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Comunicaqui #1

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A Revista Comunicaqui é uma produção laboratorial do curso de Jornalismo da UniBrasil. A primeira edição tem reportagens de Amani Costa, Marieli Castione, Thais Travençoli, Patrícia Castro, Anali Modesto, Rafael Passos, Lucas Fermin, Evelyn Arendt, Giulianne Kuiava, Rafaela Fiala, Franciele Rigon e Tiago Machado.

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A revista Comunicaqui, produção dos alunos de Jornalismo da UniBrasil, tem a intenção de mostrar, nesta primeira edição, uma Curitiba despercebida. Um espaço em que veganos e vegetarianos convivem com carní-voros. Onde se permite o nascimento de uma comunidade religiosa e heavy metal. De pessoas que colocam a felicidade acima do peso. Uma cidade em que a Defensoria Pública, órgão fundamental para atender a popu-lação, luta por reestruturação. Uma capital que busca resgatar a lembrança de um patrimônio público e, acima de tudo, pre-serva sua memória. Nossa matéria de capa se preocupa com a história do Paraná. Visitamos os bastidores da Casa da Memória, localizada no centro da cidade. O local, mágico em vários aspectos, abriu as portas para a repórter Patrícia Castro conhecer o dia a dia dos que ajudam a conservar nossas raízes desde 1953. O esporte também entra em campo, na reportagem sobre pais que incentivam os filhos à atividade física e es-tão atentos para lidar com a questão da competitividade. Como falamos de uma Curitiba despercebida, vamos mostrar uma prática despercebida: o futebol americano que não aparece com frequência na mídia, mas existe. Saindo dos gramados, vamos para o mundo tecnológico. O repórter Helton Liça conversou com especialistas em games para descobrir: se a evolução dos gráficos atrapalham a diversão? Através de nossas matérias, nos despimos do olhar convencional curitibano, para levar a você, caro leitor, his-tórias sob o olhar de um viajante. Desejamos um bom passeio pelas ruas da cidade sorriso, capital ecológica dos biarticulados.

Boa leitura!

Rafaela Fiala, editora-chefe da Comunicaqui

Editorial

Faculdades Integradas do Brasil

Revista Comunicaqui. Projeto realizado pelos acadêmicos do 6º período do curso de Jornalismo.Coordenadora responsável: Maura MartinsProfessor responsável: Rodolfo StanckiEditora chefe: Rafaela FialaPlanejamento editorial: Evelyn Arendt, Giulianne Kuiava, Rafael PassosDiagramação Geral: Helton LiçaReportagens: Amani Cruz, Anali Modesto, Evelyn Aren-dt, Franciele Rigoni, Giulianne Kuiava, Helton Liça, Lucas Fermin, Marieli Castioni, Patricia Castro, Rafael Passos, Rafaela Fiala, Thais Travençoli, Tiago Machado.

EXPEDIENTEEditorial

Equipe/Opinião

Marieli – Aprenda como se vestir bem no mercado de trabalho.

Rafaela – Quando as manias viram transtornos.

Amani – Em busca de uma alimentação saudável. A diferença entre Veganos e Vegetarianos.

Helton – A evolução gráfica dos games: Mais tecnologia, menos diversão

Giulianne – Esporte para grandes crianças. Como a atividade física

Evelyn – Futebol Americano: Como o esporte sem incentivo faz para se manter em Curitiba

Patricia - Casa da memória revive a história paranaense através de livros

Tiago – Prefeitura pretende revitalizar o Passeio Público

Lucas – Golgota: A igreja do rock em Curitiba.

Anali – Mães solteiras bem sucedidas.

Rafael- Gordinhos ganham espaço no mercado da moda e criam novo padrão de beleza.

Thais – Os desafios da Defensoria Pública do Paraná para atender pessoas de baixa renda.

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SÚMARIO

Defensoria Pública do Paraná busca estruturação

Mãe de cinco filhos, a secretária Rosiane Santana resolveu en-trar na justiça para solicitar o beneficio de pensão alimentícia.

O salário dela não é suficiente para pagar um advogado, por isso, foi até a Defensoria Pública do Paraná para buscar atendimento jurídico gratuito. “Se não fosse a defensoria, não sei como pagaria um advogado”.Rosiane não conhecia a defensoria pública. Quem a levou até a in-stituição foi a pedagoga Olinda de Godoi, colega de trabalho de Ro-siane. “Embora as pessoas busquem resultados imediatos, a nossa legislação não propõe isso. Por ser um órgão público que atende aos interesses da população, deveria ter mais estrutura”, comenta Olinda. A Defensoria Pública foi criada na Constituição Federal de 1988 para garantir e promover o acesso à justiça ao público sem condições de pagar um advogado. No entanto, ainda faltam recursos essenciais para que a instituição funcione adequadamente. Segundo pesqui-sa realizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), o Paraná tem um defensor para 768 mil habitantes. A recomendação é de um profissional para cada 10 mil pessoas.Antes da criação da Defensoria Públi-ca não havia outro órgão constitucional para prestar atendimento aos neces-sitados. As pessoas que não tinham condições de pagar as custas proces-suais ou os honorários de um advoga-do eram atendidas pelos chamados advogados dativos, profissionais in-dicados pelo juiz para prestar atendi-mento jurídico. Ainda hoje esses ad-vogados atendem nos municípios sem defensoria.A instituição passou a ser instalada nos estados com a Lei Complementar nº 80 de 12 de janeiro de 1994. A lei di-vidiu o órgão em Defensoria do Estado e Defensoria da União.A Defensoria da União atua nos casos vinculados às Justiças Federal, Militar, Eleitoral e do Trabalho. Os demais são de atribuição da Defensoria do Estado. O atendimento nos dois órgãos é desti-nado ao cidadão com renda mensal de até três salários mínimos.No Paraná, a Defensoria da União foi instalada em 2002. Ela at-ende em Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Umuarama e Curitiba. Na capital, o órgão conta com 13 defensores e cerca de 50 pessoas são atendidas todos os dias. Os casos de benefício previdenciário são os mais atendidos na unidade. Já a Defensoria do Estado at-ende desde 2001, embora tenha sido regulamentada oficialmente em 2011 pela Lei Complementar 136/2011 (Lei Orgânica da Defen-soria Pública do Estado do Paraná). Atualmente a instituição conta com 10 defensores para atender todo o Paraná. A média de aten-dimento por dia é de 200 pessoas. Os processos de benefício de pensão alimentícia estão entre os mais procurados. Em maio está programada a nomeação do primeiro concurso da história da defensoria. Serão 104 novos profissionais para a uni-dade do Estado. Segundo o chefe de gabinete da defensoria públi-ca do Paraná, César Prevedello Coelho, a chegada desses defen-sores é um grande avanço. “Vamos conseguir montar pelo menos a estrutura da defensoria de Curitiba”.O chefe de gabinete também conta que com os novos advogados será possível ter pelo menos um defensor em cada cidade polo da Defensoria. As regiões polo são Londrina, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Mar-ingá, Umuarama, Cascavel e Paranavaí. Atualmente, estes municí-pios contam com assessores penais que auxiliam os defensores a prestarem assistência jurídica a presos e internados dos

estabelecimentos penais do estado.De acordo com o chefe de gabinete, um importante avanço na Defen-soria do Estado do Paraná é o núcleo de atendimento a mulher que passou a funcionar há nove meses. Duas assistentes sociais são re-sponsáveis pelo primeiro atendimento a mulheres vitimas de violência. Trata-se de uma parceria com a Delegacia da Mulher de Curitiba. Se-gundo o chefe de gabinete, muitas mulheres procuram a justiça antes da delegacia.

Prevedello vê o órgão como essencial para a busca pela justiça. “Sem a defensoria, a pes-soa não tem acesso ao mínimo do que é de direito dela”.

OrçamentoSegundo o chefe de gabinete, o que dificulta os novos avanços na defensoria atualmente é a falta de autonomia financeira por completo, já que o orçamento da instituição está ligado ao Poder Executivo. “Não conseguimos faz-er as coisas andarem na verdade por ter este vínculo ainda”.O Coordenador do processo de discussão e redação da Lei Orgânica da Defensoria Pú-blica do Paraná Miguel Godoy acredita que esta falta de orçamento exclusivo impede que as defensorias se estruturem de maneira ad-equada. “Se à Defensoria Pública cabe elab-orar o seu orçamento, cabe, no entanto, ao Governador do Estado destinar os recursos necessários, atendendo ou não a proposta orçamentária da instituição. Dessa Maneira, a

destinação de recursos suficientes para a instituição depende de von-tade e decisão políticas do governador do estado”.Godoy explica que mesmo que o governo queira destinar recursos maiores ao órgão, ele pode encontrar barreiras na lei de responsabili-dade fiscal, que limita os gastos do estado com pessoal. O orçamento do estado destinado ao pagamento destes recursos humanos é repar-tido entre Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e Ministério Público. “Isso impede que os Estados des-tinem recursos financeiros suficientes para a adequada estruturação da Defensoria Pública sob pena de se ofender o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal”, complementa Godoy.

Veto presidencialUm projeto de Lei Complementar que destinaria 2% do orçamento do estado às Defensorias Públicas foi proposto para reformar a Lei de Re-sponsabilidade Fiscal. No entanto, a presidente Dilma Rousseff vetou o projeto integralmente no dia 19 de dezembro do ano passado. “A relação que as instituições atuais mantém com o estado é dúbia, pois ao mesmo tempo que são autônomas e independentes, ainda estão, orçamentariamente, atreladas ao Poder Executivo, o que, por sua vez, lhes limita sobretudo a expansão”, finaliza Godoy.

