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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Cristiane Uehara
David Elias Maia Santiago
A LOGÍSTICA REVERSA CONTRIBUINDO PARA A MITIGAÇÃO DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS: um estudo de caso na Eco Solutions
Lins-SP
LINS – SP
2014
1
CRISTIANE UEHARA
DAVID ELIAS MAIA SANTIAGO
A LOGÍSTICA REVERSA CONTRIBUINDO PARA A MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO NA ECO SOLUTIONS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação da Prof.ª Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Prof.ª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva.
LINS – SP
2014
2
CRISTIANE UEHARA
DAVID ELIAS MAIA SANTIAGO
A LOGÍSTICA REVERSA CONTRIBUINDO PARA A MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO NA ECO SOLUTIONS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame
Titulação: Mestre em administração pela Universidade Metodista de Piracicaba –
UNIMEP.
Assinatura:________________________
Prof.: Francisco César Vendrame
Titulação: Mestre em administração pela Universidade Metodista de Piracicaba –
UNIMEP.
Assinatura:________________________
Prof. : Hemerson Calgaro
Titulação: Mestre em engenharia agronômica pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Ilha Solteira.
Assinatura:________________________
3
Dedico esse trabalho às pessoas que contribuem para a preservação do meio
ambiente com práticas sustentáveis, como a reciclagem e o consumo consciente.
Cristiane Uehara
Dedico esse trabalho aos meus pais, Odair Aparecido Santiago e Ilma de
Oliveira Maia Santiago; ao meu irmão, Pedro Felipe Maia Santiago; à minha amada,
Dayane Pereira de Omena. Com muito esforço, essas pessoas me ajudaram a
conquistar mais esta etapa da minha vida.
David Elias Maia Santiago
4
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, amigos, familiares, à atenção da nossa orientadora
Máris de Cássia Ribeiro Vendrame, os quais nos deram suporte para concluir com
êxito este trabalho.
Agradecemos à professora Heloisa Helena Rovery da Silva, pela
disponibilidade e paciência para a realização desse trabalho.
Ao Juliano Munhoz Beltani e José Flavio de Toledo Usó, sócios da Eco
Solutions, nós somos gratos pela cordialidade em nos receber e autorizar a
realização desse trabalho.
Cristiane Uehara
David Elias Santiago
5
RESUMO
Em virtude dos impactos ambientais causados pela exploração dos recursos naturais e desenfreada produção mundial, os setores têm dado maior atenção às medidas alternativas de produção sustentável. O setor da construção civil, um dos maiores geradores de resíduos no Brasil, tem adotado a logística reversa como um meio de retornar os resíduos de construção civil ao ciclo produtivo. Define-se a logística reversa como o processo de coleta de produtos do consumidor final até o fabricante para serem reciclados, reaproveitados ou descartados. Esse processo viabiliza a implantação de soluções mais adequadas para os resíduos de construção e demolição da área civil; também é visto como um fator de competitividade, pois contribui com a diminuição de custos e melhora da imagem da marca no mercado. Por meio da resolução nº 307/02 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o país regulamenta a gestão dos resíduos desse setor. A pesquisa de campo realizada na Eco Solutions, empresa responsável por reciclar os resíduos de construção e demolição localizada na cidade de Lins-SP, única licenciada pela prefeitura a exercer sua atividade, teve como objetivo demonstrar a importância da logística reversa aplicada na construção civil para a contribuição com a mitigação dos impactos ambientais. Esta descreve o funcionamento do processo de reciclagem feito pela empresa desde as etapas de recebimento, triagem, transformação dos resíduos em agregados e venda dos produtos, possibilitando uma visão clara da necessidade de uma efetiva gestão de resíduos de construção civil no país para a preservação do meio ambiente. Dessa maneira, a Eco Solutions contribui significativamente para que esses resíduos não sejam descartados em locais ilícitos e inadequados.
Palavras-chave: Logística reversa. Construção civil. Mitigação. Impactos ambientais.
6
ABSTRACT
Due to the environmental impacts caused by the exploitation of natural resources and unbridled worldwide production, the sectors have given increased attention to alternative measures of sustainable production. The civil construction sector, one of the largest waste generators in Brazil, has adopted the reverse logistics as a way to return the residues of the civil construction to the productive cycle. Reverse logistics is defined as the process of collecting products of the final consumer up to the manufacturer to be recycled, reused or disposed. This process makes possible the implementation of more appropriate solutions to the construction and demolition residues from civilian area; is also viewed as a factor of competitiveness, since it contributes to the reduction of costs and improvement of the brand image in the market. By means of the resolution No. 307/02 of the National Council of the Environment (CONAMA) and of the National Policy of Solid Wastes, the country regulate the management of waste from this sector. The field research performed in Eco Solutions, company responsible for recycling waste from construction and demolition, located in the city of Lins-SP, single licensed by the city hall to exert its activity, had as objective demonstrate the importance of reverse logistics applied in the civil construction for the contribution to the mitigation of environmental impacts. This describes the operation of the recycling process made by the company since the stages of receiving, sorting, transformation of the waste into aggregates, and sale of the products, allowing a clear view of the necessity of an effective management of civil construction waste in the country for the environmental preservation. In this way the Eco Solutions contributes significantly to prevent those wastes to be disposed on illegal and inappropriate places.
Keywords: Reverse logistics. Civil construction. Mitigation. Impacts Environmental.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Área de apoio..............................................................................................15
Figura 2: Área onde se localiza os maquinários.........................................................16
Figura 3: Área onde são despejados os entulhos......................................................16
Figura 4: Organograma da empresa Eco Solutions...................................................18
Figura 5: Bica corrida.................................................................................................19
Figura 6: Pedrisco reciclado.......................................................................................19
Figura 7: Pedra 1 reciclada........................................................................................20
Figura 8: Pedra 2 reciclada (rachão)..........................................................................21
Figura 9: Paver’s (blocos) em parceria com EcoDesign............................................21
Figura 10: Mapa da região de Lins.............................................................................23
Figura 11: Ciclo do pedido e entrega do produto.......................................................31
Figura 12: Relação entre as atividades logísticas primárias e a de apoio.................32
Figura 13: Composição da cadeia produtiva da construção civil...............................41
Figura 14: Entrada da matéria-prima..........................................................................47
Figura 15: Área de descarte na Eco Solutions...........................................................48
Figura 16: Triagem manual........................................................................................48
Figura 17: Trator despeja os resíduos no silo............................................................49
Figura 18: Máquina fixa que faz a bica corrida reciclada...........................................50
Figura 19: Esteira que despeja a bica corrida............................................................50
Figura 20: Máquina fixa..............................................................................................51
Figura 21: Processo de reciclagem que origina a bica corrida...................................51
Figura 22: Processo de reciclagem que origina o rachão reciclado, pedrisco, areia e
pedra nº 1...................................................................................................................52
Figura 23: Funcionários retiram materiais indesejados na esteira.............................53
Figura 24: Pedra nº 1 e pedrisco despejados pela máquina móvel...........................53
Figura 25: Pedra nº 2 despejada pela máquina móvel...............................................54
Figura 26: Paver’s nas formas....................................................................................55
Figura 27: Paver’s desenformados.............................................................................55
Figura 28: Paver’s desenformados para processo de cura........................................56
Figura 29: Paver’s armazenados nos pallets.............................................................56
Figura 30: Impacto ambiental na encosta de rio e erosões.......................................57
8
Figura 31: Blog www.ecosolutions.rec.br...................................................................58
Figura 32: Visitantes do blog......................................................................................59
Figura 33: Recuperação do canteiro central Nicolau Zarvos.....................................59
Figura 34: Base de pavimentação..............................................................................60
Figura 35: Praça ecológica.........................................................................................60
Figura 36: Rio Campestre há 16 anos........................................................................61
Figura 37: Rio Campestre em 2014...........................................................................62
Figura 38: Entulho jogado em lugar irregular.............................................................63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 : Comparação produtos convencionais e reciclados similares
Quadro 2: Porcentual Médio por Tipos de Quantidade
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT: Associação Brasileira de normas técnicas
ADETEC: Agencia de desenvolvimento econômico e tecnológico
CBIC: Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CLM: Council of Logistcs Management
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
NBR: Normas Brasileiras
PNRS: Plano Nacional de Resíduos Sólidos
PRM: Product Recovery Management
RCC: Resíduos de Construção Civil
RCD: Resíduos de construção e demolição
RLEC: Reverse Logistics Executive Council
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
CAPÍTULO I A EMPRESA ........................................................................................ 14
1 ECO SOLUTIONS .................................................................................................. 14
1.1 História da empresa ............................................................................................ 14
1.1.1 Missão .............................................................................................................. 17
1.1.2 A legalidade da empresa .................................................................................. 17
1.1.3 Organograma ................................................................................................... 17
1.1.4 Produtos ........................................................................................................... 18
1.1.9 Responsabilidade ambiental ............................................................................ 24
1.1.10 Responsabilidade social ................................................................................. 24
1.1.11 Sustentabilidade ............................................................................................. 25
CAPÍTULO II A LOGÍSTICA NO BRASIL ................................................................ 26
2 LOGÍSTICA ............................................................................................................ 26
2.1 A história da logística .......................................................................................... 26
2.2 Linhas de conhecimento da logística .................................................................. 27
2.2.1 Ciência logística ............................................................................................... 27
2.2.2 Engenharia logística ......................................................................................... 27
2.2.3 Logística aplicada ............................................................................................. 28
2.3 Logística empresarial .......................................................................................... 28
2.3.1 Atividades primárias da logística ...................................................................... 29
2.3.2 Modais de Transporte....................................................................................... 29
2.3.3 Manutenção de estoques ................................................................................. 29
2.3.4 Processamento de pedidos .............................................................................. 30
2.3.5 Relação entre as três atividades primárias ....................................................... 30
2.4 Atividades de apoio ............................................................................................. 31
2.5 Canais de distribuição ......................................................................................... 32
2.5.1 Canais de distribuição diretos .......................................................................... 32
2.5.2 Canais de distribuição reversos ....................................................................... 32
2.6 Logística direta .................................................................................................... 33
2.7 Logística reversa ................................................................................................. 34
10
2.7.1 O conceito da logística reversa ........................................................................ 34
2.7.2 Surgimento da logística reversa ....................................................................... 35
2.7.3 A logística reversa e a cadeia de suprimentos ................................................. 36
2.7.4 A logística reversa como um fator de competitividade ..................................... 37
2.7.5 Tipos de logística reversa ................................................................................. 37
2.7.6 Logística reversa e a construção civil ............................................................... 39
2.8 Setor da construção civil no Brasil ...................................................................... 41
2.9 CONAMA 307 ...................................................................................................... 42
2.10 Política nacional dos resíduos sólidos ............................................................... 43
CAPÍTULO III A PESQUISA ..................................................................................... 45
3 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 45
3.1 A logística reversa de resíduos sólidos da construção civil praticada pela Eco
Solutions.................................................................................................................... 46
3.1.1 A matéria-prima da Eco Solutions .................................................................... 46
3.1.2 A entrada da matéria-prima .............................................................................. 46
3.1.3 Transformação da matéria-prima da Eco Solutions em produto final ............... 47
3.1.4 Produção de paver’s em parceria com a Eco Design ....................................... 54
3.2 O processo de venda dos produtos ..................................................................... 57
3.3 Comparação dos produtos convencionais e produtos de agregados da Eco
Solutions.................................................................................................................... 57
3.4 Elaboração da ferramenta mercadológica blog para a empresa ......................... 58
3.4.1 Acessos do blog ............................................................................................... 59
3.5 Construções na cidade de Lins que utilizaram material de agregados da Eco
Solutions.................................................................................................................... 59
3.6 A logística reversa reduzindo os impactos ambientais na cidade de Lins-SP ..... 61
3.7 Impactos ambientais da construção civil – Lins ................................................... 62
3.7.1 Oportunidades e sinergias possíveis com municípios da região de Lins para
mitigar os impactos ambientais ................................................................................. 63
3.8 Parecer final do caso ........................................................................................... 64
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 66
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 67
11
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
APÊNDICES ............................................................................................................. 71
12
INTRODUÇÃO
Atualmente, o mundo encontra-se em um estado crítico da natureza, o qual
exige do homem alternativas sustentáveis de produção, sendo necessária a
reciclagem de produtos e resíduos, para que retornem ao ciclo produtivo. Tais ações
contribuem para a minimização da extração de recursos naturais e diminuição da
agressão ao meio ambiente.
