Centurione_Mestrado

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    1/171

    INFLUNCIA

    DAS

    CARACTERISTICAS

    DAS

    MATRIAS

    -

    PRIMAS

    NO PROCESSO

    DE

    SINTERIZAO

    DO

    CLNOUER

    PORTLAND

    Srgio

    Luiz

    Centurione

    Orientador:

    Prof.

    Dr.

    Yuehiro

    Kihars

    DISSERTAAO

    DE

    cottlsso

    -,uLGADoRA

    UNIVERSIDADE

    INSTITUTO

    DE

    DE

    SAO

    PAULO

    GEOCINCIAS

    '1

    ,i'/

    (..

    ') \''

    Presidente:

    Examlnadoros:

    MESTRADO

    nomo

    Dn.

    Y. K ihana

    Dr.

    J.G.Djarriki.rn

    Dn.

    H. Kahn

    5O

    PAULO

    1993

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    2/171

    DEDALUS-Acervo-lGC

    I

    ffil |ilil

    llill

    lill lllil

    llil

    lil

    llil

    llil llil il|il

    llil llil

    30900004740

    ItO

    sabor

    dos

    frutos

    de

    uma

    rvore

    no

    depende

    do

    aspecto

    -da

    paisagem

    que a

    cerca,

    mas

    -

    da

    riqueza

    invisfvel

    do

    terrenorl

    PAUL

    VLERY

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    3/171

    l

    SUURIO

    AGRDECIMENTOS

    ..

    I

    RESUMO I].IBSTRCT iV

    forcn

    DE

    FrcuRs

    ...

    ...... .

    v

    ftorcn DE ForoMrcRoGRFfs

    ix

    fl.Iprcr

    DE

    euADRos

    xi

    ftnrcn

    DE

    TABELAS

    xii

    r. TNTRODUO

    ...

    01

    2 HISTRICO

    DO CIMENTO

    ....

    2.L o cinento Portland no Brasil

    o4

    10

    3 o

    cLNeuER

    PoRTLND

    13

    3.1-

    Apresentao

    ....

    13

    3.2 constitufntes Mineralgicos

    Principais

    do

    cl-fnquer

    Portand

    1"4

    3.3 constitufntes

    Miner:aIgicos

    secundrios

    do

    cffnquer Portfand

    20

    4

    pRocESSo

    DE FBRrco

    oo cr,NeuER PoRTLAND

    ....

    22

    4.r ceneral-idades ,..

    22

    4.2

    Matrias-Primas

    .

    23

    4.3 o

    Processo

    de Fabricao

    ... .

    24

    4.3.1 Extrao, britagen e

    pr-honogeneizao da

    matria-Prima

    ...

    25

    4.3.2

    Dosagem,

    moagem e hornogeneizao

    da

    farinha

    25

    4.3.3

    o

    processo

    de

    clinquerizao

    26

    s

    PTIDO

    Cr.rNQUnnrZo

    DE FRTNHAS

    DE CLNQUER

    PORTLND

    33

    5.1

    Generalidades

    ...

    33

    5.2

    Fatores

    que

    Influem

    na

    ptido

    Clinqueri-

    zao de uma

    Farinha

    35

    5.2.L

    Efeitos

    da composio

    qulmica

    35

    5.2.2 Efeitos

    da

    conposio

    nineral-gica

    .

    46

    5.2.3 Efeitos

    da

    granufometria

    .

    50

    5.2.4 Efeitos

    da

    homogeneizao

    da

    farinha

    . 54

    6 TCNICA MICROSCPIC

    APLICD O

    ESTUDO

    DO

    CLNQUER PORTLAND

    6

    .1,

    ceneralidades

    ...

    6.2

    Metodologia

    de

    Estudo

    6.2,l mostragem

    6.2.2

    Preparao de

    anostra

    6.2.3

    tagues

    qurnicos

    6.2,4

    Estudo microscpico

    qualitativo

    ..,

    6-2.5

    Previso

    da moabilidade

    e resistncia

    rnec-

    56

    56

    58

    58

    58

    60

    60

    nica

    do

    clnquer por nicroscopia .

    69

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    4/171

    7 PRTE EXPERTMENTAL ....

    ../...

    79

    7.1-

    Introduo

    79

    7.2

    Localizao das Unidades

    Produtoras

    ....

    80

    7.2.I

    Fbrica

    de Ribeiro Grande

    -

    SP

    (unidade

    ) ......

    80

    7.2.2

    Fbrica

    de

    Cachoeiro

    do

    ltapemirin -

    ES

    (unidade

    B) ...

    81

    7.3 Anostragem

    A2

    7.4 Metodologia

    de Estudo . A4

    7.5 Mtodos

    de

    Ensaios

    A4

    7.5.L

    Etapa 1

    -

    estudos

    qumicos,

    minera]-gticos

    das

    farinhas industrias

    ...

    84

    7.5-2

    Etapa

    2

    -

    estudos

    dos cllnqueres experi-

    nentais

    89

    7.5.3

    Etapa

    3

    -

    estudos

    qulmicos,

    mineralgicos

    e ffsicos dos clfnqueres industriais . 92

    7.6

    Instrumentao

    Utilizada

    ...

    . 99

    7

    -7

    presentao dos Resultados

    e Discusso

    1ol

    7.7.L

    Etapa

    1

    - farinhas industriais

    lo1,

    7.7.2

    Etapa

    2

    -

    'pelets'

    sinterizados en

    labo-

    ratrio

    118

    7.7.3

    Etapa 3

    -

    clfnqueres

    industriais ...

    ]-29

    8 CONSIDER.AES

    FINIS L44

    REFERNCIS BIBLIOGzu(FICAS

    ..

    L47

    \.,'r

    +

    15

    5

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    5/171

    GRDECIUENTOS

    A

    eLaborao

    dessa

    dissertao, fruto de

    algurnas

    boas

    horas

    de trabalho, foi

    posslvel graas

    colaborao

    e ao

    apoio de diversas

    pessoas

    arnigas e

    instituies, s

    quais

    gostaria

    de

    tornar

    pblico

    os rneus agradecimentos.

    Inicio

    pelo

    Prof.

    Dr.

    Yushiro

    Kihara, orientador

    desse

    trabalho,

    pelas

    sugesLes

    cientfficas e

    pel-a

    contfnua

    contrbuio

    minha forrnao

    profissional.

    ltabira Agro Industrial S.4., en especial ao

    Engn

    Valdir

    Macdo

    de breu, superintendente industrial

    ,

    pela

    inportante

    cofaborao

    prestada

    quanto

    ao fornecimento

    das

    anostras e eventuais

    informaes

    necessrias

    el-aborao

    dessa

    pesquisa.

    Esses agradecimentos

    so

    extensivos tambm

    aos

    engenheiros

    ,fos

    Lenil-do

    Cabral

    e

    Francisco

    chaves

    Junior

    da

    unidade

    produtora

    de Ribeiro

    crande

    -

    sP e

    Enge

    fnaldo

    cueiros

    da

    fbrica

    de cachoeiro do

    ltapemirim

    -

    ES.

    gradeo

    ssociao

    Brasileira de cimento

    Portland

    (BcP)

    por permitir

    e

    promover

    as

    condies

    necessrias

    realizao desse estudo.

    o brilhante trabalho efetuado

    por

    tcnicos dos

    departanentos

    de

    cimento

    (DECIM)

    e d

    ffsico-

    qufnica

    (DEFIQ)

    dssa Associao

    constituram

    um

    irnportante

    apoio

    no desenvolvimento

    dessa

    pesquisa.

    gradeo

    irnensamente

    aos geiogos e amigos valdir

    parecido

    Zarnpieri, Arnaldo

    Forti

    Battagin

    e

    Everafdo Marciano

    Junior

    pelas proveitosas

    sugestes,

    que

    contriburam

    signif

    icativamente

    para

    o

    enriquecirnento

    desse trabafho.

    gradecimentos

    especiais ao

    ValareLli e Prof. Dr. Jorge

    Kazuo

    importantes sugestes,

    auxiliaram

    apropriado

    dessa

    dissertao.

    Prof. Dr. Jos

    vicente

    Yamanoto,

    e,

    com suas

    no

    direcionanento

    mais

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    6/171

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    7/171

    .L.11

    CENTIJRIONE,

    Srgio Luiz. Influncia das caracterlsticas

    das

    rnatrias-primas

    no

    processo

    de sinterizao

    do clfnquer

    portland.

    So Paulo,

    l-993.

    1,55p.

    R-EST]I{O

    o

    studo

    nineral,gico do cJ.fnquer

    portland,

    ben

    como

    do

    material de

    partida para

    a sua fabricao contribu

    signifi

    cativamente

    para

    a

    meLhora

    da

    gualidade

    do

    produto

    final e

    para

    a reduo

    do consumo

    especffico

    de combustvel-

    na

    produo.

    Nesse trabalho

    foran

    anal-isadas

    doze amostras

    de

    clfnquer e

    doze

    de farinha,

    provenientes

    de

    duas unidades

    produtoras

    de cimento, sob o

    ponto

    de vista da aptido

    clinquerizao, sendo apresentadas

    algumas

    sugestes

    de

    alteraes

    possfveis

    na

    dosagen

    e na finura das natrias-

    primas,

    visando

    a

    obteno de

    urn

    produto

    de

    nelhor

    qualidade

    com os custos de

    produo

    otimizados.

    Foram

    utilizados

    ntodos

    experimentais,

    baseados

    em

    dados microscpicos e de

    queimabiLidade

    de farinha

    en

    Iaboratrio,

    para

    a

    previso

    do cornportanento

    das natrias-

    primas

    frente ao

    processo

    de fabricao e sua

    influncia

    na

    qualidade

    do

    produto

    final.

    Verificou-se que a granulometria das

    fases

    rnneralgicas da farinha

    (

    sobretudo do quartzo e

    do

    calcrio)

    e o seu

    quinisno

    so os fatores

    rnais

    significativos

    para

    a fabricao do cimento

    portland.

    Os

    teores

    de

    gros

    grosseiros

    de

    calcrio

    (>L25pm)

    e

    de

    guartzo

    (>45n)

    no

    deven

    exceder,

    respectivamente,

    a 68 e 28

    para

    que

    no

    seja cornpronetida a

    queirnabilidade

    da farinha.

    Mtodos

    de

    previso

    da resistncia

    mecnica

    do

    cirnento

    aos 28

    dias e do

    grau

    de

    coninuio

    do clfnquer

    portland,

    fundanentados

    no

    contedo

    de sil"icatos e na

    dimenso dos

    cristais

    de alita,

    mostraram correlaes

    muito

    boas com

    os

    vaLores determinados

    experirnentalmente.

    Os resuLtados

    obtidos

    mostran

    a importncia das

    tcnicas ffsico-qufnicas,

    em

    particular

    da

    microseopia

    ptica,

    na

    previso

    e

    acornpanhamento

    da

    qualidade

    e consumo

    energtico

    de

    produo

    do

    cimento

    portland.