Por Thais Travençoli

Cerca de 200 pessoas são atendidas diariamente em Curitiba.

Mais informaçõesDefensoria Pública do Estado, Rua Alameda Cabral, 184, telefone (41) 3219-7300.Defensoria Pública da União, Rua Voluntários da Pátria, 547, telefone (41). 3232-9797.

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Politica

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Faça já seu Outdoor Por Patricia Castro

No interior de um biarticulado, fico em pé próximo à porta cinco olhando com atenção aos movimentos corriqueiros do cotidiano de nossa Curitiba. Em meio a tantas observações como o trânsito lento, os comércios, pes-soas trabalhando, passeando, me atento até mesmo, ao céu acinzentado típico curitibano, que destaca pelo humor fechado da cidade.Seguindo em frente, noto algo que me intriga. Um anúncio de um outdo-or que dizia. “Parabéns Curitiba pelos seus 320 anos! Cidade que é da gente, cidade que é de todos”. Realmente a capital paranaense comemorou em 2013 o seu trecentésimo vigésimo aniversário. Até parece que foi ontem que o estado ainda era governado por São Paulo, comarca essa, que se emancipou tornando-se província e escolhendo assim, Curitiba, como a sua capital.Ao longo dos anos a palavra “progresso” se tornou sinônimo para cida-dezinha que outrora foi provinciana. Curitiba, vira referência nacional e internacional, titulada como a “cidade modelo” e “capital ecológica”, entre outras menções positivas.Como já disse, o outdoor me intrigava pelo fato das contradições transcri-tas na frase. “Cidade que é da gente, cidade que é de todos”, mensagem que transmitia às pessoas que passavam pela rua, como era bela capital paranaense, que escondia por trás desse imenso anúncio, um bairro não tão nobre, nem tão conhecido pelos turistas, talvez nem tão visto pelo próprio poder público. Região esquecida que não deixa de ser Curitiba, mas não ecológica e muito menos modelo. É de se questionar esta frase, “Cidade da gente, cidade de todos”. Não seria a cidade das aparências maquiadas onde a face curitibana é apre-sentada apenas de um lado? Seria realmente a “cidade de todos” ou so-mente dos que moram em calçadas de granito, em boas ciclovias e com suas ruas pavimentadas?Devemos rever esta frase ou trabalhar para que ela seja verdadeiramente concreta. Curitiba, como todas as outras capitais brasileiras, também tem seus problemas que não podem e nem devem ser ignorados.Continuo o meu trajeto descendo do ônibus e seguindo pela tradicional Rua XV de Novembro. Ainda refleto um pouco sobre a frase daquele ou-tdoor. Em meio a tanta agitação e circulação de pessoas recebo um bi-lhete, desses entregues habitualmente dizendo. “Para a solução de seus problemas, administrador, faça já sua propaganda!”. Naquele momento ri da situação em que me encontrava, porém, mudaria apenas o final da-quela frase publicitária. Para a solução de seus problemas, administrador, faça já a seu outdoor!

Direitos humanos desrespeitadosPor Thais Travençoli

Desde que o deputado federal e pastor Marco Antônio Feliciano as-sumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados do Brasil, uma série de mani-festações contra o político ocorrem em todo o país. Em Curitiba, por exemplo, no dia 9 de março, cerca de 100 pessoas protestaram contra o deputado em ato de repúdio no centro da cidade.

As polêmicas contra o pastor não são de hoje. Em 2011, Feliciano postou algumas declarações no Twitter que o levaram a acusações de homofobia e racismo. Em uma das publicações ele diz: “O po-dridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas prá-ticas promiscuas”. Em outra declaração, interpretada como racis-ta, ele afirma: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis, twitters”.

O deputado também resolveu mexer com os direitos das mulheres. No livro “Religiões e Política”, uma análise da atuação dos par-lamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil, o pastor diz: “quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos dos homens, ela querendo trabalhar, a sua par-cela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos”.

Se a Comissão de Direitos Humanos foi criada para analisar pro-postas relacionadas ao tema e para preservá-los, uma pessoa que se mostra contra tais direitos não pode representar a população. Enquanto Feliciano estiver na CDHM jamais será possível acabar com os diferentes tipos de preconceito. Ao invés de lutar pelos direitos humanos, Feliciano desrespeita-os.

OPINIÃO

EQUIPE

O Brasil é um país exibido. Nas praias e nas ruas, a exposição generosa de pernas, tórax, bíceps e bumbuns é previsível como o sol quase diário num país tropical. Nos últimos anos, os contornos ganharam volumes. Somos hoje uma nação de gente cheinha. Se-gundo dados no Ministério da Saúde, quase metade da população (48%) pesa mais do que deveria. Os gordinhos já são maioria (52%) na população masculina.Foi-se o tempo em que a beleza estava somente ligada a ser ma-gra. Hoje em dia, as pessoas gordinhas fazem muito sucesso. Afinal de contas vivemos em um mundo muito grande, há mais de uma década, ativistas pregam que os gordinhos não se escondam, não deixem de se divertir e de se cuidar, entra na polêmica com o meio médico, é possível ser gordo e saudável! Novidades para esse público surgem a cada dia. No ano de 2010, uma empresa brasileira criou a semana de moda Plus Size (Tama-nho Maior). Cujo objetivo é incluir modelos maiores ao mundo da moda e aumentar o número de roupas vendidas a partir do mane-quim 44. No Brasil produtoras, agências de modelos, logistas já estão in-cluindo a moda plus size em suas propagandas. O crescimento do nicho plus size agora faz com que as pessoas se sintam retratadas em um mercado de consumo em que elas não tinham espaço. Um dos fatores para que o mercado da moda começasse a incluir as pessoas acima do peso foi a pressão das próprias gordinhas, que passaram a demonstrar seu interesse por esse mundo. Vários artis-tas brasileiras como: Preta Gil, Gaby Amarantos, Tiago Abravanel, entre outros, abraçaram essa causa.“Para mim, gordinha, é um grande alívio não mais ter de ir em lojas de tamanhos maiores e poder fazer compras em lojas de departa-mentos”, relata a estudante de moda Camila Oliveira. “É uma resposta à discriminação em relação às pessoas gordas. O que descobrimos é que empresas, médicos, escolas estavam co-meçando a discriminar pessoas por causa do seu tamanho”, conta o empresário curitibano, Edson Moraes.

Felicidade acima do pesoPor Rafael Passos

Diário de um gordinhopor Aline da Costa, estudante de Direito

“ Desde criança sempre fui grandinha. Não sou uma mulher muito gor-da, mas tenho meus pneuzinhos, mesmo assim ainda gosto de mim. Ao contrário do que a maioria das pessoas dizem, os gordinhos tam-bém são amados! Acho que as mulheres devem se cuidar. Nem muito acima do peso, nem muito magra. Devemos acabar com essa ditadura da beleza que é realmente inútil, porque nem toda mulher é igual às top models. Cada uma tem seu corpo, seu estilo e seu jeito. E sobre o #momentopretagil, fala sério, não tem ninguém melhor para definir uma gordinha bonita e feliz! Ou seja, fica o recado: seja essência e não aparência.”

Saúde

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Estilo pessoal x estilo profissionalPor Marieli Castioni

“A primeira foto mostra uma menina bem básica toda de preto, somente com um colar pequeno a vista, a camisa possui o formato correto (sem decote). É ade-quado para o corpo dela, que é magra.”Já na segunda foto, que ela posta no social esta corre-ta porque ela social com um toque particular, o sapato bota cano baixo beige, combina e distrai do modelo ca-reta padrão”

“Na primeira foto a moca está com roupa colada demais. Mesmo sendo magra, fica visível. Ela usa tênis prata bri-lhante e uma blusinha de onça por baixo da camisa social branca. Este look é usado mais em empresas de design e de comunicação, empresas com rigor ponderado”.A segunda foto está fora do padrão adequado, por causa da saia curta, mais isto deixa a pessoa anti-profissional, se a saia fosse mais comprida, seria adequado, a camisa está correta, mas o look no geral, ficou desordenado, ainda mais com o colar enorme e laranjado”

Moda & Beleza

Se ligue:Looks reprovados em qualquer lugar: Calças apertadas, vestidos curtos, sapatos muito alto, sandálias plataforma, acessórios em grande quantidade, blusas coloridas, maquiagem muito forte e perfume forte.

Legislação:A lei Federal número 8.906/1994 artigo 58 é a que define que os advogados tem que ser visto de terno.

