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C 17/2015 Senhora da Hora, 24 de novembro de 2015 VINHA DOENÇAS DO LENHO ESCA (Phaemoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Phomitiporia mediterranea e outros fungos) Devem ser arrancadas e queimadas as videiras mais afetadas ou já secas. Pode-se tentar regenerar, através de operações de poda, as videiras que apresentem ainda poucos sintomas . Quem utiliza triturador (destroçador), deve triturar apenas as varas. A lenha grossa com esca deve ser retirada do terreno e queimada. Consulte a Ficha Técnica nº 55 (I Série) ESCORIOSE (Phomopsis vitícola) Durante a poda, cortar e queimar as varas que apresentem sintomas de escoriose. Colher varas destinadas a enxertia apenas em cepas isentas de escoriose e outras doenças do lenho (esca, eutipiose, flavescência dourada). Os gomos atacados pela escoriose são principalmente os da base. Para prevenir esta doença, eliminar sistematicamente os cinco ou seis primeiros gomos da base da vara, aproveitando para enxertia apenas as porções de vara daí para diante. Sintomas de escoriose na vara de inverno Consulte a Ficha Técnica nº 6 (II Série) EUTIPIOSE (Eutypa lata) A eutipiose é uma doença pouco frequente na Região dos Vinhos Verdes. No entanto, em vinhas onde se tenham detetado videiras atacadas, a poda deve ser feita o mais tarde possível, quando a videira estiver já em atividade (quando as varas cortadas "choram"). Esta secreção de seiva protege a planta contra a contaminação pela eutipiose. Videira com sintomas de eutipiose (vassouras de bruxa) __________________________________________________ Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte Sede: Rua da República, 133 5370 347 Mirandela Tel + 351 27 826 09 00 - Fax + 351 27 826 09 76 E-mail [email protected] http://www.drapn.min-agricultura.pt Divisão de Apoio ao Setor Agroalimentar Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 281 SENHORA DA HORA Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected] © Reprodução sujeita a autorização Redação: J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo Responsável pela Estação de Avisos) Carlos Coutinho (Agente Técnico Agrícola) Expedição da edição impressa: Licínio Monteiro (Assistente-técnico) Colaboração: António Seabra Rocha (Eng.º Agrícola) Maria Manuela Costa (Eng.ª Agrónoma) Camilo de Pinho José de Freitas Sampaio

circular n.º 17/2015: Vinha

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Page 1: circular n.º 17/2015: Vinha

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17/2015 Senhora da Hora, 24 de novembro de 2015

VINHA

DOENÇAS DO LENHO ESCA

(Phaemoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Phomitiporia mediterranea e outros fungos)

Devem ser arrancadas e queimadas as videiras mais afetadas ou já secas. Pode-se tentar regenerar, através de operações de

poda, as videiras que apresentem ainda poucos sintomas .

Quem utiliza triturador (destroçador), deve triturar apenas as varas. A lenha grossa com esca deve ser retirada do terreno e queimada.

Consulte a Ficha Técnica nº 55 (I Série)

ESCORIOSE (Phomopsis vitícola)

Durante a poda, cortar e queimar as varas que apresentem sintomas de escoriose. Colher varas destinadas a enxertia apenas em cepas isentas de escoriose e outras doenças do lenho (esca, eutipiose, flavescência dourada).

Os gomos atacados pela escoriose são principalmente os da base. Para prevenir esta doença, eliminar sistematicamente os cinco ou

seis primeiros gomos da base da vara,

aproveitando para enxertia apenas as porções de vara daí para diante.

Sintomas de escoriose na vara de inverno

Consulte a Ficha Técnica nº 6 (II Série)

EUTIPIOSE (Eutypa lata)

A eutipiose é uma doença pouco frequente na Região dos Vinhos Verdes. No entanto, em vinhas onde se tenham detetado videiras atacadas, a poda deve ser feita o mais tarde possível, quando a videira estiver já em atividade (quando as varas cortadas "choram"). Esta secreção de seiva protege a planta contra a contaminação pela eutipiose.

