86
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR 483 A CANCHA DE ESPORTES A memorável cancha, antes da existência do Ginásio de Esportes, era um dos principais locais de apresentações, festividades juninas e torneios esportivos do município. Era tam- bém um principal ponto de encontro e lazer da juventude das décadas de 1970, 1980 e 1990 nos domingos à tarde, uma vez que nos dias de semana, o local estava reservado às atividades escolares do Colégio Ambrósio Bini. Ali se localizava o ponto final do ônibus Tamandaré/Curitiba. Era uma cancha-praça. De um lado do muro, se dispunha a cancha de concreto multimodalidades (futebol, basquete, voleibol e handebol), uma cancha de futebol de areia e uma pequena cancha de areia ao lado onde se jogava vôlei. No meio do terreno tinha uma casa, onde de um lado se guardavam as bolas, redes e outros materiais para a prática esportiva. Do outro lado ficava o vestiário (com chuveiro e banheiro). No outro lado do muro, ficavam os pontos (ônibus e táxi), a banquinha de doce, os bancos onde a turma ficava namorando e duas pedras comemorativas cívicas, que trata- vam de uma homenagem prestada em outubro de 1985 pelo município, na época adminis- trado pelo Prefeito Ariel Buzzato, aos 14 Bravos de Almirante Tamandaré, que foram con- vocados para lutar na Segunda Grande Guerra. Os quais eram: Afonso Herberto Wolfer- grand, Antonio Schartz, Bonifácio Wotekoski, Deodolino Souza, Eduardo Brunick, João Sachacheviski, Joaquim Arnaldo Franco Ribas, José Francisco dos Santos, José Guedes de Carvalho, José Mathozo da Silva, José Ribeiro Schulchaski, Jurandir Aleixo de Cristo, Pedro Chipanski e Roque de Cristo. Outra personalidade histórica que lutou na guerra, mas que não aparece na placa de bronze porque era filho de Colombo, porém mora em Almirante Tamandaré há mais de 40 anos, é o Sr. Pedro Goinski. Por sorte, tiveram a consciência de reservar um espaço na atual praça para a pedra que homenageia os nossos heróis de guerra nascido em solo tamandareense. Inicialmente, o terreno onde se encontrava a antiga cancha pertencia à prefeitura muni- cipal, comprado de seu Benjamin Cailesso na década de 1960 para ser loteado, e a área próxima ao Rio Barigui (onde é atualmente) seria uma praça. Por ser uma área plana Esporte

Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré-PR (PARTE-2)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

História sobre a cidade de Almirante Tamandaré e informações geográficas. PARTE-2 páginas 483 até 567.

Citation preview

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

483

A CANCHA DE ESPORTES

A memorável cancha, antes da existência do Ginásio de Esportes, era um dos principaislocais de apresentações, festividades juninas e torneios esportivos do município. Era tam-bém um principal ponto de encontro e lazer da juventude das décadas de 1970, 1980 e1990 nos domingos à tarde, uma vez que nos dias de semana, o local estava reservado àsatividades escolares do Colégio Ambrósio Bini. Ali se localizava o ponto final do ônibusTamandaré/Curitiba. Era uma cancha-praça. De um lado do muro, se dispunha a canchade concreto multimodalidades (futebol, basquete, voleibol e handebol), uma cancha defutebol de areia e uma pequena cancha de areia ao lado onde se jogava vôlei. No meio doterreno tinha uma casa, onde de um lado se guardavam as bolas, redes e outros materiaispara a prática esportiva. Do outro lado ficava o vestiário (com chuveiro e banheiro).

No outro lado do muro, ficavam os pontos (ônibus e táxi), a banquinha de doce, osbancos onde a turma ficava namorando e duas pedras comemorativas cívicas, que trata-vam de uma homenagem prestada em outubro de 1985 pelo município, na época adminis-trado pelo Prefeito Ariel Buzzato, aos 14 Bravos de Almirante Tamandaré, que foram con-vocados para lutar na Segunda Grande Guerra. Os quais eram: Afonso Herberto Wolfer-grand, Antonio Schartz, Bonifácio Wotekoski, Deodolino Souza, Eduardo Brunick, JoãoSachacheviski, Joaquim Arnaldo Franco Ribas, José Francisco dos Santos, José Guedes deCarvalho, José Mathozo da Silva, José Ribeiro Schulchaski, Jurandir Aleixo de Cristo,Pedro Chipanski e Roque de Cristo. Outra personalidade histórica que lutou na guerra,mas que não aparece na placa de bronze porque era filho de Colombo, porém mora emAlmirante Tamandaré há mais de 40 anos, é o Sr. Pedro Goinski. Por sorte, tiveram aconsciência de reservar um espaço na atual praça para a pedra que homenageia os nossosheróis de guerra nascido em solo tamandareense.

Inicialmente, o terreno onde se encontrava a antiga cancha pertencia à prefeitura muni-cipal, comprado de seu Benjamin Cailesso na década de 1960 para ser loteado, e a áreapróxima ao Rio Barigui (onde é atualmente) seria uma praça. Por ser uma área plana

Esporte

User
Textbox
PARTE - 2 PÁGINAS 483-567

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

484

serviu por muito tempo como um campo de futebol. Em seguida, para atender a prática deEducação Física do recém-criado Colégio Ambrósio Bini, em substituição à denominaçãoexistente da Escola Normal Regional Alvarenga Peixoto, observou-se a necessidade de seconstruir uma quadra esportiva. Por iniciativa do professor José Schlichting (ProfessorZeca) e da Diretora Roza Bini de Oliveira, foi desenvolvido um projeto para arrecadarfundos para a construção da quadra. Neste contexto, uma das formas de arrecadação foi arealização do Concurso da Rainha dos Minérios, o qual ocorreu nos anos de 1974, 1975 e1976. A obra iniciou-se no final de 1974 e foi concluída no começo de 1975. Na gestão doPrefeito Ariel Buzzato, a cancha, se transformou em cancha-praça, sendo o local reservadoà prática esportiva, remodelado com um vestiário, refletores e quadras de areia.

Recordo de uma Festa Junina que foi feita em 1983, à noite, que contou até com umafogueira de 5,5 metros na cancha de areia. Porém, no ano de 1985, em comemoração aoaniversário da cidade, foi realizado o "Rock in Rio Barigui" (nome do evento inspirado nohistórico Rock in Rio de 1985), que era uma espécie de sarau, realizado à noite, na quadrade concreto. O sarau teve como animação a Equipe de Som Sabotagem.

Porém, em termos de eventos esportivos, era em suas quadras que se realizavam algumamodalidades dos jogos escolares do município. Como também foinela que se realizou o primeiro Campeonato Municipal de Futebolde Salão em 1989, pela Secretaria de Educação e Esporte do Municí-pio, tendo como primeiro campeão o Caldeirão. Tinha até bateriade fogos de artifício para saudar a entrada do "Rubro-Negro do Su-midouro" em quadra.

Em 19 de junho de 2004, é inaugurada a Praça Vice-Prefeito Fre-derico Manfron, estabelecida pela Lei nº 971/2003, sancionada peloentão Prefeito Cezar Manfron (neto do Sr. Frederico). Porém, co-nhecida como Praça do Skate, construída onde se encontrava a sau-dosa Cancha de Esportes.

Em referência ao homenageado, o "Jornal da Cachoeira, de 19 de outubro de 1968, nº13", traz as seguintes informações sobre o saudoso Frederico Manfron que era natural daLamenha Pequena, filho do casal formado por João Manfron e Maria Govatiski. Nasceuaos 14 de maio de 1917. Seus pais eram pobres e viviam com dificuldades, Frederico come-çou a trabalhar na lavoura com idade de 6 anos. Por este motivo, frequentou aulas uma vezpor semana. Aos 20 anos, casou-se com Rosa Dalazuana com quem teve sete filhos. Até seucasamento sempre ajudou seu pai. Passou então a trabalhar em casas comerciais (em Capi-vara) e depois montou um moinho de cereais. Mas tarde, uma indústria de cal (um forno)e depois, mercearia. Em 1947, ingressou na política, foi vereador, Presidente da Câmara eVice-Prefeito na chapa que formou com o Dr. Antonio Johnson. Assinou a Ata de Instala-ção do município de Timoneira.

Vice-Prefeito Frede-rico Manfron.

Foto: Mariza Johnson, 1970

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

485

O GINÁSIO MUNICIPAL BUZATÃO

Com o desenvolvimento econômico e populacional do município, foi possível investirmais em esporte e cultura. Tal fato pode ser observado no próprio objetivo da construçãode um ginásio de esportes para atender de forma apropriada e confortável, as diversasmanifestações culturais e esportivas do município. Diante disto, em 17 de dezembro de1988 é inaugurado na gestão do Prefeito Ariel Buzzato, o Ginásio Municipal Buzatão, oqual em sua programação de solenidades, contou com um jogo amistoso de voleibol entreos times profissionais e de maior destaque da década de 1980: Sadia de Santa Catarinacontra o Banespa de São Paulo.

Porém, antes deste evento oficial de inauguração, na última semana de outubro ocorreuum evento para a criançada, que foi uma apresentação de telequete (luta livre de mentira),que fazia muito sucesso na época, contando com a presença do comerciante do ramo defarmácia na cidade, o Sr. Jorge Silva (Pirata). O qual, por muitos anos com este apelido, foijuiz destas animadas "lutas". "Lembro que com o término do telequete, ocorreu uma distri-buição para o público (criançada) de pão com mortadela".

Ginásio de Esportes Buzatão em outubro de 1988.

Fonte: Folha de Tamandaré, 29 de outubro de 1988, p. 7

Sr. Jorge Silva (Pira-ta) comandando asolenidade e poste-rior apresentaçãode telequete (lutalivre de mentira).

Fonte: Folha de Tamandaré, 29 de outubro de 1988, capa

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

486

Com o advento do Ginásio de Esportes, ocorreu uma diversificação de esportes nomunicípio. O voleibol municipal cresceu muito, a ponto de ter sempre fortes equipesmasculinas no contexto de disputas dos Jogos Abertos do Paraná, os quais são semprecandidatos a título na fase regional. E com um detalhe, sem precisar se reforçar de jogado-res de fora, como outras equipes.

Este mesmo ginásio possibilitou o desenvolvimento de campeonatos de futebol de salãocom melhor estrutura e conforto para quem assiste. Porém, como é um esporte que depen-de dos programas esportivos realizados pelo município, infelizmente morreu a partir doinício do século XXI.

Porém, existem ainda no ginásio programas de atividades físicas e ginástica para a popu-lação interessada. No entanto em seu auge, 1992-1993-1994, existia no ginásio aulas deKung-Fu, Karatê e dança, que atraía pessoas de outros municípios. Em 1997, chegou aabrigar uma academia de musculação.

Mas, apesar do ginásio de esporte estar passando por certos problemas na atualidaderelativos a sua manutenção e apropriado uso para que lhe foi idealizado (pois, abrigou oDETRAN, um posto de auxílio-desemprego, assistência jurídica). Ele sempre atendeu e foium importante palco para as manifestações culturais históricas na cidade, como o já refe-renciado Festival Folclórico. Teve início no final da segunda gestão do Prefeito RobertoPerussi e sabiamente continuado na gestão do Prefeito Cide Gulin. Ele representa o prin-cipal centro para as atividades dos Jogos Escolares Municipais.

No ano de 2002, o Ginásio foi dado por força da Lei Ordinária nº 913, de 22 de agostode 2002, como parte de um pagamento de uma divida gigante que o município possuíacom o Instituto de Previdência Municipal de Almirante Tamandaré, posteriormente com-prado na forma que tange a Lei Ordinária nº 1.154, de 23 de março de 2006.

O CAMPÃO

Paralelo em importância para eventos esportivos e culturais, porém pioneiro, o "Cam-pão", como era chamado o terreno onde se encontrava um campo de futebol o qual era umtradicional espaço de lazer oficializado pela Lei Municipal nº 015/1971, publicada na Tri-buna dos Minérios de 31 de dezembro de 1971, nº 87, dispunha o seguinte texto legal:

"A Câmara Municipal de Almirante Tamandaré, Estado do Paraná, decretou e eu, Pre-feito Municipal, sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - Fica criado o Estádio Municipal na área usada há mais de 25 (vinte e cinco)anos para a prática de esportes.

Art. 2º - Terá a denominação de "Estádio Municipal Joaquim Daledone" em homena-gem a este ilustre industrial que destinou uma área de 12.464 metros quadrados no qua-dro urbano desta cidade.

Art. 3º - Fica declarada de "utilidade pública" para todos os efeitos legais a área utilizadapelo estádio, dividida por cerca por seu proprietário.

Art. 4º - Revogam-se disposições ao contrário.Edifício da Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, 30 de novembro de 1971.Antonio Johnson - Prefeito.Carlos Augusto Rose - Secretário".

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

487

Depois, esta praça esportiva foi modernizada e necessitou seguir específica burocracia,a qual foi registrada pela Folha de Tamandaré. "Estádio Joaquim Dalledone" realização dotamandareense". Ano I, nº 32, primeira quinzena de novembro 1985, que confirmou otexto legal da Lei nº 15/1971, no sentido que o mesmo foi doado de boca para a prefeiturana década de 1930 para a prática do futebol pelo Sr. Joaquim Antonio Dalledone. Emnovembro de 1985, a doação foi efetuada de forma legal para a prefeitura, pelo seu Dio-mar Augusto Dalledone, que manteve a palavra de seu pai.

Esta doação deu-se necessária, porque naquele terreno de área de 18.000 m², seria cons-truído de forma oficial um Estádio capaz de abrigar a grandeza do futebol tamandareense.Diante disto, segundo a "placa fundamental", em 16 de outubro de 1988, era inauguradoo Estádio Municipal Joaquim Antonio Dalledone, cercado, com arquibancada para 5.000pessoas, vestiários, espaço para imprensa. Ou seja, uma praça esportiva capaz de atender asexigências da Federação Paranaense de Futebol, no contexto de sediar eventos futebolísti-cos de porte profissional naquele momento histórico.

Antes da infraestrutura proporcionada pelo novo estádio, os jogos mais importanteseram disputados no Estádio Valentin Kokot, no Jardim Apucarana. Um exemplo disso foio jogo de entrega de faixa na década de 1980, entre o campeão Calcoagro da Copa FolhaTamandaré contra o Expressinho profissional do Coritiba.

Sede do TupãFutebol Clube,localizado nasmargens da RuaAlberto Piekas,este estádio seconfunde com aprópria históriado futeboltamandareense.

Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, abril de 2011

Na data de 28 de junho de 1991, o novo Estádio recebeu o evento mais importante desua história até então. Naquela noite, o SERAT (Sociedade Esportiva Recreativa Almiran-te Tamandaré), receberia o time profissional do Coritiba em um amistoso que marcava ainauguração de seus refletores. Infelizmente, o time da casa, levou uma sonora goleada de8X0, alegrando a gigante maioria da torcida que ali se fazia presente em favor dos Coxas.Porém, os jogadores do SERAT receberam o apoio de uma pequena, mais barulhentatorcida de 20 torcedores, que foram lá ver o espetáculo. No entanto, esta torcida era for-mada por atleticanos, com camisa, bandeira e corneta.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

488

Porém, este não foi o único time profissional a pisar nos gramados do Estádio, o Pinhei-ros (atual Paraná Clube) se fez presente em 1988 (no dia da inauguração), e ganhou doSERAT por 4X0. Em 1993, o time profissional do Clube Atlético Paranaense, trouxe seuplantel para treinar; o coletivo treino principal era contra o time do Cobra (grupo de ex-profissionais e jogadores amadores que jogavam aos sábados no Campo do Kotoviski), ojogo terminou 6X1 para o Atlético.

Em 22 de agosto de 2002, o Estádio Joaquim Antonio Dalledone é dado pela Prefeiturasob a luz das disposições da Lei Ordinária nº 913 como parte de pagamento da dívida queo município possuía com o IPMAT, depois recuperado com o advento da Lei Ordinária nº1.154, de 23 de março de 2006.

TIMES PROFISSIONAIS TAMANDAREENSES

No ano de 2000, após um convênio entre a prefeitura e a Universidade Tuiuti do Para-ná, ocorreu a realização de um sonho antigo. A cidade seria representada profissionalmen-te por um clube, ou seja, a agremiação Tamandaré Esporte Clube. Em sua estréia emtorneio profissional tornou-se vice-campeão da série bronze (terceira divisão do futebolprofissional paranaense), perdendo o título para o time do Nova Estrela.

Em 13 de agosto de 2004, surge a Associação dos Amigos do Paraná Clube (ADAPAR),com sede na Rua Nossa Senhora Aparecida, 501, Parque São Jorge, Almirante Tamandaré,PR, que ocupou o lugar do Tamandaré Esporte Clube, pois o convênio entre a prefeiturae a universidade se exauriu. Sendo assim a ADAPAR, representou o município na SériePrata (por lei deveria começar na terceira divisão ou a divisão mais inferior existente,porém, em 2004 só ocorreu o certame da Série Ouro e Prata, então a ADAPAR se inscre-veu na segundona).

Porém, em 2006, acabava o sonho, pois a ADAPAR, depois de realizar uma pífia campanha nocertame da Série Prata (Segunda Divisão do Campeonato Paranaense de Futebol), mudou de nomepara Dínamo Adapar, e se retirou das disputas profissionais de futebol, pelo município.

FUTEBOL AMADOR TAMANDAREENSE

O futebol na cidade é um esporte centenário, porém não existem até o momento refe-rências de quem introduziu esta prática esportiva na região. No entanto, a mais antigainformação oficialmente relatada se dispõe no periódico curitibano Gazeta do Povo, de 21de fevereiro de 1931, p. 7, que cita, entre outras coisas, que na localidade de Rio Brancoocorreu um jogo em um domingo datado de 15 de fevereiro de 1931, às 13h30min entreTamandaré União F.C. (não foram referenciados os jogadores derrotados) contra o RioBranco F.C. (Alberto; João e Tonico; Zillo, Sylas e Fonseca; Dinart, Juca e Victor; Brandte Quinquinho), cujo ganhador foi o time da casa por 4X1 (um placar em desacordo com aexpectativa geral). O juiz foi o Sr. Benedicto Faria.

Em 1970, com apoio da prefeitura local, o futebol ganhou incentivo e o time do Taman-daré Futebol Clube respondeu sendo bicampeão (1970 e 1971) do Campeonato RádioMarumby/Sesi que reunía as principais forças do futebol amador da Capital e região.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

489

Tradicionalmente, o futebol tamandareense é reconhecidamente muito forte na Regiãodos Minérios, esta condição se deu devido a sua trajetória na Liga dos Minérios e na TaçaParaná. Seu auge ocorreu no ano de 1986, quando ficou muito próximo do principaltítulo do futebol amador do Brasil (Taça Paraná).

Porém, se o futebol tamandareense possuiu uma história gloriosa, foi graças aos ilustrescidadãos tamandareenses que tiravam "dinheiro do bolso" ou que dispunham de seu preci-oso tempo, para organizar o time ou torneios, para ajudar seus atletas a realizarem o sonhode disputar um torneio oficial. Cito os principais: Tiago Francisco Costa, Arzemir Francis-co Gulin, Vicente Romano Lovato, Joaquim Antonio Dalledone, Leônidas Antonio Ro-drigues Dias, Antonio Rodrigues Dias, Luciano Perussi, Juvino da Cruz, Família Kokott.

Porém, o futebol não é exclusivo da Sede. Há também a Sociedade Educativa Tanguá,fundada em 08 de agosto de 1943, com sede no Bairro do Tanguá, onde manda seus jogosno Estádio Francisco Thiago da Costa; a Sociedade Operária Beneficente EsportivaAreias (do bairro de Areias); o Tupã Futebol Clube, desde a década de 1950, quepossui o Estádio Valentin Kokot (Jardim Apucarana); o Grêmio Esportivo 7 deSetembro, fundado em 07 de setembro de 1985, que manda seus jogos no EstádioLeopoldina Dias Farias (talvez o único estádio de futebol no Brasil e até no mundoque possui uma patronesse como denominação); além de outros clubes. Porém, nadécada de 1950 e 1960 existiram times que marcaram época, mas que não existemmais: O 1º de Maio (Cachoeira), cujo campo ficava onde hoje se encontra a EscolaMunicipal Coronel João Candido de Oliveira e o Supermercado Quiti; o Cachoeira,fundado pioneiramente pelo Sr. Antonio Rodrigues Dias e amigos; o Bracatinga FutebolClube (Lamenha Pequena); o Continental (Mato Dentro); a Tranqueira (mandava seujogos em um campo próximo à antiga Estação Ferroviária).

PlantelCampeão de1970 emsolenidadecomemorativarealizada naextintaSociedadeRecreativaAlmiranteTamandaré.

Fonte: Mariza Johnson, 1970

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

490

CENTRO ESPORTIVO LAMENHA GRANDE

A partir do contexto noticiado pela Folha de Tamandaré. Lamenha grande ganha cen-tro de referência ao esporte. Ano XVII, nº 437, outubro de 2002, p. 10, em 26 de outubrode 2002 na Lamenha Grande foi inaugurado pela prefeitura municipal mais um estádiode futebol para atender as necessidades não só do futebol tamandareense. O estádio com2.500 m² contava com uma arquibancada para acomodar 500 pessoas, vestiário, sala paraimprensa e dois banheiros. No evento de inauguração se apresentaram a Fanfarra do Co-légio Estadual Professora Maria Lopes de Paula e dois times (Associação Desportiva Lame-nha Grande e o Casemira Clube, ambos de Almirante Tamandaré). O jogo inaugural foientre os veteranos do Lamenha Grande contra um time de veteranos da Prefeitura Muni-cipal (4x1 para Prefeitura). Marcaram presença na inauguração o Prefeito Cezar Manfron,a Primeira Dama Neli Simões, o Vice-Prefeito Ariel Buzato, e os Vereadores: LourençoBuzato, Zair José, Amauri Lovato, João Antonio Bini, Osvaldo Stival e a Sra. MatildeCzorne, além do diretor de esporte Arley Bini.

PIONEIROS TIMES DE FUTEBOL DE FIM DE SEMANA

No entanto, existem grupos de futebol em Tamandaré, que não disputam campeonato,porém há décadas se reúnem para jogar futebol. O mais antigo é o time (grupo) do Cobra,que desde 1976 joga na Chácara do Kotovski, onde segundo a "Folha de Tamandaré. Koto-vski reune cobrões da bola. Ano V, nº 89, 30 de janeiro de 1990", p. 3, craques e persona-lidades do futebol brasileiro lá jogaram e fizeram parte do grupo, cito: Assis (do Atlético-PR, Fluminense), Levir Culpi (técnico consagrado), Serginho (Atlético-PR, Paraná, Coriti-ba, Pinheiros), Leomir (Coritiba, Fluminense), Carlinhos Neves (preparador físico da Se-leção Brasileira).

O Estádio Fran-cisco Tiago daCosta foi inaugu-rado solenementecom um jogoamistoso Tanguáx Clube AtléticoParanaense emabril de 1979.

Foto: Arquivo do Jornal Estado do Paraná

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

491

O time do Cobra é grupo particular com sede na Chácara do Kotovski no Botiatuba, oqual seu campo é denominado de Ninho da Cobra. Seu fundador foi Antonio Ilson Koto-viski no ano de 1976, mas só em 1985 foi estabelecido um uniforme personalizado. O jogode estréia do uniforme foi batizado por uma bela vitória de 5 contra um gol do time doBairro Alto (agremiação tradicional do futebol amador curitibano). Participaram pelo Cobradeste histórico jogo, o goleiro Otavio Kotovski, Imério Milek, Antonio Kotovski, AldneiSiqueira, João Antonio Bini, Carlinhos, Marcão, Tico, Fratone, Gilberto (Gil), Roberto,Biro-Biro. O treinador era o Polaco. Com o passar dos anos muitos jogadores profissionaisvestiram a camisa do Cobra, sendo: Claudio Marques (Coritiba), Caxias (Paraná), EdsonBorges (Coritiba), Reinaldo Xavier (Palmeiras), Dionísio (comentarista), Assis (Atlético-PR), Marlon (Paraná), Alexandre Totó (Coritiba), Pedrali (Atlético-PR). Nos finais de ano,se fazia a festa de encerramento, era sempre realizado um jogo contra um grupo de jogado-res profissionais treinado pelo Levir Culpi e Carlinhos Neves. Os jogos mais importantesdo grupo Cobra foram: a entrega de faixa ao Tupã (campeão municipal em 1995) e contrao Clube Atlético Paranaense nos festejos 103º aniversario da cidade. No ano de 2004, oCobra se torna o Grupo Formol, onde num contexto de grupo restrito e fechado é forma-do por atletas com mais de 40 anos, realizando suas atividades sempre aos domingos pelamanhã. Não realiza mais amistosos.

Outro grupo que ainda persiste desde o ano de 1978 é o Clube Butantan, fundado porAntonio Rodrigues Dias e continuado por seu filho o Sr. Leônidas Dias o qual disputoumuitos jogos pelo interior do Estado (Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu) e países vizinhoscomo Argentina e Paraguai. Seu primeiro jogo foi no Tanguá (Estádio Francisco Tiago daCosta) e o segundo no campo do União Ahú. Mais de 500 personalidades fizeram parte dogrupo Butantan, sendo políticos, jogadores profissionais, cartolas do futebol, atletas, fun-cionários públicos. O ano de 2012 foi marcante para este grupo, pois foi o ano do jogo 1.000, oqual se realizou no contexto das solenidades de inauguração do Estádio Municipal de Tunas doParaná realizada em 20 de maio, onde o Butantan ganhou de 4X2 do Tunas. Porém, as festividadesdo milésimo jogo ocorreram em 27 de maio de 2012 no Complexo Esportivo Beto Buzato,com vários jogos, relatos dos 55 fatos mais curiosos da história do grupo.

F.V.Cobra, em pé:Polaco, ImérioMilek, AntonioKotoviski, Moizés,Otavio Kotoviski,Carlinho, Marcão.Agachados: Aldi-nei Siqueira, Tico,Antonio Fratone,Biro-Biro, JoãoAntonio Bini, Gil-berto (Gil) e Ro-berto.

Fonte: Acervo do Cobra, 1985

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

492

Existem e existiram outros, porém, estes são os mais tradicionais da cidade. No entan-to, são grupos fechados.

FESTIVAIS DE FUTEBOL

Pioneiramente, as competições futebolísticas começaram a ser organizadas na cidadenas décadas de 1960 e 1970, as quais eram denominadas de Festivais de Futebol, que naverdade eram torneios realizados sempre em um domingo de cada mês, em localidadesdiferentes. Além do futebol, contavam em algumas edições com apresentações de dançaao ar livre. A princípio, os organizadores mandavam um convite (ofício) para os líderes detime de cada localidade de Almirante Tamandaré.

"Segundo relatos de moradores antigos, um desses torneios seria realizado no campo doSão Miguel (onde hoje é a garagem da TABA, junto à atual Rua Pedro Jorge Kotoviski). Epor indisciplina de sua torcida e jogadores, a localidade do Botiatuba não foi convidada.Torcedores do time da localidade revoltados com tal atitude dos organizadores resolveramse vingar. Eis que, na madrugada de sábado para domingo, eles araram o campo.

