c,m,k a

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partir do comportamento do termo ∆=c2-4mk (discriminante):

• ∆=c2-4mk<0 ⇒ λ1≠λ2 são 2 raízes complexas → CONDIÇÕES DE SUBAMORTECIMENTO4

• ∆=c2-4mk=0 ⇒ λ1=λ2 são 2 raízes reais iguais → CONDIÇÕES DE AMORTECIMENTO CRÍTICO (c0)

• ∆=c2-4mk>0 ⇒ λ1≠λ2 são 2 raízes reais distintas → CONDIÇÕES DE SUPERAMORTECIMENTO

Vamos analisar cada uma das condições acima definidas:

1. CONDIÇÃO DE SUPERAMORTECIMENTO

∆=c2-4mk>0 ⇒ λ1≠λ2 são 2 raízes reais ⇒ A solução é dada por:

t)(2

t)(1

t)(2

t)(1

t2

t1 ecececececec)t(y 21 β+α−β−α−β−α−β+α−λλ +=+=+=

Em consequência:

1. Não ocorre oscilação

2. Os coeficientes das exponenciais são ambos negativos, porque α>0, β>0, (α+β)>0 e:

m2km4c2 −

=β ⇒mk

mk

m2c

m4km4

m4c

m4km4c 2

2

22

2

2

22 −α=−

=−=−

=β ⇒ β<α ⇒ (α-β)>0 ⇒

exp(-x)

Logo, o comportamento assintótico da função para grandes valores de t ⇒ 0elim t

t1 =λ

∞→ e

0elim t

t2 =λ

∞→.

2. CONDIÇÃO DE AMORTECIMENTO CRÍTICO

∆=c2-4mk=0 ⇒ λ1=λ2=λ (2 raízes reais e iguais), com β=0, λ1=λ2=-α. A solução será dada por:

)(1)()()( 21212121 tcce

tececetccetccty ttttt +=+=+=+= −−−

ααααλ

exp(-x)

A função exponencial domina qualquer função polinomial quando t tende ao infinito, como se pode observar através da aplicação da Regra de L’Hopital:

4 Na prática, esta é a condição mais importante.

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∞∞

=α∞→ tt etlim ⇒ aplicando a regra de L’Hopital5 ⇒ 01limlim ==

∞→∞→ tttt eet

αα α

3. CONDIÇÃO DE SUB-AMORTECIMENTO

∆=c2-4mk<0 ⇒ λ1≠λ2 são duas raízes complexas.

imc

mki

mckmi

mckm

mkmc

mc

*4

)4

4(

2)4(

24

2

2

2

2

22

22

ωααα

αλ

±−=−±−=−

±−

=−−

±−=−

±−=

2

2

2

2

444*

mc

mk

mckm

−=−

ω−α−=λω+α−=λ

i*i*

2

1

)t*cos(Ce)]t*sen(B)t*cos(A[e)t(y tt δ−ω=ω+ω= α−α−

RESUMO:

0''' =++ ymky

mcy ⇒ 0

mk

mc2 =+λ+λ ⇒

m2km4cc

2mk4

mc

mc

2

2

2,1−±−

=−

±−

m2km4c

m2c

m2km4cc 22

2,1−

±−

=−±−

=λ ⇒

−=β

m2km4c

m2c

2 ⇒ β±α−=λ 2,1

Casos possíveis em função do valor de ∆=c2-4km:

5 Regra de L’Hopital: se

∞∞

=∞→ )t(g

)t(flimt

⇒ )t('g)t('flim

)t(g)t(flim

tt ∞→∞→=

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1. ∆=c2-4km>0 ⇒ c2>4km ⇒ Superamortecimento ⇒ t2

t1

21 ecec)t(y λλ +=

2. ∆=c2-4km=0 ⇒ c2=4km ⇒ Amortecimento Crítico ⇒ ]tcc[e)t(y 21t += α−

3. ∆=c2-4km<0 ⇒ c2<4km ⇒ Subamortecimento ⇒ )]*sen()*cos([)( tBtAety t ωωα += − , com

2

2

4*

mc

mk−=ω

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NÃO-HOMOGÊNEAS

Uma equação diferencial ordinária não homogênea de 2ª ordem é dada por:

y''+p(x)y'+q(x)y=r(x) com [r(x)≠0]

Definição: uma solução geral da equação diferencial ordinária não homogênea de 2ª ordem em algum intervalo aberto I é do tipo: y(x)=yh(x)+yp(x), onde yh(x)=c1y1(x)+c2y2(x) é a solução geral da parte homogênea da equação diferencial em I e yp(x) é qualquer solução da parte não homogênea da equação diferencial.

A solução particular da equação diferencial não homogênea em I é uma solução obtida a partir de yh(x)+yp(x), quando atribuímos valores às constantes c1 e c2 de yh(x).

Passos para a resolução de problemas com equação diferencial ordinária não homogênea de 2ª ordem:

1. Resolver a equação homogênea [r(x)=0].

2. Encontrar uma yp(x) que satisfaça a equação diferencial ordinária não homogênea de 2ª ordem.

Exemplo: Resolva o seguinte problema de valor inicial:

y''-4y'+3y=10e-2x com y(0)=1, y'(0)=-3

Supondo que y(x)=eλx ⇒ y'(x)=λeλx ⇒ y''(x)= λ2eλx e substituindo y(x), y'(x) e y''(x) na equação y''-4y'+3y = 0 (porção homogênea) tem-se:

λ2eλx-4λeλx+3eλx=0

(λ2-4λ+3) eλx=0

λ2-4λ+3=0 (equação característica)

12224

244

212164

±=±

=−±

=λ ⇒ λ1=1 e λ2=3

para λ1=1: y1(x)=ex

para λ2=3: y2(x)=e3x

então: yh(x)=c1ex+c2e3x

Para obter a solução não-homogênea temos que r(x)=10e-2x ⇒ supondo yp(x)=ce-2x

⇒ yp'(x)=-2ce-2x ⇒ yp''(x)=4ce-2x

substituindo yp(x), yp'(x) e yp''(x) em y''(x)-4y'(x)+3y(x)=10e-2x (solução particular) tem-se:

y''(x)-4y'(x)+3y(x)=10e-2x

4ce-2x+8ce-2x+3ce-2x=10e-2x

4c+8c+3c=10 ⇒ 15c=10 ⇒ 32

1510c == ⇒ x2

p e32)x(y −=

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logo x2x32

x1ph e

32ecec)x(y)x(y)x(y −++=+= ⇒

x2x32

x1 e

34ec3ec)x('y −−+=

como y(0)=1 e )0(2)0(32

01 e

32ecec)0(y −++= ⇒ 1

32cc 21 =++ ⇒

31cc 21 =+ ⇒ 3c1+3c2=1

como y'(0)=-3 e )0(2)0(32

01 e

34ec3ec)0('y −−+= ⇒ 3

34c3c 21 −=−+ ⇒

35c3c 21 −=+ ⇒ 3c1+9c2=-5

Resolvendo o sistema de equações:

3c1+3c2=1

3c1+9c2=-5

Subtraindo a 2ª equação da 1ª tem-se:

3c1+3c2-3c1-9c2=1+5

-6c2=6 ⇒ c2=-1

Como 3c1+3c2=1 ⇒ 3c1+3(-1)=1 ⇒ 3c1-3=1 ⇒ 3c1=4 ⇒ 34c1 =

Então, a solução final é dada pela expressão:

x2x3xph e

32ee

34)x(y)x(y)x(y −+−=+=

OSCILAÇÕES FORÇADAS

Os movimentos livres do sistema massa+mola+amortecimento são governados pela equação:

my''(t)+cy'(t)+ky(t)=0

Se for imposta uma força externa r(t) sobre o corpo, obtém-se os movimentos forçados, com a seguinte equação diferencial:

my''(t)+cy'(t)+ky(t)=r(t)

onde r(t) é a força de excitação.

No caso particular, onde r(t)=F0cos(ωt), para F0>0 e ω>0 obtém-se:

my''(t)+cy'(t)+ky(t)=F0cos(ωt)

A solução geral desta equação consiste em somar a solução da porção homogênea yh(t) com alguma solução específica da porção não-homogênea yp(t).

Derivando yp(t)=acos(ωt)+bsen(ωt) obtemos:

yp'(t)=-ωasen(ωt)+ωbcos(ωt) e yp''(t)=-ω2acos(ωt)-ω2bsen(ωt).

Substituindo yp(t), yp'(t) e yp''(t) em my''(t)+cy'(t)+ky(t)=F0cos(ωt) obtém-se:

m[-ω2acos(ωt)-ω2bsen(ωt)]+c[-ωasen(ωt)+ωbcos(ωt)]+k[acos(ωt)+bsen(ωt)]=F0cos(ωt).

Reagrupando os termos teremos:

[-mω2a+cωb+ka]cos(ωt)+[-mω2b-cωa+kb]sen(ωt)=F0cos(ωt)

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Comparando os termos comuns em ambos lados da equação obtemos:

[-mω2b-cωa+kb]=0 e [-mω2a+cωb+ka]=F0

Resolvendo o sistema de equações para determinar as constantes a e b:

-cωa+(k-mω2)b=0

(k-mω2)a+cωb=F0

⇒ 22220 c)mk(cFb

ω+ω−ω

=

⇒ 2222

2

0 c)mk()mk(Faω+ω−

ω−=

fazendo mk

=20ω ⇒ 222220

2

220

0 c)(m)(mFa

ω+ω−ωω−ω

= e 222220

20 c)(mcFb

ω+ω−ωω

=

Então

)sen()(

)cos()()()sen()cos()( 22222

02022222

02

220

0 tcm

cFtcm

mFtbtatyp ωωωω

ωωωωω

ωωωω

+−

+

+−

−=+=

CASO 1: OSCILAÇÕES FORÇADAS NÃO AMORTECIDAS (c=0 e ω≠ω0)

Impondo nas fórmulas anteriores um amortecimento nulo, (c=0) teremos:

)( 220

0

ωω −=m

Fa e 0b = ⇒

)cos()1(

)cos()1(

)cos()1(

)cos()(

)()cos()(

20

20

20

20

20

220

022

0

0

tk

Ft

mkm

F

tm

Ftm

Ftbsentatyp

ω

ωω

ω

ωω

ω

ωωω

ωωω

ωω

−=

−=

=−

=−

=+=

)cos(

1

)cos()cos()(

)cos()()()(2

0

0022

0

00 t

k

FtCtm

FtCtytyty ph ω

ωω

δωωωω

δω

+−=−

+−=+=

Fator de Ressonância 2

0

1

1

=

ωω

ρ ⇒ )cos()cos()()()( 00 tk

FtCtytyty ph ωρδω +−=+=

Se ω→ω0 ⇒ ρ→∞

O fenômeno da ressonância é uma amplificação da resposta do sistema quando existe a proximidade entre a freqüência natural (ω0) e a freqüência de excitação (ω).

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23

CASO 2: OSCILAÇÕES FORÇADAS NÃO AMORTECIDAS (c=0 e ω=ω0) Neste caso não podemos utilizar as fórmulas anteriores devido à singularidade no denominador pois w=w0 e c=0. Voltando à equação original vamos obter a solução abaixo:

)cos()()('' 002

0 tmFtyty ωω =+

)sen(2

)cos()()()( 00

00 t

mtFtCtytyty ph ωω

δω +−=+=

Pode-se observar que a resposta forçada (yp(t)) tende a crescer conforme o tempo t tende para infinito. BATIMENTO É um fenômeno que ocorre quando a freqüência de excitação se aproxima da freqüência natural, ou seja, ω≈ω0. Neste caso, a solução é dada por:

)(,)]cos()[cos()(

)( 00220

0 ωωωωωω

≠−−

= ttm

Fty

Se as condições iniciais forem y(0)=0 e y’(0)=0 ⇒

+

−= ttm

Fty2

sen2

sen)(

2)( 0022

0

0 ωωωωωω

O gráfico vermelho é uma função com freqüência ω e o gráfico marron é uma função com freqüência ω0.

O gráfico vermelho é uma função com freqüência 2

0 ω+ω ,

o marron é uma função com freqüência 2

0 ω−ω e o

gráfico azul é uma função cuja freqüência é uma combinação das outras duas.

CASO 3: OSCILAÇÕES FORÇADAS SUB-AMORTECIDAS ( <0)

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A solução homogênea é dada por )]*sen()*cos([)( tBtAety th ωωα += −

Quando t→∞ a solução yh(t)→0. Passada a fase transiente, o sistema entra em regime estacionário (steady state). Neste caso, a amplitude da resposta forçada será sempre finita, mas pode atingir um valor máximo para algumω , em função do valor do amortecimento c. A resposta forçada é dada pela expressão )cos()( * ηω −= tCty p

onde 22222

02

022*

)()(

ωωωω

cmFbaC

+−=+= e )(

)tan( 220 ωωωη−

==m

cab

A equação diferencial completa é dada por my’’+cy’+ky = F0cos(ωt), e a solução da parte não-homogênea (resposta forçada) é dada por: yp(t)=acos(ωt)+bsen(ωt), onde

2222

2

0 )( ωωωcmk

mkFa+−

−= e 22220 c)mk(

cFbω+ω−

ω= . Para obtermos o ponto de máximo a condição

necessária é a de que a primeira derivada se anule, 0)(*=

ωω

ddC

.

Sabendo que )(* ωC é dado por:

21

222220

2022222

02

0* ])([)(

)(−

+−=+−

= ωωωωωω

ω cmFcm

FC

Derivando e igualando a zero, teremos: 0)(*=

ωω

ddC

⇒ -2ωm2(ω02-ω2)+c2ω=0 ⇒ c2=2m2(ω0

2-ω2)

Se c2>2m2ω02=2mk ⇒ não existe solução real e portanto não existe máximo local da função.

Se c2≤2m2ω02=2mk ⇒ existe solução real e ω=ωmáx onde 2

2202

220

2

máx m2c

m2cm2

−ω=−ω

=ω .

A amplitude correspondente à freqüência máxima é dada por:

220

20*

42)(

cmcmFC máx

−=

ωω

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MÉTODO DOS COEFICIENTES A DETERMINAR

Para se obter uma solução geral de uma equação diferencial não homogênea linear, necessita-se de uma solução para a porção homogênea yh(x) e uma outra para a porção particular yp(x). Um dos métodos para se determinar essa porção particular yp(x) da solução geral y(x) é o MÉTODO DOS COEFICIENTES A DETERMINAR. A vantagem desse método é que ele é muito mais simples e econômico que outros métodos mais gerais, como o da série de potências por exemplo. A desvantagem é que ele somente se aplica a certas equações lineares.

Seja a equação diferencial: y’’(x)+ay’(x)+by(x)=r(x) de coeficientes a e b constantes e r(x) uma função do tipo exponencial, polinomial, cosenoidal, senoidal ou uma soma destas. O método consiste em se imaginar como solução para a parcela não-homogênea yp(x) [y(x)=yh(x)+yp(x)] uma expressão semelhante à r(x), contendo coeficientes incógnitos que são determinados substituindo-se yp(x) e suas derivadas na equação diferencial original [y’’(x)+ay’(x)+by(x)=r(x)].

REGRA BÁSICA: Se r(x) é do tipo de uma das funções da coluna à esquerda da tabela abaixo, escolha a forma para yp(x) correspondente na coluna à direita da mesma tabela, e determine os coeficientes substituindo na equação diferencial dada:

r(x) yp(x) keαx βeαx kxn

(n=0,1,2,3,...) knxn+kn-1xn-1+

kn-2xn-2+...+k1x+k0 ksen(ωx) kcos(ωx)

k1cos(ωx)+k2sen(ωx)

keαxsen(ωx) keαxcos(ωx)

eαx[k1cos(ωx)+k2sen(ωx)]

MODIFICAÇÃO DA REGRA: Se um termo na escolha de yp(x) coincidir com uma solução da porção homogênea da equação diferencial, multiplique sua escolha de yp(x) por x (ou x2, se esta solução corresponder a uma raiz dupla da equação característica da equação homogênea).

REGRA DA SOMA: Se r(x) é uma soma das funções listadas na coluna esquerda da tabela citada, então sua escolha de yp(x) deve ser uma soma das funções correspondentes listadas na coluna direita da mesma tabela.

