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Citros
o transporte damosca-negra por
frutos não ésignificativo. O
inseto é capaz devoar até 187
metros em 24horas. A
disseminação dapraga pode
também ocorrerpor meio de
folhas infestadas,carregadas pelo
vento
Assim como a mosca-branca, a mosca-negra-dos-citros surge como novo probLema, a serenfrentado peLos fruticuLtores, capaz de gerargrandes danos econômicos e ambientais
impacto negativo da intro-dução da mosca-negra-dos-
citros (Aleurocanthus woglumi) Ashby(Hemiptera: Aleyrodidae) em regiões pro-
dutoras de frutas pode ter conseqüên-cias desastrosas, não somente do pon-to de vista econômico, mas, também,
ambiental, devido aos efeitos que asmedidas de controle adotadas podemter sobre os recursos naturais quantoao dano da praga na flora nativa, eainda à sua possível adaptação a ou-tras espécies comerciais, no momen-to não consideradas hospedeiras.
Como a mosca-negra é uma pragaaltamente danosa e apresenta riscos deprovocar barreiras fitossanitárias impos-tas por países importadores de fru tas, de-vem ser tomadas medidas emergenciais,
para reduzir o risco de entrada e o esta-belecimento desta praga nos pólos de fru-ticultura irrigada do semi-árido. Como
meta do projeto "Rede de Pesquisa emSanidade Vegetal: análise e mitigação dos
riscos na importação e exportação de pro-dutos agrícolas", elaborado pela Ernbra-
pa e Instituições parceiras, a partir dejulho de 2003, foi iniciado o monitora-mento de A. woglumi no Submédio São
Francisco, para detectar sua presença naregião. Também estão sendo ministra-dos treinamentos e palestras, objetivan-
do o reconhecimento da praga, de seusdanos e sintomas de ataque, para quepossam reconhecê-Ia rapidamente, casovenha a ser introduzida no pólo Petroli-na-Juazeiro.
DANOSDA PRAGATanto os adultos como as formas
imaturas de A. woglumi sugam a seivadas plantas, deixando as plantas debili-
tadas, levando-as ao murchamento e,muitas vezes, à morte. A frutífícação fica
reduzida e as perdas podem alcançar até
80%. Eliminam uma excreção açucara-da, induzindo o aparecimento de fuma-
gina. Esse fungo pode revestir totalmente
as folhas da planta, com isso reduz afotossíntese, impede a respiração daplanta e diminui o nível de nitrogênionas folhas. Em altas concentrações, a fu-
magina interfere na formação dos fru-
tos, prejudicando a produção e diminu-indo o valor comercial do produto.
PLANTAS HOSPEDEIRASE DISPERSÃOOS hospedeiros primários deA.1I\r
glumi são as plantas de citros, cajueaba-
cate. Contudo, podem atacar mais de300 espécies de plantas. São hospedei-ros secundários: café, manga, uva, goia-
ba, banana, figo, rosas, maçã, mamão,pêra, romã e marmelo, entre outros.
O principal meio de dispersão para
Fotos Embrapa Semi-Árido
A mosca-negra-dos-citros(Aleurocanthus woglumi) Ashby(Hemiptera: Aleyrodidae), é con-siderada no Brasil praga quaren-tenária A2, isto é, possui impor-tância econômica potencial, jáestá presente no país, porémapresenta disseminação localiza-da e está sob um programa ofici-al de controle. Foi registrada pelaprimeira vez em nosso país, em2001, no município de Belém
(PA). Com origem asiática, ocor-re também na África, Oceania,Américas do Norte, Central e doSul e pode atacar mais de 300
espécies de plantas.
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locais distantes é por material de propa-
gação infestado, transportado pelo ho-mem, principalmente em plantas orna-
mentais. O transporte da mosca-negrapor frutos não é significativo. O inseto é
capaz de voar até 187 metros em 24 ho-ras. A disseminação da praga pode tam-bém ocorrer por meio de folhas infesta-
das, carregadas pelo vento.
DETECCÃO, INSPECÃOE IDENTIFICAÇÃO'A inspeção deve ser feita sempre na
região inferior da folha da planta hospe-deira, utilizando-se lupa de bolso oumicroscópio estereoscópico. As folhasjovens abrigam todos os estágios do in-
seto. A coloração marrom escura ou pretae brilhante da fase imatura facilita a vi-
sualização do inseto. Plantas ornamen-tais e partes destas, principalmente ro-
sas, devem ser cuidadosamente inspeci-
onadas por serem excelentes veículos detransporte. A identificação taxonômicageralmente é feita por meio da exúvia dapupa. Para identificação rápida e efici-
ente deste inseto, um padrão molecularpara esta espécie foi estabelecido por téc-
nicas de RAPO.
