Upload
damariscrizanto
View
214
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Trabalho apresentado no 6º semestre do curso de bacharelado em ciências contábeis da UNOPAR.
Citation preview
Rio Branco Acre 2015
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
CONTABILIDADE NO SETOR PÚBLICOATIVIDADE INDIVIDUAL
CidadeAno
Trabalho apresentado em requisito a Produção Textual individual interdisciplinar relativa ao 3º Semestre, para obtenção de nota parcial para a Graduação em Superior de Tecnologia em Gestão Pública da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
Rio Branco/ Acre2015
CONTABILIDADE NO SETOR PÚBLICOATIVIDADE INDIVIDUAL
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................1
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................2
3. CONCLUSÃO.....................................................................................................10
4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................11
1
1. INTRODUÇÃO
A produção textual visa reconstituir, em linhas gerais, a
trajetória da administração pública brasileira nos últimos 20 anos, avaliando
tanto os principais avanços e inovações, quanto os erros de condução das
reformas e os problemas de gestão que ainda continuam.
Para melhor compreensão
do artigo proposto como base, será feito um resumo do texto, o qual
pretendemos abranger a gestão publica desde a Nova República, a era Collor,
o projeto Bresser e o governo Lula, até os dias atuais o texto apresenta uma
proposta de quatro eixos estratégicos para a modernização do Estado diante
dos desafios do século XXI. Para uma melhor compreensão, será feito uma
síntese do texto.
2
2. Desenvolvimento
O processo atual de reforma do Estado no Brasil iniciou-se com
o fim do período militar. Naquele período, combinavam-se dois fenômenos: a
crise do regime autoritário e, principalmente, a queda do modelo nacional-
desenvolvimentista.
Para combater o legado do regime militar, as mudanças mais
intensas surgiram com a Constituição de 1988. Neste aspecto está, também, o
apoio dos princípios da legalidade e da publicidade; a descentralização foi
outra ação construída nos anos de luta contra o autoritarismo e que ganhou
enorme importância na Constituição de 1988.
Impulsionadas por esta mudança, várias políticas públicas
foram reinventadas e distribuídas pelo país; sugeriu-se, ainda, aperfeiçoar a
chamada reforma do serviço civil, por meio da profissionalização da burocracia.
Todas essas mudanças apresentaram resultados à
administração pública brasileira; entretanto, o sentido de cada uma delas não
se concretizou completamente por conta de uma série de problemas.
Foram vários os problemas para potencializar a
descentralização, aconteceu uma multiplicação exagerada dos municípios,
poucos estímulos à cooperação intergovernamental foram estabelecidos, a
questão metropolitana foi ignorada pela Constituição, além de o
patrimonialismo local ter resistido em boa parte do país.
A adição desses aspectos com a crise fiscal do Estado
redundou, na década de 1990 , num cenário administrativo em que o maior
estímulo ao funcionário público estava no final da carreira, enquanto seus
salários reduziam e crescia a parcela das gratificações no rendimento, as quais
dependiam mais da força política de cada setor do que do mérito avaliado por
avaliações de desempenho.
As poucos, a opinião pública notou que a Constituição de 1988
não tinha colaborando muito a resolver uma série de problemas da gestão
pública brasileira. Esta percepção tornou-se ainda pior, com a era Collor, em
3
dois raciocínios falsos e que infectaram o debate público: a idéia de Estado
mínimo e o conceito de marajás.
O irônico desta história de Collor é que, em nome do combate
aos marajás e ao “Estado-elefante”, seu governo foi distinguido pela maior
corrupção de todos os tempos no Brasil e pela tentativa de usar o poder estatal
para expandir os tentáculos privados de seu grupo político.
Depois o interregno do governo Itamar, que chegou a produzir
documentos com diagnósticos importantes sobre a situação da administração
pública brasileira, mas que não teve grande ação reformista, a gestão do
presidente Fernando Henrique Cardoso foi bem ativa.
Em primeiro lugar, a maior mudança atingida foi,
paradoxalmente, a conservação e o aperfeiçoamento da civil service reform,
por mais que o discurso do Plano Diretor da Reforma do Estado se
fundamentada numa visão etapista com a reforma gerencial procedente depois
da burocrática.