Videira com sintomas de eutipiose

(vassouras de bruxa)

__________________________________________________

Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte Sede: Rua da República, 133

5370 – 347 Mirandela Tel + 351 27 826 09 00 - Fax + 351 27 826 09 76

E-mail [email protected] http://www.drapn.min-agricultura.pt

Divisão de Apoio ao Setor Agroalimentar Quinta de S. Gens

Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA

Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected]

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Redação: J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo – Responsável pela Estação de Avisos)

Carlos Coutinho (Agente Técnico Agrícola) Expedição da edição impressa: Licínio Monteiro (Assistente-técnico) Colaboração: António Seabra Rocha (Eng.º Agrícola)

Maria Manuela Costa (Eng.ª Agrónoma)

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PODRIDÃO NEGRA (BLACK-ROT)

(Guignardia bidwellii)

MEDIDAS PREVENTIVAS DURANTE O INVERNO

Arranque de vinhas abandonadas e de videiras americanas, que são potenciais focos de infeção primários importantes.

COCHONILHA-ALGODÃO

(Pseudococcus (=Planococcus) citri )

Observamos este ano ataques frequentes desta praga na Vinha em variados locais, tendo em alguns deles causado a perda parcial ou total da produção. A cochonilha-algodão tem vindo a ser observada com bastante frequência em vinhas, nos últimos anos.

Nas vinhas onde tenha sido detetada cochonilha-algodão, deve cortar e queimar, durante a poda, a lenha com cochonilhas e retirar a casca do tronco das videiras onde observar posturas (protegidas sob massas de “algodão” branco) e cochonilhas abrigadas para passar o inverno, deixando-as mais expostas ao frio e aos tratamentos fitossanitários. Lenha e cascas devem ser queimadas. De seguida, deve proceder a um tratamento localizado, apenas nas videiras atacadas, utilizando um óleo de verão.

Cochonilhas abrigadas sob a casca da videira no inverno

Uvas inutilizadas por forte infestação de cochonilha-algodão

NEMÁTODES DA VINHA

(Xiphinema index e Xiphinema italiae)

Na preparação de terrenos para plantação ou replantação de vinhas, é importante fazer colheita de amostras de terra para análise nematológica e eventual deteção de nemátodes transmissores de vírus. As espécies Xiphinema index e Xiphinema italiae, que são transmissoras de vírus, podem causar elevados prejuízos à Vinha. Antes da plantação, deve ser colhida amostra de terra para análise e eventual despiste destes nemátodes. A presença de nemátodes do género Xiphinema é um fator impeditivo da plantação de Vinha no terreno infetado. ______________________________________________________

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ACTINÍDEA (“KIWI”) CANCRO BACTERIANO (PSA)

(Pseudomonas syringae pv actinidiae)

São recomendados tratamentos com produtos à base de cobre, a seguir à colheita e durante a queda das folhas. Estes tratamentos são bacteriostáticos: não matam a bactéria, mas reduzem significativamente a sua atividade e reprodução.

Sintomas caraterísticos de PSA em folha de actinídea, ainda visíveis nesta época do ano

______________________________________________________

POMÓIDEAS MACIEIRA, PEREIRA, NESPEREIRA DO JAPÃO, NASHI

CANCRO EUROPEU DA MACIEIRA

(Neonectria galligena)

Recomenda-se a aplicação de uma calda à base de cobre (de preferência sulfato – calda bordalesa), durante e no fim da queda das folhas, apenas nos pomares ou parcelas de pomar formados por variedades sensíveis e que apresentem sintomas desta doença.

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Ramo de macieira destruído pelo cancro europeu

COCHONILHA DE S. JOSÉ

(Quadraspidiotus perniciosus)

Recomenda-se uma poda que abra a copa das árvores, tornando-a menos densa, sobretudo na sua parte superior, contrariando a formação de “chapéus”. Esta prática facilita a penetração da luz e das caldas inseticidas, permite um melhor arejamento e impede o desenvolvimento de populações numerosas de cochonilha de S. José.

