Cisão Varig

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Arquivo Ttulo: Management Control in the Internationalized

Brazilian Firm: The Case of VARIG S.A

Autor: Joo Mandim de OliveiraProfessor Responsvel: Prof. D.Sc. Josir Simeone Gomes Nmero de Pginas: 30

I.

INTRODUO

Este estudo explora o sistema de controle gerencial, as rpida mudanas ocorridas no contexto social e organizacional, caracterizado por uma uma grande instabilidade serve para direcionar as empresas a melhorarem a qualidade das decises gerenciais, afim de alcanar os objetivos da administrao.

Este estudo explora a importncia do sistema de controle gerencial, como um instrumento de gesto, as rpidas mudanas ocorridas no contexto e organizacional caracterizado por grande instabilidade, mostra os caminhos a serem seguidos pela organizao. Servem para direcionar a empresa no alcance dos seus objetivos.

As variaes ao longo do tempo nos leva a muitas interpretaes.

O controle gerencial suscetvel a muitas interpretaes diferentes do estudo terico deste conceito desde sua rea especifica de especializao e somente em aspecto isolado do controle, porem novas abordagens na tentativa de adaptar-se ao ambiente cada vez mais dinmico e complexo que impactam o seu relacionamento com o mundo externo e o ambiente interno, o processo de controle tem a sua compreenso bastante limitada.

2 Este trabalho tem por objetivo verificar as causas que levaram a empresa VARIG S. A. ao processo de internacionalizao e se houve mudanas no seu sistemas de controles gerenciais.

Atravs do estudo de caso desta empresa, pretendemos verificar como se deu esta internacionalizao, observando os seus controles gerenciais.

Na realizao deste estudo observaremos dois conceitos importantes, segundo a classificao de Dyment(1),

que diz: empresas globalizadas devem ser gerenciadas

de modo bem diferente das empresas nacionais ou multinacionais. O sistema de controle gerencial deve ser estruturado a atender estratgia mundial. Enquanto que as multinacionais tradicionais por seguirem uma estratgia e estruturas

organizacionais so definidas localmente pelas unidades dos pases em que operam.

O conceito de Dyment importante para objetivo do nosso trabalho, pois indica uma distino entre uma empresa global de uma empresa domstica ou uma empresa multinacional. O sistema de controle gerencial dever ser planejado para adequar-se a uma estratgia global (2).

II. A LITERATURA SOBRE CONTROLE GERENCIAL

O sistema contbil de qualquer organizao independe do ramo de atuao, constituise como seu principal sistema de informaes. Ele deve fornecer dados que auxiliem a organizao em busca de seus objetivos, juntamente com os meios para atingi-los, alm de permitir a avaliao e anlise dos resultados.

Segundo Horngren

(3),

o sistema contbil dever fornecer informaes sob trs

enfoques: registro de resultados (acumulao de dados); direcionamento da ateno (o relato e a interpretao que auxiliam a administrao a concentrar-se nos problemas operacionais, nas imperfeies, ineficincia e oportunidades); e soluo de problemas (a quantificao concisa dos mritos relativos dos possveis cursos de ao, com recomendaes quanto ao melhor procedimento).

3 No entanto o mesmo autor ressalta que o sistema contbil no deve ser confundido com o sistema de controle, apesar daquele fornecer informaes para controle, haja vista que o controle uma funo gerencial, no uma funo contbil, e deve promover a eficincia operacional.

Para Anthony e Govindarajan

(4),

o controle gerencial "o processo que os

administradores usam para assegurar que os membros da organizao implementem as estratgias". Outros autores, no entanto, ao definirem controle gerencial incluem tanto o controle de estratgias como o operacional. Gomes e Salas1 reforam que o controle fundamental para assegurar que as atividades de uma organizao estejam indo ao encontro dos objetivos traados por ela, alm de contribuir para a manuteno e melhoria da sua posio competitiva e para a consecuo de suas estratgias, planos, programas e operaes. Ainda, segundo Gomes e Salas2, O controle de gesto refere-se ao processo que resulta da inter-relao de um conjunto de elementos internos (formais e informais) e externos organizao que influem no comportamento dos indivduos que formam parte da mesma. A atuao da administrao pode ser muito importante no desenho de um sistema e na realizao de um processo que permita influir decisivamente no comportamento das pessoas para que atuem de acordo com os objetivos negociados pela administrao.

Desta forma, o desenho e os resultados do controle so influenciados diretamente por aspectos que nem sempre so determinados pela administrao da organizao, ou pelo menos no integralmente, como por exemplo, a cultura organizacional e o contexto social do pas em que opera. Da deriva a importncia da organizao possuir um conjunto de sistemas e instrumentos que impulsionem as diferentes pessoas e grupos a agirem de forma congruente com as diretrizes estabelecidas pela administrao.

1

GOMES, Josir Simeone e SALAS, Joan M. Amat. Controle de gesto: uma abordagem contextual e organizacional. So Paulo: Atlas, 1997. 2 Op. Cit

4 Unir esforos, auxiliando a administrao na consolidao dos diferentes objetivos de suas partes, com vistas ao alcance da misso da organizao, o que se espera de um sistema de controle gerencial, mas, para tanto, ele deve ser capaz de adaptar-se s mudanas ocorridas em seu ambiente, interno ou externo. Ainda na viso de Gomes e Salas3, o processo controle deve considerar trs elementos: o sistema de controle propriamente dita (estrutura e processo de controle), o contexto organizacional e o contexto social, devendo a determinao de um ou outro sistema de controle ser influenciada em decorrncia das caractersticas peculiares a cada organizao e a seu contexto social.

A estrutura de controle, desenvolvida em funo do contexto social, da estratgia da empresa e da responsabilidade de cada gestor, compreende o sistema de medidas, o sistema de informaes e o sistema de incentivos. J o processo de controle engloba a formulao de objetivos, o oramento e a avaliao do desempenho.

O contexto organizacional compreende, ento, a estrutura da organizao, a estratgia, as pessoas e as relaes interpessoais existentes entre elas, assim como a cultura organizacional, enquanto o contexto social compreende o mercado e o setor competitivo, o pas e sua sociedade, com todos os seus valores, aspectos culturais e polticos.

Percebe-se, neste contexto, que muitas so as variveis determinantes do sistema de controle a ser utilizado pela organizao. Com base nesta diversificao, Gomes e Salas (2) propem diferentes tipos de controles organizacionais adequveis segundo a dimenso (pequena ou grande) e o contexto social (local ou internacional) em que se encontram inseridas as organizaes.

Para estes autores, o sistema de controle gerencial pode ser classificado em familiar, burocrtico, ad-hoc e por resultados.

3

Op. cit.

