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ISSN: 2596-2531
CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL E DOS GÊNEROS
TEXTUAIS PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES
Brenda Janaina de Almeida Evangelista
Márcia Regina do Nascimento Sambugari
UFMS/CPAN
RESUMO: Este texto apresenta a pesquisa que teve como foco de investigação a contribuição da literatura infantil e dos gêneros textuais em relação ao processo de escrita e leitura de alunos do 5º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de ensino localizada na parte central de Corumbá, MS. Para tanto, numa abordagem qualitativa, o estudo contou com uma intervenção por meio da elaboração e execução de um projeto com gêneros textuais, dando enfoque ao diário. Buscou-se trabalhar o modo de organização e os conteúdos que dão forma à composição de um diário, evidenciando de que maneira o trabalho pedagógico com o gênero textual diário contribui no processo de aprendizagem da escrita e da leitura dos alunos. A realização desse estudo reiterou a importância dos alunos terem contato com a literatura desde a mais tenra idade, estando sempre de acordo com a sua fase de desenvolvimento. Ressalta-se, a necessidade de que mais práticas voltadas à produção textual por meio dos gêneros sejam desenvolvidas, numa perspectiva lúdica e não meramente apenas como recurso pedagógico. O trabalho de leitura e escrita realizado a partir do que tem significado e sentido suscitará maior interesse no aluno. Assim, entende-se, portanto, que é de extrema importância o investimento no processo de formação dos professores, a fim de que seu repertório literário seja ampliado. Faz-se necessário também que os professores tenham a clareza da importância de uma prática pedagógica pautada na ludicidade, a partir do trabalho com diferentes tipos de gêneros textuais. PALAVRAS-CHAVE: Literatura infantil; gênero textual; leitores. INTRODUÇÃO
A pesquisa aqui apresentada teve sua origem a partir de vivências no estágio nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental durante o processo de formação inicial, em que
foi possível observar as dificuldades de leitura e de escrita apresentadas por muitos
alunos, suscitando os seguintes questionamentos: porque os alunos chegam ao final dos
Anos Iniciais com tantas dificuldades? O que é necessário para que tais dificuldades
diminuam e os alunos se apropriem de fato da leitura e da escrita?
Os estudos de Cosson (2016) e de Paiva e Oliveira (2010) indicam que um dos
caminhos para a formação do leitor consiste na realização de um trabalho pautado na
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perspectiva lúdica, propiciando uma aprendizagem mais prazerosa. Nessa direção
buscou-se realizar uma pesquisa de intervenção junto à professora e à uma turma de 5º
Ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de
ensino de Corumbá, MS que consistiu na elaboração e execução de um projeto com
gêneros textuais, dando enfoque ao diário. Buscou-se trabalhar o modo de organização e
os conteúdos que dão forma a composição de um diário, evidenciando de que maneira o
trabalho pedagógico com o gênero textual diário contribui no processo de aprendizagem
da escrita e da leitura dos alunos.
Para tanto, nesse texto, primeiramente consta uma breve introdução
apresentando a origem e necessidade desse estudo. Em seguida são tecidas algumas
reflexões sobre a literatura infantil e o trabalho com gêneros textuais, pautando-se em
Abramovich (1999), Paiva e Oliveira (2010), Segate (2010), entre outros. A terceira
parte aborda o processo metodológico, onde é apresentado o processo de
desenvolvimento do projeto Meu querido diário e aplicação do mesmo. Na quarta seção
são discutidos os dados, apresentando os resultados a partir da realização do projeto,
fazendo-se uma relação com os autores abordados ao longo da pesquisa. Por fim,
constam as considerações finais.
Com a realização dessa pesquisa ressalta-se a necessidade de que nas aulas de
Língua Portuguesa o professor trabalhe com a literatura infantil, a fim de estimular seus
alunos e que os mesmos saibam reconhecer os diferentes gêneros textuais, para que
sejam capazes de elaborarem suas próprias produções, seja uma receita, poema ou
qualquer outro gênero. A presença constante de momentos de incentivo à leitura e
escrita, a partir da experiência de vida do próprio sujeito permitirá os alunos
conhecerem os diferentes gêneros textuais, podendo recriá-los à sua maneira
posteriormente. Acredita-se que a produção de um diário, incentiva o gosto pela leitura
e escrita como algo prazeroso, pois permite o aluno escrever sobre si, não sendo uma
atividade meramente mecânica, apenas para preencher o tempo, mas que tenha
significado e sentido.