Ramo de macieira infestado por cochonilha de S. José

PULGÃO LANÍGERO

(Eriosoma lanigerum)

Este afídio passa o Inverno em colónias, nos rebentos ladrões junto do colo das árvores, nas fendas da casca e nos tumores desenvolvidos nos ramos e troncos pela sua ação picadora-sugadora. Deve proceder ao corte e queima de rebentos ladrões e de ramos infestados, para reduzir as populações desta praga. Pode agora ser aplicado um tratamento inseticida localizado, à base de óleo de verão (também eficaz contra a cochonilha de S. José).

BROCA DOS RAMOS (ZÊUZERA)

(Zeuzera pyrina)

Procure no tronco e ramos mais grossos, as entradas das galerias das larvas e proceda à destruição da zeuzera com um arame grosso, introduzido até ao fundo da galeria onde a larva se aloja. Na poda, elimine os ramos atacados com brocas ativas. Tenha especial cuidado em pomares novos ou

recém-plantados, nos quais os ataques de zeuzera podem causar elevados prejuízos. _________________________________________________

PRUNÓIDEAS

AMEIXEIRAS, CEREJEIRAS, DAMASQUEIROS, PESSEGUEIROS

CANCROS PROVOCADOS POR BACTÉRIAS E FUNGOS

As cicatrizes deixadas pela queda das folhas, possibilitam a infeção pelos parasitas (fungos, bactérias). Os produtos à base de cobre, aplicados durante o outono, à queda das folhas, têm uma ação bastante eficaz contra as doenças causadas por estes parasitas.

Raminhos novos de pessegueiro destruídos pelo cancro de Fusicoccum

MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA DOENÇAS DAS PRUNÓIDEAS

CANCRO BACTERIANO

CANCRO DE FUSICOCCUM

DOENÇA DO

CHUMBO

Plantar pomares em zonas protegidas das geadas

X Não replantar árvores novas junto de árvores afetadas

X X Reduzir as fertilizações azotadas

X X Corrigir o pH do solo nos solos ácidos X Retirar e queimar as árvores e/ou ramos afetados

X X X Não usar sistemas de rega que molhem as folhas

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Poda em verde X X X

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LEPRA DO PESSEGUEIRO

(Taphrina deformans)

O outono seco que tem decorrido não reúne condições para grandes infeções pela lepra. Sendo prevista a ocorrência de períodos de chuva, ainda durante o decurso da queda das folhas, pode ser efetuado um tratamento com sulfato de cobre (calda bordalesa).

Sintomas de lepra do pessegueiro durante a vegetação

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CITRINOS LARANJEIRA, TANGERINEIRA, LIMOEIRO, LIMEIRA

MÍLDIO OU AGUADO (Phytophthora hibernalis e outras)

e

ANTRACNOSE (Colletotrichum gloesporioides)

Durante o inverno, (sobretudo se ocorrerem períodos chuvosos prolongados), efetuar tratamentos contra estas doenças, aplicando uma calda bordalesa, cobrindo muito bem toda a copa da árvore.

Veja imagens aqui

Sintomas de míldio (1) e de antracnose (2)

AFÍDEO CASTANHO ORIENTAL DOS CITRINOS

(Toxoptera citricidus)

VETOR DO VÍRUS DA TRISTEZA

O afídio Toxoptera citricidus, ativo nesta época do ano, é considerado o mais eficiente vetor do complexo de vírus da tristeza dos citrinos, pelo que as

árvores onde for detetado devem ser tratadas com um aficida adequado.

