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Catálogo Português de Análises de Laboratório V4.1, 25-06-2021 As cópias impressas não assinadas representam versões não controladas. Este trabalho não pode ser reproduzido ou divulgado, na íntegra ou em parte, a terceiros nem utilizado para outros fins que não aqueles para que foi fornecido sem a autorização escrita prévia ou, se alguma parte do mesmo for fornecida por virtude de um contrato com terceiros, segundo autorização expressa de acordo com esse contrato. Todos os outros direitos e marcas são reconhecidos.

Catálogo Português de Análises de Laboratório

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Page 1: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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Catálogo Português de Análises de Laboratório

V4.1, 25-06-2021

As cópias impressas não assinadas representam versões não controladas.

Este trabalho não pode ser reproduzido ou divulgado, na íntegra ou em parte, a terceiros nem utilizado para outros fins que não

aqueles para que foi fornecido sem a autorização escrita prévia ou, se alguma parte do mesmo for fornecida por virtude de um

contrato com terceiros, segundo autorização expressa de acordo com esse contrato. Todos os outros direitos e marcas são

reconhecidos.

Page 2: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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Ficha Técnica

CONTROLO DE VERSÕES

VERSÃO DATA ESTADO RESPONSÁVEL ALTERAÇÕES

V0.1 21-12-2015 Draft CTC, ACSS, DGS Versão inicial

V1.0 13-09-2016 Publicado CTC Consulta Pública

V1.1 05-04-2017 Publicado CTC Versão com atualizações de códigos e descrições

LOINC

V1.2 29-05-2018 Publicado CTC Versão com nova atualização de códigos e

descrições LOINC

V1.3 28-08-2019 Publicado CTC Versão com nova atualização de códigos e

descrições LOINC

V2.0 28-11-2019 Publicado CTC Versão com totalidade dos códigos SNS de patologia

clínica e respetivo mapeamento com códigos e

descrições LOINC.

V3.0 23-04-2020 Publicado CTC Versão com adição de termos relativos às análises

laboratoriais COVID-19.

V4.0 25-11-2020 Publicado CTC Consulta Pública

V4.0 10-12-2020 Publicado CTC Publicação da versão 4.0 alvo de Consulta Pública

V4.1 25/06/2021 Draft CTC Adição do value set "Specimen".

Page 3: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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CONTRIBUTOS RECEBIDOS

VERSÃO ENTIDADES

V1.0 ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

Colégio de Patologia Clínica - Ordem dos Médicos

Maxdata – Softwares Clínicos

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), EPE

Direção-Geral da Saúde (DGS)

V2.0

V3.0 ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), EPE

Direção-Geral da Saúde (DGS)

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)

V4.0 Centro de Terminologias Clínicas (CTC)

Direção-Geral da Saúde (DGS)

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)

ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

Page 4: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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Índice

1 Acrónimos e Definições .............................................................................................. 5

2 Glossário ................................................................................................................... 6

3 Quadro Síntese .......................................................................................................... 7

4 Preâmbulo ................................................................................................................. 8

4.1 CPAL e a Normalização da Informação ........................................................................... 8

5 Sistema de Codificação Utilizado .............................................................................. 10

5.1 Logical Observation Indentifiers Names and Codes (LOINC) ................................................ 10

5.2 Systematized Nomenclature of Medicine Clinical Terms (SNOMED CT) ............................... 11

6 Metodologia adotada na Criação do CPAL ............................................................... 12

7 Modelo de Informação do CPAL ............................................................................... 15

7.1 Estrutura de Registo do CPAL ....................................................................................... 16

7.1.1 Patologia Clínica ....................................................................................................... 16

7.1.2 Testes – Microbiologia .............................................................................................. 17

7.1.3 Resultado – Microbiologia ......................................................................................... 17

7.1.4 Microrganismos ....................................................................................................... 17

7.1.5 Antibióticos .............................................................................................................. 18

7.1.6 Espécime ................................................................................................................. 18

8 Atualização e Manutenção ...................................................................................... 19

8.1 Atualização CPAL Versão 4.1 ........................................................................................ 19

8.2 Política de Versionamento ........................................................................................... 19

9 Referências Bibliográficas ........................................................................................ 20

Page 5: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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1 Acrónimos e Definições

Neste documento, aplicam-se os seguintes acrónimos (Tabela 1):

Tabela 1 - Acrónimos

SIGLA DEFINIÇÃO

ACSS Administração Central do Sistema de Saúde, I.P.

