Upload
others
View
12
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
CONSERVAÇÃO E RESTAURO E REABILITAÇÃOPROJECTO E CONSERVAÇÃO: PROBLEMAS E NOVOS IMPERATIVOS
José Aguiar, ArquitectoProfessor da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Ao Nuno Proença, Heinz Leitner, Irene Frazão, Joaquim Caetano, Zé Pestana, Milene Gil Duarte, Martha Tavares
e a tantos outros e outras Restauradores-Conservadores a quem devo, e com quem aprendi, tanto.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROBLEMAS E IMPERATIVOS NA CONSERVAÇÃO CONTEMPORÂNEA DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Europa: IMPLOSÃO DEMOGRÁFICA (Portugal: 1.3 filhos/mulher em 2016)
Património, turismo e exploração económica: UM AVASSALADOR CONSUMISMO CULTURAL
Injustiça e segregação social: O RECRUDESCER DA GENTRIFICATION!
Em vez de uma cuidadosa CONSERVAÇÃO, RESTAURO E REABILITAÇÃO: FACHADISMO!
A quase esquecida da tríade Vitruviana: A CONSTRUÇÃO (e a História da Construção)
Um namoro interrompido que regressa com paixão: ARQUEOLOGIA DA ARQUITECTURA
O regresso de uma estética minimalista ou a ARTE DA IMPERFEIÇÃO
Conservação: alteração e ampliação da TEORIA DE VALORES
Se o Restauro termina quando a hipótese aceitamos de novo a REPRISTINAÇÃO (quando não existem dúvidas)?
A afirmação e o partilhado lugar de uma nova disciplina e dos seus profissionais: OS CONSERVADORES-RESTAURADORES
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROBLEMAS E NOVOS IMPERATIVOS NA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Europa: IMPLOSÃO DEMOGRÁFICA (Portugal: 1.3 filhos/mulher em 2016)
Património, turismo e exploração económica: UM AVASSALADOR CONSUMISMO CULTURAL
Injustiça e segregação social: O RECRUDESCER DA GENTRIFICATION!
Em vez de uma cuidadosa CONSERVAÇÃO, RESTAURO E REABILITAÇÃO: FACHADISMO!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Le Corbusier, 1930: É preciso matar a rua-corredor! Le Corbusier. 1930. Précisions sur un état présent de l’architecture et de l’urbanisme. Paris: Crès Le Corbusier. 1935. La Ville radieuse. Boulogne-sur-
Seine: Éditions de l’Architecture d’aujourd’hui.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Como lidar com o problema dos centros históricos?
Le Corbusier, 1946, legenda: Renovação urbana em quatro passos
ou como lidar com o “problema” dos centros históricos!
Em: Maneiras de Pensar o Urbanismo. Lisboa: Europa-América, 1977
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PORTUGAL: a NOSSA AVERSÃO ainda recente à cidade histórica
PORTO: Planos radicais de renovação urbana nos anos 50 e 60 propondo a
DEMOLIÇÃO da Ribeira-Barredo, hoje inscrita na Lista do Património Mundial da
Unesco (Arquitecto Manuel Marques de Aguiar, 1954).
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PORTUGAL: da AVERSÃO à DECLARADA PAIXÃO pelo património urbano
CH PORTO: em 40 anos passou da planeada obliteração à Lista do Património Mundial!Anos 50: DemoliçãoAnos 60: Demolição ParcialAnos 70 e 80: CRUARB - ReabilitaçãoAnos 90 (1996): O Centro Histórico do Porto é Inscrito na Lista do Património Mundial da Unesco.
Fonte: http://balcaovirtual.cm-porto.pt/PT/cultura/patrimoniocultural/patrimonioculturaldahumanidade/PublishingImages/FRENTE%20DO%20BALCAO%20r.jpg
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Aldo Rossi: Arquitectura da Cidade
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
NOVA CARTA DE ATENAS DO
URBANISMO CEU 2003: A CIDADE
DE AMANHÃ JÁ EXISTE HOJE!A visão do CONSELHO EUROPEU DOS URBANISTAS (CEU) sobre as Cidades do séc. XXI. Lisboa, 20 de Novembro de 2003. Traduçãoportuguesa: Professor Paulo Correia (coordenador do Grupo de Trabalho da Carta) e Dr.ª Isabel Costa Lobo.
