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COLÉGIO · 2018-01-25 · COLÉGIO DA VIA-SACRA V I S E U Revista do Colégio da Via-Sacra Ano XCV I – N.º 3 Dezembro/2004 Periodicidade Trimestral Director P. e António Pereira

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COLÉGIO DA VIA-SACRAV I S E U

Revista do Colégio da Via-SacraAno XCV I – N.º 3 Dezembro/2004

PeriodicidadeTrimestral

DirectorP.e António Pereira Felisberto

Agenda de Actividades

16 DE DEZEMBRO

Igreja do Seminário Maior, 21.30 horas

“Concerto de Natal”,Coro e Orquestra de Flautas do Colégio da Via-Sacra

17 DE DEZEMBRO

Igreja do Seminário Maior, 11.00 horas

EucaristiaAuditório do Centro Sócio-Pastoral Diocesano, 14.30 horas

“Festa de Natal”

Ecos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-SacraEcos da Via-Sacra

Director de RedacçãoProf. Nélson Marques

RedacçãoClube de Jornalismo5.º A: Jorge Lopes; 5.º B: Ana

Assis, Beatriz Costa, Inês Sousa,

Mariana Mercatell i , Mariana

Marques,Ricardo Afonso; 6.ºB:

Pedro Carvalho, José Marques

8.ºB: Pedro Amaro.

Direcção GráficaProf.ª Carla Pinto

página

Editorial 3

Notícias do Colégio 4

Entrevista com ... 11

Espaço para a Escrita 16

Um Olhar sobre… 22

Hora do Recreio 30

9.º Ano... e Agora? 29

Agora Falam os Pais 32

“Echos” do Passado 36

Mergulhar nos Livros 28

ÍNDICE

ImpressãoNovelgráficaRua Capitão Salomão,121-123Viseu

Tiragem800 exemplares

Homenagem 9

Na Rota do Património de Viseu 19

Natal, e não Dezembro 35

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2ECOS da VIA-SACRA

Deus nasce Menino em Belém Deus nasce Menino em Belém Deus nasce Menino em Belém Deus nasce Menino em Belém Deus nasce Menino em Belém

“Por amor de Sião, não me calarei, por amor de Jerusalém, não descansarei, atéque apareça a aurora da sua justiça, e a sua salvação brilhe como uma chama.” (Is. 62,1)

Esta paixão de Deus pelo homem que criou, pelo povo que escolheu e chamouseu, espelha-se na forma que nos trata — filhos — e tem a sua expressão maior emcada página da Sagrada Escritura e na história da Salvação da humanidade, realizadaem cada um dos Seus filhos.

O Profeta Isaías, falando-nos no contexto da vinda do Messias e da consequenterestauração de Jerusalém (símbolo da cidade que Deus quer para todos os homens,durante a vivência terrena e, em plenitude, na “Jerusalém Celeste”), não conseguenem quer calar esta preocupação amorosa de Deus pelos homens.

Celebrar o Natal é, sobretudo, viver festivamente este amor de Deus que o fazenviar o Seu Filho como contributo decisivo, por palavras (não me calarei) e por obras(não descansarei), para que a justiça apareça como a aurora e aconteça a Salvaçãoplena para todos os homens.

Para além de uma festa especial, e como qualquer festa especial, o Natal tem decomprometer-nos, a nós cristãos, com Jesus Cristo, neste projecto de Salvação integraldos homens e das mulheres do nosso tempo, perscrutando bem a nossa identidadeprópria como seres humanos, homens e mulheres, num espaço relacional decomplementaridade gerador de Paz e de felicidade, felicidade plena e verdadeira,profunda e total, que não se confunde com o efémero, o imediato, o agradável ou ofácil, mas que resulta apenas de uma presença lutadora, perseverante e iluminadapelo acontecimento do Nascimento de Jesus, o Cristo.

Dentro deste projecto, caríssimos alunos, professores, pessoal não docente, pais eencarregados de educação, e demais membros da comunidade educativa do nossoColégio da Via-Sacra, vale a pena crescer, aprender, viver, partilhar. Por causa dele edentro do mesmo projecto, existe este nosso Colégio.

Neste enquadramento, desejamos a todos um Santo e Feliz Natal!

P.e António Pereira FelisbertoDirector do Colégio da Via-Sacra

EEEEEDITORIALDITORIALDITORIALDITORIALDITORIAL

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ECOS da VIA-SACRA4

NNNNNOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIO

Este ano lectivo abriu, natural-mente, com novas expectativas e novosdesafios à nossa comunidade escolar,quer no âmbito puramente curricular,quer no âmbito das actividadesextracurriculares. Fica aqui o desejo deque todos alcancem o sucessodesejado. Vamos olhar e seguir emfrente, recordando que 2004 ficaregistado como um ano em que oColégio demonstrou à comunidadeviseense a sua capacidade deiniciativa e a sua vitalidade. A nossaescola, no ano que agora está aterminar, deixou a sua marca no Festivalde Teatro Jovem e foi o grandevencedor das Marchas dos SantosPopulares.

A encenação de “Crispim, o GriloMágico” pelo ABC do Teatro mereceuuma menção honrosa e o prémio deMelhor Actor, que foi para o GuilhermeSilva (8.º A) pelo seu desempenho narepresentação da personagem Serafim.Se neste âmbito tudo correu de feiçãopara os nossos jovens actores, o que

Abertura do ano lectivo

dizer da participação do Colégio nasMarchas Populares Infantis, organizadaspelo Município de Viseu, onde arrebatouquase todos os prémios.

As nossas lavadeiras e os nossosmoleiros granjearam o 1.º lugar nacategoria de Infantis (Prémio Futuro),Melhores Adereços, Melhor Coreografiae Interpretação, Melhor Letra, MelhorTraje; e o segundo lugar nas categoriasde Melhor Música e Melhor Acompa-nhamento Musical. Estes sucessos eoutros ficaram a dever-se à capacidadede cooperação e solidariedade entretodos. A propósito de cooperação, oClube de Jornalismo não podia deixarde dizer a todos que está sempre prontopara dar voz às novidades, aosacontecimentos, às capacidades lite-rárias, às vitórias desportivas, àsactividades, às preocupações com omundo que nos rodeia, às espe-ranças…Contamos convosco!!!

Clube de Jornalismo

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ECOS da VIA-SACRA 4

NNNNNOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIO

No dia 7 de Outubro, as actividadeslectivas foram interrompidas parafestejarmos o Dia do Colégio. Quandochegámos à escola, dirigimo-nos paraas respectivas salas de aula, onde osnossos professores nos aguardavam.Falámos sobre a figura do ReverendoCónego António Pinto Aragão, enquantohomem e educador, que dedicou grandeparte da sua vida ao ensino. Por voltadas 10 horas, dirigimo-nos para aescadaria da entrada principal doColégio, onde, devidamente unifor-mizados, tirámos a fotografia de turma.

Depois, fomos todos para o CentroPastoral Diocesano. Aí foi celebrada aeucaristia pelo nosso Bispo, D. AntónioMarto, e concelebrada pelo Director donosso Colégio, o Padre AntónioFelisberto, e pelo Padre Néry. O Sr.Bispo, depois de se apresentar, contou-nos a história de um rapaz que, nocaminho para a escola, encontrou umvelhote que lhe disse para apanhar umaspedras. No dia seguinte, as pedrasestavam transformadas em ouro. Omenino ficou contente, mas, ao mesmotempo, triste por não ter apanhado mais

pedras. Com esta pequena história,aprendemos que devemos aproveitar osvários ensinamentos que a vida nos podeproporcionar, para, mais tarde, estarmosbem preparados e sermos pessoas maiscultas.

Depois do almoço, divertimo-nosbastante, pois houve imensas acti-vidades. No ginásio Cónego Barreiros, foiexibido o filme “Escola de Rock”. Norecreio, os professores de EducaçãoVisual e Tecnológica organizaram umateliê de pintura, dedicado ao tema doano, “Paz sem Fronteiras”. Desenhámosvários cartões e, no final, formámos comele uma bonita pomba, símbolo da paz.Enquanto isso, decorriam diversos jogosde basquetebol, futebol e andebol. Mas,o jogo que concentrou todas as atençõesfoi o desafio de futebol entre osprofessores e os alunos. Desta vez,perdemos, mas os nossos professoresnão esperam pela demora!

