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105 PORTUGUÊS Texto I – questões de 1 a 15 Volta-se a falar em reforma política, mas to- dos os que a pregam, dentro da tradição brasilei- ra, querem-na porque não a querem; pretendem fazê-la de tal forma que o poder permaneça com as oligarquias. O sistema eleitoral terá de ser de tal ordem que o poder de fato não saia das mãos dos descendentes daquelas famílias que, acompa- nhando D. João VI, aqui se instalaram, em nova e mais efetiva colonização política do Brasil. O argumento reacionário das elites é sempre o mesmo: o povo não está preparado para o po- der. Confundem, e confundem porque é conve- niente, o povo — entidade política — com a po- pulação geral do país. Uma das tarefas do sistema democrático, no entanto, é exatamente a da pro- moção da cidadania, por meio da universalização do ensino de boa qualidade e da prática política. Só assim podem ser incorporados ao povo, como coletividade de cidadãos, aqueles indivíduos de- sinformados que são hoje instrumento eleitoral — e justificador, com seu voto — das inamovíveis elites. Mauro Santayana A pirâmide e o trapézio. In: Correio Braziliense, 6/1/2005 (com adaptações). Considerando as inferências permitidas pelo texto I, bem como as suas estruturas lingüísticas, julgue os itens a seguir. 1. (CESPE) O tema da reforma política no Brasil é constante porque todos os que realmente a que- rem estão, recorrentemente, pregando a seu fa- vor. 2. (CESPE) A falta de preparo do povo para votar é um dos argumentos das elites para a desejada mudança inerente à democracia. 3. (CESPE) Como resultado da universalização do ensino e da prática política, um sistema democrá- tico trata, igualmente, os indivíduos desinforma- dos e os informados. 4. (CESPE) A coletividade de cidadãos corresponde à população geral do país e é formada tanto pelos indivíduos informados como pelos desinforma- dos. 5. (CESPE) Querer a reforma política, sem a que- rer, corresponde a manter o poder nas mãos das mesmas famílias que colonizaram politicamente o Brasil. Nos itens seguintes, julgue se as alterações propostas para o texto I respeitam o emprego dos sinais de pon- tuação e a coerência textual. 6. (CESPE) Substituição da vírgula depois de “polí- tica” (L.1) por dois-pontos. 7. (CESPE) Inserção de vírgula logo depois de “or- dem” (L.6). 8. (CESPE) Retirada da vírgula logo após “Confun- dem” (L.12). 9. (CESPE) Substituição dos travessões que demar- cam “entidade política” (L.13) por parênteses. 10. (CESPE) Retirada da vírgula logo depois de “ci- dadania” (L. 16). A respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto I, julgue os itens abaixo. 11. (CESPE) O emprego do pronome em “Volta-se” (L.1) indica um sujeito indeterminado, impesso- al, de sentido geral, que textualmente pode cor- responder à idéia de nós. 12. (CESPE) Os pronomes átonos em “querem-na” (L.3) e “fazê-la” (L.4) correspondem ao mesmo referente, “reforma política” (L.1), que também poderia ser expresso pelo pronome a, se estivesse em outro lugar na frase. 13. (CESPE) O sujeito de “Confundem” (L.12) não precisa ser explicitado porque é o mesmo da ora- ção imediatamente anterior. 14. (CESPE) Na linha 15, a retirada do vocábulo “da” imediatamente antes de “promoção” alteraria as relações semânticas do texto, mas preservaria a coerência textual. 15. (CESPE) O advérbio “assim” (L.18) refere-se à idéia da “promoção da cidadania” (L.15-16), via- bilizada por dois fatores mencionados na oração anterior. TESTES I 1 4 7 10 13 16 19 22

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  • 105PORTUGUS

    Texto I questes de 1 a 15

    Volta-se a falar em reforma poltica, mas to-dos os que a pregam, dentro da tradio brasilei-ra, querem-na porque no a querem; pretendem faz-la de tal forma que o poder permanea com as oligarquias. O sistema eleitoral ter de ser de tal ordem que o poder de fato no saia das mos dos descendentes daquelas famlias que, acompa-nhando D. Joo VI, aqui se instalaram, em nova e mais efetiva colonizao poltica do Brasil.

    O argumento reacionrio das elites sempre o mesmo: o povo no est preparado para o po-der. Confundem, e confundem porque conve-niente, o povo entidade poltica com a po-pulao geral do pas. Uma das tarefas do sistema democrtico, no entanto, exatamente a da pro-moo da cidadania, por meio da universalizao do ensino de boa qualidade e da prtica poltica. S assim podem ser incorporados ao povo, como coletividade de cidados, aqueles indivduos de-sinformados que so hoje instrumento eleitoral e justificador, com seu voto das inamovveis elites.

    Mauro Santayana A pirmide e o trapzio.In: Correio Braziliense, 6/1/2005 (com adaptaes).

    Considerando as inferncias permitidas pelo texto I, bem como as suas estruturas lingsticas, julgue os itens a seguir.

    1. (CESPE) O tema da reforma poltica no Brasil constante porque todos os que realmente a que-rem esto, recorrentemente, pregando a seu fa-vor.

    2. (CESPE) A falta de preparo do povo para votar um dos argumentos das elites para a desejada mudana inerente democracia.

    3. (CESPE) Como resultado da universalizao do ensino e da prtica poltica, um sistema democr-tico trata, igualmente, os indivduos desinforma-dos e os informados.

