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Jornal oficial da Juventude Popular do Porto
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Destaques JP Porto
A 20 de Novembro, no
hotel Infante de Sagres
os membros da JP do
Porto tomaram posse. O
jantar, antecedido por
uma visita turística pela
muy nobre e sempre leal
cidade Invicta, foi um
sucesso, tendo uma sala
cheia de amigos da JP
Porto de Norte a Sul do
país e membros do
partido. Sem dúvida, uma
tomada de posse que
ficará para a história, na
memória de todos. Um
sucesso.
Nesta nova primeira
edição do Cons(c)elho, é
com muita honra que
temos como nosso
entrevistado o Presidente
da Juventude Popular e
deputado à Assembleia
da República pelo CDS-
PP, pelo círculo do Porto,
Michael Seufert. Foi
considerado um dos
deputados com mais
iniciativas nesta
legislatura, superando
deputados com mais
iniciativas nesta
legislatura, superando
todos os deputados das
outras “jotas”.
Com o Congresso da JP
a aproximar-se, quisemos
saber o que tem a dizer a
esta altura sobre a
Juventude Popular, um
balanço de mandato e o
que nos reserva o futuro
tanto dentro da JP.
Dá-nos também a sua
que nos reserva o futuro
tanto dentro da JP.
Dá-nos também a sua
visão sobre alguns
aspectos da nossa
política e economia
nacionais, toca em
assuntos tais como o
Orçamento de Estado
2011 e o FMI, PS/PSD e
o futuro do CDS.
Destaques JP Porto
N.º 5 – Novembro/Dezembro 2010
Jornal oficial da Juventude Popular do Porto
Destaques JP Porto
Uma das colunas
preferidas dos leitores
do Cons(c)elho não os
abandonou. O jornal
mudou mas os
objectivos não.
Procuramos incentivar o
debate e a troca de
ideias, tanto entre
pessoas da mesma cor
política como estre
pessoas de diferentes
partidos e “jotas”. Nesta
edição convidamos
André Barbosa da JP e
João Torres da JS para
debaterem sobre a
intervenção do FMI em
Portugal.
Destaques JP Porto
30 anos depois do
acidente de Camarate, a
irmã de Adelino Amaro
da Costa e a jornalista
Célia Pedroso, lançaram
“Adelino Amaro da
Costa - histórias de uma
vida interrompida”, uma
biografia sobre a vida do
homem que ajudou a
fundar o nosso partido.
Um livro que conta
histórias e episódios
desconhecidos do grande
público, e que agora são
partilhados por
personalidades da
política da direita à
esquerda. Entre as quais
José Ribeiro e Castro,
que assina um texto de
opinião sobre o tema,
como mais ninguém o
poderia fazer.
Destaques JP Porto
Em 2008 a frase “Yes we
can!” era a mais
conhecida em todo o
mundo. Porém, as últimas
eleições intercalares
americanas demonstram
que o povo americano
não continua a admirar
assim tanto o seu
presidente.
Destaques JP Porto Entrevistamos o Presidente e deputado da Juventude Popular, Michael Seufert.
No passado dia 30 de Outubro a JP-Porto realizou uma tertúlia com o tema “Os Mercados financeiros e a sua influência na sociedade actual”, tendo contado com o Dr. António de Freitas Meira (Licenciado em Contabilidade e Gestão, Mercados Cambiais e Bolsistas, CEO da Poder Diário, Consultoria Financeira), o Dr. Carlos Martins (Vogal da Comissão Política Nacional da Juventude Popular, Trader de Obrigações no Banco BiG,Licenciado em Economia pela Universidade de Aveiro, Mestre em Finanças pela Lancaster University Management School) e o Dr. Pedro Magalhães (licenciado em Economia na FEP, dirigente da JS e consultor). A tertúlia foi moderada por José Lello, Vice-Presidente da JP-Porto. Numa primeira análise, o Dr. Carlos Martins referiu a importância dos mercados para o desenvolvimento mundial, por a sua existência significar uma facilidade nas trocas comerciais e na obtenção de financiamento de projectos, sendo as suas variações uma demonstração do risco de um investimento. Referiu
variações uma demonstração do risco de um investimento. Referiu também que os mercados serão inclusivamente anteriores à moeda, sendo esta apenas um instrumento para mais facilmente atribuir valor às coisas e facilitar a sua circulação, face ao mecanismo de troca directa. Referiu a existência de dois modelos de funcionamento do mercado, que distingue entre sistema Anglo-Saxónico – no qual os agentes actuam directamente no mercado, sem intermediários – e o sistema originado pela revolução francesa – -no qual as trocas são feitas recorrendo a intermediários (o sistema Bancário). Segundo o Dr. Carlos Martins, a única forma de não se depender dos credores é não se possuir dívida, sendo que os actuais níveis da dívida soberana portuguesa põem em causa a soberania nacional. Portugal consegue-se financiar, hoje em dia, às custas de instituições de crédito que elas próprias têm problemas de liquidez que vão sendo atenuados pelas anormalmente baixas taxas de juro do Banco Central Europeu. No
pelas anormalmente baixas taxas de juro do Banco Central Europeu. No entanto, caso o BCE feche a torneira, o nosso financiamento será ainda mais dificultado. Portugal sofre de um grave problema, que se deve ao facto de, nos últimos 30 anos, ter havido um enorme aumento salarial e a produtividade se ter mantido praticamente constante. O país tornou-se assim menos competitivo. Esta disparidade leva, a longo prazo, segundo o Dr. Carlos Martins, a um “ajustamento grave e doloroso”, devido ao estilo de vida artificialmente elevado que entretanto existiu. É justamente isso que se faz sentir actualmente em Portugal, começando a nossa geração a pagar a factura da vida de excessos dos últimos anos. Os nossos problemas têm de ser resolvidos por diversas medidas, muitas das quais dolorosas. Por exemplo, cortes nos salários, pensões, na despesa pública, uma diminuição do estado social e aumentos de produtividade e da idade de reforma. Assim conseguir-se-á, por um lado, reduzir a imensa dívida do país e ganhar a