Depois de uma tarde tão activa, todosestávamos cheios de fome. Então, fomospartilhar um lanche. Foi um dia em cheio!

Clube de Jornalismo

Parabéns, Colégio!

Faltam apenas 4 anos para celebrarmos o teu centenário.

Dia do ColégioDia do ColégioDia do ColégioDia do ColégioDia do Colégio

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ECOS da VIA-SACRA6

NNNNNOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIO

Na tarde de 11 de Novembro, dia de S. Martinho,professores, alunos e funcionários reuniram-se à volta deuma fogueira de caruma cheia de castanhas, para realizaro tradicional magusto do Colégio. Ao som de músicaambiente, saltámos, dançámos e cantámos imenso. Assimque as castanhas ficaram prontas, gerou-se uma grandeazáfama entre os alunos. Todos queriam apanhá-las ecomê-las. O momento serviu, ainda, para algumas“pinturas”, às quais nem os professores escaparam. Noátrio, todos partilharam uma mesa repleta de sumos,salgados e muitos doces. No final, como que por magia,tudo desapareceu. A festa não ficou por aqui; continuoupor todo o Colégio num ambiente de imensaconfraternização e divertimento, até chegar o momento daida para casa.

Clube de Jornalismo

Magusto no Colégio

não só pela vitória alcançada, mastambém pelo facto de ter liderado umaequipa absolutamente fantástica.Partimos de Viseu bastante cedo, aindade madrugada, mas o sacrifício foivalorizado. Tanto eu como os meuscolegas de equipa adorámos a nossaexperiência televisiva. À chegada aSintra, onde decorreram as gravações,os nossos nervos multiplicavam-se, nãosó com receio da derrota, mas, também,devido ao facto de se tratar de um

No passado dia 22 de Outubro, oColégio da Via-Sacra participou noconcurso SMS, apresentado porSerenella Andrade, no qual a equipaconstituída pelos alunos João Daniel(9.ºA), André Ardérius (9.ºB) e NunoOliveira (9.ºC) alcançou uma grandevitória, perante a Escola BásicaVisconde de Juromenha, de MemMartins.

Foi um momento especialmenteimportante para mim, chefe de equipa,

Tel./Fax: 232 44 85 08Email: [email protected]

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ECOS da VIA-SACRA 6

NNNNNOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIO

NNNNNo dia 3 de Novembro, alunos eprofessores festejaram o Halloween noginásio do Colégio.

A festa começou com o desfile devárias personagens medonhas. Bruxas,fantasmas, vampiros, diabos e terríveisabóboras desfilaram perante um júri, que,após algum tempo, escolheu osvencedores. No desfile de trajes, em 1ºlugar, ficou a Alexandra Domingos (5.º B);em 2.º, a Francisca Oliveira (9.º B); em 3ºlugar, o José Miguel (5.º C).

A festa terminou com a apreciaçãodas abóboras, que estavam de tal formabem transformadas que quase nosesquecíamos do que realmente eram.Foram muitos os materiais usados natransformação das abóboras. Balões,facas, chapéus, sapatos, vassouras,

aranhas de fingir, tintas de várias coresreflectiram a imaginação dos parti-cipantes. Depois dos professores quecompunham o júri apreciarem as abó-boras concorrentes, anunciaram a suadecisão. O júri distinguiu a “abóborabruxa”, elaborada pelo Diogo, pelo JoséMaria e pelo André Pinto (5.º A). A “abó-bora assassinada”, que calçava um belopar de sapatilhas brancas, criada peloGonçalo Henriques (5.º B), ficou em 2.ºlugar. A “abóbora anã”, que mais pareciaum pirilampo mágico, trabalhada pelaAna Fernandes (5.º C), foi distinguidacom o 3.º lugar. Todos os concorrentesreceberam os parabéns pela sua par-ticipação. No final do período, na Festade Natal, os concorrentes vencedoresreceberão um prémio surpresa.

Uma tarde assustadora no Colégio

Alunos do

Colégio

celebram o

Halloween

programa televisivo. Penso que estasensação estava presente não só noselementos da equipa, como também naclaque, que teve um papel importantena nossa vitória, pelo incansável apoio.

Durante as gravações, que seprolongaram por mais de duas horas,os elementos da equipa mostraram oporquê de terem sido escolhidos,evidenciando aptidões bastanteelevadas, à excepção da aptidão física,mas, no geral, o nosso desempenho foi

bom. Todos o puderam comprovar no dia4 de Novembro, data da emissão doprograma.

Durante a viagem de regresso a Viseu,o espírito de alegria e de vitória reinavamno autocarro e prolongou-se até à nossachegada.

João Daniel, 9.º A

Colégio da Via-Sacra vence programa SMS da RTP

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ECOS da VIA-SACRA8

NNNNNOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIOOTÍCIAS do COLÉGIO

Desporto

É com agrado que me dirijo a todosvós para, em nome dos Professores deEducação Física, vos desejar um anorepleto de sucessos pessoais, especial-mente desportivos. Estou aqui para vosfalar da variedade de modalidades queo Desporto Escolar do nosso Colégiotem para vos oferecer e também paravos relatar os êxitos que já alcançámosdurante este ano lectivo.

Assim sendo, não será de maislembrar que o Desporto Escolarfunciona, este ano lectivo, nos mesmosmoldes do ano anterior, abarcando, porisso, as modalidades de ténis de mesanos escalões de infantis e de iniciados,de futsal masculino nos escalões deinfantis e de iniciados, de futsal femininoe de andebol masculino nos escalões deinfantis e de iniciados. O nosso Colégioaderiu ainda ao programa Taça LuísFigo, que decorrerá durante todo o anolectivo e irá promover torneios de váriasmodalidades. Contamos ainda com oClube de Natação, que está a funcionarnas Piscinas da Misericórdia. Estasactividades proporcionam momentos deintensa competição, para além de um

convívio que, em tudo, dignifica o nossoColégio. É dentro de um espírito deamizade e cooperação que tudo sedesenvolve nos encontros do DesportoEscolar, porque essa é a nossa doutrina.A participação das várias equipas donosso Colégio nos torneios de aberturadas diversas modalidades foi um êxitoque não se ficou apenas pelo aspectodesportivo. A “Paz sem Fronteiras”colocou-se em campo e deixou as coresdo Colégio para as reencontrar noespírito da solidariedade e da sãcompetição.

Assim, convido-te a integrar umqualquer clube do Desporto Escolar,para que possas também tu partilharaquilo que temos para oferecer: a nossaamizade.

Em jeito de nota final, queria apelara toda a comunidade do nosso Colégiopara participar no Corta-Mato, a realizarno próximo dia quinze de Dezembro.Vamos fazer uma festa, onde a Paz nãotenha Fronteiras.

Saudações Desportivas!!!Prof. Sérgio Silva

Estimados alunos:

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ECOS da VIA-SACRA 8

Quando me pediram queescrevesse sobre o Sr. Cónego econtasse alguns momentos vividos comele, fiquei assustada por considerar atarefa difícil. É que, um dia, assistindoà Missa das 18h e 30m, o Sr. Cónegopediu-me que fizesse uma leitura. Fi-lacom muito empenho, mas o nervosismoatrapalhou-me e, no fim, foi a avaliação:«Lês muito mal, rapariga!»

Era assim o Sr. Cónego. Implacávelna crítica, doesse a quem doesse, masao mesmo tempo de uma bondadeincomensurável – acompanhou ocomentário com um sorriso misto derecriminação e de ternura como que aquerer dizer que a minha aprendizagemcom ele iria ser tarefa difícil. E foi! Tãodifícil quanto rica e profícua.

Conheci o Sr. Cónego em 1999 eele descobriu que, tal como ele, eugostava particularmente da LínguaAlemã, de ler e de conversar. Essadescoberta iria ser a razão de umaamizade profunda e intemporal.