    4. (CESPE) A coletividade de cidados corresponde populao geral do pas e formada tanto pelos indivduos informados como pelos desinforma-dos.

    5. (CESPE) Querer a reforma poltica, sem a que-rer, corresponde a manter o poder nas mos das mesmas famlias que colonizaram politicamente o Brasil.

    Nos itens seguintes, julgue se as alteraes propostas para o texto I respeitam o emprego dos sinais de pon-tuao e a coerncia textual.

    6. (CESPE) Substituio da vrgula depois de pol-tica (L.1) por dois-pontos.

    7. (CESPE) Insero de vrgula logo depois de or-dem (L.6).

    8. (CESPE) Retirada da vrgula logo aps Confun-dem (L.12).

    9. (CESPE) Substituio dos travesses que demar-cam entidade poltica (L.13) por parnteses.

    10. (CESPE) Retirada da vrgula logo depois de ci-dadania (L. 16).

    A respeito do emprego das estruturas lingsticas no texto I, julgue os itens abaixo.

    11. (CESPE) O emprego do pronome em Volta-se (L.1) indica um sujeito indeterminado, impesso-al, de sentido geral, que textualmente pode cor-responder idia de ns.

    12. (CESPE) Os pronomes tonos em querem-na (L.3) e faz-la (L.4) correspondem ao mesmo referente, reforma poltica (L.1), que tambm poderia ser expresso pelo pronome a, se estivesse em outro lugar na frase.

    13. (CESPE) O sujeito de Confundem (L.12) no precisa ser explicitado porque o mesmo da ora-o imediatamente anterior.

    14. (CESPE) Na linha 15, a retirada do vocbulo da imediatamente antes de promoo alteraria as relaes semnticas do texto, mas preservaria a coerncia textual.

    15. (CESPE) O advrbio assim (L.18) refere-se idia da promoo da cidadania (L.15-16), via-bilizada por dois fatores mencionados na orao anterior.

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  • 106 PORTUGUSTexto II questes 16 a 24

    Volta-se a falar em reforma eleitoral no Bra-sil. Mas a reforma eleitoral ter que ser acompa-nhada da redistribuio do poder poltico. pre-ciso restaurar o pacto federativo, de tal maneira que, na primeira etapa, a Unio devolva ao estado o poder e os recursos que usurpou ao longo dos ltimos quarenta anos. Em seguida, que o muni-cpio assuma todos os poderes que puder exercer. do senso comum que o poder ser tanto mais democrtico quanto mais prximo estiver do ci-dado. Por isso, a liberdade de organizao parti-dria no pode ser apenas ideolgica ou doutrin-ria: dever ser geogrfica, federativa.

    Idem, ibidem (com adaptaes).

    Com referncia ao texto II, julgue os itens abaixo.

    16. (CESPE) O autor do texto defende que a redistri-buio do poder poltico tem como conseqncia a reforma eleitoral.

    17. (CESPE) A defesa da liberdade de organizao geogrfica e federativa constitui um argumento para preservar o poder da Unio.

    18. (CESPE) A argumentao do texto visa reforar o poder poltico de quem est mais prximo do cidado, do municpio.

    19. Subentende-se da argumentao do texto que a reforma eleitoral no Brasil dever ser feita em eta-pas.

    Em relao s estruturas lingsticas do texto II, julgue os itens a seguir.

    20. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse em (L.1) por de.

    21. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse que (L.2) por de.

    22. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse (L.3) por Ser.

    23. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse assuma (L.8) por as-sume.

    24. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse pode (L.12) por po-der.

    Texto III questes de 24 a 32

    A Semana de 22 marcou o incio da afirma-o cultural brasileira. Nos anos 30 h um intenso processo de construo do imaginrio nacional, mesmo com um certo vis autoritrio.

    A importncia histrica dessa construo fica clara no ps-guerra at o perodo JK, quando a exaltao do pas passa a ser feita por todos, de msicos a esportistas.

    O subdesenvolvimento como a misria. Mais do que a falta de recursos, um estado de esprito, uma baixa auto-estima que impede pes-soas e naes de terem vontade da superao.

    A parcela internacional-provinciana do pas restrita, sem expresso poltica e econmica e sobreviver por mais algum tempo, enquanto ti-ver serventia para os efetivamente poderosos.

    No mais, os jornalistas somos basicamente brasileiros, assim como o Poder Judicirio, juzes e advogados, engenheiros e mdicos, a classe po-ltica, as pequenas e mdias empresas, a universi-dade pblica, parte relevante da intelectualidade, os msicos, a classe artstica e, obviamente, o po-vo.

    Por tudo isso, d para ter esperana de que a grande noite de provincianismo, de descompro-misso com o pas, em breve no ser mais do que um desses rascunhos que, no mximo, ajudaro a reescrever a histria pitoresca do pas.

    Luis Nassif. Os internacionalistas. Folha de S. Paulo, 12/12/2004 (com adaptaes).

    Julgue os itens a seguir, que apresentam propostas de parfrases para pargrafos indicados do texto III, quanto a aspectos gramaticais e/ou semnticos .

    25. (CESPE) (segundo pargrafo) No perodo JK, de psguerra, fica clara a exaltao do pas de msi-cos e esportistas, a todos que possam fazer a im-portncia histrica dessa construo.

    26. (CESPE) (quarto pargrafo) Enquanto for de ser-ventia para os efetivamente poderosos, a parcela internacional-provinciana do pas, que restrita e sem expresso poltica e econmica, sobreviver por mais algum tempo.