MOSTRAGEM E NíVELDE CONTROLEPoucos estudos têm sido realizados
sobre amostragem e nível de controle damosca-negra. Prospecções em mangueirae goiabeira são realizadas em plantios co-
merciais, no Submédio São Francisco,
tomando-se por base a amostragem járecomendada para Citrus e na Produção
Integrada de Mangueira no Vale do SãoFrancisco, onde são utilizadas 10 plan-tas por hectare. A amostragem é realiza-da ao acaso, dividindo-se a copa da planta
em quadrantes. A cada 15 dias, em cadaplanta amestrada, é observada a face in-ferior de oito folhas novas (d uas em cada
quadrante).
TIPOS DECONTROLEBiológico: Em diversos países de
ocorrência, o controle biológico da mos-
ca-negra tem sido mais eficiente que ocontrole químico, e é realizado utilizan-
do os himenópteros parasitóides Eretmo-cerus serius, Encarsia clypealis, Encarsiaopulenta e Amitus hesperidum. A praga
foi controlada com sucesso no México ena Jamaica, utilizando-se E. opulenta eE. serius. Os predadores são os mesmos
das moscas-brancas, destacando-se oscrisopídeos - Chrysopa spp., Ceraeochry-sa sp-bicho lixeiro e joaninhas, comoAzya lupteipes, Delphastus pellidus, D. ptt-sillus e Scymnus spp, e os fungos ento-mopatogênicos Aschersonia aleyrodis eVerticillium lecanii. No Brasil, já foramidentificados, no Pará, os fungos A.aleyrodis, Fusarium sp. e Aegerita webbe-ri, infectando a mosca-negra.
Químico: Vários inseticidas foram
testados para o seu controle. Inseticidascomo monocrotofós, oxydemeton-metil,fosfamidon e dimetoato são os mais usa-
dos. O malathion e dimetoato são efici-entes no controle das ninfas. Outros in-seticidas, tais como permetrina, fenva-lerate, cipermetrina, deltametrina, ciflu-
trina, acefato e fentoato, são eficientes
no controle de pupas. Também é reco-mendada a aplicação de sabões e óleos.
Controle Integrado: Preservação dosinimigos naturais, pela racionalização dasaplicações de inseticidas e utilização de
barreiras contra o vento, boa drenageme adequada adubação das plantas.
AÇÕESPREVENTIVASUtilizar mudas provenientes de lo-
cais livres da praga. Quando importa-das, nos portos e aeroportos, realizar
inspeção cuidadosa de folhas novas deplantas hospedeiras (principalmenteornamentais, como as rosas) ou par-tes destas e exigir o Certificado Fitos-sanitário, com especificação does)
tratamento(s) realizado(s) antes daimportação.
Em caso de suspeita, deve-se cole-tar amostra da planta com o inseto eencaminhar imediatamente a qualquerlaboratório de Entomologia de Insti-tuições, como Embrapa, Uníversída-
Os adultos são alados e se alimentam por suc-ção. As fêmeas medem cerca de 1,2 mm e o macho,0,8 rnrn., lembrando a mosca branca, porém de co-loração preta com tons cínza-azulados. Dependen-do das condições climáticas, podem ocorrer de qua-tro a sete gerações por ano. As fêmeas ovipositam
na parte inferior das folhas jovens e a postura apre-senta-se em forma de espiral. As fêmeas põem umamédia de 100 ovos durante todo o ciclo de vida.
Os ovos são alongados, de coloração branco-cre-mosa. As ninfas são escuras e achatadas, de colora-ção negra brilhante e cerdas cerosas esbranquiça-das marginais. No primeiro ínstar são bastante ati-vas, com seis pernas, movem-se por um curto perí-odo de tempo e depois inserem as peças bucais nasfolhas e começam, então, a sugar a seiva elabora-da. O quarto e último ínstar é chamado de pupá-rio, o qual é brilhante e circundado por secreçãocerosa branca com grandes cerdas dorsais. A fe-
cundidade e sobrevivência de A. woglumi estão di-retamente relacionadas com a planta hospedeira eseu desenvolvimento é favorecido por temperatu-ras entre 28 e 32 DC e umidade relativa do ar eleva-
da, entre 70 e 80 %. Pode ser encontrada durante
todo o ano, entretanto a sua reprodução é baixanos meses mais frios e chuvosos.
des ou Empresas Estaduais de Pesqui-sa, para a identificação do inseto. Ime-diatamente após a retirada da amos-tra para a identificação, tratar o mate-rial infestado. ~
Flávia Rabelo Barbosa eBeatriz jordâo Paranhos,Embrapa Sem i-Árido
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