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HISTÓRIA DA ATUAÇÃO DOS MÉDICOS DO SERVIÇO DE SAÚDE DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 1º TEN Al FABRÍCIO DA COSTA GUIO RIO DE JANEIRO 2008

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HISTÓRIA DA ATUAÇÃO DOS MÉDICOS DO SERVIÇO DE SAÚDE DA FORÇA

EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

1º TEN Al FABRÍCIO DA COSTA GUIO

RIO DE JANEIRO 2008

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1° TEN AL FABRÍCIO DA COSTA GUIO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Saúde do Exército, como requisito parcial para aprovação no

Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde,

Especialização em Aplicações Complementares às Ciências

Militares.

Orientador: DAVID ALBERTO LOSS

HISTÓRIA DA ATUAÇÃO DOS MÉDICOS DO SERVIÇO DE SAÚDE DA FORÇA

EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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RIO DE JANEIRO 2008

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AGRADECIMENTO

Ao meu orientador por todas as diretrizes, pela sabedoria e motivação.

À minha esposa Aline e meus filhos: Helena, Yuri e Beatriz por todo amor e carinho.

Aos meus amigos, que caminharam sempre juntos, ajudando a superar todos os

reveses do caminho.

A Deus, por tudo.

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“Onde há fé, há força. Onde há ideal, há vontade. São esses valores que mudam o mundo, renovam as crenças e fortalecem os homens. Juntos, representam a diferença entre aqueles que apenas sonham e os que fazem. Entre os que desistem e os que vencem”.

(Rinaldo Campos Soares)

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RESUMO

Neste ano em que se comemora o 63º aniversário da vitória aliada na Europa, na

Segunda Guerra Mundial, este trabalho relembra o testemunho veemente do que foi

a participação dos “pracinhas brasileiros”, principalmente dos médicos, na maior

guerra do século XX. Ainda, verdadeiros heróis da grande luta contra a morte, esse

exército de “padiolas e bisturis”, que foi o Serviço de Saúde da FEB, funcionou de

maneira irrepreensível. E esse funcionamento foi o resultado da perfeita ajustagem

da cadeia de atendimento, que vai dos primeiros escalões, iniciando na atuação dos

padioleiros dos corpos de tropa, e nos postos de socorro dos batalhões, aos

hospitais da retaguarda.Este trabalho também faz uma abordagem dos fatos e

fatores que influenciam decisivamente a participação do Brasil na Segunda Guerra

Mundial. Ainda, afirma a sua atuação e vitória completa, cabal, sob todo e qualquer

ângulo que se a examine. O presente trabalho engloba também, em dados concisos,

as atividades do Serviço de Saúde da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária do

Exército Brasileiro, principalmente sobre a atuação na campanha até a cessação das

hostilidades na rendição incondicional em 02 de maio de 1945, da Alemanha e da

Itália.Deve-se ressaltar sempre a atuação do Serviço de Saúde da FEB na Segunda

Guerra Mundial, destacar-se como o mesmo influiu no sucesso da campanha na

Itália, através da dedicação e do sentimento do dever cumprido. Também é

ressaltada a atuação exímia dos médicos da FEB em todos os escalões de

atendimento aos “pracinhas febianos”.

PALAVRAS-CHAVE: Médicos da FEB; Serviço de Saúde da FEB; Médicos na

Segunda Guerra Mundial.

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ABSTRACT

This year when we celebrate the 63º anniversary of the allied victory in Europe,

during the Second World War, this paper is due to remind the Brazilian Expeditionary

Force (FEB) participation during this conflict, principally brazilian’s doctors.

Nevertheless, these true heroes thought this great fight against death, on army made

of “scalpel and stretcher” acted perfectly. It was the result of the perfect adjustment

from the first assistance in the beginning, with the male nurses action in troop and in

the battalion first attending station until back stage hospital. The research also

comprises the decisive facts that were decisive to the Brazilian participation in the

war. Confirming the complete actuation and victory, by any angle seen. Therefore

inglobes right data about the actuation of the Health Service in the First

Expeditionary Division Infantry from Brazilian Army, principally over the doctor’s work

since the beginning of their work until the end of the hostilities during the

unconditional surrender in may 2°, 1945, by Germany and Italy. We must always

remember the Health Service actuation during the Second World War, the way it

stood out to define the success in the Italy campaign, through the dedication and

sense of mission accomplished. The FEB’s doctor’s act of excellent attention to the

Brazilian soldiers is well reported too.