CTC Centro de Terminologias Clínicas

CAIC Comissão de Acompanhamento da Informatização Clínica

CPAL Catálogo Português de Análises de Laboratório

DGS Direção-Geral da Saúde

IFCC International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine

INSA Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

SNOMED CT Systematized Nomenclature of Medicine Clinical Terms

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

LOINC Logical Observation Identifiers Names and Codes

RELMA Regenstrief LOINC Mapping Assistant

U.C. Unidades Convencionais

S.I. Sistema Internacional

SNS Serviço Nacional de Saúde

SS Serviço de Saúde

SPMS Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E.P.E.

Page 6: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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2 Glossário Tabela 2 - Glossário

TERMO DEFINIÇÃO

Classificação Organização de conceitos em grupos (classes), geralmente resulta num sistema hierárquico

de conceitos, que tem por base estruturar informação de uma determinada área.

Conjunto de termos -

Value set

Conjunto de termos ou designações com os respetivos códigos, do mesmo âmbito de

especificação. Permite estruturar a informação de uma determinada área.

Interoperabilidade

Semântica

Recurso do Sistema de Informação que garante a partilha de informação (dados) entre os

diferentes sistemas, sem que esta perca a sua qualidade, mantendo os dados inalterados

aquando a partilha.

Meios Complementares

de Diagnóstico e

Terapêutica

Os Exames Complementares de Diagnóstico e Terapêutica destinam-se a complementar o

exame feito pelo clínico, de modo a melhor poder elaborar um diagnóstico e fazer um plano

terapêutico.

Patologia Clínica

A Patologia Clínica é uma Especialidade Médica basilar e transversal a todas as

especialidades Médicas. Suporta mais de 70% dos atos Médicos estando presente na

prevenção, diagnóstico, prognóstico até à terapêutica e monitorização da doença. A

Patologia Clínica é a especialidade médica responsável pelas análises clínicas.

Sistema de

Codificação

Um Sistema de Codificação representa um conjunto de conceitos utilizando identificadores

de conceitos curtos para caracterizar os conceitos que fazem parte do sistema em questão;

Define um conjunto de códigos de conceito exclusivos. Exemplos de sistemas de

codificação: ICD-10, LOINC e SNOMED.

Terminologia

Lista de palavras que contêm informações terminológicas. Um termo pode ter associado a

si uma descrição e um código, e serve para representar algo específico numa determinada

área. Um termo pode ser uma palavra, uma parte de uma palavra ou uma frase. A

terminologia pode conter um conjunto de termos que representem diferentes áreas.

CARD

A cardinalidade é fundamental na definição de um modelo de informação, definindo a

relação existente entre os diferentes atributos que o constituem. Assim, pode variar de

acordo com os contextos definidos. Nas situações cujas classes e atributos apresentam

cardinalidade 0..1 ou 0..* significa que pode existir, ou não, um ou vários registos de

informação deste conjunto, respetivamente. Nas situações cujas classes e atributos

apresentam cardinalidade 1..1 ou 1..* significa que existe pelo menos um ou vários registos

de informação deste conjunto, respetivamente.

Page 7: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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3 Quadro Síntese

Tabela 3 – Quadro Síntese do Catálogo Português de Análises de Laboratório.

DEFINIÇÃO

Designação Catálogo Português de Análises de Laboratório

Sigla CPAL

Objetivo

Necessidade da informatização e normalização semântica da informação

na área das análises clínicas. Pretende-se estabelecer uma estrutura de

registo das análises clínicas para os sistemas de informação da saúde.

Entidade(s) que solicita(m) ACSS

Entidade(s) responsável (eis)

pela elaboração Centro de Terminologias Clínicas

Owner do Catálogo ACSS

Utilizadores Profissionais de Saúde

Sistemas de Informação Solução de Gestão de Laboratório, Solução de Registo de Saúde Eletrónico

Catálogo Base Tabelas de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica - Tabela

de Patologia Clínica

Sistema de Codificação SNOMED CT e LOINC

Versões e Datas

Versão 1.0 – 13/09/2016;

Versão 1.1 – 07/04/2017;

Versão 1.2 – 29/05/2018;

Versão 1.3 – 28/08/2019;

Versão 2.0 – 28/11/2019;

Versão 3.0 – 23/11/2019;

Versão 4.0 – 10/12/2020;

Versão 4.1 – 25/06/2021.