Utilizada como uma alternativa para a mitigação dos impactos ambientais, a
logística reversa tem se destacado entre os temas mundiais, onde ocorre a
reutilização de produtos, partes ou resíduos deles.
O setor da construção civil tem aderido à logística reversa para reutilizar os
resíduos que são gerados no decorrer de sua atividade. Ao mesmo tempo, com a
prática da logística reversa, o setor da construção civil agrega valor aos resíduos e
contribui com a mitigação dos impactos ambientais.
A pesquisa teve como objetivo verificar a importância da logística reversa de
resíduos sólidos da construção civil para a mitigação dos impactos ambientais.
A pergunta problema que norteou a pesquisa foi: logística reversa de entulhos
adotada pela empresa Eco Solutions contribui para a mitigação dos impactos
ambientais bem como para a lucratividade da empresa?
Em resposta a tal questionamento surgiu a seguinte hipótese: Eco Solutions
colabora amplamente para a mitigação dos impactos ambientais por meio da venda
de produtos originários do processo de reciclagem dos resíduos sólidos da
construção civil. Assim, quanto maior são suas vendas, maior é a sua contribuição
para minimizar os impactos ambientais.
No desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma pesquisa descritiva com
revisão bibliográfica e abordagem qualitativa. A pesquisa de campo foi realizada na
empresa Eco Solutions, que está localizada na cidade de Lins-SP, no período de
fevereiro a outubro de 2014.
Os métodos e técnicas de pesquisa utilizados na coleta de dados estão
descritos no Capítulo III da pesquisa.
A presente pesquisa foi dividida em três capítulos:
O primeiro capítulo aborda a descrição e evolução histórica da empresa e
fundamenta sua legalidade.
13
Já o segundo capítulo apresenta as teorias referentes à logística, tipos de
logística, logística reversa, gestão ambiental e impactos ambientais.
O terceiro capítulo descreve os seguintes processos: procedimento de coleta
de resíduos sólidos da construção civil até à Eco Solutions, transformação dos
resíduos sólidos da construção civil para agregados de matéria-prima,
distribuição/venda de agregados de matéria-prima e verificação da presença da
logística reversa como alternativa para mitigar os impactos ambientais, enfatizando
quais seriam esses impactos.
Por fim, são apresentadas a Proposta de Intervenção e a Conclusão.
14
CAPÍTULO I
A EMPRESA
1 ECO SOLUTIONS
Estabelecida no endereço: Estrada LIN 080, Km 2,5. Zona Rural. Lins-SP, a
Eco Solutions atua no ramo de usinagem de resíduos sólidos de construção e
demolição civil, que normalmente são gerados pela população e pelas empresas.
A usina é uma empresa de administração privada, eleita pela prefeitura para
ser o local de descarte obrigatório desses resíduos. Além de processar todo esse
material, a empresa transforma-os em agregados para diversas atividades de
construção.
Sua principal finalidade é receber e reciclar esses resíduos, que antes seriam
descartados em locais inadequados, e agregar valor ao transformá-los em novos
produtos, os quais são reutilizados por empresas ou até mesmo pela população em
novas construções, colaborando com o meio ambiente.
1.1 História da empresa
Fundada em novembro de 2011, a Eco Solutions, no mês seguinte, teve seus
serviços solicitados pela prefeitura de Lins-SP para regular um local onde a
prefeitura havia direcionado as empresas a descartarem seus Resíduos de
construção e demolição (RCD) desde janeiro do mesmo ano. A Eco Solutions fez a
separação desses resíduos durante um ano, resultando em uma grande quantidade
de estoque a ser processado, o qual dura até hoje.
Em julho de 2013, a empresa foi estabelecida e montada próxima a essa
área. Como apoio à iniciativa, a prefeitura fez uma concessão de um terreno de
30.000 m² para que a Eco Solutions se instalasse. Nesse período, foi comprada a
primeira etapa dos maquinários, a parte fixa, para que pudesse ser separada a terra
da brita. Em setembro do mesmo ano, a empresa comprou a parte móvel para a
produção de novos produtos, como a brita e o rachão.
Atualmente, a Eco Solutions, além de receber os resíduos e fazer a triagem,
consegue processar e vender todo o material produzido. Para isso, foi preciso um
15
investimento de aproximadamente R$ 1.000.000,00, o qual será retornado ao longo
dos anos, porque a empresa iniciou suas atividades há pouco tempo.
Seu horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira das 8h às 17h
horas e aos sábados das 7h às 11h.
Figura 1: Área de apoio
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Essa área de apoio foi construída para ser utilizada como escritório até que
ele fique pronto. Todo material utilizado foram separados dos entulhos recebidos e
ganhos pela empresa, como os tijolos e outros materiais separados nos pallets são
da primeira triagem, todo material que está em bom estado é reutilizado. Não se
comprou portas, janelas e nem telhas. Todo o contrapiso foi feito com os materiais
processados pela Eco Solutions como: terra e pedras.
O local é bem rústico e além de funcionar como escritório serve como área de
almoço e descanso dos funcionários nos intervalos.
16
Figura 2: Área onde se localiza os maquinários
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Figura 3: Área onde são despejados os entulhos
Fonte: Eco Solutions, 2014.
17
A Eco Solutions possui relação comercial com Sabino e Getulina, cidades
pertencentes à região de Lins-SP. Mas, apenas a cidade de Getulina é quem faz o
transporte de seus resíduos de construção civil até a Eco Solutions, para que sejam
reciclados.
1.1.1 Missão
Promover o desenvolvimento sustentável por meio da adoção de práticas
normatizadas de reciclagem e que seja referência em desempenho, qualidade e
respeito ao meio ambiente.
1.1.2 A legalidade da empresa
A Eco Solutions possui licença da Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (CETESB), o qual é o órgão licenciador em âmbito estadual.
De acordo com a empresa, foram avaliados os seguintes aspectos pela
CETESB: o atendimento aos padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), a localização, os sistemas de proteção ambiental como, por exemplo, o
controle de poeira, contenção de ruído, contenção de vibração, garantia da
qualidade das águas superficiais e subterrâneas e as condições de operação.
A empresa também atende aos instrumentos legais da ABNT:
a) NBR 15.112/2004: esta norma fixa os requisitos exigíveis para projeto,
implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da
construção civil e resíduos volumosos;
b) NBR 15.113/2004: esta norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para
projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da
construção civil classe A e de resíduos inertes, diretrizes para projeto,
implantação e operação.
1.1.3 Organograma
O quadro da empresa é composto por dois sócios e doze funcionários, sendo
que dois destes são encarregados, um na parte administrativa e outro no setor
operacional, os demais são auxiliares gerais.
Quanto ao nível de escolaridade, os dois sócios são engenheiros, alguns
funcionários são técnicos de máquinas, outros concluíram apenas o ensino médio e
18
dois não completaram o ensino fundamental.
A maioria dos colaboradores é oriunda de uma cooperativa, que recolhe o lixo
da cidade. A Eco Solutions conseguiu oferecer emprego a eles, com carteira
assinada.
Figura 4: Organograma da empresa Eco Solutions
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
1.1.4 Produtos
Os agregados produzidos podem ser utilizados como base ou reforço em
obras de pavimentação de rodovias, avenidas, ruas, aeroportos, pátios industriais e
outros semelhantes. Além disso, os produtos podem ser utilizados em artefatos de
Sócios
Encarregado do
setor
administrativo
Encarregado do
setor
operacional
Auxiliar
geral Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
Auxiliar
geral
19
concreto, argamassa para assentamento de alvenaria e vedação, entre outros usos.
Figura 5: Bica corrida
Fonte: Eco Solutions, 2014.
A bica corrida é obtida dos resíduos da construção civil e demolição, mas
com característica diferente. Livre de impurezas e isenta de materiais que
prejudicam a compactação, tais como: terrões de argila e matéria orgânica.
Uso recomendado:
a) melhoria de condição de rolamento de estradas não pavimentadas;
b) reforço de subleito de pavimentação de vias;
c) obras de base, sub-base de pátios industriais e semelhantes;
d) aterros e acertos topográficos de terrenos;
e) assentamentos de tubos.
Figura 6: Pedrisco reciclado
Fonte: Eco Solutions, 2014.
20
O pedrisco é um produto obtido dos resíduos da construção civil e demolição,
podendo ser oriundo de fragmentos de concreto, livre de impurezas, contém
partículas resistentes e ásperas, durável e isento de materiais estranhos que
possam interferir na reação de endurecimento do cimento.
Uso recomendado:
a) fabricação de artefatos de concreto como (blocos de vedação, pisos,
manilhas de esgoto, guias de sarjeta, entre outros).
Figura 7: Pedra 1 reciclada
Fonte: Eco Solutions, 2014.
A pedra 1 é um produto durável e isento de materiais estranhos que possam
interferir na reação de endurecimento do cimento, resistente e constituído de
partículas ásperas.
Uso recomendado:
a) melhoria de condição de estradas não pavimentadas ou rurais;
b) reforço de subleito de pavimentação de vias;
c) obras de base, sub-base de pátios industriais e semelhantes;
d) aterros e acertos topográficos de terrenos;
e) assentamentos de tubos.
21
Figura 8: Pedra 2 reciclada (rachão)
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Com características similares à pedra 1, a pedra 2 também é um produto
resistente e constituído de partículas ásperas, duráveis e isentas de impurezas.