Key-word: Brazilian Expeditionary Force Doctor’s; Health Service on Second World

War; Health Service in Brazilian Expeditionary Force.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 08

2. DESENVOLVIMENTO 09 2.1 O BRASIL NA GUERRA 09 2.2 A CRIAÇÃO DA FEB 11 2.3 SERVIÇO DE SAÚDE DA FEB 13 2.4 OS MÉDICOS DA FEB 15

3. CONCLUSÃO 18

REFERÊNCIAS 19

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1 INTRODUÇÃO

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito armado iniciado na Europa e que

atingiu escala global, durando de 1939 a 1945. Causou perdas materiais

incalculáveis e cerca de cinqüenta milhões de mortes entre militares e civis. O Brasil,

inicialmente neutro, declarou guerra às “Potências do Eixo” (Alemanha e Itália e,

depois, também o Japão), após ter tido vários navios torpedeados por submarinos

alemães e italianos. Foi formada, então, a Força Expedicionária Brasileira (FEB),

denominação oficial do contingente do Exército Brasileiro que combateu, na Europa,

as forças nazi-fascistas na frente italiana.

Com um efetivo total de 25.334 brasileiros, sob comando do então General

João Batista Mascarenhas de Morais, mesmo com as intempéries climáticas e do

terreno e com reveses no início da campanha, a FEB conquistou uma sucessão de

vitórias. O soldado brasileiro foi cumprir o seu dever e cumpriu-o bem. Com uma

perda de 443 combatentes mortos, menos de 2% do seu efetivo, na Itália, a FEB

teve uma atuação excepcional e pode contar, em todos os momentos, com um apoio

de saúde muito eficiente. Em todos os escalões, o Serviço de Saúde da FEB, com

base e apoio no Serviço de Saúde Americano, funcionou de maneira exemplar.

Com uma linha de frente que se iniciava na atuação de heróicos padioleiros, o

atendimento de saúde percorria os postos de socorro de Batalhão, postos de

socorro de Regimento / Brigada, Companhia de saúde e Batalhão de saúde. E, só

então, a partir daí começava a cadeia hospitalar de atendimento. Com um efetivo de

1.359 militares, o Serviço de Saúde da FEB atuou de sobremaneira nos vários

órgãos e setores de atendimento ao soldado brasileiro, prestando-lhe todo o

conhecimento técnico e também humanidade, tão necessários em terras distantes.

Desta maneira, os “pracinhas” do Serviço de Saúde da FEB contribuíram para

o êxito das operações militares de campanha na Itália, conservando a higidez da

tropa e minimizando suas baixas. Sempre atuou prontamente e com total dedicação

ao cumprimento do dever e com amor ao próximo, o irmão de armas brasileiro. Os

médicos da FEB atuaram de forma ininterrupta; principalmente no atendimento

primário na chamada zona de combate, pois os feridos e doentes surgiam a todo o

momento, de dia ou a noite. Houve também atuações excepcionais dos médicos

brasileiros nos hospitais de campanha, chegando até ao cargo de chefia, por

exemplo, do 32° Hospital de Campanha.

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G964h Guio, Fabrício da Costa.

História da atuação dos médicos do Serviço de Saúde da Força

Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial /. - Fabrício da

Costa Guio – Rio de Janeiro, 2008.

20. f; 30cm.

Orientador: David Alberto Loss

Trabalho de conclusão de curso (Especialização) – Escola de

Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações

Complementares às Ciências Militares. Referências: f.19-20

1. História dos Médicos da FEB. 2. Serviço de Saúde na Segunda Guerra Mundial. I. Loss, David Alberto. II. Escola de Saúde do Exército.

