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115A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
CICLOS ECONÔMICOS REGIONAISNO BRASIL DE 1985 A 2002
UMA INTRODUÇÃO*
Alexandre B. Cunha**
Leonardo Puccini Moreira***
RESUMO Esteartigoestudaaspropriedadesdocomponentecíclicodoprodutointernobrutoper capitadasunidadesfederativas(ufs)doBrasilnoperíodo1985-2002.Observou-sequeasufstiveram,emmédia,ciclosmaisvoláteisemenospersistentesdoqueociclodopaís.Verificou-setambémquenãohouveumapro-pensãoparaqueasdiversasufsexperimentassemrecessõeseexpansõesemdatascoincidentes.
Palavras-chave:ciclosdenegóciosregionaisnoBrasil;regularidadesempíricas
Código jel:E32,R19
BRAZILIAN REGIONAL BUSINESS CYCLES FROM 1985 TO 2002:
AN INTRODUCTION
ABSTRACT Westudythebusinesscyclecomponentoftheper capitagrossdomes-ticproductoftheBrazilianstatesduringtheperiod1985-2002.Inaverage,thesta-teshadcyclesmorevolatileandlesspersistentthantheBraziliancycle.Thecyclicalphasesusuallywerenottemporallycoincidentacrossstates.
Key words:Brazilianregionalbusinesscycles;empiricalregularities
* Artigorecebidoem17defevereirode2005eaprovadoem16dejaneirode2006.Doispareceristasanônimosforneceramcomentáriosvaliosos.Desnecessáriodizerqueosautoressãoosúnicosres-ponsáveisporalgumerroremanescente.Oprimeiroautoragradeceoapoiofinanceirodocnpq.
** ProfessoradjuntodasFaculdadesibmec/rj,e-mail:[email protected].
*** MestreemEconomiapelasFaculdadesibmec/rj,e-mail:[email protected].
116 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
INTRODUÇÃO
ConformemencionadoporKydlandePrescott(1990)eLucas(1983),os
primeiros40anosdoséculoxxtestemunharamumagrandeatividadede
pesquisanaáreadecicloseconômicos.OclássicolivroMeasuring Business
Cycles,deBurnseMitchell(1946),étalvezamelhorevidênciadoesforço
realizadopelosprimeirosestudiososdosciclosdenegócios.
Aspesquisasdosmacroeconomistasdaprimeirametadedoséculopas-
sadotinhamdoisgrandesobjetivos.Oprimeiroconsistiaemdocumentar
aspropriedadesestatísticasdasflutuaçõescíclicas.Osegundoeraconciliar
essaspropriedadescomateoriaeconômicaentãoexistente.
ArevoluçãoqueseseguiuàpublicaçãodaTeoria GeraldeKeynes(1936)
determinouoabandonodaagendadepesquisadescritanosparágrafosan-
teriores.Osesforçosempíricoseteóricosnaáreademacroeconomiaforam
alocadosparaoproblemadadeterminaçãodoníveldeprodutoerenda
agregadoemumdadoinstante.
Noensaio“Timetobuildandaggregatefluctuations”,KydlandePrescott
(1982)adotarammétodosnuméricospararesolverummodelodeequilí-
briogeraldinâmicoeestocástico.Emseguida,elesconfrontaramosatribu-
tosestatísticosdassériesgeradaspelomodelocomsériesequivalentesdo
mundoreal.
OensaiodeKydlandePrescott(1982)deuorigemaumavastaliteratura
sobreciclodenegócios.AconcessãodoPrêmioNobeldeEconomiade2004
àquelesdoispesquisadoreséumtestemunhodoimpactode“Timetobuild
andaggregatefluctuations”sobreateoriamacroeconômica.
Diversosestudossobrecicloseconômicosforamelaboradosapósapubli-
caçãode“Timetobuildandaggregatefluctuations”.Surpreendentemente,
partedastécnicasedasabordagensutilizadasemdiversosdessestrabalhos
éfundamentadanostrabalhosdesenvolvidospelosestudiososdaprimeira
metadedoséculoxx.Defato,umaimportantelinhadepesquisanaáreade
ciclodenegóciosconsistenadocumentaçãoderegularidadesempíricas.
Váriosestudossobreciclosdenegóciostêmcomobjetivoúnicoaidenti-
ficaçãodaspropriedadesestatísticasdevariáveismacroeconômicasselecio-
nadas.Porexemplo,BackuseKehoe(1992)estudaramascaracterísticasde
variáveiscomoProdutoNacionalBruto(pib)einvestimentodedezpaíses
desenvolvidosnoperíodo1850-1986.BaxtereStockman(1989)investiga-
117A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
ram,combaseemumaamostrade49países,arelaçãoentreregimecam-
bialeavolatilidadedealgumasvariáveismacroeconômicas.Ambler,Cardia
eZimmermann(2004)estimaramascorrelaçõesentrediversassériesma-
croeconômicasde20países.
