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8/13/2019 Cassie Edwards - Suave Amor http://slidepdf.com/reader/full/cassie-edwards-suave-amor 1/136 Suave mor A Gentle Passion A Gentle Passion Cassie Edwards assie Edwards  A caravana de pioneiros segue vagarosamente. Faye Poincaré vai a pé, junto à última carroça, sua figura frágil e refinada destoando da rudeza do cenário. ma força insuspeitada a impele a seguir adiante, o!stinadamente. "en#uma tragédia a!alaria sua confiança. $evaria seus planos até o fim. ma mul#er incomum recon#ece %oe &arrison. 'isteriosa. ( )ue essa francesa teria em mente* +le gostaria de lerl#e os  pensamentos- de estreitála em seus !raços carentes de amor feminino. 'as no era #omem de cair / vezes na mesma armadil#a. +stava diante de '' jovem !ela e sedutora, uma flor )ue encanta e fascina )ue prende, a!andona. + )ue trai0 Disponibilização do livro: Rosangela Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Cris Andrade 1

Cassie Edwards - Suave Amor

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Suave morA Gentle PassionA Gentle Passion

Cassie Edwardsassie Edwards

 A caravana de pioneiros segue vagarosamente. Faye Poincaré vai a pé, junto àúltima carroça, sua figura frágil e refinada destoando da rudeza do cenário. ma força

insuspeitada a impele a seguir adiante, o!stinadamente. "en#uma tragédia a!alaria suaconfiança. $evaria seus planos até o fim. ma mul#er incomum recon#ece %oe &arrison.

'isteriosa. ( )ue essa francesa teria em mente* +le gostaria de lerl#e os pensamentos- de estreitála em seus !raços carentes de amor feminino. 'as no era

#omem de cair / vezes na mesma armadil#a. +stava diante de '' jovem !ela esedutora, uma flor )ue encanta e fascina )ue prende, a!andona. + )ue trai0 

Disponibilização do livro: RosangelaDigitalização: Palas AtenéiaRevisão: Cris Andrade

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PROJETO REVISORAS

Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos

!ua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibidaCultura: um bem universal

 Agradecimentos especiais "s contribuintes da cai#in$a

Cassie Edwards

O talento criador de uma observadora dos conflitos humanos

Livro sem a folha de dados catalográficos

Título original: A Gentle Passion

Tradução: Fernando S. ugman

 Ano de !u"licação: #$$#

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Cap%tulo & Cap%tulo & 

'aio de 12// 

 A região "ravia e agreste dos %&ar's estendia(se ma)estosamente* a !erder devista. % vento so!rava* ondulando o ca!im dourado so" o "rilho do sol. +andos de !erus*galinhas das !radarias e codornas esvoaçavam assustadas. As flores silvestrescom!letavam a !intura da,uela !aisagem no Ar'ansas. -ma "ele&a selvagem eacidentada* um verdadeiro fascínio !ara os via)antes ,ue !assavam !elos cumesescar!ados das montanhas de arenito e atravs dos vales estreitos com suas corredeirasladeadas !or salgueiros.

Lem"rando uma frota de veleiros* cin,/enta carroças em fila trans!ortavam!ioneiros* vagarosas no !asso de sua tração de "ois. A estrutura de madeira !intada dea&ul e vermelho e a lona "ranca !or cima coloriam as !assagens entre as montanhas.

ários homens e meninos armados de rifles caminhavam )unto dos veículos*condu&indo o gado. 0esde a fronteira do Ar'ansas com o 1ississi!i at a segurança deFort Smith* a longa caravana era e2altada !elos mem"ros da unidade de cavalaria doforte* altivos em seus uniformes a&uis com os sa"res relu&entes !resos ao cinto.

 A cada !asso Fa3e Poincar chutava a "ainha de seu com!rido vestida riscadinho*en,uanto andava ao lado da 4ltima carroça. %s ca"elos negros e sedosos cascateavamsoltos a"ai2o dos om"ros. 5os olhos de um a&ul mais escuro e !rofundo ,ue o rifle emsua mão lia(se a determinação de ,uem fora o"rigada a a!render de!ressa a so"reviverso&inha.

6avia !ouco !erdera os !ais num trágico acidente de "arco* ao norte de 5ova

%rleans* e agora !retendia viver com o irmão mais velho* 1ichael* um !adre de umamissão esta"elecida !erto de Fort Smith.

0esde os !re!arativos !ara a,uela viagem de 5ova %rleans ao Ar'ansas*acom!anhando 7lia e Ga3land 8ohnston* Fa3e )á !revira a dura )ornada !elo interior!rimitivo. 1as s9 lhe restara 1ichael. eencontrá(lo era seu 4nico conforto* um frágilconsolo !ara um coração dilacerado !ela dor de !erdas irre!aráveis. 0e!ois de renunciara uma !arte de sua herança em favor dos 8ohnston !ara co"rir as des!esas de viagem*ela voltara ;s costas ao lu2o e refinamento de 5ova %rleans e enchera(se de coragem!ara enfrentar a marcha rumo a seu novo destino.

Fa3e seguia com a mente cheia de recordaç<es. =uantas ve&es os !ais não a

haviam aconselhado a escolher logo um marido> =uantos cavalheiros educados nãohaviam dis!utado a honra de acom!anhá(la aos "ailes elegantes de 5ova %rleans>Poderia ter se decidido !or ,ual,uer um sem medo de ser recusada. ? agora se achavas9* com!letamente desam!arada frente aos !erigos.

 Aos de&oito anos* sentia a vaidade da )uventude e o dese)o de ser corte)ada. 6aviamuito a e2!erimentar antes de uma decisão. 5o entanto* ,ue o!ç<es teria isolada na,uelaimensidão va&ia e deserta> =uase todos os homens da caravana iam acom!anhados desuas es!osas e filhos.

Pensativa* Fa3e levantou os olhos !ara os soldados ,ue seguiam adiante* eretosem suas montarias. 0eteve o olhar em +art 0o""s e 8oe 6arrison* dois "atedores ,uetinham se )untado ao com"oio assim ,ue cru&aram a divisa do Ar'ansas. A!arentementeno comando* eles orientavam as carroças ao longo de trilhas índias e de animais e na

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travessia dos rios.

+art 0o""s !arecia ; vontade em seu cavalo A!!aloosa* de !@lo malhado e listrasverticais nas !atas. ?ra um homem "astante )ovial* gentil at* mas seus om"ros curvados*os ca"elos ruivos e as costeletas !ouco cola"oravam !ara torná(lo atraente. Seu rostosardento era tão vincado e curtido !elos anos de e2!osição ao frio e ao sol ,ue seriaim!ossível adivinhar sua idade.

7om um sus!iro cansado* Fa3e voltou ; atenção !ara 8oe 6arrison. 1ontado emuma gar"osa gua castanha* ele revelava "om gosto na escolha do animal e da sela!reta com discretos enfeites de !rata. Sua !ostura ao mesmo tem!o elegante e rela2ada*o torso firme e ereto* !rovocava nela um estranho arre!io. ?ra mais )ovem do ,ue +art*talve& nem tivesse com!letado trinta anos. Seus ca"elos castanho(claros* ; altura dosom"ros retos* "rilhavam ao sol ,uando ele tirava o cha!u.

8oe 6arrison tinha o nari& reto e olhos negros como carvão. A !ele morena aindanão tra&ia as marcas do tem!o. A a"ertura da camisa revelava(lhe o !eito cheio de !@losescuros. 0as tiras de couro lançadas so"re um de seus om"ros !endiam um !olvorinhofeito de chifre de "oi* uma "olsa de "alas e uma faca com "ainha. ?le usava ainda umaadaga de dois gumes !resa ao cinto de couro e rev9lveres em cada um dos lados.

Fa3e olhou das armas !ara o rosto da,uele homem e não demorou a concluir ,ueele era ca!a& de des!ertar seu dese)o. ?ntão "alançou a ca"eça e "ai2ou o olhar !ara ocaminho acidentado. 5ão !odia es,uecer ,ue alm de atraente 8oe tam"m eraarrogante* rude e definitivamente irritante. ? !arecia ter !ra&er em interferir em sua vida*dando(lhe ordens como se ela fosse uma criança irres!onsável.

rritada consigo mesma* Fa3e firmou o !asso e decidiu não !erder mais tem!o com!ensamentos tolos. 8á "astava o va&io ,ue tra&ia dentro de si* a falta ,ue sentia dos !ais*a saudade ,ue dei2ava !ara trás. 5unca mais iria a grandes "ailes tra)ando vestidos finose elegantes nem go&aria da atenção dos )ovens cavalheiros. 5ada mais de conforto*criadas !essoais* refeiç<es em louças delicadas ou !erfumes franceses.

S9 de imaginar o ,ue a es!erava na,uelas terras longín,uas ficava de!rimida. =ueamigos teria entre a,uela gente rude> 7omo iria se ada!tar ; vida de uma missãoreligiosa !erdida no interior>

B sso* se eu chegar lá B Fa3e sussurrou en,uanto es!antava uma moscainsistente.

 A cada dia as condiç<es da viagem !areciam !iorar. 5a,uela manhã* !ara dar um!ouco de !rivacidade a 7lia e Ga3land* fora o"rigada a caminhar em ve& de seguir nacarroça.

% rifle !arecia mais !esado a cada minuto* e não !odia largá(lo !or,ue o ca!imalto costumava esconder muitos !erigos. ?sse !ensamento fe& com ,ue olhasse !ara 8oe6arrisonC Talve& ele se revelasse a maior ameaçaD

Procurando vencer a irritação e o cansaço* Fa3e o"rigou(se a !isar firme. Foi,uando um ar"usto de roseira "rava agarrou(se ; saia de seu vestido. Tentou afastá(locom o cano do rifle e s9 conseguiu ,ue os es!inhos !erfurassem o tecido e se!rendessem em suas meias.

Parou* curvando(se !ara remov@(los* a atenção dividida entre a tarefa e a caravana,ue avançava. A carroça dos 8ohnston era a 4ltima do com"oio e Fa3e se afligia com a

sensação de ficar !ara trás. As !essoas não se cansavam de re!etir hist9rias so"re lo"os*le<es da montanha e índios. 5a,uele e2ato momento* aliás* o com"oio era o"servado !orum gru!o de caçadores de "4falos ,ue* se at então não tinham se revelado uma ameaça

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real !ara os coloni&adores* tam!ouco a a)udavam a ficar mais calma.

Fa3e soltou o rifle desa)eitadamente no chão e agarrou o ar"usto de roseira "ravacom am"as as mãos. A teimosia dos es!inhos em soltar(se a o"rigou a !rague)ar.

B (#, la vac#e0 B resmungou* vendo o com"oio afastar(se cada ve& mais.

Tentou alcançar a trilha "atida dei2ada !elas rodas das carroças e !rague)ou

novamente* dessa ve& em vo& alta. 5esse instante* 8oe 6arrison se des!rendeu dosoutros e !artiu em sua direção. ?la sentiu o sangue ferver de contrariedade. =ual,uer ummenos ele* !ensou* desolada.

B %ra* isso não coisa !ara uma dama di&er B o "atedor comentou* irEnico*!arando a montaria.

 A,uela vo& grave e sonora fa&ia o coração de Fa3e "ater mais forte. 1as !or ,ueera tão anti!ático> Por ,ue fa&ia ,uestão de mostrar tanta arrogncia> 1esmo na,uelemomento* ,uando estava ali !ara a)udá(la* seu rosto trigueiro e2i"ia uma disfarçada&om"aria* um ar de su!erioridade irritante* insu!ortável.

Sem !oder evitar um sorriso* Fa3e corou em"araçada. 8oe não era descendentede franceses* mas devia conhecer 2ingamentos nessa língua. ?le !arecia sa"er de tudo esem!re fa&ia ,uestão de dei2ar isso "em claro.

 Ao !erce"er a caravana tão distante* Fa3e sentiu uma !onta de deses!ero.

B ?stá se divertindo muito* não * monsieur B disse num tom glido. B At!arece ,ue s9 fica es!erando ,ue eu faça alguma "o"agem.

8oe deu de om"ros.

B =ue cul!a tenho eu se isso acontece em cada curva da trilha> B retrucou*contendo o riso. 0e!ois se inclinou na sela* a!ro2imando o rosto do dela. B 5ão seria

melhor se voc@ ficasse ,uieta na carroça> isso o ,ue a maioria das mulheres fa&D% ,ue Fa3e não imaginava era ,ue a,uele tom irEnico escondia outras emoç<es.

Tem!os atrás 8oe sofrerá uma !rofunda desilusão e vivia tentando evitar !assar !oroutra. 8á se sentia at "astante seguro com as mulheres ,uando encontrara a,uelafrancesinha. 8amais vira olhos tão a&uis* !escoço tão gracioso e lá"ios tão tentadores. ?essa mulher* !or algum motivo* !arecia determinada desde o início a o!or(se a cadaordem sua* a contradi&er cada !alavra.

5os 4ltimos anos* sem!re ,ue uma mulher atraente a!arecia em sua vida* 8oerecorria a um ardil !ara não cair em tentação: re!etia mentalmente o nome Hathr3n=uinc3. ?ra doloroso lem"rar(se da,uela ,ue um dia )urara amá(lo e de!ois se fora* mas

ele !recisava disso como de um remdio amargo !ara não sofrer novamente.% !ro"lema agora se chamava Fa3e. 7om seu rosto suave e "elo como a o"ra(

!rima de um artista* ameaçava neutrali&ar sua força de vontade !ara nunca mais seenvolver sentimentalmente.

?2as!erado consigo mesmo* 8oe insistiu* !rovocador:

B 0entro da carroça o 4nico lugar onde uma mulher indefesa deveria via)ar* seme !ermite di&er. ? voc@ do ti!o ,ue tem um talento todo es!ecial !ara se meter emencrencas.

Fa3e mordeu a língua !ara não res!onder ; altura. Finalmente ele dissera com

todas as letras o ,ue !ensava a seu res!eito: desa)eitada* indefesa e in4til. Pois "em* elaia lhe mostrar ,ue estava errado. ?le não !erdia !or es!erarD

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 A"ai2ou(se !ara !egar o rifle e estremeceu de raiva ao !erce"er ,ue os insultosnão haviam cessado.

B S9 mesmo uma mulher !ara fa&er uma coisa dessasD B 8oe continuou. B ?stámais !reocu!ada com o vestido do ,ue com a segurança.

?la fingiu não escutar.

B ai !recisar correr um "ocado se ,uiser alcançar o resto do !essoal B eleacrescentou* com um gesto indicando a caravana.

Fa3e colocou a mão na cintura* os olhos faiscando de 9dio.

B sso não de sua contaD B disse* es!erando ,ue ele não !erce"esse o ,uantoestava a"orrecida !or ter ficado !ara trás. B ?* mesmo ,ue fosse voc@ faria melhor seseguisse seu caminho e !arasse de me !ertur"ar. Assim eu não !erderia tem!o.

8oe a!oiou as mãos na sela e inclinou(se !ara frente* com uma e2!ressão divertidano olhar.

B oc@ ,ue !arece estar sem!re se divertindo a minha custa. B ndicou com a

mão a enorme distncia ,ue os se!arava das carroças. B Pode começar a correr. 5ãovou atra!alhá(la.

Fa3e ofegou* mal contendo a raiva.

B +u me divirto a sua custa> B disse* indignada. B oc@ insultanteD

5uma se,/@ncia rá!ida* a gua de 8oe "ufou* "alançou a crina e "ateu com oscascos no chão.

Fa3e sentiu os )oelhos fra,ue)arem ao re!arar na e2!ressão alarmada do "atedor*,ue relanceava o olhar !ara algum !onto "em atrás dela. Por um instante terrível*es!erou !elo "ote traiçoeiro de uma ser!ente.

Porm* antes ,ue se desse conta do ,ue ocorria* 8oe !assou o "raço forte emtorno de sua cintura e içou(a !ara a montaria.

?nfurecida com tamanha audácia* ela es!erneou sem !arar* tentandodesvencilhar(se. Para seu deses!ero* viu sua saia rasgar(se at a altura da co2a. Agora*sim* estava numa situação constrangedora* sentada no colo dele* !resa entre seus"raçosD

?n,uanto 8oe es!oreava a gua* Fa3e lutava !ara manter o e,uilí"rio* segurar orifle e ainda co"rir as !ernas nuas. =uando afinal recu!erou o autodomínio* cravou osdedos no "raço dele* !rocurando afastá(lo de sua cintura.

B 3ue faites vous0 B es"rave)ou. B Ponha(me no chãoD 5ão !reciso sercarregada !ara a carroça. (#, la va 4#e. Solte(me* eu )á disse. Posso muito "em andarD

B %ra* ora. B 8oe !rendeu(a com mais força en,uanto seguiam dis!arados nadireção do com"oio. B =uem diria uma moça tão fina falando !alavrãoD %nde foi ,uea!rendeu essa linguagem>

B ? onde foi ,ue voc@ a!rendeu franc@s> B ?la não disfarçava a irritação. B Pelo )eito voc@ !ouco mais ,ue um selvagemD

8oe )amais !retendera !assar !or homem erudito. sso ficava claro no !r9!rio estilode vida ,ue escolhera. Tam!ouco chegava a !onto de considerar a ignorncia uma

virtude. 1as chamá(lo de I!ouco mais ,ue um selvagemJ )á era ir longe demaisDPela !rimeira ve& na,uele incidente ele revelou irritação.

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B 5ingum !recisa ser franc@s !ara falar franc@s B disse num tom ás!ero. B5em são o"rigadas a fre,/entar escolas caras !ara a!render a falar. ece"i minhaeducação de gente igual a mim. ? !osso garantir ,ue não foi nenhum selvagem.

Fa3e sur!reendeu(se com a,uele tom ofendido. 0e ,ual,uer modo* antes isso ,uea &om"aria com ,ue a tratara at ali.

B Por ,ue me trou2e !ara a montaria> B !erguntou mais conciliadora.B ?u !odia ter demorado um !ouco mais at convenc@(la com "ons modos a vir

comigo. 1eu medo era ,ue a ser!ente atrás de voc@ não estivesse dis!osta a es!erartodas as formalidades.

Fa3e em!alideceu. ?ntão não fora um tru,ue* mas um !erigo realD

B Tinha mesmo uma co"ra atrás de mim> ? !or ,ue não atirou nela>

B 7omo v@* não era !reciso. Alm disso* as co"ras t@m o mesmo o")etivo na vida,ue eu e voc@. B 8oe a!arentava descontração* mas no íntimo lutava contra o dese)o!rovocado !ela !ro2imidade do cor!o feminino e sensual.

B %ui* como morder !essoas inocentes* assim como eu faço> B ela retrucou comironia.

B As co"ras s9 atacam ,uando se sentem ameaçadas B 8oe res!ondeu*ignorando seu sarcasmo. B Lutam !ela so"reviv@ncia do mesmo modo ,ue o homem.5ão !odemos acusá(las !or isso.

Fa3e !referiu não dar continuidade ; discussão. At !or,ue* se o assunto eraíndios* ser!entes ou cavalos* ele sem!!e levaria a melhor.

?ntretanto* logo se arre!endeu de ter !arado a conversa* ,ue !elo menos desviariasua atenção do "raço musculoso ,ue lhe envolvia a cintura* do !eito largo roçando seu

%m"ro* das co2as fortes ,ue a sustentavam. ?ra a !rimeira e& ,ue a !ro2imidade de umhomem a afetava tanto. % ,ue não a animava era reagir assim )ustamente com 8oe.

5o sil@ncio ,ue se seguiu* en,uanto as!irava o aroma da vegetação tra&ido !elovento e o cheiro agreste ,ue emanava de 8oe* viu(se !resa de sentimentos conflitantes.Por um lado* era o"rigada a reconhecer ,ue fora atraída !elo magnetismo de 8oe6arrison desde o !rimeiro olhar. So" vários as!ectos* ele fa&ia o ti!o com ,ue sem!resonhara. Forte* inde!endente* decididoC e "onito. Ao mesmo tem!o* era im!ossívelignorar sua arrogncia e o !ra&er ,ue demonstrava em humilhá(la. A!arentemente eletinha algum !ro"lema com as mulheres* agia como se as considerasse seres inferiores.

Perdida em !ensamentos* Fa3e mal !erce"eu ,uando alcançaram a carroça dos

8ohnston. Sem a menor delicade&a* 8oe de!ositou(a na "oleia* ao lado de Ga3land* ,uelevou um susto com a re!entina a!arição dos dois.

B Ga3land* sugiro ,ue fi,ue de olho nessa !assageira* do contrário ela talve&nunca chegue a Fort Smith B disse 8oe. Fa3e se a)eitava no assento* esforçando(se !aranão !arecer a !erfeita idiota ,ue se sentia.

5ão conteve um sus!iro de alívio ao v@(lo fustigar a gua e se afastar ra!idamenterumo ; frente do com"oio.

B =ue dia"os 8oe 6arrison ,uis di&er com a,uilo> B Ga3land !erguntou* tirando ocha!u e lim!ando o suor ,ue descia !ela calva. B Pensei ,ue voc@ estivessecaminhando ao lado da carroça. Aonde voc@ foi>

?la !rocurou ganhar tem!o at se recom!or. Afastou os ca"elos do rosto e a)eitouo vestido de modo a esconder o rasgo. ?ntão forçou uma risada des!reocu!ada.

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B Fi,uei !resa numa roseira "rava B e2!licou num tom casual. B ?ssecontratem!o me trou2e outro: 8oe 6arrison. ?le sem!re a!arece onde não chamado.?sse su)eito me irrita B acrescentou* como se isso e2!licasse tudo.

B Por ,ue veio montada no cavalo )unto com ele> B Ga3land estalou o chicoteso"re o dorso dos "ois.

B Se 8oe não ficasse me seguindo e me atrasando com suas gracinhas* não teriasido necessário tra&er(me at a,ui.

?la es!erava estar sendo convincente.

B % fato ,ue estou de volta* e isso ,ue im!orta. amos mudar de assunto. B0ito isso* olhou !ara trás* !or cima do om"ro. B %nde está 7lia> Tirando um cochilo>

Ga3land fe& ,ue sim. 0e!ois acrescentou* com ar !ensativo:

B Talve& não tenha sido uma "oa idia a"andonar 5ova %rleans. 7lia está comdificuldades !ara ag/entar a viagem. ?la tão frágil e delicadaC Se não fosse !ela!romessa de terras livres !ara serem tra"alhadas* eu )amais tentaria uma aventura

dessas. ia)ar do Hentuch'3 at 5ova %r(leans há vinte anos foi mais fácil. ?u e 7liaramos )ovens* fortes* cheios de !lanos na ca"eçaC B( ?le "alançou a ca"eça*desanimado. Fa3e deu(lhe um ta!inha no om"ro.

B 5enhum dos dois está tão velho ,uanto voc@ di&. oc@ ainda tem forças !arades"ravar metade deste !aís. ? tenho certe&a de ,ue 7lia logo vai se ada!tar.

 A,uelas !alavras de incentivo refletiam e2atamente o ,ue ela !ensava do casal.7ontudo* Fa3e não se sentia tão segura em relação a si !r9!ria. ?stava sendo difícilag/entar as condiç<es da viagem e não havia a menor garantia de ,ue as coisas iriammelhorar de!ois ,ue chegassem a Fort Smith.

7omo seria a vida das !essoas em volta da missão> =uais seus afa&eres diários>

5ão seriam !esados demais !ara ela> 7onseguiria a!render o necessário !ara so"reviversem se transformar em um fardo !ara o irmão>

B 5ão sei como agradecer !or voc@s me aceitarem nesta carroça* a!esar dasdificuldades da viagem B ela confessou de!ois de uma longa !ausa.

B um !ra&er t@(la conosco* Fa3e B disse Ga3land num tom ,ue denotavasinceridade. B ? tem sido 9timo !ara 7lia. ?la se ressente tanto de não termos filhosC claro ,ue voc@ )á uma moça* mesmo assimC

B ?stou feli& ,ue tenhamos ficado tão amigos B Fa3e adiantou(se* sorrindo. B?stava com medo de ser mais um estorvo no meio de tanta "agagem. 1as estamos nos

saindo "em* não >B Para n9s* voc@ !arte da família. B Ga3land tocou(lhe o rosto carinhosamente.

B Agora entre e descanse um !ouco. Logo* logo vamos !arar e então não terá tem!o!ara se refa&er de!ois ,ue começar a !re!arar a comida.

B (ui, merci.

Fa3e )á se sentia recu!erada do incidente* mas seria "om ficar fora do alcance de8oe !or alguns momentos.

7omeçava a anoitecer e o cu tingia(se de cores deslum"rantes. 0e um lado aooutro do hori&onte* o a&ul do firmamento dava lugar a tons violeta e rosa* culminando com

uma aurola vermelha em torno do sol. As som"ras com!ridas das montanhasestendiam(se so"re o ca!im amarelado. ? um vento frio começou a so!rar de re!ente*forte o suficiente !ara arrancar o cha!u de um cavaleiro distraído. %s chou!os agitavam

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suas folhas* !re!arando(se !ara a ,uietude noturna.

Ga3land estudou o cre!4sculo !or um momento e então assumiu uma e2!ressão!reocu!ada.

B Lá no Hentuc'3 as !essoas di&em ,ue um !Er(do(sol vermelho(!álido comoesse !renuncio de alguma doença B murmurou* o cenho fran&ido. B sem!re 4til

conhecer g sa"edoria !o!ular.Fa3e !referiu dei2ar o comentário sem res!osta. 8á lhe "astavam as !r9!rias

idias confusas !ara ainda se !reocu!ar com su!erstiç<es. 1urmurando um at logo*engatinhou !ara dentro da carroça.

0ei2ou o rifle so"re o assoalho e foi at o fundo* onde 7lia descansava num catrede !eleK os ca"elos ruivos realçando a !alide& de seu rosto. 7om uma constituiçãodelicada* ela não conseguira levar adiante nenhuma gravide&. 0e!ois de dois a"ortoses!ontneos* 7lia e Ga3land tinham !arado de tentar.

7om cuidado !ara não incomodá(la* Fa3e esgueirou(se !ara o canto o!osto. 7omonão houvesse tem!o suficiente !ara um cochilo* !egou um livro e !rocurou concentrar(se

na leitura* a!esar do chacoalhar da carroça e da !ouca lu&. ?m !oucos minutos desistiu*guardou o volume e ficou sentada* sem nada fa&er.

agueou o olhar !elo recinto e dei2ou esca!ar um sus!iro. 8amais vivera emacomodaç<es tão !recárias. A carroça era como um grande cai2ote* tão com!rida ,uantoum ,uarto de dormir e larga o suficiente !ara acomodar um cor!o deitado de lado.Possuía co"ertura feita de um tecido es!ecial ,ue* alm de "arato* era im!ermeável euma e2celente !roteção contra o vento. A entrada da frente era guarnecida !or cortinas,ue !odiam ser a"otoadas !or dentro.

%s "aldes* a desnatadeira* as lanternas* os "arriletes de água e as ferramentas dalavoura via)avam !endurados em"ai2o do veículo. %s !otes* !anelas* toalhas* rou!as*cestas e rifles eram todos guardados do lado de dentro. 5o lugar de camas havia catres*feitos de !ele* ,ue !odiam ser facilmente enrolados e !ostos a um canto durante o dia.

% !iso da carroça curvava(se !ara cima nas e2tremidades* im!ossi"ilitanto a,ueda dos !ertences* mesmo nas trilhas mais acidentadas. A estrutura de madeira eraconstruída de tal forma ,ue !odia funcionar como um "arco em caso de necessidade*flutuando tran,/ilamente durante a travessia de rios caudalosos.

Fa3e refletia so"re a engenhosidade necessária !ara desenvolver um veículo tãoversátil* ,uando um grito familiar tirou(a de suas divagaç<es. econheceu o aviso de!arada da carroça líder* e a!ro2imou(se da entrada dos fundos. Afastou a cortina* !Es aca"eça !ara fora e ficou o"servando* com todas as carroças formando um círculo* umaes!cie de "arricada contínua.

 Assim ,ue os veículos !araram* a maioria das mulheres e crianças desceu !ararecolher lenha e estrume seco de "4falo !ara usar nas fogueiras. %s homens formaramum !e,ueno gru!o* no meio do ,ual se destacava a figura alta de 8oe 6arrison.

Por um instante ele virou(se na direção da carroça dos 8ohnston* fi2ando o olharem Fa3e. ?la sentiu um estranho arre!io !elo cor!o. Foi salva do em"araço !elochamado de 7lia.

Fechou a )anela com um gesto "rusco e voltou(se !ara a es!osa de Ga3land.

B 8á estamos acam!ando !ara !ernoitar B anunciou* a!ro2imando(se do catre dacom!anheira de viagem. B 4omment vas tul Ga3land foi !re!arar nossa fogueira. =uerdescer> ai se sentir "em melhor se sair !ara res!irar um !ouco de ar fresco.

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B Sim* uma "oa idia. B 7lia sentou(se com dificuldade. Seus ca"elos cor deco"re caíram soltos so"re os om"ros. 1esmo de!ois do longo cochilo ainda era visívelseu a"atimento.

Fa3e ficou comovida com seu ar desolado.

B amos* anime(se. ?sta situação não vai durar !ara sem!re.

 A mulher retri"uiu seu sorriso.B Acho ,ue desa!ontei Ga3land nesta viagem. At a,ui voc@ e meu marido t@m

feito todo o tra"alho.

B Ga3land com!reende a situação. ?le es!ecial. ?2istem !oucos homens iguaisa ele !or aí.

B oc@ ,ue es!ecial. Ainda tão moça e )á enfrenta tantas dificuldades so&inha.1orro de vergonha de minha fra,ue&a.

B +o"agem* 7liaC

B 1as isso vai mudar B a outra interrom!eu* res!irando fundo. B oc@ temra&ão* Ga3land um homem e2ce!cional. % melhor marido ,ue uma mulher !oderia ter.Portanto* está na hora de começar a me mostrar uma es!osa ; alturaD B isivelmentemais "em(humorada* 7lia concluiu: B 6o)e vou virar uma !ágina de minha vida. 7anseide me ,uei2ar desta terrível aventuraD

Fa3e a"raçou a amiga* contagiada !or seu entusiasmo. ?ntão* !egando os !otes e!anelas* as duas começaram os !re!arativos !ara o )antar. 6avia muito a fa&er antes ,ue!udessem entregar(se ao merecido descanso de mais um dia de marcha.

?s,uecida de todas as suas !reocu!aç<es* Fa3e entregou(se de cor!o e alma aotra"alho. 0esde o início da viagem* cada hora ,ue !assava lhe servia de a!rendi&ado.

-m novo mundo a"ria(se a sua frente. -m mundo onde era !reciso conhecer asser!entes e as !lantas venenosas* sa"er co&inhar na fogueira a cu a"erto* condu&ir umacarroça !u2ada !or "ois atravs de ,ual,uer ti!o de terreno* sa"er costurar* e de&enas deoutras coisas ,ue )amais lhe haviam ocorrido en,uanto vivera numa cidade grande como5ova %rleans.

 A des!eito da longa caminhada da,uele dia* não se sentia cansada* talve& !orinflu@ncia da nova dis!osição ,ue verificava na amiga. 7lia e o marido tratavam(na cadave& mais carinhosamente. ?ra como se a vissem como a filha ,ue não tiveram. % ,ue* !orum lado* servia !ara confortá(la* ao mesmo tem!o ,ue reacendia sua triste&a !ela !erdados !ais.

0esde a,uele trágico acidente* Fa3e !rocurava instintivamente um su"stituto !arao amor e a !roteção !erdidos. 6avia momentos em ,ue tinha certe&a de ,ue o reencontrocom 1ichael !reencheria o va&io de seu coração. ?m outras ocasi<es* lem"rava(se de,ue fa&ia tanto tem!o ,ue não se viam ,ue de re!ente )á não teriam nada em comum*seriam como dois estranhos.

5esse instante* a a!ro2imação de 8oe 6arrison trou2e(a de volta !ara os afa&eresimediatos. Antes ,ue ele chegasse !erto demais* Fa3e terminou de encher a !anela defei)ão e ergueu(a !ara levar at a fogueira.

8oe fe& menção de a)udá(la* !orm ela o deteve com um olhar glido. ?ntão*fingindo uma naturalidade ,ue estava longe de sentir* foi at onde estavam Ga3land e

7lia. Logo todos os via)antes estariam sa"oreando uma refeição r4stica e sa"orosa so"o cu estrelado.

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Cap%tulo && Cap%tulo && 

 A noite caíra !or com!leto* sem lua* mas com o cu re!leto de estrelas. A hora darefeição estava terminada. 8á não se ouvia o tilintar dos talheres nem os comentários )ocosos entre os vários gru!os ,ue haviam !redominado durante o )antar.

 Ao fim de um dia de intensa atividade* a,uele era um dos momentos maisgratificantes. % riso solto dava lugar ;s conversas mais íntimas* ,uase sussurradas* ,ueantecediam a hora em ,ue cada um ia recolher(se !ara o re!ouso merecido.

 Agora* ao lado de cada carroça lu&ia um !e,ueno fogo. Fei)ão e carne de "4falo

co&iam )untos em grandes !anelas so"re as "rasasK o co&imento seguiria vagaroso at oraiar do dia.

 A maioria dos via)antes estava em volta da grande fogueira armada no centro doacam!amento. Alguns sentados no chão* outros de !* mais !erto do fogo* en,uantocantarolavam "ai2inho canç<es da terra natal. % caf a"un(dante era servido em canecasde alumínio.

Fa3e* com um lindo 2ale de fran)a em volta dos om"ros* estava sentada ao lado de7lia* "e"ericando um chá de rai& de sassafrás silvestre. A !oucos !assos dali* Ga3landconversava com um gru!o de homens* do outro lado da fogueira. ?les discutiam o diaseguinte. Tinham avistado uma manada de "4falos !ouco antes de atingir o lugar onde

acam!avam e* a!9s avaliar a ,uantidade de !rovis<es ,ue lhes restava* haviam decidido!ermanecer ali !or mais um dia !ara caçar. Afinal de contas* ,uanto mais adentravam o Ar('ansas* mais escasseavam as manadas e não seria !rudente continuar a viagem comum esto,ue redu&ido de alimentos. Por fim a cantoria !arou. Pouco a !ouco as !essoasiam sendo tomadas !ela vontade de uma confraterni&ação menos ruidosaK o cansaçoa!a&iguava os nimos.

5a noite agora mais silenciosa* Fa3e !Ede ouvir a conversa dos soldados. ?lescomentavam ,ue o n4mero de fora(da(lei estava crescendo de forma alarmante. A!recariedade do funcionamento da 8ustiça em %&ar's vinha atraindo fugitivos e marginaisde todo o ti!o. Alguns fa"ricavam uís,ue de má ,ualidade* outros se dedicavam ao rou"o

de cavalos* e ainda havia os ,ue caçavam com armadilhas* vivendo da venda de !eles nomercado de 5ova %rleans* onde alcançavam um "om !reço.

% ?2rcito esta"elecera(se em Fort Smith* ;s margens do rio Ar'ansas* com amissão de im!edir a !osse de terra !elos fora(da(lei e de manter a !a& com os índios daregião. ?m !ouco tem!o* so&inhos na,uela imensidão selvagem* os !ioneiros haviam!erce"ido as vantagens de se assentar !r92imos do forte. ?ra a !artir dali ,uecoloni&avam a região.

5a,uela altura da conversa* Fa3e desviou sua atenção !or um momento* voltando(se !ara 7lia no e2ato instante em ,ue a amiga começava a "oce)ar.

B 7lia* se está com sono* não fi,ue a,ui fora s9 !or minha causa. 0e ,ual,uer

modo* eu não conseguiria dormir agora. B 0iante do olhar interrogativo da com!anheira*Fa3e e2!licou: B ?stou um !ouco !ertur"adaC Ms ve&es há tanta coisa !ara fa&er ,ue

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eu não !enso em nada e o tem!o !assa rá!ido. 1as ,uando ve)o as famílias reunidas*cantando ao redor do fogo* feli&esC então eu sinto mais forte a !erda de meus !ais.

B Tenha !aci@ncia* minha filha. S9 o tem!o cura todas as feridas e alivia as dores.Procure manter a mente ocu!ada e a dor logo !assará. oc@ vai ver.

0e!ois disso* ficaram um longo tem!o em sil@ncio. % cre!itar suave do fogo era

um convite ; meditação* e cada uma mergulhou nos !r9!rias !ensamentos.7lia considerava as ra&<es !or ,ue se lançara em mais a,uela aventura e se

!erguntava se dessa ve& !oderia afinal reali&ar seu sonho de !ossuir uma terra "oa e ricas9 dela e do marido.

Fa3e refletia so"re os !erigos ,ue rondavam uma )ovem de a!enas de&oito anos*9rfã e carente de afeto. Se ela não tivesse cuidado* seria envolvida !elo !rimeiro homematraente ,ue lhe demonstrasse interesse. 5a situação em ,ue se encontrava* isso !oderiare!resentar um desastre total.

Ga3land a!ro2imou(se com !assos silenciosos e agachou(se ao lado da es!osa.Tocou(lhe o !escoço e desli&ou a mão suavemente at sua cintura* numa carícia

insinuante e re!leta de dese)o.

7lia com!reendeu o gesto e levantou(se* sorrindo !ara o marido. ?n,uantoafastava do rosto uma mecha de ca"elos* sussurou !ara Fa3e:

B =uerida* Ga3land e eu vamos !ara a carroçaC B ?la estava visível(menteenca"ulada.

Fa3e saiu de seu tor!or e olhou(a como se não tivesse entendido.

B oc@ se im!ortaria em nos dei2ar um tem!inho a s9s na carroça> B ?* vendo,ue ela não reagia* 7lia !erguntou: B oc@ está "em>

Fa3e fe& ,ue sim* mais em"araçada do ,ue a outra. ?stava consciente de ,ue sua!resença atra!alhava a intimidade do casal e* ,uanto mais eles se mostravam!reocu!ados com ela* mais aumentava sua sensação de não !ertencer a nada nem aningum.

7ontudo* não ,ueria ,ue !erce"essem o ,uanto se sentia solitária. Sa"ia muito"em ,ue eles estavam !assando !or um !eríodo difícil no relacio(namento e ,ue!recisavam cuidar dos !r9!rios !ro"lemas em ve& de tentar a)udá(la a solucionar os seus*como certamente fariam.

B (ui, eu estou "em B disse "ai2inho* forçando um sorriso. B 5ão se !reocu!emcomigo. Adoro ficar !erto do fogo e olhar as estrelas.

7lia afagou(lhe o rosto.B oc@ mais forte do ,ue !arece B disse* tran,/ili&ada. B ai ser a !rimeira a

se ada!tar ; nova vida.

B (ui, )á estou me ada!tando B ela mentiu* fingindo(se animada. B Podem irtran,/ilos. ?stou me sentindo 9tima.

 A!arentemente convencidos* os dois se des!ediram e rumaram !ara a carroça.Ga3land a"raçava a es!osa gentil e ternamente. 0eu(lhe a mão !ara a)udá(la a escalaros degraus do veículo e em seguida entrou* fechando a cortina.

Fa3e o"servou a cena com lágrimas nos olhos. 7omo era terrível a solidão ,ue

sentiaDPermaneceu )unto ; fogueira central* o"servando as !oucas !essoas ,ue ainda

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conversavam em !e,uenos gru!os dis!ersos a,ui e ali. %s soldados discutiam os 4ltimosdetalhes da caçada do dia seguinteK alguns deles* invisíveis na escuridão alm do círculoformado !elas carroças* montavam guarda contra ,ual,uer sur!resa desagradável.7asais )ovens e sem filhos seguiam o e2em!lo de Ga3land e 7lia. As famílias maisnumerosas esticavam a reunião dos !arentes em volta de suas !r9!rias fogueirasmenores.

Por todos os lados havia gente falando* ouvindo* fa&endo "rincadeiras ousim!lesmente desfrutando da com!anhia dos amigos. A!esar de !erdidos na,uelaimensidão selvagem* todos ali !areciam integrados e satisfeitos*e agiam como seestivessem em casaC Somente Fa3e sentia(se como algum ,ue chega atrasado a umafesta onde não conhece nenhum convidado.

1ovida !or uma necessidade inadiável de afastar(se dali* levantou(se e foi at acarroça !egar o lam!ião ,ue ficava !endurado do.lado de fora. 8á com o o")eto em umadas mãos e segurando o 2ale com a outra* dei2ou o acam!amento com !assos firmes emdireção ; "orda da floresta.

 A t@nue claridade das estrelas servia de fundo !ara a silhueta dos carvalhos logoadiante* onde o terreno descrevia uma !e,uena elevação.

=uando achou ,ue )á se afastara o "astante* Fa3e !arou* o"servando osarredores. A noite estava ,uieta e uma "risa leve roçava(lhe o rosto e os ca"elos. %uviu oruído de uma corredeira do rio Ar'ansas nas imediaç<es e sentiu vontade de ir at lá.

PEs(se a caminho* orientada a!enas !ela lu& fraca da lanterna. % cricrilarinterminável dos grilos e de!ois o coa2ar dos sa!os("ois a avisaram de ,ue faltava !ouco!ara atingir a "arranca do rio.

 A cada !asso ela sentia o ar mais frio* mais 4mido e "rumoso. % som "or"ulhanteda água correndo entre as !edras chegava lím!ido a seus ouvidos. A serenidade do lugar

começou a invadi(la. =uando avistou os cedros ,ue !endiam das margens do Ar'ansas*não conteve um sus!iro.

7hegando ; "eira do rio* Fa3e ergueu o lam!ião !ara o alto e !Ede ver a nvoadensa flutuando como uma nuvem acima da su!erfície da água. -m en2ame demos,uitos* atraídos !ela lu&* avançou em sua direção* numa dança louca so"re suaca"eça.

?la continuou im9vel* a!enas desfrutando da ,uietude do lugar. %s insetos não aincomodavam e tudo ali transmitia(lhe !a&* tran,/ilidade e sossego.

0e re!ente um uivo agudo* como o grito de algum atingido !or uma dorinsu!ortável* ,ue"rou o sil@ncio da floresta. Fa3e arre!iou(se dos !s ; ca"eça. 8áescutara uma ve& a,uele gemido angustiado* ,uase humano* ,uando cru&avam afronteira do ?stado do Ar'ansas. +art 0o""s e2!licara(lhe na hora ,ue se tratava dorugido de leão da montanha.

Paralisada de medo* lem"rou(se do alerta de +art* ,ue havia dito ,ue estavamentrando em uma região infestada de ursos negros e le<es da montanha.

0o mesmo modo s4"ito ,ue veio* a imo"ilidade do !avor deu lugar ; necessidadeurgente de fugir dali. 7om o coração aos saltos e sem ter a menor idia da distncia em,ue se encontrava a fera* !Es(se a correr* segurando a alça do lam!ião com força* comose sua vida de!endesse disso.

% caminho ,ue na ida !arecera tão tran,/ilo e "uc9lico era agora uma se,/@nciainfernal de !edras soltas* "uracos e ar"ustos ,ue ameaçavam derru"á(la a cadamomento. A lu& oscilante do lam!ião !rodu&ia som"ras tr@mulas e tene"rosas. %

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acam!amento ainda devia estar longe* !ois não avistava a luminosidade da fogueira* ,uetalve& )á estivesse redu&ida a "rasas e cin&as.

Sentiu(se !erdida. 5ão reconhecia a trilha. Sem a lua !ara se orientar* a escolhade ,ual,uer direção transformava(se em mero !al!ite. 1esmo assim continuou correndo*at ,ue tro!eçou em uma !edra* !erdendo o e,uilí"rio. =uando )á contava com uma,ueda certa* sentiu ,ue algum a am!arava.

5ão conseguiu segurar o lam!ião* ,ue caiu ao chão e es!atifou(se* ateando fogonas folhas secas derru"adas !elo outono.

5um gesto instintivo* Fa3e desvencilhou(se dos "raços ,ue a !rendiam e começoua !isar nas chamas ,ue ameaçavam se es!alhar. Antes ,ue tivesse a!agado o !e,uenoinc@ndio* reconheceu o !ar de mocassins do homem ,ue a em!edira de cair. ?* com osolhos acostumados ; escuridão* !erce"eu imediatamente o sorriso e a e2!ressão irEnicade 8oe 6arrison.

Lá estava ele novamente* como se houvesse a!arecido !or encantoD 7omo se suamissão fosse uma s9: surgir sem!re ,ue ela se metia em alguma encrencaD

0urante um longo momento Fa3e não conseguiu articular uma 4nica !alavra.?stava atordoada. % medo do leão ainda não se desvanecera !or com!leto* nem aterrível sensação de estar !erdida ; noite na floresta.

7om as emoç<es em"aralhadas* ,uase agradeceu a 8oe !or ter interrom!ido suafuga louca e desorientada. 5o entanto* logo sentiu a humi(lhação de novamente sera!anhada em flagrante sem o controle da situação e reagiu* irritada.

B oc@D B ar,ue)ou* furiosa* en,uanto !ensava em uma )ustificativa !ara suaraiva. B Sem!re voc@D B ? a!ontou !ara os cacos de vidro do lam!ião e !ara algumasfolhas chamuscadas.

8oe fe& menção de res!onder* !orm ela continuou:B ?stá vendo o ,ue fe&> 5ão s9 ,ue"rou meu lam!ião como ,uase me fe&

incendiar toda a florestaD

?le afastou(se !ara um lado e aca"ou de a!agar alguns gravetos ,ue aindaestavam em chamas.

B =uer me cul!ar !or seu com!ortamento descuidado> B retrucou* tam"mirritado. B =ue dia"os estava fa&endo !or a,ui> Por acaso tem idia de onde fica oacam!amento> 0uvido ,ue Ga3land não a tenha avisado so"re os !erigos desta regiãoD

Fa3e não sou"e o ,ue res!onder. econhecia o erro. Sair so&inha !ela floresta

desconhecida em uma noite sem lua não tinha )ustificativa. Por outro lado* não fi&era isso!ara se divertir ou se meter em a!uros. Sim!lesmente saíra ; !rocura de um lugarsossegado onde !udesse sentir(se ; vontade. 7ontudo* a,uele homem não ,ueria sa"erdisso. inha logo gritando* como se ela fosse a!enas uma menina mimadaD

8oe a e2aminava do alto da ca"eça ; !onta dos !s. ?* !or um "reve instante*!erguntou a si mesmo !or ,ue nunca conseguia e2!ressar o ,ue realmente sentia ,uandoestava !r92imo dela.

B Todo mundo nesta caravana foi avisado dos !erigos da viagem B recomeçou*como um !rofessor &angado. B Por ,ue nunca escuta o ,ue os outros di&em> Por ,ue s9fa& o ,ue ,uer>

Fa3e ficou indignada. %diava ser tratada como uma adolescente levada eirres!onsável. es!irando fundo* encarou(o com ar desafiador.

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B 5ão de sua conta o ,ue eu faço ou o ,ue dei2o de fa&er. Por ,ue insiste emme !erseguir> oc@ está sendo !ago !ara !roteger todo o com"oio e não a!enas a mim.

B =uer sa"er a verdade> % cu teria de cair antes ,ue eu aceitasse cuidar!essoalmente de voc@. ?u lhe dou a mesma atenção ,ue reservo !ara os outros. S9 ,ueeles me dão menos !ro"lemas. Se acha ,ue a escolhi !ara me !reocu!ar* está muitoenganada.

 Antes ,ue 8oe tivesse concluído a 4ltima frase* Fa3e )á lhe dera as costas. A,uiloera demaisD =uem ele !ensava ,ue era !ara lhe !assar um sermão>

7om !assos firmes afastou(se da !e,uena clareira* a!esar de não estar segura,uanto ; direção e2ata do acam!amento.

Foi então ,ue o rugido do leão ecoou !ela segunda ve&* mais !r92imo eameaçador.

8oe correu at ela* !rendeu(a !ela cintura e* colando seu cor!o ao dela* levou(a norumo certo das carroças* ignorando os movimentos fe"ris ,ue ela fa&ia !ara soltar(se.

B ou ser franco* garota. 5ão sei !or ,ue estamos sem!re agindo como sefEssemos inimigos. B 7omo Fa3e não res!ondesse* ele !rosseguiu: B Acho ,ue )á hora de mudar essa situação. Temos um longo caminho at Fort Smith. =ue tal noscom!ortarmos de maneira civili&ada um com o outro* !elo menos na frente dos demais>

?la fe& mais uma tentativa !ara se soltar. Perce"eu ,ue era in4til e resolveu ficar,uieta. ?ntretanto* não se dignou a res!onder(lhe.

B Alm do mais B 8oe continuou B* toda essa irritação !ode ser mal inter!retada!elas !essoas. 8á !ensou nisso> Fa3e manteve(se em sil@ncio* em"ora o comentário ativesse atingido em cheio. Será ,ue ele !erce"era a atração ,ue e2ercia so"re ela>?staria ali a e2!licação !ara sua insist@ncia em humilhá(la> nfeli&mente não !Ede ver a

e2!ressão de seu rosto !ara confirmar a sus!eita.0e ,ual,uer modo* assim ,ue avistou o !erfil das carroças recortado contra o

clarão da fogueira* desvencilhou(se dele com um movimento "rusco e dis!arou !ara lá.

Sua es!erança de aca"ar com a,uele martírio* ao menos at o dia seguinte*desvaneceu(se ao ver ,ue a entrada da carroça dos 8ohnston !ermanecia fechada. 5ãotinha escolha: voltar a sair do acam!amento era im!raticável* e ficar im!licava aceitar acom!anhia de 8oe.

?le a!ro2imou(se sem !ressa* com !assadas largas e silenciosas ao mesmotem!o* !erce"endo ,ue ela se em!ertigava com sua chegada.

Fa3e )á se !re!arava !ara uma nova discussão* ,uando um vulto surgiu de trás deuma das carroças. ?ra +art.

B A!reciando as estrelas* 8oe> B o amigo "rincou. B Tam"m* com uma"ele&inha dessasD ? solteira* ainda !or cimaD

Fa3e olhou de um !ara o outro* horrori&ada. 8amais fora tratada com tantagrosseriaD +art falara como se ela fosse uma ,ual,uer* es!erando !ara agarrar o !rimeiro,ue a!arecesse. =uanto a 8oe* não es"oçava o menor gesto !ara desfa&er a máim!ressão.

Furiosa e sentindo(se im!otente !ara enfrentar os dois* girou nos calcanhares esaiu correndo !ara longe do círculode carroças. Pouco im!ortava ,ue a floresta estivessecheia de ursos e le<es. 5a,uele momento* sua frustração era tanta ,ue s9 dese)ava ,uea terra se a"risse a seus !s* !ara aca"ar de ve& com seu sofrimento.

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8oe saiu em seu encalço e não demorou a alcançá(la. Agarrou(a !elos om"ros e ao"rigou a encará(lo.

B =ue droga está acontecendo com voc@> Fui o"rigado a arrastá(la !ara fora dafloresta uma ve& e não estou dis!osto a fa&er isso outra ve&D

Fa3e tentou* !orm não conseguiu segurar as lágrimas.