Racional

Normalização dos pedidos, resultados das análises laboratoriais e

unidades expressão dos mesmos. A unificação da linguagem das análises

laboratoriais permitirá a diminuição do número de erros e a partilha de

informação transfronteiriça contribuindo para a segurança dos doentes

num mundo que hoje é global.

Page 8: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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4 Preâmbulo

No âmbito da área da semântica e informatização no sector da saúde, é necessário a adoção de

estratégias para promover a interoperabilidade semântica entre os diferentes sistemas de informação

e garantir o registo de dados uniformizado e padronizado.

O registo de informação inerente ao contexto das análises clínicas foi considerado um aspeto

crítico quanto à prestação de cuidados de saúde, uma vez que permite ao profissional de saúde avaliar

o quadro clínico do utente e realizar um diagnóstico e/ou terapêutica adequado à situação. Assim, os

profissionais de saúde, bem como os sistemas informáticos, têm acesso a uma linguagem uniformizada,

facilitando a prática comum e a padronização do registo clínico.

A qualidade da informação de saúde que é partilhada resulta, em grande parte, da sua

estrutura de registo. Um conteúdo adequado, pertinente e estruturado, que vá de encontro às

necessidades da prática clínica do dia-a-dia dos profissionais de saúde, garante a otimização das suas

competências e capacidades. A uniformização da informação contribui para uma menorização de erros,

criando oportunidades para a melhoria da segurança do registo e análise dos dados e também uma

melhoria na prestação de cuidados de saúde ao utente.

O Catálogo Português de Analises de Laboratório (CPAL) tem como objetivo estabelecer uma

estrutura única e normalizada para o registo das análises clínicas nas aplicações informáticas do Sistema

de Saúde em Portugal, procedendo à correspondência entre as análises clinicas previstas na Tabela de

Patologia Clinica do Anexo IV (Tabelas de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica) da

Tabela de Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde e a terminologia

internacional adotada.

4.1 CPAL e a Normalização da Informação

Com a implementação do CPAL para o registo das análises clínicas, são documentadas vantagens

a nível da qualidade de informação registada, uma vez que qualquer profissional de saúde regista de

acordo com a tabela uniformizada, evitando ambiguidade ou duplicação de descrições. A estrutura da

informação inerente ao CPAL possibilita profissional o registo e/ou consulta de exames relativos a

análises clínicas através de portais para uso do mesmo. Esta informação pode ser visualizada pelo

próprio utente e disponibilizada aos profissionais de saúde. É essencial que a informação sobre a

requisição e resultados de análises clínicas exista no registo de dados clínicos de cada cidadão, ficando

assim facilmente acessível ao profissional de saúde, quer em situações de emergência, quer durante

qualquer ato clínico em que exista a necessidade de acompanhamento do quadro clínico do próprio

utente.

Page 9: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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A informação obtida através da adoção e utilização do CPAL é capaz de sustentar a realização de

estudos de base populacional relativamente ao âmbito da Patologia Clínica, facilitando uma tomada de

decisão esclarecida tanto neste domínio como no da Saúde Pública. É garantida a segurança e a

qualidade dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos, contribuindo-se adicionalmente para a

melhoria das condições da prática clínica entre os profissionais.

Os Sistemas de Informação do Serviço de Saúde, através da adoção do CPAL, são capazes de

importar os dados que dizem respeito às análises clínicas e integrá-los no processo do doente, desde

que os mesmos incluam a possibilidade de manter códigos LOINC nos seus Sistemas. Do mesmo modo,

os hospitais também serão capazes de partilhar os resultados com os médicos assistentes, em qualquer

que seja a unidade de saúde pública ou privada (de forma bidirecional). Assim, os diferentes value sets

que constituem o CPAL permitem a interoperabilidade semântica nos diferentes Sistemas de

Informação da Saúde em Portugal.