    27. (CESPE) (sexto pargrafo) Em breve, d para ter esperana que a grande noite de descompromis-so, que representa o provincianismo, ajudar por tudo isso, a reescrever a histria pitoresca do pas, no mximo, como mais um rascunho.

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  • 107PORTUGUS28. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia

    textual caso se substitusse um intenso proces-so (L.2) por intensos processos.

    29. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse terem (L.12) por ter.

    30. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse sem expresso (L.14) por no tm expresso.

    31. (CESPE) Haveria erro gramatical e incoerncia textual caso se substitusse os jornalistas somos (L.17) por ns, os jornalistas, somos.

    32. (CESPE) O termo sublinhado NO tem natureza nominal e, por isso, complementa o verbo, ele-mento principal do predicado da orao em que ocorre no texto III, em fica clara no ps-guerra (L.6)

    Texto IV questes 33 a 40

    Em geral, os oprimidos falam muito. Fala muito a oposio, os crticos da poltica econ-mica. No param de falar os que discordam, esto assustados com as decises do que perderam, os que no so ouvidos.

    No passado pr-industrial, antes das fbricas e do barulhoensurdecedor de tantas mquinas, Deus estava associado ao som ao trovo, o sino da igreja. A onda sonora isolada e grave anuncia-va uma nica vez o que era importante e determi-nava o que tinha que ser feito.

    Hoje tudo comentado, discutido, criticado. Quem discorda, escreve, reclama, faz uma baru-lheira. Por meio de jornais, Internet e celulares. Os poderosos so lacnicos e negativos No! Mantm o silncio respeitoso de quem escuta e no ouve.

    Joo Sayad. Um minuto de silncio. TAM magazine, dez./2004 (com adaptaes).

    33. (CESPE) No texto IV, sem se levar em conside-rao os ajustes necessrios na pontuao e no uso de letras maisculas e minsculas, provoca-se erro gramatical e incoerncia textual ao se deslo-car o termo Em geral (L.1) para logo depois de os oprimidos (L.1).

    34. (CESPE) No texto IV, sem se levar em conside-rao os ajustes necessrios na pontuao e no uso de letras maisculas e minsculas, provoca-se erro gramatical e incoerncia textual ao se deslo-car o termo a oposio (L.1) para logo aps os crticos da poltica (L.1-2).

    35. (CESPE) No texto IV, sem se levar em conside-rao os ajustes necessrios na pontuao e no uso de letras maisculas e minsculas, provoca-se erro gramatical e incoerncia textual ao se des-locar o termo os que no so ouvidos (L.4-5) para imediatamente antes de os que discordam (L.3).

    A respeito das idias e das estruturas lingusticas do texto IV, julgue os itens a seguir.

    36. (CESPE) A insero da expresso os que logo antes de esto assustados (L.4) preserva a coe-rncia textual e o paralelismo sinttico entre os termos da enumerao.

    37. (CESPE) A substituio de o sino (L.8) por ao sino provocaria erro de regncia e incoerncia textual.

    38. (CESPE) Na linha 15, a retirada do advrbio No!, iniciando a ltima orao do texto, no prejudica a correo e a coerncia textual porque a negativa j est implcita em silncio.

    39. O emprego da flexo do verbo Mantm (L.16) deve-se concordncia com o pronome quem (L.16).

    40. (CESPE) Depreende-se da argumentao do tex-to que as formas verbais escuta e ouve, ambas na linha 12, so sinnimos textuais.

    Texto V questes 41 a 45

    O papel principal da Justia Eleitoral est marcado na Constituio Federal e na legislao eleitoral brasileira: visa ao trato jurisdicional de questes relativas s eleies e ao eleitorado. No mbito da Justia Eleitoral, a anlise de suas res-ponsabilidades, essencialmente de interesse p-blico, deve extrapolar as atividades jurisdicionais de forma a contribuir para a construo de me-lhores cidados.

    Internet: (com adaptaes).

    Em relao ao texto V, julgue os itens a seguir.

    41. (CESPE) A seleo vocabular, a sintaxe e a impes-soalidade conferem ao texto a clareza e a objetivi-dade prprias da linguagem adequada redao oficial.

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  • 108 PORTUGUS42. (CESPE) Se o sinal de dois-pontos (L.3) for subs-

    titudo por ponto final e o verbo visar for grafa-do com maiscula, haver truncamento sinttico no texto modificado.

    43. (CESPE) Se a preposio combinada com o artigo em ao trato (L.3) for eliminada, a manuteno do artigo assegura que o perodo permanece gra-maticalmente correto.

    44. (CESPE) Na linha 4, a presena de sinal indica-tivo de crase em s eleies justifica-se pela re-gncia da palavra trato.

    45. (CESPE) a presena de vrgula aps Eleitoral (L.5) que determina, obrigatoriamente, o empre-go de vrgula aps responsabilidades (L.6).

    Texto VI questes 46 a 50

    A Justia Eleitoral brasileira est em constan-te busca pelo aprimoramento do processo eleito-ral e estabelece um novo foco de ao: a Alfabeti-zao Cidad. Esse processo diz respeito s aes de conscientizao da sociedade quanto aos seus direitos e deveres. Um exemplo o projeto Eleitor do Futuro, que tem como objetivo a formao de jovens mais crticos e conscientes de seu papel na sociedade.

