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ALESSANDRO PIERUCCICAIO CÉSAR SANTOS MOURA
SOFTWARE PARA AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO AERÓBICO PARA PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
Presidente Prudente - SP2018
SOFTWARE PARA AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO AERÓBICO PARA PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
Projeto PPG do Programa de Mestrado
em Ciências da Saúde submetido à
apreciação do Comitê Assessor de
Pesquisa Institucional – CAPI da
Universidade do Oeste Paulista-
UNOESTE, Presidente Prudente.
Discentes: Alessandro Pierucci e Caio
César Santos Moura
Orientadora: Profa. Dra. Ana Clara
Campagnolo Gonçalves Toledo
Co-orientador: Vinícius Flávio Milanez
Presidente Prudente - SP2018
RESUMO
Introdução: O número de óbitos por doenças cardiovasculares ainda lidera as planilhas de custo da rede pública de saúde, refletindo em aumento da incidência de seus fatores de risco, como hipertensão, diabetes melitus, hipercolesterolemia, sedentarismo estresse. Contudo, o perfil da população parece não ser linear a todas as regiões, mostrando influências do ambiente e social, os quais esses indivíduos estão inseridos, por isso faz-se necessário caracterizar os fatores de risco cardiovascular existente, a fim de promover intervenções preventivas efetivas, pelas quais visam proporcionar grande melhora na qualidade de vida dessa população. Objetivo: Desenvolvimento e validação de Software para avaliação e prescrição de exercício aeróbico para a prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares. Método: O software consistirá no preenchimento de dados cadastrais, informações quanto aos fatores de risco cardiovasculares e exames complementares cardiológicos específicos, esses dados serão colhidos e mensurados no momento da avaliação do profissional que utilizará o software. Baseado nestes dados será definida a estratificação de risco cardiovascular do paciente e assim calculada a intensidade de prescrição do exercício físico aeróbico. Para a definição dos fatores de risco cardiovasculares, sem subjetividade de respostas, o software utilizará questionários como Baecke e os testes de Fangström (tabagistas) e escala de estresse percebido, além disso, deverão ser mensurados dados antropométricos, valores de pressão arterial e frequência cardíaca em respouso. Baseando-se nestas avaliações os pacientes terão a sua estratificação de risco de acordo com as diretrizes do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), a Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardíaca e pela diretriz do American Heart Association (AHA) e definido o risco e a intensidade dos exercícios aeróbicos a prescrição do mesmo será realizada de maneira individual e personalizada, utilizando a fórmula de Karvonen. Após a conclusão do desenvolvimento do software, por meio deste serão avaliados 20 voluntários, de ambos os sexos, entre 35 a 60 anos que apresentem fatores de risco cardiovasculares, e para meios de comparação, estes mesmos voluntários serão reavaliados, pelos mesmos critérios, por outros dois profissionais especializados e com experiência na área de reabilitação cardiovascular, para realizar a avaliação de modo convencional, e assim, por meio da conclusão das avaliações, poderá firmar a possível efetividade da prescrição de exercício realizada pelo software. Para as comparações entre dados será realizada a escolha do teste estatístico mais adequado respeitando os pressupostos determinados pelos resultados, características e comportamentos das variáveis do estudo. Para todos os testes será adotado o nível de significância de 5 %.
Palavra-chave: frequência cardíaca, sedentarismo, hipertensão arterial, estresse emocional, obesidade, sobrepeso, qualidade de vida, tabagismo.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas houve no Brasil uma redução na mortalidade geral,
porém as DCV continuaram ocupando o 1º lugar nas maiores causas de morte
no Brasil 1. Essa redução da mortalidade por doenças do aparelho circulatório
(DApC), em escala mundial, deu-se pelo maior controle aos fatores de risco,
porém, recentes informações trazem dados preocupantes sobre esse assunto,
com estudos mostram a indicação da possibilidade de um novo estagio de
transição epidemiológica, ou seja, observa-se o aumento da prevalência de
fatores de risco, com exceção do tabagismo que apresenta queda na
prevalência, fato este que pode reverter o que foi observado nas anteriores
décadas, ou seja, há uma nova tendência ao aumento da mortalidade na faixa
etária de 35 a 44 anos de idade 1,2.