Na primeira versão do Catálogo Português de Analises de Laboratório, foram comtempladas as

tabelas de Hematologia, Microbiologia, Bioquímica e Imunologia, previstas na Tabela de Patologia

Clinica do Anexo IV (Tabelas de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica) da Tabela de

Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde. Nesta primeira versão

mapeou-se os termos das tabelas referidas, com os códigos e descrições da Classificação Internacional

LOINC. Com a atualização do Catálogo para a segunda versão, foram adicionadas as tabelas de

Bioquímica, Genética e Hemóstase e completadas as restantes tabelas já existentes na primeira versão,

com os termos que estavam em falta e procedeu-se ao respetivo mapeamento LOINC.

Na terceira versão do CPAL, e devido à situação pandémica que os países atravessavam devido à

doença COVID-19, estabeleceu-se um conjunto de códigos, devidamente mapeamentos com a

Classificação LOINC, de análises laboratoriais para diagnosticar a presença ou ausência do novo

coronavírus no organismo humano.

A quarta versão do CPAL, constitui uma melhoria à versão anterior, possibilitando não só o

controlo de versionamento como também a inclusão de novos termos que dão resposta a necessidades

do dia a dia da prática clínica em Portugal. A esta versão foi, posteriormente, adicionado um novo value

set, que diz respeito à área dos Espécimes, tendo por base a terminologia SNOMED CT.

Page 10: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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5 Sistema de Codificação Utilizado 5.1 Logical Observation Indentifiers Names and Codes (LOINC)

Antes de 1994, não existia nenhum sistema de código universal pré-coordenado para a

classificação de testes laboratoriais, embora já tivesse havido, neste âmbito, um considerável trabalho

dentro de organizações como o IFCC (International Federation of Clinical Chemistry and Laboratory

Medicine), ou o IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry).

Neste contexto, um grupo de investigadores reuniu-se em Indianápolis, no Regenstrief Institute,

para iniciar o desenvolvimento de um sistema, que denominaram de sistema de código de

identificadores LOINC. Na primavera de 1995, foi publicada a primeira versão, que incluiu um manual

de utilização de 70 páginas, bem como identificadores e nomes para mais de 6000 resultados de testes

laboratoriais.

Após o primeiro lançamento do LOINC, o Regenstrief Institute já publicou a segunda versão da

classificação. Esta classificação sofre atualizações sempre que considerado pertinente, adaptando-se à

realidade e necessidade da evolução na saúde. Foi desenvolvido e aperfeiçoado um programa de

navegação livre, o RELMA (Regenstrief LOINC Mapping Assistant), privilegiando a adoção e crescimento

do sistema de codificação LOINC. (LOINC from Regenstrief, s.d.)

Os códigos LOINC têm vindo a ser utilizados por laboratórios de referência e agências federais

americanas. Foram adotados também na Suíça, Hong Kong, Austrália e Canadá, e pelos padrões

nacionais da organização alemã Deutsches Institut für Normung.

A IHE (Integrating the Healthcare Enterprise) e a HL7 (Health Level Seven International), utilizam

o LOINC para a partilha entre Sistemas de Informação dos resultados, para as redes de cuidados de

saúde adequados.

O LOINC inclui parâmetros padronizados para diferentes tipos de observações e medições - ou

doseamentos - que permitem a troca e agregação de dados eletrónicos de saúde de muitos sistemas

independentes.

Os códigos LOINC não contêm qualquer significado embutido, e nunca são reutilizados ou

eliminados. Se um termo LOINC for identificado como uma duplicação de um registo previamente

inserido, será marcado como "obsoleto", mas não removido.

Este sistema é recomendado pela American Clinical Laboratory Association e pelo College of

American Pathologists, tendo sido também o sistema indicado pela União Europeia para o projeto X-

Border.

