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COSMOGÊNESE Prof. Henrique José de Souza A "Doutrina Secreta" de Helena Petrovna Blavatsky, começa da seguinte maneira a sua descrição, quando trata da formação do nosso Universo, que é o Quarto Sistema de evolução: O Eterno Pai, envolto em suas Sempre Invisíveis Vestes, tinha dormido uma vez mais por Sete Eternidades. O Tempo não existia, pois jazia, dormindo, no Seio Infinito da Duração. A Mente Universal não existia, pois não havia Ah-hi (seres celestiais) para contê-la. As Sete Sendas da felicidade não existiam. As Grandes Causas de Desdita não existiam, pois não havia ninguém que as produzisse e fosse por elas envolvido. Só Trevas enchiam o Todo Sem Limites; pois Pai, Mãe e Filho eram uma vez mais Uno, e o Filho não havia ainda despertado para a nova Ronda e sua Peregrinação nela. Os Sete Senhores Sublimes e as Sete Verdades haviam deixado de ser; e o Universo, o Filho das Necessidades, estava submerso em Paranishpanna (Absoluto Não-Ser, equivalente ao Absoluto Ser ou "Seidade"), para ser exaltado por aquele que é, e no entanto, não é. Nenhuma coisa existia. As Causas da Existência haviam sido destruídas; o Visível que foi e o Invisível que é, permaneciam no Eterno Não-Ser o Único Ser. A Forma Una de Existência, sem limites, infinda, sem causa, se estendia somente em Sono sem Sonhos; e a Vida palpitava inconsciente no Espaço Universal, em toda a extensão daquela Onipresença que o Olho Aberto de Dangma (alma purificada) percebe. Mas, onde estava Dangma quando Alaya (Alma Universal ou "Anima mundi") do Universo estava em Paramârtha (Existência Absoluta), e a Grande Roda era Anupadaka? ("sem pais" que existia por si mesmo, agênito, nascido sem pais ou progenitores). Rudolf Steiner, o criador da Antroposofia, ao estudar as Cadeias do Quarto Sistema de evolução, e seguindo os ensinamentos de Helena Petrovna Blavatsky, de que a Primeira Cadeia desse Quarto Sistema está ligada a um estado de consciência representado na simbologia do planeta Saturno, no seu livro "O Apocalipse", à página 37, escreve: "Pode-se perguntar: o que é que existia antes de haver a Cadeia de Saturno? Outros estados anteriores a toda nossa evolução terrestre? Será difícil recuar para além de Saturno, porque ele marca um estado de evolução onde começa o que chamamos de Tempo. Anteriormente havia outras formas de existência, mas a rigor, não podemos mesmo dizer "anteriormente", pois que o Tempo não existia ainda. O Tempo teve, assim, sua origem. Antes de Saturno não havia o tempo, mas somente a eternidade, a duração. Tudo existe simultaneamente. Uma sucessão de fenômenos começa em Saturno. Na situação do mundo onde nada existe a não ser a eternidade, a duração, não pode haver, tampouco, movimento. Porque o movimento é função do tempo. Não há rotação. Há duração e repouso. Diz-se em ocultismo: é o estado do inefável repouso na duração. A Expressão é exata: "Um estado de inefável repouso na duração precedeu a Saturno". Tomando por base revelações e ensinamentos do Professor Henrique José de Souza, a Sociedade Brasileira de Eubiose dará agora uma explicação que pode, respondendo às dúvidas

COSMOGÊNESE Professor Henrique José de Souza

