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Clonagem trab

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Índice

INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….………….3

ADN…..............................................................................................................................4

CONTITUICAO E ESTRUTIRA DO ADN………………………………..............................5

FUNCAO DO ADN………………………………………………………………………………6

O QUE É A HEREDITARIEDADE…………………………………………………………….7

REPRODUÇÃO ASSEXUADA: BIPARTIÇÃO DE UMA PARAMÉCIA……...……………8

ONDE SE ENCONTRA A INFORMAÇÃO GENÉTICA……………………………………..9

A REPLICAÇÃO DO ADN…………………………………………………………………….10

ALGUMAS ÁREAS EM QUE SE RECORRE ÀS ANÁLISES DO ADN…………………11

PATRIMONIO CROMOSSONICO..………………………………………………………....12

GENES………………………………………………………………….…………………...…13

O QUE É A CLONAGEM……………………………………………………………………..14

COMO SE FAZ A CLONAGEM.……………..………………………………………………15

COMO SE PROCESSA A CLONAGEM O QUE E UM CLONE……………………….…16

TÉCNICA DA CLONAGEM / O CASO DA OVELHA DOLLY..……………………..…17,18

O LADO POSITIVO DA CLONAGEM.………………………………………………………19

TIPOS DE CLONAGEM / CLONAGEM REPRODUTIVA……………………………...….20

CLONAGEM TERAPEUTICA………………………………………………...………………21

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CLONAGEM………………………………....22-24

TERMOS EM QUE A EXPRESSAO CLONAGEM É UTILIZADA……………………..…24

PROBLEMAS ÉTICOS LIGADOS COM A CLONAGEM HUMANA.…………………25-28

CLONAGEM EM PORTUGAL……………………………………………………………28-29

CONCLUSÃO………………………………………………………………………………….30

BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………………………..31

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Escola EB 2,3 Prof. Gonçalo Sampaio

Curso Educação e Formação de Adultos –EFA (NS)

Sociedade, Tecnologia e Ciência –STC

Ano Lectivo 2008/2009

Núcleo Gerador: Saberes Fundamentais

Introdução

Neste trabalho, começarei por abordar o tema ADN, que é uma das moléculas mais complexas que se

pode estudar. Tentarei explicar a sua estrutura, sendo o primeiro ser transformante, abriu o caminho

para se compreender como a informação genética é transmitidas de pais para filhos.

Posteriormente, explicarei qual a função do ADN e a sua relação com hereditariedade. Explicarei as

principais diferenças e complementos entre ADN e Hereditariedade.

No seguimento destas temáticas, explorarei o Gene e sua funcionalidade, que sendo unidades

operantes dos cromossomas, cada um corresponde a um fragmento preciso de ADN.

Posto isto, passarei a explorar a temática Clonagem. Dentro do tema Clonagem, explicarei como se

processa a clonagem assim como a sua técnica.

Apresentarei o primeiro caso da clonagem no mundo, tentando compreende os diferentes tipos de

clonagem, revelando os seus benefícios e malefícios assim como os problemas éticos ligados com a

clonagem humana.

Por último, abordarei um pouco a temática da clonagem em Portugal.

Espero, acima de tudo, que o grande tema Clonagem seja clarificado e todas as temáticas a ele

associadas.

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O ADN...

Em 1869, o Médico Suíço Friedrich Miescher retirou de uma ligadura alguns glóbulos

brancos e fez uma grande descoberta. Descobriu que o núcleo da célula continha uma substância

desconhecida. Mais tarde, substâncias semelhantes foram encontradas em várias células

diferentes, desde a célula de um animal à de um fungo. A este

composto químico deu-se o nome de ácido nucleico. Em 1929

descobriu-se que na constituição dos ácidos nucleicos intervêm

dois açúcares: a ribose e a desoxirribose. Designou-se por

ARN ou ácido ribonucleico aquele que é constituído por

ribose. Algumas moléculas do ARN eram muito pequenas e

encontravam-se inúmeras vezes fora do núcleo. O outro tipo de

ácido nucleico contendo desoxirribose como açúcar é

conhecido como ácido desoxirribonucleico ou ADN. Este

último foi encontrado nos cromossomas. As suas moléculas

são geralmente muito longas e pareciam transportar

características hereditárias de uma célula para outra. Aos

poucos, descobriu-se que o ADN continha a informação genética dos seres vivos através de uma

escrita em forma indecifrável, para aquela altura. Além de conter a informação, o ADN pode

também copia-la, o que permite passar a informação de uma célula para a outra.

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Como é constituído?

O ADN é constituído por unidades de nucleótidos.

Cada nucleótido contém uma das quatro bases: adenina (A),

timina (T), citosina (C) e a guanina (G). É possível ler a

cadeia de ADN, obtendo-se uma sequência de letras. A

adenina forma sempre par com a timina e a citosina sempre

com a guanina. Estes quatro pares formam as letras do

código de ADN. À sequência completa do ADN de cada

célula chama-se o genoma.

Cada conjunto de três nucleótidos (bases) codifica um

aminoácido, a unidade constituinte das proteínas. Quando

existem erros na cadeia do ADN (mutações), poderão são

incorporados aminoácidos errados na proteína, e esta deixará

de funcionar correctamente. É daqui que resultam doenças

como o cancro. Muitas vezes, os erros no ADN são

transmitidos de pais para filhos resultando em doenças

hereditárias.

Estrutura do ADN

O ADN tem a forma de uma hélice dupla em que os degraus são formados por pares de bases

ligadas entre si. A sua estrutura foi proposta em 1953 por James Watson e Francis Crick em

Cambridge, Inglaterra. Eles conseguiram descrever correctamente a estrutura da dupla hélice da

molécula de ADN. Compreenderam que devido aos pares das bases as duas cadeias são

complementares. Quando uma célula se divide, as cadeias separam-se e cada uma constrói uma

novacadeia.

A descoberta da estrutura do ADN abriu o caminho para se compreender como a informação

genética é transmitida de pais para filhos ou de uma célula para outra.

Hoje em dia, esta descoberta tem um impacto em muitas áreas da vida moderna, tais como a

saúde e a medicina, a reprodução, a alimentação, a longevidade, o ambiente e a indústria. A

imagem da dupla hélice do ADN tornou-se num símbolo utilizado por cientistas, artistas e

organizações políticas.

