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8/3/2019 Coeso e Coerrencia
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Esta unidade tem por objectivo ajud-lo a compreender o conceitode textualidade, isto , as caractersticas que conferem adeterminadas manifestaes lingusticas humanas a designao de
texto. Os mecanismos que asseguram a unidade/ estruturao deum texto (tecido) so a coeso e a coerncia
1. COESO1.1. Mecanismos de coeso gramatical
Conceitos e Aplicaes
1.1.1. Coeso frsica1.1.2. Coeso interfrsica1.1.3. Coeso temporal1.1.4. coeso referencial
1.2. Mecanismos de coeso lexical
1.2.1. Repetio1.2.2. Substituio
a) sinonmiab) antonmiac) hiperonmia/ hiponmiad) holonmia/ meronmia
2. COERNCIA
2.1. Coerncia lgico-conceptuala)Princpios lgico-conceptuais
* ordenao lgica das situaes apresentadas
* relaes lgicas entre as situaes* propriedades e caractersticas dos objectos de
um mundo normal
2.1. Coerncia textuala)Regras de coerncia textual
* repetio
* progresso
* no contradio
* relao
Utilidade
Quando usam a lngua, os falantes no
produzem palavras ou frases isoladas,desligadas umas das outras e docontexto situacional e discursivo. Pelocontrrio, tanto os produtos resultantesdo uso primrio da lngua na situaobsica da conversa como os queresultam da lngua escrita em situaesno pessoais, tanto os produtos de ums locutor como os que resultam deuma actividade colaborativa de vrios
falantes so objectos dotados de sentidoe de unidade ou seja, so produtoscoesos internamente e coerentes com omundo, relativamente ao qual devemser interpretados. A tais produtoschama-se textos.
M Helena Mira Mateus et alii, Gramtica da LnguaPortuguesa
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A coeso designa o conjunto de processoslingusticos que asseguram as ligaes na frase eentre frases. A coeso, enquanto aspecto degramaticalidade, est ligada competncialingustica dos falantes.
Conhecer os conceitos Os processos
Coeso frsica: processo queassegura a unidade entre os diferentes
elementos lingusticos de uma frasesimples ou de uma orao
Ordenao das palavras na frase;concordncia das palavras em gneroe/ou nmero; regncia de preposies.
Para que uma frase seja gramaticalmente correcta (coesa), os elementoslingusticos que a compem devem obedecer quer a uma organizaointerna, quer a fenmenos de concordncia. Vejam-se os exemplos:
a) Os pais discutiram o assunto
Lendo a frase, no restam dvidas de que esta um exemplo de frasecoesa e isto porque:
* os seus constituintes se organizam segundo a ordem sintctica normal da lnguaportuguesa sujeito/verbo/objecto
*nela esto respeitados todos os princpios de concordncia: determinante e nome,masculinos e plural, que constituem o sujeito da frase, concordam com o verbo,tambm ele plural
b) O aluno mais velhos da escola tiveram o privilgiode encabear a lista da associao de estudantes
Esta frase um exemplo de frase no coesa, dado que, no grupo nominal,no h concordncia entre o nome e o adjectivo que o caracteriza.
Tambm o verbo no concorda em nmero com o sujeito.
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Conhecer os conceitos Os processos
Coeso interfrsica: processo queassegura a articulao de oraes,frases e pargrafos entre si.
Coordenao; subordinao;articulao por outrosconectores/organizadores
O Joo leu um romance, a Maria leu uma revista .
A frase coesa pela simples justaposio das oraes
Existem dois processos que asseguram a unidade das frases constitudas por mais do queuma orao (frases compostas ou complexas): a coordenao (sindtica e assindtica) e a
subordinao.
Coordenao assindtica
Fui a Paris, mas no visitei a Torre Eiffel.
A conjuno mas, apesar de prescindvel, une as duasoraes e torna a frase coesa
Coordenao sindtica
O Joo pensa que vencer mais um obstculo.
A segunda orao, introduzida pela conjunocompletiva integrante que, completa o sentido da
primeira orao e imprescindvel para a coeso da
frase.
Subordinao
A conexo entre vrias frases, com vista formao de unidades maisamplas, o pargrafo, assegurada por conectores/ organizadoresdiscursivos ou sinais de pontuao (que marcam a pausa e a melodia).
