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CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
PRATICA DE FORMAÇÃO
ARNALDO LEMOS FILHO
www.puc-campinas.edu.br/centros/cea
Cinema e Sociedade Capitalista
EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre os problemas da sociedade capitalista, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo.
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
DESCRIÇÃO DA PRÁTICA –
Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns temas da sociedade capitalista, tais como trabalho, alienação, mercadoria, ideologia e classes sociais, família burguesa, violência, corrupção.
Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica dos temas citados.
1. Oferecer um momento de reflexão da sociedade burguesa para o desenvolvimento de uma consciência crítica
OBJETIVOS ESPECIFICOS
2.Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes
3.Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves
CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO
A visão crítica da sociedade burguesa capitalista é fundamental para o profissional de nível superior que vai atuar na sociedade. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica.
Exibição e análise de filmes que discutam temas específicos da sociedade burguesa. Exposição dialogada da formação da sociedade capitalista, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP
METODOLOGIA
FILMES SELECIONADOS
QUEIMADA- Gilo Pontecorvo- Italia/França, 1969
MEU TIO – Jacques Tati – França,1956
EDUKATORS - Hans Weingarten – Alemanha-2004
QUANTO VALE OU É POR QUILO – Sergio Bianchi – Brasil-2005
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
Unidade I - A Sociedade Capitalista – Formação histórica e características.:
Unidade II – Capitalismo e Colonialismo – Filme : Queimada. Giles Pontecorvo
Unidade III – Capitalistmo e modo de vida – Filme : Meu Tio, Jacques Tati
Unidade IV – Capitalismo, Ideologia e Classes Sociais –Filme : Edukators (Hans Weingartner)
Unidade V – Capitalismo e Corrupção – Filme: Quanto vale ou é por quilo? (Sergio Bianchi) ¨
Unidade VI – Avaliação Final
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
BASICA - ALVES, Giovanni.Cinema como
experiência crítica- uma hermenêutica do Filme. www.telacritica.org
. ALVES, Giovanni – Meu Tio – CD-Rom GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ªedição,
Porto-Alegre: Ed. Artmed, 2005. TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia.
São Paulo: Ed. Atual, 2001
COMPLEMENTAR – SINGER,Paul. O Capitalismo, sua evolução, sua lógica e sua dinâmica. São Paulo: Ed.Moderna,1987 MARX, Karl. O Manifesto Comunista. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999 CATANI, Afrânio. O que é capitalismo. São Paulo. Ed.Brasiliense, Coleção Os Primeiros Passos.
CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA
CALENDARIO
Primeira Semana1ª aula : Apresentação
2ªaula : Sociedade Capitalista
Segunda Semana Queimada
Terceira Semana Debate
Quarta Semana Meu Tio
Quinta SemanaDebate
Sexta Semana
Sétima Semana
Oitava Semana
Nona Semana
Edukators
Debate
Quanto vale ou é por quilo e debate
Aula final
CALENDARIO
ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES“CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA”
1 Ficha técnica2 Estrutura narrativa 3. Tese(s)4. Palavras –chave 5. Frases e/ou cenas de relevo que explicam a(s) tese(s).6. Analise sóciologica : Analisar o filme a partir da(s) tese(s),frases e cenas relevantes em relação à sociedade capitalista7. Conclusão
INSTRUÇÕES - 1. O Relatório deve ser escrito e entregue nos prazos definidos na agenda. Não serão aceitos relatórios por e-mail.2. CAPA - Deverá constar, em maiúsculas e centralizado, o nome do(s) autor(s) ao alto, o título do trabalho no centro, local e data ao final, optando por Puc- Campinas e o ano logo abaixo. Titulo :– Filmes (titulo dos filmes)3. PÁGINA DE ROSTO – Deverá contemplar as informações de identificação do trabalho. Sugere-se : Relatorio apresentado para a Pratica de Formação “Cinema e Sociedade Capitalista”, sob orientação do Prof.....Esta identificação deverá constar no centro da pagina, á direita, no formato justificado e o espaço entre linhas deve ser simples4. PAPEL - PAPEL A-4 ou 210 x 297 cm5. MARGENS -SuperioInferior :Esquerda : Direita : 2 cm6. FONTES - Times New Roman- 12 Arial 11
ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS FILMES“CINEMA E SOCIEDADE CAPITALISTA”
MACRO-SOCIOLOGIA
MICRO-S0CIOLOGIA
examina a sociedade como um todo, ou seja, como um complexo sistema social.
examina a interação entre os indivíduos e entre os pequenos grupos.
VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
TEORIAS DA SOCIOLOGIA MODERNA
TEORIAS FUNCIONALISTAS
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
TEORIAS FUNCIONALISTAS
São teorias de integração social. Partem de uma visão única: a sociedade funciona como uma máquina.
Características
A sociedade distribui papeis e recursos (dinheiro, poder, prestigio, educação) aos seus membros que são peças da máquina.
A finalidade é a sua reprodução através do funcionamento perfeito de seus vários componentes.
Os seus membros estão integrados num sistema de valores, compartilham os mesmos objetivos, aceitam as regras vigentes e se comportam de forma adequada às mesmas.
Características
Há mecanismos de reajustes, e redistribuição de recursos e funções, pequenas mudanças dentro de limites estabelecidos pela própria sociedade, sem afetar o equilíbrio social.
Em situação de crise e de conflito existe uma disfunção: ou os elementos de contestação são controlados e neutralizados (repressão) ou a maquina social será destruída.
As disfunções se opõem ao funcionamento do sistema social. São falhas do sistema, não possibilitando a integração das finalidades e valores sociais.
SUAS FALHAS
Consideram a sociedade como um sistema harmônico: qualquer conflito é manifestação de patologia social
Adotam um modelo de equilíbrio social com pouco espaço aos processos de ruptura, conflito e mudança radical.
São teorias estáticas, limitando-se a descrições superficiais da sociedade.
TEORIAS FUNCIONALISTAS
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
São teorias que consideram a sociedade como constituída de grupos com interesses estruturalmente opostos que se encontram em luta pelo poder.
Características
TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL
Afirmam que a coação e o condicionamento ideológico são pontos fundamentais que os grupos de poder exercem sobre os demais.
As crises e as mudanças são consideradas fenômenos normais na sociedade: luta de interesses e poder.
A estabilidade é considerada como uma situação de exceção
Características
Fundamentam-se na tese marxista : “ A história de todas as sociedades até hoje é a história da luta de classes”
Explicam o funcionamento da sociedade pela estratificação social: a sociedade é constituída de vários estratus, resultado de uma desigualdade social no acesso ao poder e aos meios econômicos.
o conflito e a ruptura constituem a lei principal da historia da sociedade.
Karl Marx -1818-1883
SOCIEDADE CAPITALISTA
CAPITALISMO
UM MODO DE PRODUCÃO CUJOS MEIOS ESTÃO NAS MÃOS DOS CAPITALISTAS, QUE CONSTITUEM UMA CLASSE DISTINTA DA SOCIEDADE.
CARACTERISTICAS FUNDAMENTAIS :
PROPRIEDADE PRIVADADIVISAO SOCIAL DO TRABALHOTROCA DE MERCADORIAS
ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA: O PENSAMENTO DE KARL MARX
CONCEITOS
BASICOS
forcas de produção
relações de produção,
modo de produção
infra-estrutura econômica
super-estrutura política, juridicae ideológica
Estado,
ideologia
classes sociais
alienação
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Textos Básicos:
1848
1859
1863
O Manifesto Comunista
O Capital
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política
PRESSUPOSTOS PARA O PRESSUPOSTOS PARA O
CONHECIMENTO DA SOCIEDADECONHECIMENTO DA SOCIEDADE
Conceito de Homem
Conceito de História
Conceito de Trabalho
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
HOMEM ser de necessidades
satisfação das
necessidades
produção de bens
materiais
produção de bens
materiais
TRABALHO
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Relações
A ) com a NaturezaForças de Produção
(instrumentos de produção)
B ) dos Homens entre si Relações de Produção(divisão do trabalho)
modo de produção
+
HISTORIACapitalistaAntigo Feudal
=
“A história humana é a história das relações dos homens com a natureza e dos
homens entre si.”