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Função do ADN

O ADN tem duas funções básicas: a replicação, que é responsável pela hereditariedade e a

transcrição de genes, que produz mensagens para outros locais da célula e que dão origem à

síntese de proteínas.

•Replicação genética: O ADN contém todas as instruções que

controlam o trabalho da célula. Antes da célula se dividir, a

informação é duplicada, permitindo que essas instruções

passem para a outra célula. Este processo envolve a

separação, afastamento e desenrolamento das cadeias. Os

nucleótidos livres juntam-se às cadeias separadas e formam-

se duas novas moléculas. Assim, cada uma destas é

constituída por uma cadeia velha e uma nova.

•Transcrição genética: A síntese de proteínas é feita em duas

etapas: a transcrição genética propriamente dita e a tradução

de mensagens.

1º - Durante o processo de transcrição, um pedaço de cadeia

dupla de ADN separa-se, actuando uma das partes como

molde. A cadeia do ARN mensageiro ou ARNm, construída

por emparelhamento de bases, é simples, não é dupla, e

transporta a mesma informação que a cadeia do ADN,

utilizando a base uracilo em vez da base timina. Quando este

processo termina, ou seja, o gene está completamente

transcrito, a molécula de ADN volta a ―fechar‖ e a molécula de ARNm sai do núcleo da célula.

2º - Esta segunda etapa, da síntese proteica, ocorre fora do núcleo da célula. O ribossoma

trabalha ao longo da cadeia de ARNm, lendo os cordões ou pequenas unidades de informação

constituídas por sequências significativas de bases. Por meio de uma molécula de ARN de

transferência, ARNt, o aminoácido é transportado para junto do ribossoma, ligando-se à cadeia

de ARNm. Assim que se dá esta união, o ARNt liberta-se do ARNm e o ribossoma avança para o

cordão seguinte, e assim sucessivamente. Quando encontra algum que o manda ―parar‖ é porque

a proteína já se encontra totalmente sintetizada. Esquema feito por Crick, em 1956,

representando o Dogma Central da Biologia.

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CURIOSIDADE: Todas as células do nosso corpo contêm o mesmo ADN. O diâmetro médio do

núcleo de uma célula é de 0.005 mm (5000 vezes mais pequeno que a cabeça de um alfinete) e

cada célula tem cerca de 2 metros de ADN. Este ADN todo só cabe no núcleo porque está muito

enrolado e compactado, nos cromossomas. O ADN de cada um de nós chegaria ao Sol e

regressaria à Terra 500 vezes!

O QUE É A HEREDITARIEDADE?

É frequente identificar nas pessoas características ou

caracteres semelhantes aos dos seus pais ou dos seus avós.

Isto acontece porque o ser humano, tal como todos os seres

vivos, herdem dos seus progenitores as informações

(codificadas) que determinam as suas características – a essa

transmissão dá-se o nome de hereditariedade. A ciência que

estuda o mecanismo da hereditariedade é a genética.

(Fig. Gregor Mendel)

Durante muitos anos não se conhecia o modo como se transmitiam as características hereditárias.

Foi apenas há cerca de 150 anos que um monge austríaco, Gregor Mendel publicou os resultados

das suas experiências, que demonstravam como plantas da mesma espécie poderiam originar

descendentes com características diferentes das plantas progenitoras. Apesar de o seu trabalho

não ter sido reconhecido em vida, pois não havia na época bases científicas para explicar os

resultados experimentais obtidos, foi ele que descobriu os mecanismos básicos da

hereditariedade.

Foi já no século xx, com o avanço da ciência, nomeadamente da citologia (estudo da célula) e da

química, que se descobriu a molécula que está na base da hereditariedade, o ADN – ácido

desoxirribonucleico.

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A molécula de ADN existe em todas as células dos seres vivos e contém toda a informação do

ser vivo a que pertence. Quando um ser vivo se reproduz, quer seja de forma sexuada ou

assexuada, o ADN passa para a célula e, com ele, a informação das características dos

progenitores.Quando se trata de reprodução assexuada (sem fusão de dois gâmetas diferentes) , o

ADN passa da célula – mãe para a célula – filha por duplicação, dando origem a célula muito

idênticas.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA:

BIPARTIÇÃO DE UMA PARAMÉCIA.

A paramécia é um organismo unicelular que se

reproduz assexuadamente por, bipartição. Uma

célula paramécia origina dois seres unicelulares

idênticos, ou seja, duas novas paramécias que,

provavelmente, são geneticamente iguais ao progenitor.

Quando a reprodução é sexuada, o ADN dos gâmetas dos pais recombina se no ovo, ou zigoto.

Dai que os filhos não sejam exactamente iguais aos pais.

Apesar de os seres vivos possuírem as mesmas características dentro de cada espécie, cada

individuo tem a sua identidade própria ao expressar as suas características de uma forma

particular. Há, no entanto, algumas características que não são hereditárias e que resultam da

influência do meio ou da actividade do ser vivo.

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CARACTERES HEREDITÁRIOS E NÃO-HEREDITÁRIOS. Algumas características são

hereditárias, como, por exemplo, a cor da pele [A], o tipo de cabelo ou a cor dos olhos [b]. outras, como

um corpo musculado, que é uma característica adquirida pelo treino intenso, ao longo da vida, não são

transmitidas dos progenitores para os descendente

ONDE SE ENCONTRA A INFORMAÇÃO GENÉTICA?

O ADN – a molécula onde a informação genética está codificada – encontra–se presente no

núcleo das células eucarióticas e no citoplasma das células procarióticos.

O ADN só é visível ao microscópio electrónico. Quando as células se preparam para sofrer

divisão, o ADN é condensado e super enrolado, tornando visíveis os cromossomas ao

microscópio óptico. Os

cromossomas são porções bem

definidas de ADN.

Cromossoma: Um cromossoma é

uma longa sequência de DNA, que

contém vários genes, e outras

sequências de nucleótidos

(nucleotídeos) com funções

específicas nas células dos seres

vivos.