    Internet: (com adaptaes).

    Em relao ao texto acima, julgue os itens a seguir.

    46. (CESPE) Na linha 2, a substituio de pelo por do mantm a correo gramatical do perodo e o respeito s normas da lngua escrita padro.

    47. (CESPE) Na linha 3, a expresso Esse processo elemento coesivo que retoma de forma sinttica a informao do perodo antecedente.

    48. (CESPE) Infere-se do texto que h outras aes que fazem parte da Alfabetizao Cidad alm do projeto Eleitor do Futuro.

    49. (CESPE) A Alfabetizao Cidad tem esse nome porque um projeto voltado para crianas e jovens que no dominam a lngua portuguesa.

    50. (CESPE) A vrgula aps Futuro (L.6) justifica-se porque a orao subseqente tem natureza ex-plicativa.

    Julgue os itens abaixo quanto pertinncia gramati-cal.

    51. (CESPE) A Revoluo de 1930 tinha como um dos princpios a moralizao do sistema eleitoral. Um dos primeiros atos do governo provisrio foi a criao de uma comisso de reforma da legisla-o eleitoral, cujo trabalho resultou no primeiro Cdigo Eleitoral do Brasil.

    52. (CESPE) O Cdigo Eleitoral de 1932 criou a Jus-tia Eleitoral, que passou a ser responsvel por to-dos os trabalhos eleitorais alistamento, organi-zao das mesas de votao, apurao dos votos, reconhecimento e proclamao dos eleitos. Alm disso, regulou, em todo pas, as eleies federais, estaduais e municipais.

    53. (CESPE) Em 22 de abril de 1960, um dia aps sua transferncia para a capital federal, o TSE instalou na Esplanada dos Ministrios,em Braslia, onde funcionou at 1971, quando passou ocupar sede prpria na mesma cidade, na Praa dos Tribunais Superiores, onde permanece at hoje.

    54. (CESPE) A partir de 1986, com a informatizao do cadastro de eleitores, a Justia Eleitoral tem trazido uma extraordinria evoluo ao processo eleitoral brasileiro. A urna eletrnica estabeleceu o auge desse processo de modernizao, que con-tinua em constante busca de aprimoramento.

    55. (CESPE) O fato que as instituies pblicas devem estar atentas ao seu ambiente interno e ex-terno. Internamente, a Justia Eleitoral vem de-sempenhando seu papel ao promover com lisura o processo eleitoral. Externamente, apesar de j estar imbuda do carter social pela Constituio, busca agora a aproximao com o cidado, para mostrar-lhe o caminho da incluso social.

    Trechos adaptados de Internet: .

    Texto VII questes 56 a 60

    No amando o sangue, temendo as incerte-zas da fraude, e julgando as eleies necessrias, como achar um modo de as fazer sem nenhum desses riscos? Formulei ento um plano compa-rvel ao gesto do meu criado, quando escova o chapu s avessas. Suprimo as eleies. Mas como farei as eleies, suprimindo-as? Fao-as conser-vando-as. A idia no clara; lede-me devagar.

    Sabeis muito bem o que eram os pelouros an-

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  • 109PORTUGUStigamente.Eram umas bolas de cera, onde se guar-davam, escritos em papel, os nomes dos candida-tos vereao; abriam-se as bolas no fim do prazo da lei, e os nomes que saam eram os escolhidos para a magistratura municipal. Pois este proces-so do antigo regmen o que me parece capaz de substituir o atual mecanismo. (...) O cidado, em vez de votar, aposta. Em vez de apostar no gato ou no leo, aposta no Alves ou no Azambuja.

    Idem. Ibidem, p. 649-50.

    Em relao ao texto acima, julgue os itens a seguir.

    56. (CESPE) Substituir de as fazer (L.3) por de fa-z-las mantm a correo gramatical do perodo.

    57. (CESPE) Em lede-me devagar (L.8), com o em-prego do imperativoafirmativo na segunda pessoa do plural, estabelece-se uma forma de interao com o leitor.

    58. (CESPE) O termo abriam-se (L.12) equivale forma verbal de voz passiva sero abertas. Com a substituio de uma pela outra as relaes semn-ticas e sintticas permanecem inalteradas.

    59. (CESPE) A palavra vereao (L.12) est asso-ciada idia de exercer o cargo de vereador, ou seja, pertencer cmara de vereadores.

    60. (CESPE) Em o que me parece (L.15), se o pronome sublinhado for substitudo por aquele, preservam-se a correo gramatical e a coerncia do perodo.

    Texto VIII questes 61 a 70

    Existe no meio rural uma violncia estru-tural. Uma violncia que decorre da estrutura da posse da terra, do poder econmico dela re-sultante, do controle poltico que os senhores das terras exercem sobre a populao local.Essa violncia mantm enormes contingentes popula-cionais condenados misria, fome, depen-dncia, mendicncia, impede que seus filhos tenham acesso escola, controla seus votos, sua participao poltica. Impede, em muitas regies de serto semi-rido, que pessoas tenham acesso gua, como forma de mant-las dependentes da boa vontade do senhor das terras e das guas.

    Essa violncia permanente e estrutural, que impede 13 que os trabalhadores rurais sejam de fato cidados independentes, que possam ter um

    futuro, e melhorar suas condies de vida, a pior violncia que pode existir contra os sem-terra, porque os transforma em excludos de tudo. Eles so excludos da prpria conscincia dos direitos a uma vida com dignidade. Vtimas de uma sub-jugao atvica, os prprios oprimidos passam a v-la como natural, ou buscam no sobrenatural religioso as nicas explicaes para tanto sofri-mento.