5 O controle familiar utilizado em empresas em que a pequena dimenso ou um contexto social estvel facilita um controle mais informal, onde a estrutura organizacional muito centralizada e a estratgia traada pelo lder. Neste tipo de controle, h um pequeno grau de delegao, mas, de forma geral, a gerncia centraliza grande parte das decises e aes, o que reduz a necessidade de fortes controles. No controle de gesto familiar, quando h delegao de autoridade, esta se baseia na amizade pessoal e no desenvolvimento de uma cultura que promova a lealdade e a confiana. Desta forma, este modelo condicionado s caractersticas do lder

(normalmente o fundador).

O controle burocrtico prprio de ambientes pouco competitivos, de organizaes de grande porte, centralizadas e normalmente fechadas para o exterior, onde predominam acentuada distncia hierrquica entre os diversos nveis, limitada orientao para o mercado e nfase na estabilidade, sobressaindo-se os sistemas formais, baseados em controles financeiros.

O controle por resultados tambm baseado em sistemas de controles financeiros, existindo em ambientes muito competitivos, com elevado grau de descentralizao, atravs da utilizao de centros de responsabilidades avaliados com base nos resultados apresentados. Tal descentralizao, unida grande dimenso da empresa, obriga necessidade de sistemas formais de procedimentos para facilitar o controle. Normalmente, a organizao que adota este tipo de controle tem estratgia com nfase no curto prazo e no mercado.

O controle ad-hoc utiliza mecanismos no-formais, promovendo o auto-controle em ambientes muito dinmicos e de grande complexidade, que dificultam a formalizao de procedimentos, alm de basear-se em estruturas descentralizadas.

Apesar desta distino, em muitos casos, os sistemas de controle de gesto adotados pelas empresas possuem, simultaneamente, caractersticas de mais de um dos tipos de controle apresentados por Gomes e Salas.

A necessidade de adaptao dos sistemas de controle de gesto por parte das empresas intensificada pelas grandes mudanas que vm ocorrendo no contexto social e

6 organizacional, influenciando diretamente o desempenho da organizao. Dentro desta viso, tambm se enquadram as empresas que passaram por um processo de internalizao. Assim, para alguns autores, tais empresas devem ser gerenciadas de modo diferente, tendo seu sistema de controle estruturado para atender estratgia mundial, porm, de modo a respeitar as diferenas culturais existentes entre os diferentes pases. Macintosh (10) refora esta teoria, ao considerar que os sistemas de controle gerencial deveriam ser diferentes em forma e uso entre os diversos departamentos de uma empresa (o sistema de controle de um departamento de marketing, por exemplo, no deve ser idntico ao de um departamento produtivo). Esta situao se intensifica no caso de unidades de negcios localizadas em pases distintos.

A gesto do capital intelectual torna-se mais difcil medida em que a extenso geogrfica coberta pela organizao aumenta, como no caso das empresas que decidem internacionalizar-se, em virtude de diversos fatores, entre eles as divergncias culturais e scio - econmicas. Da mesma forma, o controle gerencial precisa estar atento ao contexto da organizao, bem como s modificaes no ambiente social, e, principalmente, s caractersticas da empresa quanto gesto do seu capital intelectual, que considerado o principal ativo nos tempos atuais.

Alguns estudos j foram realizados abordando a discrepncia entre a realidade corporativa, e a teoria de que empresas gerencial ao internacionalizar-se. Em alguns casos, realmente as empresas modificaram o sistema e a estrutura de controle com o advento da internacionalizao. J em outros, as empresas estudadas no efetuaram adaptaes relevantes.

A necessidade de adaptao dos sistemas de controle de gesto por parte das empresas intensificada pelas grandes mudanas que vm ocorrendo no contexto social e organizacional, influenciando diretamente o desempenho da organizao. Dentro desta viso, tambm se enquadram as empresas que passaram por um processo de internacionalizao. Assim, para alguns autores, tais empresas devem ser gerenciadas de modo diferente, tendo seu sistema de controle estruturado para atender estratgia mundial, porm, de modo a respeitar as diferenas culturais existentes entre os

7 diferentes pases. Macintosh4 refora esta teoria, ao considerar que os sistemas de controle gerencial deveriam ser diferentes em forma e uso entre os diversos departamentos de uma empresa (o sistema de controle de um departamento de marketing, por exemplo, no deve ser idntico ao de um departamento produtivo). Esta situao se intensifica no caso de unidades de negcios localizadas em pases distintos.

Outro aspecto a ser observado diz respeito gesto do capital intelectual. Para Stewart5, Hoje, quando o conhecimento tornou-se a principal matria-prima e resultado da atividade econmica, a inteligncia organizacional pessoas inteligentes trabalhando de formas inteligentes deixou de ter um papel coadjuvante e assumir o papel principal. Para as pessoas que alocam dinheiro s empresas (ou seja, os investidores), para as pessoas que alocam dinheiro dentro das empresas (ou seja, os gerentes) e para as pessoas que alocam suas vidas a elas (ou seja, os funcionrios), o capital intelectual tornou-se to vital que no justo dizer que uma organizao que no est gerenciando o conhecimento est prestando ateno ao negcio.

A gesto do capital intelectual torna-se mais difcil medida em que a extenso geogrfica coberta pela organizao aumenta, como no caso das empresas que decidem internacionalizar-se, em virtude de diversos fatores, entre eles as divergncias culturais e scio-econmicas. Da mesma forma, o controle gerencial precisa estar atento ao contexto da organizao, bem como s modificaes no ambiente social, e, principalmente, s caractersticas da empresa quanto gesto do seu capital intelectual, que considerado o principal ativo nos tempos atuais.

III. A GLOBALIZAO E O NOVO CONTEXTO SOCIAL Gomes6 aponta que a maioria dos sistemas de administrao utilizados atualmente foi desenvolvido em situaes completamente diferentes das observadas na atualidade. As atuais tcnicas de contabilidade - absoro dos sistemas de custos, oramentos

8 flexveis - foram desenvolvido num contexto social de condies estveis, presso competitiva reduzida, em estruturas centralizadas, com uma produo de bens unificada que tiveram um ciclo de vida longo e um alto e componente trabalho de produo de custo.

Porm, as mudanas que aconteceram nos ltimos anos conduziram as organizaes a um contexto social mais aberto, internacional e dinmico no qual a crescente competio e as constantes mudanas trouxeram, inevitavelmente, grande influncia aos sistemas de controle gerencial. De acordo com Otley7, as principais mudanas ambientais foram: - o aumento do grau de incerteza; - o tamanho das organizaes; - concentrao e alianas; e - o declnio da indstria manufatureira.

Como uma conseqncia para as companhias, entre outras, a velocidade de mudanas trouxe uma dificuldade crescente em se prever o futuro. De acordo com Otley8, o corao de qualquer sistema de controle consiste em um modelo de previso que usado para avaliar os efeitos potenciais de alternativas de ao; qualquer reduo na capacidade para prever as conseqncias de mudanas reduz a capacidade de organizao para controlar seu destino.