O CEU apresentou para o novo Milénio, e cito: «(…) uma Visão de uma rede de cidades em que estas: Conservarão a sua riqueza cultural e a sua diversidade, resultantes da sua longa história; (…). A visão futura: uma cidade coerente no tempo! «A CIDADE DE AMANHÃ JÁ EXISTE HOJE …A SUA REQUALIFICAÇÃO DAR-NOS-Á A CIDADE DO FUTURO!»
HABITAR, RECREAR-SE, TRABALHAR NA MESMA CIDADE!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Fonte: Arq.ª Alexandra Gesta, CM Guimarães
Guimarães
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Guimarães
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
OS MESTRES DE REFERÊNCIA
Álvaro Siza:
«Dieu est dans le détail»
Antes e Depois do Restauro
Reabilitação do Complexo Balnear de Pedras Salgadas
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Álvaro Siza:
«Dieu est dans le détail»
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Álvaro Siza:
«Dieu est dans le détail»
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Edição:
GUIA TÉCNICO DA
REABILITAÇÃO
HABITACIONAL
J. Vasconcelos de Paiva;
José Aguiar;
Ana Pinho
INH/LNEC, 2007
REABILITAÇÃO O QUE É?
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
O FACHADISMO É REABILITAÇÃO?
Problemas: o excessivo “consumo” da identidade. A cidade histórica transformou-se hoje
num bem de consumo cultural: (no tempo em que o consumo se tornou uma cultura e a
cultura consumo, citando Boaventura Sousa Santos).
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
FACHADISMO É REABILITAÇÃO?
FACHADISMO É REABILITAÇÃO? Bairro Alto 2012
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
FACHADISMO É REABILITAÇÃO? Bairro Alto 2012
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
FACHADISMO É CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO URBANO? Fonte: observatoriodabaixablog
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
O FACHADISMO OBLITERA OS VALORES DA CULTURA ARQUITECTÓNICA E CONSTRUCTIVA!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
HERZOG e DE MEURON CAIXAFORUM
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
INCOERÊNCIAS DE HOJE: REABILITAÇÃO DE PATRIMÓNIO
URBANO INSCRITO NA LISTA DO PATRIMÓNIO MUNDIAL OU Porto:
O caso do quarteirão das Cardosas
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
(fonte: Nuno Grande)
FACHADISMO
Quarteirão Carlos Alberto e Cardosas
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PORTO QUARTEIRÃO DAS CARDOSAS (fonte: Nuno Grande)
GENTRIFICATION Segregação de novo
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PORTO, CARDOSAS:UM PÉSSIMO EXEMPLO OU UM PRÉMIO DE REABILITAÇÃO?
Declaração do Porto, ICOMOS-Portugal, 2013:um olhar de hoje sobre as dinâmicas da conservação e reabilitação de cidades históricas .
http://www.icomos.pt/images/pdfs/dec25.10.pdf
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
E PORTUGAL HOJE? A CRISE E OS NOVOS PROBLEMAS
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
E PORTUGAL HOJE? A CRISE E OS NOVOS PROBLEMAS
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Mais importante dos imperativos: REABILITAR A REABILITAÇÃO!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROBLEMAS DE HOJE:
CHOAY (problemas do património): «ESCLEROSE, DISNEYLANDIZAÇÃO, PRODUÇÃO DE PASTICHES, ESTERILIZAÇÃO… CRIAÇÃO APRESSADA DE UMA ALTERNATIVA A UM UNIVERSO TECNICIZADO E MONOSSÉMICO!»
F. Choay, As questões do Património . Edições 70, 2011, pp.43-44
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar
PROBLEMAS CONTEMPORÂNEOS:UM AVASSALADOR CONSUMO PATRIMONIAL!