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EXEMPLOS DE COESO NO INTERIOR DO PARGRAFO
"A casa era grande, branca e antiga. Em sua frentehavia um ptio quadrado. direita um laranjal onde noite edia corria uma fonte. esquerda era o jardim de buxo,hmido e sombrio, com suas camlias e seus bancos deazulejo."
Sophia de Mello Breyner Andresen,"O Jantar do Bispo? Contos Exemplares
"Desde sempre a poesia foi, de entre todas asactividades do esprito, aquela em que os portuguesesmais se distinguiram. Com efeito, num momento em queparticularmente importa avaliar o que, ao longo dostempos, foi o nosso contributo para a formao de uma
cultura europeia, h que reconhecer que muito poucaspessoas sero as figuras capazes de ombrear noutrosdomnios com as suas congneres de outras naes."
Lus Miguel Nava,"Introduo"Antologia de Poesia Portuguesa
"Pequenos ou mesmo minsculos em tamanho,
gigantes em nmero e em idade, campees do disfarce e doardil, mestres na arte da sobrevivncia, os insectos so osverdadeiros senhores do planeta. Joaninhas, grilos,pirilampos, insectos-pau, eles sim - muito maisprovavelmente do que ns - sero naturais protagonistasno distante amanh que cantam."
Notcias Magazine, 11 de Agosto de 2002
Nesta descrio, os elementos
esto organizados atravs de
expresses: Em sua frente,
direita, esquerda
(organizadores discursivos).
A conexo entre as duas frases faz-se por meio de com efeito,
conector que exprime aconfirmao do que foianteriormente dito.
Neste pargrafo, que integra duasfrases, a pausa, representadagraficamente pelo ponto final, determinante para a organizao eencadeamento das ideias.
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EXEMPLOS DE COESO NO INTERIOR DO PARGRAFO
"Se, nos dias de hoje, os mais pequenos gestos danossa vida so enquadrados pela presena de entidadesderivadas da cincia, como que isto pode teracontecido? Se chegmos ao ponto de funcionar porobra e graa de microchips, alimentos enriquecidos comvitaminas, ou antibiticos ou vacinas, porque quesabemos to pouco sobre logaritmos, enzimas de
restrio, ou a organizao de colnias bacterianas? O quefalhou?O que falhou, fundamentalmente, foi que a explicao
da cincia ao pblico no foi cuidadosamenteprogramada desde o incio."
Clara Pinto Correia, Clones Humanos Sobre o Texto
"(...) o Body Jam garante uma significativa melhoriacardiovascular, ajuda a perder peso e favorece uma maior
conscincia corporal, pela coordenao motora que estimulada durante as aulas. Tudo isto, claro, aliado aoprazer do ritmo e descontraco proporcionada por umahora de dana...
Em suma, uma modalidade que assegura excelentesresultados para o corpo e mente."
In Sade e Bem-Estar, Outubro de 2003
"At h bem pouco tempo, pensou-se que osrecursos da Terra eram inesgotveis e que a intervenodo Homem no teria grande influncia nodesenvolvimento normal dos ciclos da Natureza.
No entanto, actualmente sabemos que o mundocivilizado lana grande quantidade de gases para aatmosfera e que esses gases que deveriam serabsorvidos pelas plantas no o so em quantidadesuficiente."
In Notcias Magazine, Setembro de 2003
A conexo entre os dois pargrafos
feita pelo jogo pergunta/resposta,assinalado graficamente pelo
ponto de interrogao, ao qualcorresponde a entoao.
A ligao entre os pargrafos faz-se atravs do organizador emsuma, que introduz a conclusodo exposto anteriormente.
A ligao entre os pargrafos faz-se atravs do conector noentanto, que estabelece umaoposio entre o que vai ser ditoe o anteriormente referido.
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COESOTEMPORAL
Conhecer os conceitos Os processos
Coeso temporal: processo queconsiste na sequencializao dosenunciados, segundo uma lgicatemporal.
Expresses adverbiais oupreposicionais com valor temporal;datas; expresses que assinalamordem; utilizao correlativa de temposverbais.
H vrios processos que estabelecem nexos temporais entre aces. Asfrases que se seguem exemplificam esses mecanismos.
A patroa discutiu com todos os empregados e saiuzangada.