    PALVRS-CHAVE:

    Cllnquer Portlandt

    Cinento Portlandt

    Matrias-Prinas

    ;

    Processo de Fabricao

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    8/171

    IV

    BSTR.,CT

    The

    nineralogicat study

    of both

    Portl-and cement

    cl.inker

    and

    the raw material

    used

    for

    its rnanufacture

    contributes

    in

    a

    great

    extent to

    improve

    the

    quality

    of the final

    product

    and for

    reduce

    the specific

    energy

    consurnption

    during

    the

    process.

    In this

    hrork,

    tvJelve samples

    of

    cfinker and

    twelve

    sampl-es

    of raw mix f ron tro

    cement

    plants

    rtere

    analysed

    regarding

    their burnability. Some

    suggestions

    were

    presented

    concernng

    possible

    changes

    in chemical- composition

    and

    fineness of

    rahr

    materials in order to obtain a

    product

    of

    better quality

    and

    optimized

    production

    costs.

    Experimental

    methods brere

    carried out, based

    on

    microscopic and

    laboratory

    rarrr

    nix burnability data

    airning

    the evaluation of the

    behavior

    of the

    raw

    materials in view

    of the

    nanufacturing

    process

    and

    its effect on

    the

    quality

    of the fi

    nal

    product.

    It vJas found that the

    grain

    size of the

    mineralogical

    phases of

    raw

    mix

    (mainly

    those

    of

    quartz

    and limestone)

    and

    the

    chemical

    composition

    thereof are the

    rnost

    significant

    factors for the manufacture of Portland

    cement. The

    coarse

    qrain contents of limestone

    (>125frn)

    and quartz

    (>45ln)

    should not

    exceed

    respectively

    6U

    and 2Z

    because

    it

    can

    impair the raw nix burnability.

    Methods fo4

    -

    estimating the mechanical strength

    of

    cernent on

    the

    zath

    aay

    and

    ornminution

    of

    Portland

    clinker,

    based on the content

    of

    sificates

    and

    on

    the size of alite

    crystals

    showed very

    good

    correlations with

    the

    experirnentally determined values.

    Resul-ts

    obtained showed the inportance of the

    physical-

    chemicaf techniques,

    particul-arly

    of

    optical

    microscopy

    for

    control-

    and

    j-mprovement

    of

    quality

    and

    energty

    consurnption

    inthe

    Portland

    cement

    production.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    9/171

    fxprcr

    DE

    FTGI]RAS

    FIGURA

    01

    -

    Seo

    hexagonal

    da

    al-ita

    (MKI

    ,

    l-986)

    FIGUR.A

    02

    -

    Esquena

    simplificado da fabricao

    do

    clnquer

    portland

    (KIHAR

    et aIii,

    199o)

    FfGUR

    03

    -

    Variao

    do

    teor de CaCO3 de uma

    farinha

    antes e aps

    a homogeneizao

    (DUD,

    1977)

    FIGURA 04

    -

    Esquma de

    um forno

    rotativo via

    seca,

    corn

    pr-aquecedores

    e resfriador

    de sat-

    l-ite

    (DUD,

    L977

    )

    FIGURA 05

    -

    corte transversal

    de

    um forno

    nostrando

    a

    carcaa, os

    tijolos

    refratrios,

    a

    camada

    de

    colagem

    e o leito

    de

    materal- snteri-

    zado

    FIGUR

    06

    -

    Desenvolvirnento

    das fases

    mineragicas

    do

    clfnquer

    nas

    cinco

    zonas

    principais

    de

    un forno con

    sisterna de

    pr-aquecedores

    (quatro

    r-i

    r-l

    on,.'c

    \

    r.

    sem

    nr:-cacinarjor

    (

    'oLTER,

    19

    85

    )

    FIGURA

    07

    -

    Taxa de

    formao

    dos

    cristais

    de

    alita

    nas

    vrias

    zonas

    do

    forno

    (MILLER,

    1980)

    FTGURA

    08

    - PerfI

    das temperaturas

    dos gases e

    dos

    nateriais

    ern

    relao

    s

    diversas

    zonas

    do

    forno

    e

    guantidade de

    fase lfquida

    corres-

    pondente

    (JOHNSEN,

    l-977

    )

    FfGURA

    09

    -

    Influncia

    do

    nduLo de

    sflica

    na tempera-

    tura de

    ctinquerizao da farinha

    (GoUD'

    L978

    )

    FIGUR l-o

    -

    Rel-ao

    entre

    o

    contedo

    de fase llquida

    do cllnquer

    e a

    temperatura,

    com

    valores

    fixos de

    MS

    (2,6)

    e

    FSC

    (95)

    (MTLLER,

    198o

    )

    F IGIJR 1l-

    -

    Inf

    l-unca

    do

    ndulo de

    afumina

    na tempe-

    ratura de clinquerizao

    da

    farinha

    (GOUD,

    L978

    )

    FIGIJRA 12

    -

    Esquema

    simplificado

    para a

    preparao

    de

    amostra mdia

    de

    cllnquer

    para

    fins

    quan-

    titativos

    (

    MRCIANo

    et alii, L9A7)

    FIGUR

    13

    -

    Reconstituio

    das condies de

    fabrica-

    o

    do

    clfnquer

    portland

    por

    microscopia

    de

    l-uz refletida

    (baseado

    en ABCP'

    1984)

    FIGUR

    L4

    -

    Local,izao

    das unidades

    produtoras

    (Ribeiro

    Grande

    -

    SP)

    e B

    (Cachoeiro

    do

    rtapenirirn

    -

    ES)

    I4

    22

    26

    27

    29

    30

    33.

    39

    40

    59

    70

    8L

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    10/171

    vt-

    FIGUR

    15

    -

    Fluxograma

    de

    ensaios

    efetuados

    na

    etapa

    L

    (estudo

    das

    farinhas

    industriais)

    FIGUR 16

    -

    Fluxograma

    de

    ensaios

    efetuados

    na

    etapa

    2 (estudo de 'pe.ets' sinterizados

    ern

    laboratrio

    )

    'IGUR

    17

    -

    Fluxograna

    de

    ensaios

    efetuados

    na

    etapa

    3

    (estudo

    dos

    cllnqueres

    industriais)

    FIGUR.

    18

    -

    Esquema

    da

    seqncia

    dos

    ensaios

    de

    quei-

    na

    efetuados

    em l-aboratrio

    FfcUR

    19

    -

    Espectro

    de

    EDS

    obtido

    para

    o

    cristal

    de

    alita

    indicado

    na

    foto

    01

    '

    FIGURA

    20

    - Espectro

    de

    EDS

    obtido

    para

    o

    cristal

    d

    bel-ta

    indicado

    na

    foto

    02.

    FIGUR

    2L

    -

    Espectro

    de EDS

    obtido

    para

    a

    fase

    ca

    indicada

    na

    foto

    03.

    FIGI

    R.A 22

    -

    Espectro

    de EDS

    obtido

    para

    a

    fase

    C4F

    indicada

    na

    foto

    03.

    FIGUR

    23

    -

    Espectro

    de

    EDS

    obtido

    para

    cristais

    de cal-

    l-ivre

    mostrados

    na

    foto

    o1 .

    FIGUR

    24

    -

    Espectro

    de

    EDS

    obtido

    para

    o crital

    de

    periclsio

    indicado

    na

    foto

    (}4.

    FIGUR

    25

    -

    Conposio

    potencial de

    Bogue

    para as

    anostras

    de cInqures

    industriais

    FIGUR.A

    26

    -

    curvas

    termodiferencial,

    ternogravintri-

    ca e de

    ternperatura

    de

    amostra

    de

    farinha

    da

    unidade

    A

    FIGUR

    27

    -

    curvas

    termodiferencial,

    terrnogravintri-

    ca e

    de tenperatura

    de

    amostra

    de

    farinha

    da unidade

    B

    FTGUR

    28

    -

    Influncia

    de

    alguns

    parmetros

    qufmico-

    nineralgicos

    das

    farinhas

    no

    contedo

    de

    cal livre

    dos

    clfnqueres

    (

    ntodo

    de

    MILLER,

    L98L

    )

    FIGLR

    29

    -

    Influnca

    de

    aLguns

    parrnetros

    qufrnico-

    mineralgicos

    das

    farinhas

    no

    conterldo

    de

    cal

    l^ivre

    dos

    ctfnqueres

    (ntodo

    de

    FUNDL,

    s.d.

    )

    FIGIIR 30

    -

    Influncia

    de

    alguns

    parmetros

    qufnico-

    rnineralgicos

    das

    farinhas

    no

    contedo

    de

    cal

    livre

    dos

    clfnqueres

    (ntodo

    de

    THETSEN,

    L992

    )

    86

    a7

    9L

    98

    L03

    L04

    105

    t

    l_0

    Ll_1

    1

    1t-

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    11/171

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    12/171

    vl1,1

    FTGURA

    45

    -

    F'IGUR

    4

    6

    -

    FIGURA

    47

    -

    Composio

    mineralgica

    dos

    clfnqueres

    ndustriais

    obtida

    por

    rnicroscopia

    de

    luz

    ref l-etida

    Distribuio

    dos

    cristais

    de

    bel-ita

    nos

    clfnqueres

    indusriais

    Grficos

    de correlao

    linear

    entre

    os

    valores

    de finura

    aps

    noagem

    (>38im)

    e

    KM

    (26a)

    i

    entre

    a finura

    aps

    noagern

    L32

    139

    (>38pn)

    e finos

    ito clfnguer

    (26b)r

    ntre

    resistncia

    necnica

    compresso

    aos

    28

    dias e a finura

    aps

    moagem

    (>38rn)

    (Z6c,l

    ,

    e, entre

    resistncia

    rnecnlca

    corn-

    presso

    aos 28

    dias e KM

    (26d)

    .

    L42

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    13/171

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    14/171

    FoTOMIcRocRFI

    09

    -

    Zonas regufares

    de belita e cal

    livre

    e cristais

    de

    alita

    pouco

    desenvol-

    vidos.

    taques

    qufrnicos:

    HNo3

    (0,1-?

    en

    lcool),

    5s

    e NHCI

    (o,l-3

    en gua), l-ost

    anostra

    Pt2 sintrizada

    a l-35ooc

    por

    L5

    min

    .

    FoTol,fIcRocRFI

    10

    -

    Cristais

    de

    alita

    desenvolvidos,

    zonas de

    belita,

    pericl-sio

    e

    poros.

    ta-

    que

    qulmico:

    HNo3

    (0,1-8

    em Icool),

    5s

    e

    NH4cl

    (0,1-

    en

    SIa), l-ost

    .

    anostra

    P1o

    siiterizada a

    lsoooc

    por

    L5

    min,

    FoTOMICROGRAFIA

    LL

    -

    specto

    geral

    de

    uma anostra

    de

    clfnquer industrial

    da

    unidade A

    onde se

    verifica

    a

    presena

    constante de

    pericl-

    sio e fase

    intersticiaf cristalizada.

    taque

    qufmico: Hzo,

    3si

    amostra

    C6.