ISSN: 2596-2531
CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL E DOS GÊNEROS
TEXTUAIS PARA A LEITURA E A ESCRITA NA ESCOLA
Alguns estudos apontam que muitos alunos chegam ao fim dos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental com diversas dificuldades na escrita e leitura, evidenciando o
potencial da literatura infantil no processo de ensino e aprendizagem do indivíduo
(ABRAMOVICH, 1999; PAIVA, OLIVEIRA, 2010). Entende-se que o trabalho com a
literatura e os gêneros textuais contribui para se pensar em processos de superação de
um ensino mecânico, pensando em práticas que partam da própria história de vida do
indivíduo, pois dessa forma suscitará maior interesse nele, pois, como bem explana
Paulo Freire (2003 apud SCHRAM; CARVALHO, 2003, p. 10):
O educando precisa assumir-se como tal, mas assumir-se como educando significa reconhecer-se como sujeito que é capaz de conhecer o que quer conhecer em relação com o outro sujeito igualmente capaz de conhecer, o educador e, entre os dois, possibilitando a tarefa de ambos, o objeto de conhecimento. Ensinar e aprender são assim momentos de um processo maior – o de conhecer, que implicar re-conhecer.
Tal apontamento enfatiza a importância de se partir da história de vida do sujeito
para o alcance de novos conhecimentos, uma vez que o mesmo terá clareza que é capaz
de produzir e que tal produção possui relevância para si, assim como os sujeitos que
estão à sua volta também. Nessa perspectiva esse processo não ocorrerá de forma
mecânica, sem fazer sentindo. Logo, a proposta de uma prática pedagógica a partir da
produção de um diário reafirma a importância deste processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Paiva e Oliveira (2010, p. 33):
[...] a leitura prazerosa não exclui a aquisição de conhecimentos, ao contrário disso, por meio de textos abertos e variados, o leitor é estimulado à curiosidade, assimila novas informações e experimentam diferentes emoções, construindo, desta forma, novos conhecimentos.
O trabalho pedagógico por meio da literatura infantil pode contribuir para essa
formação do leitor, pois, conforme assinala Pereira (2007, p. 9), “[...] é papel da escola
auxiliar na formação de leitores por meio do diálogo com os diversos gêneros literários.
Assim sendo, o papel da literatura nas séries iniciais do Ensino Fundamental, não se
esgota na tarefa de proporcionar o prazer de ler”. A autora ressalta, ainda, que a
literatura infantil é imprescindível, logo é necessário que os professores trabalhem com
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a mesma diariamente, sendo um componente indispensável por aflorar a criatividade e
despertar a veia artística das crianças.
Para Abramovich (1999, p. 14) “[...] é importante para a formação de qualquer
criança ouvir muitas, muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser
um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e
compreensão do mundo”. Além de saber que as práticas de contação de história são
importantes para o desenvolvimento das crianças, até mesmo as que já sabem ler, uma
vez, que por meio da escuta podem aprimorar a capacidade de pensar, criar e recriar,
desenhar. Com isso o conhecimento dos diferentes tipos de gêneros existentes se torna
fundamental também.
A literatura infantil é extremamente importante para formar leitores críticos no
futuro, o hábito da leitura contribui positivamente no desenvolvimento tanto cognitivo
como emocional da criança por isso incentivar a formação do hábito de leitura na idade
em que todos os hábitos se formam, é essencial. Neste sentido a literatura infantil é
fundamental para este desenvolvimento e, portanto, para que esse objetivo seja atingido,
a melhor maneira de formar uma geração de leitores é introduzir na vida das crianças
desde os Anos Iniciais uma leitura prazerosa a fim de despertar o gosto, fazendo com
que se criem hábitos de leitura.
Sendo assim, pode-se afirmar que a literatura infantil funciona como porta
principal na formação de leitores, pois permite a utilização da ludicidade em seu
processo, e com isso, faz com que os alunos tomem o gosto pela leitura de maneira
prazerosa. Além disso, estimula a imaginação, tendo como consequência o estímulo da
criação do novo, o desenvolvimento da escrita, leitura e cognição. Além de estimular o
contato da criança com a leitura e a escrita a literatura infantil promove também o
contato com a fantasia, imaginação e criatividade, auxiliando na construção de sua
identidade.