A ordenao dosacontecimentos feita
segundo a ordemcronolgica
Primeiro dirigiu-se ao indivduo, depois pediu-lhecontas pelo sucedido.
Utilizao de expressesque assinalam a ordem dos
acontecimentos
Quando a polcia chegou, o ladro j tinha fugido.
Emprego correlativo detempos verbais
Ela uma pessoa inconstante: ontem tinha umaideia, hoje tem outra.
Uso de expresses detempo em consonncia com
os tempos verbais
O dia 25 de Abril de 1974 foi decisivo para o pas.Indicao de uma data
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COESOREFERENCIAL
Conhecer os conceitosOs processos
Coeso temporal: propriedade dostextos (orais e escritos) em quedeterminadas expresses lingusticasestabelecem relaes de dependnciacom o discurso anterior, o discursosubsequente ou a situao decomunicao.
Anforas lexicais, anforas pronominais,elipses, catforas lexicais, pronominais,decticos.
Para que um texto progrida, mas mantenha sempre activados certos referentes, necessria a retoma desses mesmos referentes, o que assegura a coeso textual.Designamos por referente a entidade do mundo real ou fictcio para a qual remete umaexpresso lingustica.
"Havia um rei que tinha uma filha. Era ele no s muitoimpertinente, mas desconfiado. Logo que a criana nasceu,meteu-a numa torre com uma ama por companheira emestra. Permitia-lhe sair ao jardim, passear pelo terrao,
mas no consentia que [-] frequentasse reunies ou [-] fizessevisitas."
Cadeia referencial:
uma filha >a criana >a > lhe >[-]> [-]
referente antecedente: uma filhaanfora nominal: a crianaanforas pronominais: o/ lhe
anforas atravs da elipse: [-]
No excerto transcrito, as expresses sublinhadas no tm referncia autnoma, s
podem ser interpretadas enquanto dependentes da expresso inicial (referente ante-cedente) - uma filha. Assim, designamos as expresses sublinhadas por anforas, namedida em que remetem para algo que foi dito anteriormente. Integrados nestacadeia referencial surgem dois lugares vazios na posio de sujeito, assinalados por [-].Esses espaos seriam preenchidos pelo referente a filha. Aos elementos da cadeiareferencial, porque tm o mesmo referente, chamam-se co-referentes.
Referencial
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COESOREFERENCIAL
"Sonhava ser jogadora de futebol para tentar seguir ospassos de Eusbio.(...) O desejo da jovem musculada foitransformado pelo escritor Craveirinha, que a viu correr ejogar e acreditou imediatamente que tinha encontrado umaverdadeira campe das pistas. (...) Trs anos depois - eaps a presena [-] nas Olimpadas de Seul - Maria deLurdes Mutola j estava nos Estados Unidos (...)."
"nica" Expresso, 6 de Setembro de 2003
Cadeia referencial:
jogadora de futebol > jovem musculada> a > uma verdadeira campe das
pistas > [-] >Maria de Lurdes Mutola
catforas nominais:jogadora de futebol/jovem musculada/ a/ uma verdadeira
campe das pistas
catforas pronominais: a
catforas atravs da elipse: [-]
referente subsequente: Maria de Lurdes
Mutola
Lido o texto, apercebemo-nos de que as expresses sublinhadas tm de serinterpretadas como dependentes de uma outra que s ocorre no final do excerto.Assim, e dado que a cadeia referencial no corresponde ordem linear, as expressessublinhadas so catforas relativamente expresso nominal final (Maria de LurdesMutola).
-O teu maior! Troca pelo meu!
(Pedido do locutor - uma criana, depois de verificar queo seu gelado mais pequeno que o do alocutrio.)
Referentes - no explicitados no enunciado,mas reconhecveis no contexto situacional.
Decticos - o teu; o meu
Neste exemplo de situao de comunicao oral, o referente no est nomeado noenunciado, surge apenas pronominalizado. Isto possvel pelo facto de locutor ealocutrio estarem presentes no mesmo contexto situacional, identificando, assim,facilmente o referente. Estas expresses que remetem para o contexto situacional(locutor, alocutrio, momento e lugar de enunciao) so os decticos.
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Mecanismos decoeso lexical
Conhecer os conceitos Os processos
Coeso lexical: processo queassegura a relao co-referencial entreexpresses lingusticas presentes nosenunciados.