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No interior do núcleo celular, o ADN

forma uma substância chamada

cromatina. No período que decorre

entre uma divisão celular e à

seguinte, a cromatina está dispersa no

interior do núcleo. No entanto,

quando se aproxima o momento da

divisão celular, condensa-se e

constitui estruturas com a forma de

um pequeno bastão que se

denominam cromossomas. Apesar

dos cromossomas possuírem

tamanhos diferentes, todos têm uma

forma semelhante: um minúsculo

bastão com uma constrição, o centrómero, que o divide em dois braços, em geral de

comprimento diferente. Não obstante, a imagem que habitualmente se observa cromossomas,

corresponde a uma fase de processo de divisão celular em que o ADN já se duplicou, pelo que se

vêem dois cromossomas, chamados então cromátides, unidos pelos centrómeros: a forma de um

conjunto a um X com dois braços curtos e dois braços longos.

A replicação do ADN

A divisão de todas as

células do organismo, com

a excepção das células

germinais, é precedida pela

duplicação do material

cromossómico, pois cada

uma das células-filhas deve

receber uma cópia exacta

do ADN da célula-mãe.

Neste processo, chamando a

replicação, às duas cadeias de ADN separam-se, graças à acção de uma enzima específica.

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Junto de cada uma das duas cadeias forma-se uma nova cadeia complementar: cada cadeia

original serve de molde para uma nova que, dada à escrita correspondência entre as bases

azotadas (só são possíveis as uniões entre a adenina e timina ou entre citosina e guanina), se

torna complementar da anterior. Reconstituem-se assim duas macro moléculas de ADN

idênticas, cada uma delas compostas por uma cadeia original e por uma cadeia nova.

Algumas áreas em que se recorre às análises do ADN

Medicina forense

Os médicos forenses podem utilizar o ADN presente no sangue, no sémen, na pele, na saliva ou

em pelos, existentes na cena de um crime, para identificar o responsável. Esta técnica denomina-

se impressão genética, ou também perfil de ADN. Ao realizar a impressão genética, compara-se o

comprimento de secções altamente variáveis do ADN repetitivo, como os micros satélites, entre

pessoas diferentes. Este método é frequentemente muito fiável para identificar um criminoso. No

entanto, a identificação pode complicar-se se a cena do crime estiver contaminada com ADN de

pessoas diferentes. A técnica da impressão genética foi desenvolvida em 1984 pelo geneticista

britânico Sir Alec Jeffreys, e utilizada pela primeira vez em medicina forense para condenar

Colin Pitchfork por causa dos assassinatos de Narborough (Reino Unido) em 1983 e 1986. Pode-

se requerer às pessoas acusadas de certos tipos de crimes que proporcionem una amostra de

ADN para ser introduzida numa base de dados. Isto tem facilitado o trabalho dos investigadores

na resolução de casos antigos, onde só se obteve uma amostra de ADN da cena do crime, em

alguns casos permitindo exonerar um convicto. A impressão genética também pode ser utilizada

para identificar vítimas de acidentes em massa, ou para realizar provas de consanguinidade.

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Património Cromossómico

O património cromossómico de um indivíduo, com todos os genes que determinam no

desenvolvimento e funcionamento do seu organismo, corresponde à soma dos cromossomas do

óvulo materno e do espermatozóide paterno que se

unem no momento da fecundação. Isto é possível

porque, ao contrário das outras células do organismo

humano, que têm 46 cromossomas, os gâmetas só

dispõem de 23 cromossomas: é justamente a fusão de

um óvulo e de um espermatozóide que dá origem a

uma célula – ovo com 46 cromossomas (23 pares de

cromossomas homólogos), de cujas sucessivas

divisões surge um embrião formado por células que

têm um património cromossómico idêntico. Assim,

cada indivíduo recebe metade dos seus cromossomas

da mãe, e outra do pai.

Cada espécie possui um número constante de cromossomas. Na espécie humana, em todas as

células, a excepção dos gâmetas,

existem 46 cromossomas, agrupados em

23 pares – os cromossomas homólogos.

Os gâmetas, ou células sexuais,

possuem metade do número de

cromossomas, apenas 23 (um de cada

par), permitindo que, quando ocorre a

fecundação, o ovo e, consequentemente,

o futuro ser possuam os 23 pares de

cromossomas que caracterizam a nossa

espécie.

Dos 46 cromossomas, 22 pares são designados por autos somas, sendo morfologicamente

diferentes: o outro par é constituído pelos cromossomas sexuais que podem ser

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morfologicamente diferentes (xx ou xy). Os cromossomas possuem milhares de pequenos

segmentos de ADN dispostos topo – topo os genes. Os genes são as unidades funcionais da

hereditariedade transmitidas de uma geração para outra. Para cada gene, existem uma cópia –

alelo – num cromossoma e outra cópia no cromossoma homólogo. Cada alelo pode conter

informação alternativa para a mesma característica, por exemplo, cabelo liso versus cabelo

ondulado.

Genes

Os genes são as unidades funcionais dos cromossomas, pois cada um corresponde a um

fragmento preciso de ADN e tem uma missão correcta: a codificação da informação necessária

para a síntese duma proteína. No conjunto dos cromossomas há cerca de 50 milhões de genes

que codificam proteínas estruturais do corpo ou outras com outras funções diferentes, como

enzimas, hormonas, etc. Cada gene ocupa um lugar específico num determinado cromossoma e

actualmente a sua localização conhece-se com exactidão, pelo que se dispõe dum mapa

cromossómico conhecido como genoma

humano. Em termos gerais, os genes contêm

as instruções para a fabricação das proteínas,

constituídas por uma combinação espécie de

aminoácidos: apesar de haver milhares de

proteínas distintas, todas são formadas por

apenas vinte e seis aminoácidos diferentes e

a sua combinação encontra-se codificada nos

genes. O mecanismo que reage o código

genético baseia-se na sequência das bases

nitrogenadas dos fragmentos do ADN

correspondentes aos diversos genes.

Portanto, os quatro tipos de base

nitrogenadas formam uma espécie de alfabeto cuja leitura se realiza considerando grupos de três:

cada triple to codifica um aminoácido e a sucessão de triple tos, lida sucessivamente, determina a

composição de cada cadeia polipeptídica.

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O que é a Clonagem?