B 0ei2e(me em !a& B !ediu num fio de vo&. B 7heguei a meu limite. 5ãoag/ento mais. ? voc@ não facilita as coisas em nadaC =uero ficar so&inhaD 5ão !recisode seus conselhos. oc@ não entende nadaD

8oe soltou(a e correu os dedos !elos ca"elos num gesto nervoso.

B 1as* afinal* ,ue ti!o de monstro voc@ acha ,ue sou> ?stá agindo como se eufosse um selvagem sem sentimentosD

 A!esar do !r9!rio deses!ero* Fa3e re!arou em algo diferente. ?ra a !rimeira ve&*desde ,ue se conheciam* ,ue ele lhe falava sem uma nota de ironia* sem o costumeiro arde su!erioridade. Ao contrário* agora !arecia desconcertado* magoado.

?* de fato* v@(la chorar havia tocado fundo seu coração. 0esarmara(o !orcom!leto. ?le sem!re a achara linda* dese)ável* a !onto de nunca ficar com!letamente ;vontade !erto dela. ivia o"servando(a e* ao menor sinal de dificuldade* uma forçairresistível o levava a socorr@(la. -ma atração semelhante fi&era(o sofrer no !assado e oreceio de re!etir a e2!eri@ncia o o"rigava a manter a guarda levantada.

Fa3e logo se acalmou. 5a,uele momento* mais do ,ue tudo ela !recisava de umamigo. ?* !or estranho ,ue !udesse !arecer* teve a sensação de ,ue 8oe 6arrison!oderia ser esse amigo.

B ?uC 1e descul!e !elo ,ue disse. 5ão ,ueria ser grosseira.

B amos fa&er uma trgua> Acho ,ue !odemos ser amigos. B ?le sorriu*estendendo a mão.

B (ui, aceito B Fa3e a!ertou(lhe a mão e retri"uiu o sorriso.

B amos voltar ao acam!amento e sentar !erto do fogo B 8oe !ro!Es* tocandode leve seu cotovelo.

?n,uanto a condu&ia atravs das árvores* !erce"eu ,ue )á não se sentia tão tensocom a !resença dela. ? estava contente com o final feli& do ,ue começara como mais umca!ítulo desagradável da longa "riga ,ue sustentavam desde a divisa do Ar'ansas com aLouisiana.

Fa3e tam"m não ca"ia em si de tão feli&. ?ra 9timo sentir(se !rotegida sem sertratada como uma garota mimada !recisando de um corretivo. ?stava cansada de ficarso&inha de não sa"er como se a!ro2imar dos outros* de sentir(se um estorvo !ara 7lia eGa3land e de "rigar ,uando tudo o ,ue dese)ava era um om"ro amigo.

 Atravessaram o círculo formado !elo com"oio e foram at a fogueira central* a4nica cu)as la"aredas ainda se agitavam contra o cu noturno. S9 nesse instante* aotocar os om"ros num movimento refle2o* Fa3e desco"riu ,ue havia !erdido o 2ale.

B ou !egar caf !ara n9s B disse 8oe ao chegarem !r92imo ; fogueira. B?s!ere(me a,ui. olto em !oucos instantes.

Fa3e murmurou um agradecimento* feli& com a atenção ,ue rece"ia. Sentou(se em

um tronco e viu(o afastar(se em direção a uma das fogueiras menores.8oe re!arou ,ue ela o acom!anhava com o olhar e de re!ente sentiu(se

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desa)eitado como um adolescente ,ue ensaia sua !rimeira declaração de amor. Temendocometer algum erro* !egou o "ule fervente e serviu duas canecas de caf.

ealmente Fa3e o o"servava como se o estivesse vendo !ela !rimeira ve&. Admirava sua altura* o !orte físico* a segurança com ,ue se movimentava. Sem d4vidaera um homem ha"ituado ; dura vida na selva* em"ora não fosse do ti!o rude. % rosto!ossuía traços marcantes e os olhos negros davam a im!ressão de esconder algummistrio.

7om a a!ro2imação de 8oe* ela es,ueceu a,uelas divagaç<es e fingiu concentrar(se no fogo.

B (#, merci B murmurou en,uanto aceitava a caneca ,ue lhe oferecia e afastava(se um !ouco !ara o lado a fim de dar(lhe es!aço no tronco.

8oe sentou(se a seu lado sem nada di&er. % acam!amento estava ,uieto. Ascrianças dormiam a sono solto dentro das carroças. A maioria dos adultos tam"m )á serecolhera. A,ui e ali uma mulher ainda cuidava do co&ido* um chefe de família verificavaos arreios ou se o e,ui!amento estava "em !reso do lado de fora de seu veículo. A

maioria dos soldados dormia entre !eles ao relento ou de"ai2o de alguma carroça. -ns!oucos dis!ensavam os 4ltimos cuidados com os cavalos e* do lado de fora doacam!amento* os restantes montavam guarda na escuridão.

8oe e Fa3e continuavam em sil@ncio* "e"ericando o caf devagarinho* cada umconsciente de ,ue a trgua ,ue viviam ainda era frágilK uma !alavra mal colocada !oderia!Er tudo a !erder.

Talve& não !or acaso* os !ensamentos de 8oe recuaram no tem!o* mais!recisamente at a chegada de Hathr3n a Fort Smith* acom!anhando o !ai* o oficialcomandante da !oca.

+astaram alguns !oucos dias !ara ,ue 8oe !erce"esse a enorme diferençae2istente entre ela e as garotas ,ue tra"alhavam no saloon, do lado de fora das !aliçadasdo forte. Alm de e2tremamente "onita e atraente* era uma )ovem fina e educada.

 A!ai2onar(se !or ela foi algo a"solutamente corri,ueiroK o mesmo acon(tecia commetade da tro!a. 5o entanto )amais lhe !assara !ela ca"eça ,ue ela corres!ondesse aseu amor.

? foi o ,ue aconteceu. 5o começo* os dois riam ; toa de tanta felicidade. % namorodemorou !ouco tem!o e logo marcaram a data do casamento.

7ontudo* Hathr3n começou a mudar. % fascínio inicial !ela vida no forte* asatisfação de ser corte)ada !or tantos homens e at o mesmo encanto com a coragem e a

"ele&a r4stica de 8oe foram* aos !oucos* dando lugar a outro ti!o de sentimento. ?la!assou a en2ergar tudo com outros olhos: os soldados )á não eram mais gentisaduladores* mas homens grosseiros e ignorantesK a vida na fortificação* antes tão"uc9lica* transformou(se num inferno onde faltava tudo o ,ue uma mulher necessitava.5ão havia rou!as e vestidos elegantes !ara com!rar* ,uanto mais um "om !erfumeD ?não se encontrava uma criada decente. Hathr3n era o"rigada a fa&er tudo so&inha. Paracom!letar* não e2istia uma 4nica mulher num raio de ,uilEmetros ,ue fosse de seu nível ecom ,uem !udesse ter uma conversa realmente interessante.

 A medida ,ue se a!ro2imava a data do casamento* Hathr3n em!olgava(se cadave& menos com a !ers!ectiva da vida futura com 8oe. % ,ue antes ela via como coragem

!assara a ver como "rutalidadeK e a,uilo ,ue nos dias de !ai2ão mais intensa lhe!arecera "ele&a r4stica agora se tornava a mais a"soluta falta de refinamento.

% final da hist9ria foi sua volta ;s !ressas !ara a cidade grande* a"andonando no17

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altar um 8oe 6arrison aturdido* humilhado e !rofundamente magoado.

8oe tentou es,uecer as más recordaç<es. A fugitiva ainda era uma cicatri& a"ertaem seu !eito* mas ali estava outra mulher com ,uem se !reocu!ar. -ma )ovem ,uedes!ertava nele sentimentos ,ue )urara manter adormecidos.

B ?ntão* Fa3e* o ,ue tra& voc@ ao Ar'ansas> B !erguntou* ,ue"rando o longo

sil@ncio.?la tomou mais um gole de caf antes de res!onder:

B ou morar com meu irmãoC Perdi meus !ais há !ouco tem!o. B Fe& uma!ausa* a vo& em"argada !ela emoção.

B 1ichael o 4nico !arente ,ue me restou. 7lia e Ga3land foram muito gentis eme aceitaram como !assageira na carroça. Assim* a,ui estou enfrentando os %&ar's Bcom!letou com um sorriso.

B oc@ de 5ova %rleans> B 8oe sus!eitava* !or suas maneiras* ,ue ela fossede alguma cidade grande.

B (ui, nasci lá. B 0e!ois de colocar a caneca va&ia no chão* ela !erguntou: B +tvous, o ,ue o trou2e !ara %&ar's>

B 1eu !ai. ?le tenente a!osentado do ?2rcito. B 8oe tam"m de!ositou acaneca no chão. ?m seguida continuou:

B 0esde !e,ueno tive de a!render a viver como um !eregrino. 1eu !ai mudavade um forte !ara outroK nunca !ermanecia muito tem!o no mesmo lugar. Tornei(me umerrante no verdadeiro sentido da !alavra aos de&oito anos* ,uando rom!i com a família.B %lhou !ara Fa3e* ,ue ouvia atentamente a hist9ria* e de!ois desviou a vista !ara as"rasas da fogueira. B =uando Fort Smith foi construído* meu !ai ficou estacionado lá* atse a!osentar !ouco de!ois. ?ntão resolvi segui(loC acho ,ue !or meu es!írito de

aventura. Sem!re tive curiosidade em sa"er !or ,ue as !essoas falavam tanto dos%&ar's. 1eus !ais moravam vi&inhos ao forte* antes de retornarem a +oston.

B oc@ não mencionou mais ningum alm de seus !ais B ela disse comsuavidade. B ?ram s9 voc@s> B Fa3e estava ansiosa !or sa"er se havia alguma outramulher na,uela hist9ria.

Se escutou a !ergunta* 8oe não o demonstrou. Parecia imerso em remi(nisc@ncias.

Fa3e olhou na direção da carroça dos 8ohnston e ficou intrigada ao re!arar ,ue acortina continuava fechada. Fa&er amor devia ser algo maravilhoso* !ara ,ue 7lia eGa3land demorassem tanto tem!o )untosC

8oe seguiu(lhe o olhar e adivinhou seus !ensamentos. 7ertamente ela nunca fi&eraamor* em"ora devesse estar acostumada com cavalheiros elegantes e "em(educados*desses ,ue conhecem a eti,ueta e sem!re dirigem a !alavra e2ata !ara uma mulher.6omens metidos em ternos so" medida e usando !erfumes caros* duas coisas ,ue ele )amais e2!erimentara.

6avia muito ,ue 8oe desco"rira ,ue a vida no meio do mato era "em mais atraentedo ,ue nas cidades. Anos atrás conhecera +art 0o""s* ,ue lhe ensinara a arte da caça*do rastreamento e da e2!loração selvagem. ?* en,uanto a!rendia todas essas coisas*chegava ; conclusão de ,ue encontrara seu lugar no mundo. S9 lhe faltava a mulherideal.

B Fale(me mais dos %&ar's B Fa3e !ediu de!ois de uma longa !ausa. B =uerosa"er !or ,ue voc@ gosta tanto desta região.

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B ?sta terra o ,ue há de mais sedutor no mundo B ele declarou* os olhossonhadores. B ?m cada canto se !ode a!reciar a magia da nature&a. =uantas horas não!assei ouvindo o canto de algum !ássaro* o macho tentando con,uistar a f@mea> %uescondido )unto de um olho(dágua* o"servando os !e,uenos animais ,ue iam matar asede> ? a !aisagemD B ?le fe& um gesto largo* como se ,uisesse a"arcar toda a terra aoredor. B ?scar!as íngremes* !lanaltos* florestas cerradas e cam!os a"ertos. ios

entrecortando as montanhas. ? a"ismos ines!erados* !rofundos* de !erder o fElegoD A descrição ,ue 8oe fa&ia dos %&ar's era tão vivida ,ue* !or um momento* Fa3e

es,ueceu as agruras do dia(a(dia e acreditou ,ue seguia ao encontro de um lugar desonhos e !romessas.

B A)udo no ,ue !osso !ara manter a !a& desta região B 8oe !rosseguiu*!ensativo. B Preferi não me su)eitar ; rigide& do ?2rcito* mas faço minha !arte como"atedor e rastreador. 5ão ,uero ,ue os fora(da(lei venham envenenar esses vales eessas montanhas com sua maldade e corru!ção.

Seus olhos negros !erderam a suavidade de antes e assumiram uma e2!ressãocarregada.

B !reciso aca"ar com a invasão desses "andidos. 1as não a ,ual,uer custo.5ão ao !reço de nos tornarmos iguais a eles* como ,uerem alguns. =uando ouço algumdi&er ,ue os vigilantes t@m o direito de fa&er )ustiça com as !r9!rias mãos* sinto meusangue ferverD % ,ue !recisamos de um governo ,ue im!onha a ordem e esta"eleça a!a&D B 0e re!ente* !erce"endo o !r9!rio tom e2altado* ele riu meio sem )eito. B0escul!e(me* não ,uero entediá(la com meus discursos legalistasC

 Ao contrário do ,ue ele imaginava* Fa3e estava adorando a conversa. 7ada novainformação servia !ara ,ue tivesse uma idia melhor da vida ,ue a es!erava na missão.

B 5ão está me entediando B disse com firme&a. B Agora* eu gostaria de sa"er

mais so"re os vigilantes. =ual a !ro!osta deles>B A !ro!osta deles> B 8oe fe& um ar de escárnio. B tra&er in,uietação !ara a

comunidade. ?les se acham no direito de ditar as regras. São um gru!o de cidadãos ,uedecidiu formar um comit@ de vigilncia !ara a!licar a lei com as !r9!rias mãos. ?les nãoacreditam em !ris<es ou em )ulgamentos )ustos. A 4nica coisa em ,ue acreditam noenforcamento sumário. 1as chega de conversar so"re "andidos e vigilantes. =uero ,ueme fale um !ouco mais de voc@. % ,ue está lhe !arecendo esta região>

Fa3e !ensou no desconforto da viagem* no tra"alho duro de cada )ornada* nasolidão ,ue a acom!anhava desde o início da,uela aventura e então dei2ou esca!ar umsus!iro.

B 5a verdade* sinto saudade de 5ova %rleans. Saudade de minha casa* ,ue tivede venderC dos amigos* dos !asseios. magino ,ue neste e2ato momento eles devemestar se divertindo em algum "aile. Ms ve&es lem"ro as lu&es* a m4sicaC %h* seriamaravilhoso !oder vestir sedas novamente* ter a !ele cheirando a magn9liasD

Por sorte ela não estava atenta ; e2!ressão de 8oe* ,ue a cada !alavra reagiacomo se estivesse levando um ta!a no rosto. % ,ue ele lia nos olhos a&uis de Fa3e era amesma saudade irremediável da,uilo ,ue Hathr3n chamava de civili&ação. ?* no elogio ;ssedas* a mesma atitude ,ue !rovocara a re)eição ao noivo.

Tentando !arecer natural* mas inca!a& de disfarçar a frie&a na vo&* ele disse:

B Amanhã o dia começará "em cedo. B A caça aos "4falos vai ser dura. BLevantou(se. B Preciso descansar um !ouco.

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7hocada com a,uela atitude fria* !ara não di&er mal(educada* Fa3e ignorou a mão,ue ele lhe estendia e ergueu(se sem sua a)uda.

B +em* vou acom!anhá(la at sua carroça. B 8oe forçou um tom gentil como se,uisesse ocultar o !r9!rio desa!ontamento.

B 5ão !recisa me acom!anhar* monsieur. 5on soir Sem dar(lhe tem!o !ara

reagir* virou as costas e se retirou. Procurou a!arentar calma* em"ora estivesse ; "eiradas lágrimas.

% ,ue acontecia com a,uele homem> ?le a fi&era sonhar* fora atencioso esolidário com sua situação* mostrara(se interessado em t@(la como amigaC ?ntão* !or,ue de re!ente a,uela frie&a> Por ,ue novamente a tratara com des!re&o>

Fa3e su"iu na carroça o mais silenciosamente !ossível e moveu(se at o ladoo!osto ;,uele onde Ga3land e 7lia dormiam aconchegados. Tirou o vestido e do"rou(o!ara não amarrotar. =uando afinal acomodou(se em"ai2o das co"ertas* dei2ou ,ue aslágrimas escorressem livres !or seu rosto. ecusou(se a fa&er um "alanço do ,ueocorrera* !ara ver onde errara* e adormeceu horas de!ois com a imagem de 8oe 6arrison

na mente.7om !assos lentos e !esados* 8oe foi at o "raseiro em volta do ,ual estavam +art

0o""s e alguns soldados metidos em sacos de dormir es!alhados !elo chão.esmungando so&inho* desafivelou o cinturão da arma e tirou os mocassins.

B ?ssa mocinha !egou voc@ de )eito* hein* 8oe> B +art !rovocou* divertido. BPor ,ue não fa& como eu> Lá no saloon elas não !edem nada* s9 uma noite de diversãoe um !ouco de dinheiro. ?* se voc@ en)oa* s9 chamar outra.

B Por ,ue voc@ não volta a dormir> B 8oe retrucou* irritado. ?ntretanto*!erguntou(se !or ,ue vivia atrás dessas mulheres da cidade. Afinal de contas* sa"ia ,ueno início elas achavam tudo maravilhoso* !ara logo de!ois se cansarem* desa!arecendosem dei2ar vestígiosC

Frustrado com Fa3e e consigo mesmo* 8oe estendeu(se so" as co"ertas eadormeceu.

Cap%tulo &&& Cap%tulo &&& 

 A lu& do sol do meio(dia filtrava(se !or entre as co!as elevadas. As folhas!rateadas dos chou!os agitavam(se ruidosas com a "risa* fa&endo um "arulhosemelhante ao da chuva.

Fa3e* indiferente a tudo ao redor* estava a)oelhada ; margem do rio* concentradaem lavar rou!a. Porm* en,uanto en2aguava uma fronha* !erce"eu um !e,uenomovimento na terra !r92imo ; !ilha de rou!as. Parou o ,ue fa&ia e* a"solutamente

im9vel* ficou atenta ao !e,ueno t4nel ,ue se formava* como se fosse escavado !or umser invisível. Sa"ia ,ue era uma tou!eira e es!erou em sil@ncio ,ue o !e,ueno animalemergisse ; su!erfície. 7om um sorriso nos lá"ios* o"servou a tou!eira dar os 4ltimos

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reto,ues em sua o"ra* afastando !ara os lados montinhos de terra solta* e afinalmergulhar no "uraco e desa!arecer.

S9 então Fa3e retornou ao tra"alho de en2aguar a fronha* ,ue era a 4ltima !eça aser lavada. Feito isso* sentou(se e !ercorreu as imediaç<es com o olhar. As árvores securvavam so"re as margens do rio* !rodu&indo uma som"ra fresca e agradável. 1aisadiante* as flores silvestres formavam um ta!ete amarelo e escarlate* !4r!ura e r9seo*numa e29tica mistura de tons. Agarrado ao tronco de uma das árvores* um !ica(!au de!lumagem !reta e "ranca "icava a madeira com seu martelar característico* o !enachovermelho indicava ,ue era um macho. 5o galho de um frei2o* um Passarinho solitáriolançava ao vento notas altas e vi"rantes.

 A!esar da "ele&a da !aisagem* Fa3e não estava em condiç<es de desfrutá(lacomo gostaria. Surgira um !ro"lema na noite anterior* ,uando Ga3land acordaraintem!estivamente* com calafrios e fe"re alta. 0e imediato 7lia e ela o haviam a)udado adeslocar(se at a carroça de 0oe ose* !ara ficar isolado dos demais via)antes.

0oe ose )untara(se ao com"oio !ouco de!ois de haverem dei2ado 5ova %rleans.i4vo e !ossuidor de talentos medicinais* oferecera seus serviços* colocando a !r9!riacarroça ; dis!osição !ara a,ueles ,ue adoecessem no decorrer da )ornada.

B Ga3land contraiu fe"re "iliosa B o velho diagnosticara* a!9s e2aminá(lo durantea madrugada. B ?le vai !assar maus "ocados. 7om essa diarria e vEmitos constantesserá !raticamente im!ossível administrar(lhe ,ual,uer medicação. Sim!lesmente vai terde ag/entar so&inho at melhorar um !ouco.

7lia decidira ficar com o marido na carroça de 0oe ose. A!esar do risco decontágio* !retendia cuidar dele e confortá(lo at ,ue Ga3land se recu(!erasse.

 Assim* toda a res!onsa"ilidade !ela carroça e !ertences dos 8ohnston fora!assada !ara Fa3e* o ,ue significava um considerável aumento em sua carga de tra"alho

diária.?la !ensava nisso ,uando escutou* não muito distante de onde se encon(trava*

gritos e tiros indicando ,ue a caça aos "4falos ainda continuava.

1al raiara o dia* os "atedores haviam avistado uma manada !astando na colinamais !r92ima do acam!amento. %s soldados e os homens com e2!eri@ncia de caça logose mo"ili&aram. 5em se,uer haviam !arado !ara tomar o caf da manhã* !reocu!adosem conseguir carne e !eles e satisfeitos !ela !ers!ectiva de ação.

0e!ois de acomodar toda a rou!a lavada no cesto de vi(me* Fa3e ergueu(o comdificuldade* !ois o !eso du!licara* uma ve& ,ue estava tudo molhado. 7olocou(o so"re oom"ro e retornou ao acam!amento.

 Assim ,ue chegou* amarrou uma corda fina entre sua carroça e a seguinte. 0e!oiscomeçou a estender as rou!as. % sol estava escaldante e não havia uma 4nica nuvem nocu. 0e ve& em ,uando so!rava um vento forte* dando(lhe a certe&a de ,ue as rou!asestariam secas antes do anoitecer.

Terminada a tarefa* ocorreu(lhe dar uma es!iada na caçada. 5ão ,ue essaatividade a atraísseK sim!lesmente estava curiosa e a colina onde a manada fora avistada!arecia "astante !r92ima.

 Antes de ir* !orm* tomou algumas !rovid@ncias: refe& o laço de fita ,ue !rendiaseus ca"elos* desarregaçou as mangas do vestido e tirou o avental. 7ertamente não

estava deslum"rante como costumava ficar em seus vestidos de "aile* mas sentia(se !elomenos a!resentável !ara a!arecer diante de um "ando de homens.

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 As outras mulheres da caravana ocu!avam(se com atividades im!ossíveis deserem feitas com o com"oio em movimento. 0e!ois de olhar ao redor do círculo formado!elas carroças* Fa3e concluiu ,ue não havia ningum livre !ara acom!anhá(la. ?ntão!egou o rifle e seguiu em direção ; colina.

%s tiros haviam cessado há algum tem!o.( sso indicava ,ue a matança estavaterminada. %s homens deviam estar em!enhados em cortar a carne e se!arar as !eles.

 A distncia at a colina era "em maior do ,ue lhe !arecera de início* e o terreno*"astante escar!ado. Fa3e sentia dor nos )oelhos e nas !ernas antes de vencer metade docaminho. =uando !arou !ara descansar* teve ím!etos de retornar ao acam!amento* maslogo concluiu ,ue )á se afastara demais !ara sim!lesmente desistir e voltar. Assim*decidiu ir em frente. Algum tem!o de!ois seu esforço era recom!ensado. 0o alto dacolina* !Ede ver ao longe* no hori&onte* uma cadeia de montanhas reco"ertas de árvoresverde)antes(. ?* na direção leste e !ara alm do !enhasco* e2tensas !radarias ata!etadas!or um ca!im lu2uriante e sal!icadas de flores silvestres ,ue se es!alhavaminterminavelmente at os contrafortes de outra cordilheira.

Fa3e )amais vira uma !aisagem tão estu!enda. Se a e2ist@ncia de terras livres nãofosse motivo suficiente !ara atrair !ioneiros* certamente tanta "ele&a o seria. -m artistatalentoso retrataria a,uele cenário como !ortas do !araíso.

5o entanto* ao atingir o !onto mais alto da colina* a "ele&a da !aisagem ficoumaculada !ela visão dos cor!os inanimados dos "4falos a"atidos. ?s!alhados !ela terra*manchavam de vermelho a vegetação* en,uanto os homens removiam suas !eles.

?la !arou* lutando !ara re!rimir a sensação de en)Eo. A !ouca distncia dali haviaainda alguns animais de !* im9veis como se aguardassem a e2ecução. % sil@ncio eratotal. %s homens não emitiam uma !alavra en,uanto tra"alhavam com ra!ide& econcentração na,uele cam!o de morte. 0e s4"ito* Fa3e ouviu um resfolegar ameaçadorvindo de algum !onto !erto de si. Sentiu o cor!o gelar en,uanto se virava "emdevagarinho. Seu coração ,uase !arou ao encontrar os olhos frios e negros de um "4falo,ue !arecia !ronto !ara investir. % animal estava em uma !e,uena de!ressão do terreno*de modo ,ue não !odia ser visto !or ,uem chegasse !ela encosta da colina.

Tr@mula* Fa3e recuou um !asso* relanceando o olhar ra!idamente !ara o lado* naes!erança de ,ue algum !erce"esse sua situação. 5o entanto* todos estavam a"sortosno tra"alho.

?2ceto um homem.

8oe 6arrison )amais se !ermitia envolver(se !or muito tem!o em uma 4nicaatividade ,uando caçava "4falos. A !rática lhe ensinara ,ue manter(se alerta e o"servar

os arredores de ,uando em ,uando era fundamental !ara se evitar um ata,ue sur!resa. ?foi em uma dessas "reves interru!ç<es !ara certificar(se de ,ue tudo corria "em* ,uandolim!ava o suor da testa com o dorso da mão* ,ue viu o em"ate silencioso entre Fa3e e oanimal.

B 1as ,ue drogaD B murmurou entre os dentes. ?* com um movimento discreto*!egou a adaga* ,ue estava fincada no chão* e cutucou +art* !revenindo(o com um gestosignificativo. B 0@ uma olhadinha ali. Parece ,ue teremos de dar ca"o de mais um"4falo.

+art voltou(se !ara o !onto indicado e* ao ver o ,ue acontecia* cerrou os !unhoscom raiva.

B Garota est4!ida B sussurrou !ara o amigo. B =ue dia"os está fa&endo a,ui>Será ,ue não sa"e ,ual seu lugar>

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B Parece ,ue não B 8oe retrucou* !aciente* escaldado !or e2!eri@nciasanteriores. B enha* +art. Temos de agir de!ressa.

% outro "atedor assentiu em sil@ncio.

B im!ossível sa"er ,uando esse macho vai investir* mas ,ue ele não tira osolhos de cima dela* isso certo B 8oe concluiu* !reocu!ado.

+art !egou o rifle e* a!esar da tensão do momento* ainda encontrou senso dehumor !ara "rincar:

B ?ngraçado. 7onheço um su)eito ,ue tam"m não des!rega os olhos de cimadela. S9 não dá !ara sa"er se ele )á atacou.

8oe lançou(lhe um olhar mal(humorado.

B 5ão hora !ara !iadas* com!anheiro. Se ainda não notou* ali tem uma moçaem !erigo B disse num tom de =uem não se ofendera.

ifles nas mãos* os dois saíram em "usca de uma melhor Posição com a destre&aad,uirida em anos e anos de e2!eri@ncia.

Fa3e continuava !aralisada desde o instante em ,ue vira o "4falo. Perce"eu ummovimento com o canto do olho* mas não ousou mover(se e es!erou ,ue os homensentrassem em seu cam!o de visão. 5o momento em ,ue isso aconteceu* !or coincid@nciao animal "ufou violentamente e começou a ras!ar o chão com o casco* num sinaline,uívoco de ,ue !oderia atacar a ,ual,uer instante.

 A!enas o instinto de so"reviv@ncia o"rigava Fa3e a não arriscar um 4nicomovimento. 1al res!irava e tinha certe&a de ,ue* se se movesse* o animal investiriacontra ela.

?n,uanto isso os dois "atedores a!ro2imavam(se sorrateiramente do local.

B % vento está vindo do oeste B 8oe informou num tom ,uase inaudível.+art fe& ,ue sim com a ca"eça. Pararam !or um momento !ara considerar o

terreno e estudar a ação seguinte.

B amos dar a volta !elo leste B 8oe sugeriu no mesmo tom sussurrado. B Porali o animal não nos v@. Tomara ,ue ela não se me2a.

B Seria um milagre B +art resmungou. B A!osto como a ,ual,uer momento elavai sair correndo feito uma louca.

8oe olhou !ara Fa3e. 5unca a vira tão !álida e amedrontada.

B 0uvido B ele retrucou. B ?stá a!avorada demais at !ara !iscar.%s dois se esgueiraram ; !rocura de uma !osição melhor. ?ra uma situaçãocom!licada* ,ue e2igia !rofundos conhecimentos so"re o com!or(tamento instintivo dos"4falos. Alm disso* !recisavam agir ra!idamente* !ois era im!revisível o momento ,ue oanimal escolheria !ara investir. Por outro lado* se a fera !erce"esse a a!ro2imação deles*não haveria tem!o !ara mais nada.

8oe e +art !araram so"re um terreno !lano* sem nenhum o"stáculo entre eles e oalvo. % vento agora lhes era totalmente favorável* levando o cheiro deles em direçãocontrária ; do "4falo.

7om a sincronia de movimentos ,ue s9 a longa !arceria entre am"os !odia

e2!licar* carregaram seus rifles e assumiram !osição de tiro* a!oiando um dos )oelhos nochão. Fi&eram !ontaria* totalmente concentrados* a res!iração !ausada e regular.

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B Pronto> B +art sussurrou sem afastar os olhos da !resa.

8oe assentiu* sa"endo ,ue ca"ia a ele dar o sinal. Assim* encheu o !eito e gritou:

B 7orra* Fa3e* agoraD

7omo se fosse uma cena ensaiada* ela saiu da imo"ilidade ,ue a dominava*virando(se e fugindo em desa"alada corrida.

% grito re!entino e o sumiço ines!erado da vítima distraíram o "4falo !or umafração de segundo.

%s dois "atedores )á contavam com isso. ?* a!roveitando o "reve fator sur!resa*dis!araram em uníssono.

% tiro de +art varou o !escoço do animal* sem atingir nenhuma grande artria. %de 8oe chegou mais !erto do alvo* acertando o !eito* mas não o coração.

B 0rogaD B 8oe es"rave)ou* frustrado.

% "4falo se,uer deu mostras de ter sentido os dis!aros. ?m ve& disso* "ufou

selvagemente e arremessou(se na !erseguição de sua vítima. M,uela altura estava imuneao instinto de !reservação ou de autodefesa. Sua manada fora di&imada e uma reação!rimária* assassina* im!elia(o !ara a !resa.

?n,uanto corria deses!erada* Fa3e !erce"eu vagamente =ue algo saíra errado.%uvira os tiros* !orm o arre!io na es!inha lhe avisava ,ue o !erigo não cessara.

7om a ra!ide& ,ue fa&ia dele uma lenda nos %&ar's* 8oe recarregou a arma ea!ontou novamente. Sem d4vida* o fato de o animal estar em movimento tornava a tarefadificílima. Porm a situação não admitia outro erro. A,uele tiro teria de acertar um 9rgãovital* do contrário Fa3e seria a !rimeira "ai2a definitiva da caravana.

%uviu(se o terceiro dis!aro. 0essa ve& a "ala !erfurou a !ele do animal e alo)ou(se

em seu coração.Fa3e voltou(se !ara olhar* tro!eçou e caiu sentada. 0urante um longo momento

tudo !areceu congelado ao redor: 8oe* com o rifle ainda erguidoK +art* interrom!endo ogesto de recarregar a armaK os soldados e os outros homens* !aralisados em meio ;atividade de des!elar os animais a"atidosC Todos olhavam fi2amente !ara o mesmo!onto. Lá estava o "4falo* enorme* assustador. nterrom!era seu galo!e desenfreado a!oucos metros de Fa3e e !arecia acumular forças antes de atacar. Su"itamente deu aim!ressão de ,ue retomaria a investida* vencendo a !e,uena distncia ,ue o se!aravadela. 7ontudo* cam"aleou !ara um lado* soltou um mugido terrível* girou so"re si mesmoe tom"ou.

=uando sua ca"eça atingiu o solo* tudo em volta !areceu recu!erar vida emovimento.

Fa3e* e2austa a!9s tanta comoção* desfaleceu.

% !rimeiro a sair da imo"ilidade foi 8oe.

B 7om os dia"osD B !rague)ou* correndo !ara ela.

+art seguiu(o com !assos lentos. 1ais velho e e2!eriente* )á vivera outrassituaç<es dramáticas e estava calmo* ciente de ,ue o !erigo cessara.

%s demais homens* ,ue haviam !erdido o começo do incidente* olhavam uns !ara

os outros na es!erança de desco"rir algum ,ue esclarecesse o ,ue se !assara.8oe tomou(a nos "raços e correu em direção ao acam!amento. @(la desfalecida*

indefesa* des!ertava(lhe uma !rofunda ternura. +em ,ue ele gostaria de ignorá(la* mas24

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isso se tornava cada ve& mais difícil. Ms ve&es ela !arecia o retrato fiel de Hathr3n.=uando !erce"ia nela a mesma e2!ressão distante e saudosa ,ue vira na e2(noiva !oucoantes de sua !artida* tinha ím!etos de a"andonar o com"oio e esconder(se em algumamontanha at ,ue tudo estivesse terminado. Logo* !orm* re!arava em seus ca"elos!retos e macios* nos traços delicados de seu rosto* com o nari& !e,ueno e levementearre"itado* nos cílios com!ridos e no desenho suave e sensual dos lá"ios vermelhos e

imaginava se não seria )ustamente ela ,uem o faria es,uecer(se de Hathr3n !ara sem!re.% caminho ,ue Fa3e tanto demorara a vencer 8oe !ercorreu em !oucos minutos.

 Assim ,ue chegou ao acam!amento* levou(a !ara a carroça dos 8ohnston* onde aacomodou so"re as !eles. ?ntão mergulhou um !ano numa vasilha dágua e umedeceu(lhe o rosto.

B 1ocinha* assim voc@ me mata de susto B murmurou ao v@(la reagir.

Pouco a !ouco ela voltava a si. Piscava seguidamente e di&ia !alavrasincom!reensíveis* at ,ue afinal a"riu os olhos de uma ve&.

B % ,ue aconteceu> B disse* assustada* olhando em volta. B 7omo foi ,ue eu

cheguei a,ui>8oe !ermaneceu calado* !erce"endo ,ue ela ainda estava confusa.

B (#, non B Fa3e gemeu de frustração. B ?u desmaiei. 5unca tinha desmaiadoem toda minha vida.

B +em* na,uelas circunstncias ,ual,uer mulher desmaiaria. B ?le riu natentativa de animá(la.

S9 nesse momento foi ,ue ela começou a !ensar no incidente ,ue a fi&era !erderos sentidos. Lem"rou(se !rimeiro da !aisagem acima da colinaK as !radarias* as floressilvestres* a cordilheira ao longe. 0e!ois* do restante da su"ida at o to!o* os homens

tra"alhando* os animais a"atidos* as manchas de sangue so"re a relvaC o "4faloD Alem"rança veio como um cho,ue.

a!idamente as imagens foram se sucedendo em sua mente. % susto ao desco"riro animal. 8oe e +art indo em seu socorro com uma lentidão insu!o(rtável. %s cascosriscando o chão* nervosos. %s tiros. A fera !erseguindo(a im!lacávelC

Fa3e arregalou os olhos de !avor* como se tudo ainda estivesse !or acontecer.

B Por ,ue voc@ foi !ara lá> B 8oe ,uis sa"er.

B % ,u@> B ?la !arecia não ter entendido a !ergunta.

B % ,ue foi fa&er lá> Todas as mulheres estavam cum!rindo suas o"rigaç<es a,ui

no acam!amento. Por ,ue não fe& o mesmo> A!oiando(se no assoalho da carroça* ela sentou(se. 8oe estendeu(lhe uma caneca

de água.

B Tome* isso vai a)udá(la.

 Ainda com as mãos tr@mulas* Fa3e segurou a caneca e "e"eu a água.

B % ,ue dia"os estava fa&endo na,uele lugar> B 8oe insistiu.

B 7omo assim> 7om ,ue direito voc@ me di& onde eu devo ficar> B retrucou*meio atordoada.

?le !referiu calar(se* certo de ,ue Fa3e continuava em estado de cho,ue. A "em da verdade* a cara escura e tene"rosa do "4falo ainda !arecia dançar

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diante de seus olhos. ?* em"ora ela com!reendesse ,ue 8oe salvara(lhe a vida* estavamais !reocu!ada em e2!licar a si mesma !or ,ue fora ao local de caçada do ,ue emagradecer(lhe. ealmente* se !arasse !ara !ensar no risco ,ue correra a!enas !ara!resenciar uma cena ,ue detestava* chegaria a conclus<es !ouco lison)eiras so"re si!r9!ria.

 B ?* nesses dias voc@ conseguiu arran)ar confus<es suficientes !ara uma vida B8oe comentou !ouco de!ois* com um sorriso* tentando aliviar a tensão. Fa3e fulminou(ocom o olhar.

B Ainda "em ,ue voc@ está sem!re alerta e !ronto !ara agir* não > ? ,ual a!rimeira coisa ,ue !ergunta !ara sua vítima favorita>

B ?i* es!ere um !oucoC

B A !rimeira coisa ,ue lhe ocorre !erguntar !or ,ue não estou cuidando deminhas o"rigaç<es femininas.

B Fa3e* !or favor* não comeceC

B 7laroD B ela continuou* interrom!endo(o. B % grande her9i não !ode ser!ertur"ado a toda hora !or mocinhas est4!idas e desocu!adas* certo>

B ?u nunca disse ,ue voc@ eraC

B =uantas ve&es tenho de di&er ,ue não ,uero ser salva !or voc@>

B %ra* ora* ,uanta gratidãoD B 8oe começava a se irritar tam"m.

B GratidãoD B ela es"rave)ou* os olhos faiscando. B Por ,ue não fa& um trofucom minha ca"eça e !rega em cima da lareira>

B ?u s9 es!erava um Io"rigadaJ* nada mais. =ue grande idiota eu fuiD

5esse instante* ,uando am"os estavam !restes a !erder o controle* +art 0o""s!Es o rosto na a"ertura da carroça. 7om ar divertido* olhou de um !ara o outro en,uantoerguia um rifle em uma das mãos e uma adaga na outra.

B 8oe* voc@ es,ueceu sua adaga B disse* contendo o riso B 1adame* seu rifle.

7omo nenhum dos dois se manifestasse* colocou as armas dentro da carroça.Perce"eu o am"iente carregado lá dentro e então acrescentou:

B 8oe* !reciso falar com voc@.

% amigo olhou(o* intrigado.

B Alguma coisa im!ortante>

B Tem uma camada de nuvens escuras se formando nas montanhas.

B -ma tem!estade> ? está vindo !ara cá>

B % vento está so!rando contra n9s.

8oe guardou a adaga na cintura* des!ediu(se de Fa3e com um olhar frio e saltou!ara fora da carroça. 1al deu os !rimeiros !assos ao lado do com!anheiro* foi logodesa"afando:

B ?ssa mulher o osso mais duro de roer ,ue eu )á encontreiD

B ?ntão* cuidado.Lem"re(se da !rimeira ,ue voc@ arran)ou.?ssas mu(lheres da

cidade não foram feitas !ara voc@ nem !ara a vida ,ue a gente leva.B ?u sei* eu sei. Ms ve&es ela me lem"ra Hathr3n direitinho. 1as tem horas em

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,ue mais !arece uma índia selvagem. Agora há !ouco* !ensei at ,ue fosse me matarD

+art "alançou a ca"eça.

B 0á !ara ver ,ue !egou voc@ de )eito. Por ,ue não !aram com essas "rigas>sso não vai levar a lugar algum.

B %ra* +artC

B Se não chegarem a um acordo logo* voc@ nunca vai sa"er como ela .

8oe cocou a ca"eça* desanimado.

B =uer sa"er de uma coisa> Tenho !ro"lemas suficientes com a condução dacaravana at seu destino. Prefiro não arran)ar outrosD

Fa3e !ensava em não sair da carroça. ?stava !ertur"ada demais !ara voltar aotra"alho. 7om!ortara(se como uma criança na discussão com 8oe* !orm o ,ue estavadito estava dito e não havia como remediar a situação.

% som distante de um trovão lem"rou(a de ,ue !recisava recolher a rou!a lavada.

7om um sus!iro conformado* desceu do veículo e !egou uma a uma todas as !eças dovaral* colocando(as na cesta de vime.

0e volta ; carroça* deu(se conta !ela !rimeira ve& de ,ue não contaria com acom!anhia dos 8ohnston na,uela noite. Sentiu uma !ontada de !avor. A fama dastem!estades dos %&ar's havia muito chegara a seus ouvidos. ?ram violentas e !odiamdurar dias. Transformavam !e,uenos c9rregos em rios caudalosos e muitas ve&esintrans!oníveis.

% medo de !assar a noite so&inha lhe trou2e ; lem"rança a !revisão su!ersticiosade Ga3land* no dia anterior: um !Er(do(sol vermelho e !álido era !renuncio de doença.Ga3land adoecera. ?la estaria so&inha !ara enfrentar o ,ue mais a a!avorava desde a

infncia: uma tem!estade.

Cap%tulo &' Cap%tulo &' 

0urante toda a tarde a l4gu"re mancha negra não !arou de se avolumar no cu. %vento so!rava cada ve& mais forte* agitando os galhos das árvores e açoitando os vales*onde o ca!im se do"rava at ,uase o chão. 0e ,uando em ,uando os raios iluminavam afloresta* seguidos de trov<es cada ve& mais !r92imos do acam!amento.

5a carroça dos 8ohnston* Fa3e estava agitada* torcendo as mãos como se assim!udesse ameni&ar o nervosismo. ?ra evidente ,ue um aguaceiro forte iria cair de ummomento !ara o outro. ?* ,uando se lem"rava de ,ue não contaria com a !resençaconfortadora de 7lia e Ga3land* tinha vontade de chorar.

0esde !e,uena ela morria de medo de tem!estades. ?stavam vividas em suamem9ria as cenas terríveis ,ue !resenciara aos oito anos de idade* ,uando um raio caíraso"re uma casa vi&inha ; sua* incendiando(a e matando todos seus ocu!antes.

Sacudiu a ca"eça* ansiosa !or afastar essas lem"ranças. A,uela noite seria uminferno* e mais ainda se continuasse com !ensamentos som"rios.

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=uando o clarão s4"ito de um relm!ago iluminou todo o recinto* assustando(a*Fa3e teve uma idia: aumentar ao má2imo a chama do lam!ião a ,uerosene* de modo,ue sua luminosidade constante ,ue"rasse um !ouco o im!acto da lu& dos raios ,ueriscavam o cu.

Satisfeita com o resultado da,uela !rovid@ncia* sentiu(se mais calma !ara !ensarem coisas !ráticas. ?ra sua !rimeira noite so&inha* !or isso seria aconselhável tomaralgumas !recauç<es.

 Assim* carregou o rifle e colocou(o de ! a um canto onde fosse fácil alcançá(lo emcaso de necessidade. 0e!ois* vistoriou o am"iente* verificando se estava tudo em ordeme arrumado. Perce"eu ,ue !odia rearran)ar uma !arte da "agagem* ganhando um !oucomais de es!aço. =uando terminasse* retomaria a leitura do livro at a chegada do sono.

8oe armara sua !e,uena tenda !erto da fogueira comunitária. Lá dentro*"e"ericava so&inho uma caneca de caf. 0e algum !onto do acam!amento o vento tra&iaas notas solitárias de uma gaita* e o ar ainda estava carregado com o aroma agradável decarne de "4falo co&ida.

Temendo a tem!estade* os via)antes haviam !re!arado toda a carne ,ue* de!oisde !ilada e seca* !oderia ser arma&enada em sacos de couro* ; moda índia. ?ra umamaneira de conservá(la em "oas condiç<es !or muito tem!o.

8oe tomou outro gole de caf e es!reguiçou(se em seguida. Tivera um diacansativo e estava sem forças !ara ,ual,uer coisa a!9s o )antar delicioso* no ,ual foraservido um !rato es!ecial na,uela região: língua de "4falo assada na "rasaacom!anhada de fram"oesas silvestres* colhidas na mata.

 A refeição comunitária da,uela noite fora "em mais animada ,ue outras. ? haviamotivo !ara isso. %s dias de caça eram vistos como uma agradável ,ue"ra de monotoniana caravana* não a!enas !ara os homens* ,ue e2ercitavam a !ontaria e as táticas !ara

cercar a manada* como tam"m !ara as mulheres* ,ue se esmeravam no !re!aro dacomida e em )antares es!eciais como o ,ue haviam servido !ouco antes. As criançastam"m a!roveitavam a !arada mais longa do com"oio !ara correr e "rincar na "orda dafloresta e se

divertiam colhendo frutinhas silvestres.

 Ao relem"rar o )antar* 8oe imediatamente !ensou em Fa3e* ,ue não a!arecera!ara comer com os outros. Aliás* ele não a via desde ,ue dei2ara sua carroça nacom!anhia de +art.

claro ,ue não havia !or ,ue se !reocu!ar. 7ertamente ela não iria !assar fome.Todos os via)antes tinham um "om su!rimento de comida* em suas carroças. ?ra comumlevarem frutas secas* char,ue e levedo em ta"letes* !re!arado so"re cha!as de &incoantes do início da viagem* alm da manteiga fresca das "atedeiras.

% caf ,ue ainda restava no fundo da caneca )á estava frio e 8oe decidiu sair datenda !ara )ogá(lo fora. A!roveitou a o!ortunidade !ara o"servar o manto negro em ,uese transformara o cu.

 As !ers!ectivas não eram nada otimistas. +art acertara em cheio ao !rever!esados aguaceiros durante a tarde. As tem!estades ,ue vinham das montanhas eramsem!re violentas. Transformavam !e,uenas trilhas nas !radarias em ines!erados riachose rios tran,/ilos* em corredeiras violentas e caudalosas.

1uito !rovavelmente o com"oio ficaria !reso ali durante alguns dias* uma!ers!ectiva nada animadora !ara 8oe. 5ão ,ue o atraso em si fosse !reocu!ante.Tratava(se de uma ocorr@ncia comum na,uele ti!o de )ornada e ele estava acostumado a

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situaç<es !iores* ,uando ficavam !resos !or um rio com uma !e,uena reserva demantimentos e várias !essoas doentes. 5ão era esse o caso agora. 5o entanto* haviauma forte ra&ão !ara ,ue ,uisesse encerrar logo suas o"rigaç<es de "atedor da7aravana. ? essa ra&ão atendia !elo nome de Fa3e Poincar.

ne2!licavelmente* ,uanto mais essa francesinha resistia a ele e o insultava* maiorera seu dese)o !or ela. 1esmo assim* sa"ia ,ue era uma causa !erdida. A,uela moça )amais aceitaria seu estilo de vida sim!les e árduo. % melhor* !ortanto* era encerrar aviagem o mais rá!ido !ossível e afastar(se do !ovoado !erto do forte at ,ue aes,uecesse.

 A fogueira acesa no meio do acam!amento estava ,uase se a!agando. 5enhumafamília era vista ao relentoK e2ceto os homens ,ue com!unham a escolta da caravana*todos tinham se recolhido. 7ada carroça )a&ia adormecida na !enum"raC menos umaD

ista de fora* a lu& do lam!ião recortava claramente a harmoniosa silhueta de Fa3econtra a lona da carroça. ?m seu interior* ela terminara a arrumação das coisas e davauma 4ltima olhada !ara certificar(se de ,ue não havia mais nada !ara fa&er.

8oe ficou admirando as curvas insinuantes !elas som"ras e teve uma !ontada dedese)o. ?ntão ocorreu(lhe ,ue mais uma ve& ela estava sendo !ouco sensata. 7omcerte&a não seria ele o 4nico a formar !latia !ara a,uele es!etáculo.

7ada mem"ro do com"oio sa"ia ,ue Ga3land e a es!osa estavam alo)ados nacarroça de 0oe ose. Fa&ia um "om tem!o ,ue os soldados da escolta não se divertiamcom mulheres* ainda mais uma tão "onita* e não seria nada es!antoso se algunscomeçassem a calcular ,uanto tem!o ainda restava de viagem e chegassem ; conclusãode ,ue uma noite aliviando a solidão de uma linda senhorita "em valia alguns dias decadeia em Fort SmithC

0e ! ao lado de sua tenda* 8oe esforçava(se inutilmente !ara se convencer de

,ue o melhor era voltar !ara seu cátre de !eles. 1as tinha certe&a de ,ue não conseguiriadormir. ? !or um longo tem!o ficou dividido entre o "om senso* ,ue o aconselhava arecolher(se* e o im!ulso de ir at lá.

5esse ínterim* um raio cortou o cu da noite e um trovão e2!lodiu* ameaçador. ?leviu ,uando Fa3e !Es as mãos so"re os ouvidos e encolheu(se toda. mediatamentecom!reendeu o ,ue estava acontecendo: ela estava morta de !avor.

0iante disso* era melhor ,ue ele* e não um soldado ,ual,uer* fosse at a carroça!ara tran,/ili&á(la e !reveni(la de ,ue seria "om diminuir a lu& do lam!ião.

0o )eito ,ue estava* nu da cintura !ara cima* 8oe seguiu em direção ; car(roça.Para o inferno se Fa3e o e2!ulsasse mais uma ve&. Tinha o dever de cuidar da segurançade todos e não seria uma )ovem irascível ,ue o deteriaD

% uivo agudo de um lo"o atravessou a escuridão. Fa3e arre!iou(se !or inteiro. ?*no instante seguinte* ficou ainda mais amedrontada ao ouvir um assovio malicioso de umhomem "em !r92imo dali. Sem !ensar duas ve&es* agarrou o rifle imediatamente.7ertificou(se de ,ue a arma estava carregada e !ostou(se no canto da frente da carroça*fa&endo !ontaria !ara a e2tremidade o!osta* onde a cortina estava fechada. Se algumda,ueles soldadinhos metidos a engraçados achava ,ue ela estava dis!onível s9 !or,ueos 8ohnston não se encontravam ali* ia ter uma "ela sur!resaD

Faltavam !oucos metros !ara chegar ; carroça de Fa3e ,uando um !ingo dágua

atingiu o rosto de 8oe. ?le !arou e olhou !ara o cu. 1ais algumas gotas caíram e eleficou indeciso entre continuar seu caminho e voltar !ara a tenda.

 Ainda não resolvera o ,ue fa&er ,uando o aguaceiro desa"ou. ?m ,uestão de29

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segundos estava enso!ado. Pingos grossos o açoitavam sem !iedade* dei2ando(odesnorteado.

7ego !ela viol@ncia da tormenta* 8oe avançou como !Ede at es"arrar na carroça.Tateou a lona* encontrou a cortina e !Es a ca"eça !ara dentro. Tentava recu!erar ofElego ,uando* atEnito* viu o cano do rifle a!ontado !ara seu nari&.