Uso recomendado:
a) terraplanagem;
b) drenagens;
c) empedramento para camada de bloqueio;
d) pavimentação.
Figura 9: Paver’s (blocos) em parceria com Eco Design
Fonte: Eco Design, 2014.
22
Os paver's (blocos) são feitos de material reciclado (RCC) fabricados pela
empresa Eco Designs em parceria com a empresa Eco Solutions que fornece a
matéria prima .
O paver é um material de fácil colocação e manutenção, permitindo que seja
facilmente removido para reparos subterrâneos, como canos e tubulações;
apresenta grande capacidade de drenagem de água, o que o torna permeável; reduz
a temperatura ambiental, comparado ao asfalto; sua superfície é antiderrapante e
plana; permite sua colocação de forma harmoniosa e de estética atraente.
Por todas suas vantagens, o paver é uma ótima escolha para quem procura
segurança, durabilidade, beleza, modernidade e principalmente sustentabilidade em
um único piso.
Uso recomendado:
Este modelo é somente para calçamento em geral
1.1.5 Fornecedores
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (BRASIL, Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990).
A empresa compra materiais de fornecedores de: maquinários, equipamentos
de proteção individual, produtos de escritório e produtos de limpeza.
1.1.6 Clientes
De acordo com Pacheco (2004) o cliente:
a) é a pessoa mais importante em qualquer negócio;
b) não depende da organização e sim a organização quem precisa dele;
c) sempre tem razão;
d) faz um favor as organizações ao entrar e comprar nos estabelecimentos;
e) é a razão de ser do negócio;
f) não é somente um número para estatística, é um ser humano sensível às
emoções como nós;
g) é uma pessoa que vai até as organizações com as suas necessidades e
desejos e é dever atendê-los da melhor maneira;
23
h) é a substância maior de todos os negócios.
Os clientes da empresa Eco Solutions são:
a) Prefeitura Municipal de Getulina;
b) Prefeitura Municipal de Lins;
c) Prefeitura Municipal de Sabino;
d) Empresas de Lins que alugam caçamba;
e) Pessoas físicas e jurídicas.
A empresa pretende expandir seu negócio para toda a região de Lins.
1.1.7 Concorrentes
A empresa Eco Solutions não tem concorrentes há um raio de 120Km.
Figura 10: Mapa da região de Lins
Fonte: Adaptado Google maps, 2014.
O concorrente mais próximo é o Complexo de Reciclagem de São José de
Rio Preto – SP que se localiza a 123 km de Lins.
24
1.1.8 Parceria com a empresa Eco Design
A parceria entre a Eco Solutions e a Eco Design surgiu através da Agencia de
desenvolvimento econômico e tecnológico (ADETEC) na Incubadora de Empresas.
A Eco Design utiliza insumos de Resíduos de Construção Civil (RCC)
fabricados pela Eco Solutions para a confecção de paver (blocos). Hoje, a empresa
atua no mesmo local da Eco Solutions.
1.1.9 Responsabilidade ambiental
A empresa Eco Solutions é localizada na zona rural para melhor administrar a
contenção de emissão de pó e ruído das máquinas, para evitar transtornos à
população.
Possui revestimento do piso da instalação com pedra britada natural ou
reciclada, sem pavimentar essa área para que haja absorção de água no solo
priorizando locais onde trafegam veículos para garantir a segurança dos caminhões
no tráfego de entulhos e evitar erosão do solo bem como contribuir com a formação
do lençol freático.
A preocupação com os impactos ambientais causados pelos seres humanos é
imenso como: a exploração inadequada dos recursos naturais, a poluição do meio
ambiente, a agressão aos solos, à água e ao ar.
Por ser uma usina de reciclagem de recebimento de entulhos garante a
qualidade e o respeito ao meio ambiente, contribuindo para que esses não sejam
depositados em lugares inadequados e ilícitos. Os impactos ambientais causados
pela forma incorreta de depositar esses resíduos causam doenças, agridem o solo,
poluem os rios e além de ocasionar multas para a população e empresas que o
fizerem.
1.1.10 Responsabilidade social
A atividade da Eco Solutions fomenta a reciclagem, tema muito discutido nos
últimos anos em todo o mundo. Através de palestras em escolas, disponibilização de
visitas à empresa para fins de estudos e conhecimento acadêmicos, blog com
notícias de suas realizações e participações em projetos na cidade de Lins, a Eco
Solutions conscientiza a população da urgência da preservação do meio ambiente.
25
1.1.11 Sustentabilidade
“... o desafio da sustentabilidade empresarial é definir apropriadamente a
causa a que a empresa se propõe a servir que se converte na fonte da força
institucional de cada negócio.” (LOURES, 2009, p.79).
Segundo Loures (2009) agir de acordo com os requisitos da sustentabilidade
não se trata apenas de fazer bem para o mundo na questão ambiental, mas
ancorados no propósito de busca do bem estar da atual e futura geração, bem como
mobilizar a massa crítica necessária para garantir a sustentabilidade dos negócios
humanos e valores os quais queremos preservar.
Com a retirada dos resíduos de construção civil e demolição que seriam
descartados no meio ambiente, tem se a transformação desses em agregados para
outras finalidades de construção que não precisarão utilizar cem por cento de
matérias-primas novas.
26
CAPÍTULO II
A LOGÍSTICA NO BRASIL
2 LOGÍSTICA
Em primeiro lugar, é preciso entender a definição de logística. De acordo com
Council of Suplly Chain Management Professionals (apud MARTINATO, 2008), a
logística é uma das partes do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, o qual
inclui os processos de planejar, implantar e controlar de maneira eficiente e eficaz o
fluxo e a armazenagem dos produtos, serviços e informações, abrangendo desde o
ponto de origem – matéria prima – até o consumidor final. O autor também destaca
que os fluxos associados à logística, envolvendo a armazenagem de matéria-prima,
materiais em processamento e produtos acabados, percorrem todo o processo,
desde os fornecedores, fabricação, varejista, até chegar ao consumidor final – alvo
principal da cadeia de suprimento.
A origem da palavra vem do grego “LOGISTIKOS”, do qual o latim “LOGISTICUS” é derivado, ambos significando cálculo e raciocínio no sentido matemático. Alguns autores definem a logística como a capacidade de planejar e prever uma situação antes da execução da mesma. (DONATO, 2010, p.30).
2.1 A história da logística
Razzolini e Berté (2008) citam a segunda guerra mundial como o marco inicial
para analisar a evolução das atividades logísticas que garantissem o abastecimento
das tropas que se encontravam nas frentes de batalha, essas atividades visavam
garantir o processo de produção de equipamentos, alimentos e outras necessidades
(armas, veículos, medicamentos, vestuários etc.).
Depois da guerra, o conhecimento que os militares adquiriram ao trabalharem
com a logística foi transferido para a iniciativa privada, foi nesse momento que a
logística deixou de ser uma preocupação apenas do ambiente militar e passou a ser
foco de atenção das organizações industriais e comerciais, isso devido à
necessidade das organizações abastecerem mercados em um mundo carente de
27
produtos e serviços em meio a um cenário de destruição causada pelo conflito.
2.2 Linhas de conhecimento da logística
A logística pode ser definida como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LOGÍSTICA, 2003 apud DONATO, 2010, p. 128).
De acordo com Donato (2010), o estudo da atividade logística divide-se em
três linhas de conhecimento:
a) ciência logística;
b) engenharia logística;
c) logística aplicada.
2.2.1 Ciência logística
Ciência é o conjunto de conhecimentos produzidos e historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade, estruturados por meio de métodos, teorias e linguagem própria que permitem sua transmissão e compreensão da natureza das atividades. (DONATO, 2010, p.128).
Para Donato (2010), no caso específico do estudo das atividades logísticas,
tem-se a ciência logística, que tem como finalidade básica investigar, no cotidiano da
atividade logística, as práticas, valores, crenças e representações que ali são
praticadas, bem como estudar e desenvolver conceitos que serão transformados em
ferramentas pela engenharia logística e aplicados pelos profissionais que atuam na
logística aplicada. Os campos atualmente em desenvolvimento pela ciência logística
são:
a) estudo dos sistemas complexos aplicados à coleta e à distribuição;
b) desenvolvimento de algoritmos para sistemas de gestão de materiais;
c) estudo de redes neurais;
d) estudo da dependabilidade em sistemas de materiais;
e) desenvolvimento da logística verde;
f) desenvolvimento do bacharelado em engenharia logística.
2.2.2 Engenharia logística
28
“É a arte de aplicar conhecimentos científicos, empíricos e certas habilitações
específicas à criação de estruturas, dispositivos e processos de forma adequada a
atender às necessidades das estruturas produtivas.” (DONATO, 2010, p. 129).
A engenharia logística é uma vertente da logística empresarial, porém, com
uma base em uma perspectiva científica que envolve a aplicação de técnicas da
engenharia da manutenção, produção, qualidade e logística empresarial e industrial
em uma análise qualitativa com concepção de infundir conceitos de confiabilidade.
(DONATO, 2010).
2.2.3 Logística aplicada
Segundo Donato (2010), a logística aplicada é a parte da administração das
organizações que trata do planejamento e execução de:
a) cadastramento, obtenção, coleta e transporte;
b) recebimento, conferência, preservação e armazenamento;
c) formação de pedidos, expedição e distribuição;
d) fluxo reverso.
“Logística é uma mistura de arte, engenharia e ciência.” (DONATO, 2010
p.140).
2.3 Logística empresarial
A logística empresarial é uma segmentação da logística aplicada e pode ser
definida como o conjunto de atividade onde estão englobadas as atividades de
gestão de estoque, compra, transporte, movimentação, armazenagem e distribuição
que definem os fluxos dos produtos. (DONATO, 2010).
Já Leite (2009) aponta que a logística empresarial assume o papel no
planejamento e controle do fluxo de materiais e produtos desde a entrada na
empresa até sua saída como produto acabado.
Ballou (2010) afirma que a logística empresarial é o título do futuro, e exalta
também que se fosse viável produzir todos os bens e serviços no ponto onde eles
são consumidos ou caso as pessoas desejassem viver onde as matérias-primas e a
produção se localizam, então a logística seria pouco importante, mas isso não
ocorre na sociedade moderna.
29
Vencer tempo e distância na movimentação de bens ou na entrega de
serviços de forma eficaz e eficiente é a tarefa do profissional da logística, sua
missão é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante
corretos e na condição desejada, ao menor custo possível.
2.3.1 Atividades primárias da logística
De acordo com Baloou (2010), as atividades primárias têm como objetivo
atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, essas atividades são:
a) transporte;
b) manutenção de estoque;
c) processamento de pedidos.
2.3.2 Modais de Transporte
O Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. O
transporte é a atividade logística mais importante, pois é essencial para operar a
movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados. (BALLOU,
2010).