A única profissão que tem que seguir normas de vestimenta é a do advogado que, de acordo com a lei, tem que usar terno sem-pre que estiver no trabalho. Muitas empresas ordenam as normas para os trabalhadores, buscando informar o modo certo de se vestir para a vida profissional. Bancos, escritórios e multinacionais não permitem qualquer tipo de roupas extravagantes, por isso os looks reprovados são sempre os mesmos: barriga de fora, sapato de saltos altíssimos, roupas esportivas, decotes, roupas curtas e transparentes e até perfumes fortes.Girsele Pereira é autônoma, mas em sua época de prestadora de serviço, já passou por momentos embaraçosos em seu último trabalho do qual foi demitida, passou por diversos chamadas de atenção por causa de suas roupas, que foram estilizadas para ficar mais apertadas no corpo e eram curtas a ponto de mostrar a barriga e as coxas. “Eu trabalhava com vários homens e mulheres numa loja de roupas, como usávamos uniforme, eu vinha como queria, ao meu gosto. Porém, percebi que a empresa se importava também com o que eu vestia fora do horário de trabalho”.A consultora de Recursos Humanos da empresa Gobanco, Rakel Reys diz que os contratantes não podem se preocupar com o que o funcionário usa fora do ambiente de trabalho. “A roupa que você escolhe para o trabalho, é o que diz que tipo de profissional você quer ser. Mas roupa de seu gosto usada fora do ambiente não deve ser levado em conta. Por isso se você tem uniforme, essa ta-refa não fica muito complicada”, explica. Cada carreira exige uma atitude e um guarda-roupa diferente. “Com os modelos, as cores e os acessórios certos você vai se adequar ao ambiente profissional e ainda ficar na moda”. Saber combinar vestimentas sociais com roupas normais é um tra-balho difícil para quem é profissional. Muitos acham que trabalhos formais exigem sempre terninhos, mas especialistas da empresa Recursos Humanos Brasil (RH), observam que o profissional tem que se vestir adequadamente no local de trabalho, mas seguindo o seu gosto pessoal. A roupa que você usa pode ajudar na imagem certa no local em que você trabalha. Nem sempre o que está na moda é o mais apropriado. A competência é o que prevalece. Se vestir bem ajuda você a ganhar uns pontos extras na profissão. Consultores alertam em seus textos na internet que, nem sempre usar somente rou-pas escuras e caretas fazem bem, pois o profissional pode acabar assumindo uma imagem de careta e conservador.

Empresas que possuem uniformes como médicos, dentistas, copeiras, chefes de cozinha e algumas empresas varejistas, já padronizam essa diferença entre os contratados e aliam isso à praticidade, facilidade, economia, motivação e valorização pessoal.Empresas varejistas, de pequeno e médio porte que não usam uni-formes e nem ditam moda, tendem a deixar o profissional mais livre para escolher a roupa e o acessório. Funcionários que mudam sempre de emprego ou estágio acabam não sabendo adequar a maneira de se vestir, o que muitas vezes acarretam chamadas de atenção ou até mesmo demissão, como no caso de Girsele.Dicas de como se vestir para trabalho são postadas todos os dias por blogueiros de modas. A dona do blog Bruna For Sale, Bruna Roriz, escreve que dá para manter o bolso cheio e o estilo em alta. “Sempre dá para fazer umas comprinhas em brechós chiques e em lojas popu-lares. A pessoa tem que saber procurar e saber pagar o preço certo na peça que está adquirindo”. A tendência é sempre valorizar o profissional e a empresa, seguin-do a linha dos clientes e do ambiente de trabalho. Respeitar valores e missões, mas muitos acham difícil seguir um padrão sem gastar muito com roupas sérias. O que vale é comprar peças coringas e usar sempre. Basta saber ornar as roupas com o seu tipo físico e seguir as dicas da consultora Rakel Reys. “A mulher tem que, primeiramente, reconhecer a sua idade, não mostrar muito a pele, vestir seu número correto, não deixar a barra da calça sobrando muito, cuidar da pele e ter muito cuidado com pregas e volumes. Basicamente essas dicas, ela não irá errar na hora de se vestir”.Ainda há muitas outras opções. No calor as mulheres podem abusar de vestidos longos, saias lápis (comprimento abaixo do joelho), saias mullets e macacões. Já para os homens, o indicado é usar tecidos claros, polos, blazers de linho, calça social leve (calça chino) e, de-pendendo do caso, até uma bermuda de alfaiataria leve.

Não é de hoje que os valores estão mudando. Especialmente no papel da mulher perante a sociedade. Elas passaram de “do lar”, limitadas às tarefas domésticas, para serem a peça central no sus-tento familiar, verdadeiras chefes de família. Há algumas décadas, elas conquistaram um espaço e alcançaram direitos igualitários. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre os anos 2000 e 2010, houve um au-mento de 15,1% de mulheres brasileiras que sustentam suas famí-lias. Em alguns casos, sem a presença ou apoio de companheiros ou parentes. A diminuição na taxa de fecundidade, a ampliação do nível superior e da inserção no mercado de trabalho foram elemen-tos que colaboraram com o resultado final. Mulheres que tiveram filhos e encararam o fato de serem mães solteiras, obrigatoriamente, também fazem parte dessa estatísti-ca. E determinação é a palavra que define o sentimento daquelas que passaram por uma gravidez precoce e não tiveram êxito no relacionamento amoroso. Isso porque elas conseguiram mostrar à sociedade que são capazes de passar por uma fase delicada sem se deixar abater, se enquadrando no universo da mulher moderna. Engravidar aos 18 anos é se privar da transformação para a fase adulta. As responsabilidades e a necessidade de obter ou aumentar a renda são princípios obrigatórios para quem está pres-tes a se tornar mãe solteira. Isso sem contar os sacrifícios, como substituir longos diálogos e gargalhadas por intermináveis noites de paciência para embalar o bebê, até dormir de madrugada. Esse processo as torna psicólogas, amigas, professoras, cozinheiras e passadeiras. Além disso, elas precisam ser inteligentes, pois preci-sam trabalhar para se inserir na sociedade brasileira. Se tornar mãe jovem não é fácil. A rotina muda completa-mente. Mais ainda, quando há dedicação. A ausência masculina, a restrição da liberdade e a inexperiência dificultam. Mesmo assim, essas mães jovens conseguem ultrapassar esta fase, com êxito.

Exemplos de superaçãoPamella Garcia, que aos 27 anos é estudante de Jornalismo nas Faculdades Integradas do Brasil, engravidou aos 18. Na época da gravidez inesperada, ela namorava um rapaz dois anos mais velho. Assim que ele percebeu que se tornaria pai, resolveu não assumir a responsabilidade e desapareceu. Ela diz que os momentos de dificuldades que enfrentou foram responsáveis por se sentir realizada hoje.

Fui mãe aos 18, sou moderna e inteligente aos 30! E aí?

Por Anali Modesto

“Passei por muitos preconceitos, principalmente amorosos. Sofremos para ter, para criar e educar so-zinhas, para ser exemplo, e ainda somos vítimas de julgamentos precoces. Deveria ser diferente”, reivin-dica a mãe de Lucas Garcia. Segundo Pamella, o pai da criança nunca sequer de-monstrou interesse em acompanhar o crescimento ou qualquer outro aspecto no desenvolvimento do filho. Nem por isso, ela desanimou. Ela se formou em Logística e hoje está cursando ensino superior pela segunda vez. Trabalha no De-partamento de trânsito (DETRAN) e tem condições financeiras de suprir as necessidades e as vontades do filho. “Eu superei, com o apoio da minha mãe. Deixei de sair, de me divertir, para ser o pai e a mãe de Lucas em tempo integral.” Caso não tivesse se tornado mãe tão cedo, ela inda-ga se seria tão responsável. “Lucas está com 9 anos. É inteligente e me enche de orgulho todos os dias. Não planejei ter um filho aos 18. Nem ser mãe sol-teira. Muito menos planejei passar noites em claro, cantando músicas infantis para fazer um bebê dor-mir. Não me arrependo de nada”.A vida da estudante de publicidade, Cristiane Mon-toro, 35 anos, foi um pouco diferente. Ela teve, par-cialmente, a participação do ex-marido no início da criação dos filhos. Engravidou pela primeira vez aos 19 anos. No entanto, o resultado final da experiência não foi tão distinto como o de Pamella ao se deparar,

separada e com dois filhos para cuidar. “Desde que me divorciei, soube administrar muito bem o papel duplo, de pai e de mãe, dentro de casa.” Ela afirma ainda, que além de vencer contratempos no período da maternidade, não há satisfação maior em ver os filhos entrando na pré-adolescência, com inteligência e educa-ção. “Estudei, trabalhei, e sou exemplo positivo para eles, sei disso. Que passa por parte deles, que intencionalmente fazem com que eu me sinta ‘velha’, com receio da possibilidade de estar um dia, em se-gundo plano. Eu me divirto.” Não é novidade, que as 24 horas do dia parecem diminuir para pessoas com múltiplas funções, como no caso de Pamella e Cristiane. A cor-reria do cotidiano se torna corriqueira. Mas, mesmo fazendo parte da modernidade, elas nunca deixaram de ter tempo para os filhos e nem para elas. Esses momentos se tornam únicos e suficientes para que as crianças se sintam amadas e elas continuem com o padrão da mulher moderna.

Pamella e seu filho de 9 anos, Lucas.

Cristiane Montoro e os dois filhos.

Politica

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dos. “As pessoas acham que dizer “fulano para com isso” ou “isso é bobagem” vão ajudar. Pelo contrário, em alguns casos a situação agra-va”. A pessoa que tem TOC consegue perceber o quanto aqueles ritu-ais estão fora da realidade esse é um dos motivos de sofrimento.O preconceito faz com que as pessoas portadoras da doença, se es-condam. Isso pode ocorrer no trabalho, na família e em relacionamen-tos “Às vezes eu tento me esforçar e fingir que não está sujo, para as pessoas não falarem que sou fresca e tenho nojo delas. Já ouvi e ainda ouço muito isso. Não é verdade”.