Raminho novo de limoeiro infestado por afídios

VÍRUS DA TRISTEZA DOS CITRINOS

O complexo de vírus da tristeza é responsável por elevada mortalidade nos citrinos. Estes vírus não foram, até à data, detetados na região. No entanto, face à presença do afídio vetor na região de Entre Douro e Minho e à sua possível contribuição para a dispersão do vírus da tristeza, recomenda-se: ► A utilização de porta-enxertos tolerantes à tristeza, em novas plantações (Poncirus trifoliata, Citrus junus (Yuzu), Citrus macrophylla, Citrus wolkameriana, Citranja Carrizo, Citranja Troyer, Citrumelo Swingle, etc. ); ► Não utilizar a laranjeira azeda como porta-enxerto, pois é extremamente sensível ao vírus da tristeza; ► Vigiar e combater o piolho castanho nas árvores em que apareça.

PSILA AFRICANA DOS CITRINOS

(Tryoza eritreae)

Rebento de outono de limoeiro deformado

por ataque de psila africana

Aos focos iniciais, registados no Porto e arredores, acrescentaram-se no verão passado, focos da praga nos concelhos de Esposende, Caminha e Viana do Castelo. Verificou-se também a sua expansão até Espinho, limite litoral sul da Região de Entre Douro

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e Minho. Até ao momento, foi detetada apenas em áreas litorais ou relativamente próximas do litoral. _________________________________________________

CASTANHEIRO

VESPA DAS GALHAS DO CASTANHEIRO (Dryochosmus kurifilus)

PONTO DA SITUAÇÃO Desde a sua deteção no ano passado no Entre Douro e Minho, esta praga dos castanheiros expandiu-se rapidamente por algumas áreas do norte do país.

Na primavera passada, foram introduzidas em algumas áreas afetadas as primeiras populações de Torimus sinensis, parasitoide da vespa das galhas. Outras largadas deste inseto estão em preparação para o próximo ano. Conseguindo-se a sua aclimatação e expansão, é possível que, num prazo de 5 a 10 anos, a praga da vespa do castanheiro seja contida e as suas populações limitadas a níveis toleráveis. Para que esta ação tenha êxito, é necessária a compreensão e colaboração dos produtores, sobretudo não aplicando qualquer tipo de inseticida que, além de ser ineficaz, é proibido.

Neste momento, em que os castanheiros vão ficando despidos de folhas, são bem visíveis as galhas secas causadas pela vespa. Não corte estas galhas, pois é nelas que o referido parasitoide da vespa passa o inverno.

Galhas secas durante o inverno

DOENÇA DA TINTA NO CASTANHEIRO (Phytophthora spp.)

A doença da tinta leva, mais tarde ou mais cedo, à morte dos castanheiros. O inóculo da doença existe em grande abundância nos solos da Região de Entre Douro e Minho. Estes solos, quase sempre de reação ácida, são muito favoráveis ao desenvolvimento dos fungos causadores desta doença.

MEDIDAS PREVENTIVAS

A mais eficaz é a utilização de porta-enxertos tolerantes a Phytophthora, em novas plantações de castanheiros.

Não fazer novas plantações expostas a Sul.

Não plantar castanheiros em solos sujeitos a encharcamento frequente ou com má drenagem.

Plantar os castanheiros em cômoro, de forma a conseguir uma melhor drenagem.

Em plantações novas, efetuar uma boa preparação do terreno – surriba, ripagem, lavoura profunda – para que as raízes possam ter boas condições de desenvolvimento.

Nas plantações novas, aplicar estrume bem curtido.

Regar os castanheiros novos, para favorecer um bom desenvolvimento das raízes, mas evitar o encharcamento do solo (regar na entrelinha, não fazer caldeiras).

De uma forma geral, manter uma boa drenagem do solo dos soutos e pomares de castanheiros.

Efetuar adubações de fósforo e potássio com base em análises do solo e reduzir as adubações azotadas.

Evitar a mobilização do solo dos soutos e pomares; no caso de mobilização, utilizar uma grade de discos.

Em viveiros, utilizar substratos esterilizados, de preferência pelo calor; proceder à solarização do solo dos viveiros – um período de solarização de seis semanas, nos meses quentes do verão, pode suprimir a Phytophthora até 30 cm de profundidade.