No domingo de manhã, quando os organizadores chegaram e viram aquilo, ficaramloucos. Porém, com um pequeno mutirão conseguiram arrumar o campo. No entanto, jápassava das duas horas, segundo um dos relatores que era morador da localidade e era piána época, o qual foi solicitado para ver como estava o clima. Chegando lá, viu todos bra-vos, mas sequer desconfiavam de quem havia feito tal sacanagem. Voltou até a Igreja doBotiatuba e informou que o festival ia começar e que ninguém desconfiava do autor da-quela sacanagem. Diante disso, se reuniram os jovens do Botiatuba e foram ver o festival.

Chegando lá, perceberam que apesar do pessoal não saber quem foi, desconfiavamdeles. No tocante desse clima hostil, a turminha do Botiatuba subiu no caminhão e estavaindo embora. Foi neste instante que, por destino a bola (a única) passou em frente aocaminhão. Resultado: O motorista ao invés de desviar, passou por cima e fugiu, para evitarconfusão. Neste contexto todo, o Festival do São Miguel não teve um campeão naqueledia.

LIGA DOS MINÉRIOS

Em referência à Tribuna dos Minérios, de 23 de abril de 1971, p. 3, a Liga dos Minériosfoi uma ideia colocada em prática em um Arbitral realizado em 03 de abril de 1971, nasdependências dos Salões da Sociedade Bocaiuvense; o representante da Federação Parana-ense de Futebol Edgar Lesnau que orientou a reunião garantiu que, se o torneio se desen-volvesse bem, seria oficializado.

Em respeito às informações da Tribuna dos Minérios, de 07 de maio de 1971, nº 50,presente na Coluna do Esporte Amador, p. 3 é noticiado que os mesmos que participaramda origem da Liga Regional dos Minérios se fizeram presentes no evento inaugural damesma no Campão, em Almirante Tamandaré. Na ocasião estavam o Prefeito Dr. AntônioJohnson, Dr. Dino Brassac (representado o SESI do Paraná), Luiz Carlos Basseti, AntônioRodrigues Dias, Florismundo Alberti, Leônidas Antônio Rodrigues Dias, Carlos Augusto

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

493

Rose, João Candido de Oliveira Neto, Renê Vaz, José Pedroso de Morais, João da Silva,Aristides Elias, Otávio Stocchero, Tadeu Viczs, Azemir Gulin e tantos outros que entende-ram a grandiosidade desta Liga Regional de Futebol para a Região dos Minérios.

A competição foi patrocinada pelas prefeituras de Almirante Tamandaré, Rio Brancodo Sul, Bocaiuva do Sul e SESI.

A Liga teve seu pontapé inaugural com uma grande festa esportiva na forma de torneiorealizada em 25 de abril de 1971. Neste histórico momento, com a coordenação do Sr.Leônidas Dias, que foi designado pelo SESI e a presidência do Dr. Antônio Johnson,desde as primeiras horas da manhã dirigentes, rainhas, torcedores, atletas e autoridades sefaziam presentes ao estádio de Almirante Tamandaré (antigo Campão) para a grande festaque todos aguardavam com muita ansiedade pela motivação que tal campeonato trouxe aomunicípio e à toda região.

Participaram do torneio e depois do campeonato: C.E. Ermírio de Morais (Cia. DeCimento); Itaperuçu F.C; G.E. Municipal (Rio Branco do Sul); Almirante Tamandaré;América; União do Norte; C.E. Bocaiuvense (Bocaiuva do Sul); Colônia Marques Abran-tes (Bocaiuva do Sul/atual Tunas do Paraná); Continental F.C (Almirante Tamandaré) eTupã F.C. (Almirante Tamandaré).

A solenidade contou com a presença da Banda da Corporação do Corpo de Bombeirose as seguintes autoridades: Dino Brassac, diretor de esporte do SESI, Dr. Diniz Mehl An-drusko, Sr. Edgard Lesnau, Edmar Barone, Zair Candido de Oliveira (presidente da ARE-NA), atleta Pedrinho do C. A. Seleto (Paranaguá), Srs. Prefeitos e delegados de polícia, Sr.Representante da S. Ex.a Coronel Hamilton de Oliveira Castro e outras dezenas de figurasimportantes do esporte, política e da sociedade paranaense.

O festivo dia contou inicialmente com um desfile das agremiações, sendo o G. E. Muni-cipal o grande campeão do mesmo. O título do Torneio Início ficou com o AlmiranteTamandaré, vice: C. E. Ermírio de Morais; terceiro Marquês de Abrantes e o quarto lugarficou com o América. No que tange o campeonato, o seu primeiro campeão foi a Bocaiu-vense.

A Tribuna dos Minérios, 12 de novembro de 1971, nº 76, p. 5, informava que em 09 denovembro de 1971, na cidade de Rio Branco do Sul, dentro da maior harmonia foi realiza-da a Reunião do Arbitral com a presença de todos os clubes participantes, quando ossenhores dirigentes prometeram que tudo fariam para que o segundo Campeonato dosMinérios conseguisse o objetivo, uma vez que os distúrbios "acabaram" com o primeirocampeonato, esta competição tinha a responsabilidade de Rio Branco do Sul com o líderRenê Vaz Bittencourt. Ficou decidido também que os interesses das agremiações de RioBranco do Sul seriam resolvidas por Renê Vaz e os demais na sede da Liga com o Sr.Leônidas Dias.

Os participantes da 2ª edição da Liga dos Minérios eram: G. E. Municipal, ItaperuçuE.C., C. E. Ermírio de Morais, Santa Cruz F.C., Cia. Itaú, A.M.E, Almirante Tamandaré,Tupã F.C, G. E. Juventude, Gloria F.C., Cachoeira e União do Norte F.C.

A mesma notícia da Tribuna dos Minérios destacava a seguinte perspectiva da comuni-dade futebolística da região: "O campeonato que deverá ser diferente do primeiro, uma vezos 'donos' do campeonato não darão 'ordens' em prejuízo de uma competição".

Esta competição teve cobertura da Rádio Marumby, Tribuna dos Minérios e DiárioPopular.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

494

Em 21 de novembro de 1971, ocorreu a abertura em Rio Branco do Sul da segundaedição com o tradicional Torneio Início, sendo o Campeão do mesmo o Almirante Ta-mandaré ao ganhar do Municipal de Rio Branco do Sul por 1X0.

Na data de 25 de agosto de 1972, era publicado o texto de Leônidas Dias na p. 3 daTribuna dos Minérios, nº 49, que era "criada" e oficializada a Liga Regional de Futebol dosMinérios, sendo seu primeiro Presidente o Dr. Antonio Johnson; Vice-Presidente RenêVaz Bittencourt; relações públicas e representante junto à Federação Paranaense de Fute-bol Leônidas Antonio Rodrigues Dias, Dr. Diniz Mehl Andrusko (presidente da J.D.D);Lauro Amarante (departamento de árbitros); João da Silva no Conselho Deliberativo en-tre outros. Neste mesmo espaço era informado que, em 1972, a Liga dos Minérios garantiauma vaga na Taça Paraná.

Com esta nova configuração, é considerado como primeiro campeão o Almirante Ta-mandaré Futebol Clube, e por efeito, o primeiro clube da cidade a disputar a Taça Paraná.Ou seja, por muitos anos ser campeão da Liga era um requisito indispensável para partici-par da Taça Paraná de futebol amador.

Merece destaque a contagem de ponto do certame, os clubes começavam com a pontu-ação máxima, o campeão do grupo ou do turno era aquele que perdia menos pontos.Atualmente, o padrão é os clubes partirem de zero e somarem o maior número de pontospossível.

Em referência ao Almirante Tamandaré, campeão de 1972, temos segundo a Folha deTamandaré, de 1º de maio de 1985, que em 1º de outubro de 1972 ele pioneiramenteestreou na Taça Paraná no Estádio Erondi Silvério ganhando de 2X1 do Trieste de SantaFelicidade. Os gols do Tamandaré foram marcados pelo Marília e Jair. O time que dispu-tou esta histórica partida estava assim formado: Arnaldo, Hélio, Roldão, Vagalume, Be-quinha, Chemim, em seguida substituído por Joãozinho, Cisso, Jair, Marília, Padreco eLaertes, substituído por Moizés.

No ano de 1975, não ocorreu o torneio por motivos de transição política administrativanos municípios.

Em respeito às informações da Tribuna dos Minérios, de 08 de fevereiro de 1981, nº304, é noticiado que em assembleia realizada na data de 06 de fevereiro de 1981, na sededa Federação Paranaense de Futebol, com toda a diretoria da Liga dos Minérios e presi-dentes e representantes dos clubes filiados, foi decidido pela extinção da mesma e a Cria-ção da Liga de Futebol de Almirante Tamandaré. Esta decisão ocorreu para atender asdeterminações da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que não mais aceitaria ligasoficiais com a denominação diferente de suas cidades sedes. A Liga dos Minérios foi aprimeira a acatar tal decisão.

A Liga de Futebol de Almirante Tamandaré, independentemente de nome, continuoulegando a sorte do interesse das administrações municipais. Nos anos de 2011 e 2012, nãofoi disputada em virtude de um brutal assassinato que ocorreu na final do torneio realiza-da em 20 de dezembro de 2010, no Estádio Municipal Joaquim Dalledone "não ligado àbriga de torcida", mas a problemas particulares que vitimaram terceiros. Em virtude desteincidente, a final entre Comando Vermelho e o Navegantes foi finalizada antes de seutérmino quando ainda o jogo se encontrava em 0x0. Diante deste fato, não houve cam-peão neste ano.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

495

Campeões até 2008:1971 - Bocaiuvense;1972 - Almirante Tamandaré Futebol Clube;1973 - Municipal (Rio Branco do Sul);1974 - Juventus (Colombo), campeão invicto;1976 Combate Barreirinha;1977 - Combate Barreirinha;1978 - Viação Colombo;1979 - Juventus (Colombo);1980 - Almirante Tamandaré Futebol Clube;1981 - Almirante Tamandaré futebol Clube;1982 - Combate Barreirinha;1983 - Bocaiuvense (Bocaiuva do Sul);1984 - Bocaiuvense;1985 - Bocaiuvense;1986 - Almirante Tamandaré Futebol Clube;1987 - Tupã Futebol Clube;1988 - Sociedade Esportiva Recreativa Almirante Tamandaré (SERAT);1989 - SERAT;1990 - SERAT;1991 - SERAT;1992 - Vasco da Gama (Almirante Tamandaré);1995 - Tupã Futebol Clube (Almirante Tamandaré);1996 - Tupã Futebol Clube;

Elenco base da Associação Esportiva Bocaiuvense (uniforme rubro-negro) que foi ocampeão da primeira edição da Liga dos Minérios em 1971, que deu origem à ofici-al em 1972 (a fonte não identificou os jogadores).

Foto: Tribuna dos Minérios, 18/02/1972

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

496

2004 - Associação Atlética Napoli (Almirante Tamandaré);2008 - Boca Junior (Almirante Tamandaré).A Liga dos Minérios foi o marco inicial de muitos profissionais do futebol, como é o

caso do ex-árbitro de futebol profissional Valdir de Córdova Bicudo. O atual Presidente daFederação Paranaense de Futebol Hélio Cury exerceu a função de presidente da ComissãoDisciplinar da Liga de Futebol Minérios.

Destaca-se o tamandareense Marcos Camargo que, antes de se tornar árbitro profissio-nal do quadro da Federação Paranaense de Futebol e de reconhecimento nacional, fezparte da seleção de árbitros da COBRAF em 2007, apitou muitos jogos da Liga de Taman-daré. Ele é filho de Juvenal e da saudosa pioneira candidata a vereadora, professora Tere-zinha Camargo.

COPA FOLHA DE TAMANDARÉ

Leônidas Dias criou em 1985, a Copa Folha de Tamandaré, inicialmente abrigandoagremiações da cidade de Almirante Tamandaré, e da região Norte de Curitiba. A feliziniciativa foi crescendo e ganhou notoriedade abrangendo maior número de participan-tes, não só da cidade como também de toda a Região Metropolitana. Grandes clubes ama-dores de renomes compostos por elencos de ex-profissionais passaram a tomar parte nareferida competição tornando-se um evento futebolístico tradicional e um dos mais impor-tantes e de referência no Brasil, depois da Taça Paraná ou paralela a ela no contexto dofutebol amador.

A histórica primeira edição da competição começou no último domingo de outubro de1985, contando com a participação de 14 equipes: Tranqueira A, França Machado, Uni-dos do 14, Caldeirão, São Jorge, Guaraituba, Novo Horizonte, Tanguá, União Ahú, XIVde Dezembro, Calcoagro, Vasco da Gama, Tranqueira B e América de Colombo. A deci-são ocorreu em março de 1986, quando sagrou-se campeão o Calcoagro, representante daprópria cidade sede (Almirante Tamandaré). O vice- campeão foi o União Ahú, de Curiti-ba.

Calcoagro, o primeiro campeão. Iniciou a competição com uma derrota para o Vasco por 3X1. Em pé: LuizCarlos Lovato (Ito), Imério Milek, Pulo Lovato (Pararaca), Willer Ariel Chevônica, Oilson Cordeiro (Cis-são), Jorge Lovato, Amarildo Gulin, Vicente Lovato. Agachados: Otavio Kotoviski, Adilson Mocelim, (...),Adilson (Cobrinha), Marcos Marodin, Daniel Lovato, (...).

Foto: Folha de Tamandaré, 01/11/1985

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

497

O ano de 1989 trouxe várias novidades que acabaram se tornando uma solenidadetradicional e indispensável que marca oficialmente a abertura da Copa Folha de Tamanda-ré. A 5ª Edição contou com a apresentação em forma de desfile das 31 agremiações parti-cipantes, seguida da eleição da Rainha da Copa Folha e um posterior Torneio Início reali-zado em 08 de outubro no Estádio do União Ahú.

A participação no desfile até a presente pesquisa é obrigatória, caso a agremiação nãoparticipe ocorre a eliminação da mesma. A 11ª Edição da Copa Folha, contou com a maioreliminação de sua história, foram 8 agremiações eliminadas do torneio das 28 inscritas.

A solenidade inaugural desta nova fase contou com a presença de ilustres autoridades,como o Deputado Estadual Algaci Tulio, o Prefeito de Curitiba Jaime Lerner e o Prefeitode Tamandaré Roberto Perussi, além de outros. A agremiação campeã do desfile foi aAssociação Campo Largo. O pioneiro concurso da Rainha da Copa Folha foi ganho pelarepresentante do Independente Roma Futebol Clube (Almirante Tamandaré).

Outra característica que marca a Copa Folha de Tamandaré é a homenagem em formade denominação dos grupos da competição com nomes de pessoas saudosas que colabora-ram com ações para melhorar o esporte e a sociedade.

Para efeitos de curiosidade duas personalidades da cidade disputaram como atletas acopa antes de serem prefeitos, ou seja, Cezar Manfron e Aldnei Siqueira (Caldeirão).

Pioneira solenidade de abertura da Copa Folha em 08/10/1989.

Foto: Folha de Tamandaré, 15 de outubro de 1989, nº 84, capa

1º Concurso Rainha Copa Fo-lha de Tamandaré 1ª Prince-sa Luciana (Associação CampoLargo), Rainha Luciane (Inde-pendente Roma), Coordena-dora do Concurso Ariete Mo-celim Perussi e a 2ª PrincesaSuzana (Municipal de RioBranco do Sul).

Foto

: Fol

ha

de T

aman

daré

, 15

de o

utub

ro d

e 19

89, n

º 84

, p. 4

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

498

Em 1996, ocorreu o reconhecimento do trabalho sério desenvolvido pelos organizado-res da Copa Folha de Tamandaré. A partir de sua 12ª edição, ela passou a fazer parte doCalendário Oficial da Federação Paranaense de Futebol.

Os Campeões e vices até a presente pesquisa:1ª edição (85/86) - Calcoagro (Almirante Tamandaré) campeão e vice União Ahú (Cu-

ritiba) - 14 participantes;2ª edição (86/87) - Calcoagro (Almirante Tamandaré) bicampeão e vice União Roça

Grande (Colombo) - 24 participantes;3ª edição (87/88) - Cal Gulin (Almirante Tamandaré) campeão e vice 7 de Setembro

(Almirante Tamandaré);4ª edição (88/89) - 7 de Setembro (Almirante Tamandaré) campeão e vice Barriqueiros

do Ahú (Curitiba) - 30 participantes;5ª edição (89/90) - Barriqueiros do Ahú (Curitiba) campeão e vice: União São Jorge

(Colombo) - 31 participantes;6ª edição (90/91) - Mako Modelo (Almirante Tamandaré) campeão e vice Viação Ta-

mandaré;7ª edição (91/92) - Supermercado Loro (Curitiba) campeão e vice Barriqueiros do Ahú

(Curitiba);8ª edição (92/93) - Supermercado Loro bicampeão e vice Colombo FC;9ª edição (93/94) - Combate Barreirinha (Curitiba) "campeão invicto" e vice Arizona

(Piraquara) - 29 participantes;10ª edição (94/95) - Combate Barreirinha bicampeão e vice Tanguá (Almirante Taman-

daré) - 33 participantes;11ª edição (95/96) - Capão Raso (Curitiba) e vice Supermercado Reis (Curitiba) - 20

participantes - 20 participantes;12ª edição (96/97) - Tanguá (Almirante Tamandaré) campeão e vice Capão Raso (Curi-

tiba);13ª edição (97/98) - Tanguá bicampeão e vice: Quatrobarrense FC (Quatro Barras) - 22

participantes;14ª edição (98/99) - Vasco da Gama (Curitiba) campeão e vice Tanguá (Almirante Ta-

mandaré);15ª edição (99/2.000) - Renove (Fazenda Rio Grande) campeão e vice Boca Júnior (Al-

mirante Tamandaré) - 33 participantes;16ª edição (2.000/01) - Garotos Unidos (Pinhais), vice Quatro Barras, 3º Renove e 4º

Bocaiuvense (Bocaiúva do Sul) - 30 participantes;17ª edição (2.001/02) - Colombo FC (Colombo) campeão e vice Renovicente (Curitiba)

- 24 participantes;18ª edição (2.002/03) - Colombo FC campeão, vice Perugia Bairro Alto (Curitiba), 3º

Madereira Santa Cândida e 4º Garotos Unidos (Pinhais) - 40 participantes (recorde);19ª edição (2.003/04) - Clube Independente (Curitiba) campeão "invicto", vice Perugia

Bairro Alto (Curitiba), 3º. Colombo FC e 4º Quatro Barras - 30 participantes;20ª edição (2.004/05) - Perugia Bairro Alto (Curitiba) campeão, vice Vasco da Gama

(Curitiba), 3º Colombo FC e 4º Santiago (Piraquara) - 31 participantes;21ª edição (2.005/06) - Clube Independente (Curitiba) campeão, vice Roça Grande

(Colombo), 3º Pioneiro (Campo Magro) e 4º Ana Terra (Colombo) - 36 participantes;

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

499

22ª edição (2.006/07) - Ana Terra (Colombo) campeão, vice Clube Independente (Cu-ritiba), 3º Pioneiro (Campo Magro) e 4º União Ahú (Curitiba) - 27 participantes;

23ª edição (2.007/08) - Independente / Olympique (Curitiba) campeão, vice GarotosUnidos (Pinhais), 3º Bairro Alto (Curitiba) e 4º Pioneiro (Campo Magro) - 39 participan-tes;

24ª edição (2.008/09) - Ana Terra FC (Colombo) campeão; vice XV de Novembro (Co-lombo); 3º lugar Olaria / Palmeirinha (Curitiba); e 4º lugar Maracanã (Colombo) - 43participantes;

25ª edição (2.009 / 2.010) - Ana Terra (Colombo) campeão; vice Combate Barreirinha(Curitiba);

26ª edição (2.010/2011) - Desportivo Bordignon (Pinhais) campeão; vice Palmeirinha(Curitiba) - 50 participantes;

27ª edição (2.011/2012) - Desportivo Bordignon (Pinhais) bicampeão; vice 7 de Setem-bro (Almirante Tamandaré) - 56 participantes;

28ª edição (2011/2012) - Vila Torres (Curitiba) campeão; vice Quatro Barras; 3º lugarPalmeirinha (Curitiba); e 4º lugar Bocaiuvense - 54 participantes.

Protagonistas da final da 28ª Copa Folha de Tamandaré realizada em um dia chuvoso de 30 de junho de2013, ganho pelo Vila Torres (de vermelho) por 2x1 frente ao Quatro Barras (cinza). Esta partida foi marcadapor confusões que acarretaram com seu término aos 31 minutos do segundo tempo/Foto: Antonio IlsonKotoviski Filho, 2013.

PIONEIROS JOGADORES PROFISSIONAIS DA TERRA

Apesar de o futebol ser uma paixão da maioria dos brasileiros, jogar em nível profissio-nal é para poucos. Pois, nem sempre quem tem talento, consegue seguir a carreira futebo-lística, como também nem todos que tem condição e disposição conseguem alcançar o

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

500

profissionalismo. No entanto, existem aqueles que em época onde o trabalho estava acimade tudo, a ponto de ofuscar a importância do estudo e, consequentemente, marginalizar oesporte, conseguiram se destacar, vencer e realizar um sonho.

Um dos pioneiros foi o esportista de coração e atitude Leônidas Antonio RodriguesDias, Jornalista de profissão, natural de Almirante Tamandaré, nascido em 11 de agostode 1944, o qual jogou profissionalmente futebol pelo Palestra Itália (atual Paraná Clube).Porém, na entrevista realizada com ele em uma tarde memorável do dia 19 de abril de2011, ele não se considerava profissional, pois explicava que jogou no time profissionalmeio tempo contra o Olímpico de Irati e meio tempo contra o Seleto de Paranaguá. Noentanto, ele era ainda Juvenil (na época equivalia à categoria Junior).

Em novembro de 1969, a Tribuna dos Minérios noticiava: "Leônidas no Atlético", como seguinte teor: "Todo jovem de Almirante Tamandaré, Rio Branco do Sul e Colombo,que tenha por objetivo tornar-se um astro da pelota, agora poderá ter sua grande oportuni-dade no Clube Atlético Paranaense, pois um filho desta região, Sr. Leônidas A. R. Dias,foi convidado (e aceitou) pelo Dr. José de Siqueira Junior, presidente do rubro-negro, paraocupar o cargo de Diretor de Futebol Juvenil desta tradicional equipe do futebol do Para-ná.

Leônidas, que é filho de Almirante Tamandaré, revolucionou aquele departamento, ecom esta indicação a terra do Dr. Johnson marcou novo feito, pois pela primeira vez umcidadão de Almirante Tamandaré vem ocupar um cargo diretivo em equipe profissionaldo Paraná".

Existe um fato marcante preservado pela oralidade de um jovem apelidado de Dico"Patudo", centroavante de qualidade rara, porém com uma característica que o impediu deser profissional, ou seja, só jogava descalço. Segundo seu José Maria Soares, jogador profis-sional na década de 1960 do Britânia (Paraná Clube) e do Operário Ferroviário (Ponta

Foto do finalda década de1950, ondeaparece o atle-ta do Palestra,L e ô n i d a sDias, em diade jogo no an-tigo Estádiodo PalestraItália no bair-ro do Taru-mã, Curitiba(não existemais).

Fonte: Acervo de Leônidas Dias

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

501

Grossa): "O moço na década de 1960 foi fazer teste no Coritiba F. C., no primeiro tempodo treino mal pegou na bola, porém, na etapa final resolveu tirar as chuteiras e por efeito"barbarizou" no teste. Terminado o teste, os examinadores falaram: Você está aprovado,desde que jogue de chuteiras!"

Outro tamandareense, mas do Botiatuba que vestiu a camisa 1 de goleiro do Pinheiros(atual Paraná Clube) em 1977, foi o esportista Otavio Kotoviski, com maior destaque devi-do ao acidente sofrido no clássico Pinheiros e Coritiba, onde veio a fraturar a perna nadividida com o jogador e atual comentarista Dionísio Filho, foi o tamandareense da Sede,o professor de Educação Física Vitor Lovato, que vestiu a camisa do Coritiba em 1985-86(estava no plantel que foi Campeão Brasileiro), Iguaçu de União da Vitória e do Fantasma(Operário Ferroviário Esporte Clube). No ano de 1994, o tamandareense Marcelo OilsonCordeiro Junior (Italiano), vestiu a camisa de zagueiro do Coritiba. Na década de 1990,também representou o futebol tamandareense no futebol profissional, o goleiro WillerAriel Chevônica, que jogou no Batel de Guarapuava. O jogador tamandareense que maisteve destaque no futebol a partir de 1998, foi o atacante Marcelo Tamandaré (Edson Mar-celo de Faria Manfron), que teve passagem pelo Coritiba, Malutron, América do México,Ajaccio da França, Beleneses de Portugal, Vasco da Gama-RJ, Portuguesa, Atlético-PR,Fortaleza, Ionikos da Grécia e Rio Branco de Paranaguá (elenco do Centenário). Porém,foi uma mulher tamandareense que chegou à Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Adona dessa façanha foi a zagueira Angela Marcia Ferreira da Silva, que em 1996 foi convo-cada para a Seleção Olímpica de Futebol Feminino, que disputaria o torneio de futebolnas Olimpíadas de Atlanta. No entanto, foi cortada.

Goleiro Ota-vio Kotoviski,jogando noantigo cam-pão, 1975.

Foto: Álbum da Família Kotoviski

É lógico que existiram mais jogadores profissionais em Tamandaré, principalmente apartir do ano de 2000. Porém, há de se destacar que estes citados foram os pioneiros.Porém, nas categorias de base dos times da capital, não raro era encontrar um tamandare-ense, a tal ponto que se for citar nomes, vai faltar espaço no livro.

OLIMPÍADA TAMANDARÉ 85

Porém, o esporte em Almirante Tamandaré não se resume só ao futebol. A partir doque foi noticiado pela Folha de Tamandaré. Olimpíada Tamandaré 85. Ano I, primeira

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

502

quinzena de novembro de 1985, p. 7, em outubro de 1985, o departamento de Esporte daPrefeitura de Almirante Tamandaré, realizou a Olimpíada Tamandaré 85, a qual estavaaberta a todos os atletas da cidade e região, para disputar diversas modalidades.

CICLISMO E O MONTAIN BIKE

Em Almirante Tamandaré merece destaque o ciclismo, pois teve em Marcos AurélioTavares seu pioneiro representante, o qual iniciou nesta modalidade em 1976. Em 1978,fez parte da Equipe Peugeot de Ciclismo.

Em referência à Folha de Tamandaré. "Paranaense de Mountain Bike". Ano VIII, 31 dedezembro de 1993, nº 200, p. 20, na data de 05 de dezembro de 1993 ocorria a 6ª e últimaetapa na cidade de Almirante Tamandaré do primeiro Campeonato Paranaense de Moun-tain Bike realizado na história desta modalidade esportiva no Estado. A prova foi promo-vida pela Federação Paranaense de Ciclismo em parceria com a Prefeitura, e foi patrocina-da pela Calais Indústria Química S/A, Cal Hidra e Posto Vanelli. Neste dia participaramdois tamandareenses: José Luciano Lopes, na Categoria Cadete e Marco Aurélio Tavaresna Categoria Master.