Aexemplodostrabalhosmencionadosnoúltimoparágrafo,esteensaio
temcomoobjetivodocumentaralgumasregularidadesempíricasdosciclos
denegóciosnoBrasil.Maisespecificamente,estudaremosaspropriedades
cíclicasdaatividadeeconômicanoDistritoFederal(df)enosestadosbra-
sileirosduranteoperíodo1985-2002.
Chegamosaváriasconclusõesnesteensaio.OEstadodeSãoPauloteve
ciclosmaisvoláteisecompersistênciasimilaraosciclosbrasileiros.Acorre-
laçãolinearentreSãoPauloeopaísfoielevada.Conseqüentemente,aquele
estadoapresentoufasescíclicas(i.e.,recessõeseexpansões)perfeitamente
coincidentescomasdaeconomianacional.
AsconclusõesreferentesaSãoPaulonãopodemsergeneralizadas.Ou
seja,umaunidadefederativa(uf)qualquernãonecessariamenteapresen-
touciclosfortementecorrelacionadoscomosciclosdaeconomiabrasileira.
Adicionalmente,excetoporSãoPaulo,nenhumauftevefasescíclicasper-
feitamentesincronizadascomasdoBrasil.
Demaneirageral,pode-sedizerqueasufsbrasileirasapresentaramci-
closmaisvoláteisemenospersistentesqueoBrasil.Relativamenteaoses-
tadosnorte-americanos,osciclosdenegóciosdosestadosbrasileirosforam
poucocorrelacionadosentresi.
Osresultadosdesteestudosugeremqueasufsbrasileiraspossuemciclos
denegóciosaltamenteheterogêneos.Taisconclusõesestãoemconsonância
comasdeAraújo(2004).Esseautorverificouqueossetoresindustriaisdas
regiõesSuleNordesterespondemachoquesdepolíticamonetáriadeforma
bastanteassimétrica.
Orestantedestetextoestáorganizadodaseguinteforma:naseção1dis-
cutem-seabasededadosutilizadaeamensuraçãodoscicloseconômicosde
cadauf.Naseção2sãoanalisadasalgumaspropriedadesbásicasdosciclos
econômicosregionaisnoBrasil.Naseção3éestudadaaevoluçãodecada
ufpelasfasesdociclodenegócios.Naseção4apresentam-seasconside-
raçõesfinais.Noanexosãoapresentadosdiversosgráficosqueilustramo
comportamentodopibper capitadoBrasiledecadaumadasufs.
118 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
1. MENSURANDO OS CICLOS ECONÔMICOS
ConformedestacadoporChristianoeFitzgerald(1998),paraquesepos-
samensurarqualqueraspectodoscicloseconômicos,doiselementossão
indispensáveis.Oprimeiroéumamedidaxdaatividadeeconômica.Ose-
gundoéumadefiniçãoprecisadocomponentecíclicoxCdavariávelx.Esta
seçãodetalhaosprocedimentosadotadosnestetextoparaaobtençãoda-
quelesdoiselementos.
1.1 Mensurando a atividade econômica regional
Opibper capitaéumamedidatradicionaldaatividadeeconômicadeuma
nação.Logo,énaturalqueseadoteopibper capitaestadualaosemensurar
aatividadeeconômicadasunidadesfederativasdoBrasil.
Afontebásicadosdadosutilizadosnesteensaioforamasinformações
disponíveisemibge(2004).Essabasededadospermiteelaborarumasérie
anualdepib(acustodefator)per capitaparacadaumadasunidadesfede-
rativasdoBrasilparaoperíodo1985-2002.
Obviamente,assériesdepibper capitaforamtodasmensuradasapreços
constantes.E,conformeépadrãonaliteraturarelacionada,elaspassaram
porumatransformaçãologarítmica.
Umparêntesesefaznecessárioparaqueseexpliciteotratamentodadoa
GoiáseTocantins.Em1989,oantigoEstadodeGoiásfoidesmembradona-
quelasduasufs.Asinformaçõesdisponibilizadaspeloibgenãopermitem
quesecriemsériesindividuaisparaessesdoisnovosestadosparaoperíodo
1985-1988.Optou-seentãopormanterasinformaçõesagregadas.Assim
sendo,aunidadefederativaGoiásdestetrabalhocorrespondeaoantigoes-
tadocomomesmonome.