Um processo de concursos foi executado e a capacitação feita
pela Enap, revigorada. Em suma, o utópico meritocrático presente no chamado
modelo weberiano não foi largado pelo Mare; ao oposto, foi aprimorado.
Bresser se amparou numa idéia mobilizadora: a de uma
administração voltada para resultados, ou modelo gerencial, como era
chamado à época.
Para melhor compreensão dos problemas e fracassos da
reforma Bresser, é importante avaliar a situação em que ela foi desempenhada.
O serviço público fora desprestigiado. Por conta disso, quando as propostas
iniciais da gestão de Fernando Henrique Cardoso foram colocadas em debate,
grande parte da reação sucedeu da idéia de que reformar o Estado denotaria
basicamente em seguir o também o caminho "neoliberal" trilhado pelo
presidente Collor. O termo reforma do Estado, no fundo, foi ideologizado no
debate político e na produção acadêmica, em bom conceito como resultado
desta herança da década de 1990.
O melhor exemplo de um tema que fugiu ao alcance da reforma
Bresser foi o das agências regulatórias, montadas de maneira totalmente
4
fragmentada e sem uma visão mais geral do modelo regulador que supriria o
padrão varguista de intervenção estatal.
O sucesso inicial da consolidação monetária permitiu um
progresso no debate reformista, além ter contido demandas importantes de
transformação do Estado, como a agenda previdenciária. Não havia uma
incompatibilidade apropriada entre o ajuste fiscal e o Plano Diretor da Reforma
do Aparelhamento do Estado.
Mas é necessário fazer com que a agenda de reforma da
gestão pública tenha um caráter transversal, apropriado a constituir um novo
modelo administrativo ao país e isso o projeto de Bresser proporcionava em
maior conceito do que a visão da equipe econômica.
Além disso, a definição de carreira estratégica adequada para a
União não deve ser a mesma para os governos estaduais e municipais, uma
vez que as funções básicas são bem caracterizadas.
Vale ressaltar, que a reforma Bresser tinha todo motivo de agir
em prol de uma burocracia estratégica, de maneira que o núcleo básico
apresentasse um status diferenciado em relação ao restante do funcionalismo,
como tem acontecido no mundo inteiro.
Certas funções que não compõem o núcleo do Estado podem
ser desempenhadas por funcionários terceirizados, ou suas funções podem ser
repassadas para entes privados, ao passo que as atividades fundamentais
devem ser executadas por um corpo meritocrático constantemente qualificado
e com maior estabilidade funcional.
Sintetizando, a reforma Bresser não teve força suficiente para
amparar uma reforma da administração pública extensa e, principalmente,
contínua.
Já no segundo governo FHC, mesmo tendo reunido algumas
conquistas da reforma Bresser, começou com a extinção do Mare e foi
marcado, na maior parte do tempo, pelo enfraquecimento da agenda da gestão
pública.
Ainda assim, há uma enorme diferença entre esses níveis de
governo, com uma grande parcela deles ainda ligada ao modelo burocrático
5
tradicional ou, pior, a formas patrimoniais, ou, ainda, a uma combinação
curiosa, mas comum, dos dois os modelos.
Quem sabe a ação reformista mais expressiva na gestão
pública brasileira tenha sido o governo eletrônico. Estimulado pelo
conhecimento do governo estadual de São Paulo, ele se espalhou por outros
estados, capitais e governo federal.
A questão em que teve menor progresso do governo eletrônico
é justamente na maior interatividade com os cidadãos, em prol da maior
accountability.
O governo Lula prosseguiu uma série de iniciativas sucedidas da
experiência anterior da modernização do Estado brasileiro, particularmente no
apoio de algumas carreiras, no campo do governo eletrônico e na nova
moldagem que deu à Controladoria Geral da União, hoje um importante órgão
no combate à ineficiência e à corrupção.
O ponto mais aparente da presidência Lula no campo da
administração pública foi a sua insuficiência de instituir uma agenda em prol da
reforma da gestão pública.