A Gazeta Ancorado. Campeão Paranaense de Ciclismo. Ano II, nº 31, 24 de dezembro de 1996,p. 7, noticiava que em 1996, o ciclista tamandareense Maicon Jean de Freitas (Kito), foi campeãoParanaense de Ciclismo, categoria infantil, assim como na mesma categoria, a ciclista Taís Tava-res, recebeu o troféu de terceira melhor ciclista paranaense da temporada de 1996.

A partir das informações da Folha de Tamandaré. O Mountain Bike Tamandareensenos Jogos Abertos do Paraná. Ano XIV, nº 360, 1º de dezembro de 1999, em 16 de outu-bro de 1999, a cidade teve pela primeira vez em sua história esportiva representante namodalidade de Mountain Bike nos Jogos Abertos do Paraná, realizado em Toledo, graçasao apoio de Vitor Lovato, Secretário de Esporte da época, que inscreveu Antonio IlsonKotoviski Filho (001) e Cleverson Ribeiro (002). Porém, foi um tamandareense que corriapor Colombo, que ficou com a medalha de prata (José Luciano Lopes), quebrando a do-bradinha dos maringaenses (Campeões Paranaenses e do Sul do Brasil).

O Jornal da Unibrasil. Mountain bike. Ano II, nº 09, maio de 2002, p. 2, traz a infor-mação que no ano de 2001, na região da "tríplice fronteira do município" (AlmiranteTamandaré/Campo Magro, Curitiba/Campo Magro e Almirante/Curitiba), foi realizadoo Campeonato Brasileiro Universitário de Mountain Bike, promovido pioneiramente pelaFPDU (Federação Paranaense do Desporto Universitário), em parceria com a CBC (Con-federação Brasileira de Ciclismo) e FPC (Federação Paranaense de Ciclismo). O atletatamandareense da UNIBRASIL, Antonio Ilson Kotoviski Filho, conquistou a medalha deBronze desta competição, a qual só tinha o nome de "universitária", pois todos os atletasque disputaram esta competição de Cross Country de Mountain Bike, pertenciam à cate-goria Elite de seus respectivos Estados.

ENCONTRO DOS DESPORTISTAS TAMANDAREENSES

Foi noticiado pela Folha de Tamandaré. Tamandaré promove encontro dos desportistas

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

503

com homenagem. Ano XVIII, nº 459, agosto de 2003, p. 4, que no ano de 2003, ficouclaro que Almirante Tamandaré não é só futebol, pois a Secretaria de Esporte, promoveuo encontro dos Desportistas com homenagens aos atletas tamandareense, entre eles ocross-motociclista Paulo Stedile (Paulinho), Campeão Brasileiro de Motocross na categoriaMX2, no ano de 1997; Campeão Brasileiro de Supercross categoria 250cc em 2001; Bicam-peão Brasileiro Supermotard SM2 (2006/2007); Campeão Brasileiro em 2009 de Velo-cross VX1 e VX2.

TENISTAS

Em observação ao "Ranking" da Federação Paranaense de Tênis, aparecia no ano de2007, o tenista Leonel Wandley de Siqueira, alcançou o 11º posto no Ranking Geral daFederação Paranaense de Tênis, com 150 pontos, sendo o 4º na Classe 6MB. Em 2010, oSr. Arnaldo Sergio Buzato terminou em 7º posto no ranking geral, somando 300 pontos,na categoria 6MB.

CORRIDAS DE RUA E DUATHLON

Outra manifestação do esporte que se tornou tradicional no município foi a Corrida deRua ou Prova de pedestre da Lamenha Grande organizada pela família Bugalski que devi-do a sua regularidade fez parte do calendário da Federação Paranaense de Atletismo. Inici-ada no ano de 1982, se realizava sempre na data de 7 de Setembro, com hino nacional,premiação com medalhas até o quinto lugar. Sua última edição ocorreu em 1998.

Corrida de Rua da Lamenha, pelotão entrando na Av. Wadislau Bugalski.

Fonte: Jornal do Bugalski (propaganda de candidato), setembro de 1992

Em referência às informações da Folha de Tamandaré. Duathlon em Tamandaré. AnoIX, nº 221, 15 de fevereiro de 1994, p. 5, em 26 de março de 1995, foi disputada a primeiraprova de Duathlon Terrestre na cidade, valendo para a 1ª etapa do Campeonato Paranaen-se. Foi realizado no percurso da Rodovia do Calcário.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

504

Em dezembro de 1999, ocorreu outra prova de Duathlon na cidade, sendo o percursode três quilômetros de corrida (prefeitura à igreja matriz), 20 quilômetros de ciclismo(Tamandaré/Colombo via Rodovia do Calcário) e três quilômetros (prefeitura matriz),esta prova contou com a participação de tamandareense em diversas categorias (MarcosAurélio Tavares, Maicon Jean de Freitas (Kito); Antonio Ilson Kotoviski Filho 1º colocadona categoria sub-23 Mountain Bike).

ATLETISMO/ARREMESSO DE PESO

A Folha de Tamandaré nº 413, de 15 de dezembro de 2001, p. 8, destacava que o garotoJosias A. da Silva (na época com 12 anos), conquistou em Poços de Caldas, Minas Gerais,a medalha de ouro, e por efeito, o título de Campeão Brasileiro em sua respectiva catego-ria, na modalidade de Arremesso de Peso.

Em decorrência deste pioneiro feito, a Câmara Municipal, através da sugestão do vere-ador Piva, promoveu uma homenagem ao campeão. Nesta mesma solenidade foi homena-geado o professor Celso Macionk (treinador do atleta e treinador de atletismo do ParanáClube) e a ginasta Andressa Walter (destaque na época por conquistar várias medalhas namodalidade).

No primeiro plano homenageados: Professor Celso Macionk; ginasta Andressa Walter e o Campeão Brasilei-ro de Arremesso de Peso Josias A. da Silva.

Foto: Folha de Tamandaré, 15 de dezembro de 2001, p. 8

ACADEMIAS PIONEIRAS

No ano de 1982, existiu no Haras Tamandaré, uma pequena academia de musculação(sem aparelhos, só alteres, barras e anilhas) e de Karatê, porém com efêmera duração. Noano de 1983, na Av. Emilio Johnson, 806, abriu a Academia Dragões do Karatê, tendocomo professor o Mestre Amauri. Esta academia só funcionava a partir das 18h00, pois oMestre era caixa do extinto Banco Banestado. Em 16 de dezembro de 1983, graduou aprimeira turma ao nível de faixa amarela. No ano seguinte, se estabeleceu no Sindicato

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

505

dos Comerciários. "Uma das coisas que aprendi e nunca me esqueci desta época foi contarem japonês até dez!"

Neste mesmo local, em 1984, a professora Rita Joseli da Cruz, promovia aulas de Ginás-tica Estética. Em 1986, passou a ser na sede da Assemat como informava a Folha de Ta-mandaré. Ginástica Estética. Ano II, nº 36, novembro de 1986, p. 7. Com advento doGinásio de Esportes, as atividades foram transferidas para o mesmo.

Com o desenvolvimento da cidade, as atividades físicas começaram a fazer parte docotidiano da população. Em 2000, se concretizaram academias na Sede, Monte Santo,Tanguá, Tranqueira e em Cachoeira. Apareceram outras escolas de modalidades de artesmarciais.

No ano de 2006, na Rua Francisco Busato, nº 11, Mato Dentro, começa a funcionar aprimeira escola de natação do município, denominada de Escola de Natação ReinaldoBusatto.

O JOGO DE BOCHA

Também em Tamandaré é tradicional o Jogo de Bocha, trazido pelos imigrantes italia-nos na década de 1930. Uma das pioneiras quadras do município pertencia à antiga Soci-edade localizada na Sede na Rua Coronel João Candido de Oliveira, onde sempre eramrealizados torneios que movimentavam a cidade. Os destaques desta época eram: Francis-co de Lara Vaz (Chiquinho Vaz), Atílio Bini, Antonio Candido de Siqueira (seu Tono),Ambrósio Bini, José Ido da Cruz. Existia na Cachoeira onde era o Bailão Minuano umacancha de bocha.

Em referência à Folha de Tamandaré. Torneio de Bocha. Ano I, nº 32, novembro de1985, p. 8, no dia 12 e 13 de novembro de 1985, no Bar do Milek, junto à Rua FredolinWolf (Sede), foi realizado um pioneiro Torneio de Bocha, promovido pela prefeitura mu-nicipal. O Sr. José Ido da Cruz foi o campeão da repescagem. Na data de 09 de abril de1989, no mesmo local, porém, com nova denominação "Lanches Graciosa", foi realizadooutro torneio de Bocha.

Atualmente, as principais quadras deste esporte no município se encontram no Restau-rante Castelinho na Sede, Clube 21 de abril, no Botiatuba, e no estabelecimento comerci-al do Sr. Aldo Manfron, no Juruqui.

Foi notícia na Folha de Tamandaré. Bocheiros de Tamandaré agradecem Prefeito Vil-son Goinski: Paranaense. Ano XX, nº 515, junho de 2005, p. 4, que no ano de 2005, aequipe do Sr. Arlei Bini, além de disputar o Campeonato Paranaense, também disputouos Jogos Abertos do Paraná, em Guaratuba. Também merece destaque, o fato da cidadepossuir representantes femininos neste esporte.

PUNHOBOL

Outra personalidade esportiva, morador e casado com uma filha da terra, que colabo-rou com o desenvolvimento do Punhobol não só no Paraná e, consequentemente, noBrasil, é o professor de Educação Física Gilberto Martins Queluz Junior. Foi técnico das

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

506

equipes masculinas adultas do Clube Duque de Caxias e do Clube Rio Branco. Em 1995,foi técnico do Duque de Caxias, onde disputou torneios na Suíça, Áustria e Alemanha(tradicionais países representantes destes esportes); em 2005, participou do Sul-americanode Clubes no Chile.

O DESPORTISTA LEÔNIDAS RODRIGUES DIAS

O esporte na cidade é feito por cidadãos anônimos, que muitas vezes conseguem gran-des feitos, mas que infelizmente não são divulgados ou são timidamente divulgados, ouseja, caem em esquecimento.

Na década de 1960, um visionário rapaz da Cachoeira começou a escrever textos rela-tando o futebol amador da região dos Minérios e outros destaques esportivos, sociais elocais nos jornais Tribuna dos Minérios e Diário Popular, e na Rádio Marumby. Após, em1985, com a fundação do Jornal Folha de Tamandaré, uma parte da história esportivatamandareense começou a ser registrada e eternizada. É por este motivo que o CidadãoBenemérito da cidade, o Sr. Leônidas Dias, é sempre homenageado por várias instituições,pois divulga o esporte amador da região metropolitana através de seu periódico e outrosmeios de comunicação. É lógico que prevalece o futebol, pois é um esporte popular, bara-to, e que pode ser jogado por qualquer pessoa. No entanto, sempre que existe um fatomarcante em outras modalidades ou o simples apoio com uma nota de apresentação deum atleta para a comunidade, seu Leônidas não nega espaço em seu jornal.

Neste contexto, é possível observar, que o esporte tamandareense não foi construído sópor atletas, mas por pessoas que possibilitaram aos atletas desenvolverem os seus dons.Seja como patrocinador, treinador, colaborador, divulgador, organizador, ou seja, é nestesentido que também merece destaque novamente seu Leônidas, pois no que tange às in-formações da "Indicação a Mérito Esportivo/proposição 1999" proposto pela CâmaraMunicipal de Curitiba, em seu contexto é citado: "Foi fundador das Ligas dos Minérios,Bocaiúva do Sul, Rio Branco do Sul, Colombo, Almirante Tamandaré e Campo Magro.Sua dedicação ao esporte é a sua história de vida, pois fez e ainda está fazendo muito peloesporte de Curitiba e da Região Metropolitana. Ainda jovem, coordenou de 1967 a 1972 oCampeonato de Futebol do SESI; idealizou e coordenou o Campeonato de Futebol Varze-ano; lançou em sua primeira edição o Campeonato Feminino de Futebol; foi de iniciativaem Curitiba por Leônidas Dias, em parceria com o Jornal Diário Popular e Rádio Capital,o Campeonato Veterano de Futebol, "O Veteranão"; realizou o Campeonato Super-Praião- Shangrilá e idealizou seu maior legado, o Campeonato Copa Folha de Tamandaré e oCampeonato Cobrinhas. Por sua dedicação, fez parte da Federação Paranaense de Fute-bol, ocupando o cargo de diretor do Departamento de Interior, coordenando à Taça Para-ná por dois anos".

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

507

É equivocado pensar que nas décadas anteriores a 1950, a vida era um tédio por falta doque fazer, simplesmente porque não existia televisão, baladas ou outras atividades que nosprendem atualmente. Naqueles tempos, a diversão existia e era muito apreciada. Existiamas práticas esportivas (futebol), desfiles cívicos, conversas de fim de tarde nas mercearias,pessoas que se reuníam para escutar rádio à tarde na casa de quem tinha, bailes, matinês,circo, festas de igreja, aniversários, eventos de pic-nic (muito realizado no período de 1909-1915). Dentro da realidade da época existia diversão.

O entretenimento da criançada nas décadas anteriores a 1950 nada pareciam com oque se tem na atualidade. Pois, as crianças brincavam e muitas vezes produziam seus pró-prios brinquedos. Aguçavam a criatividade através disto. Da mesma forma que desenvolvi-am espontaneamente a coordenação motora.

Não raro, nos relatos de entrevistados, foi possível perceber, principalmente, quandoeles observavam seus netos brincarem ou ganharem brinquedos sofisticados, uma unâni-me e descritiva confirmação de um fato comum. Relatos espontâneos que no tempo deles(décadas anteriores a 1960) as brincadeiras eram mais sadias e os brinquedos eram feitosem casa. Com rara exceção.

A maioria comentou ou conheciam a brincadeira da perna-de-pau, cujo brinquedo erafeito por eles mesmos. Como também brincavam de corrida, atravessar banhado, jogarbola, tudo utilizando a perna-de-pau. Esta brincadeira não era exclusiva só de piás, asmeninas também brincavam. No contexto da pesquisa, descobri que a brincadeira da per-na-de-pau é milenar e praticada por vários povos no mundo. Ela é derivada de atividadesligadas à sobrevivência. Esta ganhou impulso nas apresentações circenses que, por efeito,foram imitadas por populares no contexto de suas brincadeiras na Europa, chegou aoBrasil enraizado na própria cultura do colonizador português e espanhol.

Outra brincadeira era empurrar argola com um pedaço de pau. Ou seja, a criança preci-sava de uma argola e um cabo de vassoura, o qual tinha um arame na ponta dobrado emforma de gancho. O objetivo era controlar a argola enquanto se andava ou corria. Esta erauma brincadeira praticamente de menino.

Diversão

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

508

Com o aparecimento das latas de leite ou de outro produto, começa a se difundir acarretinha de lata desde 1960. Várias latas eram preenchidas com areia ou barro, e ligadauma na outra com um arame, que atravessavam a lata. Estas eram puxadas como se fosseum "carrinho de plástico moderno". Poderia ser feita com uma única lata. Esta brincadeiraconseguiu sobreviver até o início da década de 1980. Este brinquedo era também feitopelas próprias crianças. Era uma brincadeira de piá.

Existiu também a brincadeira de carrinho de roda de madeira, parecida com os carri-nhos de rolimã. Porém, os rolamentos eram caros e de difícil acesso, além de não existirestrada com descida asfaltada, o que inviabilizava o rolamento naquela época, mas que nadécada de 1980 começou a se difundir. As crianças ficavam horas subindo e descendo asladeiras. No entanto, quando se morava perto de uma colina com grama ou mato deinclinação acentuada, as crianças desciam em cima de tábuas ou papelão.

As meninas brincavam com bonecas de pano, de casinha e escola. Imitavam o cotidianodoméstico das mães. Brincavam de rodas e cantavam em meio a esta atividade infantil.Também brincavam de cobra-cega junto com os meninos.

Existiam os brinquedos: Raias (pipa), peão, ioiô e o bilboquê, os quais eram fabricadospelas próprias crianças. Como também as brincadeiras de faz de conta, os quais elas imagi-navam uma personagem e imitavam e se organizavam para imitar o que imaginavam eobservavam na realidade. Muitas crianças, principalmente os meninos não saíam de casasem a setra (estilingue), para caçar passarinho. Daí tinha a temporada da pesca, tomarbanho em rio, jogar bola, alguns com bola de meia, outros com bola costurada. Existia ojogo de búlica. Era comum passeio com cavalos na época, mas esta era uma prática reserva-da aos adolescentes.

É lógico que a criançada também fazia malvadeza, como amarrar capim nas trilhas, paraos distraídos caírem. Os meninos faziam arco e flecha para caçar e acertar paina nos ou-tros. Tinha as tradicionais brincadeiras de pega-pega e esconde-esconde e amarelinha oucaracol (praticado pelas meninas).

Nas nostálgicas lembranças de Otavio Kotoviski de contexto ilustrativo é relatado "(...)que um dia seus primos (Milto e Ari) ganharam um arco semiolímpico. Por ser mais sofis-ticado era mais potente que os "inofensivos" arcos de galho de árvore, por este motivo nãopodiam mirar em pessoas! Então saíram para procurar alvo, e resolveram tentar acertar oscabos de transmissão de energia elétrica. Resultado, deixaram praticamente meia cidadesem luz. Porém, ninguém percebeu a traquinagem. Passado um dia resolveram colocarfogo na ponto de uma flecha para ver se acontecia como nos filmes! Resultado, sem quereracertaram o moinho de cereal do tio José Kotoviski (pai de Ari e Milto)! O agravante foique a flecha ficou acesa e cravou em local alto e para piorar não conseguiam chegar pertoda casa para ajudar tentar tirar a flecha, pois o tio José estava muito bravo. Por sorte, omoinho não pegou fogo! Resumindo, em virtude dos acontecimentos, o arco foi confiscado".

Outro relato ilustrativo, só que da década de 1930, foi feito por Odete Basso da Cruz,que citou que em sua infância não existia luz elétrica, e por este motivo as noites eramiluminadas por luz de velas ou lamparinas. Nesta condição, costumavam brincar de fazersombra na parede, ou seja, conforme se colocava a posição das mãos em frente à vela,surgia uma imagem na sombra.

Existiam os milenares jogos de tabuleiro presentes no cotidiano do século de 1920. Osjogos de dama, ludo e trilha, apesar de difundidos, eram feitos caseiramente, seu tabuleiro

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

509

era desenhado e as pedras eram botões de roupa. O jogo de xadrez, por ter suas peças maiscomplexas, era mais raro. Porém, já se conhecia.

As crianças se divertiam, apreendiam e se desenvolviam física, criativa e socialmentecom as brincadeiras. Por isto que estas eram sadias.

Quanto aos brinquedos mais sofisticados e industrializados, eram feitos de lata e à basede corda; outros brinquedos como o cavalinho, ou miniatura de carros na década de 1930,eram feitos artesanalmente de madeira. As bonecas eram de porcelana. Não existiam brin-quedos de plásticos ou à pilhas.

Existia bicicleta, porém esta era cara e restrita, no entanto na década de 1960, era co-mum vê-las pelas ruas da cidade, mas sendo usada por adultos.

Até a década de 1950, não era tão comum ver criança se alimentando com doces o diainteiro. Vários motivos colaboravam com isto, pois a venda desse alimento até este perío-do era pouco praticada. Porém, não raro era ver crianças comendo balas caseiras, o cara-melo, que era feito de forma simples, com açúcar derretido na panela. A partir da décadade 1960, os doces industrializados começam a se difundir e ficar acessíveis. Neste contex-to, marcaram época as Balas Zequinha, Chiclete Americano, Bala Rainha, Campeão, Balade Gasosa, Sete Belo, Rintintim, Pirulito Psicodélico, os doces tradicionais: cocada, pé-de-moleque, maria-mole, chocolate de licor, diamante negro e maria cachucha. Alguns dessesdoces também eram feitos em casa.

Dentro de um contexto ilustrativo, Josélia Kotoviski conta que quando era menina esua mãe ia para Curitiba, geralmente trazia um chocolate Diamante Negro (uma barrinhade 21 gramas), o qual era dividido os pequenos tabletes entre ela e seus irmãos. Na época,o preço do chocolate era caro. Não era como hoje, que existe barra de 80 e 170 gramas apreço acessível.

Até o começo da década de 1980, era possível ver as crianças jogando bets ou bete-ombro (um jogo derivado do Cricket, criado por jangadeiros no Brasil no século XVIII),brincando de se esconder à noite, rodas de voleibol, jogando bola tendo as latas como goldispostas no meio das ruas. Não raro era ver mães indo buscar seus filhos na antiga canchade esporte.

Nesta época, na saudosa cancha de esporte se jogava o trave a trave (gol a gol) que seconsistia em um adversário chutar a bola de sua meta e tentar marcar o gol no outro e vice-versa. Tinha a dupla de pênalti, onde os participantes se revezavam entre cobranças egoleiro, o qual se desse rebote ficavam driblando até sair o gol ou o goleiro segurar a bola,da mesma forma, se o rebote tivesse origem no travessão era uma pontuação, na traveoutra e no ângulo outra. Desde que fizesse o gol. Tinha o controlinho, que consistia emuma dupla ficar tocando dentro de um limite de três ou quatro toques na bola sem invadira área. O objetivo era fazer o gol. Caso a bola fosse direto para fora por três vezes, o últimoque chutava tinha que ir para o gol ou se alguém da linha ultrapassasse os três ou quatrotoques. Também era comum a corrida de tampinha de garrafa jogada na areia, sob umapista com rampa e obstáculos a serem desviados pelos participantes. Cada participante sópoderia dar três toques na tampinha por vez. Caso não conseguisse saltar a rampa e cair napista, tinha que voltar onde estava, da mesma forma se esbarrasse nos obstáculos ou saíssedo traçado da pista. Existia a brincadeira do garrafão onde se desenhava uma grande garra-fa, um participante ficava dentro do garrafão tentando pegar os que tentavam atravessar omesmo. Se por acaso isto ocorresse, a pessoa pega tinha que correr até o pique para não ser

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

510

malhado. Depois tinha que ficar dentro do garrafão tentando pegar alguém.No início da década de 1980, ocorre a febre do videogame Atari 2600 (para os mais

abastados) e o Dactar (similar nacional mais barato). No entanto, mesmo o Dactar sendomais barato, eram poucas pessoas que possuíam. Outro problema eram os cartuchos dejogos que eram caros e limitados, os principais e tradicionais jogos comercializados nestaépoca eram Enduro, Pac-Mam, River Raid, Space Invaders, Atlantis, Megamania e DonkKong. O terceiro problema era que nem sempre se tendo dinheiro se conseguia comprar oaparelho. Para se ter uma ideia, na extinta Loja Mesbla na capital, existia a necessidade dese ficar em uma fila de espera para comprar o aparelho (isto no início, dois anos depoisesta realidade mudou). Mas, relevando os problemas citados, os que possuíam o videoga-me na cidade, independentemente de variedade de jogos, tinham que conviver com asvisitas de fim de tarde. Existia a opção de jogar fliperama na Rua Domingos Scucato, quepertencia ao saudoso Edson Dalke pelo ano de 1982.

Infelizmente, esta realidade mudou devido à violência, ao trânsito de veículos e as no-vas tendências ditadas pela televisão.

AS RAIAS DE CORRIDA DE CAVALO

Na década de 1890 até meados de1970, existiam na Sede e principal-mente no interior de Almirante Ta-mandaré, raias de corrida de cavalos.Era uma opção de diversão que ocor-ria aos domingos. Vinham pessoasde todas as partes do município etambém de outros municípios. Nãopossuía os moldes do turf, mas in-formalmente corriam muitas apostasdurante a realização das corridas, asquais muitas vezes terminavam commuita confusão entre os apostadores.

Uma destas brigas ocorrida no Marmeleiro acabou parando na polícia, como destaca oedital oficial lavrado pelo subcomissário Honorio Jorge de Christo, publicado no periódi-co "A República, de 06 de setembro de 1910".

Durante a existência da Vila Tamandaré, as corridas de cavalo pagavam tributos muni-cipais para poderem ser realizadas.

Se destacaram duas raias neste período: a Raia do Sr. Arlindo de França, no Marmelei-ro, localizada atrás da Escola Municipal Rural Vereador Osvaldo Avelino Trevisan, e aRaia dos Perussi, localizada no Marmeleirinho, onde hoje se encontra a pequena Capeli-nha do Marmeleirinho.

Raia dos Perussi.

Foto: João Domingos Scucato, final da década de 1960

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

511

JOGOS DE AZAR

A jogatina na cidade sempre foi um fato que ganhou destaque nos meios jornalísticosda capital devido ser uma atividade ilegal. O jornal "Correio do Paraná datado de 28 desetembro de 1932" expressou o descaso policial no que toca o combate ao jogo de apostaque corria livremente em estabelecimentos comerciais além de muitos dos praticantes se-rem menores de idade. A pesar das constantes denúncias o vício era notório que a realida-de que se apresentava na cidade já extrapolava a passividade policial, pois segundo o artigodo "Correio do Paraná de 17 de março de 1942" o jogo era realizado na sombra, na beira deestradas,... Porém, nesta oportunidade foi registrada a dificuldade que as autoridades po-liciais tiveram para recolher o material da jogatina (baralho, dinheiro,...).

Alguns moradores adultos da cidade até a década de 1950, se divertiam com o jogo deazar denominado de Cachola. O qual possuía uma pequena gangorra, onde se colocavaem uma das extremidades uma moeda. Na outra extremidade, o jogador batia com a mão,e esta moeda era arremessada para cima. Porém, antes de bater se apostava se a moedaquando caía ao chão mostrava a face cara ou coroa. Quem ganhava continuava batendo elevando o dinheiro das apostas até perder.

Esta prática era tradicionalmente realizada aos domingos e feriados, onde a "homarada"se reunía para praticar este jogo em vários locais do município. Um estabelecimento comercial queocorria esta prática era o de propriedade do Sr. Randolfo Siqueira (Lulo), no Pacotuba.

Porém, uma diversão que persiste até os dias de hoje, trazida pelos espanhóis, aprendi-do com os jesuítas e propagados pelos bandeirantes foi o jogo de truco desde o séculoXVII, em 08 de setembro de 1822 é fundado o Conselho Mundial de Truco em Santos(SP). Outro jogo de carta tradicional no município é jogo de Escopa e Vinte e Um introdu-zido na cidade pelos imigrantes italianos no século XIX. Existe também o jogo de Pif ouCacheta, muito jogado em festas, bares e nas residências.

O jogo de carta é tão difundido na cidade, principalmente os que envolvem apostas,que não raro é escutar notícias referentes à prisão de seus jogadores que estavam reunidosna casa de alguém. Porém, estes acontecimentos transcendem a década de 1980. Outrodetalhe é o sensacionalismo da imprensa, que quando divulga a notícia, geralmente utilizaa expressão: "Polícia estourou mais um cassino em Almirante Tamandaré". Cassino! Quemescuta isto imagina máquina caça níquel, roleta, bacará, ou seja, utilizam uma denomina-ção errada para uma simples mesa onde se encontram seis ou oito jogadores apostando,tomando cerveja, fofocando e falando besteira. Porém, esta prática é ilegal, por isto é quemuitos respondem judicialmente.