III. Título.

CDD:355345

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O BRASIL NA GUERRA

A ascensão do nazismo e a quebra dos compromissos do Tratado de

Versalles começavam a preocupar alguns membros do Governo brasileiro. Era

evidente que a face da Europa mudava rapidamente e uma nova guerra se

aproximava. O Governo nazista espantava o mundo com o rápido e grandioso

ressurgimento da Alemanha que, dos escombros da I Grande Guerra, manietada

pelo Tratado de Versalles, rompeu os grilhões, transformando-se numa potência de

primeira linha, sob a chefia de Adolf Hitler. A política expansionista da Alemanha

estendia-se muito além de suas fronteiras, procurando incentivar as minorias raciais

alemãs em outros países a agirem em defesa dos interesses do III Reich. No Brasil,

os Estados do Sul, notadamente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tinham

colônias de imigrantes da primeira e segunda gerações que passaram a sofrer

pressão política emanada de Berlim, na tentativa de criar, através dessa minoria,

algo semelhante ao que existia na região dos Sudetos, na Tchecoslováquia.

Em 1938, o Governo brasileiro estava atento ao problema, tanto que os

estados sulinos começaram a tomar algumas medidas. Como interventor do Rio

Grande do Sul, o General Cordeiro de Farias procurou, por todos os meios, tolher as

influências dessas atividades políticas alienígenas, combatendo no terreno da

política o mesmo nazismo com que, anos depois, como comandante de artilharia da

FEB, se defrontaria nos campos de batalha da Europa. O embaixador alemão no

Brasil, Hitler, exercia atividades além dos limites permitidos à diplomatas, obrigando

o Governo brasileiro a negociar sua retirada, por considerá-lo persona non grata.

Assim, antes mesmo da conflagração européia, e bem antes de o Brasil ingressar no

conflito, homens do Governo, pessoas esclarecidas como Oswaldo Aranha, já

defendiam nossa soberania contra o imperialismo nazista.

A propaganda nazista no Brasil era orquestrada. No Rio de Janeiro, então

capital do país, dois jornais (um matutino tradicional, Gazeta de Notícias, que já

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circulava no século passado, e um vespertino, moderno, denominado Meio-Dia)

veiculavam toda a propaganda a favor da Alemanha. Eram abastecidos pelas

agências alemãs e italianas de notícias e recebiam das respectivas embaixadas

material de propaganda e apoio. Dessa forma, mesmo sem ampla circulação, tinham

bastante influência. Apesar do volume de publicidade nunca visto antes, o povo

brasileiro, porém, não se deixava iludir, o que levou Oswaldo Aranha a dizer com

propriedade e acerto que 90% da população era a favor da democracia ocidental e

contra o nazismo.

A frota de submarinos alemães desenvolvia intensa campanha no Atlântico

Norte, causando pesadas baixas aos aliados. Aos poucos, a área de batalha foi se

ampliando até chegar ao Atlântico Sul. No dia 16 de fevereiro de 1942, o navio

brasileiro Buarque foi afundado. Anteriormente dois outros navios, o Taubaté, em 22

de março de 1941 e o Cabedelo, em 14 de fevereiro de 1942, já tinham

desaparecidos sem indícios de que tivessem sido torpedeados. No caso do

Buarque, porém, os arquivos e documentos compulsados comprovaram que o navio

brasileiro foi afundado pelo submarino alemão U 432, sob o comando do Capitão

Schultzer. O mesmo submarino, com o mesmo capitão afundou o navio Olinda, em

18 de fevereiro de 1942. Não havia mais dúvidas: a guerra chegara ao Brasil.