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  • COSMOGNESE Prof. Henrique Jos de Souza A "Doutrina Secreta" de Helena Petrovna Blavatsky, comea da seguinte maneira a sua descrio, quando trata da formao do nosso Universo, que o Quarto Sistema de evoluo: O Eterno Pai, envolto em suas Sempre Invisveis Vestes, tinha dormido uma vez mais por Sete Eternidades. O Tempo no existia, pois jazia, dormindo, no Seio Infinito da Durao. A Mente Universal no existia, pois no havia Ah-hi (seres celestiais) para cont-la. As Sete Sendas da felicidade no existiam. As Grandes Causas de Desdita no existiam, pois no havia ningum que as produzisse e fosse por elas envolvido. S Trevas enchiam o Todo Sem Limites; pois Pai, Me e Filho eram uma vez mais Uno, e o Filho no havia ainda despertado para a nova Ronda e sua Peregrinao nela. Os Sete Senhores Sublimes e as Sete Verdades haviam deixado de ser; e o Universo, o Filho das Necessidades, estava submerso em Paranishpanna (Absoluto No-Ser, equivalente ao Absoluto Ser ou "Seidade"), para ser exaltado por aquele que , e no entanto, no . Nenhuma coisa existia. As Causas da Existncia haviam sido destrudas; o Visvel que foi e o Invisvel que , permaneciam no Eterno No-Ser o nico Ser. A Forma Una de Existncia, sem limites, infinda, sem causa, se estendia somente em Sono sem Sonhos; e a Vida palpitava inconsciente no Espao Universal, em toda a extenso daquela Onipresena que o Olho Aberto de Dangma (alma purificada) percebe. Mas, onde estava Dangma quando Alaya (Alma Universal ou "Anima mundi") do Universo estava em Paramrtha (Existncia Absoluta), e a Grande Roda era Anupadaka? ("sem pais" que existia por si mesmo, agnito, nascido sem pais ou progenitores). Rudolf Steiner, o criador da Antroposofia, ao estudar as Cadeias do Quarto Sistema de evoluo, e seguindo os ensinamentos de Helena Petrovna Blavatsky, de que a Primeira Cadeia desse Quarto Sistema est ligada a um estado de conscincia representado na simbologia do planeta Saturno, no seu livro "O Apocalipse", pgina 37, escreve: "Pode-se perguntar: o que que existia antes de haver a Cadeia de Saturno? Outros estados anteriores a toda nossa evoluo terrestre? Ser difcil recuar para alm de Saturno, porque ele marca um estado de evoluo onde comea o que chamamos de Tempo. Anteriormente havia outras formas de existncia, mas a rigor, no podemos mesmo dizer "anteriormente", pois que o Tempo no existia ainda. O Tempo teve, assim, sua origem. Antes de Saturno no havia o tempo, mas somente a eternidade, a durao. Tudo existe simultaneamente. Uma sucesso de fenmenos comea em Saturno. Na situao do mundo onde nada existe a no ser a eternidade, a durao, no pode haver, tampouco, movimento. Porque o movimento funo do tempo. No h rotao. H durao e repouso. Diz-se em ocultismo: o estado do inefvel repouso na durao. A Expresso exata: "Um estado de inefvel repouso na durao precedeu a Saturno". Tomando por base revelaes e ensinamentos do Professor Henrique Jos de Souza, a Sociedade Brasileira de Eubiose dar agora uma explicao que pode, respondendo s dvidas

  • apontadas por Rudolf Steiner, levantar uma ponta do vu que encobre o mistrio dos Universos anteriores a Saturno, apresentado por H. P. Balavatsky, nas "Estncias de Dzyan". O Tempo, o espao e a causalidade, so as trs caractersticas de um Universo em manifestao. No seio do Infinito, onde reina a Eternidade, a "Imutabilidade", no existe Espao, nem Tempo, nem a relao entre Causa e Efeito. Existe, sim, a cristalizao do perfeito, a Imobilidade: um Sistema esttico, onde no h energia em ao, mas o Equilbrio. Portanto, nada existe, existindo tudo. Surgem sete sistemas em torno do oitavo, do qual se originam todos os demais, resultantes de um trabalho de Fohat e Kundalini, que partindo de um embrio ou ncleo primitivo, onde vibram incessantemente Fohat como luz ou fogo frio, e Kundalini como fora ou fogo quente formando sete voltas da espiral central do Oitavo Sistema, qual tela luminosa, onde a Aranha o prprio Bijam ou embrio universal, por trs do qual se acha o Espao Sem Limites, fazendo soar o Eterno sonido do Tudo no Nada