No Natal de 2000, ensaiei com osalunos do 9.º A “Oh, Tannenbaum”.Cantámos à sua porta. Deixou-nosacabar e só depois abriu. Mandou entrara turma para o quarto que até então meparecera exíguo. Pediu aos alunos quecantassem de novo. Ficou comovido.Afinal aqueles garotos nem sabiamAlemão! Quis saber deles, dosprogressos e dificuldades na

A maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidão

Ao Sr. Cónego António Pinto AragãoAo Sr. Cónego António Pinto AragãoAo Sr. Cónego António Pinto AragãoAo Sr. Cónego António Pinto AragãoAo Sr. Cónego António Pinto Aragão

HOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEM

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ECOS da VIA-SACRA10

A maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidãoA maior força da vida é a gratidão

aprendizagem; quis saber nomes,idades… iniciou ali um diálogo que iriadurar todo o ano lectivo, até ao dia dafesta de despedida, onde ocupou lugarde honra. Ainda nessa tarde de 18/12/2000foi à turma carregado de guloseimas ecom um postal em Inglês: ”To the boysand girls of the 9th Form A”. E o postalcomeçava assim: «Foi uma verdadeirasurpresa, mas muito agradável, terdesvindo ao meu quarto esta tarde epresentear-me com uma canção de Natalem Alemão. Foi tão bonito da vossa parteterdes obedecido à inspiração da vossaprofessora de Inglês e dar-me uma tãogrande alegria! É algo vindo do Céu, ou,se preferirdes, do Presépio, que é umpouco de Céu na Terra. Visitar os idosos(eu tenho quase 91) é excelente, é divino.E vós destes-me tão grande presente.Estou-vos muito grato e peço a Deus TodoPoderoso que vos recompenseabundantemente por isso…» O Sr.Cónego, o mestre, não perdeu aoportunidade de lhes lembrar o dever daobediência, da visita aos idosos.

Sempre que podia ia visitá-lo aoquarto. Aguardava em silêncio queacabasse a leitura do Livro de Orações.Depois, o ritual do costume. Lia umpensamento em Alemão, ou uma oraçãoe falávamos dessa leitura, tentandoencontrar o correspondente emPortuguês. Falava então de como haviaaprendido Alemão e da sua estada naÁustria. Falava muito desses tempos comos olhos brilhando de satisfação e de

como os pequenitos da paróquia ondeficava lhe corrigiam os erros.

Uma vez levei-lhe o acordoortográfico da Língua Alemã, convencidaque não passaria das primeiras páginas.Mas mestre é mestre! E o mestre leu-ointegralmente e, depois de algunsconsiderandos, decidiu que continuariaa escrever à moda antiga.

Por vezes, quando ia visitá-lo,encontrava-o de volta do velho rádio queconsertava como qualquer outroutensílio que avariasse. Imagine-se omeu espanto quando um dia descobri,junto do telefone antigo, da telefonia ede vários outros artigos quase da idadedele, um telemóvel… novinho em folha!E o trabalho que aquele telemóvel deu!E como o Sr. Cónego com os seus 94anos acabou por conseguir dominá-lo!

Leio, vezes sem conta, os livros depensamentos que me ofereceu. Seestivéssemos neste momento aconversar, discutiríamos certamente um.E é com um pensamento de HermannBezzel que termino:” Die größte Kraftdes Lebens ist der Dank” (a maior forçada vida é a gratidão).

Bem haja, Sr. Cónego, por me terensinado não só a ler, como a saberapreciar as pequenas coisas da Vida queo senhor chamava “Dádivas de Deus”.

Vielen Dank! Até sempre.

Luzia Sampaio

HOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEMHOMENAGEM

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ECOS da VIA-SACRA 10

António Augusto dos Santos Martonasceu a 5 de Maio de 1947, em Tronco,concelho de Chaves. Realizou os seusestudos humanístico-teológicos no Seminárioda Diocese de Vila Real e no Seminário Maiordo Porto. Ordenado presbítero em Novembrode 1971, na cidade de Roma, viria aí a concluira licenciatura e o doutoramento na PontifíciaUniversidade Gregoriana. Depois deregressar a Portugal, no ano de 1977, iniciouuma intensa actividade pastoral e académica.No ano de 2000, foi nomeado Bispo Auxiliarde Braga, passando a desempenhar diversos cargos na Conferência Episcopal.

No decurso deste ano, foi nomeado Pastor da Diocese de Viseu, facto que gerougrande entusiasmo e novas expectativas no seio da comunidade cristã local.

Ecos da Via-Sacra - De que formaencarou a sua vinda para a Diocesede Viseu?

D. António Marto - Como umamissão ao serviço do Evangelho,nestas terras de Viseu, que Cristoressuscitado me confiou através dochamamento da Igreja.

EV- Que está a achar da terra edas gentes? Estão a corresponder àssuas expectativas?

AM- É uma gente muitoacolhedora, muito afável, de umacolhimento caloroso que sai docoração e que está muito emconsonância com a minha maneira deser, pelo que me sinto muito bem,muito feliz entre o povo de Viseu.

EV- Que esperanças trouxeconsigo para esta nova missão?

AM- Como Bispo, trouxe comigo apaixão de levar os cristãos ao coraçãoda fé, num tempo de mudança epocalque estamos a viver. Os tempos decrise obrigam as pessoas a ir aoessencial e, concretamente, obrigamos cristãos a ir ao coração da fé:descobrir a beleza do rosto de Cristoe, ao mesmo tempo, a beleza, oencanto e a alegria da fé. Muita gentetem da fé uma ideia de um fardo, deum conjunto de obrigações e proibiçõesque Deus pôs e impôs sobre os pobresmortais que andam cá pela terra. Issoé perverter aquilo que é a fé cristã, queé, antes de mais, uma graça oferecidapor Deus aos homens para viverem naalegria e na comunhão.

D. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de Viseu

EEEEENTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...

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ECOS da VIA-SACRA12

EEEEENTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...NTREVISTA com ...

EV- Muitos dos nossos jovensleitores gostariam de saber o que fazum bispo. Quer dar uma ajuda?

AM– A palavra bispo, no sentidooriginal, significa “aquele que vela”.Concretamente, o bispo vela por umaIgreja diocesana, como o amor de umpai ou de uma mãe que vela pelosfilhos; vela concretamente pelavitalidade da fédas comunidadescristãs, para quenão lhes faltemos dons de Deus,a palavra deDeus, ossacramentos, oamor fraterno, a fim de que estascomunidades estejam vivas edinâmicas, e sejam testemunho vivopara o mundo de hoje. Toda a vida debispo gira à volta disto, em ordem aconcretizar e corresponder àsnecessidades próprias de cadacomunidade cristã, através depessoas, meios e serviçosadequados.

EV- As pessoas, em geral,tendem a mistificar a figura do bispo.Fale-nos um pouco de si, do seu dia-a-dia, dos seus tempos livres…

AM- Um bispo que chega de novoa uma diocese é assaltado por uma

avalanche de problemas e desituações. Precisa de conhecê-los ede ajudar a resolvê-los. Há dias emque o Bispo recebe as pessoas emaudiência, há outros dias em que oBispo vai visitar particularmente osArciprestados para conhecer ageografia física e os seus padres. Háoutros dias em que vai visitar as

paróquias paracelebrar oCrisma oupara celebraracontecimentossignificativos.Outras vezes,vai visitar

instituições da Igreja, como, porexemplo, centros de deficientesprofundos ou um colégio, como sejao Colégio da Via-Sacra, que já tiveoportunidade de visitar. Outras vezes,vai testemunhar a presença da Igreja,quando é convidado paraacontecimentos culturais, sociais eeclesiais, seja ao nível citadino, sejaaté ao nível nacional e internacional.Faço parte de três comissões daConferência Episcopal (Doutrina daFé, Educação Cristã e Fé e Cultura),o que implica participar em váriasreuniões a nível nacional. No meio detoda esta azáfama, não posso

“Hoje é difícil ser jovem num mundo que seassemelha a um supermercado, onde as ofertassão as mais variadas, cada qual na embalagemmais sedutora...”

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ECOS da VIA-SACRA 12

D. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de Viseu

esquecer os momentos de oração emeditação indispensáveis para uma féviva.

Os tempos livres são muito poucos.Um bispo precisa também de tempolivre para se dedicar à leitura dosjornais, das revistas, para se actualizare não se tornar repetitivo, para prepararas intervenções e até para descansar.É sobretudo à noite que me dedico aisto. Normalmente, nunca me deitoantes da meia-noite. Gosto imenso denavegar na net para estar actualizado.