    Joo Pedro Stdile. O latifndio. In: Emir Sader (org.)Sete pecados do capital. Rio de Janeiro: Record, 1999.

    Julgue os itens abaixo a partir das idias do texto VIII.

    61. (CESPE) Conformados com o processo de opres-so, perpetuado ao longo de geraes, os traba-lhadores rurais encontram, na religio, a soluo de seus problemas.

    62. (CESPE) Principalmente em decorrncia da falta de acesso educaoescolarizada, controlam-se os votos e a participao poltica no meio rural.

    63. (CESPE) Em muitas regies sertanejas, a neces-sidade do acesso gua determina a submisso poltica da populao e do governo local ao poder pblico federal, verdadeiro dono das guas.

    64. (CESPE) Os sem-terra, valendo-se do processo de dominao poltico-econmica existente no meio rural, fazem-se de vtimas do latifndio com o intuito de conquistar a posse da terra.

    65. (CESPE) A atual estrutura de posse da terra a raiz dos problemas no meio rural, da qual se ori-ginam: o domnio econmico, o controle poltico, a violncia, a misria e suas conseqncias.

    Em relao ao texto VIII e suas estruturas lingusticas, julgue os itens a seguir.

    66. (CESPE) A expresso no meio rural (L.1) pode-ria estar entre vrgulas, sem prejuzo da correo gramatical.

    67. (CESPE) Sem que haja prejuzo do sentido ori-ginal do texto e da correo gramatical, a orao que decorre (L.2) pode ser substituda pelo ad-jetivo decorrente, desde que o ponto, na linha 1, seja substitudo por vrgula e a palavra Uma es-teja grafada com inicial minscula.

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  • 110 PORTUGUS68. (CESPE) Atenderia ao rigor gramatical a substi-

    tuio de que os (L.4) por cujos.

    69. (CESPE) A expresso como forma de (L.12) pode ser substituda por com o propsito de, sem que se contrarie o sentido original do texto.

    70. (CESPE) Sero mantidas a coerncia textual e a correo gramatical, se a expresso Vtimas de uma subjugao atvica (L.21-22) for transfor-mada na seguinte orao: Por serem vtimas de uma subjugao atvica.

    Com a centralidade da televiso nas cam-panhas polticas da atualidade, o evento poltico deslocou-se das ruas e das praas pblicas para a sala dos eleitores. No universo unificador da m-dia, os polticos no se destacam por sua experi-ncia, pelo programa de seu partido nem mesmo por sua capacidade de liderana no processo pol-tico, mas pela simpatia que seus marketeiros con-seguem suscitar nos grandes auditrios.

    Davys Sleman de Negreiros. Mdia e poltica a metamorfose

    do poder. Internet: . Aces-so em maio/2005 (com adaptaes).

    No texto acima,

    71. (CESPE) o trecho Com a centralidade da televi-so (L.1) equivale a Conforme a centralizao televisiva.

    72. (CESPE) sem que se contrarie o sentido original do texto, pode-se substituir deslocou-se (L.3) por foi deslocado.

    73. (CESPE) a locuo dos eleitores (L.4) poderia ser substituda pelo adjetivo eleitoral.

    74. (CESPE) a colocao do pronome se logo aps a forma verbal destacam (L.5) atenderia pres-crio gramatical.

    75. (CESPE) pode-se empregar no obstante no lu-gar do conector mas (L.8).

    Texto IX questes 76 a 84

    Os percentuais de ocupao de cargos de representao poltica pelas mulheres so baixos em todas as instncias e, at o momento, o siste-ma de cotas adotado pelo governo brasileiro, nas

    eleies, tem ajudado pouco na alterao desse quadro. De fato, ainda cedo para uma conclu-so mais definitiva sobre a sua eficcia, at mes-mo porque essa poltica pode operar em vrias dimenses, algumas das quais simblicas e que s podero ser mais bem observadas no mdio prazo. Mas os resultados obtidos at o momen-to indicam algumas pistas. Importa lembrar que a lei de cotas em vigor estabelece que os partidos reservem um percentual mnimo de 30% de vagas das competies legislativas a cada um dos sexos. De acordo com dados do Tribunal Superior Elei-toral (TSE), possvel verificar que, em todas as eleies at agora realizadas, em geral as cotas 16 ficaram longe de ser atingidas.

    Clara Arajo. Internet: . Acesso em maio/2005 (com adaptaes).

    Com base nas idias do texto II, julgue os itens a se-guir.

    76. (CESPE) possvel, no mdio prazo, que o siste-ma de cotas contribua para alterar o quadro pol-tico brasileiro.

    77. (CESPE) As estatsticas eleitorais comprovam o desprezo da mulher brasileira em relao sua participao nas esferas pblicas de poder.

    78. (CESPE) Os resultados obtidos nas eleies, at o presente momento, semelhana dos lugares sociais tradicionalmente reservados a homens e a mulheres, so assimtricos.

    79. (CESPE) Os partidos polticos brasileiros recu-saram-se, no ltimo pleito eleitoral, a cumprir a determinao do TSE quanto reserva mnima de vagas destinadas a homens e a mulheres.

    No que se refere a aspectos lingsticos do texto IX, julgue os itens a seguir.