    FoToMIcRocRFI

    L2

    -

    Feio

    comum

    de um

    clfnquer in-

    dustriaL da

    unidade

    A,

    evidenciando

    a

    ocorrncia

    de zona regular

    de belita.

    Ataque

    qufnico:

    HNo3

    0,1-8 en

    Icool

    ),

    5s

    e

    NH4cl

    (0,14

    en gua), ]-osi amostra c5.

    FOTO}{ICROGRFf

    A

    L3

    -

    Aspecto

    gerI

    de una

    amostra

    de

    cllnquer industrial

    da unidade

    B,

    ifus-

    trando a

    ocorrncia de fase intersticial

    cristalizada. taque

    qulrnico:

    H2o,

    3s;

    amostra

    C12,

    FoToMIcRocR.AFI

    14

    -

    zona reguLar

    de

    cal

    livre

    associ-

    ada a cristais de

    pericJ.sio.

    Sem ataque

    qufmico;

    amostra

    c9.

    FOTOMICRoGRFIA

    15

    -

    Detalhe

    de

    uma

    anostra

    da

    unida-

    de B

    ilustrando

    a

    ocorrncia

    nuito

    comum

    d zonas de

    belita.

    taques

    qufnicos:

    HNo3

    (0,1

    em Icool),

    5s e

    NH4c

    (0,1

    en gua),

    10si arnostra

    Cg.

    L26

    L26

    135

    t-35

    136

    136

    L37

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    15/171

    x1

    rorcn

    DE

    euADRos

    QUDRo

    01,

    -

    Tipos

    de

    cirnento

    portland produzidos

    no

    Bra-

    sil

    (

    KIHR &

    MARICINo

    I

    L99L) 02

    QUDRo

    02

    -

    Evol-uo

    da

    produo

    e

    consurno

    de

    cimento

    portland

    no Brasil

    e no Mundo

    (fonte:

    CEMBUREAU,

    L9A2, I9A7

    e 1"990)

    L2

    QUADRo

    03

    -

    Variaes

    polinrficas

    da

    alita

    (MKI'

    1986) 15

    QUADRo

    04

    -

    variaes

    polirnrficas

    da

    belita

    (

    LEHMNN

    et

    alii, in BRGA,

    1973)

    I7

    QUDRo

    05

    -

    caracterfsticas

    da fases

    poJ-inrficas

    da

    be-

    Iita

    18

    QUADRo

    06

    -

    composio qurnica

    mdia

    do

    clnquer

    portland

    (DUD,

    1977)

    24

    QUADRo

    o7

    -

    Prncipais

    reaes

    que

    ocorren

    no

    forno

    durante

    o

    processo

    de sinterizao

    do

    cl-nquer

    (baseado

    em KIHAR,

    1973t BCP,

    1984 e WOLTER,

    1985)

    34

    QUADRO

    08

    -

    Prncipais

    parrnetros

    qufnicos

    utilizados na

    indstria

    cinenteira

    (con

    base em

    LUDWIG,

    1981-t DUD, L977,

    GOTJDA

    t

    L978i

    CALEJJ,

    L960

    e

    KIHR,

    l-983

    )

    36

    QUADRo

    09

    -

    Propores

    tirnas

    para

    alguns

    mineralizadores

    (segundo

    CHATTERJEE,

    l-979

    )

    42

    QUDRO

    l-0

    -

    nlises

    qufmicas

    de calcros tfpicos

    de

    alguns

    pafses

    (extraldo

    de

    SCHFER,

    1987) 4a

    QU.DRo

    Ll-

    -

    fntervalos

    granulorntricos utilizados

    para

    a

    separao

    dos

    grnulos

    de

    clfnquer

    portland

    59

    QUDRo

    1z

    -

    lrincipais

    reagentes

    qulmicos

    util-izados

    en

    ataques

    qufnicos

    de sees

    polidas

    de

    cl-fn-

    quer

    (baseado

    em

    KIHR

    |

    7-973

    e

    1-984

    BRAG,

    1973

    )

    63-

    QUADRO

    13

    -

    Vafors

    de

    dureza

    (D),

    tenacidade

    (T)

    e

    fra-

    gilidade (D/T)

    dos

    principais

    cornponente do

    cllnquer

    portland

    (segundo

    HoRNAIN t

    REGoURD,

    1980)

    7L

    QUDRo

    14

    -

    Valores

    de densidades

    mdias das

    fases rnine-

    ralgicas do

    clfnquer

    (extrado

    de

    cETIc,

    L978)

    75

    QUDRO

    15

    - classificao

    do

    ndice

    de queimabilidade

    de

    farinhas

    industriais

    (segundo

    KRUP

    PoLYSIUS,

    s. d.

    )

    t28

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    16/171

    xrt

    fxptcr

    DE

    TBELS

    TABEL 0L

    -

    Principais

    caracterfsicas

    do

    processo

    indus-

    trial

    das unidades

    produtoras

    envolvidas

    TABELA

    02

    -

    Rel-ao

    das

    amostras estudadas

    e

    respectivas

    datas de coleta

    TABEL 03

    -

    nlises

    qurnicas

    das farinhas

    industriais

    TBEL 04

    -

    Valores

    de

    perdas

    de

    nassa

    e teores

    de car-

    bonatos

    obtidos

    por

    TD-TG em farinhas

    indus-

    triais

    TBEL 05

    -

    Quantificao

    de

    gros grosseiros

    de calcrio

    nas

    farinhas

    por

    dissoluo

    seletiva

    (>L25pm)

    TBEL

    06

    -

    Quantificao,

    por

    nicroscopia

    ptica de

    luz

    transmitida e dissoluo

    seletiva,

    de

    gros

    quartzosos

    grosseiros

    (

    >4sin)

    TBEL 07

    -

    Teores de cal

    livre

    previstos

    e reais

    (8)

    para

    as

    anostras

    de

    farinha

    TBEL 08

    -

    ctassificao das

    amostras de

    farinhas

    indus-

    triais segundo valores

    de

    fndice de

    queinabi-

    tidade

    (

    re)

    TABELA 09

    -

    Distribuio

    granulomtrica

    dos

    clfnqueres

    industriais

    (en

    ?)

    TBEL

    10

    -

    nlises

    qufnicas

    dos

    cffnqueres

    industriais

    TABEL

    LL

    -

    Antise nicroscpica

    de

    luz

    refLetida

    quali-

    tativa das

    amostras

    de

    clfnqueres

    indus-

    triais

    (unidade

    )

    TABELA L2

    -

    nIise

    microscpica

    de

    luz

    ref

    l-etida

    quali-

    tativa das

    amstras

    de

    clfnqueres

    indus-

    triais

    (unidade

    B)

    TABELA

    l-3

    - condies de

    fabricao

    dos

    clfnqueres

    in-

    dustrias obtidos

    por

    anIise

    nicroscpica

    de

    l"uz

    refletida

    TBEL l-4

    -

    Ensaios ffsicos

    efetuados

    em cimentos

    expe-

    rinentais

    obtidos de cl-fnqueres

    industriais

    TBELA

    15

    -

    Valores d e

    KM, resfduos

    de moagem

    e

    teores

    de

    finos dos cInqueres

    industriais

    TBELA

    l-6

    -

    VaLores de

    resistncia

    mecnica

    aos 28 dias,

    reais

    e

    previstos (MPa)

    a2

    LO2

    L03

    i.0

    6

    r.o8

    l-o9

    L2A

    L29

    130

    l_33

    L34

    138

    140

    L4L

    L43

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    17/171

    1. INTRODUO

    Cimentos

    poden

    ser definidos cono substncias

    Iigantes

    capazes

    de

    unlr

    fragnnos

    ou

    nassas

    de

    nateriais slidos

    em

    um

    corpo compacto. Essa definio abrange um

    grande

    nmero

    de

    substncas

    nuito diferentes entre si,

    cor

    poucas

    caractersticas em

    comum,

    a

    agl-omerao .

    no ser sua

    capacidade

    de

    Para a construo civil, o termo cimento

    designa

    o

    aglomerante

    hidrulico obtido

    pela

    rnoagem de clfnquer

    portland

    em

    conjunto con una ou nais

    forrnas

    de sulfato de cIcio,

    em

    propores que

    variarn

    aproxirnadamente de

    3 a

    52

    en

    massa,

    constitundo,

    assim,

    o

    chamado cimento

    portland

    comun,

    dicionalnente

    poden

    ser

    acrescdas

    ao

    ciento

    substncias

    de

    carter

    ativo como rnateriais

    pozolnicos

    e

    escrias

    granul-adas

    de alto-forno,

    sendo

    relativamente comun

    .

    tanbm

    a

    adio de certas

    quantidades

    de

    rrfillerrr

    calcrio.

    Dependendo

    dos teores e

    conponentes

    de adio, os cirnentos

    portLand

    brasile.iros so classificados

    em alguns tpos

    cono

    nostra o

    quadr

    01

    (KIHR

    &

    MRCIANO

    1991),

    Em verdade, o

    cimento

    portland

    un

    produto

    bsico

    para

    a

    obteno

    do

    concreto.