conseguir-se-á, por um lado, reduzir a imensa dívida do país e ganhar a confiança dos mercados para que nos emprestem mais e a melhor preço. Para o Dr. Pedro Magalhães, o que se impõe actualmente a Portugal é garantir a sua credibilidade perante os mercados. No entanto, critica o funcionamento actual do sistema financeiro, sugerindo uma mudança de paradigma. Defende que o único benefício dos mercados de acções para as empresas é aquando da emissão das acções, sendo que a partir daí se tornam até um fardo para as mesmas. Portanto, o valor de uma empresa deveria estar na sua capacidade de gerar riqueza e não no capital em bolsa. Enuncia o exemplo da Alemanha, em que as maiores empresas são industriais e não de serviços e muitas delas não estão em bolsa. Quanto ao mercado de dívida pública, diz que a credibilidade de um estado deveria ser avaliada nas eleições e não por especuladores. Defende que as decisões destes não são sempre racionais e que muitas vezes as suas perspectivas quanto à capacidade de um estado cumprir com os seus deveres são falsas. Portanto, a taxa de juro que um país paga deveria ser definida por entidades independentes e não por investidores anónimos. O Dr. António Freitas Meira fez uma análise mais técnica da situação portuguesa, fornecendo uma série de gráficos e tabelas acerca da actual situação financeira do país. Por exemplo, informou que, em 2008, circulavam qualquer coisa como 3,5 triliões de dólares por dia nos mercados cambiais, o que faz com que aí circulem, num mês, os mesmos capitais que circulam num ano nas bolsas. As principais causas do endividamento público
bolsas. As principais causas do endividamento público serão os juros da dívida, a derrapagem nas obras públicas, as transferências para as empresas públicas e as parcerias publico-privadas. No total, somando a dívida do estado e das empresas públicas, temos um endividamento de 182,6 M€. Todos estes gastos se pagam contraindo dívida e subindo impostos. Em 2009 contraíram-se 28.000 M€ de nova dívida pública, valor que diminui este ano e será de 11.600 M€ em 2011 devido ao enorme aumento da carga fiscal que se verificou, e não a uma diminuição dos gastos desmesurados do Estado. Quanto ao pagamento de juros, o Dr. António Meira, para 2011 calculou que, se nos financiarmos a uma taxa média de 5%, se pagarão 1728 M€. O DR. António Meira lembrou ainda que de nada adianta lamuriarmo-nos dos “especuladores”, sendo que o essencial é que a economia inspire confiança aos mercados, o que se consegue pura e simplesmente através de esforços para a tornar mais saudável e produtiva, tanto da parte do estado como da iniciativa privada. Seguiu-se um espaço para perguntas da plateia aos oradores, que assim tentaram esclarecer as dúvidas que ainda houvesse na audiência, sendo depois servido um Porto de Honra e um jantar.
António Sousa Leite Vogal da CPC da JP Porto
No passado dia 20 de Novembro de 2010, o Hotel Infante de Sagres serviu de palco para o jantar de tomada de posse da Comissão Politica da Concelhia do Porto (CPC). Foi neste histórico hotel que os novos órgão políticos acolheram cerca de 120 pessoas, divididas entre amigos, simpatizantes e militantes que não quiseram faltar a tão festiva cerimónia. Pouco passava das 18 horas quando o grupo se encontrou no Museu do Carro Eléctrico iniciando uma visita guiada, sob a chancelaria do guarda-freios mais antigo a laborar nos Stcp. Finda tal etapa, deu-se o embarque no carro eléctrico nº 191 (veiculo
tal etapa, deu-se o embarque no carro eléctrico nº 191 (veiculo tipo “brill” datado de 1929) no qual se deu inicio a um passeio pelo Porto histórico, fazendo lembrar tempos nos quais a nossa cidade detinha uma economia e uma sociedade pujante. Como o hotel se encontra em pleno coração da baixa portuense o carro eléctrico terminou a sua viagem á porta do mesmo, espaço onde fomos recebidos pelo director do hotel, que fez questão de estar presente na recepção de todo o grupo bem como transformar o espaço hoteleiro como se de uma gala se tratasse. Encontrando-se o jantar
hoteleiro como se de uma gala se tratasse. Encontrando-se o jantar na sua recta final, deu-se a tomada de posse de todos os membros da Mesa, CPC, departamentos e respectivos colaboradores, que, como não poderia deixar de ser, terminou com todo um conjunto de discursos, nomeadamente: Dra. Cecília Meireles (parlamentar do CDS-PP), de Dra. Vera Rodrigues (Distrital JP-Porto), Dr. Pedro Moutinho (CDS-PP Porto), Dr. Michael Seufert (Presidente JP e parlamentar CDS-PP), Dr. Álvaro Castelo-Branco (Vice Presidente CMP). O recém-eleito
Dr. Álvaro Castelo-Branco (Vice Presidente CMP). O recém-eleito Presidente da CPC Porto, Eng. Rodrigo Carlos Lobo D´Avila, proferiu um discurso coeso no qual se destacou uma mensagem de resistência e esperança para com a ”muy nobre e sempre leal cidade do Porto”. De salientar que em todos os discursos, uma das palavras de ordem, era a de que ninguém ficava indiferente à forte adesão de um público jovem, interessado pelo País, que não pretende deixar-se vencer pelo conformismo amorfo ou pelo pessimismo da crise, que acredita num projecto vencedor para o futuro de Portugal.
crise, que acredita num projecto vencedor para o futuro de Portugal. Assim, após uma breve passagem pelo bar zoo e terminada a noite no twin´s, deu-se como encerrada a tomada de posse da nova Comissão Política da Concelhia do Porto.
José Lello
Vice-Presidente da CPC da JP Porto
No passado dia 20 de Novembro, os novos orgãos eleitos da Juventude Popular do Porto, bem como os membros dos diversos departamentos, tomaram posse. O jantar, antecedido por uma visita turística pelo Porto e foi um sucesso, tendo uma sala cheia de amigos da JP Porto de Norte a Sul do país e membros do partido.