    80. (CESPE) O predicado so baixos em todas as instncias (L.2-3) poderia ser substitudo por es-to abaixo de todas as instncias, sem se alterar o sentido original do texto.

    81. (CESPE) Na linha 3, estaria mantido o sentido original do texto, caso a expresso at o momen-to fosse deslocada para imediatamente aps o adjetivo adotado.

    82. (CESPE) De acordo com as normas gramaticais, a expresso mais bem (L.10) deveria ser substi-tuda pela forma adjetiva melhor.

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  • 111PORTUGUS83. (CESPE) Estaria preservada a coerncia textual,

    se o ltimo perodo do texto viesse introduzi-do por uma conjuno de valor adversativo, tal como: entretanto, contudo, todavia, desde que feitas as alteraes de letras maisculas.

    84. (CESPE) No haveria prejuzo do sentido origi-nal do texto, se a expresso longe de ser atingi-das (L.19) fosse substituda por alm do que se esperava.

    Agora que vamos ter eleio nova, lembra-ram-se alguns amigos que eu bem podia ser de-putado. Tanto me quebraram a cabea, que afinal consenti em correr s urnas. Resta s a profisso de f, que o ponto melindroso. Eu podia, se-melhana de um candidato ingls, em 1869, fazer

    este pequenino speech: Quero a liberdade pol-tica, e por isso sou liberal; mas para ter a liberda-de poltica preciso conservar a Constituio, e por isso sou conservador. Mas, alm de copi-lo, se apresentasse um tal programa (o que no fica bem), no sei se essas poucas linhas, que parecem um paradoxo, no so antes (comparadas com as nossas coisas) um trusmo.

    Machado de Assis. Balas de Estalo. In: Obra Completa. v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 430.

    Em relao ao texto acima, julgue os itens a seguir.

    85. (CESPE) O emprego da primeira pessoa do plu-ral em vamos (L.1) indica insero do leitor no texto como algum que compartilha a realidade ali representada.

    86. (CESPE) O perodo inicial do texto estaria gra-maticalmente correto se ja forma verbal podia (L.2) fosse substituda pelo futuro do pretrito poderia.

    87. (CESPE) Na linha 3, insero de vrgula aps que e aps afinal mantm a correo gramati-cal do perodo.

    88. (CESPE) Na linha 4, a palavra melindroso con-fere s idias do texto a noo de que a profisso de f algo complicado e de difcil execuo, que se faz com esforo e correndo riscos.

    89. (CESPE) Pelos sentidos do texto e pelo emprego da palavra trusmo(L.14), depreende-se a idia de que a frase do candidato ingls muito racio-nal e sofisticada.

    O Sr. Dr. Castro Lopes deseja juntar aos seus louros de latinista eminente os de legislador. Apresenta-se candidato pelo 1. distrito com uma circular em que promete aplicar todos os esforos em prover de remdio as finanas do pas. Tendo-as estudado desde longos anos, o recente candi-dato formulou alguns projetos, que apresentar na Cmara, tendentes principalmente a aliviar a nao da sua dvida interna e externa, sem o mnimo gravame nem do povo nem do tesouro. Povo e tesouro, para os efeitos puramente pecu-nirios, pode dizer-se que so a mesma coisa; mas o importante que a medida, qualquer que seja, nada menos que a salvao do Estado.

    Idem. Ibidem, p. 436.

    Em relao s informaes e estruturas do texto, jul-gue os itens a seguir.

    90. (CESPE) A insero da palavra lauris antes de de legislador (L.2) preservaria a coeso textual e a correo gramatical.

    91. (CESPE) Em Tendo-as (L.5-6), o pronome to-no encltico constitui elemento coesivo que reto-ma o antecedente finanas do pas (L.5).

    92. (CESPE) A expresso gravame (L.10) est rela-cionada idia de nus, gasto, impostos maiores.

    93. (CESPE) O perodo contido nas linhas de 5 a 9 manteria as informaes originais e estaria de acordo com as normas da lngua padro se a es-trutura nem do povo nem do tesouro (L.10) fos-se substituda por qualquer uma das seguintes: ou do povo ou do tesouro, seja do povo ou do tesou-ro, nem do povo e do tesouro.

    94. (CESPE) Em pode dizer-se (L.12) estaria igual-mente correta a colocao pronominal pode-se dizer.

    Texto X questes 95 a 104 (...)

    Vamos ao princpio geral. S. Ex. confunde nomeao e vocao. Ponhamos o caso em mim. Eu, se amanh me nomearem bispo, poderia re-ceber com regularidade a cngrua e os emolu-mentos, mas, por falta de vocao, preferia uma boa rede a todas as cmaras eclesisticas. S. Ex. dir, porm, que esta hiptese absurda; aqui vai outra.

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  • 112 PORTUGUSSuponhamos que no dia 15 de janeiro, por

    uma dessas inspiraes geniais que o cu conce-de aos povos nos momentos supremos da hist-ria, elegem-me deputado. Vocao, aquilo que se chama vocao ou aptido parlamentar, no a tenho; mas tenho respeito vontade do eleitor, indicao das urnas, e, para conciliar a ordem so-berana com a minha inpia, dividiria o tempo de maneira que fosse algumas vezes Cmara. Pode-ria o eleitor, em tal caso, obrigar-me a conhecer as matrias, estud-las, exp-las. Redigir pareceres, fazer discursos? No; era cair no mesmo erro de deformar a natureza com o intuito de reform-la.