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26

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EM SÉRIES DE POTÊNCIAS

A solução de equações diferenciais por este método fornece resultados sob a forma de séries de potências. É um processo padronizado que pode ser empregado para resolver equações diferenciais lineares com coeficientes variáveis.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Seja a seqüência (têrmo geral da série):

21nn =α , tal que 0lim nn

=α∞→

e a série convergente:

Snnnn

n =+++++==∑∑∞

=

=

...1...31

2111

2221

21α

onde ∑=

=k

nk nS

121

é a soma parcial da série, 11 =S ; 41

411 12 +=+= SS ;

91

91

411 23 +=++= SS , ...

Se a série é convergente, o limite das somas parciais será o valor da série, isto é:

SSn kkn

==∞→

=∑ lim11

2

As séries de potências são do tipo:

...)xx(a)xx(a)xx(aa)xx(a 303

202010

0n

n0n +−+−+−+=−∑

=

onde a0,a1,a2,a3,... são constantes e são chamados de coeficientes da série, x0 é uma constante chamada de centro da série e x é a variável. Se x0=0 obtemos uma série de potências de x

...xaxaxaaxa 33

2210

0n

nn ++++=∑

=

Exemplos: Séries de Maclaurin

x11...xxx1x 32

0n

n

−=++++=∑

= (converge se |x|<1, série geométrica)

x3232

1n

n

e...6x

2xx1...

!3x

!2xx1

!nx

=++++=++++=∑∞

= (Taylor)

)cos(...242

1...!4!2

1)!2(

)1( 4242

0

2

xxxxxnx

n

nn

=−+−=−+−=−∑

=

)(...1206

...!5!3)!12(

)1( 5353

0

12

xsenxxxxxxnx

n

nn

=−+−=−+−=+

−∑∞

=

+

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27

TÉCNICA PARA RESOLVER EQUAÇÕES DIFERENCIAIS COM COEFICIENTES VARIÁVEIS: Seja y’’(x)+p(x)y’(x)+q(x)y(x)=0

1. Desenvolver todas as funções dadas [p(x) e q(x)] na forma de série de potências de x

2. Assumir uma solução y(x) na forma de série de potências: ∑∞

==

0n

nnxa)x(y

3. Inserir y(x) na equação diferencial e, em seguida, calcular as derivadas ∑∞

=

−=1n

1nnxna)x('y e

∑∞

=

−−=2n

2nnxa)1n(n)x(''y

4. Agrupar os termos de mesma potência iniciando com o termo constante, depois x1, x2,..., e igualar a soma dos coeficientes de cada termo a zero.

Exemplo: Seja a equação diferencial de 1ª ordem:

y’(x)-y(x)=0

onde p(x)=1 e q(x)=1

Se ∑∞

==

0n

nnxa)x(y ⇒ ∑

=

−=1n

1nnxna)x('y

Substituindo em y’(x)-y(x)=0 ⇒ 0xaxna0n

nn

1n

1nn =− ∑∑

=

=

(1a1x0+2a2x1+3a3x2+4a4x3+ ... )-(a0x0+a1x1+a2x2+a3x3+ ...)=0

[a1+2a2x+3a3x2+4a4x3+ ... +nanxn-1+(n+1)an+1xn+...]-[a0+a1x+a2x2+a3x3+ ... +an-1xn-1+anxn+…]=0

(a1-a0)+(2a2-a1)x+(3a3-a2)x2+(4a4-a3)x3+ ... +(nan-an-1)xn-1+[(n+1)an+1-an]xn+…= 0

(a1-a0)=0 ⇒ a1-a0=0 ⇒ a1=a0

(2a2-a1)x=0 ⇒ 2a2-a1=0 ⇒ 2a2-a0=0 ⇒ 2a2=a0 ⇒ 2aa 0

2 =

(3a3-a2)x2=0 ⇒ 3a3-a2=0 ⇒ 3a3=a2 ⇒ 2aa3 0

3 = ⇒ !3

a6aa 00

3 ==

(4a4-a3)x3=0 ⇒ 4a4-a3=0 ⇒ 4a4=a3 ⇒ 6aa4 0

3 = ⇒ !4

a24aa 00

4 ==

...

(nan-an-1)xn-1=0 ⇒ nan-an-1=0 ⇒ nan=an-1 ⇒ )!1n(

ana 0n −= ⇒

!na

)!1n(naa 00

n =−

=

forma geral: !n

aa 0n = , onde a0 é uma constante obtida a partir da condição inicial do problema.

Substituindo os valores dos coeficientes:

++++=++++==∑

=

...!31

!211...

!3!2)( 32

03020

000

xxxaxaxaxaaxaxyn

nn

Lembrando que x32

e...!3

x!2

xx1 =++++ ⇒ y(x)=a0ex

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Exemplo: Resolva a equação diferencial y’(x)=2xy(x) por:

1. Por meio de separação de variáveis: y’=2xy

Separando as varáveis em lados opostos: xyy 2'= ⇒ x

dxdyy

21= ⇒ xdxdy

y21

=

integrando ambos os lados: cxdxdyy

+= ∫∫ 21

ln(y)=2∫xdx+c ⇒ cxcxy +=+= 22

22)ln( ⇒ cxy ee +=

2)ln( ⇒ 222 xxcx e'c'ceee)x(y ===

2. Por meio de série de potências: y’=2xy

Fazendo ∑∞

==

0n

nnxa)x(y ⇒ ∑

=

−=1n

1nnxna)x('y e substituindo em y’=2xy:

a1+2a2x+3a3x2+4a4x3+5a5x4+6a6x5+...=2x[a0+a1x+a2x2+a3x3+a4x4+a5x5+...]

a1+2a2x+3a3x2+4a4x3+5a5x4+6a6x5+...=2a0x+2a1x2+2a2x3+2a3x4+2a4x5+2a5x6+...

a1+(2a2-2a0)x+(3a3-2a1)x2+(4a4-2a2)x3+(5a5-2a3)x4+(6a6-2a4)x5+... =0

a1=0

(2a2-2a0)x=0 ⇒ 2a2-2a0=0 ⇒ 2a2=2a0 ⇒ a2=a0

(3a3-2a1)x2=0 ⇒ 3a3-2a1=0 ⇒ 3a3=2a1 ⇒ 11

3 a32

3a2a == como a1=0 ⇒ a3=0

(4a4-2a2)x3=0 ⇒ 4a4-2a2=0 ⇒ 2a4-a2=0 ⇒ 2a4=a2 ⇒ 22

4 a21

2aa == como a2= a0 ⇒ 04 a

21a =

(5a5-2a3)x4=0 ⇒ 5a5-2a3=0 ⇒ 5a5=2a3 ⇒ 33

5 a52

5a2a == como a3=0 ⇒ a5=0

(6a6-2a4)x5=0 ⇒ 6a6-2a4=0 ⇒ ⇒ 3a6=a4 ⇒ 44

6 a31

3aa == como 04 a

21a = ⇒ 006 a

61a

21

31a ==

...

então: y(x)=a0+a1x+a2x2+a3x3+a4x4+a5x5+a6x6+...

∑∞

==

++++=++++=0n

n2

0642

06

04

02

00 !nxa...x

!31x

!21x1a...xa

!31xa

!21xaa)x(y

Como ...!5!4!32

15432

++++++=zzzzzez ⇒ ...

!5)(

!4)(

!3)(

2)(1

5242322222

++++++=xxxxxex

então 2x0

0n

n2

0642

0 ea!n

xa...x!3

1x!2

1x1a)x(y ==

++++= ∑∞

=

FUNÇÕES DE LEGENDRE Seja a seguinte equação diferencial da Física:

(1-x2)y’’(x)-2xy’(x)+n(n+1)y(x)=0 relacionada a problemas de valor de contorno com simetria esférica.

onde n é um número real dado e as soluções y(x) são conhecidas como Funções de Legendre. A equação anterior também pode ser escrita na forma:

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[(1-x2)y’(x)]’+n(n+1)y(x)=0

Dividindo a equação (1-x2)y’’(x)-2xy’(x)+n(n+1)y(x)=0 por (1-x2) obtém-se a forma padrão:

y’’(x)+f(x)y’(x)+g(x)y(x)=0

onde 2x1x2)x(f

−−= e 2x1

)1n(n)x(g−+

= .

A existência dos termos y’(x) e y’’(x) implica no cálculo das derivadas de ∑∞

==

0i

iixa)x(y que são:

∑∞

=

−=1i

1iixia)x('y e ∑

=

−−=2i

2iixa)1i(i)x(''y

Substituindo os termos na equação original (1-x2)y’’(x)-2xy’(x)+n(n+1)y(x)=0 obtém-se:

0xa)1n(nxiax2xa)1i(i)x1(0i

ii

1i

1ii

2i

2ii

2 =++−−− ∑∑∑∞

=

=

−∞

=

0xa)1n(nxia2xa)1i(ixxa)1i(i0i

ii

1i

ii

2i

2ii

2

2i

2ii =++−−−− ∑∑∑∑

=

=

=

−∞

=

0xa)1n(nxia2xa)1i(ixa)1i(i0i

ii

1i

ii

2i

ii

2i

2ii =++−−−− ∑∑∑∑

=

=

=

=

0xa)1n(nxa)1n(nxa)1n(nxia2xa2xa)1i(ixa)1i(i2i

ii

221

2i

ii1

2i

ii

2i

2ii =++++++−−−−− ∑∑∑∑

=

=

=

=

0xa)1n(nxia2xa)1i(ixa)1i(ixa)1n(nxa)1n(nxa22i

ii

2i

ii

2i

ii

2i

2ii

2211 =++−−−−+++++− ∑∑∑∑

=

=

=

=

[ ] 0xa)1n(nxia2xa)1i(ixa)1i(ixa)1n(nxa)]1n(n2[2i

ii

ii

ii

2ii

221 =++−−−−+++++− ∑

=

0}xa)]1n(ni2)1i(i[xa)1i(i{xa)1n(nxa)]1n(n2[2i

ii

2ii

221 =++−−−+−+++++− ∑

=

0}xa)]1n(ni2ii[xa)1i(i{xa)1n(nxa]2)1n(n[2i

ii

22ii

221 =++−+−+−+++−+ ∑

=

0}xa)]1n(nii[xa)1i(i{xa)1n(nxa]2)1n(n[2i

ii

22ii

221 =++−−+−+++−+ ∑

=

0}xa)]1i(i)1n(n[xa)1i(i{xa)1n(nxa]2)1n(n[2i

ii

2ii

221 =−−++−+++−+ ∑

=

Como resultado final obtém-se uma fórmula de recorrência que fornece os coeficientes de ordem i+2 em função do coeficiente de ordem i, exceto os coeficientes a0 e a1 que são arbitrários:

i2i a)1i)(2i(

)1in)(in(a++++−

−=+ para i=0,1,2,3,...

a0= arbitrário e a1= arbitrário

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02 a2

)1n)(n(a +−=

113 a!3

)2n)(1n(a6

)2n)(1n(a +−−=

+−−=

00024 a!4

)3n)(1n)(n)(2n(a24

)3n)(1n)(n)(2n(a2

)1n)(n(12

)3n)(2n(a12

)3n)(2n(a ++−=

++−=

++−=

+−−=

111323 a!5

)4n)(2n)(1n)(3n(a120

)4n)(2n)(1n)(3n(a6

)2n)(1n(20

)4n)(3n(a20

)4n)(3n(a ++−−=

++−−=

+−+−=

+−−=+

Substituindo-se estes coeficientes em ∑∞

==

0n

nnxa)x(y :

...x!4

)3n)(1n(n)2n(x!2

)1n(n1)x(y 421 −

++−+

+−=

...x!5

)4n)(2n)(1n)(3n(x!3

)2n)(1n(x)x(y 532 −

++−−+

+−−=

POLINÔMIOS DE LEGENDRE Em muitos casos, o parâmetro n na Equação de Legendre é um número inteiro não-negativo

(n≥0), então, segue-se que o 2° termo da relação i2i a)1i)(2i(

)1in)(in(a++++−

−=+ é nulo quando i=n e

todos os termos pares, a partir de i=n serão nulos. Então:

se n é par ⇒ y1(x) é um polinômio de grau n

se n é ímpar ⇒ y2(x) é um polinômio de grau n

i2i a)1i)(2i(

)1in)(in(a++++−

−=+

Estes polinômios multiplicados por certas constantes são os Polinômios de Legendre:

∑=

−−−

−=N

0i

i2nn

in x

)!i2n()!in(!i2)!i2n2()1()x(P

onde Pn(1)=1 por definição.

Exemplo: Analiticamente, os Polinômios de Legendre são gerados pela relação:

∑=

−−

−−=

M

0m

m2nn

mn x

)!m2n()!mn(!m2)!m2n2()1()x(P

onde parnnMm2

0 =≤≤ ou imparnnMm210 −

=≤≤

As expressões dos Polinômios de Legendre de grau menor ou igual a 5 são:

1)x(P0 = , x)x(P1 = , )1x3(21

21x

23)x(P 22

2 −=−= , )x3x5(21x

23x

25)x(P 33

3 −=−= ,

)3x30x35(81

83x

830x

835)x(P 2424

4 +−=+−= e )x15x70x63(81x

815x

870x

863)x(P 3535

5 +−=+−=

Page 31: cov783_mat[1]

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x p0 p1 p2 p3 p4 p5-1,000 1,000 -1,000 1,000 -1,000 1,000 -1,000-0,900 1,000 -0,900 0,715 -0,473 0,208 0,041-0,800 1,000 -0,800 0,460 -0,080 -0,233 0,400-0,700 1,000 -0,700 0,235 0,193 -0,412 0,365-0,600 1,000 -0,600 0,040 0,360 -0,408 0,153-0,500 1,000 -0,500 -0,125 0,438 -0,289 -0,090-0,400 1,000 -0,400 -0,260 0,440 -0,113 -0,271-0,300 1,000 -0,300 -0,365 0,383 0,073 -0,345-0,200 1,000 -0,200 -0,440 0,280 0,232 -0,308-0,100 1,000 -0,100 -0,485 0,148 0,338 -0,1790,000 1,000 0,000 -0,500 0,000 0,375 0,0000,100 1,000 0,100 -0,485 -0,148 0,338 0,1790,200 1,000 0,200 -0,440 -0,280 0,232 0,3080,300 1,000 0,300 -0,365 -0,383 0,073 0,3450,400 1,000 0,400 -0,260 -0,440 -0,113 0,2710,500 1,000 0,500 -0,125 -0,438 -0,289 0,0900,600 1,000 0,600 0,040 -0,360 -0,408 -0,1530,700 1,000 0,700 0,235 -0,193 -0,412 -0,3650,800 1,000 0,800 0,460 0,080 -0,233 -0,4000,900 1,000 0,900 0,715 0,472 0,208 -0,0411,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000

-1,500

-1,000

-0,500

0,000

0,500

1,000

1,500

-1,00

0-0,

900-0,

800-0,

700-0,

600-0,

500-0,

400-0,

300-0,

200-0,

100

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

p0 p1 p2 p3 p4 p5

ESPAÇO VETORIAL E VETORES

X Y

Z

X1

y2

y1

z2

z1

X2

P Q

Considerando um vetor ar

, definido em um sistema de refência cartesiano em R3, representado pelo segmento de retaorientado PQ , tal que P seja o ponto inicial e Q o ponto final, e (x1,y1,z1) e (x2,y2,z2) sejam as coordenadas de P e Q, respectivamente então, os números ax=x1-x2, ay=y1-y2 e az=z1-z2 são as chamados de componentes do vetor a

r, em relação

ao sistema de referência considerado e a grandeza |a|r

(módulo do vetor ar

) é a distância PQ , que é definida como:

2z

2y

2x aaa|a| ++=

r

ESPAÇO VETORIAL

Um ESPAÇO VETORIAL sobre um campo K é um conjunto não vazio Xr

de elementos ,...y,xrr

(chamados vetores), ou seja ,...}y,x{X

rrr= junto com 2 operações algébricas (adição vetorial e

multiplicação de vetor por escalar, isto é, por elementos de K) tal que as seguintes propriedades (propriedades do espaço vetorial) são observadas:

• xyyxrrrr

+=+

• z)yx()zy(xrrrrrr

++=++

• x0xrrr

=+ ( 0r

= vetor zero)

• 0)x(xrrr

=−+ ( xr

− é o vetor simétrico de xr

)

• x)()x(rr

αβ=βα

• xx rr=⋅1

• yx)yx(rrrr

α+α=+α

• xxx)(rrr

β+α=β+α

NORMA (tamanho do vetor)

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32

A NORMA DE UM ESPAÇO VETORIAL Xr

é uma função real em Xr

( ℜ|||| x

Xr

ar

), cujo valor para cada Xxrr

∈ é dado por ||x||r

(norma do vetor xr

) com as seguintes propriedades:

• 0||x|| ≥r

• 0x0||x||5 rrr

=⇔= 6

• ||x||||||x||rr

⋅α=α

• ||y||||x||||yx||rrrr

+≤+ (desigualdade triangular)

Produto interno (ou produto escalar)7

Um PRODUTO INTERNO SOBRE O ESPAÇO VETORIAL Xr

é um mapeamento (função ou transformação) de XX

rr⊗ sobre o campo escalar K (Real ou Complexo), isto é, Xz,y,x

rrrr∈∀ e α∈K:

• z,yz,xz,yxrrrrrrr

+=+

• y,xy,xrrrr

α=α

• x,yy,xrrrr

= (conjugado complexo8)

• 0x,x ≥rr

• 0x0x,xrrrr

=⇔=

Exemplos:

1. No 2ℜ , )2,1(a =r

e )4,3(b =r

⇒ 11834231ba =+=⋅+⋅=⋅rr

2. No 3ℜ , )3,2,1(a =r

e )5,4,3(b =r

⇒ 261583534231ba =++=⋅+⋅+⋅=⋅rr

PROBLEMA DE STURM-LIOUVILLE (P.S.L.) Uma equação diferencial que se apresente na forma:

0)x(y)]x(p)x(q[)]'x('y)x(r[ =λ++

é chamada de equação de Sturm-Liouville e suas soluções resultam em vários conjuntos ortogonais importantes. Essa equação é válida para a≤x≤b, onde assume-se a continuidade das funções r(x), y’(x), q(x) e p(x), sendo p(x)>0 ∀x∈[a,b] e λ∈ℜ . Nos pontos extremos x=a e x=b, são impostas as condições de contorno:

k1y(a)+k2y’(a)=0 em x=a

l1y(b)+l2y’(b)=0 em x=b

6 ⇔ = se e somente se 7 Produto escalar: É um número (escalar) representado por θ=• cos|b||a|ba

rrrr onde θ é o ângulo formado entre os vetores ar

e br

.