Durante todo o conflito, foram afundados 32 navios brasileiros, e houve 972

mortes - 470 marinheiros e 502 passageiros, entre civis e militares em trânsito para

as guarnições no Nordeste. Em maio de 1942, aviões da Força Aérea Brasileira

(FAB), arma recém-criada com a união dos corpos do Exército e da Marinha,

patrulhavam as águas costeiras. No dia 22, na altura do arquipélago de Fernando de

Noronha, um avião B-25 avistou um submarino navegando na superfície. Foi o

submarino que primeiro atacou com armas antiaéreas, tendo o avião brasileiro

revidado com lançamentos de bombas, no primeiro ato de guerra praticado pelo

Brasil. O avião não conseguiu atingir o submarino. Logo após esse dia ocorreram

outros incidentes, comprovando que os submarinos alemães agiam ao longo da

costa brasileira. Foi exatamente por causa da cessão das bases do Nordeste aos

EUA e do fornecimento de matérias-primas que os alemães torpedearam navios

brasileiros.

Quando liberou suas bases, através de acordo, entrou praticamente no

conflito, passando a ser parte atuante, sobretudo pelo papel decisivo da “ponte

aérea” entre bases do Nordeste e a África. Seria muita ingenuidade política pensar

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que a Alemanha, que nunca respeitou qualquer tratado ou acordo que viesse direta

ou indiretamente prejudicar sua estratégia militar, aceitasse essa posição do Brasil, e

nada fizesse, portanto, para hostilizar nossos navios. Em 15 de julho de 1942,

depois de ouvir o Alto Comando, Hitler determinou uma operação contra o Brasil. O

governante alemão achava que era preciso dar uma lição nos brasileiros pela atitude

favorável aos aliados. Hitler então escolheu determinadas áreas da costa brasileira e

ordenou aos submarinos que “limpassem” a área, ou seja, torpedeassem os navios.

O torpedeamento de navios brasileiros continuava. No mês de agosto o povo

tomou conhecimento de novos ataques: cinco navios - Baependi, Aníbal Benévolo,

Araraquara, Itaciba, Arara - foram a pique. Esses atos hostis agitaram a população

brasileira. Houve manifestações antigermânicas em várias capitais. Multidões

acorreram ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, exigindo a guerra. No dia 22 de

agosto, o Presidente Getúlio Vargas reuniu o ministério, em um ambiente tenso e

cheio de expectativa. Na tarde desse mesmo dia, o Departamento de Imprensa e

Propaganda do Governo transmitia a seguinte nota à nação: “O Senhor Presidente

da República reuniu hoje seu ministério, tendo comparecido todos os ministros.

Diante da comprovação dos atos de guerra contra a nossa soberania, foi

reconhecida a situação de beligerância entre o Brasil e as nações agressoras,

Alemanha e Itália”.

O governo resolveu, a 31 de agosto, através do Decreto nº 10.358, declarar o

estado de guerra em todo o território nacional. O papel do Brasil não se limitaria a

atos formais, cessão de bases e vendas de matéria-prima. A contribuição iria além:

lutaria nos campos de batalhas, constituindo-se na primeira nação a atravessar a

linha do Equador com suas tropas. Para que passasse da proclamada neutralidade

à ação bélica na Europa, a atitude política do Brasil sofreu sucessivas modificações.

Primeiro: neutralidade absoluta de 1º de setembro de 1939, início do conflito, até 7

de dezembro de 1941, ataque a Pearl Harbour. Segundo: solidariedade aos Estados

Unidos, de 8 de dezembro de 1941 a 28 de janeiro de 1942. Terceiro: rompimento

de relações diplomáticas com Alemanha, Itália e Japão, em 28 de janeiro de 1942.

Quarto: estado de guerra com Alemanha e Itália, por causa do torpedeamento, em

22 de agosto de 1942. Quinto: estado de guerra com o Japão a partir de 6 de junho

de 1945.

2.2 A CRIAÇÃO DA FEB

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A criação da Força Expedicionária Brasileira tem como marco inicial a

Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos (CMMBEU) e como ponto de partida a

autorização que o Presidente Vargas deu diretamente ao General Leitão de

Carvalho, em 29 de março de 1943, para que planejasse com os americanos a

utilização das tropas brasileiras em operações de guerra. No mesmo dia, em

solenidade realizada na Associação Comercial do Rio de Janeiro, o Ministro da

Guerra, General Dutra, confirmou a disposição do Governo brasileiro de enviar

tropas para combater no exterior. O envio de uma força expedicionária era

conseqüência natural do encaminhamento dado à política externa brasileira.