Fa3e mal conseguira controlar(se com o início da tem!estade. % vento gol!eava alona com viol@ncia e o tam"orilar ensurdecedor da chuva fa&ia o veículo tre!idar dando aim!ressão de ,ue ia desmoronar a ,ual,uer momento. Por isso* levantou(se de um saltoao v@(lo a!arecer ines!eradamente !ela a"ertura de trás.

B % ,ue está fa&endo a,ui> B !erguntou* ainda se recu!erando do susto. ?m"ora!erce"esse ,ue ele estava encharcado* não tinha certe&a se deveria convidá(lo !araentrar.

0e re!ente viu a situação com outros olhos e não conteve um sorriso. 0a,uela ve&*não era ela ,uem se revelava desa)eitada e confusa. 5ingum !oderia !arecer maisatra!alhado do ,ue 8oe na,uele momento. =uem sa"e a inversão de !a!is não calaria

um !ouco a arrogncia de 8oe 6arrison>?n,uanto ficava 9"vio ,ue Fa3e divertia(se com a cena* ele não desgrudava os

olhos do rifle* ,ue continuava a!ontado em sua direção. Talve& agora a!rendesse a liçãoe !arasse de se meter com a,uele ti!o de mulher. 0a ve& anterior fora !revenido !aranão se !reocu!ar com ela. Pois "em* assim ,ue se livrasse da,uele ve2ame* erae2atamente o ,ue !retendia fa&er. ?* se algum soldado decidisse vir cum!rimentá(la!essoalmente !elo es!etáculo de lu& e som"ra* não seria ele ,ue iria im!edir.

B Por favor* !ode a"ai2ar essa arma> A menos ,ue ,ueira usá(la em mim Bcom!letou* ansioso !or dei2ar claro ,ue se tratava a!enas de um grace)o.

Somente então ela se deu conta do ,uanto a cena era engraçada. iudes!reocu!ada e* ,uando ia a"ai2ar a arma* o ri"om"ar de outro trovão assustou(a.nvoluntariamente Fa3e se contraiu e sem ,uerer !u2ou o gatilho.

% coice do rifle )ogou(a !ara trás* fa&endo(a cair sentada no chão.1omentaneamente &on&a* não se me2eu !or algum tem!o e !iscou re!etidas ve&es natentativa de en2ergar atravs da fumaça ,ue enchera o recinto. Sentiu um calafrio ao!ensar na !ossi"ilidade de ter atingido 8oeC

5ão lhe ocorria ,ue ele* ao v@(la com o dedo no gatilho* afastara(se !ara o lado emal escutara o trovão. Lentamente 8oe ergueu os olhos* !rocurando o lugar onde o!ro)til se alo)ara. Logo desco"riu um rom"o na lateral da carroça* a !oucos centímetrosde seu om"ro es,uerdo.

 Aliviado e ao mesmo tem!o com raiva* !ulou de uma ve& !ara o interior da carroça.Seu cor!o inteiro res!ingava* formando uma !e,uena !oça dágua ao redor dosmocassins. Lançou um olhar furioso !ara Fa3e* ,ue !ermanecia sentada no assoalho* orifle entre as mãos.

B oc@ !odia ter me matado B disse num tom "rutal* tomando(lhe o rifle. B SuamalucaD % ,ue estava fa&endo com uma arma de fogo se não sa"e mane)á(la> B PEs aarma de lado e continuou a encará(la* es!erando a !r9!ria raiva diminuir.

0e início* Fa3e não reagiu ;,uelas !alavras duras. Ao contrário* estava fascinadacom a visão do cor!o seminu* o !eito largo co"erto de !@los* a "arriga ri)a* as co2as

fortes* com a calça de couro grudada ; !ele. A lu& amarelada do lam!ião dava um "rilhodourado ;,uele cor!o musculoso* fa&endo(o !arecer uma estátua.

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B +ela maneira de rece"er algum ,ue veio garantir seu "em(estar B 8oeacrescentou* um !ouco menos irritado.

Fa3e encarou(o com uma e2!ressão interrogativa. ?ntão ele fe& um gestoindicando o lam!ião* cu)a !roteção de vidro estava !rete)ada !ela chama alta.

B Se não diminuir a chama desse lam!ião* vai ter dois !ro"lemas B e2!licou*

&angado. B Primeiro* enfrentar algum mais afoito da !latia de soldados ,ue v@ suasilhueta contra a lona. Segundo* com!rar uma carroça nova !ara os 8ohnston* assim ,ueincendiar esta.

Levou algum tem!o at ,ue Fa3e entendesse e2atamente o ,ue 8oe ,ueria di&er.?stava tão maravilhada com a contem!lação de sua figura* tão confusa com a sucessãode acontecimentos a!9s o início da tem!estade ,ue mal !erce"ia a !r9!ria situação*sentada no !iso e olhando !ara o alto.

Tentou !Er em ordem os !ensamentos e ficou chocada ao se dar conta de ,ue,uase o matara. ?* se ouvira "em* ele a!arecera ali !ara alertá(la do !erigo ,ue corria.

?ncarando as coisas dessa maneira* 8oe tinha todo o direito de es"rave)ar com

ela. Tinha todo o direito de chamá(la de maluca ou do ,ue ,uer ,ue fosse. Atirar contraalgum gratuitamente era algo indefensável. S9 isso a ini"ia de entrar em ,ual,uerdiscussão.

5otou ,ue 8oe continuava !arado* as !ernas afastadas* as mãos na cintura* ;es!era de uma e2!licação* e* !erce"endo o ,uanto devia estar !arecendo tola* "ai2ou osolhos* enca"ulada.

B 'onsieur, vai aca"ar !egando uma !neumonia B murmurou* a vo& ,uaseinaudível.

B % ,u@> ?stou a,ui* feli& !or ainda estar vivo* e voc@ se !reocu!a se vou !egar

uma !neumonia>?la não ousou res!onder. Sus!eitava ,ue ,ual,uer coisa ,ue dissesse soaria

igualmente ridícula e des!ro!ositada.

8oe correu os dedos !elos ca"elos molhados* num gesto im!aciente* e concluiu,ue não havia mais motivo !ara !ermanecer ali. 0eu meia(volta* dis!osto a ir em"ora*mas !arou assim ,ue ouviu seu chamado.

B 67il vous pla8t, não vá B !ediu Fa3e* encolhendo(se ao som de um trovão ,uesacudiu a carroça.

 A tem!estade era cada ve& mais violenta e o vento forte castigava a lona e invadia

o am"iente !or cada fresta ,ue encontrava.8oe hesitou* em"ora o "om senso lhe recomendasse !artir imediatamente. Am"os

estavam condenados a não se entender e o dis!aro de um rifle* mesmo acidental* eramais do ,ue um "om aviso.

1ovido !or um im!ulso* ele se virou. ? o ,ue viu fe& com ,ue sua irritação seeva!orasse de imediato.

Fa3e estava toda encolhida* enlaçando as !r9!rias !ernas* lutando em vão !aracontrolar os tremores. ?stava morta de medo e a cada relm!ago era assaltada !elastrágicas recordaç<es da infncia. Parecia uma criança assustada e indefesa.

7omovido* 8oe decidiu a)udá(la. 8amais dei2aria ,uem ,uer ,ue fosse na,ueleestado se !odia au2iliá(lo. edu&iu a chama do lam!ião e a seguir a)oelhou(se !erto dela.Tomou(lhe as mãos e fe& com ,ue afrou2asse o a!erto em volta dos !r9!rios )oelhos.

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homem !ara !assar a noite comigo* !oderia at me re!udiar.

B % aguaceiro deve continuar forte !or muitas horas. ? 9"vio ,ue voc@ estáassustada. Acredito ,ue isso motivo suficiente. Alm do mais* ,uando cheguei a,ui* achuva )á tinha começado. 5ão havia ningum lá fora !ara me ver. A essa altura todosestão dormindo e ningum imagina onde eu estou.

B ?ntão está "em B finalmente ela concordou.8oe a!ontou !ara o catre de !eles ainda enrolado.

B oc@ dorme a,ui B ele disse. B Fi,ue tran,/ila. 5ão foi voc@ ,ue me chamou.Fui eu ,ue decidi vir. ? vou dormir ali* na entrada da carroça. Levantarei antes de o solraiar e ningum me verá saindo.

B 1as não tente dormir com essa calça molhada. 5ão !recisa ficar doente s9 !arame fa&er com!anhia.

B Sim* tem ra&ão.

Sentindo(se um !ouco dona da situação* Fa3e a"riu um "a4 e retirou uma grossa

co"erta de !ele.B Tome* ve)a se isto serve. B ?* assim ,ue 8oe !egou a co"erta* ela afastou(se

em direção ao catre.

?le es!erou at v@(la acomodada entre as !eles. ?ntão* com um sorrisotran,/ili&ador* sus!endeu a !roteção de vidro do lam!ião e a!agou a chama.

% interior da carroça ficou imerso em total escuridão. Fa3e mal res!irava* ouvindoos ruídos característicos de rou!a sendo tirada. 0e re!ente um relm!ago es!alhou so"reeles uma claridade !álida e tremulante. Por um "reve instante* cada detalhe do cor!o de8oe ficou visível* da ca"eça ; !onta dos !s.

 A visão* mal surgiu* tornou a diluir(se na densa !enum"ra. Fa3e )amais vira umhomem nu e essa imagem não lhe saiu da mente* !rovocando(lhe um estranho calor !elocor!o.

%uviu o estalar da madeira do assoalho ,uando ele se deitou. -m outro relm!agomostrou(lhe 8oe de"ai2o da co"erta.

Fa3e virou(se de lado e fechou os olhos* ansiosa !or dormir. 7ontudo* o sono nãovinha. Agitada* mudou de lado várias ve&es at afinal entender o ,ue a !ertur"ava: acerte&a de ,ue* se 8oe resolvesse !rocurá(la* ela não o re!eliria. Pela !rimeira ve& emsua vida dese)ava ,ue um homem lhe ensinasse o verdadeiro sentido de ser mulher.

Cap%tulo ' Cap%tulo ' 

 A tem!estade caía com furor* a carroça era sacudida !elo vento como um "arco ;

deriva entre ondas gigantescas. Fa3e estava a!avorada. 7laro ,ue )á enfrentara outrostem!orais antes* sem !or isso ficar com tanto medo. 5o entanto* uma coisa era ver a

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Prendendo a res!iração* a)oelhou(se silenciosamente a seu lado. 7om a mãotr@mula* alcançou a !onta do co"ertor de !eles e do"rou(a !ara trás* desco"rindo(lhe orosto.

B Fa3e* não tenha medo B sussurrou. B im !ara confortá(la* se voc@ ,uiser.Podemos enfrentar essa tem!estade na com!anhia um do outro.

Fa3e ficara !aralisada de !avor desde o instante em ,ue sentira a co"erta serlevantada. S9 saíra do tor!or a!9s ouvir a vo& cálida de 8oe. 5esse momento* !erce"eu,ue sem!re e2!erimentava estranhas sensaç<es ,uando o ouvia falar tão suavemente.

? não era isso o ,ue !rocurava nos homens> 5ão era isso o ,ue sem!re es!eravaencontrar nele* a,uela gentile&a e interesse>

Fa3e !ressentiu ,ue estava na hora de dei2ar claro !ara si mesma os !r9!riossentimentos. ?la o dese)ava> Por acaso sa"ia o ,ue era dese)á(lo como homem>

Fosse como fosse* t@(lo ali a seu lado fa&ia(a sentir(se confortada. =uando ele semostrava atencioso* em ve& de ridiculari&á(la !or suas tra!alhadas* a!agava a sensaçãode ser um !eso !ara os outros ,ue a !erseguia desde ,ue começara a enfrentar a vida

so&inha. Sentia ,ue finalmente encontrava um amigo.

7ontudo* era um amigo o ,ue estava !rocurando nele> Possuía amigos em 5ova%rleans e nenhum deles des!ertava as sensaç<es ,ue 8oe lhe !rovocava. 6avia algomais !rofundo entre os dois..> Se "em ,ue não tinha certe&a de ,ue !oderia confiarnesse homem. =uais eram os sentimentos ,ue nutria !or ela> ?stava ,uerendo !roteg@(la de maneira desinteressada* ou a!enas usando de sua e2!eri@ncia de homem vivido!ara a!roveitar(se>

1esmo sem res!ostas !ara tantas d4vidas* foi inca!a& de evitar umestremecimento de !ra&er ao imaginar a,uelas mãos fortes acariciando(lhe o cor!o. -mdese)o intenso a,ueceu(lhe as entranhas.

B Fa3e> B 8oe murmurou com vo& rouca. B =uer ,ue eu fi,ue a,ui> oc@ nãodisse uma 4nica !alavra. ?stá com medo de mim>

?m ve& de res!onder* ela estendeu a mão e tocou(lhe o rosto* e2!erimentando aas!ere&a da "ar"a !or fa&er* acom!anhando a linha do ,uei2o* "uscando a curva da"oca.

Para sua sur!resa* 8oe !rendeu(lhe um dos dedos entre os lá"ios e* no instanteseguinte* desli&ou a língua vagarosamente !or ele* em uma carícia sutil ,ue a arre!iou.5ão imaginava ,ue algo a!arentemente tão "anal !udesse ser tão e2citante.

Sentiu o coração acelerar(se no !eito e temeu !erder o controle da situação.

B 8oe* !or favorC não B murmurou* !u2ando o dedo. 8oe segurou(lhe a mão*antes ,ue ela a escondesse entre as co"ertas.

B Fa3e* euC

B sso não certo B interrom!eu(o num fio de vo&. B 5ão tenho certe&a se,ueroC 0eve ser a tem!estade. Tenho medo de cometer um erro s9 !or,ue estouassustadaC

?s"oçou um !rotesto ,uando 8oe !u2ou sua mão at encostá(la no !eito forte.?ntretanto* assim ,ue sentiu na !onta dos dedos a te2tura da !ele* os !@losencaracolados e as "atidas descom!assadas do coração dele* sua resist@ncia cedeu. Acariciou(lhe os m4sculos do t9ra2* os mamilos* e desli&ou a mão at o ventre ri)o. %uviu(o sus!irar e novamente !arou* indecisa.

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B %h* 8oe* eu não ,uero* não ,ueria fa&er issoC 1as voc@ não me dei2a !ensardireito.

B 1inha ,uerida* eu !erco o controle ,uando estou !erto de voc@ B elemurmurou* intercalando cada !alavra com um "ei)o em seu rosto. B ? sa"e !or ,u@>

B 5ãoC

B Por,ue !reciso de voc@. ?stou cansado de lutar contra meus senti(mentos.0ese)o voc@ e sei ,ue tam"m me dese)a. amos a!roveitar esta noite. amos ser um dooutro. isso o ,ue n9s dois ,ueremos B concluiu numa s4!lica angustiada.

Fa3e !esou cada uma da,uelas !alavras e e2!erimentou um misto de alegria ereceio. ?stava emocionada !or sa"er ,ue o afetava tanto* lison)eada !or desco"rir ,ue elea dese)ava ardorosamente* mas tam"m estava em d4vida se se entregar na,uelemomento não seria !erigoso. 0e!ois de sedu&i(la* esse homem ainda a res!eitaria> ?como iria sentir(se na manhã seguinte* ,uando houvesse !assado a,uele climaromntico>

Pouco a !ouco o rela2amento gostoso ,ue a dominava foi su"stituído !or uma fria

lucide&. 7om as mãos es!almadas* Fa3e !ressionou o !eito dele* afastando(o.

B 0escul!e(me* 8oe. Foi um erro dei2ar isso ir tão longe. 5ão nos conhecemos.?uC eu não sei nada so"re voc@.

?le não se deu !or vencido. 7ada fi"ra de seu cor!o ardia de dese)o. ? tinhacerte&a de ,ue Fa3e sentia o mesmo. Se am"os ansiavam !elo !ra&er de estar nos"raços um do outro* !or ,ue recuarem a!9s a derru"ada da !rimeira "arreira ,ue osse!arava>

7omo se não a tivesse escutado* segurou(a !elos om"ros com e2tremadelicade&a. Ao mesmo tem!o ,ue tentava adivinhar a macie& da !ele so" a camisola de

algodão* as!irava a fragrncia de seus ca"elos. Pu2ou(a levemente !ara si e murmurou:B 5ada tenho a esconder. 5unca fi& algo de ,ue deva me arre!ender. 7onhecer

,uem eu sou a,ui no com"oio sa"er ,uem eu fui durante toda minha vida. B Fe& uma!ausa* res!irando com certa dificuldade. ?ntão criou coragem !ara di&er o ,ue realmente,ueria: B Gostaria de "ei)á(la. -m "ei)o* a!enas isso. 0e!ois voc@ estará livre !araterminar a noite a seu modo.

% tom de vo&* o to,ue em seus om"ros* a maneira como ele a encarava* o !r9!riodese)oC tudo a im!elia a não negar(lhe um !edido tão singelo.

B (ui, s7il vous pla8t.

Fa3e ainda não terminara a frase e ele )á lhe estreitava o rosto entre as mãos. ?*,uando seus lá"ios se uniram* foi como se am"os desco"rissem um mundo novo* ondenão havia tem!orais* !erigos* sofrimentos ou dor.

% "ei)o !rolongou(se at o limite de seus fElegos. Suas "ocas se se!araram*!orm os cor!os não. % dese)o contaminava cada clula de um e de outro. Tudo o ,ueim!ortava a !artir da,uele momento era a "usca do !ra&er. ?* nesse cam!o* 8oe era umverdadeiro mestre. 5ão lhe dava um 4nico segundo de descanso.

7om mãos fe"ris* acariciava(lhe os ca"elos* o !escoço* as costas* os ,uadris.=uase sem ,ue ela !erce"esse* erguia !ouco a !ouco sua camisola* sedento !elocontato direto com a !ele nua. 7ada !arte desnudada do cor!o era tocada como se fosse

a 4nica e "ei)ada como se ele !retendesse )amais ser es,uecido.Fa3e não sou"e em ,ue momento ficou nua. Lem"rava(se a!enas vagamente do

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como afirmação e como !ergunta. B Tem certe&a de ,ue dese)a ir at o fim>

?le a ,ueria com todas as forças de sua alma. Sonhava em !ossuí(la desde a!rimeira ve& ,ue a vira. ? ali* no assoalho da carroça* com!reendia ,ue nenhuma outramulher o e2citara tanto. 5enhuma fi&era(o sentir(se tão "em. 7ontudo* não !retendiamagoá(la. Se ela dissesse InãoJ* res!eitaria sua decisão.

0essa ve& Fa3e entendeu a !reocu!ação dele* e ficou emocionada. +em ,ue seucoração dissera desde o início ,ue 8oe 6arrison não era o selvagem e insensível ,uea!arentava. =uantos homens* ;,uela altura dos acontecimentos* se interrom!eriam !arasondar os sentimentos da com!anheira>

B 5ão diga nada* meu amor B Fa3e murmurou docemente. B S9 ,uero umacoisa: voc@. B ? a!ertou(o contra si* com a certe&a de ,ue não se arre!enderia maistarde.

Cap%tulo '& Cap%tulo '& 

 A tem!estade cessara. % vento forte fora su"stituído !or uma leve "risa e a!enasgotas es!arsas de chuva tam"orilavam na lona da carroça.

Fa3e afastou(se levemente de 8oe e deitou(se de lado* a!oiando a ca"eça na mão.Gostaria ,ue houvesse mais lu&* !ara contem!lar o cor!o forte ,ue tanto !ra&er lhe!ro!orcionara.

Sentia(se em !a& consigo mesma. ?ra a !rimeira ve& em muitos meses ,uee2!erimentava tanta serenidade. A noite de amor trou2era ; tona a alegria e a felicidade,ue estavam re!rimidas no mago de seu ser.

8oe 6arrison fora tão delicado* tão sutil e ao mesmo tem!o tão ardenteD ?m nadalem"rara o arrogante de a!enas algumas horas antes. 7omo !udera )ulgá(lo de maneiratão errEnea>

B ?m ,ue está !ensando> B 8oe !erguntou en,uanto desli&ava a mão so"re sua!ele suave.

Fa3e aconchegou(se mais a ele !ara a!roveitar melhor as carícias.

B ?stou !ensando em tantas coisasD B A!oiou o "raço so"re o !eito dele. B 6átem!os ,ue não me sentia tão "em. A morte de meus !ais me dei2ou deses!eradaC tudose tornou mais difícil.

6ouve um longo sil@ncio entre os dois. ?m seguida ela sentou(se so"re a co"erta*do"rou as !ernas e a"raçou(as* encostando a ca"eça nos )oelhos.

B Sem falar na,ueles momentos horríveis em ,ue !arecia ,ue íamos "rigar B

continuou num tom entre srio e "rincalhão. B 8uro ,ue ;s ve&es eu tinha vontade deacertar uma !aulada em sua ca"eçaD

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B ?u "em ,ue merecia. B ?le riu* a!ro2imando o rosto do seu !ara um "ei)odmorado. B 1as fico feli& !or voc@ ter me !ou!ado B murmurou ,uando seus lá"ios sese!araram.

Fa3e sorriu* contente com a situação. 7om!letamente ; vontade* !Es !ara fora o,ue de fato sentia:

B Gosto tanto de voc@D Se de!endesse de mim* )amais !erderíamos o ,uecon,uistamos esta noite. 7hega de "rigar ; toa* chega de mal(entendidosD

B Tentarei ser mais !aciente. econheço ,ue ;s ve&es sinto o sangue ferver enão consigo agir com calmaC Princi!almente com as mulheres.

B Por ,u@> %"servo ,ue voc@ controla "em as situaç<es difíceis. 8á o vi muitasve&es comandar com !aci@ncia os homens da caravana. Por ,ue voc@ se irrita com asmulheres> B Aguardou um momento !ela res!ostaC ,ue não veio. 0e re!ente o sil@nciocomeçou a !esar. B oc@ confia em mim* 8oe>

Sem nada di&er* ele sentou(se* o rosto !ensativo. Talve& !udesse declarar ,ue aamava* !orm sentia(se inca!a& de confessar(lhe suas mágoas mais !rofundas. Sem!re

levara uma vida meio selvagem* relacionando(se su!erficialmente com a maioria das!essoas. 8amais fora dado a intimidades com os outros. +art era o 4nico amigoverdadeiro ,ue tivera e* mesmo assim* os dois se entendiam mais !or gestos e atos do,ue !or !alavras.

8oe tam"m se ressentia de uma longa e2!eri@ncia com as mulheres. Filho 4nico*não tivera irmãs* e a mãe sem!re fora uma mulher distante* ,uase fria. 7laro ,ue* cadave& ,ue voltava de alguma )ornada acom!anhando caravanas de !ioneiros ou miss<es dacavalaria* seguia direto !ara se divertir com as garotas dos shoNs mam"em"es ,ue!ercorriam os !ovoados ou com as ,ue tra"alhavam nos saloons. ?ntretanto* isso nãocontava. ?ram !rofissionais e a camaradagem ,ue havia entre eles não !odia ser

chamada de relacionamento. Assim* de certo modo* Hathr3n fora a 4nica mulher de sua vida. A 4nica relação

!rofunda e sincera. Amara(a de todo o coração* e !or isso mesmo a dece!ção ,uesofrerá doía tanto. ?ra verdade ,ue ele controlava as situaç<es difíceis e liderava oshomens sem se dei2ar intimidar. 0isso ele !ossuía a e2!eri@ncia de toda uma vida.

=uanto ;s mulheresC "em* essas ele não entendia. 5ão entendia a mãe* ,ue )amais ficara a seu lado* ,ue defendia o direito do marido de arrastá(los de umacam!amento !ara outro* sem fi2ar raí&es* forçando(o a rom!er ami&ades ,ue malhaviam se iniciado. 5ão era de admirar ,ue se tivesse tornado um solitário.

? então a!arecera Hathr3n. Pela !rimeira ve& 8oe dei2ara(se levar !ela !ai2ão. 8áera um homem feito* tímido e desa)eitado com ,ual,uer mulher "onita ,ue nãotra"alhasse no saloon. Fora difícil a!ro2imar(se dela e declarar seu amor* e mal acreditaranos !r9!rios ouvidos ,uando ela dissera ,ue tam"m o amava.

7om a fraga de Hathr3n no dia do casamento* sua desconfiança em relação ;smulheres atingira o !onto má2imo. =uem !odia entend@(las> =uem !recisava decom!licaç<es ,uando a vida !odia seguir fácil entre caçadas e des"ravamentos>

5ão* ainda não havia motivos suficientes !ara a"rir(se com Fa3e. Talve& fossetarde demais !ara negar ,ue a amava* mas isso não "astava. Tam"m amara Hathr3n* eela o a"andonara. =uem lhe garantiria ,ue Fa3e não faria o mesmo> 7omo sa"er ,ue ela

não desistiria diante das dificuldades da vida na missão )unto ao forte> ?ra !reciso fi"ra evalentia !ara su!ortar a,uela rotina árdua. =ue motivos ela dera !ara merecer confiança>-ma noite de !ai2ão> sso não "astava.

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B 8oe B ela sussurrou* !ertur"ada !or seu sil@ncio. B 7ontei(lhe tudo so"re asra&<es !or ,ue estou nesta viagem. Tam"m e2!li,uei o ,uanto a mudança está sendodura !ara mim. B A!ro2imou(se e a"raçou(o com força. B 1as estou com medo. 5ão seise vou conseguir me ada!tar ; vida do interior. ?u gostava de morar na cidade. Sinto faltados amigos* das lo)as. 0esde ,ue !artimos de 5ova %rleans tudo !arece estranho edesconfortávelD % ,ue vai acontecer se eu não me acostumar com a vida no mato>

Gentil mas firmemente* 8oe desvencilhou(se do a"raço. ?stava tenso. %uvi(laduvidar da !r9!ria ca!acidade de ada!tação dei2ara(o nervoso e arredio.

Fa3e es!antou(se com a,uela atitude. Por ,ue ele estava inacessível outra ve&>?la dissera algo errado* mas não imaginava o ,u@. 0ese)ava a!enas ser confortada*encora)ada. iver na missão era sua 4nica alternativaK s9 ,ueria ,ue algum dissesse ,uetudo ia dar certo.

B % ,ue houve* 8oe> B !erguntou* ansiosa. B Falei alguma "o"agem> Por acasonão !erce"eu o ,ue eu estava fa&endo> ?u ,ueria ,ue voc@ me dissesse ,ue estousendo tola* ,ue voc@ estará sem!re )unto de mim e ,ue vai me a)udar a su!erar asdificuldades. B ?* com um n9 na garganta* concluiu: B =ueria ,ue voc@ dissesse ,uevamos enfrentar tudo )untos.

?le continuou calado. Sentia(se um grande idiota. ?stava !ronto !ara atender a,ual,uer !edido ,ue ela lhe fi&esse* menos o de a)udá(la a se ada!tar ; vida r4stica ,uelevava. +astava imaginar(se dia a!9s dia voltando !ara casa sem sa"er se a encontrarialá ou se acharia a!enas um "a4 va&io e um "ilhete de adeus !ara ,ue sentisse o sanguegelar.

 Ao v@(lo levantar(se e se afastar em direção ao local onde dei2ara a rou!a* Fa3eenrolou a co"erta em volta dos om"ros e seguiu(o. ?s!erou(o vestir a calça e s9 então,ue"rou o sil@ncio.

B 5ão me a"andone desse )eito B murmurou num tom suave. B 0iga algumacoisa. Sinto um va&io crescer dentro de mim e não ,uero ,ue se)a vo(c@ o res!onsável!or isso.

?le terminou de vestir(se* emudecido.

B ?u me entreguei a voc@ esta noite B disse ela com vo& tensa. B ?u confiei emvoc@D

8oe fra,ue)ou !or alguns instantes. 5ão era certo dei2á(la da,uele )eito* masC Se!elo menos tivesse certe&a de ,ue não voltaria a ser re)eitadoC

Segurou(a !elos "raços e a encarou. A!esar da !enum"ra um via a e2!ressão do

outro.B A tem!estade !assou B 8oe forçou um tom casual. B 5ão sou mais necessário

a,ui. Sei ,ue voc@ ficará "em. 0a,ui a !ouco vai clarear e tenho de verificar a!rofundidade do rio. A decisão so"re !rosseguir a viagem ou es!erar as águas "ai2aremde!ende de mim e de +art.

Fa3e ficou !er!le2a. 1edir a !rofundidade do rio> Tomar decis<es com +art> ? asdecis<es em relação a ela> % ,ue ele resolvera a res!eito>

B oc@ entende> B 8oe insistiu. B ealmente !reciso ir.

5ão* ela não entendia. 7omo era !ossível ,ue esse homem se mostrasse tão

indiferente de!ois de estarem nos "raços um do outro> 7omo era !ossível sentir(se amulher mais feli& do mundo e no momento seguinte ouvir seu amante falar como umestranho>

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Por mais ,ue se esforçasse !ara ver a situação de outro ngulo* a verdade erauma s9: ela fora usada e enganada.

B Pode ir B Fa3e murmurou. B 5ão o estou im!edindo. Acho ,ue não temosmais nada a di&er. 5on soir, monsieur B concluiu* recuando !ara lhe dar !assagem.

5ovamente 8oe hesitou. Sua vontade era tomá(la nos "raços e co"ri(la de "ei)osK

!edir(lhe descul!as e confessar ,ue estava arre!endido. 5a,uele instante desco"riu ,uea amava de verdade* e isso fa&ia crescer seu dilema. 5ão !odia voltar atrás. S9 o tem!omostraria ,uem era realmente a,uela mulher. S9 o tem!o revelaria sua força ou fra,ue&a. At lá não havia outro remdio senão es!erar.

0eu meia(volta e foi at a saída da carroça. Pulou !ara fora e !rague)ou entre osdentes ,uando afundou os mocassins na lama. A "risa so!rando em suas rou!as ainda4midas fe& com ,ue sentisse frio.

6avia um começo de claridade no hori&onte* em"ora ainda faltasse muito !ara osol surgir. As nuvens afastavam(se com ra!ide& numa !romessa de mais um dia de calor.

8oe !ermaneceu !or algum tem!o com os olhos fi2os na linha de montanhas* os

!ensamentos !erdidos em acontecimentos recentes. ?ntão sacudiu a ca"eça como se,uisesse es,uecer o ,ue o afligia e !artiu !elo terreno encharcado na direção do rio.

5a carroça dos 8ohnston* Fa3e entregava(se a um !ranto desconsolado. 1aldita ahora em ,ue !usera os olhos em 8oe 6arrisonD 7omo !udera ser tão tola* dei2ando(seenganar da,uele )eito> 0urante algum tem!o* chorou "ai2inho e se recusou a !ensar noocorrido* o ,ue aca"ou sendo uma 9tima idia* !ois adormeceu ra!idamente* vencida!elo cansaço devido ;s !oucas horas de sono da,uela noite.

0es!ertou com o grito de alerta do líder do com"oio* avisando ,ue era hora decomeçar os !re!arativos !ara mais um dia de tra"alho.

0e inícioO Fa3e imaginou ,ue a!enas alguns minutos haviam se !assadoK s9com!reendeu seu engano ao ver ,ue a lu& do dia invadia cada canto da carroça. Sentou(se e olhou em volta. A camisola )ogada ao chão lhe trou2e ; lem"rança osacontecimentos da noite. Sentiu um gosto amargo na "oca. Tola* tola* mil ve&es tolaD*disse a si mesma en,uanto se levantava.

Guardou as !eles e a camisola* de!ois escolheu um vestido de algodão !ara usarna,uele dia. A!rontou(se ra!idamente e foi conferir o rosto no es!elho. Achou(se feia emal(cuidada.

B %h* como eu odeio esse homemD B resmungou en,uanto escovava os ca"elos*decidida a melhorar a a!ar@ncia.

% aroma de caf fresco e carne assada encheu o ar* lem"rando(a de ,ue não )antara na noite anterior. A!ressou(se !ara sair* mas* sa"endo como o terreno costumavaficar de!ois de uma noite de chuva* calçou antes um !ar de "otas de cano longo.

es!irando fundo* a"riu a entrada da carroça e desceu. ?2!erimentou comcuidado o lamaçal* !ara não escorregar* mas sentiu os )oelhos "am"e(arem ,uando ouviua vo& e2altada de 8oe.

?le estava no meio do círculo de carroças* discutindo com o líder da caravana.0i&ia ,ue era !reciso levantar acam!amento e !artir o ,uanto antes. Se interrom!essema viagem cada ve& ,ue os rios su"issem* nunca chegariam a Fort Smith.

Fa3e o"servou(o com atenção. ?ra a !rimeira ve& ,ue o via tão irritado comalgum* gesticulando muito en,uanto falava e mostrando(se irredutível em sua o!inião. %!r9!rio líder do com"oio !arecia sur!reso* certamente acostumado com o diálogo

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Fa3e tentou sorrir* mas o esforço foi in4til.

B =uerida* o ,ue houve> ?steve chorando> B 7lia estudou sua fisio(nomiaa"atida. B Fi,uei !reocu!ada durante a tem!estade* mas não !ude a"andonar Ga3land.?stava com fe"re alta e era !reciso co"ri(lo o tem!o inteiro com com!ressas frias. Foi tãoruim assim* meu "em>

Fa3e "ai2ou os olhos e começou a comer. 5ão imaginava ,ue sua dor estivessetão a!arente.

B % ,ue aconteceu> B a amiga insistiu* a cada instante mais !reocu!ada.

B Foi s9 a tem!estade. -ma "o"agem* não > 1as eu odeio essas tem!estadesem cam!o a"erto. ? foi tão forteD

7lia não !areceu convencida* mas não via o ,ue !oderia fa&er.

B Sim* foi muito forte. 0a !r92ima ve& vou me certificar de ,ue voc@ não !asse anoite so&inha.

Fa3e sentiu os olhos mare)arem e voltou sua atenção !ara a comida* a!esar de )á

não ter mais o mesmo a!etite de antes. =uando imaginou ,ue recu!erara o controle*levantou a ca"eça e forçou um sorriso.

5esse instante* o vento trou2e at ela a vo& de 8oe* ,ue conversava com +art a!oucos metros dali.

B Tenho certe&a de ,ue nas !r92imas tem!estades ficarei muito "em so&inha*7lia B disse Fa3e num tom seco. B Su!ortarei muito "em o martírio dessa noite.

Cap%tulo '&& Cap%tulo '&& 

B AvançarD

 Ao grito do líder da caravana* ouviram(se estalos de chicotes e um verdadeiro corode rangidos en,uanto cada carroça se dirigia ao !onto indicado.

Fa3e* usando luvas de couro* segurava os arreios e controlava a )unta de "ois.

8amais estivera tão tensa na vida. Sentia a "oca seca e os m4sculos enri)ecidos. Toda ares!onsa"ilidade !elos !ertences dos 8ohnston !esava so"re seus om"ros.

?ngoliu em seco ao avistar o rio. %s chou!os* so" cu)a som"ra lavara rou!a no diaanterior* estavam com seus troncos su"mersos at uma "oa altura. ?* entre as margenstrans"ordantes* todo ti!o de destroços era arrastado.

8oe e +art estavam ; frente do com"oio e !araram !r92imos ao rio. Fa3esemicerrou os olhos na tentativa de ver seus gestos e e2!ress<es en,uanto avaliavam asituação. Perce"eu ,ue trocavam comentários nervosos e lançavam olhares !reocu!ados!ara as águas.

B claro ,ue ele vai mudar de idia B Fa3e murmurou. B % rio muito traiçoeiro

!ara se tentar essa travessia.

8oe desmontou* dei2ando os arreios !resos na sela. 0eu alguns !assos de um

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lado !ara o outro ao longo da margem* !arando a,ui e ali !ara forçar a "ota contra o chãolamacento* testando sua firme&a. 0e!ois de alguns minutos* voltou a trocar o!ini<es com+art.

?n,uanto o o"servava da 4ltima carroça da fila* Fa3e relem"rava o ,ue ocorreraentre os dois. 8á não sa"ia mais o ,ue !ensar. %s momentos de !ra&er ,u.e ele lhe!ro!orcionara na noite anterior eram ines,uecíveis. 5enhum homem revelaria tantasensi"ilidade ao acariciar o cor!o de uma mulher sem ,ue ela significasse algo !ara ele.=uando !ensava assim* Fa3e não via sentido na frie&a e indiferença ,ue ele demonstraraem seguida. ?ntretanto* isso não im!edia ,ue continuasse achando ,ue fora usada.Sus!irou desolada. 8oe 6arrison era um homem tão difícil de amar ,uanto de odiar.

Lá na frente do com"oio* os dois "atedores !areciam ter chegado a algumaconclusão. Fa3e estremeceu ao v@(los gesticulando !ara ,ue a caravana avançasse.

 As carroças recomeçaram a marcha num ritmo lento* como se seus condutoresnão ,uisessem enfrentar os. !erigos ; frente. =uando a !rimeira delas alcançou os"atedores* rece"eu ordens de !arar.

Para sua sur!resa* Fa3e viu a segunda carroça ser amarrada ; !rimeira !or cordase correntes e de!ois a o!eração ser re!etida entre a terceira e a ,uarta* e assim !ordiante. 8oe acom!anhava o !rocedimento dando e2!licaç<es* verificando o com!rimentodas cordas entre as carroças e a firme&a dos n9s. Fa&ia isso seguindo a ! ao longo docom"oio. =uando chegou ; carroça dos 8ohnston* ele e Fa3e trocaram um olharressentido.

B magino ,ue ,ueira sa"er !or ,ue estamos fa&endo isso B 8oe ,ue"rou osil@ncio* falando num tom casual. B A "arranca do rio está lamacenta e fofa. maisseguro amarrar todas as carroças entre si. Se uma delas atolar* teremos a força de todasas )untas de "ois !ara tirá(la.

B %"rigada* monsieur, !ela informação B Fa3e retrucou* sarcástica. B Agora mesinto mais "em !re!arada !ara a tarefa.

?le fe& menção de di&er algo* mas a s4"ita chegada de

+art o"rigou(o a mudar de idia. 8unto com o com!anheiro* !rendeu a carroça dela; !en4ltima da caravana.

B oc@ vai estar segura B disse 8oe ao terminar.

7om um aceno discreto !ara Fa3e e um ta!inha no om"ro do amigo* +art avisou,ue ia assumir a dianteira e se afastou.

B Tudo o ,ue !recisa fa&er imitar o ,ue os outros fi&erem B 8oe garantiu.

Fa3e não tinha a menor segurança so"re como !roceder. At a,uele momento daviagem* haviam cru&ado outros rios e ela a!roveitara a o!ortunidade !ara o"servar asmano"ras necessárias ; travessia. 7ontudo* tinham sido sem!re riachos "uc9licos erasos. S9 o fato de !recisarem !render uma carroça ; outra )á lhe indicava ,ue dessa ve&realmente e2istia !erigo.

8oe !erce"eu sua hesitação.

B =uem sa"e não seria melhor se eu assumisse o comando de sua carroça Bdisse num tom gentil. B Pelo menos at estarmos seguros do outro lado do rio. +art !odedar conta so&inho lá na frente.

Por um momento Fa3e acreditou ,ue ele estava tentando criar uma o!ortunidade!ara reconciliação. Seria 9timo livrar(se da res!onsa"ilidade com o veículo e fa&er as

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!a&es com 8oe.

?s!erou ,ue ele dissesse mais alguma coisa e então com!reendeu ,ue não havianada de !essoal em sua oferta. ?le lhe oferecia a)uda como faria a ,ual,uer outra !essoa,ue se encontrasse na mesma situação. Assim* as gentile&as dele não lhe interessavam.

B 'erci, mas não será necessário. Pode ir cum!rir suas o"rigaç<es. ?u me

arran)o so&inha. Aliás* acho ,ue essa travessia vai ser sim!les como um !asseio !elocam!o B com!letou com um to,ue de ironia.

5a verdade* sua atitude orgulhosa a!enas disfarçava a tensão* o medo de falharna condução dos "ois atravs das águas tur"ulentas. ?ntretanto* não estava dis!osta aaceitar favores de um homem ca!a& de fa&er o ,ue ele fi&era. 8oe deu de om"ros.

B ?ntão está com tudo so" controle* certo> 0ito isso* ele deu meia(volta e seafastou com !assos largos. =uando alcançou a frente do com"oio* montou em sua guae gritou a ordem de !artida. 5o mesmo instante os chicotes estalaram so"re o lom"o dos"ois* ,ue se !useram em movimento !u2ando suas cargas !ara as águas frias e agitadasdo rio.

Fa3e começou a tremer assim ,ue sua carroça deu um solavanco ao avançar*seguindo as outras. 1anteve o fElego sus!enso durante a travessia de cada uma delas*ficando mais nervosa ; medida ,ue chegava sua ve&.

 A !oucos metros da margem* a )unta de "ois de sua carroça em!acouteimosamente* recusando(se a !rosseguir. As cordas e correntes ,ue ligavam o veículoaos outros esticaram(se !or com!leto. Sem hesitar* ela descarregou o chicote no dorsodos animais. %s "ois mugiram* mas o"edeceram* retomando a marcha.

=uando eles entraram no rio* es!alhando água !ara todos os lados* seu coração,uase !arou. %s animais haviam desa!arecido com!letamente* !ara em uma fração desegundo voltarem a emergir.

 A terra firme ficara !ara trás. A carroça estava na direção certa* mas dava aim!ressão de ,ue seguia ; deriva. % rio castigava o flanco de madeira* como se!rotestasse contra a ousadia dos ,ue se atreviam a desafiá(lo.

Fa3e estava concentrada na tarefa de condu&ir a )unta de "ois at a outra margem.%uvia vagamente os gritos de encora)amento dos outros via)antes* !orm a distncia ateles !arecia infinita e ela chegou a !ensar ,ue não fosse conseguir. 5o entanto* ades!eito da f4ria das águas* continuava con,uistando terreno.

Sem rela2ar um nervo* foi ganhando confiança ; medida ,ue o outro lado sea!ro2imava. Passara a !arte mais funda do rio e at ali a travessia vinha ocorrendo sem

maiores incidentes.0e re!ente* a corda ,ue unia sua carroça ; da frente se !artiu. % veículo deu uma

guinada !ara o lado* como se estivesse com!letamente solto e ; merc@ da corrente&a. %s"ois firmaram os cascos no fundo lodoso* mas o !eso da carga o"rigou(os a desviar elogo )á não a!ontavam !ara a margem* e sim !ara o com!rimento do rio.

 A corrente* ,ue não se arre"entara )unto com a corda* esticou(se ao má2imo einterrom!eu o movimento da carroça* firmando(a com um tranco forte.

B 'on 9ieul B Fa3e gritou em !nico. B Socorro* a)udemD

Sem resistir ; corrente&a* a carroça !endeu !ara um lado* dando a im!ressão de

,ue iria tom"ar. Fa3e !erdeu o e,uilí"rio* os arreios fugiram(lhe das mãos e ela foiarremessada !ara longe.

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 A água gelada e o cho,ue re!entino a imo"ili&aram. Afundou como um !eso inertee* ao emergir* mal teve tem!o de res!irar e viu(se !u2ada !ara "ai2o outra ve&. =uandovoltou ; tona* sentindo o gosto da água "arrenta na "oca* a corrente&a fe& com ,ue desseum giro com!leto so"re si mesma. Ficou tonta* !erdendo o senso de direção. 7om umesforço su!remo* de"atia(se feito louca !ara se manter na su!erfície en,uanto nãorece"ia socorro.

Fa3e não !erce"eu a a!ro2imação do galho de árvore tra&ido !elas águas. A!enassentiu o gol!e entre as costelas e uma !ontada aguda de dor. Fra,ue)ou e mais uma ve&foi ao fundo. Sem forças !ara resistir* continuou su"mersa* o !eito ardendo* os !ulm<es,uase estourando. 7omeçou a desfalecer e tudo ao redor !areceu ficar cada ve& maisdistante.

5esse e2ato momento* o homem ,ue saíra em seu au2ílio envolveu(lhe a cintura eergueu(a !ara a su!erfície. Finalmente o ar* ela estava salvaD Agarrou(se a seu salvadorcom as forças ,ue ainda lhe restavam* en,uanto ele lutava !ara atingir a margem*nadando a!enas com um dos "raços.

 Assim ,ue ela !erdera o e,uilí"rio* os dois "atedores haviam entrado em ação.5um entendimento !erfeito* +art correra na direção da carroça* en,uanto 8oe dis!arava!ara salvar a condutora. 0e!ois de ter !erdido sua !osição duas ve&es* 8oe conseguiralocali&á(la. 7om um mergulho !erfeito* a!ro2imara(se e a agarrara.

?n,uanto isso* a)udado !or via)antes e soldados* +art laçara a carroça e tra&ia(a!ara a "arranca.

Foi com indescritível alívio ,ue Fa3e sentiu ,ue era deitada em terra firme. Alívio,ue se transformou em raiva ao ver o rosto de seu salvador. ?ntretanto* estava e2austademais !ara !ensar nisso. Fechou os olhos* !ermanecendo im9vel en,uanto recu!eravaas forças.

Passado algum tem!o* vendo ,ue ela não reagia* 8oe tomou(a mais uma ve& nos"raços e carregou(a em direção ; carroça dos 8ohnston* ,ue +art resgatara sem maioresestragos.

7hegando lá* ela arriscou ficar de !. 0e início* teve uma vertigem e tudo em voltaescureceu. A!oiou(se na lateral do veículo at a visão clarear. ?ntão viu(se no meio deuma !e,uena multidão de curiosos. ?m"araçada* notou ,ue o vestido molhado grudavano cor!o* revelando suas curvas e !rinci!almente os seios* enri)ecidos !or causa do frio.5um gesto instintivo cru&ou os "raços so"re o "usto.

B oc@ está "em> B 8oe não !arecia tão !reocu!ado com o acidente.

Fa3e cerrou os !unhos com raiva.

B Foi tudo cul!a suaD oc@ sa"ia muito "em do !erigo de atravessar o rio. Por!ura sorte aconteceu a!enas um acidenteD

B ?u me ofereci !ara condu&ir sua carroça na travessia* lem"ra> % ,ue !ossofa&er se voc@ foi tola o suficiente !ára recusar>

TolaD ?le a estava chamando de tolaD Teve vontade de esganá(lo.

B oc@ não sa"e admitir um erro. 8amais vai reconhecer ,ue seria "em maisseguro se tivssemos es!erado mais um dia.

B Fi& o ,ue devia ser feito B 8oe re"ateu num tom ás!ero.

B Ah* > Provavelmente tam"m acha ,ue amarrou a corda como devia* não> Afinal* o ,ue uma mulher !ode entender dessas coisas>

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B As carroças estão todas a salvo. At a sua chegou do lado de cá sem nenhumdano. B ?* com um sorriso irEnico* acrescentou: B At voc@ está entre os so"reviventes.? isso graças a mim.

B Se !ensa ,ue vou agradecer !or ter me arrastado !ara fora do rio* estáredondamente enganado. Para início de conversa* se não fosse !or sua teimosia* eu nãoteria sofrido esse acidente.

B 7laro* claro* eu ,ue sou o teimoso. Pelo )eito voc@ sem!re !ensa "em antesde agir* não verdade>

Fa3e não res!ondeu. A!enas lançou(lhe um olhar de 9dio. ndiretas na,uela hora>

B ?stá "em* chega de discussão. B 8oe a!ontou !ara a carroça. B á !aradentro e vista uma rou!a seca. oc@ está tremendo de frio. ? !ode ficar tran,/ila* !ois deagora em diante vou condu&ir a carroça at chegarmos a Fort Smith.

B 5em !ense nissoD B Su"iu no veículo com um movimento "rusco. B 5ão vou!ermitir ,ue se a!ro2ime de novo desta carroçaD

B Ah* !refere continuar a viagem com as rou!as molhadas>?la res!irou fundo !ara não !erder a calma.

B S9 !reciso de alguns minutos !ara me trocar. 0e!ois* !ode !Er o com"oio emmovimento.

B ?stá "em* vamos es!erar. B ?ntão 8oe fe& um sinal !ara o outro "atedor* ,uedescia da carroça de!ois de ter colocado no lugar as cai2as mais !esadas ,ue haviamcaído. B amos* +art. A )ovem acha ,ue !ode se cuidar so&inha. 5ão se deve discutircom uma dama* não mesmo>

7omo ele era irritanteD Fa3e sentiu vontade de atirar(lhe a !rimeira coisa ,ue lhe

caísse nas mãos.?la estava a"rindo a cortina !ara entrar na carroça ,uando 7lia chegou*

es"aforida.

B Fa3eD B Su"iu no veículo e a"raçou(a carinhosamente. B Aca"ei de sa"er doacidenteD %h* eu me sinto res!onsável !or issoD oc@ está "em> 5ão se feriu>

B 5ão* não* está tudo "em. Foi s9 um susto e um "anho fora de hora Bcom!letou* !rocurando aliviar a tensão.

B oc@ devia ter !edido a algum !ara condu&ir a carroça em seu lugarD

B 5ão se !reocu!e* foi a!enas um infeli& acidente. ?u lhe garanto ,ue não vai

haver mais nenhum !ro"lema. Pode voltar !ara )unto de seu marido* ,ue eu vou trocar derou!a.

B 5ão* ho)e eu vou lhe fa&er com!anhia. Tire logo esse vestido antes ,ue aca"ese resfriando.

?n,uanto se des!ia* Fa3e !erguntou:

B oc@ vai ficar ho)e a,ui na carroça>

B Sim* 0oe ose disse ,ue Ga3land )á não !recisa tanto de mim. A fe"recomeçou a "ai2ar.

B =uer di&er ,ue voc@s vão voltar !ara cá> 7lia a)udou(a a en2ugar os ca"elos.

B nfeli&mente ainda não. A doença de Ga3land contagiosa e voc@ não deveficar e2!osta.

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B ? voc@* com tanto tem!o ao lado dele* tam"m não corre o risca de adoecer>

B Sim* ,uerida* mas o lugar da mulher ao lado do marido. B 7lia !egou asrou!as molhadas de Fa3e e !endurou(as no !e,ueno varal armado dentro da carroça!ara os dias de chuva. B-m dia voc@ vai ver. =uando encontrar seu homem* não vaimais ,uerer se se!arar dele. 0esco"rirá ,ue está dis!osta a dar a vida !or ele do mesmomodo como eu daria a minha !or Ga3land. ?sse o ti!o de laço ,ue se cria entre umhomem e uma mulher ,ue se amam de verdade.

B * talve& voc@ tenha ra&ão B Fa3e murmurou en,uanto colocava o vestido !orcima da ca"eça.

0o lado de fora* a vo& forte de 8oe causou(lhe um so"ressalto.

B amos rá!ido* Fa3eD Ainda temos muitos ,uilEmetros !ela frente. 5ão dá !araficar !erdendo tem!o.

7lia sacudiu a ca"eça* inconformada.

B ?sse homem está tão a!ressado !ara chegar ao forte ,ue deve ter alguma

mulher es!erando(o !or lá.

