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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-BH Curso de Administração EMPREENDEDORIMO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO Marcus Signorini Costa 1 Daniel Dayrell Matragrano 2 RESUMO Este artigo tratou de empreendedorismo, inovação e sustentabilidade. O objetivo geral foi verificar a visão do empreendedor que utiliza inovação e sustentabilidade em seus negócios. Os objetivos específicos consistem em verificar a influência da inovação e da sustentabilidade na empresa estudada, conhecer o seu diferencial no mercado e as atitudes e características de seus sócios empreendedores. A metodologia adotada foi um estudo de caso de uma pequena empresa. Este utilizou uma abordagem qualitativa, por meio de entrevistas realizadas com os sócios e os gerentes de diferentes setores da empresa. A análise dos dados apresentou a preocupação dos proprietários e gestores com a inovação, a presença dela na rotina da empresa, o desenvolvimento contínuo de novos produtos e novas formas de gestão. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade é outra característica marcante do negócio estudado. Trata-se de uma ideia respeitada por todos membros da empresa e pelos principais clientes. Com o auxílio das entrevistas foi possível identificar também a visão sócio-ambiental como uma das principais estratégias da empresa, uma vez que proporciona um diferencial competitivo para a organização. As considerações finais sugerem a realização desta pesquisa com uma amostra maior de pequenas empresas com o objetivo de conhecer as práticas de inovação aliadas a sustentabilidade. PALAVRAS CHAVE: Inovação. Empreendedorismo. Sustentabilidade. 1 INTRODUÇÃO O mercado empresarial mostra preocupação em relação à situação desfavorável ao crescimento pela qual passa a economia brasileira. Assim, investidores evitam novos 1 Graduando em Administração do Centro Universitário de Belo Horizonte UNIBH. E-mail: [email protected]. 2 Professor orientador Mestre em Administração PUC/MG. E-mail: [email protected].

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-BH Curso de Administração … · qual impera a figura do empreendedor. Como comentado por Hoseliz, a história ... Quando surge uma nova palavra ou quando

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNI-BH

Curso de Administração

EMPREENDEDORIMO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA GESTÃO DE

PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO

Marcus Signorini Costa1 Daniel Dayrell Matragrano2

RESUMO

Este artigo tratou de empreendedorismo, inovação e sustentabilidade. O objetivo geral foi verificar a visão do empreendedor que utiliza inovação e sustentabilidade em seus negócios. Os objetivos específicos consistem em verificar a influência da

inovação e da sustentabilidade na empresa estudada, conhecer o seu diferencial no mercado e as atitudes e características de seus sócios empreendedores. A

metodologia adotada foi um estudo de caso de uma pequena empresa. Este utilizou uma abordagem qualitativa, por meio de entrevistas realizadas com os sócios e os gerentes de diferentes setores da empresa. A análise dos dados apresentou a

preocupação dos proprietários e gestores com a inovação, a presença dela na rotina da empresa, o desenvolvimento contínuo de novos produtos e novas formas de

gestão. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade é outra característica marcante do negócio estudado. Trata-se de uma ideia respeitada por todos membros da empresa e pelos principais clientes. Com o auxílio das

entrevistas foi possível identificar também a visão sócio-ambiental como uma das principais estratégias da empresa, uma vez que proporciona um diferencial

competitivo para a organização. As considerações finais sugerem a realização desta pesquisa com uma amostra maior de pequenas empresas com o objetivo de conhecer as práticas de inovação aliadas a sustentabilidade.

PALAVRAS CHAVE: Inovação. Empreendedorismo. Sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O mercado empresarial mostra preocupação em relação à situação desfavorável ao

crescimento pela qual passa a economia brasileira. Assim, investidores evitam novos

1 Graduando em Administração do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. E-mail:

[email protected]. 2 Professor orientador Mestre em Administração PUC/MG. E-mail: [email protected].

2

empreendimentos esperando um momento menos incerto para iniciar a abertura de

planos e novos projetos.

Para alguns empreendedores, a melhor recomendação é que estes preservem o seu

capital e se preparem para tempos ainda mais difíceis, pois, neste cenário, no qual o

futuro da economia é incerto, acredita-se que a situação pode ainda piorar. Mas

segundo autores como Kiyosaki (2014), épocas de crise podem revelar grandes

oportunidades de negócios, sendo consideradas bons momentos para a inserção no

mercado. Já o autor Rothschild (2008), dizia que o melhor momento para ganhar

dinheiro é quando o sangue corre nas ruas. A crise, para alguns, é um campo fértil

para o crescimento econômico. Entretanto, para um indivíduo comum, sem

conhecimento, sem um espírito empreendedor, a crise é um momento de

dificuldades para se manter no mercado.

Assim, a preparação do empreendedor é inerente à sua sobrevivência e aliada à

inovação de seu negócio. Segundo Kiyosaki, (2014), “A sobrevivência das empresas

reside na sua capacidade de inovação e diferenciação por meio das novas marcas,

conceitos e embalagens”. Num mercado competitivo e globalizado, a inovação, de

maneira geral, cresce de importância exponencialmente e o empreendedor que não

a busca e utiliza de maneira correta, seja por falta de iniciativa ou conhecimento,

tende a não obter sucesso em seu negócio.