De acordo com Rodrigues (apud OLIVEIRA, 2009), há vários modais de
transporte tais como:
a) rodoviário: a carga é transportada por meio de rodovias com caminhões,
carretas e outros;
b) ferroviário: o transporte da carga é feito pelas ferrovias, em vagões fechados,
plataformas, etc;
c) fluvial/ hidroviário: a carga é transportada em embarcações através de rios,
lagos ou lagoas;
d) marítimo: o transporte é feito por embarcações ou pelos mares e oceanos;
e) aquaviário: o termo abrange em uma só definição os modais marítimo e
hidroviário;
f) aéreo: a carga é transportada em aviões através do espaço aéreo;
g) dutoviário: na forma de granéis sólidos, líquidos ou gasosos, a carga é
transportada por meio de dutos.
2.3.3 Manutenção de estoques
30
Conforme Bowersox (2007), as necessidades de estoque de uma empresa
estão diretamente ligadas à rede de instalações e ao nível desejado de serviço ao
cliente.
Assim, uma empresa poderia estocar todos os itens vendidos em todas as
instalações dedicadas a servir a cada cliente, mas poucas empresas comerciais
podem sustentar tal estratégia de estoques suntuosa pelo risco e custos.
O objetivo de uma estratégia de estoque é conseguir o desejado serviço ao
cliente com o mínimo de investimento em estoques. O excesso de estoque pode
compensar deficiências no projeto de um sistema logístico, resultando em um custo
logístico mais alto que o necessário.
2.3.4 Processamento de pedidos
O processamento de pedidos é uma atividade logística primária que sua
importância deriva do fato de ser um elemento critico em termos do tempo
necessário para levar bens e serviços aos clientes, é também a atividade que
inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços. (BALLOU, 2010).
O processamento de pedidos é o ponto de entrada para os pedidos e
pesquisas dos clientes, permite a entrada e manutenção dos pedidos dos clientes
pelo uso de tecnologias de comunicação. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; 2002).
O processamento de pedidos pode oferecer também informações sobre a disponibilidade do inventário e datas de entrega para estabelecer e confirmar as expectativas dos clientes. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; 2002, p. 205).
2.3.5 Relação entre as três atividades primárias
O tempo requerido para um cliente receber um pedido depende do tempo
necessário para entregar o pedido.
De acordo com a figura abaixo, para concluir o ciclo de entrega do produto ao
cliente é preciso processar o pedido através de meios de tecnologias de
comunicação como telefone ou internet, verificar o estoque e atualizar saída do
produto (manutenção) e enviá-lo para o transporte. Assim concluindo as três
atividades primárias da logística.
31
Figura 11: Ciclo do pedido e entrega do produto
Fonte: Adaptado de Ballou, 2010, p.25.
2.4 Atividades de apoio
Para Ballou (2010), apesar de transporte, manutenção de estoque e
processamento de pedidos serem os principais ingredientes que contribuem para a
disponibilidade e a condição física de bens e serviços, existe uma série de
atividades adicionais que apoia as atividades primárias, tais como:
a) armazenagem: refere-se à administração do espaço necessário para
manter estoques;
b) manuseio de materiais: associa-se com a armazenagem e apoia a
manutenção de estoques;
c) embalagem de proteção: um dos objetivos da logística é movimentar bens
sem danificá-los, a embalagem auxilia a garantir a movimentação sem
quebras;
d) obtenção: conhecido também como fluxo de entrada, trata-se da seleção
das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da
programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado;
e) programação de produtos: enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo
de entrada) , a programação de produto lida com a distribuição (fluxo de
saída) e refere-se às quantidades agregadas que devem ser produzidas e
quando e onde devem ser fabricadas;
32
f) manutenção de informação: é uma base de dados com informações
importantes como: localização de clientes, volumes de vendas, padrões de
entregas e níveis de estoque. Essas informações são essenciais para
correto planejamento e controle logístico.
Figura 12: Relação entre as atividades logísticas primárias e a de apoio
Fonte: Adaptado de Ballou, 2010, p.26.
2.5 Canais de distribuição
2.5.1 Canais de distribuição diretos
Valle e Souza (2014) descrevem o primeiro momento do fluxo de produtos e
materiais através dos canais de distribuição diretos, que compreende o trajeto que
se inicia com a entrada das matérias-primas virgens até o consumidor final.
Esse fluxo direto pode se processar de diversas possibilidades: podendo
passar por fabricantes, atacadistas, varejistas, até o consumidor final.
2.5.2 Canais de distribuição reversos
33
Já os canais reversos, Valle e Souza (2014) os compreendem como aqueles
que partem do mercado consumidor em direção à origem com a finalidade de
retorno: pode ser o reuso, feito por meio da revenda imediata ou reutilização do
produto em um mercado secundário; recuperação do produto por canibalização
(reaproveitamento de alguns componentes dos produtos retornáveis) ou reciclagem;
upgrade do produto por meio de reforma, reparação, remanufatura e
reempacotamento; reciclagem dos produtos e materiais para fazer parte de outros
produtos; e também por meio da incineração ou descarte em aterros seguros,
controlados, que não provocam poluição e nem impactos ainda maiores ao meio
ambiente.
Esses canais reversos ajudam a definir o papel da logística reversa quanto à
sustentabilidade, o qual consiste em reduzir o uso de recursos não renováveis e a
geração de resíduos nocivos ao meio ambiente.
Quanto ao uso de materiais reciclados, Razzolini e Berté (2008) destacam
que devido à dificuldade que se tem para operar com canais reversos, é mais barato
usar, na maioria dos casos, as matérias-primas virgens do que materiais reciclados.
Porém, à medida que as matérias-primas tornarem-se mais caras, os canais
reversos serão economicamente viáveis, pois, do ponto de vista logístico, o ciclo de
vida de um produto não se encerra com a entrega de um produto ao cliente final, os
produtos danificados, obsoletos ou com problemas de funcionamento precisam
retornar ao ponto de origem para serem reciclados, reaproveitados ou descartados.
Em relação ao trabalho em conjunto dos canais de distribuição, Brito e Dekker
(apud VALLE; SOUZA, 2014) afirmam que a logística reversa envolve todas as
camadas e todos os tipos de intervenientes da cadeia de suprimentos interpretada
em uma visão moderna, além de ser uma competência-chave na organização.
A moderna cadeia de suprimentos não delimita claramente as fronteira entre a
logística direta e a reversa, mas traz uma visão holística que exige coordenação e
combinação entre as duas direções.
2.6 Logística direta
A logística direta cuida da distribuição dos produtos até o ponto de venda ou
de consumo. (KAMEL, 2006). Ao efetuar a compra de um produto em uma
determinada loja, o cliente tem a necessidade de que o mesmo seja entregue em um
34
prazo determinado, é nesse momento que a logística direta é posta em prática, onde
é necessário que haja um planejamento antes.
Em contraste com o escalonamento de estoque existem os sistemas
logísticos projetados para distribuir produtos diretamente ao destino do cliente a
partir de um estoque com localização central ou de uma quantidade limitada de
estoques.
A distribuição direta normalmente usa os serviços expressos de
transportadoras combinados com a tecnologia da informação para processar
rapidamente os pedidos dos clientes e realizar a entrega.
Essa combinação de habilidades, projetadas no ciclo de entrega do pedido,
reduz os atrasos e supera a separação geográfica dos clientes, exemplos:
carregamentos de carga completa da fábrica até o cliente, entrega direta em lojas e
as diversas formas de entrega direta ao consumidor são necessárias para apoiar as
compras via Internet. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; 2002).
Logística empresarial direta é: “o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo eficiente e custo-efetivo de materiais virgens, inventários intraprocessos, bens finalizados e informações relacionadas, do ponto de origem para o ponto de consumo com o propósito de conformar-se aos requisitos dos clientes”.(ROGERS; TIBBEN-LEMBKE apud VALLE; SOUZA, 2014, p.18).
2.7 Logística reversa
2.7.1 O conceito da logística reversa
A logística reversa faz exatamente o fluxo contrário da logística direta, ou
seja, a coleta dos produtos na ponta do consumo, levando-o de volta ao ponto de
fabricação ou de disposição final. (KAMEL, 2006).
Martinato (2008) conceitua a logística reversa como a área que cuida dos
fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam
nos pontos de origem, objetivando recapturar valor ou levar a uma disposição final,
esse processo reverso é formado por etapas características, que envolvem
intermediários, pontos de armazenagem, transporte e esquemas financeiros.
Já Valle e Souza (2014) definem a logística reversa como o processo de
recuperação dos resíduos de pós-venda e pós-consumo, por meio de coleta, pré-
tratamento, beneficiamento e distribuição, de forma a retorná-los à cadeia produtiva
35
ou dar-lhes uma destinação final adequada; além disso, deve enfocar a minimização
dos rejeitos e dos impactos negativos e maximizar os impactos positivos, sejam
ambientais, sociais, e econômicos.
Esse processo abrange as atividades operacionais, de gestão e de apoio, que
de forma integrada envolve diversos atores que planejam e viabilizam a
implementação das soluções mais adequadas para os resíduos.
Conforme Leite (2009), devido à severa legislação ambiental e também por
grande influência da sociedade e organizações não governamentais, as empresas
estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu
processo produtivo, assim como também passaram a adotar procedimentos para o
correto descarte dos produtos que não podem ser reutilizados ou reciclados.
É importante entender a diferença entre a logística direta e reversa. Para isso,
Rogers, Banasiak e Tibben-Lembke (apud HORI, 2010) destacam que o fluxo da
logística direta inicia-se de um ou poucos pontos de origem para vários pontos de
destino, contrário a logística reversa que se origina de inúmeros pontos de origem
que se consolidam em um ou poucos de destinos; o volume do fluxo,
empacotamento e condições dos produtos é uniforme na logística direta, contrário à
logística reversa.
Martinato (2008) acrescenta que em logística reversa, medir a quantidade de
itens ou resíduos que foram jogados no lixo é o mesmo que medir a falha do projeto
do produto e do processo de recuperação.
2.7.2 Surgimento da logística reversa
Com o desenvolvimento das cidades ao longo da história, Malheiros e
Assunção (apud MARQUES, 2004) explicam que o homem, através de suas ações,
modificou totalmente as características naturais dos espaços físicos do meio
ambiente, resultando em degradação dos recursos naturais e poluição do ar, água e
solo, prejudicando a qualidade de vida presente e futura. Segundo Razzolini e Berté
(2008), à medida que ocorreu o crescimento populacional e industrial, aumentou-se
a preocupação com as questões ecológicas e ambientais, principalmente no
tratamento dos resíduos sólidos.