Produto vetorial: É um terceiro vetor cr

representado por ksenbabacrrrrrr θ||||=×= onde k

ré um vetor unitário perpendicular ao

plano formado pelos vetores ar e br

(regra da mão direita); θ é o ângulo formado entre os vetores ar

e br

. Neste caso, cr

é o vetor cuja norma ( cr ) é igual à área do paralelogramo em que os vetores a

r e b

r são lados adjacentes, cuja direção é perpendicular à direção

dos vetores ar

e br

e é tal que os vetores ar

, br

e cr

, nesta ordem, constituem um terno de vetores de orientação positiva (dextrógira:

regra da mão direita). Se a ordem dos vetores ar

e br

for invertida, o vetor cr

tem seu sentido invertido em 180° ( abc rrr×=− ).

8 se z=a+ib, o complexo conjugado de z é ibaz −=

Page 33: cov783_mat[1]

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com constantes k1 e k2 dadas que nunca podem se anular simultaneamente, e constantes l1 e l2 dadas que também nunca podem se anular simultaneamente.

As equações de Legendre, Bessel e outras podem ser escritas na forma de Sturm-Liouville.

Observação 1: y(x)≡0 para ∀λ∈ℜ sempre será uma solução para qualquer problema do tipo Sturm-Liouville. É a chamada solução trivial que no entanto, não tem qualquer valor prático, sendo em geral descartada. É necessário determinar as soluções não nulas que satisfaçam tanto a equação quanto as condições de contorno. Se existem tais soluções, elas são chamadas de funções características, funções próprias, autofunções ou autovetores e os valores de λ são chamados de valores característicos, valores próprios ou autovalores.

EXEMPLOS: 1. A Equação de Legendre:

(1-x2)y''(x)-2xy'(x)+n(n+1)y(x)=0

pode ser re-escrita na forma:

[(1-x2)y'(x)]’+λy(x)=0,

onde λ=n(n+1), r(x)=(1-x2), q(x)=0 e p(x)=1.

2. Ache os autovalores e as autofunções do seguinte problema de Sturm-Liouville:

y''(x)+λy(x)=0, y(0)=0 e y(π)=0

Observação importante: Embora a equação y''(x)+λy(x)=0 se pareça com a equação

0)x(ymk)x(''y =+ (sistema massa+mola), as técnicas de solução são bastante diferentes. Na

equação massa+mola os coeficientes são todos conhecidos, enquanto que na equação de Sturm-Liouville y''(x)+λy(x)=0, o parâmetro λ (autovalor) só será determinado após o processo de solução. Equações diferenciais com condições de contorno constituem o que se chama de problema de valor de contorno.

Solução padrão: Como a equação é de segunda ordem, a forma da solução vai depender da equação característica correspondente, que depende do parâmetro λ. Precisamos portanto, analisar três casos possíveis em função do sinal de λ.

1° CASO: λ<0

Impondo-se que λ=-v2, ∀v∈ℜ (v≠0) e substituindo λ=-v2 em y''(x)+λy(x)=0 tem-se:

y''(x)-v2y(x)=0

Como a equação resultante assume a forma de uma equação diferencial homogênea a solução geral pode ser obtida da seguinte forma:

Supomos y(x)=eαx ⇒ y'(x)=αeαx ⇒ y''(x)=α2eαx

Substituindo y(x) e y''(x) em y''(x)-v2y(x)=0:

α2eαx-v2eαx=0

eαx(α2-v2)=0

α2-v2=0 ⇒ (α+v)(α-v)=0 ⇒ α1=v e α2=-v

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então y1(x)=evx e y2(x)=e-vx e a solução geral é da forma: y(x)= c1y1(x)+c2y2(x)=c1evx+c2e-vx

Como as condições de contorno são y(0)=0 e y(π)=0 tem-se:

y(0)=c1ev0+c2e-v0 ⇒ 0=c1e0+c2e-0 ⇒ 0=c11+c21 ⇒ 0=c1+c2 ⇒ c1=-c2 senh(x*pi)

-15000

-10000

-5000

0

5000

10000

15000

-3,14

-2,83

-2,51

-2,20

-1,88

-1,57

-1,26

-0,94

-0,63

-0,31 0,0

00,3

10,6

30,9

41,2

61,5

71,8

82,2

02,5

12,8

33,1

4

y(π)=c1evπ+c2e-vπ ⇒ 0=c1evπ+c2e-vπ ⇒ 0=c1evπ-c1e-vπ

0=c1(evπ-e-vπ) ⇒

−=

π−π

2eec20

vv

1 =2c1senh(vπ)

Como a função senh(x) só se anula na origem (x=0), a única maneira de satisfazer a condição de contorno é a de termos c1=0 ⇒ c2=-c1=0 e isto recai na solução trivial, que não é a resposta procurada.

2° CASO: λ=0

Vamos agora analisar o caso λ=0.

Substituindo λ=0 em y''(x)+λy(x)=0 tem-se y''(x)=0.

A solução geral é dada por:

y(x)=c1y1(x)+c2y2(x)=c1+c2x

Como as condições de contorno são y(0)=0 e y(π)=0 tem-se:

y(0)=c1+c20=0 ⇒ c1+0=0⇒ c1=0

y(π)=c1+c2π =0⇒ 0+c2π=0 ⇒ c2=0

Como c1=0 e c2=0, obtemos novamente a solução trivial.

3° CASO: λ>0

Vamos agora analisar o caso λ>0. Admitindo que λ=+u2 , ∀u∈ℜ |u≠0 e substituindo λ=+u2 em y''(x)+λy(x)=0 tem-se: y''(x)+u2y(x)=0. Como a equação resultante assume a forma de uma equação diferencial homogênea a solução geral pode ser obtida da seguinte forma:

Supomos que y(x)=eαx ⇒ y'(x)=αeαx ⇒ y''(x)=α2eαx

Substituindo y(x) e y''(x) em y''(x)+u2y(x)=0:

α2eαx+u2eαx=0

eαx(α2+u2)=0 ⇒ α2+u2=0 ⇒ α2=-u2 ⇒ uiuiu ±=±=−±= 222 )(α ⇒ ui=1α e ui−=2α

então y1(x)=eiux e y2(x)=e-iux

e a solução geral é da forma:

y(x)=c1cos(ux)+c2sen(ux)

Como as condições de contorno são y(0)=0 e y(π)=0 tem-se:

y(0)=c1cos(u0)+c2sen(u0) ⇒ 0=c11+c20 ⇒ 0=c1+0 ⇒ c1=0

y(π)=c1cos(uπ)+c2sen(uπ) ⇒ 0=0cos(uπ)+c2sen(uπ) ⇒ 0=0+c2sen(uπ) ⇒ se c2=0 temos a solução trivial.

Se sen(uπ)=0 ⇒ uπ=nπ ⇒ u=n para n=±1,±2,±3,... (n≠0 porque u=0 não interessa)

Neste problema, c2 fica indeterminado e as soluções do problema (autofunções) serão da

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forma: yn(x)=sen(nx), para

n=±1,±2,±3,...

e os autovalores serão: λn=n2, para

n=±1,±2,±3,...

A REALIDADE DOS AUTOVALORES

0)x(y)]x(p)x(q[)]'x('y)x(r[ =λ++

Se p(x), q(x), r(x) e r’(x) são funções reais e contínuas no intervalo a≤x≤b, e p(x)>0 (função peso) neste intervalo, então, todos os autovalores λ do problema de Sturm-Liouville são reais. Os autovalores estão relacionados às grandezas físicas como freqüências de vibração de uma corda, etc...

ORTOGONALIDADE

Funções y1(x), y2(x), ..., ym(x) definidas em algum intervalo a≤x≤b são ditas ortogonais em [a;b] com relação à função p(x)>0 (função peso ou função de ponderação) se:

0dx)x(y)x(y)x(pb

a nm =∫ para m≠n

A norma ||ym(x)|| de ym(x) é definida como:

∫= b

a2mm dx)x(y)x(p||)x(y||

As funções y1(x), y2(x), ..., ym(x) são ditas ortonormais se são ortogonais e tem ||yi(x)||=1 para i=1,2,...,m.

Exemplo: As funções ym(x)=sen(mx) para m=1,2,..., formam um conjunto ortogonal em x∈[-π;π].

y1(x)=sen(x), y2(x)=sen(2x), y3(x)=sen(3x), ...

Demonstração:

Se as funções são ortogonais então 0dx)x(y)x(y)x(pb

a nm =∫ para m≠n

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Neste caso, 0dx)nxsen()mxsen()x(p =∫π

π− para m≠n. Considerando que a função peso é dada por

p(x)=1, segue-se que a ortogonalidade vai implicar que 0dx)nxsen()mxsen( =∫π

π− para m≠n.

Pelas leis da Trigonometria, sabe-se que:

cos(mx+nx)=cos(mx)cos(nx)-sen(mx)sen(nx) ⇒ cos[(m+n)x]=cos(mx)cos(nx)-sen(mx)sen(nx)

⇒ sen(mx)sen(nx)=cos(mx)cos(nx)-cos[(m+n)x] (a)

Sabe-se também que:

cos(mx-nx)=cos(mx)cos(nx)+sen(mx)sen(nx) ⇒ cos[(m-n)x]=cos(mx)cos(nx)+sen(mx)sen(nx)

⇒ sen(mx)sen(nx)=cos[(m-n)x]-cos(mx)cos(nx) (b)

Somando-se então as equações (a) e (b) teremos:

[ ]n)x]cos[(m-n)x]-cos[(m21(nx)sen(mx)sen +=

então:

∫−π

πdxnxsenmxsen )()( }n)x]cos[(mn)x]-cos[(m{

21

∫∫ −−+−=

π

π

π

πdxdx

0}n)x]sen[(m)(

1n)x]-sen[(mn)-(m1{

21

=++

−=−

π

π

π

π nm para m≠n

Fica assim demonstrado que as funções ym(x)=sen(mx) para m=1,2,... são ortogonais.

O tamanho da função (norma) é dado por:

∫∫π

π−== dx)mx(sendx)x(y)x(p||)x(y|| 2b

a2mm

Das leis da Trigonometria, sabe-se que:

[ ]cos(2mx)-121(mx)sen2 =

então: [ ] ππ

π

π

π=

−=−=

−−∫ m

mxsenxdxmxxym 2)2(

21)2cos(1

21||)(|| 2

Logo, π=||)(|| xym

As funções π

=)mxsen()x(ym , para m=1,2,3,... formam uma base ortonormal.

TEOREMA DA ORTOGONALIDADE DAS AUTOFUNÇÕES Suponha que as autofunções p(x), q(x), r(x) e r’(x) na equação de Sturm-Liouville:

0)x(y)]x(p)x(q[)]'x('y)x(r[ =λ++

sejam reais, contínuas9 e p(x)>0 em [a;b]. Sejam as autofunções do problema de Sturm-Liouville ym(x) e yn(x) que correspondem a autovalores λm e λn diferentes, respectivamente. Então, as autofunções ym(x) e yn(x) são ortogonais naquele intervalo [a;b] em relação à função p(x) (função peso).

9 Função contínua: )x(f)x(flim 0xx 0

=→

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Exemplo: A equação diferencial y’’(x)+λy(x)=0 é da forma [r(x)y’(x)]’+[q(x)+λp(x)]y(x)=0, onde r(x)=1, q(x)=0 e p(x)=1>0.

Do teorema da ortogonalidade das autofunções tem-se que as autofunções correspondentes a essa equação diferencial são ortogonais em x∈[0;π].

EXPANSÃO EM AUTOFUNÇÕES Por que os conjuntos de autofunções são importantes? Porque nos permitem expressar funções arbitrárias na forma de séries de termos (autofunções) de modo simples, tais como: séries de Fourier, Fourier-Legendre, etc.

Seja {y0(x), y1(x), y2(x), ...} um conjunto ortogonal com relação ao peso p(x)>0. Seja f(x) uma certa função que possa ser representada em termos de ym(x) por uma série convergente:

...)x(ya)x(ya)x(ya)x(ya)x(f 2211000m

mm +++== ∑∞

=

y0(x), y1(x), y2(x), ... são funções ortogonais

expansão ortogonal

série generalizada de Fourier

expansão de autofunções

Suponha que uma função f(x) possa ser expressa a partir de uma expansão em série

∑∞

==

0mmm )x(ya)x(f onde {y0(x), y1(x), y2(x), ...} formam um conjunto ortogonal. Para obter os

coeficientes am da expansão vamos utilizar as propriedades ortogonais das funções ym(x) como segue.

Vamos multiplicar ambos os lados da expansão ∑∞

==

0mmm )x(ya)x(f por p(x) e yi(x):

∑∞

==

0mimmi )x(y)x(y)x(pa)x(y)x(f)x(p

Integrando agora ambos os lados da equação teremos:

∑∫∫ ∑∫∞

=

===

0m

b

a immb

a0m

immb

a i dx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(f)x(p

...dx)x(y)x(y)x(pa...dx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(f)x(p b

a iiib

a i22b

a i11b

a i00b

a i +++++= ∫∫∫∫∫

como os pares são ortogonais, isto é, yi(x)⊥yj(x) quando i≠j, o único termo que não se anula é ∫ dx)x(y)x(y)x(pa iii , ou seja, 0dx)x(y)x(y)x(p)x(y),x(y b

a jiji == ∫ para i≠j, então:

∫∫ = b

a iiib

a i dx)x(y)x(y)x(padx)x(y)x(f)x(p ⇒ ∫∫ = b

a2ii

b

a i dx)x(y)x(padx)x(y)x(f)x(p

como [ ] ∫=b

a2i

2i dx)x(y)x(p||)x(y|| ⇒ [ ]2ii

b

a i ||)x(y||adx)x(y)x(f)x(p =∫ ⇒ 2

i2

i ||)(y||)(),(

||)(y||

)()()(

xxyxf

x

dxxyxfxpa i

b

a ii == ∫

Exemplo: Série de Fourier

Supondo que um problema de Sturm-Liouville [y’’(x)+λy(x)=0] forneceu um conjunto ortogonal dado pela série:

1, cos(x), sen(x), cos(2x), sen(2x), ...

no intervalo x∈[-π,π] com p(x)=1. A expansão ortogonal será dada por:

∑∞

=+=

0nnn )]nxsen(b)nxcos(a[)x(f

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e os coeficientes pelas fórmulas:

∫π

π−π= dx)x(f

21a0 , ∫

π

π−π= dx)nxcos()x(f1an e ∫

π

π−π= dx)nxsen()x(f1bn

Exemplo: Série de Fourier

π<<<<π−−

=x01

0x1)x(f

f(x+2π)=f(x) (período igual a 2π)

00 =a

0)cos()1(1)cos()1(1)cos()(10

0=+−== ∫∫∫ −−

π

π

π

π πππdxnxdxnxdxnxxfan

=

==+−== ∫∫∫ −− ,...8,6,4,20

,...7,5,3,14)()1(1)()1(1)()(1

0

0

n

nndxnxsendxnxsendxnxsenxfbn ππππ

π

π

π

π

++++π

= ...7

)x7sen(5

)x5sen(3

)x3sen()xsen(4)x(f

Exemplo: Série de Fourier-Legendre Os polinômios de Legendre advém da equação de Legendre, (1-x2)y''(x)-2xy'(x)+n(n+1)y(x)=0,

que pode re-escrita na forma auto-adjunta (Sturm-Liouville) [(1-x2)y'(x)]’+λy(x)=0, onde λ=n(n+1), r(x)=(1-x2), q(x)=0 e p(x)=1. Deste modo, os polinômios de Legendre formam uma base ortogonal correspondente a este Problema de Sturm-Liouville e podem ser utilizados

como uma base de funções para a expansão em série de funções, tal como as funções cos(mx) e sen(mx) são utilizadas numa série de Fourier tradicional.