TratamentoPara a neurociência, o TOC tem que ser tratado através de medica-mentos. Os mais utilizados e eficazes são os que pertencem ao grupo dos antidepressivos chamados de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (IRS), um neurotransmissor que regula o humor (veja box abaixo).“Para o uso destes medicamentos é necessária prescrição médica, com receita carbonada, pois estão na lista dos medicamentos contro-lados pelo governo”, afirma a psicóloga Vanessa Elling Shuster. Outro tratamento paralelo dos medicamentos, e que tem dado bastante re-sultado, é a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC). “Trata-se da exposição do paciente às situações que ele evita, desafiando seus me-dos, para assim extinguir os hábitos repetitivos e indesejáveis, levando ao desaparecimento dos sintomas”, complementa Vanessa.Dona Maria, desde que iniciou seu tratamento, passou por muitos remédios. Fez uso de Fluoxetina e Carbamazepina. Hoje o Rivotril é o que a ajuda. Também fazia uso da TCC e conseguiu ter alguns sinais de avanço. “Com os meses que fiz de terapia, consegui ganhar cor-agem para enfrentar o desconhecido. E é isso que eu recomendo para pessoas que sofrem com os transtornos, seja qual for ele! enfrentar o desconhecido”. Faz oito meses que ela interrompeu sua terapia, mas diz que pretende voltar o quanto antes.O papel da família é de extrema importância. “Inclusive no acompanha-mento do paciente ao médico, pois a família poderá lidar melhor com a situação e ajudar corretamente”, afirma Fiorucci. O tratamento não significa a cura do paciente. Como toda medicina o resultado pode não ser absoluto, mas a qualidade de vida do paciente pode ter significa-tivos avanços.

“O volume da TV tem que estar em 10 ou 12, 20 ou 22 e assim por diante. Tenho horror do número ímpar”, comenta Eliana Teresinha Pinto, 50 anos. Segundo a psiquiatria relatos como esse podem ser considerados transtornos obsessivos-compulsivos. O mais conhe-cido como TOC. Para Eliana, é apenas uma mania. TOC ou mania? Segundo o médico psiquiatra Carlos Abel Fiorucci, antes de tudo, a doença só pode ser diagnosticada por um médico. “Preferencialmente psiquiatra e só é dado como doença quando es-sas ações passam a consumir muito tempo e interferir de maneira significativa no dia a dia”. É necessário que se faça uma avaliação da história clínica do pa-ciente e um exame do seu estado mental. O TOC é um transtorno psiquiátrico. Ocorre pela presença de um pensamento obrigatório. A necessidade de realizá-lo é incontrolável. Enquanto a pessoa não cumpre, a ansiedade não cessa.Ao contrário de Eliana, que apenas considera sua atitude uma ma-nia e segundo ela “é até engraçado”, Maria do Rocio da Silva, de 49 anos, sofre muito com esta doença. “Minhas mãos chegam a esfolar, pois lavo inúmeras vezes ao dia. Depois ainda tenho que passar álcool. Só assim que me sinto segura”. Casos como o de Maria, aproximadamente, cinco milhões de pes-soas a cada 100. A doença não tem uma causa exata. “Sabemos que até 30% dos pacientes com TOC apresentam histórico familiar desses sintomas obsessivo-compulsivos”, relata Fiorucci. Pode ser em parte, uma doença herdada.Maria conta que começou a perceber certos comportamentos a par-tir dos seus 19 anos. Desde então sua vida mudou completamente. Além de lavar as mãos muito frequentemente e não se sentir quan-do algum colega ou parente a encosta. Ela tem extrema dificuldade para sentar em ambientes fora de sua casa, como bancos de ôni-bus e praças.“Certo dia desses, entrei em um ônibus e por estar cheia de sa-colas de mercado, resolvi sentar. Meu sobrinho estava comigo, e olhou com certo espanto: ‘nossa tia, você sentou’”, conta Maria en-tre risos. Seguida levantou. “A cada minuto, parecia que eu estava ficando mais suja”.

PreconceitoPor se tratar de uma doença que não tem causa específica, alguns familiares, colegas e cônjuges acabam não dando muita importân-cia à situação. “Tenho alguns sobrinhos que vêm da rua com as mãos sujas e começam a me aterrorizar dizendo que vão me en-costar, eles acham graça”, desabafa Maria.

Fiorucci explica que comportamentos como esses não são bem-vin-

Hábito ou transtorno? O problema do TOCPor Rafaela Fiala

Remédios para tratar TOC- Clomipramina (Anafranil)- Paroxetina (Aropax, Pondera)- Fluvoxamina (Luvox)- Fluoxetina (Prozac, Deprax, Eufor)- Citalopram (Cipramil).

O rock que leva para o céuPor Lucas Fermin

As pessoas, quando nascem já seguem uma linha tênue de costu-mes, tradições e crenças. Sem dúvida alguma, a religião é a maior delas. Acredita-se que 90% da população mundial possua alguma ligação religiosa, e, David Berret, especialista em análise de religi-ões, revelou no Boletim Internacional de Pesquisa Missionária que existem hoje mais de 10 mil religiões no mundo.Nos últimos 15 anos, uma nova vertente vem crescendo muito no Brasil.São as chamadas igrejas alternativas. Diferentemente das religiões tradicionais, essasigrejas se destacam pela ausência de dogmatis-mo, regras religiosas e tradições.Com isso se tem uma igreja mais livre, na qual seu estilo de vida, vestir e agir não são julgados por outros. Um grande exemplo é a Bola de Neve, que foi criada em São Paulo, no ano 2000, e hoje já conta com mais de 150 templos em todo o País. Em Curitiba, além da Bola de Neve, existe outra igreja alternativa, a Comunidade Gól-gota.Com sua sede localizada no fim do corredor aos fundos de uma me-cânica, no numero 2425 na Rua Visconde de Guarapuava, a Comu-nidade ganha destaque pela ligação que possui com o rock. O estilo que sempre foi ligado a demônios e inferno não interfere em nada na fé dos fi éis da igreja. Rodrigo de Paula Medeiros, 24, participada comunidade há três anos e sua banda preferida é AC/DC. “Sei muito bem do que as letras deles falam, mas não posso fazer nada se eles possuem um som hipnotizante. Além do mais, a mensagemque eles passam entra num ouvido e sai pelo outro, fi ca apenas os solos do Angus Young”. Mas Volmir de Bastos, 41 anos, que é um dos fundadores, e presidente da Gólgota alerta. “Os membros são livres para ouvirem todo o tipo de música cristã ou secular. Se trata apenas de uma questão de bom senso tomar o devido cuidado com certas letras que são explicitamente anticristãs”. Bastos, que é mais conhecido por Pastor Pipe, sempre sonhou com uma igreja onde todas as tribos pudessem se reunir para adorar a Deus com sua cultura, sem serem discriminados por ela.Sendo assim em maio de 2002, Pipe juntamente com mais seis pessoas, entre elas sua esposa Katiane Almeida Bastos, formaram a Comunidade Gólgota. O começo foi difícil. Inicialmente sua sede ficava no Largo da Ordem, em uma pequena salinha onde mal ca-biam seus fundadores.Eles começaram do zero, além da precariedade no espaço físico, todos eram jovens, não sabiam o que era ser uma igreja com a pro-posta que tinham em mente. Aos poucos tudo foi se ajeitando, fiéis foram chegando, conhecendo e se interessando pela nova Comu-nidade, que propunha algo diferente de tudo que já se tinha visto. Hoje com mais de 10 anos a Comunidade tem em torno de 200 fiéis, a maioria sendo jovens de 17 a 30 anos, que participam e vão aos cultos realizados aos domingos. Pipe, que é formado em teologiapelo Seamid (Seminário Missio-teológico AMID) acredita nesse novo modelo de igreja e ressalta a importância delas para a juven-tude. “Penso ser de extrema importância estas igrejas, por estarem alcançando um povo que talvez jamais seria alcançado por meios tradicionais”. Mesmo com um número sendo considerado peque-no de seguidores, a Comunidade possui sub-sedes nas cidades de Blumenau e Joinville.Assim como a qualquer outra igreja, a Gólgota se mantém através de ofertas e dízimos doados pelos seus fi éis. Além disso, a Comu-nidade produz e oferece sua sede para shows de bandas locais e internacionais. No dia 12 de janeiro deste ano, a Comunidade recebeu a banda norueguesa de metal extremo, e cristã, Antestor

e mensamelte matinês de hardcore também fazem parte da agenda da Igreja. Um moto-clube também faz parte da comunidade, os golgotanos moto clube, que conta com nove integrantes.Como seu foco é a juventude, a Igreja possui site, Facebook, blogs sobre temas religio-sos e controversos e um podcast, batizado de metalcast, que é atualizado periodica-mente, no qual se ouve os cultos. Falando em cultos, eles são transmitidos através de livestream para quem quiser assistir. A reli-

gião já está enraizada em nossa sociedade e isso perpetuara por lon-gos séculos ainda. igrejas tradicionais têm muito a se espelhar nas novas igrejas alterna-tivas, que não prezam pelos seus modos vestes. Eles prezam apenas pela fé e o amor.

O rock é um estilo universal. O preconceito e o rótulo de que é satanismoestá na cabeça das pessoas

Simbolo da Comunidade, Cristo

Matinês de hardcore são comuns na Comunidade, atraindo jovens em busca de paz

Existem grandes bandas que compunham o cenário de música cristã, ou gostel. Aqui temos dois exemplos que vale a pena conferir:

Ouça Mais

Banda de Metalcore cristão. Formada em 2005,em Ohio, Estados Unidos. A banda já possui cinco cd´s, um EP e um DVD, seu ultimo material lançado. Atualmentea banda se encontra em estúdio gravando seu novo albúm.

The Devil Wears Prada

Uma das maiores e maisconsagradas ban-das de rock gospel do Brasil, o Oficina G3 ao longo de 26 anos de estrada contacom oito albuns, além de coletâneas e três Grammy Latino. No último dia 1 de março a banda di-vulgou o nome do novo cd: Histórias e Bici-cletas (Reflexões, Encontros e Esperança), ainda sem data de lançamento.

Oficina G3

Cultura Comportamento

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Segundo o IB

OP

E, 8%

da população brasileira afirma ser adepta do estilo vegano de se alim

entar.