Javier Rivera Blanco: «O problema [da conservação hoje]
transladou-se para a gestão, desfruto e obtenção de
benefícios com o património. Se é legítimo aceitar a
prioridade de que “restaurar é um fim em si mesmo”, daqui
passa-se frequentemente ao uso e abuso do património
não já como um produto cultural, mas sim como um
produto industrial para o qual estão muito atentos alguns
sectores só interessados na sua exploração económica».
Javier Rivera Blanco, De Varia Restauratione. Teoría e Historia da la Restauración de la Arquitectónica.
Valladolid: Editorial América Ibérica, 2001, p. 187.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
DOS PROBLEMAS AOS NOVOS IMPERATIVOS NA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Um namoro interrompido que regressa com paixão: ARQUEOLOGIA DA ARQUITECTURA
A quase esquecida da tríade Vitruviana: A CONSTRUÇÃO (e a História da Construção)
O regresso de uma estética minimalista ou a ARTE DA IMPERFEIÇÃO
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Um namoro interrompido que regressa com nova paixão: ARQUEOLOGIA DA ARQUITECTURA!
NOVOS PARADIGMAS DO SÉCULO XXI:
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARQUEOLOGIA DA ARQUITECTURA, ou a história escondida dos edifícios que são PALIMPSESTOS e sua importância vital para o restauro
Legenda: S. Gião da Nazaré – estudo de Luís Caballero Zoreda/IPPAR. Fonte: Maria Ramalho, Arqueologia da Arquitectura: Contributos para a Salvaguarda do Património de Origem Portuguesa. Coimbra, WHPO, 2010 (não editado).
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Palazzo Bizarrini – manutenção das marcas da história, a valorização da estratigrafia
Projecto e foto de Francesco Doglioni – Instituto Universitário de Veneza
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
FIRMITAS UTILITAS VENUSTAS
A parte esquecida da tríade Vitruviana: A CONSTRUÇÃO (e a História da Construção)
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
La Seu de Manresa, Barcelona (caso relatado por José Luiz Moreno-Navarro)
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Faz muito pouco sentido restaurar com todo o cuidado as magníficas pinturas de Vasari e
Zuccaro no Duomo de Florença (Santa Maria del Fiore) e substituir por algum material mágico
(resinas sintéticas ou concreto) a estrutura original que as suporta!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Culturalmente é muito significativo para a história da Arquitectura o extraordinário avanço para
a história da construção e do domínio do estático, as soluções construtivas e as tecnologias
desenvolvidas, o saber-fazer adquirido nos processos construtivos (revolucionários também)
que o Joalheiro-Arquitecto Filippo Brunelleschi concebeu, mudando irreversivelmente a
capacidade de projectar e de construir desafios às leis da gravidade.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
FORMA, FUNÇÃO, ESTRUTURA: metodologias para conservação de estruturas históricas,
recomendações do ISCARSAH (Tradução de Paulo Lourenço)
CARTA ICOMOS: Recomendações para a Análise, Conservação e Restauro Estrutural, Zimbabwe, 2003
Structural analysis (Linear Elastic). Fonte: P. Lourenço
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Análise global
Análise local (nave) Análise local (transepto)
Fon
te: P
au
lo B
. L
ou
ren
ço
, A
ula
ao
Curs
o d
e D
outo
ram
ento
da
FA
UT
L,
20
10
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
O PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA:
se puderes fazer menos não faças demais!
Boas práticas (na reabilitação urbana e arquitectónica),
Intervenção Mínima Reabilitação Máxima!
Os avanços da engenharia (estrutural; ambiental). Uma adequada conservaçãodo património urbano exige a preferência por intervenções mínimas e poucointrusivas e não por intervenções máximas e profundamente reformuladores, queno fundo não são mais que renovação urbana encoberta. Assim a manutenção épreferível à reparação, a reparação é preferível ao restauro, a substituição tem deceder lugar à reabilitação. CARTA ICOMOS: Recomendações para a Análise,Conservação e Restauro Estrutural, Zimbabwe, 2003.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
A NORTE E NÃO SÓ NO PORTO: A disponibilidade de novos (ou não tão novos) engenheiros estruturalista de nova vaga
Ana Velosa; Aníbal Costa; Esmeralda Paupério; Humberto Varum; Paulo Lourenço; Raimundo Mendes da Silva; Miranda Guedes; Xavier Romão; Rui Póvoas; Tiago Ilharco; João Guedes; João Mascarenhas Mateus; João Appleton; João Nunes Ferreira; Thomáz Ripper e etc. e etc.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019Tiago Ilharco
NCREP – Consultoria em Reabilitação do Edificado e
Património, Lda.