...)x(Pa)x(Pa)x(Pa)x(Pa)x(Pa)x(f 332211000n

nn ++++== ∑∞

=

...x23x

25a

21x

23a)x(a)1(a)x(Pa)x(f 3

32

2100n

nn +

−+

−++== ∑∞

=

Podemos calcular a norma dos polinômios de Legendre através da fórmula

122)()()(||)(|| 2

1

1

21

1

2

+=== ∫∫

−− ndxxPdxxPxpxP nnn , ou seja,

1n22||)x(P|| 2

n +=

Os coeficientes na podem ser obtidos a partir da fórmula ∫−+

== 1

1 n2n

nn dx)x(P)x(f

21n2

||)x(P||)x(P),x(f

a

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TRANSFORMADA DE LAPLACE

A transformada de Laplace é um método de resolução de equações diferenciais lineares em etapas:

1. A equação diferencial é transformada em uma equação algébrica chamada de equação subsidiária,

2. A equação algébrica é resolvida

3. A solução da equação algébrica é transformada, em sentido contrário, de maneira a fornecer a solução da equação diferencial original.

DEFINIÇÃO: Se f(t) é uma função definida para todo t≥0, vamos multiplicar f(t) por e-st e integrar em t de 0 a ∞. A integral resultante será uma função de s

∫∞ −0

stdte)t(f

Se a integral existir, será denominada Transformada de Laplace.

∫∞ −= 0

stdte)t(f)s(F

O integrando f(t)e-st deve convergir para 0 (zero) quando t cresce para infinito.

F(s)=L[f(t)] ⇒ )]t(f[Ldte)t(f)s(F 0st == ∫

∞ −

A função f(t) é chamada de Transformada Inversa de F(s) que é denotada por:

L-1[F(s)]=f(t)

Exemplo: Ache a Transformada de Laplace de f(t)=1 para t>0.

s1

s10

se1

se1lim

se1e

s1dtedte1dte)t(f)s(F 0sstt

0st

0

st0

st0

st0

st =+−=+−

=−=−

====∞→

∞∞−∞ −∞ −∞ − ∫∫∫ para s>0

Formalmente, o limite da função quando t cresce para infinito deve ser analisado da seguinte forma:

011011lim1lim1limlim1]1[ 000

00>=+−=

+−=−=

−===

∞→∞→

∞→

∞→

∞ − ∫∫ ssesssesese

es

dtedteL ssaa

a

sta

ast

a

a st

a

st

Exemplo: Ache a Transformada de Laplace de f(t)=eat para t≥0 e a≠0 ∞

∞−−∞ −−∞ −∞ −∞ −

−−=

−−======= ∫∫∫∫

0t)as(

0

t)as(0

t)as(0

t)sa(0

stat0

statat

e)as(1e

)as(1dtedtedtedtee]e[L)]t(f[L)s(F

)as(1

e)as(1lim

e)as(1

e)as(1lim

e)as(1

e)as(1lim]e[L t)as(t0t)as(t0)as(t)as(t

at

−+

−−=

−+

−−=

−+

−−= −∞→−∞→−−∞→

se s>a ⇒ s-a>0 ⇒ as

1)as(

10)as(

1e)as(

1lim]e[L t)as(t

at

−=

−+−=

−+

−−= −∞→

se s<a ⇒s-a<0⇒

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divergeasasas

easeas

eLttast

at ⇒−

+−∞=−

+−−

=−

+−−

=∞

∞→−∞→ )(1

)(1

)(lim

)(1

)(1lim][ )(

então: as

1]e[L)]t(f[L)s(F at

−=== para s-a>0 ⇒ s>a

TEOREMA DA LINEARIDADE DA TRANSFORMADA DE LAPLACE A Transformada de Laplace é uma operação linear, isto é, sejam f(t) e g(t) funções cujas transformadas existam, com a e b constantes, segue-se que:

L[af(t)+bg(t)]=aL[f(t)]+bL[g(t)] Prova:

∫∫∫∫∫∞ −∞ −∞ −∞ −∞ − +=+=+=+0

st0

st0

st0

st0

st dte)t(gbdte)t(fadte)t(bgdte)t(afdte)]t(bg)t(af[)]t(bg)t(af[L

como ∫∞ −=0

stdte)t(f)]t(f[L e ∫∞ −=0

stdte)t(g)]t(g[L ⇒ L[af(t)+bg(t)]=aL[f(t)]+bL[g(t)]

Exemplo: Sabendo que as

1]e[L at

−= , para s>a, calcule L[cosh(at)].

Por definição sabe-se que: ∫∞ −=0

stdte)t(f)]t(f[L então: ∫∞ −=0

stdte)atcosh()]at[cosh(L

As funções hiperbólicas indicam que 2

ee)xcosh(xx −+

= então:

Utilizando a propriedade de linearidade da Transformada de Laplace o problema se reduziria a:

][21][

21][

21

2)][cosh( atatatat

atat

eLeLeeLeeLatL −−−

+=+=

+=

Sabendo que as

1]e[L at

−= para s>a e

as1]e[L at

+=− , para s>-a⇒

22 ass

as1

as1

21)]at[cosh(L

−=

++

−= para s>a (supondo a>0).

Existência da Transformada de Laplace Definição: Uma função f(t) é dita contínua por partes (piecewise continuous) em um intervalo a≤t≤b, se f(t) está definida no intervalo [a,b] e esse intervalo pode ser subdividido em um número finito de subintervalos, nos quais f(t) é contínua e tem limites finitos quando se aproxima dos extremos.

Função contínua⇒ )x(f)x(flim 0xx 0

=→

Função contínua por partes

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Teorema da existência: Seja f(t) contínua por partes em todo o intervalo finito t≥0 e satisfaça |f(t)|≤Meγt ∀t≥0 para certas constantes M e γ. Logo, a Transformada de Laplace de f(t) existe para todo s>γ.

TRANSFORMADA DA DERIVADA

Suponha que f(t) é contínua para t≥0, satisfaça a condição |f(t)|≤Meγt ∀t≥0 para algum M e γ e tenha derivada f'(t) contínua por partes em qualquer intervalo finito tal que t≥0. Segue-se que a transformada da derivada f'(t) existe para s>γ e:

L[f'(t)]=sL[f(t)]-f(0) para s>γ Prova:

∫∞ −=0

stdte)t('f)]t('f[L (por definição)

Utilizando integração por partes [ ] ∫∫ ′−=′b

a

b

a

b

a

dttgtftgtfdttgtf )()()()()()(

teremos:

)]t(f[sLe

)0(fe

)t(flimdte)t(fse

)t(fdte)s)(t(fe)t(fdte)t('f)]t('f[L 0sstt0st

0st0

st

0

st0

st +−=+=−−==∞→

∞ −∞

∞ −∞−∞ − ∫∫∫

logo: )]([)0()]([)0()]('[ 0 tfsLftfsLeftfL +−=+−= ⇒ )0(f)]t(f[sL)]t('f[L −=

Repetindo o argumento teremos:

)0(')0()]([)}0()]([{)0(')]('[)0(')](''[ 2 fsftfLsftfsLsftfsLftfL −−=−+−=+−== ⇒

)0(')0()]([)](''[ 2 fsftfLstfL −−=

Generalizando: [ ] 1n

1n

2

23n2n1nn

n

n

dt)0(fd...

dt)0(fds

dt)0(dfs)0(fs)t(fLs

dt)t(fdL −

−−−− −−−−−=

Exemplo 1:

Sabendo que f(t)=t2 e L[1]=s, calcule L[f(t)].

f(t)=t2 ⇒ f'(t)=2t e f''(t)=2

então: )]t(f[Ls0)0(s)]t(f[Ls)0('f)0(sf)]t(f[Ls)0('f)]t('f[sL)]t(''f[L 222 =−−=−−=−=

logo: )]([)(''[ 2 tfLstfL = ⇒ 3222

212]1[2]2[)]([ssss

LsLtfL ====

Exemplo 2:

Sabendo que f(t)=cos(ωt) e L[1]=s, calcule L[f''(t)].

f(t)=cos(ωt) ⇒ f'(t)=-ωsen(ωt) e f''(t)=-ω2cos(ωt)

como: )0('f)0(sf)]t(f[Ls)]t(''f[L 2 −−=

então: s)]t[cos(Ls)0()1(s)]t[cos(Ls)0sen()0cos(s)]t[cos(Ls)]tcos([L 2222 −ω=ω+−ω=ωω+ω−ω=ωω−

logo: s)]t[cos(Ls)]tcos([L 22 −ω=ωω− ⇒ s)]t[cos(Ls)]t[cos(L 22 −ω=ωω− ⇒ s)]t[cos(L)]t[cos(Ls 22 =ωω+ω

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s)]t[cos(L)s( 22 =ωω+ ⇒ 22ss)]t[cos(Lω+

Exemplo:

Seja o seguinte problema de valor inicial: y''(t)+ay'(t)+by(t)=r(t) para y(0)=k0 e y'(0)=k1.

Aplicando a transformada em ambos os lados da equação y''(t)+ay'(t)+by(t)=r(t) teremos:

L[y''(t)+ay'(t)+by(t)]=L[r(t)]

Pela linearidade do operador:

L[y''(t)]+L[ay'(t)]+L[by(t)]=L[r(t)]

L[y''(t)]+aL[y'(t)]+bL[y(t)]=L[r(t)]

Usando L[f'(t)]=sL[f(t)]-f(0) e L[f''(t)]=s2L[f(t)]-sf(0)-f'(0),

s2L[y(t)]-sy(0)-y'(0)+a{sL[y(t)]-y(0)}+bL[y(t)]=L[r(t)]

como y(0)=k0 e y'(0)=k1

s2L[y(t)]-sk0-k1+asL[y(t)]-ak0+bL[y(t)]=L[r(t)]

(s2+as+b)L[y(t)]-(s-a)k0-k1=L[r(t)]

(s2+as+b)L[y(t)]=(s-a)k0+k1+L[r(t)]

bass)]t(r[Lkk)as()]t(y[L 2

10

++++−

= ⇒

++++−

= −

bass)]t(r[Lkk)as(L)t(y 2

101

Exemplo:

Seja o seguinte problema de valor inicial: y''(t)-y(t)=t para y(0)=1 e y'(0)=1.

y''(t)-y(t)=t

L[y''(t)-y(t)]=L[t]

L[y''(t)]-L[y(t)]=L[t]

usando L[f'(t)]=sL[f(t)]-f(0) e L[f''(t)]=s2L[f(t)]-sf(0)-f'(0) ⇒ s2L[y(t)]-sy(0)-y'(0)-L[y(t)]=L[t]

como y(0)=1 e y'(0)=1

s2L[y(t)]-s-1-L[y(t)]=L[t]

s2L[y(t)]-L[y(t)]=s+1+L[t]

(s2-1)L[y(t)]=s+1+L[t]

1s]t[L1s)]t(y[L 2 −

++=

Sabendo-se que 2s1]t[L = ⇒

)1(1

1

11)]([ 22

23

2

2

−++

=−

++=

ssss

ss

styL

)1s(s1

)1s(1

)1s(s1

)1s)(1s(s)1s(s

)1s(s1ss)]t(y[L 22222

2

22

23

−+

−=

−+

−++

=−++

=

Utilizando recursos de frações parciais podemos decompor em frações mais simples que possam ser reconhecidas numa tabela de Transformadas de Laplace:

Page 43: cov783_mat[1]

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43

)1s(sAs)BA(

)1s(sABsAs

)1s(sBsAAs

)1s(sBs)1s(A

1sB

sA

1s1

s1

)1s(s1

22

2

22

22

22

22

22

22

222222 −−+

=−−+

=−+−

=−+−

=−

+=−

=−

A única forma da expressão )1s(sAs)BA(

)1s(s1

22

2

22 −−+

=−

ser verdadeira é quando (A+B)s2-A=1

⇒ (A+B)=0 e -A=1

⇒ A+B=0 ⇒ A=-B

como A=-1 ⇒ B=1

logo: 1s

1s1

1sB

sA

)1s(s1

222222 −+−=

−+=

Retomando a expressão )1(

111)]([ 22 −

+−

=sss

tyL

1

1111)]([ 22 −

+−−

=sss

tyL

Sabendo-se que 1s

1]e[L t

−= , 2s

1]t[L = , 1s

1)]t[senh(L 2 −=

⇒ L[y(t)]=L[et]-L[t]+L[senh(t)]=L [et-t+senh(t)]

Aplicando a transformada inversa em ambos os lados da equação teremos:

L-1{L[y(t)]}=L-1{L[et-t+senh(t)]} ⇒ y(t)= et –t + senh(t)

TRANSFORMADA DE LAPLACE DA INTEGRAL DE UMA FUNÇÃO Teorema da Integração: Se f(t) é contínua por partes e satisfaz uma desigualdade da forma

|f(t)|≤Meγt, ∀t≥0 para certas constantes M e γ, então:

)]([1})({0

tfLs

dfLt

=∫ ττ para s>0 e s>γ

Demonstração:

∫ ττ= t

0d)(f)t(g é contínua e g’(t)=f(t) exceto nos pontos de descontinuidade

então: L[f(t)]=L[g’(t)]=sL[g(t)]-g(0) para s>γ

0d)(f)0(g 0

0=ττ= ∫ ⇒ L[f(t)]=sL[g(t)] ⇒ )]t(f[L

s1)]t(g[L = ⇒ )]t(f[L

s1]d)(f[L t

0=ττ∫

Denotando L[f(t)]=F(s) ⇒

=ττ −− ∫ )]t(f[L

s1L]}d)(f[L{L 1t

01 ⇒

=ττ −∫ s

)s(FLd)(f 1t

0

Aplicação: Seja )s(s

1)]t(f[L 22 ω+= , achar f(t).

Pela tabela de transformadas tem-se: )tsen(1s

1L 221 ω

ω=

ω+

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44

Então:

)()]cos(1[1)cos(1)(1)(

11)(

12

02022

122

1 tftwdsenss

Lss

Lt

t=−=−==

+

=

+ ∫−− ω

ωτ

ωτωτ

ωωω

DEFASAGEM EM S

Teorema: “ Se f(t) tem transformada F(s) para s>γ, então eatf(t) tem transformada F(s-a) com s-a>γ ”.

L[f(t)]=F(s) ⇒ L[f(t)eat]=F(s-a) Em resumo, a substituição de s por s-a na transformada corresponde à multiplicação da função original por eat.

PROVA:

∫∞ −=0

stdte)t(f)s(F ⇒ ])([])([)()()(000

)( atstatatsttas etfLdteetfdtetfdtetfasF ====− ∫∫∫∞ −∞ +−∞ −−

Exemplo: Sabendo-se que 22s1)]t[cos(Lω+

=ω , calcule a Transformada de Laplace da função

g(t)=e5tcos(ωt).