Em busca de uma vida mais saudável e uma alimentação balanceada, algumas pessoas têm procurado a forma vegetariana e vegana de viver. São formas de se alimentar, excluindo as carnes do menu.A diferença entre essas formas é que o vegano é mais rígido e restrito, pois não consome nenhum tipo de alimento que tenha sido testado ou que envolva alguma parte do processo de produção do animal. Os adeptos comem basicamente grãos e alimentos que sejam derivados da soja. O vegetariano só restringe animal, não come nada de carne, mas as verduras e proteínas são redobradas. Marcelo Gonçalves é atleta e vegano e explica o motivo de ter aderido desta forma de vida há 12 anos, “me tornei vegano pela questão ani-mal, porque o animal também deve ser respeitado e tem seu direito de vida. Alimentação mais balanceada e saudável que eu considero uma consequência”Ele expõe uma curiosidade que diversas pessoas não sabem. “A gelati-na também não é consumida por veganos. Alguns alimentos como leite, ovos e mel também não estão incluídos no cardápio de veganos.Marcelo explica, “leite não é consumido por causa do sofrimento e como é manipulado. O bezerro nasce e é retirado o direito de alimen-tação. Ele é mantido ali perto da mãe para que ela continue produzindo, mas máquinas são colocadas para ordenhar a vaca.Essa forma de ord-enhar machuca a teta da vaca, É uma produção industrial”.“ A galinha é colocada de uma forma em que fique presa num local onde ela só tem acesso à ração. Há mais uma observação uma galinha normal bota um ovo por dia. Já essas galinhas que ficam enclausura-das recebendo uma luz forte por seis horas. São forçadas a ponto de botarem dois ovos por dia. Isso é uma forma de enganar a galinha mu-dando totalmente sua genética. “O mel é a mesma situação, pois no manuseio pra retirar o mel muitas abelhas morrem”.Veganos também não usam roupas de lã e nem de couro, não frequen-tam a shows que tenham animais, como por exemplo, circos. Também não vão aos zoológicos. O corante não é consumido por eles por conter substâncias de insetos.Marcelo revelou que durante esses 12 anos de vegano nunca sentiu vontade de voltar a comer carnes. O mesmo prato que tenha carne como ingrediente pode ser substituído por carne de soja e fica com o mesmo teor de sabor.Rafael Franczak de Oliveira, estudante de design e vegetariano, deixo a prática carnívora é a causa animal e ambiental. “Ser vegetariano, pra mim, é tentar viver sem crueldade e isso não implica só na questão ani-

mal, mas também em todas as minhas relações. Eu tenho prazer de saber que me alimento muito bem e sem nenhum tipo de opressão ou crueldade de humano para animal e de humano para humano.”Ao ser questionado se, no meio social, ele era criticado ou se pas-sava por algum preconceito por ter escolhido se alimentar de forma diferente dos amigos, Rafael esclarece: “não costumo receber mui-tas críticas. Quando isso ocorre é de pessoas mal informadas que podem achar que eu não consumo proteínas.Outras se baseiam na masculinidade. O machista não vê um alimento em seu prato, mas uma presa. Assim como não vê uma companheira em seu lado, mas uma propriedade.” OliveiraDurante esses quatro anos de vegetarianismo, não apresentou problemas de saúde e também não teve dificuldades de se alimentar fora de casa. Existem muitas opções de restaurantes que oferecem um cardápio de acordo ao gosto que ele tem para a alimentação.Nesse caminho de vegetarianos e veganos, Vitória Betassoni escol-heu ser vegetariana por causa do cinema. “Tive a iniciativa de ser vegetariana depois que assisti ao filme ‘terráqueos’. Pra mim, na verdade, foi uma iniciativa fácil, pois na época morava em Londres com 4 amigos vegetarianos e aos poucos percebi que a proteína animal não me fazia falta alguma gastronomicamente. Meus amigos sempre faziam vários pratos com PDS - proteína de soja - e sala-das ótimas, então acabei me acostumando sem muito sofrimento. Depois que voltou a morar no Brasil, Vitória encontra uma dificul-dade em ser vegetariana nos momentos de almoços e jantares fa-miliares. “Frequentar os churrascos em família, isso foi sofrimento, mas não por vontade de comer a carne. Nessa época, já sentia enjoo, também de aguentar a ‘nóia’ dos familiares pouco instruídos, praticamente fazendo uma chacina psicológica tentando me fazer comer carne.”Vitória toma vitaminas para substituir as carnes e conta que, “meu peso sempre busco alcanca com a nova vida. Meu condicionamen-to físico é de uma criança espevitada”. A nutricionista Aline Lui ates-ta os benefícios que a dieta vegetariana e vegana trazem ao corpo. Além de o benefício ser comprovado pela ciência, é uma dieta que resulta em baixas taxas de doenças como diabetes tipo 2, câncer de mama e de colo, doenças cardiovasculares e vesícula. A dieta não evita, mas reduz as chances destas doenças aparecerem.Aline conta que dentro do vegetarianismo existem mais duas classes. O lactovegetariano não come nenhum tipo de carne, mas consome derivados de leite, o ovolactovegetariano, consome muitos ovos, mas também não come carnes. Graças a essa classificação, vegetarianos podem substituir algumas vitaminas e proteínas que não se encontram nas carnes, mas estão ricas nos legumes e ver-duras ou até nos sucos naturais.Para os veganos o cuidado é maior, pois os riscos nutricionais são altos. “Normalmente as dietas vegetarianas têm bem menos ferro

A forma de dizer não às carnesPor Amani Cruz

Um dos parques mais antigos e tradicionais da capital paranaense, o Passeio Público já foi considerado um importante ponto tu-rístico de Curitiba. Fundado em 2 de maio de 1886, pelo então presidente da província de Curitiba Alfredo d’Escragnolle Taunay, foi criado com objetivo de ocupar um terreno vazio da região central da cidade. O par-que possui um total de 69.285 m² formado por lagos dentro de uma área verde arrode-ado de ciclovias e pista de caminhada. Até a década de oitenta, o parque abrigava o primeiro zoológico da cidade. Mais tarde, parte dos animais foi levada para o atual zo-ológico, que fica no bairro Boqueirão, na ca-pital. O local ainda abriga algumas espécies como arara, tucano, pavão macaco e mico-leão-dourado.Mesmo tendo uma grande importância his-tórica e cultural para cidade, hoje em dia muita coisa mudou desde sua inaugura-ção. Atualmente o passeio deixou de ser um ambiente familiar e tornou-se inseguro e violento. Muitos frequentadores tem re-ceio de visitá-lo devido as atuais condições de segurança. A psicóloga Amanda Olivei-ra comenta que gosta de caminhar pelo parque, mas confessa sentir um pouco de medo, pois não presencia guardas nem policiais circulando pelo local. “Na verdade sei que tem um módulo no meio do parque, mas rondando eu não vejo ninguém”. Ela conta ainda, que gosta do parque pelo aspecto histórico e pelo espaço que o lugar oferece, porém a necessidade de melhorias é indispensável. “Eu espero que a prefeitura invista no Passeio, como moradora da região eu torço para que isso acon-teça, eu fico imaginando como seria bacana isso aqui em outras condições.”O comerciário Arthur, morador do centro há mais de dez anos recla-ma da falta de manutenção e iluminação em alguns pontos do par-que. “Tem algumas regiões que são muito escuras, o piso é muito irregular o que dificulta pra correr, em algumas partes está desni-velados e cheios de falhas.”Arthur, que frequenta o passeio diariamente nos fins de tarde, diz ser comum a presença de garotos e garotas de programas e usu-ários de drogas dentro do parque. “O parque não possui atrativos nenhum. De modo geral, não tem opção alguma para a família que quer trazer seus filhos. Esse lago sem proteção em volta é bastante perigoso, eu ainda gosto porque venho somente para caminhar. Fora isso, o passeio público deixa bastante a desejar. Dificilmente você encontra um casal por aqui. As pessoas tem receio de vir.”Com o objetivo de recuperar e atrair o público de volta, a Prefeitura Municipal de Curitiba, junto discutem ideias para reconstruir o pú-blico do parque. Em entrevista para o site da prefeitura de Curitiba, o Presidente da Fundação Cultural de Curitiba, (FCC), Marcos Cordilli comenta a importância do lugar para a cidade. “Esse parque faz parte do imaginário de Curitiba. Precisamos resgatar a sensação de perten-cimento em torno do Passeio Público”. Já o Presidente do Ippuc, Sérgio Pires, destaca o desejo de humanizar o local. “Desejamos uma cidade mais humanizada, participativa e inovadora. É nesse sentido que iremos atuar no Passeio Público”.Entres as principais reivindicações discutidas ao projeto estão os resgates do interesse cultural com a implantação de atividades voltadas à música, ao teatro e à literatura. Também estão inclusos melhorias na infraestrutura e manutenção dos equipamentos des-portivos e o aumento na área gastronômica. Todas essas propostas devem contribuir para que o Passeio Público volte a ser frequenta-do por pessoas de todas as idades.A arquiteta urbanista e aluna de pós-graduação do curso de Cons-truções Sustentáveis da UTFPR é uma das participantes do projeto. Durante o seu curso ela vai desenvolver um planejamento de

Passeio, a reconstrução de um públicoPor Tiago Brasil

revitalização para o lugar. “A ideia é fazer propostas para trazer a vida a esse patrimônio da cidade, que está tão esquecido e descaracterizado. Desenvolver ideias para que o passeio volte a ser o que foi, por mais de um século, uma área de lazer, de encontro e contato com a nature-za”. Thais ressalta que o tema sustentabilidade estará presente duran-te todo o processo. “Essas soluções virão através de uso de materiais adequados, sistema de tratamento de revitalização da água do lago, painéis solares e etc. Temos um bom exemplo de funcionamento no próprio Escritório Verde, onde estudamos e queremos que as pessoas possam vivenciar isso ao máximo”. A arquiteta acredita que a proposta é um fator positivo para ajudar na valorização do patrimônio.“O povo curitibano é apaixonado pela cidade e se orgulha muito da sua história e da vanguarda urbanística que Curitiba sempre representou. Vamos reviver isso, o Passeio tem grande potencial de se tornar um espaço novamente lembrado, querido e que o curitibano tenha orgulho de apresentar a quem nos vem visitar”. O projeto ainda está em fase de pesquisa, a prefeitura e o Ippuc ainda não possuem previsão para a data de início das obras.