Page 11: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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5.2 Systematized Nomenclature of Medicine Clinical Terms (SNOMED CT)

O SNOMED CT é uma Terminologia Clínica internacional e multilinguística usada em mais de 50

países, cuja língua oficial é o Inglês (EUA). Esta terminologia é gerida pela SNOMED International, uma

empresa sediada no Reino Unido e sem fins lucrativos, à qual pertencem atualmente 50 países. O

conteúdo do SNOMED CT contempla mais de 400 mil termos, abrangendo contextos diversos, desde

diagnósticos até procedimentos, e conceitos administrativos. A SPMS adquiriu a licença para o uso do

SNOMED CT, em território Nacional, desde janeiro de 2014. (SNOMED CT, 2018)

O SNOMED CT permite o registo da informação num processo clínico eletrónico, abrangendo

diversos contextos, desde sinais e sintomas de doenças até ao contexto social, administrativo, entre

outros. É muito próxima da linguagem clínica natural de cada país, permitindo captar os diferentes

dialetos e idiomas usados pelos clínicos, mantendo um código único. (SNOMED CT, 2018)

A terminologia está organizada em conceitos, interrelacionáveis entre si, permitindo refinar e

detalhar cada vez mais a informação clínica. Esta funcionalidade permite aumentar o detalhe e

consequentemente a qualidade dos dados inseridos, promovendo a partilha e recolha eficazes da

informação clínica. (SNOMED CT, 2018)

Esta terminologia constitui um vocabulário controlado que se aproxima do vocabulário clínico

utilizado pelos profissionais de saúde na prática clínica. É necessário efetuar a tradução para língua

portuguesa, permitindo uniformizar os diferentes dialetos e regionalismos, facilitando a introdução de

dados no registo clínico eletrónico. Com base neste vocabulário é também possível efetuar um registo

mais detalhado e ajustado ao utente ou a uma situação clínica que se pretende registar. (SNOMED CT,

2018)

Page 12: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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6 Metodologia adotada na Criação do CPAL

Foram identificados e sistematizados os MCDT da Patologia Clínica, previstas na Tabela de

Patologia Clínica do Anexo IV (Tabelas de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica) da

Tabela de Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde, e identificadas as

especialidades laboratoriais que contemplam conjuntos de termos nas áreas de: Bioquímica,

Hematologia, Hemostase, Imunologia, Citometria de Fluxo, Microbiologia,

Imunohemoterapia/Medicina Transfusional. Posteriormente, realizou-se o mapeamento entre o

código nacional e o sistema de codificação LOINC, para cada termo.

Cada termo tem associado a si um código LOINC Pedido que corresponde à requisição do MCDT

constante na tabela da Portaria, que por sua vez tem um código LOINC Resultado associado, que

corresponde ao resultado do MCDT requisitado. Em algumas situações o código LOINC pedido e código

LOINC resultado são o mesmo, contudo noutras situações o código LOINC pedido pode corresponder a

vários códigos LOINC resultados, dependendo do tipo de observações pretendidas para contexto

identificado.

Para a construção do Catálogo Português de Análises de Laboratório foi utilizada como tabela e

método de referência a estrutura semântica apresentada na tabela 4 (página seguinte), para o value

set de Patologia Clínica, ou seja, para os MCDT que dizem respeito às análises laboratoriais. Para a

construção dos restantes value sets que completam o Catálogo, foi utilizada como tabela e método de

referência a estrutura semântica apresentada na tabela 5 (página seguinte).

Page 13: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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Tabela 4 - Estrutura semântica do value set Clinical Pathology do Catálogo Português de Análises de Laboratório.

Code SNS| Código SNS

Code Conv. | Código Conv.

Long Common Name OM/SNS/Convencionados | Termo de Preferência OM/SNS/Convencionados

Code LOINC | Código LOINC Pedido

Preferred Term (PT) PT | Termo de Preferência PT

Code LOINC | Código LOINC Resultado

Preferred Term (PT) PT | Termo de Preferência PT

Synonym 1 | Sinónimo 1

Units | Unidades

Identificador nacional do conceito, expresso através de um número com 5 caracteres.

Identificador nacional do conceito, no âmbito dos convencionados expresso através de um número até 6 caracteres.

Termo utilizado na Tabela Nacional Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde, para a requisição de MCDT de Patologia Clínica.

Código LOINC - Identificador do conceito para o pedido de MCTD, expresso através de um número entre 5 e 7 carateres.

Termo Preferido e que deve ser utilizado para registo, que descreve o código LOINC pedido.

Código LOINC - Identificador do conceito para o resultado de MCTD, expresso através de um número entre 5 e 7 carateres.

Termo Preferido e que deve ser utilizado para registo, que descreve o código LOINC resultado.

Termo semelhante ao Termo Preferido, difere maioritariamente por ser um termo abreviado.