Uma experiência bem-sucedida na área da gestão pública no
governo Lula se deu no plano federativo, representada por duas ações: o
Programa Nacional de Apoio à Modernização da Gestão e do Planejamento
dos Estados e do Distrito Federal (Pnage) e o Programa de Modernização do
Controle Externo dos Estados e Municípios Brasileiros (Promoex). O Pnage e o
Promoex não são os primeiros programas de modernização das instituições
subnacionais dirigidas pelo governo federal.
A criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
(CDES), popularmente conhecido como “Conselhão”, foi outra idéia curiosa do
governo Lula. Isto aconteceu, em primeiro lugar, porque em vez de o CDES
centralizar o foco somente em algumas questões, sua agenda tem sido muito
pulverizada. Compete destacar que quando todos os assuntos são ajustados
na mesma amplitude por um governo, este não tem preferências claras, o que
afeta negativamente seu desempenho.
A renovação da agenda reformista transpõe pela definição de
quais são as questões centrais para a modernização do Estado brasileiro. A
6
crise política do governo Lula em 2005 foi incitada não só pelo problema do
financiamento de campanhas, mas especialmente pela briga por importantes
postos nas estatais federais, permaneciam em jogo o enorme poder dos
Correios e, sobretudo, do IRB.
Uma questão-chave é a mudança na coerência do orçamento,
hoje marcada pelo desacerto entre o planejamento mais geral de metas e a
maneira como a peça é preparada e realizada anualmente. Demanda de metas
governamentais só podem ser efetivamente perseguidas, com monitoramento e
avaliação apropriados, se existir certa regularidade na alocação das despesas
públicas, algo que o contingenciamento torna muito complexo, reduzindo,
assim, as oportunidades de aumentar a eficiência da máquina pública. A
eficiência, além de diminuir gastos governamentais, pode otimizar os recursos
à disposição tanto do Estado quanto dos cidadãos .
Pelo ângulo da sociedade, políticas de desburocratização
podem diminuir os custos das atividades estatais e, ao mesmo tempo, melhorar
a vida da população, reduzindo seus custos de transação para obter serviços
públicos. Cabe salientar que desburocratizar não só aumenta a eficiência como
combate a corrupção e, principalmente, põe os cidadãos em pé de igualdade,
justamente num país em que a desigualdade principia pelo acesso ao Estado é
a marca do chamado personalismo em nossa história.
A efetividade é outro eixo essencial para uma visão de gestão
de longo prazo, uma vez que as políticas públicas cada vez mais têm seu
desempenho avaliado pelos resultados eficazes que trazem aos cidadãos.
No campo da coordenação, a efetividade das políticas públicas
estar sujeita ao entrosamento entre os níveis de governo, uma vez que os
entes locais realizam as ações, mas necessitam de colaboração horizontal e
vertical para ter sucesso.
Os atuais escândalos do governo corroeram a imagem do Estado brasileiro e,
por isso, a população só irá participar mais do controle social se houver
avanços no combate à corrupção.
Com o desígnio de fazer uma modernização democratizadora e
não simplesmente tecnocrática do Estado, fóruns como o chamado
7
“Conselhão” podem ser estimulados, para que desempenhem o papel de levar
demandas e propostas da sociedade para o debate com os formuladores de
políticas públicas.
As principais mudanças instituídas pela Constituição de 1988 no que se
referidas aos controles na gestão pública são:
Em primeiro lugar, a democratização do Estado, que foi beneficiada com
evidência, entre outras mudanças, para o novo papel atribuído ao
Ministério Público (MP). Neste aspecto está, também, a contribuição dos
princípios da legalidade e da publicidade;
A descentralização foi outra ação construída nos anos de luta contra o
autoritarismo e que recebeu enorme importância na Constituição de
1988. Após 20 anos de centralismo político, financeiro e administrativo, o
processo descentralizador abriu chances para maior participação cidadã
e para inovações no campo da gestão pública, levando em conta a
realidade e as potencialidades locais. Estimuladas por esta mudança,
várias políticas públicas foram reinventadas e espalhadas pelo país;
Propôs-se, ainda, aperfeiçoar a chamada reforma do serviço civil, por
meio da profissionalização da burocracia. Nesta linha, houve ações
importantes, como o princípio da seleção meritocrática e universal,
consubstanciada pelo concurso público. Em concordância com este
movimento, o Executivo federal criou, em 1986, a Escola Nacional de
Administração Pública (Enap), num esforço de aperfeiçoar a capacitação
da alta burocracia.