O papel da logística reversa dentro da estratégia organizacional tem sido um tópico de interesse na literatura logística da década de 70. Uma das referências mais antigas encontradas especificamente data de 1971, de Willian G. Zikmund e Willian J. Statan, que utilizavam o termo “distribuição
36
reversa” como sendo o fluxo físico de produtos no sentido reverso ao tradicional, aplicado à necessidade de recolhimento de materiais sólidos provenientes de usuários para reutilização pelo produtor, com finalidade de reciclagem. Em 1978, Peter M. Ginter e Jack M. Starling destacaram a importância dos “canais de distribuição reversos” na reciclagem, apontando vantagens econômicas e ecológicas, além de indicarem a necessidade de se estabelecerem leis ambientais para o desenvolvimento de canais de distribuição reversos (CAMPOS apud HORI, 2010, p.42). Durante a década de 1980, o interesse pela logística reversa foi crescendo, mas apenas a partir da década de 1990 passou a ser discutida com mais intensidade, com o surgimento de suas primeiras definições. Em 1993, Byrne e Deeb relacionaram as emergentes regulamentações ambientais referentes à reciclagem e ao descarte apropriado de resíduos com o conceito de logística reversa. Thierry et al. (1995, p. 114), por sua vez, destacam o Gerenciamento de Recuperação de Produtos – PRM, Product Recovery Management, que engloba o gerenciamento de todos os produtos, componentes, e materiais usados e descartados, os quais retornam aos seus fabricantes com o objetivo de recuperar valor econômico e reduzir o volume de resíduos. É uma resposta às demandas de consumidores e autoridades governamentais para a redução de quantidade de resíduos gerados pelos produtos e a elevação dos custos de descarte de resíduos. (HORI, 2010, p.42).
Atualmente, o Reverse Logistics Executive Council (RLEC) é o órgão
referencial a nível mundial para o estudo da logística reversa.
2.7.3 A logística reversa e a cadeia de suprimentos
De acordo com Christopher (apud RAZZOLINI; BERTÉ 2008), no século XX,
uma das tendências mais significativas foi a emergência da logística como um
conceito integrado abrangendo toda a cadeia de suprimentos, desde a matéria-prima
até o ponto de consumo – consumidor final.
Essa modelagem convencional da cadeia de suprimentos considera um
conjunto de processos que são impulsionados pela demanda do cliente, onde as
mercadorias são transferidas dos fornecedores, através de fabricantes e
distribuidoras até os clientes finais.
Já os bens físicos do produto e o seu valor não terminam apenas na entrega
do produto ao consumidor final, sendo necessário capturar esse valor através de um
alargamento da perspectiva da cadeia de suprimentos, sendo possível incluir novos
processos que façam parte da logística reversa e vários ciclos de tratamento inter-
relacionados, ligados por interfaces específicas do mercado. (VALLE; SOUZA,
2014).
37
2.7.4 A logística reversa como um fator de competitividade
A logística reversa tem sido um fator de competitividade para as empresas,
porque, além de diminuir custos e melhorar a imagem da marca, essa é uma das
novas disciplinas que têm auxiliado as organizações a conquistar novos espaços no
mercado, porque as disputas por meio de preços, qualidade e prazos já não são
mais um diferencial competitivo suficiente.
Segundo Razzolini e Berté (2008), a sensibilidade ecológica das pessoas tem
aumentado, pesquisas revelam que aproximadamente 70% das pessoas preferem
pagar mais caro por produtos que causam menos impactos negativos ao meio
ambiente.
Chaves e Batalha (apud MARTINATO, 2008) reforçam a logística reversa
como um fator de competitividade, porque ela possibilita conquistar o consumidor
através do oferecimento de serviços de retorno rápido e eficaz para mercadorias não
vendidas ou defeituosas, tratando os clientes de forma justa, promovendo um
suporte ao produto após sua venda ou consumo.
Os principais motivos estratégicos das empresas operarem com os canais
reversos são descritos por meio de uma pesquisa feita por Rogers e Tibben-Lembke
(apud LEITE, 2009), em ordem do mais importante ao menos importante: aumento
de competitividade, limpeza de canal-estoque, respeito às legislações, revalorização
econômica e recuperação de ativos.
Segundo Council of Logistcs Management (CLM) (apud RAZZOLINI; BERTÉ,
2008), apesar da logística reversa enquanto processo não vender nada, pode ajudar
a gerar receitas de vendas, podendo ser um fator determinante primário de lucro ou
prejuízo de uma empresa.
2.7.5 Tipos de logística reversa
Leite (apud VALLE; SOUZA, 2014) divide a atuação da logística reversa em
duas grandes áreas: os bens de pós-venda e os bens de pós-consumo, além de um
grupo de resíduos industriais.
Como complemento, na literatura sobre logística reversa, Oliveira e Silva
(apud HORI, 2010) destacam que é possível perceber uma diferenciação de
processo de fluxo reverso, os quais dependem do estágio ou fase do ciclo de vida
38
útil do produto retomado, chamados de logística reversa pós-venda e logística
reversa pós-consumo.
2.7.5.1 Logística reversa pós-consumo
A logística reversa de pós-consumo é a forma como são destinados os bens
de consumo descartados pela sociedade no fim da vida útil, onde os materiais e
produtos recolhidos são reintegrados ao ciclo produtivo como bens de segunda mão,
iniciando assim, o ciclo de canal de distribuição reverso.
Já Hori (2010) acredita que a logística reversa de pós-consumo é a
operacionalização do fluxo físico e das informações correspondentes de bens de
pós-consumo, tendo ou não funcionalidade, descartados pela sociedade, para que
sejam encaminhados aos processos de descarte ou processamento de resíduos.
Essa área dos bens de pós-consumo envolve os produtos e materiais que
estão em estágio de fim de uso ou que já atingiram o fim de sua vida útil.
Razzolini e Berté (2008) complementam que esses bens podem seguir para
novos ciclos de negócios por meio de mercados secundários ou para sua destinação
final em aterros sanitários, conforme sua coleta seja efetuada.
Leite (2009) destaca que esses bens direcionados aos mercados secundários
podem ser reutilizados até atingirem o realmente o fim de sua vida útil
2.7.5.2 Logística reversa pós-venda
A logística reversa de pós-venda, refere-se à operacionalização do fluxo físico
e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, com ou sem
uso, os quais retornam à cadeia de suprimentos.
De acordo com Leite (2009), o objetivo primordial da logística reversa de pós-
venda é viabilizar o retorno de produtos aos centros produtivos (origem) ou de
negócios para agregar valor aos mesmos. Os bens de pós-venda, geralmente, são
produtos que apresentam pouco uso ou nem foram utilizados; na maioria das vezes,
esses produtos são devolvidos por razões comerciais ou legais, erros na emissão do
pedido, garantias dadas pelo fabricante, defeitos de fabricação, funcionamento ou
danos causados no transporte.
As maneiras de devolução podem ser classificadas como devoluções por
garantia ou qualidade – quando os produtos apresentam defeitos de fabricação ou
39
de funcionamento ou avarias no produto e na embalagem, assim o produto pode ser
consertado ou reformado para retornar ao mercado primário ou secundário, voltando
a ter valor comercial. (LEITE 2009).
2.7.5.3 Logística reversa de resíduos industriais
Além dessas duas grandes áreas da logística reversa, Valle e Souza (2014)
destacam a existência de uma categoria que engloba os resíduos gerados durante a
fabricação dos produtos (sobras, aparas, peças defeituosas, etc.), os quais
compõem o grupo dos resíduos industriais.
Alguns desses resíduos são tratados e reaproveitados dentro da própria
indústria, outros são vendidos para serem utilizados no processo de fabricação de
outras empresas e aquilo que não puder ser reaproveitado – fim da vida útil – é
destinado aos aterros sanitários.
Destaca-se também a importância das associações de empresas de
determinado segmento e dos seus arranjos de produtores locais, para dar
destinação conjunta aos resíduos comuns a todas elas, para que seja viável esse
processo de reciclagem, devido a algumas indústrias produzir quantidades
pequenas de resíduos.
2.7.6 Logística reversa e a construção civil
Para Razzolini e Berté (2008), a reciclagem pode ser definida como a
atividade de recuperação de materiais descartados que possam ser transformados
novamente em matéria-prima para a fabricação de novos produtos, também
denomina-se reciclagem o retorno da matéria-prima ao ciclo de produção, além de
designar, genericamente, o conjunto de operações envolvidas para esse retorno.
As etapas da reciclagem, conforme Razzolini e Berté (2008):
a) coleta: é a atividade de recolhimento dos materiais, nos locais onde são
depositados ou descartados pelos consumidores ou usuários;
b) separação: atividade de triagem dos materiais por seus tipos;
c) revalorização: etapa intermediaria em que os materiais separados são
preparados para serem transformados em novos produtos;
d) transformação: é o processamento dos materiais revalorizados para a
40
geração de novos produtos/insumos destinados a novos ciclos produtivos.
Segundo Vilhena (2007 apud RAZZOLINI; BERTÉ, 2008), a reciclagem é a
mola propulsora deste processo, pois o conceito abrange diversos aspectos
técnicos, econômicos e sociais da relação Homem x Meio Ambiente. Entender a
importância da reciclagem é o primeiro passo, mas saber praticá-la é o desafio
maior. Ao contrário do que muitos imaginam, a relação custo/benefício de um projeto
de reciclagem bem gerenciado pode apresentar resultados positivos
surpreendentes.
A construção civil é uma das mais antigas atividades do homem e, desde os primórdios, foi desenvolvida de forma bastante artesanal, o que sempre gerou enormes quantidades de sobras de materiais. Segundo alguns autores alemães, como GRUN (1935), WALZ (1949), HELLER (1958) e LAMPRECHT (1984), tal fato há muito tempo despertou a atenção dos construtores, pois desde a época da edificação das cidades do Império Romano os primeiros registros de reutilização de resíduos minerais na produção de novas obras. (LEVY apud MARQUES, 2004, p.49).
Os primeiros vestígios de utilização de resíduos reciclados foram registrados
após a 2ª Guerra Mundial, na reconstrução de cidades europeias. O entulho
resultante dos escombros dos edifícios demolidos foi britado e transformado em
agregados, com objetivo de atender à demanda da época. (WEDLER; HUMMEL,
1946 apud MARQUES, 2004).
Segundo Carneiro et al. (apud MARQUES, 2004), os resíduos da construção
e demolição são extremamente heterogêneos e basicamente compostos por:
concretos, materiais cerâmicos, solos, metais ferrosos, madeiras e outros materiais
como: papel, papelão, plástico e borracha.
Devido à severa legislação ambiental e também por grande influência da
sociedade e organizações não governamentais, as empresas estão adotando a
utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu processo produtivo,
assim como também passaram a adotar procedimentos para o correto descarte dos
produtos que não possam ser reutilizados ou reciclados.
A logística reversa (reaproveitamentos, reutilizações e reprocessamentos)
além de possíveis oportunidades econômicas na questão de sustentabilidade
empresarial dirigirá esforços das empresas para defesa de sua imagem corporativa
e de seus negócios.