Reduzir e condicionar o acesso de pessoas aos viveiros. À entrada, proceder à desinfeção do calçado com um banho de calda bordalesa.

TRATAMENTOS QUÍMICOS

Não existe tratamento químico eficaz. As árvores infetadas acabam por morrer. No entanto, pode-se tentar atrasar esse desfecho, aplicando oxicloreto de cobre, de janeiro a fim de março, se possível em período de chuva, utilizando 1 a 4 litros desta calda à volta do tronco num raio de 1 m e sobre o tronco até 1 metro de altura. Repetir o tratamento durante pelo menos 5 anos e voltar a repeti-lo passados 5 a 10 anos da mesma forma.

CANCRO DO CASTANHEIRO (Cryphonectria parasitica)

O cancro do castanheiro causa graves prejuízos na cultura, quer seja de produção de castanha, quer de madeira.

Nos últimos anos temos observado em toda a Região inúmeros castanheiros atacados pelo cancro, cujas lesões se curam e cicatrizam de forma natural. Esta cura deve-se à progressiva disseminação e instalação natural de estirpes hipo-virulentas do fungo Cryphonectria parasitica, que se vão sobrepondo e substituindo às estirpes virulentas causadoras dos cancros. Em alguns países da Europa, este

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conhecimento é utilizado na luta biológica contra o cancro do castanheiro.

Lesões causadas pelo cancro do castanheiro, em processo de

recuperação natural por ação de estirpes hipovirulentas do fungo

Durante o inverno, como medida preventiva para impedir a propagação do cancro do castanheiro usar plantas isentas da doença em novas plantações. _________________________________________________

PEQUENOS FRUTOS (AMORAS, FRAMBOESAS, GROSELHAS,

MIRTILOS)

DROSÓFILA DE ASA MANCHADA (Drosophila suzukii)

Registámos este ano ataques desta praga em muitos frutos de espécies cultivadas, como cerejas, morangos, framboesas, mirtilos, figos e uvas. As uvas afetadas por nós observadas desenvolveram podridões ácidas que, como é sabido, comprometem ou inviabilizam a vinificação. Também observámos infestações em amoras silvestres e medronhos, com destruição total dos frutos. Nesta altura do ano, continuamos a capturar grande número de moscas desta espécie nas armadilhas de monitorização colocadas em diversos locais.

A atividade de Drosophila suzukii diminui durante o inverno, mas não é interrompida. Aconselhamos, por isso, a manutenção do dispositivo de captura massiva durante esta estação, de forma a diminuir a população. Este dispositivo de captura massiva deve ser constituído no mínimo por 80 armadilhas por hectare, bem distribuídas pelo terreno e reforçada na periferia dos pomares.

BATATEIRA SARNA COMUM DA BATATA

(Streptomyces scabiei)

MEDIDAS PREVENTIVAS

Não utilize estrumes ou outros corretivos orgânicos mal curtidos.

No caso de ser necessário, deve ser corrigida a acidez do solo, aplicando a quantidade de calcário necessária distribuída por vários anos. A sarna comum não ocorre em terrenos com pH inferior a 5,0.

Faça agora análise de pH (acidez ou alcalinidade) e aplique durante o inverno os corretivos calcários. Estes corretivos não devem ser aplicados perto da plantação nem durante a plantação.

Alongue as rotações pelo menos para 5 anos.

Plante variedades menos sensíveis e batata-semente isenta de sarna.

Sintomas de sarna no tubérculo _________________________________________________

HORTÍCOLAS LESMAS E CARACÓIS

As lesmas e caracóis podem causar prejuízos em horticultura e floricultura, sendo bastante sensíveis culturas como alface, couve lombarda e repolhos, espinafres, morangos, etc..

A multiplicação de lesmas e caracóis é favorecida por invernos amenos e verões húmidos. Tempo frio ou de seca é-lhes desfavorável.