1.2 Mensurando o componente cíclico da atividade econômica
Asériedepibper capitaxtpodeserdecompostaemcomponentesdeten-
dênciaxTtedecicloxt
C.Asérieoriginaleosseuscomponentessatisfazem
aigualdadext = xtT + xt
C.Umamaneiraintuitivadeseinterpretartalde-
composiçãoconsisteemassociar,respectivamente,ostermos xtT e– xt
C aos
conceitosproduto potencialehiato do produtoencontradosemtextosintro-
dutóriosdemacroeconomia.
119A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Hádiversasformasdeseefetuaradecomposiçãodiscutidanoparágrafo
anterior.Ouseja,háváriasmaneirasdesefiltraremosdados.Nestetraba-
lho,adotou-seofiltroHodrick-Prescott(hp).Seguindooprocedimento
usualparadadoscomperiodicidadeanual,selecionou-seovalor100parao
parâmetrodesuavizaçãoλ.1
Oprincipalfatordeterminantedaadoçãodofiltrohpfoiasuapopula-
ridade.Ofiltroemquestãotemsidoadotadoemdiversostrabalhosempí-
ricos,comoBackuseKehoe(1992),ElleryeGomes(2005),Ellery,Gomese
Sachsida(2002)eHesseShin(1998).Defato,asuautilizaçãoétãoampla
queRavneUhlig(1997)afirmamque“(...)itappearsmostlikelythatthe
hp-filterwillremainthestandardmethodfordetrendingintheoretically
orientedworkforalongtimetocome”.2
Encontram-senoapêndiceumpardegráficosparaoBrasileumpar
paracadaumadassuasunidadesfederativas.Oprimeirográficoemcada
parcontémaevoluçãodologaritmonaturaldoPIBper capita(linhacheia)
edatendênciageradapelofiltrohp(linhapontilhada)noperíodo1985-
2002.Osegundográficoilustraatrajetóriadocomponentecícliconomes-
moperíodo.
2. PROPRIEDADES BÁSICAS DOS CICLOS REGIONAIS NO BRASIL
Sejaocomponentecíclicodeumasériegenéricaxt.Dentrediversaspro-
priedadesestatísticasde xtC ,aliteraturadeciclosdenegócioscomumente
enfatizaasuavolatilidade,asuapersistênciaeoseugraudeco-movimento3
comalgumaoutrasérie.
Avolatilidadede xtC correspondeàmagnitudedassuasoscilações.
Elausualmenteémensuradapelodesvio-padrãode xtC .Observequecomoxt
estámensuradonaescalalogarítmica,écomummultiplicarodesvio-padrão
por100paraqueavolatilidadesejamensuradaempontospercentuais.
Apersistênciadasérie xtC dizrespeitoàsuaautocorrelaçãoserial.Tradi-
cionalmente,essapropriedadeéquantificadapelocoeficientedecorrelação
linearentre xtC e xt
C –1.
Oco-movimentoentreduassériescorrespondeaograudesincronismo
nassuasoscilações.Umamaneiranaturaldesemensuraresteatributoéo
coeficientedecorrelaçãoentreassériesemquestão.Paraosfinsdesteensaio,
120 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
umdosco-movimentosrelevanteséaqueleexistenteentrecadaunidadeda
federaçãoeaeconomiabrasileira.
Encontram-senatabela1asestatísticasdevolatilidadeepersistência
dosciclosdenegóciosdosdiversosestadosbrasileiros,dodfedoBrasil.
Éapresentadotambémograudeco-movimentodecadaunidadefederativa
comopaís.Aslinhasreferentesàscincoregiõesnacionaiscontêmasmédias
aritméticassimplesdessasáreas.Apenúltimalinhacontémasmédiasdas
diversasunidadesdafederação.
AvolatilidadedoEstadodeSãoPaulofoiaproximadamente40%su-
perioràbrasileira.Apersistênciafoivirtualmenteidêntica.Ograudeco-
movimentocomoBrasilfoibastanteelevado(0,98).Essesachadossugerem
umaaltasimilaridadedosciclosdenegóciosnoBrasileemSãoPaulo.Tal
pontoserádiscutidonovamentenapróximaseção.
AsimilaridadedosciclosdenegóciosdeSãoPauloedoBrasiléabsolu-
tamentecompreensível.Opibdaqueleestadoé,porlargamargem,omaior
dentretodasasunidadesfederativas.Em1985,opibpaulistacorrespondiaa
36%dopibdopaís.Apesardemenor,em2002talestatísticaaindaeraigual
a33%.Tendoemvistaamagnitudedaeconomiapaulista,énaturalqueas
suasoscilaçõescíclicasrepercutamdeformaclaranaatividadeeconômica
dopaís.