. Novembro/Dezembro 2010 . 3
O mês de Outubro estava prestes e terminar mas estávamos longe de imaginar que íamos também a dizer adeus á vida de João Paulo Seara Cardoso. Ele sabia como ganhar dinheiro e ser famoso, mas preferiu a exigência e o desassossego. Num Porto que despreza cada vez mais a cultura e fecha a carteira sempre que se fala do assunto, o seu Teatro de Marionetas é um dos poucos oásis neste deserto que teima em não mudar. Fundou-o em 1988 e ao longo de mais de vinte anos a companhia evoluiu sob a sua visão e a orientação, desempenhando funções de director artístico permanente. Num processo vivo, exigente e apaixonado foi alcançado um elevado reconhecimento nacional e internacional, pois as suas criações chegaram um pouco a todo o mundo, tornando o Teatro de Marionetas do Porto (TMP) uma referência para uma vasta corrente de público, de todas as idades. Formou-se em Animação Sociocultural, tendo frequentado os prestigiados cursos do Insttut National d’Education Populaire e do Institut International
Institut National d’Education Populaire e do Institut International de la Marionette. Aí teve como mestre Jim Henson (criador de “Os Marretas), embora a sua formação e actividade teatral se tenha iniciado no Teatro Universitário do Porto. Para a Rádio Televisão Portuguesa (RTP) ficou conhecido como criador, autor e director de séries infantis como “Amigos do Gaspar” ou “No tempo dos Afonsinhos”. Tem nove livros infantis publicados e a sua primeira obra “Dás-me um Tesouro?” foi premiada pela Associação Portuguesa de Escritores. Inovou durante todo o seu percurso profissional, foi presidente da assembleia-geral e fundador do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), e com a coreógrafa, e sua mulher, Isabel Barros co-dirigiu dois espectáculos memoráveis explorando o cruzamento das marionetas e da dança. “Hamlet Machine” é exemplo disso. O seu nome fica inscrito em projectos para a companhia Visões Úteis, Expo’98 e co-produções da Casa da Musica com a
Expo’98 e co-produções da Casa da Musica com a Orquestra Nacional do Porto. Um inato contador de histórias quebrou todos os estereótipos com qualidade e uma grande capacidade e inovação, ainda por explicar. O seu rigor e atrevimento levaram-no a encenar nomes como Aquilino Ribeiro, Beckett (uma das suas grandes paixões), Al berto ou Ionesco. Dono de uma postura exemplar e fortemente inspiradora, quer para a equipa que com ele trabalhava, quer para todos os alunos que leccionou, a disciplina de Interpretação, no Balleteatro Escola Profissional. “As palavras no teatro têm de ser servidas em bandeja de prata.” Uma frase que Joana Cruz, uma ex-aluna sua, relembra agora com carinho e saudade. Foi protagonista de uma obra singular que se inscreve, numa grande parte da sua vida, na pesquisa e reconstituição do Teatro Dom Roberto e fantoches populares portugueses. Ousou ressuscitar esta tradição
ressuscitar esta tradição secular, que tanto o caracterizava. "Ter muito público não é o mais importante. O que realmente importa é fazer um teatro em que acreditamos, com grande honestidade", dizia em 2006. As suas encenações tinham muitos sonhos e poucas palavras, gostava que os seus espectáculos transmitissem “intranquilidade” e não fossem “fast-food. No seu funeral, a 31 de Outubro, na Igreja de Cedofeita, soaram vozes ilustres como o director do FIMP, Igor Granda que destaca uma "exigência muito grande e a intransigência permanente" como um dos fortes traços da sua personalidade; a antiga vereadora da Cultura da Câmara do Porto, Manuela Melo, não tem dúvidas "as marionetas em Portugal são uma coisa antes dele e outra depois dele…”ou o director do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), Mário Moutinho, conclui dizendo "Fez a reconstituição da história da marioneta e deu-lhe dignidade.” "Para o seu projecto mais recente, a conclusão do Museu da Marioneta, na Rua das Flores, cá estaremos para garantir que se consolide. Porque é preciso”, garantiu em comunicado a PLATEIA, associação dos profissionais de artes cénicas, por ele fundada. Outra garantia foi dada por Sofia Carvalho, produtora do TMP: "Somos uma equipa coesa, vamos continuar o trabalho dele, mas a companhia nunca mais será a mesma." De facto, dificilmente falaremos de marionetas sem referir o seu nome e muitos dos seus desígnios
Museu da Marioneta, na Rua das Flores, cá estaremos para garantir que se consolide. Porque é preciso”, garantiu em comunicado a PLATEIA, associação dos profissionais de artes cénicas, por ele fundada. Outra garantia foi dada por Sofia Carvalho, produtora do TMP: "Somos uma equipa coesa, vamos continuar o trabalho dele, mas a companhia nunca mais será a mesma." De facto, dificilmente falaremos de marionetas sem referir o seu nome e muitos dos seus desígnios ficam por cumprir, interrompidos por uma morte prematura. A cultura portuense perde, assim, um dos homens mais ilustres e marcantes da actualidade, deixando (-nos) o seu teatro, aos 54 anos vítima de um cancro no pulmão. No entanto, a memória implantada nas pessoas, as peças que dirigiu e os alunos que ensinou, são também a, sua, imortalidade.
Maria Martinho Directora-adjunta do
Cons(c)elho
De Kantor, também citado por ele,
fica-nos isto “São as paixões a
matéria incandescente do teatro. A
marioneta é um corpo inerte,
altamente inflamável. O actor confia-
lhe a chama da vida. De uma forma
intermitente. Assim, ela permanece
num limbo entre a vida e a morte. “A
vida não pode ser exprimida em arte
senão pela falta de vida ou pelo
recurso à morte.”