Além da inovação, num cenário onde a opinião pública ergue e derruba corporações,

práticas empreendedoras sustentáveis agregam valores ao negócio. A tendência

atual é o crescimento da busca de consumidores e acionistas por produtos e

serviços de empresas sustentáveis. Além disso, ainda existem as vantagens

financeiras do melhor aproveitamento dos insumos de produção.

Diante do exposto, o problema de pesquisa é: Como é a visão do empreendedor

utilizando a inovação junto a sustentabilidade na empresa estudada?

O objetivo geral deste estudo é verificar a visão do empreendedor utilizando a

inovação e a sustentabilidade na empresa estudada.

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Os objetivos específicos são: Verificar como a inovação e a sustentabilidade

influenciam na empresa estudada. Conhecer qual é o seu diferencial no mercado.

Conhecer atitudes e características da visão empreendedora dos seus sócios.

A preocupação sócio-ambiental emerge como uma nova estratégia de negócios,

uma vez que proporciona um diferencial competitivo para a organização, diante do

relato, foi feito a escolha de pesquisar em uma empresa que demonstrou ter um

elevado grau de empreendedorismo por parte da sua gestão, uma excelente idéia

inovadora, utilizando materiais recicláveis como fonte principal de sua matéria prima.

O pressuposto é que a sustentabilidade no meio empresarial tem a capacidade de

mudar de forma positiva a imagem de uma empresa junto aos consumidores.

A justificativa para este estudo se dá uma vez que foi percebida, por meio de

pesquisas, a existência de poucas empresas no ramo de reaproveitamento do vidro.

Trata-se de um segmento sustentável que vem apresentando significativo

crescimento e que chama a atenção como um negócio.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO

O termo empreendedor, derivada da palavra francesa entrepreneur, foi usado pela

primeira vez em 1725 pelo economista Richard Cantillom, que dizia ser entrepreneur

é um indivíduo que assume riscos. Posteriormente este termo foi definido por

diversos autores, no ano de 1814, o economista francês Jean-Baptise Say usou a

palavra para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor

de produtividade baixa para um setor de produtividade mais elevado. Em 1871 Carl

Menger, economista austríaco, definiu o empreendedor como aquele que antecipa

necessidades futuras. Já Ludwing Mises afirma que o empreendedor é o tomador de

decisões. (CHIAVENATO, 2012).

Na visão Machado (2015), em seu artigo “O empreendedor no centro”, publicado na

edição de 15 de fevereiro de 2007 da revista francesa Challenges, afirma que:

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Jean-Baptiste Say costuma ser descrito como um seguidor das idéias de Adam Smith, mas na verdade ele vai muito além. "É o primeiro economista da oferta", afirma Jean-Pierre Potier, que dirigiu a coletânea universitária

Jean-Baptiste Say, nouve-aux regards sur son oeuvre (Éditions Economica). Ele insiste nas condições da produção, valorizando o papel do empreendedor. Para os clássicos do século XVIII, a sociedade se dividia em

trabalhadores, rentistas e capitalistas. Jean-Baptiste Say recusou essa visão. A seus olhos, cada um pode desempenhar uma dessas funções num momento ou outro. Esse enfoque será retomado posteriormente pela escola

neoclássica. (MACHADO, 2015, p.52)

De acordo com Dornelas (2008), a primeira vez que o termo empreendedorismo foi

utilizado foi por Marco Polo, o qual tentou estabelecer uma rota comercial para o

Oriente. Como empreendedor, Marco Polo assinou um contrato com um homem que

possuía dinheiro (hoje mais conhecido como capitalista) para vender as mercadorias

deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o

aventureiro empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e

emocionais (DORNELAS, 2008).

Segundo Hoseliz, (1951) o conceito empreendedor sofre mudanças de acordo com o

atual mercado, o conceito a 20 anos atrás, provavelmente não será o mesmo dos

dias atuais:

O nascimento e as alterações no conceito de empreendedor revelam, de certa maneira, as transformações da própria sociedade e sua evolução, de

uma base de produção agrária para uma economia mercantil e, finalmente, para a sociedade industrial, que precedeu ao mundo contemporâneo, no qual impera a figura do empreendedor. Como comentado por Hoseliz, a

história das palavras reflete a história das instituições e costumes. Quando surge uma nova palavra ou quando uma velha palavra adquire um novo significado, significa que o desenvolvimento social gerou tal necessidade,

de maneira a expressar uma nova realidade. O caso do empreendedor é emblemático. Conceitos e teorias sobre o empreendedor se alteraram com o tempo. Seus fundamentos teóricos surgiram, inicialmente, no contexto da

economia e podem ser identificados, em primeiro lugar, na França e, em segundo lugar, na Inglaterra. Ao longo do tempo, a contribuição francesa foi se extinguindo, enquanto que as contribuições da língua inglesa adquiriram

grande vitalidade. (HOSELIZ, 1951. p.234).

No século XVII, segundo Dornelas (2008), apresentam-se os primeiros indícios de

relação entre assumir riscos e empreendedorismo, onde o empreendedor

estabelecia um acordo por meio de contrato com o governo para realizar algum

serviço ou fornecer produtos.

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Como geralmente os preços eram prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era

exclusivo do empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do

século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo

empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor –

aquele que assumia riscos - do capitalista - aquele que fornecia o capital.