Avolatilidademédiadosestadosfoiligeiramentesuperioràverificada
noBrasil.ComexceçãodaCentro-Oeste,todasasregiõesapresentaram
umavolatilidademédiasuperioràbrasileira.Contudo,asestatísticasindi-
viduaisdecadaestadonãoindicamqueexistaumapropensãoparaqueas
unidadesfederativasdeumadadaregiãopossuamcicloseconômicosmais
voláteisqueosciclosdoBrasil.
Apersistênciamédiaobservadanasunidadesfederativasfoiexpressiva-
menteinferioràdoBrasil.ApenasAmazonas,RondôniaeSãoPaulotive-
ramciclosmaispersistentesdoqueopaís.
AsregiõesSudesteeSulapresentaramgrausdeco-movimentocomo
Brasilmaioresdoqueasdemaisregiões.Tendoemvistaqueaquelasduas
regiõessãoasmaisricase,conseqüentemente,asquetêmmaiorparticipa-
çãonopibnacional,talconclusãonãochegaasersurpreendente.Contudo,
abaixacorrelaçãodealgunsestadosdoNorteedoNordestecomaecono-
miabrasileiramereceserrealçada.NocasodoAcreedeAlagoas,ocoefi-
cientedecorrelaçãofoinegativo.
121A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Tabela 1: Estatísticas descritivas dos ciclos regionais
UFVolatilidade Persistência co-movimento
com o BrasilAbsoluta Rel. Brasil Absoluta Rel. Brasil
Norte 4,02 1,54 0,47 0,73 0,34
Acre 1,73 0,66 0,30 0,46 –0,40
Amapá 2,40 0,92 0,51 0,79 0,43
Amazonas 8,91 3,41 0,74 1,16 0,77
Pará 3,51 1,35 0,36 0,56 0,25
Rondônia 4,81 1,84 0,68 1,06 0,50
Roraima 2,78 1,06 0,24 0,37 0,49
Nordeste 2,66 1,02 0,17 0,27 0,59
Alagoas 2,53 0,97 –0,20 –0,32 –0,10
Bahia 2,60 0,99 0,33 0,51 0,71
Ceará 1,83 0,70 –0,17 –0,27 0,33
Maranhão 4,02 1,54 0,07 0,11 0,60
Paraíba 2,91 1,12 0,16 0,25 0,54
Pernambuco 2,56 0,98 0,39 0,60 0,88
Piauí 2,04 0,78 0,22 0,35 0,76
Rio Grande do Norte 3,03 1,16 0,49 0,76 0,80
Sergipe 2,43 0,93 0,26 0,41 0,75
Centro-Oeste 1,85 0,71 0,28 0,43 0,61
Distrito Federal 1,30 0,50 0,28 0,44 0,74
Goiás 1,93 0,74 0,33 0,52 0,75
Mato Grosso 2,64 1,01 0,38 0,60 0,34
Mato Grosso do Sul 1,54 0,59 0,10 0,16 0,59
Sudeste 2,77 1,06 0,42 0,65 0,76
Espírito Santo 2,15 0,82 0,19 0,30 0,47
Minas Gerais 2,96 1,13 0,41 0,64 0,86
Rio de Janeiro 2,29 0,87 0,39 0,61 0,75
São Paulo 3,69 1,41 0,67 1,04 0,98
Sul 3,29 1,26 0,40 0,62 0,74
Paraná 3,31 1,27 0,26 0,40 0,71
Rio Grande do Sul 4,03 1,54 0,45 0,69 0,61
Santa Catarina 2,52 0,96 0,50 0,78 0,91
Média nacional 2,94 1,13 0,32 0,50 0,58
Brasil 2,61 1,00 0,64 1,00 1,00
Fonte: Cálculo dos autores.
Alémdoco-movimentodecadaunidadefederativacomaeconomiana-
cional,háinteresseemsemensuraroco-movimentoentreosestados.En-
contram-senatabela2ascorrelaçõesdoscomponentescíclicosdaatividade
econômicaentreasdiversasufs.