Cap%tulo '&&& Cap%tulo '&&& 

 A!9s a travessia do rio Ar'ansas* o com"oio seguiu !or um "om trecho de !lanície,ue !ermitia um avanço acelerado. 0e!ois a!ro2imou(se das fraldas de uma cadeia demontanhas* !assando !or nascentes de água !ura e riachos lím!idos em ,ue se !odiaen2ergar o leito de !edras.

?ntretanto* logo os via)antes se viram forçados a vencer a serra* enfrentandosu"idas íngremes e !assagens estreitas ; "eira de !rofundos !reci!ícios. ?m cada umadessas !assagens Fa3e re&ava "ai2inho !ara ,ue nada de errado acontecesse. Pertoda,ueles !enhascos uma tem!estade com raios e trov<es !arecia "rincadeira de criança.

7lia retornara ; carroça de 0oe ose e Fa3e mais uma ve& tinha de su!ortar o

!eso da solidão. =uando a noite caía* estava com as mãos cheias de "olhas !or causados arreios e do chicote e sentia dores horríveis nas costas !elas incontáveis horas em,ue era o"rigada a !ermanecer na "olia dura sem ter com ,uem se reve&ar.

 A 4nica com!ensação !ara a,uele sofrimento era a !aisagem ,ue se a"riagenerosa em "ele&a e encantamento. ?stavam em !lena !rimavera na,uela região.%leias americanas estendiam(se !elas encostas em e2!los<es de cor !4r!ura e oscornisos se e2i"iam na !lenitude da floração.

Fa3e assumiu uma e2!ressão de desgosto ,uando notou ,ue a trilha ficava cadave& mais difícil. ?m"ora a chuva tivesse cessado havia algum tem!o e os rios voltado aseus leitos ha"ituais* o terreno continuava 4mido e os veículos da frente fa&iam sulcos

!rofundos no solo. % resultado era ,ue ela* !or condu&ir a 4ltima carroça* !egava ocaminho em !ssimo estado* tendo de ag/entar um chacoalhar desagradável.

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7omo se a situação não fosse suficientemente ruim* de ,uando em ,uando 8oeem!arelhava sua gua com a carroça* mantendo um trote vagaroso !ara acom!anhar oritmo dos "ois.

Para não encora)á(lo a se a!ro2imar mais e !u2ar conversa* ela em!ertigava(se noassento e fingia estar !erfeitamente ; vontade* a!esar de a cada solavanco ter aim!ressão de ,ue ,ue"raria a es!inha.

8oe então avançava em direção ; frente do com"oio* sem disfarçar ,ue achavadivertido ver seus esforços !ara !arecer uma condutora e2!eriente. 0e ,ual,uer modo*ele tinha de admitir ,ue Fa3e vinha se saindo "em desde a travessia do rio. ão haviamsido !oucos os momentos de dificuldade e !erigo ,ue ela enfrentara sem !estane)ar.

Fa3e !erguntava(se !or ,uanto tem!o ele continuaria com a,uela "rincadeira "o"ade fiscali&á(la ,uando um rangido !rolongado* seguido !elo estalo seco de madeira!artindo(se* interrom!eu seus !ensamentos. A seguir* uma das rodas da frente soltou(see a carroça !endeu !ara o lado* fa&endo(a gritar de susto. Por sorte os "oisinterrom!eram a marcha no mesmo instante e o veículo manteve(se !recariamentee,uili"rado.

1ostrando !ossuir "ons refle2os* Fa3e agarrou(se ; lona e ; madeira da "olia econseguiu evitar o ,ue seria seu segundo tom"o durante a viagem. Ficou im9vel !oralguns instantes* os olhos fi2os na roda ,ue girava !elo chão at chocar(se com umarocha e cair so"re um monte de ca!im.

=uando concluiu ,ue não havia !erigo de o veículo tom"ar* começou a descer commovimentos cautelosos. 8á no chão* !Es as mãos na cintura e avaliou o estado doveículo.

Sentiu(se desanimada.

5esse instante ouviu o galo!e de um cavalo se a!ro2imando. IProntoJ* !ensou*irritada* Ilá vem meu eterno salvadorDJ

B 0ei2e comigo* 8oeD B ?ra a vo& de +art.

Fa3e descontraiu(se um !ouco ao ver a figura sorridente e !restativa do segundo"atedor. encendo o mau humor causado !elo contratem!o* retri"uiu seu sorriso.

B Parece ,ue !erdeu alguma coisa* madame B disse +art en,uanto recolhia aroda e a tra&ia !ara a carroça. B ? difícil avançar sem alguma dessas ,uatro !ecinhas B"rincou com seu )eito !eculiar.

% ruído dos cascos de outro cavalo a galo!e aca"ou com o "om humor de Fa3e.7om o canto dos olhos viu 8oe desmontar e a!ro2imar(se a !assos largos. 0roga* !or ,uese intrometia em todos os !ro"lemas dela>

Pouco dis!osta a fa&er mais uma ve& o !a!el de vítima indefesa e agradecida*!assou !or +art decidida a li,uidar o assunto o mais de!ressa !ossível. ? so&inhaD

Sus!endeu a "ainha do vestido e a"ai2ou(se. Ao !erce"er ,ue o )oelho a!oiado nochão afundava no "arro ,ue se escondia !or "ai2o da vegetação rasteira* lem"rou(se daanágua nova ,ue vestira !ela manhã e teve vontade de morrer.

7ontudo* não era o momento !ara se !reocu!ar com coisas menores. Assim*afastou a roda e escorou(a no flanco da carroça. ?2aminou as !eças !rocurando entendero ,ue ocorrera e como fa&er 9 conserto. %"servou a !onta do ei2o com atenção e não viu

nada ,ue"rado. A roda !arecia sim!lesmente ter se soltadoCB Afaste(se daí B ordenou 8oe* cortando seu raciocínio. B %u ainda não

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!erce"eu ,ue está ficando !ara trás>

Fa3e o encarou com olhos faiscantes de raiva. 5o entanto* antes ,ue !udesseres!onder* ele !rosseguiu:

B Se eu e +art não começarmos a consertar isso agora mesmo* voc@ vai ter degastar o chicote no lom"o dos "ois !ara alcançar o resto da caravana.

 A contragosto* Fa3e teve de reconhecer ,ue ele estava com a ra&ão* mas nem !orisso !erdoava seus modos grosseiros. Levantou(se e recuou alguns !assos* dei2ando Iolugar livre !ara ,ue os dois "atedores tra"alhassem.

8oe e +art !egaram as ferramentas necessárias entre os o")etos !enduradosem"ai2o da carroça. 1ontaram um sistema de alavancas e calços !ara sus!ender o ei2oe s9 então começaram os re!aros.

 Atenta ao esforço ,ue fa&iam* Fa3e deu(se conta de ,ue fora tolice imaginar ,ueresolveria o !ro"lema so&inha. +art e 8oe* este )á sem camisa* suavam em !rofusão so"o sol escaldante. A cada minuto ficava mais claro ,ue* alm de conhecimentos ,ue s9 ae2!eri@ncia !oderia fornecer* um conserto como a,uele tam"m e2igia força física.

1ais conformada com a situação* desligou(se um !ouco dos !ercalços da viageme desviou a atenção !ara o torso musculoso de 8oe* "rilhante ; lu& da,uela tarde de cua&ul. % movimento de seus "raços des!ertou(lhe a lem"rança das carícias ternas ea!ai2onadas na noite da tem!estade. 6avia algo estranho com esse homem* algumsegredo em sua vida ,ue talve& e2!licasse o com!ortamento tantas ve&es frio eagressivo.

5o entanto* ele a amara com sinceridadeK a,uele ardor não !oderia ser a!enasfingimento. Ao relem"rar os "ei)os na escuridão* os a"raços a!ai2onados* os cor!osunidos como se fossem um s9* de re!ente ela assumiu um ar distante e sonhadorC Seriadifícil es,uec@(lo e mais ainda dei2ar de amá(lo.

B ProntoD 5ovinha em folha B declarou 8oe* levantando(se.

 A!ro2imou(se de Fa3e e !arou a sua frente* fitando(a com intensidade. Parecianão ter nada a di&er. Tam!ouco fa&ia menção de tocá(la. Limitava(se a encará(la comuma e2!ressão descontraída* terna* como se ,uisesse lem"rá(la de ,ue* lado a lado coma faceta rude de sua !ersonalidade* e2istia tam"m o homem meigo ,ue ela conheceraalgumas noites antes.

Fa3e teve ím!etos de !u2ar conversa !ara tentar com!reender o significadoda,uela atitude* da,uele olhar. S9 não o fe& !or,ue +art* com um !igarro nada discreto*interrom!eu o sil@ncio dos dois e convidou(a a su"ir na carroça.

 Antes de assumir seu lugar na "olia* ela sorriu !ara 8oe* uma es!cie demensagem muda di&endo ,ue aceitaria uma trgua na eterna desavença entre eles.

B %"rigada* +art* !or sua a)uda B disse com suavidade.

B % !ra&er foi todo meu. B ?le tocou a a"a do cha!u numa mesura tí!ica de,uem vivia em ,uartis.

B 'erci, 8oe B ela acrescentou en,uanto se acomodava no assento duro.

?s!erou ,ue os dois su"issem em suas montadas* recolocou as luvas de couro eestalou o chicote no ar* dando !artida ; )unta de "ois.

B Tome cuidadoD B +art gritou* "rincalhão. B 5ão vá !erder outra roda !elocaminhoD

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B Pelo amor de 0eus* 8oeD Tenho certe&a de ,ue ela não vai reclamar se voc@livrá(la de um ursoD

B ?la anda meio farta de minha a)uda. Posso ir at lá* masC

B á de!ressa* !or favorD 5ão dei2e ,ue nada lhe aconteça. uma "oa moça eeu e Ga3land gostamos muito dela.

B Sim* estou vendo. B 8oe tirou o rifle do om"ro e segurou(o na mão. B Fi,uetran,/ila. Prometo ,ue nenhum urso ou ,ual,uer outro animal chegará !erto de Fa3e.

7lia !Es a mão so"re o !eito como se ,uisesse acalmar o coração* ,ue "atiaacelerado. iu(o afastar(se em direção ; floresta e começou a murmurar uma !rece.

8oe tinha certe&a de ,ue a,uele trecho da selva não era ha"itado !or ursos ou,ual,uer animal de grande !orte. 1esmo assim* vasculhava com olhos atentos o cenárioem volta ; !rocura de ,ual,uer movimento sus!eito. ?* ,uanto mais adentrava a mata*menos se convencia da hist9ria contada !or 7lia. ?ra !ossível* no entanto* ,ue um ursodesgarrado de seu gru!o estivesse !elas imediaç<es. At os ha"itantes da floresta ;sve&es !erdiam o senso de direção e aca"avam a!arecendo onde menos eram es!erados.

Se "em ,ue a !ossi"ilidade maior era de ,ue a,uela mulher a!avorada tivesseimaginado coisas. Tudo estava calmo* não havia revoada de !assarinhos nem gritos de!e,uenos animais ,ue denunciassem a !resença de uma fera !elas redonde&as.

B ?ssas coisas s9 acontecem comigo B 8oe resmungou* mal(humorado* ainda,ue não achasse aconselhável dei2ar Fa3e so&inha no riacho. 7ontudo* se eladesco"risse sua !resença ali* com certe&a armaria a maior confusão.

7om isso em mente* avançou at ouvir nitidamente o "or"ulhar da água. Precisavaagora manter(se !erto o suficiente !ara !erce"er ,ual,uer "arulho ,ue indicasse!ro"lemas e longe o "astante !ara ,ue não !udesse v@(la. Preferia não dar(lhe motivos

!ara acusá(lo mais tarde de es!iá(la ;s escondidas. Assim* escolheu um local discreto )unto a um grande carvalho* encostou(se no

tronco da árvore com uma haste de ca!im entre os dentes e aguardou os acontecimentos.

Fa3e aca"ava de en2aguar os ca"elos !ela segunda ve&. Sentia(se 9tima a!9s o"anho demorado e sem nenhuma interru!ção. % sol escondia(se atrás das montanhasmais altas e o dia começava a escurecer. A!ro2imou(se da margem !ensando em avisara 7lia ,ue estava !re!arada !ara vestir(se e ir em"ora.

7omo não visse a amiga !elas !ro2imidades* imaginou de início ,ue ela estivesseentre as árvores mais !r92imas.

B 7lia* voc@ está aí>e!etiu o chamado duas ve&es e logo concluiu ,ue a vigia desertara do !osto. Por

,u@> Teria se assustado com alguma coisa>

7om cautela* olhando !ara os lados* saiu da água em direção ao ar"usto ondedei2ara suas coisas. Pegou a toalha e colocou(a so"re os om"ros. % frio re!entino fe&com ,ue notasse ,ue estava escurecendo rá!ido demais. A água res!ingava do cor!ete eda anágua formando uma !oça a seus !s.

5ão havia sinal de 7lia na min4scula !raia. Fa3e começava a ficar realmente çommedo ,uando avançou um !asso e !isou em algo frio e roliço* diferente do cascalho e daareia da margem. Aca"ara de !isar no cano do rifle ,ue devia estar com a amiga.

B %h* nãoD B A"ai2ou(se ra!idamente !ara !egar a arma e em!urrou(a. 5emse,uer !reocu!ou(se com a toalha ,ue caíra ao chão. B 7liaD B gritou en,uanto

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vasculhava os arredores com um olhar !reocu!ado.

% to,ue de deses!ero em sua vo& afinal convenceu 8oe de ,ue chegara omomento de anunciar a !r9!ria !resença ali. S9 ,ue* antes disso* a a!ro2imação de +artandando tro!egamente* com uma garrafa de uís,ue na mão* !Es todo seu !lano a !erder.Se normalmente o outro "atedor era um homem arredio e de !oucas !alavras* ,uando"e"ia tornava(se inconveniente.

B +emC olá* com!anheiro B +art falava em vo& alta* enrolando a língua. B %,ue dia"os está fa&endo !or a,ui>

B Psiu* escuteC

B im molhar a ca"eça no rio. Acho ,ue um !ouco de água fria vai me fa&er "em*não vai>

B +art* cale a "ocaD Agora não hora !araC

B % ,ue voc@s dois estão fa&endo aí> B Fa3e a!areceu de trás de um ar"usto* orifle em!unho* !ronta !ara atirar.

%s dois "atedores arregalaram os olhos. 5ão !or causa da arma. ?stavamacostumados a ameaças "em !iores. % ,ue os es!antava era a visão do cor!o !erfeito,ue os tra)es íntimos mal conseguiam disfarçar.

Fa3e chegara furiosa. Ao ouvir e identificar suas vo&es* logo concluíra ,ue a,uelesdois cretinos estavam "is"ilhotando seu "anho havia algum tem!o. A!ro2imara(sedevagarinho* dis!osta a atirar !elo menos !ara assustá(los.

 Agora* !raticamente nua diante deles* largou o rifle e cru&ou os "raços so"re osseios* na tentativa de escond@(los.

B +#, !ien B e2clamou !or fim. B 5ão vão di&er nada> S9 tem coragem !ara

ficar olhando ;s escondidas>8oe não gostou nem um !ouco da acusação.

B ?stá insinuando ,ue eu !erderia meu tem!o encolhido atrás de um ar"usto s9!ara v@(la tomar "anho>

Sem es!erar res!osta* !assou !or ela e foi at a margem do rio !egar a toalha.oltou e colocou(a so"re seus om"ros com um gesto irritado.

B Pois sai"a ,ue eu tenho coisas muito mais im!ortantes !ara fa&erD

+art* ,ue at então limitara(se a o"servar um e outro sem entender o ,ueacontecia* estendeu a mão.

B 7omo vai* madame> 7am"aleou e soltou uma gargalhada como se tivesse ditouma grande !iada. Se ainda faltasse indicação so"re seu estado* "astaria ver a garrafade uís,ue na mão ,ue oferecia !ara o cum!rimento.

B Sa"e* levei um susto danadoC eu vinha !ara tomar um "anho e adivinhe s9,uem eu encontrei> 1eu "om e velho 8oe a,ui B concluiu* colocando o "raço em voltados om"ros do amigo.

8oe desvencilhou(se ra!idamente !ara mostrar sua insatisfação com a cena.

B 1eu velho B +art !rosseguiu no mesmo tom arrastado* sem se dar conta dairritação do outro. B Afinal* o ,ue voc@ estava fa&endo !or a,ui>

Sem sus!eitar ,ue 8oe começava a considerar seriamente ,ue devia encerrara,uela tagarelice com um "om direto em seu ,uei2o* ele a!ontou !ara o rifle no chão e

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!areceu lem"rar(se de alguma coisa interessante.

B %ra* ora* então a mocinha estava !raticando tiro ao alvo com o maior "atedor denossa com!anhiaD %utra ve&> B iu alto en,uanto Fa3e e 8oe trocavam um olharintrigado. B Acho ,ue não fui o 4nico ,ue ouviu o tiro na,uela noite de tem!estadeC 1as claro ,ue um tirinho ,ual,uer não iria deter o "om e velho 8oe* hein> B concluiu comuma e2!ressão c4m!lice.

=uando Fa3e !ensava ,ue seu constrangimento chegara ao limite* +arta!ro2imou(se com !assos trE!egos e inclinou(se !ara cheirá(la.

B 6umm* ,ue cheiro "om. oc@s acham ,ue se euC 8oe não o dei2ou concluir afrase. ?le )á ultra!assara todos os limites.

B 0escul!e* !arceiro* mas* se eu não fi&er isso* voc@ vai feder a uís,ue "arato atamanhã. B Agarrou(o !ela gola da camisa e !elos fundilhos e levou(o at o riacho*atirando(o lá.

+art !rague)ou e se de"ateu ;s cegas* at !erce"er ,ue mesmo sentado a águanão ultra!assava a altura de seu !eito. ?* ,uando se deu conta de ,ue salvara a garrafa

de*"e"ida* recu!erou a alegria.

B enha !ara cá* 8oe* assim n9s dois vamos ficar cheirando "emD

Fa3e assistiu ; cena "o,uia"erta. A,uele com!ortamento grosseiro erainimaginável !ara ,uem crescera acostumada com os cavalheiros de fino trato de 5ova%rleans. At mesmo os "@"ados ,ue a!areciam nas festas e "ailes da cidade mostravammais classe do ,ue essa du!la de "atedores.

7erto de ,ue +art ficaria um "om tem!o dentro do rio* 8oe voltou(se !ara ela efitou(a dentro dos olhos.

B Agora ,uero ,ue voc@ me escute* e muito "em. 5em eu nem +art estávamos

es!iando seu "anho. ?u estava lá no acam!amento cuidando de minha vida ,uando asra. 8ohnston a!areceu aterrori&ada contando ,ue tinha visto um urso. ?la me falou ,ueficara de guarda en,uanto voc@ tomava "anho* mas fugira de medo. =ue droga* Fa3eD ?u!odia ter dei2ado voc@ so&inha e isso teria me !ou!ado de toda essa confusão.

B 1as* )á ,ue estava !or a,ui* imaginou ,ue não custava nada dar uma olhadinha*não foi> Ainda "em ,ue não tirei toda minha rou!aD Aí* sim* voc@ teria a!roveitado "emsua missão de salvamento.

Para sur!resa de Fa3e* em ve& de irritar(se* ele a!ro2imou o rosto do seu emurmurou* malicioso:

B 7omo se eu nunca tivesse visto voc@ nua antesD %u será ,ue voc@ es,ueceessas coisas com tanta facilidade>

0essa ve& ela se ofendeu.

B oc@ não !assa de um grosseirãoD Para seu governo* o fato de ter me visto semrou!a uma ve& não lhe dá o direito de ,uerer re!etir a façanhaD

B ?stá di&endo ,ue se recusaria a fa&er amor comigo novamente>

B 8oe 6arrison* muita coragem sua me fa&er uma !ergunta dessasD Se nãoestou louca* foi voc@ ,uem decidiu ir em"ora de re!ente sem maiores e2!licaç<es. Aliás*"em ,ue eu gostaria de sa"er o ,ue o levou a sair com tanta !ressaD

B ?u tinha minhas o"rigaç<esCB 7om certe&a não eram suas o"rigaç<es !ara comigoD

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B Pense assim* se ,uiser. 1as* s9 !ara refrescar sua mem9ria* caiu umatem!estade na,uela noite. ?u !recisava verificar a !rofundidade do rio.

B ?* a!esar de desco"rir ,ue ele estava fundo e !erigoso* voc@ continuoumostrando a mesma !ressa !ara ir em"oraD

8oe !erdeu um !ouco a !ose. Para disfarçar o em"araço* a"ai2ou(se e !egou as

rou!as dela ,ue estavam so"re um ar"usto.B melhor vestir(se logo. ?stá esfriando.

Fa3e murmurou um agradecimento ,uase sorridente. ?m"ora ele tivesse mudadode assunto sem e2!licar o !or,u@ da !ressa* do com!ortamento arredio da,uele dia* adiscussão servira !ara ,ue desa"afasse a raiva acumulada e sentia(se "em melhor.

0esviou o olhar !ara +art* ,ue se cansara de ficar na água fria e tentava levantar(se. ?ntão murmurou:

B ?stou mesmo !recisando me vestir. oc@ !ode montar guarda !ara ,ue eutenha um mínimo de !rivacidade>

B Ainda há !ouco voc@ esteve a !onto de me dar um tiro !or ficar de vigia. B Seutom de vo& era conciliador* ,uase "rincalhão.

B sso foi antes. Agora as coisas estão diferentes. B ?la sorriu.

B Ah* leve isto. B 8oe entregou(lhe o rifle ,ue a!anhara do chão. B 1esmo euficando de guarda* está escurecendo e não tem sentido se arriscar ; toa.

Fa3e encaminhou(se !ara um gru!o de ar"ustos ,ue oferecia "oa co"ertura !aratrocar de rou!a. 5a volta* sentia(se feli& !or ver ,ue a tensão entre ela e 8oe diminuíra*em"ora houvesse muita coisa !ara ser esclarecida.

0urante o retorno ao acam!amento* ela seguiu na frente* o rifle na mão* en,uanto

+art era !raticamente arrastado !elo amigo. =uando alcançaram as carroças* de&enas de!essoas )á se aglomeravam em volta da fogueira central* cantando ao som de um violinotocado !or um dos via)antes.

Cap%tulo ( 

Fa3e acom!anhava a melodia com "atidinhas ritmadas do ! e o"servava comatenção cada !asso dos dançarinos: os casais se cum!rimentando* dando a volta*recuando e trocando de acom!anhante. Adorava a dança e a m4sica e se familiari&avara!idamente com as chamadas !ara fa&er rever@ncia* girar ; es,uerda ou ; direita* trocarde dama ou formar uma !onte.

7ontagiada !ela alegria ,ue reinava no acam!amento* em !ouco tem!o suas!reocu!aç<es se desvaneceram. Sentia(se descansada e )á nem lem"rava mais as doresnas costas e "olhas nas mãos. 5o entanto* so"ressaltou(se ao ouvir a vo& cálida de 8oe6arrison ;s suas costas:

B Aceita me acom!anhar nessa dança>

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Fa3e voltou(se lentamente. 5ão havia a menor som"ra de condescend@ncia emseu olhar.

B Sa"e* 8oe* totalmente im!ossível entender voc@. Primeiro* foge de mim comose eu fosse a !este e at !<e a caravana em risco s9 !ara sumir logo de minha vista. B?s!erou algum tem!o ,ue ele res!ondesse. 7omo isso não ocorreu* com!letou: B Agorachega todo amável como se nunca tivesse me tratado mal. difícil não acreditar ,ue s9está sendo gentil agora com segundas intenç<es.

0ando o assunto !or encerrado* ela afastou(se alguns !assos. ?ntretanto* se!ensava ,ue !oderia continuar assistindo ; dança com tran,/ilidade* estava muitoenganada. Ainda não conhecia a insist@ncia de 8oe.

B 5ão se trata disso* e voc@ sa"e muito "em. ?le a seguira e novamente estava aseu lado.

Pela !rimeira ve& em muito tem!o Fa3e sentiu(se dona da situação. ?ra 9"vio ,ue8oe estava louco !or sua com!anhia e seria tolice não tirar !roveito disso.

B oc@ seria mais convincente se se descul!asse !elo modo deselegante com

,ue tem me tratado B disse com frie&a.

8oe não contava com isso e "ai2ou os olhos* nervoso. Pedir descul!as a umamulher não era de seu feitio. 5a,uele caso em es!ecial* temia atra!alhar(se todo eaca"ar sendo forçado a tocar no assunto de Hathr3n. Ao mesmo tem!o* não estava nadaorgulhoso !ela maneira como vinha tratando Fa3e e sentia(se tentado a dar(lhe umcrdito de confiança !ela coragem com ,ue enfrentava os !ercalços da viagem.

7om um olho na dança e o outro em 8oe* Fa3e aguardava sua res!osta semdemonstrar ansiedade. 7ontudo* )á tomara uma decisão: se não ouvisse o ,ue es!erava*iria ignorá(lo !elo resto da noite* nem ,ue !ara isso tivesse de aceitar o convite !aradançar de todos os soldados ,ue escoltavam a caravana.

8oe !igarreou !ara chamar sua atenção. 0e!ois res!irou fundo* sa"endo ,ue setitu"easse ela o descartaria sem a menor cerimEnia.

B Peço descul!as* Fa3e. B % tom era sincero. B 5unca tive a intenção demagoá(la. econheço ,ue não venho agindo direito com voc@* masC "em* sem!re fuimeio sem )eito com as mulheres.

Prendeu o fElego en,uanto estudava sua reação. A!arentemente conseguiraim!ressioná(la "em.

B 0escul!as aceitas> B Agora seu tom de vo& denotava ansiedade.

+em no íntimo* ela estava longe de se convencer !or a,uela e2!licação evasiva,ue não esclarecia a"solutamente nada. Ser meio sem )eito com as mulheresD 0e,ual,uer modo* algum avanço fora dado. 5ão lhe !assara des!erce"ido o esforço ,ue elefi&era !ara !edir descul!as. 8á era um !asso. =uem sa"e* no futuro* não criaria coragem!ara contar a verdade so"re suas crises de indiferença>

B (ui, descul!as aceitas B murmurou suavemente* tocando(lhe o rosto.

%s olhos dele "rilhavam de felicidade.

B ?u amo voc@ B confessou.

6ouve um instante de sil@ncio* durante o ,ual se fitaram como se fossem 4nicos no

mundo* es,uecidos de tudo ao redor. 1as nenhum dos dois ousou confessar o ,ue se!assava em seu íntimo.

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B Agora* cavalheiro B ela disse !or fim B* aceitarei seu convite se tiver a"ondade de me ensinar essa divertida dança do interior.

B % !ra&er será todo meu. B ?le fe& uma "reve rever@ncia e* oferecendo(lhe o"raço* condu&iu(a !ara o meio do círculo onde estavam os dançarinos.

Fa3e não demorou a a!render os !assos da,uela dança. 0ivertiu(se a valer com

seus rodo!ios e variaç<es* ora sendo condu&ida !or 8oe* ora !elos "raços de outrohomem* !ara então* de!ois do ,ue !arecia uma se!aração interminável* ser novamenteentregue ao !ar original* ,ue a enlaçava com renovada alegria.

 A!9s alguns n4meros* estava ofegante e deu graças a 0eus ,uando 8oe levou(a!ara fora da roda* um "raço ao redor de seus om"ros.

Passaram algum tem!o a!reciando a e2citação de outros casais* de!ois seguiramem sil@ncio at a carroça dos 8ohnston.

?m"ora não houvessem com"inado !reviamente* em ve& de !ararem no lado dedentro do grande círculo formado !or todos os veículos* foram at a !arte e2terna doacam!amento* longe dos olhares curiosos do gru!o.

Sentaram(se na relva macia* so" a lua cheia* enorme e !rateada* ,ue "rilhavana,uela noite. % !rimeiro "ei)o ,ue trocaram foi uma es!cie de sinal ,ue cada um deuao outro so"re a intensa emoção ,ue carregavam no !eito.

-m "ei)o longo* a!ai2onado* re!leto de dese)o.

 Assim ,ue seus lá"ios se se!araram* os dois se levantaram ao mesmo tem!o*como em uma cena ensaiada.

0eram a volta na carroça e entraram ainda em sil@ncio. % lam!ião estava a!agado*mas tanto a cortina da frente ,uanto a de trás encontravam(se levantadas !ara !ermitir aventilação. 5a,uele momento* !orm* eram duas )anelas !or onde a lu& do luar se

esgueirava !ara iluminar os amantes.?ra evidente ,ue estavam muito mais ; vontade ,ue na noite da tem!estade. %

entendimento m4tuo ainda não avançara o suficiente !ara garantir a continuidade dorelacionamento a!9s a viagem* !orm várias "arreiras haviam sido ultra!assadas. -madelas* em !articular* caíra definitivamente !or terraK !ossuíam um entrosamento físico!erfeito.

Se eles conhecessem em detalhes as e2!eri@ncias íntimas de outros casais*facilmente chegariam ; conclusão de ,ue não !odiam inve)á(los. Ao contrário* talve& atfossem vistos como modelo* tal o ardor com ,ue davam e rece"iam !ra&er.

0eitados no tosco catre de !eles* redesco"riram com os olhos* a "oca* o nari& e asmãos cada segredo* cada curva* cada !onto vulnerável nos cor!os um do outro.

1aravilhavam(se ao ouvir os gemidos roucos e a!ai2onados* o arfar da res!iração*as !alavras sussurradas antes* durante e de!ois de cada carícia.

=uando !or fim se deitaram lado a lado* o dese)o saciado* os cor!os e2austos* )ánão se escutava nenhum "arulho no acam!amento. A m4sica cessara* não haviamurm4rio de conversas* todos haviam se recolhido.

B oc@ vai ficar comigo esta noite> B Fa3e sussurrou* ,ue"rando o sil@ncio.

8oe riu* estava "em(humorado e decidiu fa&er uma "rincadeira.

B ?stá com medo novamente> B ?le fingia um tom srio. B 7om essa lua no cunão há o menor !erigo de chuva ho)e.

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B 5ão se)a "o"o. Agora a tem!estade está acontecendo a,ui dentro. B Aninhou(se no !eito dele* o ar sonhador.

?la trans"ordava de felicidade. Fora ing@nua em acreditar* a!9s a !rimeira noite*,ue chegara ;s !ortas do !araíso. 7om!arado com o ,ue aca"ara de viver nos "raços de8oe* a !rimeira e2!eri@ncia não !assara de um ensaio tímido. Por mais ,ue tivesse!arecido descontraída na noite da tem!estade* "em no íntimo vivera o receio de estardando um mergulho no desconhecido.

 Agora era diferente. Seus sentimentos tinham amadurecido* o medo dera lugar ;confiança* e !udera entregar(se !or inteiro* de maneira mais com!leta. % amor crescente!or esse homem lhe ensinava o segredo de ser feli& e de fa&@(lo feli&.

? 8oe realmente sentia(se assim. 0eitado de costas* mantendo(a )unto de si*olhava !ara a co"ertura de lona e !ensava em todas as mulheres ,ue haviam !assado!or sua vida. 5enhuma delas fora ca!a& de levá(lo ao @2tase tantas ve&es seguidas,uanto essa francesinha maravilhosa. ?ra com sur!resa ,ue desco"ria ,ue* at conhec@(la* não sa"ia o significado verdadeiro da e2!ressão Ifa&er amorJ.

Por mais ,ue a ra&ão o aconselhasse a ser cauteloso* o coração lhe di&ia ,ueencontrara a mulher com ,uem sem!re sonhara. 5ão deveria dei2á(la esca!arD

B 1eu amor* faltam !oucos dias !ara chegarmos a Fort Smith B disse comsuavidade. B =uais são seus !lanos>

Fa3e sus!irou* sonhadora.

B Ainda não sei. 1as es!ero ,ue incluam voc@. Gostaria de estar neles* 8oe>

B Sou ca!a& de matar o !rimeiro engraçadinho ,ue se colocar entre mim e voc@DB declarou* emocionado. B Tomara ,ue isso não se)a necessário. B ?ncarou(a*estudando sua reação.

B 7om certe&a não vai ser.0e fato* não havia ningum na missão de ,uem ele !udesse sentir ci4me. Fa3e

não era es!erada !or namorados* noivos ou algum velho amigo de infncia. 5em mesmoo irmão sa"ia de sua chegada.

B At ho)e não lhe !erguntei a res!eito de seu irmão B 8oe comentou de re!ente*como se tivesse lido seus !ensamentos. B 7omo mesmo o nome dele>

B oc@ deve conhec@(lo. 1ichael Poincar. Foi ele ,uem fundou a missão muitoantes da construção do forte.

8oe teve um so"ressalto* !orm esforçou(se !ara não dei2ar trans!arecer sua

sur!resa.B % !adre 1ichael seu irmão> 5unca imaginei ,ue ele tivesse !arentes* muito

menos algum conhecido meu. Acho ,ue voc@ me disse o so"renome dele antes* mas nãoliguei com a !essoa. Para todo mundo lá seu irmão sim!lesmente o !adre 1ichael.

-ma onda de alegria invadiu o !eito de Fa3e. Se 8oe e seu irmão eram amigos*certamente haveria um clima agradável entre os tr@s* facilitando sua vida na missão.

Porm ela estava tirando conclus<es !reci!itadas. 8oe a!enas dissera ,ue oconhecia. 5a verdade* não eram nada "oas as relaç<es entre ele e a,uele !adre ,ue nãose contentava em a!enas !regar o evangelho. 0everia contar a verdade> 5ão* talve&

fosse mais sensato es!erar. Sua o!inião a res!eito do !adre 1ichael iria estragar a,uelemomento de felicidade e !rovocar novas "rigas.

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% sil@ncio de 8oe* seu cenho levemente fran&ido* a ligeira contração dos m4sculosdo "raço ,ue a envolviam* tudo indicava haver alguma coisa errada. ?le estava tão calmo*tão rela2ado at começarem a falar da chegada ao forteC de seu irmãoD

?2istiria algum !ro"lema com 1ichael> Pelo ,ue Fa3e sa"ia* todos os !ioneiros daregião admiravam seu tra"alho. 0urante ,uase de& anos ele fora o 4nico !onto de a!oiocom ,ue contavam as !essoas ,ue chegavam ao lugar. Ao longo de uma dcada* amissão significara a)uda e !roteção aos coloni&adores* !ois s9 mais tarde o forte seriaconstruído.

B 8oe* voc@ está me escondendo alguma coisa> B ela !erguntou timidamente.

 Ao !erce"er sua e2!ressão ansiosa* 8oe tomou uma decisão rá!ida: não falarso"re as atividades do !adre 1ichael. ?ra melhor ,ue chegassem ao !ovoado* ,ue ela sefamiliari&asse com o lugar.0e!ois conversariam.

B ?scondendo alguma coisa> =ue "o"agem* meu amor. B Pu2ou(a !ara si e"ei)ou(a ternamente.

B ?stá tudo "em* então>

B 1ais ou menosC B iu com malícia en,uanto acomodava o seu cor!o so"re odela. B Tenho uma idia de como dei2ar tudo ainda melhorC

Cap%tulo (& Cap%tulo (& 

)ort !mit$* Ar+ansas

Fa3e sentia o coração "ater mais rá!ido ; medida ,ue surgiam na !aisagem as!rimeiras ca"anas de toras de madeira anunciando a a!ro2imação de Fort Smith. Aolonge* o rio Ar'ansas seguia sinuoso* recortando o terreno escar!ado.

Sentada na carroça* ao lado de 7lia* estava tensa como nunca e todas as d4vidasso"re o futuro voltavam a atormentá(la. Se no início da viagem estivera de!rimida* com o!assar das semanas e as muitas o"rigaç<es !ara mant@(la ocu!ada* dei2ara de

!reocu!ar(se tanto com o ,ue encontraria no final da )ornada. Acostumara(se ; rotina deacam!ar ; noite* avançar durante o dia* !re!arar reservas de comida !ara as horas deescasse& e es!erar os homens voltarem da caça ,uando as !rovis<es estavam "ai2as.

?* agora ,ue estavam tão !r92imos do destino* os velhos medos voltavam aocu!ar sua mente. 7onseguiria su!ortar a vida na missão> Ag/entaria uma rotina detra"alho !esado e !ouco conforto at o final de seus dias> ? 1ichael* ficaria feli& deverdade com sua chegada ou a consideraria a!enas um !eso a mais !ara carregar>

elanceou o olhar !ara 7lia* ,ue segurava o "raço do marido* orgulhosa e feli&!or ele estar saudável outra ve&* e sentiu uma !ontinha de inve)a. 5ão ,ue seurelacionamento com 8oe estivesse tão malK sim!lesmente !arecia fadado a não ter

continuidade.?ra verdade ,ue na 4ltima eta!a da viagem os dois haviam !artilhado "ons

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momentos )untos. Praticamente tinham se encontrado ;s escondidas todas as noites.?ntretanto* em nenhuma dessas ocasi<es tiveram coragem de falar sem meias !alavrasso"re o !rosseguimento do romance. 6ouvera* claro* in4meras declaraç<es de amorC enenhuma de com!romissoD

0e re!ente a silhueta im!onente de Fort Smith a!areceu diante de seus olhos.Fa3e !rendeu a res!iração en,uanto e2aminava a !aliçada situada no alto de umari"anceira rochosa* dominando todo o cenário at o encontro dos rios Poteau e Ar'ansas.?m volta da fortificação havia in4meras casas e ca"anas.

B 7hegamosD B 7lia comemorou. B 5ão !osso acreditarD A viagem aca"ouD

0as outras carroças tam"m chegavam gritos de alegria. A longa trilha deincerte&as e !erigos ficara definitivamente !ara trás.

Parado so"re a montaria no começo do longo com"oio* 8oe orientava a entrada decada carroça no !átio* a!9s a travessia de uma !e,uena !onte. Assim ,ue chegou a ve&do veículo dos 8ohnston* Fa3e teve seu !rimeiro cho,ue.

% !ovoado não !assava de um aglomerado de edificaç<es r4sticas e !ouco

atraentes. -ma rua larga dividia o vilare)o em dois. 0e cada lado uma se,/@nciamon9tona de construç<es "ai2as de madeira e !edra* entremeadas !or uma enorme,uantidade de saloons. ?* ao longo da rua de terra "atida* !asseios de tá"uas commour<es "ai2os ,ue serviam !ara amarrar os cavalos.

 A im!ressão ,ue o lugar transmitia era de a"soluto tdio. -m tdio ,ue"rado !elaagitação ,ue vinha dos saloons, de onde se ouvia o som a"afado de vo&es masculinasacom!anhadas !ela m4sica dos !ianos e !ela risada frívola das mulheres.

5a,uele momento a rua estava movimentada. %s homens se aglomeravam nas!ortas dos "ares e das lo)as !ara assistir ; !assagem da caravana. 1ulheres vestindorou!as coloridas e "rilhantes* o rosto !intado com e2agero* saíam dos "ordis !ara flertarcom os soldados* algumas chegando a !onto de saltar !ara a garu!a de seus cavalos.

0e!ois da troca de "ei)os escandalosos* os soldados em!urravam as mulheres!ara o chão e es!oreavam as montadas* seguindo !ara o forte !ro!riamente dito. Fa3esentia(se nauseada. A,uele era o mundo onde iria viverD

% com"oio avançava lentamente !ara a !raça do forte. Ali as carroças saíram daformação em fileira e estacionaram. Pela manhã* "em antes de o sol nascer* doissoldados haviam se anteci!ado ; caravana* a fim de avisar todos so"re a chegada denovos !ioneiros. Assim* várias !essoas ,ue es!eravam !arentes ou conhecidosa"ordavam os veículos na tentativa de locali&á(los.

Fa3e !rocurou o irmão com um olhar ansioso* mas a!arentemente ele não estavaentre a multidão ,ue os cercava. 1uitas edificaç<es tinham sido erguidas dentro dosmuros do forte* uma das ,uais so"ressaía !ela fachada chamativa* onde uma !laca naentrada informava: I5ic's e ogersJ.

Tratava(se da maior lo)a da região. Segundo 8oe* fora fundada !or Thomasogers* um e2(ca!itão do ?2rcito* e !elo coronel 8ohn 5ic's. ?ra uma es!cie dearma&m gigantesco !ara os !adr<es locais* onde se !odiam encontrar desde artigosdomsticos e ferramentas at comida e rou!a. Funcionava tam"m como !onto deencontro ,uase o"rigat9rio !ara todos os moradores das imediaç<esK ali sa"ia(se dasfofocas e dos acontecimentos im!ortantes at do outro lado do rio.

 Ao fundo da !raça via(se o de!9sito de armas e muniç<es do ?2rcito* cu)as!aredes de !edra mediam ,uase meio metro de es!essura.

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!rimeira im!ressão ,ue tivera dele: um homem envelhecido !recocemente* um tanto frio ereservado demais. Ainda "em ,ue ela se enganaraD

B %h* muita "ondade de sua !arte* !adreD B 7lia estava radiante de alegria.

? Ga3land* mais feli& ainda.

B 0esde )á !ode contar comigo B disse* emocionado.

B Sei fa&er de tudo um !ouco. Se !recisar de algum tra"alho na casa !aro,uial*na igre)a* !osso a)udar em muitas coisas.

B 9timo sa"er disso. ?u e Fa3e vamos em minha charrete ,ue está logo ali.oc@s nos seguem na carroça. A missão fica a,ui !ertinho do forte.

% !adre condu&iu a irmã at o veículo e* com um gesto cavalheiresco ,ue aim!ressionou "em* a)udou(a a su"ir e acomodar(se no "anco estofado* um re,uintecom!arado ao duro assento da "olia da carroça.

?stranhamente* !orm* Fa3e não estava tão satisfeita ,uanto deveria. 5a tentativade animar(se* re!etiu !ara si mesma ,ue o !ior )á !assara. Adeus* tem!estades

ameaçadorasK adeus* travessias arriscadas. A !artir de agora !oderia su"stituir o rifle !oruma "olsaK os "anhos no riacho !or uma "anheira !erfumada. % catre de !eles !or umacama de verdade. A com!anhia de desconhecidos !ela !resença confortadora do irmãoDealmente* tinha tudo !ara estar alegre.

?ntretanto* não estava. Faltava 8oe. ? isso era o suficiente !ara ,ue sentisse umva&io imenso no coração.

 A charrete atravessou a entrada no muro de !edra ,ue rodeava a !ro!riedade eestacionou em frente ; casa !aro,uial* uma grande construção em rocha calcária* comdois !avimentos e um !átio interno. % telhado era de madeira de "oa ,ualidade e em umadas e2tremidades erguia(se uma im!onente chamin. Por fora havia uma escada ,ue

condu&ia a um s9tão am!lo e es!açoso* destinado a rece"er via)antes ou ,ual,uer outra!essoa de !assagem em dias de frio ou chuvosos.

 A igre)a !ossuía uma s9lida estrutura de madeira* uma torre central vistosa* e eraadornada !or uma srie de estátuas de !edra.

 Alm desses dois !rdios !rinci!ais* o muro a"rigava uma fileira de ca"anasr4sticas e um está"ulo.

 Assim ,ue os dois irmãos desceram da charrete* foram a"ordados !or um garotome2icano de !ele escura* ca"elos negros e sorriso* largo e cativante. 0evia ter !oucomais de de& anos e fa&ia !e,uenos serviços !ara o !adre. 1ichael mandou ,ue fosse

a)udar Ga3land a descarregar a carroça e de!ois trans!ortar a "agagem de Fa3e !araseu ga"inete.

?n,uanto o garoto saía em dis!arada !ara fa&er o ,ue tinha sido mandado* os doisentravam na casa !aro,uial.

 A !rimeira reação de Fa3e não !oderia ser melhor. Ficou "o,uia"erta !or encontrarali todo os confortos de 5ova %rleans. ?ra im!ossível não e2!erimentar a sensação deestar chegando em casa.

5as !aredes do ga"inete do !adre* viam(se ricas ta!eçarias entre as )anelasam!las. A mo"ília !rimava !elo "om gosto* dos sofás ; escrivaninha de carvalho*enfeitada !or um "elo arran)o de rosas e lilases. 5o assoalho* es!essos ta!etesindígenasK e* ao fundo da sala* uma lareira aconchegante.

1ichael* ,ue o"servava em sil@ncio a e2!ressão sur!resa da irmã ao desco"rir

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cada detalhe do am"iente* a"riu um armário e !egou duas taças altas. ?ncheu(as devinho tinto e estendeu(lhe uma.

B ? então* acha ,ue será muito difícil acostumar(se a viver a,ui>

B ?uC ?u confesso ,ue não es!erava nada !arecido com isto. maginava umlugar modesto* mas o ,ue estou vendo maravilhosoD

?le sorveu um gole de vinho demoradamente.B 0eus e o !ovo da,ui t@m sido generosos comigo. Todos t@m feito sua !arte !ara

a)udar a transformar este lugar em uma terra de !a& e felicidade.

?n,uanto o !adre falava* o menino me2icano ia colocando na entrada do ga"ineteo "a4* as.cai2as e os cai2otes ,ue constituíam a "agagem de Fa3e.

B % Senhor B 1ichael ergueu os olhos !ara o cu B tem se mostrado "ondosoconosco* e2ceto !or ter levado nossos !ais. Ms ve&es difícil com!reender !or ,ue os"ons são chamados mais cedo do ,ue outros ,ue melhor estariam so" sete !almos daterra.

5ão "astasse a crue&a da,uelas !alavras* ele ainda as !ronunciou com um tomglido ,ue dei2ou Fa3e !ertur"ada. 1esmo assim era im!ossível fugir !or com!leto doassunto.

B 0e!ois do ,ue aconteceu* 1ichael* nunca mais ,uero ver um "arco a va!or emminha frenteD =uando sou"e da e2!losão do 9elta, não !ude acreditar. 1amãe e !a!aiadoravam via)ar !elo 1ississí!i. Pa!ai gostava demais de )ogar e vivia di&endo ,ue o9elta !ossuía as melhores mesas de !E,uer de toda a Louisiana.

B ?u lem"ro disso. B Tomou mais um gole de vinho. Sem !ressa* como umverdadeiro connaisseur. B ?u o censurei muitas ve&es !or causa dessa fra,ue&a* masele nunca me escutou. Parece ,ue seu amor !elo )ogo aca"ou lhe !agandoC não do )eito

,ue ele es!erava* claroDB Por favor* 1ichael* não fale assim. ?les sem!re foram tão "ons conoscoC B

6avia lágrimas nos olhos de Fa3e. B Prometa(me uma coisa: nunca mais mencione o9elta ou ,ual,uer outro "arco do g@nero. 1esmo ,ue tudo desse errado comigo a,ui*ainda assim teria uma vantagemC estou distante do 1ississí!i e da lem"rança desseterrível acidente.

-ma som"ra de !reocu!ação !er!assou !elos olhos do !adre. ? não era !aramenos. A @nfase de Fa3e em evitar ,ual,uer menção a "arcos a va!or criava umasituação delicada. ndicava um cho,ue muito forte* ,uase insu!ortável.

?videntemente ela ainda não sou"era da chegada da !rimeira em"arcação a va!ora Fort Smith* em a"ril* !ois estava em !lena viagem ,uando o :o!ert ;#ompson atracarare"ocando uma chata carregada de su!rimentos !ara os militares e tra&endo a folha de!agamento da guarnição.

% :o!ert ;#ompson &ar!ara de Pitts"urg nos !rimeiros dias da,uele m@s e fi&era otra)eto em a!enas tr@s semanas* o ,ue re!resentava um enorme avanço em relação ásviagens !or terra* ,ue demoravam tr@s a ,uatro ve&es mais. Significava tam"mcomunicação mais rá!ida com os grandes centros* entrega regular de corres!ond@ncia ede su!rimentos e chegada de um n4mero maior de colonos ; região.

B 1uito "em* não falaremos mais so"re o trágico acidente de "arco B disse

1ichael a!9s uma longa !ausa. ?ntão* olhando !ara a !ouca "agagem da irmã*!erguntou: B 7onseguiu tra&er tudo o ,ue ,ueria> magino ,ue havia !ouco es!aço nacarroça !ara suas coisas* não * ,uerida>

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 A!roveitando o sil@ncio ,ue se seguiu* Fa3e !ensou em falar(lhe so"re seurelacionamento com 8oe 6arrison. Sem entrar em detalhes* a!enas di&er ,ue eramamigos eC

B Ah* minha ,uerida* não se a!ro2ime )amais da,ueles dois "atedores ,uetra"alham !ara o ?2rcito B disse o !adre* como se tivesse lido seus !ensamentos. Boc@ sa"e a ,uem estou me referindo* +art 0o""s e 8oe 6arrison. 5ão foram eles ,ueescoltaram a caravana desde a fronteira>

?la em!alideceu e desviou os olhos* desconcertada.

B Sim* eram eles os "atedoresC 1as ,ual 9 !ro"lema com os dois> B!erguntou da maneira mais natural !ossível* es!erando não trair seus sentimentos.

7om o coração aos saltos* aguardou a res!osta temendo desco"rir alguma coisaterrível so"re 8oe. 7ontudo* !ara sua sur!resa* 1ichael nada disse. A!enas olhou(afi2amente !or alguns segundos* antes de virar(se !ara a lareira* o rosto !ensativo.

8oe andava de um lado !ara o outro em sua ca"ana* nervoso* tentando es,uecer aimagem de Fa3e a"raçada a 1ichael. A visão dos dois )untos o"rigara(o a enfrentar uma

verdade ,ue at então !rocurara ignorar: Fa3e e o !adre eram irmãos. ? isso nãosignificava !ouco. Suas diverg@ncias com 1ichael eram !rofundas* talve& inconciliáveis.5ão seria nada estranho se o !adre o !roi"isse de v@(la. =ue drogaD 8á fora tão difícilsu!erar o receio de ,ue Fa3e não se ada!tasse ; vida do interior e agora nem se,uer!oderiam conversar.

=uase sem !erce"er* 8oe fi2ou o olhar no "a4* )unto ; !arede. Ali estava guardadoo vestido de noiva de Hathr3n* ,ue o !ai da moça mandara !ara ele com um !edido dedescul!as esfarra!ado !ela fuga da filha no dia do casamento.

Será ,ue estava destinado a sem!re fracassar no amor>* 8oe !ensou en,uanto sedei2ava cair sentado em uma cadeira e a"ria uma garrafa de uís,ue. +e"er não era seufraco* mas na,uele momento !recisava de algo ,ue o a)udasse a su!ortar a solidão!rovocada !ela aus@ncia de Fa3e Poincar.

Cap%tulo (&& Cap%tulo (&& 

Fa3e a!ertou o 2ale em volta dos om"ros !ara !roteger(se do vento frio ,ue corriana,uela tarde. ?stava ao lado do irmão na carruagem a"erta ,ue nesse instanteultra!assava os !ort<es do forte. Sentia(se feli& !or 1ichael t@(la incluído em sua saída!ara com!rar su!rimentos !ara a missão. ?ra sua !rimeira o!ortunidade !ara encontrar8oe* ainda ,ue fosse !or acaso. Passara(se uma semana desde sua chegada e não tiveranenhuma notícia dele.