Neste aniversário da morte de Adelino Amaro da Costa, há finalmente uma novidade importante: foi lançada, há algumas semanas, a primeira biografia sobre o nosso amado dirigente e fundador, figura incontornável na construção da democracia portuguesa, pilar fundamental da história e do tronco do CDS. Para os que o conheceram apenas depois de ter fundado o CDS com Freitas do Amaral, em 1974, este livro oferece duas perspectivas diferentes, qual delas a mais interessante: a primeira, a de poder recordar (e reviver mentalmente) alguns ou vários dos momentos, dos episódios, das etapas políticas desse intensíssimo período da vida nacional entre 1974 e 1980 e a intervenção marcante de Amaro da Costa; outra, a de conhecer um pouco da
Costa; outra, a de conhecer um pouco da sua infância, da sua retaguarda familiar, da sua juventude, do seu percurso escolar e académico, o serviço militar na Marinha, o início da sua vida profissional e algo das suas facetas mais íntimas e pessoais – e, por aqui, podermos compreender melhor os traços e os alicerces de uma personalidade brilhante, que fizeram dele o mais querido e o mais lembrado de todos os dirigentes do CDS. Eu também só o conheci no CDS, a partir de Julho de 1974. Algumas das histórias para trás já as conhecia por as ter ouvido contar no convívio familiar, antes e depois da sua morte. Mas há muitas que li agora pela primeira vez e me fizeram sorrir, como se o Adelino nunca tivesse deixado de estar aqui connosco e ele mesmo estivesse a ver e a ouvir recordá-las ao nosso
estivesse a ver e a ouvir recordá-las ao nosso lado. Sorri de o sentir ao piano, ou de imaginar as suas paródias. Para os mais jovens, para aqueles que nunca conheceram Adelino Amaro da Costa, a biografia tem todo um outro alcance e uma enorme importância. Não é um livro de recordações, mas uma referência de conhecimento. É um contributo fundamental para todos aqueles que só ouviram a lenda de Amaro da Costa e que aqui, em vez de apenas por episódios isolados ou relatos de facetas esparsas, podem apreender a totalidade da sua personalidade e carácter e a impressionante continuidade, força e coerência do seu notável percurso humano, profissional e político. Quando era Presidente do CDS, promovi as celebrações dos 25 anos da sua morte, em 2005.
celebrações dos 25 anos da sua morte, em 2005. E, dessa sessão, nunca mais esqueci a intervenção do João Vacas, um jovem dirigente da JP e do CDS, que aí fez uma das mais tocantes intervenções que já ouvi sobre o Adelino Amaro da Costa: a evocação do Adelino feita por quem, por ser muito mais novo, nunca o conheceu e só ouvira falar dele. É a todos esses que a biografia, agora publicada, verdadeiramente se destina. A Célia Pedroso e a Maria do Rosário Carneiro, irmã do Adelino, estão de parabéns pela magnífica biografia que puseram de pé, em escassos meses, e que conseguiram publicar a tempo do 30º aniversário da morte de Amaro da Costa. E de parabéns está também a editora “Casa das Letras”, ao fazer preencher uma imperdoável lacuna. Neste 4 de Dezembro não estaremos tão sós. É, aliás, das próprias autoras esta frase de que se trata da “primeira biografia” e o expresso incentivo a que outros, com mais tempo, possam, no futuro, vir a fazer outras biografias, aproveitando as traves lançadas por esta e levando-as mais fundo. Sabe-se já que há outros projectos editoriais na forja. E outros deverão empreender-se no futuro, à volta de uma figura que é um tesouro inesgotável. Bem precisamos desses livros. Conhecer Adelino Amaro da Costa é
livros. Conhecer Adelino Amaro da Costa é conhecer melhor o CDS e o seu projecto fundador. Ele foi muito da alma, do músculo e do pulmão do partido. Era inteiramente um democrata-cristão dos quatro costados – na pele e no corpo, na acção, no pensamento e na voz. O seu estilo fulgurante, a sua energia inesgotável, a sua alegria vulcânica, o seu bom humor, a sua dedicação ímpar, o seu patriotismo total, o seu impecável sentido do serviço público, o seu exemplo cívico, o seu talento na comunicação – fizeram dele um dos melhores de Portugal. Que bom que seja um dos nossos no CDS. Que bom – e que responsabilidade! – tê-lo como a nossa referência. É. Nestes 30 anos sobre a sua morte, já não estamos tão sós. Temos já connosco a companhia mais sólida da sua riquíssima memória, a fértil inspiração da sua narrativa, o testemunho escrito da sua história de vida, brutalmente interrompida em Camarate.
José Ribeiro e Castro
Deputado à Assembleia da República pelo CDS-PP
Amaro da Costa deixou-nos há 30 anos, num trágico acidente em Camarate. Para marcar a data, a sua irmã e Célia Pedroso, lançaram “Adelino Amaro da Costa - histórias de uma vida interrompida”. Para nos falar do tema, convidamos o deputado e ex-Presidente do CDS-PP, José Ribeiro e Castro.
. Novembro/Dezembro 2010 . 5
Agora que estás na recta final do teu mandato como presidente da JP como consideras a experiência? Muito interessante e engrandecedor – a todos os níveis. Tem sido uma grande experiência a dois níveis: a do contacto diário com os militantes de todo o país, e a da participação activa na política nacional. E claro, ser a cara da JP em todos os locais onde agimos.
em todos os locais onde agimos. Como classificas o trabalho da actual CPN? Temos elevado a fasquia? Claro que sim. Hoje os nossos militantes têm à sua disposição material quase semanal em formato digital para comunicarem a nossa mensagem. Isso passa por um envolvimento a fundo nas questões do país. Isso permite que em todo o país se juntem jovens a nós diariamente.
em todo o país se juntem jovens a nós diariamente. Quais são os planos e objectivos da JP até ao congresso? A JP não pode parar de crescer e de continuar a manter-se a par da situação nacional. Ao mesmo tempo temos de estar imediatamente p r e p a r a d o s p a r a f a z e r m o s u m a campanha eleitoral, se o país assim decidir. Até ao congresso isso pode acontecer!