No dia 9 de agosto de 1943, pela Portaria Ministerial nº 47-44, publicada no

Boletim Reservado do dia 13 do mesmo mês, foi criada a FEB, constituída de uma

Divisão de Infantaria Expedicionária (que passou a se chamar 1ª DIE) e órgãos não-

divisionários.

DIE - COMPOSIÇÃO

• Comandante Geral de Divisão.

• Quartel Geral, Estado-Maior Geral, Estado-Maior Especial e Tropa Especial.

• Infantaria Divisionária - Comandante (General-de-Brigada) e 3 Regimento de

Infantaria.

• Artilharia Divisionária – Comandante (General-de-Brigada) e 4 Grupos de

Artilharia.

• Esquadrilha de Ligação e Observação (ELO).

• Batalhão de Engenharia.

• Batalhão de Saúde.

• Esquadrão de Reconhecimento.

• Companhia de Transmissão (Comunicação).

Ainda integrava as divisões uma tropa especial constituída da seguinte forma:

Comando do QG e da Tropa Especial, Destacamento de Saúde, Companhia de

Manutenção, Companhia do Quartel-General, Companhia de Intendência, Pelotão

de Sepultamento, Pelotão de Polícia e Banda de Música. O Teatro de Operações do

Mediterrâneo, onde a FEB combateu era comandada pelo Marechal Harold

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Alexander. Além de imenso dispositivo logístico, compunha-se de duas grandes

unidades operacionais: o VIII Exército inglês, comandado pelo General Montgomery,

e o V Exército norte-americano, comandado pelo General Mark Clark. Cada um

desses exércitos era formado por vários corpos de Exército, estes, por várias

divisões. A FEB combateu incorporada ao V Exército sob o comando do General

Mark Clark e ao IV Corpo de Exército, comandado, este, pelo General Crittenberg.

2.3 O SERVIÇO DE SAÚDE DA FEB

O Serviço de Saúde da FEB era composto por uma cadeia de órgãos de

serviço e unidades que iam desde o comando adido ao Estado-Maior Especial, era o

Serviço de Saúde da FEB, comandado pelo Coronel Emanuel Marques Porto, que,

com seu Estado-Maior, dirigia e coordenava toda a atividade médica da tropa

brasileira, tanto nos órgãos divisionários como nos não-divisionários. Esse Estado-

Maior do Serviço de Saúde dividia-se em quatro seções: a 1ª, que era responsável

pela movimentação de todo o pessoal especialista de saúde, médicos, enfermeiros,

dentistas e farmacêuticos; a 2ª, que era encarregada dos serviços burocráticos dos

arquivos e fichas, e também responsável pela movimentação de todo o pessoal de

apoio do Serviço de Saúde; a 3ª, que cuidava da operação do sistema,

providenciando o atendimento das necessidades de várias unidades, e, por fim, a 4ª

seção, que era encarregada do suprimento do material de saúde. Além dessas

atribuições, o Serviço de Saúde da FEB tinha ingerência direta no serviço dentário,

no posto avançado de Neuropsiquiatria e nas Seções Hospitalares, que funcionavam

em hospitais americanos.

Foi acertado que unidades de médicos, enfermeiros e enfermeiras iriam

operar na rede hospitalar já instalada, criando-se uma seção brasileira dentro da

organização americana, possibilitando oferecer atendimento adequado aos feridos e

doentes. Nas emergências, essa distinção não era rigorosamente observada:

médicos brasileiros cuidaram de americanos e vice-versa. Coube à nossa

enfermeira, além de sua missão profissional, representar as virtudes da mulher

brasileira, entre homens de várias nacionalidades, no convívio cotidiano dos

hospitais norte-americanos. As nossas compatriotas, que acorreram ao chamado da

Pátria, prestaram excelentes serviços a FEB, durante a sua permanência em

território italiano, enfrentando e vencendo obstáculos numerosos. Ainda no Brasil,

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sofreram a maledicência impatriótica de alguns. Na Itália, viveram e serviram em

hospitais norte-americanos, onde além das dificuldades advindas das diferenças de

idiomas

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e hábitos, suportaram por algum tempo a inferioridade hierárquica e pecuniária em

relação às suas colegas americanas, com quem conviviam. Não obstante os óbices

encontrados, as enfermeiras incorporadas a FEB atenderam com abnegação e

proficiência aos nossos feridos e doentes dando veemente e nobilitante testemunho

do valor da mulher brasileira.