    Durant o

    processo

    de hidratao

    do

    cirnento. os componentes mineralgicos do cl-f nquer

    portland

    reagen

    em

    presena

    de gua

    para

    dar orgem aos

    chamados

    rrprodutos

    de

    hidrataorr

    que,

    atravs

    do enrefaamento

    de suas

    estruturas,

    conferem

    resistncia e

    tenacidade

    ao concreto.

    os

    tipos e

    cornposies dos

    produtos

    de hidratao

    esto

    intinanente

    relacionados

    qualidade

    e

    cornposio

    do cimento,

    relao

    gua/cinento,

    cornpactao e tenperatura, entre

    outros.

    objetivo

    dessa dssertao

    o

    estudo

    nineralgico

    do

    prin-

    cipal constituinte do cimento

    porttand

    -

    o cllnquer

    portand

    -

    e, sobretudo,

    a influncia

    exercida

    pel"as

    caracterfsticas

    das

    natrias-primas

    na

    qualidade

    finaL

    desse

    produto.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    18/171

    QUDRo

    01

    -

    Tipos

    de Cimentos Portland Produzidos no

    Brasil

    (KrHR

    &

    MRC]NO, 1991-

    )

    TIPO

    DB

    C

    NNO PORTLIID

    CODIGO

    DE

    DnrTrrrc(

    IIINIBRO D

    IIORH

    D

    BII1

    co|lPorEiTEs

    lonun

    CPI

    [B-

    I

    t00

    clinguer e

    gesso

    cP ll-s

    i

    a 5t

    de

    naterial

    carbontico,

    escri

    de alto-forno

    e

    pozolana

    lo[posto

    CP I I.E

    [B-2138

    94 a

    56?

    de

    clfnquer

    e

    gesso

    6

    a

    34t

    de

    escria

    de

    alto

    forno

    at

    103

    de

    alerial carbontico

    CP

    II-Z

    94

    a

    763

    de

    clfnquer

    e

    gesso

    6

    a

    14t

    de

    pozoLana

    at

    l0l

    de

    aterial

    carbontico

    CP II-T

    )4

    a 90t de clfner

    e

    gesso

    i

    a 10t

    de aterial carbontico

    Ito-forno

    CP III

    EB-208

    65

    a 25

    de

    clfnguer

    e

    gesso

    35

    a 70t de escria

    de

    alto-forno

    at

    5t de

    nateiaL

    carbontico

    Pozoi'ico

    CP IV

    xE-758

    85

    a 45T

    de

    clfnquer e

    gesso

    15

    a 50t

    de

    pozolana

    at 5

    de

    naterial

    carbonticc

    lta Resistncia

    Ini

    cial

    CP V.II EB-

    2

    100

    a 95t

    de cllner

    e

    gesso

    at 5?

    de

    naterial

    carbontco

    tloderada Resis-

    tncia aos

    Sul.fatos

    I'iRS 32

    ltBR 5737 l00t de clfnquer

    e

    gesso

    Destinado

    ci-

    dentao

    de

    po-

    os

    petrolfferos

    IPP-classe

    G IIBR 9831 l00t

    de

    clfnquer e

    gesso

    Enbora

    matrias-primas

    rnineralogicamente

    muito

    distintas

    possam

    originar

    cl-fnqueres

    de caracterlsticas

    semelhantes,

    os

    aspectos

    tecnolgicos e

    econmicos deven

    ser

    cons

    ideravelnente

    al,terados

    para que

    se

    atj-nja

    essa

    possibilidade.

    Desta

    forma,

    torna-se

    fundamental um conhecinento

    rnais

    aprofundado

    desses

    materiais

    para

    a

    elaborao

    de

    urna

    netodologia adequada

    para

    o

    processo

    industrial-.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    19/171

    3

    optou-se,

    no

    presente

    trabalho,

    para

    a anIise

    de

    rnatrias-

    primas provenientes

    de duas fontes

    industriais

    com

    caracterfsticas

    qufrnico-rnineralgicas

    particulars,

    de

    taf

    forma

    suficientes para que se

    possa

    verificar a infLuncia

    dessas

    variaes

    na

    qualidade

    dos

    clnqueres

    produzidos,

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    20/171

    2 HISTRTCO DO CIT,IENTO

    diffcil precisar

    quando

    ocorreu

    a prineira

    construo

    em

    que

    se tenha utl-izado naterial de carter cirnentfcio

    como

    -

    j.gante.

    credita-se

    gue

    este feito

    possa

    ter ocorrido

    por

    acaso

    em tempos

    renotos, anteriores

    mesmo

    Histria,

    aparecendo

    j

    con os

    primeiros povos

    sdentrios.

    Cono cita BOGUE

    (L949),

    possfvel

    imaginarmos

    um

    aborfgene

    fazendo

    fogo

    em

    uma

    cavidade escavada em rocha

    cal-cria

    ou

    contendo gipsita; o calor provoca a

    descarbonatao

    ou

    desidratao de parte dessas rochas que pulveriza-se

    entre

    fragmentos maiores. Posteriormente,

    o

    orvaLho

    ou mesmo

    uma chuva

    Leve

    provocam

    a hidratao desse material com

    conseqente

    cimentao

    para

    fornar

    a

    primeira pedra

    de alvenaria.

    utilizao de componentes ligantes

    pelo

    homem

    pri-nitivo

    veio substituir

    construes como

    as rnegalfticas,

    estruturadas

    esclusivamente atravs da sobreposio de

    grandes

    blocos

    rochosos.

    Assirn,

    as

    prirneiras

    construes

    egfpcias

    foran

    feitas

    de

    tijolos

    confeccionados

    com

    l-ama

    do rio Nilo

    (narga),

    com

    ou

    sem

    a

    adio

    de fibras vegetais.

    Esses

    tijolos

    eram

    secos ao

    sol, e,

    posteriornente,

    ligados entre si

    por

    canadas

    midas

    da mesma

    lama do Nilo,

    formando

    uma

    massa

    sLida de

    argila

    (LE,

    1"970).

    Tal- modelo de construo

    era

    possfvel

    apenas

    em regies

    de clima

    seco,

    praticarnente

    sem

    chuvas, pois

    esses rnaLeriais

    no

    eram

    queimados

    I

    apresentando

    por

    isso

    pequeno

    poder

    de resistncia

    gua.

    No

    muito longe dalif

    os Babilnios e ssfrios utilizavan

    tijolos

    queimados

    e

    placas

    de

    rralabastrorr

    (gipsita)

    cirnentadas

    com betume.

    Embora

    muito eficaz, este ntodo tanbn se

    restringia queLas regies com depsitos

    naturais

    desses

    nateriais,

    no

    sendo

    copiadas

    por outras

    civiJ-izaes,

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    21/171

    5

    Posteriormente

    vieram

    as construes

    de

    alvenaria

    dos

    Egpcios,

    cujo

    princpio

    era muito

    senelhante

    ao

    sistena

    atual

    de

    blocos unitrios

    e

    placas

    rochosas

    ligados

    por

    arganassa,

    constitufda por

    una

    mistura

    de

    areia e naterial

    cimentlcio.

    Existe na literatura

    una

    grande

    controvrsia

    ern relao

    ao

    primeiro

    rnaterial

    cimentante

    utitizado.

    Pensou-se,

    durante

    muito

    tempo,

    que

    esse

    materiaf

    seria

    a cal derivada

    da

    calcina

    de

    rochas

    calcrias.

    Entretanto,

    verificou-se

    posteriormente

    (BOGUE,

    Lg47

    LEA,

    1970;

    GOM{,

    L979

    e

    GHORB

    et alii,

    1986)

    que

    o rnaterial

    utilizado

    era um

    gesso

    irnpuro contendo

    suLrordinadamente

    substncias

    corno

    carbonatos,

    quartzo

    e

    outros.

    VoN

    LNDSBERG

    (r992),

    baseando-se

    em achados

    arqueolgicos

    acredita

    ainda

    que

    a

    utilizao

    de

    argamassas

    contendo

    cal

    seja

    rnuito

    antiga

    datando de

    at doze

    nilnios

    antes

    de

    Cristo, e

    que

    obrs

    como

    as

    p

    rmi

    des

    rlo F'oi.t-o

    e

    a

    orande

    mural

    ha da

    Ch

    j.na

    tenham

    sido erguidas

    utilizando-se

    argamassas

    contendo

    esse

    naterial

    .

    De

    acordo

    con o

    valioso

    trabalho

    elaborado

    pr

    Lucas

    (in

    LE,

    LgTo)

    a razo pela qual os Egfpcios utilizavarn

    gesso

    ao

    invs de cal,

    apesar do

    calcrio

    ser mais

    abundante

    e mais

    acessfveL

    que

    a

    gipsita,

    era a

    escassez

    de

    cornbustvel

    para

    a

    calcinao adequada

    das

    rochas

    calcrias

    gue

    se

    processa

    a

    ternperaturas

    prxirnas a 7oooc,

    enquanto

    que

    a

    desidratao da

    gipsita

    ocorre

    por

    volta

    de

    loo

    a

    l-50oc.

    Para DVIS

    (1934),

    ao

    que

    tudo indica,

    os

    Gregos

    foram

    os

    primeiros a utifizaren a caI

    colno

    agl"onerante,

    iniciaLmente

    na

    Ilha de creta,

    sendo

    difundido

    posteriorrnente

    para

    a Grcia

    e

    para

    a ItIia, onde

    os Etruscos

    forarn

    pioneiros,

    seguidos

    plos

    Ronanos.

    Esses

    povos

    utitizavam

    ainda certos

    materiais

    naturais

    que,

    quando

    f inarnente rnoidos

    e

    rnisturados

    a

    argamassas

    de cal

    e

    areia,

    proporcionavam

    resistncias

    rnecnicas

    nuito superiores

    quelas obtidas sem a sua adio. Na Grcia, o naterial

    utilizado era

    um

    tufo

    vulcnico encontrado

    na Ilha de Thera

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    22/171

    6

    (hoje

    Santorim)

    cuja

    qualidade

    goza

    de

    boa

    reputao

    mesmo nos

    dias

    de hoje. Por

    outro

    lado,

    o

    naterial

    adicionado

    cal" na

    Itlia correspondia

    a um tufo

    vulcnico

    de

    colorao avermelhada

    encontrado

    em

    diferentes

    pontos

    prxinos

    Bafa

    de

    Npoes.

    Uma

    vez

    que

    os

    materia.is de

    nelhor

    qualidade provinharn

    da

    ,vizinhana

    do Monte

    Pozzuoli,

    o material

    recebeu

    o

    nome

    de

    pozolana,

    sendo

    esta denominao

    estendida

    posterormente

    a toda

    uma

    classe

    de

    materiais

    que

    apresentavam

    caractersticas

    semelhantes

    (LE,

    1970

    )

    .

    Quando

    os

    Romanos

    no

    dispunham

    de

    pozoana,

    recorriam

    a

    tethas ou

    cerrnicas

    mofdas,

    produtos

    de argilas

    queimadas,

    que

    misturadas

    cal

    proporcionavan

    efeitos similares.

    credita-se

    que

    o

    enprego

    dessas

    pozofanas

    artificiais

    se originou na

    ll-ha

    de creta,

    sendo

    posteriormente utilizadas

    pelos

    Ronanos

    (LE,

    L97O

    e HIJTDoBRO,

    19891

    .

    A

    qualidade

    das

    edificaes

    romanas

    surpreende

    ainda

    hoje

    a

    engenharia.

    De fato,

    cono

    testemunha

    da

    excelncia do

    processo

    de fabricao,

    encontramos

    en

    nossos

    dias numerosas

    obras do

    Imprio

    Ronano;

    sua

    presena

    demonstra

    que sua

    construo

    no

    foi

    urn

    produto

    da

    casualidade,

    mas sim

    resultado

    de UIB

    profundo

    conhecimento da

    tcnica

    de fabricao.

    pesar

    disso, un declfnio

    gradual

    da

    qualidade

    das

    argamassas

    foi

    observado

    no decorrer do

    tempo, at a

    Idade

    Mdia.

    Efetivanente, as

    contribuies

    saxnicas

    e

    normandas

    I

    por

    exernplo, mostravan

    evidncias

    de

    argamassas

    rnal

    misturadas,

    fregentenente preparadas

    con

    cales nal

    queimadas,

    fato

    que

    reduzia

    a

    longevidade das

    obras do

    perodo.

    ps

    o sculo XIv, excelentes

    arganassas

    foram

    novarnente

    utilizadas, tendo sido retonada

    a

    prtica

    do

    uso de

    materais

    pozolnicos,

    atm

    de

    una nova

    precauo que

    foi a

    lavagern

    das

    arej-as,

    separando-as

    de

    rnateriais

    orgnicos

    e argilosos

    aderidos

    (LE,

    1970

    )

    .