(DORNELAS, 2008).

Nos séculos XIX e XX, de acordo com relatos de Dornelas (2008), o final do século

XIX e no início do século XX, ocorreu uma confusão entre os empreendedores e

gerentes ou administradores, os quais foram avaliados pelo ponto de vista

econômico, reconhecido como aqueles que organizam a empresa, pagam os

funcionários, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização,

mas sempre a serviço do capitalista.

Como observado por Blackburn (2011), empreendedorismo não é um fenômeno

novo, mas, certamente, é dinâmico. Evidências sugerem que Cantillon e Say são

considerados os primeiros a abordarem o tema do empreendedor no contexto de

uma teoria mais estruturada. O empreendedor é aquele que assume um tipo de risco

associado a um empreendimento. Seu empreendedor compra algo por um certo

preço para vender por um preço incerto. (BLACKBURN, 2011).

2.2 CARACTERISTICAS DO EMPREENDEDOR

Chiavenato (2012), cita em sua obra que o espírito empreendedor possui três

características marcantes, que são elas: Necessidade de realização, onde o autor

explica que o verdadeiro espírito empreendedor, diferente de pessoas comuns não

se contentam com a posição atual, muitas vezes com o seu status daquele

momento, mas sim sempre busca o melhor, sempre busca melhorar sua posição

diante a sociedade. Disposição para assumir riscos, muitas vezes o empreendedor

deixa empregos seguros, para iniciar ou tocar o seu próprio negócio, assume

diversos riscos financeiros, familiares e ate mesmo o risco psicológico de falência

daquele empreendimento. Mas esse risco sendo moderado e com o pé no chão faz

com que o sucesso e seu espírito seja diferenciado. Autoconfiança, sente-se seguro

e confiante para resolver problemas e situações inesperadas no decorrer dos seus

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desafios, na maioria das vezes empreendedores são pessoas mais independes e

acreditam na sua habilidade pessoal.(CHIAVENATO, 2012).

Na visão de Dornelas (2008) o empreendedor é “aquele que detecta uma

oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos

calculados”. Trata-se de um eminente indicador de oportunidades, o qual é curioso e

atento às informações. Tem iniciativa para gerar um novo negócio e paixão pelo que

faz. Utiliza-se de recursos disponíveis de maneira criativa, modificando o ambiente

social e econômico onde vive. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade

de fracassar. (DORNELAS, 2008).

2.3 O PROCESSO EMPREENDEDOR

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas

com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve

o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o

comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E

em terceiro, que os riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas tomadas;

é preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros (DORNELAS, 2008).

Segundo Schumpter (1991), a função do empreendedor seria, exatamente, a de

“fazer novas coisas ou de fazer as coisas que já vinham sendo feitas de novas

maneiras” (SCHUMPTER, 1991). Ou seja, de alterar, de alguma forma, as funções

de produção então existentes. Como exemplo de inovação seria possível inserir,

novas maneiras de organização da produção e de um setor industrial; lançamento

de novos produtos no mercado; introdução de produtos aperfeiçoados;

desbravamento de novos mercados e ambientes; utilização de novos recursos,

materiais e matérias-primas. Os empreendedores são os perturbadores do mercado,

os agentes de desequilíbrio criativo. Para Schumpter, existe uma diferenciação entre

empreendedor, inventor, capitalista e gestor. O empreendedor implementa novas

idéias. O inventor produz novas ideias. O capitalista possui os meios para investir. O

gestor realiza as funções administrativas. (SCHUMPTER, 1991)

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Maximiano (2012) apresenta dados sobre o empreendedorismo no Brasil, por meio

de uma pesquisa efetuada no ano de 2011 pelo Global Entrepreneurship Monitor, o

qual indicou que o Brasil possui a maior taxa de empreendedorismo entre os países

do G-20. Afirma ainda que trata-se melhor desempenho do país nos 11 anos em que

participa da pesquisa. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial foi de 17,5%

da população adulta, o que significa que, de cada 100 brasileiros entre 18 e 64 anos,

mais de 17 são empreendedores em negócios com até três anos e meio de

atividade, representando 21,1 milhões de pessoas. Entre os empreendedores

formais e informais, 68% disseram que abriram o negócio por terem vislumbrado

uma oportunidade de negócio, enquanto 32% explicaram que foi por necessidade.

Entre as principais razões citadas para dar esse passo estavam o desejo da

independência profissional (43%) e o aumento da renda pessoal (35%)

(MAXIMIANO, 2012).

Entretanto, de acordo com Maximiano (2012), a economia do país não é acolhedora

para o pequeno empreendedor devido aos altos juros e elevada carga tributária, o

que leva a maioria dos negócios para a informalidade.

Segundo Pereira (2006), o espírito empreendedor vem acompanhado da motivação

e características marcantes nos jovens empreendedores:

Esses empreendedores são democráticos e estimulam os outros membros da equipe a terem boas idéias. São agradáveis com o time e estimulam os colegas a tirar vantagens dos próprios talentos. Você é assim se: Consegue

estimular as pessoas a trabalharem juntas com eficiência. É capaz de convencer facilmente os outros do seu ponto de vista. É hábil para elevar a moral e a confiança das demais pessoas da equipe. Irradia otimismo

entusiasmo para as pessoas que trabalham sob o seu comando. (PEREIRA, 2006. p.08).