Funcionou o nosso Serviço de Saúde em uma linha de atendimento hospitalar

de quatro tipos de hospitais. O geral, localizado à retaguarda, era o 45th em

Nápoles. O de estacionamento, como o 7th Station Hospital em Livorno, o de

evacuação como o 38th o 16th e ao final da guerra o 15th. Bem próximo à linha de

frente, encontrava-se o 32nd Field Hospital, ou seja, o chamado Hospital de Campo.

Eram 25 leitos utilizados para o atendimento dos casos de máxima urgência, como

os polifraturados, ferimento de crânio, arrancamentos de membros, etc. Estava

instalado em Valdibura, no sopé do Monte Castelo. Embora fosse uma unidade

americana, o seu comando foi entregue ao eminente Professor Alípio Correa Neto,

que contou com uma equipe de eficientes enfermeiras brasileiras. Também integrava

o pessoal do hospital uma equipe de médicos e enfermeiras americanas.

Essas jovens realizaram um trabalho notável: além do serviço de

enfermagem, davam apoio e carinho aos feridos. Cumpriram seu dever com

eficiência, mas também com doçura. Vários episódios são relatados em livros,

descrevendo o desprendimento e a abnegação dessas brasileiras que foram servir à

Pátria tão longe. Merecem a eterna gratidão de todos que estiveram na Itália

servindo a FEB. Todas as equipes do Serviço de Saúde, tanto dos destacamentos

Regimentais, como a do 1º Batalhão de Saúde, e do próprio Hospital de Campanha

tinham extrema mobilidade, acompanhando o deslocamento da tropa para melhor

atendimento.

Os Serviços de Saúde atenderam mais de 10 mil casos, entre feridos,

acidentados e doentes, e ainda arranjavam meios para socorrer, quando possível, a

população civil atingida pela guerra. Por ocasião da rendição da 148ª Divisão alemã,

os Serviços de Saúde prestaram inestimáveis serviços, tratando dos feridos que,

portadores de gangrena e outras infecções, fatalmente morreriam. Foram salvos

pela aplicação de penicilina, droga ainda desconhecida do Serviço de Saúde

Alemão. O Posto Avançado de neuropsiquiatria passou a funcionar em Ponte Della

Venturina, órgão básico para tratamento e recuperação rápida dos neuróticos,

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muitas vezes foi a antena captadora das causas que buscavam deprimir o moral de

nossas unidades combatentes.

O Serviço de Saúde confirmou o alto preparo técnico da sua tropa, habilmente

dirigida por quadros capazes e dedicados e por um comando operoso e proficiente.

E esse funcionamento é o resultado da perfeita ajustagem da cadeia que vai dos

primeiros escalões da frente de combate aos hospitais da retaguarda. Na assistência

pronta e imediata ao soldado que tombava nos campos de batalha, muitas vezes

sob a feroz ação inimiga, a inexcedível dedicação dos padioleiros dos Corpos de

Tropa foi posta à prova. Sem desfalecimento no cumprimento da nobre missão, em

que, preocupados em salvar a vida ou atenuar o sofrimento do companheiro ferido,

puseram inteiramente de lado a própria segurança.

Entre os seus mais assinalados feitos, sobrelevam, mesmo suportando baixas

nas suas fileiras, a perfeição e regularidade da evacuação dos feridos e o desvelo

no tratamento dos mesmos. Concorreu, assim, brilhantemente para que à nossa

Pátria fosse reservado um lugar de relevo entre as nações que velarão pela paz

vindoura e futura reconstrução de um mundo livre e feliz.