Assim, se torna necessário pensar na importância do trabalho com os gêneros
textuais, outro ponto necessário ao educador, o conhecimento de variados tipos para que
se possa apresentar aos educandos e os mesmos tomem conhecimento e consigam
relacioná-los ao seu cotidiano.
Dessa forma, propor uma prática de ensino que parta da história de vida do
sujeito faz com que o mesmo tenha maior interesse e gosto pela atividade, além de
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deixar de ser algo maçante e mecânico, fazendo com que ele consiga ampliar os
conhecimentos adquiridos e de fato apreendê-los. Para Segate (2010, p. 9):
[...] a inserção dos gêneros no processo de ensino-aprendizagem faz-se necessária, uma vez que colabora para o desenvolvimento da linguagem e funciona como objeto e instrumento de trabalho para professores. Por isso não há como negar a importância da presença dos gêneros na sala de aula. Os gêneros são criados e reconstruídos pelos indivíduos por meio, principalmente das interações comunicativas. Diante disso, não podemos ignorar este rico “megainstrumento” de trabalho no processo de ensino-aprendizado de nossos alunos nas instituições de ensino. Isso seria ignorar oque já faz parte da vida social desse aluno, já que estamos mergulhados no mundo dos gêneros textuais (grifo da autora).
Para Marcuschi (2003, p. 1):
Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. No entanto, mesmo apresentando alto poder preditivo e interpretativo das ações humanas em qualquer contexto discursivo, os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa.
De acordo com os apontamentos realizados pelo autor e a vivência em sala de
aula é possível afirmar que o trabalho com gêneros textuais precisa de renovação para
que de fato se torne uma prática enriquecedora, propiciando ações criativas. Uma vez
que os gêneros são diversos e estão presentes em tudo na nossa sociedade é de extrema
importância que os indivíduos os conheçam desde cedo.
Além se serem vias responsáveis pela comunicação dos sujeitos que compõem
dada sociedade em diversos âmbitos, desde a comunicação verbal, como a escrita. Bem
como aponta Bakhtin (2003 apud LIMA, 2007, p. 18) “[...] os enunciados e seus tipos,
isto é, os gêneros discursivos, são correias de transmissão entre a história da sociedade e
a história da linguagem”.
Sendo assim é necessário que o professor tenha conhecimento dessas definições,
bem como dos tipos de gêneros existentes, além de saber o que cada um representa. A
partir disso, tão importante quanto saber as definições é também buscar práticas
educativas e lúdicas que possam trabalhar estas questões, a fim de contribuir
positivamente no processo de mediação do conhecimento dos alunos.
Partindo dessa fundamentação teórica é que a pesquisa foi pensada, buscando
evidenciar a importância do trabalho com os diferentes tipos de gêneros, bem como o
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trabalho tendo como ponto de partida a história de vida do sujeito, o fazendo enxergar
que tudo o que ele vivência é importante e pode-se se criar diversas coisas, histórias,
principalmente aprendizagens.
Além de se pensar na importância que este conhecimento agrega em relação à
tentativa de se formar novos amantes da literatura, bem como sujeitos que possuem uma
maior dominação em relação a leitura, como apontado não só no gosto por ela mas
também no processo oral. Somando ainda os pontos positivos no processo da escrita.
Salienta-se também que esta prática vem para superar todo um processo maçante e sem
significância que se tem, levando em consideração que por muito tempo o processo de
leitura e escrita se via apenas em como uma prática para decodificação das palavras.
Faz-se necessário, portanto, a superação de práticas sem sentido no processo de
ensino e aprendizagem dos sujeitos. Assim, além do trabalho com os gêneros textuais é
importante o trabalho por meio de práticas de letramento, fazendo o processo de leitura
juntamente ao de escrita ter sentido, e não apenas ser transmitido como mera atividade
mecânica.
METODOLOGIA
Com abordagem qualitativa, esse estudo foi exploratório, pois, conforme
definido por Gil (2009), buscou “[...] proporcionar visão geral, de tipo aproximativo,
acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o
tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses
precisas e operacionalizáveis” (GIL, 2009, p. 27).