Independentemente do tipo de diversão desenvolvida pelos diferentes habitantes e suarespectiva idade na cidade, ela sempre é diversão. Se sadia ou não, não cabe a este textojulgar. Porém, é fato evidente no município que ela sofre variações conforme a localidade,porém existe um padrão de semelhança, a qual é possível presenciar nos hábitos popularesnos dias atuais.

GINCANA DO PROGRAMA TELEVISIVO MÁRIO VENDRAMEL

Um programa da televisão paranaense muito popular do final da década de 1970 e

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

512

meados de 1980, que agitava os sábados era o Programa Mário Vendramel. No repertóriode suas atrações se destacavam as gincanas que envolviam escolas, torcidas e cidades.

Um destes programa ganhou destaque na região dos minérios, em 24 de outubro de1981, pois envolveu na gincana quatro cidades do Estado: Almirante Tamandaré, Mafra,Piraí do Sul e Rio Branco do Sul.

Segundo a "Tribuna dos Minérios, de 29 de outubro de 1981", Tamandaré ficou em 4ºlugar, pois só obteve 150 pontos. Nesta oportunidade, o município foi representado peloPrefeito em exercício Sebastião Natal Colodel, que esteve à frente de uma caravana de 6ônibus.

A participação da cidade neste evento foi possibilitada graças a intervenção do Sr. Leô-nidas Dias.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

513

ATERRO SANITÁRIO DA LAMENHA PEQUENA

O desativado Lixão da Lamenha Pequena pertencente à Curitiba, porém divisa com alocalidade do Juruqui, em Almirante Tamandaré, à margem da Rua Alexandre Meguer,por muitas décadas causou transtornos para os moradores da região.

A sua desativação foi um processo desencadeado pela luta dos moradores da Comuni-dade da região da Lamenha Pequena, que inicialmente conseguiram fazer parar o descarre-gamento do lixo de Curitiba no Aterro Sanitário em 1989.

Aproveitando este fato e a notória reivindicação também dos moradores da região daComunidade do Juruqui pela desativação do "Lixão", o Vereador João Carlos Bugalski, nomês de março de 1989, apresentou à Câmara dos Vereadores do Município para ser vota-do e depois aprovado, o requerimento que solicitava ao Sr. Prefeito Roberto Luiz Perussi,que não mais depositasse o lixo coletado da cidade no Aterro Sanitário.

Como consequência desta atitude do município tamandareense e posteriores reuniõesentre lideranças políticas das duas cidades envolvidas, em 15 de junho de 1989, por deter-minação do Prefeito de Curitiba Jaime Lerner, foi desativado o Aterro Sanitário de Lame-nha Pequena, que funcionava desde 1964.

Porém, segundo a Gazeta do Povo, de 20 de setembro de 2010, mesmo após 20 anosfechado, o Aterro Sanitário da Lamenha Pequena, ainda produz graves passivos ambien-tais, causado pelo chorume e gás, custando quase meio milhão de reais (R$ 423.177,14)para os cofres do município de Curitiba para realizações de obras dos sistemas de drena-gem das águas pluviais, dos acessos internos e do sistema de tratamento de efluentes, alémda recuperação do sistema de monitoramento de água subterrânea.

Engana-se quem pensa que só foi por causa do cheiro e da proliferação de animaispeçonhentos que ocorreu a desativação do lixão. Segundo relatos ilustrativos do cidadãotamandareense, o Sr. Virgilino Vieira que mora no Juruqui e trabalhou no aterro no anode 1975 a 1977 na função de guardião e serviços gerais, "o cheiro era o menor dos proble-mas, pois perigoso era o gás que saía da terra, já que queimavam as pessoas. Tal fato era tão

Considerações ambientais

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

514

grave, que em uma noite de inverno, uma pessoa alcoolizada, parou às margens da ruapara se esquentar no bafo desse calor, o problema foi que devido à embriaguez da pessoa,ela não percebeu uma súbita evacuação violenta desse gás. Consequentemente, a pessoasofreu várias queimaduras graves, ficando com sequelas até os dias atuais".

Porém, o mesmo Sr. Virgilino relata um fato curioso. Na época que ficava como guar-dião do local, "tinha que tocar um pessoal que ia roubar o lixo reciclável dos catadores que,por não terem condições de levar em uma mesma viagem o fruto de seu trabalho de sepa-ração no mesmo dia para vender nas reciclagens, deixavam guardados lá o material parabuscar no outro dia".

A QUESTÃO DA USINA DE RECICLAGEM DA COLÔNIA ANTÔNIO PRADO

O problema de se conviver com um novo "lixão", assustou os moradores tamandareen-ses, em especial os da região da Colônia Antonio Prado. Em meados de 1989, se propôs acriação de uma Usina de Reciclagem, a qual forçou alguns representantes da câmara muni-cipal e lideranças do município a visitar uma usina de reciclagem em funcionamento emSão Paulo, para sua posterior instalação no município.

Após, em decorrência da mencionada visita, a votação da lei de autorização para criaçãoda usina de reciclagem na região da Cachoeira não logrou êxito na reunião dos vereadoresem 1º de março de 1989. Tal fato se deu, principalmente pela característica, modelo eforma de funcionamento da usina que se queria implantar na cidade e com relevantepressão da comunidade local expressada através do "Movimento Lixo Não em Tamanda-ré", sob a coordenação do Sr. Nazário Schimiguel e do professor Luiz Romero Piva.

FUNDAÇÃO RURAL DE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO (FREI)

Na mesma época, se apresentava simultaneamente ao subcapítulo referido, mais especi-ficamente 10 de janeiro de 1990 no distrito tamandareense de Campo Magro, um projetoambiental da Fundação Rural de Educação e Integração (FREI), de recolhimento do lixoque não é lixo de Curitiba, e posterior separação para envio à reciclagem, o que espantouqualquer suspeita de possíveis transtornos ambientais e para a sociedade campo magrense.Esta reunião serviu de parâmetro na decisão de implantação de uma suposta "usina dereciclagem" na Cachoeira, a qual tinha um projeto totalmente divergente ao apresentadopela FREI.

Tal fato se confirma na atualidade, onde este projeto desenvolvido pela FREI se tornoureferência mundial no processo de reciclagem, sendo um ponto turístico educacional doatual município de Campo Magro.

O DEPÓSITO DE EXPLOSIVO NO JURUQUI

Em 1993 a empresa Spigma Comércio e Representação de Produtos para Mineraçãoqueria implantar no Juruqui um depósito de explosivos. Porém, o Prefeito Cide Gulin,

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

515

homem experiente do ramo de extração de calcário e conhecedor do potencial destrutivodo produto que seria armazenado, pois o utilizava no advento de sua atividade profissionalantes de ser Prefeito, foi contra a instalação do depósito confirmando em reunião com acomunidade e em assembleia com a presença do Deputado Algaci Túlio e do TenenteNobuaki Morodone, da Divisão do Exército encarregado da concessão de licença parainstalação de empreendimento desta categoria no Estado.

O resultado desta empreitada foi que na primeira quinzena do mês de setembro de1993, era negada a licença pelo Exército à referida empresa, a qual ficou impossibilitadalegalmente de armazenar explosivo na cidade. Porém, o Tenente comentou que mesmocom a liberação do Exército, a empresa necessitaria do Alvará Municipal para funcionar.

O LIXO SÓLIDO EM BEIRA DE ESTRADAS

Notoriamente na atualidade, é possível perceber a falta de consciência de algumas pes-soas no contexto destas jogarem lixo sólido no terreno alheio ou na beira de estrada. Po-rém, não estou tecendo sobre jogar papel no chão, mas sim de jogar sacos cheios de lixo(40 a 100 litros). E o mais curioso, é que em muitos dos lugares que são jogados estes sacos,existe uma placa da prefeitura municipal avisando que é proibido jogar lixo com a seguintefrase complementar "de acordo com a Lei nº 865/2001, artigo 20, denuncie 3657-3034".

É hilário, porém preocupante, pois, querendo ou não, existe a coleta de lixo no municí-pio desde a primeira gestão do Prefeito Roberto Luiz Perussi, em 1977, ou seja, são mais de35 anos de existência do serviço de coleta. Independentemente de motivo deste ato, estasituação se agrava mais na Rodovia do Calcário, que entre o km 2 ao km 4 jogam até restosde boi.

A MONTANHA DE PNEUS NA CAPIVARA DOS MANFRON

Um fato criminoso contra o meio ambiente ocorreu em 2002 na localidade Rural daCapivara dos Manfron, segundo a reportagem da Folha de Tamandaré. Tamandaré dáadeus à montanha de pneus. Ano XVIII, nº 493, outubro de 2004, p. 6, devido ao descar-te de 60.000 pneus em terreno particular. Porém, como o suposto depósito estava irregu-lar e o risco da propagação do mosquito transmissor da dengue se tornava grande, ocorreua intervenção da Secretaria Municipal de Saúde, que em 26 de novembro de 2002, formal-mente pediu providências urgentes junto ao Ministério Público sob a responsabilidade naépoca do promotor Diego Fernandes Dourado. Porém, só em outubro de 2004, após vári-as denúncias e reportagens de alertas e pedidos de providências através dos mais diversosmeios de comunicação, que a montanha de pneus foi removida da localidade.

REAÇÃO DOS RIOS TAMANDAREENSES

As pessoas só lembram que devem proteger o meio ambiente quando este começa areagir contra o seu agressor. Um fato curioso na cidade que a acompanha desde sua cria-

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

516

ção são as constantes inundações. A cada ano os alagamentos ocorrem cada vez maiores evorazes, no entanto, existem vários fatores para diminuí-lo, mas não existe uma forma decontê-los, pois foi o rio que escolheu passar pela cidade. No entanto, se a lei for aplicadasobre aqueles que aterram dolinas, várzeas ou que constroem casas na beira de riachos ourios, talvez ocorra uma diminuição destas constantes enchentes. Da mesma forma, rema-nejar o pessoal invasor instalado nas áreas de várzeas, não manilhar rio ou riacho, dragar elimpar os rios, não jogar lixo nos rios, cobrar da fiscalização responsável ações enérgicascontra infrações ambientais, denunciar ações contra o meio ambiente.

Ou seja, o rio não pode se tornar um vizinho indesejado simplesmente porque nãorespeitamos seu território e a sua natureza. Ele estava ali antes do estabelecimento depovoamento na região. Neste caso, então o vizinho indesejado somos nós.

É triste, mas a ação humana contra a natureza sempre se reverte contra o próprio ho-mem. E o mais triste é que existem pessoas que afrontam o ambiente sabendo disso ehipocritamente inflamam os atingidos pelas consequências de suas ações contra um "la-ranja", tudo para ocultar seus atos. Mas, existem pessoas que percebem isto, porém...

Proteger, entender, respeitar as regras de convivência com os elementos da natureza éproteger o futuro da própria cidade. Ela ainda está avisando. O problema é quando eladeixar de avisar.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL DO PASSAÚNA (APA)

No contexto das informações relativas às Áreas de Proteção Ambiental (APAs) colhidasjunto à artigos elaborados pela Universidade Livre do Meio Ambiente, 1997, temos que asAPAs, são parte das UCs (Unidades de Conservação), que são áreas de configuração etamanhos variáveis abrangentes a áreas terrestres e/ou marinhas, submetidas à modalida-de de manejo diverso, podendo compreender ampla gama de paisagens naturais, semina-turais ou alteradas, com características notáveis e dotadas de atributos bióticos, estéticosou culturais que exijam proteção para assegurar o bem-estar das populações humanas,conservar ou melhorar as condições ecológicas locais ou preservar paisagens e tributosnaturais e culturais importantes.

A criação de APAs visa a proteção da natureza e a manutenção dos valores naturais ehumanos em mesma proporção, fazendo com que a maioria destas áreas se mantenhaprotegida da ação humana colaborando para a sobrevivência do homem. Seu objetivoprincipal é conservar a diversidade de ambientes, de espécies e de processos naturais pelaadequação das atividades humanas às características ambientais da área, seus potenciais elimitações.

Porém, no contexto da política ambiental do Governo do Estado Paraná, 1995, ao con-trário de outras unidades de conservação, as APAs podem incluir terras de propriedadeprivada, não exigindo, portanto, a desapropriação de terras. Assim, uma APA não impedeo desenvolvimento de uma região, permite a manutenção das atividades humanas existen-tes e apenas orienta as atividades produtivas de forma a coibir a predação e a degradaçãodos recursos naturais.

Diante desta síntese introdutória, na data de 05 de junho de 1991, por força do DecretoEstadual nº 458, era criada a APA do Passaúna, como é possível observar no corpo legal do

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

517

Art. 1º: "Fica instituída a Área de Proteção Ambiental, denominada APA Estadual doPassaúna, localizada nos municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo eCuritiba, Estado do Paraná, com área de 16.020,04 ha (dezesseis mil e vinte hectares equatro ares)".

O objetivo dessa área de proteção inicialmente foi dado pelo Art. 2º: "A APA Estadualdo Passaúna tem por objetivo a proteção e a conservação da qualidade ambiental e dossistemas naturais ali existentes, em especial a qualidade e quantidade da água para fins deabastecimento público, estabelecendo medidas e instrumentos para gerenciar todos osfenômenos e seus conflitos advindos dos usos variados e antagônicos na área da BaciaHidrográfica do Rio Passaúna".

A APA Estadual do Passaúna está localizada entre os paralelos 25°15' e 25°35' Sul e osMeridianos 49°25' e 48°20' Oeste de Greenwich e, abrange os municípios de AlmiranteTamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo Magro e Curitiba, Estado do Paraná. Comárea de 16.020,04 ha (dezesseis mil e vinte hectares e quatro ares) é parte integrante doPlano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Alto Iguaçu e do Sistema Integradode Proteção dos Mananciais da Região Metropolitana de Curitiba (Lei Estadual nº 12.248/1998).

Na cidade de Almirante Tamandaré, ela abrange as áreas dos seguintes bairros: Caxim-ba, Juruqui, Ressaca, Alto São Sebastião, Campina de Santa Rita e Marmeleiro.

Ou seja, no que tange à força legal do Decreto nº 458, em seu Art 6º: Na APA Estadualdo Passaúna ficam proibidas ou restringidas:

I - A implantação de atividades industriais potencialmente poluidoras, capazes de afetarou colocar em risco os mananciais de água;

II - O exercício de atividades, capazes de provocar erosão das terras ou assoreamento dascoleções hídricas;

III - A realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando essas inicia-tivas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais;

IV - O desenvolvimento de atividades minerárias capazes de afetar ou colocar em riscoa qualidade da água do manancial;

V - O uso de agrotóxicos e outros biocidas em desacordo com as normas ou recomenda-ções técnicas e legislação pertinente.

Com advento do Decreto Estadual nº 5.063/2001, ocorreu a alteração e atualização doZoneamento Ecológico Econômico da Área de Proteção Ambiental denominada APA Es-tadual do Passaúna da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA).

Suas principais mudanças ocorreram no contexto do Capítulo IV (Da ocupação do solourbano) e Capítulo VII (Das proibições). Ou seja, segundo as novas regras legais, existemrestrições e observações mais amplas e rígidas quanto à criação de loteamento, constru-ções, atividades industriais e agrícolas, além de cuidados específicos com a fauna e flora.

A RECICLAGEM

Destinar o lixo ao lugar certo, separar o lixo reciclado e levar até uma reciclagem (exis-tem várias na cidade), não é vergonhoso, é um ato nobre. O qual não se faz um favor sópara a Natureza, mas para si próprio, uma vez que o ser humano é um agente transforma-

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

518

dor que faz parte de um ecossistema de ações inter-relacionadas, onde toda ação gera umareação.

Em 24 de agosto de 2007, a Lei Ordinária nº 1.266/2007 criou a Associação SoluçãoAmbiental de Catadores (ASSOL) para desenvolver o projeto pioneiro entre os municípi-os da Região Metropolitana, para organizar, capacitar e valorizar o trabalho dos catadoresde lixo reciclável. Da mesma forma, este projeto visa fomentar as atividades de reciclagemestabelecendo vínculo com a sociedade e gerando emprego e renda, além de se desenvol-ver como empreendimento solidário. Para atender este projeto, a prefeitura cedeu em co-modato um barracão de 420 m² localizado na Rua Aides A. de Oliveira, nº 183, JardimRoma, para desenvolver as atividades de separação e armazenamento do lixo.

Com esta iniciativa a prefeitura contribui para reduzir a exploração dos atravessadoresna compra pelo lixo reciclável, possibilitando ao catador melhores preços, além de incen-tivar a proteção ao meio ambiente.

No entanto, a atividade de reciclagem do lixo é uma prática cotidiana no municípiodesde meados da década de 1970, sendo um dos pioneiros dessa nobre e importante ativi-dade o Sr. Otavio Kazeker, o qual relata que até o aparecimento do Depósito de Reciclá-veis do Dalmir, no Jardim Maria Claudia e do Sr. José Antonio da Cruz, na Sede emmeados da década de 1980, o produto coletado tinha que ser levado para Curitiba, e osmais próximos eram no Taboão (lado Curitiba) e na Cachoeira (lado Curitiba). Porém,segundo seu Otavio Kazeker, ele não era o único a sobreviver com esta atividade, pois emseu tempo existiam outros que prestavam este serviço à sociedade e ao meio ambiente.

A PREOCUPAÇÃO LEGAL COM O MEIO AMBIENTE

Há de ressaltar que a preocupação com o meio ambiente não é nova, da mesma forma

Sede da ASSOL. Inauguração em agosto de 2007.

Fonte: Folha de Tamandaré, agosto de 2007, capa.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

519

que a conscientização de proteção ao mesmo. No contexto da publicação dos atos oficiaisdo município de Almirante Tamandaré exposto no Jornal Tribuna dos Minérios de 23 desetembro de 1979, aparecia a Lei nº 037, de 18 de setembro de 1979, sancionada peloPrefeito Municipal Roberto Luiz Perussi, que criava o Conselho Municipal de Defesa doMeio Ambiente (COMDEMA). Em seu artigo 11º, ocorreu a previsão de obrigatoriamentecontar nos currículos escolares, nos estabelecimentos de ensino da Prefeitura, noções,conhecimentos e providências relativos à preservação do meio ambiente. Ou seja, a preo-cupação e a consciência social relativo ao meio em que estamos integrados é antiga, poisesta lei revogava disposições antigas e em contrários. Diante disto, ninguém pode dizerque é leigo no contexto de não saber que é errado poluir.

A Lei Ordinária nº 865, de 14 de dezembro de 2001, sancionada pelo Prefeito CezarManfron, instituiu o Código de Meio Ambiente do Município de Almirante Tamandaré,o qual pela também Lei Ordinária nº 1.260, assinada pelo Prefeito Vilson Goinski, acres-centou novos dispositivos à lei original. Diante deste fato, basta agora o cidadão de bemajudar fazer se cumprir a lei.

Além das leis municipais existem as leis estaduais e federais de proteção ao meio ambi-ente. Neste contexto, foi notícia nacional publicada no "Jornal do Brasil, de 13 de dezem-bro de 1979", o processo sofrido fundado no Artigo 134 do Código Penal vigente na épo-ca, pelas empresas Calcário Amazonas e Incaflor por terem poluído o ar a ponto de preju-dicarem toda a população da sede de Tamandaré. Este artigo previa punições para quempõe em perigo a vida e a saúde das pessoas. Segundo o Delegado Pedro Andreolli daDelegacia de Proteção ao Meio Ambiente, a ação da empresa estava provocando o apareci-mento da pneumoconicose nas pessoas próximas a estas empresas.

Antes do processo, as duas empresas foram advertidas pela Superintendência de Recur-sos Humanos e Meio Ambiente, que exigiu colocação de equipamento antipoluente. Po-rém, nenhuma cumpriu a exigência. Em seguida, as empresas foram fechadas.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

521

Havia um tempo em que a imagem de Almirante Tamandaré não era manchada pelasmanchetes de jornais policiais. Havia um tempo que se alguém pronunciasse a palavravandalismo, esta seria interpretada como atitude do povo vândalo (povo bárbaro), nãocomo depredador, baderneiro, pichador, quebrador de lâmpada, furtador de placa de bron-ze, ou seja, criminoso! Estes tempos se foram, culpa de um progresso desordenado e daomissão de muitos, que se prendem em grandes ocorrências, se cegando aos pequenosacontecimentos, os quais quando somados, se tornam gigantes perto do "grande proble-ma" que prendia a atenção de muitos. Tudo neste contexto merece atenção, não a devoçãoexclusiva.

Apesar de cidade de Almirante Tamandaré ter sido considerada um lugar pacato até adécada de 1960, alguns fatos isolados marcaram sua história, pois quando ocorreram ga-nharam repercussão estadual.

O primeiro fato foi a morte do lendário criminoso Diamiro Furquim de Siqueira (Dija-miro Furquim), o qual segundo consta na p. 13 do "Relatório Apresentado ao Exmo Sr.Dr. José Pereira dos Santos Andrade Governador do Paraná pelo Bacharel Augusto ChavesSecretário d'Estado do Interior, Justiça e Instrucção em 31 de dezembro de 1898", emfevereiro de 1898 foi de emboscada assassinado o criminoso Diamiro Furquim de Siquei-ra. O Subcomissário de Polícia do Distrito Joaquim da Costa Cabral procedeu as necessá-rias diligências, sem que pudesse descobrir o autor do crime.

Segundo informações que foram colhidas junto ao histórico trabalho de Francisco Ne-grão, conhecido por "Genealogia Paranaense", Volume III, 11, Diamiro nascido em 1873,filho de Vidal José de Siqueira, foi assassinado em emboscada que lhe foi feita por ques-tões políticas.

Porém, a oralidade popular colhida a partir de Otavio Kotoviski que escutava as históri-as do saudoso Sr. José Real Prado Sobrinho (seu Zezinho ou Espanholzinho), confirmadaspor relatos do saudoso Sr. Generoso Candido de Oliveira que até possuía um livro deépoca que citava o ocorrido, ilustrava o fato da seguinte forma: "Diamiro Furquim não erauma pessoa boa, pois sempre estava metido em confusão. Acabava com as festas que parti-

Segurança pública

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

522

cipava, agredia os outros na rua, usava as pessoas como alvo, prestava serviço de pistola-gem, matou e decapitou o alemão Henrique Henning (a história da Cruz do Alemão), foraoutras atrocidades que lhe garantiram fama. Tinha até prêmio por sua cabeça!

Diamiro e seu comparsa Julio um belo dia mexeram e humilharam em frente aos filhosum pacato senhor de identidade não identificada, mas morador da região. Passado umtempo este senhor resolveu se vingar. Sabedor que o mesmo passava pela Estrada do As-sunguy na região da Volta Grande com sua pequena tropa de gado, aguardou o momentoe atirou nele. Ocorreu que, apesar de desmaiado, não caiu do cavalo e por este motivo foicarregado involuntariamente (pelo cavalo viciado no trajeto) até sua residência, onde ago-nizou por 21 dias. Morria o bandido mais famoso do Estado do Paraná na época.

Porém, sabedor que Diamiro tinha um comparsa (Julio) muito ligado a ponto de quan-do eles estavam juntos serem chamados de "Irmãos Furquim", o senhor fugiu para a Lapapara não sofrer os efeitos de seu ato.

Segundo consta, com sentimento de vingança, Julio, o comparsa de Diamiro descobriuseu paradeiro e foi atrás. Porém, foi surpreendido. Pois, no local onde parou para pedirinformação sobre quem caçava, já na Lapa, era por coincidência a mercearia de um compa-dre do homem caçado que se encontrava no local, porém, em sala separada, mas que viuJulio chegar e tramou outra emboscada.

Ou seja, enquanto o bandido fazia uma volta demorada até o lugar informado, o se-nhor caçado seguia por um atalho para o emboscar, o qual veio a ocorrer. Segundo consta,o corpo abatido de Julio ficou lá, sendo comido pelos bichos. Mesmo as autoridades sa-bendo disso, não foram buscar o dito defunto. Chegava ao fim a dupla dos "Irmãos Fur-quim".

Continuando com os fatos inusitados, mas se prendendo às informações oficiais, em 17de maio de 1931 é notícia de capa da 2ª Edição da Gazeta do Povo de mesma data o relatoda ocorrência de uma grande rebelião na Penitenciária Central do Estado (atual Penitenci-ária do Ahu), ou seja, a primeira da história da instituição, onde um grupo de presos fugiude forma violenta e se escondeu nas matas e morros de Colombo e Tamandaré, causandopânico nas pacatas cidades citadas, pois os mesmos estavam fortemente armados com fuzise mosquetões.

Grupo de perseguiçãoaos fugitivos escondidosnas matas do Boixiningana estrada Tamandaré-Colombo (não foram re-ferenciados os nomesdos participantes dafoto).

Foto: Gazeta do Povo, 21 de maio de 1931

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

523

Na data de 18 de maio de 1931, quatro fugitivos foram cercados em uma casa colonialna Lamenha Grande. Em decorrência da gravidade da situação, um destacamento policialespecial foi enviado para Tamandaré e Colombo onde os bandidos estavam escondidos. Aperseguição foi acompanhada de perto pela Gazeta do Povo que durou mais de dez dias atéseu desfecho.

Passado o susto e o terror provocado na pacata cidade de Tamandaré pelos fugitivos dapenitenciária, ocorreu que na data de 18 de junho de1932 a Gazeta do Povo publicou na p. 6 a seguintemanchete: "Mila, o eterno pesadelo dos municípiosde Bocaiuva e Tamandaré voltou ao cartaz", ou seja,em 16 de junho de 1932 um pistoleiro famoso e pro-tegido por muitos políticos resolveu cumprir suasameaças atacando o Prefeito Joaquim Age e o Dele-gado Jaime Nascimento à base de tiro. Ou seja, pro-moveu um tiroteio em frente à prefeitura velha e ca-deia pública (ficava no mesmo local) que durou apro-ximadamente 30 minutos, causando pânico na loca-lidade. O grupo do bandoleiro sofreu uma baixa, Sil-vano Prestes de 20 anos atingido por um tiro de fuzil.

Segundo informações da reportagem, o motivo detal agressividade foi a negativa das autoridades empermitir que o bandido Mila (Emilio José dos San-tos) realizasse o sonho de ser político e governar Ta-mandaré.

Em 15 de julho de 1932, a Gazeta do Povo em suap. 6, publicava o assassinato do bandoleiro Mila emsua residência em Rio Branco (do Sul), ocorrido dia14 de julho.

O INSPETOR DE QUARTEIRÃO

Para garantir a lei e a ordem em lugares povoados, em 1832 surge a figura do Inspetorde Quarteirão, que era um morador do próprio quarteirão que recebia uma parcela consi-derável de poder para coibir a prática de atos delituosos, devendo zelar pelas propriedadese pelo sossego de todos que moravam em seu quarteirão. Segundo o contexto do Códigode Processo Criminal de 1832, eles tinham autoridade para efetuar prisões em flagrante,para admoestar e, até mesmo, para obrigar a assinar "termos de bem viver" a todos aquelesque, de uma forma ou de outra, viviam pelas ruas ofendendo os bons costumes e pertur-bando o sossego público, como os vadios, mendigos, bêbados, desordeiros e prostitutas.Em suma, os inspetores eram a primeira instância do policiamento em seus quarteirões.