Praça Coronel Pacheco, nº 2 4050-453 Porto
(00351) 220301598
www.ncrep.pt
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
nível I | INTERVENÇÃO Fonte: Tiago Ilharco
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
História da Construção: Manejo da pedra em estaleiro
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROJECTO: O regresso de uma estética minimalista ou
A ARTE DA IMPERFEIÇÃO
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROJECTO
O regresso de uma estética minimalista ou a ARTE DA IMPERFEIÇÃO
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Chartier – Corbasson
http://chartcorb.free.fr/
MAISON DE L’ARCHITECTURE / PARIS / 2006
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Chartier – Corbasson
http://chartcorb.free.fr/
MAISON DE L’ARCHITECTURE / PARIS / 2006
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Chartier – Corbasson
http://chartcorb.free.fr/
MAISON DE L’ARCHITECTURE / PARIS / 2006
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Matadouro Lagazpi em Madrid, Arturo Franco Diaz e Fabrice Van Teslaar
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROJECTO (Matadero, MUDE, Palais Tokyo)
O regresso de uma estética minimalista ou a ARTE DA IMPERFEIÇÃO
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Neues Musem - David Chipperfield Neues Museum
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Neues Musem - David Chipperfield Neues Museum
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Neues Musem - David Chipperfield Neues Museum
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Neues Musem - David Chipperfield Neues Museum
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Neues Musem - David Chipperfield Neues Museum
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Projectos mais sensíveis à valorização das preexistências provando que é possível a convivência entre a contemporaneidade e conservação. O bem desenhar e a importância da adequação programática.
NOVOS DESAFIOS: uma reconciliação mais natural entre contemporaneidade e salvaguarda
Uma nova naturalidade na relação entre tempo, espaço e matéria
(outra harmonia que não só a contraposição)!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Interventions in Municipal Buildings Fonte: Arq.ª Alexandra Gesta, CM Guimarães
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Interventions in Municipal Buildings
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Interventions in Municipal Buildings
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Fonte: José Adrião
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
RUA DOS FANQUEIROS JOSÉ ADRIÃO, PRÉMIO VILALVA 2011
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
PROBLEMAS E IMPERATIVOS NA CONSERVAÇÃO CONTEMPORÂNEA DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Conservação: a constante alteração e ampliação da TEORIA DE VALORES
Se o Restauro termina quando a hipótese aceitamos de novo a REPRISTINAÇÃO (quando não existem dúvidas)?
A afirmação e o partilhado lugar de uma nova disciplina e dos seus profissionais: OS CONSERVADORES-RESTAURADORES
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
COM´ERA DOV´ERA ou o problema da REPRISTINAÇÃO!
RESTAURO HISTÓRICO Luca Beltrami e a a questão do Campanile: Campanile de São Marcos, Veneza
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
COM´ERA DOV´ERA
1902 discussão internacional sobre estratégia mais adequada para o restauro do Campanile. As posições dividiam-se: renovar a torre e aproveitar para introduzir uma nova linguagem arquitectónica no quadro estilístico do Liberty, ou outra; reconstruir a torre de forma essencializada, mantendo apenas referências directas ao antigo volume e silhueta; proceder a uma reconstrução integral, mobilizando técnicas construtivas e materiais idênticos aos originais.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Luca Beltrami e a questão do Campanile!
O projecto foi dirigido (mas não concluído) por Beltrami. Na reconstrução decide-se o recurso a soluções de reforço estrutural modernas, interior em betão armado, para diminuir o peso próprio da torre, uma das causas do desmoronamento (conseguindo poupar-se duas mil toneladas em relação ao original). Em termos de imagem, optou por se deixar sem o reboco a alvenaria de tijolo exterior, a qual era inicialmente revestida, mas cuja memória já se perdera no próprio original. As obras ficaram concluídas em Abril de 1912.