Lesmas e caracóis têm numerosos inimigos naturais: insetos do solo - como os carabídeos mamíferos – como os ouriços cacheiros aves - como os melros são grandes consumidores de lesmas e caracóis.

A luta contra as lesmas e caracóis deve basear-se sobretudo em medidas preventivas: rotação de culturas eliminação dos restolhos e de outros restos de cultura utilização de estrumes e compostos bem curtidos controlo cuidadoso das ervas nas culturas e à volta das parcelas, de forma a eliminar todos os

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abrigos potenciais nas proximidades da parcela ou dentro das estufas proteção dos animais auxiliares. Os trabalhos mecânicos, como as sachas e gradagens podem perturbar a reprodução, dispersando os ovos e expondo-os ao ar, diminuindo acentuadamente as populações.

Penca em crescimento inutilizada por caracóis e lesmas

Apenas em casos de mais difícil controlo, podem ser utilizados moluscicidas, numa luta direta contra estes inimigos das culturas. As aplicações precoces, no início da cultura (sementeira ou plantação), dão melhores resultados. A aplicação no decurso da vegetação, quando as culturas estão em desenvolvimento, é menos eficaz e permite apenas limitar os prejuízos já declarados.

No Modo de Produção Biológico, além das medidas preventivas acima enumeradas, é permitido o uso de moluscicidas à base de acetato de ferro (FERRAMOL, SLUXX, SMART BAYT).

TRAÇA DO TOMATEIRO (Tuta absoluta)

Continuamos nesta altura do ano a registar capturas nas armadilhas (figura anexa), o que denota que a praga permanece ativa, tendo-se mesmo registado um acréscimo de capturas no outono.

Como medida preventiva para o controlo e manutenção em níveis toleráveis da traça do tomateiro, recomenda-se que sejam eliminados todos os restos de cultura, incluindo os frutos que possam ter ficado no solo.

Recomenda-se também a eliminação das plantas espontâneas hospedeiras (erva-moira, figueira-do-inferno) nas imediações dos locais de cultura.

Erva-moira e figueira-do-inferno

Voo de Tuta absoluta (capturas nas armadilhas)

MÍLDIO DA CEBOLA

(Peronospora destructor)

É a mais grave doença da cebola e é muito vulgar atacar as jovens plantas ainda no viveiro (cebolo). Em consequência da invasão do fungo, o cebolo acaba por tombar e por se perder. O cebolo afetado, ao ser transplantado, infetará a cultura definitiva, causando a perda das cebolas, por vezes já durante a conservação.

Como medida preventiva recomenda-se a utilização de sementes sãs o arejamento do viveiro e a sua correta exposição ao sol a limpeza das ervas infestantes reduzir as adubações azotadas evitar a rega por aspersão fazer rotações de 3 a 4 anos evitar sementeiras e plantações muito densas.

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ARTRÓPODES AUXILIARES MEDIDAS DE PROTEÇÃO E FOMENTO

A proteção dos auxiliares é a forma mais importante e acessível aos agricultores, de assegurar o controlo biológico, pelo menos parcial, das pragas nas suas culturas.

Construa e instale abrigos para insetos e outros artrópodes úteis (ácaros fitoseídeos, aranhas). São de fácil construção e podem ser realizados com materiais reaproveitados existentes em todas as explorações agrícolas (madeira, telhas, redes de galinheiro, tijolos de barro, cacos, palha). Os abrigos devem ser instalados nas proximidades de pomares, vinhas, hortas e outras áreas de cultura. Estes abrigos atraem e são local de refúgio e de reprodução para himenópteros parasitoides, sirfídeos,

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joaninhas, abelhões (Bombus spp.) e muitos outros insetos auxiliares e polinizadores.