RepetioSubstituio (sinonmia, antonmia,hiperonmia/hiponmia, holonmia/meronmia
Vrios so os processos que, ao nvel do lxico, asseguram a coeso textual:
"Elas so quatro milhes, o dia nasce, elas acendem olume. Elas cortam o po e aquecem o caf. Elaspicam cebolas e descascam batatas."
Repetio
O rapaz sempre que se dirigia ao prior corava. O
padre questionava-o at ao pormenor.
Sinonmia
O Joo jurava namorada que dizia a verdade, masela sabia que ele mentia.
Antonmia
Os meios de transporte martimos so maispoluentes do que os areos. Veja-se o exemplo dopetroleiro "Prestige" que ao partir-se em dois
largou enormssimas manchas de crude, poluindoassim toda a costa da Galiza.
Hiperonmia/ hiponmia
Os universitrios reuniram-se uma vez mais paraprotestar contra o aumento das propinas. Recorde-se que as aces dos estudantes so cada vez maisfrequentes no nosso pas.
Hiponmia/ hiperonmia
Repetio
Substituio
O Joo tem um carro espectacular! Caixa automtica,
estofos em pele, tecto de abrir, jantes de liga leve, arcondicionado automtico, caixa de CD!
Holonmia/ meronmia
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A coeso designa a aceitabilidade de um enunciado oral ouescrito. Resulta da interaco entre o contedo informacional dosenunciados e o conhecimento do mundo de cada falante. A
coerncia est, pois, ligada competncia enciclopdica e aoconhecimento da situao comunicativa. um factordeterminante para a textualidade
Conhecer os conceitos Os processos
Coerncia lgico-conceptual: uma frase ou umtexto coerente se as situaes nele/a recriadasestiverem conforme quilo que sabemos do mundo ese forem respeitados os princpios de naturezalgica
1. ordenao lgica das situaesapresentadas;2. estabelecimento de relaes lgicas entreas situaes;3. atribuio de propriedades e caractersticasdos objectos conformes ao mundo normal
Um texto para ser coerente tem de respeitar os princpios lgico-conceptuais
1. Ordenao lgica das situaes apresentadas
A) Entrei no consultrio. Havia revistas de capas coloridas. Uma pequena mesa estava debaixo delas.
B) Entrei no consultrio. Havia revistas de capas coloridas em cima de uma pequena mesa.
C) Entrei no consultrio. Primeiro vi vi revistas de capas coloridas. S depois reparei na pequena mesa
que estava debaixo delas.
A frase a) uma frase incoerente, pois a ordenao dos elementos descritos nocorresponde ao modo como, geralmente, os percepcionamos na realidade.A frase b) uma frase coerente, pois a ordem dos elementos descritos corresponde aomodo como, geralmente, os percepcionamos na realidade.A frase c) uma frase coerente, pois as formas lingusticas primeiro, s depois
determinam a ordem pela qual a realidade foi percepcionada.
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2. Relaes lgicas entre as situaes
A) As ruas esto molhadas porque no choveu.
B) O piso est escorregadio porque choveu.
A frase a) uma frase incoerente, visto que o nexo de causalidade nela estabelecidoentra em ruptura com o nosso conhecimento do mundo.A frase b) uma frase coerente, visto que nela se estabelece um nexo de causalidadeconforme a nossa viso do mundo.
3. Propriedades e caractersticas dos objectos conformes aomundo normal
A) A mesa danou toda a noite.
B) A rapariga danou toda a noite no palco iluminado.
A frase a) uma frase incoerente, visto que as propriedades atribudas ao objecto mesano so conformes nossa viso do mundo.A frase b) uma frase coerente, pois as propriedades/ caractersticas atribudas aosindivduos e ao objecto palco esto de acordo com o nosso conhecimento do mundo.
PARNTESES PARA A FICO
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Conhecer os conceitos Os processos
Coerncia textual: para que um texto seja coerente,isto , possua uma unidade de sentido, as relaesde ordem e de lineariedade das ocorrncias textuaisno podem ser arbitrrias. A unidade semnticaglobal obedece, pois, a um conjunto de regras.