COM´ERA DOV´ERA
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Luca Beltrami: a questão do Campanile!
Cesare Brandi:
«La copia è un falso storico e un falso estético» e pertanto può avere una
giustificazione puramente didattica e rimemorativa, ma non può sostituir-se
senza danno storico ed estetico all´originale. Nel caso del Campanile di San
Marco, quel che importava era un elemento verticale nella Piazza [dimensão
urbanistica]; la riproduzione esatta non era richiesta se non dal
sentimentalismo campanilistico, è il caso di dirlo» [1].
[1] C. Brandi, Teoria del Restauro, Turim, Picola Biblioteca Einaudi, 1963 (2ª ed. de 1977) p.40. Ver também, neste documento, o capítulo referente a Cesare Brandi e à sua teoria de um restauro crítico.
COM´ERA DOV´ERA
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
o que se entende por repristinação?Linguagem jurídica: repor em vigor leis revogadas!
repristinação («ato ou efeito de repristinar; restauração funcional ao
estado primitivo; restabelecimento de uma condição anterior; restauração do aspecto ou forma primitiva , extirpando o que lhe havia sido
eventualmente acrescentado»; de repristanar «reconstituir o aspecto ou
forma primitiva, extirpando o que lhe foi eventualmente acrescentado; trazer de volta ao
uso ou ao vigor; revalidar; restaurar»; e de repristinatório «que reconstitui o
aspecto o aspecto ou forma primitiva, extirpando o que lhe foi eventualmente acrescentado; que traz de volta ao uso ou ao vigor».
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Aldo Rossi, propostas para La Fenice, 1999
Paolo Marconi: O Elogio da Represtinação!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Matéria e Significado.A Questão do Restauro Arquitectónico
Paolo Marconi, Materia e Significato - La questione del restauro architettonico, Editori Laterza, Bari 1999
A questão essencial do Restauro é conservar a matéria ou o recuperar o (seu) significado?
Conservação e autenticidade: o questionamento de uma associação inquestionada!
O significado em Arquitectura e a sua conservação (restituição, apresentação).
Restauro e a arquitectura: a aceitação da repristinação e a recuperação de um novo “tradicionalismo”?
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Paolo Marconi: O Manual de Recuperação do Município de Roma: Uma didática
da arquitectura pré-moderna
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Jan Duiker Sanatorium Zonnestraal (1926-1931, Hilversum)
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Jan Duiker Sanatorium Zonnestraal (1926-1931, Hilversum)Projecto de restauro: Wessel de Jonge e Hubert-Jan Henket (fundadores do DOCOMOMO)
Foto: Bierman Henket Architecten & HA e Wessel de Jonge
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
93
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
94
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
96
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
98
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
99
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
Cesare Brandi: A dura critíca à repristinação (ou a morte do pai?)
Cesare Brandi: «(…) o restauro, para representar uma operação legítima, não deverá pressupor nem o tempo como reversível, nem a abolição da história.
A REPRISTINAÇÃO (segundo Brandi) é um acto que pretende «(…) abolir o lapso de tempo, entre a conclusão da obra e o presente”. É um “falso histórico e um falso estético” e levanta o problema da legitimidade da substituição da materialidade das obras por cópias, que não valem por si só, concluindo que “o adágio nostálgico com’era, dov’era é a negação do próprio princípio do restauro, é uma ofensa à história e um ultraje à Estética, ao pôr o tempo reversível e a obra de arte reproduzível à vontade”.
A acção do restauro, não se deverá apresentar como secreta e quase fora do tempo, antes deverá apresentar-se de modo a ser caracterizada como evento histórico que é, pelo facto de ser acto humano e de se inserir no processo de transmissão da obra de arte ao futuro. Na actuação prática, esta exigência histórica dever-se-á traduzir na diferenciação das zonas integradas».