Modelo de abrigo para insetos auxiliares

AVES INSETÍVORAS

PROTEÇÃO E INCREMENTO DAS POPULAÇÕES DE AVES INSECTÍVORAS

As aves insectívoras desempenham um importante papel na diminuição das populações de insetos prejudiciais às culturas. Estas aves não devem ser alvo de caça, de envenenamento, de encarceramento em gaiolas, nem de qualquer outra forma de destruição. Os agricultores têm todo o interesse em conservar e aumentar as suas populações. Um processo há longos anos usado com este fim é a instalação de ninhos artificiais. Os ninhos devem ser feitos em madeira de pinho apainelada, grossa (10-12 mm), sem qualquer pintura ou verniz, cujo cheiro pode afastar as aves. Também se podem adquirir no comércio da especialidade. Os ninhos devem ser colocados durante o outono - inverno, para que as aves se habituem desde cedo à sua presença. O ninho deve ser protegido dos ventos dominantes e a entrada orientada a Sul ou Sudoeste. O ninho deve ser colocado alto (a mais de 2 metros de altura), no tronco principal ou em ramos grossos no interior da copa, em árvores afastadas de caminhos ou estradas, a cerca de 60 metros uns dos outros. Junto da entrada deve haver raminhos pequenos, para facilitar o acesso das aves ao ninho.

Os ninhos podem ser colocados em pomares, olivais e soutos, em árvores na proximidade das vinhas, no interior

de vinhas de grande extensão, em árvores junto aos campos, em quintais, jardins, parques, etc..

Modelos de ninhos artificiais para aves

Para mais informações, consulte-nos. Pode também obter outras informações junto de organizações nacionais ou locais de Proteção da Natureza, associações juvenis, etc.. (LPN, QUERCUS, FAPAS, SPEA, etc.).

A Natureza proporciona, por si só, muitos abrigos para os insetos e outros artrópodes auxiliares, aves, mamíferos e outros auxiliares (muros de pedras secas, muros revestidos de vegetação como hera ou vinha virgem, montes de pedras, taludes, sebes, orifícios nos troncos das árvores, detritos vegetais, etc.). Estes abrigos naturais devem ser protegidos e conservados.

Os tratamentos de outono - inverno e todas as medidas preventivas referidas nesta circular são também permitidos e recomendados no Modo de Produção Biológico. _________________________________________________

MANUTENÇÃO DO MATERIAL DE APLICAÇÃO DE PESTICIDAS

Aproveite os períodos mais tranquilos do Inverno para fazer uma revisão e manutenção aprofundada dos aparelhos, tendo em atenção os seguintes aspetos:

Depósito ► Lavá-lo com água limpa para eliminar possíveis incrustações de produto nas paredes ou no fundo. Verificar que o depósito não tenha furos nem rachadelas, procedendo à sua reparação ou substituição, se necessário.

Filtro do depósito ► A sua função é reter as impurezas presentes na água e as partículas de produto não completamente dissolvidas. Deve-se manter em boas condições, limpando-o cuidadosamente com jato de água.

Tubagens ► Devem ser lavadas com jato de água para eliminar possíveis incrustações no seu interior. Substituí-las em caso de deterioração.

Bicos ► Os bicos podem estar obstruídos, pelo que o débito de produto irá diminuindo. É aconselhável proceder à limpeza dos bicos, depois de desmontados, para lhes restituir a capacidade de pulverização. Nesta limpeza, não utilizar objetos perfurantes que possam alterar o diâmetro do orifício de saída do líquido. Caso seja necessário, substituir os bicos.

Bomba ► Nas máquinas que disponham deste elemento, deve comprovar-se periodicamente que o lubrificante contido no cárter está ao nível aconselhado. O óleo deve ser mudado periodicamente.

Manutenção do motor ► Deve limpar-se o filtro de ar a cada 50 horas de funcionamento. Controlar o estado das velas a cada 50 horas – devem-se desmontar, limpar e comprovar que a distância entre elétrodos é correta. No caso de as velas estarem muito deterioradas, devem substituir-se.

Conteúdos sobre pesticidas contidos nesta circular de acordo com informação disponível em http://www.dgv.min-agricultura.pt/ em 24.11.2015

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