Tais mudanas tm as mais variadas origens - tecnolgica, social, poltica -, porm elas tm como uma caracterstica comum afetar uma maior parte da populao a cada tempo. Alm disso, tambm trouxeram mudanas ticas. Agora, as expectativas so criadas em uma escala global; a atmosfera local est longe de ser a nica - e em alguns casos, a principal - influncia do que considerado desejvel ou apropriado. As fontes tradicionais de valores morais foram interrogadas, mas, por outro lado, no foi considerada nenhuma outra referncia coerente ou articulada. Em que pese o ambiente globalizado, o resultado final do processo se tem traduzido atravs de um

9 mundo cada vez menos previsvel, e no qual o controle organizacional tem ficado cada vez mais complexo.9 Assim, Gomes10 demonstrou que o reflexo da maior incerteza que decises e comportamentos tm pouco de um carter rotineiro o que o torna difcil de estruturar e analisar sob condies racionais e lgicas. Outra implicao que um modelo limitado e insuficiente da previso fica relativamente disponvel a uma relao priori entre o resultado desejado com os recursos necessrios e as decises mais apropriadas para adquiri-los. Como resultado, h uma maior dificuldade no desgnio de planejamento, na avaliao do comportamento e na fabricao de decises corretivas. Sob o ponto de vista de Otley11, a conseqncia das mudanas rpidas para as organizaes expressa nas idias de competio global e na necessidade das companhias de se tornarem "companhias mundiais" para sobreviver. Outra conseqncia o modo de lidar com as mudanas. Como as mudanas foram mais rpidas, as organizaes tm dedicado menos recursos a uma administrao efetiva de suas operaes, e cada vez mais recursos para adaptar suas operaes s novas circunstncias. Em circunstncias normais, esta adaptao exige um planejamento cada vez mais preciso para prever as conseqncias decorrentes das mudanas ocorridas. Assim, a atitude mais apropriada desenvolver uma habilidade de reao imediata s conseqncias das mudanas, assim que elas apaream. A "administrao de mudanas" foi uma habilidade de administrao necessria, porm, no uma atitude discreta limitada por perodos de estabilidade, mas recorre a um contexto de mudana contnua. A segunda grande mudana no contexto empresarial, de acordo com Otley12, o significante movimento de reduo do tamanho das unidades empresariais - em parte explicada atravs das mudanas tecnolgicas -, assim como a tendncia das

9

GOMES, JOSIR S. Control managerial in the era of the globalizao. Report Fourth International Management Control Systems Research Conference. July 8, 1998. 10 Op. cit. 11 Op. cit., p. 292. 12 Op. cit.

10 companhias em concentrarem seu campo de atuao em determinada rea, evitando divergir sua ateno a atividades colaterais de importncia menor.

O movimento de concentrao das companhias em seu campo de atuao foi complementado por uma tendncia formao de alianas e parcerias. Como os processos que no so parte da competncia principal da organizao so afastados, seus produtos e servios relacionados precisam ser substitudos, o que realizado atravs de fontes externas (outsourcing, sociedade), o que pode ser feito de um modo mais seguro atravs de alianas mais longas. Tal tendncia enfatizada por sistemas de organizao de produo que incorporam a filosofia de just in time. Assim, ainda de acordo com Otley13, a extenso da atividade de controle gerencial foi aumentada, sendo apenas restringida aos limites legais da organizao, enquanto a integrao vertical era dominante nos 60 e 70, as parcerias e alianas esto se tornando atitudes dominantes nos 90, o que implica num modelo de gerenciamento mais cooperativo e baseado em grupos, em contraste com os estilos competitivos e individualistas. Evidentemente, isto pedir novas prticas em controle gerencial; tais sistemas de controle tero que cruzar os limites legais da organizao, como tambm as bordas nacionais para lidar eficazmente com os processos que vo alm de tal limite. Em resumo, Gomes14 aponta que as variveis-chaves do controle gerencial no novo contexto so a flexibilidade, a eliminao de nveis hierrquicos intermedirios, obedecendo os sistemas de controle gerencial, a cultura organizacional, a estrutura, a estratgia organizacional e o contexto social, e a resposta rpida para as mudanas. As caractersticas exigidas de um sistema de controle gerencial so: estar pronto para negociaes longas, atribuir mais nfase a dados futuros, estender a utilizao de medidas no-financeiras, intensificar a utilizao da marca a nvel interno e externo, e enfrentar a ambigidade das decises estratgicas.

Finalmente, faz-se necessrio a adoo de uma perspectiva mais extensa do controle, no qual o controle organizacional executado por mecanismos diferentes que motivam, guiam e influenciam o comportamento individual e organizacional para ser13

Op. cit., p. 293.

11 o mais conveniente de modo a alcanar os objetivos da organizao. Nesta perspectiva, o controle no realizado apenas pela gerncia, mas, tambm, por todos e cada uma das pessoas que so consideradas parte da organizao; realizado permanentemente, e no apenas a posteriori; no estando limitado aos aspectos tcnicos de seu desgnio, mas sendo satisfatrio tanto cultura da organizao como tambm a seus participantes.

IV.CASO VARIG S.A.

No ano de 1921, Otto Ernst Meyer Labastille, emigrou para o Brasil e pouco tempo depois se naturalizou brasileiro.

Ele veio para trabalhar nas empresas txteis dos irmos Lundgreen, em Recife, mas trazia a idia de fundar no Brasil uma empresa de aviao comercial. Na primeira oportunidade que surgiu, Otto revelou ao seu patro os planos que tinha na cabea e tentou convenc-lo a tornar possvel a sua concretizao. No obteve xito. Ningum aquela altura, poderia acreditar numa idia, a bem dizer mirabolante.

Otto mudou-se mais tarde para o Rio de Janeiro, onde conseguiu abrir uma agncia de passagens martimas, mas o seu amor pela aviao e a sua idia de fundar uma empresa area no Brasil continuavam firmes, apesar de tudo.

Do Rio, Otto transferiu-se para Porto Alegre, onde se instalou com um escritrio de representaes.

Em 1925/26, Otto conseguiu apoio de algumas personalidades do estado, obtendo o compromisso de contriburem com o seu prestgio e com uma parcela financeira, para que pudesse levar avante a sua idia.

. 1 Vo de Demonstrao

14

GOMES, J., WHISTLES, I.A.T.C., OLIVE TREE, L.C.S. & PERES, V.L.P. it Controls managerial in internationalized Brazilian companies: the case of the Co. White Martins. Paper presented in Business Association of Latin American Studies Conference, New Orleans, 1999

12 No dia 27/01/1927, s 09:30h, O Atlntico um hidro-avio, que levantou vo na baa de Guanabara, fez escalas em Santos, So Francisco do Sul e Florianpolis, sempre aplaudido por multides, que se acotovelavam para v-lo, pousou em Porto Alegre s 12:20h do dia 29.01.1927, depois de 51:50 horas de operao.

