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BRASIL & BAHIA (2013)
Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2013 1
NEOCOLONIAL EM ANÁLISE DOS ELEMENTOS DECORATIVOS DE EDIFICAÇÕES REFERENCIAIS NO
RJ/ SP, NO INÍCIO DO SÉC. XX, INDICANDO REPERTÓRIO ENCONTRADO NOS EXEMPLARES EMMACEIÓ, PARA COMPOR AS FICHAS DE UNIDADES ESPECIAIS DE PRESERVAÇÃO
J. C. S. Gonçalves¹¹Grupo de Pesquisa Representação do Lugar, Campus A. C. Simões – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
FAU. E-mail: [email protected].
Artigo submetido em xxx/2013 e aceito em xxxx/2013
RESUMO
A partir da exploração do histórico Neocolonial
como movimento/estilo arquitetônico difundido no
início do século XX em São Paulo e Rio de Janeiro, o
presente artigo sintetiza a pesquisa realizada referente à
caracterização de edificações que fazem parte deste
repertório na cidade de Maceió em Alagoas, ao tempo
em que busca entender como a cidade absorveu as
características num recorte individualizado quanto aos
elementos decorativos que o compõem. Aclarou-se que
o Neocolonial, no contexto brasileiro, era visto como
uma tentativa de reproduzir a arquitetura colonial
brasileira que caiu em introduzir certo estrangeirismo
pelos “adornos” adotados à composição da edificação.
Maceió teve sua reprodução do Neocolonial marcada
pela construção de grandes edificações nos bairros
nobres que refletiam o desenvolvimento econômico da
cidade, mas, que também se difundiu em edificações
populares. Apesar dessa representatividade de uma fase
da cidade, a celeridade de demolições de exemplares
desse estilo mostra a sua desvalorização, exigindo uma
posição mais preservacionista sob pena de se extinguir
por completo tais referências histórico-culturais.
PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura Neocolonial, preservação, Maceió.
NEOCOLONIAL DECORATIVE ELEMENTS IN ANALYSIS OF BUILDINGS IN REFERENCE RJ / SP, ATTHE BEGINNING OF THE CENTURY. XX, INDICATING REPERTORY FOUND IN EXEMPLARY
MACEIÓ, COMPOSED FOR THE FORMS SPECIAL UNITS OF PRESERVATIONABSTRACT
From the exploration of the historicalmovement as Neocolonial/architectural style
widespread in the early twentieth century in São Paulo
and Rio de Janeiro, this article summarizes the research
regarding the characterization of buildings that are part
of this repertoire in the city of Maceió in Alagoas the
time it seeks to understand how the city absorbed the
individualized features a clipping about the decorative
elements that compose it. Clarified that the Neocolonial
in the Brazilian context, was seen as an attempt to
reproduce the Brazilian colonial architecture which fell
by introducing certain foreignness "adornments"adopted the composition of the building. Maceio had its
reproduction Neocolonial marked by the construction of
large buildings in prime districts that reflected the city's
economic development, but it has also spread into
popular constructions. Although this representation of a
phase of the city, the speed of demolitions copies of this
style shows its devaluation, requiring a more
preservationist failing to extinguish altogether such
historical and cultural references.