Os empreendedores apresentam ser extrovertidos, ótimos comunicadores e

assumem uma postura informal no trabalho. Sabem tirar proveito de seus contatos e

integram outras pessoas em torno de seus projetos. Consegue se relacionar bem

com pessoas muito diferentes, sabe se promover, tende a construir e manter

relacionamento duradouros, comunica-se entusiasticamente com pessoas dentro e

fora de sua empresa. (PEREIRA, 2006)

2.4 EMPREENDEDORISMO E À INOVAÇÃO

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Bessant (2009), em sua obra afirma que não é necessário ir longe para notar a

importância da inovação:

A inovação não é apenas propaganda. A inovação realmente faz uma grande diferença para empresas de todos os tipos e tamanho. A explicação é bastante simples: se não mudarmos o que oferecemos ao mundo (bens e

serviços) e como os criamos e ofertamos, corremos o risco de sermos superados por outros que o façam. Em última instância, é uma questão de sobrevivência e a história é bastante clara a esse respeito; a sobrevivência

não é compulsória. As empresas que sobrevivem são capazes de mudança focada e regular. É importante observar que a Microsoft uma das maiores e bem-sucedidas empresas do mundo – adota a visão de que está sempre a

dois anos de sua extinção. Ou, como salienta Andy Groves, um dos fundadores da Intel: só os paranóicos sobrevivem. (BESSAT, 2009, P.20).

Segundo Bessant (2009), a criatividade, empreendedorismo e a inovação são três

fatores que não podem separar, muitas das vezes existe um excelente trabalho de

um ou dois fatores, mas por causa de um deles que não foi dada a devida atenção,

ou não foi bem trabalhado aquela idéia, aquele produto não se posiciona no

mercado. Um empreendedor tem que ser criativo e ser extremamente inovador para

ser um diferencial no mercado. (BESSANT, 2009)

Segundo Pereira (2006), para tornar vencedor em um mercado, é preciso desfrutar

da inovação:

Quase visionários, esses empreendedores realizam, com ânimo, o que a

maioria considera impossível e precisam de novidades para não se sentirem entediados. Um Inovador: Gosta de experimentar ideias, esquemas e de trabalhar em projetos novos e inovadores. Consegue desenvolver soluções

imaginativas para problemas complexos. Seu ambiente de trabalho ideal é livre de regras. Prefere iniciar projetos a realizar atividades rotineiras. (PEREIRA, 2006. p.04).

Percebe-se que a inovação sempre deve estar presente no mundo empreendedor,

não apenas na introdução do produto no mercado, mas sim a todo momento e

processos. Ser inovador nunca é de mais. Segundo Bessant (2009): “A inovação

não só requer a abertura de novos mercados, mas também exige a implementação

de novas formas de servir àqueles já estabelecidos e maduros.“.

Bessant (2009), afirma que muitas pessoas não se hesitam em realmente conhecer

a inovação e mesmo conhecendo não sabem fazer a sua gestão. Ela é separada em

três fatores principais de inuma importância, são eles: geração de novas idéias,

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seleção das melhores e a implementação desta inovação. Muitas vezes o terceiro

fator de implementação não tem sucesso na sua execução, por faltar uma visão

empreendedora para escolher o melhor momento. (BESSANT, 2009).

2.5 EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E A SUSTENTABILIDADE.

As pesquisas sobre sustentabilidade em contexto organizacional, em síntese,

envolvem diferentes enfoques. Um de caráter mais instrumental, que busca

investigar, normalmente a partir de pesquisas qualitativas, os antecedentes das

organizações tidas como sustentáveis no que concerne aos seus valores, crenças e

formas de interpretar e responder às questões ambientais via gestão. Outro,

fundamentado principalmente em análises quantitativas, concentra-se nos impactos

das ações sustentáveis sobre os resultados organizacionais, tais como desempenho

financeiro, vantagem competitiva, gestão de resíduos tóxicos e adoção de

certificações como a ISO 14001. (MUNCK, 2015).

A inovação é, com freqüência, retratada como algo antagônico à sustentabilidade.

Com tudo conclui-se que a inovação possui um papel central em ajudar a criar

futuros sustentáveis, por meios convencionais:

A inovação é, em geral, apontada como a mais importante contribuição para

a degradação do meio ambiente, devido a sua associação com o aumento do crescimento econômico e do consumo. Contudo, a inovação deve contribuir, também, grande parte de qualquer solução possível para uma

gama de questões ambientais, incluindo: Produtos mais limpos, processos mais eficientes, tecnologias alternativas, novos serviços,inovação sistêmicas. (BESSANT, 2012. p. 361)

O conceito de sustentabilidade tem sua origem relac ionada ao termo “desenvolvimento sustentável”, definido como aquele que atenda às

necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades. (RONALD, 2010. p. 01)

O empreendedor se torna mais diferenciado quando está planejando algo

sustentável, “recursos naturais e matérias-primas são cada vez mais escassos,

enquanto seus produtos residuais contaminam progressivamente o meio ambiente”

(ANDRADE, 2003).