ao congresso isso pode acontecer! A JP tem maior visibilidade pelo facto de ter o seu p r e s i d e n t e n a A s s e m b l e i a d a República? Julgo que sim. E sobretudo tem alguém que está todos os dias a acompanhar a agenda política. É assim muito fácil antecipar temas quentes e preparar a sua resposta. Mas claro, a imagem conta, e termos o presidente da JP a falar no plenário da AR
imagem conta, e termos o presidente da JP a falar no plenário da AR e a intervir sobre os variados temas do dia-a-dia, ajuda imenso a mostrar a nossa cara. Até ao dia das eleições legislativas passadas, acreditavas que ias ser eleito deputado ou isso era apenas ou sonho longínquo? Nunca achei, até poucas horas antes das urnas fecharem, que viesse a ser eleito. O 4º lugar no Porto não era eleito há dezenas de anos e nada fazia crer que isso iria mudar. O facto de ainda assim ter acontecido é fruto do óptimo trabalho que o CDS e a JP estavam a fazer, a nível nacional, já antes das eleições. É óptimo poder contribuir agora pessoalmente para tal. Que balanço fazes do teu trabalho na A s s e m b l e i a d a República até ao momento? Os números falam por si. O CDS é dos grupos parlamentares mais trabalhosos, e fazer parte disso não só é extremamente g r a t i f i c a n t e , c o m o muito exigente. Na área da edu-
Neste regresso do Cons(c)elho, temos como entrevistado o Presidente da Juventude Popular e deputado à Assembleia da República pelo CDS-PP, pelo círculo do Porto, Michael Seufert.
cação e da Juventude temos feito imensas iniciativas, e vêm aí duas muito importantes: a obrigação de exames a Português para quem vem das Novas Oportunidades, para impedir casos conhecidos de quem as usa para entra nas universidades na frente de outros; e a reforma da lei dos Conselhos Municipais de juventude, para resolver um imbróglio com a Associação Nacional de Municípios.
Qual a sensação de ser um dos deputados com mais iniciativas, nomeadamente em comparação com os das outras “Jotas”? É bom (risos). Quem corre por gosto não cansa e é bom ver que o nosso trabalho é reconhecido. Claro que isso não seria possível sem a equipa de todo o Grupo Parlamentar e, particularmente, a da educação, onde está a maioria do meu trabalho.
No teu ponto de vista: OE 2011 ou FMI? O ideal era nenhum dos dois. Mas todos No teu ponto de vista: OE 2011 ou FMI? O ideal era nenhum dos dois. Mas todos sabemos – e sabem os nossos credores – que este governo não cumpre as suas previsões e intenções. E isso está nos a prejudicar todas as vezes que nos tentamos refinanciar. O Partido Socialista devia apresentar ao país uma solução responsável, no actual quadro parlamentar: um governo com outras
sabemos – e sabem os nossos credores – que este governo não cumpre as suas previsões e intenções. E isso está nos a prejudicar todas as vezes que nos tentamos refinanciar. O Partido Socialista devia apresentar ao país uma solução responsável, no actual quadro parlamentar: um governo com outras caras e com um apoio alargado no Parlamento. Infelizmente o PS está interesses do governo e pouco interessado no país. Perante a dança, fora do ritmo da música, entre PS/PSD e o agravamento da crise económica e política para onde te parece caminhar Portugal? Francamente? Para o abismo. O país precisa de duas coisas: mudança e esperança. Nem o PS nem o PSD de hoje estão em condições de no-las dar. Sabemos que as coisas não podem continuar como estão. O país gasta sistematicamente mais do que tem e o nosso endividamento (o público mas também o privado!) esgana qualquer crescimento. Ele é obras públicas, ele são as empresas do estado, ele é rendimento mínimo. É só: gastar, gastar, gastar! O que acontece é que a nossa geração não tem futuro graças aos desvarios do passado e até do presente. Mas Portugal é capaz, foi-o no passado, de sair destas situações adversas. Por isso é preciso um novo caminho, que dê esperança aos jovens e que nos leve a bom porto.
qualquer crescimento. Ele é obras públicas, ele são as empresas do estado, ele é rendimento mínimo. É só: gastar, gastar, gastar! O que acontece é que a nossa geração não tem futuro graças aos desvarios do passado e até do presente. Mas Portugal é capaz, foi-o no passado, de sair destas situações adversas. Por isso é preciso um novo caminho, que dê esperança aos jovens e que nos leve a bom porto.
Com a crescente desilusão da população com os grande partidos, que janela de oportunidade se abre para o CDS e para a JP? No sentido do que disse na última resposta, o CDS e a JP representam essa mudança e essa esperança. Porque sempre alertámos para o caminho a que estas políticas estavam a levar Portugal. A verdade vem sempre ao de cima, e a verdade é que estivemos sempre do lado direito.
“O país precisa de duas coisas:
mudança e esperança. Nem o PS
nem o PSD de hoje estão em
condições de no-las dar. A nossa
geração não tem futuro graças
aos desvarios do passado e até
do presente. Mas Portugal é
capaz, foi-o no passado, de sair
destas situações adversas. Por
isso é preciso um novo caminho,
que dê esperança aos jovens e
que nos leve a bom porto.”