KEY-WORDS: Neocolonial architecture, preservation, Maceió.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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NEOCOLONIAL EM ANÁLISE DOS ELEMENTOS DECORATIVOS DE EDIFICAÇÕES REFERENCIAIS NORJ/ SP, NO INÍCIO DO SÉC. XX, INDICANDO REPERTÓRIO ENCONTRADO NOS EXEMPLARES EM
MACEIÓ, PARA COMPOR AS FICHAS DE UNIDADES ESPECIAIS DE PRESERVAÇÃO
INTRODUÇÃO
Nas décadas de 1910 e 1920, respectivamente, no Rio de Janeiro e em São Paulo,
basicamente difundido por ideias e conteúdos repassados pela Escola Nacional de Belas Artes,
despontava um estilo arquitetônico que pretendia se afirmar “brasileiro”, embora, tão somente
considerado por muitos como um movimento artístico-cultural. As construções no emergente
“estilo” passaram a exibir elementos e formas que intentavam exaltar a herança portuguesa que
lhe sublinharia a referência à nacionalidade e ao mesmo tempo afirmaria uma atenção a
aspectos bioclimáticos e culturais considerados genuínos da natividade brasileira. (PINHEIRO,2011). Contudo, no final da década de 1920, e já durante a década de 1930, agigantaram-se
enfrentamentos entre estes defensores do Neocolonial e os admiradores dos ideários do
Movimento Moderno na arquitetura. Assim, propõe-se aqui a revisão dos fundamentos da
arquitetura neocolonial brasileira, a partir de seus dois principais centros de difusão: São Paulo e
Rio de Janeiro, perscrutando o contexto histórico e cultural da época para entender melhor as
relações travadas com outros episódios que marcaram as décadas de 1910-1930, como a
emergência do Movimento Moderno nas artes/arquitetura mediante o acontecimento da
Semana de Arte Moderna e da Exposição de 1922, bem como a criação do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Averiguando-se também sobre as principais correntes que
se definiram e os principais expoentes, no âmbito teórico e projetual, que produziram alguns
projetos/obras ou discursos entusiasmados como Lúcio Costa, Mário de Andrade, Manoel
Bandeira, José Mariano Filho que transitaram no meio acadêmico-cultural do Rio de Janeiro e São
Paulo nos primórdios do século XX. Para além de perscrutar o corpus teórico produzido e as
principais obras edificadas em repertório Neocolonial nas duas capitais Rio de Janeiro e São
Paulo, especulou-se mais propriamente como a cidade de Maceió absorveu essa influência
artístico-arquitetônica e a que nível reprocessou as características considerados Neocoloniais, a
partir de uma análise inventarial de exemplares que se identificaram ainda representativos na
sua composição repertorial, visando contribuir para a seleção prestes a ser feita pelo poder
público, no cumprimento de sua função de gerir a permanência de exemplares representativos
para a feição identitária da cidade. Levando-se em conta a avidez com que o mercado imobiliário
em Maceió vem suprimindo exemplares erguidos em amplos lotes em bairros onde o valor do
solo é elevado, convém ressaltar que:
“a memória coletiva pode ser acionada como ação de defesa a perigos de perdas da
própria História e de ícones materiais desta, por equivalerem estes a guias do própriosentido de orientação temporal dos moradores de uma cidade e se constituírem emamaras da evolução do próprio existir histórico.” (FERRARE; MEDEIROS; AZEVEDO,
2010).
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MATERIAIS E MÉTODOS
O procedimento para a realização da pesquisa fundamentou-se em:
-Levantamento bibliográfico: Realizado através de consultas nos arquivos do IPHAN - Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil – AL, no acervo da Biblioteca Central da UFAL e no
acervo bibliográfico do RELU – FAU/UFAL encontrando-se títulos bibliográficos que contribuíram
para o conhecimento do estilo Neocolonial.
- Visitas in loco: A partir da identificação dos bairros do Poço e do Farol em Maceió, como locais
de ocorrência de construções em estilo Neocolonial, foram realizadas visitas in loco para
verificação do estado atual de conservação e análise da edificação.
- Levantamento fotográfico: Foi realizado o registro fotográfico nos bairros do: Farol - a Clínica
Infantil Santa Terezinha, na Praça Centenário; a residência nº 34, na R. Frei Caneca; a residêncianº 415, na Av. Fernandes Lima; a CLINAF, na R. Comendador Palmeira; Poço - a Secretaria de
Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, na Av. Comendador Calaça e a residência nº 158,
na R. Vinte e Seis de Abril.
- Levantamento dos projetos originais das edificações: Foi efetuado através de buscas na
Superintendência Municipal de Controle de Convívio Urbano (SMCCU) e na Secretaria Municipal
de Planejamento (SEMPLA). Todavia, não foi encontrado o número correspondente ao total de
edificações elencadas. Também foi obtido entre o acervo do Banco de Dados de TFG do Curso de
no Arquitetura e Urbanismo do CESMAC1 exemplares, referentes à duas edificações localizadas
no Farol: a residência do Dr. Ib Gatto Falcão (recentemente demolida) e a residência nº 415 naAv. Fernandes Lima; e, nos arquivos da SERVEAL², a Secretaria de Estado da Assistência e
Desenvolvimento Social, o levantamento métrico de exemplar no Poço.