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È urgente alertar as organizações empresarias e seus gestores quanto a

necessidade de rever e reformular diretrizes e planos referentes ao meio ambiente. Decisões empresariais para proteger e preservar o meio ambiente tornam-se rapidamente condições indispensável para concretizar

significativas transações comerciais. (ANDRADE, 2003 p.198).

Para Vasconcelos (2015), a inovação junto a sustentabilidade caminham juntas,

onde se completam principalmente nos dias atuais:

O modelo de organização inovadora sustentável é uma resposta às pressões institucionais por uma organização que seja capaz de inovar com eficiência econômica, social e ambiental. Esse tipo de organização reúne

duas características essenciais: é inovadora e orientada para a sustentabilidade. Ou seja, institucionaliza-se uma nova lógica de pesquisa, desenvolvimento e inovação na qual a sustentabilidade e a inovação

caminham juntas. A dimensão social tem preocupação com os impactos sociais das inovações nas comunidades humanas dentro e fora da organização. A dimensão ambiental preocupa-se com os impactos

ambientais causados pelo uso de recursos naturais e pelas emissões de poluentes. (VASCONCELOS, 2015. p. 03).

Diante diversas analises, é notado que um perfil complementa a outro, o

empreendedorismo junto a inovação e a sustentabilidade, gera mais diferenciação e

poder para os produtos e serviços. A união de ambos é de suma importância e

quando consegue obter as três características já se tem um passo a mais em

relação aos concorrentes.

3 METODOLOGIA

A empresa objeto de estudo foi uma empresa que fabrica produtos, utilizando vidros

recicláveis como matéria prima principal, sediada em Belo Horizonte, no estado de

Minas Gerais, que atua no mercado desde 2011, no qual obteve crescimento e

expansão de atividades.

O método utilizado foi o estudo de caso, que conforme Vergara (2014) é

considerado com um estudo de caso devido ao fato de que o trabalho é

desenvolvido com uma empresa específica, e conforme Vergara (2014) estudo de

caso é quando se trata de uma pesquisa sobre um determinado indivíduo, família,

grupo ou comunidade que seja representativa do seu universo, para examinar

aspectos variados de sua vida.

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Este trabalho teve o intuito de aprofundar e conhecer realmente a visão

empreendedora utilizando a inovação e a sustentabilidade, de um empresário

específico no ramo da utilização de vidros reaproveitados. Para aprofundar e

conhecer este comportamento empreendedor foi utilizada a pesquisa descritiva,

através de entrevistas coms os sócios e gerentes, uma vez que foi identificado a

necessidade de entender sobre o comportamento empreendedor do proprietário da

empresa estudada.

Para Cervo; Bervian e Silva (2007), a pesquisa qualitativa, ocorre quando se

registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos, sem manipulá-los. Já Gerhardt e

Silveira (2009), como o tipo de pesquisa que “exige do investigador uma série de

informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever

os fatos e fenômenos de determinada realidade”.

Para melhor fazer este estudo e este levantamento do comportamento, por meio de

pesquisa qualitativa, é uma pesquisa indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve

conceitos, idéias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados, ao

invés de coletar dados para comprovar teorias, hipóteses e modelos pré-concebidos.

Foi realizado o estudo de caso, para assim saber realmente quais são as

características dos empreendedores. Foram realizadas entrevistas com os

proprietários da empresa e com os gerentes para compreender a inovação e o

empreendedorismo sustentável como fator chave do seu produto final.

No que diz respeito à abordagem qualitativa, esta é conceituada por Gerhardt

eSilveira (2009):

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem

qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os

pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.

(GERHARDT; SILVEIRA 2009, p. 37).

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Segundo o autor Trujillo (2000), o estudo de caso é, simplesmente, realizar uma

coleta de dados, é preciso preestabelecer os objetivos que discriminam o que deve

ser realmente coletado. Recomenda-se iniciar esta fase realizando uma pesquisa

bibliográfica, para que o autor fique ciente de tudo o que já foi relatado sobre o

assunto que está sendo estudado.

4 DADOS E ANÁLISE DA PESQUISA

A empresa estudada é do ramo de produtos de acabamentos de construção, o seu

principal produto é a fabricação de pisos, cujo a matéria prima principal é o

reaproveitamento de sobras de vidros. Fundada no ano de 2011 com apenas 3 (três)

funcionários, a empresa vem em constante crescimento e aumentando o seu

posicionamento no mercado, hoje contando com 23 (vinte e três) funcionários, além

das empresas terceirizadas. A mesma encontra-se sediada na cidade de

Vespasiano em Minas Gerais, 30 Km da capital mineira.

Para conhecer melhor o espírito empreendedor juntamente com a sustentabilidade,

foram realizadas pesquisas qualitativas, entrevistas com os sócios, para buscar

informações dos criadores da empresa e com os seus 3 gerentes, para saber como

é o pensamento em diferentes segmentos e níveis da empresa, para entender o

sucesso que essa idéia empreendedora se tornou.