Dados do Vigetel (2003 a 2009), sistema de vigilância por telefone para
o Monitoramento de fatores de risco e proteção Doenças Crônicas, relatam um
aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil contribuindo
assim para o aumento de fatores de riscos cardiovasacular para esse período 3.
O estudo INTERHEART avaliou os fatores de risco (FR) para doenças
coronarianas em todo o mundo e observaram que nove FR estavam
diretamente associados em mais de 90% de risco de infarto do miocárdio 4.
Muitos são os fatores de risco que culminam em uma morbimortalidade
de impacto na população em geral. Um estudo realizado na região Sul do
Brasil, trouxe a tona fatores de risco, de importante impacto, para DCVs, sendo
estes a hipertensão arterial, o sobrepeso e a obesidade, perfil glicêmico e
lipídico, tabagismo, inatividade física e a idade 5.
Dentre os fatores de risco para DCVs hipertensão arterial (HA) tem papel
de destaque, considerada um problema mundial, uma vez que, está entre os
riscos globais de mortalidade, responsável por cerca de 9,4 milhões de mortes
pelo mundo em 2010. A sua prevalência em todos os grupos sociais é
semelhante, entretanto é menor em indivíduos com renda mais elevada. A HA
é um fator de risco importante quando se trata de DCV. A prevalência mundial
desse fator era de 25% em 2000 e sua estimativa para 2025 é de 29%, já na
população brasileira essa estimativa em 2013 foi de 21,4% 6.
Outro fator importante que pode desencadear as DCVs é o sobrepeso
ou a obesidade, que de acordo com a Vigitel, cerca de 52% dos brasileiros
estão acima do peso ou são obesos, sendo destes 56,5% homens e 49,1%
mulheres. Desde 2006, quando houve o primeiro Vigitel, até 2015, houve um
aumento considerável dessa prevalência, de 43% para 50,8%. Em associação
a esse fator de risco, estão ligados mais dois importantes, a dislipidemia e a
hiperglicemia, que tem aumentado nas ultimas décadas principalmente pelo
crescente aumento do sobrepeso e da obesidade 3,7.
O hábito de fumar, outro fator de risco grave mesmo hoje em baixa
prevalência, é um fator de risco de impacto ente os fatores de risco
cardiovasculares 8. Já inatividade física, apresenta um papel de destaque
dentro desses fatores mencionados, pois a mesma pode trazer como
consequência todos os outros acima citados, sendo estes muito prejudiciais à
saúde humana 9. A inatividade física principalmente tem se mostrado como um
fator de grande impacto para mudança na qualidade de vida e expectativa de
vida, sendo assim a inatividade física tem grande impacto dentro da nossa
sociedade atual.
O estilo de vida está diretamente relacionado aos fatores de risco
cardiovasculares e o sedentarismo pode ser constatado como fator de risco
para doenças cardiovasculares (FRC). O sedentarismo está relacionado como
os dos fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) o
que implica dizer que a inatividade física aumenta em 20% a 30% o risco de
mortalidade 10.
Por esses motivos, que a prática do exercício físico mostra-se
fundamental para melhora da qualidade de vida do indivíduo especialmente na
fase crônica, uma vez que um programa de exercício físico individualizado
promove adaptações fisiológicas alterando os aspectos morfofuncionais, dentre
eles o aumento do consumo máximo de oxigênio e a hipertrofia muscular,
atuando também na prevenção do FRC 10.
Uma forte interação tem ocorrido entre o setor científico e as atividades
inovadoras no setor da saúde. Os impactos econômicos diretos gerados pelas
atividades inovadoras, refletem na qualidade de vida da população 11.
Uma maneira eficiente e de alta reprodutibilidade é o desenvolvimentos
de software para uso em computadores e/ou tecnologia móvel, pois esta tem
se mostrado uma ferramenta de grande potencial na superação de barreiras ao
acesso a reabilitação cardíaca, melhorando o acesso as intervenções de
promoção à saúde, e influenciando comportamentos de saúde em tempo real 12, como há evidências na melhora da autogestão de medicamentos para o
controle glicêmico 13.
Além disso, o uso de aplicativos de saúde parece aumentar a motivação
para prática de exercícios físicos em populações saudáveis uma vez que esta
metodologia de intervenção tem demonstrado alto grau de aceitabilidade em
aumentar a frequência do exercício físico na perda de peso 14,15.