EV- Depois de dedicar grande parteda sua vida à formação dos jovens, noSeminário e na Universidade, o que olevou a aceitar uma tarefa destanatureza?

AM- O que leva a aceitar ser Bispo,para quem viveu de facto a maior parteda sua vida dedicado à Universidade eao Seminário, é a obediência da fé aochamamento que a Igreja faz paraservir neste ministério. Confesso que,para mim, foi de facto um pouco duraesta mudança. Recordo que tive 24horas para dar a resposta, se aceitavaou não. Nesse tempo, consultei umamigo meu, para ele dar também a suaopinião. E respondeu-me destamaneira: «Aquilo que a Igreja te pedeé a continuação do “sim” que um diadeste no sacerdócio». E diante disso,

calei-me e caíram-me todas asresistências.

EV- Como foi deixar a vidaacadémica? Que impressões ficaramdos muitos jovens com quemcontactou?

AM- A vida académica, para mim,era uma paixão. Sentia-me naUniversidade como o peixe na água,se assim posso dizer. Eram as aulas,que eu gostava muito de dar; ainvestigação científica, que éapaixonante por causa da novidadeque traz sempre consigo; as relaçõespessoais e amigas com os alunos, queeu procurava cultivar. Tudo isso cria umconjunto de relações afectivas que nosprendem. Na hora da despedida,custou muito, mas isto faz-se por umamor maior, que é o amor de Cristo e oamor do Seu povo. Tive oportunidadede experimentar, de facto, aradicalidade desta decisão e de dizermuitas vezes ao Senhor: «Sou todo Teue tudo o que é meu é Teu.»

EV- Como vê o relacionamento dosjovens de hoje com Deus e com aIgreja?

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ECOS da VIA-SACRA14

AM- O mundo dos jovens, àsvezes, é definido como um “planetaerrante”, quer dizer, não há um modelopara classificar todos os jovens. Hájovens que são muito abertos e sen-síveis às grandes questões da vida eda qualidade espiritual da sua própriavida. Encontramos até bastantes nascomunidades que tenho visitado. Háoutros que vivem na indiferença e,porventura, na alegre inconsciência degozar a vida, isto é, de viver apenas omomento presente sem qualquerpreocupação. Hoje é difícil ser jovemnum mundo que se assemelha a umsupermercado, onde as ofertas são asmais variadas, cada qual na emba-lagem mais sedutora e, às vezes, nestaidade, é difícil saber o que é que vale eo que é que não vale. Por outro lado,há uma quebra de comunicação entreas gerações, mesmo dentro da família,o que se reflecte também natransmissão da fé.

É uma fase complexa, mas aomesmo tempo uma fase apaixonanteda vida. Creio que é preciso, hoje, umanova evangelização, com novosmétodos, em ordem a descobrir abeleza da fé, que dá sentido e belezaespiritual à vida, e a Igreja de Jesuscomo casa própria e escola de fé, dediálogo, de comunhão e de serviçofraterno. Não apenas como gentepassiva, mas como membros activosdesta Igreja que são chamados aconstruir com a sua jovialidade e coma sua criatividade.

EV- Nos dias de hoje, existe umadesafeição dos jovens para com aEucaristia. Anunciou que pretendeinverter essa situação tornando acelebração mais atractiva. De queforma pensa fazer essa renovação?

AM - Eu não falei propriamente deuma celebração mais atractiva, falei deuma celebração renovada no espíritoe na forma. Renovada no espírito querdizer uma celebração em que a pessoaparticipe com interioridade,descobrindo a beleza e o encanto domistério de Cristo presente naEucaristia. É por aí que deve começara renovação, porque, de contrário,corre-se o risco de começar a construira casa pelo telhado, isto é, podemoscair na ilusão de que a celebração setorna mais atractiva porque tem

“... que sejam estudantes com curiosidade do saber... que sejam estudantes com método detrabalho e de estudo e que não cedam ao facilitismo, mas que sejam exigentes consigo mesmos.”

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ECOS da VIA-SACRA 14

instrumentos, como a viola, ou outros,e cânticos modernos, mas, depois,essa novidade dura pouco tempo. Senão há encanto, enlevo e amor aJesus Cristo na Eucaristia, toda arenovação exterior não passa de umaoperação cosmética. Renovar aEucaristia na forma é preocupar-sepela alta qualidade da celebraçãodeste mistério tão sublime,aproveitando e sendo capaz devalorizar as diversas linguagens queencontramos na própria celebração,desde a proclamação da palavra, aescuta interior, a linguagem do canto,da música, a própria linguagem dosilêncio meditativo e interiorizado.Creio que é a partir daqui que acelebração se tornará mais atractiva.

EV- Que mensagem pretendedeixar aos alunos do Colégio da Via-Sacra?

AM- Uma mensagem muitosimples, embora cheia de conteúdo.Primeiro, que sejam estudantes comcuriosidade do saber. Semcuriosidade não há propriamentesaber. Depois, que sejam estudantescom método de trabalho e de estudoe que não cedam ao facilitismo, masque sejam exigentes consigomesmos. E, finalmente, que sejamestudantes com uma mente e umcoração universais, procurando

conhecer o mundo de hoje numaabertura universal à cultura, aoshomens e aos povos.

Aos pais, alunos, professores efuncionários, desejo um Natal que nãoseja apenas uma festa meramenteexterior, mas que tenha no seu centroJesus Cristo, que é capaz de unir asfamílias e de uni-los em família. UmSanto Natal de alegria e de paz!

D. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de ViseuD. António Marto, Bispo de Viseu

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ECOS da VIA-SACRA16

EEEEESPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITA

Abolir preconceitos…Viver sem violências…Num mundo sem desrespeitosContra minorias ou diferenças!

Destruímos o mundo,Pois há violência a mais,E sabemos lá no fundoQue as vidas não voltam, jamais.

Mas é preciso ter esperançasPara o mundo salvarConstruindo aliançasE a todos amar.

O segredo da vidaMora em cada ser,Mas com a terra divididaNão conseguimos viver!

Joana Carolina, 9.º B

A PazFloresce dentro de nós,Não se deve fecharComo uma noz,Mas brotarComo uma flor.

A PazFaz-se com amor,Carinho, alegria, calor,Afecto, diálogo, esperança;Como o sorriso de uma criança.

A PazÉ a luz cintilanteQue, crescentemente brilhante,Nasce dentro de cada umE em todos nós.

A PazDeve ser construídaEntre países e cidades,Por pessoas de todas as idades.Um mundo que satisfazComeça pela Paz.

Bruno Rafael, 7.º B

Paz sem FronteirasPaz sem FronteirasPaz sem FronteirasPaz sem FronteirasPaz sem Fronteiras

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ECOS da VIA-SACRA 16

EEEEESPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITA

Paz sem fronteirasÉ o lema do nosso Colégio,Defender este bemÉ para mim um privilégio!

Quando não se é capaz,Existe a Guerra.Ajudem a renascer a Paz,Modificando a Terra.

Amigos para o BemE não juntos para o MalSão duas expressões correctasQue não podem ser só tal!

Livrar o mundo da GuerraDeve ser o nosso tesouro.É preciso perdoarE ter um coração de ouro!

Finalmente vos peço:Mantenham as pazes,Não quebreis este lema,Pois temos de ser capazes!

Paz sem barreiras!Paz sem fronteiras!

Tiago André Marques, 7.º B

Concurso Literário Concurso Literário Concurso Literário Concurso Literário Concurso Literário

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ECOS da VIA-SACRA18

EEEEESPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITASPAÇO para a ESCRITA

— Filho! Eis a nossa cidade! Obra do conhecimento, da tecnologia. Orgulhamo--nos da capacidade dos seres humanos. Viste aquele pássaro? Voa, parece umaaeronave! Como entrou na cidade?... Não sei! Bateu na nossa janela, frágil edesesperado!... É o teu aniversário. Vou mostrar-te uma pequena maravilha: uma árvore.

— Árvore? Maravilha? Tem a ver com o pássaro? — questionou Afonso.— Sim, é uma maravilha. Há poucas. Libertam oxigénio para respirares. Queria

explicar-te a importância das palavras Paz e Solidariedade.Josefa, mãe de Afonso, é sensível, mas instável. O filho era a sua paixão.