4.1 ENTREVISTA COM OS SÓCIOS

A entrevista com os dois gestores do negocio contribuiu para um melhor

entendimento da pesquisa. Foram feitas perguntas separadas em 3 partes: a

primeira trata do processo empreendedor dos gestores, referente à idéia do

surgimento daquele negócio, o que fazia antes de se tornar um empresário, o que

levou a ser um empreendedor e se preocupar com o meio ambiente, quais são a sua

estratégia para continuar crescendo, se a criatividade é realmente um fator de

preocupação no seu ramo, se a ação sustentável que é uma preocupação mundial,

afeta na busca e procura dos seus clientes.

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4.1.1 Processo empreendedor

De acordo com entrevista com os sócios, fica claro que as idéias surgiram dos dois

empresários amigos, pensando e pesquisando juntos. Ambos estavam querendo ter

o seu próprio negocio, para não ter que trabalhar para outra pessoa.

Empreendedores novos, com sonhos e diversas idéias foram a procura de um ramo

que estivesse chance de crescimento no mercado. Até que em uma viagem ao

exterior, perceberam que restos de vidros são extremamente bem aproveitados em

outros paises, mas no Brasil, isso não é comum de acontecer, sendo pouco

explorado. Diante dessa informação e após diversas pesquisas, percebeu que

poderia aproveitar esse material como principal matéria prima em pisos de

construção civil considerados “gourmet”.

Os sócios relatam que a preocupação com o meio ambiente deveria ser um fator

mundial, mas que o Brasil está se manifestando muito pouco em relação a outro

paises, mas que fazer um produto de boa qualidade, aproveitando matérias que

seriam jogados no lixo, faz com que compradores percebam mais valor em seu

produto, muitas pessoas têm interesse em conhecer o produto, depois que ficam

sabendo como ele é feito. Diz ainda que sem a criatividade no mercado em que

vivemos, nenhum negócio dura mais do que 1 (um) ano e já mais pretende parar de

inovar em seus produtos.

4.1.2 Mercado de atuação

Posteriormente foram realizadas perguntas referentes ao mercado, onde foram

realizadas perguntas de qual era o posicionamento do seu produto no mercado, se

existe concorrência no seu ramo, como funciona procura da sua principal matéria

prima, se a mesma supre as necessidades, sua relação com clientes e com o

mercado.

Respondeu que a oportunidade surgiu quando percebeu que poderia juntar a

matéria prima reaproveitada com um produto que é constantemente utilizado em

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obras civis de todas as espécies. Respondeu que sempre existiu concorrência em

seu mercado, mas que em Minas foi o primeiro a fazer pisos utilizando vidro como

matéria prima, que existe sim outros fabricantes, mas que em minas ainda não. Mas

que todos outros pisos oferecidos pelo mercado não deixam de ser concorrentes.

Acrescenta ainda que o que torna atrativo no mercado é mostrar que ajuda o país, e

que suas grandes vendas inclusive para shopping, confirma a qualidade do seu

produto e aumenta sua divulgação boca a boca.

4.1.3 Finanças e Controle

Na última parte da entrevista aos gestores, foram aprofundadas na parte de

finanças, onde o objetivo era saber mais a parte contábil da empresa, o custo da

matéria prima, a quantia de funcionários, qual a sua atual situação financeira diante

esse mercado variado.

Os gestores responderam que a crise que o pais está sofrendo atingiu sim o seu

mercado, devido ter atingido a parte da construção civil, mas que a empresa mesmo

assim está conseguindo desfrutar de boas vendas, mesmo estando abaixo de suas

projeções. Em relação a matéria prima, diz ser o seu principal diferencial e faz

questão de convidar aos clientes a conhecer como realmente ela é utilizado nos

seus produtos.

Em relação ao custo da mesma, comentou que era a sua maior dificuldade, que a

maioria das empresas de vidros na região da grande BH, não guardavam as sobras,

devido a falta de espaço, e com isso tinha que fazer varias viagens para coletar esse

material. O custo era apenas o transporte, pois as empresas do ramo de vidraçaria

doavam o material, pois não tinham aproveitamento. Mas que posteriormente devido

ao crescimento do seu mercado, teve uma necessidade maior de matéria prima,

assim aumentou muito os seus fornecedores, e muitos deles fixos cobram uma

quantia por guardarem organizadamente em armazéns para fazer o transporte

quinzenalmente para diminuir seu custo.

Os gestores deixam claro que apesar de todo o trabalho, o custo é mínimo referente

a outras matérias que poderiam ser usadas na fabricação dos pisos. E muitas

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empresas até no dia de hoje doam os restos de vidros e pagam fretes ate a sua

empresa, por ficar mais prático e fácil de ficarem livres do “lixo”. Hoje a empresa

conta com 23 funcionários e está sendo estudada a possibilidade de abrir uma filial

no norte da capital mineira. Em questão a valorização e incentivo aos seus

funcionários são repassados uma porcentagem da quantia vendida de toda a

empresa, não apenas aos vendedores, mas também aos fabricantes do produto.

Acreditam que esse fator estimula a todos terem um ótimo rendimento e a terem

consciente que quanto menos gasto e prejuízo a empresa obter, todos saem

ganhando.

4.2 ENTREVISTA COM OS GERENTES

Posteriormente, querendo conhecer melhor o espírito sustentável e a linha de

pensamento de mais membros da empresa, foi realizadas curtas entrevistas com 3

gerentes da empresa, que trabalham na parte de marketing, vendas, compras,

logística e financeira. Foram realizadas perguntas referente a suas funções, se

realmente percebem que a empresa é inovadora, se sentem diferença em participar

de uma empresa que vende um produto sustentável, se acham que realmente a

sustentabilidade é um fator importante para o mundo e se sentem orgulhosos em

saber que estão ajudando o pais.