e do Nada no Tudo. Na eternidade dos tempos, os sistemas se desenvolveram em torno da Grande Roda Sem Fim, onde permanece a CAUSA DAS CAUSAS, que sendo uma s em si mesma, faz nascer e renascer pelo poder GNEO DOS SETE SIS (os Logos Criadores) aqueles mesmos sistemas, em nmero de sete, e cada um deles com seus sete Globos (ou Astros), Dwipas celestes, que governam os sete continentes, e que so mantidos pelo Sol Central. Os Ishwaras de cada sistema, incluindo os globos destes mesmos sistemas, na direo espiritual, se refletem como dirigentes da formao setenria dos mesmos sistemas, isto , das suas cadeias ou globos, e tomam o nome de Planetrios ou Kumaras. Como Deuses dos sete sistemas ou seus dirigentes, os Ishwaras possuem, cada um, sete hierarquias diferentes. A experincia de cada sistema, cadeia, vai formando novas hierarquias. Se repetirmos sete vezes a evoluo completa da Grande Ronda, veremos que ao chegar ao fim, sero includas nas referidas experincias as hierarquias criadas por todos Eles. Desse modo, o que se poderia deduzir desse conjunto de hierarquias ao chegar-se ao fim? Haver mesmo fim...? As Eternidades evoludas dos vrios sistemas participam do Espao Sem Limites, do Oceano Sem Praias, a que se d o nome de Mar de Akshara... donde surgiram todos os Akashas. o Segundo Trono que une e desune, liga e desliga uma Cadeia ou Sistema, dos demais. Nele esto contidos os "Arqutipos" para a formao de futuros universos. Por exemplo, ao findar o primeiro Globo do primeiro Sistema, a evoluo passou por 6 Globos obscuros, todos num Segundo Trono. No Globo obscuro, a vida fica em inrcia passiva, h uma passividade semelhante a um estado de sono. No Segundo Trono, o Globo obscuro conserva a experincia para, terminando o perodo de Pralaia, objetiv-la num novo Globo luminoso no Sistema imediato. Da a primeira Cadeia de cada Sistema ser influenciada pelo Sistema precedente. Portanto, entre uma Cadeia e outra, bem como entre um Sistema de evoluo e outro, h sempre um Pralaia (perodo de obscuridade ou repouso), onde se conserva a experincia do Globo, Cadeia ou Universo anterior. Este Pralaia representado por um Segundo Trono, desde que seu papel separar uma coisa da outra. Os Globos luminosos se expressam no plano fsico e os obscuros num Segundo Trono. So estes que conservam a experincia adquirida nos Globos luminosos. O Tempo de durao dos Globos luminosos igual ao dos Globos obscuros

  • ou seja, Manuntara igual a Pralaia. A Primeira Cadeia do Primeiro Sistema sado do seio do OITAVO Sistema, que o embrio universal, por trs do qual se acha o Espao Sem Limites, no havendo colhido experincia anterior, se faz por intermdio da Vontade posta em Atividade do Oitavo Sistema. Dessa forma, o impulso para a Criao desta Cadeia o mais vigoroso de todos, por partir da prpria Causa nica (o Oitavo Sistema). No primeiro Sistema houve um s Globo iluminado e nele se desenvolveu o mineral, que no era o atual e sim o "Flogstico", da ser a matria daquele Sistema o "flogiston". Da mesma forma os corpos dos Dhyanis (Planetrios) , bem como o do Ishwara, eram flogsticos, sendo tambm flogsticos os micro-organismos da hierarquia assrica formada nesse Sistema. Nele se desenvolveu o reino mineral atravs de suas sete classificaes, cuja expresso mxima foi o Urano, por ser o da ltima Cadeia, ao qual vieram juntar-se os demais. A durao da Primeira Cadeia e do Primeiro Sistema correspondeu ao tempo que gastariam sete Globos, se todos estivessem em atividade. No Segundo Sistema, o tempo de vida das duas primeiras Cadeias corresponde tambm a sete Globos (trs e meio para cada) e assim sucessivamente. Dessa forma, o tempo para cada Cadeia