Preocupava-a o relacionamento deles. Tinham passado os tempos de beleza e deextravagância. Afonso era fruto da paixão, mas indesejado. Ela não tivera uma educaçãocorrecta. Viveu momentos dolorosos, como a guerra.

De mãos dadas, caminharam pelo parque. Muitas árvores. Ideal para conversarem.— Filho, ter amigos é bom, mas ser amigo de alguém é ainda melhor! Estarei

sempre contigo.Comovido, Afonso beijou-a.— Mãe, adoro-te.— Eu sei. Tens sorte em teres amor, paz à tua volta.— Eu sei, mãe. A Matilde diz-me que o mundo não é assim, há guerra.— Sim, há bastante ilusão e ambição. Ninguém respeita o próximo. É a ganância.

Felizmente, ainda há pessoas dedicadas aos outros. Apregoam a Paz, de coraçãoaberto. Têm o amor nas mãos, o mel puro das abelhas, os raios de sol, a boa chuva deOutono.

Afonso interrompeu e disse:— Recebe mais quem é bom?— Sim. Não destruas a natureza. Protege-a com amor.Repentinamente, uma menina passa perto a correr e cai. Afonso auxilia-a e conforta-

-a.Josefa ficou radiante. Olhou-o intensamente, pensando no futuro. Afonso tinha

entendido a importância da solidariedade. Estava confiante.Josefa vestiu o papel de mulher humilde e preocupada com os outros. Dedicou-se

aos desprotegidos, como as árvores. Afonso cresceu e partiu.

Joana Ferreira, 8.º B

“Uma pequena maravilha”

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ECOS da VIA-SACRA 18

O conceito de património é hoje umarealidade muito abrangente e difusa.Todavia, a noção de património estarásempre associada directamente a tudoaquilo que nos foi legado pelos nossosantepassados. Nunca, como hoje, sedebateram tanto as questões relativas aopatrimónio, à sua diversidade, à suaconservação e à sua divulgação.

Entre todas as tipologias, opatrimónio construído, que progressi-vamente se vai tornando maisabrangente – do monumento isolado, aocentro histórico, à vila ou cidade –continua a ter uma importânciasubstancial relativamente aos restantes.

A cidade de Viseu, como importantecentro histórico, é depositária de umvasto e rico património. Dentro do amplo

Na Rota do Património de ViseuNa Rota do Património de ViseuNa Rota do Património de ViseuNa Rota do Património de ViseuNa Rota do Património de Viseu

perímetro da urbe, são visíveistestemunhos do período pré e proto-histórico, a Cava de Viriato dos temposromanos, a majestosa catedral comosímbolo medieval, as janelas“manuelinas” como reflexo da epopeiados descobrimentos, e as inúmeras egrandiosas edificações do barroco, emsolares, igrejas e fontanários. O resto demuralhas, a estatuária, a azulejaria e osmuseus completam esta riquezapatrimonial.

O projecto “ Na rota do património deViseu” pretende que os alunos do Colégioconheçam melhor o património da suacidade, para melhor o poderem preservare divulgar.

J.S.

V I S E U

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Bispo D. António Alves MartinsBispo D. António Alves MartinsBispo D. António Alves MartinsBispo D. António Alves MartinsBispo D. António Alves Martins

Desde 1911, ergue-se, no Jardim deSanta Cristina, a estátua de D. AntónioAlves Martins, bispo de Viseu (a partir de1862).

Este monumento de grandiosidadeescultórica, única na nossa cidade, foimandado fazer por um grupo deadmiradores deste homem que, nascidoem Granja de Alijó, em 1808, ingressouna Ordem de S. Francisco com 16 anos.

D. António Alves Martins foi deputado,professor universitário, Bispo de Viseu,líder do Partido Reformista e Ministro doReino.

Destacou-se pela sua grandefrontalidade, com ideias de tendêncialiberal e progressista.

As suas ideias valeram-lhe acondenação à morte pelos miguelistas,tendo escapado à mesma a caminho deViseu. Viria a falecer nesta cidade em1882.

Seminário ConciliarSeminário ConciliarSeminário ConciliarSeminário ConciliarSeminário Conciliar

Também no Largo de SantaCristina, encontramos o majestosoedifício do actual Seminário Maior daDiocese de Viseu.

A sua construção inicial data doséculo XVIII. Pertenceu à Congre-gação do Oratório dos Nérys, mas, em1841, um grande incêndio vitimou todoo edifício, excepto a biblioteca e aigreja. A construção actual é de risconeoclássico da primeira metade doséculo XIX. No interior, destacam-seas escadas suspensas, compostas por57 degraus divididos por quatrolanços, que dão acesso aos aposentossuperiores.

A igreja, em estilo barroco, é dasegunda metade do século XVIII,sendo composta por dois corpos, navee capela-mor, que tem incorporada atorre sineira. Com um interiorharmonioso em que se destaca o

Largo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa Cristina

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Casa AmarelaCasa AmarelaCasa AmarelaCasa AmarelaCasa Amarela

Ao lado do Jardim de SantaCristina, encontramos a Casa Amarela,edifício onde se encontra o ArquivoDistrital e onde funcionava, até hápouco tempo, a Biblioteca Municipal.

Ostenta na fachada as armas dosAbreus e Magalhães, primeiros donosda casa.

Igreja do CarmoIgreja do CarmoIgreja do CarmoIgreja do CarmoIgreja do Carmo

Do lado oposto à Casa Amarela,encontra-se a Igreja da VenerávelOrdem Terceira de Nossa Senhora doCarmo.

A sua construção iniciou-se em1734, tendo terminado após cerca de150 anos, já no século XIX, dado tersido feita por fases. Assim, o actualfrontispício com o coro e as torresdatam dos fins do século XVIII; asacristia e a sala de secções foramterminadas já no século XX.

O interior possui um aspectofaustoso em estilo barroco e estádecorado com talha de estilo joanino.O azul dos azulejos do século XVIII eo colorido das pinturas setecentistas dopintor Pascoal Parente, que adornama cúpula e a abóbada, reforçam aessência barroca do seu interior.

Ana Raquel, Sofia Saldanha, 8.º B

órgão proveniente da Sé Catedral,colocado no topo da capela-mor,ostenta na fachada o brasão de D. JúlioFrancisco Oliveira.

Largo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa CristinaLargo da Santa Cristina

Na Rota do Património de Viseu

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UUUUUm OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...

A Paz, nos dias de hoje, está atornar-se um pouco rara, pois aspessoas zangam-se com tudo e comnada, dificultando o bem-estar dos seuspróximos. O meu país não é, porém,dos mais afectados. A violência e odesentendimento existem, mas emníveis pouco elevados.

Eu gostaria que existisse guerramas contra a fome. Nas ruas da capitaldo meu requintado país, por exemplo,observam-se muitos mendigos. Achoque não pode haver paz de espírito namente das pessoas, enquanto essestristonhos quadros persistirem. Tambémnão entendo por que é que os ricos eambiciosos, apesar de muito terem,ainda não contentes, vão tirar aos quemais necessitam, sem olhar a meios.

Alguns presidentes, que desejamsempre mais, e não pensam o mesmoque eu, provocam muitas vezes adesastrosa e inevitável guerra, queafecta a economia dos países e a suasegurança, o que é profundamenteinjusto para as pessoas. Vemos que emtodo o mundo se vive com medo dastão faladas ameaças terroristas.

Para mim a paz só existe quandotodos são cidadãos civilizados, nãogeram dispensáveis conflitos e pensam

A Paz nos dias de hojeA Paz nos dias de hojeA Paz nos dias de hojeA Paz nos dias de hojeA Paz nos dias de hoje

sempre no bem do seu semelhante.Apesar de tudo isto, na natureza

existe paz, que nós, repetidas vezes,estragamos. Os animais, conhecidoscomo seres irracionais, não provocamtantas confusões como os consideradosanimais racionais, que, afinal, cometemmuitos actos incorrectos.

Deus queira que, dentro de algunsanos, predomine a tão comentada edesejada paz neste nosso extraordináriomundo.

João Miguel, 6.º B

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UUUUUm OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...