Clonagem é a produção de indivíduos geneticamente iguais. É um processo de reprodução

assexuada que resulta na obtenção de cópias geneticamente idênticas dum mesmo ser vivo –

microrganismo, vegetal ou animal. Actualmente, a clonagem é uma das técnicas de manipulação

genética mais mediáticas. Pode designar a produção de organismos idênticos ao progenitor a

partir do ADN de uma única célula deste último (clonagem de indivíduos) ou a introdução de um

gene num organismo ( por exemplo, clonagem de um gene humano numa bactéria para

produção, em larga escala, de uma proteína humana)Os clones são organismos descendentes de

uma célula de um único progenitor e são geneticamente idênticos a este.

Em 1997, fez-se o primeiro clone de um mamífero, a ovelha DOLLY. Desde essa altura que a

técnica tem sido utilizada para produzir clones de outros mamíferos, como por exemplo, gatos,

cães, porcos ou cavalos. Estes tipos de clonagem, em que se pretende criar um novo ser, «cópia»

de outro, designa-se por clonagem reprodutiva. A Investigação deste tipo de clonagem em seres

humanos é proibida pelas Nações Unidas.

No entanto, existem muitos progressos na utilização da clonagem a partir de células estaminais

(células indiferenciadas), nomeadamente de seres humanos.

Estas células podem ser encontradas n a placenta, no sangue do cordão umbilical e nos embriões.

As células estaminais são mais difíceis de encontrar no adulto, mas já foram descobertas no

cérebro, na espinal-medula, no fígado, no pâncreas, etc. A descoberta e utilização destas células

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permite curar doenças, como a leucemia, com transplantes de células estaminais para a célula

óssea, que se diferenciam em novas células sanguíneas, possibilitando a cura.

É também possível fazer com estas células estaminais, depois de processadas em laboratórios,

dêem origem a tecidos que possam ser utilizados para reconstituir tecidos de órgãos doentes.

Espera-se que, de futuro, seja possível utilizar as células estaminais para reconstruir órgãos

completos para transplante. Isto permitiria ultrapassar a dificuldade de encontrar órgãos de

dadores compatíveis e diminuir a rejeição dos mesmos, uma vez que estes seriam formados a

partir de células estaminais do próprio indivíduo.

Este tipo de clonagem, cujo objectivo é o tratamento de doenças a partir da criação de tecidos e,

provavelmente, no futuro, a criação de órgãos para transplante, formados a partir de células

estaminais, é designado por clonagem terapêutica.

Como se faz a clonagem

Embora haja diversos métodos de fabricar clones, o mais usualmente empregue é o da

transferência nuclear. Em síntese, neste método isola-se um ovócito (ou óvulo, ou seja o gâmeta

feminino existente no ovário), retira-se-lhe o núcleo, por aspiração com uma pipeta de ponta

microscópica e introduz-se o núcleo de uma célula da pele ou de outro órgão, retirada ao

indivíduo que se deseja clonar. Em seguida, por estímulos químicos e eléctricos apropriados,

provoca-se a divisão do ovócito assim preparado e vão-se dando divisões sucessivas. Colocando

este produto celular no útero de uma fêmea da mesma espécie, e se as condições forem

favoráveis, continua a evolução através dos estados de embrião e feto até ao nascimento de um

indivíduo.

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COMO SE PROCESSA A CLONAGEM

A clonagem é o procedimento científico que consiste em pegar o material genético de um

organismo para obter outro idêntico, denominado clone. Através da clonagem, não há uma união

de óvulos com espermatozóides. É verdade que a clonagem terapêutica ainda não proporcionou

resultados reais, mas também devido a questões éticas e morais ainda não se publicaram

resultados concretos de uma eventual clonagem em seres humanos. A técnica da clonagem

consiste em pegar o material genético de uma célula de um paciente para depois fazer a sua fusão

com um óvulo. Isto formaria um embrião "sintético". Deste embrião são extraídas as célula-mãe,

que seriam controladas para desenvolver-se como células de uma natureza específica

(musculares, neurológicas, etc.).Estas células "perfeitas" seriam implantadas no paciente para

supostamente curar a imperfeição orgânica ou a doença do indivíduo.

O que é o clone

O ser clonado ou clone que se desenvolve no útero e vem a nascer (caso as condições sejam

favoráveis) é indubitavelmente, um indivíduo da espécie em causa, apenas com a característica

de ser como que gémeo daquele que lhe deu origem. No caso da espécie humana (se se vier a

verificar uma clonagem de seres humanos) o clone será uma pessoa como qualquer outra,

embora com a característica de ser igual (ou quase) aquele que lhe deu origem. Isto quer dizer

que, se houver clonagem humana, o clone terá a mesma dignidade que qualquer outro ser

humano e direito a ser respeitada a sua dignidade, liberdade e integridade. Quanto à natureza do

clone, antes de ser implantado no útero, há posições divergentes. Como não resulta da fusão de

um óvulo e de um espermatozóide, há quem lhe negue a qualidade de embrião, preferindo

chamar-lhe ―embrioide‖ ou ―artefacto embrionário‖. Do ponto de vista semântico, é verdade que

o embrião é definido como resultando da penetração de um ovócito por um espermatozóide e

fusão destas duas células – mas a definição é essa por que era desconhecida, até aí, outra forma

de reprodução que não fosse a sexuada.

Outra corrente de pensamento entende que o clone, antes da implantação, é um embrião, pois

tem características idênticas às do embrião obtido por via sexual, divide-se e tem o mesmo

potencial de originar um nascituro.

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Técnica da clonagem

A clonagem é uma técnica de duplicação de um ser

vivo, sem passar pela via sexual. O clone tem

exactamente o mesmo património genético do ser

clonado. Pela via sexuada, o filho sempre tem

metade do património genético do pai e metade da

mãe. Na natureza, o caso dos gémeos idênticos é

análogo a clonagem. Um ser vivo, no início um ovo

fecundado, dividiu-se em dois e deu origem a dois

seres geneticamente idênticos, do mesmo sexo e

muito parecidos em termos de aparência. A

clonagem tem duas finalidades: reprodutiva e terapêutica. Na primeira, busca-se repetir alguém:

artista famoso, milionário, cientista genial... A pessoa doa uma célula e a partir dela é gerado um

ser geneticamente idêntico, sem passar-se pela via sexual. É o que foi feito, de certa forma, no

caso da ovelha Dolly.