Os gerentes responderam inicialmente que tem um imenso prazer de trabalhar na

empresa, pois os gestores sempre procuram melhorar o clima de trabalho e a

fórmula de produzir gastando menos e poluindo menos. Saberem que estão

ajudando o meio ambiente é um fator impar da empresa e que fazem questão de ser

bem divulgado para fazer parte do marketing verde da empresa. Um deles cita que

muitas empresas e empresários só querem ganhar dinheiro a qualquer custo, e que

diferente da empresa que trabalham, eles procuram ganhar sim dinheiro, mas

prejudicando o mínimo o meio ambiente, até mesmo por existir a reciclagem interna

de outros produtos na empresa. Todos sentem orgulhosos e falam que a criatividade

da empresa não para, e que a linha de modelos e tipos de pisos sempre vem

crescendo e variando.

16

Segundo eles outro fator que faz com que a empresa se destaca é o rigoroso

controle financeiro e logístico, onde todos os gastos e projeções são tabelados e

acompanhado pelos gerentes e sócios. O mercado é concorrido mas a empresa se

destaca pela dedicação e diferenciação dos produtos que nela é produzida.

4.3 ANÁLISE DE DADOS

Bessant (2009), relata que a inovação sempre deve estar presente no mundo

empreendedor, não apenas na introdução do produto no mercado, mas sim a todo

momento e processos. Ser inovador nunca é de mais. Segundo Bessant: “A

inovação não só requer a abertura de novos mercados, mas também exige a

implementação de novas formas de servir àqueles já estabelecidos e maduros“.

Diante as entrevistas e pesquisas realizadas neste trabalho, é concretizado que a

visão empreendedora não se estabiliza, em nenhum instante, procura sempre

explorar o máximo do mercado.

Fica nítido, após pesquisas e entrevistas com os sócios e colaboradores, que a

criatividade e inovação são fatores imprescindíveis no mercado. Que sempre existirá

espaço para inovar e buscar novidades no mercado. Bessant (2009) relata que a

inovação é apontada como a mais importante contribuição para a degradação do

meio ambiente, devido a sua associação com o aumento do crescimento econômico

e do consumo. Contudo, a inovação deve contribuir, também, com grande parte de

qualquer solução possível para uma gama de questões ambientais.

O empreendedor se torna mais diferenciado quando esta planejando algo

sustentável, “recursos naturais e matérias-primas são cada vez mais escassos,

enquanto seus produtos residuais contaminam progressivamente o meio ambiente”

(ANDRADE, 2003. p. 68). Para Vasconcelos (2015), a inovação e a sustentabilidade

caminham juntas, onde se completam, principalmente nos dias atuais. Deixando

claro que a combinação do empreendedorismo e a sustentabilidade fez com que a

empresa estudada obtivesse sucesso na gestão dos grandes empreendedores, que

nitidamente alinharam e conscientizaram todos os seus colaboradores.

17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Este trabalho tratou de um estudo de caso realizado em uma empresa bem

posicionada no mercado, no qual o artigo buscou verificar a visão do empreendedor

utilizando a inovação e a sustentabilidade na empresa. Teve como seus objetivos

específicos verificar como a inovação e a sustentabilidade influenciam na empresa

estudada, conhecer qual é o seu diferencial no mercado, conhecer atitudes e

características da visão empreendedora dos seus sócios.

De acordo com os gestores, comprovando o que as literaturas relatam, fica claro que

a inovação é uma das principais ferramentas para atrair mais clientes além de ser

uma das melhores ferramentas para se manter no mercado. Sabe-se que o espirito

empreendedor é essencial em qualquer negócio e que grandes autores de sucesso

já dissertam sobre o assunto servindo de exemplo para muitos administradores.

Após análise das entrevistas e das atitudes pessoais, foi possível identificar,

claramente, o espírito empreendedor no empresário estudado. A sustentabilidade

por sua vez, é algo inovador quando é fundida junto a um negócio, tornando-o mais

valioso e diferenciado. A preocupação com o meio ambiente vem sendo uma

preocupação mundial, e o reaproveitamento além de ser algo sustentável é uma

alternativa para a redução de custos das empresas. No caso da empresa estudada,

tal sustentabilidade apresenta-se por meio da utilização de sobras de vidro como

principal matéria prima.

No que se refere aos objetivos específicos, foi realizado uma entrevista com os

sócios e os gerentes que deixou claro como a inovação e a sustentabilidade

influenciam a empresa, qual é o seu diferencial no mercado, quais eram as atitudes

e características da visão empreendedora dos sócios e gerentes. Percebe-se

também com a visão empreendedora dos sócios facilita a transmissão de ideias para

seus funcionários, permitindo que os mesmos consigam ter ideias e pensamentos

alinhados às dos seus líderes.

18

Diante o exposto, sugere-se que a visão empreendedora, aliada a inovação e

sustentabilidade, nunca deixe de acompanhar estes empresários. Deixa claro que é

um ramo extremamente fantástico, que a ideia do reaproveitamento de vidros pode

servir de exemplos para outros empresários, e que a ideia de diminuir o custo e

automaticamente colaborar com o meio ambiente só agrega benefícios para a

empresa e para o mundo.