2.4 OS MÉDICOS DA FEB

A linha de frente da saúde era feita da seguinte forma: padioleiros, postos de

socorro de Batalhão, postos de socorro de Regimento, Companhia de Saúde e

Batalhão de Saúde. A partir daí começava então a cadeia hospitalar. Essa era a

seqüência do atendimento a partir do momento em que o militar era ferido. Além da

cadeia de hospitais, funcionava o Serviço de Saúde também com a Companhia de

Tratamento onde era feita a triagem, outra de Evacuação que se encarregava do

transporte dos postos de socorros das unidades, para os postos de triagem e dali

para os hospitais. Durante o ataque a Monte Castelo, no dia 29 de novembro de

1944, passaram pelo posto de triagem nada menos que 124 feridos. Outro meio de

transporte usado para os pacientes era o navio-hospital, que os levava para os

Estados Unidos a fim de se submeterem a cirurgias plásticas, ou tratamentos

altamente especializados.

As frações de saúde da FEB foram comandadas por médicos experientes

que conduziram de maneira eficiente e exemplar todo o apoio e atendimento aos

militares brasileiros na campanha da Itália. Foram eles:

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• Serviço de Saúde da FEB – chefe: Coronel médico Emanuel Marques Porto.

• Estado Maior Especial / Saúde: Tenente Coronel médico Gilberto Fontes

Peixoto.

• Destacamento de Saúde / Tropa Especial – Comandante: Tenente Coronel

médico Augusto Marques Torres.

• 1º Batalhão de Saúde – Comandante: Tenente Coronel médico Bonifácio

Antônio Borba.

Em cada regimento ou grupo da mesma unidade, havia um destacamento de

saúde, chefiado por um oficial médico e auxiliar, encarregado de manter o seu grupo

em boa forma física. O trabalho deles era extraordinário, tanto do ponto de vista

técnico como humano. Tornava-se difícil distinguir o chefe, o médico, o amigo, o

subordinado.Todos só tinham um ideal, aliviar o sofrimento dos feridos.Todos os

elementos do Serviço de Saúde, quer do quadro médico, quer do quadro dentistas

ou farmacêuticos, estavam imbuídos dos mesmos propósitos. O 1º Grupo de Caça

da FAB também levou o seu corpo médico. Ficaram instalados no 12th Station

Hospital na cidade de Tirrena-Livorno, muito próximo da base aérea de Pisa, e de

nosso 7th station Hospital.

Os médicos brasileiros, integrantes do Serviço de Saúde, procuravam dar o

máximo de si em prol de seus semelhantes, atendendo inclusive às populações

civis.Trabalharam incansavelmente debelando epidemias, como as de sarampo,

coqueluche, pneumonia atípica, hepatites infecciosas e outras e fazendo a profilaxia

das doenças venéreas. Estas foram levadas do Brasil e agravadas e disseminadas

em alto grau na Itália.

Muitas coisas faltavam aos médicos da FEB, e a inexperiência em tempos de

guerra, em determinadas situações, também dificultou uma melhor implantação do

Serviço de Saúde brasileiro em campanha. Mesmo assim, o movimento dos

brasileiros pela linha de atendimento hospitalar, durante os onze meses de

permanência em ação, foi de 10.776 pacientes. É preciso ressaltar que foram para a

Itália 25.534 brasileiros. Apenas 49 pacientes brasileiros faleceram nos hospitais.

Total de mortos na FEB: 443, dos quais 364 em ação de combate; Total dos feridos

em ação de combate: 1.577; Total de acidentados: 1.145, dos quais 487 em ação de

combate.

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Na função de chefe do Serviço de Saúde da Força Expedicionária Brasileira,

o Dr. Emanuel Marques Porto soube manter uma norma exemplar, com perfeito

controle de todos os baixados e de todas as ações do seu serviço. Procurou

distribuir os profissionais da medicina pelos hospitais e outras unidades, o mais

acertadamente possível, grupando-os em equipes homogêneas e eficientes,

surgindo um ou outro caso de desacerto inicial. Manteve sempre uma fiscalização

assídua e determinou acertadas medidas e condutas, reforçando sempre as

diretrizes americanas.