Nesses dois tipos de relação
aparece como intermediário um
elemento essencial: O TRABALHO HUMANO
Assim como Darwin havia descoberto a lei
da evolução das espécies, Marx descobriu
as leis da HISTÓRIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
ESTADO
JURÍDICA
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
IDEOLÓGICAIDEOLÓGICA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade forma sua basebase ou infra-estruturainfra-estrutura que por sua vez é o fundamento sobre o qual se constituem as instituições políticas e sociais. Esta base material é o modo de produçãomodo de produção que serve para caracterizar distintas etapas da história humana.
INFRA ESTRUTURA
Na produção da vida os homens geram outra espécie de produtos que não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida.
SUPER ESTRUTURA
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de consciência, encontra-se na base econômica e material da
sociedade, no modo como os homens estão organizados no processo produtivo
CONSCIÊNCIA
EXISTÊNCIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
ESTADO
JURÍDICA
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
IDEOLÓGICAIDEOLÓGICA
“O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral”
“Não é a consciência do homem que determina a sua existência, mas ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”
“Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos julgar estas épocas de revolução pela sua consciência, mas pelo contrário, é necessário explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito existente entre as forças produtivas e as relações de produção”
“Nenhuma formação social desaparece antes que se desenvolvam todas as forças produtivas que ela contem e jamais aparecem relações de produção novas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade antiga as condições materiais para a sua existência”
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
CLASSE DOMINADACLASSE DOMINANTE
PROLETARIADOBURGUESIA
NÃO PROPRIETÁRIOS
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
MPC
ANALISE CRITICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA: O PENSAMENTO DE KARL MARX
ANALISE DA MERCADORIA
valor de uso e valor de troca
a determinação do valor de troca
os processos históricos de troca
a forca de trabalho como mercadoria
o valor da forca de trabalho
o processo da mais-valia
o fetichismo da mercadoria
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA 1 1
1. O duplo valor dos bens materiais
Valor de uso
Valor de troca
homem
necessidades
satisfação
produção de bens materiais
valor dos bensUtilidade do bem material para o seu produtor
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu
produtor e este o coloca no mercado para troca: MERCADORIA
Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem embutido nela um valor de uso
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA 1 1
2. A determinação do valor de troca
O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?
QUANTIDADE ?
NECESSIDADE ?
FINALIDADE ?
EQUIVALÊNCIA (valores iguais)
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
2. A determinação do valor de troca
trabalho
equivalência
02 horas 04 horas02 horas
tempo de trabalho necessário para a sua produção
equivalência
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA 2 2
2. A determinação do valor de troca
Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua produção
Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias, há uma comparação de trabalho humano. Logo toda mercadoria expressa relações sociais
Exemplo : compra no supermercado
Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?
“Ao equiparar os seus diversos produtos na troca como valores, os homens equiparam
os seus diversos trabalhos como trabalho humano. Não se dão conta, mas fazem-no”.
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho humano abstrato, o trabalho humano geral.
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA 3 3
3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista
a) Processo de circulação simples (troca direta)
b) Processo de circulação complexa (troca indireta)
M M
M D (equivalente geral) M
II) Processo Capitalista
D M D+
A troca direta não dinamiza a troca
Há necessidade de um equivalente geral
O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCROO processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO
D M D Qual a vantagem ?
Dinheiro tem valor de uso ?
D M D+ M D++ M D+++ ...
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
O processo pré-capitalista começa com M
a mercadoria é produto do trabalho
O processo capitalista começa com D
Questão Básica
De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?
Comércio = troca de mercadoria, conquista, pirataria, saque, exploração, suborno, fraude ...
o dinheiro é necessariamente produto do trabalho ?
ANALISE DA MERCADORIA
“Se o dinheiro .... Vem ao mundo com uma mancha congênita de sangue numa das faces, o capital
vem pingando da cabeça aos pés,de todos os poros, sangue e
lama” (Marx, O Capital, vol 1)
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
D
máquina
matéria prima
força de trabalho
(Capital constante)
(Capital variável)
M D +
No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua
força de trabalho: camponeses e artesãos
Camponeses = expulsos do campo
Artesãos = destituídos de suas ferramentas
ANÁLISE DA MERCADORIA 4ANÁLISE DA MERCADORIA 4
4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu dono, o trabalhador
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários à subsistência do trabalhador e sua reprodução
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que o trabalhador exista
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de
trabalho.
MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO
PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE
GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o estritamente necessário ao futuro trabalhador.
É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.
A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
1. Economistas Clássicos
A força de trabalho como criação de valor
2. Marx
O trabalho provoca nos objetos uma espécie de “ressurreição”
3. Economistas Clássicos
O valor das mercadorias depende do tempo de trabalho gasto na produção
4. Marx
Tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção
tempo médio tempo social
5. O processo da mais valia
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
Primeiro Modo Hipótese: 08 horas
5. O processo da mais valia
Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo valor é igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais valia:
Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando a mais valia
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
Segundo Modo
5. Exemplo Produção de um par de sapatos
100 unid de moeda
Matéria Prima =
Desgaste Instrumentos
Salário Diário
Como o capitalista
obtém o lucro?
5. O processo da mais valia
20 unid de moeda
30 unid de moeda
O valor de um par de sapatos é a soma de todos os valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção
Não é no âmbito da compra e venda
É no âmbito da produção
=
=
ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
09 horas de trabalho
01 par a cada 03 horas
Nessas 03h o trabalhador cria uma quantidade de valor correspondente ao seu salário
Nas outras 06h produz mais mercadorias que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário
ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA
+salário
Meios de Produção 120
30
150
+
=
+salário
Meios de Produção 120
30
390
+
=
x 03
03
130
=
MAIS VALIAMAIS VALIA
Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda
em cada um dos pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao operário: incorpora-se ao
produto e é apropriado pelo capitalista
Assim como um boi produz mais do que consome e enriquece o seu dono, a classe trabalhadora
produz mais valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios de produção. Os
trabalhadores são os bois do sistema capitalista
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
FETICHISMO
FETICHE
FREUD
Adoração ou culto de fetiches
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e presta culto
A aplicação do processo de fetichismo ao comportamento
individual: fetiches sexuais
MARX
A aplicação do processo do fetichismo ao
comportamento social: a mercadoria e o dinheiro são
fetiches
(1856 – 1939) (1818 – 1883)
O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias, o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois, relações sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de valor de troca (preço)
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria
menino-que-faz-pacotes
As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais, dotados de vida própria e os homens-
mercadorias aparecem como coisas
A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra: uma coisa que existe por si e em si
A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?
As relações sociais de trabalho aparecem como relações materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
Os homens são transformados em coisas e as coisas são transformadas em “gente”
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
O FETICHISMO DA MERCADORIAO FETICHISMO DA MERCADORIA
trabalhador
trabalho
proprietário
Os homens são transformados em coisas:
uma coisa chamada mercadoria que possui outracoisa chamada preço
uma coisa chamada capital que possui outracoisa chamada capacidade de ter lucros.
Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir, poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si
mesmas, independente dos homens que as realizam
Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem sob a forma de coisas: reificaçãoreificação (Lucaks)
Uma coisa chamada força de trabalho
E a coisas são transformadas em “gente”:
Questões FinaisQuestões Finais
Por que os homens conservam essa realidade ?
Como se explica que não percebam a reificação ?
Como entender que o trabalhador não se revolte contra uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?
Como explicar que essa realidade nos apareça como natural, normal, racional, aceitável ?
De onde vem o obscurecimento da existência das contradições e dos antagonismos sociais ?
De onde vem a não percepção da existência das contradições e dos antagonismos sociais ?
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIAfenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
ALIENAÇÃOALIENAÇÃO alienum = alheio - outro
Alienar um imóvel
ALIENAÇÃO ECONÔMICA
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de produção da vida material e do saber do qual dependia a fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
Vender = separar o proprietário da propriedade
CAPITALISMOCAPITALISMO
ALIENAÇÃO
O capitalismo reduziu o trabalhador simplificadas, parciais e repetitivas na linha de à execução de tarefas produção da fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na vida cotidiana
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na vida cotidiana
ALHEAMENTO O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência de si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIAfalsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
IDEOLOGIAIDEOLOGIA
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do “sistema”, como se estivessem se como se estivessem se comportando segundo sua própria vontadecomportando segundo sua própria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia da classe dominante nessa época.
IDEOLOGIAIDEOLOGIA
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e assumida pela classe dominada como se fosse sua.