Amédiadascorrelaçõesapresentadasnatabela2éiguala0,35.Para
quesetenhaumamelhorcompreensãodosignificadodessacifra,elaserá
122 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
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RR–0
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8-0
,13
BA–0
,04
0,32
0,59
0,14
0,49
0,24
-0,1
7
CE
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050,
270,
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,05
0,31
MA
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70,
270,
260,
700,
090,
59-0
,30
0,34
0,47
PB–0
,04
0,27
0,64
0,00
0,32
0,32
0,06
0,37
0,35
0,48
PE–0
,26
0,50
0,63
0,31
0,44
0,50
0,11
0,47
0,15
0,57
0,61
PI–0
,27
0,29
0,76
0,04
0,32
0,31
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20,
580,
550,
600,
640,
55
RN–0
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0,04
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0,19
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0,57
0,56
0,68
0,75
0,66
SE–0
,28
0,28
0,51
0,40
0,17
0,36
0,07
0,77
0,46
0,63
0,42
0,66
0,55
0,74
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–0,1
90,
190,
520,
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49-0
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0,67
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0,76
0,89
GO
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70,
370,
360,
610,
370,
74-0
,32
0,66
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0,55
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MT
0,00
0,46
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30,
270,
680,
34-0
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0,35
0,06
0,19
0,05
0,25
0,21
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MS
–0,2
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480,
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0,19
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0,00
0,48
0,41
0,26
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0,22
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0,27
ES0,
370,
640,
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0,79
0,34
-0,1
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350,
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360,
370,
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610,
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0,54
0,13
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500,
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530,
760,
560,
730,
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710,
740,
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220,
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60
SP–0
,36
0,43
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10,
710,
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570,
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710,
650,
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590,
460,
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0,42
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170,
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70,
510,
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0,49
0,34
0,24
0,53
0,40
SC–0
,32
0,53
0,64
0,25
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0,68
0,25
0,56
0,44
0,86
0,60
0,70
0,72
0,65
0,64
0,35
0,53
0,47
0,72
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31
Font
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utor
es.
123A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
comparadaaestatísticasequivalentesobtidasemoutrosestudos.Ocorres-
pondentevalorobservadoporHesseShin(1998)para19estadosnorte-
americanosnoperíodo1978-1992éde0,75.Jáparaosdezpaísesindustria-
lizadosestudadosporBackuseKehoe(1992),aequivalenteestatísticapara
operíodo1950-1986éde0,26.
Ograudeco-movimentoentreasunidadesfederativasbrasileirasébai-
xo.Eleestámaispróximodaqueleobservadoempaísesqueseguiampolí-
ticaseconômicaspossivelmenteheterogêneasdoqueodosestadosnorte-
americanos.Pode-seconcluirqueoDistritoFederaleosestadosbrasileiros
possuemcicloseconômicoscombaixograudeintegração.
Kouparitsas(2001)estudouoscicloseconômicos,noperíodo1970-1995,
de22paísesdesenvolvidose46paísesemdesenvolvimento.Eleobservou
queasflutuaçõescíclicasdoprimeirogrupodenaçõeseramtransmitidas
paraosegundopelosfluxosdecomércio.
Seadistânciageográficaforumaproxyrazoávelparaoscustosdetrans-
porteeessesforemrelevantesparaadeterminaçãodocomérciointeresta-
dual,estadoslimítrofesdevempossuirfluxoscomerciaisrelativamentemais
intensos.Suponhaagoraqueummecanismosemelhanteaoapontadopor
Kouparitsas(2001)influencieosestadosbrasileiros.Logo,estadoslimítro-
festenderiamaapresentarumgraudeco-movimentomaiordoqueoob-
servadoentreestadosdistantes.Contudo,osdadosdatabela2mostramque
talvisãonãoénecessariamentecorreta.
Atítulodeexemplo,considereSantaCatarina.Osseusgrausdeco-mo-
vimentocomRioGrandedoSulePernambucosãorespectivamenteiguais
a0,62e0,86.Similarmente,ascorrelaçõesdeSãoPaulocomAmazonase
Pernambucosãomaioresdoqueaquelascomseusestadoscontíguos(Para-
ná,MatoGrossodoSul,MinasGeraiseRiodeJaneiro).Aevidênciasugere
queosfluxosdecomércionãoconstituemoprincipalfatordeterminante
dosco-movimentosdasunidadesfederativasdoBrasil.
Conformemencionadoanteriormente,oEstadodeSãoPaulopossuio
maiorpibdentreasufsbrasileiras.Assimsendo,essauféumacandidata
naturaladesempenharopapeldefontedasoscilaçõescíclicas.
ComoobjetivodeseverificarseumcicloiniciadoemSãoPauloposte-
riormentesepropagaparaorestodopaís,computou-seoco-movimento
contemporâneoedefasadodasufscomoEstadodeSãoPaulo.Osresulta-
124 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
dossãoapresentadosnatabela3.Assimcomonatabela1,aslinhasreferen-
tesàsregiõesnacionaiscontêmmédiasaritméticassimples.
Paraamaiorpartedasufs,acorrelaçãocontemporâneaémaiorque
ascorrelaçõesdefasadas.Adicionalmente,acorrelaçãotendeadecrescerà
medidaqueseaumentaograudedefasagem.Issosugerequeumeventual
impactodeumchoquecíclicoemSãoPaulosobreorestodopaísatinge
oseupiconomomentodasuarealizaçãoesedissipadeformagradualao
longodotempo.