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    23/171

    7

    Todavia,

    a

    evoluo

    das

    argamassas

    e

    concretos

    tomou

    grande

    irnpulso

    no

    sculo

    XVIII

    com

    as

    investigaes

    efetuadas

    por

    John

    Smeaton,

    engenheiro

    responsvel

    pela

    reconstruo

    do

    FaroI de

    Eddystone

    nas costas

    de cornhrall, Inglaterra.

    Para

    tal projeto,

    forarn efetuados

    inmeros

    experirnentos

    que

    perrnitiram

    a

    obteno

    de un rnaterial

    rnais

    adequado

    para

    suportar

    a

    ao

    vioLenta

    da

    gua

    do mar. Sneaton

    observou, ao

    contrrio

    do

    que

    se

    acreditava

    at

    ento,

    que

    as melhores

    cales eran

    obtidas

    atravs

    da

    calcinao

    de rochas

    calcrias

    que

    contivessem

    uma

    proporo

    considervel

    de

    materiais argilosos

    (BOGUE'

    f947\.

    Seus

    experimentos

    constavam

    da

    confeco

    de

    pequenas

    bolas

    (pelets) preparadas

    com

    diversas cales

    rnisturadas

    con tipos

    variados

    de nateriais

    pozolnicos

    que

    eram

    posteriorrnente

    irnersas

    em gua

    para

    que

    adquirissem

    gradualrnente

    resistncias

    mecnicas.

    Seu

    rnt,o

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    24/171

    I

    pelo

    menos mais

    seis

    oportunidades.

    entre esta

    data e o

    ano de

    1830.

    Bry Higgins en 778o,

    aparentenente

    sem conhecer

    os

    trabal-hos de Smeaton

    que

    no

    havian

    sido

    publicados,

    investigou

    cales do

    ponto

    de vista

    do

    contedo

    de dixido

    de carbono,

    que

    e1e

    chanou

    de

    ttar

    fixvelrr

    (BoGUE,

    1'947). Esse

    pesquisador

    verificou

    que

    parte

    da massa

    dos

    materias

    calcrios

    era

    gasosa

    e

    podia

    ser elininada

    com

    urn aquecimento;

    de forna oposta,

    a

    exposio

    de

    cal-es ao

    gs

    carbnico

    provocava

    sua

    estabilizao.

    Joseph Parker notou que certos materiais

    argilosos

    empedrados associados

    con

    nateriais carbonticos (ndulos de

    rrseptriastr

    )

    encontrados

    na

    regio de

    Kentish, Inglaterra,

    quando

    queimados

    de forma

    enrgica originavam

    um

    produto

    de

    excelente h

    idrau

    I ic

    i.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    25/171

    ('rchalkrr)

    e una de argila

    para produzir

    um ligante

    ao

    qual

    batizou de

    I'cimento

    de Frost

    .

    Mas em 1822, el-e descartou

    tal

    procedirnento

    e, em

    uma

    nova

    patente,

    especificou o uso

    de

    calcrios

    ou

    margas,

    rnagnesianos

    ou

    no, praticanente isentos

    de

    materiais

    alurninosos

    que

    continhan

    de 9 a

    4OZ

    de

    material

    silicoso ou

    slLica ou

    cornbinao de sIica e xido de

    ferro,

    estando

    a slica

    em excesso

    e

    f inarnente

    moda.

    o

    produto,

    obtido

    com a calcinao deste rnaterial foi chamado de

    rrcimento

    britnico"

    (BOGUE,

    op.cit,

    )

    inveno

    do

    cinento

    portland

    creditada a

    Joseph

    spdin,

    um construtor

    de Leeds,

    que

    aos 21 de outubro

    de

    1824

    patenteou

    o produto, fato

    contestado

    por

    muitos

    autores,

    una

    vez

    que

    tanto

    a fabricao

    quanto

    a

    denorninao

    do

    produto

    no

    foram

    completamente

    originrias

    dele.

    De

    fato,

    Aspdin

    utilizando-se dos

    conhecinentos adquiridos

    por

    seus antecessores,

    produziu

    um Iigante hidrulico em

    condies

    praticamente

    semelhantes

    quelas

    de

    cinentos

    anteriores,

    sobretudo ao

    cimento de vicat. o

    none

    parece

    ter

    sido

    originado

    dos conentrios

    de

    Smeaton.

    con

    base nas condies de fabricao

    patenteadas por

    Aspdin,

    I. c.

    Johnson. surpreendido

    pelo

    nistrio

    que

    envolvia

    a

    fabricao do cinento

    portl-and,

    destacou

    que

    at mesmo

    os

    funcionrios de spdin

    desconhecan exatamente

    o

    que

    era

    adicionado durante

    a

    fabricao

    (

    in GOODING & HLSTEAD, L952)

    .

    Mais tarde, em 1845,

    Johnson

    produziu um naterial

    de

    dosagem semelhante

    aos cimentos

    de

    ento,

    porrn

    excessivamente

    caLcinado

    a

    ponto

    de ficar

    mesmo

    vitrificado.

    Esse

    materialf

    aparentemente

    descartvel,

    foi testado nais tarde em seus

    experirnentos onde

    verificou-se

    un

    produto

    con dureza

    e

    colorao

    superiores.

    Este

    produto,

    que

    a

    princfpio

    foi

    desprezado,

    no era seno

    clinquer muito prxirno aos produzidos atualmente,

    com

    10

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    26/171

    endurecimento

    rnais Lento, hidraulicidade

    maior e resistncias

    mecnicas rnuito mais el-evadas.

    Em

    l-838,

    o

    engenheiro

    BrunI

    fez constar

    nos

    documentos

    de

    suas obras

    (tnel

    sob o Rio

    Tmisa)

    o none do

    aglomerante

    utifizado:

    rrcimento

    portlandrr

    (coM,

    1979).

    dosagern

    adequada

    de

    calcrios e argilas bem

    como

    a

    temperatura rnxirna

    de

    queina

    desta mistura foram

    conhecidas

    apenas

    en investigaes

    posteriores.

    A introduo do

    forno

    rotativo na indrlstria cirnenteira

    deveu-se

    a Frederik

    Ransone

    (

    Go.{,

    op.cit.

    )

    que patenteou

    seu invento en 1885.

    2.1 o

    cimento Portland no

    Brasil

    primeira

    tentativa

    no Brasil. de alicar

    os

    conhecinentos

    relativos

    fabricao

    do

    cinento

    portLand

    ocorreu

    aparenternente

    em

    1888,

    quando

    o

    conendador

    ntno

    Proost

    Rodovalho

    enpenhou-

    se

    em

    instalar

    uma

    fbrica

    en

    sua

    fazenda

    en santo

    ntnio,

    Estado

    de So Paulo, Posteriormente,

    vrias

    buscas

    espordicas

    nesse

    sentido

    foram

    feitas

    (BcP,

    L97o).

    Assim, chegou

    a funcionar durante trs

    neses em

    L892

    una

    pequena

    instalao

    produtora

    na lLha de Tiriri

    I

    na

    Parafba..

    usina

    de

    Rodovalho operou

    de

    l-897

    at l-904,

    quando

    paralizou,

    voltando em 1907

    |

    extinguindo-se definitivanente

    em

    1918. Em

    cachoeiro

    do Itapenirim, o Governo do Esprito

    santo

    fundou, em

    L9r2,

    una

    fbrica

    que

    funcionou at

    L924

    t

    sendo

    paralizada,

    retornando

    a

    funcionar

    em

    1936,

    porrn

    con novas

    instalaes.

    Todas essas etapas no

    passaram

    de

    meras tentativas,

    que

    culminararn en

    1"924 com

    a

    irnplantao,

    pela

    Companhia Brasileira

    de

    Cimento

    PortLand, de

    uma

    fbrica

    en

    Perus,

    Estado

    de So

    Paulo,

    cuja construo

    pode

    ser considerada cono o

    marco

    da

    inplantao

    da

    indstria brasileira de cirnento. s

    primeiras

    toneladas

    foram

    produzidas

    e col-ocadas no mercado

    en

    1926.

    11"

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    27/171

    t ento, o consumo

    de cinento no

    Pafs era

    alimentado

    praticanente pelo produto

    irnportado.

    produo

    nacionaf

    foi

    gradativanente

    elevada con

    a implantao de novas fbricas,

    sendo

    que

    a participao de

    produtos

    irnportados

    oscil-ou

    durante

    dcadas at

    praticamente

    desaparecer

    nos

    dias

    de

    hoje. o

    quadro

    02

    apresenta

    uma

    sfntese da

    evol-uo

    da

    produo

    e

    consuno

    de

    cirnento

    portland

    no Brasil

    e no

    mundo

    con base

    em

    dados

    da

    CEMBUREAU

    (I9A2,

    L987 e 1990).

    estagnao

    da

    produo

    brasileira de

    cimento

    observada

    a

    partir

    de

    1986,

    na faixa de

    25

    mifhes

    de

    toneladas

    por

    ano,

    explica-se

    pela

    estreita relao

    entre

    esse segmento industrial"

    e o

    crescimento econmico

    do

    Pas.

    indstria brasileira

    de cimento

    passou

    por

    modificaes

    profundas

    ao

    ongo

    de

    sua

    histria,

    sempre

    procut

    ando

    adecJuar-se

    nodernidade

    das naes

    desenvolvidas

    e realidade brasileira.

    Hoje,

    982

    das fbricas utilizan

    fornos via seca, con consumo

    especffico

    ndio

    de

    gookcal

    por

    kg de clfnquer, nuito

    abaixo

    do

    consuno

    dos

    antigos fornos

    via rnida

    (entre

    1600

    e 2000kca1

    por

    kg de clfnquer). o

    conbustfvel

    utilizado tanbn teve que

    se

    adequar

    realidade

    brasiJ-eira, tendo-se em

    1985

    substitufdo

    ern

    at

    958

    a utilizao do leo

    com.bustfvel

    inportado

    pelo

    carvo

    mineral brasileiro. Muitos

    outros combustlveis alternativos

    continuan sendo

    testados

    com

    xito,

    destacando-se

    a

    casca de

    arl:oz, o bagao de cana,

    serragens

    de

    madeira,

    solventes

    qufnicos

    e

    pneus

    velhos,

    entre

    outros.

    Verifica-se que

    essa

    indstria

    tem

    grande

    participao

    no

    processo

    de

    reciclagem

    de

    nateriais, tanto em relao a

    aqueles

    incinerados no interior do forno,

    quanto

    aos

    rejeitos

    industriais utitizados

    como adio

    ativa

    ao

    cimento.