. Em 07 de maio de 1927: Realizou-se a primeira Assemblia Geral reunindo 550 acionista de Porto Alegre e do estado RS, nascendo a VARIG, primeira empresa area Brasileira, sob a razo social: Sociedade Annima Empresa de Viao Area Rio-Grandense - VARIG .

Otto Ernst Meyer Labatille fundador Presidente, em 16.05.27 muda a razo social VARIG S.A. para Viao Area Riograndense.

Dizia ele: A VARIG foi criada para servir. Ela se orgulha do privilgio de servir ... Tenho a inteira convico de que a VARIG, graas ao alto esprito de responsabilidade de seu elemento humano, saber caminhar sempre pela trilha do progresso.

Nosso fundador fazia questo de entrevistar pessoalmente os candidatos a emprego, dar seu toque pessoal, pois, para ele o ser humano haveria de ser sempre o principal e mais valioso patrimnio da empresa.

Nas entrevistas destacava trs atitudes comportamentais: - O olhar os olhos so o espelho da alma - O aperto de mo devia ser expressivo - O brilho dos sapatos denotava a preocupao com a aparncia Gostava de enfatizar que nunca se enganou. Alm disso, dizia sempre que para dar certo todo funcionrio devia amar a sua empresa, gostar daquilo que fazia e confiar nas pessoas.

. 1933 O Progresso Empresa operava em quase todo o Rio-Grande do Sul;

13 . 1941 Com a deflagrao da II Grande Guerra Mundial, Otto Meyer que dirigia a empresa a 15 anos, decidiu que era a hora de passar o comando para Ruben Martin Berta (primeiro funcionrio). Era de origem alem, e, embora brasileiro naturalizado, achava que sua permanncia poderia prejudicar a VARIG.

. Ruben Berta, como presidente da VARIG estendeu suas rotas em direo ao Prata e aos grandes centros do pas, nas regies Sul e Sudeste. Ruben Berta legou-nos nossa Carta Magna, ainda em vigncia, da qual destacamos: Sua Excelncia o Passageiro: Um passageiro alguma coisa alm de um assento ocupado. O que so eles? Antes de tudo so seres humanos, com diferentes personalidades e reaes. Voltaro a procurar-nos se ficarem satisfeitos. O passageiro a personalidade mais importante da nossa empresa ... O passageiro no significa interrupo nos nossos afazeres. Ele a prpria justificativa, o principal objetivo do nosso trabalho. No fazemos nenhum favor em atend-lo. Ele sim, presta um grande favor quando nos procura para servi-lo.

. 1945 - Inovou com a criao da Fundao dos Funcionrios da VARIG. - Nossa fundao ao ser instituda, baseou-se nos fundamentos da Encclica Rerum Novarum Leo XIII. - Nela se defende a harmonia entre Capital e Trabalho, atravs da solidariedade, participao nos resultados, e dentre outros, visando, precpuamente, valorizar o trabalho do ser humano, tornando-o partcipe das novas conquistas. - Os resultados, ao longo dos anos, confirmaram o acerto dessa deciso de nosso fundador. - A nossa fundao um verdadeiro monumento pela valorizao da dignidade do ser humano.

. 1945 Aquisio de avies Douglas DC-3, permitiu a empresa voar mais longe, estendendo suas rotas at o Rio de Janeiro e norte do pas;

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. 1953 Inicia sua operao para New York em linha regular, modernizando mais uma vez a frota, adquirindo aeronaves Convair 240 e Curtiss Comando C-46 e criando um servio de bordo da mais alta categoria;

. 1961 Recebeu a incumbncia de incorporar o Consrcio Real Aerovias, com rotas para o Pacfico, at Los Angeles, com escalas em Lima, Bogot e Mxico e Linha direta para Miami.

. 1965 Incio das operaes para a Europa;

. 1966 Falecimento de Ruben Berta. Foi uma perda muito sentida pela organizao. Costumamos dizer que a VARIG se divide em dois tempos: antes e depois de Ruben Berta. Assumiu Sr. Erick de Carvalho, dando continuidade as obras, consolidando e ampliando os servios e a infra-estrutura da empresa;

. 1972 VARIG Empresa de capital aberto;

. 2000 Quebra de Paradigma 1 presidente no funcionrio de carreira, mas que j integrava o Conselho de Administrao da VARIG. Assume a presidncia Eng. Ozires Silva; . Alm de ser formado em engenharia aeronutica pelo Instituto Tecnolgico Aeronutico, liderou o grupo fundador da EMBRAER, o qual dirigiu desde sua

criao, em 1970, at 1986 e entre 1991 e 1995, quando conduziu o processo de privatizao da empresa. Foi presidente da Petrobrs, Ministro da Infra-estrutura, sendo, tambm membro do Conselho Superior da Agncia Espacial Brasileira.

A VARIG a maior empresa de transporte areo da Amrica Latina, com frota de 91 aeronaves e mdia diria de 435 decolagens. Atende 18 pases em quatro continentes e 34 cidades no Brasil, transportando 10,9 milhes de passageiros por ano. Opera vos dirios para a maioria dos destinos em que atua, destacando-se pela forte

15 presena na Amrica do Sul, alm de oferecer servios de abrangncia nacional, ligando as capitais brasileiras. Atualmente composta de 17.000 funcionrios.

Esta expressiva malha area ganhou contornos ainda mais significativos, a partir de 1997, com o ingresso da Empresa na Star Alliance - aliana de cooperao estratgica - que rene, alm da VARIG, outras 14 das mais conceituadas companhias de transporte areo no mbito internacional.

Tem como sua principal misso o bom atendimento a seus clientes.

Segurana e qualidade so os pilares da postura adotada pela empresa para atuar no competitivo mercado da aviao comercial mundial. Desde a sua fundao, em 1927, o constante desafio da VARIG o de superar as expectativas dos mais exigentes passageiros. A receita est na soma da cordialidade brasileira a avanadas tecnologias, elevados padres de qualidade e eficincia e dedicao aos passageiros.

Consoante medidas em curso que envolvem programas de crescimento continuado e busca constante de eficcia, a empresa alcanou redues de custos, alta produtividade dos recursos e aperfeioamento das relaes com os passageiros. Isto se tornou possvel graas ao talento de seus funcionrio, sendo estimulado e levado a vises no-ortodoxas, desenvolvendo o apreo e dedicao pelo trabalho, reconhecendo que as pessoas so o bem mais valioso de uma sociedade humana.