Foram Inspetor de Quarteirão em 1836 nas seguintes localidades os Srs.: Pacotuba,Pedro Monteiro; Tranqueira, Antônio Francisco Guimarães; Butiatuba, Jeronimo Cardo-so Pazes; Boixininga, Antônio Manuel de Abreu, Marmeleiro, Manuel José Ávila.

Mila (Emilio José dos Santos), pessoa pe-rigosa descrita como portadora de pato-logia (psicopata), pois o mesmo sentiaprazer e satisfação de sua fama e cruelda-de. Sempre atacava suas vítimas pelas cos-tas.

Fonte: Gazeta do Povo, 18 de junho de 1932, p. 6.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

524

OS SUBCOMISSÁRIOS

O cargo de Comissário e Subcomissário de polícia não era muito bem recebido pelaspessoas, como é possível perceber no "Relatório do Chefe de Polícia Interino BenedictoPereira da Silva Carrão enviado ao Secretário dos Negócios do Interior, Justiça e Instruc-ção Pública do Paraná, em 30 de setembro de 1895", p. 8:"Como sempre, e actualmenteainda mais pronunciada, é a negação por parte de pessoas qualificadas, de respeito e deposição social, para os cargos de autoridades policiais no Estado do Paraná.

Por empenho, apellando muitas vezes para o sentimento de amizade particular, tendoconseguido que alguns cidadãos de accenttuada posição acceitem os cargos policiaes, emque são verdadeiras garantias.

É por isso de toda a justiça que tributemos n'este capítulo os louvores aos cidadãos quesem retribuição pecuniária alguma, com dedicação e desinteresse achão-se servindo cargospoliciaes em diversos districto de nosso Estado".

Em decorrência da não simpatia pelo cargo, geralmente era o Subcomissário o cargooferecido na Vila de Tamandaré, e o município era um Distrito Policial subordinado aoTermo de Curitiba, indicado pelo Prefeito ao Chefe de Polícia, que solicitava a nomeaçãodeste para o governador, como definia o Artigo nº 177, da Lei nº 191, de 14 de fevereiro de1896.

Segundo consta em um "Termo de Bem Viver" lavrado oficialmente no Cartório dePacotuba, em 27 de janeiro de 1877, respondia ao cargo de Subdelegado do Distrito dePacotuba, o Sr. Gustavo Von Krüger.

O jornal "O Paranaense, de 07 de agosto de 1881", informava a nomeação de TheolindoBaptista de Siqueira para o cargo de subdelegado do Distrito de Pacotuba.

No ano de 1889, para atender o Distrito do Pacotuba é nomeado Subdelegado o Capi-tão Antônio Candido de Siqueira. Após, em 15 de julho de 1890, é nomeado ao cargo oSr. Manoel Francisco Dias.

Em março de 1891 foi nomeado subdelegado do Distrito de Tamandaré João Candidode Oliveira, sendo depois exonerado em 1º de abril de 1890 junto com o suplente Frede-rico Augusto de Souza e Vasconcellos. Diante disso, por Ato Governamental, de 17 deabril de 1891, foram nomeados como 1º, 2º e 3º suplentes do subdelegado os respectivosSrs.: Souza Machado, Mathias Propryá e Manoel Ignacio de Faria Sobrinho.

Em 04 de junho de 1892, foi nomeado o Subcomissário do Distrito Policial de Taman-daré, Tibúrcio de Paula Cabral, ficando como 1º Suplente Sr. Manoel Furquim Pereira(nomeado em 14 de dezembro de 1894), 2º Suplente Joaquim de Araujo Farias (nomeadona mesma data) e Sr. João Teixeira de Farias.

Em 1895, a Vila de Tamandaré contava com 5 "praças" (soldados de fato) para dar apoioao Subcomissário.

Em 21 de julho de 1897, é aceito o pedido de exoneração do Sr. Tiburcio de PaulaCabral. Por efeito o Acto nº 192, de 07 de agosto de 1897, são nomeados para o cargo deSubcomissário o Sr. Joaquim da Costa Cabral, e como 1º suplente o Sr. Adolpho Lamenhade Siqueira.

Por Decreto nº 165, de 12 de julho de 1900, é exonerado Joaquim da Costa Cabral enomeado Subcomissário o Capitão Antônio Candido de Siqueira. Seus suplentes e poste-riores Subcomissários foram: Bento Alves da Conceição, nomeado em 12 de julho de

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

525

1900, Octavio Francisco Dias, nomeado na mesma data. Em 26 de novembro de 1900, eranomeado Adolpho Lamenha de Siqueira.

Em 26 de setembro de 1904, em decorrência do Decreto nº 343, foi nomeado subco-missário o Sr. Adolpho Lamenha de Siqueira.

No período de 1908-1912, foram subcomissários os Srs. João Evangelista Artigas, Lau-rindo José Cordeiro (nomeados em 19 de fevereiro de 1908), João Evangelista dos SantosRibas e Francisco Lino Freitas. Por Decreto nº 31, de 19 de janeiro de 1909, é nomeado oSr. Geraldo Euclides de Christo, depois substituído por José Teixeira de Farias, que foiexonerado e substituído na data de 28 de fevereiro de 1910, sendo nomeado o Sr. JoséAgostinho da Silva. Pelo Decreto nº 232, de 27 de março de 1912, era nomeado a exercera função de subcomissário o Sr. Jorge Agner Kendrick. No ano de 1919, o cargo era exerci-do pelo Sr. Emílio Johnson e Joaquim Pereira de Andrade.

No período de 1920-1923, exerceu a função o Major Antônio Baptista de Siqueira,sendo seus suplentes os Srs. João Evangelista dos Santos Ribas, Octavio Ribas Machado eJoaquim de Barros Teixeira.

OS DELEGADOS "CALÇAS CURTAS"

No contexto de muitos relatos de vários ilustres moradores entrevistados, a ordem até adécada de 1970 só era rompida às vezes por brigas entre clientes nas mercearias que bebi-am um pouco além do limite; nos períodos de políticas e raros casos de assassinatos, comexceção dos realizados por pistoleiros contratados. Para se ter uma ideia, a maioria dos queficavam presos no porão da Prefeitura Velha era por motivo de "rompimento da ordem"(bagunça ou briga) e pequenos furtos. Nestes tempos, os delegados eram nomeados pelogovernador por indicação do Prefeito, geralmente alguém de respeito e que soubesse lidarcom a desordem sem exercer de violência. Eram tempos que o delegado apenas ganhava aresponsabilidade, o status de ser um homem da lei e um muito obrigado, pois não serecebia salário.

Em referência às informações de Hermenegildo de Lara, publicada na Folha de Taman-daré. Delegados de Polícia e Suplentes. Julho de 1988, nº 65, p. 3, foram Delegados eSuplentes de Tamandaré entre os anos de 1928 à 1942 os seguintes Srs.: "Joaquim AraújoFaria Junior, Tenente Elysio da Costa Marques, Tenente Francisco A. Guimarães, TenenteJayme Gonçalves do Nascimento, Capitão Rodolfo Tobias Pinto, Avelino Gonçalves deOliveira (suplente), Tenente José Henrique Dias, Tenente Luiz Scheleder, Catharino Na-tal (suplente), Olegário Pires de Sá Ribas, Tenente Epitácio Brandão Machado, CoronelJoão Candido de Oliveira, Zair Candido de Oliveira, Emílio Johnson (suplente), TenenteNerinho Silva, José Manikowske Junior, João Baptista de Siqueira, Tenente Manoel Pi-nheiro Dantas, Hermenegildo de Lara e João Antunes de Lara".

No período Timoneira e Almirante Tamandaré foram delegados (calça curta) os Srs.:José Ido da Cruz, Theolindo Batista de Siqueira, Antonio Dalazuana, Luiz J. Perroti, Ge-neroso Cândido de Oliveira, João Siqueira.

Quanto aos policiais, eram indicados praças (militares de fato), para fazer a fun-ção de auxiliar do delegado. Somente em 1922, pela Lei nº 3.052, é criada a políciade carreira.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

526

OS TEMPOS DE REVOLUÇÃO

Segundo relato de seu Antonio Candido de Siqueira, o qual contou que na época dosconfrontos mais acirrados das disputas políticas entre os Pica-Paus e Maragatos era comumos soldados deste período histórico em Tamandaré confiscar os cavalos das pessoas na rua,sem nenhum motivo. Como também, não raro era escutar comentários que mulhereseram violentadas e pessoas atacadas.

Esta condição é ressaltada no texto publicado no livro "Nos Rastros dos ImigrantesPoloneses", p. 102, que cita o relato do saudoso Estanislau Pupia, que aproximadamenteno ano de 1924, ajudou a empurrar e esconder no meio do mato a carroça de seu tioVadeco Melanski. Se esta providência não tivesse sido tomada, os policiais tomariam oscavalos e a carroça sem motivo algum.

A DELEGACIA E O MÓDULO DA POLÍCIA MILITAR

Segundo consta em ofícios e despesas governamentais, os pioneiros prédios que abriga-ram quartéis de destacamento de polícia e cadeias em Tamandaré antes da construção daprefeitura e, após, da delegacia e do módulo militar, foram imóveis particulares. Esta con-dição pode ser observada no requerimento feito pelo Sr. João Candido de Oliveira juntoao Estado solicitando o pagamento do aluguel de seu imóvel por quatro meses ao destaca-mento de polícia, que foi publicado no periódico "A República, de 09 de março de 1909".O citado destacamento policial chegou na cidade em 12 de abril de 1908, composto dequatro praças (soldados), segundo a publicação do periódico "A Notícia, de 16 de abril de1908".

Em observação da "Ata da 53ª sessão ordinária, de 09 de abril de 1913", do CongressoLegislativo do Estado do Paraná, foi decretada a autorização para o Poder Executivo cons-truir uma cadeia na Vila de Tamandaré.

Mais organizado administrativamente e evoluído politicamente, o recém-autônomomunicípio de Timoneira, segundo o livro comemorativo elaborado pela Câmara de Ex-pansão Econômica do Paraná, denominado de "1º Centenário de Emancipação Política doParaná", p. 16, foi agraciado pelo Estado em 1952, com Delegacia de Polícia e cadeia comquatro celas, a qual ainda se localiza na atual Rua Coronel João Cândido de Oliveira. Apartir desta época, a prefeitura deixou de servir também como cárcere. Porém, tanto poli-ciais militares como policiais civis, compartilhavam o mesmo prédio. No entanto, aindanesta época, os delegados não recebiam salários, somente os policiais militares.

No mês de agosto de 1988, o Prefeito Ariel Adalberto Buzato entrega o prédio constru-ído com recursos do próprio município, que abriga o atual Destacamento da Polícia Mili-tar, referente à 5ª Companhia do 17º Batalhão da Policia Militar. A Delegacia de Polícia setorna prédio exclusivo da Polícia Civil.

POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL

Na data de 02 de maio de 1979, se instala em Tranqueira, a Polícia Rodoviária Estadu-

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

527

al, inicialmente no km 21, na margem sentido Curitiba/Rio Branco do Sul para fiscalizara crescente demanda de veículos que circulam na Rodovia dos Minérios. Atualmente, oPosto Rodoviário se localiza no km 22 na margem contrária, o qual recebe o nome deCabo Patrulheiro Manoel Cesar Nascimento, morto em serviço na Rodovia dos Minérios,atropelado por um caminhão desgovernado no início das curvas em "s" na proximidade daponte sobre o Rio Barigui, sentido Curitiba- Tamandaré. Esta fatalidade foi ocasionadapor um bloqueio que se fazia necessário referente à manutenção da pista.

DEFESA CIVIL E CORPO DE BOMBEIRO

Na data de 08 de agosto de 2006 foi entregue a população tamandareense, a primeiraunidade do Corpo de Bombeiro, que inicialmente funcionou na rua Frei Mauro, nº 300.Esta unidade faz parte do Programa Bombeiro Comunitário, que é uma parceria entre oEstado do Paraná e a Prefeitura de Almirante Tamandaré, cujo contingente apresentou 12agentes da defesa civil mantidos pela prefeitura.

Em 29 de junho de 2007, foi inaugurado nas esquinas da Av. Rafaela com a rua RioOuro Fino, o Posto de Bombeiro Comunitário, que recebeu o nome de Dr. Wallace Tadeude Mello e Silva.

O patronato do Posto foi uma homenagem ao médico e político que nasceu em Curiti-ba no ano de 1908. Em 1946, foi eleito vereador para a Câmara Municipal de Curitiba ePrefeito da cidade em 1951.

Filho do coronel Wallace de Mello e Silva, natural do Sergipe, foi chefe da estaçãoferroviária de Curitiba e fundador do Centro dos Ferroviários do Paraná e Santa Catarina,e de Joanna Thadeu de Mello e Silva (Giovanna Thadeo, nascida em Porto de Cima noParaná, ela filha de imigrantes italianos).

Wallace Thadeu casou-se com Lucy Requião em Curitiba em 1940. O casal teve cincofilhos, um dos quais Roberto Requião de Mello e Silva, ex-governador do Estado do Para-ná e senador eleito em 2010.

GUARDA MUNICIPAL

Em decorrência do Decreto nº 1.701, de 14 de julho de 1932 Manoel Ribas InterventorFederal "atendendo a que por Decreto nº 1.690, de 12 de julho de 1932 toda Força Públicado Estado foi posta a disposição da 5ª Região Militar para ser incorporada as tropas doexército, em operação de guerra; e considerando que em tais condições o Estado não podemanter destacamentos policiais nos municípios, competindo a estes a organização da GuardaMunicipal a fim de que possa manter-se a mesma e encarregar-se da manutenção da or-dem, segurança e integridade do município."

Neste contexto, o policiamento da localidade de Tamandaré anexada ao território deRio Branco seria de competência do município rio-branquense, e as nomeações e demis-sões eram de competências do Prefeito, como dispunha o art. 3 do supracitado decreto.

Os guardas municipais deveriam, segundo os respectivos artigos do Decreto 1.701/1932,estarem subordinados ao Delegado local nomeado pelo Prefeito, receber um salário de

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

528

140$000 (cento e quarenta mil réis) mensais; usar um uniforme de brim mescla, calça,túnica e boné tipo americano, com pala de couro preto e jugular branco, tendo uma faixavermelha no braço esquerdo; quando em serviço trarão sabre e um revólver à cinta. AGuarda Municipal existiu enquanto durou os conflitos referentes à Revolução Paulista de1932.

Em 12 de novembro de 2010, como iniciativa para conter o vandalismo e proteger opatrimônio público, surge o Núcleo de Proteção e Vigilância Municipal, que tem comoobjetivo, a missão de fazer a guarda e vigilância de todos os prédios públicos municipais,24 horas por dia. Inicialmente, 40 agentes de segurança passaram por treinamento e capa-citação para atuar na área de segurança e proteção, com ronda e monitoramento ininter-ruptos, ou seja, os antigos "guardiões" de prédios públicos.

Estes agentes recebem o apoio de uma central de monitoramento localizada ao lado doCentro Administrativo Vereador Dirceu Pavoni, a qual é equipada com sistemas de con-trole e observação de alarmes instalados em todas as Escolas Municipais (CMEIs), Unida-des de Saúde e outros prédios públicos. Além disso, os agentes fazem as rondas em veícu-los e motocicletas, cobrindo todo o perímetro do município. Ou seja, com esta ação foicriada a Guarda Municipal.

4º ESQUADRÃO DO REGIMENTO DE

POLÍCIA MONTADA DA POLÍCIA MILITAR

Com o advento do Parque Estadual Ambiental Aníbal Khury, se estabeleceu no localdevido a sua infraestrutura herdada do antigo Haras Tamandaré Ltda existente na décadade 1970, a sede do 4º Esquadrão do regimento de Polícia Montada da PM, o qual colaboracom a ronda no município.

MÍDIA SENSACIONALISTA

Apesar da cidade ter uma notória presença de forças estaduais de contenção a violênciacivil, o município é na atual realidade uma grande fonte de notícia que forjam a fama e aglória de muitos apresentadores de televisão e rádio de característica sensacionalista. Umdeles, que atualmente é deputado estadual e de grande votação na região, instituiu ironica-mente em seu programa o título de denominação de "Cidade da Bala", como "prêmioirônico" a cidade com maior ocorrência de mortes violentas.

É de consciência que contra notórios e contínuos fatos não existe argumento. Porém,este sensacionalismo não atinge o "bandido", mas sim o cidadão de bem, que possui vergo-nha na cara e zela por respeito, simplesmente por ser morador da cidade. Não raro éescutar comentário rotuladores recaírem em pessoas honestas pelo simples fato de quemuitos que não conhecem a cidade, criarem a imagem em suas cabeças que aqui é comonos filmes de faroeste ou como os filmes policiais.

Ilustrando tal fato, "um dia um ser iluminado de forma séria me perguntou se eu nãotinha medo de morar em Tamandaré. Levei tal comentário na esportiva porque percebi

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

529

que não era deboche. Porém, refleti sobre o quanto as informações podem ser daninhas sepropagadas sem responsabilidade ou com um objetivo específico".

Houve um tempo, em que ocorreu a morte em série de 20 mulheres no município(período de 1999-2002), o qual gerou protesto dos familiares e acabou se vinculando compolítica, polícia, uma mina de ouro a ser explorada. Tanto é que este número de vítimas foiaumentado para 23, pois infelizmente ocorreram neste período outras 3 mortes. No en-tanto, segundo as informações policiais e judiciais, estas 3 mulheres a mais eram casos quenão se relacionavam com as outras 20. Infelizmente, há de se destacar que uma das vitima-das por latrocínio foi a professora Teresinha Elizabete Kepp, a qual lecionava na escola doloteamento São João Batista. Devido a este trágico incidente, colegas e moradores resolve-ram prestar uma homenagem, denominando a Escola Estadual que funciona no prédioonde ela trabalhava com o seu nome.

Resultado, não raro era escutar pai de família reclamando ou desabafando triste para osconhecidos ou colegas, que quando chegava ao trabalho em Curitiba, começavam as piadi-nhas: "Fique de olho na secretaria!"; "Mulherada, fujam! O homem de Tamandaré che-gou!"

Isto sem contar os relatos de jovens e boêmios dessa época, que percebiam na expressãofacial ou de movimentos involuntários de medo que as mulheres nas danceterias deixavamtransparecerem quando falavam que eram de Tamandaré. Algumas eram educadas e dizi-am que iam ao banheiro e não voltavam mais. Outras desconversavam e iam se afastando.Ou seja, quando se perguntava de onde era, tinha que mentir ou dizer que morava noprolongamento da Mateus Leme! Resumindo, eram as pessoas de bem que sofriam estetipo de ação e que mesmo contando isto de forma séria, muitas vezes são levadas na brin-cadeira. No entanto, para quem não é leigo e entende bem deste contexto, sabe que isto éuma ação involuntária de medo, criada por um sensacionalismo que se fundamenta no"direito de liberdade de expressão" sem contemplar o dever de prever as consequências e oônus que dele resultam direta e indiretamente. Ou seja, os sensacionalistas só consideramo inciso IV do artigo 5º da Constituição Federal, porém, se esquecem de ler o inciso V domesmo artigo, como também o título do Capítulo I do Título II que começa no já citadoartigo.

Porém, que fique claro que eu não sou contra a propagação destas informações. Mas,sim, sou contra a forma que elas são passadas. Principalmente, pelos motivos já elucida-dos.

PROIBIÇÕES DE BAILÕES E DANCETERIAS

Para amenizar a violência na cidade, foi votada e sancionada a Lei Ordinária de Almi-rante Tamandaré-PR, nº 1.137, de 01/12/2005, que estabelecia a proibição de bailões eeventos dançantes em estabelecimentos comerciais. A referida lei entrou em vigor em 15de fevereiro de 2006. Antes deste evento funcionou o pioneiro bailão 9 de Junho na Ca-choeira e após, o Bailão do Minuano, Clube dos Amigos e o Bailão do Purkote na Cacho-eira, que mais tarde foi denominado de Estúdio P. Outro local na localidade era o Magis-tral; na Campina do Arruda existia o Bailão Lauro 21; o Salão Bracatinga, o qual recebiaeste nome porque no meio do salão de dança existia um enorme tronco de bracatinga; na

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

530

localidade de Tranqueira existiu o Bailão do Juvino e, após, o Bailão Bem-te-vi; na Sedeexistiu o tradicional Bailão da Tia Tede (década de 1980 e 1990), e também nesta mesmaépoca, o Bailão do Siqueira (o qual contou com uma apresentação de Teodoro e Sampaioe Gaúcho da Fronteira ainda em tempos que sonhavam com a fama). Na década de 1990,também na Sede, porém na margem sentido Curitiba da Rodovia dos Minérios, abriu oBig Baile, o qual contou com a apresentação da cantora Gretchen. Existiram outros, po-rém os citados foram os que marcaram época.

Independentemente se bailão é bom ou ruim para a sociedade, o grande problema é acrescente violência que contamina tudo que toca. E que infelizmente acaba gerando con-sequências diretas e indiretas ao cidadão de bem, que muitas vezes tem que ficar preso emcasa, quando na verdade deveria ser o contrário, o bandido estar preso. Mas, este é umevento que tem que ser vencido, porém não existe uma fórmula pronta e mágica que mudetudo da noite para o dia.

OS SÁBADOS DE ALELUIA!

Afirmar que Tamandaré era um paraíso é errôneo. Porém, as calamidades que ocorrematualmente, não podem ser comparadas as anteriores às da década de 1960. Existia "vanda-lismo", porém este estava mais ligado às brincadeiras de mau gosto dos Sábados de Aleluia,do que propriamente a depredação espontânea cotidiana. Segundo relatos de diversosmoradores, um dos costumes dos jovens mais exaltados era de arrancar os portões daschácaras e colocar no meio da rua para atrapalhar o pessoal que ia à missa no domingo demanhã. Às vezes, soltavam as criações de animais durante a noite, escondiam carroças.Porém, isto era feito por algumas pessoas e exclusivamente no Sábado de Aleluia. Noentanto, não deixava de ser uma coisa errada. Muitos moradores das comunidades ondeesta prática existia reclamavam e até faziam tocaia no Sábado de Aleluia para pelo menosimpedir a brincadeira de mau gosto. Porém, não se comparava ao atual vandalismo.

Um fato ilustrativo das travessuras dos Sábados de Aleluia foi relatados espontanea-mente por vários moradores entrevistados: "Segundo consta, um grupo de rapazes durantea madrugada entrou em uma propriedade e trocou a vaca que estava no curral por umtouro. Sabedores que os donos costumavam ordenhar a vaca de madrugada (antes do solnascer), se esconderam para ver o que acontecia. Eis, que já previsto, a polaca foi ordenhara "vaca", porém nem percebeu que era um touro devido à pouca iluminação. Resultado, aoapertar as "partes sensíveis" do animal ocorreu o incidente."

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

531

HARLEY CLÓVIS STOCCHERO

Escritores tamandareenses

Harley Clovis Stocchero nasceu na antiga Vila de Taman-daré em 22 de outubro de 1926, filho de Bôrtolo FerreiraStocchero e Hercília de Oliveira Stocchero. Foi Professor eAdvogado, ocupou importantes funções nas secretarias da fa-zenda e da saúde e bem-estar social do Estado do Paraná.

É detentor da medalha cultural "Jornalista E. D'AlmeidaVitor" que lhe foi outorgada pela revista Brasília em 1987. Fezparte da Academia Paranaense de Letras, na qual foi o 5º ocu-pante da Cadeira nº 6; da Academia Sul-Brasileira de Letras edo Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, além de tercriado a letra do Hino atual de Almirante Tamandaré.

No ano de 1992, a Câmara Municipal de Almirante Ta-mandaré aprovou por unanimidade o projeto de autoria doVereador João Carlos Bugalski que conferiu o Título de Vul-to Emérito do Município.

Gostava de relatar o cotidiano do povo tamandareense emseus versos. Em seu currículo, ostenta a criação das obras po-éticas: Ermida Pobre; Os dois Mundos; O pouso dos Guarai-

pos, Recordações de Clevelândia; Andanças na Terra Tingui; Seleção Poética e Novas Can-tigas; Do fundo da Bateia; Sete Poetas e a Vingança da Terra. Além de ter redigido a letrado Hino oficial da cidade em parceria com Didio Santos, elaborarou em 1951 a obratécnica: "Estudo histórico, estatístico, econômico, descritivo do município de Timoneira".

Dr. Harley Clovis Stocche-ro ministrando uma pales-tra no Colégio EstadualJardim Paraíso, no contex-to do Projeto Pintandoum Verso Bem Diferente.

Foto: Josélia Ap. Kotoviski, 2001

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

532

Escrevam que Fui Poeta

Quando eu morrer, escrevam que fui poeta,que muito amei e fui temente a Deus;

e que fiz da poesia a flor diletapara brindar aos nobres e aos plebeus...

Eu procurei cumprir com minha meta:Servir a todos, não somente aos meus;levando a vida sempre em linha reta,sem ofender aos crentes ou ateus...

Vou repousar aos pés da magnóliajunto aos meus pais, no alto da colina,

sentindo a brisa com força eólica...

Quando lá fores visitar-me um dia,e ao perceber da flor os seus olores,

lembrai de mim rezando a Ave Maria!

Esta poesia tem uma particularidade: O pé da magnólia que por ele é relatado nãocobre mais o túmulo, pois secou e foi cortado no início do inverno de 2011. Coincidênciaou não, o Sr. Generoso Candido de Oliveira (o Tio Nenê), relatou um afeto pelo mesmopé de magnólia com a seguinte frase: "Hoje o Coronel João Candido de Oliveira descansanum túmulo ao lado da cruz principal do cemitério de Almirante Tamandaré, tem comosombra uma bela árvore de magnólias que em época de florada cobre seu túmulo comflores".

Porém, o saudoso acadêmico deixou um último legado para a cidade, pois na data de 22de outubro de 2012, às 17h30, no Centro Administrativo Dirceu Pavoni, junto às come-morações do aniversário da cidade foi lançada a obra técnica-histórica: "Raízes históricasde Almirante Tamandaré".

Esta obra ganha destaque porque é um livro de história que possui uma história! Segun-do a Coluna Gente Nossa "Um escritor prata da casa" publicado na Folha de Tamandaré,de 15 de abril de 1985, nº 3, p. 6, é citado que o "livro "Raízes Históricas de AlmiranteTamandaré", um trabalho de pesquisa e estudo que virá preencher uma lacuna bibliográfi-ca de nossa terra e que está em fase de final elaboração".

Em decorrência das eleições e posterior vitória do Prefeito Roberto Perussi, o lança-mento ficou programado para ser realizado junto às festividades do Centenário do Muni-cípio, em 1989, como destaca a publicação da "Folha de Tamandaré, de 31 de março de1985, nº 1, p. 6". Porém, isto não ocorreu.