Agora que escrevo, descubro como édifícil dizer algo sobre o Natal sem cair navulgaridade das prendas, das luzes, doaparato visual e sonoro que nos leva a crerque falta sempre comprar mais algumacoisa.

Procuro reavivar a memória e encontrono baú das minhas recordações o meuprimeiro Natal. Fico surpreendido! Souinvadido pela emoção, como se, derepente, voltasse a ser a criança quecolocava o sapatinho na chaminé, queconstruía o presépio com um pinheiro deverdade, escolhido com a ajuda do paipara não destruir a floresta… Recordogente que comigo partilhou esse Natal ejá não pode, do mesmo modo, partilharmais nenhum.

Fico com a sensação de que osactores principais desse Natal eram ascrianças. Os meus primos vinham de todosos lados e os meus avós babavam-se coma família toda reunida. As prendas iamsendo colocadas à volta do presépio,esperando o momento mágico para seremabertas. Aquele Menino pobre podia assimsentir-se rico durante alguns momentos.E nós sentíamo-nos verdadeiramenteafortunados porque Ele nos tinhacongregado em família e nos fazia viver odia mais feliz do ano.

Hoje sou eu o adulto, os meus pais osavós, e é à casa da aldeia que levo osmeus filhos para se juntarem aos primose viverem também eles a magia do Natal.

Tenho a sensação que anseio por essedia tanto quanto eles. E, na hora de abriras prendas, sinto sempre dificuldade emdescobrir de quem são os olhos maisbrilhantes, se os das crianças ou os dosadultos. Por momentos o mundo parececomposto apenas por crianças. Apetece-

A magia do Natal

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UUUUUm OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...

-me permanecer ali para sempre,naquele sonho!

Aproxima-se o Natal e descubro, natelevisão, nos jornais, nas ruas, noshipermercados, que o mundo afinal é dosadultos! São eles que ditam as regras!Fazem a guerra das armas, a guerra dapublicidade, a guerra dos actos e daspalavras. Descubro, tristemente, que asgrandes vítimas são as crianças. Os reisda festa tornam-se assim escravos daprogramação que os adultos fazem!

É tempo de redescobrir a magia doNatal. É chegada a hora de soltar acriança que vive dentro de cada um denós. A verdadeira festa não precisa demuitas coisas. Precisa de pessoasdispostas a partilhar alegria, amor,simpatia, carinho, sorrisos, e tambémalgumas prendas. A criança que vive emnós gosta de receber!

O primeiro Natal foi publicitado semgrandes técnicas a meia dúzia depastores, teve apenas uma estrela comoluz, uma gruta como abrigo, uns panoscomo agasalho e até as prendas, quetambém as houve, chegaram atrasadasdevido aos contratempos da viagem dosMagos.

O Natal é das crianças, porque Deusse fez Menino e nos deu a conhecer osignificado da fraternidade. O Natal é dascrianças, porque o Menino de Belém nostransporta a todos até à magia do nossoprimeiro Natal.

Neste Natal, adoptemos a Criança dopresépio e a Sua mensagem quepretende unir todos os homens numgrande abraço universal.

Feliz natal.Davide Costa

A magia do Natal

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UUUUUm OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...

Um dos princípiosmais importantes para avida em sociedade é apreservação da harmoniae da paz entre os povos.Independentemente dacor, da raça ou da língua,o homem tem necessidadede interagir com os seussemelhantes e deve, porisso, fazê-lo de uma formapacífica.

A Torre de Babel deuinício a uma divergêncialinguística que afastou ospovos entre si, impedindo-os de secompreenderem; mesmo assim, oshomens tentaram uma aproximação econstruíram um mundo onde, apesar dese falarem várias línguas e de seproclamarem diferentes credosreligiosos, a Paz tem uma possibilidadede se manifestar. Mas, infelizmente, issonem sempre acontece. Pelos motivosmais fúteis e desnecessários, o homemteima em destruir-se mutuamente,esquecendo-se de que «somos todosirmãos».

Neste mundo actual, em que sedesprezam os valores essenciais da vidaem favor de um materialismo desmedido,é urgente que se preserve a paz entreos homens, tal como foi instituído naCarta das Nações Unidas.

A Organização das Nações Unidasnasceu oficialmente a 24 de Outubro de1945, data em que a sua Carta foi

ratificada pela maioriados 51 Estados Mem-bros fundadores. O dia éagora anualmentecelebrado em todo omundo como Dia dasNações Unidas.

O objectivo da ONUé unir todas as naçõesdo mundo em prol dapaz e do desenvol-vimento, com base nosprincípios de justiça,dignidade humana ebem-estar de todos.

Actualmente, a Organização dasNações Unidas é composta por mais deduzentos Estados Membros. A sede dasNações Unidas fica em Nova Iorque, nosEstados Unidos, mas o terreno e osedifícios são território internacional. AONU tem a sua própria bandeira, correiose selos postais. São utilizadas seis línguasoficiais: Árabe, Chinês, Castelhano,Russo, Francês e Inglês – as duas últimassão consideradas línguas de trabalho. Asede das Nações Unidas na Europa ficaem Genebra, na Suíça. A ONU temescritórios em Viena, na Áustria, eComissões Regionais na Etiópia, noLíbano, na Tailândia e no Chile. Sãoexemplos de alguns ramos da ONU oBanco Mundial, a FAO, o FMI, a OIT, aOMS, a UNESCO e a UNICEF.

O logotipo da ONU representa omundo rodeado por ramos de oliveira,símbolo da paz.

A Paz sem FronteirasA Paz sem FronteirasA Paz sem FronteirasA Paz sem FronteirasA Paz sem Fronteiras

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São objectivos das NaçõesUnidas:

·Manter a paz em todo o mundo;·Fomentar relações amigáveis

entre nações;·Trabalhar em conjunto para

ajudar as pessoas a viverem melhor,eliminar a pobreza, a doença e oanalfabetismo no mundo, acabar coma destruição do ambiente e incentivaro respeito pelos direitos e liberdadesdos outros;

·Ser um centro capaz de ajudaras nações a alcançarem estesobjectivos.

Os princípios das Nações Unidassão vários:

·Todos os Estados Membrosgozam de igualdade soberana;

·Todos os Estados Membrosdevem obedecer à Carta;

·Os países devem tentar resolveros seus diferendos através de meiospacíficos;

·Os países devem evitar utilizar aforça ou ameaçar utilizá-la;

·As Nações Unidas não podeminterferir nas questões internas de umpaís;

·Os países deverão tentar dartoda a assistência à Organização.

Se todos os países colaborareme se unirem de acordo com estesprincípios, estarão a contribuir paraestabelecer a «Paz Sem Fronteiras».

Vilma Silvestre, 9.º A

Surgiu em 1945,durante a II Guerra Mundial,no meio de tantas mortes e feridas,a Organização das Nações Unidas,p’ra impor o bem e acabar com o mal.Eram váriosos órgãos que a constituíam:Secretaria,Assembleia Geral;Tribunal Internacional de Justiça,o Conselho de Segurançae o Económico e Social.

A grande ideia era criar condiçõesP’ra no futuro evitar os conflitos.E os gritos.No mundo,manter a paz.Defender os direitos humanosE a autodeterminação.Ainda, contar com os outros,P’ra resolver a confusão.E dar o pão.

Será isto que se passa nos dias dehoje?E as guerras?Não só as pequenasque todos nós vivemos...Mas as que todos os dias,por este mundo fora,nós vemos....Ainda há muito a mudar,muita coisa a modificar.Não interessa pensar só em nós.Será que já parámosp’ra reparar?Observar...Tentar modificar o mal; e a dor.Mas não só.InteressaLutar por algo melhor.

Daniela Oliveira, 9.º A

UUUUUm OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...m OLHAR SOBRE ...

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Ano Internacional da FamíliaAno Internacional da FamíliaAno Internacional da FamíliaAno Internacional da FamíliaAno Internacional da Família

Para mim a família é ...

A vida em harmonia, paz, amor, carinho, ternura… Helena, 6.º B

Um ciclo de vida, que se vai renovando de geração emgeração.

André Joaquim, 6.º B

Um pedaço de vida que me complementa, algo quenão pode ser explicado no papel.