=uando entraram no !átio* Fa3e imediatamente transformou(se no centro dasatenç<es dos soldados. 7om seu vestido de organdi a&ul e o toucado cuidadosamente!reso !or um laço so" o ,uei2o* ela fe& ,uestão de não olhar !ara os lados* at !or,ue

!recisava disfarçar o ru"or das faces.% !adre a!ro2imou a carruagem do !asseio de madeira do arma&m e !arou !erto

do mourão !ara amarrar os animais. 0e!ois de !rend@(los !elos arreios* deu a volta e66

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a)udou a irmã a descer* oferecendo(lhe a mão.

B %"rigada.

B Agora entendi sua insist@ncia em me acom!anhar ho)e B 1ichael comentou*com um ar "rincalhão. B oc@ deve estar sentindo falta das visitas ;s lo)as em 5ova%rleans.

B Ah* sim. 8á nem me lem"ro mais de ,uando foi a 4ltima ve& ,ue entrei numalo)a. 0esconfio ,ue* se eu não fi&er alguma com!ra logo* não vou mais nem sa"er conferiro troco.

% irmão riu da "rincadeira* sem sus!eitar ,ue fa&er com!ras estava longe de ser omotivo de sua insist@ncia em vir.

8oe era a ra&ão. 8oe e mais nada. Se não o visse logo* estava decidida a sair a sua!rocura. 0esco"riu onde ele morava* de!ois de fa&er algumas !erguntas indiretas aosmoradores da missão. ria at lá tran,/ilamente* se fosse necessário.

B +em* ,uerida* receio ,ue vá ficar desa!ontada B disse 1ichael* colocando o

"raço em volta de sua cintura en,uanto a levava at a !orta. B A 5ic's e ogers não temvestidos ,ue com"inem com seu gosto. A,ui se costuma vender as !eças de tecido !ara,ue as !essoas costurem suas !r9!rias rou!as. oc@ )á fe& algum vestido em sua vida>

B Pu2a* ,ue malvade&a* 1ichaelD sso não )ustoD B ?la riu. B oc@ sa"e ,ue eununca !recisei a!render essas coisas. S9 conheço um ou dois !ontos de "ordado ,uemamãe me ensinou.

B Sei disso muito "em. ? sem!re considerei um erro des!re&ar o a!rendi&ado dealgumas coisas "ásicas. A,ueles ,ue crescem acostumados ; ri,ue&a e ;s comodidadessão os ,ue mais sofrem !ara se ada!tar ; vida no interior.

B 5ão es,ueça ,ue voc@ tam"m cresceu em meio ao conforto e se ada!tou

muito "em a seu novo am"iente. ?u es!ero conseguir fa&er o mesmo. oc@ acha ,ueterei dificuldade !ara me ada!tar>

B oc@ fe& uma viagem longa* cheia de !erigos e !rovaç<es* (e chegou inteira e"em(dis!osta. sso )á meio caminho andado*. 1as verdade ,ue eu tam"m fuiacostumado a ter tudo* no entanto !osso di&er ,ue !arti !ara enfrentar a vida so&inho evenci. 59s dois fomos talhados do mesmo material. Acredito ,ue voc@ se ada!tará muito"em.

B ?s!ero ,ue este)a certo B ela murmurou en,uanto entravam na lo)a. B Msve&es s9 falta eu morrer de saudade de 5ova %rleans. %s amigos* os "ailesD Sei ,uevoc@ não v@ as festas com "ons olhos* mas eu adorava vestir rou!as elegantes e dançarat não su!ortar mais ficar de !.

B 5a verdade mudei um !ouco de o!inião. 5este fim de mundo* s.ão raríssimosos eventos sociais. 6á as missas* claro* e os mutir<es ,ue re4nem todos os colonos naconstrução de novas casas. 1as são ocasi<es onde o mais im!ortante o tra"alho. Porisso* me tornei mais condescendente com os "ailes. São uma "oa o!ortunidade !ara as!essoas se divertirem. Afinal* não está escrito em nenhum lugar ,ue o la&er !roi"ido.

B Fica feli& em ouvir issoD

B 5os "ailes da,ui voc@ não vai !recisar de vestidos caros. =uem sa"e não sesatisfaria ho)e com!rando um novo toucado>

 A lo)a sur!reendeu Fa3e desde a entrada* onde o com!rador avistava um !ar dechifres de veado !endurado no teto. % esto,ue de mercadorias era tão diversificado ,ue

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talve& os !r9!rios donos não sou"essem de tudo o ,ue havia ali. A se!aração !recáriaentre os diversos itens ;s ve&es confundia mesmo ,uem estivesse acostumado afre,/entar o esta"elecimento. 6avia utensílios de co&inha e !anelas de "arro* !eças detecido em ricas estam!as* frutas secas* caf* artigos de couro* fumo !ara mascar*ferramentas e tudo o mais ,ue se usava na região.

?m"ora fosse um arma&m largo e com!rido* a má iluminação e as fileiras de!rateleiras não a)udavam o trnsito interno das !essoas. Algumas áreas eram tãoensom"readas ,ue mal se divisava a fisionomia dos fregueses ,ue ali !aravam.

?m um desses cantos* um gru!o de homens vestidos em culotes escuros ecamisas de algodão fumava cachim"o e conversava com ar indolente. 7omo lá dentronão havia outras mulheres na,uela hora* mais uma ve& Fa3e se transformou no centrodas atenç<es.

5ervosa* desviou o olhar e foi atraída !or uma vitrine onde estavam e2!ostosalfinetes !ara cha!us enfeitados de contas e fivelas de cinto.

 A!ro2imou(se do mostruário* desco"rindo então um "elo sortimento de laços e

fitas.B ?s!ero ,ue a,ui tenha coisas suficientemente interessantes !ara mant@(la

ocu!ada en,uanto vou at a ferraria B disse 1ichael* dando(lhe um ta!inha afetuoso namão.B oc@ se im!orta> % assunto com o ferreiro não deve demorar* mas imagino ,ueseria maçante !ara voc@.

Fe& um aceno !ara o !ro!rietário da lo)a* ,ue a!arecera de trás de uma dasestantes* de!ois acrescentou:

B % sr. ogers vai atend@(la tão logo se desocu!e do outro fregu@s. Fi,ue ;vontade e escolha o ,ue ,uiser. ai ser seu !resente de "oas(vindas.

Fa3e encostou a ca"eça no !eito dele* enternecida. ?ra maravilhoso sentir(semimada como nos "ons tem!os.

B ão vou ,uerer nenhum !resente. ?star novamente )unto de voc@ tudo o ,ue eu!reciso. %h* 1ichael* nunca mais vamos ficar longe um do outroD

?le "ei)ou(lhe a testa afetuosamente.

B 5ada irá nos se!arar* nadaD B 6avia um to,ue som"rio em sua vo&* ,ue!assou des!erce"ido a Fa3e.

7om os olhos 4midos de lágrimas* ela voltou sua atenção ao mostruário assim ,ueo !adre desa!areceu !ela !orta. -m toucado com laço de veludo !areceu(lhe

!articularmente interessante.Tirou o 2ale e o !r9!rio toucado e colocou(os em cima do "alcão. ?m seguida

!ostou(se diante do es!elho ao lado da vitrine e começou a e2!erimentar vários toucados*olhando(se de frente e de !erfil.

0e!ois de !rovar meia d4&ia deles* o!tou !or a,uele !rimeiro com laço de veludo.?ra o ,ue lhe caía melhor* realçando sua !ele clara.

B ?u diria ,ue voc@ fe& a escolha certa B foi o comentário ,ue ela ouviu "em!r92imo.

Seu coração dis!arou no !eito. ?* ao mesmo tem!o ,ue reconhecia a vo&* via a

imagem tão sonhada refletida no es!elho.B 8oeD B murmurou* virando(se !ara olhá(lo de frente. Sorridente* a e2!ressão

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feli&* ele a)eitou(lhe o toucado na ca"eça* afastou(se um !ouco !ara trás !ara ver o efeitoe* como sem!re* achou(a linda.

B Agora* sim* está um encanto B declarou num tom de vo& ,ue era umaverdadeira carícia.

B 6á ,uanto tem!o está me o"servando> B Fa3e !erguntou* as faces coradas.

B Alguns minutos. B 0eu de om"ros como se a,uilo não tivesse a menorim!ortncia. B Fa& tem!o ,ue voc@ está !or a,ui>

B 5ão* cheguei agora há !ouco.

B ? veio at o arma&m do forte s9 !ara com!rar um toucado> B 8oe enfiou amão no "olso e !egou algumas moedas. B 7onceda(me a honra. Permita(me com!rá(lo!ara voc@.

 Ainda ressentida com seu desa!arecimento desde a chegada da caravana* Fa3eachou melhor não aceitar o !resente. 0esfe& o laço e tirou o toucado.

B 5ão* o"rigada. nfeli&mente não gostei deste nem de ,ual,uer outro dos ,ue

e2!erimentei.8oe guardou o dinheiro no "olso. 8á não estava tão sorridente. Se era !or causa da

recusa ou !or ,ual,uer outro motivo* isso s9 ele sa"ia.

B 7omo vão as coisas lá na missão> B !erguntou com certa frie&a. B oc@ está"em acomodada>

?la recolocou o !r9!rio toucado na ca"eça* irritando(se !or,ue seus dedostremiam na hora de fa&er o laço.

B Por acaso fa& alguma diferença se estou "em ou mal acomodada> oc@ nãodemonstrou o menor interesse !or minha vida desde nossa chegada. % ,ue voc@ diria se

eu lhe !erguntasse o ,ue tem feito com seu tem!o> 0e dia e principalmente de noite>Se ele fosse do ti!o im!ulsivo* lhe contaria a verdade: estava louco !or ela* sentia

sua falta em cada minuto do dia* mas !referia dar(lhe algum tem!o !ara se ada!tar ;nova vida. Alm disso* hesitava em !rocurá(la na missão* antevendo a reação do !adre1ichael.

B Precisei cum!rir uma tarefa ,ue me manteve afastado !or alguns dias. B ?le!r9!rio se admirou do tom convincente com ,ue mentira. B disso ,ue eu vivo. Lamentose a !ertur"ei. 1as estou de volta e gostaria de v@(la. Pode ser ho)e ; noite>

Toda a raiva acumulada de Fa3e sumiu como !or encanto.

B (ui, 8oe* seria maravilhoso. S9 não sei aonde !oderíamos ir. Tudo o ,ue vi !ora,ui foram os saloons e o "ordis.

B +em* as noites em Fort Smith não são tão animadas ,uanto em 5ova %rleans.B ?le riu !ara não !arecer ofensivo. B 5ão há nenhuma festa elegante aonde eu !ossalevá(la* mas conheço um lugar delicioso !ara sentar na frente da lareira* conversar* tomarum !ouco de vinhoC

B Ah* > %nde>

B ?m minha ca"ana. ?u !oderia dedilhar o violão !ara entret@(la* se "em ,uetenho coisas melhores em mente B concluiu com um sorriso sedutor.

Por mais tentadora ,ue fosse a !ro!osta* Fa3e não a aceitou de imediato.Precisava !ensar melhor* !esar os !r9s e contras de sair ; noite da missão !ara umencontro furtivo C Alm disso* o arma&m não era um "om lugar !ara a,uele ti!o de

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conversa. 7irculava muita gente e algum !oderia ouvir o ,ue falavam do outro lado da!rateleira.

B amos sair da,ui e res!irar um !ouco de ar fresco B sugeriu* encaminhando(se!ara a !orta.

 Assim ,ue atravessaram a soleira* avistaram o !adre* ,ue vinha cru&ando o !átio

em direção ao arma&m. %s dois !araram imediatamente* am"os !erce"endo ae2!ressão furiosa de 1ichael.

B melhor dei2ar !ara com"inar esse encontro em outra hora B sussurrou Fa3e.

8oe sacudiu a ca"eça.

B melhor decidir ho)e o ,ue incerto amanhã. B Segurou(a !elos om"ros eolhou(a nos olhos. B oc@ vai se encontrar comigo esta noite>

B Tire as mãos dela imediatamenteD B 1ichael ordenou en,uanto su"ia no!asseio de tá"uas. Pu2ou Fa3e !ara si e a a"raçou num gesto ostensi(vamente!ossessivo. B 8oe 6arrison* minha irmã )á foi !revenida contra ti!os como voc@. Agora

voc@ tam"m está avisado.8oe teve ím!etos de es"ofeteá(lo. Precisou contar at de& !ara controlar(se.

B Padre 1ichael* voc@C

-m silvo agudo e !otente cortou o ar* interrom!endo(o. inha da direção do rio.

0e início* Fa3e assustou(se com o volume do som. 0e!ois* no entanto* malacreditando* reconheceu(o e sentiu as* !ernas fra,ue)arem e os olhos se encherem delágrimas. ?ra o a!ito de um "arco a va!or. % mesmo a!ito ,ue soara várias ve&esalertando a cidade !ara a tragdia do 0elta.

 Atordoada* voltou(se !ara o irmão.

B 1ichael* o a!itoC um "arco a va!or. oc@ não disseCeu não sa"ia ,ue elesvinham at a,ui C

B ?u não lhe contei B o !adre descul!ou(se* !ouco ; vontade. B ?s!erava ,uevoc@ )á tivesse su!erado o cho,ue ,uando o "arco voltasse.

% a!ito se re!etiu* dessa ve& mais !erto* mais alto. Fa3e co"riu os ouvi(dos com asmãos na tentativa in4til de a"afar o som* de a!agar todas as horríveis recordaç<es. 1alteve forças !ara !edir ao irmão ,ue a levasse !ara casa.

% !adre a!ressou(se em soltar os animais da charrete* não sem antes lançar umolhar irado na direção de 8oe* como ,uem di&ia: I5ão es,ueça meu conselho* afaste(se

delaDJ A)udou(a a su"ir no veículo e estalou o chicote no ar* guiando os cavalos !ara a

saída do forte.

 A cena inteira dei2ou 8oe !rofundamente !ertur"ado. At a,uele momento não lheocorrera ,ue fosse tão intenso o sofrimento de Fa3e. Tam"m ficou ressentido com ocom!ortamento dela* ,ue !raticamente ignorara sua !resen(ça ali* "uscando a!oioa!enas no irmão.

8á se !re!arava !ara dar meia(volta e "uscar seu cavalo a fim de retornar !aracasa ,uando 8ohn ogers saiu a!ressado da lo)a* tra&endo algo nas mãos. % homem

olhou !ara um lado e !ara o outro* de!ois dirigiu(se a 8oe.B A dama ,ue estava conversando com voc@ es,ueceu o 2ale em cima do "alcão

B e2!licou* estendendo(lhe a !eça. B oc@ se im!ortaria em devolv@(lo !ara ela> Se eu70

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o dei2ar na lo)a* 5ic's ou eu aca"aremos vendendo(o !or engano.

8oe !egou o 2ale e conteve o dese)o de levá(lo ao nari& !ara as!irar o !erfume deflores silvestres ,ue dele se des!rendia.

B Fi,ue tran,/ilo* eu o devolverei o mais rá!ido !ossível. %"rigado* 8ohn. ?la vaificar agradecida.

8ohn ogers* um homem calvo e atarracado* a)eitou o "igode com ar !ensativo.B +onita essa mocinha* não> !arente do !adre 1ichael>

8oe fe& ,ue sim* sem !erce"er ,ue a!ertava o 2ale com 9dio entre os dedos.

B irmã dele.

B Solteira ainda>

8oe sorriu com malícia.

B 5ão !or muito tem!o. Pelo menos se de!ender de mim.

?n,uanto se afastava da lo)a em direção a seu cavalo* 8oe resmungou:

BPor,ue se de!endesse do !adre eu !assaria o resto de meus dias solitário.

Cap%tulo (&&& Cap%tulo (&&& 

 A!9s o )antar* Fa3e su"iu imediatamente !ara o ,uarto. Sentou(se de costas !araa lareira* o olhar !erdido nas !ortas du!las envidraçadas ,ue se a"riam !ara a sacada.

Lá fora ! tem!o estava frio* mas seu dese)o era sair !ara a varanda a fim deadmirar a lua cheia ,ue "rilhava no cu. -ma lua tão "onita ,ue afinal com!ensava oesforço de dei2ar o aconchego do fogo.

Levantou(se decidida* e !rocurou o 2ale !ara !roteger(se do sereno. S9 de!ois derevirar metade de suas coisas foi ,ue se deu conta de ,ue o es,uecera no arma&m doforte.

-m tanto a"orrecida* co"riu(se com uma ca!a e a"riu as !ortas da sacada de !arem !ar. A ,uietude da !aisagem so" o clarão da lua !ouco a !ouco des!ertou(lhe umsentimento de !rofunda solidão.

Sentia(se enclausurada ali na missão.

 A!esar de todos os !ro"lemas da viagem* as noites no acam!amento )amais eramtão mon9tonas. Sem!re havia conversas* cantoria* um mínimo de animaçãoC Alm da!resença de 8oe. elem"rou suas carícias* seus "ei)os* o ardor com ,ue a tomava nos"raços e sentiu(se mais solitária aindaC

5ão muito distante dali* 8oe acendera a lareira em sua ca"ana e sentava(se na

frente do fogo* com o 2ale de Fa3e entre as mãos.0esde ,ue a encontrara ; tarde no forte* tentava armar um !lano !ara devolv@(lo*

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mas ,ue não im!licasse ter de ir ; casa !aro,uial. ? isso !or um motivo muito sim!les:recusava(se a !edir !ermissão a 1ichael !ara v@(la. Para 8oe* a,uele !adre não !assavade um hi!9crita. ?* ,uanto menos contato tivesse com ele* tanto melhor.

Sentindo(se frustrado* !endurou o 2ale no encosto da cadeira* decidindo dei2ar!ara o dia seguinte o !lano de levá(lo a Fa3e.

Levantou(se !ara colocar mais algumas achas de madeira na lareira* os ouvidosalertas !ara um !rincí!io de tumulto !elas imediaç<es. % "arulho se a!ro2imava cada ve&mais. ?ram risos altos* gritinhos femininos e2agerados* a vo& !astosa de um conhecidoC

ntrigado* !re!arava(se !ara ir at a varanda e ver o ,ue acontecia ,uando a !ortada ca"ana se a"riu dando !assagem a ningum menos ,ue +art 0o""s* tra&endo duasmulheres. %s tr@s deviam estar em"riagados !ara fa&erem tanta "agunça.

% "atedor* os "raços a"ertos so"re os om"ros de cada uma delas* )á devia ter"e"ido !elo menos meio litro de uís,ue* a )ulgar !ela e2!ressão sonolenta* o rostoinchado e os olhos vermelhos. As mulheres* duas volu!(tuosas "ailarinas de saloon, riamsem o menor motivo. Talve& estivessem fingindo em"riague&.

?m !oucos minutos a sala da ca"ana cheirava a uma mistura desagradável deálcool* !erfume "arato e suor. 7hegava a ser grotesco ver a,uelas moças em tra)es dedança "rilhantes* com decotes e2agerados e ma,uiagem carregada* onde so"ressaía overmelho vivo do "atom.

+art "ei)ou o rosto de cada uma delas antes de soltá(las e se a!ro2imarcam"aleante do amigo.

7om uma gargalhada gutural* deu(lhe um ta!a amistoso no om"ro e inclinou(se!ara falar(lhe ao ouvido.

B Arran)ei as duas melhores ,ue havia lá no saloon B disse em vo&

e2ageradamente alta* em"ora fi&esse cara de ,uem contava um segredo.8oe tentou afastá(lo* mas foi em vão. +art ,uase encostou o rosto no seu en,uanto

!rosseguia:

B -ma minha* a outra sua. ?* !ara voc@ ver como sou amigo* !ode escolher a,ue !refere. B 0eu uma !iscadela !ara as moças* ,ue retri"uíram com um sorrisoencora)ador. B ?ntão* meninas* sou ou não sou um su)eito legal> Trou2e as maiores"eldades do forte e estou dei2ando meu com!anheiro a,ui escolher.

B %"rigado !ela consideração* mas não ,uero escolher ningum B 8oe!ronunciava cada !alavra "em devagar* !ara ,ue não houvesse mal(entendido. B 6o)enão estou com humor !ara esse ti!o de coisa.

Para seu deses!ero* o outro encarou(o como se não tivesse entendido coisaalguma.

B 5ão está com humor> ? desde ,uando 8oe 6arrison* o grande 8oe* o melhoratirador do Ar'ansas* !recisa estar com humor !ara mulheres>

8oe sus!irou* começando a !erder a !aci@ncia.

B 0ei2e(me e2!licar direitinho o ,ue eu ,uis di&er. 5ão estou interessado em suasamigas. ? voc@ sa"e muito "em com ,uem eu gostaria de estar esta noite.

+art tirou meia garrafa de "e"ida do "olso de trás da calça* tomou um gole e voltou

; carga:B )ustamente !or sa"er de seu !ro"lema ,ue eu resolvi tra&er essas duas

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"ele&ocas. Tenho notado ,ue voc@ vai de mau a !ior desde ,ue chega(mos a Fort Smith.Precisa es,uecer essa tal de Fa3e. ? a melhor hora !ara isso agora. Fi,ue com a ruivaK0arlene vai fa&er voc@ es,uecer esse mau humor. B ?le fechou os olhos* cam"aleando*de!ois cochichou: B ?la uma grande amante. 0igo isso !or e2!eri@ncia !r9!ria.

Finalmente 8oe se convenceu de ,ue seria im!ossível o amigo com!re(ender,ual,uer coisa com "ons modos. Atravessou a sala e escancarou a !orta.

B Façam o favor de sair imediatamenteD

 As dançarinas logo se a!ro2imaram da saída* assustadas com o tom de vo& dodono da casa.

+art* !orm* ainda não se dera !or vencido.

B 8oe* voc@ não entendeu direitoC

B á em"ora da,uiD Amanhã conversaremos.

B Se isso o ,ue voc@ ,uerC B ?le deu de om"ros* acom!anhando asmulheres.

5a ca"ana afinal va&ia* 8oe voltou a sentar(se na cadeira sentindo(se maisfrustrado do ,ue antes. A,uele e!is9dio desagradável servira !ara lhe mostrar de umave& !or todas ,ue )amais se contentaria novamente com o amor fuga& das mulheres dossaloons e dos "ordis.

Pegou outra ve& o 2ale de Fa3e e sem ,uerer levou(o at o nari&. As!irou afragrncia de flores silvestres im!regnada no tecido e então levantou(se de um salto.

B Preciso ver essa mulher B murmurou* do"rando o 2ale !ara colocar no alfor)e.B 6o)e mesmo. AgoraD

% cavalo atravessou a galo!e os !ort<es sem!re a"ertos da missão e finalmente

!arou )unto ao !rdio !rinci!al.8oe desmontou e amarrou o animal !elos arreios em um mourão.

 A casa !aro,uial !ro)etava(se contra o cu enluarado e re!leto de estrelas. ?mseus dois !avimentos viam(se várias )anelas iluminadas !ela lu& amarelada dos lam!i<es. Ao longe algum dedilhava uma melodia no violão. Tudo em volta estava imerso em !a& esil@ncio.

 At a,uele momento* os fora(da(lei ainda não se haviam a!roveitado das !recáriascondiç<es de segurança em ,ue vivia a missão. 5o entanto* se 1ichael continuassea!oiando o movimento dos vigilantes* muito !rovavelmente o local seria alvo de um

ata,ue.%u o !adre mudava de atitude* ou logo o !ovo da missão !erderia seu adorado

!rotetor.

+em* não era isso o ,ue !reocu!ava 8oe na,uele instante. 5ão foi !ara darconselhos ao !adre 1ichael ,ue se deslocara de sua ca"ana at ali. Assim* desamarrouuma tira de couro da sela e a"riu o alfor)e* de onde retirou o 2ale. Pegando(o comcuidado* seguiu !ara a entrada da casa !aro,uial. Su"iu os dois degraus de madeira davaranda e !arou diante da !orta. 0e!ois de res!irar fundo* "ateu tr@s ve&es com aaldrava e es!erou.

=uando a !orta se a"riu* a figura do !adre vestindo seu há"ito negro* recortada

contra a claridade ,ue vinha do interior do salão* !arecia a de um santo. 1al reconheceuo visitante* !orm* seus olhos lançaram chis!as.

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B 8oe 6arrisonD % ,ue voc@ veio fa&er a,ui>

 Antes de res!onder* 8oe a!roveitou(se de sua sur!resa e forçou a !assagem*adentrando o salão. 7omo não visse mais ningum ali* voltou(se !ara 1ichael e mostrou(lhe o 2ale.

B Fa3e es,ueceu isto no arma&m do forte e eu vim devolver. Gostaria de fa&@(lo

!essoalmente. Pode anunciar minha !resença ou serei o"rigado a encontrá(la so&inho>% !adre sentiu(se insultado.

B % ,ue foi ,ue eu lhe disse antes> 1antenha(se longe de minha irmãD

8oe fe& de conta ,ue não era com ele ,ue 1ichael estava falando. %lhou !ara oslados acintosamente* como se !rocurasse o alvo de sua ira.

B Saia de minha casa imediatamente B o !adre avisou num tom furioso.

B Ah* esse o com!ortamento cristão ,ue voc@ !ratica> %nde está ahos!italidade ,ue voc@ tanto !rega>

B 5ão confunda as coisas. 5ão estamos na igre)a* mas em minha casa B 1ichael!onderou um !ouco mais comedido.

B ? o ,ue isso significa>

B =ue a,ui s9 entra ,uem eu ,uero. 0@(me esse 2ale. ?u mesmo o entregarei aFa3e. Fi,ue sossegado ,ue eu lhe direi ,uem foi ,ue o recu!erou B !rometeu* tentandoencerrar o e!is9dio !acificamente.

B ?u sem!re sou"e ,ue a missão estava a"erta !ara todos. 5ão arredo ! da,uiantes ,ue me e2!li,ue !or ,ue sou e2ceção.

BTi!os como voc@ não são "em(vindos a,uiD B 1ichael res!ondeu* ina"alável.

B Padre* vamos ser ra&oáveisCB oc@ nunca se com!ortou de maneira ra&oávelD ?* ,uanto a Fa3e* ela não

igual ;s sem(vergonhas ,ue costumam andar em sua com!anhia. Fi,ue longe dela* 8oe.oc@ não está ; altura de minha irmã.

8oe estava !restes a e2!lodir.

B +em* voc@ sa"e ,ue* se eu não a vir esta noite* vou v@(la mais tarde. A escolha sua. Agora ou mais tarde>

B Prefiro ,ue se)a nunca.

 Ao escutar o galo!e do cavalo a!ro2imando(se da casa* Fa3e decidira sair dasacada e voltar !ara o ,uarto. Ali* morrendo de curiosidade* tirara a ca!a e vestira umrou!ão com!rido* ansiosa !or desco"rir ,uem havia chegado. A"rira a !orta do ,uarto eesgueirara(se silenciosamente !elo corredor longo e estreito.

Pr92imo ao to!o da escada* !arará de re!ente* sem ousar se me2er* ao escutaruma discussão ás!era vinda do andar de "ai2o. econhecera a vo& do irmãoC e de!oisa de 8oeD

nclinando(se so"re o corrimão* olhara !ara "ai2o no e2ato instante em ,ue 8oecolocava algo nas mãos de 1ichael com um gesto "rusco. ?m seguida viu(o dar meia(volta e sair a!ressado da casa.

nca!a& de controlar(se* Fa3e desceu a escada de dois em dois degraus. S9 nãocorreu em direção ; !orta !or,ue o irmão a deteve com um gesto firme en,uanto aencarava com um olhar glidoC

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0esconcertada* fingiu a)eitar as !regas do vestido de riscadinho e voltou(se na direção daamiga. A sra.8ohnston trans"ordava de alegria nos 4ltimos dias* !ois )á haviam sidoconfirmados os !lanos !ara a construção da casa !ara ela e Ga3land.

B ?u estava olhando 1ichael B disse Fa3e com um sorriso. B ?le aca"ou de!artir. oc@ realmente não se im!orta em me dar co"ertura caso ele voltar antes de mim>5ão vai ficar constrangida !or não contar a verdadeC di&er ,ue eu estou em meu ,uarto"ordando>

B =uanto a isso não há nenhum !ro"lema B 7lia garantiu. B % ,ue me!reocu!a esse seu !lano maluco. 5ão ve)o o menor sentido em sair so&inha !elafloresta. Pelo ,ue ouvi di&er* ,uem não conhece a região !erde a trilha facilmente. ? oterreno cheio de atoleiros.

Fa3e sa"ia de tudo a,uilo. ?ntretanto* estava decidida a enfrentar o risco* !ois s9assim aliviaria a tensão ,ue a dominava. Precisava conversar com 8oe custasse o ,uecustasse. ?le a !rocurara na noite anteriorK agora era sua ve& de !rocurá(lo.

B 7lia* se)a sincera comigo B murmurou* tentando encontrar a!oio !ara sua

!osição. B oc@ iria at o fim do mundo* faria ,ual,uer sacrifício !or Ga3land* não verdade>

B Sim* claro* masC

B Pois assim ,ue eu me sinto em relação a 8oe. ou lutar !or ele com todasminhas forças. ?ssa semana ,ue !assei sem v@(lo foi o !ior dos tormentos.

B oc@ o ama tanto assim> 1esmo sa"endo ,ue ele tem tão !ouco a lheoferecer> Pense "em* ,uerida* trocar 5ova %rleans !or Fort Smith )á significou a"rir mãode muita coisa. 1as !elo menos a,ui na missão voc@ ainda !ode contar com algumascomodidades e conforto. 8oe 6arrison um homem de recursos modestos. oc@ !odegarantir ,ue se contentará com tão !ouco>

B Sei ,ue di& isso com "oa intenção* mas estranho ,ue essa !ergunta venha )usto de voc@. 5ão foi voc@ ,uem disse ,ue* ,uando se ama* o mais im!ortante estarsem!re ao lado da !essoa ,uerida>

B Foi o ,ue falei. 1as antes !reciso sa"er se o ,ue sentimos amor deverdade.

B 8á me fi& essa !ergunta milhares de ve&es. 7laro ,ue senti falta do lu2o de5ova %rleans. ? ainda tenho saudade de algumas coisas. 1as o ,ue eu !erdi de maisim!ortante foram as !essoas ,ue eu amava. Tive tem!o !ara considerar tudo isso e nãoe2agerar o valor ,ue um vestido de gala ou uma lo)a elegante !ossam ter !ara mim.

7lia não escondeu o es!anto com a,uela demonstração de maturidade. PormFa3e ainda não havia aca"ado.

B8oe um homem sim!les* mas isso em nada diminui meus sentimentos !or ele. o dono de meu coração. ? tudo o ,ue dese)o estar nos "raços deleD

 A amiga sorriu* emocionada.

B ?ntão vá !rocurá(lo. ? se)a feli&* minha ,uerida. 5ão há nada mais "elo do ,ueestar a!ai2onadaD

Fa3e retornou ; )anela !ara certificar(se de ,ue 1ichael )á desa!arecera de vista.Se tudo corresse "em* o !adre !assaria toda a manhã e "oa !arte da tarde ocu!ado emvisitar os colonos necessitados* alguns dos ,uais em !e,uenas !ro!riedades "emdistantes da missão.

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0es!ediu(se de 7lia com um "ei)o carinhoso em seu rosto* conferiu o vestido !araver se estava "em e acrescentou antes de se dirigir ao salão de entrada:

B Lem"re(se* se algum !erguntar* eu estou em meu ,uarto* "ordando.

7lia fe& um sinal tran,/ili&ador.

B Fi,ue sossegada* eu não daria nenhum motivo !ara ,ue o !adre fosse !rocurá(

la.Fa3e dei2ou a casa !aro,uial sem ao menos olhar !ara trás. Tinha um o")etivo em

mente e ia cum!ri(lo at o final.

7hegou ao está"ulo* atrelou um cavalo ; charrete e* com um gesto determinado*acomodou(se no "anco* !artindo a!ressada !ara longe da missão.

Seguiu !or uma estrada estreita ,ue avançava sinuosa rumo ; floresta. Tivera ocuidado de investigar* o mais discretamente !ossível* ,ual o caminho ,ue deveria seguir.

 A !oucos ,uilEmetros dali encontraria uma outra trilha* e de!ois estaria na ca"anade 8oeC

5u da cintura !ara cima* 8oe saiu da ca"ana* encheu uma "acia de água ecolocou(a so"re o tronco de uma árvore cortada. 7omeçava ali* na lavagem do rosto* oritual diário de des!ertar !ara um novo dia de tra"alho(.

?n,uanto se en2ugava com a !e,uena toalha ,ue tra&ia so"re o om"ro* res!iroufundo o ar matinal.

% amanhecer na floresta sem!re o encantara. As folhas das !lantas* aindaco"ertas de orvalho* "rilhavam como diamantes aos !rimeiros raios de sol. %s!assarinhos cantavam em louca alga&arra e no cu !assava um falcão de dorso vermelhocom uma !resa no "ico encurvado.

0e!ois de )ogar fora a água da "acia* 8oe retornou ; ca"ana !ara o caf damanhã. % "ule fumegante estava ao lado do !rato de comida* so"re o fogão de lenha.Tomou a refeição ra!idamente e terminou de vestir(se: !Es uma camisa de couro fran)adano !eito e nas mangas* !rendeu o cinturão de "alas na cintura e !or fim colocou osrev9lveres de cano longo no coldre. Pronto* agora )á !odia ir !ara a varanda es!erar +art.

=uin&e minutos mais tarde ele avistava o outro "atedor a!ro2imar(se sem !ressa*sacole)ando na sela* !ela trilha ,ue terminava em frente ; casa. %s dois tinham umareunião marcada com o coronel 1attheN Ar"uc'le* o oficial comandante do forte* !araacertar detalhes so"re a "atalha contra os fora(da(lei e os ladr<es de gado.

 At então tinha sido uma luta ingl9ria. As incurs<es da cavalaria haviam resultado

em uma ou outra !risão* mas o grosso do "ando continuava ; solta e seu esconderi)oainda não fora desco"erto.

%s "andidos fa&iam investidas rá!idas e organi&adas e* ,uando o alerta chegavaao forte* )á tinham desa!arecido nas florestas.

?n,uanto os "andidos continuassem levando vantagem* os vigilantes!rosseguiriam com suas atividades* e o !adre 1ichael teria uma "oa )ustificativa !araa!oiá(los. ?ra uma ,uestão delicada* e muita gente* es!ecialmente os colonosesta"elecidos em volta da missão* a!oiava a !osição do !adre.

B AlE* 8oeD B disse +art* desmontando em frente ; ca"ana. B oc@ não sa"e o

,ue !erdeu ontem ; noite. 7aram"a* ;s ve&es eu não sei o ,ue !assa !or sua ca"eça Bcomentou* "em(humorado.

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8oe cum!rimentou(o com uma !almada no om"ro.

B -m dia voc@ vai entender. 7hega um momento na vida da gente em ,ue não dámais !ara se contentar com a,uelas "ru2as disfarçadas de fadas.

% outro "atedor sacudiu a ca"eça em sinal de inconformismo. ?ra difícil aceitar asmudanças ocorridas com o amigo. Poucos meses antes* os dois saíam !ara farrear e se

divertiam at o amanhecer. % ,ue estava acontecendo com 8oe 6arrison>% assunto aca"ou ali mesmo. 0urante o tra)eto !ara o forte* s9 conversaram so"re

,uest<es ligadas ao tra"alho.

 Ao final da segunda trilha* Fa3e avistou a ca"ana incrustada em meio ; vegetaçãoes!essa. edu&iu um !ouco a marcha do cavalo e em!ertigou(se no assento da charrete*!ois ,ueria dar "oa im!ressão caso 8oe estivesse na varanda.

nfeli&mente não havia ningum ali. ?la estacionou o veículo diante da entrada e!ermaneceu sentada na "olia* indecisa se deveria descer.

 A ca"ana era constituída de toras de madeira com vedação de "arro. Ao lado da

chamin de !edras* em uma das e2tremidades* via(se uma !ilha de achas de madeira*so"re a ,ual re!ousava um machado.

5o )ardim em frente ; !e,uena varanda havia uma tina de ferro e* um !ouco maisadiante* escorada em outro tronco* a!oiava(se uma "acia virada !ara "ai2o. A casa ficavaem uma clareiraK a !oucos metros a seu redor começava a floresta* com árvores altas ede co!as enormes. % ar era fresco e naturalmente !erfumado.

7ontudo* não havia sinal da !resença de 8oe ou de ,uen ,uer ,ue fosse !elosarredores. A ca"ana estava fechada* e o cercado onde ele guardava a montaria* va&io. A!esar de ser ainda muito cedo* era !ossível ,ue ele )á tivesse saído !ara fa&er algumtra"alho.

1esmo assim Fa3e não desistiu. Fora um risco sair ;s escondidas da missão*!ortanto deveria fa&er o !ossível !ara não !erder a viagem.

0esceu da charrete e !rendeu o cavalo em um mourão. Poderia es!erar um !oucoaliK talve& 8oe não demorasse a voltar.

1ovida !or um im!ulso* atravessou o )ardim e a varanda* !arando diante da !orta.?m ve& de "ater* como seria o normal* e2!erimentou o trinco. Sur!reendeu(se !or nãoestar travado. ?ntão a !orta se a"riu com um rangido alto.

?la não entrou de imediato. Preferiu dar uma es!iada antes* !arada ao lado do"atente.

 A lu& do sol entrava !elas )anelas sem cortinas da sala e a convidava a verificar de!erto o am"iente. Por fim ela aca"ou cedendo ; curiosidade.

 A mo"ília era r4stica* o"viamente de fa"ricação local. A mesa !ossuía um tam!ode madeira com um furo em cada !onta !ara encai2ar os ,uatro !s. As "an,uetasseguiam o mesmo estilo de construção.

 A divisão entre a sala e o ,uarto era feita !or armários toscamente entalhados. Acama* s9lida e igualmente r4stica* tinha a ca"eceira encai2ada na !r9!ria !arede e ooutro lado sustentava(se no assoalho so"re dois !s em forma de for,uilha.

?videntemente* o homem ,ue Fa3e amava vivia em condiç<es mais !rimitivas do

,ue ela imaginara.+em* talve& todas as ca"anas da região fossem mo"iliadas da mesma maneira. A

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futura casa de 7lia e Ga3land !rovavelmente não iria fugir da,ue(le !adrão.

5o entanto* Fa3e conseguiria viver em instalaç<es tão modestas> 7om!arada coma,uilo* a casa !aro,uial era um verdadeiro !alácio.

Procurou não !ensar nisso e continuou e2!lorando o local. +em no íntimo!ressentia ,ue mais cedo ou mais tarde a,uele seria seu lar. 0eu a!enas uma olhadela

na co&inha* ,ue não !ossuía nada de interessante. etornou ; sala* atenta a cadadetalhe* dos ganchos na !arede !ara !endurar rou!as at as galhadas de veado ,ueserviam como su!orte !ara o rifle. % chão de tá"uas !recisava de uma "oa lim!e&a* masno con)unto a casa era relativamente arrumada* levando(se em conta ,ue ali vivia umhomem solteiro.

% 4nico senão na sala era a arca a"erta* 7ontrastando com os demais m9veis eo")etos* todos em seus devidos lugares. Fa3e a!ro2imou(se !ara ver o ,ue continha eem!alideceu ao desco"rir um vestido de noiva do"rado no fundo.

?ntretanto* não se !erguntou o ,ue a,uele tra)e fa&ia ali. ?m ve& disso* tocou(ocom curiosidade. ?ra de filo ingl@s de e2celente ,ualidade* com o decote cavado* mangas

"ufantes* saia armada e todo adornado com !rolas e renda alençon. A!esar da onda de ci4me ,ue crescia dentro de si* não resistiu ao efeito hi!n9tico

,ue o vestido e2ercia so"re ela.

?ntre todos os tra)es de noiva ,ue )á vira* a,uele era sem a menor d4vida o maislindo. Parecia tirado diretamente de um conto de fadas. ? seu fascínio era tanto ,ue dere!ente viu(se tomada !elo dese)o de e2!erimentá(lo.

Sem !ensar no ,ue fa&ia* trocou o !r9!rio vestido !elo tra)e de noiva* colocando(sediante da )anela !ara admirar o efeito. A)eitou(o melhor no cor!o* alisou as !regas esur!reendeu(se ao notar ,ue lhe servia como se tivesse sido feito so" medida.

% tecido macio acom!anhava cada curva do cor!o* realçando o "usto* acentuandoa cintura fina* valori&ando sua "ele&a e sensualidade.

Fa3e estava tão a"sorta em admirar(se na,uele vestido ,ue mal ouviu o galo!e deum cavalo anunciando a chegada de algum.

Cap%tulo (' Cap%tulo (' 

 Antes ,ue Fa3e tivesse tem!o !ara ir at o ,uarto* a !orta da ca"ana a"riu(sesu"itamente. 8oe entrou com um sorriso nos lá"ios* mas de imediato sua e2!ressãotornou(se furiosa.

B Tire esse vestido agora mesmoD

 Assustada com a,uele tom ameaçador* ela não se me2eu. 8amais o vira tão irado.Fe& menção de di&er alguma coisa* !orm as !alavras morreram em seus lá"ios noinstante em ,ue ele começou a des!i(la com gestos "rutais* !u2ando o vestido !or cimade sua ca"eça.

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0e um momento !ara outro* viu(se a!enas em tra)es menores* en,uanto 8oe ao"servava de cima a "ai2o* de!ois de ter )ogado o vestido de noiva dentro da arca.

B % ,ue dia"os está acontecendo a,ui* Fa3e> oltei !ara casa !ara !egar o rifle,ue tinha es,uecido e encontro voc@ com esse vestido. Pode me e2!licar !or ,u@>

?la continuava sem fala* humilhada* os olhos cheios de lágrimas. 5ão conseguiu

res!onder. A!enas cru&ou os "raços so"re o !eito* lutando inutilmente !ara não chorar. A visão da,uela figura acuada e indefesa o"rigou 8oe a recuar. A,uele não era o

momento !ara !erguntar !or ,ue ela estava com o vestido de noiva de Hathr3n. Poracaso não "astava sa"er ,ue ela se em"renhara so&inha !ela mata a!enas !araencontrá(lo> Tam!ouco !oderia adivinhar ,ue não o encontraria em casa de manhã tãocedo. ? mostrar(se curiosa ao desco"rir uma rou!a de mulher ali era mais do ,ue natural.

B Sinto muito B Fa3e murmurou* afinal. B econheço ,ue não devia ter vindo.Foi um erro invadir a casa em sua aus@ncia. ou em"ora assim ,ue me vestir Bcom!letou* encaminhado(se !ara o ,uarto.

B 5ão* não faça issoC ?u não ,ueria ser tão "ruto com voc@. S9 ,ueC "em*

acho ,ue n9s dois levamos um "om sustoC

?la se deteve e !erce"eu ,ue as feiç<es dele se suavi&avam. Logo de!ois 8oe deuuma risada e segurou(a "randamente !elo "raço.

B ?u sou mesmo um cretinoD %ntem ; noite mal consegui dormir s9 tentandoimaginar um modo de !assar !or seu irmão !ara !oder v@(la. ? agora ,ue a ve)o a,ui*"em em minha frente* eu grito com voc@* ,uando devia me mostrar agradecido.

B Agradecido !or ,u@> B retrucou Fa3e secamente. B Por eu ter vindo dis!ostaa me entregar mais uma ve&> isso o ,ue ,uer de mim> tudo o ,ue sem!re ,uis>

Sua mudança de humor sur!reendeu(o.

B 5ão fale desse )eito* Fa3e. oc@ sa"e ,ue eu te amo.

B Ah* voc@ me amaD B 6avia um to,ue de ironia em sua vo&. B ?ntão como ,ue e2!lica esse vestido de noiva guardado em sua casa> =uem sua noiva* ,ue aindanão tive o !ra&er de conhecer>

8oe entrou em !nico. ? agora* como se sair da enrascada> Falar so"re Hathr3nestava fora de cogitação. 1esmo ,ue contasse toda a hist9ria* isso não )ustificaria a!resença do vestido em sua casa. A menos ,ue ele alimentasse es!eranças de um dia ae2(noiva voltar* uma idia ,ue certamente afugentaria Fa3e no momento seguinte.Portanto* contar a verdade seria o !ior caminho. Precisava inventar uma "ela mentira.

B % ,u@> ?sse vestido> %raC B ?le forçava um tom natural e tentava ganhartem!o !ara !ensar em alguma coisa convincente e inofensiva* ,ue !udesse serdesmentida sem maiores !ro"lemas mais tarde. B % vestido> isso o ,ue a !reocu!a>?sse vestido de minha !rima. ?la o dei2ou a,ui* )unto com a arca* ,uando !artiu com omarido em viagem !ara o sul. 5ão havia es!aço !ara tudo na carroça. oc@ !odeentender isso. Tenho certe&a de ,ue tam"m !recisou dei2ar alguns o")etos !ara trás*,uando saiu de 5ova %rleans.

Fa3e a!ostaria a !r9!ria vida como ele estava mentindo. 8amais o vira tãoatra!alhado !ara dar uma e2!licação a!arentemente tão sim!les.

7ontudo !referiu não confrontá(lo na,uele momento. ?stava cada ve& mais difícilficarem )untos e seria um des!erdício )ogar fora a o!ortunidade de conversarem sem"rigas.

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B Por ,ue esse sil@ncio> B8oe murmurou* aninhando(a nos "raços. B 0iga ,ueeu estou !erdoado B com!letou* roçando os lá"ios nos seus.

0ividida entre o dese)o ,ue começava a atormentá(la e a ra&ão ,ue lhe di&ia !araresistir* ela dei2ou(se acariciar* sem retri"uir* no entanto* os to,ues sensuais com ,ue eletentava fa&@(la es,uecer os !ro"lemas. Ao contrário* !rocurou afastá(lo* ciente de ,uenão era o momento !ara se amarem.

B Por favor* 8oe* não B murmurou* tentando em!urrá(lo.

B tão difícil assim me !erdoar> B 8oe mantinha(a !resa entre os "raços fortes.B 5ão vamos !erder tem!o discutindo. 0ei2e(me !rovar o ,uanto eu te amo.

B oc@ acha ,ue isso a solução !ara tudo> Pois eu !enso diferente. !reciso irem"oraC < 

B 5ão* não !recisa B ele sussurrou em seu ouvido* cada ve& mais carinhoso. B5ão acredito ,ue ,ueira ir.

1inuto a minuto 8oe ficava mais e2citado* a !onto de não !erce"er ,ue havia

alguma coisa errada com Fa3e. Afinal* em"ora não o re!elisse claramente* continuavasem corres!onder a suas carícias.

?la de fato não ,ueria !erder a o!ortunidade de esclarecer alguns !ontos confusosso"re o relacionamento dos dois.

B im at a,ui !or,ueC !or,ue ouvi voc@ e 1ichael discutindo ontem ; noite.1as* ,uando cheguei ; escada* voc@ )á tinha saídoC

8oe assentiu com um movimento de ca"eça. 5a realidade não escutara uma s9!alavra do ,ue ela dissera* concentrado em "ei)ar(lhe o rosto* o !escoço* tocar(lhe a !eleacetinada dos om"ros e costasC

B ?ntão eu vim me descul!ar !ela rude&a de meu irmãoC ? tam"m !ara lheagradecer !or ter levado meu 2aleC

?le "ei)ava seu colo e roçava os lá"ios !elos seios ,uase ; mostra no cor!etea!ertado. 5ada do ,ue ela di&ia era mais im!ortante ,ue a,uele ritual !reliminar dasedução. ?le a amava* ansiava !or tomá(la nos "raços e ouvir* isso sim* seus gemidosa!ai2onados. Tudo o mais !oderia es!erar !ela ocasião a!ro!riada. 6avia mais de umasemana ,ue vinha contando as horas* os minutos ,ue faltavam !ara t@(la s9 !ara si. ?esse momento chegara.

B 8oe* estou a,ui !or,ue sei ,ue meu irmão vai fa&er o im!ossível !ara im!edir,ue fi,uemos )untos B declarou ela* elevando a vo& !ara o"rigá(lo a ouvir. B =uero

sa"er ,ual o !ro"lema ,ue e2iste entre voc@ e 1ichael. Por ,ue voc@s dois se detestamtanto>

B Agora não hora !ara discutirmos isso* meu amor. 5ão hora !ara discutirmosnada. Preciso de voc@. ? voc@ !recisa de mim. Leio isso em seus olhos. B 8oe desli&ouos lá"ios do rosto !ara o !escoço e !ousou(os afinal so"re o seio es,uerdo. B Tenhocerte&a de ,ue !recisa de mim. Posso escutar as "atidas aceleradas de seu coraçãoC

B oc@ voltou a,ui !ara !egar o rifle* claro ,ue tinha outros !lanos. ?u estouatra!alhandoC

B oc@ nunca me atra!alhaC

8oe tomou(a nos "raços e levou(a at o ,uarto. 0e!ositou(a cuidadosamente so"rea cama e então deitou(se a seu lado.

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B % ,ue eu ia fa&er !ela manhã !ode muito "em ser transferido !ara a tarde. ?talve& nem se)a necessário. +art seguiu !ara o forte e !ossível ,ue resolva tudo semmim.

0ando !or encerrado o assunto* "ei)ou(a a!ai2onadamente ao mesmo tem!o ,uea des!ia das 4ltimas !eças de rou!a.

% dese)o tomou conta dos dois. 8á não im!ortavam as d4vidas* as o"rigaç<es decada um* a desconfiança ,ue minutos antes insinuara(se no es!írito de Fa3e. Anecessidade ,ue sentiam um do outro era forte o suficiente !ara transformar tudo o maisem coisas menores* insignificantes.

olaram na cama tosca e se amaram com o ím!eto de ,uem acreditava ,uea,uela seria a 4ltima ve& ,ue estariam )untos. 5ão ,ue essa idia !assas(se !ela ca"eçade ,ual,uer um dos dois. Longe disso. 5o momento em ,ue tirava a !r9!ria rou!a* 8oe!ensava e2atamente no contrário. %corria(lhe sugerir ,ue dei2assem de lado osencontros clandestinos e assumissem de ve& o relacionamento* !u"licamente e semnenhum constrangimento.

?ssa idia começou a amadurecer em sua mente ,uando* momentos mais tarde*a"raçados na cama* recu!eraram as energias a!9s o interl4dio de !ai2ão.

B Amo voc@ acima de tudo B ele declarou* rom!endo o sil@ncio. B 7omo )amaisamei algumC oc@ !recisa mesmo ir> Por ,ue não fica comigoC !ara sem!re>

Fa3e teve um so"ressalto. Afastou um !ouco o rosto e* entre confusa e intrigada*estudou a e2!ressão de'.

B Ficar com voc@C !ara sem!re> 7omo assim> ?stá insinuando ,ue fi,uemos )untos sem casar>

8oe e2!erimentou a incEmoda sensação de haver cometido um grave erro.

