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CPFL Energia
nº 142431/01/2018
www.sinergiaspcut.org.br
Sindicato dos Energéticos do Estado de SP
Comitê de Ética:para quê e para quem???
Como consequência da implantação do Código de Ética, a CPFL implantou canais de denúncias para que trabalha-dores e público externo pudessem de forma anônima (ou não) informar des-vios de conduta ética na empresa. Para isso, um COMITÊ DE ÉTICA foi criado para avaliar e dar encaminhamento para a solução dessas denúncias. Importante destacar: no início das discussões sobre o Código de Ética e da formação do Co-mitê de Ética na CPFL, os trabalhadores da CPFL estiveram representados pelo Conselho de Representantes dos Em-pregados (CRE). Inclusive, o presidente do CRE participava desse Comitê.
Novas versões em 2006, 2013 e 2016; esta última: Um desastre!
Depois de três mudanças no Código de Ética (veja no verso), os trabalhadores deixaram de ter representatividade. O resultado disso não poderia ser outro: um desastre! Confira os pontos elenca-
Era uma das boas coisas da empresa, na qual os trabalhadores confiavam e tinham como instituição séria. Infelizmente, após diversas mudanças no modelo e na composição,
tornou-se pivô de graves crises na relação da empresa com seus trabalhadores, gerando desconfiança, medo, insegurança e contribuindo para a piora do Clima Organizacional
dos abaixo: ◘ Apurações sem qualquer critério,
sem ouvir as pessoas e sem avaliar o contexto geral de cada denúncia;
◘ Denúncias contra alta cúpula da empresa sendo arquivadas sem a devi-da apuração;
◘ Aumento extraordinário nas demis-sões por desvios de condutas éticas, bem como de punições, porém com apu-rações sem qualquer critério, gerando revolta até mesmo nas lideranças;
◘ Só em 2017, 10 trabalhadores fo-ram desligados por determinação do Co-mitê de Ética. A maioria sob argumento de compartilhamento de senhas. Onde está o papel do Comitê de promover a ética? Vai ficar demitindo até quando??? Sabe quanto custa contratar e treinar um trabalhador?
◘ Demissões e punições sendo de-cididas no âmbito elitista do Comitê de Ética sem envolvimento das lideranças,
pegando de surpresa toda hierarquia do trabalhador. Ou seja, o Comitê de Ética assumiu o papel de gestão de RH da empresa, tarefa que sempre coube às lideranças e ao RH;
◘ Demissões e advertências sendo aplicadas pelo Comitê sem explicações dos motivos para o trabalhador e para a equipe. No passado, todas as punições decorrentes de denúncias ao Comitê ti-nham absoluta unanimidade da equipe e engajamento das lideranças. Hoje, isso não existe, o que gera insegurança entre os trabalhadores;
◘ Apurações das denúncias são feitas cegamente, sem considerar a cultura da empresa e o histórico do trabalhador de-nunciado. Ou seja, o Comitê de Ética é hoje um canal para vinganças pessoais na empresa. Qualquer um que tenha de-safeto basta fazer denúncia contra ele no Comitê de Ética que, com certeza, a punição virá, pois sequer é considerada a hipótese de vingança;
◘ E, o pior de tudo: as decisões do Comitê são imutáveis, não cabem re-cursos. Gerentes estão sendo coagidos pelo Comitê de Ética a cumprir ordens do Comitê, senão.....
O que aconteceu com a CPFL para chegar nessa situação? O clima na em-presa está péssimo e o Comitê de Ética, que era respeitado e tinha credibilidade, transformou-se em uma instituição temi-da, de caráter elitista e autoritária.
O Sindicato espera que a direção da CPFL reveja funcionamento do Comitê e a forma de apuração das denúncias. Do jeito que está, o passivo trabalhista, que já é alto, vai aumentar ainda mais.