O caso da Ovelha Dolly

Antes da clonagem da ovelha Dolly, os investigadores tinham chegado a clonar ovelhas a partir

de células embrionárias. Em Fevereiro de 1997, um

grupo de cientistas escoceses, liderado pelo inglês

Ian Wilmut, anuncia a realização da primeira cópia

genética (clonagem) de um mamífero adulto de 6

anos, a partir duma célula somática: a ovelha da raça

Finn Dorset, baptizada como Dolly. Na experiência,

os pesquisadores usaram uma célula da glândula

mamária, cujo núcleo (onde está armazenado o

material genético) foi retirado e transferido para um

óvulo enucleado. Essa nova célula formada com o

auxílio duma corrente eléctrica foi então implantada no útero de uma terceira ovelha, onde Dolly

foi gerada.

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Porém, enquanto a maior parte das ovelhas vive entre o 11 e os 12 anos, Dolly morreu com 6

anos e meio após ter começado a manifestar doenças frequentemente associadas à velhice, a

partir da idade de cinco anos e meio.

Um dos temores principais era que Dolly nascesse prematuramente velha. Dolly deu nascimento

a 4 ovelhas, o primeiro nascimento teve lugar em 1998, as três seguintes em 1999. Este

nascimento foi de excelentes notícias, provando que animal clonado não era um estéril e podia

reproduzir-se sem problema essencial. Recentemente tem sido demonstrado uma relação directa

entre a dimensão dos telómeros e a esperança de vida (em saber mais: a dimensão dos télomères

influencia a esperança de vida). Os telómeros agiriam como um relógio molecular que controla o

número de divisão da célula antes de induzir a sua morte. Em 1999, os cientistas observaram que

as células Dolly apresentavam sinais de envelhecimento. Em Janeiro de 2002, foi anunciado que

Dolly apresentava sinais de artrite ao quadril e os joelhos esquerdos. A artrite é uma doença

bastante comum nas ovelhas, mas habitualmente a artrite aparece numa idade mais avançada,

bem como uma localização diferente. A artrite foi tratada eficazmente graças a anti-

inflamatórios.

Os investigadores dizem que é necessário esperar os resultados da autópsia para determinar se

esta doença é ligada ao facto de Dolly ser um animal clonado. Contudo favorecem actualmente

outra hipótese. É com efeito possível que Dolly foi vítima duma infecção que progride

lentamente. Recusaram-se a citar o nome da infecção, afirmaram que pelo menos outra ovelha da

exploração agrícola onde se encontrava Dolly tinha apresentado os mesmos sinais clínicos. Para

eles a explicação mais provável é por conseguinte que Dolly apanhou esta infecção. (Em baixo,

representação da formação da ovelha Dolly.)

Dolly morrer imediatamente após o seu 6º aniversário não é, talvez, um azar. Com efeito, os

cromossomas que permitiram criar Dolly viviam a mais de 12 anos, e é nessa idade que as

ovelhas costumam morrer.

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O lado positivo da clonagem

É uma questão de tempo, porém, até que todas as dificuldades serem corrigidas - em especial na

opinião de quem vê na clonagem uma esperança de vida para milhares de pessoas. Porque,

afinal, a clonagem também tem o seu lado positivo. A técnica da clonagem não precisa de ser

aplicada apenas na produção de seres vivos (clonagem reprodutiva). Pode ser utilizada também

para fabricar células e órgãos (clonagem terapêutica). A partir de células-tronco extraídas de

embriões clonados, os cientistas acreditam que, no futuro, poderão produzir corações, rins e

outros órgãos para transplantes. Podem também cultivar células sadias que assumirão as funções

de células defeituosas do corpo das pessoas ou corrigi-las, levando à cura de paralisias, diabetes,

cirrose, hepatite e mal de Parkinson, entre outras doenças. A clonagem é uma caixa de surpresas

e de muita polémica. De um lado estão os que condenam a intervenção humana na ordem criada

por Deus, onde se encaixam os seguidores do Islão. O argumento é que a criatura não deveria

ousar tornar-se criadora. De outro lado, há quem sonhe em ver um filho amado curado de uma

doença grave com o auxílio das técnicas de clonagem. A discussão está lançada - e, agora,

ampliada para boa parte da sociedade.

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Tipos de Clonagem

Existem dois tipos de clonagem:

→ Reprodutiva;

→ Terapêutica.

Clonagem Reprodutiva:

Uma das técnicas básicas usadas por cientistas é a transferência nuclear da célula somática

(SCNT ou TNCS). Esta técnica foi usada por cientistas durante muitos anos, para clonar animais

através de células embrionárias.

É a produção de uma cópia de um indivíduo existente. É através da remoção do núcleo de um

óvulo e é substituído por outro núcleo de uma outra célula somática. A proposta seria retirar-se o

núcleo de uma célula somática que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma criança

ou adulto. Insere-se este núcleo num óvulo e implanta-se num útero. Se este óvulo se

desenvolver, teremos um novo ser com as mesmas características físicas da criança ou adulto de

quem foi retirada a célula somática. Antes de introduzir a célula somática, o cientista deve

remover os cromossomas, que contêm genes e funcionam para continuar a informação

hereditária, da célula recipiente.

Os problemas associados com a técnica de SCNT são o stress em ambas as células envolvidas no

processo. Isto resulta numa taxa elevada de mortalidade de ovos recipientes. Além disso, o

processo inteiro é um consumo de tempo e de recursos, porque as partes deste requerem o

trabalho manual sob microscópio. Similar a outras técnicas, esta é também ineficiente pois,

apenas aproximadamente 3% dos embriões sobrevivem dado logo após o nascimento.