Três gestões se passaram, mas nenhuma acolheu o sonho do acadêmico de preservar ahistória local. Com o advento da gestão do Prefeito Vilson Goinski, esta realidade mudou,posto que o livro ganhou um novo impulso. Segundo o discurso do Prefeito Goinski nodia do lançamento "ele havia feito uma promessa a seu Harley e por efeito assumido umcompromisso em apoiar a publicação da obra". Porém, seu Harley faleceu em 23 de março

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

533

de 2005. Apesar desse fato, existia um compromisso e neste contexto havia a necessidadede terminar o livro. Algumas tentativas se fizeram, mas sem êxito, pois uma das exigênciasda família era a não alteração do que foi redigido até então como também manter a filoso-fia da pesquisa, ou seja, se nortear apenas por documentos oficiais. Foi neste contexto ecom o apoio da Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré que se concretizou o sonhode seu Harley.

ANTÔNIO THEOLINDO TREVIZAN

Merece as devidas considerações por suas colaborações coma literatura paranaense, o Sr. Antônio Theolindo Trevizan,que apesar de ser um filho de tradicional família estabelecidano município, poucas pessoas o reconheciam como escritordevido à falta de memória ou de conhecimento sobre sua ati-vidade literária.

Suas obras publicadas são as seguintes: "Antônio Theolin-do: um autor no teatro da vida" (1998); "Qualificação profis-sional através da empresa pedagógica" (1983) ; "Qualificaçãoprofissional dirigida a populações urbanas de baixa renda"(1982); "A formação profissional e os serviços sociais autôno-mos (Novas ideias e novos rumos)"(1983); "A aceleração dodesenvolvimento econômico e a qualificação profissional nãoformal"(1984); "Conceito da formação profissional formal, in-

formal e não formal e sistema nacional de formação de mão-de-obra"(1984); "Serviços federais de formação profissional nãoformal - críticas e sugestões"(1985) e "SENAI Paraná 50 anos:1943 a 1993" (1996).

O ilustre escritor, segundo sua biografia "Antônio Theolin-do: um autor no teatro da vida", p. 7-8, é filho do casal Anto-nio Eduardo Trevisan e Juvina de Siqueira Trevisan. Nasceuno Quarteirão do Marmeleiro, na localidade da Vila Tamanda-ré, na data de 14 de fevereiro de 1916. Foi casado com MonikaMaria Ruth Hoffmann Trevizan. Tiveram três filhos: Carlos,Ernesto e Marcia. Faleceu em uma quarta-feira, datada de 10de abril de 2013.

Exerceu várias funções na indústria e no comércio. Em 1940,formou-se pela Escola de Professores de Curitiba. Em 1952,bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná(UFPR). Exerceu várias funções de chefia no Serviço Nacionalde Aprendizagem Industrial do Paraná (SENAI-PR).

Antônio Theolindo Trevizan

Foto: Acervo da Família Trevivan [s/d]

Segunda imagem: capa dolivro "Antônio Theolin-do: um autor no teatro davida".

Foto: Antonio Ilson Kotoviski Filho, 2011.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

534

ZELIANE APARECIDA DE CHRISTO

Outro filho de Tamandaré, ou melhor, filha da terra queescreve é a poetisa Zeliane Aparecida Stival de Christo, nasci-da em 10 de fevereiro de 1982, autora das obras poéticas: Es-tranho Sentimento (1999); Eterno Amor Crônicas, Poesias,Pensamentos e Contos (2000), Coisas do Coração (2002), eDrogas: uma opção de prazer, um passo para a destruição(2005).

No ano do centenário da Paróquia Nossa Senhora da Con-ceição de Almirante Tamandaré, é publicada no periódico pa-roquial "Brasinha nº 29, novembro de 1999", p. 2, uma home-nagem poética da poetiza Zeliane que resumia bem a sua per-sonalidade:

Nossa Senhora da Conceição

Exemplos de amor e perfeição,representa sua linda imagem;

que lutou com toda dedicação,para a todos levar coragem...

Nossa Senhora da Conceição,é o maior exemplo de amor e fé.

É uma das maiores partes do coração,da grande Almirante Tamandaré.

Sua vinda trouxe-nos imensa felicidade.Foi muito especial; por isso, digo isto:

Foi bom ter unido todos em comunidade,e lá do céu, sorri e abençoa o Cristo.

Imagem peregrina,a brilhar na imensidão;

tens uma história que fascina,e desperta fé em todo coração...

Espero sempre em ti encontrar,paz, amor e compreensão;

e esta poesia venho lhe ofertar,Nossa Senhora da Conceição!

A história vai cumprindo com prosperidade,seu lindo e inigualável fadário;unindo todas as comunidades,

no primeiro Centenário...

Poetiza Zeliane de Christo.

Foto: Folha de Tamandaré, 15/04/2002, p. 9

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

535

AMAURI DOMAKOSKI

O escritor técnico-científico nasceu em Almirante Taman-daré em 02 de março de 1970. Segundo seu Currículo Lat-tes/Cnpq disponível na internet é informado que ele é "Ba-charelado em Ciências Contábeis pela Fundação de EstudosSociais do Paraná - FESP (1995). Especializado em Controla-doria - MBA pela FESP (2004), Mestre em Gestão Urbanapela Universidade Católica do Paraná - PUCPR. Foi Diretorde Compras e Licitações na Prefeitura Municipal de Almi-rante Tamandaré, entre janeiro de 2005 a dezembro de 2010.Coordenador do Curso de Graduação de Ciências Contábeisdas Faculdades FAPAR e FAC. (2008/2011). Atualmente,Professor Universitário da PUCPR, onde já ministrou aula

das disciplinas de Contabilidade Introdutória I e II, Análise das Demonstrações Financei-ras I, Gestão de Custos, Finanças e Contabilidade Pública I e II, Contabilidade Geral,Análise de Investimentos, Tópicos Especiais em Finanças. Outras disciplinas ministradasem outras instituições de ensino; (graduação e pós graduação) Análise de Balanço, Audito-ria Contábil, Controladoria, Contabilidade Fundamental I e II, Gestão de Finanças Públi-ca e Finanças Públicas, Introdução a Administração Pública, Licitações e Contratos Admi-nistrativos".

Até a presente pesquisa possui uma enorme gama de publicações acadêmicas, artigoscientíficos e citações em diversas obras científicas. Merece destaque as seguintes obras desua autoria: "Como o governo compra: análise e procedimentos adotados,(2013); Coletâ-nea do edital, (2013). v. 1. 280p ; Coletânea de termo de referência, (2013). v. 1. 284p" .

ESCRITORES NÃO NASCIDOS NA CIDADE

O Historiador Pedro Martins Kokuszka, nasceu em 12 de novembro de 1947 na cidadede Áurea-RS, é casado com a Professora Flavia Irene Biesek (Flavia Kokuszka). É moradorde Almirante Tamandaré há mais de 30 anos. Ele lembra que quando chegou na cidade(setembro de 1980), existiam muitas casas de madeira e o ônibus era vermelho e muitovelho, e ele passava só quando não estava estragado, fazia a linha Rio Branco do Sul aCuritiba.

Formado em Administração de Empresas pela FADEPS, Especialista em EconomiaAgroindustrial pela UEPG, Especialista em Metodologia da Ciências pela Faculdade Espí-rita de Curitiba e Licenciado em Matemática pelo CEFET.

Profissionalmente, atuou na ACARPA (atual EMATER) desde 1972, Professor da RedePública Estadual desde 1985. Incentivador de exposições fotográficas tendo organizado ascomemorações dos 120 anos da imigração polonesa na Lamenha Grande, Almirante Ta-mandaré.

Além de colaborar com a história de Almirante Tamandaré, participou diretamente demuitos fatos históricos no contexto de assessorar os produtores rurais e elaborarem muitos

Amauri Domakoski.

Foto: Currículo Lattes, 2013

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

536

projetos de eletrificação da zona rural tamandareense, os quais foram concretizados pelaCOPEL. Em referência à esta notória atividade no município, em 24 de outubro de 2008,é agraciado com o título de Cidadão Honorário.

Em seu rol de obras, encontramos: Nos Rastros dos Imigrantes Poloneses; Áurea Pri-mórdios; Os Poloneses de Gaurama; Lendas de Gaurama, Causos e Contos Gauramenses;Áurea e Suas Comunidades Rurais, Coleção Literatura Infanto-juvenil de Almirante Ta-mandaré-PR e o livro Botiatuba e seus encantos.

O universo de contemplação das obras do Sr. Pedro se reflete na epígrafe da obra "NosRastros dos imigrantes poloneses":

"Quisera ter encontrado os rastros das carroças.Mas eles são tantos que se confundem.Há os de hoje, os de ontem e de anteontem.Uns mais apagados e outros mais evidentes nas estradasdo Taboão, Botiatuba, São Miguel, Pacotuba e Largo da Ordem.Quisera adentrar dessa alma polaca e saber o que tanto rezasa Matka Boska Czenstohowa.Quisera saber, você, mãe do lenço polaco,Por que choras enquanto trabalhas ao lado do fogão.Quisera saber por que esses rastros polacos se apagam tão depressa..."

O catarinense Wellesley Nascimento, nascido em Caçador-SC em 15 de agosto de 1950,

Flavia Irene Kokuszka, o Escritor Pedro Martim Kokuszka e segurando a obra "Botiatu-ba e seus encantos" o Cônsul Geral da Polônia em Curitiba, Sr. Marek Makowski queparticipou do lançamento do livro citado no Bairro do Botiatuba, na data de 15 dejunho de 2012.

Foto: Anderson Ferreira da Silva, 2012

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

537

colaborou com a cultura local ao criar a obra Exaltação à Tamandaré. No entanto, o seuacervo até o momento conta com: Lendas Caboclas do Contestado (1988); Impressões(1994); Cânticos dos cânticos do contestado (1994); Contestado, a saga dos bravos (2001),além de outras 22 obras a serem lançadas.

Saudoso morador de Almirante Tamandaré, porém, filho de Divisa Nova é o mineiroJosé Tomáz da Silva, nascido em 1928, que em sua obra Zé do Correio - Minha Vida...Minha Luta! (2006), destaca sua passagem por diversas cidades do Brasil, inclusive reservaum capítulo especial onde fala de sua volta à Almirante Tamandaré.

Por fim, colaborando com mais uma obra de preservação da memória histórica da cida-de, os pesquisadores Jorge Antonio de Queiroz e Silva e Zélia Maria Bonamigo, em umatarde de quinta-feira, datada de 08 de novembro de 2012, no Centro Administrativo Dir-ceu Pavoni, lançaram o livro: "Almirante Tamandaré: uma história em constante constru-ção".

PROJETOS LITERÁRIOSProduzir um livro não é barato e nem sempre o sonho de transformar pensamentos em

palavras que ganhem o mundo se torna real. Diante desta condição, é necessário destacarque muitos alunos das Escolas Públicas de Almirante Tamandaré (Colégio Estadual Jar-dim Paraíso; Colégio Estadual Professora Jaci Real Prado de Oliveira, Colégio EstadualVila Ajambi, além de outros), tiveram em sua história educadores que colaboraram e per-mitiram que este sonho fosse concretizado.

No ano de 2001, sob a coordenação da professora mestra Josélia Aparecida Kotoviski eos professores colaboradores Delta Izar Garcia e Antonio Ilson Kotoviski Filho, foi desen-volvido no contexto do programa educacional Vale Saber, o projeto "Pintando um versobem diferente", o qual resultou na publicação de uma coletânea de poemas e poesias dosalunos e professores do Colégio Estadual Jardim Paraíso, cuja obra foi denominada "Pin-tando um verso bem diferente".

Lançamento do livro:"O amor descrito porum apaixonado pelavida", do professorAntonio Ilson Koto-viski Filho, no Colé-gio Jardim Paraíso em08 dezembro de 2001,junto com o livro"Pintando um versodiferente", coletâneade poesias feitos pelosalunos, coordenadospela professora JoséliaKotoviski com poste-rior distribuição deautógrafo.

Foto: Arquivo da Família Kotoviski

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

538

No ano de 2002, também sob a coordenação da professora Josélia Kotoviski, e os profes-sores colaboradores Antonio Ilson Kotoviski Filho e Mariusa da Cruz Becker, se desenvol-veu no contexto do programa Vale Saber, o Projeto "Tamandaré: Causos e lendas de umpovo", o qual involuntariamente se tornou um material histórico-cultural, muito aprecia-do e importante, a ponto de ser plagiado e até ser apossado indevidamente por pessoasque buscavam promoção ou satisfação junto aos seus chefes de repartição pública, queignoraram a fonte primária (autor original do conto) e se intitularam autores. Isto geroualguns transtornos, uma vez que pela legislação vigente, toda produção literária, musical,artística, para serem publicadas, necessitavam de autorização de seus autores ou devidareferenciação da fonte oral e registro junto ao Escritório de Direitos Autorais da BibliotecaNacional.

Destaca-se também o trabalho realizado pelo professor José Carlos Morer, que apesarde ser um filho de Itaperuçu-PR, enquanto prestou serviço ao Colégio Estadual Vila Ajam-bi, em Almirante Tamandaré, coordenou a produção da obra "Antologia Poética Ajambi2002", que reuniu poesias dos alunos no Projeto Vale Saber, promovido pela Secretaria deEducação do Paraná. Em relação as suas produções literárias, se destacam: Da amizade aoamor (1984) e Momentos de Silêncio (1986).

Em 2003, a curitibana professora Vera Regina Barbosa Cardoso, do Colégio EstadualProfessora Jaci Real Prado de Oliveira, desenvolveu um projeto na disciplina de LínguaPortuguesa com seus alunos, que resultou na antologia poética: "Brilho de Nossas Estre-las".

No dia 20 de dezembro de 2010, a professora mestra Flavia Irene Kokuszka apresentouum trabalho que constituiu expor ao público os frutos do desenvolvimento de seus esfor-ços em prol da Educação e da preservação da História e Cultura local, gerando um livrocomposto pela história do município e também pela biografia dos escritores de AlmiranteTamandaré, além de contar com a presença do compositor da melodia do hino tamandare-ense, "Do presente ao passado: assim se faz história", produzido pelos alunos da 5ª série D,do Colégio Estadual Professora Jaci Real Prado de Oliveira. Neste mesmo dia, a professoramestra Maria Aurora B. Manganaro lança o livro: "Nossa história em versos", como coorde-nadora dos trabalhos realizados e colhidos como coletânea junto aos alunos da 5ª série A.

BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE ALMIRANTE TAMANDARÉ

Ligado à Educação, Cultura e à difusão de conhecimento, a população se manifestoude forma mais explícita no município em 18 de março de 1972, quando nas dependênciasda Inspetoria de Ensino Municipal realizou-se às 17 horas a inauguração da pioneira Bibli-oteca Municipal de Almirante Tamandaré.

Segundo a reportagem da "Tribuna dos Minérios, de 24 de março de 1972", estiverampresentes na solenidade o Prefeito Antonio Johnson, Frei Nereu, Pároco de Campo Largo,a inspetora do ensino primário Municipal Sra. Maria Luiza Cavalheiro, o coordenadorAlípio José Gonçalves representando a Editora Broliani, pais de alunos e professores.

Inicialmente, essa Biblioteca contava com um número de aproximadamente 380 volu-mes; sendo 180 conseguidos através da campanha entre os industriais, professores e paisde alunos, e os demais volumes foram uma doação exclusiva da Prefeitura local.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

539

No início da década de 1980, a Biblioteca Municipal foi fechada, porém reaberta nova-mente em dezembro de 1986 no prédio vago da antiga prefeitura, em uma das salas desti-nadas à Secretaria de Educação com a denominação de Biblioteca Municipal Santos Du-mont, a qual foi remanejada para o prédio da Estação Ferroviária da Cachoeira em 2006,em virtude da inauguração da Biblioteca Municipal Dr. Harley Clóvis Stocchero (com umacervo inicial de 1.711 livros), em 27 de abril de 2006.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

541

A história de Almirante Tamandaré inicialmente foi contada porpessoas não nascidas na cidade. Ela se apresentava oficial, mas dis-persa em relatórios governamentais, eclesiásticos e notícias de jor-nais. O primeiro resumo histórico da cidade foi elaborado em cará-ter oficial por João Alberto Munhoz, porém este se resumia a umquadro onde estavam as leis e decretos pertinentes à evolução terri-torial, seguindo o padrão de apresentação de outras localidades nosrelatórios oficiais a partir de 1893.

Em seguida, estes resumos históricos e estatísticos foram usadoscomercialmente como propaganda dos municípios no periódico Al-manach dos Municípios de 1896, organizado por José Gonsalves deMoraes. Com o tempo outros periódicos como a revista IlustraçõesParanaenses, Álbum do Paraná, publicaram informações históricas,geográficas, econômicas, autoridades, personalidades e até algumasfotos, porém bem resumidamente.

Em 1926, é lançada a obra científica histórica do Sr. AgostinhoErmelino de Leão denominada de Diccionario Histórico e Geogra-phico do Paraná, que trouxe uma gama de informações em um con-texto mais amplo e aprofundado sobre a origem da cidade e do po-voamento. Tal resumo foi tão bem elaborado que foi copilado, para-fraseado e complementado por muitos historiadores, autoridades, escritores e instituiçõesgovernamentais até a atualidade. Porém, não só o resumo da cidade, mas os de outrosmunicípios.

O primeiro livro específico que contou a história da cidade teve origem em um relató-rio oficial elaborado pelo município e remetido ao Estado, cujos autores foram DidioSantos em parceria com Harley Clóvis Stocchero. Este importante documento sobre ascaracterísticas do município foi denominado "Estudo histórico, estatístico, econômico,descritivo do município de Timoneira", publicado no ano de 1951.

Preservação da históriatamandareense

Didio Santos, im-portante figura polí-tica da década de1940 a 1960. Nasceuem Paranaguá em 14de novembro de1894, foi secretáriodo município na ges-tão do Prefeito JoãoWolf e nas duas ad-ministrações do Pre-feito AmbrósioBini. Faleceu em 25de maio de 1962.

Fonte: Folha de Tamandaré,novembro de 1985

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

542

Após, a história do município começou a ser contada através de artigos do cotidianoadministrativo e geral publicados na Tribuna dos Minérios desde a década de 1967 e Folhade Tamandaré a partir de 1985. Porém, os artigos publicados de Hermenegildo de Larachamavam atenção porque eles destacavam fatos históricos da vida municipal anteriores àdécada de 1940.

Na década de 1980, começaram a ocorrer projetos de nível escolares e municipal quevisavam resgatar a história local. No final da década de 1990, com a maior acessibilidadede moradores da cidade em universidades, houve uma produção de um elevado númerode monografias tratando sobre diversos assuntos envolvendo a realidade do município.No entanto, apesar destas pesquisas colaborarem com o resgate histórico, existem restri-ções quanto a algumas informações prestadas por elas, pois os projetos escolares se pren-dem muito às fontes orais. As monografias, dissertações e até teses se prendem às fontesbibliográficas questionáveis ou superadas (sobre a cidade), da mesma forma que se fiamem informações orais como fonte principal e não como fonte norteadora ou meramenteilustrativa.

No contexto de elaboração de um dossiê histórico de exposição simples com fotos efatos diversos sobre a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Almirante Tamandaré em1998, para a comemoração do "Centenário da Paróquia" em 1999, o Frei Euclides Bona-migo preservou um fragmento norteador da história de elevada importância para as futu-ras gerações do município, além de citar uma nova fonte de credibilidade para pesquisa,que é o "Livro Tombo da Paróquia" e documentos do gênero em outras instituições. Pois,se engana quem pensa que nele só existem fatos exclusivos de contexto cristão católico.

No ano de 2000, o Historiador Pedro Martim Kokuszka lança o livro "Nos Rastros dosImigrantes Poloneses...", em solenidade realizada no Salão de Festa da Capela de São Mi-guel. Apesar de aparentar ser uma obra específica da colonização polonesa, ela traz muitasinformações ligadas diretamente à História de Almirante Tamandaré. A colônia polonesatambém deixou seu legado na trajetória histórica do município. Outra importante colabo-ração deste filho de Áurea-RS é a sua coleção de fotos da paisagem colonial e cotidiano deAlmirante Tamandaré, a qual foi exposta em 1997 junto às comemorações dos 120 anosda imigração polonesa na Lamenha Grande, além da coleção infanto-juvenil de AlmiranteTamandaré, que resgata e protege as histórias e lendas locais.

Em 2004, Sérgio Roberto Calado lança a obra histórica "Campo Magro: um municípiopara ser conhecido e amado", o qual apesar de ter como foco a cidade vizinha, retrata umaparte da história tamandareense enquanto o território daquele município fez parte deAlmirante Tamandaré.

Atualmente, na busca em preservar a cultura e história local, o vereador Osvaldo Stivalconseguiu êxito em suas proposições. A Lei Municipal nº 1.498/2010, tornou obrigatórioque a história do município de Almirante Tamandaré e região seja incluída no currículoescolar das escolas municipais abrangendo todas as séries do Ensino Fundamental. Damesma forma que a Lei Municipal nº 1.576/2011, dispõe a obrigatoriedade do estabeleci-mento no calendário oficial do município, o Projeto Resgatando a História dos Bairros deAlmirante Tamandaré.

Em agosto de 2011, é elaborada a primeira obra que fala especificamente do municípiode forma geral, desde antes de sua pioneira autonomia até os dias atuais, denominada de"Relatos de um tamandareense: história do município de Almirante Tamandaré".

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

543

Junto às comemorações do aniversário do município em 2012, com o mesmo teor efundado exclusivamente em documentos oficiais, é lançada a aguardada e pioneira obra"Raízes históricas de Almirante Tamandaré" elaborada pelo saudoso Harley Clóvis Stoc-chero. No mês de novembro do mesmo ano, Jorge Antonio de Queiroz e Silva e ZéliaMaria Bonamigo lançaram o livro: "Almirante Tamandaré: uma história em constante cons-trução", o qual também abrange a cidade de forma geral.

Resumindo, Almirante Tamandaré possui uma história relatada. Porém existem maisfatos históricos a serem descobertos e contados.

ORGANIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO

Uma fonte histórica de credibilidade que fundamenta os contextos históricos expostosem uma pesquisa é a legislação. Diante disto, o jornal curitibano "A República" foi o pri-meiro periódico a preservar os principais atos legais do município no período de 1889 a1932, e após, o Correio Oficial e o Diário Oficial do Paraná. A partir do final da década de1960, a Tribuna dos Minérios prestou este serviço. Com o advento da Folha de Tamanda-ré, a legislação tamandareense foi preservada desde 1987. Merece destaque que antes daexistência do município de Tamandaré, notícias e atos oficiais no que tange alguns quar-teirões e colônias que futuramente formariam o município eram informados pelos perió-dicos O Paranaense, Gazeta Paranaense e o Dezenove de Dezembro.

Porém, esta legislação deveria ser organizada, e é neste contexto que a Folha de Taman-daré. Inédito: Prefeito Gulin entrega coleção de Leis. Ano IX, nº 202, 30 de abril de 1994,capa, p. 2 e 23, noticiava que ocorreu um fato inédito no município, ou seja, em 29 deabril de 1994, o Prefeito Cide Gulin entrega a Coleção de Leis Municipal à Câmara deVereadores de Almirante Tamandaré e à Biblioteca Pública Santos Dumont, para registrarde maneira organizada as Leis sancionadas. Inicialmente, foram citadas nesta Coleção as71 Leis Municipais sancionadas no período de 07 de janeiro de 1993 a 23 de dezembro de1993. Depois, outros volumes foram surgindo anualmente até a presente pesquisa.

A elaboração da Coleção foi feita pelo Chefe de Gabinete do Prefeito, Vilson Goinski,nesta época acadêmico de Direito da PUC/PR e ex-assessor da Câmara Municipal. VilsonGoinski, em entrevista concedida à Folha de Tamandaré destacou a importância de talobra com a relevante frase: "Sem uma efetiva organização da legislação e dos atos adminis-trativos, não temos história".

A pioneira obra teve como justificativa a dificuldade encontrada pela gestão Cide Gu-lin no que tangia a falta de organização e a inexistência de um arquivo público municipal.

GALERIA DOS EX-PREFEITOS

O Jornal do Estado de 29 de novembro de 2004 anunciava em sua página 9, a solenida-de de inauguração da Galeria dos ex-Prefeitos da cidade de Almirante Tamandaré, criadapelo Decreto nº 090/2004, ocorrida em 27 de novembro de 2004, a qual foi mais umainiciativa de fato do poder público local, de resgatar e preservar uma pequena parte dahistória política municipal. Infelizmente, as imagens dos Srs. Vidal José de Siqueira, Antô-

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

544

nio Candido de Siqueira, Manoel Francisco Dias, Frederico Augusto de Souza Vasconce-llos, João Evangelista dos Santos Ribas, Manoel Miguel Ribeiro, Pedro Moacyr de GraciaGasparello e Joaquim Age, não estavam presentes em seus respectivos quadros, devido aonão êxito da pioneira pesquisa de encontrá-las.

Em decorrência das novas pesquisas foram detectados que o Sr. Vidal José de Siqueiranão foi Prefeito. Da mesma forma, está faltando a justa menção ao segundo Prefeito deTamandaré, Antonio Ennes Bandeira (1890-1892); João de Barros Teixeira (1920-1924);Miguel Pupia (1928); João Baptista de Siqueira (1928-1930) e Natal Colodel (1981).

PROJETOS ESCOLARES SOBRE A HISTÓRIA LOCAL

Merece destaque para o resgate histórico, o trabalho das escolas estaduais e municipaisque no processo do ensino-aprendizagem desenvolvem projetos de resgate da história dacomunidade a partir da oralidade e imagens. Os principais arquivos disponibilizados eque foram de extrema utilidade para norteamento e identificações de fontes documentaisse referem aos trabalhos realizados por professores da Escola Estadual Lamenha Pequena(1999), Colégio Estadual Ângela Sandri (1986), Colégio Estadual Jardim Paraíso (2001-2002), Escola Jaci Real Prado de Oliveira (2010) e da Escola Alvarenga Peixoto na décadade 1980. Em consequência desses trabalhos, resgataram bem mais que objetivaram inicial-mente. É necessário ressaltar que os Projetos Político Pedagógico (documento burocráticooficial escolar) também carregam em seu contexto, importantes marcos norteadores queinspiram novas informações, averiguações e conclusões.

HISTORIADOR OFICIAL?

Contar a história do município aparenta ser fácil, no entanto, às vezes, se torna difícil edificultada, pois se torna uma disputa entre quem vai ser o historiador oficial, como se istoexistisse e fizesse alguma diferença na ordem do dia. Mas, em 1989, em decorrência dacentenária comemoração municipal entrou em pauta na Câmara Municipal um Projeto deLei que esclarecia que a data de comemoração de 11 de outubro estava errada e mudava adata comemorativa para 28 de outubro. Para se comprovar tal fato, havia a necessidade deapresentar argumentações históricas. Neste contexto, a Folha de Tamandaré nº 83, de 30de setembro de 1989, publicou em seu Editorial Tamandaré 100 anos, na página 2, oseguinte título: "Vereador Jarek pode entrar para a história do município", da mesma for-ma foi referenciado um resumo histórico feito por Hermenegildo de Lara.