Comportamento Cultura

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do que as dietas normais. Mas em compensação, eles consomem muitas frutas, principalmente o ácido ascórbico.O problema esta na baixa ingestão de cálcio, pela falta de produtos lácteos,” explica Aline.Além da falta de ferro descrita pela nutricionista, essa falha na ali-mentação de veganos pode desenvolver também anemia, devido à deficiência de vitamina B12 responsável pela produção de glóbulos vermelhos, que é encontrada apenas em alimentos de origem ani-mal. Porém, já existem suplementos com essa vitamina disponivel no mercado.A troca do cardápio não é totalmente uma opção drástica, pois as pessoas que decidem seguir esse estilo de vida apresentam um nível menor de colesterol e as doenças são reduzidas.Para quem deseja trocar o cardápio carnívoro pelo vegetariano pode escolher as opções de Aline. As fontes ricas em proteínas são: alimentos com cobre, como leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bi-co), gema, brócolis, milho, beterraba, alho, rabanete, figo, ameixa, laranja, cogumelo, castanha-do-pará, amêndoas, nozes, melado, farinha de soja, trigo integral, aveia, cevada e centeio. Alimentos com ácido fólico, nozes, feijão, vegetais de folhas verde-escuras, brócolis, beterraba, alface, grão-de-bico, laranja, couve-flor, ba-nana, lentilha, cenoura e melão.É possível fazer receitas para esse tipo de dieta. Ainda é um desafio para os chefs de cozinha, preparar alimentos que sejam agradáveis e gostosas para esse público. Mas é algo que está crescendo e tem surgido um interesse voltado para esse segmento como aula em cursos de gastronomia, mas ainda precisa ser estudado e testado bastante, devido a pouca informação das pessoas ou até mesmo a falta de interesse para pesquisas, muita coisa passa despercebida deixando os consumidores inércios com relação aos alimentos que ingerem.

Bolo de chocolate veganoIngredientes:• 2 xícaras de farinha de trigo;• 1 e 1/2 xícara de açúcar;• 1/2 xícara de óleo;• 1 e 1/2 xícara de água morna;• 2 colheres de cacau em pó;• 1 colher de fermento. Ligue o forno no mínimo. Numa bacia, misture os ingredientes se-cos e depois o óleo, e aos poucos água morna (se quiser adicione avelãs, castanhas, uvas passas ou nozes moídas), por último, 1 co-lher de fermento. A consistência da massa deve estar cremosa, mas quando você virar a bacia, a massa deve acompanhar o movimento, ou seja, massa nem muito consistente nem líquida demais. Asse até sentir cheirinho de coisa boa!Cobertura:• 1 xícara de açúcar;• 1 xícara de extrato de soja;• 1 xícara de água;• 2 colheres de cacau em pó ;• opcionais: 2 gotinhas de essência de baunilha, 1 colher de marga-rina vegana. Bata os ingredientes no liquidificador por 2 minutinhos, vai virar leite condensado. Leve ao fogo baixo mexendo sem parar até ficar cremoso.

Receitas Veganos

Gelatina de ágar-ágarIngredientes:• 1 litro de suco de frutas• 2 colheres de açúcar• 2 colheres de ágar-ágar

• 1 xícara de frutas que preferir: morangos, abacaxi picadinho, kiwi... Leve o suco ao fogo com o açúcar. Assim que começar a ferver, co-loque o ágar-ágar, continue mexendo por 5 minutos. Retire do fogo, junte as frutas e coloque em fôrmas para esfriar. Não precisa levar à geladeira, solidifica em temperatura ambiente.

Brigadeiro / Beijinho veganoIngredientes: • 1 xícara de extrato de soja em pó• 1 xícara de açúcar• 1 xícara de água• 2 colheres de cacau, se for fazer brigadeiro; ou meia xícara de coco ralado, se for fazer beijinho • opcionais: extrato de baunilha, margarina 100% vegetal Leve todos os ingredientes numa panelinha em fogo médio, mexa sem parar. O ponto de brigadeiro é quando no fundo da panela a mistura começa a desprender - conte 1 minuto, continuando a mexer, em seguida transfira a mistura para um prato para esfriar melhor. Pronto! Agora é só enrolar. Eu nem enrolo com as mãos, pego uma colherzinha da mistura e passo no chocolate granulado ou no coco ralado. Assim, envolto nos granulados, fica mais fácil fazer o formato de bolinha.

A cAsA dA memóriA pArAnAense

Retratar a história de um povo não é nada fácil. Difícil também, é conservar um extenso acervo documental sobre o estado do Paraná com mais de 50 mil itens catalogados. É

o que faz a Casa da Memória de Curitiba, localizada na Rua São Francisco, no centro da capital paranaense. A instituição cultural fundada no dia 12 de maio de 1981, segue com a ideia de pesquisa e reprodução histórica do estado, herança que a instituição herdou da Casa Romário Martins, fundada sete anos antes, em dezembro de 1973, que já tinha o intuito de proteção e valorização cultural.No início, a Casa da Memória começou arquivar todos os tipos de itens como documentos manuscritos e impressos, jornais, revistas, livros, plantas, mapas, fotografias e rótulos, coletando materiais até mesmo de outros estados. Com o passar dos anos, criou-se uma comissão de acervos estabelecendo que os materi-ais arquivados teriam um olhar direcionado apenas ao Paraná, tendo como o foco principal, Curitiba. A comissão também elaborou um critério para que todos esses itens arquivados tivessem três cópias, em caso de perda ou dano reduzindo os arquivos para dois itens, devido ao expressivo número de arquivos no acervo.A chefe de divisão da instituição, que trabalha há 22 anos no local, Angela Maria Lauri-ano, conta que a instituição recebe diariamente diversos materiais adquiridos de doações que são minuciosamente avaliados pela equipe técnica do setor de conservação da casa. “Quando o material chega aqui na Casa da Memória ou quando os pesquisadores vão até o local para ver esses materiais, todos os itens são analisados para definir se é pertinente a conservação ou não. Porém, mesmo se o material for de grande importância e estiver danificado de alguma forma, não interessa para a instituição. Porque nós trabalhamos com a conservação e não com a restauração. Além disso, se nós colocarmos esse material deteriorado no acervo, o risco de se perder outros materiais é muito grande. Após o pro-cedimento de avaliação, os arquivos passam por um processo de classificação”, ressalta Angela. “O material é encaminhado para o setor de conservação onde será feito a higienização e a classificação do item, definindo se é documento, revista, jornal, panfleto ou qualquer outro registro. Depois o material é cadastrado no sistema e arquivado em estantes de módulo deslizantes que facilita o manuseio”.Os materiais que agora estão preservados em estantes modernas. Eram armazenados em estantes abertas de aço, acarretando problemas como interferência da luz e climáticas, manuseio errado, perda do material e entre outros empecilhos. Com a chegada do novo módulo, o sistema de armazenamento foi alterado comprando-se pastas específicas para a conservação dos itens.

Depois de todo o processo de avaliação, os arquivos estão aptos para serem pesquisados. “O local é direcionado basi-camente para a comunidade acadêmica, mas já recebemos alunos de outros países que ficaram dois anos realizando le-vantamentos históricos para suas teses, mestrado ou douto-rado”, explica Angela. Para a historiadora e pesquisadora da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Aparecida Vaz Bahls, o acervo é fundamental para a memória e a preservação da identidade. “A partir do momento em que você preserva algo, a sua descendência vai ter a percepção histórica de como era o seu bairro, sua cidade a sua família. Então esses ele-mentos históricos resgatam uma identidade para o indivíduo e isso é muito importante”. Aparecida diz também que além de trabalhar com a questão da memória, o estudo desses fa-tos históricos move a curiosidade. “Quando nos empenhamos nas pesquisas sobre um local ou alguém, despertamos uma

atenção maior justamente pela identificação que temos diante dela”. A instituição concede a pesquisa dos materiais apenas na biblioteca local devido ao item ser único e de relevância social. A chefe de divisão da Casa da Memória, explica que o conhecimento sobre os arquivos armazenados agiliza bastante no processo de pesquisa do usuário. “Quando a pessoa me fala sobre o tema que ela quer pesquisar dependendo do assunto me remete a uns 300 itens, porém, eu tento filtrar o máximo possível das informações que ela está querendo buscar para não perder um tempo desnecessário”, relata. A turismóloga Marilia Matias da Silva conta que utilizou por muitas vezes em seu período acadêmico, o centro cultural da Memória como fonte de pesquisa. “Procurei a Casa da Memória por diversas ocasiões com alguns colegas para a realização de pesquisas. Classifico esse local como um bem comum que está ao alcance de todos, compartilhei e adquiri informações importantes para a construção e formação de opinião. Sem contar que o acervo é enorme que traduz a história de uma cidade de um estado”. Marilia fala também sobre a curiosidade que o local desperta. “Saber sobre uma determinada história, fuçar, isso me instiga muito e acaba sendo ótimo tanto na faculdade quanto na vida”.A Casa da Memória realiza também pesquisas específicas através da Coordenação de Pesquisa Histórica, alimentando o acervo com estudos referentes à cidade de Curitiba e Região Metropolitana. A instituição traduz em si, uma biblioteca singularmente especializada, rica sobre a história e cultura paranaense transmitindo aos cidadãos as raízes históricas locais.Todos os materiais que foram arquivados no período anterior à Emancipação Política do Paraná (1953), são considerados obras raras e ar-quivadas no Setor de Obras Raras que compõe, com aproximadamente, 26 mil itens catalogados.Para a chefe de divisão da Casa da Memória, o local sofre uma carência no setor de divulgação. “Muitas pessoas entram aqui na instituição por acaso, falta divulgação, um chamarisco para o público, e isso a casa tem muito pouco. É um problema que precisa ser solucionado”.