Tabela 3: Correlação das UFs com São Paulo
UF SP t SP t-1 SP t-2
Norte 0,32 0,06 –0,13
Acre –0,36 –0,46 –0,08
Amapá 0,43 –0,19 –0,51
Amazonas 0,86 0,72 0,32
Pará 0,11 –0,01 0,01
Rondônia 0,49 0,05 –0,43
Roraima 0,39 0,26 –0,08
Nordeste 0,57 0,41 0,20
Alagoas –0,11 –0,08 –0,28
Bahia 0,71 0,43 0,33
Ceará 0,30 0,21 0,11
Maranhão 0,52 0,32 0,20
Paraíba 0,57 0,48 0,23
Pernambuco 0,86 0,51 0,11
Piauí 0,79 0,48 0,17
Rio Grande do Norte 0,79 0,80 0,41
Sergipe 0,72 0,50 0,47
Centro-Oeste 0,55 0,29 –0,14
Distrito federal 0,71 0,59 0,48
Goiás 0,65 0,43 0,26
Mato Grosso 0,26 –0,20 –0,56
Mato Grosso do Sul 0,59 0,35 –0,13
Sudeste 0,75 0,52 0,22
Espírito Santo 0,46 0,02 –0,20
Minas Gerais 0,84 0,74 0,29
Rio de Janeiro 0,70 0,66 0,56
São Paulo 1,00 0,67 0,21
Sul 0,69 0,36 –0,07
Paraná 0,65 0,64 0,19
Rio Grande do Sul 0,53 -0,01 –0,45
Santa Catarina 0,90 0,45 0,04
média nacional 0,55 0,32 0,06
Fonte: Cálculo dos autores.
125A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Encerra-seestaseçãocomumbrevesumáriodasconclusõesnelaobtidas.
Emmédia,asufsapresentaramoscilaçõesmaisvoláteisemenospersisten-
tesqueopaís.RelativamenteaosEstadosUnidos,ograudeco-movimento
entreosestadosbrasileirosébaixo.
3. EXPANSÕES, RECESSÕES E PONTOS DE INFLEXÃO
Umaeconomiaestáemexpansãonadatatquandoháumcrescimentono
componentecíclicodopibper capita,ouseja,xtC – xt
C –1
>0.Similarmente,
umaeconomiaseencontraemrecessãonadatatquandoxtC – x Ct–1
≤0.Hou-
veumponto de inflexãonadatat–1quandoaeconomiaestavaemrecessão
(expansão)emt–1eestáemexpansão(recessão)emt.Ouseja,umponto
deinflexãocorrespondeaumamudançadefasenociclodenegócios.4
Apresenta-senatabela4umadescriçãodetalhadadaevoluçãodasfases
docicloeconômicoemcadaumadasunidadesfederativasdoBrasil.
Umaimportanteconclusãoobtidadatabelaacimaéaperfeitacoinci-
dênciadasfasesdoEstadodeSãoPaulocomasdoBrasil.Contudo,exceto
porSãoPaulo,nenhumaoutraufapresentoufasescíclicasperfeitamente
sincronizadascomasdaeconomianacional.
ODistritoFederaleosestadosbrasileirosapresentaramcronologiasde
recessõeseexpansõesconsideravelmentedistintasduranteoperíodoestu-
dado.Porexemplo,nãoépossívelidentificarumanonointervalo1986-
2002noqualasunidadesfederativasestivessemtodasemrecessãooutodas
emexpansão.Tambémnãoépossívelidentificarumpardeufsquetenham
apresentadoamesmaevoluçãoaolongodasfasesdociclodenegócios.