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Clonagem Terapêutica

É um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos a clonagem para fins reprodutivos,

difere no fato do blastócito não ser introduzido no útero. Ele é utilizado em laboratório para a

produção de células – tronco a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. Esta técnica

tem como objectivo produzir uma cópia saudável do tecido ou do órgão de uma pessoa doente

para transplante. As células – tronco embrionárias são particularmente importantes porque são

multifuncionais, isto é, podem ser diferenciadas em diferentes tipos de células. Podem ser

utilizadas no intuito de restaurar a função de um órgão ou tecido, transplantando novas células

para substituir as células perdidas pela doença, ou substituir células que não funcionam

adequadamente devido a defeito genético (ex: doenças neurológicas, diabetes, problemas

cardíacos, derrames, lesões da clona cervical e doenças sanguíneas, etc. …)

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Vantagens e Desvantagens da Clonagens

Vantagens:

→O método permitiria filhos a casais inférteis ou com alto risco de transmitir aos descendentes

doenças genéticas graves;

→Utilização de clones Como doadores de órgãos;

→Cura possível para queimaduras e doenças como Parkinson, Alzheimer, diabetes e hepatite

através da obtenção de tecidos humanos com o ADN da própria pessoa.

Outros benefícios da clonagem, é evitar de gerar filhos com doenças como síndrome de Down.

Outro é as pessoas que tem problemas nos rins, nos fígados e em outros órgãos terem um

transplante do mesmo órgão mais sem o problema que o actual já tem. Animais com o risco de

desaparecerem do planeta também podem retomar a espécie.

Um dos ―benefícios‖ da clonagem, no início desta ―era‖, para alguns investigadores era a de que

a clonagem de animais domésticos fosse uma grande vantagem para os países pobres e para os

agricultores pobres em geral. Agora, pensemos um pouco. Será que isto realmente é uma

vantagem? Se virmos bem, estes agricultores pobres e as economias que eles representam, em

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vez de melhorarem, iriam ser completamente erradicados pelas técnicas de clonagem. Se a

clonagem se tornar técnica e economicamente viável, será um grande sucesso para o negócio

agrícola, permitindo produtos tão baratos que inviabilizarão o mercado para o agricultor pobre.

Haverá efectivamente mais lã, mais medicamentos ou mais leite, mas isso não trará benefícios a

uma pequena escala. Outro dilema complicado relaciona-se com o registo de novas patentes para

novas técnicas ou novos reagentes laboratoriais. Este problema não é um atributo específico da

clonagem, visto pertencer a todos os domínios da biologia cada vez mais industrializada.

Contudo, uma vez que a clonagem promete tão aliciantes lucros comerciais ao nível da indústria

da carne de vaca, da produção de derivados farmacêuticos, da utilização de células de porco para

transplantes cerebrais ou das técnicas idealizadas de regeneração de órgãos, o registo de patentes

tem sido bastante atacado nesta frente de combate.

Claro que as patentes são óptimas para a indústria. Se uma companhia tiver a patente de um certo

meio de cultura que contorna os problemas da morte prematura do gado, todos os outros que

quiserem usar esse meio têm que lhe pagar. Quanto maior for a patente, maior será o lucro. O

argumento a favor do registo de patentes é que é preciso coragem, e grandes ideias, e um grande

investimento em mão-de-obra para alguma vez se conseguirem fazer semelhantes descobertas: se

uma companhia for suficientemente intrépida para chegar até tão longe sem nenhuma garantia

preliminar de que haveria uma recompensa no final, então merece todos os biliões que conseguir

colher das suas patentes. De resto, muitos cientistas argumentam inclusivamente que o dinheiro

das patentes é o único incentivo sólido para que as companhias invistam na investigação,

recordando ainda que estamos a falar de investigação dispendiosa e desgastante, frequentemente

condenada a estender-se durante décadas sem nenhum resultado à vista, e que nunca poderia ser

financiada de outro modo.

A posição contra é que o registo de patentes rompe com uma das regras básicas para o progresso

científico: a regra da livre circulação de todos os dados após terem sido publicados. A relutância

em partilhar resultados, e até ideias, já começa a afectar a biologia moderna. Como é fácil de

prever, quanto mais pequeno for o laboratório, mais difícil é a sua sobrevivência dada esta

situação. Sob o controlo das grandes indústrias, a biologia poderá muito bem tornar-se uma coisa

árida e chata de se fazer dentro de dez anos. E os biólogos dos países pobres poderão perder

completamente a sua liberdade, pois talvez não tenham outra escolha senão a de trabalharem

naquilo que as multinacionais gigantescas decidirem que é mais rentável para o negócio em

qualquer momento determinado. Mas o pior efeito colateral desta presente tendência continua a

ser o de a sonegação de dados tornar mais lento o progresso da biologia.

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Desvantagens:

Problemas éticos, religiosos e sociais

(Como por exemplo ter a possibilidade de

criar seres sobrenaturais e perfeitos);

→Probabilidade elevada de nascimentos de

fetos com deficiências como o síndroma do

―filhote grande‖;

Técnica de baixa eficiência. Vários fetos

morrem durante a gestação ou logo após o

nascimento.

Transferência das doenças do ―ser original‖

para o seu clone;

Lesões hepáticas, tumores, baixa

imunidade.

Aproveito exagerado dos benefícios da clonagem necessitando apenas as condições

financeiras necessárias.

Riscos como envelhecimento precoce, perda de variedades genéticas, problemas

psicológicos e etc.

Termos em que a expressão clonagem é usada

Segundo cientistas, não é por acaso que decidiram usar os termos ―clone‖ e ―clonagem‖

respectivamente para os indivíduos nascidos da manipulação nucleocitoplasmática de embriões,

e para a técnica que lhes permitem nascerem, aplicando uma designação há muito tempo

conhecida, enraizada e utilizada no meio científico.

Contudo, tal escolha ―fácil‖ acabou por não se demonstrar a mais inteligente. Inicialmente

popularizado pela ficção científica, o termo ―clonagem‖ adquiriu conotações pejorativas e

assustadoras, de tal maneira que, no início dos anos 90, os especialistas começaram a pensar

duas vezes antes de o usarem em público.

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Para além disso, o termo ―clone‖ também se aplica a outras várias identidades que nada têm que

ver com a cópia de organismos preexistentes. Agora vai ser explorada a génese da palavra que

toda a gente usa hoje como nunca antes foi usada, pretendendo-se descobrir também as suas

ramificações no léxico corrente.

A história da palavra ―clonagem‖ é particularmente interessante do ponto de vista linguístico: o

termo nasceu no meio científico, foi apropriado pela ficção científica e mais tarde regressou á

ciência, designando um terceiro fenómeno diferente dos dois anteriores.