Percebe-se que após a empresa já ter expandido diversas vezes, a mesma já conta

com projetos de criações de outras filiais no Brasil, e que a inovação dos seus

produtos e a qualidade são constantes. Tal estratégia tem dado certo e não deve

mudar. Os empresários estudados são um exemplo de gestão e de

empreendedorismo para seus funcionários e para o mercado, deixando claro o

diferencial de uma visão empreendedora. Por fim, seria oportuno a realização de

pesquisas com outras pequenas empresas que utilizam inovação e sustentabilidade

como base para seus negócios, buscando trazer suas principais características e as

experiências de sucesso.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Rui. Gestão Ambiental Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável. 2ed. São Paulos: Editora Pearson,2003.

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Editora Bookman, 2009.

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2007. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em

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MUNCK, Luciano. Gestão da Sustentabilidade em Contexto Organizacional:

Integrando Sensemaking, Narrativas e Processo Decisório Estratégico. Artigo,

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PEREIRA, José Flávio. Gestão empresarial I. Belo Horizonte, SEBRAE/MG 2006.

RONALD, J. C. Artigo Conceito de sustentabilidade. Revista SESC. Rj 2010.

ROTHSCHILD, Jacob, A linhagem Rothschild. 2013. Disponível:

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em: 5 de agosto de 2016. SCHUMPETER, J. A. Comentários sobre um plano para o estudo do

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TRUJILLO, E. A defesa do consumidor, a relação contratual bancária e o empresário financeiro. Rio de Janeiro, revista Informação legislativa, 2000.

VASCONCELOS, Isabella F. Artigo Resiliência organizacional e inovação sustentável: um estudo sobre o modelo de gestão de pessoas de uma empresa

brasileira. Rio de Janeiro, FGV, 2015.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios em administração. São Paulo:

Atlas. 2014

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APÊNDICE A ROTEIRO DE ENTREVISTA SÓCIO

Processo empreendedor

1. Antes de começar seu próprio negócio, qual era sua atividade?

2. Como você identificou a oportunidade desse seu novo negócio?

3. O que você identificou que deve aprender para ter sucesso na sua empresa?

4. Como você descreve o ambiente atual quanto às condições de ter sucesso como empreendedor?

5. Como você se prepara em relação ao futuro?

6. O que você faz para desenvolver a sua empresa, para que ela cresça?

7. De que forma você explica o seu sucesso?

8. O que o torna criativo? A criatividade é importante no seu ramo? 9. Você considera importante a preocupação com o meio ambiente?

10. A empresa utilizou a matéria prima reaproveitada somente por questões

ambientais, ou porque reflete na boa qualidade do produto? 11. Percebemos que a preocupação ambiental é uma preocupação mundial, você

acha que ações que envolvam o empreendedorismo sustentável, tem mercado e facilidade para o sucesso?

12. Você se considera um empreendedor? Mercado

13. Como você avaliou a oportunidade em termos dos fatores críticos de sucesso? 14. O que você percebia serem as forças do seu negócio? E fraquezas?

15. Quem são os seus principais concorrentes? Também trabalham com

reaproveitamento do vidro? 16. Existe falta de matéria prima (vidros) quando a produção aumenta? Tem muitos

fornecedores? Como é coletado esse material ?

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17. Qual é o posicionamento do mercado de seus produtos?

18. O que diferencia o seu produto daqueles que os seus competidores oferecem no

mercado? O fato de reutilizar produtos reaproveitados torna um diferencial competitivo sobre os demais concorrents?

19. Quantos clientes você atende em média por mês?

20. Como são as suas relações pessoais com os seus clientes? 21. Qual a estratégia que você usa para desenvolver novos clientes?

Finanças e controle

22. Qual o valor da matéria prima reaproveitada?

23. Qual foi o capital necessário?

24. Que tipo de planejamento você fez? Teve algum tipo de financiamento? 25. Quanto tempo levou para alcançar um fluxo de caixa positivo?

26. Qual ajuda externa você teve? Você teve conselheiros? Advogados?

Contadores? Especialistas em impostos? Em patentes? 27. Qual é a situação financeira de sua empresa?

28. Quantos funcionários e quais os cargos existentes na empresa?

29. O que você faz quando os empregados de sua empresa produzem no melhor de suas capacidades?

30. Tem vontade ou pensa em montar um outro negócio? Se sim utilizaria algo no

ramo sustentável?

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APÊNDICE B ROTEIRO DE ENTREVISTA GERENTES

1. Qual é a sua principal atividade exercida dentro da empresa?

2. Como começou a fazer parte da empresa?

3. Percebe algum impacto positivo ou negativo ao vender um produto sustentável?

4. Os funcionários tem ciência que a principal matéria prima é reaproveitada? Isso

causa algum impacto negativo ou positivo entre eles?

5. A inovação é um fator que constante que a empresa se preocupa?

6. Acha que esse ramo da sustentabilidade é um ramo importante e que todos nós

devemos nos preocupar?

7. Sente orgulho em saber que está colaborando um pouco com o meio ambiente?

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