- Elaboração de análises formais e decorativas: Foi elaborado um quadro de cada exemplar
identificado (e a mim destinado pesquisar), sendo analisada sua implantação no lote e descrito,
em pormenores, os principais elementos decorativos das fachadas, levando-se em conta ser essa
a ênfase a ser dada nesse Plano Individual de Trabalho.
- Preenchimento das fichas: Os dados coletados referentes às edificações elencadas atenderam
ao preenchimento de fichas-padrão UEPs (Unidade Especial de Preservação), concebidas pelo
RELU - Grupo de Pesquisa em Representação do Lugar – FAU, em 2009, e validadas, pela SEMPLA
- Secretaria Municipal de Planejamento de Maceió.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Iniciado no Brasil sob a influência do arquiteto português Ricardo Severo, o Neocolonial
foi radicado primeiramente em São Paulo pelo próprio na década de 1910, através de artigos e
conferências sobre a arquitetura colonial. A conferência proferida por Severo intitulada “A Arte
Tradicional no Brasil” em 1914 foi considerada o marco inaugural do movimento Neocolonial.
_________________¹CESMAC – Centro de Ensino Superior de Maceió.²SERVEAL - Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas S/A.
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Ainda em São Paulo o Neocolonial esteve presente na Semana de Arte Moderna em
fevereiro de 1922 que se constituiu num evento em que estiveram presentes poesia, escultura,
pintura, música e arquitetura, passando despercebido por esta.Entretanto, a arquitetura não parecia estar no mesmo patamar dessas manifestações,talvez pelo fato de o neocolonial não se constituir, na paisagem paulistana, em grandenovidade, por coma da incipiente apropriação por parte das elites e do Estado. Todavia,nesse momento, o neocolonial não é somente nacional e moderno: representa avanguarda da arquitetura brasileira. (KESSEL, 2002:122)
Após a atuação em São Paulo, o Movimento ganhou força no Rio de Janeiro, nos anos 20.
Comparecendo à Exposição de 1922, realizada em comemoração ao Centenário da
Independência do Brasil, obtendo grande repercussão na capital federal tendo como maior
propulsor José Mariano Filho.
Em várias residências em Maceió, Alagoas, o estilo Neocolonial caracterizou-se por
varandas com peitoris em alvenaria, terraços em arcadas, jogos de telhados, volumes curvos
contrastante com o retilíneo da construção, colunas retorcidas entre outras características gerais.
Não há uma ênfase na monumentalidade da construção e mesmo as residências maiores
mantêm um dimensionamento equilibrado. (SILVA, 1991 apud LIMA; LIMA; HORA, 2012:7).
A partir das informações retidas dos históricos e dos referenciais teóricos que embasaram
a difusão do Neocolonial em São Paulo e no Rio de Janeiro foram dados subsídios ao processo de
identificação das características formais/decorativas nos edifícios paradigmáticos na difusão do
estilo em outras cidades brasileiras assim, como Maceió, elencadas para este recorte empírico
individualizado edificações localizadas nos bairros do Farol e Poço.
Localizada no bairro Farol, Rua Frei Caneca, a residência nº 34 possui elementos
característicos do Neocolonial (Óculo com gradil de ferro; pestanas cobertas com telha nas
janelas; gradis de ferro em vãos (janelas e óculos).
Figura 1 - Exemplares Neocoloniais elencados em Maceió localizados nos
bairros do Poço e do Farol. Fonte: Gonçalves, 2013.
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Figura 2 – Exemplar Neocolonial no bairro do Farol em Maceió. Fonte: Gonçalves, 2013.
A residência nº 415, também localizada no Farol, no início da Av. Fernandes Lima fazparte de um conjunto de UEP’s implantadas nessa avenida e entorno que são remanescentes dos
imóveis de valor histórico-arquitetônico de Maceió. A edificação é solta no lote, possui varanda
com aberturas em arco, telhado em quatro águas e esquadrias em madeira. Já é uma UEP, porém
incluiu-se nesse elenco para ressaltar a importância de haver sido alvo de preservação municipal.
Figura 3 – Exemplar Neocolonial solto no lote com embasamento da escadaria no grande
terraço em arcada. Fonte: Gonçalves, 2013.
Figura 4: Planta baixa térreo. Planta baixa pav. Superior. Fonte: acervo de dados no RELU-FAU.