Por esse crescente aumento nos fatores de risco cardiovasculares
dentro do Brasil e do mundo, novas pesquisas devem ser desenvolvidas com
estratégias preventivas e inovadoras a fim de avaliar os indivíduos com fatores
de risco cardiovasculares e prescrever o seu treinamento de forma segura e
personalizada, além disso, sendo possível abranger o maior número de
participantes e aderência ao exercício, fato este, que poderá trazer grande
melhora na qualidade de vida dessa população.
2 OBJETIVO
Objetivo GeralDesenvolver e validar um software para avaliação física e prescrição do
exercício aeróbico para pacientes cardiopatas e ou portadores de fatores de
risco cardiovascular, de acordo com os critérios estabelecidos pelas principais
diretrizes nacionais e internacionais.
Objetivos EspecíficosIdentificação dos fatores de risco cardiovascular dos voluntários
baseando-se em questionários validados e publicados previamente.
Estratificar o risco cardiovascular e prescrever o exercício aeróbico
baseando-se nos fatores de risco encontrados e nos diagnósticos médicos e/ou
exames complementares prévios relatados pelos voluntários.
Armazenar as avaliações dos voluntários, sendo possível um
acompanhamento dessas reavaliações.
Validação da efetividade da prescrição do exercício aeróbico em
comparação dos métodos convencionais.
3 MATERIAIS E MÉTODOS Será desenvolvido um software de avaliação física e prescrição do
exercício aeróbico específico para a população de risco ou portadora de
doenças cardiovasculares, o qual será preenchido com informações quanto aos
fatores de risco cardiovascular e de informações sobre exames médicos
complementares, e assim definir a estratificação do risco e a intensidade da
prescrição do exercício aeróbico personalizado e seguro para a população
portadora de fatores de risco cardiovasculares.
Este software poderá ser aplicado para homens e mulheres acima de 18
anos, alfabetizados, que apresentem fatores de risco cardiovascular ou
problemas cardíacos já diagnosticados por seu médico cardiologista. Esse
software tem como finalidade principal gerar uma prescrição de exercício físico
aeróbico seguro e personalizado ao paciente.
3.1 Avaliações e características para preenchimento do software Inicialmente serão preenchidos dados pessoais do paciente, tais como:
nome, cor (branca, negra, amarela e mestiça), sexo, telefone e endereço para
contato, idade, profissão, nível de escolaridade, renda familiar, estado civil,
data inicial da avaliação, presença de diagnóstico médico prévio (Hipertensão
arterial sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DMS), doença arterial coronariana
(DAC), dislipidemia (DLP), acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência
renal (IR), doença vascular periférica (DVP) e medicações prescritas de uso
habitual, todas essas informações serão coletadas em formato de entrevista.
Em seguida o voluntário será questionado quanto aos seus hábitos de
vida para identificação dos fatores dos seguintes fatores de risco para doenças
cardiovasculares: obesidade, HAS, DLP, DM, nível de atividade física
(sedentarismo), estresse, tabagismo, história familiar positiva para doenças
cardiovasculares. Para evitar a subjetividade ou dúvida quanto a algum fator de
risco, as perguntas serão baseadas em questionários previamente validados e
algumas mensurações poderão ser realizadas para confirmação dos
resultados, abaixo a descrição de cada fator de risco.
Para caracterização da composição corporal serão preenchidas
variáveis como peso, altura, medida de pregas cutâneas e circunferências de
cintura abdome e quadril, essas medidas poderão ser informadas pelos
pacientes ou aferidas no dia da avaliação. Já para a pressão arterial será
considerados algum diagnóstico prévio de HAS feito pelo médico, mas caso
não haja, os valores serão aferidos no dia da avaliação pelo profissional
capacitado e orientado e este será considerado para preenchimento do
software.
Os valores de colesterol, triglicérides e glicemia que serão considerados
para o registro no software serão os resultados encontrados no último exame
laboratorial que o mesmo tenha realizado por indicação médica. A classificação
dos indivíduos, de acordo com o resultado da glicemia e dislipidemia serão
considerados os valores estabelecidos na sua respectiva diretriz mais recente e
específica para estas condições 16.