Visto ser tão óbvio que várias plantas podem ser replicadas (―clonadas‖) por multiplicação

vegetativa (p.ex., a partir de um simples ramo), é bastante provável que as primeiras civilizações

agrícolas já tivessem experiência no uso desta técnica da clonagem. Na verdade, a etimologia do

termo relaciona-se com uma palavra grega que designa um enxerto de um ramo. Mas a

cunhagem de ―clone‖ como substantivo inglês apareceu oficialmente apenas em 1903,

designando ―grupos de plantas exactamente idênticas na sua composição genética, devido à

propagação através de rebentos e não de sementes‖, ou seja, aquilo que os nossos antepassados já

produziam há séculos. Na agronomia, a técnica desenvolveu-se muito rapidamente, e em 1929,

foi aplicada aos bacilos com igual sucesso.

PROBLEMAS ÉTICOS LIGADOS COM A CLONAGEM HUMANA

A clonagem humana insere-se no projecto do eugenismo e, portanto, está sujeita a todas as

observações éticas e jurídicas que o condenaram amplamente. Como escreve Hans Jonas, a

clonagem humana é, « no método, a mais despótica e ao mesmo tempo, na finalidade, a mais

escravizadora forma de manipulação genética; o seu objectivo não é uma modificação arbitrária

da substância hereditária, mas precisamente a sua fixação, igualmente arbitrária, em contraste

com a estratégia predominante da natureza » (cf. H. Jonas, Cloniamo un uomo: dall'eugenetica

all'ingegneria genetica, p. 136: em Tecnica, medicina ed etica, Einaudi, Turim 1997, pp. 122-

154).

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É uma manipulação radical da relacionação e complementaridade constitutiva, que está na

origem da procriação humana, tanto no seu aspecto biológico como na sua dimensão

propriamente pessoal. De facto, a clonagem humana tenderia a tornar a bissexualidade um mero

resíduo funcional, ligado ao facto de ser preciso utilizar um óvulo, privado do seu núcleo, para

dar lugar ao embrião-clone, e de se exigir, por enquanto, um útero feminino para levar a cabo o

seu desenvolvimento. Põem-se, deste modo, em acção todas as técnicas que foram

experimentadas na zootécnica, reduzindo o significado específico da reprodução humana. É

nesta perspectiva que se enquadra a lógica da produção industrial: dever-se-á explorar e

favorecer a pesquisa de mercado, aperfeiçoar a experimentação, produzir modelos sempre novos.

Verifica-se uma radical instrumentalização da mulher, que fica limitada a algumas das suas

funções puramente biológicas (empréstimo de óvulos e do útero), estando já em perspectiva a

investigação para tornar possível construir úteros artificiais, o derradeiro passo para a fabricação

«em laboratório» do ser humano.

No processo de clonagem, ficam pervertidas as relações fundamentais da pessoa humana: a

filiação, a consanguinidade, o parentesco, a progenitura. Uma mulher pode ser irmã-gémea de

sua mãe, faltar-lhe o pai biológico e ser filha do seu avô. Com a FIVET (fecundação « in vitro »

e transferência do embrião), já se introduziu a confusão no parentesco, mas, na clonagem,

verifica-se a ruptura radical de tais vínculos.

Nela, como em qualquer actividade artificial, «encena-se» e «imita-se» aquilo que tem lugar na

natureza, mas a preço de menosprezar tudo o que, no homem, ultrapassa a sua componente

biológica – e esta reduzida àquelas modalidades reprodutivas que caracterizaram apenas os

organismos mais simples e menos evoluídos do ponto de vista biológico.

Cultiva-se a ideia segundo a qual alguns homens podem ter um domínio total sobre a existência

dos outros, a ponto de programarem a sua identidade biológica — seleccionada em nome de

critérios arbitrários ou puramente instrumentais; ora aquela, mesmo não esgotando a identidade

pessoal do homem que se caracteriza pelo espírito, é sua parte constitutiva. Esta concepção

selectiva do homem provocará para além do mais uma grave quebra cultural, inclusivamente fora

da prática — numericamente reduzida — da clonagem, porque fará aumentar a convicção de que

o valor do homem e da mulher não depende da sua identidade pessoal, mas apenas daquelas

qualidades biológicas que podem ser apreciadas e, por isso, seleccionadas.

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A clonagem humana recebe um juízo negativo ainda no que diz respeito à dignidade da pessoa

clonada, que virá ao mundo em virtude do seu ser «cópia» (embora apenas cópia biológica) de

outro indivíduo: esta prática gera as condições para um sofrimento radical da pessoa clonada,

cuja identidade psíquica corre o osco de ser comprometida pela presença real, ou mesmo só

virtual, do seu «outro». E não vale a hipótese de se recorrer à conjura do silêncio, porque, como

observa Jonas, seria impossível e igualmente imoral: visto que o ser «clonado» foi gerado para se

assemelhar a alguém que «valia a pena» clonar, sobre ele recairão expectativas e atenções tão

nefastas, que constituirão um verdadeiro e próprio atentado à sua subjectividade pessoal.

E, ainda que o projecto da clonagem humana fosse suspenso «entese da instalação no útero,

procurando assim subtrair-se pelo menos a algumas das consequências que até agora indicámos,

continua igualmente a ser injusto sob o ponto de vista moral.

Realmente, uma proibição da clonagem humana que se limitasse ao facto de impedir o

nascimento de uma criança clonada, permitiria sempre a clonagem do embrião-feto, daria a

possibilidade de experimentação sobre embriões e fetos e exigiria a sua supressão antes do

nascimento, revelando um processo instrumental e cruel em relação ao ser humano.

Tal experimentação é, em qualquer circunstância, imoral pelo intuito arbitrário de reduzir o

corpo humano (decididamente considerado como uma máquina composta de diversas peças) a

puro instrumento de investigação. O corpo humano é elemento integrante da dignidade e

identidade pessoal de cada um, e é ilícito usar a mulher como fornecedora de óvulos, para sobre

eles actuar experiências de clonagem.

Imoral porque está, também no caso de o ser clonado, perante um «homem», embora no seu

estádio embrionário.