Nesta mesma ordem de idias, a empresa iniciou um trabalho de diversificao dentro da atividade de transporte areo, com a criao da VARIG LOGSTICA S.A., levando o tradicional negcio de cargas para uma nova dimenso de atendimento global, de porta-a-porta, usando a infra-estrutura de transporte como um todo, abandonando a normal dependncia do avio como nico veculo para atender o cliente. Os resultados desta opo j comearam aparecer, como demonstrado neste relatrio.

Novos avies foram incorporados frota neste exerccio, ampliando o nmero de vos e de destinos, explorando diferentes horrios, com opes mais variadas a disposio dos viajantes. O crescimento calcado em slidas bases de mercado foi a tnica principal da empresa a partir de 2000 e cujos resultados puderam ser

16 visualizados, no s pelo resultado econmico apurado e medido pelo resultado da atividade, mas tambm pelos ndices de crescimento da demanda e de aproveitamento verificados, que denota a preferncia do passageiro pelos servios oferecidos.

Em complemento e objetivando a melhoria de produtividade dos recursos existentes, em conjunto com a Rotatur, empresa operadora de vos no regulares do Grupo FRBPar, a VARIG passou a oferecer vos noturnos domsticos, perodo em que normalmente os avies permanecem a espera do nascer do dia nos ptios dos aeroportos. Assim, a utilizao das aeronaves foi otimizada, assegurando atravs da diluio dos custos fixos, menores custos de operao. A ampliao dos servios em perodo e horrios que normalmente no so atraentes aos passageiros viajando a negcios, possibilitam ganhos no s para as empresas, mas tambm para usurios que, face aos menores preos, passam a ter acesso a esta modalidade transporte.

Nos prximos dois anos, aeronaves de ltima gerao sero includas na operao da Companhia, modernizando e renovando os equipamentos de vo a disposio dos passageiros, tudo na busca de oferecer novas opes e conquistar alternativas para o desenvolvimento dos servios prestados. Nisso se projeta diversificaes de atividades, levando a empresa a operar em opes outras, alm daquelas que contemplam o transporte de passageiros. Uma delas, identificada com a tradio da VARIG na rea de engenharia e de manuteno aeronutica - com reputao e respeitabilidade em todo o mundo justifica a expectativa de se oferecer com sucesso uma crescente oferta de servios a novos clientes, incluindo a exportao.

Os planejamentos de diversificao contemplam investimentos na rea de treinamento de pessoal de vo, como uma atividade a mais no leque dos servios a serem prestados. Ainda, sob a tica dos planos de busca de novas oportunidades empresarias, a perspectiva de que algumas atividades aeroporturias possam vir a ser exercidas por empresas privadas, indica que a VARIG, com parcerias adequadamente selecionadas e usando a competncia acumulada ao longo de toda sua existncia, poder se candidatar administrao e operao de parte dessas atividades, no pas e no exterior.

17 5.1 A Reestruturao Societria e VARIG Logstica

Em janeiro de 2000, foi iniciado o processo de reestruturao societria, que envolveu a transferncia, atravs de ciso, dos investimentos em empresas controladas detidos pela VARIG para duas novas companhias de participao (holdings): a VARIG Participaes em Transportes Areos S.A. (VPTA) e a VARIG Participaes em Servios Complementares S.A. (VPSC). O processo de abertura de capital foi concludo em agosto/2000, com o incio de negociao em bolsa das aes das novas companhias.

Ainda neste exerccio, foi constituda a VARIG Logstica S.A., com o objetivo de explorar a atividade de transporte areo de cargas e iniciar o desenvolvimento de negcios na rea de logstica, com nfase ao transporte de encomendas, carga

fracionada, armazenamento e gesto de estoques. As operaes da nova empresa tiveram incio em janeiro de 2001.

5.2 Transporte Areo

A VARIG atua no transporte areo domstico ligando todas as capitais e principais cidades brasileiras, com destaque para os servios de Ponte Area, operada em conjunto com a Rio-Sul, nos eixos Rio de Janeiro/So Paulo/Belo Horizonte/Braslia e detm 43% do mercado domstico de passageiros e quase a metade do movimento na Ponte Area.

Aproveitamento Pass/Km %Transbrasil 20% Vasp 20% TAM 15%

Varig 45%

18 Na rea internacional, oferece servios para quase todos os pases da Amrica do Sul, com nfase na ligao com Buenos Aires, onde opera 11 vos dirios, e para as demais capitais dos pases que integram o Mercosul. Na Amrica do Norte, serve as cidades de Los Angeles, Miami, Nova Iorque e Cidade do Mxico. Na Europa, Copenhagen, Frankfurt e Munique, Lisboa, Londres, Madri, Roma e Milo. Na sia, mantm vos para o Japo, em Narita e Nagoia.

As aes da Companhia tm sido orientadas no sentido da busca constante da preferncia dos passageiros atravs da implementao de polticas de aproximao com o cliente pessoa jurdica e do aprimoramento da qualidade e da eficincia dos servios prestados. Essas aes tm se traduzido em produtos e benefcios como: Trs classes de servio nas viagens de longa durao e de duas na maioria dos vos no Brasil e na Amrica do Sul, procurando ampliar o espao e o conforto dos passageiros, alm de novos servios de bordo; Programa de Milhagem Smiles, em condies equivalentes s praticadas no mercado e cobertura para toda a rede de linhas, inclusive a da Star Alliance, bem como, ampliao do volume de assentos disponveis para utilizao de prmios em vos da Empresa; Ampliao e diferenciao das salas VIP nos principais aeroportos onde opera; Servio de sala VIP na chegada de vos; Vendas de passagens pela Internet ou pelas Centrais de Reservas, com entrega em domiclio; Check-In rpido (emisso antecipada do carto de embarque e despacho de bagagens).

A Empresa trabalha com a perspectiva de elevar sua atuao nos mercados domstico e internacional. O primeiro passo foi consolidado atravs da liberao de concesso, por parte das autoridades governamentais, para operao de novas freqncias nos mercados da Alemanha, EUA (Nova Iorque), Frana, Canad e Espanha. Quanto ao Canad, devem ser iniciadas as operaes ainda neste ano.

Estes mercados tm apresentado potencial de evoluo continuada, como conseqncia do processo de crescimento econmico que exerce efeito multiplicador sobre o trfego areo. A perspectiva aponta para o aumento do fluxo de passageiros, justificando a introduo de novas freqncias e rotas.

19 Para dar suporte a este cenrio e, ainda, visando manter atualizados os equipamentos, sero incorporadas frota duas aeronaves Boeing 777 que sero utilizadas nos vos de longa durao (novembro de 2001) e, ainda no segundo semestre, aeronaves Boeing 737 modelos 700 e 800 devero em servio nas linhas domsticas e na Amrica do Sul, as quais iro substituir gradativamente as aeronaves atualmente em utilizao.