Unidades de medida em que são expressos os resultados do MCDT descrito. Está caracterizado com base na informação associada ao código LOINC resultado.

Tabela 5 - Estrutura semântica dos restantes value sets do Catálogo Português de Análises de Laboratório .

Code SNOMED CT/LOINC |

Código SNOMED CT/LOINC

Fully Specified Name (FSN) EN |

Termo Totalmente Especificado EN

Preferred Term (PT) EN |

Termo de Preferência EN

Preferred Term (PT) PT |

Termo de Preferência PT Synonym 1 | Sinónimo 1

Código SNOMED CT - Identificador do

conceito, expresso através de um

número entre 8 e 18 carateres.

Código LOINC - Identificador do

conceito expresso através de um

número entre 5 e 7 carateres.

Fully Specified Name, o nome do

conceito, em língua inglesa, ligado ao

identificador, com especificação da

área semântica.

Termo Preferido em Inglês,

semelhante ao Fully Specified

Name mas sem a

especificação da área

semântica.

Termo Preferido traduzido

para Português, e que deve

ser utilizado para registo

Termo semelhante, com o

mesmo significado que o

Termo Preferido.

Page 14: Catálogo Português de Análises de Laboratório

Página 14 de 20

Para a construção da 1ª versão do CPAL foi constituído um grupo de trabalho, composto por

médicos especialistas em Patologia Clínica. O trabalho realizado foi acompanhado por este grupo, que

contribuiu com o seu conhecimento na área, de forma a ser possível a elaboração do presente catálogo.

Foram também realizadas reuniões de acompanhamento do projeto com entidades privadas de

software clínico no campo das análises de laboratório.

Todas as diligências efetuadas tiveram como objetivo principal a obtenção de validação do

trabalho em desenvolvimento, assim como, a partilha de conhecimentos/técnicas na área, visando a

obtenção dos melhores resultados. Sempre que necessário foi consultado o Regenstrief Institute. Este

processo de pesquisa foi suportado por uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto Regenstrief – o

RELMA, disponibilizada gratuitamente no site da organização dedicado ao LOINC.

Cada termo da Tabela de Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de

Saúde foi desdobrado nos produtos onde a respetiva análise pode ser realizada, obtendo-se desta

forma uma tabela que pode ser utilizada para a emissão eletrónica de pedidos/requisições e obtenção

de resultados. As descrições que possuem mais do que um código LOINC para o resultado (como por

exemplo no caso do Hemograma) são desdobrados nos respetivos resultados (código e descrição)

obtendo-se uma tabela final.

Aquando a elaboração do CPAL, o sistema de classificação LOINC não estava suficientemente

desenvolvido no campo da codificação e identificação de microorganismos, não sendo possível

responder a algumas das necessidades deste value set. Assim, optou-se pelo uso da terminologia

internacional SNOMED CT para codificar a área da microbiologia, como é exemplo os microorganismos

e testes de sensibilidade.

Relativamente à segunda versão do CPAL, esta continua a ter por base a Tabela de Preços das

Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde. De acordo com a informação constante

nesta Tabela de Preços, adicionou-se os códigos em falta e mapeou-se com os códigos e descrições

LOINC correspondentes para todos os casos possíveis.

A terceira versão do CPAL diz respeito à adição, devido à situação pandémica provocada pelo

novo coronavírus, de um grupo de códigos para análises laboratoriais relacionadas com a doença

COVID-19.

O CPAL versão 4.1 contempla dois campos destinados à rastreabilidade do versionamento, ou

seja, um campo para a data da versão e outro campo que designa o tipo de alteração realizada ao termo

em questão. O modelo de informação foi de igual forma refinado, bem como viu melhorada a sua

descrição, por forma a representar uma referência sólida de apoio à implementação (recolha,

persistência e comunicação) dos registos de análises laboratorias.

Page 15: Catálogo Português de Análises de Laboratório

Página 15 de 20

7 Modelo de Informação do CPAL

A estrutura de registo do Catálogo Português de Análises de Laboratório está centrada na

caracterização do registo de MCDT de Patologia Clínica de acordo com a realidade da prática clínica em

Portugal.

O registo clínico associado ao CPAL encontra-se estruturado em seis Value Sets (dimensões de

informação), apresentado na figura 1.