Na qualificação de ruínas «(…) mesmo com a mais vasta documentação de como a obra era antes de se tornar uma ruína, a reconstrução, a repristinação, a cópia não podem nem sequer ser tratadas como temática de restauro, de que naturalmente exorbitam para entrar unicamente no campo da legitimidade ou não da reprodução a frio dos procedimentos da formulação da obra de arte » Brandi.Brandi, pp. 24-27 Teoria do Restauro
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
o projecto de restauro hoje segundo Stefano Musso (2009)
Um “Atto tecnico di natura culturale” numa prática cultural aberta e osmótica!Especificidades do projecto de restauro: atenção ao ambiente envolvente, não só na perspectiva ambiental e “sustentável” mas sobretudo com o cuidado na modificação do estado e significado dos lugares; concentração de muitas energias e recursos (inteléctuais e técncicos) nos aspectos preventivos (exp. ponderação de actosirreversíveis) do antes e do depois do restauro; o peso da negociação com a sociedade e seus representantes, com quem “governa” e gere os bens (suprIntendência); o fundamental “conhecimento prévio” necessário, mas também o “amor” e respeito) por manufacturas (materiais, técnicas, formas de produzir) criadas antes da entrada do “eu-autor” e que se devem propagar para depois da sua presença, para poder actuar em produtos intactos ainda (ou transformados), com toda a sua carga de memórias, valores e significados inerentes; projecto que se orienta para “salvar” (consolidar, reparar, proteger, etc.) o que de valor existe e persiste, (com veracidade e coragem) ; projecto que seja compatível e reversível, procura discrição no que acrescenta, i.e. controlando os sinais do que acrescenta (toda a intervenção é alteração como confirma a arqueologia da arquitectura), controlando os impactos no destino e as alterações nos significados.
Stefano Musso, Il Progetto di restauro: atto tecnico di natura culturale. Em: Actas do Convegno “Il Progetto di restauro”. Genova: Arkos, 2011, pp. 19- 22.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
A AFIRMAÇÃO DOS CONSERVADORES-RESTAURADORESSÉCULO XX: ANOS 80 E 90 MUDANÇAS DE PARADIGMA, A GRADUAL PASSAGEM DO RESTAURO ESTILíSTICO E ANALÓGICO PARA UMA CONSERVAÇÃO (MAIS) ESTRITA
Formações avançadas frequentadas por muitos dos actuais protagonistas portugueses do mundo do restauro e da
conservação, da investigação da praxis à embrionária investigação científica (de memória, por exemplo): T. Cabral, J.
Cordovil, J. Caetano, I. Frazão, M. Portela, F. Peralta, F. Henriques, M. Fernandes, F. Marques, F. Pinto, J. Cornélio, J.
Aguiar, S. Salema, J. Antunes, A. Barreiros, P. Santa Bárbara, E. Murta, T. Gonçalves, E. Paupério, M. Goreti, etc. etc.ETC.).
Cursos de conservação baseados no aprender fazendo e na experimentação das mais contemporâneas teorias do restauro.
Rescrevendo as praxis ao mesmo tempo que se permitia a algumas das nossas gerações os primeiros contactos com os
centros de excelência, com as intensas discussões pluridisciplinares que desde os anos 70 ferviam pela Europa.
Acedemos assim pela primeira vez aos conhecimentos mais avançados e ao inexcedível convívio directo com as mais
distintas estrelas deste novo universo da nova disciplina da conservação patrimonial (como o saudoso casal Mora, G.
Torraca, H. e G. Massari, M. Koller, E. De Witte, J. Jokilehto, e tantos outros). Cursos onde hoje, como feliz indicador do
nosso crescimento científico, onde já não encontramos apenas alunos mas também Professores e Investigadores
portugueses, como o Investigador do LNEC Delgado Rodrigues. Como muitos dos que citei, hoje aqui presente.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
OBRAS PIONEIRAS COM INFLUÊNCIA DA TEORIA DE BRANDI
J. Cordovil (ICCROM) Restauro da fachada da antiga delegação de D.G.Turismo de Évora
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
O acompanhamento atento e crítico das intervenções de outros: e
com elas, aprender a urgente necessidade de começarmos a fazer
MENOS em vez de fazer DEMAIS!