Para definição da história familiar positiva para doença artéria
coronariana, o voluntário será questionado quanto a presença de eventos de
doença arterial coronariana prematura com parente de primeiro grau, sendo
este masculino com idade < 55 anos ou feminino < 65 anos, de acordo com a
Diretriz de Prevenção Cardiovascular (2013) 16.
Por fim, para análise do nível de atividade física será considerado o
questionário Baecke 17, para identificação do nível de estresse o questionário
Escala de Estresse Percebido – 10 (EPS-10) 18, detalhados nos itens 3.1.2 e
3.1.3.
3.1.1 Avaliações antropométricasSerão mensuradas variáveis antropométricas como peso e altura, para
calculo do IMC, a perimetria do abdômen, cintura e quadril para calculo da
relação cintura e quadril, e por fim, as pregas cutâneas para quantificar a
gordura corporal. Para a variável peso, será utilizada uma balança digital
(Plenna®, Brasil) com capacidade máxima de 160 kg e resolução de 100
gramas, na qual o indivíduo será posicionado em pé no centro da plataforma da
balança, com os pés descalços e com os braços posicionados ao longo do
corpo.
Na avaliação da altura, que será mensurada em metros (m), será
utilizada uma fita métrica (Cescorf®, Brasil) com resolução de 0,1m que estará
fixada em parede lisa. O indivíduo será colocado em posição ortostática, com
os pés descalços e unidos, com a região occipital, cintura escapular, cintura
pélvica e a região posterior do calcanhar em contato com a parede e com a
cabeça permanecendo no plano horizontal de Frankfurt.
Calcular-se-á o IMC considerando a razão peso atual (kg) e o quadrado
da estatura (m²). Os pontos de corte propostos pela Associação Brasileira para
o Estudo da Obesidade (ABESO) 19 serão utilizados como critério de
diagnóstico do estado nutricional.
As perimetrias do abdome, cintura e quadril será realizada por uma fita
métrica (Sanny, Brasil) de capacidade de 150 cm, com precisão de 0,1 cm.
Para as medidas do abdome foram feitas em três locais diferentes: abdome
superior: 2,5 cm acima da cicatriz umbilical, abdome médio: fita sobre a cicatriz
umbilical e abdome inferior: 2,5 cm abaixo da cicatriz umbilical. Para a cintura
será considerado o local de menor circunferência abaixo do tórax e por fim, a
medida do quadril será realizada com as voluntárias com os pés juntos, e fita
posicionada sobre a sínfise púbica (anteriormente) e sobre a profusão máxima
dos glúteos (posteriormente) 20.
Para todas essas medidas de perimetrias, os voluntários estarão na
posição ortostática e a fita disposta ao redor do abdome ou quadril, de forma
justa, mas não apertada. O valor da relação cintura e quadril será obtido a
partir da divisão dos valores encontrados na região da cintura pelo quadril
(c/q)20. A RCQ será obtida pela divisão da medida da circunferência abdominal
pela medida do quadril. O resultado será avaliado segundo os valores
normativos da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo que, para
homens, é favorável < 1 e desfavorável ≥ 1,1 e para mulheres, favorável <0.85
e desfavorável ≥ 0,85 21.
Por meio de um adipômetro (Cescorf®, Brasil) serão verificadas as
dobras cutâneas peitoral, abdominal e coxa para homens e para mulheres
tríceps, supra ilíaca e coxa. Esses valores serão mensurados por três vezes
consecutivas rotacionalmente para a obtenção de valores mais fidedignos,
sendo a média desses valores considerada para análise 22.
Para assegurar a confiabilidade das medidas antropométricas, além de
seguir os critérios supracitados, alguns cuidados serão tomados: todas as
mensurações serão feitas por um único avaliador, treinado e capacitado; o
adipômetro utilizado estará adequadamente calibrado 20.
3.1.2 Análise do nível de atividade físicaPara avaliação da atividade física dentro dos últimos 12 meses, será
utilizado o questionário de Baecke de atividade física habitual (AFH) 17 o qual é
composto de 16 questões que abrangem três escores: 1) escore de atividades
físicas ocupacionais com oito questões, 2) escore de exercícios físicos no lazer
(EFL) com quatro questões, 3) escore de atividades físicas de lazer e
locomoção (ALL) com quatro questões 23.