“Todas as fases executivas de determinada construção podem utilizar
materiais reciclados no próprio canteiro de obra, na forma de argamassas, concreto,
41
assentamentos de pedaços de blocos cerâmicos e outros.” (GRIGOLI apud
MARQUES, 2004, p.51).
2.8 Setor da construção civil no Brasil
No Brasil, a geração contínua e crescente de resíduos de construção e demolição está diretamente ligada ao elevado desperdício de materiais na realização dos empreendimentos. Estima-se que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido, são coletadas duas toneladas de entulho originado do setor de construção civil. Esse dado alarmante revela a necessidade de políticas de controle, coleta, transporte e disposição final e que viabilizem o emprego desses resíduos de construção e demolição reciclados como matéria-prima na confecção de novos materiais. (MARQUES, 2004, p.2).
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2010 apud MARTINS, 2012)
afirma que o macrossetor da construção civil seja composto por diversos segmentos.
A construção em si possui maior importância na cadeia produtiva, se considerada
sua representatividade de 65% na composição da cadeia produtiva e o fato dela ser
a principal consumidora dos demais materiais e serviços componentes desta cadeia,
conforme pode ser observado na figura do banco de dados do CBIC (Câmara
Brasileira da Indústria da Construção).
Figura 13: Composição da cadeia produtiva da construção civil
Serviços
6%
Construção
65%
Outros fornecedores
4%
Indústria de materiais
16%
Comércio de materiais
de construção
7%
Máquinas e
equipamentos para a
construção
2%
Fonte: CBIC (apud MARTINS, 2012, p.31).
Em especial, vale destacar a potência do setor da construção na geração de
empregos na economia. No que se refere ao emprego, chegou-se a um número
histórico, uma vez que as atividades da cadeia da construção ocuparam 10 milhões
de pessoas em todo o país. (CADERNO apud MARTINS, 2012, p.34).
42
O macrossetor da indústria da construção civil é o principal gerador de
resíduos da economia. De maneira geral, “estima-se que ele seja responsável por
cerca de 40% dos resíduos gerados na economia.” (MARTINS, 2012, p.38).
2.9 CONAMA 307
A resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 307/02 (CONAMA)
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da
construção civil e disciplina ações necessárias à minimização dos impactos
ambientais. (CONAMA, 2002, apud MARQUES, 2004).
O art. 5º da resolução nº 307/02 estabelece que, para a gestão dos resíduos
de construção e demolição, será implementado o plano integrado de gerenciamento
de resíduos da construção civil, a ser elaborado pelos municípios e pelo Distrito
Federal. Esse plano incorporará um programa municipal de gerenciamento dos
resíduos de construção e demolição e projetos de gerenciamento desses resíduos
pelos geradores. (CONAMA, 2002, apud MARQUES, 2004, p.46).
Constam nesse plano do CONAMA nº307 (apud MARQUES, 2004):
a) diretrizes do programa municipal de gerenciamento de resíduos da
construção civil e projetos de gerenciamento desses resíduos;
b) cadastramento de áreas, públicas ou privadas, adequadas para
recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes,
permitindo a destinação posterior dos resíduos vindos dos pequenos
geradores às áreas de beneficiamento;
c) elaboração de processos de licenciamento de áreas para beneficiamento e
destinação final dos resíduos de construção e demolição;
d) proibição do descarte em áreas não licenciadas;
e) incentivo à reutilização e à reciclagem dos resíduos no processo produtivo;
f) definição dos critérios para o cadastramento de transportadores,
orientação, fiscalização e controle dos agentes envolvidos;
g) programas educativos visando a reduzir a geração dos RCD e a
possibilitar sua reciclagem.
De acordo com art. 3º CONAMA 307/02 os resíduos da construção civil
deverão ser classificados, da seguinte forma:
a) classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como: de
43
construção, demolição, reformas e reparos, solos provenientes de
terraplanagem, componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto;
b) classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
c) classe C – produtos oriundos do gesso;
d) classe D – produtos perigosos oriundos de construção como: tintas, óleos
ou provenientes de reparos de clínicas radiológicas e instalações
industriais.
Segundo o art. 9º do CONAMA nº 307/02 (apud MARQUES, 2004), os
projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil deverão ser elaborados
de acordo com as seguintes etapas:
a) caracterização: o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos;
b) triagem: será realizada, preferencialmente, na origem ou nas áreas de
destinação licenciadas para essa finalidade, respeitando as classes dos
resíduos;
c) acondicionamento: o gerador deverá garantir o acondicionamento correto
dos resíduos desde a produção e o transporte até a destinação final;
d) transporte: seguirá as normas técnicas para transporte de resíduos
sólidos; destinação: de acordo com o estabelecido nessa resolução.
2.10 Política nacional dos resíduos sólidos
De acordo com Rebouças (2013), o Brasil conseguiu aprovar a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, a qual levou duas décadas para ser debatida e
aprovada, tendo como objetivo organizar o tratamento do lixo no país, incluindo
incentivos para a reciclagem e a sustentabilidade. O texto do PNRS (Plano Nacional
de Resíduos Sólidos) passou por audiências públicas, nas quais foram analisadas
informações e propostas para a redação final do projeto. A consulta pública para a
composição do PNRS foi participativa e recebeu sugestões de diferentes setores. A
última audiência foi realizada em 2011, e o texto entrou em vigor em 2013. As
principais metas do PNRS são:
a) no país não poderá mais existir lixões a céu aberto depois de 2014, os
mesmos devem ser substituídos por aterros sanitários ou aterros
44
controlados. Os aterros oferecem melhor infraestrutura como preparo do
solo para impedir a contaminação do lençol freático;
b) aterros sanitários somente poderão receber rejeitos, ou seja, a parte do
lixo que não pode ser reciclada. Adoção de planos municipais para os
resíduos sólidos. Prefeitos e cidadão devem trabalhar favoravelmente,
planejamento e instalando meios para a logística reversa que se refere à
retirada e ao retorno de objetos descartados, processo de retirada
viabilizado pelos próprios fabricantes dos objetos (produtos e suas
embalagens);
c) até o mês de agosto de 2014, os 2.810 municípios do país deverão
apresentar práticas de tratamento do lixo, incluindo cuidados com a
contaminação do solo, da água e disseminação de doenças.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2014), a lei nº 12.305/10, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém
instrumentos essenciais para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento
dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo
inadequado dos resíduos sólidos. Seus instrumentos ajudarão o Brasil a atingir uma
das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é o de alcançar o índice
de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.
45
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
A logística reversa faz com que um produto, parte ou resíduos voltem para a
origem onde foi produzido, para que possa ser reutilizado na produção de novos
produtos ou agregados. Isso favorece a preservação do meio ambiente, porque o
material que seria descartado em lixões, aterros sanitários ou em locais de descarte
ilegal volta ao ciclo produtivo para ser reaproveitado.
Aplicar a logística reversa aos resíduos de construção civil e demolição é uma
forma criativa de gerar soluções para contribuir com a mitigação dos impactos
ambientais que tanto se debate atualmente.
Com o objetivo de verificar a importância da logística reversa de resíduos
sólidos da construção civil e demolição para a mitigação dos impactos ambientais,
foi realizada uma pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa na
empresa Eco Solutions no período de fevereiro a outubro de 2014.
Fundada no dia 24 de novembro do ano de 2011, a Eco Solutions realiza suas
atividades em seu próprio estabelecimento, que está localizado no município de
Lins-SP, est. lin. 080, km 2,5, zona rural da cidade.
Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos:
a) método de estudo de caso: foi realizado um estudo de caso a fim de analisar
a importância da logística reversa para a mitigação dos impactos ambientais.
b) método de observação sistemática: foram observados de forma descritiva
com revisão bibliográfica e abordagem qualitativa, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados à logística reversa para a
mitigação dos impactos ambientais como suporte para o desenvolvimento do
estudo de caso.
c) método histórico: foi observada a evolução histórica da empresa Eco
Solutions da cidade de Lins-SP.
46
Técnicas
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A).
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B).
Roteiro do Histórico da Eco Solutions (Apêndice C).
Roteiro de entrevista para o proprietário da empresa (Apêndice D).
3.1 A logística reversa de resíduos sólidos da construção civil praticada pela Eco
Solutions
A Eco Solutions pratica a logística reversa através da transformação dos
resíduos sólidos de construção e demolição em agregados para novos materiais de
construção.
Os resíduos que seriam descartados em locais inadequados são recolhidos e
levados até a Eco Solutions por meio de empresas que alugam caçambas e
prefeitura de Lins e região.
Após o processo de transformação, os produtos resultantes são vendidos
para pessoas físicas ou jurídicas, que os utilizam como agregados para novos
materiais necessários para novas construções e restauração de rodovias e estradas.
De acordo com Juliano Munhoz, diretor da Eco Solutions, os produtos
gerados são utilizados em diferentes fins na construção civil; além de ser uma
solução ambientalmente correta, os agregados têm grande resistência e são em
média 50% mais baratos que os materiais convencionais.
3.1.1 A matéria-prima da Eco Solutions
A matéria prima utilizada pela Eco Solutions na produção dos agregados é o
resíduo sólido gerado no momento da construção civil de uma obra, como por
exemplo: a construção de uma casa, praça, prédio, ou demolição dos mesmos. Essa
gestão de logística reversa contribui para a redução de perdas nos canteiros de
obras, gerando uma enorme contribuição para a mitigação dos impactos ambientais.
3.1.2 A entrada da matéria-prima
A Eco Solutions possui licença da Prefeitura Municipal de Lins para o
descarte legal dos resíduos de construção e demolição, sendo uma área destinada
47
para o descarte desses resíduos, de acordo com a lei municipal nº 1.281/11 e o
decreto nº 9.237/11. As empresas de aluguel de caçambas devem descartar os
resíduos de construção e demolição na área de descarte reservada da Eco
Solutions, local que fica na própria usina.
Figura 14: Entrada da matéria-prima
Fonte: Eco Solutions, 2014.
3.1.3 Transformação da matéria-prima da Eco Solutions em produto final
Após a chegada da matéria-prima por meio de empresas que alugam
caçambas, ocorre o processo de transformação da matéria-prima em agregados, o
qual é divido em duas etapas, triagem manual e triagem mecânica. A primeira etapa
é feita manualmente pelos funcionários da Eco Solutions, a segunda etapa é
realizada com máquinas, que formam uma linha de produção.
3.1.3.1 Triagem manual
Na figura 15, um caminhão descarrega os resíduos de alguma construção ou
demolição na área de descarte da Eco Solutions. O nível dessa área fica acima das
48
máquinas de processamento dos resíduos, para que facilite o início do processo de
transformação dos resíduos.
Figura 15: Área de descarte na Eco Solutions
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Após os resíduos de construção e demolição chegarem à empresa, é
realizada a triagem manual, onde são separados os materiais que não fazem parte
do processo de transformação: madeira, ferro, vidro, animais mortos, fralda
descartável e outros.