. Novembro/Dezembro 2010 . 7
No final da campanha presidencial de 2008, Barack Obama comprometeu-se a fazer história, a alterar o rumo dos Estados Unidos drasticamente, a ser, um ponto de viragem tanto a nível social como económico. As frases “Yes we Can” e “We Promise Change” continuam na memoria de todos, simbolizavam a eminente morte da sociedade hiper-capitalista e conservadora Americana. Todo o mundo aguardou para ver se as promessas seriam cumpridas (até lhe atiraram um prémio Nobel da paz para o motivar), a desilusão é nítida, e percebe-se porquê, Guantanamo continua por encerrar, o “Patriot Act” continua em vigor e a violar todos os direitos de privacidade dos americanos, a retirada do Afeganistão está prevista para 2014 data
americanos, a retirada do Afeganistão está prevista para 2014 data que por larga margem ultrapassa o fim do seu mandato, e a célebre e polémica reforma da saúde veio numa altura em que o governo precisa de reduzir a sua despesa. A verdade, é que o mérito de Obama por ganhar as eleições foi apagado pela sua incapacidade de por as suas prometidas medidas em acção. A sua campanha antagonizou a direita conservadora e reaccionária dos Estados do Sul e Centro como o Texas, Oklahoma e Arizona e atraiu os liberais dos estados da costa leste como Delaware e Nova Iorque. Ora, a base de apoio a Obama dependia largamente de factores étnicos, devido á simpatia pelas origens Africanas de Obama que atraiu a esmagadora maioria dos votos das
Africanas de Obama que atraiu a esmagadora maioria dos votos das comunidades Afro-americanas (12.8% da População Americana) e “Hispanica” (15.4%). No fundo, um conjunto de factores acabou por colocar entraves no apoio destes a Obama após as eleições, a aprovação por parte do estado do Arizona de uma lei de imigração racista e hostil contra as comunidades Latinas levou a uma enorme desilusão por parte desta secção do eleitorado, o governo aumentou a sua presença na economia e já aprovou um plano para aumentar os impostos directos que deve entrar em vigor agora em 2011 perdendo assim o apoio da elite liberal de rendimento médio-alto da costa leste, quanto aos idealistas que
rendimento médio-alto da costa leste, quanto aos idealistas que esperavam uma mudança na politica externa Americana a desilusão que mencionei antes é evidente, e justificada. No entanto, o partido republicano, e em particular a ala ultra-coservadora do “ Tea Party” tem conseguido fazer uma campanha com base na xenofobia e em ideias reaccionárias em vários campos que tem ganho muitos votos entre aqueles que se sentem abandonados por Obama, e aqueles que já não acreditam no “ sonho americano “. Ainda melhor que obter esse apoio é ter apoiantes dentro da elite financeira nomeadamente do sector bancário que está furioso com os aumentos de impostos previstos e o poderoso lobby das armas americano que por motivos óbvios tem um interesse na “ Guerra contra o terrorismo “. Os resultados são claros, os democratas perderam 8.4% do seu apoio no congresso, e o partido republicano, liderado por John Boehner e os seus camaradas do “tea party” Dominam o “parlamento” Americano. O impacto destas eleições é tremendo, trava ainda mais as ambições de Obama e afecta drasticamente a estabilidade dos E.U.A, esse impacto, apesar de no meu ponto de vista ser infeliz, é legitimo, Obama é um grande politico, mas infelizmente tanto ele como a equipa dele não parecem nem a mim nem á maioria dos americanos aptos de
Os resultados são claros, os democratas perderam 8.4% do seu apoio no congresso, e o partido republicano, liderado por John Boehner e os seus camaradas do “tea party” Dominam o “parlamento” Ameri-cano. O impacto destas eleições é tremendo, trava ainda mais as ambições de Obama e afecta drasticamente a estabilidade dos E.U.A. Esse impacto, apesar de no meu ponto de vista ser infeliz, é legítimo. Obama é um grande político, mas infelizmente tanto ele como a equipa dele não parecem nem a mim nem à maioria dos americanos aptos de resolver os grandes desafios com que os E.U.A se deparam actualmente.
David Moreira Vogal da CPC da JP Porto
O impacto destas eleições é
tremendo, trava ainda mais as
ambições de Obama e afecta
drasticamente a estabilidade dos
E.U.A. Esse impacto, apesar de
infeliz, é legítimo. Obama é um
grande político, mas tanto ele
como a equipa dele, não parecem,
nem a mim, nem à maioria dos
americanos, aptos de resolver os
grandes desafios com que os
E.U.A se deparam actualmente.
. Novembro/Dezembro 2010 . 9
A Organização do Tratado
do Atlântico Norte
(OTAN/NATO), também
designada de Aliança
Atlântica, é uma
organização internacional
de colaboração militar
Esta organização foi
criada em 1949, no
contexto de guerra fria (é a
designação atribuída ao
período histórico de
disputas estratégicas e
conflitos indirectos entre
as duas super potências à
data, os Estados Unidos e
a União Soviética. Foi em
suma, um conflito de
ordem política, militar,
tecnológica e económica,
social e ideológica entre as
duas nações e respectivas
áreas de influência.)
Os países que compõem a
NATO são: Albânia,
República Federal da
Alemanha, Bélgica,
NATO são: Albânia,
República Federal da
Alemanha, Bélgica,
Canadá, Croácia,
Dinamarca, Espanha,
Estados Unidos, França,
Grécia, Países Baixos,
Islândia, Itália,
Luxemburgo, Noruega,
Portugal, Reino Unido,
Turquia, Hungria, Polónia,
República Checa, Bulgária,
Estónia, Letónia, Lituânia,
Roménia, Eslováquia e
Estónia.
Entre 1989 (Queda do
Muro de Berlim) e 1991
(desmembramento da
União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas
”URSS”), surgiu a
necessidade de redefinir o
papel da NATO no
âmbito da nova ordem
internacional.
Com efeito, a organização
dedicou-se assim ao
internacional.
Com efeito, a organização
dedicou-se assim ao
objectivo de tornar o eixo
da política de segurança de
toda a Europa e América
do Norte. Mais tarde,
começou a tratar-se do
alargamento a leste.
No passado mês entre os
dias 19 e 20, realizou-se a
primeira Cimeira da
NATO no nosso país,
concretamente na capital,
na FIL no Parque das
Nações desde a assinatura
do Tratado de Lisboa.
Foi uma reunião com
vinte e sete líderes da
União Europeia e
membros da NATO, e
que teve como temas
centrais a proliferação das
armas de destruição
maciça e o terrorismo
tendo como objectivo
reforçar a aliança
maciça e o terrorismo
tendo como objectivo
reforçar a aliança
transatlântica.