    Paralelanente

    aos

    avanos

    tecnolgicos,

    constata-se

    uma

    crescente

    preocupao

    com

    a

    qualidade

    do

    produto

    acabado e

    sobretudo

    com a homogeneidade

    da

    produo.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    28/171

    QUDRo

    02

    -

    Evoluo da Produo

    e

    consumo

    de

    cinento

    no

    Brasil

    e no Mundo

    (Fonte:

    CEMBUREAU, L9a2

    |

    I9a7 e

    1990)

    Brasi

    Hundo

    o

    Produo

    ,,

    Totrl

    (i0't)

    hportao

    (10't)

    lxprta;

    ao

    (10't)

    Consuro

    Total

    (103t)

    lonsuo

    capita"

    "Pe{

    (lort)

    Produq

    Total

    (rort)

    Consuro

    iPef

    capita"

    (10Jt

    1913

    1920

    \925

    1926*

    1930

    1935

    1938

    1941

    1950

    1955

    1960

    1965

    1970

    r975

    1980

    I985

    1989

    3

    13

    87

    366

    618

    914

    1.386

    4.4{4

    5.624

    9.003

    16.737

    27

    .r91

    20.635

    25.920

    465

    173

    336

    396

    391

    114

    50

    339

    394

    242

    I

    4l

    328

    235

    26

    2

    64

    3

    3

    46

    204

    t5l

    65

    468

    173

    336

    409

    {78

    480

    668

    t.253

    1.?80

    2.917

    4.442

    5.664

    9.331

    16.737

    26.911

    20.547

    20

    6

    11

    t3

    14

    13

    17

    26

    34

    49

    -r

    69

    I01

    t59

    2II

    t52

    l?5

    39.500

    32.200

    59.400

    63.200

    73.400

    66.200

    82.900

    86.100

    133,000

    214.500

    31{.200

    430.900

    589.500

    719,000

    881.100

    952.500

    t.138.000

    24

    19

    32

    34

    32

    39

    39

    ''5

    81

    i04

    I3I

    158

    180

    203

    199

    2r9

    *

    [arca o inlcio

    da

    produo

    brasileira

    de cinento

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    29/171

    3 O

    CLNQUER

    PORTI,ND.,

    3.1

    Apresentao

    o

    clfnquer

    de

    cinento

    portland

    o naterial

    sinterizado

    e

    peletizado.

    resultante da

    calcinao

    at

    aproxirnadamente 145ooC

    de una

    nistura adequada

    de

    caLcro e argila

    e,

    eventuaLmente

    de

    gelnponentes

    corretivoF de

    natureza

    silicosa. aluninosa ou nesmo

    ferrlfera,

    enpregados

    de

    modo

    a

    garantir

    o

    quimismo

    da

    mistura

    dentro de Iimites

    especfficos

    (KIHRA

    et

    alii' 1990).

    BRGA

    (L973)

    define

    o cllnquer

    portland

    como una rocha

    artificial

    cuja

    forrnao

    se

    deve

    a un

    conjunto

    de

    reaes

    en

    estado

    slido

    com

    fuso

    parcial dos componentes.

    KrHR

    &

    VLRELLT

    (

    1975

    )

    rel-acionam

    o

    processo

    de

    formao

    do

    cl-lnquer

    portland

    a um

    metanorfismo

    trmico d

    alto

    grau

    de rochas

    calcrias

    e

    argilosas f inarnente

    clj.vididas,

    cu'ias

    reaces

    se

    nrocessrn

    or

    difuso

    inica

    em um

    processo

    senelhante

    anatexia.

    EsGa

    rocha artificial,

    o clfnquer

    portlandf

    dev

    sua

    resistncia e tenacidade ao material intersticiaf

    constitufdo

    por

    aluminatos

    e ferroalurninatos

    cIcicos

    qrle

    a

    se

    solidificarem, fornan

    una

    estrutura de

    cristais

    entreLaadoo

    ou

    mesmo una nassa

    vftrea

    que

    envolve

    os

    silicatos

    (alita

    e belita)

    (LOCHER.

    r.975

    )

    .

    os constiufntes

    rnineralgico

    do clfnquer

    portland

    Fodem

    ser subdivididos en

    trs

    grupos

    distintos:

    .os silicatos

    cJ.cicos,

    que

    normalmente

    so

    c:istai's

    }ren

    formados,

    gerados

    nas

    ltinas etapas

    do

    processo

    de

    cJ- inqueri zao,

    no sofrendo

    fuso durante sua^

    formao;

    .

    a

    fase

    intersticial

    ,

    correspondente

    fase futlilida

    tenperatura

    de clinquerizao,

    no seio

    da

    gual.

    cristali.zam

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    30/171

    .o terceiro

    grupo

    corresponde

    a

    alguns

    componentes

    menos

    freqentes como

    o

    periclsio (MSO),

    cal livre

    (cao),

    Iangbeinita

    IK2ca2(so4)3],

    aphititalita

    IK3Na(So4)27,

    arcanita

    (K2So4)r

    ferro netlico (Feo), wustita

    (FeO),

    entre

    outros.

    Os

    dois

    prineiros

    grupos

    incluen os chamados constitufntes

    principais

    do cllnquer,

    identificados com as

    abreviaturas

    clssicas:

    CaS

    (ou

    CarSiO5),

    C2S

    (ou

    ca2siO4),

    Ca

    (ou

    ca3I206

    )

    e

    c4F

    (ou

    Ca2l-FeO5). Rigorosamentef

    essas

    abreviaturas

    so

    vIidas

    sonente

    para

    as

    fases

    puras,

    as

    quais

    nunca

    aparecem

    nos

    clfnqueres

    industriais

    devido

    presena

    de

    irnpurezas

    ern soluo

    sl ida

    .

    3-2 Constitufntes

    l,lineralgricos

    Principais

    do

    Clfnquer

    Portland

    .alita: a

    designao

    dada

    s diferentes nodifjcaes

    do

    silicato triclcico, estabilizadas

    no cInquer industrial

    pela

    formao de so.Iues slidas con

    incfuso de

    pequenas

    quantidades

    de

    xidos estranhos

    (Mgo,

    12O3, Fe203

    Ti20.,

    P2e5,

    So3,

    Na2O, K2O, entre outros). um

    dos

    principais

    constituntes

    do

    clfnquer

    (4O

    a

    7OZ

    ),

    com

    importante

    papel

    no

    endurecimento

    e

    na

    resistnci

    necnica

    do cirnento.

    alita

    urn nesossilicato artificial

    ,

    sendo

    sua estrutura

    definida

    pela

    presena

    de tetraedros

    independentes

    de

    SiO4

    unidos

    por

    fons clcio

    intersticiais. Ern

    gera]

    os cristais

    so

    tabulares,

    conpactos

    e

    idionrgicos

    apresentando, na

    naioria

    das

    vezes,

    uma

    seo hexagonal

    (

    figura

    01

    ).

    FIGUR

    01 -

    Seo

    hexagonal da ali"ta

    (MKI

    ,

    1986)

    15

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    31/171

    O

    processo

    de fornao da alita mais comum

    em

    cllnqueres

    industriais

    ocorre atravs

    da

    reao

    slido-slido

    entre

    cristais de cal- livre e belita

    onde

    a

    reao

    se

    processa

    por

    difuso inica,

    sendo acelerada

    pela fase

    fundj-da. Esta

    forna de

    gerao

    da alita comumente

    observada

    quando

    se

    verifica

    a

    pr:esena

    de

    gros

    grosseiros

    de

    quartzo

    na

    farinha, fato que

    no

    possibitita

    a dissoluo da sflica no

    lfquido

    adjacente.

    Primeiramente

    ocorre

    reao

    do

    quartzo

    com a cal disponfvel

    para

    a

    formao

    de

    cristais

    de

    belita;

    posteriorrnente

    ,

    os

    cristais de

    belj-ta

    recm

    gerados

    reaqem

    com a cal

    para

    originar cristais

    de

    alita.

    Em

    relao

    ao

    polirnorf

    isrno dos

    cristais de cS,

    sete

    variaes

    poden

    ser

    observadas

    segundo

    o

    quadro

    03

    (MKI

    ,

    1986).

    QUDRO

    03

    -

    Variaes Pol"imrficas da

    lita

    (

    1KI

    ,

    1986)

    Denominao das Fases

    Temperatura

    de Converso

    (oC)

    R

    M3

    rz

    M1

    T^

    J

    T2

    1070

    1060

    990

    980

    920

    620

    20

    6zooc

    92ooc 9Booc

    agooc

    1o6ooc

    1o7ooc

    T1=- T2: T= Ml: M2: M3:

    R

    onde:

    T:Triclfnico; M:Monocllnico:. et R=TrigonaI

    Em

    c1nqueres

    normaLnente

    sob as

    ambiente

    (MKI

    &

    aprecivel

    de Mgo

    portl-and

    industriais,

    a alita

    ocorre

    formas monocl-fnicas

    M1

    e M3 a tenperatura

    CHROMY.

    1978). Na ausncia de

    quantidade

    no clnquer

    e

    sob

    condies de alta

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    32/171

    temperatura,

    pode

    ocorrer

    tarnbrn a

    forma

    triclnica

    I2

    resultado da

    cristalizao

    (MKI

    ,

    op,

    cit.).

    En relao

    presena

    de

    grande quantidade

    de

    elementos

    qumicos

    em

    soluo s1ida

    na atita,

    parece

    mais

    convincente

    aceitar

    qu

    as variaes na atividade hidrulica e nas

    propriedades

    da alita

    so

    devidas mais

    a defeitos ou desordens

    estruturais

    do

    que propriamente

    s fornas

    polimrficas

    estabifizadas, visto

    que

    as variaes de

    reatividade

    entre

    essas

    fases

    polirnrficas

    so

    pouco

    ntidas.

    Deve-se

    acrescentar

    anda

    que

    o efeito dos diferentes elenentos

    presentes

    na

    alita

    interativo,

    no sendo de um

    ou

    de outro

    elernento

    em

    particuJ-ar.

    (

    CHTTERJJE

    ,

    I979)

    t

    -belita:

    a denominao

    dada

    soluo

    slida

    envolvendo

    o

    silicato biclcico

    (ca25io4

    ou

    sirnplesmente

    C2S) en

    suas

    diferentes fornas

    potinrficas que

    so estabilizadas

    pela

    presena

    de

    xidos

    estranhos

    (412O3,

    Fe2O3, MgO, Na2o,

    K2O,

    SO3,

    P205,

    Tio2,

    CY2,u^3t Mn203,

    Bao, entre outros)

    em

    sua

    estrutura

    cristalina.