Figura 1 – Estrutura Catálogo Português de Análises de Laboratório.

Adicionalmente, o registo clínico deve passar pela identificação dos elementos de informação

apresentados na figura 1, sempre que necessário e de acordo com o âmbito em questão.

A recolha da informação ocorre de acordo com a especificação descrita no modelo de

informação do CPAL, respeitando o sistema de codificação indicado para a cada uma das dimensões de

informação.

Na tabela 6, encontram-se descritos os seis value sets que constituem o CPAL que suportam o

registo da informação no âmbito do processo do registo eletrónico do utente. A caracterização de cada

value set é composta pela definição do próprio atributo, pelo sistema de codificação e pela identificação

da cardinalidade, por exemplo a obrigatoriedade ou não do seu registo.

Page 16: Catálogo Português de Análises de Laboratório

Página 16 de 20

Tabela 6 - Estrutura da Informação Catálogo Português de Análises de Laboratório.

CATÁLOGO PORTUGUÊS DE ANÁLISES DE LABORATÓRIO

ATRIBUTO CARD DEFINIÇÃO SISTEMA DE CODIFICAÇÃO

Patologia Clínica

[Tabela Clinical Pathology

do CPAL]

1..*

Identifica os diferentes tipos de

pedidos e resultados, associados aos

MCDT de Patologia Clínica, de uma

determinada análise laboratorial

LOINC

Testes – Microbiologia

[Tabela Microbiology - Tests

do CPAL]

0..1

Identifica os diferentes tipos de

testes que podem ser realizados para

obter conhecimento quanto à

sensibilidade a determinado

microrganismo

SNOMED CT

Resultado – Microbiologia

[Tabela Microbiology -

Outcome do CPAL]

0..1

Identifica o resultado ou estado

necessário para classificar o

resultado da ao teste realizado a

determinado organismo

SNOMED CT

Microrganismos

[Tabela Microorganism do

CPAL]

0..*

Identifica os diferentes tipos de

microrganismos SNOMED CT

Antibióticos

[Tabela Antibiotics do CPAL] 0..*

Identifica os diferentes tipos de

antibióticos que poderão ser alvo de

um Teste de Sensibilidade

LOINC

Espécime

[Tabela Specimen do CPAL] 0..1

Identifica os diferentes tipos de

espécimes existentes para as

diferentes colheitas possíveis de

realizar

SNOMED CT

7.1 Estrutura de Registo do CPAL

7.1.1 Patologia Clínica O registo do MCDT de determinada análise clínica, tanto a requisição como o resultado da

mesma, consiste num conjunto de termos que caracterizam tanto o pedido como o resultado do MCDT

requisitado.

A Tabela de Preços das Instituições e Serviços Integrados no Serviço Nacional de Saúde inclui,

além do Código do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os códigos referentes às prescrições efetuadas em

ambiente privado, com convenções estabelecidas com o SNS, comummente denominados

Page 17: Catálogo Português de Análises de Laboratório

Página 17 de 20

“convencionados”. Cada código SNS e Convencionado está mapeado, respetivamente, com códigos

LOINC tanto para pedidos como para resultados dos MCDT de Patologia Clínica.

Na grande maioria dos termos, o código de pedido e de resultado são idênticos, a exceção

acontece para os “painéis”. Quando se trata de um “perfil” ou “painel”, tal como o Hemograma, existe

um código de pedido (agregador) que se desdobra em N códigos de resultado, correspondentes aos

parâmetros analisados.

Relativamente às unidades associadas aos resultados destes MCDT, estas são apresentadas

segundo o Sistema Internacional e de acordo com a Classificação Internacional LOINC. No futuro,

pretende-se que exista um value set para o âmbito das unidades e este estará num Catálogo próprio

que sirva de apoio ao registo de informação clínica.

Este value set, de acordo com a realidade da Tabela de Preços dos MCDT de Patologia Clínica,

está organizado por grandes grupos que correspondem a um conjunto de termos, como: Bioquímica,

Hematologia, Hemostase, Imunologia, Citometria de Fluxo, Microbiologia,

Imunohemoterapia/Medicina Transfusional, COVID-19.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Clinical Pathology.

7.1.2 Testes – Microbiologia O registo dos testes que podem ser realizados no âmbito do conhecimento da sensibilidade a

determinado organismo, consiste num conjunto de termos que caracterizam estes mesmos testes.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Microbiology - Tests.