Outros assuntos que
estiveram em debate
foram a aprovação do
conceito estratégico da
NATO, a redefinição das
relações com a Rússia e a
localização geográfica das
novas estruturas de
comando da organização.
É de destacar que esta
cimeira provocou a
interdição e a confusão no
concelho de Lisboa.
Este evento foi motivo
para o Governo conceder
tolerância de ponto no
mesmo concelho.
Foi igualmente Lisboa
palco de uma
concentração imensa de
policiamento, visto que se
tratava por exemplo o
Presidente dos Estados
policiamento, visto que se
tratava por exemplo o
Presidente dos Estados
Unidos da América,
Barack Obama.
Desta forma, as
conclusões da cimeira não
concretizaram os países
que constituem ameaças e
que são os principais
destinatários do sistema
europeu de defesa
antimíssil, a instalar no
Leste europeu, para
neutralizar mísseis de
longo alcance, com
capacidade para atingirem
até 5 mil quilómetros.
Luísa Valério
Coordenadora do Cons(c)elho
“Pior do que está, não fica”…
Convém não esquecer que Fundo Monetário Internacional (FMI), fundado em 1945, é uma instituição internacional da qual Portugal é membro. Uma das suas tarefas consiste na realização de relatórios sobre a economia Portuguesa. Portanto, afirmar que o FMI não possui conhecimentos ou dados sobre a nossa Economia, além de não ser verdade, é intelectualmente desonesto. Se é verdade que o FMI persegue a cooperação monetária internacional, a expansão do comércio, a ajuda financeira aos Países membros e o desenvolvimento dos recursos, também podemos concluir que o recurso a esta ajuda externa é o resultado do colapso da política económica do Governo do Partido Socialista (PS). Segundo o último relatório do FMI (World Economic Outlook), Portugal vai ter o crescimento mais lento de toda a Europa, os salários reais vão cair, pelo menos, 7,2%. Ora, isto implica que cada Português
toda a Europa, os salários reais vão cair, pelo menos, 7,2%. Ora, isto implica que cada Português perderá, em média, 1500 euros no final de 2011. Estamos, pois, perante uma situação verdadeiramente dramática. Não há Português que tenha especial gosto em ver uma entidade internacional gerir as nossas “contas”, até porque, aparentemente, há sempre uma ideia de perda de soberania. Contudo, a nossa situação económica e financeira é grave. Importa, agora, sem perder tempo, escolher um caminho. Colocando de parte ideologias e partidos, há perguntas obrigatórias que devem ser feitas, como, por exemplo, saber se somos capazes de resolver este (s) problemas (s) por nós próprios. Se sim, como? Atendendo ao Orçamento de Estado para 2011 – aprovado por PS e PSD – fica uma certeza, a solução não passa de todo por este Governo. Mais, se o objectivo é equilibrar as contas públicas, então, este Orçamento quase que implora a chegada do FMI. Este Governo – pela mão de José Sócrates – tem
este Orçamento quase que implora a chegada do FMI. Este Governo – pela mão de José Sócrates – tem hipotecado o futuro dos Jovens, das Famílias Portuguesas e das Empresas. A grande maioria dos Portugueses já percebeu que a entrada do FMI é inevitável, não sabemos é quando e em que moldes. Se esta ajuda externa significar cortes na despesa pública, maior rigor e transparência nas finanças públicas, um primeiro passo para as reformas necessárias, pois bem, então que venha o FMI. Sem receio, porque “pior do que está, não fica”.
André Barbosa Presidente da Mesa do
Plenário da JP Porto
FMI em Portugal: longe da realidade
Nas últimas semanas, muito se tem especulado sobre a eventual entrada do Fundo Monetário Internacional no nosso país. Essa possibilidade parece-me, todavia, imprudente, porquanto obrigará os portugueses a fazer sacrifícios
obrigará os portugueses a fazer sacrifícios desajustados, que adensarão a instabilidade social do país. 1. Não obstante julgar ser desnecessária uma intervenção do FMI em Portugal, importa desmistificar o papel desta instituição, que existe precisamente para socorrer países com dificuldades. O FMI não deve ser encarado como um recurso de desespero para salvar as contas do país, pelo que, mesmo intervindo segundo a lógica dos credores, urge desdramatizar a sua intervenção e, ao invés, fazer uma análise lúcida das consequências que daí adviriam. 2. Em torno desta discussão, é evidente a ânsia de alguns protagonistas políticos, desejosos de ver a imagem de Portugal profundamente descredibilizada. Enganam-se, contudo, os que entendem poder retirar proveitos políticos do eventual regresso do FMI a Portugal. Tal ocorrência prejudicaria de forma transversal os partidos do nosso regime democrático e seria encarada como uma situação de descrédito para toda a classe política – não exclusivamente para o Partido Socialista. 3. Os contornos da situação económico-financeira portuguesa são substancialmente diferentes dos da Grécia ou da Irlanda. Se, por um lado, o nosso endividamento público está em linha com o endividamento de grande parte dos Estados europeus, por outro, não se verifica em Portugal um risco acrescido de colapso do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação uma total
do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação constatação uma total incompreensão pelo valor dos juros da nossa dívida pública, atendendo à realidade de outros países. E radica nessa mesma constatação a extemporaneidade da entrada do FMI no nosso país.parte dos Estados europeus, por outro, não se verifica em Portugal um risco acrescido de colapso do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação uma total incompreensão pelo valor dos juros da nossa dívida pública, atendendo à realidade de outros países. E radica nessa mesma constatação a extemporaneidade da entrada do FMI no nosso país. 4. O momento presente deve propiciar uma profunda reflexão sobre os mecanismos de solidariedade entre os Estados-membros da União Europeia. Sem pôr em causa a inequívoca necessidade de consolidação das finanças públicas, deve ser promovida uma ampla discussão sobre o impacto contraccionista de medidas que têm vindo a ser tomadas em diversas economias. Propostas como a emissão conjunta de obrigações ou a criação de um fundo monetário europeu devem ser equacionadas no âmbito de um verdadeiro projecto de igualdade, unidade e solidariedade à escala europeia.