EXPEDIENTE
Publicação de responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de Campinas e do Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo. Sede: Rua Doutor Quirino, 1511 - Centro - Campinas,SP CEP: 13015-082. Fones: Campinas Sede (19) 3739-4600
Diretor de Comunicação: Paulo RobinRedação: Débora Piloni (MTb 25172), Elias Aredes Jr. (MTb 26850), Lilian Parise (MTb 13522) e Nice Bulhões (MTb/MS 74)
Ilustração: Ubiratan Dantas E-mail: [email protected]
Alterações no Código de Ética
Mudanças adversas
A primeira mudança no Código de Ética da CPFL aconteceu em 2006. Foi quando o texto do Código ganhou uma nova roupagem, com a inclusão dos princípios do Pacto Global da ONU, adotados pela CPFL Energia. Esse novo código, alinhado aos novos pa-drões do mundo empresarial, tinha in-clusão de itens como Responsabilidade Social e Sustentabilidade.
Outra novidade foi a inclusão no Co-mitê de Ética de um representante da sociedade civil. O primeiro representan-te foi o Dr. Clóvis de Barros Filho, filóso-fo, palestrante e professor de Ética da Universidade de São Paulo (USP).
Nessa época, além do representan-te da sociedade civil, o Comitê tinha a participação do presidente do CRE, do consultor de Ética e professor da PUC--SP, Dr. Alípio Casali, e dos seguintes diretores da CPFL: RH, Auditoria Inter-na, Jurídico, Relações Institucionais, representante da Ouvidoria e represen-tante das Vice-Presidências (geralmen-te, algum diretor com conhecimento da
Entenda como se deram as alterações no Código de Ética e a piora no Comitê
HistóricoO Código de Ética da CPFL teve início
em 2001 seguindo um padrão das gran-des companhias que passaram a adotar um Código de Ética e Conduta Empresa-rial para seus dirigentes e “colaboradores”. Assim, em dezembro/2001, como resul-tado da implantação do Plano Milenium, a CPFL apresentou uma Versão Prelimi-nar do seu Código de Ética. A partir de 2002, o Código de Ética já em sua versão final foi implantado em toda CPFL, com distribuição de versão impressa para to-dos os trabalhadores e palestras por toda empresa. Depois, vieram as mudanças... Desastre!
Área Técnica-Operacional). Ou seja, um Comitê bastante eclético e repre-sentativo, onde as conclusões eram tomadas após profundos debates, com análises sob todos os pontos de vista.
Segunda mudançaEm 2013, a CPFL implementou uma
alteração na composição do Comitê, com criação das comissões locais de Ética por empresa e manutenção de um Comitê Central. Este último, que passou a não ter representação dos trabalhado-res, recebia as denúncias mais críticas, enquanto que as Comissões Locais de Ética por empresa, que mantiveram a representação dos trabalhadores, pas-saram a receber as denúncias de me-nor criticidade.
Terceira mudançaMas foi em 2016 que o Comitê de Éti-
ca da CPFL sofreu sua mudança mais radical. Com a adoção de uma nova edição do Código de Ética, com texto mais genérico e enxuto, a composição do Comitê foi alterada de forma radical e irresponsável pelo Novo VP (vice pre-
sidente) de Relações Institucionais.Pela nova composição, o Comitê
passou a ser formado apenas pelos VPs (Vice-Presidentes), mais o presi-dente da CPFL. A Área de Recursos Humanos (RH) foi banida do Comitê, bem como a representação dos traba-lhadores. As denúncias recebidas pelos canais de acesso ao Comitê passaram a ser analisadas somente sob a ótica da Gestão da Empresa, na visão particular e limitada dos seus VPs, cuja grande maioria desconhece por completo a his-tória e cultura da CPFL.
E pior.. a Auditoria Interna da CPFL, de qualidade altamente reconhecida, foi banida das investigações das denún-cias. Com isso, foi criada uma Auditoria Paralela sem qualquer tipo de experiên-cia para fazer as apurações.
Diante dessas mudanças, que aca-baram por prejudicar os trabalhadores, o Sinergia CUT apela “ao bom senso e responsabilidade” da Direção da CPFL para que reveja a atuação do Comitê de Ética, resgatando sua creditbilidade.