220

5

0

55

)5(5)cos()cos()]cos([)]([ω

ωωω+−

−==== ∫∫

∞ −∞ −

ssdteetdteteteLtgL sttsttt

DEFASAGEM EM T

Teorema: “ Se f(t) tem transformada F(s), então a função

>−<

=at)at(fat0

)t(f com a≥0 tem

transformada e-asF(s) “.

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0,00 0,79 1,57 2,36 3,14 3,93 4,71 5,50 6,28 7,07 7,85 8,64

Exemplo:

1s1e)]t(sen[L 2

s

+=π− π−

O gráfico azul representa a função sen(t) e o gráfico vermelho afunção )t(sen π− .

Função degrau unitário (Heaviside)

><

=−at1at0

)at(u

>−<

=−−=at)at(fat0

)at(u)at(f)t(f

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45

-1,20

-1,00

-0,80

-0,60

-0,40

-0,20

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00

Exemplo:

Se f(t)=cos(t) então )2t(u)2tcos()2t(u)2t(f)t(f −−=−−=

O gráfico azul representa a função cos(t) e o gráfico vermelho afunção cos(t-2)u(t-2).

Teorema da defasagem: “ Se L[f(t)]=F(s) então L[f(t-a)u(t-a)]=e-asF(s). Tomando a

transformada inversa L-1[e-asF(s)]=f(t-a)u(t-a) “. Prova:

∫∫∫∫∞ τ+−∞ τ−−∞ τ−−∞ τ−−− ττ=ττ=ττ=ττ=0

s)a(0

sas0

sas0

sasas d)(fed)(fed)(feed)(fee)s(Fe

se a+τ=t ⇒ τ=t-a ⇒ dτ=dt

∫∫∫∞ −∞ −∞ +−− −−=−==00

)( )()()()()( dtatuatfedtatfedfesFe ts

a

tssaas τττ

logo e-asF(s)=L[f(t-a)u(t-a)]

Exercício 1: Sabendo que s1]1[L = , calcule L[u(t-a)].

ases1)]at(u1[L)]at(u[L −=−=−

Exercício 2: Achar a transformada inversa de 3

s3

se−

, sabendo que 2t

s1L

2

31 =

− .

=

−−−

− s33

13

s31 e

s1L

seL

Lembrando que e-asF(s)=L[f(t-a)u(t-a)] L-1[e-asF(s)]=L-1[L[f(t-a)u(t-a)]]=f(t-a)u(t-a)

)3t(u)3t(fs1eLe

s1L 3

s31s33

1 −−=

=

−−−−

−=−−== −

)3t(u2

)3t(L)]3t(u)3t(f[Ls1e

se 2

3s3

3

s3

-1,0

4,0

9,0

14,0

19,0

24,0

29,0

34,0

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0

O gráfico azul corresponde à curva

2t2

e o

gráfico vermelho corresponde à curva

)3t(u2

)3t( 2

−−

Função Delta de Dirac10

Em mecânica, a utilização do conceito de impulso de uma força f(t) sobre um intervalo a≤t≤a+k é

definido como ∫+

=ka

ak dttfI )( .

Vamos analisar o comportamento desta integral quando k for muito pequeno (k→0).

10 Utilizada para modelar, matematicamente, um impulso instantâneo.

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46

+><+≤≤=

katouatkataktfk 0

1)(

1)(11)(0

=−+=== ∫∫+∞

kkak

dtk

dttfIka

akk

)]}ka(t[u)at(u{k1)t(fk +−−−=

ases

atuL −=−1)]([

[ ] { })]([1)(1)]([)()]([)()]([ katuLk

atuLkk

katuLkatuL

kkatuatuLtfL k +−−−=

+−

=

+−−−

=

]e1[ks

e]eee[ks1]ee[

ks1

se

k1

se

k1)]t(f[L ks

asksasass)ka(as

s)ka(as

k−

−−−−+−−

+−−

−=−=−=−=

No limite quando k→0, teremos:

00]11[

0]1[

0]1[lim)]([lim 0

0=−=−=−=

−−

−−

→∞→

ass

asks

as

kkk

ees

eeksetfL ⇒ (indeterminação)

Para resolver essa indeterminação pode-se aplicar a Regra de L´Hôpital:

asska

k

ksas

k

ksas

k

ksas

k

ksas

kk eeeeesesee

ksetfL −+−

−−

−−

−−

−−

→=====−= )(

00000limlimlim][lim]1[lim)]([

Assim, a transformada de Laplace das funções fk(t) é dada pela fórmula ask etfL −=)]([ . Por outro

lado, a “função generalizada” ou “distribuição” Delta de Dirac δ(t-a) apresenta a seguinte propriedade: )a(fdt)at()t(f =−δ∫

∞− . Se calcularmos a transformada de Laplace do Delta de Dirac teremos:

asst edteatatL −∞ − =−=− ∫0 )()]([ δδ

Podemos portanto comparar as duas expressões para concluir que a transformada de Laplace do delta de Dirac e o limite da transformada das funções fk(t) nos dá o mesmo resultado, ou seja:

askk

eatLtfL −

∞→=−= )]([)]([lim δ

Exemplo: Determine a resposta do sistema y’’(t)+3y’(t)+2y(t)=δ(t-a) com y(0)=0 e y’(0)=0.

Trata-se de um sistema massa+mola amortecido em repouso, representado por uma equação diferencial de coeficientes constantes, e que, no instante t=a recebe um impulso. Como no instante t=0 ele estava em repouso, y(0)=0 (posição de equilíbrio) e y’(0)=0 (parado).

1° passo:

y’’(t)+3y’(t)+2y(t)=δ(t-a)

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47

L[y’’(t)+3y’(t)+2y(t)]=L[δ(t-a)]

L[y’’(t)]+3L[y’(t)]+2L[y(t)]=L[δ(t-a)]

Lembrando que L[y’’(t)]=s2y(t)-sy(0)-y’(0), L[y’(t)]=sy(t)-y(0), L[δ(t-a)]= e-as e substituindo em

L[y’’(t)]+3L[y’(t)]+2L[y(t)]=L[δ(t-a)] obtém-se:

{s2L[y(t)]-sy(0)-y’(0)}+3{sL[y(t)]-y(0)}+2L[y(t)]=e-as

como y(0)=0 e y’(0)=0,

s2L[y(t)]+3sL[y(t)]+2L[y(t)]=e-as

[s2+3s+2]L[y(t)]=e-as

Fazendo Y≡Y(s)=L[y(t)]

Y[s2+3s+2]=e-as ⇒ 2s3s

e)s(Y 2

as

++=

Y(s)=F(s)e-as ⇒ 2s3s

1)s(F 2 ++=

)1)(2(2)(

)1)(2()2()1(

)1()2()1)(2(1

231)( 2 ++

+++=

+++++

=+

++

=++

=++

=ss

BAsBAsssBsA

sB

sA

sssssF

⇒ (A+B)=0 e A+2B=1

⇒ A+B=0 ⇒ A=-B

A+2B=1 ⇒ -B+2B=1 ⇒ B=1 ⇒ A=-1 ⇒ 1s

12s

1)1s(

1)2s(

1)1s(

B)2s(

A)s(F+

++

−=+

++−

=+

++

=

Da tabela de transformadas de Laplace sabe-se que: as

1]e[L at

−= então:

1s1

2s1)s(F

++

+−= ⇒

+

++

−= −−

1s1

2s1L)]s(F[L 11 ⇒

+

+

+

−= −−

1s1L

2s1L)t(f 11

logo t2ttt211 eeee1s

1L2s

1L)t(f −−−−−− −=+−=

+

+

+

−=

L-1[Y(s)]=L-1[F(s)e-as]=f(t-a)u(t-a)=[e-(t-a)-e-2(t-a)]u(t-a) ⇒

≤≤>−

=−−−−

at00atee)t(y

)at(2)at(

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48

SÉRIE DE FOURIER (FUNÇÕES PERIÓDICAS)

• Uma função é dita periódica quando é definida para todo x∈R e existe algum número p>0 tal que f(x+p)=f(x) para todo x∈R.

Exemplo: sen(x+2π)=sen(x)

• Se p é período de f(x), então np (n=1,2,3,...) também será.

• O período mínimo positivo (p>0) de uma função periódica é chamado de período principal (ou fundamental).

• Se f(x) e g(x) são duas funções com período p, então a função h(x)= a[f(x)]+b[g(x)] também terá período p.

A questão que se apresenta é a de como representar funções periódicas com período p=2π a partir de funções do tipo: {1, sen(x), cos(x), sen(2x), cos(2x), sen(3x), cos(3x), ...}. A função periódica f(x) será representada por uma série infinita de funções trigonométicas, sendo necessário determinar os coeficientes an e bn:

∑∞

=

++=1

0 )]()cos([)(n

nn nxsenbnxaaxf

Seja f(x) uma função periódica de período 2π, f(x)=f(x+2π), representada pela série trigonométrica

∑∞

=++=

1nnn0 )]nxsen(b)nxcos(a[a)x(f

Para obter o coeficiente a0 vamos utilizar a propriedade da ortogonalidade das funções trigonométricas e integrar ambos os lados da expansão acima de -π a +π:

∫ ∑∫π

π−

=

π

π−

++= dx)]nxsen(b)nxcos(a[adx)x(f

1nnn0

∫ ∑∫∫π

π−

=

π

π−

π

π−++= dx)]nxsen(b)nxcos(a[dxadx)x(f

1nnn0

∑ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−++=

1nnn0 dx)]nxsen(b)nxcos(a[dxadx)x(f

∑ ∫ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−

π

π−++=

1nnn0 ]dx)nxsen(bdx)nxcos(a[dxadx)x(f

∑ ∫ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−

π

π−++=

1nnn0 ]dx)nxsen(bdx)nxcos(a[dxadx)x(f

como π=∫π

π−2dx , 0dx)nxcos( =∫

π

π− e 0dx)nxsen( =∫π

π− ⇒ 0a2dx)x(f π=∫π

π− ⇒

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49

π

π

π

2

)(0∫−=

dxxfa

De forma análoga vamos utilizar a propriedade da ortogonalidade das funções seno e coseno para obter o coeficiente a3. Para tanto, devemos multiplicar ambos os lados da equação pela função correspondente ao coeficiente a3 ou seja, a função cos(3x).

co)]nxsen(b)nxcos(a[)x3cos(a)x3cos()]nxsen(b)nxcos(a[a)x3cos()x(f1n

nn01n

nn0 ∑∑∞

=

=++=

++=

Integrando ambos os lados de -π a +π:

∫ ∑∫π

π−

=

π

π−

++= dx)x3cos()]nxsen(b)nxcos(a[)x3cos(adx)x3cos()x(f

1nnn0

∫ ∑∫∫π

π−

=

π

π−

π

π−++= dx)x3cos()]nxsen(b)nxcos(a[dx)x3cos(adx)x3cos()x(f

1nnn0

∫ ∑∫∫π

π−

=

π

π−

π

π−++= dx)x3cos()]nxsen(b)nxcos(a[dx)x3cos(adx)x3cos()x(f

1nnn0

como 0dx)x3cos( =∫π

π− ⇒ 0dx)x3cos(a0 =∫π

π− , então:

Invertendo a posição entre o somatório e a integral, nos termos à direita da expressão:

∑∫∫∞

=

π

π−

π

π−+=

1nnn dx)x3cos()]nxsen(b)nxcos(a[dx)x3cos()x(f

∑ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−+=

1nnn }dx)x3cos()nxsen(bdx)x3cos()nxcos(a{dx)x3cos()x(f

∑ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−+=

1nnn }dx)x3cos()nxsen(bdx)x3cos()nxcos(a{dx)x3cos()x(f

Pela propriedade da ortogonalidade das funções seno e coseno: 0dx)x3cos()nxsen( =∫π

π− ∀n, então:

∑ ∫∫∞

=

π

π−

π

π−=

1nn dx)x3cos()nxcos(adx)x3cos()x(f

Utilizando a identidade trigonométrica:

b)cos(a)cos(2

b)-cos(a2

b)cos(a=+

+ teremos:

23x)-cos(nx

2)x3cos(nx(3x)cos(nx)cos +

+=

Page 50: cov783_mat[1]

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50

∑ ∫∫∑ ∫∫∞

=

π

π−

π

π−

=

π

π−

π

π−

++

=

++

=1n

n1n

n dx2

)x3nxcos(dx2

)x3nxcos(adx2

)x3nxcos(2

)x3nxcos(adx)x3cos()x(f

[ ]∑ ∫∫∑ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

=

π

π−

π

π−

π

π−−++=

−++=

1n

n

1nn dx)x3nxcos(dx)x3nxcos(

2adx)x3nxcos(

21dx)x3nxcos(

21adx)x3cos()x(f

∑ ∫∫∫∞

=

π

π−

π

π−

π

π−−++=

1n

n }dx]x)3ncos[(dx]x)3ncos[({2adx)x3cos()x(f

como 0dx]x)3ncos[( =+∫π

π− para ∀n, 0dx]x)3ncos[( =−∫π

π− para ∀n≠3

e π=−∫π

π−2dx]x)3ncos[( para n=3

∑ ∫∫∞

=

π

π−

π

π−−=

1n

n dx]x)3ncos[(2adx)x3cos()x(f

π=∫π

π−2

2adx)x3cos()x(f 3 ⇒ 3adx)x3cos()x(f1

=π ∫

π

π−

por analogia: ∫π

π−π= dx)nxcos()x(f1an e ∫

π

π−π= dx)nxsen()x(f1bn

Então tem-se:

∫π

π−π= dx)x(f

21a0 Valor médio da função

∫π

π−π= dx)nxcos()x(f1an para n=1,2,3,...

∫π

π−π= dx)nxsen()x(f1bn para n=1,2,3,...

Exemplo: Qual é o “tamanho” do cos(x)?

∫∫∫∫∫ −−−−−+=+=

+==

π

π

π

π

π

π

π

π

π

πdxxdxdxxdxxdxxx )2cos(

21

21)]2cos(1[

21

2)2cos(1)(cos||)cos(|| 22

π−−

π+π−−π=+=+=

π

π−

π

π−

π

π−

π

π− ∫∫ 2)2sen(

2)2sen(

21)]([

21

2)x2sen(

21x

21dx)x2cos(

21dx

21||)xcos(|| 2

ππππππ =+=

+++= )0(

21

2)2(

2)2(

21)(

21||)cos(|| 2 sensenx

||cos(x)||2=π

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51

Exemplo: Calcule a série de Fourier da função f(x)=-4 para -π<x<0 e f(x)=4 para 0<x<π (periódico).

∫π

π−π= dx)x(f

21a0 Valor médio da função

02224

244

214

21)(

21

0

0

0

0

0

0

0 =+−

=+−

=+−==−−−− ∫∫∫∫∫

π

π

π

π

π

π

π

π πππππππxxdxdxdxdxdxxfa

00 =a

∫π

π−π= dx)nxcos()x(f1an para n=1,2,3,...

∫∫∫∫∫π

π−

π

π−

π

π− π+−

π=

π+

π=

π=

0

0

0

0n nxcos(41dx)nxcos(41dx)nxcos()x(f1dx)nxcos()x(f1dx)nxcos()x(f1a

π

π−

π

π− π+

π−

+π−

= ∫∫0

0

0

0n n

)nxsen(4n

)nxsen(4dx)nxcos(4dx)nxcos(4a

−π

+

π+

π−

=

−π

π+

π−−

π−

=n0

n04

n)nsen(

n04

n)0nsen(

n)nsen(4

n)nsen(

n)0nsen(4an

[ ] 0)0(4)0(4004n004an =

π+

π−

=−π

+

+π−

=

0=na

∫π

π−π= dx)nxsen()x(f1bn para n=1,2,3,...