Os materiais que não são de classe A, retirados no momento da triagem
manual, são vendidos às empresas responsáveis pela reciclagem desses, tais como:
ferro, papel, papelão e plástico.
Figura 16: Triagem manual
Fonte: Eco Solutions, 2014.
49
Na figura acima, dois sacos possuem materiais recicláveis que foram
separados no momento da triagem manual, à esquerda as garradas pets e à direita
os papelões.
3.1.3.2 Triagem mecânica: bica corrida, pedrisco reciclado, pedra 1 e pedra 2
(rachão)
A figura 17 mostra um trator descarregando os resíduos separados na triagem
manual para o interior da máquina para dar início ao processo de triagem mecânica,
que pode ser dividido em duas etapas. A primeira parte é feita em uma máquina fixa,
já a segunda parte é feita em uma máquina móvel, conhecida como britadeira.
Figura 17: Trator despeja os resíduos no silo
Fonte: Eco Solutions, 2014.
A primeira etapa mecânica, onde é feita a separação da terra da brita, tem
uma capacidade de 40 toneladas/hora. A terra separada da brita é transportada por
uma esteira, que possui um eletroímã para retirar os resíduos de metal que ainda
sobram. Em seguida, a esteira despeja a bica corrida em forma de lua ao lado da
máquina.
50
Figura 18: Máquina fixa que faz a bica corrida reciclada
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Figura 19: Esteira que despeja a bica corrida
Fonte: Eco Solutions, 2014.
51
Figura 20: Máquina fixa
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Conti e Murtinho (2013) representam através da figura 21 todo o processo
que origina a bica corrida, que é feito na primeira etapa mecânica.
O material de construção civil obtido pela triagem é despejado em um silo com grelha vibratória (A), onde ocorre o peneiramento para separar agregados de terra. A terra continua pela esteira, passando por um eletroímã (B), onde todo o material metálico é retirado e armazenado separadamente, a terra continua passando por outro silo (C), onde ocorre a britagem de entulho e continua por uma esteira onde é despejado formando depósitos de bica corrida (D). (CONTI; MURTINHO, 2013, p.66).
Figura 21: Processo de reciclagem que origina a bica corrida
Fonte: Conti; Murtinho, 2013, p.67.
52
A segunda etapa mecânica, onde ocorrem a britagem e peneiração, que
resultam em pedra nº 1, pedra nº 2 (rachão) e pedrisco, tem capacidade de 25
toneladas/hora.
Figura 22: Processo de reciclagem que origina o rachão reciclado, pedrisco, areia e
pedra nº 1.
Fonte: Conti; Murtinho, 2013, p. 68.
Os agregados separados pela grelha vibratória (E) seguem pela esteira (F), até chegarem no silo (G) onde ocorre a limpeza de contaminante magnetizável, um peneiramento, separando o material em 3 tipos: pilha de agregado reciclado, classificado como rachão reciclado (H), pilha de agregado reciclado, classificado como pedrisco e areia (I) e pilha de agregado reciclado, classificado como pedra 1 reciclada (J). (CONTI; MURTINHO, 2013, p.67-68).
Na esteira, que leva os resíduos até o silo, alguns funcionários da empresa
retiram os materiais indesejados que ainda estão misturados mesmo depois do
processo de triagem manual, primeira etapa feita logo após os resíduos serem
descartados na Eco Solutions por meio de empresas que alugam caçambas. Esse
procedimento é muito importante, para que o processo não precise ser paralisado
por problemas causados por esses materiais dentro das máquinas.
A figura 23 mostra com detalhes o momento do início do processo de
transformação feito em uma das esteiras da máquina móvel, onde dois funcionários
fazem a verificação dos resíduos antes de entrarem na máquina móvel para serem
processados, é necessário ter atenção e rapidez ao fazer a triagem, para que o
processo não seja interrompido.
53
Figura 23: Funcionários retiram materiais indesejados na esteira
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Na figura 24, o ângulo registrado da máquina móvel na foto mostra duas
esteiras, que despejam os produtos pedra nº 1 e pedrisco. O rachão está do lado
oposto ao da foto.
Figura 24: Pedra nº 1 e pedrisco despejados pela máquina móvel
Fonte: Eco Solutions, 2014.
54
Na figura 25, é possível ver o outro lado da máquina móvel, onde é despejada
a pedra nº 2, chamada também de rachão. As pedras são despejadas
separadamente em três partes distintas da máquina.
Figura 25: Pedra nº 2 despejada pela máquina móvel
Fonte: Eco Solutions, 2014.
3.1.4 Produção de paver’s em parceria com a Eco Design
Essa fabricação é totalmente artesanal. Os materiais utilizados são entulhos
de resíduos de construção civil britados na textura de solo (bica corrida), pedrisco
reciclado e média de 5% do material de cimento e água.
O solo deve estar seco antes de ser misturado com o cimento, isento de
matéria orgânica e devidamente peneirado. Mistura-se o solo, cimento e umedece
com água até atingir uma textura firme.
Depois, essa massa é colocada em formas de plástico por 10 dias
dependendo da umidade do ar.
O processo de produção de pavers é uma alternativa sustentável de
mitigação dos impactos ambientais, porque são gerados novos blocos a partir de
resíduos que antes seriam descartados em locais inadequados ou ilegais, causando
55
sérios danos ao meio ambiente.
Figura 26: Paver’s nas formas
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Após esse período, o paver já esta pronto para ser desenformado.
Figura 27: Paver’s desenformados
Fonte: Eco Solutions, 2014.
56
Após serem desenformados, precisam fazer um processo chamado cura, que
consiste em receber banhos de água por 7 dias com um regador ou mangueira 3
vezes ao dia para que tenham resistência.
Figura 28: Paver’s desenformados para processo de cura
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Com a finalização do processo de cura, os paver’s podem ser empilhados em
pallets para seu armazenamento.
Figura 29: Paver’s armazenados nos pallets
Fonte: Eco Solutions, 2014.
57
3.2 O processo de venda dos produtos
A venda dos produtos é efetuada pelo gestor de vendas da Eco Solutions e foi
deixado amostras dos produtos nos materiais de construção da cidade para a
revenda do material. Como a empresa não possui caminhão para entrega dos
produtos, a finalização da venda torna-se mais difícil principalmente se o comprador
for uma pessoa física.
3.3 Comparação dos produtos convencionais e produtos de agregados da Eco
Solutions
Os produtos convencionais são extraídos de jazidas minerais ou encostas de
rios. Com a exploração dos recursos naturais ocorre a degradação da paisagem,
ruídos, vibrações, poeira e até poluição de rios.
Figura 30: Impacto ambiental na encosta de rio e erosões
Fonte: Serviço Geológico do Brasil, 2011.
...o construbusiness apresenta importantes impactos ambientais em todas as etapas do seu processo: extração de matérias-primas, produção de materiais, construção, uso e demolição. Esses grandes impactos decorrem de diferentes fatores, entre os quais o enorme peso do macrossetor da construção civil na economia, conforme citado anteriormente. Ele é um dos maiores consumidores de matérias-primas naturais e de enormes quantidades de materiais com significativo conteúdo energético, que necessitam ser transportados a grandes distâncias. (CARNEIRO et al apud MARTINS, 2012, p.37).
Já os produtos da Eco Solutions são provenientes de resíduos de construção
civil, os quais permitem, com a prática da logística reversa retornarem ao
consumidor. Para o processo de transformação utiliza-se maquinários específicos. A
área é distante do perímetro urbano para que não ocorram problemas com ruídos.
58
Quadro 1: Comparação produtos convencionais e reciclados similares
Produtos Eco Solutions por m³ Produtos convencionais por m³
Terra (bica corrida) R$ 25,00 Terra para aterro ---------------
Pedrisco R$ 30,00 Areia grossa R$ 78,00
Pedra 1 reciclada (brita - concreto) R$ 40,00 Pedra 1 R$ 78,00
Pedra 2 reciclada (rachão) R$ 30,00 Pedra 3 R$ 91,80
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
Na cidade de Lins não há empresas que revende terra para aterro.
3.4 Elaboração da ferramenta mercadológica blog para a empresa
Desde o primeiro contato com os sócios da Eco Solutions notou-se a
necessidade de uma ferramenta mercadológica virtual para que auxiliasse na
divulgação da empresa e de seus produtos. Foi elaborado um blog para Eco
Solutions, onde utilizou-se a plataforma Blogger. As fotos utilizadas foram tiradas
nas visitas feitas à empresa.
Foi comprado o domínio www.ecosolutions.rec.br para empresa, onde foi ao
ar em janeiro de 2014.
Figura 31: Blog www.ecosolutions.rec.br
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
59
3.4.1 Acessos do blog
Hoje, no mês de agosto, o blog está com 3.500 visitas, média de 438 visitas
ao mês.
Figura 32: Visitantes do blog
Fonte: Eco Solutions, 2014.
3.5 Construções na cidade de Lins que utilizaram material de agregados da Eco
Solutions
Figura 33: Recuperação do canteiro central Nicolau Zarvos
Fonte: Eco Solutions, 2014.
60
Foi feito a recuperação do canteiro central da Avenida Nicolau Zarvos com a
utilização de resíduos recicláveis de construção civil.
Figura 34: Base de pavimentação
Fonte: Eco Solutions, 2014.
Figura 35: Praça ecológica
Fonte: Eco Solutions, 2014.
61
A praça está localizada na rua: Mario Bueno Brandão (final da rua) no bairro
São João, os blocos (paver's) utilizados na praça são feitos de material reciclado
(RCC) fabricados pela empresa Eco Designs em parceria com a empresa Eco
Solutions que fornece a matéria prima .
3.6 A logística reversa reduzindo os impactos ambientais na cidade de Lins-SP
A logística reversa deve enfocar a minimização dos rejeitos e dos impactos
negativos e a maximização dos impactos positivos, sejam ambientais, sejam sociais,
sejam econômicos.
Esse processo incorpora as atividades operacionais, de gestão e de apoio
que, de forma integrada e envolvendo os diversos atores, planejam e viabilizam a
implementação das soluções mais adequadas para os resíduos. (VALLE; SOUZA,
2014).
Antigamente, as pessoas jogavam com mais frequência entulhos em terrenos
baldios em encostas dos rios e nas ruas e não eram punidas. Hoje, tais ações são
totalmente ilícitas e o cidadão pode ser multado.
Figura 36: Rio Campestre há 16 anos
Fonte: Eco Solutions, 2014.
62
Figura 37: Rio Campestre em 2014.
Fonte: Eco Solutions, 2014.
3.7 Impactos ambientais da construção civil – Lins
Quadro 2: Porcentual Médio por Tipos de Quantidade
Fonte: Lins, 2011.