?m"araçado* desvencilhou(se do a"raço e começou a vestir(se.B Pois eu não sei como faremos B desa"afou* levemente irritado. B claro ,ue

voc@ não viveria comigo sem casar. Seu irmão )amais !ermitiria. Acontece ,ue temosdiverg@ncias tão srias ,ue ele nunca a"ençoaria um casamento entre n9s dois. Aliás*faria tudo !ara im!edir.

Seu tom de vo& &angado não !ermitia ,ue Fa3e distinguisse e2atamente o ,ue ele,ueria di&er. Pretendia casar(se com ela ou não> 1ichael era um o"stáculo ou um!rete2to !ara a sugestão inicial>

Levantou(se da cama e aninhou(se nos "raços dele. ?stava confusa e morria deansiedade !ara esclarecer logo a situação.

B % ,ue voc@ ,uer de mim> ?stava falando srio ,uando sugeriu ,ue eu viesseviver com voc@ sem nenhum com!romisso entre n9s> A educação ,ue rece"i não me!ermitiria dar um !asso tão avançado. 5ão foi sem cul!a ,ue me entreguei a voc@ da!rimeira ve&. ?u te amo de todo o coração* !or isso estou a,ui. 1as não aceitariacom!artilhar o mesmo teto se não estivssemos casados. Se voc@ me ama realmente*não me !edirá ,ue sacrifi,ue meus !rincí!ios !ara me tornar a!enas sua com!anheira.

8oe a escutava em sil@ncio* acariciando(a distraidamente. Fora realmente uma"o"agem convidá(la a vir morar com ele* em"ora não visse outra solução !ara o caso. S9,ue !recisava e2!licar(lhe os motivos ,ue o haviam levado a a!resentar a sugestão. 0ocontrário* corria o risco de ser mal inter!retado e !Er tudo a !erder.

 Afastando(a gentilmente* !egou as rou!as dela e murmurou:

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B 1eu amor* melhor voc@ se vestir* senão vai ser difícil conversar a srio. Biu* !ara diminuir a tensão. 8oe voltou(se em direção ; )anela* não a!enas !ara dei2á(lamais ; vontade* mas !rinci!almente !ara ordenar os !r9!rios !ensamentos.

7hegara a hora de tocar num assunto delicado* ca!a& de a"alar e at destruir oentendimento ,ue e2istia entre eles. 7riticar o !adre* a 4nica !essoa em ,ue ela confiavacegamente* não era uma tarefa fácil.

Por outro lado* se adiasse essa conversa* logo* logo a situação estaria fora decontrole.

Sentada na cama* de!ois de vestir(se* Fa3e calçava os mocassins e o o"servavacom o canto dos olhos. ?m"ora ele estivesse de costas* !odia !erce"er sua tensão emdetalhes como o leve sacudir da ca"eça ou a !r9!ria !ostura* os om"ros e2cessivamenteem!ertigados.

Teria alguma coisa mais desagradável !ara di&er(lhe* alm da !ro!osta de viverema"ertamente como amantes>

?rgueu(se e foi at ele* enlaçando(o !elo !escoço.

B 8á fi& o ,ue voc@ !ediu* estou vestida dos !s ; ca"eça B disse suavemente.B ? agora* so"re o ,ue vamos conversar>

8oe retri"uiu seu sorriso* mas logo assumiu um ar grave.

B amos !ara a sala. B 7ondu&iu(a em direção ;s cadeiras )unto ; lareira. BPrecisamos esclarecer uma srie de coisas.

0evia ser mesmo algo "em desagradável* !ensou Fa3e en,uanto os dois seacomodaram frente a frente nas cadeiras. 7ru&ou as !ernas e !ousou as mãos so"re aco2a* aguardando.

?le !igarreou* nervoso* antes de começar:B Fa& um "om tem!o ,ue eu e seu irmão não nos entendemos direito. B

Perce"eu a reação !reocu!ada de Fa3e e o nervosismo aumentou. B +em* uma longahist9ria.

Fa3e em!ertigou(se na cadeira* sentindo um va&io no estEmago.

B (ui, continue.

B Seu irmão e eu temos o!ini<es diferentes a res!eito de algumas coisas. -madelas como im!or a lei nesta região. ?u acredito ,ue tarefa do governo o"rigar ocum!rimento da lei e garantir a !a&. A !osição de seu irmão entra em conflito direto com

isso. ?le não !rega a!enas a religião* mas incita as !essoas a aderirem e darem a!oio aocomit@ de vigilantes. 1ichael age como se acreditasse ,ue todo mundo tem direito defa&er )ustiça com as !r9!rias mãosC

nterrom!eu(se !or alguns instantes* atento ao cho,ue ,ue a,uelas !alavras!rovocavam* de!ois continuou no tom im!essoal de antes:

B ?ssa atitude dele era at com!reensível logo no início* na !oca em ,ue fundoua missão* ,ue constituía o 4nico foco de resist@ncia dos !ioneiros contra os marginais eos fora(da(lei. A saída era mesmo cada um fa&er )ustiça como !odiaC Fort Smith s9 foiinstalado alguns anos de!ois.

Pálida como um lençol* Fa3e fe& um sinal !ara ,ue ele !rosseguisse.

B % !ro"lema agora ,ue o !adre não aceita ,ue o ?2rcito o re!resentante dogoverno neste territ9rio. ?le contesta o !oder do comandante do forte e continua a!oiando

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os vigilantes. ?* !ara !iorar as coisas* seu irmão um homem res!eitado na comunidadee !ara muitos sua !alavra vale como lei. sso ainda não tudo. 7erta ocasião ele meconvidou !ara fa&er !arte do comit@ dos vigilantes. ?stava interessado em mim !or,ueC"em* !or,ue sou considerado o melhor atirador destas "andas. 5ão aceitei* claro* e elenunca me !erdoou !or isso. Achava ,ue com minha a)uda os vigilantes )á teriam dadoca"o dos "andidos.

8oe interrom!eu(se !or um momento e !erguntou:

B Agora voc@ entende !or ,ue e2iste tanta tensão entre mim e 1ichael> Perce"eo ,uanto ele está errado> -m religioso incitando a viol@ncia> At voc@ corre !erigoen,uanto estiver morando so" o mesmo teto ,ue ele. Logo* logo

os "andidos vão !rocurar vingar(se e !ode ter certe&a de ,ue o !adre será o!rimeiro nome da lista. ?les sa"em ,ue seu irmão incentiva os vigilantes e vãores!onsa"ili&á(lo cada ve& ,ue um com!arsa for sumariamente enforcado.

 Ao final da hist9ria* a e2!ressão chocada de Fa3e )á dera lugar ; de totalincredulidade.

1ichael !regando a viol@ncia> 1ichael> % homem generoso ,ue sacrificara o!r9!rio conforto e "em(estar !ara a)udar o semelhante em uma terra "ravia e selvagem>5ão fa&ia sentido. ?la mesma tivera o!ortunidade de testemunhar a admiração ,ue o!ovo da missão lhe dedicava.

Passados alguns minutos* ela se levantou com um movimento "rusco.

B 5ãoD sso não !ode ser. 1ichael um !adreC um homem de 0eus. oc@ deveestar enganado* 8oeD

 Ao v@(lo levantar(se* !artiu em sua direção com os !unhos fechados e tentouagredi(lo.

B 0iga ,ue mentiraD 1eu irmão tão gentilC tão "omD?le segurou(lhe as mãos e !u2ou(a !ara si* !rocurando consolá(la.

B oc@ sem!re o en2ergou assim !or,ue estava longe* e ele um religi(oso. 1as melhor sa"er a verdade agora do ,ue continuar correndo !erigo cegamente.

8oe afagou seus ca"elos e es!erou ,ue ela !arasse de chorar.

B oc@ !recisa entender o !onto de vista de seu irmão. ?le não age assim !oramor ; viol@ncia. %s "andidos !raticaram muitas maldades contra os colonos. ? mesmode!ois da chegada do ?2rcito essas in)ustiças ainda não terminaram. %s motivos do!adre 1ichael são )ustos. A!enas seus meios não servem mais. ?u e ele lutamos !ela

mesma causa. Am"os ,ueremos uma terra onde todos !ossam viver em !a&. S9 ,ue !aramim im!ossível aceitar os mtodos ,ue ele defende.

7erto de ,ue ela com!reendera "em a situação* 8oe a!ertou(a com mais forçacontra o !eito e* de!ois de "ei)ar sua testa* murmurou:

B Perce"e agora ,ue o melhor lugar !ara voc@ a meu lado> 1eu amor* case(secomigo. 0ei2e seu irmão. Faça isso ho)e mesmoD

Fa3e soltou(se dos "raços dele como se tivesse sido atingida !or um gol!eviolento.

B oc@ s9 ,uer se casar comigo !ara magoar meu irmão. =ual o seu !ro"lema*

8oe 6arrison* ,ue nunca consegue ser sincero> Antes ,ue ele se refi&esse da sur!resa* Fa3e foi at a arca* agarrou o vestido de

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noiva e o atirou em seu rosto.

B Para seu governo a historinha da !rima ,ue via)ou !ara o sul dei2ando essaIlem"rançaJ !ara voc@ não me convenceu nem um !oucoD

Seu coração ,uase !arou ao notar a reação de 8oe. Primeiro ele !egou o vestidono ar e devolveu(o ao "a4. 5o momento seguinte* o rosto encole(ri&ado* cerrou os !unhos

en,uanto avançava em sua direção.Foi ,uando a !orta da sala se a"riu de re!ente* dando !assagem a +art 0o""s.

1eio !álido* suando em "icas* o "atedor não es!erou recu!erar o fElego !ara chamar ocom!anheiro:

B enha comigo de!ressaD

B =ue dia"os voc@ veio fa&er a,ui> B 8oe !erguntou* irritado.

+art !erce"eu a !resença de Fa3e e cum!rimentou(a com um aceno antes dee2!licar:

B Antes de chegar ao forte* vi um fumaceiro na fa&enda dos Starfford e vim

imediatamente !ara cá. %s malditos fora(da(lei incendiaram a !ro!riedade e rou"aram oscavalos. Precisamos ir atrás deles antes ,ue se)a tarde demais. ?sses "andidosdesa!arecem sem dei2ar rastroD

Fa3e* ainda a"alada e dividida entre a amor !or 8oe e a lealdade ao irmão*!erce"eu ,ue estava so"rando ali e correu !ara fora da ca"ana. ?n,uanto su"ia nacharrete* ouviu(o gritar ,ue o es!erasse* ,ue ele iria escoltá(la at a missão.

?la não o es!erou. Precisava afastar(se dali o mais de!ressa !ossível. Talve& !arasem!re.

Cap%tulo ('& Cap%tulo ('& 

0e"ruçada na )anela do salão de entrada da casa !aro,uial* Fa3e o"servava ogru!o de crianças ,ue se entretinha com 7lia de"ai2o do salgueiro.

 A sra. 8ohnston a!egara(se ;,ueles meninos e meninas ,ue chegavam todos osdias* ;s ve&es de muito longe* !ara fre,/entar a escola da missão. Todas as tardes* antes,ue retornassem !ara suas casas* ela os reunia como agora !ara ler em vo& alta ousim!lesmente contar hist9rias e aventuras ,ue inventava. ?ssas reuni<es )á haviam setornado um há"ito e os !ais das crianças não estranhavam ,ue os garotos chegassemum !ouco mais tarde do ,ue de costume.

 Assistindo ; cena* Fa3e sorriu* comovida. 7lia sentia(se(feli&* como se todos alifossem os filhos ,ue ela nunca tivera. ? as crianças a adoravam* !ois não !erdiam uma4nica sessão de leitura.

0e re!ente 1ichael a!areceu nos !ort<es da missão com a carruagem agorava&ia* a!9s ter distri"uído !rovis<es entre os colonos necessitados.

Fa3e afastou um !ouco mais a cortina* a fim de ver melhor o irmão. As acusaç<esde 8oe ainda !esavam so"re sua ca"eça. Tudo o ,ue ele dissera devia ser verdadeK

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afinal* !or ,ue iria inventar algo tão terrível>

5o entanto* como acreditar ,ue 1ichael* a "ondade em !essoa* !regasse aviol@ncia>

% !adre desceu da carruagem e a!ro2imou(se lentamente do local onde estavam7lia e as crianças. odeou todo o círculo em volta da sra. 8ohnston* !arando atrás de

cada garoto !ara afagar sua ca"eça. =ual,uer um ,ue visse essa atitude chegaria ;conclusão de ,ue 1ichael era a mais gentil das criaturas. Se fosse verdade o ,ue 8oedissera* então ele seria o maior farsante do mundo.

Fa3e soltou a cortina ,uando o !adre olhou na direção da casa !aro,uial* de!oisde des!edir(se do gru!o so" o salgueiro. ?la voltou(se lentamente !ara es!erar suaentrada na sala* ainda sem sa"er o ,ue lhe diria.

 Ao ouvir os !assos nos degraus de madeira* sentiu um frio&inho na "ar(riga.Forçou um sorriso ,uando ele entrou* com as!ecto cansado.

B 7omo foi seu dia> B 1ichael !erguntou* a"raçando(a com afeto.

B Foi "em.Por um momento Fa3e hesitou em retri"uir o a"raço* mas logo em seguida o amor

e a admiração ,ue sem!re lhe devotara falaram mais alto* o"rigando(a a corres!onder aocarinho ,ue ele demonstrava. Seu irmão era um homem generoso com todos* so"retudocom ela. ?ra in)usto )ulgá(lo sem antes ouvir sua versão dos fatos.

1ichael a!ertou(a com mais força* deu(lhe ta!inhas afetuosos nas costas* !araentão afastar(se e fitá(la "em dentro dos olhos.

B Tive a im!ressão de ,ue voc@ não me a"raçou direito no começo. Por ,u@> Aconteceu alguma coisa durante minha aus@ncia>

% !adre !erce"eu sua hesitação. 1ais do ,ue isso* notou ,ue ela em!alideciacomo se temesse algo.

B Por acaso a,uele "atedor a!areceu a,ui !ara incomodá(la outra ve&> Por,ue*se foi isso* euC

 A a!ro2imação de um cavalo a galo!e desviou imediatamente a atenção dele.0ei2ando a frase incom!leta* 1ichael foi at a )anela e afastou a cortina.

B 5ão* com certe&a esse "atedor não esteve a,ui mais cedo* !or,ue ele aca"a de!assar !elo !ortão. B 1ichael voltou(se novamente !ara a irmã* o rosto contrariado. BParece ,ue voc@ causou uma forte im!ressão nesse homem. Antes de sua chegada de5ova %rleans* ele nunca a!arecia !or a,ui.

Fa3e não conseguiu disfarçar a e2citação.

B 8oe> ?le está a,ui> 1ichael lançou(lhe um olhar de censura.

B oc@ fala o nome dele com tanta familiaridadeC Por ,ue não me conta tudo deuma ve&>

 A a"ertura violenta da !orta interrom!eu o diálogo e forçou o !adre a girar noscalcanhares* !ara rece"er o recm(chegado.

8oe 6arrison avançou com !assos decididos. Sua e2!ressão colrica não!renunciava nada de "om. ?m uma fração de segundo venceu a distncia ,ue o se!arava

de 1ichael e !arou a sua frente.Bim a!enas !ara comunicar duas !e,uenas coisas: !rimeiro* ,ue vou me casar

com sua irmã não im!orta o ,ue voc@ faça e* segundo* ,ue eu e +art aca"amos de86

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ca!turar dois dos "andidos ,ue incendiaram a !ro!riedade dos Starfford e rou"aram seuscavalos. ?les ficarão trancafiados na !risão do forte at o dia do )ulgamento. 5ão estão!endurados !elo !escoço nos galhos de uma árvore. 8oe res!irou fundo antes de!rosseguir: B ?s!ero ,ue isso o convença de ,ue o com"ate dentro da lei suficiente!ara enfrentar os "ando(leiros. Se ,ueremos !a& e )ustiça na comunidade* melhorcolocar os infrato(res atrás das grades em ve& de es!alhar cadáveres !elos cam!osD

ermelho de c9lera* 1ichael !arecia !restes a atracar(se com 8oe. Passou(se umlongo minuto antes ,ue recu!erasse o autocontrole !ara res!onder:

B =uer di&er ,ue temos dois "andidos na cadeiaD ? os outros> =uem vai resolvero !ro"lema dos Starfford> % ?2rcito at ho)e s9 serviu !ara tra&er novos fregueses !arase em"e"edarem nos saloons e se corrom!erem nos "ordisD 7omo ousa di&er a essagente sofrida da,ui !ara não reagir en,uanto suas casas são ,ueimadas e as !lantaç<esdestruídas> 7omo !edir a um homem ,ue assista im!assível ao rou"o do fruto de seusuor ou ; fome e ao a"andono de seus filhos e es!osa> % ?2rcito não mostrou força!ara aca"ar com isso. Portanto* os vigilantes t@m todo o direito de se defender. ?ucontinuarei a a!oiá(los en,uanto restar um 4nico "andido vivo.

7om um gesto ines!erado* o !adre ergueu o "raço e es!almou a mão so"re oom"ro de 8oe.

B Pense um !ouco e se)a sensato B disse num tom suave. B 8unte(se aosvigilantes. ?les !recisam de sua ha"ilidade no gatilho. Se a!enas com a a)uda de +art0o""s voc@ conseguiu agarrar dois fora(da(lei* !ense no ,ue faria a!oiado !or todo umgru!o de vigilantesD 5osso territ9rio seria lim!o desses canalhas em dois tem!os. ? voc@seria muito mais 4til !ara a comunidade do ,ue tra"alhando como "atedor !ara o?2rcito.

8oe afastou a mão de 1ichael de seu om"ro.

B 8á conversamos so"re isso antes. ?stá !erdendo seu tem!o. 5ão !arti(lho dosmtodos ,ue voc@ defende.

B oc@ teimoso como uma mulaD ?stá tão cheio desses "andidos ,uanto eu. Sei,ue !ossui um "om coração e sofre )unto com cada família ,ue atacada. S9 nãocom!reendo !or ,ue não toma as medidas necessárias !ara !Er um fim nessa situação.

B Padre 1ichael* !or ,ue não se contenta em !regar o evangelho e dei2a a lei nasmãos da,ueles ,ue foram nomeados !ara defend@(la> 5ão !erce"e ,ue está !ondo emrisco muito vidas inocentes ,uando encora)a as !essoas a fa&erem )ustiça com as!r9!rias mãos> %s "andidos não estão atacando a!enas !ara rou"ar cavalos* estãoagindo tam"m !or vingança* !ara castigar a,ueles ,ue se atreveram a enfrentá(los e

,ue mataram seus com!arsas. ?u diria ,ue* a cada minuto ,ue !assa* a vida do !ovodesta missão vale cada ve& menos.

1ichael retrocedeu um !asso* como se tivesse levado um ta!a no rosto.

B oc@ não sa"e o ,ue está di&endoD

5o entanto* num gesto im!ulsivo* o !adre a!ro2imou(se da )anela e o"servou 7liae as crianças de"ai2o do salgueiro. Suas feiç<es rela2aram e um sorriso a!areceu emseus lá"ios.

B 5ingum se atreveria a nos atacar. 5enhum lugar mais seguro do ,ue amissão. 5enhumD

8oe não se im!ressionou com a,uelas !alavras.

B Fa3e não está segura a,ui e eu !retendo dar um )eito nisso B disse* olhando87

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!ara ela !ela !rimeira ve& desde ,ue chegara. B Assim* !adre* ,uer ,ueira* ,uer não*sua irmã vai se casar comigo.

Fa3e não gostou da mudança de rumo da conversa. Tam!ouco tinha a menorintenção de servir de !onto de disc9rdia entre a,ueles dois teimosos(O Postou(se entreeles* o ar desafiador.

B ou ter o direito de di&er alguma coisa* ou voc@s me consideram uma criançairres!onsável e inca!a& de formar o!inião !r9!ria>

Sur!resos* 8oe e 1ichael a fitaram* como se de fato tivessem es,uecido de sua!resença.

B ?ntão* 8oe* voc@ veio avisar a meu irmão ,ue vamos nos casar> Acho ,ue teriasido mais !rudente confirmar antes comigo se eu não havia mudado de idia. Pelo ,ueme consta* há muita coisa ainda !ara ser acertada entre n9s dois.

B Sou da mesma o!inião B 1ichael intrometeu(se de forma ines!erada. B 8oe*voc@ contou a ela a res!eito de Hathr3n> 7ontou ,ue a moça fugiu no dia do casamento e,ue voc@ nunca conseguiu es,uec@(la> 0uvido ,ue tenha contado. 1inha irmã

!rovavelmente a 4nica !essoa em Fort Smith ,ue não sa"e como voc@ ficou de coração!artido !or causa de Hathr3n. B ?* com um to,ue de maldade* acrescentou: B Segundodi&em* Fa3e* ele guarda at ho)e o vestido da noiva ,ue fugiu.

 A cada !alavra do irmão* Fa3e !arecia em!alidecer mais. Sentiu(se ator(doada*como se estivesse no meio de um !esadelo. ?la com!reendera na hora ,ue a hist9ria da!rima em viagem !ara o sul* inventada !or 8oe* não !assava de uma descul!aesfarra!ada. 5o entanto* )amais lhe ocorrera ,ue a,uele tra)e de noiva !ossuísse umsignificado tão forte !ara ele.

B Por favor* 8oe* não tente negar isso B disse* mal contendo as lágrimas. B tudo verdade* não > =ue outra e2!licação haveria !ara o vestido de noiva ,ue euencontrei em sua ca"ana> ?ra dessa Hathr3nD Sua noivaD ? voc@ ainda a ama* não >

0e s4"ito 1ichael agarrou(lhe o !ulso e a o"rigou a encará(lo.

B % ,ue voc@ disse> ?steve na casa de 8oe> ?ntão foi !or isso ,ue estava tãoes,uisita ,uando eu chegueiD 1as !or ,u@> =uero uma e2!licaçãoC

Fa3e soltou o "raço com um safanão. As lágrimas enchiam(lhe os olhos.

B 5ão diga mais nada* 1ichael B su!licou com um gemido. B oc@ )á faloudemaisD

 Aturdida* ela sus!endeu a "ainha do vestido e saiu correndo da sala. =uando

alcançou o ! da escada* agarrou(se ao corrimão e su"iu de dois em dois os degrausrumo ao segundo andar. Lá em cima notou ,ue 8oe a seguia.

 A!ressou o !asso e* de!ois de vencer o ,ue lhe !areceu um corredor interminável*finalmente alcançou seu ,uarto. ?ntrou e trancou a !orta a chave* a!oiando(se nela comas costas.

%uviu os gritos do !adre e2igindo ,ue 8oe descesse imediatamente e se retirasseda casa. A res!osta malcriada foi ,ue 1ichael não se metesse no assunto e fosse !ara oinferno. ?m seguida 8oe a!ro2imou(se da !orta e "ateu duas ve&es* devagarinho.

B Fa3e> B chamou en,uanto !rovava o trinco: fechado. 7om vo& suave*!rosseguiu: B Fa3e* !or favor* me escute. As coisas não aconteceram e2atamente comoseu irmão falou. verdade ,ue Hathr3n me dei2ou no dia do casamento. Todo mundo !ora,ui sa"e disso e seria "o"agem minha ,uerer negar. 1as não continuo a!ai2onado !or

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ela. voc@ ,ue eu amo. Somente voc@D

B Agora eu estou entendendo melhor as coisas B Fa3e murmurou entre soluços.B Suas idas e vindas* ;s ve&es me ,uerendo* ;s ve&es me tratando com indiferençaC !or,ue voc@ me com!ara com essa mulher. ? s9 fica comigo !ara es,uecer a falta ,ueela lhe fa&.

5ovamente ele forçou a maçaneta da !orta antes de res!onder.B Pare com essa "o"agem* Fa3e. S9 me afastei um !ouco ,uando voc@ mesma

declarou ,ue estava em d4vida se se ada!taria ; vida do interior. Hathr3n tam"m erauma mulher da cidade e foi !or isso ,ue saiu da,ui. 1as logo !erce"i ,ue voc@ eradiferente. ? comecei a gostar de voc@ cada ve& mais. A"ra essa !orta* vamos conversardireitoD

8oe ouviu seu !ranto* cada ve& mais sentido.

B Fa3e* entenda minha situação. ?la não ag/entou viver a,ui e fugiu. 5o começotive medo de ,ue voc@ fi&esse o mesmo. Agora eu sei ,ue isso não vai acontecer. Será,ue não !erce"e ,ue eu não !oderia su!ortar outra re)eição>

B Pois melhor ir se acostumando com a idia B ela retrucou* soluçando. B5unca mais ,uero voltar a v@(loD Alm de ter sido escolhida como su"stituta* voc@ aindamentiu !ara mim. nventou uma hist9ria furada so"re o vestido de noiva de Hathr3n e medei2ou sem res!osta não sei ,uantas ve&es. 7omo !osso acreditar em ,ual,uer coisa,ue me diga agora>

Sil@ncio.

5o andar de "ai2o* o !adre tentava a!ro2imar(se da escada sem ser visto !or 8oe*!ara acom!anhar o diálogo. ?stava louco !ara sa"er e2atamente o ,ue ocorrera entre osdois antes de ter uma conversa dura com a irmã. 5o entanto* temendo ser !ego em

flagrante* afastou(se dos degraus durante a,uela !ausa. A!9s assoar o nari& e en2ugar os olhos* Fa3e disse com vo& firme:

B á em"ora* 8oe. % melhor ,ue voc@ !ode fa&er !or mim nunca mais a!arecerem minha frenteD

?le esmurrou a !orta com viol@ncia* mas afinal entendeu ,ue estava !erdendotem!o.

B ?stá "emD ?ntão eu estava certo a seu res!eito desde o !rincí!ioD oc@ teimosa* não !assa de uma garota mimada. Ainda "em ,ue a"ri meus olhos a tem!o.magino o inferno ,ue seria minha vida se eu a tomasse como es!osaD B declarou num

tom melanc9lico. B A"ri meu coração !ara voc@* colo,uei minha alma !ara fora e voc@não ,uis entender. Se menti so"re o vestido* foi !ara !ou!ar seus sentimentos. Por,uea,uele vestido não significa mais nada !ara mim.

0e!ois de uma !ausa* ele continuou* irritado:

B A !artir de agora* !ouco me im!orta o ,ue voc@ sinta ou dei2e de sentir. Podeficar a,ui com seu ,uerido irmão e a!odrecer )unto com ele* no ,ue me di& res!eitoD

?starrecida* Fa3e dei2ou(se cair sentada no chão tomada !or um choro convulsivo.?ra doloroso* de!ois de tantos sonhos* de tanta ternura* ver tudo aca"ar da,uele )eito. ?não havia como voltar atrás. 1esmo ,ue 8oe não tivesse dito a,uelas 4ltimas grosserias*como !oderia sentir(se "em outra ve& em seus "raços* se sem!re desconfiaria ,ue eraem Hathr3n ,ue ele estava !ensando>

%s !assos duros de 8oe ecoaram no corredor* de!ois na escada ,ue levava ao

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!ara a tenda* en,uanto outras cuidavam de estender a lona.

B Fa3e* voc@ vai costurar conosco> B 7lia ,uis sa"er. B 5ão há muito mais o,ue fa&er at a hora de servir a refeição. B Perce"eu ,ue a amiga hesitava e entãotomou(a !elo "raço tentando animá(la. B melhor se ocu!ar com alguma coisa. amosláD Ficar !arada s9 vai lhe causar a"orrecimento.

Fa3e seguiu(a sem !rotestar. 0e ,ual,uer modo* ocu!ar(se com a costura ou fosselá com o ,ue fosse seria mais interessante ,ue ficar a!enas o"servando o tra"alho doshomens e !ensando em seu !ro"lemas com 8oe.

ários "ancos tinham sido instalados de"ai2o da am!la estrutura de madeirareco"erta com lona* ,ue !arecia um acam!amento indígena. ?n,uanto a maioria dasmulheres tratava de ocu!ar os lugares centrais* 7lia levou(a !ara um canto maissossegado.

?m !oucos minutos Fa3e estava acomodada a seu lado* com uma agulha decostura nas mãos. Primeiro contentou(se em o"servar como as outras enfiavam e!u2avam a linha !elo tecido em !e,uenos !ontos fechados. =uando )ulgou ,ue havia

entendido o !rocesso* deu alguns !ontos so&inha. 5ão tardou a o"ter o domínio datcnica.

B iu> B 7lia lançou(lhe um olhar carinhoso. B ?u não disse ,ue seriadivertido>

 Ao contrário de ,uando estavam !re!arando a comida* cada uma ocu!ada comuma !arte do !rocesso de !icar os legumes* tem!erar a carne e manter o fogo naintensidade ideal* agora todas !odiam !ermanecer sentadas e reunidas. A,uele era omomento de a!roveitar !ara conversar* contar as novidades* trocar receitas* falar dosfilhos e das rou!as ,ue !retendiam fa&er com os novos tecidos ,ue a 5ic's e ogersaca"ara de rece"er.

Para as mulheres* o mutirão das construç<es de novas casas nos %&ar'scomeçava com o !re!aro da comida* !assava !ela sessão de costura e aca"ava ; noitecom um !e,ueno "aile.

B Tomara ,ue este)a !erto o dia em ,ue todos se reunirão !ara levantar sua casa*Fa3e B 7lia comentou* sem interrom!er a costura. B oc@ está tão calada ho)eCTalve& devesse fa&er as !a&es com 8oe. +riga de namorados a coisa mais normal domundo* ,uerida. 7onverse com ele. ai ver ,ue foi s9 um mal(entendido.

B 5ão tão sim!les assim. B 5ervosa* ao !assar a agulha !elo !ano* Fa3ecalculou mal e es!etou o dedo* fa&endo uma careta de dor. B 6á muita coisa so"renossa "riga ,ue eu não lhe contei. Acho ,ue fomos longe demais e não dá !ara es,uecero ,ue aconteceu. 5ão ,uero mais falar com 8oe. ?le muito arrogante e não merececonfiança.

 A sra. 8ohnston sacudiu a ca"eça e criou coragem !ara contar o ,ue sa"ia.

B Preciso lhe confessar uma coisa B sussurrou* a!9s um momento de refle2ão.B Ga3land estava indo falar com o !adre 1ichael na,uele dia e ouviu toda a discussãoentre ele e 8oe.

B Foi mesmo> B Fa3e olhou(a es!antada.

B 0escul!e o ,ue vou di&er* mas talve& voc@ este)a sendo dura demais com 8oe6arrison. Se e2istiu outra mulher na vida dele* algo ,ue aconteceu e aca"ou. Todomundo tem o direito de tentar novamente ,uando o !rimeiro amor não dá certo.

B Talve& voc@ tenha ra&ão. Preciso !ensar so"re isso.91

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?n,uanto refletia so"re isso* Fa3e arriscou !ela !rimeira ve& na,uele dia umaolhada !ara 8oe. ?le estava sem camisa* a !ele "ron&eada relu&indo ao sol. Sem a menord4vida era o mais atraente* o mais viril* o mais forte entre todos a,ueles reunidos ali*casados* solteiros ou vi4vos. Seu cor!o másculo destacava(se como se fosse um atletano meio de um gru!o de adolescentes fran&inos.

5aturalmente* Fa3e dei2ou(se hi!noti&ar !ela visão do !eito musculoso* do rosto"onito* e s9 !erce"eu tarde demais ,ue ele !arará o ,ue estava fa&endo tam"m !arao"servá(la.

7orando de re!ente* ela desviou a vista e reiniciou a costura* es!erando ,ue 8oenão notasse seu em"araço.

B oc@ !restou atenção em alguma coisa do ,ue eu disse> B 7lia !erguntou(lhe* ligeiramente e2as!erada. B 6o)e ; noite* ,uando começar o "aile* não caia na"o"agem de recusar o convite dele !ara dançar. Faça um favor a si mesma e !enseseriamente nisso* Fa3e. A vida curta !ara !erdermos tem!o sem algum e de coraçãova&io. 0ei2e ,ue 8oe lhe traga felicidade. % casamento a melhor solução !ara muitascoisas. ? as noites são a melhor !arte B sussurrou com malícia.

Fa3e sorriu* lem"rando(se das ve&es em ,ue se afastara* durante a viagem* !ara,ue 7lia e o marido !udessem desfrutar de alguns momentos de !rivacidade. =uandovoltava a encontrá(los* notava ,ue estavam mais feli&es e "em(humorados* !rontos !araenfrentar as mais duras !rovaç<es com um sorriso nos lá"ios.

0e!ois !ensou nas noites de amor com 8oe. 5enhum outro homem )amais lhe!ro!orcionara tanto !ra&er e felicidade. eviveu suas carícias* a maneira es!ecial como atocava* seus "ei)os ;s ve&es com fogo e !ai2ão* outras suaves e delicados* como umverso de amor.

7om tão "oas recordaç<es !ermitiu(se olhar mais uma ve& !ara 8oe. ?le estava

rindo e divertindo(se com os com!anheiros durante uma "reve interru!ção do tra"alho. A!arentemente não sentia a menor falta dela. Ao contrário* irradiava uma alegriaincomum.

B 0escul!e* 7lia* mas não vou dançar com esse homem nunca maisD B dissecom raiva.

0e !ro!9sito continuou olhando na direção dele* agora com um o")etivo em mente:,ueria ,ue 8oe a encarasse* !ara então virar(lhe o rosto desdenhosamente e revelar o,uanto o des!re&ava.

Para seu desencanto* 8oe voltou a sua tarefa* sem lem"rar ,ue ela e2istia.

 As !aredes estavam de ! e todos se ocu!avam da colocação das tá"uas dotelhado so"re as vigas ,ue formavam a estrutura de sustentação. 5as fendas entre cadatora de madeira* alguns homens !unham uma mistura de argila* "arro e grama ,ue*de!ois de seca* se transformaria na vedação !erfeita contra a chuva e o vento.

B Fa3e* voc@ !arou de costurarD B comentou 7lia* tirando(a do tor!or. B ?stáa"orrecida>

Fa3e olhou em volta e !erce"eu ,ue era a 4nica ,ue estava !arada. As outrasconversavam animadamente* mas sem !arar de tra"alhar.

?m"araçada* retomou a tarefa* agora a!enas fingindo ouvir os comentários alegresda sra.8ohnston* ,ue falava da !r9!ria felicidade de !ossuir um marido dedicado*ami&ades e logo* logo uma casa nova. S9 lhe faltava um filho* mas at esse !ro"lema foracontornado com a a!ro2imação das crianças da escola* ,ue viam nela ,uase a segunda

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da ca"ana* "em no centro da clareira ,ue eles !r9!rios haviam a"erto.

B 0á !ara acreditar ,ue fi&eram a casa inteirinha em um s9 dia> B 7lia malca"ia em si de contente. B ? não linda* Fa3e>

 A ca"ana tinha um as!ecto s9lido e aos olhos da sra. 8ohnston era !erfeita*em"ora as )anelas estivessem !rotegidas !or !ele de gamo* uma ve& ,ue os vidros

encomendados em 5ova %rleans demorariam ainda duas ou tr@s semanas !ara chegar.m!ressionada com o tom orgulhoso da amiga* Fa3e tentou en2ergar a casa nova

como algo maravilhoso* mas tudo o ,ue conseguia ver era uma ca"ana de toras sim!les ehumilde* sem nada de es!etacular ou e2traordinário.

5a realidade* ela estava com!arando* sem !erce"er* a,uela construção r4sticacom a mansão onde nascera e fora criada. ?videntemente não havia !ontos em comumentre uma e outra.

7ontudo* caso viesse a casar(se com 8oe 6arrison* tam"m iria morar num lugarcomo esse* des!rovido de uma srie de confortos. A idia de viver com 8oe estava longede ser intolerável. ? a ca"ana sim!les ,ue ocu!assem não seria a!enas um lugar !o"re e

desconfortável* !or,ue ela estaria ao lado do homem ,ue amava.

% mesmo acontecia com 7lia. ?la e Ga3land formavam um casal !erfeito. A!ro2imidade dos dois era muito mais im!ortante ,ue ,ual,uer "em material.

ista assim* a ca"ana ,ue iriam ocu!ar* !or mais !recária ,ue fosse* era seu lar.

B (ui, maravilhosa B declarou Fa3e* a"raçando a sra. 8ohnston.

 A !oucos metros da casa* em uma !e,uena elevação do terreno* os m4sicoscomeçavam a afinar seus instrumentos. A maior !arte das !essoas reunia(se ao redor dafogueira* es!erando o início da dança.

8oe circulava !erfeitamente ; vontade entre os colonos* fa&endo comentários so"reo dia de tra"alho* dirigindo um elogio a uma ou outra mulher !ela e2cel@ncia da comida eacercando(se de uma rodinha de homens !ara contar e escutar !iadas.

0e!ois de ter se "anhado no rio* ele sentia(se "em e revigorado. Fora um dia detra"alho árduo* mas nada a ,ue não estivesse ha"ituado. Por isso* não estava cansado eantevia com !ra&er a festa ,ue estava !or começar.

=uando Fa3e !erce"eu ,ue ele se virava !ara olhá(la* sentiu uma s4"ita fra,ue&anas !ernas.

árias ve&es durante a,uele dia* ela concluíra ,ue o melhor a fa&er erasim!lesmente ignorá(lo. 5o entanto* cada ve& ,ue seus olhares se encontravam*

es,uecia !or com!leto a decisão tomada e ficava !restes a !erder o controle.B Lem"re(se do ,ue eu disse B 7lia murmurou(lhe ao ouvido* !erce"endo o ,ue

se !assava entre os dois. B A vida curta. 5ão dei2e ,ue um orgulho tolo se colo,ueentre voc@ e seu homem. á falar com ele. AgoraD

 A mensagem dos olhos de 8oe era clara: ele a dese)ava* ,ueria a recon(ciliação.+astaria um !e,ueno gesto de encora)amento e a "riga estaria aca"ada.

Fa3e tam"m dese)ava encerrar logo a,uela situação. +em no fundo sa"ia datolice de se tratarem com ris!ide& ,uando nutriam um amor !rofundo um !elo outro. Ateimosia* !orm* a im!edia de dar o !rimeiro !asso.

B 5ão !osso B disse com vo& tr@mula en,uanto dava as costas a 8oe B*sim!lesmente não !osso.

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7lia tocou(lhe o rosto carinhosamente.

B +em* talve& ainda não. =uem sa"e mais tarde> A noite vai ser longa. Pelo ,ueme contaram* o costume a,ui dançar at o nascer do sol.

B A festa vai at de manhã>

 A sra. 8ohnston confirmou* fingindo não !erce"er o ar frustrado de Fa3e.

B amos dançar a noite inteira B re!etiu* com um sorriso c4m!lice !ara Ga3land.B ? agora* ,ue tal nos )untarmos ao resto das !essoas>

B ?stá "em* vamos.

Fa3e dei2ou(se condu&ir* mais desanimada do ,ue nunca. ?stava !revendo umanoite torturante* !rinci!almente se 8oe insistisse em tirá(la !ara dançar.

B oc@ vai dançar* não vai* Fa3e> B Ga3land !erguntou en,uanto a"raçava aes!osa !ela cintura. Seu rosto afogueado era todo alegria e entusiasmo. B 0a,ui a!ouco o "an)o e o violino vão incendiar a festa. Aí eu ,uero ver voc@ resistir.

Fa3e sa"ia ,ue* de!ois de entrar na ,uadrilha* seria inevitável encontrar 8oealgumas ve&es* mesmo não formando !ar !rinci!al* uma situação ,ue ela ,ueria evitarcustasse o ,ue custasse. Assim* !Es a mão na testa e fe& uma careta de dor.

B Talve& mais tarde B disse com vo& cansada. B ?uC "em* não estou mesentindo dis!osta agora.

7lia e o marido fingiram acreditar na,uela descul!a a!enas !ara não contrariá(la.Tam!ouco a criticaram ,uando ela !ediu licença e se afastou deles* indo !ara um lugarna !enum"ra* longe do clarão da fogueira.

 Ao !rimeiro aviso do !u2ador da ,uadrilha* a maioria dos !resentes "uscou seus!ares e se !osicionou em fileiras* es!erando ansiosa !ela !arte mais agradável da,uele

dia de confraterni&ação.=uando a m4sica começou* Fa3e logo deu ra&ão a Ga3land: !Es(se a acom!anhar

o ritmo com o !* morrendo de vontade de !artici!ar.

Porm* assim ,ue avistou 8oe e identificou seu ar de felicidade* !erdeu toda aalegria. ?le se entregava de cor!o e alma aos volteios da ,uadrilha* tomava suas!arceiras nos "raços* trocava sorrisos com as mais "onitas* !arecia oferecer(se a cadauma delas.

Pouco a !ouco o ci4me foi crescendo dentro do !eito de Fa3e. 0e nada adiantavadi&er a si mesma ,ue todos os outros dançarinos agiam igual* ,ue a,uilo fa&ia !arte do

ritual da dança. A,uele homem era seu* ele não tinha o direito de corte)ar as outras.Seu ci4me chegou a tal !onto ,ue se viu !restes a entrar na ,uadrilha e arrancá(lo

dos "raços da moça ,ue !arecia enfeitiçada !elo charme de 8oe.

1ais uma ve&* !orm* o orgulho e o "om senso não !ermitiram ,ue ela armasseuma cena. ?m ve& de entrar na roda* saiu em sentido contrário* afastando(se da fogueirae em"renhando(se na escuridão da mata.

PEs(se a correr como se estivesse fugindo de uma fera. S9 !arou ,uando sentiu,ue lhe faltava o fElego. ?stava em uma !e,uena clareira rodeada de carvalhos. Ali a lu&das chamas não chegava e a !ouca claridade vinha do lugar ,ue se filtrava entre asco!as das árvores.

B Fa3e* es!ereD

 Assim ,ue reconheceu a vo& de 8oe* ela retomou a corrida* em"ora estivesse96

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e2austa. Foi um esforço in4til* !ois alguns !assos de!ois tro!eçou em uma rai& e caiu nochão. Por sorte a terra ali era fofa e co"erta de folhas* s9 !or isso não se machucou.

8oe a"raçou(a antes ,ue tivesse tem!o de se levantar. Sem nada di&er* a)udou(a aficar de !. ? continuou em sil@ncio en,uanto ela lim!ava o vestido com as mãos.

B % ,ue veio fa&er a,ui> B A vo& de Fa3e* a!esar de tr@mula* estava carregada

de ironia. B oc@ estava se divertindo "astante na festa. Por ,ue !arou> Se a causa fuieu* está !erdendo seu tem!o. 5ão faço a menor ,uestão de dançar com voc@. Aliás* hámuitas mocinhas na festa morrendo de vontade de se entreter com voc@. ? at algumascasadas* se "em ,ue eu não entendo !or ,u@.

rritado com o grace)o* 8oe não res!ondeu de imediato* es!erando a raiva !assar.

B 5ão vim atrás de voc@ !ara convidá(la !ara dançar. Podemos fa&er coisas muitomelhores agora ,ue estamos a s9s. =ue droga* Fa3e* cheguei a !ensar ,ue nunca maisconseguiríamos ficar so&inhosD B ?le a!oiou as mãos em seus om"ros a!ertando(os deleve.

B 5ão temos mais nada a di&er um ao outro. ?* agora* ,uer fa&er o favor de me

soltar> ?u estava dando um !asseio !elo "os,ue e não dese)o nenhuma com!anhia.?s!ecialmente a sua.

B Pare com essa conversa "o"a. oc@ não estava !asseando coisa nenhu(ma.Saiu de lá correndo sem olhar !ara onde ia. 0o ,ue estava fugindo> 0e seus sentimentos!or mim> %u de meu !edido de descul!as> Fa3e* eu !eço descul!as. Por tudo. Sintomuito ter mentido !ara voc@. ?u devia ter lhe conta(do a res!eito de Hathr3n há muitotem!o* mas ainda estava magoado e d@s(confiado. Agora sei ,ue foi "o"agem minha*mas tive medo de !erder voc@.

?le sacudiu(a de leve* ansioso.

B oc@ me ouviu> ?stou !edindo descul!as. =uero amar voc@ !ara sem!re. 0iga,ue tam"m me ,uer. Por favor* diga ,ue simD

Seu tom de vo& começara furioso e terminara numa s4!lica a!ai2onada. ?* ;medida ,ue ocorria essa transformação* ele fora a!ro2imando o rosto do de Fa3e* at ,ueafinal roçou os lá"ios nos dela.

 A res!osta a tudo o ,ue ele !erguntara veio da forma mais ines!erada e ao mesmotem!o mais ansiada: um "ei)o ardente* demorado* !lenamente corres!ondido.

8oe a a"raçava com força e desli&ava as mãos !or suas costas* re!rimindo avontade de arrancar(lhe o vestido !ara sentir na !onta dos dedos a te2tura de sua !elemacia.

+ei)ou(lhe a testa* a !onta do nari&* os olhos* como se a,uela semana em ,ueestiveram distantes um do outro tivesse multi!licado !or cem seu dese)o de tocá(la. ? oardor com ,ue Fa3e retri"uía cada carícia lhe dava a certe&a de ,ue seus sentimentos !orele continuavam intactos a!esar da viol@ncia da 4ltima fuga.

B Fa3e B ele sussurrou entre um "ei)o e outro. B amos esclarecer tudo agora.=uanto a Hathr3nC

B Por favor* não fale mais nessa mulherC

B Prometo ,ue será a 4ltima ve& ,ue !ronuncio o nome dela. S9 gostaria ,uevoc@ sou"esse ,ue eu ,ueimei a,uele vestido de noiva. =ual,uer coisa ,ue ela tenhasignificado !ara mim um dia aca"ou* está es,uecido. s9 voc@ ,ue eu amo. Se acreditaem mim e tam"m me ama* então aceitará meu !edido de casamento. Por,ue eu ,uero

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me casar com voc@ o mais rá!ido !ossível.

B oc@ ,ueimou o vestido>D B Fa3e estava es!antada.

B ?2atamente.

B ? está me !edindo em casamento>

B Foi isso mesmo o ,ue eu disse.Fa3e !endurou(se no !escoço de 8oe e co"riu(o de "ei)os. ?le ergueu(a nos

"raços e seguiu at o centro da clareira* onde a relva era alta. 0eitou(a suavemente* masteve o cuidado de tirar o !r9!rio casaco de couro* !ara usar como colchão assim ,ue ades!isse.

B claro ,u@ eu aceito me casar com voc@ B disse Fa3e de re!ente B* mas háum !ro"lema: vamos !recisar de um !adre. ?* at onde eu sei* o 4nico ,ue e2iste nestaregião 1ichael.

B 7hamaremos algum outro. Pode ser ,ue leve algum tem!o* mas assim ,uefaremos. 6á muitos ressentimentos acumulados entre mim e seu irmão. B ?n,uanto

falava* 8oe ia a"rindo um a um os "ot<es do vestido.B Agora eu com!reendo isso. ?u ,ueria tanto ,ue 1ichael nos casasse* mas sei

,ue im!ossível.

=uando tirou seu vestido* ele ergueu(a novamente nos "raços !ara de!ositá(laso"re o casaco. 5ão ,ueria correr o risco de machucá(la.

B Para mim* um verdadeiro milagre ,ue voc@ tenha finalmente aceitado se casarcomigo. 1as não acredito ,ue aconteça outro milagre com seu irmão. Agora eu sei !or,ue voc@ tão teimosa. Tem o mesmo tem!eramento de 1ichael.

Fa3e ia retrucar* !orm 8oe silenciou(a com um "ei)o.

 A !artir da,uele instante* e durante ,uase uma hora* acariciou(a de todas asmaneiras !ossíveis* e2!lorando seus !ontos vulneráveis* e2citando(a at ela lhe su!licar,ue a !ossuísse. Foi um ato de amor !erfeito* em ,ue os dois chegaram simultaneamenteao clíma2* como ocorria desde a !rimeira ve&.

B ?u tinha alcançado meu limite B 8oe murmurou algum tem!o de!ois. B 8á nãoag/entava ficar longe de voc@. 1eu amor* não vamos mais !erder tem!o com "rigas e"o"agens. Amanhã mesmo vou mandar uma mensagem !edindo um !adre !ara vir noscasar. At lá* eu lhe im!loro ,ue não !ermita ,ue mais nada se colo,ue entre n9s dois.oc@ sa"e ,ue seu irmão usará de todos os meios !ara indis!E(la contra mim.

Fa3e sorriu en,uanto desenhava o contorno dos lá"ios dele com a !onta do dedo.B ?le !ode tentar* mas não vai conseguir. Agora me diga uma coisa seriamente:

não e2iste um meio de voc@ e ele acertarem suas diferenças> Afinal* os dois dese)am amesma coisa* !a& e )ustiça. Por ,ue não chegam a um entendimento>

?le deu um longo sus!iro.

B ?n,uanto 1ichael continuar usando sua influ@ncia em favor dos vigi(lantes* nãohá muito ,ue eu !ossa di&er. ?le tomou essa !osição há muito tem!o e não vai modificá(la facilmente. verdade ,ue n9s dois ,ueremos a mesma coisa* uma comunidade ondese !ossa tra"alhar em !a& e alcançar a felicidade. ?u at entendo !or ,ue ele age desse )eito. 1as o ,ue está em )ogo são !rincí!ios. ?m minha o!inião* mesmo ,ue os vigilantes

consigam e2terminar os "andidos* continuaremos a viver em uma terra de ningum ondeim!era a!enas a lei do mais forte.

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B ?ntão voc@ não v@ a menor !ossi"ilidade de 1ichael mudar de o!inião e fa&eras !a&es>

B 7onheço o !adre há muitos anos. ?le tão turrão ,uanto "ondoso. 5ão sei denenhum argumento ,ue o faça mudar* mesmo !or,ue )á tentei todos. 1as* seacontecesse algo graveC

B 7omo assim> % ,ue voc@ ,uer di&er com isso>B Se ocorrer algum acidente !erigoso* como os "andidos transformarem o !adre

em alvo de sua vingançaC

B 1eu irmão afirmou ,ue a missão era o lugar mais seguro da regiãoD

B ealmente* at ho)e não aconteceu nada. 1as a !regação de 1ichael )á setornou !4"lica demais !ara ,ue !ersista ,ual,uer d4vida ,uanto a seu com!rometimentocom os vigilantes. ? há !ouco tem!o eles ca!turaram e enforcaram o "raço direito dolíder da ,uadrilha. sso me fa& !ensar ,ue a missão "em !oderia vir a ser o !r92imo alvode seus ata,ues.

B ?ntão acredita ,ue e2iste !erigo de verdade> ? sua !osição> oc@ tam"menfrenta os fora(da(lei a"ertamente. 5a semana !assada voc@ e +art ca!turaram doisdeles. sso não !<e voc@ em risco tam"m>

8oe !u2ou(a !ara si e a envolveu num a"raço !rotetor.

B 5ão se !reocu!e comigo. ?stou acostumado a enfrentar situaç<es !eri(gosas.?* ,uando se trata de meia d4&ia de malfeitoresC "em* voc@ mesma constatou ho)e ,ueeu sei atirar direitinho B "rincou.