1. Repetio2. Progresso3. No contradio4. Relao
1.) A regra da repetio assegura o desenvolvimento temtico do texto, sem rupturas nem
ambiguidades. So vrios os recursos lingusticos que garantem a repetio (ou retoma): asanforas, as catforas e os decticos .
COERNCIATEXTUAL
"Um homem de grandes artes tinha na sua companhiaum sobrinho que lhe guardava a casa enquanto eledormia. De uma vez, [-] deu-lhe duas chaves e [-]recomendou:
- Estas chaves so daquelas duas portas. No asabras por nada deste mundo, seno morres.
O rapaz, assim que [-] se viu sozinho [-] no selembrou mais da ameaa e [-] abriu uma das portas."
"O Aprendiz de Feiticeiro" Contos Populares Portugueses
Repare-se como neste pargrafo arepetio assegura no s a coeso comotambm a progresso temtica. O texto vaiprogredindo pela retoma pronominal elexical sucessiva dos referentes "Um homem"(sua, lhe, ele, [-]) e "um sobrinho" (que, lhe, o
rapaz, [-], se, [-], se, [-]).
2.) A regra da progresso assegura que, num texto, a informao conhecida e partilhadapelos intervenientes no processo comunicativo (tema) seja constantemente acompanhada deinformao nova e relevante (rema).
"Oceanos
Os oceanos e os mares abertos cobrem um poucomenos de 71% da superfcie terrestre (361 milhes de km2)e encerram 1322 milhes de km2 de gua. Desempenham noequilbrio natural da Terra um papel proporcional suaextenso e ao seu volume considerveis."
Enciclopdia Larousse, Crculo de Leitores
Progresso por tema constante(tema/tema)Um mesmo tema retomado em frasessucessivas associado a diferentes remas.
1 a frase:Tema - os oceanos e os mares
Rema- cobrem... superfcie terrestre
2a frase:
Tema - [-] (os oceanos e os mares)Rema: desempenham na Terra um papel...
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"- Olha o macaco do rabo mariolaque do rabo fez navalhada navalha fez sardinhada sardinha fez farinhada farinha fez meninada menina fez camisada camisa fez violae agora deu sola
e agora deu sola."Antnio Torrado, O macaco do rabo cortado
Progresso linear (tema/rema)O rema da primeira frase torna-se o tema
da seguinte:
BaleiasAs baleias contam-se entre os maiores mamferos do mundoanimal. Certas espcies so sociais enquanto outras somais soli trias. As bale ias mais sociais so as baleias-cinzentas.
Enciclopdia Larousse, Crculo de Leitores (adaptado)
Progresso por temas derivados (hipertema/subtemas)Um tema d origem ao desenvolvimento de
outros subtemas.
3.) A regra da no contradio assegura que nenhuma ocorrncia textual entre em contradiocom algo j referido, explcita ou implicitamente, no mesmo enunciado.
Foi com Gil Vicente que nasceu o teatro em Portugal. Asmanifestaes teatrais anteriores a este autor, de carcterreligioso e profano, dirigidas ao povo ou corte, eramrudimentares
Este texto contraditrio, porque se afirma que
Gil Vicente o pai do teatro em Portugal e, de
seguida, referida uma caracterstica das
manifestaes teatrais anteriores ao autor.
4.) A regra da relao assegura que num texto se estabelea uma relao directa entre osfactos enunciados.
Foi com Gil Vicente que nasceu o teatro
portugus enquanto categoria literria. Em
Portugal, as manifestaes teatrais anteriores
a Gil Vicente, que existiam desde a fundaoda nacionalidade, eram de carcter religioso
e profano.
Neste texto, no se estabelece uma clara relao entre asideias das duas frases. De facto, ideia de teatro enquantocategoria literriadeveria contrapor-se uma outra: a de que asmanifestaes teatrais anteriores a Gil Vicente eram rudimentares,
embrionrias e no tinham suporte escrito, sendo contudo fulcraispara a obra vicentina. Ora, o facto de estas ltimas seremreligiosas ou profanas em nada as distingue das peas vicentinas.Para assegurar a relao entre as ideias, teria de referir-se que:
Em Portugal, as manifestaes teatrais anteriores a Gil Vicente, que existiam desde a
fundao da nacionalidade, eram muito rudimentares e existiam sem um suporte
escrito. Estas manifestaes, de carcter religioso e profano, foram, contudo,determinantes para a obra vicentina.