    Embora

    ocorra

    en

    propores

    via de regra nenos

    expressivas que a alita

    (mdia

    de 2oZ en

    massa)

    un

    dos

    constitulntes

    principais

    do c1nquer

    portland

    com contribuio

    significativa

    nas

    resistncias

    rnecnicas

    a

    idades

    rnais

    longas

    do

    crnento.

    quando

    o teor

    de

    befita

    supera

    a 5oZ,

    passando

    a ser o

    constituinte

    principaJ.,

    o

    materiaJ.

    passa

    a

    denominar-se

    cl-fnquer

    beItico,

    sendo

    produzido

    con

    consumos

    energticos

    inferiores,

    porm

    apresentando decrscimo

    das caractersticas hidruIicas.

    Da

    mesma

    forma

    qu

    a afita, os cristais de belita

    trn

    corno

    estrutura bsica tetraedros

    independentes

    de

    sio4,

    que

    so

    Iigados entre si

    por

    interrndio

    de ons

    de

    cIcio.

    forrnao

    dos

    cristais

    de belita se

    processa pel-a

    reao

    entre Sio2 e cao

    provenientes

    da

    rnatria-prirna

    ,

    processo

    que

    ocorre entre

    substncias

    sl-idas,

    por

    difuso,

    a

    tenperaturas

    inferiores quelas

    da formao da

    alita.

    L7

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    33/171

    belita

    apresenta

    quatro

    variedades

    polimrficas,

    quais

    sejam:

    &.

    cr',

    e

    y

    ,

    estveis

    em

    domfnios

    de

    temperatura

    deterrninados, as

    quais

    apresentam estruturas cristalinas

    nitidanente

    distintas.

    s

    transformaes

    do silicato

    biclcico

    puro

    (C2S) poden

    ser

    esquernatizadas

    d seguinte

    modo

    (

    LEHMNN

    et

    alii, in

    BRc,

    1973)

    (guadro

    4).

    QUDRO

    04

    -

    variaes

    polirnrficas

    da

    BeLita

    (

    LEHMNN

    et

    alii.,

    in

    BRAG,

    1973

    )

    6 80-6 3

    OoC

    ro.ro%-

    630-6200C

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    34/171

    cllnquer.

    Por ser uma

    fase

    praticamente

    inerte,

    indesejvel

    ao cllnquer

    portland.

    -c2s

    QUADRo

    05

    - caracterfsticas

    das

    Fases

    Polimrficas

    da

    Belita

    Forma

    alotrpica

    Nome

    Si

    stena

    cristal-

    ino

    condies

    de

    resfriamento

    Estabi Ii

    zadores

    principais

    o

    c

    B

    Y

    Bredi

    grita

    Larnita

    Shannonita

    tri

    gona

    I

    ortorrnbi

    co

    nonocl

    f ni-co

    ortorrmbi

    co

    muito rpido

    nuito

    rpido

    norna I

    I

    ento

    Na

    2O

    Kzo

    praticarnente

    todos

    excesso de

    SiO-

    e

    Feo.

    sio2

    z

    BRNES

    et alii

    (1978)

    estudando

    mais de

    zoQ

    clfnqueres

    industriaj.s verificaram

    que

    a

    presena

    de constituntes

    secundrios

    na

    belita

    varian

    de 2 a 122,

    sendo

    o

    I3+

    e

    Fe3*

    os

    fons

    predoninantes

    na substituio

    parcial

    do ca2*.

    Essas

    substituies inicas

    estabil-izam

    a fase

    -c2s,

    principalrnente

    sob

    condies de

    queirna

    oxidante

    (CHATTERJJE,

    L979).

    . aluminato

    triclcico: o

    C3A

    ou

    Ca3A12o6

    una

    das

    fases

    do

    clfnquer

    porland

    formada

    a

    partir

    da cristalizao

    do

    naterial

    que

    se funde durante o

    processo

    de

    clinquerizao. o

    contedo

    dessa

    fase

    no

    clfnquer variveL

    (nornalnente entre 0 e

    L0)

    e

    depende

    do tipo

    de cimento

    produzido

    (cirnentos

    classe

    G,

    utilizados em

    poos petrolferos

    devem apresentar

    teores de ca

    prximos

    de 0).

    o sistena cristalino

    em

    que

    se encontra

    o cbico

    no

    sendo

    verificada

    nenhuma modificao

    poJ.inrfica

    gerada

    pela

    variao

    da

    temperatura. Esta

    fase adrnite

    em sua estrutura

    cristalj-na

    a

    presena

    de xidos

    estranhos como

    o

    Fe2o3, Mgo,

    Sio2,

    Tio2,

    Na2o

    e :(2o, entre

    outros, em

    propores

    de at

    10%

    em

    nassa,

    sendo

    que

    os

    elementos

    alcalinos

    podem

    rnodif

    icar

    sua

    sirnetria

    (ortorrrnbica

    ou monoclnica).

    MooRE

    (in

    CHTTERJJE,

    1979)

    comenta

    ainda

    a possibilidade

    de

    uma

    forrna

    tetragonaf.

    19

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    35/171

    BoIKov

    et al".

    (1977)

    investigando o

    efeito do

    Na2o na

    estrutura

    do

    ca

    verificou

    que

    o

    contedo

    deste xido

    em at

    21422

    em massa

    condiciona

    a

    forrna

    cbicai

    desse

    valor at

    3,aoz,

    a forna ortorrmbicat at

    4,a32 a

    forma

    tetragonal e at

    5,702,

    a forna

    nonoclf nica.

    os cristais de ca,

    responsveis

    pela pega

    (

    endurecimento

    inicial) do

    cinento

    apresentam

    cono

    estrutura

    bsica o

    arranjo

    de seis tetraedros

    de

    Alo4, formando

    um

    anel

    (A1601g-).

    os

    fons

    cIcio

    preenchem

    cerca

    de 72

    trvaziosrr

    dos 80

    possveis

    da

    sela

    unitria,

    sendo

    o restante

    ocupado

    por

    outros

    fons

    (MoNDL

    &

    JEFFERY

    ,

    L97 4) .

    formao

    dos cristais

    de aluninato triclcico

    ocorre

    apenas no f inal- do

    processo

    de

    clinquerizao, corn o

    resfrianento e solidificao

    da fase intersticial

    .

    Quanto

    nais

    rpido for o resfriamento

    do

    cInquer,

    nenos

    desenvolvidos sero

    os cristais.

    En

    relao reatividade dos

    cristais de

    C3,

    BoIKOv et

    aI

    . (L977),

    WONNEMNN

    (in

    STRUNG

    at alii,

    1986)

    e

    LOCHER

    (L983)

    deterrninaram

    que

    a

    presena

    de Kzo acelera

    o

    processo

    de

    hidratao desta

    fase

    ao

    passo que

    o

    Na2o,

    retarda;

    . brosnuillerita:

    a

    denominao

    dada

    ao

    ferroaluminato

    tetraclcico,

    tarnbrn designado

    por

    ferrita,

    correspondente

    a

    um

    termo da

    soluo

    sLida contnua

    compreendida

    entre

    os

    extremos

    CzF

    (ou

    ca2Fe2o5)

    e o

    I'hipottico"

    C2

    (ou

    ca212o5),

    sendo

    representada

    basicanente

    peJ-o

    c2F.

    Parece

    que

    a

    cornposio

    rnais

    estve.l"

    o

    c4F

    (ca4LLzFe2o1o

    )

    que

    utilizado

    para

    representar

    a

    soluo

    slida como um todo.

    simetria exibida

    pel-os

    menbros

    desta

    srie

    a

    ortorrmbica, tendo todos utna

    estrutura

    muito

    simifar.

    REGoURD

    et alii

    (L976)

    verificaram

    que

    elenentos como

    o

    Mg, Si, Ti, Mn e cr

    podem

    ser

    incorporados

    na

    estrutura

    do

    c4F.

    ocorre

    no

    clnquer em

    propores

    variveis,

    con teores

    rndios

    entre 10 e L2Z; os clfnqueres brancos,

    entretanto,

    praticarnente

    no apresentam

    c4F .

    2Q

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    36/171

    Esta

    fase,

    considerada de

    baixa reatividade

    hidruJ-ica,

    tern

    corno

    propriedade

    principal

    a

    resistncia

    corroso

    qumica

    do

    cimento. este constitufnte

    que

    confere ao

    cirnento a colorao

    acinzentada

    devido

    presena

    de ferro en sua constituio.

    presenta

    uma

    estrutura complexa,

    onde

    camadas

    de

    octaedros

    (Feo6

    ou 106

    )

    so

    dispostas

    perpendicularnente ao eixo

    rrbrr

    do

    cristal,

    sendo

    intercaladas

    por

    cadeias sirnples

    de

    tetraedros

    (Feo4

    ou AIo4).

    os tetraedros

    e octaedros unen-se entre si

    atravs do

    conparti

    Ihanento

    dos oxignios de

    seus vrtices,

    formando

    grandes

    vazios

    na estrutura,

    preenchidos por

    ons

    clcio.

    Da mesma forma

    que o

    ca,

    o

    c4F

    crstaliza-se

    a

    partir

    da

    solidificao da fase intersticial-

    fundida,

    fornando

    cristais

    irregulares,

    nos

    interstcios deixados

    pelos

    silicatos

    (alita

    e

    belita)

    .

    impossvel

    ,

    ao rncroscpio

    ptico,

    distinguir

    o

    provvel

    ou

    provveis

    componentes

    da soluo

    sIida.

    Segundo CHRISTENSEN

    (L978),

    quando

    a relao

    12o3lFe2o3

    do

    c1nquer for superior a L,L , a fase

    C4F

    cristaliza-se

    posteri.ormente

    ao

    ca,

    fato

    que

    normalmente

    ocorre.

    3.3 constituintes

    lrtineralgicos secundrios

    do

    clfnquer

    Portland

    .cal livre

    (cao):

    considerada indesejvel

    no

    cInquer

    portland

    a

    partir

    de

    22, a

    cal livre forna-se atravs da

    calcinao

    dos

    carbonatos c]cicos

    e

    permanece

    no

    cInquer

    devido a alguna condio inadequada do processo

    de

    cJ.

    inqueri zao

    ,

    cono moagem

    e/o

    hornogeneidade

    deficientes

    da

    natria-prima, condies

    de

    queima

    insuficientes

    ou

    ainda

    dosagem excessiva de

    xido de cIcio na

    farinha . ssirn, a

    presena

    de

    cal livre

    no

    clnquer

    pode

    ser

    usada

    corno

    parmetro

    para

    o

    controle das condies

    de fabricao.

    Em

    geral

    os

    cJ-nqueres apresentan ern ndia 1Z

    de

    caf Iivre.

    o

    sistema

    cristalino

    do

    cao

    cbico

    e a forna,

    normalmente

    esfrica.