Contra a clonagem humana, há que referir ainda todas as razões morais que levaram seja à

condenação da fecundação « in vitro » enquanto tal, seja à radical desaprovação da fecundação «

in vitro » destinada apenas à experimentação.

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O projecto da «clonagem humana» demonstra o desnorteamento terrível a que chega uma ciência

sem valores, e é sinal do profundo mal-estar da nossa civilização, que busca na ciência, na

técnica e na «qualidade da vida» os sucedâneos do sentido da vida e da salvação da existência.

A proclamação da «morte de Deus», na vã esperança de um «super-homem», traz consigo um

resultado evidente: a «morte do homem». De facto, não se pode esquecer que a negação da sua

dimensão de criatura, longe de exaltar a liberdade do homem, gera novas formas de escravidão,

novas discriminações, novos e profundos sofrimentos. A clonagem corre o risco de ser a trágica

paródia da omnipotência de Deus. O homem, a quem a criação foi confiada por Deus, dotando-o

de liberdade e inteligência, não tem como únicos limites à sua acção os que são ditados pela

impossibilidade prática: tais limites devem ele saber pôr-se-lhos por si próprio no discernimento

entre o bem e o mal. Mais uma vez é pedido ao homem que escolha: cabe-lhe decidir se há-de

transformar a tecnologia num instrumento de libertação ou tornar-se ele mesmo seu escravo,

introduzindo novas formas de violência e de sofrimento.

Há que sublinhar, uma vez mais, a diferença que existe entre a concepção da vida como dom de

amor e a visão do ser humano considerado como um produto industrial.

Suspender o projecto da clonagem humana é

um compromisso moral que se deve saber

traduzir em termos culturais, sociais e

legislativos. Com efeito, o progresso da

investigação científica não se identifica com

o despotismo científico emergente, que hoje

parece tomar o lugar das antigas ideologias.

Num regime democrático e pluralista, a primeira garantia da liberdade de cada um concretiza-se

no respeito incondicional da dignidade do homem, em todas as fases da sua vida e

independentemente dos dotes intelectuais ou físicos de que goza ou está privado. Na clonagem

humana, acaba por cair a condição necessária para toda e qualquer convivência: a de tratar o

homem sempre e em qualquer situação como fim, como valor, e nunca como puro meio ou

simples objecta.

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Clonagem em Portugal

Enquanto em Espanha, Grécia ou Itália, a lei proíbe toda e qualquer investigação sobre a

clonagem humana, há sete Estados-Membros da União Europeia nos quais esta possibilidade não

está sequer prevista, e Portugal é um deles. Isto quer dizer que, teoricamente, é possível realizar,

em Portugal, a clonagem dum embrião humano, com fins experimentais, à semelhança do que foi

feito nos E.U.A. O alerta partiu da própria Comissão Europeia que adianta que, no caso

português, nem sequer está prevista qualquer legislação nesse sentido. Assim, seria legal realizar

uma experiência deste tipo em Portugal, o mesmo acontecendo na Bélgica, Finlândia,

Dinamarca, Luxemburgo, Holanda e Suécia. Uma directiva de 1998 proíbe toda a utilização de

embriões para fins comerciais e industriais sem, no entanto, tratar os programas de investigação

e desenvolvimento de experiências neste campo. Apenas três países da União Europeia

assinaram e ratificaram a Convenção de Oviedo (Espanha), elaborada em 1997 no âmbito do

conselho da Europa, que prevê a interdição de toda a investigação sobre clonagem humana:

Espanha, Grécia e Itália. Portugal assinou a Convenção mas ainda não a ratificou. França,

Alemanha e Áustria não ratificaram nem assinaram o documento, mas tem legislação nacional

que impede qualquer experiência desse tipo, enquanto na Irlanda essa disposição está prevista na

Constituição. Por seu lado, o Reino Unido está a examinar, com carácter de urgência, uma

proposta de lei para impedir a clonagem humana para fins de reprodução.

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Conclusão

Com este trabalho, conclui que a clonagem consiste basicamente na reprodução assexuada de

indivíduos geneticamente iguais. Contudo, nos últimos anos, o termo clonagem tem assumido

um significado especial, relacionado com o processo laboratório de obtenção de indivíduos

geneticamente iguais através de técnicas de manipulação celular e de tecidos.

A clonagem faz-se no reino vegetal há muito tempo, através de culturas de tecidos, na

floricultura e na fruticultura, com resultados muito satisfatórios, e também na recuperação de

espécies vegetais em vias de extinção, assim como em animais inferiores, mas só recentemente,

com o caso muito mediático da ovelha Dolly, é que foi possível a clonagem de mamíferos.

Embora se multipliquem os estudos sobre a clonagem artificial, esta continua com elevada taxa

de insucesso. Os embriões clonados são pouco viáveis e os poucos clones resultantes apresentam

anomalias que comprometem a sua sobrevivência, nomeadamente envelhecimento precoce e

falhas nos sistemas vitais.

Enquanto em Espanha, Grécia ou Itália, a lei proíbe toda e qualquer investigação sobre a

clonagem humana, há sete Estados-Membros da União Europeia nos quais esta possibilidade não

está sequer prevista, e Portugal é um deles.

A clonagem despertou a sociedade para problemas éticos, envolvidos na experimentação

científica, levantado mais uma vez a dúvida sobre até que ponto a investigação deve ser libertada

da consciência ética-moral.

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Bibliografia

Manuais de apoio:

DESCOBRIR A TERRA

BIOLOGIA DO 11º ANO

ENTRE OUTROS

www.wikipedia.org/wiki/Clonagem

/ www.suapesquisa.com clonagem/

www.acidigital.com/clonagem/index.html

www.igc.gulbenkian.pt/langind/mediapub/media/dna/what_is_dna.html

www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalh

os/adn.htm -

dn.sapo.pt/2009/03/18/sociedade/condenados_identificados_pelo_com_a_.html

www.todabiologia.com/genetica/clonagem.htm

www.afilosofia.no.sapo.pt/10clonagem.htm

www.estadao.com.br/especiais/dolly-e-a-clonagem,351.htm –

www.newstin.com.pt/tag/pt/43238733

Trabalho efectuado por: Maria Tinoco Nº 7