63
A cidade de Lins possui 71.432 habitantes e gera 150 toneladas de resíduos
da construção civil por dia que, setor que mais gera resíduos. A empresa Eco
Solutions recebe uma média de 42 toneladas de resíduos por dia e consegue
reciclar em média 80% desses resíduos por volta de 33 toneladas.
O processo de reciclagem de resíduos na cidade de Lins se inicia com o
gerador de entulhos (população e construtoras), transportadores (empresas que
alugam caçambas e prefeituras) e o receptor, Eco Solutions.
A Eco Solutions não recebe todo entulho gerado, pois ainda existem pessoas
que descartam entulhos em locais ilícitos e empresas que alugam caçamba que não
são cadastradas na prefeitura. A empresa Eco Solutions contribui com a mitigação
dos impactos ambientais por conseguir reciclar 80% dos resíduos recebidos, ainda
assim existem cidadãos que preferem não descartar o lixo no dia da coleta seletiva
da cidade e jogá-lo em qualquer lugar.
Figura 38: Entulho jogado em lugar irregular
Fonte: Horto Municipal de Lins, 2014.
3.7.1 Oportunidades e sinergias possíveis com municípios da região de Lins para
mitigar os impactos ambientais
Fazer parcerias com os municípios da região de Lins pode:
64
a) reduzir custos com a gestão e operação de resíduos de construção
civil;
b) reduzir despesas com matéria prima para obras e fabricação de
artefatos – 45%;
c) aumentar o número de obras, com redução de custos na matéria prima.
Os custos sociais decorrentes desses impactos ambientais dificilmente podem ser avaliados, dado seu caráter não preventivo e emergencial. Entretanto, alguns gastos municipais, como remoção dos RCD dos locais de deposição irregular e seu aterramento, colocam em evidência a insustentabilidade da gestão corretiva. Segundo o autor, a gestão corretiva muitas vezes acarreta mais custos com limpeza pública do que com os materiais descartados. (PINTO apud MARQUES, 2004, p.42).
3.8 Parecer final do caso
A logística reversa dos resíduos sólidos de construção civil é fundamental
para a sustentabilidade do setor quanto aos impactos causados, bem como, para
que haja inovações em relação ao reaproveitamento desses resíduos em novas
construções civis, ao mesmo tempo, diminuindo os impactos ambientais.
A logística reversa envolve o processo de planejamento, implantação e controle de um fluxo de materiais, de produtos em processos, de produtos acabados e de informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, por meio de canais de distribuição reversos. Tem como propósito recuperar valor ou garantir o descarte de forma apropriada. (VALLE; SOUZA, 2014, p.19).
Os empreendimentos realizados pela construção civil precisam criar meios
para o reaproveitamento dos resíduos, para que estes não causem danos ao meio
ambiente.
Segundo Marques (2004), no Brasil, a contínua e crescente geração de
resíduos de construção e demolição estão ligadas ao grande desperdício de
materiais no momento da realização dos empreendimentos, sendo necessária a
criação de políticas de controle, coleta, transporte e disposição final e que seja
viabilizado o emprego desses resíduos como matéria-prima para a confecção de
novos materiais.
Leite (2009) afirma que a logística reversa é a área que planeja, opera,
controla o fluxo e as informações logísticas para o retorno dos bens de pós-consumo
ao ciclo produtivo, através dos canais de distribuição reversos, agregando valor de
65
diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem
corporativa, dentre outros.
Toda construção precisa ter um planejamento de obra, para haver um
controle e acompanhamento de tudo, porém, muitas vezes, existem deficiências.
Martins (2012) relaciona essas deficiências às gerações de resíduos da construção
civil, onde por falta de planejamento de etapas e atividades ocorrem desperdícios e
perdas.
De acordo com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos , (2011
apud CONTI; MURTINHO, 2013), a maior quantidade gerada entre diversos tipos de
resíduos da cidade de Lins – SP, que atua no ramo, é o de construção civil – 150
toneladas ao dia, correspondente a 42,40% do total.
Esses dados revelam que, se não houver cuidados específicos, o setor da
construção civil influencia fortemente nos impactos ambientais, daí a importância da
logística reversa desses resíduos.
Para Marques (2004), é necessário inserir e aperfeiçoar a coleta e o
transporte dos resíduos de construção e demolição em programas municipais. No
caso de Lins, é preciso aperfeiçoar a coleta desses resíduos.
Infelizmente os resíduos de construção e demolição (RCD) na cidade de Lins
não são totalmente coletados e transportados adequadamente, isso causa prejuízos
à sociedade e ao meio ambiente.
Marques (2004) destaca que as áreas de descarte ilegal de pequenos
volumes desses resíduos geram inevitáveis impactos em todo o espaço urbano, são
visíveis e revelam comprometimento da qualidade do ambiente e da paisagem local.
Como exemplo, o autor citou: prejuízos nas condições de tráfego de pedestres e
veículos, drenagem superficial e obstrução de córregos, multiplicação de vetores de
doenças e outros efeitos.
Diante disso, a Eco Solutions vem contribuindo gradativamente com a cidade
de Lins transformando resíduos sólidos de construção e demolição em agregados
para novos materiais de construção impedindo que tais resíduos desencadeie
qualquer tipo de impacto ambiental.
66
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Diante da pesquisa realizada propõe-se:
a) que a empresa Eco Solutions dê continuidade à administração do blog,
criado pelos autores da monografia com o intuito de dar maior divulgação
à empresa, bem como conscientizar a população no tocante à logística
reversa da construção civil;
b) a elaboração de um site oficial para ampliar a divulgação da empresa, já
que é a única usina de resíduos sólidos de construção civil localizada na
região de Lins-SP;
c) a criação de uma estratégia de marketing, para que os produtos gerados
pela Eco Solutions passem a ser mais conhecidos e aceitos no mercado
de toda a região de Lins-SP;
d) a realização de parcerias com as prefeituras e construtoras da região de
Lins-SP, para que seja ampliada a carteira de clientes da Eco Solutions;
e) a construção de um barracão para a armazenagem dos produtos
separados referentes à classe B (plásticos, papel/papelão, metais, vidros,
madeiras e outros), que posteriormente serão vendidos e seus produtos
acabados;
f) o orçamento de um financiamento de um caminhão para a entrega dos
produtos da Eco Solutions.
67
CONCLUSÃO
A grande exploração de recursos naturais, utilizados como matéria-prima para
a construção civil, gera grandes impactos ambientais. O setor da construção civil
destaca-se entre os maiores geradores de resíduos no Brasil, sendo necessária a
atenção da administração pública.
Reciclar os resíduos da construção civil e transformá-los em agregados para
novos empreendimentos contribui para a minimização da extração de jazidas
naturais. Consequentemente, ocorre a diminuição dos impactos ambientais
causados devido à má deposição desses resíduos em locais inadequados.
Apesar de ser nova no mercado, fundada no ano de 2011, a empresa é
definida pela prefeitura de Lins-SP como a única usina licenciada para exercer essa
atividade. Sendo a única usina da região, torna-se uma vantagem competitiva.
O escoamento dos produtos da Eco Solutions está menor do que a
quantidade recebida de resíduos de construção civil, a produção utilizada está
abaixo de sua capacidade máxima de produção.
Para a captação de novos clientes e alavancar a venda de seus produtos é
preciso investir em uma estratégia de marketing a nível regional. O blog elaborado
pelos autores dessa monografia para a empresa colaborou com a divulgação de
seus produtos, mas é fundamental o uso de ferramentas mercadológicas, a fim ser
uma referência no setor de reciclagem de resíduos de construção civil para atingir
um público maior de clientes.
Por meio da pesquisa, conclui-se que a atividade praticada pela Eco Solutions
contribui significativamente para a mitigação dos impactos ambientais. Já para a
lucratividade da empresa, é necessário ampliar a base de clientes.
A empresa contribuiu para pesquisa feita em todo ano de 2014 respondendo
a pergunta problema e comprovando a hipótese levantada.
O assunto não está esgotado podendo outros acadêmicos aprofundá-lo e
redirecioná-lo.
68
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. Disponível em:
http://www.abnt.org.br. Acesso em: 16 jun. 2014.
BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e
distribuição física. São Paulo: Atlas, 2010.
BOWERSOX, D. J. Gestão da cadeia de suprimentos e logística. 2. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J.; COOPER, M. B.; Gestão logística de cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Artmed, 2002. BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Palácio do Planalto. Disponível
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72
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do estudo de caso é analisar a contribuição da Eco Solutions para
a mitigação dos impactos ambientais bem como para a lucratividade da empresa.
Para isso, será feita uma pesquisa descritiva com revisão bibliográfica e abordagem
qualitativa na área de logística reversa dos resíduos da construção civil. Serão
descritos os métodos e técnicas na coleta de dados.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
Serão relatados os procedimentos de captação dos resíduos da construção,
processo de triagem manual dos resíduos, processo de transformação mecânica dos
resíduos e distribuição/ vendas dos produtos produzidos pela empresa.
1.2 Discussão
Através da pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática, através de
referencial teórico estudado.
1.3 Parecer Final
Parecer final sobre o caso e sugestões para a ampliação das atividades da
Eco Solutions, para a contribuição da mitigação dos impactos ambientais em toda a
região de Lins-SP.
73
APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 O processo de captação dos resíduos da construção civil;
2 O processo de triagem manual dos resíduos;
3 O processo de transformação mecânica dos resíduos da construção civil para
agregados de matéria-prima;
4 O processo de distribuição/vendas dos produtos feitos pela empresa.
74
APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
Data da Fundação:
II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA ECO SOLUTIONS.
1 Surgimento
2 Missão
3 Evolução
4 Processos produtivos
5 Produtos
6 Clientes
7 Fornecedores
8 Projeto de Expansão
9 Organograma
10 Responsabilidade Social e Ambiental
11 Divulgação
75
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O PROPRIETÁRIO DA
EMPRESA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome:______________________________________________________________
Cargo:______________________________________________________________
Escolaridade:_________________________________________________________
Experiências Profissionais:______________________________________________
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Como é o processo da chegada dos entulhos na empresa para a triagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2 A empresa conseguiu licença de quanto tempo para atuar na área onde está
instalada?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3 Como é realizado o processo de separação manual dos resíduos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4 Como é realizado o processo de separação mecânica dos resíduos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5 A Eco Solutions produz quais produtos?
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
6 Comente sobre as empresas que alugam caçambas na cidade de Lins – SP.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7 Quais são as etapas e os cuidados com a produção?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
8 Como foi o início da Eco Solutions?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9 A empresa tem planos para realizar um projeto de construção de blocos
ecológicos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10 Como a Eco Solutions contribui para a inclusão-social?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
11 Como está estruturado o quadro de funcionários?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12 O que você entende por logística reversa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
13 A Eco Solutions pratica a logística reversa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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13.1 De que forma?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
14 Como a Eco Solutions contribui para a mitigação dos impactos ambientais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15 A Eco Solutions tem projeto de expansão?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15.1 Se sim, qual?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________