Francisco, 7.º A

O grupo de pessoas que nos apoia nos piores momentose nos ajuda a resolver os problemas.

Gonçalo, 5.º B

Uma fonte de amor. Mais do que um grupo de pessoascom o mesmo sangue, a família une seres que cultivam oamor e o respeito.

Gonçalo Coelho, 8.º A

Um conjunto de pessoas que nos ajudam a crescer deuma forma saudável.

Diana, 8.º A

Uma equipa que trabalha junta, suportando os problemasuns dos outros, tentando obter respostas para os resolver.

João Lourenço, 8.º A

Um bem que todas as pessoas têm o direito de possuir.Tatiana Inês, 6.º B

Onde eu busco toda a confiança para o meu dia-a-dia.

Ana Morais, 7.º A

Uma comunidade cristã que vive em harmonia.Vanessa, 7.º A

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MMMMMERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROSERGULHAR nos LIVROS

Ulisses

UUUUUlisses, grande herói grego,LLLLLutava pelo seu povo, enquantoIIIIImaginava as terras longínquas, que ele,SSSSSenhor de Ítaca, poderia descobrir.SSSSSem muita ajuda, libertou-se de sereias, ciclopesEEEEE da malvada feiticeira Circe,SSSSSempre a pensar em regressar para sua mulher,Penélope.

OOOOO grande Ulisses, herói queDDDDDevastava o mar com coragem,IIIIInacreditável e tremenda ousadia,SSSSSó ele, rei de Ítaca, poderiaSSSSSuportar o canto das sereias, o poder do ciclopeEEEEE a magia de Circe.IIIIIdeal era a sua imagem contada por HomeroAAAAAtravés da Odisseia.

Maria Santos, 6.º BNuno Santos, 8.º B

Viagem ao mundo da Droga

O livro de que aqui vos venhofalar chama-se “Viagem aoMundo da Droga” que foi escritopor Charles Duchaussois. O livrofala das experiências do autor edos seus diversos passos nomundo das drogas, desde ohaxixe até ao consumo assíduoe frequente do L.S.D. e heroína.

É uma história baseada emfactos reais, onde o autor nosmostra, passo a passo, o quefazia para conseguir as doses deque necessitava, bem como osmeios menos legais para aadquirir.

É uma obra que nos alertapara todos os riscos desne-cessários que os jovens, quandonão informados, podem correr eao mesmo tempo relata umadolorosa e cruel verdade, paraque possamos estar atentos eprevenidos neste mundo deilusões. Não deixem de ler eprocurem não cair nos erros enas tentações do mundo dasdrogas.

Paulo Brás, 6.º B

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A Psicóloga,Sofia Pereira

Numa idade de algumas questões,de muitas dúvidas e incertezas, deparas-te, no final do 9.º ano, com outra grandequestão: “E agora, que caminho seguir?”.Estás prestes a fazer escolhas que irãoinfluenciar o teu futuro. A decisão poderáser difícil, mas não estás sozinho.

No Colégio, existe o Serviço dePsicologia e Orientação (SPO), que podeajudar-te, dando informações sobre asorientações possíveis, mas sempre tendoem conta os teus desejos e a tua vocaçãoescolar.

Ao longo dos 2.º e 3.º períodos, oSPO irá desenvolver actividades que

Não te esqueças de estar atento ao próximo número da revista!

permitirão fazer um balanço e, a partirdaí, aconselhar-te um determinado ramode actividade. Não deves, contudo,esperar que seja a psicóloga a decidirpor ti. É também importante queconverses com os teus pais, mas adecisão final é tua.

Neste ano lectivo, a Ecos vaiacompanhar -te na escolha do caminhoque vais seguir. Assim, neste primeironúmero da nossa revista, vamos dar aconhecer os diversos “caminhos”(cursos) do Ensino Secundário.

Cursos ArtísticosEspecializados - Áreadas Artes Visuais e dos

Audiovisuais (para quempretende obter formação artística

especializada e prosseguir estudos,no ensino superior ou em cursos

pós-secundários deespecialização tecnológica,

ou entrar no mundo dotrabalho)

Cursos Científico--Humanísticos (para quem

pretende prosseguir estudos noensino superior)

CursosTecnológicos (para

quem pretende entrar nomundo do trabalho ou

prosseguir estudos em cursospós-secundários de

especialização tecnológicaou no ensino superior)

CursosProfissionais (para

quem pretende obter umaqualificação inicial para se

integrar no mundo do trabalho,mantendo a possibilidade de

prosseguir estudos em cursospós-secundários de

especialização tecnológicaou no ensino superior)

9.º ano... e agora? 9.º ano... e agora? 9.º ano... e agora? 9.º ano... e agora? 9.º ano... e agora?

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ECOS da VIA-SACRA30

H H H H HORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIO

B T C S D G U F J K L I L ÇD F G G I L V E A N E S D PP A Z A S D E R J K G F D EE Q A G E C X N Q W N M K DR V B G R E W Ã Y T J K U RO Z X F F D I O G O V C Ã OF R B T Y F V T Y J M K I GD V A S C O P D A L G A M ÁA I R B A A E E B Y J K I LL P P V H I M B A T G T H VC A O F S O H M S G H R H AO U L T D H S A C F I D F RV L O Y G F W G O B M A I EI O M U I T Q A D E A L A SL F E K K J E L A R G I L AH E U J J U L H F F A G V CÃ R A G R R P Ã G Y L T A AC N D F E F O E H O H R E BO A I D H G M S J I S W D RL P A U L O D D A J G A M AO M S D I O G V B N H Y F L

CCCCConheces os navegadores portugueses?Descobre os seus nomes na sopa de letras

Descobre a regra utilizada para aconstrução da grelha e completa-a .

? ? ?MatematicandoMatematicandoMatematicandoMatematicandoMatematicando

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ECOS da VIA-SACRA 30

H H H H HORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIOORA do RECREIO

Descobre as dez diferenças que existementre estas imagens.

Horizontal

3 . Sentiment qui unit les amis.4 . Groupe de personnes uniespar des liens familiaux.5 . Attitude de celui qui estsolidaire.8 . Assembler.10 . Faire la décoration.

Vertical

1 . Mettre à jour.2 . Donner.6 . Veille de Noël.7 . Arbre typique de Noël.9 . Grotte où Jésus est né.

1 2

3 4

56 7

8

9

10

Mots Croisés-NoëlMots Croisés-NoëlMots Croisés-NoëlMots Croisés-NoëlMots Croisés-Noël

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ECOS da VIA-SACRA32

AAAAAGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAIS

No historial do Colégio da Via-Sacra,o dia 7 de Outubro último ficou assinaladopela comemoração anual do Dia doColégio, em que as actividades lectivasderam lugar a um programa festivo,particularmente dirigido aos alunos.

Por outro lado, foi neste dia que ospais/encarregados de educaçãocompareceram emmassa no Colégio paraparticiparem na reuniãoda Assembleia Geral daAPAVISA, no encontrocom a Direcção doColégio e, já na sala deaula de cada turma,com o(a) Director(a) deTurma do respectivoeducando.

Para os pais/encarregados de educação, trata-se de umdos dias mais importantes do ano lectivo,uma vez que as expectativas geradas porum novo ano no percurso escolar doseducandos são sempre elevadas, aindamais naqueles que integram estacomunidade educativa pela primeira vez.É neste dia que conhecem melhor a novaescola dos filhos, os membros daDirecção, alguns professores(principalmente o(a) Director(a) de Turma,com quem estabelecem logo enaturalmente uma relação mais estreita ede partilha de cumplicidades) e, muitoimportante também, os pais/encarregados

de educação dos colegas do seueducando.

Foi neste contexto que se reuniu aAssembleia Geral da APAVISA, paraapresentação e aprovação dos Relatóriosde Actividades e Contas do ano lectivoanterior e para a eleição e tomada deposse dos membros que integram os seus

Órgãos Sociais nopresente ano lectivo.

Neste primeiroperíodo, a APAVISAreuniu-se para reflectir,estabelecer objectivose definir o seu Planode Actividades para2004/05, sempre emarticulação com aDirecção do Colégio, eque se divulga (ver

caixa).Para a sua concretização, esperamos

contar com a colaboração e empenho detodos os pais/encarregados de educação,para que no final do ano possamos todossentir-nos mais felizes, com a sensaçãodo nosso dever cumprido e de termosparticipado atenta e activamente, ao ladodos professores, da Direcção e dosauxiliares de acção educativa, em maisuma etapa da educação/formação dosnossos filhos.