Quanto poltica de comercializao, sero ampliados os servios aos clientes, com a abertura de novos pontos de venda (quiosques e postos empresariais), e ampliao do canal agncias de viagens e relacionamento empresarial.

Os investimentos estaro centrados na atualizao tecnolgica e no aprimoramento dos processos de atendimento aos usurios, especialmente em sistemas de emisso de bilhetes e check-in automticos, Electronic Ticketing, processos de controle de reservas, portais e mecanismos de comrcio eletrnico.

5.3 As Empresas Associadas e Parcerias

No cenrio nacional, a VARIG, a Rio-Sul, a Nordeste e a Rotatur, com receita de R$ 6,1 bilhes, compem o maior operador brasileiro de transporte areo, onde se destaca a importncia de cada uma na alimentao mtua do trfego e na melhoria da competitividade, atravs da sinergia nas operaes e na atuao conjunta de mercado, porm, sempre mantendo a necessria independncia na gesto individual de suas operaes.

A rede de linhas integrada permite atender a praticamente todo o territrio nacional e vrios segmentos de clientes, desde passageiros viajando a negcios, at aqueles que se deslocam a lazer, dentre destes os passageiros com interesses especficos, tais como, turismo ecolgico ou competies esportivas.

A Star Alliance, aliana global de empresas areas da qual a VARIG integrante, congrega outras 14 empresas, que transportam, anualmente, 296 milhes de passageiros, atravs de uma frota de 2.130 aeronaves cobrindo 815 destinos em 130 pases e oferecem mais de 500 salas VIP no mundo. As demais empresas que fazem

20 parte da aliana so: Air Canada, All Nippon Airways, Ansett Australia, Air New Zealand, Austrian Airlines, British Midland, Lauda Air, Lufthansa, Mexicana Airlines, SAS, Singapore Airlines, Thai, Tyrolean e United Airlines.

A Star Alliance procura atender s expectativas dos clientes, aliando status, privilgios reconhecidos mundialmente, viagens mais fceis, melhor acesso a qualquer parte do mundo, ambiente confortvel e foco expressivo em segurana, representando uma das maiores vantagens competitivas, pois coloca no mercado uma expressiva gama de servios padronizados, que permite aos passageiros, viagens mais rpidas a preos mais competitivos.

Adicionalmente e com o mesmo objetivo, possui acordos de operao conjunta (Code Share) com outras empresas. Atravs deste tipo de parceria, as companhias compartilham algumas de suas freqncias. A VARIG mantm acordos com as seguintes empresas: Lufthansa, SAS, All Nippon Airways (ANA), Mexicana, Spanair, Lan Chile e South African Airways (SAA).

5.4 Cenrio Econmico e Financeiro

Os ltimos anos foram marcados por modificaes na empresa que podem ser agrupadas em trs diferentes esferas: reorganizao societria, criao de novos negcios e crescimento das operaes.

Mais especificamente no que tange as operaes, houve uma expanso dos servios que pode ser avaliada atravs dos indicadores operacionais oferta e demanda refletindo o avano em novos mercados e por conseqncia a ampliao da receita, melhoria nos indicadores de produtividade e reduo dos custos unitrios (desconsiderado o peso do combustvel) e melhoria das margens de resultado da atividade. Praticamente, o ltimo ano para a VARIG foi marcado pela consolidao da estabilidade monetria e pela institucionalizao do crescimento econmico nacional em nveis acima dos previstos.

21 A poltica de comercializao aplicada no exerccio de 2000 buscou o aprimoramento do processo de atendimento ao cliente e, dentre outros, destaca-se algumas das aes aplicadas: Expanso dos postos de servio; Aproximao com as agncias de viagens, atravs de polticas de remunerao e de entrosamento com o agente; Relacionamento com o cliente empresarial, por meio de instrumentos especficos

e condies definidas diretamente com empresas e seus agentes.

5.4.1 Operaes de Vo

5.4.1.1 Receitas de Vo As receitas de vo totalizaram no exerccio do ano 2000, R$ 5.135 milhes (segundo a empresa, crescimento de 19% em relao a 1999) dos quais R$4.322 milhes correspondem a passageiros; R$ 455 milhes a carga transportada em avies de passageiros e R$358 milhes em aeronaves especficas. Da receita apurada no exerccio, R$ 1.767 milhes (34%) foram vendidos no Brasil para transporte domstico (crescimento de 24%); R$ 1.225 milhes (24%) comercializados no pas para transporte internacional (crescimento de 22%); e R$ 2.143 milhes (42%) vendidos no exterior (crescimento de 10%).

Domstico - A receita domstica de passageiros apresentou evoluo de 26% atingindo, o total de R$ 1.787 milhes. O fato foi motivado, em parte, pela expanso da demanda mais 9,1% no volume de Pax/Km e pelo crescimento dos preos unitrios (yields) mdios domsticos, os quais decorreram dos reajustes tarifrios e do gerenciamento dos preos e sua alocao nos vos.

Internacional - A receita internacional de passageiros totalizou R$ 2.535 milhes e apresentou crescimento de 13,4%. Esse comportamento, basicamente, decorre da expanso na demanda crescimento de 14,1% no volume de Pax/Km originada nos mercados tradicionalmente atendidos e no sucesso registrado nas novas rotas operadas a partir de julho/2000, especialmente Munique e Los Angeles. A crescente competio no segmento internacional que na maior parte das congneres no corresponde aos principais mercados onde operam tem determinado a prtica de

22 preos inferiores aos custos de operao e portanto em yields mdios menores que aqueles praticados nos anos anteriores.

Carga A receita de carga apresentou crescimento de 17,2%, totalizando R$ 813 milhes como reflexo do crescimento de 14,3% nos indicadores de demanda Ton/Km Transportada. As operaes de carga passaram, a partir de janeiro deste ano, a ser executadas pela controlada VARIG Logstica S.A., sendo que, quando transportada em aeronaves de passageiros, a Empresa fretar tais espaos para utilizao por sua controlada.

2000 Operacionais Passageiros Transportados Internacional Domstica

1999

VAR%

10.896.720 10.064.748 3.867.670 3.465.257 7.029.050 6.599.491

8,3 11,6 6,5

Pax/Km

Transportado

(000)

-

quantidade distncia

de em 26.598.815 23.623.655 18.989.727 16.650.110 7.609.088 6.973.545 12,6 14,1 9,1

passageiros quilmetros Internacional Domstica

multiplicados

pela

Aproveitamento Pax/Km % Internacional Domestica

73 75 67

67 68 64

6 p.p. 7 p.p. 3 p.p.