B %h* 8oe* tenho tanto medoD Se acontecesse alguma coisa com voc@* eu seriaca!a& de morrerD

B =uerida* fi,ue sossegada !or,ue eu sei me cuidar. Para os "andidos seriamuito mais difícil me !egar do ,ue ameaçar o !adre e sua missão des!rotegida. ?les!odem achar ,ue* eliminando seu irmão* estariam desferindo um gol!e mortal nosvigilantes. 1as com voc@ ,ue eu me !reocu!o mais. Por isso ,uero ,ue !rometa ficaratenta e me avisar imediatamente se !erce"er ,ual,uer sinal de ameaça !ara a missão.

B Prometo* 8oe. Pode contar comigoD

B ?u !referiria morrer antes ,ue algo ruim acontecesse com voc@ B confessou8oe* !ara em seguida "ei)á(la como ,uem sela um !acto e um )uramento !ara todo osem!re.

Cap%tulo (&( Cap%tulo (&( 

5a noite seguinte* solitária no ,uarto* Fa3e lamentava ,ue o desentendimentoentre 8oe e 1ichael fosse tão !rofundo. Se eles !udessem chegar a um acordo* ocasamento seria anteci!ado e ela )á não teria de su!ortar a solidãoC

-ma agitação no !átio da casa interrom!eu seus !ensamentos. Parecia ruído decascos de cavalos a!ro2imando(se a !assos lentos. ?la foi at a )anela e afastou

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cuidadosamente a cortina* es!iando !ara fora com olhos atentos.

 A lua crescente* escondida atrás de nuvens densas* a!enas lhe !ermitiu discerniralguns vultos som"rios ,ue desmontavam de seus cavalos e entravam a!ressadamentena casa !aro,uial.

0e imediato* ela fechou a cortina e recuou alguns !assos* com medo de ser vista.

 A!ressada* !egou o 2ale e colocou(o so"re os om"ros en,uanto tentava ignorar o arre!io,ue !ercorria sua es!inha. A cena ,ue vira lá em"ai2o era no mínimo inusitada. 0esde,ue morava na missão* nunca ocorrera a!arecerem visitantes no meio da noite.

Suas mãos tremiam ,uando ela girou devagarinho a maçaneta da !orta* a"rindo(ao suficiente !ara !assar. % coração !arecia ,uerer saltar do !eito ; medida ,ue avançava! ante ! !elo corredor estreito* at chegar ao to!o da escada. Parou !or algunssegundos* mal ousando res!irar* os ouvidos alertas.

0o trreo vinha o som a"afado de vo&es atrás de uma !orta fechada. % gru!o dehomens entrara no ga"inete de 1ichael e a!arentemente não estava usando de viol@ncia.

1esmo assim* Fa3e e2!erimentou a terrível sensação de ,ue algo sus!eito estava

sendo tramado e decidiu sair ; !rocura de 8oe !ara !reveni(lo. Talve& os visitantesestivessem ameaçando o !adre.

7om cuidado !ara não fa&er ruído* retornou ;s !ressas !ara o ,uarto. Se Ga3landnão tivesse se mudado !ara a casa nova* a situação seria "em mais sim!les: "astariaseguir mais algumas !oucas !ortas ao longo do corredor e !edir sua a)uda. nfeli&mente*!orm* a ca"ana dos 8ohnston ficava mais afastada da missão do ,ue a casa de 8oe.

 Assim ,ue entrou no ,uarto* !egou uma saia grossa de montaria e uma "lusa demangas com!ridas. ?videntemente não haveria tem!o !ara atrelar um cavalo ; charrete*nem !oderia correr o risco de !assar !elos !ort<es com toda a "arulheira do veículo.Precisava usar o má2imo de cautela.

 Alm de não sa"er ao certo o ,ue se !assava* se 1ichael desco"risse ,ue elasaíra no meio da noite ; !rocura de 8oe* seria at ca!a& de e2!ulsá(la da missão.

8á vestida com o tra)e de montaria* dei2ou o ,uarto com o mesmo cuidado edesceu os dois lances de escadas evitando uma ou outra tá"ua ,ue rangiam. Lá em"ai2o*esgueirou(se em direção ; co&inha e saiu !ela !orta dos fundos.

 As nuvens ocultavam a lua !or com!leto* e o !átio estava envolto !ela escuridão.?la segurou o lam!ião com a chama regulada no mínimo e correu !ara os está"ulos.

Lá dentro* fechou a !orta e !endurou o lam!ião num gancho da !arede. ?scolheuo !rimeiro animal ,ue viu a sua frente* uma gua d9cil e )ovem. 7om a !rática ad,uiridanas 4ltimas semanas* colocou(lhe a sela e os arreios ra!idamente. ?ntão calçou um !arde luvas de couro e acariciou o !escoço do animal. ?stava !ronta !ara !artir.

Pegou a gua !elos arreios e saiu furtivamente do está("ulo* atravessando o !átio!elas !assagens mais !rotegidas do luar. 8amais a missão lhe !arecera tão grande. Seos homens saíssem da casa !aro,uial na hora em ,ue cru&ava a área a"erta* estaria!erdida. ?ntretanto* alcançou o muro e2terno sem !ro"lemas e !Ede margeá(lo atchegar aos !ort<es.

7ontinuou a ! at sentir ,ue alcançara uma "oa distncia entre ela e a entrada damissão. ?ntão* res!irando fundo* montou no animal e rumou !ara a trilha ,ue fi&era maisde uma semana antes.

Tudo correra "em at a,uele momento* !orm um mau !resságio continuava ao!rimir seu !eito. % ,ue aconteceria caso se !erdesse> % caminho ,ue seguira com

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facilidade na,uela manhã !arecia com!letamente estranho na escuridão da noite.5a,uele trecho da floresta a vegetação era es!essa e traiçoeira* re!leta de árvores"ai2as e ar"ustos* falsas trilhas ,ue terminavam em la"irintos de !lantas rasteiras ees!inheiros. % vento assoviava l4gu"re entre os carvalhos e* a,ui e ali* ouvia(se o !iosoturno da coru)a.

Fa3e mantinha a gua em galo!e constante* com medo de diminuir a marcha eainda segura de não se ter afastado da trilha.

0e re!ente* !orm* confirmando seus !iores temores* um denso nevoeiro surgiu ;frente e envolveu(a totalmente. ?m meio ; "ruma som"ria* !erdeu o senso de direção enão sou"e mais !ara ,ual lado seguir. 7om!reendeu ,ue se desviara do caminho aosentir a saia ser re!u2ada !or um emaranhado de sarças en,uanto um odor almiscaradoe desagradável invadia suas narinas.

% terreno acidentado forçou o animal a trocar o galo!e !or um trote irregular.

% !nico começou a dominá(la* ,uando a gua diminuiu a velocidade a !onto de,uase !arar. ?ra visível seu esforço !ara erguer as !atas e avançar. ?stava entrando em

um atoleiro. Agarrada ; sela* Fa3e levantou a ca"eça e tentou en2ergar atravs do nevoeiro.

Lem"ranças de hist9rias assustadoras vieram a sua mente. %s !ntanos da região!ossuíam uma su!erfície rasa de água ,ue enco"ria lamaçais de !rofundidadedesconhecida.

Segundo os moradores mais antigos da missão* alguns deles* a!esar da a!ar@nciainofensiva* !odiam fa&er desa!arecer um cavalo em suas entranhas de lama. Ms ve&es*com sorte* as !atas do animal encontravam uma "ase de raí&es grossas entrelaçadasonde se firmavam* !odendo esca!ar com segurança.

Parecia não ser o caso na,uele momento. A gua soltou um relincho agudo esacudiu a crina ,uando uma das !atas dianteiras afundou at o )oelho* dese,uili"rando(a.

Fa3e deu um grito ao ser )ogada !ara fora da sela e dei2ou esca!ar um gemidoa"afado ao sentir o im!acto da ,ueda.

Passada a tonteira causada !elo tom"o* !erce"eu com alívio ,ue caíra ; "eira dolamaçal* estando em solo firme. 5o entanto* sentia(se dolorida e mal conseguia res!irar.Por isso !ermaneceu no chão* a!enas erguendo o tronco e se a!oiando so"re o cotovelo.

 A gua "ufava e relinchava en,uanto tentava inutilmente safar(se do atoleiro. Seusmovimentos agoniados eram cada ve& mais frenticos* como se ela !ressentisse odestino ,ue a es!erava.

-m !ouco mais recu!erada do susto e da !ancada* Fa3e levantou(se comdificuldade e avançou cautelosamente !ela ne"lina* tomando cuidado !ara não !isar na!arte fofa do terreno.

Finalmente* de!ois de e2!erimentar a !avorosa sensação de estar num vácuonegro* a!al!ou com as mãos enluvadas o !escoço da gua. 0esli&ou os dedos at tocaruma das !atas dianteiras. 7onfirmou suas sus!eitas* o osso estava !artido. Sentiu osolhos se encherem de lágrimas e um gosto amargo su"ir(lhe !ela garganta.

B Sinto muito B disse* tocando o !escoço do animal. B ?u não ,ueria ,ue issoacontecesse. ?u não ,ueriaC B soluçou* desam!arada.

Teve de afastar(se imediatamente da gua ao ouvir um "or"ulhar no !ntano. Ranimal agitou(se outra ve& e !areceu afundar um !ouco mais.

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B Preciso dei2ar voc@ so&inha agora B Fa3e murmurou com vo& entrecortada. BTenho de encontrar um )eito de sair da,ui. 0e!ois vou mandar algum a,ui !araC !araC

-m soluço a im!ediu de com!letar a frase. Pouco lhe restava fa&er* salvo !edir ,uealgum fosse at ali !ara !Er um fim ao sofrimento da !o"re gua. Sacrificá(la era a 4nicasaída* !or mais doloroso ,ue !udesse !arecer.

0e!ois de en2ugar os olhos com as costas da mão* voltou(se na direção contrária; da gua. ?2!erimentando com a !onta da "ota cada !almo de terreno antes de arriscarum !asso* afastou(se !ouco a !ouco do local do acidente* em"ora ainda não fi&esse amenor idia de onde se encontrava. % 4nico consolo era ,ue a terra !arecia cada ve&mais firme so" seus !s.

% nevoeiro continuava intenso a seu redor e algo lhe di&ia ,ue estava caminhandoem círculos. Para ,ual,uer lado ,ue se virasse encontrava a mesma !aisagem "rumosa*onde cada árvore e ar"usto !arecia flutuar como um sinistro fantasma. -m suor frio"anhava(lhe o cor!o toda ve& ,ue tro!eçava na vegetação rasteira* e sentia os es!inhos!renderem(lhe a rou!a e arranharem sua !ele.

7ontudo* ainda não !erdera a es!erança de reencontrar suas !egadas eacom!anhá(las !ara fora da ne"lina. 0e!ois disso* seria mais fácil desco"rir em ,ue!onto a"andonara a trilha e então !egar o caminho certo at a ca"ana de 8oe.

%fegante* andou a esmo !or algum tem!o tentanto ignorar as !ontadas de dor ,uesentia na altura do fígado. % !ntano nevoento !arecia interminável. 7omeçava a res!irarcom dificuldade tanto !or causa do cansaço ,uanto !elo odor desagradável ,ue !airavano ar.

0e ,uando em ,uando ela !arava e* totalmente im9vel* !rocurava ouvir algumruído ,ue sinali&asse a !resença de uma casa ou de algum rondando !elas imediaç<es.?m nenhuma ocasião escutou mais ,ue o silvo do vento ou o farfalhar contínuo da

vegetação.etomou a marcha sem desanimar* di&endo a si mesma ,ue estaria !erdida a

!artir do momento em ,ue se entregasse ao deses!ero. Pouco im!ortava se tinha as!ernas e os "raços arranhados* !ouco im!ortava se mal conseguia manter(se de !. Achama da es!erança ardia em seu !eito* isso sim im!ortava.

1omentos de!ois* ,uando )á !erdera a noção do tem!o e sentia(se !restes adesmaiar* teve a nítida im!ressão de ouvir o trote de um cavalo.

Fa3e !rendeu a res!iração e ficou im9vel* temendo estar sendo vítima de umdelírio. Porm o ruído !ersistia e a!arentemente vinha de um lugar "em !r92imo. ?ramais de um cavalo* talve& dois ou tr@s. Tam"m havia vo&esC

B  A =aidel SocorroD B Fa3e gritou a !lenos !ulm<es. B Algum* !or favor* mea)udeD ?u estou a,ui.

8oe !u2ou os arreios com um gesto "rusco* fa&endo o cavalo !arar imediatamente.Levantou(se na sela* a!urando os ouvidos e vasculhando os arredores com o olhar. Afloresta estava escura e ,uieta. A lua !ermanecia escondida atrás das nuvens.

B %uviu alguma coisa* +art> B !erguntou "ai2inho ao com!anheiro. Tive aim!ressão de ouvir o grito de uma mulher.

5a,uele e2ato momento um novo !edido de socorro ,ue"rou a ,uietude da noite.8oe em!alideceu ao reconhecer a vo&.

B Fa3eD B disse* es!oreando o cavalo na direção do grito. B % ,ue dia"os elaestá fa&endo a,ui a esta hora da noite>

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um fim a seu sofrimento. 0e!ois vá !ara o forte. =uando Fa3e estiver melhor* tam"m irei!ara lá. ?la ficará em casa at o !erigo !assar.

B oc@ ,uem manda. B +art deu meia(volta e su"iu de novo na sela. B ?stouindo atrás da gua* madame. ?la caiu num atoleiro fundo>

Fa3e assentiu com um movimento de ca"eça.

B ?ntão )á sei onde deve estar B disse* es!oreando o animal e sumindo nonevoeiro.

8oe a)udou Fa3e a su"ir em seu cavalo* de!ois montou tam"m. Posicionou(seatrás dela e segurou os arreios com os "raços a sua volta. 0evagar e com mais cuidadodo ,ue ao entrar ali* condu&iu a montaria !ara fora do !ntano nevoento.

B Por favor* não diga ,ue eu agi como uma tola vindo so&inha at a,ui B Fa3e!ediu* mais calma. B ?u estava !reocu!ada com 1ichaelC

B Sim* claro* mas eu sa"ia ,ue seu irmão ia met@(la em a!uros de uma maneiraou de outra.

 Assim ,ue saíram do nevoeiro* foram envolvidos !elo clarão da lua ,uedes!ontava de trás de uma nuvem.

B % ,ue aconteceu esta noite* Fa3e* não vai mais se re!etir B disse 8oe comfirme&a. B Amanhã vamos !rocurar 1ichael e ele vai ter de nos casar* nem ,ue eu!recise a!ontar uma arma !ara seu !eito. 5ão !retendo dei2á(la so" os cuidados dele !ornem mais uma noiteD

B oc@ vai ameaçá(lo com um rev9lver>

B 5ão* s9 um modo de falar. B ?le riu.

B Ah* "omD

B 1as ,ue ele vai ter de nos casar* isso vaiD

Fa3e começava a sorrir ,uando o estam!ido de um tiro ,ue"rou o sil@ncio da noite.Seus olhos ficaram 4midos de lágrimas ao se lem"rar do sofrimento da gua ,ue aca"arade ser sacrificada.

Cap%tulo (( Cap%tulo (( 

Fa3e ainda tremia de frio e medo a!esar de agasalhada com o co"ertor em frente ;lareira acesa e de estar "e"ericando o caf ,uente ,ue 8oe lhe servira.

B 0a,ui a !ouco voc@ estará "em B 8oe tentou animá(la en,uanto a)ustava ocinturão de "alas. B %s "andidos não !lane)am !assar !or estes lados ho)e ; noite.Tenho informaç<es seguras so"re isso.

B ? 1ichael* está correndo !erigo> B Fa3e de!ositou a caneca de caf na

mesinha ao lado. B Se os "andidos tiverem seguido os vigilantes at a missão* todomundo lá estará ameaçado.

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8oe a!ro2imou(se da cadeira onde ela estava e afagou seus ca"elos negros* ainda4midos e em"araçados.

B % !adre está fora de !erigo* !elo menos esta noite. %s vigilantes ,ue!recisam tomar cuidado* !ois devem ter desco"erto os !lanos dos "andidos* do mesmomodo ,ue +art. S9 es!ero ,ue a cavalaria consiga !egar os criminosos !rimeiro.

?le !egou o rifle* conferiu se estava carregado* de!ois colocou(o so"re a mesa.B A segurança de seu irmão vai de!ender de os vigilantes não se meterem em

encrencas ho)e. 1as devo acrescentar ,ue* se eles interferirem com a lei* o !adre terácom ,ue se !reocu!ar. Todo mundo sa"e ,ue ele recruta gente !ara o comit@. 1ais cedoou mais tarde os "andidos vão ,uerer a)ustar contas com ele.

Fa3e levantou(se com esforço e mal conseguiu manter(se de !.

B melhor eu voltar !ara a missãoC ou falar com 1ichael. ?le !recisa entenderos riscos.

Para sua !r9!ria sur!resa* os efeitos da corrida cega !elo !ntano se fi&eram

sentir imediatamente. Seus )oelhos fra,ue)aram e ela s9 não caiu ao chão !or,ueam!arou(se a tem!o no encosto da cadeira.

8oe correu !ara a)udá(la. Perce"eu a gravidade de seu estado e* em ve& de sentá(la* carregou(a !ara a cama.

B oc@ não vai a lugar nenhum B disse com firme&a. B 1esmo ,ue estivessecom seu cavalo* não !oderia montar. Portanto* vai ficar ,uietinha a,ui na cama* está"em>

B ? se tentarem matar 1ichael> B ela argumentou* ,uase sem forças.

B =uerida* seu irmão tudo* menos tolo. ?le sa"e muito "em em ,ue está metido

e garanto ,ue !esou cada uma das conse,/@ncias. Sua !resença lá !erfeitamentedis!ensável. oc@ não !ode fa&er nada. 5ingum !ode. % !adre tomou uma decisão enão há como interferir.

Fa3e acomodou(se so"re o colchão e !u2ou as co"ertas at o ,uei2o. Sentia(see2austa e dolorida. A macie& da cama era como um "álsamo !ara seu cor!o.

B ?stou tão cansadaC B murmurou en,uanto fechava os olhos. B %h* 8oe* anoite ainda nem terminou e tudo tem sido tão horrívelC

?le sentou(se a seu lado* afagando(lhe o rosto. Fa3e !arecia tão indefesa* tãofrágil ,ue !or !ouco não es,ueceu os com!romissos ,ue o es!eravam* !ara ficar ali!rotegendo(a contra todos os !erigos.

B 0escanse* meu amor B sussurrou curvando(se !ara "ei)á(la ternamente naface. B ?s!ero voltar logo. Lem"ra(se do ,ue !lane)amos !ara amanhã> amos at amissão e 1ichael vai nos casar ,uer ,ueira* ,uer nãoD

Fa3e gostaria de com!artilhar da,uela determinação* !orm tinha certe&a de ,ue oirmão não se do"raria tão facilmente. As coisas não eram sim!les como 8oe imaginava.

B Por favor* tome cuidado* 8oe. olte inteiro !ara mim B com!letou* es"oçandoum sorriso.

B =uanto a isso* fi,ue sossegada. B ?le riu. B Agora tente dormir. =uando voc@des!ertar* )á terei resolvido todos os !ro"lemas e estarei a,ui a seu lado.

?m uma fração de segundo Fa3e caía num sono !esado.

8oe levantou(se devagarinho* foi at a sala !egar o rifle e dei2ou(o ao ! da cama.105

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 )unto ; margem.

% im!acto na água foi violento e ele afundou ra!idamente. A !ressão nos ouvidosaumentou at ,uase o limite do su!ortável. 7ontudo* o cho,ue causado !ela água fria oreanimou. Seus !s finalmente tocaram o fundo e ele deu um im!ulso !ara cima. %s!ulm<es ardiam como "rasa e a sensação era de ,ue seu cor!o iria e2!lodir a ,ual,uermomento.

=uando alcançou a su!erfície* as!irou o ar 4mido como um "álsamo salvador. Afastou os ca"elos da testa e sentiu os olhos arderem. 5os !rimeiros instantes nãoconseguiu en2ergar nada. ?stava desorientado* mal sa"ia de ,ue lado viera.

Logo* !orm* tudo ficou claro a seu redor. Foi ,uando avistou* a !oucos metros deonde estava* sua montaria ensang/entada so"re a sali@ncia de um rochedo. A visão!rovocou(lhe um !rofundo mal(estar. ?ra como ter !erdido um grande amigo. A gua oacom!anhava havia anos e várias ve&es salvara sua vida. A,ueles "andoleiros iam !agarcaroD* disse a si mesmo* tr@mulo de 9dio.

1antendo a!enas a ca"eça fora da água* arriscou um olhar !ara o alto do

!enhasco. Lá estavam seus !erseguidores* mais de meia d4&ia de vultos montados emseus cavalos* figuras tene"rosas recortadas contra o cu enluarado. 5ão se !reocu!ouem esconder(se !or dois motivos: eles não se arriscariam a !ular !ara o rio e dali de cima )amais lhe acertariam um tiro.

1ais tran,/ilo* res!irou fundo e mergulhou* nadando su"merso na água at a outramargem.

 Agarrando(se ao ca!im alto ,ue crescia )unto ; ri"anceira* içou(se com esforço!ara fora do rio. Sem fElego* encharcado* com frio at os ossos* deitou(se de costas naareia 4mida* dis!osto a descansar e recu!erar as forças. 7ertamente estaria emsegurança !or tem!o suficiente !ara reco"rar(se.

7ontudo* um relincho a"afado* vindo não sa"ia de onde* o"rigou(o a ficar alerta.5uma ágil com"inação de movimentos* a)oelhou(se e sacou um dos rev9lveres. Girando aca"eça lentamente* e2aminou os arredores* atento ; menor agitação. % animal e seu!rovável cavaleiro deviam estar !or !erto.

Tão silenciosamente ,ue !odia ouvir as "atidas do !r9!rio coração* ficou de ! eescondeu(se atrás de um ar"usto.

%s ruídos haviam cessado e não se via nenhum cavalo. A terra 4mida* "rilhanteso" o luar* chamou sua atenção. A"ai2ou(se mais uma ve&* !ara estudar a "arranca dorio* toda !antilhada !or marcas de cascos.

?scutou o estalo de um galho e logo o som característico de !atas afundando no"arro. 5o minuto seguinte* avistou a !ouco mais de cinco metros os vultos de várioscavalos avançando !acificamente !ara matar a sede no rio. ?le sus!irou e guardou orev9lver no coldre de!ois de desco"rir ,ue nenhum dos animais estava montado.

8oe cocou a ca"eça* intrigado. S9 havia uma e2!licação !ara a !resença de tantoscavalos ali.

Para confirmar o ,ue sus!eitava* seguiu !ela "eira do rio at encontrar uma cerca.Pronto* o mistrio estava resolvido: os "andidos tinham construído um "elo curral !ara osanimais rou"ados* utili&ando o rio como um dos lados. ? tudo levava a crer ,ue o n4merode cavalos ali iria aumentar "astante* caso tivessem @2ito nos assaltos !lane)ados !ara

a,uela noite.0e!ois de considerar a situação durante alguns segundos* ele refe& o caminho de

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volta !ela margem at* o local onde tentara descansar. ários animais "e"iam água norio* desa!erce"idos de ,ue estavam sendo o"servados.

0e re!ente* um som agudo chegou aos ouvidos de 8oe. Pr92imo dali algumassoviava uma velha canção.

5ovamente ele tirou o rev9lver do coldre* inseguro ,uanto a sua utilidade molhado

como estava. 5o entanto* ao sentir o cano de uma arma enfiado em suas costelas* ,uemiria !erguntar se a,uilo funcionava> A"ai2ado* moveu(se com cuidado so" os galhos!endentes dos salgueiros e carvalhos.

 A!ertando os olhos* !erscrutou a !enum"ra at locali&ar o "andido sentado )untoao tronco de uma árvore* fumando um charuto e "e"endo uís,ue direto da garrafa.

Pisando leve com os mocassins ainda 4midos* 8oe descreveu uma volta silenciosa!ara !oder a!ro2imar(se da vítima !or trás. 7om a calma ad,uirida em anos dee2!eri@ncia desafiando "andidos* es!erou im9vel !elo momento certo. =uando o homemlevantou a garrafa !ara mais um gole na "e"ida* desferiu(lhe um gol!e seco na ca"eçacom a coronha do rev9lver* dei2ando(o inconsciente.

evistou(o ra!idamente* encontrou seu rev9lver e guardou(o no !r9!rio cinturão. A!oucos !assos dali estava a montaria do "andido* selada e !astando tran,/ilamente. 0oalfor)e !endia um rifle e ao lado uma corda enrolada.

Sem !erda de tem!o* ele "uscou a corda e voltou !ara amarrar a sentinela do"ando. 0e!ois colocou(o so"re os om"ros e carregou(o !ara a garu!a do cavalo*amarrando(o na !arte de trás da sela. 0eu uma outra es!iada !elos arredores !araconfirmar se havia mais vigias e então montou* !artindo rumo ; trilha ,ue levava ao forte.

-ma ve& ,ue tivesse dei2ado o !risioneiro atrás das grades* !oderia liderar umgru!o de soldados at o curral de cavalos rou"ados. 5o dia seguinte* sem a menor d4vidaos colonos iriam se divertir no !átio do forte* identificando seus animais no meio de tantosrecu!erados.

 A a!ro2imação ruidosa de um "ando de cavaleiros !elo caminho ,ue levava aocurral fe& com ,ue ele !ensasse ,ue fora otimista demais. 5um refle2o rá!ido* freou amontaria* sacou o rev9lver e escondeu(se atrás de um !e,ueno "os,ue de chou!os. Aguardou em !osição de tiro* !ronto !ara sair dis!arando caso fosse necessário.

Foi com alívio ,ue reconheceu +art como um dos cavaleiros ,ue vinham ; frente.7onvencido de ,ue a sorte estava a seu favor* es!oreou o animal e saiu !ara cam!oa"erto* )untando(se ao com!anheiro.

B %ra* oraD B +art riu* esticando o !escoço !ara ver o !risioneiro na garu!a de

8oe. B =uem esse aí> ?i* onde está seu cavalo> Antes de res!onder* 8oe checou se o "andido continuava inconsciente.

B uma longa hist9riaD 1as estou contente ,ue voc@s tenham a!arecido. Tem um"om lote de cavalos mais adiante* es!erando !ara ser devolvido a seus donos.

B ?ntão sua noite foi at !roveitosa. B +art não !arava de rir.

B ? como foram as coisas com voc@s> Se "em ,ue não !reciso !erguntar. 9"vio ,ue não estão levando nenhum !risioneiro.

% outro "atedor soltou uma gargalhada.

B ?u não diria isso. B Piscou o olho* malicioso. B 7ercamos um "ando naestrada !oucos ,uilEmetros atrás. 5ão gastamos uma 4nica "ala e eles )á estão sendoescoltados com todas as honras !ara a !risãoC S9 não entendo !or ,ue vinham tão

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tran,/ilos na estrada* como se estivessem !asseando na !r9!ria casaD

B 0esconfio ,ue conheço esse "ando ,ue voc@s !egaram B comentou 8oe*a"afando o riso. B oc@ não imagina como me dei2a feli& com essa informação. Perdimeu cavalo graças a eles. ? ,uase morri tam"m B com!letou* !assando a mão !elosca"elos molhados.

B Parece ,ue voc@ teve uma noite da,uelas. B +art o e2aminava de cima a "ai2o.B 0ei2e esse filho da mãe comigo* !arceiro. oc@ !recisa ir !ara casa e vestir uma rou!aseca. 0iga onde estão os cavalos de ,ue falou e de!ois vá cuidar de sua vida.

8oe !ensou em Fa3e* so&inha em sua ca"ana* !rovavelmente ainda dormindo* econcordou com a !ro!osta do amigo.

B % curral está !erto. ou levá(los at lá. Siga(me. B ? es!oreou a montaria*liderando o gru!o.

Cap%tulo ((& Cap%tulo ((& 

 Ao chegar ; ca"ana* a !rimeira coisa ,ue 8oe fe& foi verificar se Fa3e estavadormindo "em. 0e!ois* guardou no ca"ide de galhadas o rifle ,ue dei2ara ao ! da camae foi !ara a frente da lareira. Tirou toda a rou!a molhada e esfregou o cor!o com umatoalha* retornando em seguida !ara o ,uarto.

Sentou(se devagarinho na "eirada da cama e demorou um longo tem!o admirandoo rosto de Fa3e* iluminado !ela lu& "ru2uleante das chamas.

7omo se !ressentisse sua !resença* ela moveu(se e a"riu os olhos* sono(lenta*ainda cochilando.

8oe sorriu* feli& !or ter so"revivido ;s aventuras da,uela noite* feli& !or estar aolado dessa mulher tão linda.

Fa3e !iscou uma* duas ve&es* de!ois esfregou os olhos* como se ainda nãotivesse reconhecido a silhueta recortada contra o fundo da lareira.

B oc@ está melhor> B 8oe sussurrou* de"ruçando(se so"re ela. B 7omo está sesentindo>

-m !ouco atordoada* Fa3e não res!ondeu de imediato* mas afastou(se !ara olado* dando(lhe es!aço !ara se acomodar so" as co"ertas.

B ?uC ?u estou "em B disse* ainda &on&a de sono. Assim ,ue sentiu o cor!odele tocar o seu* !erguntou** dengo(sa: B Ficou es!erando eu acordar somente !ara mesedu&ir> B 0e re!ente des!ertou de uma ve& e !erce"eu seus ca"elos 4midos. B 8oe*voc@ está a,uiD oc@ voltouD % ,ue aconteceu>

B Shhh. B ?le !ousou o dedo so"re seus lá"ios. B ?stá tudo "em. 5ão se!reocu!e. S9 há um !e,ueno !ro"lema com meu coração. ?star a,ui a seu lado me fa&

sentir !ontadas no !eito.Passaram(se alguns segundos at Fa3e convencer(se de ,ue não havia nada

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errado com 8oe.

B( ?ntão* voc@ !ode fa&er alguma coisa !ara aliviar meu sofrimento> B % tom devo& dele era fingidamente su!licante. A e2!ressão* com!letamente maliciosa.

Sem es!erar res!osta* 8oe começou a desa"otoar os "ot<es da "lusa de Fa3e.0e!ois tirou(lhe o cor!ete e a anágua* com movimentos vagarosos* sutis* criando uma

e2!ectativa ,ue a arre!iava da ca"eça aos !s. Ao v@(la totalmente nua* deu início ao ritual de !ra&er ,ue a levaria at "em

!r92imo da loucura. ? sur!reendeu(se com o furor com ,ue ela retri"uía cada to,ue* cadacarícia.

 Am"os haviam !assado !or !erigos terríveis na,uela noite. ?ra um verdadeiromilagre ,ue estivessem vivos e )untos. Por isso mesmo estavam tão sedentos de amor*tão dese)osos de e2!erimentar mais uma ve& o ,ue a vida lhes oferecia de melhor.

?le "ei)ou(a com sofreguidão* e2!lorando(lhe o interior da "oca. 0e!ois desli&ou oslá"ios !elo !escoço* !elo colo* at atingir os seios. Tomou um dos mamilos entre oslá"ios e mordiscou(o suavemente. %uviu seu gemido de !ra&er e continuou a !rovocá(la

cada ve& com maior ousadia.

% cor!o de Fa3e foi inteirinho !ercorrido !elos lá"ios ardentes de 8oe. ?ra como seele ,uisesse memori&á(lo com a "oca.

 Ao ver ,ue ela estava !ronta !ara rece"@(lo* deitou(se so"re seu cor!o* !ousandoas co2as entre as suas* afastando(as gentilmente. 7o"rindo o lá"ios macios com os dele*"ei)ou(os com vol4!ia en,uanto a !enetrava lentamente* !rolongando a doce agonia aoadiar o !r9!rio !ra&er.

?la movia a ca"eça de um lado !ara 9 outro* em total delírio* e começava amovimentar os ,uadris num ritmo cada ve& mais intenso. -m es!asmo incontrolável

sacudiu(lhe o cor!o* ao mesmo tem!o ,ue sentia 8oe agarrar(se a ela* tam"m atingindoo auge do !ra&er.

Pouco de!ois ele rolou !ara o lado e* a"raçando(a com ternura* "ei)ou(alongamente.

6ouve então uma !ausa !ara ,ue recu!erassem as forças.

5o entanto* logo voltaram a tocar(se* a !rincí!io lentamente* mas !ouco a !oucoretomando o ritmo anterior.

7om toda certe&a continuariam amando(se madrugada adentro* se um tiro de riflees!atifando a )anela do ,uarto não os tivesse interrom!ido.

 A !rimeira reação de 8oe foi co"ri(la com o !r9!rio cor!o* na tentativa de !roteg@(la.

 Antes ,ue se refi&essem do susto* outro dis!aro estilhaçou a )anela da sala.

Se isso ainda fosse !ossível* a !er!le2idade dos dois amantes teria aumentado,uando uma saraivada de "alas cru&ou a ca"ana vinda de todas as direç<es.

Tenso como nunca* 8oe envolveu(a com os "raços e rolou da cama !ara o chão*caindo com Fa3e em cima de si. mediatamente em!urrou(a !ara o assoalho* onde estariamais "em !rotegida.

B 0ia"osD B ele !rague)ou* odiando(se !or não ter !revisto a,uela !ossi"ilidade.

Pu2ou uma co"erta do colchão e entregou(a a Fa3e. B ?scute "em o ,ue eu digo. ole!ara "ai2o da cama e não saia daí en,uanto eu não disser ,ue está tudo "em. Pelo amor

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de 0eus* não saia desse esconderi)o antes ,ue eu a chameD

?la o"edeceu* enrolando(se na co"erta en,uanto se esgueirava !ara "ai2o datosca armação de madeira. 0ali !odia ver* estarrecida* ,ue 8oe sentava(se no chãoa!arentando uma calma incom!reensível e vestia uma calça seca en,uanto a chuva de"alas cru&ava incessante so"re sua ca"eça.

B % ,ue significam esses tiros> B Fa3e !erguntou assim ,ue recu!erou a fala. B% ,ue está acontecendo lá fora>

B 5ão sei direito* mas !arece ,ue uma !arte da ,uadrilha ,ue não foi ca!turadaesta noite veio tentar novamente me li,uidar.

0uas "alas atravessaram a !arede de madeira da ca"ana a !ouco mais de ummetro do chão e se alo)aram nas toras do lado o!osto.

8oe terminava de vestir(se* ,uase deitado no assoalho* e ainda mantinha osangue(frio.

B I5ovamenteJC o ,ue voc@ ,uer di&er com isso> B A vo& entrecortada de Fa3e

denunciava seu temor.B %s canalhas tentaram dar ca"o de mim algumas horas atrás. Tive sorte* e agora

eles vieram tentar !ela segunda ve&. Sem ,uerer ser !essimista* eu diria ,ue ao!ortunidade "oa B com!letou friamente.

B 8oe* !or favor* tome cuidado B ela im!lorou* re&ando !ara ,ue tudo a,uilofosse a!enas um !esadelo. B Fi,ue a,ui. oc@ não tem como enfrentá(losD

?le sacudiu a ca"eça* de!ois "ei)ou(a como ,uem se des!edia sem sa"er se iriavoltar.

 Arrastou(se !elo chão de madeira escutando o tiroteio infernal ,ue atingia a

ca"ana. Por sorte* muitas das "alas não atravessaram as grossas toras das !aredes.1esmo assim* ele achava difícil esca!ar com vida da em"oscada.

Precisava !egar seus rev9lveres e o rifle na sala !ara !elo menos tentar li,uidaralguns dos "andoleiros* ,ue* lá fora* alternavam os tiros com gritos ofensivos e risadasmaldosas.

?les estavam se divertindo* mas a ,ual,uer momento se cansariam de gastarmunição e lançariam tochas incendiadas so"re a ca"ana. Aí seria seu finalK 8oe s9!oderia escolher entre morrer ,ueimado ou sair atirando a esmo at tom"ar crivado de"alas.

?ntretanto* o ,ue mais o !reocu!ava não era salvar a !r9!ria !ele. Afinal de

contas* desde sem!re contara com a !ossi"ilidade de morrer em circunstncias!arecidas. % !ro"lema era Fa3e. ?la nada tinha a ver com a hist9ria* estava com a!enasde&oito anos* em !lena flor da idade eC 5ão* não !odia dei2ar ,ue a,uilo acontecesseD

=uando ele chegou ; sala* houve uma !ausa no tiroteio. %uviu então o tro!el decavalos a !ouca distncia. Ficou tenso e cerrou os dentes* es!erando !elo !ior* o iníciodas chamas ,ue devorariam toda a ca"ana. 0e um momento !ara o outro* o ruído dogalo!e aumentou* denunciando a !resença de muitos animais.

5ova saraivada de tiros* s9 ,ue dessa ve& não !areciam dirigidos a sua casa. A!arentemente os "andidos estavam agora defendendo(se dos intrusos ,ue haviama!arecido !ara interrom!er(lhes a festa.

eanimado* 8oe arrastou(se at a cadeira onde dei2ara o cinturão de "alas e osrev9lveres. 7olocou(os na cintura e !egou tam"m o rifle. 7omo ainda não entendesse o

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,ue se !assava na clareira* a!ro2imou(se de umaO fresta !ara ventilação na !arede earriscou uma es!iada.

=ual não foi sua sur!resa ao divisar +art enca"eçando uma coluna de soldadosem luta a"erta com a ,uadrilha de ladr<es de cavalosD

% com"ate ainda estava no início. 6avia troca de tiros* correria de um lado !ara o

outro* "andidos tentando fugir !ara a floresta* outros em cor!o(a(cor!o violento com ossoldados. A ,uadrilha* em visível desvantagem !or ter sido !ega des!revenida* reagiacada ve& menos. Alguns rendiam(se !rontamente* soltando as armas e levantando asmãosK outros fingiam(se de mortos na in4til tentativa de esca!ar.

8oe decidiu dar sua contri"uição !ara aca"ar com a "rincadeira. % rifle em !unho*escancarou a !orta* !ronto !ara sair em a)uda aos com!anheiros.

0e!arou então com um "andido ,ue tentava invadir sua casa. á!ido como umraio* desferiu(lhe uma violenta coronhada na ca"eça e o homem caiu no chão.

B +elo gol!e* 8oeD B +art gritou* desmontando em frente ; varanda.

%s dois se !osicionaram lado a lado* estendidos no chão* e começaram adescarregar seus rifles contra os "andidos ,ue ainda resistiam !rotegidos !elas árvores.?m menos de de& minutos os 4ltimos malfeitores se entregavam* de!ois de ver a maioriados com!arsas feridos* mortos ou !risioneiros da cavalaria.

8oe levantou(se* seguido !or +art* e voltou(se !ara o homem ,ue tentara entrar naca"ana. Fe& sinal a um soldado !ara ,ue amarrasse o !risioneiro e o levasse dali.

B ?sse maldito filho da mãeD B rosnou* en,uanto o su)eito era carregado !or doisrecrutas. B ?s!ero ,ue !asse o resto de seus dias atrás das grades e nunca maisameace a mulher dos outros.

B A mulher> =ue mulher> B +art não sa"ia do ,ue o amigo estava falando.

B Fa3e está lá dentroD

B 5ão digaD

%s dois se voltaram !ara o interior da ca"ana* como se temessem ,ue algo ruimtivesse acontecido com ela.

7omo o tiroteio houvesse cessado* Fa3e saíra de de"ai2o da cama e se vestirara!idamente. Ainda insegura ,uanto ao final da em"oscada* esgueirara(se at a sala eestava !r92ima da !orta ,uando os dois "atedores se viraram !ara ver se ela estava "em.

?rguendo(se de um salto* Fa3e atirou(se nos "raços de 8oe.

B Graças a 0eus voc@ está vivoD B foi tudo o ,ue conseguiu di&er.?le aninhou(a no !eito forte* em sil@ncio* tam"m agradecido !elo final feli& de

mais a,uela aventura nessa noite ines,uecível.

B ?ntre mortos e feridos* voc@s dois são os ,ue estão melhor B comen(tou +artcom um sorriso "rincalhão.

B amos !ara dentro B 8oe !ro!Es* condu&indo(a com delicade&a e tomando ocuidado de im!edi(la de ver os sinais da violenta "atalha ocorrida ao redor.

+art seguiu(os e acomodou(se ; mesa )unto com o casal.

B 5ão !ense ,ue estou me ,uei2ando B disse 8oe B* mas o ,ue trou2e voc@ eos soldados at a,ui>

% outro "atedor lim!ou a garganta e fe& um ar de falsa modstia.112

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B Para começo de conversa* eu diria ,ue as atraç<es desta noite valeram mais do,ue o !reço do ingressoD 59s não chegamos a laçar a,ueles cavalos lá no curral*!arceiro. Pouco de!ois ,ue voc@ foi em"ora* a!areceu outra !arte da ,uadrilha. Foi uma"atalha emocionante* !ois nem eles es!eravam encontrar a gente ali* nem n9scontávamos com a chegada deles. +em* conseguimos !render tr@s ou ,uatro* mas amaior !arte do "ando fugiu.

8oe !ediu licença !or um instante e foi at a co&inha !ara es,uentar o caf so"reas "rasas do fogão.

B ? de!ois* o ,ue aconteceu> B !erguntou na volta.

B Acho ,ue eles sentiram falta de seus tiros* ,ue sem!re acertam a,uelesdesgraçados nos fundilhos* 8oe. ?ntão devem ter imaginado ,ue era a o!ortunidade de!egá(lo so&inho a,ui na ca"anaC Pelo menos foi isso ,ue eu !ensei na hora. 0aí achei,ue voc@ ia reclamar se rece"esse mais uma visitinha social B concluiu com um sorrisomatreiro.

B Todos eles vieram !ara cá>

B Por minhas contas faltam uns seis ou sete. B +art levantou(se. B Posso )ogarmais uma tora na lareira> 0e!ois desse tiroteio sua casa ficou um "ocado ventilada Bgrace)ou* a!ontando !ara a )anela ,ue"rada e os furos de "ala na !arede.

B =uer di&er então ,ue ainda há uma !arte do "ando solta !or aí B 8oecomentou* !ensativo. B =ual será o !r92imo movimento deles>

+art alimentava o fogo e falou !or cima do om"ro:

B Acredito ,ue o resto da noite vai ser tran,/ilo. S9 vou es!erar !or a,uele caf,ue !arece estar fervendo lá no fundo* !ara em seguida ir em"ora. 1as* !ara evitar outrasur!resa* dei2arei dois soldados de sentinela aí fora.

 Ansiosa !or acom!anhar toda a conversa* Fa3e correu at o fogão e trou2e o "ulefervente e tr@s canecas.

B uma "oa idia* +art B 8oe assentiu* servindo o caf !ara os tr@s.

B 5unca se sa"e o ,ue esses desgraçados vão fa&er.

B Será ,ue 1ichael está em !erigo> B Fa3e interveio com s4"ita ansiedade.

B ?s,ueça isso* não hora de !rocurar mais encrencas B 8oe a!ressou(se emdi&er. B 7oncordo com +art* esses fora(da(lei não vão tentar mais nada !or ho)e.

B meio arriscado a!ostar nisso B o amigo admitiu a contragosto. B Tem mais

uma coisa ,ue eu es,ueci de contar. %s vigilantes tam"m deram sua contri"uição&inha!ara o shoN desta noite. ?les estavam de tocaia em algumas !ro!riedades ,ue achavam,ue seriam atacadas. B ?le fe& uma !ausa !ara criar sus!ense.

B ? daí> B 8oe insistiu.

B 0aí ,ue encontraram uma !arte do "ando e acertaram alguns tirinhos. Teve umtal de inthro! ,ue foi ca!turado e está agora !endurado numa árvore. 0e!ois disso eunão ficaria sur!reso se me dissessem ,ue os fora(da(lei ainda estão atrás de sangueC0e sangue de vigilante.

Fa3e dei2ou de lado a caneca de caf e levantou(se.

B Preciso ir falar com 1ichael. Tenho de avisá(lo do !erigo.8oe segurou(a !elos !ulsos e tentou acalmá(la.

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B oc@ não vai a lugar nenhum. %uviu o ,ue +art disse> Teremos duas sentinelasdo lado de fora. Portanto* a,ui* em segurança* ,ue voc@ vai ficar.

B 1as meu irmão corre !erigoD

B sso !ro"lema dele.

B ou ; missão de ,ual,uer maneiraD 5ão !osso sim!lesmente ficar !arada

en,uanto meu irmão* assassinadoDSeu tom de vo& determinado o"rigou 8oe a "uscar outra solução. Fa&endo um sinal

!ara ,ue ela se sentasse* voltou(se !ara +art.

B Seria !ossível enviar dois soldados !ara guardar a missão> 5ão ,uero ,ueFa3e !asse o resto da noite !reocu!ada.

B Sim* claro* não há !ro"lema. Pode dei2ar ,ue eu cuido disso. B Levantou(se!reguiçosamente. B Agora ,ue tomei o caf* vou cum!rir minha !romessa de dei2arvoc@s descansarem. B Piscou o olho !ara o amigo e com!letou: B % "om e velho +arta!areceu ho)e "em na hora* hein>

B7omo sem!re. B 8oe deu(lhe uma !almadinha nas costas e acom!anhou(o ata saída.

Fechou a !orta com as duas trancas* então voltou(se !ara Fa3e. Tomou suasmãos* condu&indo(a em direção ao ,uarto.

B ai dar tudo certo* meu amor. Amanhã iremos at a missão e nos casaremos.0e!ois disso eu s9 ,uero me !reocu!ar com voc@. %s "andidos e os vigilantes ,ue sedanemD

Fa3e a"raçou(o com força* sentindo(se confortada.

B %"rigada* ,uerido.

B %"rigada !or ,u@>

B Por mandar os soldados !rotegerem a missão.

B Fi& isso !or voc@* não !or 1ichael.

B ?u sei B ela sussurrou* encostando a ca"eça no !eito largo. B ?u seiC

Cap%tulo ((&& Cap%tulo ((&& 

 A ,uietude da ca"ana so" a lu& t@nue da lareira contrastava com o sono agitado deFa3e. 0esde ,ue adormecera ao lado de 8oe* havia !ouco mais de uma hora* não tiveraum 4nico minuto de sono tran,/ilo.

5o !esadelo ,ue se re!etia sem !arar* via(se rodeada de assassinos ,ue sedivertiam em fa&@(la de alvoK os tiros não a atingiam diretamente* mas eram cada ve&mais !r92imos. ?ram in4teis seus gritos !or socorroK ningum a!arecia !ara a)udá(la.

Porm* ,uando tudo !arecia !erdido* 1ichael surgia de uma !orta cheia de lu& e secolocava entre ela e os vil<es ocultos na escuridão. As armas se calavam !or um instante*intimidadas. ?le a tomava !ela mão !ara condu&i(la em segurança atravs da !orta

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iluminada e então uma saraivada de "alas varava(lhe as costas* "anhando de sangue seuhá"ito escuroC

B SocorroD B o grito de Fa3e ecoou no ,uarto e acordou 8oe.

?le a a"raçou ternamente* com!reendendo ,ue fora a!enas um !esadelo. +ei)ouseu rosto e murmurou !alavras carinhosas* mas não conseguiu acalmá(la.

B 8oe* era tão horrível B ela choramingou* tr@mula da ca"eça aos !s. B %s"andidos atiravam em mim e eu não conseguia v@(losC 1ichael a!arecia !ara medefenderC e eles o matavam sem a menor !iedadeC

B 1eu amor* tente es,uecer isso. ?stá tudo "em agora. Tivemos uma noite difícile voc@ teve um sonho ruim. S9 isso. 5ão há motivo !ara se !reocu!ar.

Porm as imagens cruas da,uele !esadelo continuavam dançando diante dosolhos de Fa3e. Tinha a im!ressão de ver o irmão tom"ar so" as "alas assassinasC

B Preciso ir falar com 1ichael B disse* desvencilhando(se dos "raços de 8oe. B?sse sonho foi um aviso. Alguma coisa está acontecendo com meu irmãoD

7om um movimento "rusco* saiu da cama e começou a recolher suas rou!as noassoalho do ,uarto.

8oe* morto de sono e cansaço* estava longe de sentir ,ual,uer !reo(cu!ação !elo,ue estivesse ocorrendo na missão ou fosse lá onde fosse. % ,ue ele ,ueria mesmo eradormir !ara se recu!erar da longa se,/@ncia de tumultos da,uela noite. 1esmo assim*levantou(se* decidido a fa&@(la mudar de idia.

Pela )anela do ,uarto dava !ara ver ,ue seriam no má2imo tr@s da madrugada.7orria um vento gelado* convidativo !ara se aconchegar em"ai2o das co"ertas.

B ?stá sendo !reci!itada* Fa3e B resmungou* "oce)ando. B Tem idia de como

seu irmão vai reagir ,uando for acordado a esta hora da noite> Se)a sensata* amanhã"em cedo sairemos !ara a missão. Garanto ,ue será muito mais fácil convenc@(lo a nãonos e2comungar !or termos !assado a noite )untos. 7onversando com calma* isso !odeat ser usado como argumento em favor de nosso casamento.

B ? meu !esadelo> oc@ acha ,ue não significa nada>

?le sus!irou* começando a !erder a !aci@ncia.

B 1eu amor* todo santo dia milhares de !essoas acordam no meio da noite !orcausa de um sonho ruim. Se cada uma fosse levar a srio esses !esadelos* todo mundoficaria louco. B A"raçou(a !ela cintura e !u2ou(a suavemente em direção ; cama. Bamos !recisar de umas "oas horas de sono se ,uisermos levantar cedo !ara ir ;

missão. Tente rela2ar* tudo vai dar certo.Fa3e hesitou !or alguns instantes. Se !ensasse friamente* veria ,ue ele estava

com a razo. 5o entanto* um !ressentimento som"rio a im!edia de raciocionar comclare&a.

Soltou(se do a"raço com um movimento firme.

B 0iga o ,ue ,uiser* 8oe* minha decisão )á está tomada. 1esmo correndo o riscode acordar 1ichael* tenho de ir at lá !ara ver se está tudo em ordemD

8oe fechou a cara* visivelmente mal(humorado.

B ? nossa situação> oc@ !ensou nisso> 5ão !erce"e ,ue se a!arecermos láagora talve& !ercamos a chance de vivermos )untos> Se 1ichael tiver desco"erto seu,uarto va&io* não vai se,uer !ermitir ,ue voc@ a"ra a "oca a uma hora destas. ? muito

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menos vai ,uerer nos casar.

B 1eu irmão sem!re res!eitou minha !rivacidade. 0e!ois ,ue eu me recolho ameus a!osentos* ele nunca vai me !rocurar. Sou ca!a& de a!ostar ,ue neste e2atomomento ele está dormindo com a certe&a de ,ue estou em minha cama a !oucas !ortasde distncia. A menos ,ueC

B A menos ,ueC B 8oe fran&iu a testa* im!aciente. A visão da ,uadrilha de"andidos tomando a missão e dis!arando contra as !essoas indefesas surgiu nítida namente de Fa3e.