Numerosas e freqüentes foram as suas inspeções. Repetidamente, visitava

os doentes e feridos, levando-lhes não só o conforto moral de sua presença como

também palavras de ânimo e estímulo. Nos hospitais da frente de combate, onde o

Brasil esteve como parte integrante, o Dr. Emanuel Marques Porto corria leito a leito,

indagando e ouvindo, minuciosamente, os relatos que lhe faziam os chefes das

seções brasileiras. Sob o ponto de vista médico nada faltou aos pracinhas e, mais

ainda, que desde a linha de frente até aos pontos mais recuados, os cuidados

médicos lhes eram prestados pelos elementos brasileiros do Serviço de Saúde da

FEB.

Todas as intervenções eram praticadas por cirurgiões de nosso Exército e a

assistência posterior aos feridos e aos enfermos também por nossa gente. A

eficiência da atuação dos Corpos de Saúde pode ser aferida pela magnífica

estatística de apenas 0,4% de mortes de doentes baixados. Em julho de 1945, o Dr.

Emanuel Marques Porto deixou a Itália por via aérea, chegando ao Rio de Janeiro

no dia seguinte. Em seu lugar, ficou o Ten Cel Dr Gilberto Peixoto que, durante a

guerra fora o chefe do Serviço de Saúde da Divisão Brasileira engajada em

combate. Em tempo, os médicos do Serviço de Saúde da FEB foram aos campos de

batalha da Europa cumprir o seu dever e muitos foram, no exercício das suas

funções, além do dever. Mostraram o seu valor e deram aos militares brasileiros o

merecido suporte e conhecimento no tratamento de suas mazelas de combate,

permitindo uma moral elevada na frente de batalha.

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3 CONCLUSÃO

Tendo ciência de que a História real só pode ser bem escrita em um País

verdadeiramente livre, este trabalho trata sobre a História da participação da FEB e

de seus médicos na Segunda Guerra Mundial, no teatro de Operações do

Mediterrâneo.As demonstrações de bravura, abnegação, perseverança e fé

inquebrantável no cumprimento da missão foram uma bandeira para o mundo, que

passou a reconhecer o valor dos soldados brasileiros.

Cultuar e reverenciar aqueles que escreveram essa memorável página de

nossa história, mais que uma homenagem, é dever de todos. Aos nossos pracinhas,

nosso reconhecimento e eterna gratidão.Com perícia, dedicação e sem preocupação

com a segurança pessoal, os componentes do Serviço de Saúde da FEB permitiram,

com sua ação, que o atendimento de saúde iniciasse e encerasse a campanha

dentro do cumprimento absoluto de suas missões, merecendo a confiança do

comando e principalmente dos combatentes, em qualquer situação tática. E isto foi,

e sempre será, um dos mais valiosos fatores de exaltação da moral da tropa em

campanha.

O Serviço de Saúde da FEB e a atuação dos médicos brasileiros durante a

guerra, tiveram a oportunidade de funcionar em todas as fases da campanha

divisionária na Itália, apoiando sempre de perto e de forma eficiente a tropa

combatente. E nos postos de socorro e nos estabelecimentos hospitalares, médicos,

cirurgiões habilíssimos e enfermeiras dedicadas, seguindo a orientação do seu

valoroso patrono, General João Severiano da Fonseca, iniciaram o trabalho

estafante e profundamente humano de dar vida ao moribundo, de afastar o espectro

da morte que rodeava os feridos e de suavizar-lhes os sofrimentos físico e moral.

Verdadeiros heróis da grande luta contra a morte, esse exército de “padiolas e

bisturis” fez, do mesmo modo que os de canhões e baionetas, grande dano ao

alemão que nos defrontava. Cada soldado reconstituído era um soldado furtado à

sanha adversa e mais um reforço que engrandecia as frentes de batalha brasileiras.

Extinta a FEB no pós-guerra seus feitos e vitórias, nos campos de batalha de

ultramar, sobreviverão eternos no coração da nacionalidade, como síntese do valor

de nossa gente e símbolo da vocação democrática do povo brasileiro.

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