A atual clínica infantil, segundo SILVA (1991), foi projeto do arqto. Manoel Messias de
Gusmão, para o proprietário Gastão Machado Pontes de Miranda. Há indícios de ter sido solta no
lote e circundada por jardim. Na fachada principal, portas em arco e com aberturas em ferro,arco em pedras irregulares demarcando o terraço, revestimento rugoso, consoles de alvenaria no
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beiral, gradil de ferro em formas orgânicas, óculo, telha peito de pombo, colunas torças na
varanda, embasamento elevado e muro baixo.
Figura 5: Exemplar Neocolonial no Farol, atual clínica infantil. Fonte: GONÇALVES, 2013.
A CLINAF é mais uma das edificações com repertório Neocolonial no bairro Farol, comdois pavimentos, embasamento em pedra e indícios de planta solta no lote; não manteve o uso
residencial (hoje é ocupado por uma clínica médica). A fachada principal mantém indícios de
características Neocoloniais, as outras, não mais.
Figura 6: Exemplar Neocolonial no Farol, fachada principal. Fonte: GONÇALVES, 2013.
As residências nº 582 e atual Brazlinnk, localizadas no Farol, possuem nítidas
características Neocoloniais. Porém a de nº 582 permanece preservada quanto às suas
características, embora em desuso, enquanto a da Brazlink , em uso comercial, já apresenta
perdas de elementos.
Figura 7: Exemplar Neocolonial com terraço em arco e varanda superior. Fonte: CARVALHO,
2013.
A residência do médico Ib Gatto Falcão, demolida em 2012, foi construída entre 1934 e
1936 com mão de obra de construtores portugueses trazidos por Zinho Leão, da tradicional
família dos proprietários da Usina Utinga Leão.(FALCÃO:2005 apud ROCHA:2009).
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Figura 8: Vista lateral vendo-se o amplo terraço e colunas torças e jardineiras entre colunas;
Planta baixa. FONTE: ROCHA, 2009.
A antiga residência de José Nogueira, atualmente destinado à SEUNE – Sociedade de
Ensino Universitário do Nordeste é construída solta no lote ajardinado. Apresenta sacadas em
formas arredondadas, vãos (portas e janelas) em verga reta, terraço sob arco, destaca-se o
balcão semicircular da janela no primeiro pavimento. Pilares retilíneos, presença de gradis de
ferro (sinuosos) na fachada no muro, no balcão semicircular e em algumas esquadrias.
Figura 9: Edificação solta no lote com 3 terraços salientes aos alinhamentos das fachadas e com
dois pavimentos. Fonte: GONÇALVES, 2013.
A Residência nº 158, no poço, pertence às casas populares que também adotaram o
Neocolonial em sua concepção. Porém as características são visíveis apenas na fachada,
mantendo-se no limite do lote e configuração de porta e janela. A platibanda semi arqueada, o
elemento em losango e o barrado em pedra marcam o estilo.
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Figura 10: Fachada da edificação com recorte da platibanda reto e semi arqueado. Fonte:
GONÇALVES, 2013.
O antigo prédio da LBA, hoje a Secretaria de Estado da Assistência e DesenvolvimentoSocial, no Poço, é um dos exemplares de importância na história do Neocolonial em Maceió;
Projeto do arqto. Joffre Saint’Yves Simon, apresenta-se descaracterizado. Contudo, sua larga
fachada mantém a rugosidade do reboco, o embasamento com textura imitando pedra, pseudo-
coluna retorcida, platibanda arqueada e tripartida; no interior, é marcante a presença de uma
arcada voltada para o pátio (em proporção similar a do prédio do CCBI, também projeto desse
arquiteto), piso em granilite, uso do ladrilho hidráulico e parquet , e mármore na escada.
Figura 11: Exemplar Neocolonial localizado no Poço em Maceió. Planta baixa de reforma –
térreo. Planta baixa de reforma – Pavimento 2. FONTE: SERVEAL, 2008.
Figura 12: Fichas UEP preenchidas com os dados dos exemplares Neocoloniais. Fonte:
GONÇALVES, 2013.
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Figura 13: Fichas UEP preenchidas com os dados dos exemplares Neocoloniais. Fonte:
GONÇALVES, 2013.