E vem à memória aquele provérbiochinês: “Para educar uma criança, épreciso uma aldeia inteira”!

Notícias da APAVISANotícias da APAVISANotícias da APAVISANotícias da APAVISANotícias da APAVISA

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ECOS da VIA-SACRA 32

AAAAAGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAIS

Plano de Activadades para o ano lectivo 2004/2005

A Direcção da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos alunos doColégio da Via-Sacra, eleita para o ano lectivo de 2004/2005, aprovou, na sua reuniãode 11 de Novembro de 2004, o seguinte Plano de Actividades:

• Reuniões com a Direcção do ColégioManter, como vem sendo hábito, uma total disponibilidade para reunir formal e

informalmente com a Direcção do Colégio, em tudo o que possa contribuir para ummelhor desenvolvimento e implementação do Projecto Educativo, bem como para aidentificação e solução das principais preocupações dos Pais e Encarregados deEducação.

• Participação nas Reuniões do Conselho PedagógicoO Presidente da Direcção da APAVISA (ou, na impossibilidade deste, qualquer

um dos seus membros) procurará estar sempre presente nas reuniões do ConselhoPedagógico, cooperando com este importante órgão, dentro dos limites das suascompetências, para as melhores soluções educativas.

• Participação na Revista “Ecos da Via-Sacra”A Direcção da APAVISA, respondendo a uma solicitação das direcções do Colégio

e da Revista “Ecos da Via-Sacra”, vai colaborar activamente com esta publicação,através da redacção de artigos e da angariação de patrocinadores / anunciantes.

• Realização de um debate, subordinado ao tema «Escola, sociedade eadolescência no século XXI».

O modelo do debate será a “mesa-redonda”, tendo como intervenientes doisprestigiados conferencistas.

Com este debate, a APAVISA pretende envolver toda a comunidade educativa doColégio da Via-Sacra, mas também todas as pessoas da Área Educativa de Viseuefectivamente interessadas nesta problemática. O debate realizar-se-á num dossábados do mês de Maio, entre as 16 e as 19 horas, dependendo a data concreta dadisponibilidade manifestada pelos conferencistas.

• Colaboração com a Direcção do Colégio na organização e divulgação deconferência a ser dinamizada por D. Manuel Martins, no Colégio da Via-Sacra,subordinada ao tema «Paz sem Fronteiras».

• Criação de um Clube de Saúde no Colégio.O principal objectivo desta iniciativa passa pela sensibilização de toda a

comunidade escolar, com especial destaque para os alunos, para a importância dasaúde na qualidade de vida das pessoas, realçando os comportamentos e os hábitossaudáveis.

APAVISA Associação de Pais e Encarregados de Educação dos alunos do Colégio da Via-Sacra

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ECOS da VIA-SACRA34

AAAAAGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAISGORA FALAM os PAIS

• Estabelecimento de uma parceria com a Escola Superior de Enfermagem doInstituto Politécnico de Viseu e com outros profissionais de Saúde para a realização deum curso de formação sobre «Suportes Básicos de Vida», dirigido a professores, alunose funcionários do Colégio.

• Organização de uma Quermesse, integrando-a na Festa de Final do Ano Lectivo.Dar continuidade a uma realização da anterior Direcção da APAVISA, tendo como

principal objectivo angariar fundos, para além do seu aspecto lúdico e solidário, quepoderão vir a ser utilizados em acções de melhoramento das condições de acolhimentoe funcionamento do Colégio.

• Revisão dos Estatutos da Associação de Pais e Encarregados de Educação dosalunos do Colégio da Via-Sacra (APAVISA).

APAVISA

Corpos Sociais para 2004/05

Assembleia GeralPresidente: João Mesquista

Vice-Presidente: Conceição MatosSecretário: Teresa Pinto

DirecçãoPresidente: António Amaro

Vice-Presidente: Francisco GuedesSecretária: Fátima CarvalhoTesoureira: Raquel Coutinho

Vogais: Gualter Mirandez, Carlos Albuquerque e Paula NevesConselho Fiscal

Presidente: Francisco CoelhoRelatores: Ama Maria Almeida e José Alexandre Prada

Mensagem de Natal da APAVISAMensagem de Natal da APAVISAMensagem de Natal da APAVISAMensagem de Natal da APAVISAMensagem de Natal da APAVISA

Os Órgãos Sociais da APAVISA manifestam os seus votosde um FELIZ NATAL e de um ANO NOVO pleno de boasrealizações pessoais e profissionais para todos os membros queconstituem a Comunidade Educativa do Colégio da Via-Sacra.

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Natal, e não DezembroNatal, e não DezembroNatal, e não DezembroNatal, e não DezembroNatal, e não Dezembro

EEEEEntremos, apressados, friorentos,numa gruta, no bojo de um navio,num presépio, num prédio, num presídiono prédio que amanhã for demolido...Entremos, inseguros, mas entremos.Entremos e depressa, em qualquer sítio,porque esta noite chama-se Dezembro,porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,duzentos mil, doze milhões de nada.Procuremos o rastro de uma casa,a cave, a gruta, o sulco de uma nave...Entremos, despojados, mas entremos.De mãos dadas talvez o fogo nasça,talvez seja Natal e não Dezembro,talvez universal a consoada.

David Mourão-Ferreira

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Por uma manhã de inverno,De intenso frio e vento,Triste pelo desalento,Vai um rôto pobresinho,sem pão, sem lar, sem confôrto,Menos feliz que as aves,A quem Deus dá cantos suaves,Pênas, fêno, um ramo, um ninho.

Pende-lhe dos lassos ombrosVelha capa esburacadaQue, um dia, numa estrada,Mão bemfazêja lhe déra.Não traz tamancos o pobre,Vai descalço, coitadinho,Pisando o arduo caminhoQue sómente abrolhos géra.

Vai estendendo a mão rugósaA’ gente de caridade,Aos que véem p’ra cidade,Aos que das herdades vém.Todos dão, seja o que fôr:Uns um bocado de pão,Um caldinho outros dão,Cada um dá do que tem.

Era meio dia já,E sentára-se a descançar.E, nisto, vem a passarAlegre rapaziada.O velho pede uma esmóla,Pois eram ricos e nobres.E a quem dá esmóla aos pobresDá Deus celeste morada.

Mas ao pobre não atendem ;E um misero desdenha,Um outro a capa lhe apanhaE pela terra lha arrasta.E do velho sem defêsaTodos zombam e o maltratam ;Mas a fome não lha matam.Oh! gente má e nefasta !

Finda a scêna e lá vão.Correm dias, passam anos,Vem com êles desenganos,(Tudo passa, num momento !)E a um do pérfido bando,Que capa rôta tiráraE pelo chão arremessára,Falta, um dia, o sustento.

E numa manhã de inverno,Sem pão, sem lar, sem abrigo,Sem o braço dum amigo,Resolve-se ir mendigar.Sai de casa, toma a estrada,E lá vai pelos campos fóra,Dia e noite, a toda a hora,Esmola aos ricos implorar.

Mas, um dia, num caminho,A’ hora do meio dia,Já de cançado que ia,Tira a sacola e descança.E naquêle ermo lugar,Lhe acodem mil pensamentos –Os prazeres, os tormentos,Da vida a crua lembrança.

Tudo lhe vem á memoria :Da infancia os lindos brinquêdos,Da mocidade os folguêdos…Tudo lhe lembra então.E nisto, emquanto medita,Pela estrada vão passandoMôços alegres, cantando,Que ao pobre uma esmóla dão.

Nada, diz, porém, o pobreAo bando de alegre idadeQue o olha com caridade.Em mudez terrivel jaz !...Duas lagrimas apenasViram rolar pelo chão …Lembrára-lhe a feia acçãoDe quando êle era rapaz.

António Barreiros

Não faças aos outros o que não queres que te façam( Rifão pop.)

UM CONTO

in, “Echos da Via-Sacra”, Ano VI, Viseu , 30 de Janeiro de 1914, N.º14