Ass/Km Oferecidos (000) - quantidade de assentos oferecidos quilmetros Internacional Domstica multiplicados pela distncia em 36.607.128 35.436.676 25.240.246 24.557.857 11.366.882 10.878.819 3,3 2,8 4,5

23

Ton/Km de Carga (000) - volume de carga medida em toneladas e multiplicada pela distancia medida em quilmetros Internacional Domstica 1.238.232 1.083.680 1.042.857 195.375 896.400 187.280 14,3 16,3 4,3

Quantidade de Aeronaves Passageiros Carga Quadro de Pessoal

91 83 8 16.710

81 74 7 15.601

10 unid. 9 unid. 1 unid. 7,1

Financeiros Receita por Ass/Km Oferecidos (centavos de Real) Custo mdio por Ass/Km Real) % despesas comerciais/receita de Vo Oferecido (centavos de 8,3 25,4 7,4 26,2 11,7 -0,8 p.p. 13,0 11,4 14,0

Produtividade e qualidade Ass/Km (milhares) Mdia de utilizao aeronaves/dia (Horas) Pontualidade mdia % Regularidade planejados) % (nvel de execuo de vos 97 94 3,0 p.p. oferecidos / Mdia de Funcionrios 2.266 9,86 91 2.126 8,99 90 6,6 9,7 1,0 p.p.

5.4.1.2 Custos e Despesas de Operaes de Vo

As operaes de vo apresentam custos e despesas de R$ 4.844 milhes, com crescimento de 16,7%, dos quais, R$ 3.327 milhes (68,7%) correspondem a custos

24 de operaes de vo, R$1.305 milhes (26,9%) a dispndios na rea comercial e R$ 212 milhes (4,4%) a gastos administrativos.

Custos de operaes de vo - registraram crescimento nominal de 17,7%, porm, como houve incremento na capacidade de transporte de 3,3% - medido pelo ndice de Ass/Km Oferecidos os custos unitrios apresentaram elevao de 11,7%, de acordo com o detalhamento a seguir:

Em R$ Milhes 2000 Pessoal Combustvel Taxas Aeroporturias Manuteno Leasing de Aeronaves Outras Custo Total (-) Custos de Aeronaves Cargueiras Custo de Aeronaves de Passageiros Ass/Km Oferecidos (000) - quantidade de assentos oferecidos multiplicados pela distncia medida em 36.607.128 35.436.676 Quilmetros de cada linha executada Custo unitrio por Ass/Km Oferecidos (Centavos de Real) 82,66 74,02 11,7% 3,3% 549 837 306 248 713 674 3.327 -301 3.026 1999 546 500 304 213 679 585 2.827 -204 2.623 Variao 0,5% 67,4% 0,7% 16,4% 5,0% 15,2% 17,7% -

O crescimento dos valores unitrios apresenta relao quase direta com a elevao do custo de combustveis, influenciada pelos altos preos do petrleo no mercado internacional.

Despesas Comerciais Os gastos de comercializao chegam, em mdia, a 25,4% das receitas de vo, dos quais o item mais significativo corresponde s comisses pagas a agentes de viagem e cargas, representando, no perodo do exerccio do ano 2000, 18,2% sobre a receita de vo.

25

As despesas com pessoal de lojas, reservas e demais setores vinculados atividade comercial, correspondem a R$ 138 milhes.

5.4.2 Receitas e Despesas Financeiras

De acordo com o relatrio anual de 2000, as despesas financeiras decorrentes de endividamento de capital de giro, lquidas das receitas decorrentes de aplicaes de recursos, corresponderam a R$ 246 milhes com crescimento de 16% em conseqncia do aumento dos custos em Reais, devido flutuao das taxas de cmbio e dos valores incidentes sobre operaes financeiras, envolvendo gastos com a devoluo de aeronaves desativadas em 1999 em razo da reestruturao operacional.

As despesas vinculadas a compromissos de leasing financeiro representaram R$ 67 milhes e reduo de 25%, como conseqncia da amortizao normal dos contratos e da liquidao antecipada de dvidas relativas a duas aeronaves Boeing 747 no ltimo trimestre de 1999, data em que os valores residuais passaram a ser considerados como endividamento de capital de giro.

No que diz respeito ao seu endividamento, no ano de 2000, este cresceu 7,4% em relao a 1999 e se restringiu a correes cambiais e monetrias - R$188 milhes. O endividamento global da Companhia, considerado os valores de principal, totaliza o montante de R$2.558 milhes e se compe de emprstimos para capital de giro e debntures no montante de R$ 1.776 milhes e saldos de contratos de leasing financeiro de R$782 milhes, estes ltimos no reconhecidos integralmente no Balano da Companhia. Embora no considerados no endividamento global da companhia, temos provisionados em nosso passivo, valores de juros correspondentes a R$ 89 milhes.

26 5.5 Demonstrativos Financeiros

- Desempenho FinanceiroEm R$ mil Janeiro a Dezembro 1999 Receita Operacional Lquida Lucro Bruto Comparativo EBITDAR 4.446.785 3.622.835 3.369.061 3.015.264 2.783.870 1.450.425 1.132.789 1.167.308 802.170 18,04% Resultado da Atividade Lucro (Prejuzo) Lquido do Perodo Patrimnio Lquido no Final do Perodo Lucro (Prejuzo) por Ao no Final do Perodo (R$) (1,36) (0,36) 0,40 (0,99) (0,11) (0,35) (1,47) 29.887 94.545 286.895 241.959 305.923 5.131 22.248 (94.820) (25.356) 27.837 (63.964) (6.859) (24.756) (102.707) 126.244 437.596 12,08% 36.473 433.380 12,86% 131.190 953.274 302.095 10,02% 20.611 979.043 594.539 21,36% (181.829) 216.307 57.086 3.821.886 3.198.009 1.312.976 304.998 983.184 289.127 1998 1997 1996 1995 Janeiro a Setembro 2000 1999

Comparativo EBITDAR (US$)

467.388 18,80%

395.345 12,60%

407.908 13,10%

303.465 10,10%

576.894 18,80%

169.462 161.965

Desempenho OperacionalJaneiro a Dezembro 1999 1998 320.928 235.250 1997 289.538 213.709 9.937.912 1996 280.795 208.886 9.738.346 1995 270.780 201.452 9.334.720 Janeiro a Setembro 2000 227.962 166.378 8.120.968 1999 217.691 158.614 7.550.112

Horas Voadas Quilmetros Voados (000) Passageiros Transportados Ass/Km Oferecidos (000) Toneladas/Km Carga (000) Passageiros X km Transportados (000) Aproveitamento Pass/Km Pago (%) Domestic Aproveitamento Pass/Km Pago(%) International