    O mais que o eleitor podia e devia fazer, era afir-mar o seu direito soberano, elegendo-me outra vez.

    O caso dos tabelies mais grave. No se tra-ta de um cargo temporrio, como o de deputado, nem se lhe pode dar, como a este, um tal ou qual exerccio mnimo e aparente, por meio de alguns papis Cmara. O oficio vitalcio, e exerce-se ou no. Exerc-lo sem vocao produzir dois grandes males. Constrange-se um esprito apto para outra coisa a definhar nos recessos de um cartrio, e arrisca-se a fazenda particular aos des-cuidos possveis de quem faz as coisas sem amor.

    Em relao ao texto X, julgue os itens a seguir.

    95. (CESPE) Para assegurar o paralelismo sinttico e a correlao entre tempos e modos verbais, es-taria gramaticalmente correta a substituio de preferia (L.5) por prefereria.

    96. (CESPE) A expresso Suponhamos que (L9) permite que em lugar de elegem-me (L.12) seja empregado o subjuntivo elejam-me.

    97. (CESPE) A repetio lexical como a que ocorre nas linhas 10 e 11 um recurso estilstico de n-fase que deve ser evitado na redao de corres-pondncias e documentos oficiais, como ofcios e leis.

    98. (CESPE) Em no a tenho (L.13) o pronome a funciona como elemento coesivo que retoma o antecedente Vocao, aquilo que se chama voca-o ou aptido parlamentar (L.12-13).

    99. (CESPE) A expresso vontade do eleitor (L.14) refere-se a uma idia que retomada no texto pe-las expresses indicao das urnas (L.15) e or-dem soberana (L.15-16).

    Quanto s estruturas do texto X, julgue os itens a se-guir.

    100. (CESPE) Pelos sentidos do texto, infere-se que a palavra inpia (L.16) est se referindo idia de fraqueza, inaptido, incompetncia.

    101. (CESPE) Em como a este (L.26), o termo grifa-do retoma o antecedente deputado (L.26) e, por isso, constitui um elemento de coeso textual.

    102. (CESPE) Em Constrange-se (L.31) e arrisca-se (L.32), a partcula se tem a mesma funo sinttica, nas duas ocorrncias.

    103. (CESPE) A expresso recessos (L.32) est asso-ciada idia de perodos de paralisao das ativi-dades, interrupo dos trabalhos.

    104. (CESPE) A expresso fazenda particular (L.33) est sendo empregada no sentido de finanas, ne-gcios ou interesses particulares.

    Julgue os itens quanto a grafia, morfologia e sintaxe.

    105. (CESPE) Segundo estudo realizado pelo Progra-ma das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maioria dos latinosamericanos con-sidera que a democracia indispensvel para o desenvolvimento e prefervel qualquer outra forma de governo, embora se mostrem insatisfei-tos com seu desempenho.

    106. (CESPE) De acordo com os dados da pesquisa A Democracia na Amrica Latina, realizados pelo PNUD, 66% dos latino-americanos considera que a democracia indispensvel para o desenvolvi-mento de seus pases e que no pode haver demo-cracia sem partidos polticos ou congressos.

    107. (CESPE) A satisfao ou insatisfao com a de-mocracia, segundo concluses de pesquisa en-comendada pela ONU, na Amrica Latina, esto relacionados com sua eficcia para resolver os problemas econmico, social e politico do pas.

    108. (CESPE) Passados 20 anos da Campanha Diretas J, o Brasil, segundo relatrio do PNUD, apre-senta uma situao contraditria: atinge a melhor avaliao no ndice de Democracia Eleitoral, mas, ao mesmo tempo, tem uma populao que abriria mo do sistema democrtico em prol de uma eco-nomia mais segura.

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  • 113PORTUGUS109. (CESPE) Conforme o relatrio do PNUD, 64,7%

    dos entrevistados entre os 18.643 latino-ame-ricanos ouvidos afirmam que os governantes no cumprem o que promete por que mentem para ganhar as eleies. A maior parte se queixam tambm da corrupo, ineficincia do Judicirio, falta de profissionalismo combinada com o abuso da fora policial e incapacidade dos governos de resolver problemas sociais bsicos.

    Opes adaptadas. Internet: .

    Julgue os itens abaixo quanto ao emprego dos sinais de pontuao.

    110. (CESPE) Em um estado com rea de 1,2 milho de quilmetros quadrados, o segundo maior da Federao brasileira, e com 20% da populao de 7 milhes de habitantes na capital, j desti-tuda de funo produtiva de significao, o tema da rediviso territorial deveria ser fundamental. Mas, contrariando a lgica e o bom senso, isso no ocorre no Par.

    111. (CESPE) A eventualidade do retalhamento do es-tado, para a formao de novos estados emerge apenas episodicamente. Quando surge, tratada como urgncia e emergncia. Uma vez cessado o risco de mudana, a letargia devolve, o tema, qua-se estaca zero, ao ponto de partida.

    112. (CESPE) semelhana de quase toda a elite local a imprensa se assustou, mais uma vez com a pos-sibilidade de desmembramento do Par. Em vez de examinar o problema racionalmente, a mdia, simplesmente se danou a dar gritos de alerta, e a bradar contra a ameaa.

    113. (CESPE) O mote fundamental da posio contr-ria ao desmembramento do estado congnito: quem nasceu no Par atual, no quer morrer em um Par diferente. Dificilmente razo desse porte, conseguir deter o avano da reivindicao e da mobilizao, pela criao de novos estados dentro do que hoje, rea nica do Par.