No contexto da notícia, seu Harley indignado escreveu uma carta à Folha de Tamanda-ré, a qual foi publicada na edição nº 84, de 15 de outubro de 1989, p. 6, sob o título "Dr.Harley diz que todos os méritos na realização da pesquisa sobre Almirante Tamandaré sãoseus./10 de outubro de 1989", onde apresentou seus argumentos contestando tal fato, oqual revelou que seu pai havia feito um resumo histórico, e este foi disposto dentro de umtubo de PVC e enterrado junto à pedra fundamental da atual Prefeitura.

De certa forma, o vereador Gerônimo Jarek, entrou e fez a história do município, poisa sua proposição logrou êxito e corrigiu uma injustiça histórica com o advento da Lei nº

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

545

31/1989, sancionada pelo Prefeito Roberto Perussi em 05 de outubro de 1989. A partirdeste dia, a comemoração oficial da data festiva, se daria no dia 28 de outubro. E o ano deemancipação política, se contaria a partir de 1889.

Porém, o resumo da história municipal existia e foi preparada com a parceria de DidioSantos e Harley Clóvis Stocchero no contexto do estudo histórico, estatístico, econômico,descritivo do município de Timoneira. Era um relatório oficial da Prefeitura Municipal deTimoneira, publicado em dezembro de 1951, o qual se fundamentou nos relatórios apre-sentados oficialmente ao governo do Estado em décadas anteriores e na obra de Augusti-nho Ermelino de Leão, de 1926. Mas, este não é o mais antigo, era apenas um aperfeiçoa-mento de outros resumos elaborados em relatórios para o governo estadual ou em periódi-cos de propaganda de cidades.

O problema neste caso talvez tenha sido a forma como foi divulgado e interpretado oacontecimento que, a propósito, foi involuntário e superficial, pois se vinculou ao autorda lei em uma época em que todos estavam presos às "tensões" dos preparativos para asfestividades dos 100 anos do município.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

547

Meu nome é ANTONIO ILSON KOTOVISKI FILHO. Nasci às 10 horas do dia 10 deoutubro do ano de 1976, domingo de primavera no hemisfério sul, com cara de inverno,no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, localizado na Av. Visconde de Gua-rapuava, nº 3077, Curitiba, Paraná.

Sou o primeiro filho do casal formado por Antonio IIson Kotoviski e Josélia Aparecidada Cruz Kotoviski. Este casal está casado há 38 anos. Antonio Ilson Kotoviski, filho dePedro Jorge Kotoviski (filho de Damião Kotovcz (meu bisavô, filho de Nestor Kotovcz eAnastácia Kotovcz) com Francisca Brzezinski Kotovcz (minha bisavó, filha de Pedro Brze-zinski com Paulina Ponezek) e Noêmia Cordeiro Kotoviski (minha avó, filha de Antôniode Paula Cordeiro, filho de Manoel de Paula Cordeiro com Geralda Gouveia) e Belarminade França Dias, filha de Honorato Dias da Rosa e Dina de Lara), respeitada senhora dasociedade tamandareense, era comerciante. Meu avô, na sua juventude participou comosoldado artilheiro do Exército Brasileiro no famoso e histórico "Cerco de Itararé", que foiconsequência da Revolução Constitucionalista de 1932.

Meu pai é industrial e empresário do setor de iluminação pública, foi presidente doPSC (Partido Social Cristão), é uma pessoa com grande influência política nos municípiosde Almirante Tamandaré, Campo Magro, Bocaiúva do Sul, Rio Branco do Sul e Itaperu-çu. Foi criador do primeiro Guia de rua e serviços do município de Almirante Tamandaré,no ano de 1993 e em 2011 elaborou o Guia de rua e ceps de Campo Magro. É irmão da ex-Vereadora de Almirante Tamandaré Clarice Gulin, que teve a honra de ser uma das pri-meiras mulheres a exercer o cargo de vereadora do município e casada com o ex-Prefeitode Almirante Tamandaré Cide Gulin (Arcidíneo Felix Gulin), com quem teve três filhosLuciano Gulin, Rogério Gulin e Alessandro Gulin.

Meu pai ainda possui outros irmãos: Otavio Kotoviski, comerciante do ramo de vidraça-ria que foi jogador de futebol profissional na posição goleiro (1977) do Pinheiros (atual-mente Paraná Clube), protetor do meio ambiente, casado com Jussara Pavin, prima da ex-prefeita e deputada estadual do município de Colombo, Elisabete Pavin, que possuemdois filhos, Phablo Kotoviski e Flavia Kotoviski. Irmão de Francisca Kotoviski Manfron,

Resumo biográfico do autor

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

548

professora do Estado do Paraná, três vezes Secretária de Educação do município de Cam-po Magro, casada com Sérgio Manfron, que geraram três filhos: Fabio Manfron, KarinaManfron e Jerusa Manfron. Irmão de Adriano Wilson Kotoviski, comerciante e soldadodo Exército Brasileiro servindo em Brasília (Capital da República Federativa do Brasil),casado com Lúcia Margarida Bini Kotoviski (filha do ex-Prefeito Atílio Bini), geraram trêsfilhos: Thais Adriana Kotoviski, Lincoln Adriano Kotoviski e Débora Laís Kotoviski. Ir-mão de Leonice Kotoviski Milek, respeitada senhora da sociedade tamandareense (minhamadrinha), casada com o comerciante Albino Milek, criaram dois filhos: Imério Milek eLuciana Milek.

Josélia Aparecida da Cruz Kotoviski (minha mãe), é professora de Língua Portuguesa,Inglês e Literatura. Foi Diretora, Vice-Diretora, Coordenadora do Colégio Estadual Jar-dim Paraíso. Mestra em Ciência da Educação, bancária do extinto Banco do Estado doParaná (BANESTADO), pintora, coordenadora de ensino especial do município de Almi-rante Tamandaré, coordenadora municipal do projeto Paraná Alfabetizado no ano de 2005,e coordenadora de Curso Técnicos a Distância ofertados pelo ITDE da Universidade Fe-deral do Paraná no município tamandareense. Foi comerciante do ramo de confecções. Éfilha de José Ido da Cruz (filho de Rodolfo Estevão da Cruz, filho de Adolfo Estevão daCruz e Juvina C. da Cruz) com Irene Colodel da Cruz, filha de José Colodel e FilomenaLugarini Colodel), comerciante do ramo de supermercado, ex-delegado do município deAlmirante Tamandaré. Odete Basso da Cruz (minha avó, filha de Frederico Manosso Bas-so, filho de Francisco Basso e Maria Hercule Basso) com Vitória Manosso Basso (filha deDavi Manosso e Silvia Justi Manosso), comerciante do ramo de confecção, enfermeira doHospital Pequeno Príncipe (hospital especializado em atendimento às crianças), e senhoramuito respeitada na sociedade tamandareense. Irmã de Rita Joseli da Cruz, ex-Diretora doColégio Estadual Jardim Paraíso, professora de Educação Física, Especialista em EducaçãoEspecial, casada com Gilberto Martins Queluz Junior, geraram um filho, Felipe HeronQueluz. Irmã de Carlos Rodolfo da Cruz, comerciante, político do município de Almiran-te Tamandaré, casado comJuçara Daluz Dalazuana,geraram um filho CarlosRodolfo da Cruz Junior eFernanda Augusta da Cruz(filha do primeiro casa-mento com Amarilda Gu-lin). Irmã de José Antonioda Cruz, comerciante eempresário do ramo de re-ciclagem, professor do Es-tado do Paraná da discipli-na de Matemática, gerouuma filha, Isis DannieleCury da Cruz. Irmã deLuiz Arcélio da Cruz, fun-cionário público do Estadodo Paraná, bancário do

Família Cruz. Em pé: Josélia, José Antonio, Rodolfo, Rita, Célio. Senta-dos: Odete e José Ido.

Foto: Álbum Familiar, 2004

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

549

quinto maior banco do mundo (HSBC), Secretário de Obras do Município de CampoMagro e oficial de justiça da Comarca de Almirante Tamandaré, casado com DjananePedroso da Cruz, funcionária pública, na função de secretária escolar, geraram dois filhos,Gabriel Henrique da Cruz e Lucas da Cruz.

Possuo um irmão mais novo, Jeann Carlo Kotovski, engenheiro eletricista, católico atu-ante, ex-soldado do Exército Brasileiro e músico (toca teclado, piano e órgão), casado comMelissa Camargo Kotovski, pedagoga, proprietária de empresa de treinamento e desenvol-vimento profissional/organizacional.

Estudei no centenário Colégio Vicentino São José (fundado em 1904), que se localizana Rua Padre José Joaquim Goral, nº 182, bairro Abranches, Curitiba, PR, do ano de 1981a 1993. Cursei o Ensino Médio no Colégio Unificado, que se localiza na Rua 13 de Maio,nº 450, Centro, Curitiba, PR, no ano de 1994. Terminei os estudos no Colégio EstadualAmbrósio Bini, que se localizava na Av. Emilio Johnson, nº 1.152, cidade de AlmiranteTamandaré, PR, nos anos de 1995 a 1996.

Cursei e me formei em Estudos Sociais em 03 de julho de 1998, pela Universidade doOeste Paulista (UNOESTE), localizada na Rua José Bongiovani, nº 700, cidade de Presi-dente Prudente, SP. Cursei e me formei em História, também pela Universidade do OestePaulista (UNOESTE), em 30 de junho de 2000.

Cursei e me tornei Mestre em Ciência da Educação no ano letivo 2000-2001 pela Uni-versidade Internacional, que se localiza na Rua Vasco da Gama, nº 14, 2.685, Portela,Loures, Portugal.

Cursei Direito e me tornei bacharel em 2007, pelo Complexo de Ensino Superior do Brasil(UNIBRASIL), que se localiza na Rua Konrad Adenaur, nº 442, bairro Tarumã, Curitiba, PR.

Tornei-me Especialista em História do Brasil em 2010, pela Faculdades Integradas deJacarepaguá, localizada na Ladeira da Freguesia, nº 196, Freguesia, Jacarepaguá, Rio deJaneiro, RJ.

No dia 17 de fevereiro de 1997, fui admitido pelo Estado do Paraná para lecionar inici-almente na Escola Estadual Jardim Paraíso e na Escola Jaci Real Prado de Oliveira, aindaem tempos que esta instituição compartilhava o espaço com a Escola Municipal São Fran-cisco. As primeiras disciplinas que lecionei: Educação Física e História no Jardim Paraíso;Português (6ª e 8ª séries), Matemática (5ª série) e Ciências (8ª série) na Escola Jaci. Ou seja,36 horas aulas semanais e mais 3 horas aulas para ajudar fechar o quadro de aulas.

Trabalhei como professor de História do Brasil, História do Paraná, História Geral,Geografia do Brasil, Geografia do Paraná, Geografia Geral, Filosofia, Educação Física,Matemática, Língua Portuguesa, Química, Ensino Religioso e Ciências nas seguintes esco-las de ensino médio e fundamental: Colégio Estadual Jardim Paraíso, Escola EstadualProfessora Jaci Real Prado de Oliveira, Escola Estadual Jardim Apucarana, Escola EstadualLamenha Pequena, Escola Estadual Pedro Piekas, Colégio Estadual Tancredo Neves, Esco-la Estadual Floripa Teixeira, Colégio Estadual Vila Ajambi e Colégio Ângela Sandri Teixei-ra, todas localizadas em Almirante Tamandaré no período de 1997 até os dias atuais (2011).Fui Professor do Curso de Pós-graduação em História, ofertado pela Faculdades Integra-das de Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ. Trabalhei também como comerciante de artigos depresente e confecções, fui proprietário de uma loja e oficina de peças e equipamentos parabicicleta e proprietário da empreiteira de iluminação pública Comercial Saturn, todas lo-calizadas na cidade de Almirante Tamandaré nos anos 1989 a 1996.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

550

Fui um grande desportista. Como aprendiz de Karatê, graduei-me na faixa amarela noano de 1982. Como aprendiz de Kung-Fu, conquistei o nível azul nos anos de 1992 a 1994.Fui jogador de futebol do Clube Atlético Paranaense na posição de zagueiro-central, quar-to-zagueiro e médio volante, da categoria "cobrinha" (sub-12) na temporada de 1987 e1988. Também vesti as cores da Sociedade Recreativa Almirante Tamandaré nos anos de1989 a 1990. Porém, foi no Mountain Bike que eu mais me destaquei. Tive a honra dedisputar mais de 100 competições nos anos de 1995 a 2003. Entre estas competições deMountain Bike destaco a competição dos Jogos Ciclísticos Universitários (2000) onde al-cancei a medalha de bronze. Fui o primeiro ciclista a participar dos Jogos Abertos doParaná em Toledo (1999) como representante da cidade de Almirante Tamandaré, fiz par-te da Seleção Paranaense de Mountain Bike montada pela extinta APRMTB (AssociaçãoParanaense de Mountain Bike). Disputei e consegui a primeira posição em uma competi-ção de Duathlon realizada em Almirante Tamandaré (1999). Como praticante de moun-tain bike disputei campeonatos nacionais, estaduais, regionais, metropolitanos, provas fes-tivas, nas categorias Cadete (1995), Estreantes (1995-1997), Expert (1998), Sub-23 (1999),Pró-Elite (1999-2003).

Também fui atleta das modalidades dos 100 metros rasos, 200 metros rasos, revezamen-to 4X100 e salto à distância, quando integrava o time de atletismo do Colégio VicentistaSão José (1990 a 1993), onde tive a oportunidade de disputar os Jogos Escolares de Curi-tiba.

Mas, uma paixão me despertou o dom da poesia, cheguei até a escrever um livropara explicitar o meu amor que sentia por uma senhorita de minha cidade. Acredi-tem, não adiantou muito! Sendo assim, comecei a tomar gosto pelo mundo daspalavras e lancei outro livro. Os livros lançados foram "Amor descrito por um apai-xonado pela vida" (2001) e "Sonhando escrevi sobre o amor" (2002). Estes livrosforam distribuídos às diversas bibliotecas espalhadas pelo Brasil e mundo. Mas,existem outros livros prontos, mas que não foram lançados até o momento (2010),são eles: Versos imperfeitos. Intenções verdadeiras (poesia); Viagem versada (poe-sia); Poesias: o refúgio de uma alma romântica (poesia); Inspiração derradeira (po-esia); Escrituras românticas (poesia); Voz interior! (poesia); Ref lexos de muitosmomentos (poesia); A história da humanidade em versos (poesia); A história brasi-leira em versos (poesia); Os países do planeta Terra em versos (poesia); Livro ne-gro: o lado oposto do amor (poesia); Horizonte terminal (romance ficção científi-ca); A indisciplina no contexto escolar (técnico-pedagógico); O Integralismo noBrasil (técnico-histórico); e o Librorum Prohibitorum (filosófico e Nova Era). Atu-almente, são mais de 1.850 poesias inéditas criadas por mim.

Escrevi artigos sobre futebol (mais especificamente sobre o Clube Atlético Paranaense)para os sites www.furacao.com e www.rubronegro.net, além de escrever artigos históricossobre a cidade de Almirante Tamandaré e Campo Magro na Coluna "Nossa História" doJornal Folha de Tamandaré e artigos sobre assuntos gerais na Coluna "Opinião" da Tribu-na da Barreirinha e Tribuna do Centro.

Porém, a minha produção de maior destaque até este momento foi o livro "Relatos deum tamandareense: A História do Município de Almirante Tamandaré", lançado em 17 deagosto de 2011 e pioneiramente na história da cidade na data de 16 de agosto de 2011,liberado gratuitamente para download e leitura on-line no endereço eletrônico http://

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

551

issuu.com/exceuni/docs/relatosdeumtamandareense. Em 10 de dezembro de 2011, atin-giu a marca de 1.000 visitas.

Por efeito desta obra, ocorreu uma positiva repercussão, e através do Ofício nº 073/2011, foi informado que na 27ª Sessão Ordinária de 23 de agosto de 2011, da CâmaraMunicipal de Almirante Tamandaré, por unanimidade de votos, é aprovado o Voto deCongratulações na forma de Requerimento nº 011/2011, por ocasião do lançamento dolivro Relatos de um tamandareense.

O Voto de Congratulações foi solicitado pelo Vereador Leonel Siqueira junto ao Presi-dente da Câmara Aldnei Siqueira com a seguinte justificativa: "Parabenizar e exaltar atra-vés desta o escritor e historiador Antonio Ilson Kotoviski Filho, que com o lançamento deseu livro enriquece a história de nosso município. Que fique registrado nos anais destaCasa Legislativa a determinação, empenho e competência deste digno cidadão, expressan-do o orgulho da comunidade tamandareense".

Escrevi um breve histórico de minha vida desde o meu nascimento até este momentoem que possuo 40 anos. O que vier depois disso tentarei descrever e colocar em outra obraliterária.

Mestre Antonio Ilson Kotoviski Filho.

Foto: Arquivo da Família Kotoviski, 2011

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

553

Referências bibliográficas

ANNUARIO Comercial, Industrial, Agricola, Profissional e administrativo dos EstadosUnidos do Brasil e indicador para 1910. Almanak Laemmert, 1910 – Estados Unidosdo Brasil. 67º Anno, Empreza Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, fundada em 1844.

ANNUARIO Comercial, Industrial, Agricola, Profissional e administrativo dos EstadosUnidos do Brasil e indicador para 1919-1920. Almanak Laemmert, 1919-1920 – 2ºVolume - Estados. 76º Anno, Empreza Almanak Laemmert, Rio de Janeiro, fundadaem 1844.

ANNUARIO Comercial, Industrial, Agricola, Profissional e administrativo da CapitalFederal e dos Estados Unidos do Brasil. Edição para 1930. Almanak Laemmer, 1930 –4º Volume – Estados do Sul. Anno 86, Empreza Almanak Laemmert, Rio de Janeiro,fundada em 1844.

ANNUARIO ESTATÍSTICO DO BRAZIL. Ministerio da Agricultura, Industria e Com-mercio/Directoria Geral de Estatística. 1º Anno, Volume I, República dos EstadosUnidos do Brazil, Rio de Janeiro: Typographia da Estatistica, 1916.

ARAÚJO. Maria Luiza Malucelli. A influência do Aquífero Carste em Almirante Ta-mandaré. COMEC, 2006.

BALBACH. Alfons. A Flora Nacional na Medicina Doméstica – Vol. II. 12. ed. São Pau-lo: Edel, [s/d].

BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURYTIBA. Volume I, Fundação da Villade Curytiba, 1668-1721. Curytiba: 1906.

BONAMIGO, Zélia Maria Bonamigo e SILVA, Jorge Antonio de Queiroz e Silva e. “Almi-rante Tamandaré: uma história em constante construção”. Curitiba, 2012.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

554

CALADO, Sérgio Roberto. Campo Magro: um município para ser conhecido e amado.Curitiba: Reproset, 2004.

CARVALHO, Olavo Alberto de. Meu Paraná Provinciano histórias com chiste. PontaGrossa: Banco Bamerindus do Brasil S/A, 1982.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.

CLEROT, Leon Francisco Rodrigues. Glossário Etimológico Tupi/Guarani. Brasília DF:Edições do Senado Federal, Volume 143, 2010.

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. IBGE, Vol. XXXI Paraná, Rio deJaneiro, 1959.

ESTADO DO PARANÁ. Estado do Paraná, 1923. São Paulo: Capri & Olivero, EmprezaEditora Brasil, 1923.

FERRARINI, Sebastião. O munícipio de Colombo. Curitiba: Champagnat, 1992.

FERREIRA, João Carlos Vicente. Municípios paranaenses: origens e significados de seusnomes. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2006.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ/SECRETARIA DO ESTADO E DA CULTU-RA. Espirais do tempo. Bens tombados do Paraná. Curitiba, 2006.

KANASHIRO, Milena. Paisagens étnicas em Curitiba: um olhar histórico-espacial embusca de entopia. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Uni-versidade Federal do Paraná – UFPR, da linha de pesquisa “Urbanização, Cidade eMeio Ambiente”, Curitiba, PR: 2006.

KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade. Os rituais de tombamento e a escrita da história.Curitiba: Editora UFPR, 2000.

KOKUSZKA, Pedro Martim. Botiatuba e seus encantos: trajetória dos imigrantes polo-neses. Ed. Histórica. Almirante Tamandaré, PR, 2011.

______. Nos Rastros dos Imigrantes Poloneses: Sladami Polskich Imigrantów ÁureaRS/Almirante Tamandaré PR. Curitiba: Ed. Graf. Arins, 2000.

______. Os Imigrantes Poloneses na Revolução Federalista de 1893-94. In: Boletim doInstituto Histórico e Geográfico do Paraná. V.1 –LIV, 2003, p. 163-190.

KOTOVISKI, Josélia. Tamandaré: Contos e Lendas de um Povo.

KOTOVISKI FILHO, Antonio Ilson. Relatos de um tamandareense. História de Almi-rante Tamandaré. Almirante Tamandaré: Exceuni, 2011.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

555

LEÃO, Agostinho Ermelino de. Diccionario Histórico e Geographico do Paraná. Empre-sa Graphica Paranaense: Curitiba, 1926.

______. O Contestado Norte/Paraná-S.Paulo. Typ. Impressora Paranaense: Coritiba, 1903.

LISBOA, A. A.; BONACIM, E. A. Sistema aquífero cárstico: reservatório elevado da Re-gião Metropolitana de Curitiba. Revista SANARE. n° 4. Curitiba, 1995, p. 26.

LOENERT, Jonia Mara Urban; GARCIA, Gilberto Jose. O uso da terra no distrito deCampo Magro, município de Almirante Tamandaré - Paraná - uma contribuição aoplanejamento. [S.l., s.n.], 1985.

LOPES, José Carlos Veiga. Aconteceu nos Pinhais: subsídios para as Histórias dos Muni-cípios do Paraná Tradicional do Planalto. Curitiba: Editora Progressiva, 2007.

MACHADO MONTEIRO, Angela Barbosa, DRUMMOND, Glaucia Moreira, PAGLIA,Adriano Pereira. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Brasília:Ministério do Meio Ambiente, 2006.

MARCHIORO, Carlos. História da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério deRio Branco do Sul-Paraná. 2004.

MARTINS, Romário. Curityba de Outr’ora e de Hoje. Curitiba: Prefeitura Municipal deCurityba, Commemorativa do Centenário da Independência do Brasil, 1922.

MARTINS, Wilson. Um Brasil Diferente: Ensaio sobre fenômenos de aculturação noBrasil. São Paulo: Anhembi Limitada, 1955.

MINEROPAR. Colapso de solo afeta área do Aquífero Karst. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=483> Acesso em: 29out. 2011.

MINEROPAR, folheto informativo da. “Sítio Geológico/O Karst e a Formação Capiru/as rochas de Almirante Tamandaré”

MORRETES, Frederico Lange. Novas espécies brasileiras da família Stropthocheilidae.Arq. Zool., 8(4), 1952, p. 109-126.

MUNHOZ, Caetano Alberto. Relatório da Secretaria dos Negócios Interior, Justiça eInstrucção Pública/Quadro demonstrativo das Freguesias, Cidades e Villas do Estadodo Paraná. Curityba: Typ. e Lith. a vapor da Companhia Impressora Paranaense, 1894.

NEGRÃO, Francisco. Boletim do Archivo Municipal de Curityba/Fundação da Villa deCurityba, 1668 a 1745. Vol. VII, Curityba, Livraria Mundial, 1924.

______. Genealogia paranaense. Curitiba: Impressora Gráfica Paranaense, 1926-1950.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

556

NICOLAS, Maria. Cem Anos de Vida Parlamentar. Deputados Provinciais e Estaduaisdo Paraná, 1854-1954. Assembleia Legislativa do Paraná, Curitiba, 1954.

OLIVEIRA, Luis Marcelo. A gestão de riscos geológicos urbanos em áreas de carste.Curitiba: MINEROPAR, 1997.

PARANÁ POLITICO ECONOMICO. Homenagem aos eleitos para os Governos Muni-cipais, elementos de real projeção dos Partidos Politicos do Estado. Edição Especialdo Anuario Sul do Brasil, Curtityba, 1936.

PARANÁ, Sebastião. Os Estados da República. 3. ed. Curitiba: França e Cia Limitada,Livraria Mundial, 1925.

PIEKARZ, Gil F. Geoturismo no Karst: Almirante Tamandaré, Campo Magro, Colombo.Curitiba, PR: Mineropar, 2011.

PILÓ, L. B. Geomorfologia cárstica. In: Revista Brasileira de Geomorfologia. Minas Ge-rais, v. 1, n. 1, p. 88-102, 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ALMIRANTE TAMANDARÉ. Inventário turísticomunicipal de Almirante Tamandaré – Paraná. Almirante Tamandaré: Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Turismo, 2005.

REVISTA IDEIAS. Caminhos do Desenvolvimento. Ano VI, nº 118, agosto de 2011, p.29.

REVISTA PARANAENSE DOS MUNICÍPIOS. Especial Almirante Tamandaré. Curiti-ba: Ed. Revista Paranaense dos Municípios Ltda, fevereiro de 1986, ano XVIII.

REZENDE, Cláudio Joaquim, TRICHES, Rita Inocêncio. Paraná espaço e memória: di-versos olhares histórico-geográficos. Curitiba: Bagozzi, 2005.

SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil. 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1965.

SANEPAR. Aquífero Karst água subterrânea de qualidade. Departamentos técnicos daSanepar, Curitiba, 2011.

SANTOS. Carlos Roberto Antunes dos. Vida Material e econômica. Curitiba: SEED,2001.

SANTOS, Didio. STOCCHERO, Harley Clóvis. Estudo histórico, estatístico, econômi-co, descritivo do município de Timoneira. Timoneira: Prefeitura Municipal de Timo-neira, dezembro de 1951.

SCORTEGAGNA, Adalberto. A geologia, o relevo, e os recursos minerais. In: Paranáespaço e memória: diversos olhares históricos-geográficos. Curitiba: Bagozi, 2005.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

557

SERONATO, Adilson José. Famiglia Ceronato. 116 Anni dopo! 1877-1993.

STOCCHERO, Harley Clóvis. Raízes Históricas de Almirante Tamandaré. AlmiranteTamandaré: Travessa dos Editores, 2012.

TREVIZAN, Antonio Theolindo. Antônio Theolindo: um autor no teatro da vida. Curi-tiba, PR: A. T. Trevizan, 1998.

ZONARDINI, Ismael Fabrício. Boletim do Instituto de Defesa do Patrimônio Natural.Curitiba: Secretaria da Agricultura, 1965.

PERIÓDICOS:

A NOTÍCIA. Desde 04 de novembro de 1905.A REPÚBLICA. Desde 1885.BRASINHA (Jornal Paroquial). Desde 1º de março de 1997.CORREIO DO PARANÁ. Desde 09 de abril de 1932.DIÁRIO DO COMMERCIO. Desde 1891.DIÁRIO POPULAR. Desde 04 de março de 1963.DEZENOVE DE DEZEMBRO. Desde 1º de abril de 1854.FOLHA DE TAMANDARÉ. Desde 31 de março de 1985.GAZETA ANCORADO. Fundado em 1994.GAZETA PARANAENSE. Desde 25 de fevereiro de 1882.GAZETA DO POVO. Desde de 03 de fevereiro de 1919.O ESTADO DO PARANÁ. Desde 17 de julho de 1951.O PARANAENSE. Desde 09 de dezembro de 1877.TRIBUNA DOS MINÉRIOS. Desde 27 de outubro de 1967.