Keynes(1936)tornoulugar-comumentreoseconomistasaidéiadeque
umgovernodeveimplementarpolíticasmacroeconômicasanticíclicas.Tal
propostateveuminegávelimpactonaciênciaeconômica.Recentemente,
Lucas(2003)discutiuosimpactosdasoscilaçõescíclicassobreobem-estar
social.Woodford(2003)argumentaqueaestabilizaçãodadiferençaentre
produtoefetivoepotencialdeveserumadasmetasdapolíticaeconômica.5
Asconclusõesobtidasnestaseçãoapontamparaumdesafioadicional
paraospolicy makersbrasileiros.Parailustraresseponto,considereoanode
1999.TantooBrasilcomooEstadodeSãoPauloestavamnosegundoano
deumarecessão.Seexistisseoobjetivodeseimplementarumapolíticaan-
126 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
Tabela 4: Fases dos ciclos econômicos
UF
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Acre – – + – + + – + – + + – + + + + +
Amapá + – – – – + – + + – + + – – + + +
Amazonas + – + – – – – + + + + + – – + – –
Pará + + + – + – + + – – – + – + + + +
Rondônia + – + – – – + + + + + – – + + + +
Roraima + + + – – + + + – + + – – + + + +
Alagoas + + – + + + + – + – – + + – + – –
Bahia + – + – – – + + + – + + – – + – –
Ceará + – + – – + – – + – + + – – + – +
Maranhão + – + – – + – + + – + + – + + + +
Paraíba + – + – + + – – + + + + – + + – +
Pernambuco + + – + – + – + + + – + – – + – +
Piauí + – + – – + – + + – + – – + + – –
Rio Grande do Norte + + – – – + – – + + – + – – + – –
Sergipe + – + – – – – + + – + + – – + – +
Distrito Federal + – + – + – – + + + – + – + + – –
Goiás + + + – – + – + – – + + – – + + +
Mato Grosso + – + – – – + + + – – – + + + – +
Mato Grosso do Sul – + + – – + – + – + – + – – – + –
Espírito Santo + – + – – + – – + – + – – – + – +
Minas Gerais – + – – – + – + + + + + – – + – –
Rio de Janeiro + – + + – + – + + + + – + – + – +
São Paulo + + – – – – – + + + + + – – + – –
Paraná – + – – – – – + + – + – + – + + –
Rio Grande do Sul + + – – – – + + + – – + – + + + –
Santa Catarina + + – – – + + + – + + + – + + + –
Brasil + + – – – – – + + + + + – – + – –
Obs.: “+” e “−” denotam, respectivamente, expansão e recessãoFonte: Cálculo dos autores.
127A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
ticíclica,aquelaobservaçãodeterminariaqualpolíticaemquestãodeveria
serexpansionista.Contudo,algunsestados(comoMatoGrosso,ParáeRio
GrandedoSul)estavamemexpansãonaqueleano.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Adocumentaçãodosfatosestilizadosdosciclosdenegóciostemsidoo
alvodediversosensaios.Estetrabalhoseinserenessalinhadeinvestigação.
Oseuobjetivoconsistiuem identificaras regularidadesempíricasdos
ciclosdenegóciosdecadaunidadefederativa(uf)doBrasilnoperíodo
1985-2002.
Emmédia,asufsbrasileirasapresentaramcicloscomvolatilidadeapro-
ximadamente13%superioraosciclosdopibper capitabrasileiro.Osciclos
dasufssãomenospersistentesdoqueociclonacional.
Aspropriedadesdosciclosdenegóciosbrasileirosforamcomparadas
àevidênciaexistentepara19estadosnorte-americanos.Observou-seque
ograudeco-movimentodasufsbrasileiraséexpressivamenteinferiorao
observadonosEstadosUnidos.
SãoPauloapresentouciclosmaisvoláteisqueoBrasil.Contudo,osseus
ciclostiverampersistênciasimilaraosdopaíseexibiramumaltograude
co-movimentocomosciclosnacionais.Adicionalmente,asrecessõeseex-
pansõesdeSãoPauloedoBrasilestiveramperfeitamentesincronizadasno
tempo.
AsemelhançaentreosciclosdeSãoPauloedopaísnãofoiobservada
paraasdemaisufs.Observou-seumaexpressivadiferençanacronologia
dasrecessõeseexpansõesregionais.Asdiversasufsnãotiverampontosde
inflexãocoincidentescomaeconomianacional.
Aprincipalevidênciaqueemergedestetrabalhoéaheterogeneidadedos
ciclosdenegóciosnasdiversasunidadesfederativasdopaís.Assimsendo,
umaeventualformulaçãodepolíticasmacroeconômicasanticíclicasdeveria
levaressefatoemconsideração.