DA RENEVAÇÃO PARA O RESTAURO DOS REVESTIMENTOS
Colaboração do LNEC com o IPPAR: Sintra antes e depois!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
Colaboração do LNEC com o IPPAR: Sintra antes e depois!
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
As novas descobertas (CAMPANHA MANUELINA)...cujo conhecimento poderia ter sido obliterado por
projectos mal informados! Ora se interessa estudar antes de projectar ...interessa também projectar
permitindo a investigação futura (busilis da Arqueologia que tem de desmontar estratos).
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
Nuno Proença (ICR)
NOVAS GERAÇÕES DE RESTAURADORES QUE GRADUALMENTE SE
APROXIMARAM DO RESTAURO ARQUITECTÓNICO
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, FAUTL
OS CONSERVADORES-RESTAURADORES
Joaquim Caetano (ICCROM) e José Pestana,
Intervenções da Mural da História, St. Leocádia e Restauros em Tomar.
Irene Frazão (ICCROM)
e Arlinda Silva, Restauro de frescos, “Cuba” em Monsaraz
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, FAUTL
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
José Aguiar, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
TRADUÇÃO DA TEORIA DO RESTAUROPARA PORTUGUÊS no centenário do nascimento de Brandi
Os estudiosos e os profissionais portugueses tiveram primeiramente acesso à TEORIA DO RESTAURO na
sua versão italiana (1963), mais tarde na versão francesa, ou em traduções informais em castelhano.
Em 2006 Delgado Rodrigues, Nuno Proença, José Aguiar e Cristina Prats, traduziram a Teoria, por
entenderem que se tratava de um documento fundamental para o ensino da conservação e do restauro, uma
nova disciplina do conhecimento humano que deu passos fundamentais em Portugal, no decorrer da última
década.
Fizeram-no por imperativo pessoal, como testemunho pela admiração que têm por este grande pensador e
homem de cultura, e como tributo na ocasião do centenário do seu nascimento.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
O RESTAURO COMO UM ACTO TÉCNICO DE NATUREZA EMINENTEMENTE CULTURAL NUMA PRÁTICA ABERTA E OSMÓTICA (praxis partilhadas)
Mais do que um o super-especialista em conservação dos frescos, da pedra, da madeira ou dos metais, a conservação, o
restauro e a reabilitação arquitectónica necessitam hoje de um Conservador-Restaurador especializado num novo
generalismo, com uma sólida formação teórica e excelente suporte cultural (história, história da arte mas também da
história da construção), capaz de lidar com o projecto, o desenho, as distintas materialidades e sistemas de produção,
com capacidade para manobrar entre e com as novos tecnologias, e mais que tudo capaz de mediar e fazer pontes com
outras disciplinas.
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
A presença do Conservador-Restaurador antes durante e depois da obra: Desenho, projecto, obra, pós-obra
A economia da conservação e da construção, a necessidades de encontrar soluções exequíveis
Desaparecidos os “mestres” da construção, a capacidade do Conservador-Resaturador ensaiar, testar, partilhar,
ensinar, liderar, fiscalizar, documentar.
Com as novas ferramentas de documentação e a evolução para BIM (Building information modeling):
competências de desenho e de documentação com as novas tecnologias
O Restaurador-Conservador como empresário
O RESTAURO COMO UM ACTO TÉCNICO DE NATUREZA EMINENTEMENTE CULTURAL NUMA PRÁTICA ABERTA E OSMÓTICA (praxis partilhadas)
ARP, O Conservador-Restaurador: Uma Profissão Emergente do Património Cultural, MUHNAC, Auditório Manuel Valadares, Lisboa, 18 de Janeiro de 2019
«Do erro de quem exerce a prática sem a ciência.Aqueles que se enamoram da praxis sem a ciência, são como navegantes queembarcam sem timão nem bússola; nunca saberão que rumo vão tomar.Toda a praxis deve estar fundamentada numa boa teoria».
Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci, Trattato della pittura, Milão, Vittoria