Por Patricia Castro

A Casa da Memória conserva acervo de aproximadamente 50 mil itens catalogados.

A instituição abriga uma variedade de materiais como livros, revistas, jornais, documentos, plantas, mapas, fotografias etc.

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Na criação dos primeiros consoles, tudo era quadrado e pouco im-portava o realismo. Os títulos da época, apesar de simples, foca-vam na diversão e os visuais dos jogos eram muito limitados. Com o passar dos anos, houve uma evolução gráfica no mundo dos ga-mes. O processo foi lento, mas pudemos ver várias mudanças nos visuais dos títulos que surgiram ao longo dos anos. O designer gráfico Fabio Rocha comenta que a comparação gráfi-ca é muito ampla. Não podemos chamar de evolução, pois o que temos hoje é um hiper-realismo que, de modo geral, foi ocasionado pelo avanço da tecnologia em relação aos gráficos, bem como a interação com os jogos. “Os games de hoje em dia não proporcio-nam diversão alguma, somente avanço de jogabilidade e gráficos. Com exceção da Nintendo, que mesmo após tanto tempo, manteve a linha de jogos e diversão”.Rocha afirma que, “os jogos de hoje são a boa impressão do mer-cado. Premiações são o maior foco de produtoras de jogos. Mas há jogos que mesmo com esses pontos de vista se saem bem. A narrativa é o que mais importa”.

As produtoras de jogos perdem a diversão, deixando o visual gráfi-co ser o foco nos dias de hoje. Antônio Borba, colecionador de jogos da Atari, diz que essa é a parte mais compreensível, afinal, com melhora significativa das tecnologias gráficas e de processamento de informações, é possível trazer o vídeo game para um patamar mais realista. Até mesmo leigos se impressionam com o realismo dos gráficos, como na passagem do Playstation 1 para o 2. Porém, apenas os jogadores têm condições de avaliar as varias evoluções, que passam a ser menores (desconsiderando a resolução HD, que é um fator facilmente perceptível que começou com PS3 e Xbox 360). Com isto a diversão dos jogos se perde e foca no enredo do jogo. “Atualmente, os jogos possuem roteiros muito elaborados, contratando profissionais da indústria do entretenimento (filmes, por exemplo) para produzir diálogos reais, que muitas vezes são gravados por atores. Há planejamento para sequências, trilogias e ramificações. Ou seja: atualmente, o investimento é ainda maior na história e no contexto que cerca o jogo”.

Os jogos da atualidade exigem outro tipo de habilidade, mais rela-cionada à coordenação motora e agilidade. Os jogos de antigamen-te exigia mais concentração. Os games eram mais simples, mas com menor possibilidade de erro, Não havia como salvar o jogo e muitos sequer tinham fim, apenas ficavam mais difíceis de jogar. Com o passar do tempo isso mudou muito. Alguns anos atrás se jogava com a fantasia, com a imaginação que aumentava a criativi-dade do jogador e fazendo que tivesse mais diversão. Nos dias de hoje, os gráficos contam toda a história. Isso não é ruim, mas repre-senta uma situação diferente, fazendo que diminua a criatividade das pessoas que jogam.

Um dos grandes personagens que sentiu essa evolução gráfica foi o famoso Mario, que surgiu em 1981 no jogo do Donkey Kong na época, Mario ainda se chamava Jumpman. Ao passar dos anos, o formato quadrado do personagem foi ganhando forma e em 1983 ele ganha sua própria serie de jogos. Com a chegada de Mario no Super Nintendo houve uma evolução considerável no visual. O en-canador ganhou mais pixels, cores mais vivas e pequenos elemen-tos para dar uma leve noção de profundidade. Porém, foi no Nin-tendo 64 que pudemos ter uma ideia da face do personagem, pois ele foi transportado para três dimensões. Os títulos de Game Cube e de Wii (como o Super Mario Galaxy) comprovam que a Nintendo investiu na criação de universos do enorme sucesso do persona-gem. A melhoria nas texturas, o aumento na quantidade dos pixels e o cuidado com a luminosidade são alguns dos tantos esforços da desenvolvedora para aperfeiçoar o visual dos jogos do encanador fazendo com que o jogo não perdesse sua diversão.

Consoles: perdas e ganhos com a evolução gráfica

A evolução dos games não parou aqui. Novos títulos são lançados todos os dias com novas tecnologias e quem vai ganhar com essa cor-rida de evolução somos nós. O jogador André Luiz de Castro vai contra a opinião de Rocha.

“Cada vez mais, existem novas histórias. Estamos no auge dos jogos, que antigamente eram feitos para diversão de crianças. Hoje, aquelas mesmas crianças ainda estão jogando, mas com um diferencial, não são mais os joguinhos chatos, mas, o avanço tecnologico foi exelente envolventes. São jogos muito mais desenvolvidos, próximos da reali-dade”, diz.Os games são um mercado que vem crescendo a cada dia. Sempre tentando inovar e impressionar. Às vezes mais do que a própria realidade.

Por Helton LiçaESPORTE COMO ALIADO PARA O DESENVOLVIMENTO DOS FILHOS

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Mateus Moro Malucelli, de cinco anos, e Lucas Moro de 12, são primos e compartilham do gosto pelo esporte. O pequeno Mateus divide seu tempo entre a escola, o futsal e a natação. E tudo isso, ele faz brincando. “Eu me divirto muito, aprendo a não brigar com meus amigos”. Lucas Malucelli, que sonha um dia em ser um en-genheiro mecânico, não quer saber de esportes convencionais. “Eu corro de moto e de kart. São dois esportes diferentes, mas os dois têm a ver com velocidade”.O gosto pelo esporte surge nas crianças a partir de alguma influ-ência de pessoas que fazem parte do seu cotidiano, atra-vés de professores, amigos e familiares. das crianças atle-tas, essa vontade surgiu por influên-cia dos pais. Tan-to Marcelo César Moro, pai do Lucas, quanto Willian Ma-lucelli, praticavam esportes quando crianças. Os dois sabem da importân-cia do estímulo.O empresário Cé-sar Moro, 31 anos, acredita que o incentivo ao esporte, seja qual for, é importante para o desenvolvimento pessoal. “O Lucas é mais desenvolto e consegue resolver mais facilmente algumas situações que antes precisava de ajuda. Malucelli, de 34 anos, acredita que a atividade física é imprescin-dível para o desenvolvimento físico e intelectual. “A atividade física tem ajudado meu filho a trabalhar em equipe e a ter disciplina. Ape-sar do Mateus ter só cinco anos, seu desenvolvimento é notório. Ele é mais sociável e tem melhores relacionamentos interpessoais”.Apesar de todos os prós, o que preocupa pais de crianças que pra-ticam esportes é como elas vão lidar com a questão da competiti-vidade. “A competição pode se tornar uma aliada na educação, no momento em que o competidor aprende que na vida nem sempre ganhamos tudo o que queremos. Aprendemos com isso que tudo depende de esforço”, afirma Malucelli. Para César Moro, a compe-tição ensina também “a traçar metas e objetivos, proporcionando aprendizado”.

SAÚDE“O Gui era muito magro e de estatura baixa. A gente começou a exagerar na alimentação, e ele acabou ficando com sobrepeso. Quando isso aconteceu, a médica dele nos recomendou a atividade física”.A corretora de imóveis, Alexandra Yamaguchi, é mãe do Guilherme de 7 anos. O “Gui”, como gosta de chamá-lo, começou a fazer nata-

ção com cinco anos, também por causa da bronquite. Hoje o pequeno pratica também beisebol e artes marciais (jiu- jitsu e karatê).Já houve melhora na parte física, e as crises de asma também diminu-íram, conta a mãe. “Mas o mais importante é que ele pratica esporte brincando, e faz muitos amigos”. Quero que ele pratique várias coisas, para poder escolher o que ele tem vocação”. Alexandra diz que incentiva o filho, pois se preocupa com a saúde física e psicológica. “Mas tento não forçar a barra. O Gui faz porque ele quer”. Guilherme conta que gosta de todos os esportes que pratica, mas que seu preferido é o karatê. “Já ganhei até uma medalha e levei para a escola. Todo mundo gostou”.Edison Yutaka Nakatani Junior, o Juninho, é treinador do time de Bei-sebol no qual Guilherme joga. “Iniciei como professor de beisebol em Adamantina-SP. Desde 1996 estou trabalhando no Paraná Clube, em Curitiba. Trabalho com beisebol há 20 anos, sempre com crianças de idade entre seis e 16 anos”. O time do Paraná Clube de Beisebol conta hoje com cerca de 100 crianças, entre seis e 15 anos. Isso sem contar a categoria adulta, que possui aproximadamente 60 atletas entre 16 e 30 anos. O time é man-tido por um grupo de amigos em parceria com os pais dos atletas. Junior explica que cuidados devem ser tomados na preparação das crianças, para que o esporte não acabe sendo prejudicial.“Para crianças de até 10 anos, o objetivo principal é fazer com que gostem do esporte e que comecem a ter disciplina. Porém, a compe-tição às vezes já vem da criança, e da própria família. Para crianças de até 14 anos, não utilizamos nada de exercícios com força física ou peso, sabemos que pode prejudicar o crescimento delas”. A orientação

para os treinadores é trabalhar com exercícios de alongamento e elasticidade.“Recomendamos inclusive, o beisebol e a prática da natação”.Juninho diz, com base em sua experiência, que o esporte aju-da na questão da disciplina, não só dos praticantes. Crianças que não obedecem os pais em casa acabam mudando com a prática do beisebol. A melhora na disci-plina, é também notada entre os pais das crianças. Eles passam a ter compromissos com os treinos e jogos, a ser disciplinados pela vontade de seus filhos de jogar o beisebol”.