Contou primeiramente com o estudo teórico de autores que abordam sobre o
potencial da literatura infantil e dos gêneros textuais na formação do leitor. Em seguida
partiu-se para a elaboração do projeto “meu querido diário” a ser desenvolvido com
uma turma do 5º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola da rede
municipal de ensino, localizada na parte central de Corumbá, MS. A proposta do projeto
surgiu a partir do diálogo com a professora regente da turma acerca das dificuldades de
leitura e escrita apresentadas pelos alunos, em uma situação de estágio.
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DISCUSSÃO DOS DADOS – PROJETO “MEU QUERIDO DIÁRIO”:
POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS
O projeto foi elaborado com a finalidade de propiciar aos alunos a compreensão
da leitura e escrita de textos por meio de suas próprias histórias de vida, bem como a
ampliação do repertório a respeito dos gêneros textuais e despertar o gosto pela leitura e
escrita. Para tanto, ocorreu em sete encontros, sendo eles:
- 1º encontro: explicação do que são os gêneros textuais, tendo um enfoque maior no
diário. Com isso foi apresentada a ideia do projeto na qual culminaria com a criação de
seu próprio diário. Para isso, em uma roda foi realizada junto dos alunos a leitura do
livro “O diário de um banana”, de autoria e ilustração de Jeff Kinney (2008), o qual
apresenta a história de um herói improvável (Figuras 1 e 2).
Figura 01: Apresentação do livro “o diário de um banana”
Fonte: Acervo da autora, 2019.
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Figura 02: Leitura do livro “o diário de um banana”
Fonte: Acervo da autora, 2019.
- 2º encontro: nesse encontro foram apresentadas dicas para a confecção do diário,
reiterando a proposta do diário. A contação de história a partir do livro “o diário de um
banana” continuou. Neste dia foram entregues materiais para que cada aluno pudesse
criar o seu próprio diário. Assim, cada um começou a criar a capa do seu diário,
conforme apresentado nas Figuras 3, 4, 5 e 6 a seguir:
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Figura 03: Organização do material para a confecção do diário
Fonte: Acervo da autora, 2019.
Figura 04: confecção do diário pelos alunos
Fonte: Acervo da autora, 2019.
Figura 05: Produção da capa do diário pelos alunos
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Fonte: Acervo da autora, 2019.
Figura 06: Capa do diário produzida pelos alunos
Fonte: Acervo da autora, 2019.
- 3º ao 6º encontro: Durante esses encontros os alunos começaram a escrever no diário,
de início ficaram receosos sem saber ao certo o que escreveriam (Figura 7). À medida
que as dúvidas surgiam foram dadas dicas. Destaca-se que a cada encontro era lido mais
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um capítulo do livro. Após cada dia de escrita havia uma roda de conversa, na qual
cada aluno era motivado a ler o seu diário, mas alguns se mostraram envergonhados.
Com isso, foi combinado que a correção da produção escrita seria feita em outro
momento.
Figura 07: Produção escrita no diário pelos alunos
Fonte: Acervo da autora, 2019.
7º encontro: neste o último encontro foi organizada uma roda de conversa na qual cada
um falou um pouco sobre o que achou da realização do projeto, o que gostou, ou não
gostou. Também foi dialogado sobre eles tiveram mais facilidade e onde encontram
maiores dificuldades durante a realização das atividades.
Após a realização do projeto, partiu-se para a análise da intervenção realizada,
na qual foi possível constatar que os alunos estavam interessados no mesmo e que, de
acordo com cada encontro, o interesse e envolvimento dos alunos foram se ampliando.
A turma que se apresentou indisciplinada, algumas vezes, com o passar do tempo de
realização do projeto foi alterando o comportamento, se envolvendo com as atividades
propostas, além de quererem participar de alguma forma, questionando a respeito do
que era proposto a eles.