128 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
ANEXO
Gráfico 1PIB per capita do Brasil:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
Gráfico 2PIB per capita do Brasil:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 3PIB per capita do Acre:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
-0,08
-0,10
Gráfico 4PIB per capita do Acre:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
Gráfico 5PIB per capita do Amapá:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
-0,08
-0,10
-0,12
Gráfico 6PIB per capita do Amapá:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,03
0,01
-0,01
-0,03
-0,05
129A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Gráfico 7PIB per capita do Amazonas:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,74
0,54
0,34
0,14
-0,06
Gráfico 8PIB per capita do Amazonas:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,08
-0,02
-0,12
-0,22
Gráfico 9PIB per capita do Pará:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,22
0,17
0,12
0,07
0,02
-0,03
Gráfico 10PIB per capita do Pará:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,00
-0,05
-0,10
Gráfico 11PIB per capita de Rondônia:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,04
-0,06
-0,16
-0,26
Gráfico 12PIB per capita de Rondônia:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,00
-0,05
-0,10
130 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
Gráfico 13PIB per capita de Roraima:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,05
0,00
-0,05
-0,10
Gráfico 14PIB per capita de Roraima:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
Gráfico 15PIB per capita de Alagoas:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
Gráfico 16PIB per capita de Alagoas:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 17PIB per capita da Bahia:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,12
0,07
0,02
-0,03
-0,08
Gráfico 18PIB per capita da Bahia:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
131A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Gráfico 19PIB per capita do Ceará:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 20PIB per capita do Ceará:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,03
0,01
-0,01
-0,03
Gráfico 21PIB per capita do Maranhão:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 22PIB per capita do Maranhão:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,00
-0,05
-0,10
Gráfico 23PIB per capita da Paraíba:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 24PIB per capita da Paraíba:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
-0,08
-0,10
132 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
Gráfico 25PIB per capita de Pernambuco:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,10
0,06
0,02
-0,02
-0,06
Gráfico 26PIB per capita de Pernambuco:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 27PIB per capita do Piauí:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 28PIB per capita do Piauí:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 29PIB per capita do Rio Grande do Norte:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 30PIB per capita do Rio Grande do Norte:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
-0,08
133A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Gráfico 31PIB per capita de Sergipe:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,11
0,09
0,07
0,05
0,03
0,01
-0,01
Gráfico 32PIB per capita de Sergipe:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
Gráfico 33PIB per capita do Distrito Federal:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
Gráfico 34PIB per capita do Distrito Federal:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,03
0,02
0,01
0,00
-0,01
-0,02
-0,03
Gráfico 35PIB per capita de Goiás:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 36PIB per capita de Goiás:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
134 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
Gráfico 37PIB per capita de Mato Grosso:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
Gráfico 38PIB per capita de Mato Grosso:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 39PIB per capita de Mato Grosso do Sul:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,35
0,25
0,15
0,05
-0,05
Gráfico 40PIB per capita de Mato Grosso do Sul:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,02
0,01
0,00
-0,01
-0,02
-0,03
Gráfico 41PIB per capita do Espírito Santo:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,15
0,10
0,05
0,00
-0,05
-0,10
Gráfico 42PIB per capita do Espírito Santo:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
135A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
Gráfico 43PIB per capita de Minas Gerais:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,18
0,13
0,08
0,03
-0,02
Gráfico 44PIB per capita de Minas Gerais:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 45PIB per capita do Rio de Janeiro:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,09
0,07
0,05
0,03
0,01
-0,01
-0,03
Gráfico 46PIB per capita do Rio de Janeiro:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
Gráfico 47PIB per capita de São Paulo:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,06
0,01
-0,04
-0,09
-0,14
Gráfico 48PIB per capita de São Paulo:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,05
0,00
-0,05
-0,10
136 R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, 10(1): 115-138, jan./mar. 2006
Gráfico 49PIB per capita do Paraná:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Gráfico 50PIB per capita do Paraná:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,07
0,02
-0,03
-0,08
Gráfico 51PIB per capita do Rio Grande do Sul:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,14
0,10
0,06
0,02
-0,02
-0,06
-0,10
Gráfico 52PIB per capita do Rio Grande do Sul:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,08
0,03
-0,02
-0,07
-0,12
Gráfico 53PIB per capita de Santa Catarina:
efetivo e tendência
1985 1990 1995 2000
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
Gráfico 54PIB per capita de Santa Catarina:
componente cíclico
1985 1990 1995 2000
0,06
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
137A. B. Cunha e L. P. Moreira – Ciclos econômicos regionais no Brasil...
NOTAS
1. Aanáliserealizadanestetrabalhotambémfoiefetuadacomosfiltrosdeprimeiradife-
rençaehpcomovalor400paraoparâmetroλ.Osresultadosqualitativos–ouseja,
heterogeneidadedoscicloseassincronismotemporaldasrecessõeseexpansões–se
mostraramrobustosàtécnicadefiltragem.
2. AspropriedadesdofiltrohpsãoestudadasporHodrickePrescott(1997)eRavneUhlig
(1997).Sugere-seaoleitorinteressadonaspropriedadesdeoutrosfiltrosqueconsulte
Canova(1999).
3. Utilizou-senesteensaioaexpressãoco-movimentocomooequivalenteemportuguês
paraotermocomovementdalínguainglesa.
4. Canova(1999)forneceumtratamentodetalhadodoproblemadeidentificaçãodasfases
edospontosdeinflexãodosciclosdenegócios.
5. ValeressaltarqueLucas(2003)argumentadeformaexplícitaquenãonecessariamente
édesejável,sobopontodevistadobem-estarsocial,eliminartodasasflutuaçõescícli-
cas.AanáliseemWoodford(2003)levaàmesmaconclusão.Obviamente,adiscussão
dessepontofogeaoescopodopresentetrabalho.
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