    Quando

    agrupados em zonas

    (agloneraes da

    rnesma

    fase

    21

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    37/171

    nineralgica)

    esses

    cristais

    poden provocar

    expanso

    no

    cimento

    portland

    durante a hidratao,

    convertendo-se

    en

    portlandita

    Ica(oH)2],

    sendo

    essa reao

    acompanhada

    por

    um aunento do

    volume da ordem

    de

    97,621

    .periclsio

    (t{So):

    este

    conponente

    s aparece

    como fase

    nineralgica

    en

    clnqueres ricos

    em Mgo,

    produzidos

    a

    partir

    de

    calcrios magnesianos.

    o xido

    de

    rnagnsio

    presente

    na farinha

    participa

    na

    forrnao da

    fase 1quida

    entrando en

    soluo slj-da

    nas

    diferentes fases do clnquer

    )

    descritas,

    principalmente

    na

    alita

    em

    substituio ao xido de cl-cio.

    Se

    o teor de

    Mgo

    for

    superior a

    Zeo,

    aproxirnadamente,

    ento o material

    excedente

    cristal i zar-se- sob

    a forna

    de

    periclsio.

    taxa de

    cristalizao

    do

    periclsio

    funo

    da temperatura

    de

    queima

    e

    vel-ocidade

    de

    resfrianento.

    un

    cornponente

    secundrio

    do clfnquer,

    de baixa

    atividade

    hidrulica, sendo una

    fase

    praticanente

    inerte

    no

    processo

    de

    hidratao do

    cimento

    e, por isso,

    indesejvel

    ,

    principalmente

    se

    em excesso

    (existen

    especificaes em norlnas

    que

    limitan en

    6,52 o teor de Mgo no

    cirnento). o sistena

    cristalino

    do

    periclsio

    o cribico,

    sendo

    que

    a

    forna

    dos

    cristais

    depend

    fundanentafmente

    das condies

    de

    resfriamento

    do cInquer.

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    38/171

    4

    pRoctsso

    DE

    FABRTco

    po

    cr-rQUF:R

    PoRTr-ND

    4.1

    cenera.l idades

    Em

    escaLa

    industrial , o

    processo

    se fabricao do

    clnquer

    portland

    uma operao

    complexa

    que

    consiste

    na extrao

    e

    britagern

    das

    natrias-primas

    ,

    seguindo-se

    a

    preparao

    adequada

    da

    mistura crua

    (farinha),

    com

    posterior

    queima

    por

    volta

    de

    145ooc em forno

    rotativo. O

    produto

    desse

    processo

    de

    sinterizao

    denominado

    cllnquer

    portfand

    Que,

    quando

    devidanente

    moido

    e misturado

    em

    propores

    adequadas de sulfato

    de clcio

    (denorninado

    genericamente

    de

    gesso

    na indstria

    cimenteira) e outras adies, d

    orfgern

    ao

    cinento

    portland,

    figura 02, extrada

    de KIHR.

    et

    alii

    (1990),

    apresenta

    un

    esquema sinplificado

    da

    fabricao do

    cInquer

    portland.

    Silos

    de Mistura Crua

    | 4----

    FABRIcAO

    DE

    CIMENfO

    PORTLAND

    Silos

    de

    Cimento

    FIcItR

    02

    -

    Esquema

    sinplificado

    da

    portLand

    (

    KIHR

    et al-ii,

    fabricao

    do clnquer

    19eo)

    )1

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    39/171

    4-2

    Hatrias-Primas

    Para

    a fabricao

    do

    clfnquer

    portland,

    o naterial

    de

    partida

    deve

    conter em

    sua

    composio

    qufrnica

    os componentes

    principais do clfnquer, quais sejam, cal, sflica, alumina

    e

    xido de ferro.

    Raramente

    esses conponentes

    so

    encontrados

    e

    uma

    nica rocha em

    propores

    adequadas,

    sendo,

    por

    isso,

    necessro fazer-se

    a

    mistura de dois

    ou

    rnais

    tipos de

    materiais. o calcrio

    e a

    argila so as

    rnatrias-primas mais

    conuns na indstria

    cirnenteira,

    sendo

    utilizados

    eventuais

    aditivos corretivos

    (rninrio de ferro,

    areia etc.

    )

    quando

    un

    conponente

    quinico

    essencial

    no estiver

    presente

    na

    proporo

    adequada.

    Segundo a classificao

    das rochas

    calcras

    efetuada

    por

    BIGRELLLA

    (1956),

    apenas

    os

    calcrios

    calclticos e

    magnesianos

    (teores

    limites

    de

    Mgo

    de

    1,1U e 4,32, respectivanente

    )

    podem

    ser utilizados

    na fabricao

    do c1nguer

    portland'

    sendo os

    calcrios

    doJ.ornf

    tico,

    dolonito

    cacltico e

    dol,omito

    (teores

    tinites de Mgo

    de 10,5,

    L9

    ,LZ

    e 22,o2

    ,

    respectivamente

    )

    inadequados,

    Ern caso de ocorrncia desses calcrios

    mais

    rnagnesianos,

    dve-se fazer

    uma

    mistura

    adequada

    com calcrios

    calclticos.

    Para

    a fabricao

    do cllnquer

    portland'

    o calcrio

    no

    deve exceder, em mdia,

    a

    4

    d

    l,lgo

    (BREU'

    L973).

    Segundo

    CPRM

    (L972),

    os calcrios

    para

    a fabricao

    de

    cimento

    deven

    conter no

    rnfnimo

    422 de

    cao,

    menos

    que

    4Z de MgO

    e

    nenos

    que

    10%

    de sio2.

    Em

    relao ao

    componente

    argi-oso, algunas

    lirnitaes

    qufmico-nineralgicas

    so especificadas.

    Segundo

    rPT

    (l.982),

    materiais argilosos

    contendo

    teores

    de Na2o

    e K2o superiores

    respectivamente

    a 3,0 e

    6,ot ou

    volume

    de

    areia naior

    que

    6o?

    so inadequados

    para

    o uso

    como

    matria-prima

    do clfnquer

    portland.

    Teores

    de Na2O entre 1,5

    e

    3,0%,

    de

    K2O

    entre 4,0

    e

    6,0 ou volune de areia

    entre 55

    e 60Z,

    caracterizam

    materiais

    de baixa

    qua"idade.

    Se

    o

    ter de

    Na2o

    estiver

    no intrval

    de

    L,0 a 1,52, o

    K2o

    entre 3,o e 4/02 e o

    de

    areia entre

    40

    e

    552,

    24

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    40/171

    o material argiloso classificado

    como de

    qualidade

    mdla.

    Abaixo desses

    valores a argila tida

    como de boa

    qualidade.

    Secundariarnente

    ,

    a farinha do

    clfnquer

    apresenta

    componentes

    qulmicos

    auxiliares, cujas

    quantidades

    so

    l-initadas

    normalmente

    por

    especificaes

    de

    normas

    ou

    por

    experincias

    de

    fabricao.

    Dentre esses

    componentes

    destacam-se

    o xido

    de

    magnsio,

    os Icalis

    (KZO

    e

    Na2O),

    o enxofre

    (SO3),

    fons cloreto

    e fluoreto,

    o fsforo

    (P2O5),

    entre

    outros.

    De acordo

    com

    DUD

    (1977)

    |

    o cl-lnquer

    portland

    apresenta aproximadamente

    os

    seguintes

    constitufntes

    qufnicos

    constantes

    do

    quadro

    06.

    QUDRO

    06

    -

    Conposio

    eufnica

    Mdia do

    CInquer

    portland

    (

    segundo

    DUD, 1977

    )

    CaO 58-67e.

    MgO

    L-52

    K2O+Na20 0-12

    so:

    o,L-2,52

    Pzos

    0-1,52

    4-3

    O

    Processo de

    Fabricao

    cenericamente,

    o

    processo

    de

    fabricao

    do

    clfnquer

    portland

    em fornos rotativos

    pode

    ser subdividido en

    quatro

    tipos,

    dependendo

    das

    condies

    de

    unidade

    da natria-prirna.

    escolha de

    cada un dos

    processos

    (via

    nida, via

    serni-nida,

    via

    serni-seca

    e via seca)

    depende

    de diversos fatores

    cono

    a

    disponibilidade

    de

    combustfvel

    ,

    urnidade

    das

    rnatrias-primas,

    entre

    outros.

    Os sistenas de fornos

    via seca

    so

    hoje

    mais

    usuais,

    sendo

    preferidos

    aos demais.

    a

    menos

    que

    a

    umidade

    das

    rnatrias-prirnas

    ultrapasse a

    10

    ou

    que

    o

    preo

    dos

    combustveis

    seja

    insignificante.

    Nesse

    sisterna,

    o material

    de

    alimentao

    entra

    no

    forno rotativo

    na

    forma

    de p seco

    (BONN

    e

    LNc,

    1986).

    Dada

    a

    importncia

    desse tipo de

    processo

    de

    gueima

    e

    sio2

    L6-262

    t2o3

    4-az

    Fe2O3

    2-52"

    Mn2O3

    0- 3

    TiO2

    O-O.5U

    Perda

    ao Fogo

    :

    0,5-38

    25

  • 7/25/2019 Centurione_Mestrado

    41/171

    considerando

    o fato de

    que

    atualmente no Brasil

    a

    grande

    maioria

    dos fornos

    so

    do tipo

    "via

    secarr, a descrio das etapas

    de

    fabricao

    ter

    como base esse

    tipo

    de

    processo,

    4.3.1

    Extrao,

    britagen e

    pr-homogeneizao

    da matria-prima

    extrao

    cuidadoso onde

    dosagem

    da

    matria-prirna

    um

    processo

    corpo

    calcrio deve ser

    criteriosamente

    estudador sendo

    comumente

    explorado

    segundo

    desmontes

    de

    bancadas,

    com

    cada bancada

    subdividida em blocos, de

    acord.o con

    suas

    variaes

    composicionais.

    A nistura dos blocos de desmonte

    pode

    ser feita

    intercal-ando-se carninhes com

    materiais

    de

    um e

    de

    outro

    blocos.

    o material extrafdo,

    que pode

    apresentar

    dirnenses

    decimtricas a ntricas,

    ento reduzido en britadores

    gue

    podem

    ser

    de

    nartelo,

    de

    rnandfbula,

    giratrio,

    de cone, de rolo

    etc. ps essa etapa,

    os fragnentos de calcrio, agora con

    dinenses

    centirntricas

    a milintricas so

    ernpilhados

    de tal

    forma

    que

    o

    naterial calcrio heterogneo seja

    submetido

    a urna

    pr-hornogenei

    zao.

    etapa

    de

    pr-honogeneizao

    facultativa,

    porm

    de

    grande

    irnportncia

    para

    a

    honogeneizao

    f

    inal-

    da

    farinha,

    sendo necessria em casos

    onde

    o

    corpo

    caLcrio

    nostra-

    se muito heterogneo.

    ps

    a

    etapa

    de britagem,

    com

    ou sem

    pr-homogenei

    zao

    ,

    o

    calcrio ento

    conduzido

    atravs de esteiras

    mveis

    para

    os

    siLos

    de

    arnazenamento

    da natria-prina. Aln

    do

    calcrio,

    tanbm

    o material