Pelo fato deles terem tido a oportunidade de escrever sobre a própria história foi
perceptível que eles estavam entusiasmados e, de alguma forma se envolveram muito,
tendo alguns que se abriram nos momentos da roda de conversa, ao ler o seu diário. A
magia da literatura perpassou no trabalho deles, pois conforme assinalam Paiva e
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Oliveira (2010, p. 33), “[...] a leitura prazerosa não exclui a aquisição de conhecimentos,
ao contrário disso, por meio de textos abertos e variados, o leitor é estimulado à
curiosidade, assimila novas informações e experimenta diferentes emoções,
construindo, desta forma, novos conhecimentos”.
Um aspecto a ser destacado refere-se à ampliação do repertório de palavras que
ocorreu a partir da correção dos erros ortográficos, aprimorando a escrita, além de
suscitar um interesse para com a leitura. Outro aspecto diz respeito a aprender ouvir o
próximo, pois cada um tinha o seu momento de fala, precisando, assim, respeitar a fala
do próximo e que cada um possui uma história diferente e nenhum é melhor, ou pior
que a outro, mas singular e de tamanha importância no contexto em que está inserido.
Dessa forma, com tamanha interação, percebeu-se que eles confiaram os seus
segredos, alguns retratavam momentos felizes, outros nem tanto mas que de alguma
forma para eles eram importantes, pois fazia parte de suas vidas. Com isso, além das
indagações iniciais que se aquietaram de certa forma com a realização da intervenção
com o projeto, suscitou também a importância do professor no processo de ensino
aprendizagem dos alunos, de sua formação, para saber lidar com as diferentes situações
que encontrará em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desse estudo reiterou a importância dos alunos terem contato com a
literatura desde a mais tenra idade, tendo a necessidade de que seja de acordo com a sua
fase de desenvolvimento. Que mais práticas voltadas à produção textual por meio dos
gêneros possam ser desenvolvidas, oportunizando melhores condições no
desenvolvimento do processo de leitura e escrita. Entretanto, salienta-se que este
processo precisa ser pautado na ludicidade e não meramente em um recurso maçante
apresentado nas aulas de Língua Portuguesa.
Um trabalho de leitura e escrita a partir do que tem significado e de forma
lúdica, com certeza suscitará mais interesse no aluno. Assim, entende-se que é de
extrema importância o investimento no processo de formação de professores, a fim de
que seu repertório literário seja ampliado. Faz-se necessário também que os professores
tenham a clareza da importância de uma prática pedagógica pautada na ludicidade, a
partir do trabalho com diferentes tipos de gêneros textuais.
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REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1999. COSSON, R. Literatura infantil em uma sociedade pós-literária: a dupla morfologia de um sistema cultural em movimento. Pro-posições, Campinas, v. 27, n. 2, p. 47-66, maio/ago. 2016. GIL, A. C. Modos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo; Atlas, 2009. KINNEY, J. O diário de um banana. v. 1. São Paulo: V&R editoras, 2008. LIMA, A. M. J. Os gêneros textuais e o ensino da produção de texto: análise de propostas em livros didáticos de língua inglesa. Dissertação. 2007. (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2007. Disponível em: http://www.uece.br/posla/dmdocuments/adrianamoraisjalesdelima.pdf. Acesso em 21 fev. 2019. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.) Gêneros Textuais e Ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/133018/mod_resource/content/3/Art_Marcuschi_G%C3%AAneros_textuais_defini%C3%A7%C3%B5es_funcionalidade.pdf. Acesso em 10 out. 2019. PAIVA, S. C. F.; OLIVEIRA, A. A. A literatura infantil no processo de formação do leitor. Cadernos da Pedagogia, São Carlos, v. 4, n. 7, p. 22-36, jan./jun. 2010. Disponível em: http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/175/101. Acesso em 21 fev. 2019. PEREIRA, M. S. A importância da literatura infantil nas séries iniciais. Revista Eletrônica de Ciências da Educação, Campo Largo, v.6, n. 1, jun 2007. Disponível em: http://www.periodicosibepes.org.br/index.php/reped/article/view/283/189. Acesso em 9 mai. 2019. SCHRAM, S. C.; CARVALHO, A. B. O pensar educação em Paulo Freire: para uma pedagogia de mudanças. Dia a dia educação. Governo do estado do Paraná, 2003, p. 1-21. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/852-2 . Acesso em 10 out. 2019. SEGATE, A. Gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa. Linha D’Água, n. 23, p. 13-24, 4 set. 2010. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/37333/40053. Acesso em 20 mai. 2019.