Cada escore pode ter variação de 1 a 5 pontos, sendo uma variável
quantitativa adimensional. O cálculo da pontuação final será obtido pela
somatória dos valores médios encontrados em cada domínio AFO, EFL e ALL,
cujos os valores médios encontrados serão considerados para os cálculos de
acordo com Baecke et al. 17 e Florindo et al. 23.
A atividade física ocupacional (AFO) é avaliada pelas primeiras 8
questões. A questão 1 leva em conta o tipo de ocupação, classificada em três
níveis de gasto energético: leve (1), moderado (3) e vigoroso (5), baseando-se
nos valores apresentados no compêndio de atividades físicas de Ainsworth 24.
Para os aposentados ou licenciados, deve-se considerar uma segunda
atividade ocupacional, mas no caso de não existir uma segunda atividade,
recomenda-se adotar o escore 1,0. Por fim, para as atividades domésticas,
recomenda-se adotar o nível moderado. As questões 2 a 8 se referem às
atividades durante o trabalho e são bem objetivas e devem ser comparadas
fisicamente ao trabalho de outras pessoas próximas e da mesma idade 25.
A avaliação dos exercícios físicos no lazer (EFL) é investigada pela
prática dos exercícios físicos regulares (questão 9) envolvendo modalidades
específicas, divididas em três níveis intensidade, de acordo com o gasto
energético: leve, moderada e vigorosa, de acordo com o compêndio de
atividades físicas supracitado. Duração, a frequência (horas por semana e os
meses por ano) para cada atividade, e com base na intensidade, será
calculado um escore específico para essa questão. O escore engloba mais três
questões (10 a 12) referentes à comparação das atividades físicas no lazer
com pessoas da mesma idade 17,23-25.
Na avaliação das atividades de lazer e locomoção (ALL), as questões
referem-se às atividades de assistir à televisão (atividade sedentária),
caminhar, andar de bicicleta e uma última questão sobre os minutos por dia em
atividades de locomoção (caminhar ou uso de bicicleta para ir e voltar do
trabalho, escola ou compras). Assim, a determinação do escore total de AFH
(ET), somam-se os escores AFO, EFL e ALL. Para as questões que ficarem
sem respostas nas escalas, recomenda-se adotar o valor médio de todas as
questões do respectivo escore 17,23-25.
3.1.3 EstresseO nível de estresse será avaliado através da Escala de Estresse
Percebido – 10 (EPS-10) 18, esta por sua vez é composta de dez questões que
correlacionam acontecimentos e situações ocorridos nos últimos 30 dias com
escore de 0 (nunca) a 4 (muito frequente), em que o indivíduo assinala apenas
uma das alternativas. O escore total varia de 0 a 40, sendo que quanto maior a
pontuação, maior a percepção do estresse. Na sua versão em português, a
EPS-10 foi testada em amostras de adultos e idosos, demonstrando dados
satisfatórios de fidedignidade e validade, apresentando coeficiente de
consistência interna de 0,86 para adultos e 0,83 para idosos 18,26.
3.1.4 Avaliação da Pressão arterialA verificação da pressão arterial será por método indireto, por meio de
um estetoscópio e esfigmomanômetro aneróide fixado no braço esquerdo dos
voluntários. Os valores indicados serão registrados em fichas individuais
juntamente com as outras variáveis avaliadas. Para evitar erros na
determinação da pressão arterial tais medidas serão realizadas por um único
avaliador e os voluntários ficarão sentados em repouso por pelo menos 5
minutos antes da verificação. Serão feitas três aferições com intervalo de 1
minuto entre elas. O valor de PA considerado será a média das duas últimas
aferições, conforme as recomendações de mensuração em consultório
contidas na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão 27.
3.2 Estratificação de risco Após as avaliações físicas, os pacientes serão classificados de acordo
com seu risco cardiovascular baseado nas informações colhidas supracitadas e
também a partir dos exames complementares solicitados por seu cardiologista
responsável, do último ano, que os pacientes trouxerem na avaliação.
Caso o paciente não tenha exames complementares, serão avaliados a
partir das características avaliadas neste estudo e assim serão classificados
pelo protocolo de avaliação do American College of Sports Medicine (ACSM) 28.
Ao contrário se o paciente já tiver realizado um teste ergométrico de esforço e
um ecocardiograma, esses exames serão utilizados para a estratificação desse
risco e poderá ser realizado segundo a Diretriz de Reabilitação Cardíaca (DRC) 29 ou pelo protocolo da American Heart Association (AHA) 30.