INSTITUIÇÕES VISITADAS:

Academia Paranaense de Letras (periódicos e bibliografia);Arquidiocese de Curitiba (informações eclesiásticas e complementares);Arquivo e Biblioteca da Câmara Municipal de Curitiba (justificativas parlamentares e atas);Arquivo Público do Paraná (documentos oficiais dos três poderes);Biblioteca Municipal Harley Clóvis Stocchero (informações, leis municipais e documentos);Biblioteca Municipal e Museu de Rio Branco do Sul (informações de norteamento);Biblioteca Municipal Santos Dumont (informações, leis municipais e documentos);Biblioteca Nacional (periódicos estaduais, interestaduais, governamentais e bibliografia);Biblioteca Pública do Paraná (bibliografia, periódicos oficiais e particulares);Câmara Municipal de Almirante Tamandaré (informações oficiais);Câmara Municipal de Colombo (atas);Câmara Municipal de Rio Branco do Sul (informações oficiais);Cartórios de Registro Civil e de Imóveis (certidões);Casa da Memória de Curitiba (Fundação Cultural de Curitiba) (informações e imagens);Casa da Cultura de Cerro Azul (bibliografia e informações);

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

558

Circulo de Estudos Bandeirantes (bibliografias, legislação de época, periódicos e informações);Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (bibliografias, mapas e informações);Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Junior (Cidade de Tibagi) (informações);Museu de História Natural de Curitiba (informações oficiais científicas;Museu de Imagem e Som do Paraná;Museu Maçônico Paranaense (informações de antigos associados das Lojas Extintas);Museu Paranaense de Curitiba (informações, bibliografias e periódicos);Paróquia Anjo da Guarda (São Venâncio “Cachoeira”) (informações);Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré (informações);Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (Curitiba) (informações);Polícia Militar do Paraná (informações oficiais);Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré (informações oficiais);Secretaria de Cultura do Município de Almirante Tamandaré (informações);Tribunal de Justiça do Paraná (informações oficiais);Tribunal Regional do Paraná (informações oficiais).

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

559

Agradecimetntos ..................................................................................................................................................... 5Prefácio ................................................................................................................................................................... 7Introdução e observações ....................................................................................................................................... 9Localização territorial .......................................................................................................................................... 13Evolução territorial’ ............................................................................................................................................. 15• Fundação da Vila de Tamandaré .................................................................................................................. 21• Território autônomo...................................................................................................................................... 24• Instalação do município de Timoneira ......................................................................................................... 27Características geológicas e geomorfológicas ..................................................................................................... 31Aquífero Karst ...................................................................................................................................................... 33O relevo cárstico e sua história marcante no município ...................................................................................... 37• A teoria que se sente na prática .................................................................................................................... 40• História ou Estória? ...................................................................................................................................... 46Hidrografia tamandareense .................................................................................................................................. 47• A fauna fluvial .............................................................................................................................................. 49Vegetação natural de Almirante Tamandaré ......................................................................................................... 51• Vegetação alienígena .................................................................................................................................... 53A flora tamandareense na medicina doméstica .................................................................................................... 55A fauna terrestre ................................................................................................................................................... 59Clima tamandareense ........................................................................................................................................... 65Fenômenos climáticos históricos ......................................................................................................................... 67• Neve, granizo e frio ...................................................................................................................................... 69• Enchentes ...................................................................................................................................................... 71• Secas ............................................................................................................................................................. 72Povoadores da região ........................................................................................................................................... 73• Os nativos da terra tamandareense ............................................................................................................... 75• Os Ibéricos .................................................................................................................................................... 79• Os africanos .................................................................................................................................................. 79• Os imigrantes ................................................................................................................................................ 81• Os sobrenomes estrangeiros ......................................................................................................................... 82• Os migrantes regionais ................................................................................................................................. 84• Características étnicas atuais ........................................................................................................................ 85• O cartório ...................................................................................................................................................... 87

Casa para pessoas com baixa renda ...................................................................................................... 88

Índice

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

560

Bairros oficiais do município ............................................................................................................................... 89• Bairro Água Boa ........................................................................................................................................... 89• Bairro Alto São Sebastião ............................................................................................................................ 90• Bairro de Araras ........................................................................................................................................... 91• Bairro Areias ................................................................................................................................................ 92• Barra de Santa Rita ....................................................................................................................................... 93• Betara ............................................................................................................................................................ 94• Betarinha ....................................................................................................................................................... 95• Boixininga .................................................................................................................................................... 95• Boixininga dos Franças ................................................................................................................................ 97• Bomfin .......................................................................................................................................................... 97• Botiatuba ...................................................................................................................................................... 99• Cachoeira .................................................................................................................................................... 102• Campina de Santa Rita ............................................................................................................................... 104• Campina do Arruda .................................................................................................................................... 105• Campo Grande ............................................................................................................................................ 106• Capivara dos Manfron ................................................................................................................................ 107• Caximba ...................................................................................................................................................... 108• Centro ......................................................................................................................................................... 109• Cercadinho .................................................................................................................................................. 111• Colônia Antônio Prado ............................................................................................................................... 111• Colônia Santa Gabriela ............................................................................................................................... 117• Colônia São Venâncio ................................................................................................................................ 123• Córrego Fundo ............................................................................................................................................ 125• Humaitá ...................................................................................................................................................... 126• Juruqui ........................................................................................................................................................ 127• Lamenha Grande ........................................................................................................................................ 129• Lamenha Pequena ....................................................................................................................................... 132• Marianã ....................................................................................................................................................... 133• Marmeleiro ................................................................................................................................................. 134• Mato Dentro ............................................................................................................................................... 136• Morro Azul ................................................................................................................................................. 137• Pacotuba ..................................................................................................................................................... 138• Ressaca ....................................................................................................................................................... 141• Restinga Seca.............................................................................................................................................. 141• São Felipe ................................................................................................................................................... 142• Parque São Jorge ........................................................................................................................................ 143• São Miguel .................................................................................................................................................. 144• Sumidouro .................................................................................................................................................. 145• Taboão ........................................................................................................................................................ 146• Tanguá ........................................................................................................................................................ 148• Tijuco Preto ................................................................................................................................................ 150• Tranqueira ................................................................................................................................................... 150• Varova ......................................................................................................................................................... 153• Venda Velha ................................................................................................................................................ 155Localidades que pertenceram a Almirante Tamandaré ...................................................................................... 157• Conceição ................................................................................................................................................... 157• Campo Magro ............................................................................................................................................. 160• Distrito de Cruzeiro .................................................................................................................................... 164A política ............................................................................................................................................................ 167• Relatos do Agente Administrativo Hermenegildo de Lara ........................................................................ 173

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

561

• Emissão de título de eleitor ........................................................................................................................ 173• Fórum Eleitoral Desembargador Jorge Andriguetto .................................................................................. 174• Aumento de vereadores .............................................................................................................................. 175• Deputados da terra ...................................................................................................................................... 176• Coronelismo ............................................................................................................................................... 178• Pica-Paus X Maragatos .............................................................................................................................. 184Sistema de Governo ........................................................................................................................................... 189• A Intendência Municipal ............................................................................................................................ 189• O Prefeito municipal .................................................................................................................................. 191• Quadriênio 21-09-1892 a 21-09-1896 ....................................................................................................... 192• Quadriênio 21-09-1896 a 21-09-1900 ....................................................................................................... 193• Quadriênio 21-09-1900 a 21-09-1904 ....................................................................................................... 194• A instituição da Prefeitura Municipal ........................................................................................................ 194• Quadriênio 21-09-1904 a 21-09-1908 ....................................................................................................... 195• Quadriênio 21-09-1908 a 21-09-1912 ....................................................................................................... 196• Quadriênio 21-09-1912 a 21-09-1916 ....................................................................................................... 197• Quadriênio 21-09-1916 a 21-06-1920 ....................................................................................................... 197• Quadriênio 21-09-1920 a 21-09-1924 ....................................................................................................... 198• Quadriênio 21-09-1924 a 21-09-1928 ....................................................................................................... 198• Quadriênio 21-09-1928 a 21-09-1932 ....................................................................................................... 199• O Cargo de Prefeito Interventor ................................................................................................................. 200• Os Interventores pós-restauração ............................................................................................................... 201• A efêmera democracia ................................................................................................................................ 204• O último Interventor ................................................................................................................................... 206• Agentes Administrativos ............................................................................................................................ 207• Município de Timoneira ............................................................................................................................. 208• Período democrático................................................................................................................................... 209• Pleito de 16 de novembro de 1947 (Timoneira) ........................................................................................ 210• Pleito de 22 de julho de 1951 (Timoneira) ................................................................................................ 211• Pleito de 03 de outubro de 1955 (Timoneira) ............................................................................................ 211• Pleito de 04 de outubro de 1959 (Almirante Tamandaré) .......................................................................... 212• Pleito de 06 de outubro de 1963 ................................................................................................................ 213• Pleito de 15 de novembro de 1968............................................................................................................. 214• Pleito de 15 de novembro de 1972............................................................................................................. 215• Pleito de 15 de novembro de 1976............................................................................................................. 216• Pleito de 15 de novembro de 1982............................................................................................................. 217• Pleito de 15 de novembro de 1988............................................................................................................. 217• Pleito de 03 de outubro de 1992 ................................................................................................................ 218• Pleito de 03 de outubro de 1996 ................................................................................................................ 220• Pleito de 1º de outubro de 2000 ................................................................................................................. 221• Pleito de 03 de outubro de 2004 ................................................................................................................ 221• Pleito de 05 de outubro de 2008 ................................................................................................................ 222• Pleito de 07 de outubro de 2012 ................................................................................................................ 222• Galeria do Prefeito ..................................................................................................................................... 224As Casas dos Poderes ......................................................................................................................................... 225• Poder Executivo ......................................................................................................................................... 225• Poder Legislativo ........................................................................................................................................ 227O Poder Judiciário .............................................................................................................................................. 229• Justiça Federal ............................................................................................................................................ 232• Fórum Regional de Almirante Tamandaré ................................................................................................. 235Servidores Públicos ............................................................................................................................................ 235• Instituto de Previdência do Município de Almirante Tamandaré .............................................................. 235

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

562

• Associação dos Servidores Municipais de Almirante Tamandaré ............................................................. 236Símbolos do município ....................................................................................................................................... 237• O Hino ........................................................................................................................................................ 237• O Brasão ..................................................................................................................................................... 242• A Bandeira .................................................................................................................................................. 243• A Árvore Símbolo ...................................................................................................................................... 244Toponímia ........................................................................................................................................................... 245• Um mesmo lugar, mas diversificadas denominações ................................................................................. 246• O Patrono Almirante Tamandaré ................................................................................................................ 248Estradas históricas .............................................................................................................................................. 251• Estrada do Assunguy .................................................................................................................................. 253• Estrada da Cachoeira .................................................................................................................................. 258• Rodovia dos Minérios ................................................................................................................................ 260• Estrada do Cerne ........................................................................................................................................ 263• Rodovia do Calcário ................................................................................................................................... 264• Contorno Norte ........................................................................................................................................... 264• Estrada do Juruqui ...................................................................................................................................... 264• Estradas do Marmeleiro ............................................................................................................................. 266• Estradas e ruas importantes ........................................................................................................................ 267• Estrada de Ferro Norte do Paraná (Curitiba-Rio Branco do Sul) .............................................................. 270• Guia de Ruas e Serviços ............................................................................................................................. 276Meios de transporte ............................................................................................................................................ 277• Carroças ...................................................................................................................................................... 277• Transporte coletivo ..................................................................................................................................... 278• Automóveis ................................................................................................................................................. 281• O último motorneiro ................................................................................................................................... 283• Transporte dutoviário ................................................................................................................................. 283Comunicações .................................................................................................................................................... 285• Correios e telégrafos .................................................................................................................................. 285• Telefone ...................................................................................................................................................... 287• Telefone público ......................................................................................................................................... 288• Telefone celular .......................................................................................................................................... 290• Internet ........................................................................................................................................................ 290Os jornais tamandareenses ................................................................................................................................. 293• TRIBUNA DOS MINÉRIOS ..................................................................................................................... 293• FOLHA DE TAMANDARÉ ...................................................................................................................... 296• GAZETA ANCORADO ............................................................................................................................. 299• PACTO E FATOS ....................................................................................................................................... 300• O REPÓRTER ............................................................................................................................................ 300• BRASINHA ................................................................................................................................................ 300• Jornais efêmeros ......................................................................................................................................... 300Terra dos minérios .............................................................................................................................................. 301• O Ouro ........................................................................................................................................................ 302• O Saibro ...................................................................................................................................................... 303• Cal e calcário .............................................................................................................................................. 304• O forno contínuo ........................................................................................................................................ 306• Considerações gerais sobre a cal e calcário ............................................................................................... 307• Associação para a venda de cal virgem...................................................................................................... 311• O petit-pavê (mármore branco) .................................................................................................................. 311• O Carvão mineral e o Xisto Betuminoso ................................................................................................... 312• A água mineral ............................................................................................................................................ 313

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

563

Comércio ............................................................................................................................................................ 315• Lei nº 16, de 28 de agosto de 1928 ............................................................................................................ 319• Cobrança de tributos .................................................................................................................................. 322• Barreira fiscal ............................................................................................................................................. 323Atividades econômicas gerais ............................................................................................................................ 325• Olarias ......................................................................................................................................................... 325• Serrarias ...................................................................................................................................................... 326• Negociantes de lenha .................................................................................................................................. 327• Ferraria ....................................................................................................................................................... 328• Fábricas de sapatos e tamancos .................................................................................................................. 328• Fábrica de banha e derivados ..................................................................................................................... 329• Padarias ...................................................................................................................................................... 329• Bancos ........................................................................................................................................................ 331• Atividades gerais ........................................................................................................................................ 331• Evolução econômica................................................................................................................................... 332Agricultura .......................................................................................................................................................... 335• Obstáculos para a agricultura ..................................................................................................................... 335• O Trigo ....................................................................................................................................................... 336• O Milho ...................................................................................................................................................... 337• Erva-Mate ................................................................................................................................................... 338• O Feijão ...................................................................................................................................................... 339• A Batata ...................................................................................................................................................... 339• Hortifrutigranjeiros ..................................................................................................................................... 340• A uva ........................................................................................................................................................... 340• Cultivo de fumo .......................................................................................................................................... 341• Tecnologia agrícola .................................................................................................................................... 341• O associativismo rural ................................................................................................................................ 342• Os moinhos ................................................................................................................................................. 343• Os monjolos ................................................................................................................................................ 345• A criação de gado ....................................................................................................................................... 346Saneamento básico ............................................................................................................................................. 347• Rede pública de abastecimento de água ..................................................................................................... 347• Saúde pública ............................................................................................................................................. 349• Hospital ...................................................................................................................................................... 350• Ambulâncias ............................................................................................................................................... 351• Médicos que fizeram história na cidade ..................................................................................................... 352• Atendimento dentário ................................................................................................................................. 353• Associação de Proteção à Maternidade e à Infância .................................................................................. 354• A epidemia de Bexiga (Varíola) no século XIX......................................................................................... 355• A epidemia de escarlatina 1895-1896 ........................................................................................................ 357• O surto de malária em 1898 ....................................................................................................................... 358• A epidemia de gripe de 1918-1919 ............................................................................................................ 358• A pandemia de Gripe Suína ........................................................................................................................ 359A energia elétrica ................................................................................................................................................ 361• O Rádio ....................................................................................................................................................... 362• A energia elétrica pública ........................................................................................................................... 363• Energia elétrica pública na Cachoeira ........................................................................................................ 364• Energia pública em Vila Formosa .............................................................................................................. 365• Energia elétrica pública no Jardim São João Batista ................................................................................. 365• Considerações sobre a Energia Elétrica Pública ........................................................................................ 366• Iluminação pública ..................................................................................................................................... 366• Cinema ........................................................................................................................................................ 367

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

564

O ensino em Almirante Tamandaré .................................................................................................................... 369• Escolas que foram fechadas ....................................................................................................................... 374• Resumo geral .............................................................................................................................................. 375• Os obstáculos para a Educação .................................................................................................................. 378• A Educação na Sede Municipal .................................................................................................................. 379• Ensino no Bairro do Botiatuba ................................................................................................................... 384• A Educação na localidade de Tranqueira ................................................................................................... 387• A Educação no Bairro de Areias ................................................................................................................ 389• A Educação na Barra de Santa Rita ........................................................................................................... 391• Educação na Capivara dos Manfrom ......................................................................................................... 392• A Educação no Bairro São Felipe .............................................................................................................. 392• A Educação na Lamenha Pequena ............................................................................................................. 392• A Educação no Bairro de São Miguel ........................................................................................................ 394• A Educação na localidade do Córrego Fundo ............................................................................................ 395• A Educação no Bairro do Tanguá ............................................................................................................... 395• A Educação no Bairro do Mato Dentro ..................................................................................................... 397• A Educação no Marmeleiro ........................................................................................................................ 397• A Educação no Bairro Campo Grande ....................................................................................................... 398• A Educação no Morro Azul ........................................................................................................................ 399• A Educação no Bairro do Pacotuba ........................................................................................................... 400• A Educação no Bairro do Bomfin .............................................................................................................. 401• A Educação no Bairro do Boixininga ........................................................................................................ 401• A Educação no Bairro do Cercadinho ........................................................................................................ 402• A Educação no Bairro da Cachoeira .......................................................................................................... 402• A Educação no Bairro São Jorge ................................................................................................................ 405• A Educação no Bairro Campina do Arruda ................................................................................................ 405• A Educação na Colônia Antônio Prado ...................................................................................................... 406• A Educação no Bairro Colônia São Venâncio ............................................................................................ 408• A Educação no Bairro Restinga Seca ......................................................................................................... 411• A Educação no Bairro Humaitá .................................................................................................................. 412• A Educação no Bairro Venda Velha ........................................................................................................... 413• A Educação no Bairro Campina de Santa Rita .......................................................................................... 413• A Educação no Bairro Lamenha Grande .................................................................................................... 414• A Educação na Colônia Santa Gabriela ..................................................................................................... 417• Curso Profissionalizante ............................................................................................................................. 417• Programa Acorda Brasil ............................................................................................................................. 418• Programa Criança na Escola ...................................................................................................................... 418• A Educação a Distância no Município ....................................................................................................... 419Religião .............................................................................................................................................................. 421• Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Almirante Tamandaré ............................................................. 422• Os Freis Capuchinhos ................................................................................................................................. 423• Capela Nossa Senhora da Luz .................................................................................................................... 424• Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição ............................................................................................... 426• As tradições católicas ................................................................................................................................. 427• Paróquia Anjo da Guarda ........................................................................................................................... 428• Paróquia de São João Batista – Lamenha Grande ..................................................................................... 429• Igreja Nossa Senhora do Rocio no Bairro do Juruqui ............................................................................... 429• Bispo filho da antiga Tamandaré ................................................................................................................ 430• As doutrinas pentecostais ........................................................................................................................... 430• Igreja Assembleia de Deus ......................................................................................................................... 431• Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma ......................................................................... 434

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

565

• Outras manifestações religiosas ................................................................................................................. 436• Estatísticas .................................................................................................................................................. 435• Cemitérios e sepultamentos ........................................................................................................................ 435• Vandalismo e vilipêndio ............................................................................................................................. 438• Crendices de repercussão ........................................................................................................................... 438Os Oratórios ....................................................................................................................................................... 441• Oratório São Carlos Borromeu .................................................................................................................. 441• Oratório São João Batista ........................................................................................................................... 442• Oratório do Tanguá ..................................................................................................................................... 443• Oratório Santo Isidoro ................................................................................................................................ 444• Capelinha do Sumidouro ............................................................................................................................ 444• Oratórios em funcionamento ...................................................................................................................... 445Cultura tamandareense ....................................................................................................................................... 447• Comemorações dos 100 anos da cidade..................................................................................................... 448• Aniversário da cidade (considerando 11 de outubro de 1947) .................................................................. 448• Comemorações considerando 28 de outubro de 1889 ............................................................................... 450• Desfiles cívicos de 7 de Setembro ............................................................................................................. 452• Festa de São Cristóvão ............................................................................................................................... 452• Festa de Santo Antônio e de Santa Luzia ................................................................................................... 453• Festa de Corpus Christi .............................................................................................................................. 453• Mesada dos Anjos ....................................................................................................................................... 454• Festa do Morango ....................................................................................................................................... 455• Festa dos Cavaleiros ................................................................................................................................... 455• Jantar dançante da quirera .......................................................................................................................... 455• Festa de Nossa Senhora da Conceição ....................................................................................................... 456• Procissões católicas .................................................................................................................................... 456• As festas do Botiatuba ................................................................................................................................ 457• Festa de Santo Reis .................................................................................................................................... 457• Apresentações teatrais ................................................................................................................................ 458• As Capelinhas ............................................................................................................................................. 458• Concurso de Boneca Viva .......................................................................................................................... 459• Aniversário da Folha de Tamandaré .......................................................................................................... 460• 1ª Mostra de Artista da Terra ...................................................................................................................... 460• Albano Agner de Carvalho ......................................................................................................................... 461• Mari Ines Piekas ......................................................................................................................................... 462• Fundação Cultural de Almirante Tamandaré .............................................................................................. 462• Casa Velha dos Siqueira ............................................................................................................................. 462• Tamandaré no Carnaval Curitibano de 1997 ............................................................................................. 463• Carnaval na cidade ..................................................................................................................................... 463• Centro de Convenção Edson Dalke ............................................................................................................ 464• Salão Paroquial da Igreja Matriz ............................................................................................................... 464• Cantores da Terra ....................................................................................................................................... 464• Sociedades Literárias ................................................................................................................................. 465• Sociedades Educativa ................................................................................................................................. 465• Sociedades Beneficentes ............................................................................................................................ 466• Rotary Clube de Almirante Tamandaré ...................................................................................................... 468• Os Dinossauros de ferro ............................................................................................................................. 468• Contos e lendas tamandareenses ................................................................................................................ 469Potencialidades Turísticas .................................................................................................................................. 471• Parque Recreativo Clube Atlético Primavera ............................................................................................ 471• Clube Campestre dos Comerciários de Curitiba Adalberto Massa ............................................................ 473• Clubes diversos ........................................................................................................................................... 474

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

566

• “Piscina dos Padres” ou Recanto Santo Antônio ....................................................................................... 475• Parque Aquático Clube de Campo Águas do Valverde .............................................................................. 475• Parque Santa Maria (Recanto Marista Santa Maria) ................................................................................. 476• Parque Ambiental Aníbal Khury ................................................................................................................ 476• Parques Ambientais e esportivos municipais ............................................................................................. 478• Circuito da Natureza ................................................................................................................................... 478• Turismo de Aventura .................................................................................................................................. 478• Spa Clínica do Lago ................................................................................................................................... 479• Clínica Naturalista Oasis Paranaense ......................................................................................................... 479• Os hotéis e motéis ....................................................................................................................................... 480• Observatório Astronômico Professor Dr. Leonel Moro ............................................................................. 481Esporte ................................................................................................................................................................ 483• A Cancha de Esportes ................................................................................................................................. 483• O Ginásio Municipal Buzatão .................................................................................................................... 485• O Campão ................................................................................................................................................... 486• Times profissionais tamandareenses .......................................................................................................... 488• Futebol amador tamandareense .................................................................................................................. 488• Centro Esportivo Lamenha Grande ............................................................................................................ 490• Pioneiros times de futebol de fim de semana ............................................................................................. 490• Festivais de futebol ..................................................................................................................................... 492• Liga dos Minérios ....................................................................................................................................... 492• Copa Folha de Tamandaré .......................................................................................................................... 496• Pioneiros jogadores profissionais da terra ................................................................................................. 499• Olimpíada Tamandaré 85 ........................................................................................................................... 501• Ciclismo e o Montain Bike ......................................................................................................................... 502• Encontro dos Desportistas tamandareenses ............................................................................................... 502• Tenistas ....................................................................................................................................................... 503• Corridas de rua e Duathlon ........................................................................................................................ 503• Atletismo/Arremesso de peso ..................................................................................................................... 504• Academias pioneiras ................................................................................................................................... 504• O Jogo de Bocha ........................................................................................................................................ 505• Punhobol ..................................................................................................................................................... 505• O desportista Leônidas Rodrigues Dias ..................................................................................................... 506Diversão .............................................................................................................................................................. 507• As raias de corrida de cavalo ..................................................................................................................... 510• Jogos de azar .............................................................................................................................................. 511• Gincana do programa televisivo Mário Vendramel ................................................................................... 511Considerações ambientais .................................................................................................................................. 513• Aterro Sanitário da Lamenha Pequena ....................................................................................................... 513• A questão da usina de reciclagem da Colônia Antônio Prado ................................................................... 514• Fundação Rural de Educação e Integração (FREI) .................................................................................... 514• O Depósito de Explosivo no Juruqui ......................................................................................................... 514• O lixo sólido em beira de estradas ............................................................................................................. 515• A montanha de pneu na Capivara dos Manfron ......................................................................................... 515• Reação dos rios tamandareenses ................................................................................................................ 515• Área de Proteção Ambiental Estadual do Passaúna (APA) ....................................................................... 516• A reciclagem ............................................................................................................................................... 517• A preocupação legal com o meio ambiente ............................................................................................... 518Segurança Pública .............................................................................................................................................. 521• O Inspetor de Quarteirão ............................................................................................................................ 523• Os Subcomissários ..................................................................................................................................... 524• Os Delegados “Calças Curtas” ................................................................................................................... 525

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

567

• Os tempos de revolução ............................................................................................................................. 526• A Delegacia e o Módulo da Polícia Militar ............................................................................................... 526• Polícia Rodoviária Estadual ....................................................................................................................... 526• Defesa civil e Corpo de Bombeiro ............................................................................................................. 527• Guarda Municipal ....................................................................................................................................... 527• 4º Esquadrão do Regimento de Polícia Montada da Polícia Militar ......................................................... 528• Mídia sensacionalista ................................................................................................................................. 528• Proibições de Bailões e danceterias ........................................................................................................... 529• Os Sábados de Aleluia! .............................................................................................................................. 530Escritores tamandareenses ................................................................................................................................. 531• Harley Clóvis Stocchero ............................................................................................................................. 531• Antônio Theolindo Trevizan ...................................................................................................................... 533• Zeliane Aparecida de Christo ..................................................................................................................... 534• Amauri Domakoski ..................................................................................................................................... 535• Escritores não nascidos na cidade .............................................................................................................. 535• Projetos literários ....................................................................................................................................... 537• Biblioteca Pública Municipal de Almirante Tamandaré ............................................................................ 538Preservação da história tamandareense .............................................................................................................. 541• Organização da legislação do município ................................................................................................... 543• Galeria dos ex-Prefeitos ............................................................................................................................. 543• Projetos Escolares sobre a história local .................................................................................................... 544• Historiador oficial? ..................................................................................................................................... 544Resumo biográfico do autor ............................................................................................................................... 547Referências bibliográficas .................................................................................................................................. 553

Thomas Guedes/Foto intitulada “Um brilho que poucos enxergam” premiada no 2º Concurso de Fotografia Revelando Tamandaré, 2012.