vai encurtando. O Segundo Sistema desenvolveu a mesma forma de evoluo, com as sete Cadeias, sendo que desta vez constaram dois Globos luminosos para cinco obscuros e onde, alm do mineral em forma flogstica do Sistema anterior, aparece o vegetal em sua forma arquetipal, tambm flogstica, e suas sete classificaes. A hierarquia formada nesse Sistema, em suas duas cadeias, era, como na anterior, de micro-organismos possuindo o seu Assura criador, ou seja, o acionador vital de sua natureza ou espcie. No Terceiro Sistema, a formao, j agora animal, que se processou de acordo com as experincias recebidas dos dois Sistemas anteriores, era tambm dividida em sete classes e possuam vestgios iniciais dos seres que deveriam figurar no Quarto Sistema, que o nosso. Na ltima Cadeia do Terceiro Sistema, possuam caractersticas semi-humanas ou semi-animais, como consequncia das experincias anteriores. Entremos, agora, no Quarto Sistema, que o tratado por H. P. Blavatsky, com as dvidas do Sr. Rudolf Steiner, cuja primeira Cadeia foi a de Saturno, a segunda a do Sol e a terceira a da Lua. A Cadeia de Saturno, que deu como resultado a hierarquia de Assuras, transformou a srie flogstica mineral do primeiro Sistema, no "tatwa" que deveria ser o predominante na Primeira Cadeia desse Quarto Sistema e que foi "Pritivi", elemento sutil predominante na formao do mineral, ou seja, naquele que hoje est classificado como metais e metalides, pela cincia considerada oficial. Na Segunda Cadeia desse Quarto Sistema, deveria figurar o tatwa Apas, como seria lgico de se supor, sob a gide da Lua; no entanto, tal fato no aconteceu, em virtude de "erros" (atrasos no plano arquetipal), passando a figurar sob o impulso do Sol e do tatwa Tejas, dando como resultado a hierarquia dos Agniswatas, formando tambm a srie vegetal dessa Cadeia que foi plasmada como repercusso do que existia no Segundo Sistema. Esta inverso de tatwas fez com que na Terceira Cadeia desse nosso Quarto Sistema se desenvolvesse a srie animal correspondente ltima Cadeia do Terceiro Sistema de evoluo, fazendo surgir, em consequncia, uma hierarquia de nome Pitris Barishads que possuindo uma classe de Devas mal formados, ao ser indicada para trabalhar na evoluo da Quarta Cadeia ou da formao do Jiva (homem), rebelou-se. Esta revolta contra Dharma, a Lei Evolutiva, ficou conhecida nas tradies esotricas com o nome de "Taraka-Maya", ou a Guerra dos Cus das tradies

  • hindus. Isto explica tudo sobre os Anjos cados. A srie animal desenvolvida na Terceira Cadeia, esteve sob a gide da Lua, entrando em sua formao o tatwa Apas. Na complexa formao das Raas, no evoluir da Quarta Cadeia ou Quarto Globo do nosso Sistema (tambm o quarto), houve o saque contra o futuro feito pelo Senhor das Eternidades, quando apelou para o Quinto Ishwara, que dirigiu o Quinto Sistema representado pelo Planeta Vnus, para que passasse a dirigir a evoluo na terra com os Pitris da Primeira Cadeia, os Assuras, arrastando tambm os Pitris Agniswatas da Segunda Cadeia e os Pitris Barishads da Terceira Cadeia. Negando-se a infundir os seres de sua hierarquia (Quinta) nas formas da Primeira e da Segunda Raas-Mes que considerava vs, segundo Sepher Enoch, colocando-se assim, em oposio Lei, deu motivo a que o Eterno apelasse tambm para o Sexto Ishwara, dirigente do Sexto Sistema, sob o Signo de Mercrio, o qual, de acordo com os textos hebraicos, com o nome Jeov, formou o homem do p da terra, soprando-lhe nas narinas o hlito de vida (Gnesis: 2;7), que deve ser entendido em forma de energia sutil, ou seja, o tatwa Vayu, cuja semente PAN figura ainda no radical de nomes divinos antigos, at nos nossos aborgenes.