∫∫∫∫∫π

π−

π

π−

π

π− π+−

π=

π+

π=

π=

0

0

0

0n dx)nxsen(41dx)nxsen(41dx)nxsen()x(f1dx)nxsen()x(f1dx)nxsen()x(f1b

π

π

π

π

π

π ππππππ 0

0

0

0

0

0 )cos(4)cos(4)]cos([4)]cos([4)(4)(4nnx

nnx

nnx

nnxdxnxsendxnxsenbn −=

−+

−−=+

−=

−−− ∫∫

]1)1[(n4])1(1[

n4

n1

n)1(4

n)1(

n14

n)0ncos(

n)ncos(4

n)ncos(

n)0ncos(4b nn

nn

n −−π

−−−π

=

−π

−−

π=

−π

π−

π−−

π=

=

==−−=,...6,4,20

,...5,3,116])1(1[8

n

nnn

b nn ππ

+++π

= ...5

)x5sen(3

)x3sen()xsen(16)x(f

Page 52: cov783_mat[1]

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52

CONVERGÊNCIA E SOMA DA SÉRIE DE FOURIER

Teorema: “Se uma função f(x), periódica com período p=2π, é contínua por partes no intervalo -π≤x≤π e tem derivadas à esquerda e à direita em cada ponto do intervalo [-π,π], então, a série a0+∑[ancos(nx)+bnsen(nx)] de f(x) é convergente. Sua soma é f(x) exceto no ponto x0 em que f(x) é descontínua e a soma da série é a média dos limites à esquerda e à direita de f(x) em x0“.

FUNÇÕES DE PERÍODO p=2L Se uma função f(x), com período p=2L, tem uma série de Fourier, esta será da forma:

∑∞

=

+

+=

10 cos)(

nnn L

xnsenbLxnaaxf ππ

∫−= LL0 dx)x(f

L21a

∫−

π

= L

Ln dxL

xncos)x(fL1a e ∫−

π

= LLn dx

Lxnsen)x(f

L1b f(x) é uma função centrada na origem

Exemplo: Onda quadrada:

<<<<−−<<−

=2x1para01x1parak1x2para0

)x(f

período = 4 ⇒ p=2L=4 ∴ L=2

∑∑∞

=

=

+

+=

+

+=

10

10 22

coscos)(n

nnn

nn xnsenbxnaaLxnsenb

Lxnaaxf ππππ

24100

41)(

21 1

1

2

1

1

1

1

20kkdxdxkdxdxdxxf

La

L

L==

++== ∫∫∫∫∫ −−

−−

⇒ 2ka0 =

∫∫ −−

π

=

π

= 22

LLn dxx

2ncos)x(f

21dx

Lxncos)x(f

L1a

∫∫∫∫∫ −−−−

π

=

π

=

π

+

π

+

π

= 11

11

21

11

12n dxx

2ncos

2kdxx

2ncosk

21dxx

2ncos0dxx

2ncoskdxx

2ncos0

21a

−−

=

=

=

−− 22222

2

1

1

1

1

πππ

ππ

ππ

nsennsennkxnsen

nkxnsen

nkan

como sen(-x)=-sen(x)

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53

=

+

=

22

22π

πππ

πnsen

nknsennsen

nkan para n=1,2,3,...

=

=

π

π=

,...11,7,3nparank2

,...9,5,1nparank2

,...6,4,2npara0

2nsen

nk2an

∫−

π

= L

Ln dxL

xnsen)x(fL1b

∫∫ −−

π

=

π

= 2

2

L

Ln dxx2

nsen)x(f21dx

Lxnsen)x(f

L1b

∫∫∫∫∫ −−−

=

=

+

+

=

1

1

1

1

2

1

1

1

1

2 22221

20

220

21 dxxnsenkdxxnksendxxnsendxxnksendxxnsenbn

πππππ

π−−

π

π−=

π−

π

π−=

π

π−=

π

π=

−−2

ncos2

ncosnk)1(

2ncos1

2ncos

nkx

2ncos

nkx

2ncos

n2

2kb

1

1

1

1

n

como cos(-x)=cos(x)

0)0(nk

2ncos

2ncos

nkbn =

π=

π

π

π= ⇒ 0bn =

Então: ∑∑∞

=

=

+=

+

+=

110 2

cos222

cos)(n

nn

nn xnakxnsenbxnaaxf πππ

+

+=

+= ∑

= 27cos

71

25cos

51

23cos

31

2cos2

22cos12

2)(

1

xxxxkkxnn

kkxfn

πππππ

ππ

FUNÇÕES PARES E ÍMPARES A função g(x) é par se g(-x)=g(x), ou seja, é simétrica em relação ao eixo-y, e ímpar se g(-x)=-g(x); ou seja, é simétrica em relação à origem.

• O produto de uma função par por outra função par resulta em uma função par.

• O produto de uma função par por uma função ímpar resulta em uma função ímpar.

• O produto de uma função ímpar por outra função ímpar resulta em uma função par. Toda função f(x) pode ser escrita como a soma de uma função par P(x) e uma função ímpar I(x), pois:

f(x)=P(x)+I(x)

logo:

f(-x)=P(-x)+I(-x)=P(x)-I(x)

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54

fazendo f(x)+f(-x)=P(x)+I(x)+P(x)-I(x)=2P(x) ⇒ 2

)x(f)x(f)x(P −+=

fazendo f(x)-f(-x)=P(x)+I(x)-P(x)+I(x)=2I(x) ⇒ 2)x(f)x(f)x(I −−

=

Se g(x) é uma função par, então ∫∫ =−

L

0

L

L dx)x(g2dx)x(g

Se h(x) é uma função impar, então 0)( =∫−L

Ldxxh

Então, os coeficientes de Fourier de uma função par g(x) serão dados por:

∫∫∫ ===−

LLL

Ldxxg

Ldxxg

Ldxxg

La

000 )(1)(22)(

21

:

∫∫

π

=

π

=−

L0

LLn dxx

Lncos)x(g

L2dxx

Lncos)x(g

L1a pois g(x) é par e

π x

Lncos é par ⇒

π x

Lncos)x(g (integrando) será par.

0dxxLnsen)x(g

L1b L

Ln =

π

= ∫− pois g(x) é par e

π x

Lnsen é impar ⇒

π x

Lnsen)x(g é impar

Analisando agora o caso de uma função h(x) ímpar, seus coeficientes serão dados por:

0)(21

0 == ∫−L

Ldxxh

La pois h(x) é ímpar e a integral de uma função ímpar no intervalo [-L,L] é

sempre 0 (zero).

0cos)(1=

= ∫−

L

Ln xLnxh

La π

pois h(x) é ímpar e

π x

Lncos é par ⇒

π xLncos)x(g é

ímpar.

∫∫

=

=

LL

Ln xLnsenxh

Lx

Lnsenxh

Lb

0)(2)(1 ππ

pois h(x) é ímpar e

π x

Lnsen é impar

xLnsenxh π)( é par

SÉRIE DE FOURIER DE FUNÇÕES PARES E ÍMPARES

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55

A série de Fourier de uma função par com período p=2L é dada por:

∑∞

=

π

+=1n

n0 Lxncosaa)x(f

∫∫∫ ===−

L

0

L

0

L

L0 dx)x(f

L1dx)x(f

L212dx)x(f

L21a

∫∫

=

=

LL

Ln dx

Lxnxf

Ldx

Lxnxf

La

0

cos)(2cos)(1 ππ

0dxL

xnsen)x(fL1b

L

Ln =

π

= ∫−

A série de Fourier de uma função ímpar com período p=2L é dada por:

∑∞

=

π

=1n

n Lxnsenb)x(f

0dx)x(fL21a

L

L0 == ∫

0dxL

xncos)x(fL1a

L

Ln =

π

= ∫−

∫∫

=

=

LL

Ln dx

Lxnsenxf

Ldx

Lxnsenxf

Lb

0

)(2)(1 ππ

Teorema: “Os coeficientes de Fourier de uma soma de funções periódicas f=f1+f2 são

iguais às somas dos correspondentes coeficientes de f1 e f2”.

Exemplo: f(x) = x + 4 ⇒

+

+= ∑

= Lxnsenb

Lxnaaxf n

nn

ππ1

0 cos)(

Seja f1(x)=x ⇒ f1(x) é ímpar ⇒ ∑∞

=

=

1

)1(1 )(

nn L

xnsenbxf π; 0)1( =oa e 0)1( =na .

e f2(x)=4 ⇒ f2(x) é par ⇒ 4)( )2(02 == axf ; 0)2( =nb ; 4)2(

0 =a e 0)2( =na .

Observação: A série de Fourier de uma função constante f(x)=k é a própria função, ou seja, apenas o coeficiente a0 (média da função) é diferente de zero.

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56

Como a função f(x) é igual à soma das funções f1(x) e f2(x), (f(x)= f1(x) + f2(x)), os coeficientes de

Fourier de f(x) serão iguais à soma dos coeficientes de f1(x) e f2(x) ⇒ 4)2()1( =+= ooo aaa ,

0)2()1( =+= nnn aaa e )1()2()1(

nnnn bbbb =+= .

Teorema: “Os coeficientes de Fourier da função g(x)=c[f(x)] são iguais a c vezes os

coeficientes de f(x)”.

∫−= L

L)x(f

0 dx)x(fL21a

)x(f0

LL

LL

)x(g0 cadx)x(f

L21cdx)x(cf

L21a === ∫∫ −−

∫−

=

L

L

xfn dx

Lxnxf

La πcos)(1)( )()( cos)(1cos)(1 xf

n

L

L

L

L

xgn cadx

Lxnxf

Lcdx

Lxnxcf

La =

=

= ∫∫ −−

ππ

∫−

=

L

L

xfn dx

Lxnsenxf

Lb π)(1)( )()( )(1)(1 xf

n

L

L

L

L

xgn cbdx

Lxnsenxf

Lcdx

Lxnsenxcf

Lb =

=

= ∫∫ −−

ππ

EXPANSÃO EM MEIO PERÍODO

Às vezes precisamos calcular a série de Fourier de funções f(x) dadas em um intervalo 0≤x≤L (p=L).

função original tipo de expansão

expansão par

expansão ímpar

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57

Exercício: Seja

<<−

<<

=

Lx2Lpara

L)xL(k2

2Lx0para

Lkx2

)x(f

Expansão par:

bn=0

∫=L

00 dx)x(f

L1a

π

=L

0n dx

Lxncos)x(f

L2a

∫∫∫∫∫∫∫ −+=−

+=+==L

2L

2

2L

02

L

2L

2L

0

L

2L

2L

0

L

00 dx)xL(

Lk2xdx

Lk2dx

L)xL(k2

L1dx

Lkx2

L1dx)x(f

L1dx)x(f

L1dx)x(f

L1a

2222

22222

2

2

22

2

0

2

2

2

2

2

2

2

020

kxLkx

Lkx

Lkxdx

LkLdx

Lkxdx

Lka

L

L

LL

LL

L

L

L

L

=−+=−+= ∫∫∫

20ka =

∫∫∫

π

+

π

=

π

=L

2L

2L

0

L

0n dx

Lxncos)x(f

L2dx

Lxncos)x(f

L2dx

Lxncos)x(f

L2a

∫∫∫∫

π

−+

π

=

π−

+

π

=L

2L

2L

0

L

2L

2L

0n dx

Lxncos)xL(

Lk2

L2dx

Lxncosx

Lk2

L2dx

Lxncos

L)xL(k2

L2dx

Lxncos

Lkx2

L2a

∫∫∫

π

π

+

π

=L

2L

2

L

2L

2L

02n dx

Lxncosx

Lk4dx

Lxncos

Lk4dx

Lxncosx

Lk4a ⇒

−π−

π

π= 1)ncos(

2ncos2

nk4a 22n

para n≠2,6,10,14,... ⇒ an=0

( )[ ] [ ] [ ] 22222222 216222)1(211cos21)2cos(

22cos2

24

ππππ

πππ

πkkkkka −=−−=−−=−−=

−−

=

( )[ ] [ ] [ ] 22222226 31622

92)1(2

9113cos2

3641)6cos(

26cos2

64

ππππ

πππ

πkkkkka −=−−=−−=−−=

−−

=

+

π

+

π

+

π

π−≈ ...

Lx10cos

101

Lx6cos

61

Lx2cos

21k16

2k)x(f 2222

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58

Expansão ímpar:

a0=0

an=0

π

=L

0n dx

Lxnsen)x(f

L2b

π

π=

2nsen

nk8b 22n ⇒

+

+

≈ ...5

513

31

118)( 2222 L

xsenLxsen

Lxsenkxf πππ

π

SÉRIE DE FOURIER COMPLEXA

Seja ∑∑∞

=

=+=++=

0nnn

1nnn0 )]nxsen(b)nxcos(a[)]nxsen(b)nxcos(a[a)x(f com período p=2π.

segundo a fórmula de Euler: eit=cos(t)+isen(t) e e-it=cos(t)-isen(t) (onde 1−=i ).

eit+e-it=cos(t)+isen(t)+cos(t)-isen(t)=2cos(t) ⇒ 2

ee)tcos(itit −+

=

eit-e-it=cos(t)+isen(t)-cos(t)+isen(t)=2isen(t) ⇒ i2ee)tsen(

itit −−=

Então: ∑∑∞

=

−−∞

=

−+

+=+=

00 22)]()cos([)(

n

inxinx

n

inxinx

nn

nn ieebeeanxsenbnxaxf

∑∑∞

=

−∞

=

−−

++

−=

+−+=0n

inxnninxnn

0n

inxninxninxninxn e2

ib2ae

2ib

2ae

2ibe

2ibe

2ae

2a)x(f

Definindo 22nn

nibac −= e

22nn

nibak += obtemos a expressão

[ ]∑∞

=

−++=1

0)(n

inxn

inxn ekeccxf

Introduzindo a notação nn ck −= teremos a expressão:

∑∞

−∞=

=n

inxnecxf )(

onde 2

ib2ac nn

n −= ⇒ 22nn

nnibakc +==− .

com ∫π+

π−

π= dxe)x(f

21c inx

n onde ,...3,2,1,0 ±±±=n

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59

Exemplo: f(x)=ex, para -π≤x<π e p=2π.

−−π

=−π

=π−−π−π+

π−

−π+

π−

−π+

π−

−π+

π−

−π+

π−

− ∫∫∫∫ )in1(e

)in1(e

21

)in1(e

21dxe

21dxe

21dxee

21dxe)x(f

21c

))(in1()in1(x)in1(x)in1(inxxinxxinx

n

Utilizando as identidades:

einπ=cos(nπ)+isen(nπ)=(-1)n+i(0)=(-1)n

e-inπ=cos(nπ)-isen(nπ)=(-1)n-i(0)=(-1)n

++

−=

++−−−

=

++−

=−−−

222 11)()1(1

11

2)1()1(1

11

21

ninsenh

ninee

nineeeec n

nninin

n ππππ

ππππππ

Então: ∑∑+∞

∞−

+∞

∞− ++

−π

π=

++

π−π

== inx2

ninx2

nx en1in1)1()senh(e

n1in1)senh()1(1e)x(f

INTEGRAL DE FOURIER Observação: Funções não periódicas não têm série de Fourier

Vamos tomar a função fL(x) com período p=2L e observar o que acontece quando L→∞.

+<<++<<−−<<−

=Lx1para01x1para11xLpara0

)x(fL

Como a função é par ⇒ bn=0

Ldx

Ldx

Ldxxf

Ldxxf

Ldxxf

La

LLL 10111)(1)(1)(1

1

1

01

1

000 =+=+== ∫∫∫∫∫

∫∫∫

+

=

=

LL

n dxLxn

Ldx

Lxndx

Lxnxf

La

1

1

00

cos02cos1cos)(2 πππ

=

=

= ∫

Ln

LnLnsen

LLnLxnsen

Ldx

Lxn

Lan ππ

π

π

ππ 022cos2

1

0

1

0

Ln

Lnsen

L2an π

π

= , definindoLn

=ω ⇒ n

nn

n

n

n

n)sen(

n2)sen(

n2a

ωω

πω

=ωω

ωπ

=

Suponha agora que a função )(xfL é uma função periódica qualquer com período p=2L e vamos obervar o que ocorre com sua série de Fourier quando ∞→L .