Bresser se apoiou numa idéia mobilizadora: a de uma
administração voltada para resultados, ou modelo gerencial, como era
chamado à época. A despeito de muitas mudanças institucionais requeridas
para se chegar a este paradigma não terem sido feitas, houve um "choque
cultural". Os conceitos subjacentes a esta visão foram espalhados por todo o
país e, observando as ações de vários governos subnacionais, percebe-se
facilmente a influência destas idéias na atuação de gestores públicos e numa
série de inovações governamentais nos últimos anos.
8
Nessa percepção, o Estado atuaria mais como regulador e
promotor dos serviços públicos e buscaria, preferencialmente, a
"descentralização, a desburocratização e o aumento da autonomia de gestão"
(BRESSER-PEREIRA, 1998, p. 206). Para alcançar objetivo da proposta de
Bresser, o aparelho estatal deveria fortalecer o corpo burocrático ao mesmo
tempo em que se instituiria um modelo de gestão orientado por resultados e
fundamentado na contratualização, seja com os órgãos internos ao aparelho
estatal, seja com entes públicos não estatais, por meio daquilo que foi
chamado de organizações sociais (OS).
No entanto, a principal preocupação dos atores políticos na
redemocratização foi tentar corrigir os erros cometidos pelos militares, dando
pouca importância à obrigação de se construir um modelo de Estado capaz de
encarar os novos desafios históricos. O regime autoritário foi generoso em
potencializar problemas históricos da administração pública brasileira, como o
descontrole financeiro, a falta de responsabilização dos governantes e
burocratas perante a sociedade, a politização ineficaz da burocracia nos
estados e municípios, além da fragmentação demasiada das empresas
públicas, com a perda de foco de atuação governamental.
O artigo apresenta muitas idéias de eficiência na gestão
publica, porém discordo que em algum momento a gestão publica tenha sido
eficiente no país. O Conceito de Bresser seria ótimo para a gestão publica se a
corrupção do país não tivesse tão alastrada e desenfreada, e se a meritocracia
realmente funcionasse no Brasil.
O governo federal tem aproximadamente o dobro de
funcionários comissionados (20.420) a quantidade demasiada de pessoas que
estão no serviço público por indicação política, sem prestar concurso, estimula
a troca de favores e a propagação de funcionários fantasmas. Quanto maior a
quantidade de comissionados menos eficiente é o funcionalismo.
O caminho a ser seguido pela gestão pública no Brasil no
sentido de tornar a gestão mais eficiente, pode começar a partir da mudança
da conservação do status quo do funcionalismo público, pois está é falha e
demonstra incapacidade em atender à demanda da social por serviços de
9
qualidade. É preciso rever os conceitos de planos de carreira dos profissionais
estatutários, fazer um planejamento com a inserção da remuneração
fundamentada em indicadores de desempenho, para que os funcionários
tenham mais motivação para superar os seus próprios limites e, assim, voltar a
investir na carreira pública como meta de vida
10
3. CONCLUSÃO
Compreender a trajetória recente da gestão publica brasileira é
muito importante, pois o aprofundamento nesse assunto enrica o nosso
conhecimento, seguir o inicio da gestão publica e saber o trajeto que ela fez até
chegar ao modelo atual, não é tarefa simples, entretanto, aprofundando em
pesquisas, a nossa compreensão torna-se melhor. Bresser não criou um mal
modelo de gestão, o problema é que há tanta corrupção, que a gestão publica
torna-se incapaz de atender ao que realmente se faz necessário na gestão
publica.
11
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRUCIO, Fernando Luiz. Trajetória recente da gestão pública brasileira:
um balanço crítico e a renovação da agenda de reformas
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0034-
76122007000700005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Acesso em 29 de mai. 2015.
HIRONOBU, Sano, ABRUCIO, Fernando Luiz. Promessas e resultados da
Nova Gestão Pública no Brasil: o caso das organizações sociais de saúde
em São Paulo
Disponível em
:<http://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S003475902008000300007&script=sci_arttext> Acesso em 29 de mai.
2015.