João Torres Presidente da Federação Distrital do Porto da JS
. Novembro/Dezembro 2010 . 11
Após uma temporada fora das “bancas”, o Cons(c)elho ressurge com uma nova equipa, uma nova imagem e com um novo formato. A renovação do jornal oficial da Juventude Popular do Porto, não seria possível sem a grande confiança depositada nesta equipa por Rodrigo Lobo d’Ávila – fundador do jornal, que com tanta determinação me entregou o testemunho. Ávila, para os amigos, possibilitou que a concelhia do Porto conseguisse estar mais próxima dos seus militantes, criando em 2008 o Cons(c)lho. Falando do jornal como o “meu bebé”, não seria de esperar, se não outra coisa, que o jornal ressurgisse no seu mandato. Termino com um agradecimento especial à Maria Martinho, directora-adjunta do Cons(c)elho. Não posso, também, deixar de agradecer a todos os convidados que contribuíram para esta edição.
Lembrar o passado, pensar no futuro
No passado fim-de-semana, a 4 de Dezembro “celebraram-se” os 30 anos de Camarate. O Primeiro-Ministro, Francisco Sá Carneiro, e o seu Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa juntamente com os outros passageiros e a tripulação tiveram o infortúnio de morrer no desastre aéreo. Acidente ou Atentado? É a pergunta que mais se ouviu nas televisões e se leu em jornais, blogues e companhia, nas duas últimas semanas. O CDS-PP juntamente com o PSD, vai reabrir a 8ª comissão de inquérito
anos de Camarate. O Primeiro-Ministro, Francisco Sá Carneiro, e o seu Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa juntamente com os outros passageiros e a tripulação tiveram o infortúnio de morrer no desastre aéreo. Acidente ou Atentado? É a pergunta que mais se ouviu nas televisões e se leu em jornais, blogues e companhia, nas duas últimas semanas. O CDS-PP juntamente com o PSD, vai reabrir a 8ª comissão de inquérito sobre o “caso Camarate”, uma vez que as causas do “acidente” nunca foram apuradas. Comissão que interrompeu os trabalhos por causa da dissolução da Assembleia da República, em 2004, porém, detectou a existência de um atentado e as conclusões foram entregues à Procuradoria-geral da República, que considerou existirem indícios da prática de um crime, mas o processo não foi reaberto pois o prazo de prescrição já tinha decorrido. Se o Cessna não tivesse caído, qual seria o futuro de Portugal? O país encontrar-se-ia na situação em que está? A AD continuaria unida? As cerimónias a 4 de Dezembro juntaram Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. O mais certo é termos as próximas legislativas já em 2011, será isto já um pré-acordo de coligação PSD/CDS-PP? O espírito da AD está renascer? Passados 30 anos, a ideia ainda permanece viva! CRISE, DOCE CRISE Até agora, a crise tinha um gosto amargo. Como algo que está fora do prazo. Na verdade estamos sempre
Procuradoria-geral da República, que considerou existirem indícios da prática de um crime, mas o processo não foi reaberto pois o prazo de prescrição já tinha decorrido. Se o Cessna não tivesse caído, qual seria o futuro de Portugal? O país encontrar-se-ia na situação em que está? A AD continuaria unida? As cerimónias a 4 de Dezembro juntaram Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. O mais certo é termos as próximas legislativas já em 2011, será isto já um pré-acordo de coligação PSD/CDS-PP? O espírito da AD está renascer? Passados 30 anos, a ideia ainda permanece viva!
Crise, doce Crise
Até agora, a crise tinha um gosto amargo. Como algo que está fora do prazo. Na verdade estamos sempre fora do prazo em relação aos outros, na Europa e no Mundo vamos sempre depois, por arrasto! Ao menos a nova crise é “docinha”, é a do açúcar. É da forma que o povo português poupa este Natal. Não poupa a bem, poupa a mal. Há crise, há crise, mas a verdade é que o dia em que o NorteShopping mais facturou nos últimos tempos foi o dia de férias nacional-24 de Novembro. Os shoppings andam a abarrotar quer seja domingo quer seja terça-feira. Também, verdade seja dita, não é novidade nenhuma que o Pai Natal em Portugal, não tem problemas financeiros... Ficava muito mal não dar prenda à sobrinha da vizinha. Assim, podemos assegurar que a fábrica no Pólo Norte não vai declarar falência, nem os duendes nem as renas serão despedidas. Feliz Natal e um excelente 2011
depois, por arrasto! Ao menos a nova crise é “docinha”, é a do açúcar. É da forma que o povo português poupa este Natal. Não poupa a bem, poupa a mal. Há crise, há crise, mas a verdade é que o dia em que o NorteShopping mais facturou nos últimos tempos foi o dia de férias nacional-24 de Novembro. Os shoppings andam a abarrotar quer seja domingo quer seja terça-feira. Também, verdade seja dita, não é novidade nenhuma que o Pai Natal em Portugal, não tem problemas financeiros... Ficava muito mal não dar prenda à sobrinha da vizinha. Assim, podemos assegurar que a fábrica no Pólo Norte não vai declarar falência, nem os duendes nem as renas serão despedidas.
Feliz Natal e excelente 2011.
Marta Esteves Directora do Cons(c)elho
Directora
Marta Esteves
Directora-Adjunta
Maria Martinho
Coordenação
Luísa Valério
Colaboraram nesta
edição: André Barbosa
António Sousa Leite
David Moreira
João Torres
José Lello
José Ribeiro e Castro
Mendes e Manu
Michael Seufert
Contacto
Tertúlia "Os Mercados
Financeiros e a sua
influência na sociedade
actual"
Tomada de Posse dos
órgãos concelhios
Participação no jantar
comemorativo do 25 de
Novembro do CDS-PP
Porto
Tertúlia e jantar de
beneficência.
Tertúlia “Quo vadis
Europa / Para onde vais
Europa”, com Nuno Melo.