    114. (CESPE) A composio demogrfica, as carac-tersticas fsicas, as condies sociais, polticas e econmicas do Par, impem como prioritrio, na definio do seu futuro o tema da territoria-lidade. Independentemente das posies assumi-das, diante da questo preciso abord-la.

    Opes adaptadas. Lcio Flvio Pinto. Internet:. Acesso em maio/2005.

    Texto XI questes 115 a 125

    A mdia no mais, apenas, um poder auxi-liar, conforme pensa quem a chama de quarto po-der. Pelo contrrio, a mdia fornece os temas sobre os quais o pblico eleitor deve pensar, dispondo-os em categorias semnticas determinadas, e age, tambm, como um dispositivo regulador da pr-pria esfera poltica e no apenas como mediadora entre os poderes. Dessa forma, tanto no nvel do intercmbio poltico como no nvel simblico, o funcionamento do sistema poltico nas democra-cias da sociedade contempornea est sendo cada vez mais determinado pela mdia.

    Davys Sleman de Negreiros. Op. cit. (com adaptaes).

    No que se refere s estruturas lingsticas empregadas no texto XI, julgue os itens a seguir.

    115. (CESPE) Na linha 2, identifica-se sujeito sob a forma de orao.

    116. (CESPE) Na linha 3, indiferente, do ponto de vista semntico, o emprego da preposio sobre ou sob.

    117. (CESPE) As relaes semnticas entre as oraes do segundo perodo seriam mantidas caso a ora-o dispondo-os em categorias semnticas de-terminadas fosse assim reescrita: embora os dis-ponha em categorias semnticas determinadas.

    118. (CESPE) O trecho tanto no nvel do intercm-bio poltico como no nvel simblico (L 8-9) est entre vrgulas por se tratar de um aposto explica-tivo.

    119. (CESPE) No ltimo perodo do texto, h apenas uma orao, que est construda na voz ativa, em-bora o sujeito da orao seja identificado como paciente da ao verbal.

    Entre as muitas coisas intrigantes deste mun-do, poucas h to misteriosas quanto o tempo. A ironia que mal nos damos conta disso. Estando desde o nascimento submetidos a uma mesma noo de tempo, aceita por todos nossa volta de modo sempre idntico e inquestionvel, ten-demos a achar que ela a nica possvel e corres-ponde prpria realidade. Causa grande choque saber que outras culturas tm formas diferentes de perceber e compreender o tempo e tambm de representar o curso da histria. E, ainda assim, a

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  • 114 PORTUGUSnossa defesa automtica acreditar que elas esto erradas e ns, certos. Ledo engano.

    Na nossa prpria cultura, o tempo foi per-cebido de formas diferentes. Os gregos antigos tinham uma noo cclica do tempo. Ele se inicia-va com as prodigiosas eras de ouro e dos deuses, declinava depois para as eras de bronze e de ferro, dos heris, chegando crise final com a fraqueza e a penria da era dos homens, aps a qual o ciclo reiniciava.

    Para os romanos, o tempo se enfraquecia medida que se afastava do mais sagrado dos even-tos, a fundao de Roma.

    Na Idade Mdia, os cristos acreditavam percorrer uma via penitencial recursiva, desde a expulso do Jardim do den at a salvao e o re-torno ao Paraso.

    Idem, ibidem.

    A respeito das estruturas e dos sentidos do texto aci-ma, julgue os itens a seguir.

    120. (CESPE) Para os gregos, o tempo finda-se com a era da opulncia e do declnio dos homens.

    121. (CESPE) O termo tambm (L.10) pode ser des-locado para a posio imediatamente aps a for-ma verbal Causa (L.8), sem prejuzo para as in-formaes do texto e para a correo gramatical.

    122. (CESPE) Ao utilizar a expresso Na nossa pr-pria cultura (L.14), o autor ope a cultura brasi-leira cultura romana.

    123. (CESPE) A noo de tempo, de acordo com os gregos antigos, comportava eras, que deram ori-gem noo moderna do tempo fragmentado em meses.

    124. (CESPE) Infere-se do texto que os romanos con-sideravam a fundao de Roma um fato muito re-levante do curso de sua histria.

    125. (CESPE) A reescritura altera as idias do texto original e as normas gramaticais no so plena-mente atendidas.No seguinte trecho (L.1): Existe, entre as muitas coisas intrigantes deste mundo, poucas to misteriosas quanto o tempo.

    GABARITO 01E 02E 03E 04E 05C 06E 07C08E 09C 10E 11C 12C 13E 14C15C 16E 17E 18C 19C 20E 21E22E 23C 24E 25E 26C 27E 28E29E 30C 31E 32E 33E 34C 35E36C 37E 38E 39E 40E 41C 42E43E 44E 45E 46C 47C 48C 49E50C 51C 52E 53E 54C 55C 56C57C 58E 59C 60C 61E 62E 63E64E 65C 66C 67C 68E 69C 70C71E 72C 73E 74E 75E 76C 77E78C 79E 80E 81E 82E 83C 84E85C 86C 87C 88C 89E 90C 91C92C 93E 94C 95E 96C 97C 98C99C 100C 101C 102C 103E 104C 105E106E 107E 108C 109E 110C 111E 112E113E 114E 115C 116E 117E 118E 119E120E 121E 122 E 123E 124C 125E

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