CONCLUSÃO
Analisando a ocorrência do Neocolonial como movimento/estilo arquitetônico, no Brasil
ficou claro o destaque que o seu repertório formal obteve na breve passagem pela arquitetura
brasileira, mesmo diante de críticas ou da relativa aceitação dos que seguiriam a promissora
corrente Modernista que se instalaria em todo território nacional, como já dito:“No contexto nacional, a difícil relação entre modernidade e tradição é atenuada. [...]vencidos os representantes dos setores tradicionais da Escola de Belas Artes atenuado ovigor do Neocolonial, o Movimento Moderno respira folgadamente”. (SILVA, 1991:24).
Considerado como uma tentativa de resgate da memória nacional, na arquitetura
reintroduz beirais, a telha ‘colonial’, as varandas, o azulejo em painéis e recortes, buscando
imageticamente a reafirmação do tradicionalismo construtivo. Em Maceió, essa surge a partir de
grandes residências, seguido das de médio porte, rebatido em residências populares, projetadas,
em um primeiro momento, segundo Silva (1991) por Manoel Messias de Gusmão e em seguida
por arquitetos como Yves Saint’Ives Simon e outros.
A breve passagem desse movimento arquitetônico parece que predispôs a desatenção a
um estudo mais sistematizado em publicações de arquitetura e para a preservação patrimonial
nas cidades brasileiras e em Maceió, particularmente, onde vários exemplares remanescentes,
ora estão a cada dia sendo descaracterizados pelos atuais usuários ou demolidos devido à fúria
galopante do mercado imobiliário, sempre devastador.
Por fim, propõe-se com o preenchimento das fichas modelo UEP, que as edificações aqui
elencadas sejam incluídas nas Unidades Especiais de Preservação, criadas pelo Plano Diretor de
Maceió para uma gestão de preservação urbana mais eficiente e de cobertura bem específica.
AGRADECIMENTOS
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Agradeço à minha orientadora, a profa. Dra. Josemary Ferrare por ter me ajudado em
todo o processo da pesquisa. Também gostaria de agradecer a meus pais, Josilene Gonçalves e
João Gonçalves por todo apoio necessário e a Deus.
REFERÊNCIAS1. AMARAL, A (org.). Arquitetura Neocolonial: América Latina, Caribe, Estados Unidos. São
Paulo: Memorial/Fondo de Cultura Económica, 1994.
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3. COSTA, C. Maceió. Maceió: SERGASA, 1981. FERRARE, Josemary et al. Projeto de restauro
da antiga Faculdade de Medicina – Memorial UFAL 50 Anos. Maceió: FAU-UFAL, 2009.(EtapaDiagnóstico).
4.
FERRARE, Josemary; MEDEIROS, Elaine; AZEVEDO, Myllena. Identificando os marcosmodernistas na fachada litorânea de Maceió – do Jaraguá ao Pontal da Barra. Caderno do IIISeminário DOCOMOMO N-NE, João Pessoa: UFPB, 2010.
5. KESSEL, Carlos. Entre o Pastiche e a Modernidade: Arquitetura Neocolonial no Brasil. Riode Janeiro: UFRJ, 2002. (Tese de Doutorado).
6. KESSEL, Carlos. Vanguarda efêmera: arquitetura neocolonial na Semana de Arte Moderna
de 1922. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº 30, 2002, p. 110-128.
7. PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. Neocolonial, Modernismo e Preservação do Patrimônio nodebate cultural dos anos 1920 no Brasil. São Paulo: EDUSP; FAPESP, 2011.
8. SILVA, Maria Angélica. Arquitetura Moderna: a atitude alagoana. Maceió: EDUFAL,1991.
9. DUARTE, C.; CORREIA, C.; BULLEN, D.; MONTEIRO, E. Diagnóstico da residência nº 415,Farol. Maceió: FAU-UFAL, 2011.
10. ROCHA, Ana P. Resgate de rendas e bordados tradicionais: recuperação de uma residênciano bairro do farol para implantação de uma oficina-escola. Maceió, 2009. 105f. (TrabalhoFinal de Graduação) – Centro de Estudos Superiores de Maceió, 2009.
11. GUIA, Rose Mary Cavalcanti Vieira da. Os registros de uma história: a relevância das
unidades. Maceió, 2008. 147f. (Trabalho Final de Graduação) – Centro de Estudos Superiores
de Maceió, 2008.