O protocolo ACSM tem como característica a simplicidade dos critérios
de estratificação de risco. A faixa de risco e a intensidade do treinamento do
serão determinadas de acordo com as características apresentadas pelo
indivíduo. Segundo a diretriz o fator de risco negativo (colesterol HDL sérico
alto) elimina um fator de risco positivo, portanto o indivíduo classificado na faixa
de risco moderado por apresentar 3 fatores de risco positivos pode ser
reclassificado para a faixa de baixo risco, mas deve-se fazer uma análise
detalhada da história clínica e familiar, exames laboratoriais e avaliação física
para definir em qual faixa de risco é a mais adequada para cada indivíduo.
De acordo com o protocolo de estratificação de risco do ACSM 28 a
classificação de baixo, moderado e alto risco é utilizado como critérios a
presença de fatores de risco, sinais e sintomas, doenças respiratórias,
cardiovasculares e metabólicas. Resultados de exames complementares não
são questionados para a estratificação.
Utilizando a DRC 29 tem como parâmetro a utilização de teste de esforço
máximo como método de estratificação de risco para os indivíduos que
sofreram Infarto Agudo do Miocárdio. São observados também sinais e
sintomas de insuficiência cardíaca congestiva em indivíduos de alto risco.
Nesta Diretriz os pacientes de baixo risco cardiovascular devem ser avaliados a
cada ano, enquanto aqueles de risco moderado e alto devem ser avaliados a
cada seis meses ou caso haja alguma modificação clínica.
Já na Diretriz AHA 30, utiliza principalmente sintoma ou presença de
doença cardíaca, fatores de risco e teste ergométrico para a estratificação de
risco. Os indivíduos com capacidade funcional < 6 MET e FE < 30% são
considerados alto risco. Neste protocolo de avaliação os pacientes podem ser
classificados em indivíduos em classes (A, B, C e D) de risco. Os indivíduos na
classe A não apresentam restrições para a prática de exercício, já para os
indivíduos inseridos na classe B, C e D as atividades devem ser
individualizadas com supervisão e monitoramento 30,31.
3.3 Prescrição do exercício físicoA frequência cardíaca máxima (FCmax) será obtida de acordo com a
recomendação do ACSM para prescrição da intensidade do exercício (220 –
idade) 28. Em seguida será determinada a intensidade do treinamento de
acordo com a estratificação de risco do paciente 28,31. E para calculo da zona
alvo de treinamento será utilizada a equação proposta por Karvonen et al 32.
3.4 Validação do softwareNo processo de desenvolvimento e garantia de qualidade do software, a
validação feita inicialmente foi a face a face, comparando o desempenho do
sistema em relação ao desempenho humano, por meio de uma comparação
quali-quantitativa33,34. Assim, após a avaliação do software estes mesmos
voluntários serão reavaliados, pelos mesmos critérios, por outros dois
profissionais especializados e com experiência na área de reabilitação
cardiovascular, para realizar a avaliação de modo convencional, e assim, por
meio da conclusão das avaliações, poderá firmar a possível efetividade da
prescrição de exercício.
Análise EstatísticaApós a finalização do software será utilizado um banco de dados para a
caracterização da população e para isso será utilizado o método estatístico
descritivo e os resultados serão apresentados com valores de médias, erros e
desvios padrão, percentuais e números absolutos. Além disso, se houverem
comparações entre variáveis, estes serão selecionados respeitando os
pressupostos pelos resultados, características e comportamentos das variáveis
do estudo. Para todos os testes será adotado o nível de significância de 5%.
4 CRONOGRAMAESPECIFICAÇÃO DAS
ETAPAS ANO: 2018 ANO: 2019
A S O N D J F M A M J J A S O N D JREVISÃO
BIBLIOGRÁFICA X X X X X X X X X X X X
PROJETO X X X X XAVALIAÇÃO DO
PROJETO X X
DESENVOLVIMENTO DO SOFTWARE X X X
ANÁLISE DOS DADOS X X X X XDISCUSSÃO DOS
DADOS X X X X X
FINALIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO X X X X
SUBMISSÃO DOS ARTIGOS X X X X
5 RECURSOS FINANCEIROSInstituição possui os materiais permanentes para a realização desta
pesquisa.
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