∑∞

=

++=1

0 )]()cos([)(n

nnnnL xsenbxaaxf ωω , onde pn

Ln

nππω 2

==

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60

∑ ∫∫∫∞

= −−−

+

+=

1

)()()(1)cos()cos()(1)(21)(

nn

L

LnLn

L

LnL

L

LLL xsendvvsenvf

Lxdvvvf

Ldvvf

Lxf ωωωω

como ∆ω=ωn+1-ωn ⇒ LL

nL

n πππω =−+

=∆)1(

⇒ L1

=πω∆

∑ ∫∫∫∞

= −−−

+∆

+=

1)()()()cos()cos()(1)(

21)(

nn

L

LnLn

L

LnL

L

LLL xsendvvsenvfxdvvvfdvvf

Lxf ωωωωωω

π

Se L→∞ e assumindo que )x(flim)x(f LL ∞→= ⇒ dw

Lw →=∆

π e o somatório tende a uma integral,

isto é, ∫∑∞∞

→00

ωωωπ

ωωπ

dxsendvvsenvfxdvvvfxf ∫ ∫∫∞ ∞

∞−

∞−

+

=0

)()()(1)cos()cos()(1)(

Definindo: ∫∞

∞−

= dvvvfwA )cos()(1)( ωπ e ∫

∞−

= dvvsenvfwB )()(1)( ωπ

[ ] ωωω dxsenwBxwAxf ∫∞

+=0

)()()cos()()(

Esta representação da função f(x) é denominada de Integral de Fourier

Se a função for par ⇒ B(w)=0 e ωω dxwAxf ∫∞

=0

)cos()()(

Se a função for ímpar ⇒ A(w)=0 e ωω dxsenwBxf ∫∞

=0

)()()(

RESUMO:

Função Não-Periódica ⇒ Integral de Fourier

Função Periódica ⇒ Série de Fourier

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61

Exemplo:

Ache a integral de Fourier da função:

>−<<

=1x e 1xpara0

1|x|para1)x(f

[ ] ωωω dxsenwBxwAxf ∫∞

+=0

)()()cos()()(

−=====−−−

∞−∫∫∫ ω

ωωω

πωω

πω

πω

πω

π))1(())1((1)(1)cos(1)cos(11)cos()(1)(

1

1

1

1

1

1

sensenvsendvvdvvdvvvfwA

ωω

πωω

πωω

ωω

πωω

ωω

π)(2)(21)()(1)()(1)( sensensensensensenwA =

=

+=

−=

+−

=−

====−−−

∞−∫∫∫ ω

ωωω

πωω

πω

πω

πω

π))1(cos())1(cos(1)cos(1)(1)(11)()(1)(

1

1

1

1

1

1

vdvvsendvvsendvvsenvfwB

0)0(1)cos()cos(1)cos()cos(1))1(cos())1(cos(1)( ==

+−

=

+−

=

+−

=πω

ωωω

πωω

ωω

πωω

ωω

πwB

ωω

ωωπ

ωωωπω

ω dxsendxsenxsenxf ∫∫∞∞

=

+=

00

)cos()(2)(0)cos()(2)(

A partir do teorema de convergência da integral de Fourier e dos valores da função f(x) podemos concluir que:

>

=

<≤

=∫∞

10

14

102

wx)sen(w)cos(

0 xquando

xquando

xquando

d π

π

ωω

Teorema da Convergência: “Se f(x) é contínua por partes em todo o intervalo finito, tem

derivadas à esquerda e à direita em cada ponto e a integral ∫+∞

∞−

dx|)x(f| existe,

então, f(x) pode ser representada por uma integral de Fourier. Nos pontos de descontinuidade, a integral de Fourier converge para a média dos valores dos limites à esquerda e à direita”.

Page 62: cov783_mat[1]

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62

TRANSFORMADA DE FOURIER

[ ] ωωω dxsenwBxwAxf ∫∞

+=0

)()()cos()()(

∫∞

∞−

= dvvvfwA )cos()(1)( ωπ

∫∞

∞−

= dvvsenvfwB )()(1)( ωπ

ωωωπ

ωωπ

dxsendvvsenvfxdvvvfxf ∫ ∫∫∞ ∞

∞−

∞−

+

=0

)()()(1)cos()cos()(1)(

ωωωωωπ

dxsendvvsenvfxdvvvfxf ∫ ∫∫∞ ∞

∞−

∞−

+

=

0

)()()()cos()cos()(1)(

ωωωωωπ

ddvxsenvsenvfdvxvvfxf ∫ ∫∫∞ ∞

∞−

∞−

+=0

)()()()cos()cos()(1)(

ωωωωωπ

ddvxsenvsenvfxvvfxf ∫ ∫∞ ∞

∞−

+=0

)()()()cos()cos()(1)(

[ ] ωωωωωπ

ddvxsenvsenxvvfxf ∫ ∫∞ ∞

∞−

+=0

)()()cos()cos()(1)(

ωωωπ

ddvvxvfxf ∫ ∫∞

∞−

∞−

−= )cos()(21)(

Aqui utilizamos a propriedade de que a função cos(wx-wv) é par com relação a w.

Por outro lado sendo a função sen(wx-wv) ímpar relativamente a w teremos:

0)()(21)( =

−= ∫ ∫∞

∞−

∞−

ωωωπ

ddvvxsenvfxf

Utilizando agora a fórmula de Euler para variáveis complexas, e somando a integral em coseno

ωωωπ

ddvvxvfxf ∫ ∫∞ ∞

∞−

−=0

)cos()(1)(

Page 63: cov783_mat[1]

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63

com a integral em seno multiplicada pelo número imaginário i, vamos obter a seguinte expressão:

ωπ

ddvevfxf vxiw∫ ∫∞

∞−

∞−

= )()(21)(

Esta expressão é conhecida como a Integral de

Fourier Complexa. TRANSFORMADA DE FOURIER

A Transformada de Fourier de f(x) é definida por: dxexff xi∫

∞−

−= ω

πω )(

21)(ˆ

A Transformada Inversa de Fourier de f(x) é definida por: ωωπ

ω defxf xi∫∞

∞−

= )(ˆ21)(

Exemplo: Ache a transformada de Fourier da função

><<<

=ax e 0x0

ax0k)x(f

−−

=

−−

=−

===−−−−

−∞

∞−

− ∫∫ ωωπωωπωπππω

ωωωωωω

iiek

ie

iek

iekdxkedxexff

aiiaiaxiaxixi 1

22221)(

21)(

0

00

)1(2

)( aieikf ω

πωω −−=

LINEARIDADE DA TRANSFORMADA DE FOURIER

O operador transformada de Fourier )]([)(ˆ xfwf ℑ= é linear, ou seja:

)]([)]([)]()([ xgbxfaxbgxaf ℑ+ℑ=+ℑ

TRANSFORMA DA DERIVADA DE FOURIER

[ ] )]([)()(21)('

21)]('[ xfidxeixfexfdxexfxf xixixi ℑ=

+==ℑ ∫∫∞

∞−

−∞+

∞−−

∞−

− ωωππ

ωωω

)]([)]([)()]([ 22 xfxfixf ℑ−=ℑ=′′ℑ ωω

)]([)]([)()]([ )( xfixfixf nnnn ℑ=ℑ=ℑ ωω

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64

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS – E.D.P.

• Uma equação diferencial parcial é uma equação diferencial envolvendo derivadas parciais de uma função incógnita que depende de 2 ou mais variáveis. Exemplo: u(x,y), v(x,t).

• A ordem da mais alta derivada é a ordem da equação.

• Uma equação diferencial parcial é linear quando é do 1° grau na variável dependente (função incógnita) e suas derivadas.

• Se todos os termos da equação diferencial parcial contém a variável dependente ou uma de suas derivadas, a equação é dita homogênea, ou seja, não possui termo independente.

• De modo geral, as equações diferenciais parciais possuem infinitas soluções. A unicidade da solução será obtida ao se aplicar as condições de contorno (na fronteira) e as condições iniciais (em t=0) [Problema bem posto].

Teorema: Superposição e Linearidade Se u1 e u2 são soluções de uma equação diferencial parcial homogênea e linear em uma região R, então u=c1u1+c2u2, para c1 e c2 constantes também é solução.

CLASSIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS DE 2ª ORDEM

Uma equação diferencial parcial de 2ª ordem pode ser escrita da seguinte forma:

0g)y,x(fuy

)y,x(uex

)y,x(udy

)y,x(ucyx

)y,x(ubx

)y,x(ua 2

22

2

2

=++∂

∂+

∂∂

+∂

∂+

∂∂∂

+∂

onde a, b, c, d, e e f podem ser variáveis independentes em x e y.

É usual classificar as equações diferenciais parciais de 2ª ordem como segue:

∆=b2-4ac<0 ⇒ elíptica ⇒ 0y

)y,x(ux

)y,x(u2

2

2

2

=∂

∂+

∂∂ ⇒ Equação de Laplace

∆=b2-4ac=0 ⇒ parabólica ⇒ 0t

)t,x(ux

)t,x(uc 2

22 =

∂∂

−∂

∂ ⇒ Equação do Calor

∆=b2-4ac>0 ⇒ hiperbólica ⇒ 0t

)t,x(ux

)t,x(uc 2

2

2

22 =

∂∂

−∂

∂ ⇒ Equação da Onda

EQUAÇÃO DA ONDA (corda vibrante) Vibrações transversais de uma corda elástica, por exemplo, uma corda de violão.

Hipóteses simplificadoras:

1. a massa da corda, por unidade de comprimento, é constante.

2. a força gravitacional é desprezível, quando comparadas com as forças de tensão a que está submetida a corda.

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65

3. a corda desloca-se com pequenos movimentos transversais no plano vertical.

Na direção y=u(x,t):

2

2

12),()sen(T-)sen(T

ttxux

∂∂

∆= ραβ

Na direção x:

0)cos(T)cos(T- 21 =+ βα

cteT === )cos(T)cos(T 21 βα

Dividindo a equação na direção vertical por T1cos(α) teremos:

)cos(Tt

)t,x(ux

)cos(T)sen(T

)cos(T)sen(T

1

2

2

1

2

1

1

α∂

∂∆ρ

=αβ

+αα−

como cteT === )cos(T)cos(T 21 βα ⇒

⇒ Tttxux

TsenT

TsenT 2

2

2

2

1

1

),(

)cos()(

)cos()( ∂

∂∆

=+− ρ

ββ

αα

⇒ 2

2 ),()tan()tan(ttxu

Tx

∂∂∆

=+− ρβα

lembrando que xx

txu

∂∂

=),()tan(α e

xxxtxu

∆+

∂∂

=),()tan(β

⇒ 2

2 ),(),(),(ttxu

Tx

xtxu

xtxu

xxx ∂∂∆

=

∂∂

∂∂

∆+

ρ

⇒ 2

2 ),(),(),(ttxu

Tx

xtxu

xtxxu

∂∂∆

=∂

∂−

∂∆+∂ ρ

2

2 ),(),(),(1ttxu

Txtxu

xtxxu

x ∂∂

=

∂∂

−∂∆+∂

∆ρ

Definindo ρ

=Tc2 ⇒ 2

2 ),(),(),(1ttxu

Txtxu

xtxxu

x ∂∂

=

∂∂

−∂∆+∂

∆ρ

Fazendo ∆x→0 ⇒ 2

2

2

22 ),(),(

ttxu

xtxuc

∂∂

=∂

∂ ou 2

22

2

2 ),(),(xtxuc

ttxu

∂∂

=∂

Esta é a chamada “equação uni-dimensional da onda”.

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66

Para determinar solução para a equação da onda (ou “corda vibrante”) 2

2

2

22

t)t,x(u

x)t,x(uc

∂∂

=∂

precisamos suplementar a equação com as seguintes condições de contorno: 00 =),( tu e

0=),( tLu e as seguintes condições iniciais: )(),( xfxu =0 e )(),( xgtxu

=∂

∂ 0.

Solução padrão: 1° passo: separação de variáveis

u(x,t)=F(x)G(t) ⇒

)t(G)x('Fx

)t,x(u=

∂∂ e )t('G)x(F

t)t,x(u=

∂∂

)t(G)x(''Fx

)t,x(u2

2

=∂

∂ e )t(''G)x(Ft

)t,x(u2

2

=∂

como 2

2

2

22

t)t,x(u

x)t,x(uc

∂∂

=∂

∂ ⇒ c2F''(x)G(t)=F(x)G''(t) ⇒ )t(Gc)t(''G

)x(F)x(''F

2=

A única forma dessa expressão ser verdadeira, para qualquer x e t, é K)t(Gc)t(''G

)x(F)x(''F

2 == , onde K é

a constante de separação.

Da expressão K)t(Gc)t(''G

)x(F)x(''F

2 == depreende-se que:

K)x(F)x(''F= ⇒ F''(x)=KF(x) ⇒ F''(x)-KF(x)=0

K)t(Gc)t(''G

2 = ⇒ G''(t)=Kc2G(t) ⇒ G''(t)-Kc2G(t)=0

2° passo: solução de F''(x)-KF(x)=0

satisfação das condições de contorno

u(x,t)=F(x)G(t)

u(0,t)=0 ⇒ F(0)G(t) =0 ⇒ F(0)=0, ∀t.

u(L,t)=0 ⇒ F(L)G(t) =0 ⇒ F(L)=0, ∀t.

Sendo a equação diferencial em x de segunda ordem F''(x)-KF(x)=0, é necessário analisar três diferentes possibilidades dependendo do sinal da constante de separação K.

i) Para 0>K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈= µµµ ,,K .

00 2 =−′′⇒=−′′ )()()()( xFxFxKFxF µ

a solução da homogênea é dada por: xx BeAexF µµ −+=)(

Com as condições de contorno F(0)=0, ∀t e F(L)=0, ∀t tem-se:

BABABeAeF −=⇒=+⇒=+= − 000 00 µµ)(

Page 67: cov783_mat[1]

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67

0202

200 =−⇒=+

−⇒=+−⇒=+=−

−− )()()( LBsenhBeeBBeBeBeAeLFLL

LLLL µµµ

µµµµ

Como 0000000 ≡=⇒≡⇒=⇒=⇒≠≠≠ )()(),()()(,, tGxFtxuxFABLsenhL µµ

ii) para 0=K

BAxxFxFxKFxF +=⇒=′′⇒=−′′ )()()()( 00

A solução da homogênea: BAxxF +=)(

Impondo as condições de contorno F(0)=0 e F(L)=0, tem-se:

0000 =⇒=+= BBAF .)(

00 =⇒== ALALF .)(

Como 0000 ≡=⇒≡⇒==+= )()(),()(,,)( tGxFtxuxFBABAxxF

iii) Para 0<K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈−= pppK ,, .

00 2 =+′′⇒=−′′ )()()()( xFpxFxKFxF

a solução da homogênea é dada por: )()cos()( pxBsenpxAxF +=

Com as condições de contorno F(0)=0, ∀t e F(L)=0, ∀t tem-se:

0000000 =⇒=+⇒=+= ABABsenAF .)()cos()(

,...,,)()()( 32100 ==⇒=⇒=⇒== nLnpnpLpLsenpLBsenLF ππ

então, 2

2

LnpK

π

−=−= e

π

= xLnsenB)x(F nn , para n=1,2,3,...

3° passo: solução de G''(t)-Kc2G(t)=0

como K)t(Gc)t(''G

)x(F)x(''F

2 == e 2

LnK

π

−=

0)t(GcLn)t(''G 2

2

=

π

−−

0)t(GL

cn)t(''G2

=

π

+

Definindo L

cnn

π=λ ⇒ G''(t)+λn

2G(t)=0

A solução da homogênea será: Gn(t)=Cncos(λnt)+Dnsen(λnt)

como u(x,t)=F(x)G(t) ⇒ un(x,t)=Fn(x)Gn(t) ⇒ )]tsen(D)tcos(C[xLnsenB)t,x(u nnnnnn λ+λ

π

=

+= xLnsentsenFtEtxu nnnnnπλλ )]()cos(),( , para n=1,2,3,... , En=BnCn e Fn=BnDn

Page 68: cov783_mat[1]

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68

Pelo princípio da linearidade e da superposição:

∑∑∞

=

=

λ+λ

π

==1n

nnnn1n

n )]tsen(F)tcos(E[xLnsen)t,x(u)t,x(u

4° passo: Satisfazendo as condições iniciais

1ª condição inicial, u(x,0)=f(x):

)()]()cos([),( xfxLnsenEsenFEx

Lnsenxu

nn

nnnnnn =

=+

= ∑∑

=

= 11000 πλλπ

Sendo nE coeficientes da série de Fourier,

π

= L

0n dxxLnsen)x(f

L2E

2ª condição de inicial:

)(),(xg

txun =

∂∂ 0

)()]cos()([),( xgxLnsentFtsenE

ttxu

nnnnnn =

+−=

∂∂ ∑

=1

πλλλ

∑∑∞

=

=

+−=

+−=

∂∂

11

00000n

nnnn

nnnnn xLnsenFsenEx

LnsenFsenE

txu πλπλλλ )]cos()([)]cos()([),(

)()]()([),( xgxLnsenFx

LnsenFx

LnsenFE

txu

nnn

nnn

nnnn =

=

=

+−=

∂∂ ∑∑∑

=

=

= 111

100 πλπλπλ

como ∑∞

=

1nnn x

LnsenF πλ é uma série de Fourier

=

L

nn dxxLnsenxg

LF

0

2 πλ )( ⇒ ∫

=

L

nn dxx

Lnsenxg

LF

0

2 πλ

)(

EQUAÇÃO DA CORDA VIBRANTE

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69

Solução: ∑∑∞

=

=

+==

11 nnnnn

nn x

LnsentsenFtEtxutxu πλλ )]()cos([),(),(

As funções un(x,t) são as autofunções ou funções características e os valores λn são os autovalores ou valores característicos da corda vibrante. O conjunto dos autovalores {λ1, λ2, λ3, ... , λn} é denominado espectro.