Para o treinador, o contato com os filhos é de extrema importância. Pais e professores têm que trabalhar juntos, sempre em sintonia. “Muitos pais não sabem do potencial de aprendizado dos seus filhos. Sempre que trabalho com turmas novas, fico mais fascinado com a velocidade de aprender e executar. Sempre exploramos o biotipo da criança. Se ela é gordinha e forte, trabalhamos este lado e a elogiamos nesse sen-tido. O mesmo acontece com crianças pequenas, que, na maioria das vezes, são mais ágeis e rápidas”.

Por Giulianne Kuiava

Tecnologia & Games Esporte

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O futebol americano surgiu no Brasil em 1986, no Rio de Janei-ro. O precursor foi o jornalista americano Robert Segal, quando, nas areias cariocas, começou a praticar a modalidade. O esporte emplacou por um tempo devido à primeira transmissão na TV Tupi recebido do canal americano CBS, em 1969. Com a explosão na transmissão da TV aberta, até algumas escolas paulistas na década de 1990 começaram a implantar a modalidade na disciplina de educação física. Mas no país do futebol, a tendên-cia não foi em frente.

Em Curitiba

Segundo a Federação Paranaense de Futebol Americano (FPFA), somente em Curitiba existem cinco times filiados à Federação: Cor-itiba Crocodiles, Curitiba Brown Spiders, Curitiba Hurricanes, Curiti-ba Predadores e UFPR Legends. Predadores e Guardians Saints são times da região metropolitana da capital, Colombo e Piraquara, respectivamente. Os que somam aos times paranaenses são Phan-toms, de Ponta Grossa, e Black Sharks, de Foz do Iguaçu.Julio Victorino, 21 anos, é corretor de imóveis e joga em um dos times que representa a capital. “Aqui temos um vice-campeão bra-sileiro por três vezes, o Coritiba Crocodiles. O Paraná sempre foi e será referência no esporte, pois aqui foi realizado o primeiro jogo full pads do Brasil!”. A modalidade conta com equipamento completo (capacete e ombreiras). O uniforme novo custa em média R$1.110. O usado sai por até R$900. “Essa é a realidade do Brasil nesse esporte, se o atleta não for capaz de custear isso, ele não terá aces-so ao esporte”, lamenta Pedro Gonçalves, cornerback - posição de defesa - do Brown Spiders. Ele tem 25 anos, é formado em Artes Gráficas pela UTFPR.

Realidade

Por ser um esporte caro, os custos com os equipamentos são altos e limita o tipo de pessoa que pode jogar. Muitas delas querem, mas por ser um esporte amador e sem salário, poucas pessoas têm condições de praticá-lo. Gonçalves explica que o fu-tebol americano encara três grandes problemas primeiro, é um es-

O campo de batalha do jogador de futebol americanoPor Evelyn Dias Arendt

Amor e Motivação

A tensão dos jogadores e a vivacidade com que eles vão para a batalha em campo é muito mais animadora do que o jogo ou a vitória que possam conquistar. “Luto para ser hoje melhor que ontem, e amanhã melhor que hoje. Acredito ser esse o caminho para ganhar, como um grupo”. Esta é a declaração de amor do artista gráfico ao futebol americano.O que importa é dar o seu suor, e até o seu sangue para defender o time. Mas o que motiva tanto um jogador ou uma pessoa tão envolvi-da com o futebol americano? Kaghtazian diz que além de praticar um esporte e poder competir em alto nível, uma das motivações para os jogadores mais novos é a possibilidade de conseguir uma bolsa de estudos numa escola ou universidade americana pratican-do o esporte. E quem sabe, um dia, chegar na National Footbaal League (NFL), a liga nacional nos EUA. Para os mais velhos, o que os move é a paixão por praticar um esporte, que para eles, é o melhor do mundo. “O futebol americano é um jogo sensacional. Envolve muita técnica e estratégia. É um jogo extremamente inteli-gente e complexo. Diferente de todos os demais esportes que eu conheço. Quando a pessoa entende o jogo se apaixona e não deixa de acompanhar nunca mais. Eu brinco que o jogo mais parecido com o futebol americano é o xadrez. É um jogo de tabuleiro huma-no, em que as peças batalham pra valer. As linhas de ataque são os peões, os WR’s (Wide-Receivers, recebedores) são as torres e bispos, o TE (Tight-End, recebedores) é o cavalo, o RB é a rainha e o QB (Quarterback, ataque) é o rei”.

O FA no topo ‘das paradas’

A luta e a batalha em campo para que a modalidade esteja na linha dos esportes mais praticados no Brasil está apenas começando. Ruy Sant’Ana Filho é brasileiro e mora na Austrália há mais de dois anos. Foi jogador de vários times no Brasil e se mudou para a Oce-ania para estudar fitness e se deparou com dificuldades. “Quando eu falo do futebol americano no Brasil até os brasileiros que vivem

porte pouco acessível, desse equipamentos caros e importados, até a necessidade de grandes espaços para o treinamento e mando de jogos o segundo problema é, a mentalidade de que é um jogo violento e agressivo. É sim um esporte de muito contato, mas existem regras para garantir a segurança dos atletas em campo. E terceiro, a visão dos patroci-nadores que esperam o resultado antes do investimento. O esporte no Brasil é totalmente amador. Os jogadores, técnicos ou pessoas que trabalham para o time são voluntários. São advogados, corretores de imóveis e designers, entre tantos outros profissionais, que não conseguem viver de seus sonhos. Aliás, alguns podem ter prejuízo, pois jogam de graça e precisam pagar mensalidades. Pertencer a um time custa em média R$ 40. O dinheiro vai para o aluguel de quadras e ambulâncias nos jogos, caso alguém sofra lesões. Afinal, é um esporte violento. Gerard Kaghtazian Junior, 37 anos, é presidente do Coritiba Crocodiles e ainda não vive apenas do esporte. A profissão fora de campo é no escritório de advocacia. “Nós não ganhamos nada pra jogar, para ad-ministrar ou para treinar o time. Pelo contrário. Gastamos muito dinhei-ro para jogar. Fazemos isso por amor ao esporte e ao time”. O corner-back do Brown Spiders diz que ninguém ganha dinheiro para dedicar seu tempo em treinos, jogos e, por vezes, em outras atividades como captação de patrocínios, busca de parcerias e gestão do time. “Todos trabalham ou estudam. É o mesmo que bater aquela pelada com os amigos. Só levamos isso mais a sério, pois não buscamos apenas o resultado daquele jogo e a confraternização após. Mas tentamos con-struir uma campanha dentro de um campeonato e uma estrutura para as próximas temporadas”.

aqui ficam surpresos. Fora dos Estados Unidos o esporte é praticado de forma amadora ou semi-profissional, inclusive nos países da Eu-ropa, Ásia e Oceania. Só quem está envolvido sabe que ele existe no mundo todo. Victorino acredita que o processo de valorização do esporte é mais lento, mas está no caminho certo. “Sinceramente acho que não estarei jogando quando isso acontecer. Mas veja bem o futebol americano nos Estados Unidos tem mais de 100 anos e no Brasil tem 15. Cresce cada vez mais. Já estão falando de uma liga profissional para o ano que vem. Pensa o avanço que já teve!”Perguntado se um dia o Brasil poderá ter jogadores que sobrevivam apenas do futebol americano, Pedro Gonçalves demonstra mais cau-tela. “Não podemos nos precipitar. Isso irá acontecer com certeza, mas le-vará um bom tempo. Estamos na explosão inicial, e tentar prever a partir de uma febre é um erro. Muitos times estão surgindo, são duas ligas separadas, já se fala em profissionalização. Mas 95% dos times dependem do caixa que é composto pela mensalidade paga pelos atle-tas para seguir em frente”.Kaghtazian acredita que a tendência é que o esporte vá se profission-alizando aos poucos e que os jogadores, técnicos e dirigentes passem a ganhar alguma coisa pelo seu trabalho e dedicação. “Se vão con-seguir viver só disso não sei. Mas acho possível”. Já Ruy Filho conclui com otimismo e diz ter certeza que a modalidade será mais popular. “É necessário manter um nível de espetáculo, com música, narração ao vivo e as famosas cheerleaders – líderes de torcida -, sem isso fica difícil de conseguir um publico significativo nos jogos”. Filho não acred-ita que chegue a ser como o futebol com os pés e cita o exemplo do basquete e vôlei, que contam com as seleções masculina e feminina no topo das melhores, mas dentro do país não têm a mesma amplitude do futebol. “Acredito que um espaço a gente vai conseguir, sim. Tem muita gente séria trabalhando para isso”.

EQUIPAMENTOS

Esporte

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