290.360 211.812

10.064.748 11.019.399 35.436.676 41.049.146 3.273.861 3.806.782

37.325.262 35.726.561 34.825.617 3.691.448 3.511.570 3.503.488

26.873.188 26.985.323 883.632 764.406

23.623.655 27.055.819

25.251.589 23.686.978 23.081.642

19.788.152 17.825.695

64

61

64

65

63

67,6

63,2

68

68

69

67

68

76,3

67,3

27 VI. ANLISE DO CASO

O sistema de controle da VARIG, pode ser classificado como um hbrido entre o controle familiar e o controle por resultados, conforme classificao de Gomes e Sales (1999), apresentando caractersticas, tais como: . cultura paternalista, baseado na lealdade e fidelidade a um lder, a um pai , representado pela figura carismtica do seu dirigente principal, Otto Ernst Meyer Labastille, um de seus fundadores desde o incio; . a estratgia organizacional definida de forma centralizada levando em considerao a viso do lder; . estrutura organizacional centralizada na matriz. Devido grande dimenso alcanada e ao contexto altamente competitivo onde atua, a empresa apresenta caracterstica do controle por resultados, tais como: . sua estratgia formalizada com nfase no curto e mdio prazo e no mercado (segundo a controladoria da VARIG, seus oramentos so anuais com revises semestrais, mas tambm so elaborados oramentos para trs e cinco anos); . a cultura embora marcadamente familiar, tambm se volta para resultados, sua premiao dada atravs de cumprimento de metas estabelecidas pela empresa; . h grande formalizao de procedimentos para dar suporte ao volume de negcios; . no estabelecimento de metas setoriais procura promover a gesto participativa.

Para competir no mercado aberto muito dinmico a VARIG investe: . na capacitao de seus funcionrios e na integrao dos mesmos de linha de frente em programas comuns (reservas, lojas, check in, tripulantes); . programas de formao, aperfeioamento tcnico;

28 . programas de atendimento; .o sucesso da Varig o forte investimento profissional dos seus funcionrios, preparando-os para a competitividade neste novo mercado.

Os sistemas de controle gerencial , principalmente a utilizao de controles por resultados, passaram a ser implementados e aperfeioados. Assim como a empresa j se encontrava adaptada a um ambiente dinmico e competitivo, onde concorria inclusive com empresas estrangeiras, o fato de ter se internacionalizado no provocou grande impacto no desenho do seu sistema de controle de gesto.

A VARIG trabalha com a perspectiva de elevar sua atuao no mercado domstico e internacional, atuando neste ltimo na Amrica Latina, Estados Unidos e Japo, com isso procura fortalecer sua marca investindo no ativo intangvel.

. conforme anise dos demostrativos contbies da Varig S.A. verificamos que o seu sistema de apurao de custo por absoro, o que normal no Brasil, que se baseia na contabilidade tradicional, pois nossa legislao determina que todos os custos de servios (variveis e fixos) so includas no custo dos servios para fins de valorizao dos servios. Onde so excludas apenas os gastos no relacionados diretamente aos servios, que so considerados como despesas do perodo.

. Apesar de utilizao da apurao de custo por meio tradicional, verificamos que existem meios de controles gerenciais destes custos que auxiliam para um melhor gerenciamento, como por exemplo a apurao do custo antecipada atravs de ormentos, que no final comparado com o realizado.

. o oramento feito com a participao dos responsveis de todos os setores, desde a alta administrao at os nveis mais baixos de superviso, os primeiros fixando os objetivos gerais e os ltimos tomando as providencias a nvel de execuo. Os departamentos de custo e contabilidade procedem a coleta dos dados, calculam e preparam os demonstrativos referents a cada alternativa o que podemos chamar de custo-padro, ou seja, os valores dentro dos quais deveriam manter-se os custos reais. No final estes custos so comparados com o realizado e apurado indicadores de variao, estes indicadores iro determinar os setores mais problemticos, com por

29 exemplo: variao de mo-de-obra decorrente, geralmente, de reajustes dos salrios ou da alocao de MO mais ou menos cara (MO especializada); variao de preo quando o preo real diferente do padro.

Indentificadas estas variaes as mais relevantes so analizadas a fundo para se determinar um novo tratamento na elaborao do oramento.

VII. CONCLUSO

O ano 2000 representou para a VARIG um novo ponto de partida para a conquista de horizontes mais amplos. A reestruturao do Grupo FRB-Par foi um passo adiante na gesto corporativa, procurando dar s empresas controladas, entre as quais a VARIG, maior autonomia para os rgos de gesto e uma viso gerencial focada na atividade desenvolvida, que deve ser caracterizada pela continua modernizao e eficcia. Com essas condies a Administrao iniciou um programa para enfrentar um mercado em mutao, tanto no plano domstico como internacional, a partir de uma empresa tradicional, mas determinada a mudar e se transformar, sempre focada na continuidade da sua bem-sucedida trajetria de prestao de servios de transporte areo.

A empresa iniciou um trabalho de diversificao dentro da atividade transporte areo, com a criao da VARIG LOGSTICA S.A., levando o tradicional negcio de cargas para uma nova dimenso de atendimento global, de porta-a-porta, usando a infraestrutura de transporte como um todo, abandonando a normal dependncia do avio como nico veculo para atender o cliente. Os resultados desta opo j comearam aparecer, como demonstrado neste relatrio.

Novos avies foram incorporados frota neste exerccio, ampliando o nmero de vos e de destinos, explorando diferentes horrios, com opes mais variadas a disposio dos viajantes. Os planejamentos de diversificao contemplam investimentos na rea de treinamento de pessoal de vo, como uma atividade a mais no leque dos servios a serem prestados. Ainda, sob a tica dos planos de busca de novas oportunidades empresarias, a perspectiva de que algumas atividades aeroporturias possam vir a ser

30 exercidas por empresas privadas, indica que a VARIG, com parcerias adequadamente selecionadas e usando a competncia acumulada ao longo de toda sua existncia, poder se candidatar administrao e operao de parte dessas atividades, no pas e no exterior.

Convm registrar, ainda, que a reestruturao societria, trouxe no s uma melhoria de foco para todas as empresas do Grupo, mas tambm alternativas para os acionistas, que passaram a contar com mais opes de investimento.

VIII. BIBLIOGRAFIA

GOMES, JOSIR S. Control managerial in the era of the globalization. Report COPPEAD no. 317. Nov.1997. GOMES, Josir Simeone e SALAS, Joan M. Amat. Controle de gesto: uma abordagem contextual e organizacional. So Paulo: Atlas, 1997. OTLEY, David. Management control in contemporary organizations: towards the wider framework. Management Accounting Research, n.5, p. 289-299, 1994. STEWART, Thomas A. Capital intelectual. Trad. Ana Beatriz Rodrigues e Priscila Martins Celeste. Rio de Janeiro : Campus, 1998. VARIG. Relatrio Anual 2000. Disponvel em

[http://www.finanas.varig.com.br/financeira/anuais/2000] VARIG. Unibanco Research. RODRIGUES, Jos Antnio Anlise e Administrao Financeira. Editora IBEMEC, 1985.