DISCUSSÃO DAS AUTOFUNÇÕES

Cada un(x,t) representa um movimento harmônico (oscilatório) com freqüência L2

cn2

n =πλ

ciclos/unidade de tempo (ou Hertz = Hz). Este movimento é o n-ésimo modo normal da corda. O 1° modo normal é o modo fundamental, com n=1, e os outros são os modos ou harmônicos

superiores (overtunes). Considerando que 0xLnsen =

π , em

nL)1n(,...,

nL3,

nL2,

nLx −

= , o modo

normal n tem (n-1) nós; isto é, pontos fixos internos:

n=1 n=2 n=3

A afinação (tuning) é feita mudando-se a tensão T, como se observa na fórmula:

T↑⇒λn↑

ρ↑⇒λn↓ L2nT

L2cn

2n

ρ==

πλ ⇒

L↑⇒λn↓

EQUAÇÃO DO CALOR

A equação do calor é dada por t

)t,x(u)t,x(uc 22

∂∂

=∇ 11 ou t

)t,x(uz

)t,x(uy

)t,x(ux

)t,x(uc 2

2

2

2

2

22

∂∂

=

∂+

∂∂

+∂

∂ ,

onde σρkc =2 é a difusibilidade térmica, k é a condutividade térmica, σ é o calor específico e ρ é

a massa específica do material.

Vamos considerar a temperatura em uma barra longa com seção transversal constante, feita de um material homogêneo, orientada ao longo do eixo-x e isolada lateralmente, de modo que o fluxo de calor só se dê na direção x. Segue-se que:

0y

)t,x(u2

2

=∂

∂ e 0z

)t,x(u2

2

=∂

∂ ⇒ t

)t,x(ux

)t,x(uc 2

22

∂∂

=∂

Vamos, ainda, considerar as seguintes condições de contorno:

11

2

2

2

2

2

22

z)t,x(u

y)t,x(u

x)t,x(u)t,x(u

∂∂

+∂

∂+

∂∂

=∇

Page 70: cov783_mat[1]

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70

u(0,t)=0 e u(L,t)=0

e a seguinte condição inicial:

u(x,0)=f(x)

Solução padrão: 1° passo: separação de variáveis

u(x,t)=F(x)G(t) ⇒

)t(G)x('Fx

)t,x(u=

∂∂ e )t('G)x(F

t)t,x(u=

∂∂

)t(G)x(''Fx

)t,x(u2

2

=∂

como t)t,x(u

x)t,x(uc 2

22

∂∂

=∂

∂ ⇒ c2F''(x)G(t)=F(x)G'(t) ⇒

)t(Gc)t('G

)x(F)x(''F

2=

A única forma dessa expressão ser verdadeira, para qualquer x e t, é K)t(Gc

)t('G)x(F)x(''F

2 == , onde K é

a constante de separação.

Da expressão K)t(Gc

)t('G)x(F)x(''F

2 == depreende-se que:

K)x(F)x(''F= ⇒ F''(x)=KF(x) ⇒ F''(x)-KF(x)=0

K)t(Gc

)t('G2 = ⇒ G'(t)=Kc2G(t) ⇒ G'(t)-Kc2G(t)=0

2° passo: solução de F''(x)-KF(x)=0

satisfação das condições de contorno

u(x,t)=F(x)G(t)

u(0,t)=F(0)G(t) e u(0,t)=0 ⇒ F(0)=0 ∀t

u(L,t)=F(L)G(t) e u(L,t)=0 ⇒ F(L)=0 ∀t

F''(x)-KF(x)=0

i) Para 0>K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈= µµµ ,,K .

00 2 =−′′⇒=−′′ )()()()( xFxFxKFxF µ

a solução da homogênea é dada por: xx BeAexF µµ −+=)(

Com as condições de contorno F(0)=0, ∀t e F(L)=0, ∀t tem-se:

BABABeAeF −=⇒=+⇒=+= − 000 00 µµ)(

0202

200 =−⇒=+

−⇒=+−⇒=+=−

−− )()()( LBsenhBeeBBeBeBeAeLFLL

LLLL µµµ

µµµµ

Como 0000000 ≡=⇒≡⇒=⇒=⇒≠≠≠ )()(),()()(,, tGxFtxuxFABLsenhL µµ

Page 71: cov783_mat[1]

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71

ii) para 0=K

BAxxFxFxKFxF +=⇒=′′⇒=−′′ )()()()( 00

A solução da homogênea: BAxxF +=)(

Impondo as condições de contorno F(0)=0 e F(L)=0, tem-se:

0000 =⇒=+= BBAF .)(

00 =⇒== ALALF .)(

Como 0000 ≡=⇒≡⇒==+= )()(),()(,,)( tGxFtxuxFBABAxxF

iii) Para 0<K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈−= pppK ,, .

00 2 =+′′⇒=−′′ )()()()( xFpxFxKFxF

a solução da homogênea é dada por: )()cos()( pxBsenpxAxF +=

Com as condições de contorno F(0)=0, ∀t e F(L)=0, ∀t tem-se:

0000000 =⇒=+⇒=+= ABABsenAF .)()cos()(

,...,,)()()( 32100 ==⇒=⇒=⇒== nLnpnpLpLsenpLBsenLF ππ

então, 2

2

LnpK

π

−=−= e

π

= xLnsenB)x(F nn , para n=1,2,3,...

3° passo: solução de G'(t)-Kc2G(t)=0

como K)t(Gc

)t('G)x(F)x(''F

2 == e 2

LnK

π

−=

0)t(GcLn)t('G 2

2

=

π

−−

0)t(GL

cn)t('G2

=

π

+

para L

cnn

π=λ ⇒ G'(t)+λn

2G(t)=0

solução geral da homogênea de 1ª ordem: t2

Ce)t(G λ−= ⇒ tnn

2neC)t(G λ−=

como u(x,t)=F(x)G(t) ⇒ un(x,t)=Fn(x)Gn(t) ⇒ tnnn

2neCx

LnsenB)t,x(u λ−

π

=

π

= λ− xLnseneD)t,x(u t

nn2n , para n=1,2,3,... , Dn=BnCn

Page 72: cov783_mat[1]

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72

Pelo princípio da linearidade e da superposição:

∑∑∞

=

λ−∞

=

π

==1n

tn

1nn x

LnseneD)t,x(u)t,x(u

2n

4° passo: Imposição da condição inicial e verificação de u(x,t)

Condição de inicial: u(x,0)=f(x)

)(),(),( xfxLnsenDx

LnseneDxuxu

nn

nn

nn

n =

=

== ∑∑∑

=

=

−∞

= 11

0

1

2

00 ππλ

Sendo ∑∞

=

=

1nn x

LnsenDxf π)( uma série de Fourier, seu coeficiente será dado pela

expressão:

π

= L

0n dxxLnsen)x(f

L2D

A solução da equação uni-direcional do calor será dada pela expressão abaixo:

∑∑∞

=

λ−∞

=

π

==1n

tn

1nn x

LnseneD)t,x(u)t,x(u

2n

Podemos verificar que as condições de contorno são satisfeitas por esta expressão pois:

000000111

22

==

=⇒= ∑∑∑

=

−∞

=

−∞

= n

tn

n

tn

nn seneD

LnseneDtutu nn )(),(),( λλ π

00111

22

==

=⇒= ∑∑∑

=

−∞

=

−∞

= n

tn

n

tn

nn nseneDL

LnseneDtLutLu nn )(),(),( ππ λλ

Além disso a solução tende assintoticamente para zero quando o tempo t cresce para infinito, o que significa que a temperatura da barra tende a se anular de forma homogênea, já que seus extremos estão permanentemente submetidos a uma temperatura nula.

Matematicamente temos que 0)t,x(ulimt

=∞→

porque 0e t2n →λ−

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73

011

2

=

== ∑∑

=

∞→

=∞→∞→ n

tntn

nttx

LnseneDtxutxu nπλlim),(lim),(lim

EQUAÇÃO DO CALOR EM 2 DIMENSÕES E PERMANENTE A equação do calor em 2 dimensões é dada por:

∂+

∂∂

=∇=∂

∂2

2

2

2222

y)t,y,x(u

x)t,y,x(uc)t,y,x(uc

t)t,y,x(u

Se o fluxo de calor for permanente, isto é, 0t

)t,y,x(u=

∂∂ , então a equação do calor se transforma

na equação de Laplace, onde ∇2u(x,y,t)=0, ou seja 0y

)t,y,x(ux

)t,y,x(u)t,y,x(u 2

2

2

22 =

∂∂

+∂

∂=∇ .

Neste caso, o problema de calor, consiste desta equação 0y

)t,y,x(ux

)t,y,x(u)t,y,x(u 2

2

2

22 =

∂∂

+∂

∂=∇ , que

deve valer em uma região R do plano xy, e de condições de contorno na fronteira C da região R, resultando em um problema de valor de contorno (PVC).

Dirichlet Neumann Misto

PROBLEMA DE DIRICHLET NO PLANO

u(0,y)=0 y∈(0,b)

u(a,y)=0 y∈(0,b)

u(x,0)=0 x∈(0,a)

u(x,b)=f(x) x∈(0,a)

Separando as variáveis:

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u(x,y)=F(x)G(y)

0y

)y,x(ux

)y,x(u2

2

2

2

=∂

∂+

∂∂ ⇒ F''(x)G(y)+F(x)G''(y)=0 ⇒ F''(x)G(y)=-F(x)G''(y) ⇒ k

)y(G)y(''G

)x(F)x(''F

−=−=

k)y(G)y(''G

)x(F)x(''F

−=−= ⇒

=−=+

0)y(kG)y(''G0)x(kF)x(''F

As condições de contorno laterais são:

u(0,y)=0 ⇒ F(0)G(y)=0 ⇒ F(0)=0

u(a,y)=0 ⇒ F(a)G(y)=0 ⇒ F(a)=0

A equação a ser resolvida é dada por F''(x)+kF(x)=0 com condições de contorno, F(0)=F(a)=0.

i) Para 0>K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈= µµµ ,,K .

00 2 =−′′⇒=−′′ )()()()( xFxFxKFxF µ

a solução da homogênea é dada por: xx BeAexF µµ −+=)(

Com as condições de contorno F(0)=0 e F(a)=0, tem-se:

BABABeAeF −=⇒=+⇒=+= − 000 00 µµ)(

0202

200 =−⇒=+

−⇒=+−⇒=+=−

−− )()()( aBsenhBeeBBeBeBeAeaFaa

aaaa µµµ

µµµµ

Como 0000000 ≡=⇒≡⇒=⇒=⇒≠≠≠ )()(),()()(,, yGxFyxuxFABasenha µµ

ii) para 0=K

BAxxFxFxKFxF +=⇒=′′⇒=−′′ )()()()( 00

A solução da homogênea: BAxxF +=)(

Impondo as condições de contorno F(0)=0 e F(a)=0, tem-se:

0000 =⇒=+= BBAF .)(

00 =⇒== AaAaF .)(

Como 0000 ≡=⇒≡⇒==+= )()(),()(,,)( yGxFyxuxFBABAxxF

iii) Para 0<K , podemos admitir que 02 ≠ℜ∈−= pppK ,, .

00 2 =+′′⇒=−′′ )()()()( xFpxFxKFxF

a solução da homogênea é dada por: )()cos()( pxBsenpxAxF +=

Com as condições de contorno F(0)=0 e F(a)=0, tem-se:

0000000 =⇒=+⇒=+= ABABsenAF .)()cos()(

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,...,,)()()( 32100 ==⇒=⇒=⇒== nanpnpapasenpaBsenaF ππ

então, 2

2

−=−=anpK π

e

= xansenxFnπ)( , para n=1,2,3,...

Resolvendo agora a equação em y, temos:

G''(y)-kG(y)=0

0G(y)a

n-(y)'G'2

=

π ⇒

yan

n

yan

nn eBeAyGππ

−+=)(

Impondo a condição de contorno no eixo horizontal, temos:

u(x,0)=0 ⇒ F(x)G(0)=0 ⇒ Fn(x)Gn(0)=0 ⇒ Gn(0)=0 ⇒ 0eBeA0

an

n

0an

n =+π

−π

⇒ Ane0+Bne0=0 ⇒ An+Bn=0

An+Bn=0 ⇒ An=-Bn ⇒

=

−=−=+=

π−

ππ

−ππ

−ππ

−π

2eeA2eeAeAeAeBeA)y(G

yany

an

n

yany

an

n

yan

n

yan

n

yan

n

yan

nn

=

= y

ansenhAy

ansenhAyG nnn

ππ ~)( 2

u(x,y)=F(x)G(y) ⇒ un(x,y)=Fn(x)Gn(y) ⇒

=

= y

ansenhx

ansenAy

ansenhAx

ansenyxu nnn

ππππ ~~),(

Utilizando o fato de ∇2u(x,y)=0 ser linear e homogênea, pode-se usar o princípio da superposição:

∑∑∞

=

=

==

11 nn

nn y

ansenhx

ansenAyxuyxu ππ~),(),(

Impondo finalmente a condição de contorno no segmentoy=b, u(x,b)=f(x) temos:

∑∑∞

=

=

=

=

11 nn

nn x

ansenb

ansenhAb

ansenhx

ansenAxf ππππ ~~)(

Fazendo

= bansenhAb nnπ~

⇒ ∑∞

=

π

=1n

n xa

nsenb)x(f = Série de Fourier ⇒

π

=a

0n dxx

ansen)x(f

a2b

Então: ∫

=

a

n dxxansenxf

ab

ansenhA

0

2 ππ )(~ ⇒

=∫

bansenh

dxxansenxf

aA

a

n π

π

0

2 )(~

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EQUAÇÃO DO CALOR POR INTEGRAIS DE FOURIER

2

22

x)t,x(uc

t)t,x(u

∂∂

=∂

∂ , u(x,0)=f(x) para -∞<x<+∞

u(x,t)=F(x)G(t)

F(x)G'(t)=c2F''(x)G(t) ⇒ 22 p

)t(Gc)t('G

)x(F)x(''F

−==

F(x)=Acos(px)+Bsen(px) tpc 22

e)t(G −=

tpce22

Bsen(px)][Acos(px)p)t;u(x, −+=

tpc

pp22

esen(px)]Bcos(px)[Ap)t,u(x, −+= :

Equação Linear homogênea ⇒ Princípio de Superposição

∫∫∞

−∞

+==00

22

)]B(p)sen(pxx)[A(p)cos(p dpedpptxutxu tpc);,(),(

Integral de Fourier

ωωω dxsenwBxwAxf ∫∞

+=0

)]()()cos()([)(

∫+∞

∞−

= dvvvfwA )cos()()( ωπ1

e ∫+∞

∞−

= dvvsenvfwB )()()( ωπ1

∫ ∫+∞

∞−

+∞

∞−

ω

ω−ω

π= ddv)vxcos()v(f

21)x(f

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∫∞

+==0

)]B(p)sen(pxx)[A(p)cos(p0 dpxfxu )(),(

∫+∞

∞−

= dvpvvfpA )cos()()(π1

∫+∞

∞−

= dvpvsenvfpB )()()(π1

∫ ∫∞ +∞

∞−

π=

0

tpc dpdve)pvpxcos()v(f1)t,x(u22

Invertendo a ordem de integração:

∫ ∫+∞

∞−

+∞−

−= dvdpepvpxvftxu tpc

0

221 )cos()(),(π

Da tabela de integrais: 22 b

0

s e2

ds)bs2cos(e −∞

− π=∫

Definindo tcsp = ⇒ tc2

vxb −=

∫∫∞+

∞−

−∞+

∞−

−−

= dze)tcz2x(f1dve)v(ftc2

1)t,x(u22

2

ztc4)vx(