7.1.3 Resultado – Microbiologia O registo dos testes que podem ser realizados no âmbito do conhecimento da sensibilidade a

determinado organismo prossupõem um resultado associado. Como tal, os resultados possíveis estão

contemplados num conjunto de termos que os caracterizam. Este value set serve de suporte ao registo

clínico, não fazendo parte do CPAL, ou seja, surge no Catálogo de forma a que os Sistemas de

Informação possam uniformizar a informação relativa aos resultados. No futuro, o value set Outcome

estará num Catálogo próprio que sirva de apoio ao registo de informação clínica.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Microbiology - Outcome.

7.1.4 Microrganismos O registo dos microrganismos serve o propósito da necessidade de identificação do organismo

quando existe o pedido de análise de um parâmetro microbiológico, e os testes realizados têm como

resultado “positivo” ou “presente” para a presença de microrganismo(s), sendo impreterível recorrer

ao value set de Microrganismos.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Microorganism.

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7.1.5 Antibióticos O registo dos antibióticos que podem ser identificados ou caracterizados no âmbito da área da

Microbiologia.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Antibiotics.

7.1.6 Espécime O registo dos espécimes que podem ser identificadas ou caracterizados no âmbito da área das

colheitas biológicas.

A lista de termos possíveis está definida na Tabela do CPAL: Specimen.

O Catálogo Português de Análises de Laboratório está disponível para consulta em versão digital

no site do CTC. A lista de termos possíveis a utilizar em cada uma das dimensões do modelo de

informação CPAL, encontram-se disponíveis mediante solicitação através do endereço de correio

eletrónico: [email protected], de modo a facilitar a incorporação desta lista de

parâmetros/códigos nos sistemas de informação.

Para informações adicionais ou esclarecimento de dúvidas, contacte com o Centro de

Terminologias Clínicas em Portugal através de:

• Presença na internet: http://www.ctc.min-saude.pt/

• Endereço de correio eletrónico: [email protected]

Page 19: Catálogo Português de Análises de Laboratório

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8 Atualização e Manutenção

A manutenção do CPAL é da responsabilidade do CTC, que pode ser contatado para os devidos

efeitos e sobretudo para dúvidas sobre a sua implementação, bem como da

inclusão/remoção/atualização de novos termos não constantes nesta versão do catálogo.

8.1 Atualização CPAL Versão 4.1

Para a realização da versão 4.1 do CPAL, acrescentou-se o value set que diz respeito à área dos

Espécimes.

8.2 Política de Versionamento

O CPAL está organizado em versões e utiliza um esquema clássico semelhante ao de

versionamento de sistemas (major.minor.revision) considerando três tipos de alterações (Figura 2):

Figura 2 - Política de versionamento para os Catálogos Semânticos da Saúde.

a) primeiro dígito para inclusão de novos termos;

b) segundo dígito para manutenção evolutiva de atributos em termos existentes ou exclusão de

termos;

c) terceiro dígito para indicar correções em termos existentes.

Estas regras de versionamento permitem que aos utilizadores deste catálogo perceber qual será

o tipo de impacto que a substituição de uma versão poderá trazer aos sistemas de informação e às

respetivas bases de dados.

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9 Referências Bibliográficas

Diário da República, 1.ª série — N.º 173 — 7 de setembro de 2018, Portaria n.º 254/2018

Wu, Alan H. B. - 4rd edition (2006). Tietz Clinical Guide to Laboratory Tests.

Regenstrief Institute. Acedido outubro, 2020. Disponível em: www.regenstrief.org

Regenstrief LOINC Mapping Assistant. RELMA. Disponível em: https://loinc.org/downloads/relma

Health Level Seven International. HL7 portuguese chapter. Disponível em:

www.hl7.org/participate/index.cfm?ref=nav

Beeuwkes Buntin, M., F. Burke, M., C. Hoaglin, M., & Blumenthal, D. (março de 2011). The Benefits Of

Health Information Technology: A Review Of The Recent Literature Shows Predominantly

Positive Results. Health Information Technology.

SNOMED CT. (outubro de 2020). Obtido de SNOMED: http://www.snomed.org/snomed-ct/five-step-

briefing