B =ue )á este)a acontecendo alguma coisa errada B murmurou* ,uase em!rantos.

rritado* em"ora !rocurasse a!arentar o contrário* 8oe reconheceu ,ue seriaim!ossível tirar a,uela idia maluca da ca"eça de Fa3e. esolveu acom!anhá(la* certode ,ue* se não o fi&esse* ela seria ca!a& de ir so&inha mesmo ,ue tivesse de fa&er o!ercurso a !D

B amos nos arre!ender disso B comentou com um sus!iro resignado en,uanto

vestia a calça. B ?sse !asseio sem sentido vai !re)udicar nosso futuro )untos. 1as* se o ,ue voc@ ,uer* então vamos lá.

?la assentiu* terminando de a"otoar a "lusa. ?stava tão nervosa* tão ansiosa !orchegar logo ; casa !aro,uial ,ue nem ao menos !erce"eu ,ue estava sem agasalho !araenfrentar a noite fria. Foi 8oe ,uem se lem"rou de !egar(lhe uma manta no armário.

B A"rigue(se com este co"ertor. As madrugadas costumam ser frias nesta região. Alm disso* com o galo!e no cavalo* a situação !iora. B Fitou(a dentro dos olhos eacrescentou: B ?u te amo* Fa3e. 5ão ,uero !erd@(la !or nada no mundo. Aconteça o,ue acontecer na missão* não ,uero !erd@(la.

+ei)ou(a ternamente* de!ois virou(se !ara conferir o cinturão de "alas* osrev9lveres e a faca na "ainha.

Tomando Fa3e !elo "raço* condu&iu(a !ara a varanda* onde as duas sentinelasconversavam "ai2inho na tentativa de es,uecer o vento frio ,ue vinha da floresta.

% cavalo ,ue horas antes 8oe tomara do vigia dos "andidos no curral revelava(setão "om ,uanto a gua acidentada no rio. Possuía um galo!e firme e não a!arentavacansaço* a!esar de estar carregando duas !essoas.

Fa3e ia na !arte da frente da sela* sentindo nas costas a !ressão suave do !eitode 8oe. ?stava tão a"sorta em !ensamentos ,ue se assustou ,uando um grito agudocortou a noite. 5o mesmo instante 8oe !u2ou os arreios da montaria e redu&iu a marcha.

% grito se re!etiu* mais a"afado* mais lancinante.

B Algum está !recisando de a)uda B Fa3e murmurou* tr@mula de medo. B 0einício !ensei ,ue fosse o uivo de um leão da montanha* mas era um grito de mulher.

Pararam o cavalo e ficaram im9veis* atentos* !ara identificar de onde tinham vindoos gritos.

B Sim* tam"m acho ,ue uma mulher B disse 8oe. B 1as onde estará>

1ais alguns !oucos minutos de total sil@ncio e então o "erro ,uase animal ecoou!ela terceira ve&* "em !r92imo da curva onde a trilha "eirava um !e,ueno riacho.

B AliD B 8oe a!ontou antes de saltar do cavalo e estender os "raços !ara a)udarFa3e a descer.

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Seguiram cautelosamente !or entre a vegetação "ai2a at de!ararem com umacena !ungente: uma índia da tri"o osage caída ao chão* o rosto !álido e "anhado desuor. 0evia ter !ouco mais de vinte anos* estava grávida e a!arentemente )á em tra"alhode !arto. % vestido su)o e rasgado acrescentava um to,ue !attico ;,uela figura.

8oe tomou a iniciativa de tentar a)udar a !o"re mulher* a)oelhando(seimediatamente a seu lado.

Passou(se algum tem!o at Fa3e vencer o mal(estar ,ue a visão lhe causou. Aindaestava com náuseas ,uando se a"ai2ou !ara segurar(lhe a mão.

B 1eC a)udem B a índia im!lorou com a vo& fraca. B 1eu "e"@C 1eu "e"@está !ronto !ara nascer. B es!irou várias ve&es com evidente dificuldade. B ?uestouC tãoC fracaC Por favor* me a)udem. Salvem meu "e"@.

% rosto contraído de dor* a mulher olhou de um !ara o outro como se ,uisessecertificar(se de ,ue eram amigos. ?stava a"atida* dava a im!ressão de ,ue !ercorrera a! um longo caminho antes de cair desfalecida ali.

B 59s vamos a)udá(la B disse Fa3e com uma segurança ,ue não sentia. B Seu

"e"@ vai nascer "em. 59s vamos cuidar disso:

8oe a o"servava com o canto dos olhos e !arecia sur!reso !or v@(la tomar a,uelaatitude. Afinal* ele tinha certe&a de ,ue Fa3e )amais !resenciara um !arto.

B Se ,uiser me es!erar )unto ao cavalo B ele sussurrou !ara ,ue a índia não oouvisse B* eu darei !onta do recado. Para ,uem nunca viu isso antes* !ode ser umae2!eri@ncia muito forte* Fa3e.

B Sim* eu imagino. 1as deve valer a !ena. A)udar uma criança a vir ao mundo algo su"lime. econfortada com a !resença dos dois* a mulher sorriu.

B 1eu nome ento da 5oite. ento da 5oite está feli& ,ue voc@s este)am a,ui.

=uando o "e"@ chegar* não vai morrer no chão. ai viver em seus "raços.Fa3e sentiu lágrimas nos olhos de tanta emoção.

B Seu "e"@ não morrerá no chão B disse num tom firme.

ento da 5oite fechou os olhos e mordeu os lá"ios en,uanto sentia uma novacontração. Seus dedos se cris!aram em torno da mão de Fa3e e assim !ermaneceram!or um longo minuto.

B 1eu "e"@ vem logo B sussurrou num tom ,uase inaudível.

 At a,uele momento* Fa3e tentara ignorar a !oça de sangue so" o cor!o da

mulher. Sem a menor d4vida ela estava com hemorragia !rofunda e dificilmenteso"reviveria ao !arto.

5essas condiç<es seria temerário trans!ortá(la !ara a ca"ana ou mesmo !ara amissão. ?la não resistiria ; viagem e* em ve& de uma* seriam duas vidas em )ogo.

B inthro! me e2!ulsou da casa dele ,uando ia chegar a hora de nosso filhonascer B ento da 5oite contou* as lágrimas escorrendo !elo rosto. B Primeiro ele merou"ou de meu !ovo e me o"rigou a virar es!osa dele. 0e!ois me mandou em"ora!or,ue estava feia e com a "arriga grande. oltei !ara meu !ovo* mas os osage não,uerem índia com filho de homem "ranco. Tive de sair sem rumo e andei muitas luasso&inha. Agora estou fraca e com fome. =ueria chegar ; missão do !adre 1ichael* masC

mas comecei a sangrarCFa3e sentiu um a!erto no coração. =uantas e ,uantas hist9rias semelhantes não

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ocorreriam diariamente na,uela região> Ficava mais fácil entender a !osição de 1ichael.?m mais de de& anos ali* ele devia ter acom!anhado milhares de casos como o de entoda 5oite.

B ?u sinto muito B disse Fa3e com triste&a. B 1eu irmão teria a)udado voc@ comtodo !ra&er. oc@ e seu filho estariam "em.

B Seu irmão> B ento da 5oite sur!reendeu(se.B Sim* o !adre 1ichael meu irmão. B ?* de!ois de uma !e,uena !ausa*

!erguntou: B oc@ disse ,ue inth(ro! a mandou em"ora>

ento da 5oite fe& ,ue sim com um movimento de ca"eça.

B sso não me es!anta B 8oe comentou com Fa3e. B ?ra um dos "andidos maisfrios da ,uadrilha. ?m todos os assaltos de ,ue !artici!ava* sem!re havia casos decrueldade. inthro! sem!re foi um ti!o des!re&ível. Aca"ou !agando caro !or suasmaldades.

B inthro! morreu> B a índia ,uis sa"er.

B Sim* no começo da noite B ele confirmou. ento da 5oite fechou os olhos e !orum "reve momento seu rosto refletiu a!enas !a& e alívio.

B ?le fe& !or merecerC ?ra um homem mau. inthro! eraC

-ma nova contração a o"rigou a interrom!er(se. ?la a!ertou com força a mão deFa3e e não conseguiu re!rimir um gemido de dor.

B ?stá acontecendoC 1eu filho está vindoD

8oe a!ressou(se em desem"ainhar a faca* eom a ,ual cortou um !edaço da saiade ento da 5oite* entregando(o a Fa3e* ,ue correu !ara mergulhar o !ano nas águas doriacho ; "eira da trilha.

=uando voltou* encontrou a índia com as !ernas afastadas e 8oe a)oelhado*concentrado em rece"er nas mãos o "e"@.

Fa3e !osicionou(se ao lado da mulher* umedecendo sua testa com o !anomolhado* ao mesmo tem!o ,ue murmurava a seu ouvido !alavras de conforto eencora)amento.

ento da 5oite gritava* chorava e sacudia a ca"eça a cada contração. A medida,ue o tem!o !assava* elas se tornavam mais regulares e fre,/entes.

B Fa3e* a situação não está "oa B 8oe sussurrou* es!erando ,ue ento da 5oitenão o escutasse. B ?la está sangrando demaisD

B ou re&ar !ara ,ue tudo aca"e "em B retrucou ela com lágrimas nos olhos. B?les !recisam viver.

-ma nova contração* dessa ve& mais !rolongada ,ue as anteriores* e então acriança dei2ou o ventre da mãe* sendo am!arada !elas mãos de 8oe. A alegria de ver o!e,ueno ser não foi suficiente !ara ofuscar a triste&a de Fa3e ao re!arar ,ue ento da5oite não resistira ao nascimento do filho. Sua ca"eça !endia inerte* os olhos aindaa"ertos* en,uanto 8oe cuidava de cortar o cordão um"ilical.

Triste&a e alegria conviveram lado a lado nos momentos ,ue se seguiram. A mãode Fa3e tremia no momento em ,ue soltava a mão da índia e do"rava seu "raço so"re o

!eito. 7om os olhos rasos de lágrimas* sorriu fracamente ao ver 8oe dar !almadinhas nasnádegas do "e"@ !ara !rovocar seu choro.

B nfeli&mente ento da 5oite não !Ede ver o "e"@ B 8oe comentou num tom118

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grave en,uanto acalentava nos "raços a criança. B ?la havia !erdido muito sangue eestava fraca* certamente não comia há vários dias. 5ão tinha chance de so"reviverC Ainda "em ,ue chegamos a tem!o e salvamos !elo menos uma vida.

Fa3e levantou(se !ara ver de !erto o recm(nascido. ?ra !e,uenino* fran&ino* comtraços de índio nos olhos amendoados e na !enugem negra ,ue reco"ria a ca"eça. Tinhatam"m características de "ranco: o nari& afilado e a !ele clara.

B %h* 8oe* uma menininha linda B Fa3e desco"riu* emocionada.

?le riu.

B Sim* uma menininha ,ue !recisa ser !rotegida contra o frio. %nde está oco"ertor ,ue eu lhe dei lá na ca"ana>

B 0ei2ei em cima do cavalo. ou "uscá(lo.

5a volta* en,uanto 8oe envolvia o "e"@* ela !erguntou:

B % ,ue faremos com o cor!o de ento da 5oite>

B ou dar(lhe uma se!ultura agora mesmo. Segure a criança* 1ais tarde alevaremos !ara a missão. Tenho certe&a de ,ue encontraremos algum ,ue ,ueira adotá(la.

8oe foi cuidar da cova !ara a índia e Fa3e entregou(se ; contem!lação dagarotinha ,ue ela a)udara a tra&er ao mundo. 8á tinha em mente a !essoa ,ue iria ficarcom o "e"@ e criá(lo com tanto amor ,uanto se fosse o !r9!rio filho: 7lia 8ohnston. ?la eGa3land se dedicariam ;,uele !e,ueno ser como nenhum outro casal faria.

Solucionado esse !ro"lema* Fa3e !ensou em outro: a chegada ; missão. M,uelaaltura dos acontecimentos* es,ueceram(se !or com!leto do motivo inicial !ara retornar ;casa do irmão.

% !avor de ,ue algo houvesse ocorrido a 1ichael dera lugar ; certe&a de ,ue o!adre ficaria comovido ,uando visse o "e"@ e escutasse sua hist9ria. ?ra "em !ossível,ue ele concordasse em a"ençoar o casamento da irmã de!ois ,ue tomasseconhecimento do !a!el ,ue ela e o noivo tiveram no nascimento da criança.

Cap%tulo ((&&& Cap%tulo ((&&& 

Fa3e carregava a menina no colo e e,uili"rava(se na !arte dianteira da sela* entreos "raços de 8oe* ,ue condu&ia o cavalo num trote vagaroso !ara ,ue o "e"@ nãosofresse com os solavancos. 6aviam !erdido cerca de duas horas en,uanto cuidavam do!arto de ento da 5oite e de seu !osterior se!ultamento* mas feli&mente )á estavam"astante !r92imos da missão.

8oe estava im!ressionado com o com!ortamento de Fa3e na,uela madrugada.

Poucas semanas antes* ,uando a conhecera no início da viagem !ara o Ar'ansas* nãoimaginara ,ue ela se revelaria tão forte e cora)osa. ?ra 9timo sa"er ,ue dali a umas

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!oucas horas os dois estariam casados.

Feli& com essa idia* ele deu uma es!iada !elos arredores !ara melhor locali&ar(see desco"rir ,uanto faltava e2atamente !ara chegarem a seu destino.

% cu ainda estava escuro* !orm havia um clarão sus!eito adiante.e!entinamente tenso* 8oe com!reendeu ,ue se tratava de um inc@ndio. ? um inc@ndio

de grandes !ro!orç<es* não uma ou outra ca"ana de colonos* mas um !rdio grande*com certe&a a igre)a da missão* ,ue era construída inteirinha de madeira. 7errando osdentes* ele maldisse a hora em ,ue não levara a srio a !remonição de Fa3e.

?videntemente ela ainda não !erce"era ,ue havia algo errado* !ois estava feli& eentretida demais com o "e"@ !ara !restar atenção ao ,ue se !assava ao redor. Agarotinha dormia um sono !rofundo.

Sa"endo ,ue os moradores da missão !recisavamde a)uda imedia(tamente* 8oe!assou um dos "raços !ela cintura de Fa3e e* guiando o cavalo com a!enas uma dasmãos* es!oreou forte seus flancos.

% animal dis!arou num galo!e frentico* !ara total sur!resa de Fa3e* ,ue não fa&ia

a menor idia da ra&ão da mudança. ?la a!ertou com mais força as !ernas em torno docavalo* mas mesmo assim temeu !erder o e,uilí"io a ,ual,uer momento.

B 8oe* estou com medo de cairD á mais devagar* !or favorD

?le resmungou alguma coisa em res!osta* ,ue Fa3e não entendeu. 6aviamatravessado um trecho de vegetação cerrada e alcançavam a elevação a !artir da ,ual )áse avistava nitidamente a missão.

Foi nesse momento ,ue ela se deu conta do ,ue ocorria mais adiante. -m arre!io!ercorreu sua es!inha. A igre)a e a casa !aro,uial deviam estar total(mente em chamasD

B Pelo amor de 0eus* 8oe* voc@ viu a,uilo> % ,ue terá acontecido a 1ichael> B

gritou* deses!erada.B Tenho certe&a de ,ue ele está "emC 5ão es,ueça ,ue +art mandou os

soldados !ara vigiar.

5aturalmente 8oe dissera a,uilo a!enas !ara tran,/ili&á(laK o !r9!rio inc@ndio erauma !rova de ,ue as duas sentinelas não tinham sido suficientes !ara conter a ação dosfora(da(lei.

5a,uela noite eles haviam )ogado uma cartada definitiva* atacandosimultaneamente em várias frentes. ?sse 4ltimo atentado* contra o !adre 1ichael*mostrava ,ue se encontravam ; "eira do deses!ero* a!9s os duros gol!es rece"idos

desde o final do dia anterior. M medida ,ue o cavalo a!ro2imava(se da missão* mais forte se tornava o cheiro de

madeira ,ueimada e mais alta era a alga&arra !rovocada !elo gritos das !essoas ,uea)udavam no tra"alho de de"elar as chamas. % fogo alto lançava aos cus uma fumaçamais negra ,ue a noite.

Finalmente cru&aram os !ort<es da missão e !uderam ver a torre da igre)a envoltaem la"aredas e o !átio tomado !elo corre(corre de homens* mulheres e criançascarregando "aldes de água tra&idos do !oço comunitário.

B a igre)aD B Fa3e gritou* angustiada* !erce"endo ,ue a casa !aro,uial estavaintacta.

7ontudo* suas es!eranças de ,ue 1ichael estivesse "em desfi&eram(se com as4"ita lem"rança de ,ue era na,uela hora* antes do alvorecer* ,ue ele costumava fa&er

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suas !reces diante do altar* ,uando tinha certe&a de ,ue não seria interrom!ido !elachegada dos !rimeiros fiis.

8oe !u2ou o freio do cavalo e saltou imediatamente !ara o chão. Sem !erda detem!o* tomou Fa3e nos "raços e a desmontou. 0eu uma rá!ida olhada !ara o tem!lo elogo concluiu ,ue era tra"alho in4til todo a,uele esforço dos voluntários !ara a!agar oinc@ndio. As la"aredas envolviam a torre inteira e no má2imo em ,uin&e minutos o restoda igre)a estaria em chamas.

Fa3e estava aturdida* olhando cada uma dessas !essoas ,ue corriam de um lado!ara o outro* sem ver seu irmão.

B Preciso sa"er o ,ue aconteceu com 1ichaelC 8oe* voc@ !ode ver se ele está"em>

5a,uele momento* 7lia e Ga3land a!areceram na frente dos dois* !álidos esuados.

B %h* Fa3e* tão horrívelC B murmurou a sra. 8ohnston. B 59s vimos o clarãode nossa ca"ana e viemos imediatamenteD

 Assim ,ue re!arou no "e"@ nos "raços de Fa3e* a mulher levou a mão ; "oca*es!antada. Seu !rimeiro !ensamento foi ,ue se tratava do filho de alguma famíliavitimada !elo fogo. ?stava a !onto de !erguntar ,uando o marido informou:

B Foram os "andidos* 8oeD Foram eles ,ue tocaram fogo na igre)aD ? o !adre1ichael ainda está lá dentro. Tentamos ir "uscá(lo* mas ningum consegue enfrentar aschamasD

Fa3e em!alideceu a tal !onto ,ue tanto 7lia ,uanto o marido estenderam os"raços* certos de ,ue ela iria desmaiar. 8oe* !or sua ve&* estava com os !ensamentosvoltados !ara outro !ro"lema.

B Preciso da manta ,ue está envolvendo a criança B disse ra!idamente en,uantodes!ia a camisa de couro e a entregava a Fa3e. B Pegue* enrole o "e"@ com isto.

 A)udada !or 7lia* Fa3e trocou o co"ertor !ela camisa em volta da garotinha. Adivinhava o !lano de 8oe* mas* ,uando tentou !rotestar* a vo& morreu em sua garganta*en,uanto o coração ,uase !arava ao v@(lo sair em dis!arada rumo ao !rdio em chamas*gritando !ara ,ue lhe trou2essem água. Algum entregou(lhe um "alde* onde ele enso!oua manta e de!ois a!roveitou o resto da água !ara molhar(se da ca"eça aos !s. ?mseguida* enrolou(se com o co"ertor encharcado e correu !ara a igre)a.

=uando ele desa!areceu em meio ;,uele inferno incandescente* Fa3e sentiu os )oelhos fra,ue)arem. Sua e2!ressão aterrori&ada assustou a sra. 8ohnston* ,uenovamente temeu ,ue a amiga !erdesse os sentidos ou aca"asse derru"ando o "e"@ aochão. Tocou(lhe o om"ro timidamente e !erguntou com vo& suave:

B =uer ,ue eu segure a criança>

Fa3e* mal saída do tor!or* estendeu a menininha com um gesto automático.

B Pode !egar* ela sua.

B % ,u@> B 7lia imaginou ,ue a amiga estava delirando.

Fa3e !or um instante desviou a vista da !orta da igre)a e tentou e2!licar oacontecido:

B ?sta criança de uma índia ,ue deu ; lu& agora há !ouco. A mãeC estavamuito mal e morreu no !arto. 7lia* esta menina !recisa de um lar.

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7om os olhos cheios de lágrimas* a sra. 8ohnston redo"rou a ternura com ,ueninava a !e,uena.

?n,uanto isso* como se estivesse em transe* Fa3e começava a caminhar !ara aigre)a flame)ante* gritando aflita !elo nome de 8oe.

 Ao !erce"er seu estado* Ga3land correu !ara "arrar(lhe o caminho.

B Pare com isso* Fa3e. 5ão se)a tola. B Segurou(a !elo "raço. A !ro2imidade dofogo fa&ia(os suar em a"undncia. B Seu irmão )amais a!rovaria issoD oc@ não sairiaviva de láD

7onvencida não !elos argumentos mas !ela força dele* Fa3e dei2ou(se arrastaralguns metros !ara trás. 1esmo ali o calor das chamas era ,uase insu!ortável. ?la nãodesgrudou os olhos da !orta do tem!lo. ?* sem !erce"er* estava chorando como umacriança arrancada dos "raços da mãe.

% cre!itar cada ve& mais alto do fogo era o 4nico som ,ue vinha da igre)a* e adança incessante das la"aredas* o 4nico movimento. 5ão havia sinal de 8oe ou 1ichael.Fa3e começou a duvidar se ainda veria vivos os dois homens a ,uem mais amava no

mundo.

8oe não !ensara duas ve&es antes de se arriscar a entrar na,uela fornalhaK setivesse !ensado* teria desistido antes de escalar os !rimeiros degraus de acesso ; igre)a.Por isso* assim ,ue alcançou o átrio de entrada* teve uma vontade louca de dar meia(volta e fugir do calor a"rasador e da fumaça negra ,ue enchia tudo ao redor.

Porm continuou avançando rumo ; nave central* sem se descuidar da mantamolhada so"re a ca"eça e os om"ros.

5a metade do caminho !ara o altar* viu(se o"rigado a dar uma !e,uena volta !orentre os "ancos !ara se desviar de um !edaço de viga ,ue caíra do teto e ardia no

corredor.encido o !rimeiro o"stáculo* !Ede seguir com maior ra!ide&* em"ora o calor

aumentasse a cada !asso ,ue dava. 8á sentia os !ulm<es em "rasa ,uando divisou asilhueta im!onente do altar.

 A torre atrás dessa estrutura de mármore estava sendo tragada !elas chamas* masas vigas no alto a!enas fumegavam ou a!resentavam focos !e,uenos de fogo* dando aim!ressão de ,ue ainda levaria algum tem!o antes de desa"arem.

?ntão ele avistou um vulto estendido ao ! do altar. ?m"ora estivesse!arcialmente enco"erto !ela ta!eçaria* ,ue escondia sua ca"eça e !arte das costas* ohá"ito negro mostrava ,ue era o !adre.

8oe a!ro2imou(se dele* aliviado ao ouvi(lo tossir e tentar levantar(se. 1ichaelestava vivo. ? conscienteD

B Padre 1ichaelC B disse* e !arou imediatamente* acometido !or um acesso detosse. B 5ão se me2aD ou a)udá(lo a sair da,ui B com!letou em seguida.

 A vista turvada !elas lágrimas* o !adre s9 o reconheceu ,uando ele segurou(o!elos "raços !ara levá(lo.

B 8oeC Graças a 0eusD

Parte da torre caiu so"re o altar* es!alhando uma chuva incandescente de "rasas

e o"rigando 8oe a !u2ar o !adre !ara )unto de si. ?ntão colocou(o tam"m so" o co"ertormolhado.

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B Segure a !onta da manta e !onha o outro "raço em volta de meu om"ro.Precisamos sair logo da,ui. As vigas do telhado não vão resistir !or muito tem!o.

1ichael fe& um gesto !ara indicar ,ue entendera as instruç<es.

 A"raçados* começaram o caminho de volta !elo corredor da nave.

B ?uC não sei se vouC conseguirC B % !adre tossia e seus )oelhos

cam"aleavam. 8oe am!arou(o !ara ,ue não caísse.B Padre* onde está sua f> 5ão desista agoraD Tenha f !or n9s doisD

Foi com um esforço so"re(humano ,ue 1ichael firmou(se novamente nas !r9!rias!ernas.

B ?stá "emC 8oe. ?ntãoC vamos.

etomaram seus !assos* cam"aleantes* avançando ,uase ;s cegas devido ;fumaça e ;s lágrimas ,ue enchiam seus olhos. As la"aredas es!alhavam(se !ela nave*alcançando vários "ancos. A água da manta eva!orava com ra!ide& e logo ela seria in4tilcomo !roteção.

=uando começava a temer !elo fracasso* 8oe vislum"rou a saída da igre)a. 5essee2ato momento uma !arte do telhado desa"ou* inter!ondo uma fogueira entre eles e asalvação.

 As 4nicas alternativas ,ue lhes restavam eram chamuscar(se atra(vessando esse4ltimo o"stáculo ou se conformarem em !ermanecer lá dentro e serem devorados !elofogo.

B 1ichaelD B 8oe gritou mais alto ,ue o "arulho das la"aredas. B Agora falta!ouco. amos ter de correr. oc@ ag/enta>

1ichael ergueu a ca"eça* avistou a "arreira de fogo e hesitou.

B s9 uma corrida* !adreD São s9 mais alguns !assosD

B Se)a o ,ue 0eus ,uiser B res!ondeu 1ichael* !re!arando(se !ara correr.

Fa3e !rendeu o fElego ,uando as duas figuras indistintas atravessaram a muralhade fogo ,ue se erguia na !orta da igre)a. A manta com ,ue se !rotegiam começava afumegar* mas vários homens a!ressaram(se em arrancá(la de suas costas* ao mesmotem!o ,ue outros esva&iavam "aldes de água em cima deles. % sus!ense chegava aofim. 8oe e 1ichael estavam salvosD

 A lu& do novo dia )á des!ontava no hori&onte* anunciando o "reve raiar do sol.6aviam cessado as tentativas de a!agar o inc@ndio e as !essoas se afastavam !ara

assistir de longe ao trágico es!etáculo. A torre da igre)a* ,ue estivera !endendo de um lado !ara o outro* ao sa"or do

vento* finalmente desa"ou !ara dentro da !ira imensa.

Fa3e a!ro2imou(se com !assos lentos dos dois homens salvos das chamas* comose ainda não acreditasse no ,ue vira. ?stavam a!oiados um no outro* como velhosamigos. %fegantes* e2aminavam(se mutuamente* cada um verificando se o outro estava"em.

0iante da,uela cena* era o caso de se !erguntar se* em ve& de maldita* essa nãoteria sido uma noite de milagresD

7om os olhos avermelhados* chamuscados a,ui e ali* su)os de fuligem* am"osainda tossiam e res!iravam com dificuldade ,uando Fa3e !arou diante deles* malca"endo em si de felicidade e sem sa"er a ,uem a"raçar !rimeiro.

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Por fim* num im!ulso* correu !ara 8oe* a"raçando(o e "ei)ando seu rosto.

B %"rigada B murmurou num fio de vo&. B oc@ !odia ter morrido eC

8oe não dei2ou ,ue ela concluísse.

B ?stá tudo "em agora. sso o ,ue im!orta. 0e!ois de "ei)á(lo mais uma ve&*Fa3e voltou(se !ara oirmão* ,ue !arecia recu!erar(se mais devagar.

B %h* 1ichael* 1ichaelD B Atirou(se em seus "raços* os olhos lacrime)ando. B5ão sa"e como fi,uei !reocu!adaC

?le tossiu* "ateu com a mão no !eito várias ve&es* de!ois se reco"rou.

B 0evo minha vida a 8oe. Se não fosse !or ele* eu não estaria a,ui conversandocom voc@.

B ?le um homem "om* 1ichael. S9 lamento ,ue voc@ tenha desco"erto isso emcircunstncias tão tristes.

B 6avia muitas coisas ,ue eu não estava en2ergando direito B ele admitiu*

lançando um olhar significativo na direção de 8oe* ,ue ;,uela altura estava rodeado !oruma !e,uena multidão de curiosos. B 7hegue mais !erto* 8oe. Preciso lhe di&er algumascoisas. Temos um assunto !ara esclarecer.

Seu tom de vo& não !ressagiava "oas novas.

Fa3e olhou(os a!reensiva* temendo ,ue os dois aca"assem tendo outra discussãoviolenta* dessa ve& com várias testemunhas.

8oe a"raçou(a !ela cintura e* igualmente desconfiado do ,ue viria a seguir*a!ro2imou(se do !adre.

1ichael lim!ou a garganta como se ,uisesse ser ouvido !or todos ,ue

!resenciavam a cena.B 7ometi in4meros erros em minha vida e !retendo corrigi(los agora ,ue tive

o!ortunidade de !erce"@(los.

Fa3e e 8oe entreolharam(se sem esconder o es!anto com o ,ue ouviram.

B %s acontecimentos desta noite me deram uma lição* me mostraram ,ue euestava dando maior im!ortncia ;s coisas do mundo ,ue a minha função de sacerdote.7om isso aca"ei !ondo em risco a vida de muita gente* ao a!oiar o comit@ de vigilantescontra os "andoleiros.

Todos os !resentes acom!anharam seu olhar !ara a enorme fogueira ,ue

consumia as !aredes do tem!lo.B Tenho uma igre)a !ara reconstruir B 1ichael !rosseguiu* sua vo& ganhandoforça e determinação. B ? desta ve& não será uma igre)a comum. Suas !aredes seerguerão !ara resistir ao fogo e a tudo o mais* !or longos e longos anos.

8oe es!almou a mão so"re o om"ro dele.

B 0esde )á !ode contar comigo !ara a)udar do começo ao fim da construção.

Fa3e ria e chorava de felicidade. Poucas horas antes saíra da ca"ana de 8oe"rutalmente arrancada do sono !or um !esadelo tene"roso. Agora* vivia um sonho. Seuirmão e o homem ,ue ela amava finalmente fa&iam as !a&esD

 Ao desviar a vista dos dois !ara esconder as lágrimas* divisou a !e,uena distnciaa sra. 8ohnston com o "e"@ no colo. 7lia ninava a garotinha e !arecia enfeitiçada !orela.

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7om a mão na cintura da es!osa e um sorriso terno nos lá"ios* Ga3land tam!oucotirava os olhos da criança. Sem a menor d4vida os dois seriam !ais amorosos ,ue dariamtudo de si !ara a felicidade da !e,uena.

8oe tocou o om"ro de Fa3e e sussurrou:

B =uerida* vou a)udar 1ichael a ir ; casa !aro,uial. Seria "om ,ue voc@ tam"m

viesse. Precisamos conversar com ele.?la assentiu com um gesto de ca"eça* de!ois a!ontou !ara os 8ohnston.

B e)a como eles estão feli&es. como se fosse sua !r9!ria filha. %lhe ae2!ressão de 7lia. ? o sorriso de Ga3landD ento da 5oite ficaria contente se sou"esse,ue seu "e"@ estaria em tão "oas mãosD

8oe a"raçou(a docemente* "ei)ando(lhe o rosto.

B Tudo vai dar certo agora* meu amor. TudoD B Fa3e sussurrou.

B ?u diria ,ue )á não era sem tem!o. +em* vamos at a casa !aro,uial !araacertar logo nosso assunto. 5ão !retendo adiar nosso casamento nem !or um dia.

B 1as sem a igre)aC

B A cerimEnia !ode muito "em ser reali&ada em minha ca"anaC isto * em nossacasa. amos consertar as )anelas e arrumá(la !or dentro* e amanhã ; noite teremos umcasamento ines,uecível.

B 5ossa casaC B Fa3e re!etiu* sonhadora. B sso me soa lindoD

Cap%tulo ((&' Cap%tulo ((&' 

Fa3e olhou(se no es!elho en,uanto 7lia dava os 4ltimos reto,ues em seusca"elos* ,ue caíam sedosos e "rilhantes a !artir da coroa de margaridas no alto daca"eça. Seu vestido era de organdi a&ul* a saia fran&ida e enfeitada !or tr@s fileiras derenda* co"rindo suas !ernas at os torno&elos.

B a noiva mais "onita ,ue eu )á viD B declarou a sra. 8ohnston* recuando um!asso !ara admirá(la melhor. B 8oe vai ficar loucoC se ,ue ainda não estáD

B Será ,ue tudo isso está mesmo acontecendo> B Fa3e "eliscou o "raço* !aradar @nfase ; !r9!ria incredulidade. B ?u vou mesmo me casar com 8oe ho)e> Passeitanto tem!o achando ,ue este dia nunca chegariaD

B tudo verdade* meu "em. Seu casamento* a a!rovação de seu irmão e at amenininha ,ue )á !osso chamar de minha filhaD B 7lia a"raçou(a com carinho. B%"rigada !or tudo* ,uerida. 0esde o começo voc@ se mostrou 9tima conosco* e nos deu omelhor !resente ,ue Ga3land e eu ,ueríamos. Todos n9s temos motivos !ara estarfeli&esD Tivemos muita sorteD

Fa3e assentiu em sil@ncio* lem"rando(se dos 4ltimos acontecimentos* ,ue !or!ouco não haviam aca"ado em tragdia. Sua e2!ressão re!entinamente som"ria

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!reocu!ou a sra. 8ohnston.

B % ,ue houve* Fa3e> ?stá tão caladaC ?u disse algo errado>

B 5ão* de modo algumD Foi s9 uma coisa ,ue lem"rei* mas )á !assou. Foramtantas as aventuras e os !erigos desde ,ue !arti de 5ova %rleansD Feli&mente !erdi todoo medo de não me ada!tar a,uiC Aliás* não consigo en2ergar outro lugar onde !udesse

me sentir melhor. Ms ve&es !enso ,ue s9 !or causa de 8oe. oc@ não imagina comoamo esse homem* 7liaD ?le tudo !ara mim.

B oc@s serão feli&es* tenho certe&a.

0e!ois de certificar(se de ,ue a noiva estava !ronta* a mulher com!letou:

B ?stá na hora de descermos. Tomara ,ue os homens tenham arrumado direitinhoa ca"ana. -ma !ena os vidros ,ue"rados nas )anelas* mas não fa& mal. A vedação comcouro dará um )eito en,uanto as novas vidraças não chegam. =uanto ao "an,uete* acho,ue não haverá !ro"lema. As mulheres começaram a co&inhar desde o raiar do sol.amos ter uma "ela festa.

B ?n,uanto isso* 1ichael deve estar lá em"ai2o* andando de um lado !ara o outroem seu ga"inete* mais nervoso do ,ue o noivo B Fa3e comentou* rindo. B umverdadeiro milagre ele ho)e achar ,ue 8oe o marido ideal !ara mim.

B 1ilagre o ,ue não tem faltado nos 4ltimos dias !or a,ui. 1eu !e,ueno milagreestá dormindo tran,/ila no salão de "ai2o. 1ichael me indicou a melhor ama(de(leite daregião !ara Annetta. ?le fe& ,uestão de escolh@(la !essoalmenteD

7onversando alegremente* as duas mulheres desciam !ara encontrar o !adre a fimde saírem !ara a ca"ana de 8oe.

 A multidão de convidados reuniu(se na clareira em volta da ca"ana de 8oe. 6aviatanta gente ,ue alguns colonos !ostavam(se at !elas imediaç<es das trilhas ,ue saíam

!ara o forte e !ara a missão. Todos conversavam com animação* contavam !iadas*comentavam o inc@ndio da igre)a ou discutiam so"re a ca!tura dos fora(da(lei. %sm4sicos afinavam seus instrumentos e as mulheres se reve&avam na co&inhaim!rovisada ao lado da casa* so" um toldo de lona.

5o instante em ,ue a charrete tra&endo a noiva se a!ro2imou da clareira* as!essoas afastaram(se !ara os lados a"rindo um corredor ,ue terminava na varanda daca"ana. % veículo !arou "em antes de chegar lá* !ara dar o!ortunidade a ,ue todosvissem como a noiva estava radiante.

1ichael a)udou Fa3e a descer* de!ois fe& o mesmo com 7lia* ,ue tam"mchegara na charrete.

?ntão 8oe surgiu de uma rodinha de homens ,ue dividia entre eles uma garrafa deuís,ue. %s amigos tinham feito ,uestão de ,ue o noivo tomasse um drin,ue antes doinício da cerimEnia. ecm("ar"eado* cheirando a "anho e com um novo tra)e de courode gamo* ele a!ro2imou(se da noiva a !assos largos.

B Pode me dar a honra* linda senhorita> B disse* emocionado* ofere(cendo(lhe o"raço. B ?stá !ronta !ara se tornar minha es!osa>

B (ui, mon amour B Fa3e sussurrou* com um "rilho esfu&iante no olhar. B Sinto(me tão feli&* 8oeD

% !adre sorriu !ara eles* de!ois fe& um gesto !ara indicar ,ue seguissem adiante.

0e "raços dados* acenando !ara os amigos e conhecidos ,ue se acotovelavamdos dois lados do corredor* os noivos avançaram lentamente rumo ; varanda da casa.

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 Assim ,ue escalou o !rimeiro degrau da escada* Fa3e estacou* horrori&ada. Aentrada da ca"ana estava com!letamente "lo,ueada !or !edras de todos os tamanhos.

B 1eu 0eus* o ,ue issoD B ela e2clamou* a!ertando o "raço de 8oe. B % ,uesignificam essas !edras>

1al contendo o riso* ele a!ontou !ara +art3.

B 1eu com!anheiro ali decidiu divertir(se a nossa custaC B %s convidados mais!r92imos desataram a rir. B ? tradição nos %&ar's o melhor amigo do noivo atrasar acerimEnia !ara animar um !ouco a festa.

Fa3e ainda tentou manter o ar srio* mas* diante da e2!ressão de fingida inoc@nciade +art* aca"ou rindo. Todos em volta deram gostosas gargalhadas ao v@(la disfarçar aansiedade e a!arentar "om humor.

B sso coisa ,ue se faça* +art> B disse* en,uanto alguns homens começavam aremover o entulho da entrada. B ?s!ere s9 at chegar o dia de seu casamento. 8oe e euvamos lhe !regar uma "oa !eçaD oc@ vai verD

  B ?ncontre algum igual&inha a voc@ ,ue eu me caso na hora. B % "atedor!iscou(lhe o olho. B At lá* o velho +art vai continuar sofrendo seu calvário de solteiroD

5ovas gargalhadas ecoaram entre os !resentes* !ois todos ali sa"iam o ,uanto elea!roveitava sua vida de solteiro.

B 7alma* calma* meu amigo B interveio 8oe* dando continuidade ; "rincadeira. B Antes de decidir casar(se* mesmo encontrando algum parecido com minha noiva* es!ereat eu lhe di&er se ela tão maravilhosa ,uanto eu imagino.

Sem !ensar no ,ue fa&ia* Fa3e resolveu !artici!ar da troca de grace)os. %lhou onoivo nos olhos e disse com ar co,uete:

B 1eu amor* considerando ,ue voc@ tem uma imaginação tão curta* acho ,ue vousu!erar suas e2!ectativas.

0essa ve& at o !adre* ,ue se mantivera srio o tem!o inteiro* riu da !iada.

?la corou e deu graças a 0eus ao ver ,ue a !assagem fora li"erada. es!iroufundo e* novamente de "raços dados com 8oe* adentrou a ca"ana.

? então um novo em!ecilho o"rigou o adiamento da cerimEnia. S9 ,ue agora erauma sur!resa a"solutamente agradável. % interior da casa estava tão modificado ,ue elafe& ,uestão de conferir cada detalhe antes da "@nção do !adre.

% am"iente r4stico e modesto ,ue vira na noite anterior fora transformado em um

recinto "onito* aconhegante e confortável. %s m9veis de fa"ricação local tinham sidosu"stituídos !or finas !eças de mo"ília da casa !aro,uial* doadas !or 1ichael. 7astiçaiscom velas coloridas ornamentavam a linda mesa de cere)eira e iluminavam a sala ,uerecendia a rosas e flores silvestres* dis!ostas em "elos arran)os !or todos os lados.

?m frente ; lareira* um lu2uoso sofá estofado formava con)unto com duas!oltronas. 5o tam!o de mármore da mesa de )antar via(se uma !ilha de !resentes. ? no,uarto havia uma cEmoda nova* encimada !or um es!elho de cristal ,ue refletia amagnífica cama de dossel* co"erta !or um colorido acolchoado forrado com !enas deganso.

Todas as )anelas e2i"iam vidros novosK um dos colonos rece"era(os !or

encomenda )ustamente no dia anterior e resolvera dá(los a 8oe como !resente decasamento. ?stavam adornadas com cortinas de cetim verde* ,ue desciam at ,uasetocarem o ta!ete de +ru2elas ,ue co"ria o assoalho.

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B oeD oc@ a!rontou tudo isso !ara mim> B Fa3e murmurou* entre maravilhada eincrdula.

?le sorriu* satisfeito.

B +em* os "andidos nos fi&eram um grande favor ontem ; noite. 0e!ois de"agunçarem tudo a,ui* me o"rigaram a olhar de outro modo !ara esta ca"ana. 5ão era

um local a!ro!riado !ara se tra&er a noiva* voc@ concorda>B ?u nunca reclameiC

B 1as a!rova>

B %h* 8oe* está maravilhosoD

B ?ntão o ,ue estamos es!erando> amos a!ressar esse casamento.

 M,uela altura a ca"ana estava a!inhada de gente* ,ue se acotovelava !ara assistirao ato religioso diante do !e,ueno altar im!rovisado na sala.

% !adre vestiu os !aramentos* !egou a +í"lia e ergueu o "raço !ara fa&er o sinal(

da(cru& ,uando então deu !ela aus@ncia dos !adrinhos.B 8á estamos chegandoDB gritaram 7)ia e Ga3land em uníssono en,uan(to

a"riam caminho entre as !essoas* am"os e2i"indo seus melhores tra)es.

B Parece ,ue agora não falta mais nada B 8oe sussurrou !ara Fa3e ,uando1ichael com!letou o gesto ,ue dei2ara sus!enso momentos antes.

% )antar comemorativo* um verdadeiro "an,uete* aconteceu ao ar livre* como um!i,ueni,ue* ; lu& de de&enas de lam!i<es tra&idos !elos convidados.

%s noivos recolheram(se "em antes* !orm os feste)os foram at ,uase meia(noite* ,uando um gru!o enca"eçado !or +art e Ga3land encarregou(se de recolher

!anelas* !ratos e toalhas* dei2ando o local lim!o como se nada houvesse ocorrido ali.5o interior da ca"ana* de!ois ,ue o sil@ncio lá fora era total* 8oe e Fa3e

descansavam lado a lado na am!la cama de dossel* a!9s terem feito amor*com!letamente alheios ; m4sica e ;s conversas ,ue haviam !redominado antes.

 Am"os haviam dormido mal na tumultuada noite anterior e aca"aramadormecendo* aninhados nos "raços um do outro.

0eviam ser mais ou menos duas horas da madrugada ,uando foram su"itamenteacordados !or violentas !ancadas na !orta.

8oe saltou da cama como um raio* vestiu a calça em dois tem!os* agarrou o rifle e

foi ver ,uem era.Fa3e tam"m levantou(se* não com tanta !ressa* at mesmo !or,ue se recusava aacreditar ,ue fossem surgir !ro"lemas e2atamente em sua noite de n4!cias.

?la aca"ava de vestir a camisola com!rida ,ue ganhara de 7lia ,uando o maridoa"riu a !orta com viol@ncia* a arma em !unho* ,ue ele não !recisou usar !or,ue era +art,uem estava ali.

?s"aforido* vermelho de c9lera* o "atedor entrou na sala feito um furacão.

B ai me descul!ar a interru!ção* com!anheiro* mas melhor se vestir de!ressa.%s amaldiçoados a!roveitaram ,ue a maioria dos colonos estava a,ui na festa esa,uearam suas casas e rou"aram seus cavalos. ?ssa foi a gota dágua* 8oe. Precisamoscaçar esses "andidos at o 4ltimo deles. ?stá todo mundo contando com sua a)uda. oc@ o melhor rastreador da região e tam"m o melhor atirador. Sua !resença

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indis!ensávelD

Fa3e escutara tudo e chegou lívida ; sala.

B Sinto muito B disse +art. B nfeli&mente não há outro )eito. ?s!ero ,ue voc@entenda.

?la voltou(se !ara o marido* com um "rilho t@nue de es!erança no olhar.

B % ,ue voc@ vai fa&er* 8oe>

B =uerida* não tenho escolhaC

?le foi at o ,uarto e retornou instantes de!ois* )á de camisa e mocassins*afivelando o cinturão de "alas.

B oc@ com!reende* não mesmo> sso sem!re vai fa&er !arte de nossocasamento. =uando sou chamado* tenho de atender. ? desta ve& toda a comunidade,ue !recisa de mim. 0iga ,ue entende* !or favor.

elem"rando os 4ltimos acontecimentos em ,ue ele se havia envolvido* da

!erseguição !elos "andidos ao tiroteio na ca"ana e ao inc@ndio na igre)a* !ela !rimeirave& ocorreu a Fa3e ,ue seria fácil !erd@(lo de um momento !ara o outro* de!ois de tantoesforço !ara con,uistá(lo. 1esmo assim* !rocurou mostrar firme&a e disfarçar aa!reensão.

B =uando voc@ volta>

B Ficarei fora o tem!o ,ue for necessário !ara encontrar a,ueles filhos da mãeCB 8oe fe& uma !ausa* enca"ulado.B 0escul!e minha linguagem. Ainda não meacostumei com a idia de ,ue tenho uma es!osa tão linda em casa.

?la riu.

B =uerido* vá em frente. Faça o ,ue !recisa ser feito. ou estar a,ui ,uando voc@voltar. 1as* !or favor* tome cuidado. ?u não su!ortaria se alguma coisa acontecesse comvoc@.

B 5enhum fora(da(lei fará de voc@ uma vi4va. ? eu lhe !rometo inferni&ar a vidada,ueles malditos at eles im!lorarem !ara descansar atrás das grades.

+art retirou(se !ara a varanda* en,uanto os dois se "ei)avam demoradamente.

B -se isto caso se)a ameaçada durante minha aus@ncia. B 8oe entregou(lhe orifle assim ,ue seus lá"ios se se!araram. B oc@ vai ter de a!render a se defender*!or,ue de ve& em ,uando !recisarei me afastar !ara lugares distantes.

B Pode ir sossegado. ?u sei cuidar de mim. B Fa3e a!arentava uma firme&a ,ueestava longe de sentir.

1ais um "ei)o* dessa ve& rá!ido* e ele saiu ao encontro de +art.

Fa3e moveu(se vagarosamente rumo ; !orta* colocou as travas de madeira e foisentar(se no sofá !r92imo da lareira.

%uvia o tro!el dos cavalos afastando(se da ca"ana en,uanto !egava umamargarida da coroa ,ue usara durante a cerimEnia do casamento. A flor )á começava amurchar. -ma a uma* !Es(se a desfolhar suas !talas* ao mesmo tem!o ,ue fa&ia um!edido a cada ve&.

Falando "ai2inho* !rague)ou contra a solidão ,ue sentia* amaldiçoou os"andidosC e amaldiçoou 8oe 6arrison.

?le lhe !rometera uma noite de n4!cias ines,uecível. ? cum!rira ao ! da letraD129

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Cap%tulo ((' Cap%tulo ((' 

 A chuva forte tam"orilava so"re o telhado da ca"ana e* a cada trovão ,ue ecoava!ela floresta* Fa3e interrom!ia seu tra"alho de fa&er velas e olhava !ara a )anela* em"oraas cortinas estivessem fechadas !ara im!edir a entrada do clarão dos raios.

?stava difícil acalmar(se* !rinci!almente !or,ue não tinha nenhuma notícia de 8oe.?ra !rovável ,ue em algum lugar das imediaç<es ele estivesse tam"m enfrentando amesma tem!estade. %u talve& se encontrasse nesse e2ato momento atirando em"andidos* arriscando(se a ser "aleadoC

B ?ssa tem!estade vai !assar logo B 7lia tran,/ili&ou(a* curvando(se so"re o

cesto de vime onde Annetta dormia entre os lenç9is. B ?u sei o ,ue voc@ está !ensando*,uerida. 5ão se !reocu!e. 5ossos maridos voltarão* não vai acontecer nada com eles.

Fa3e não res!ondeu de imediato* fingindo concentrar(se na tarefa de a!rontar os!avios de algodão ,ue seriam introdu&idos dali a !ouco nas fErmas contendo ceraderretida* !ara a feitura das velas.

B Fa& ,uase uma semana ,ue eles !artiram B disse* !or fim. B Por ,ue estãodemorando tanto> 0eve ter ocorrido alguma coisa ruimC ?sse mau !ressentimento me!ersegue como uma !raga. ?* !ara com!letar* veio agora essa maldita tem!estadeD

 A sr. 8ohnston retornou ; mesa* de!ois de verificar ,ue o "e"@ dormiatran,/ilamente.

B Sem ,uerer ser !essimista* devo avisá(la de ,ue isso s9 o começo* Fa3e. A!enas uma !arte de nosso !a!el de es!osa nesta região selvagem. Se desanimaragora* seu casamento estará condenado. isso o ,ue voc@ ,uer>

B 7laro ,ue não* masC

B 7om o tem!o as coisas vão melhorar B interrom!eu(a a amiga. B Podemosreclamar ; vontade !or estarmos so&inhas e a!arentemente es,uecidas. 5o entanto*nossos homens não saíram !elo mundo !ara se divertirem. ?stão cuidando de um!ro"lema ,ue afeta a todos n9s. Por ,ue não ter um !ou,uinho mais de !aci@ncia>

Fa3e !esou "em a,uelas !alavras e logo concluiu ,ue não tinha motivo !ara sedeses!erar. ?ra desagradável ver o marido sair a!ressado em !lena noite de n4!cias enão sa"er ,uando ele voltariaC =uanto a isso* não havia d4vidas. Porm* como di&ia7lia* ele não fi&era isso com o !ro!9sito de magoá(la. 5enhum dos homens dei2ara suacasa !or livre e es!ontnea vontade. Tinham sido o"rigados !or,ue ainda viviam em umlugar sem lei. % futuro com certe&a seria diferente.

B oc@ tem ra&ão* 7lia. Talve& eu este)a sendo a!ressada demaisC Foi umasur!resa !ara mim ,ue Ga3land tam"m se integrasse ao gru!o ,ue saiu em !erseguiçãodos ladr<es.

B Ah* minha filha* ,uando ele sou"e do tamanho do gol!e ,ue os "andidoshaviam dado* não teve outra escolha senão !artici!ar da caçada. 1inha !reocu!ação se voltará em condiç<es de acom!anhar os mais )ovens. ?le )á não mais nenhummocinhoD

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B 1as tam"m não está caindo aos !edaços B Fa3e grace)ou. B Alm do mais*a chegada de Annetta remoçou(o uns de& anos. 5ão se !reocu!e* ele estará "em.

B TomaraD 8oe me garantiu !essoalmente ,ue cuidaria dele se houvesse ,ual,uer!ro"lema. sso !ara mim o suficiente.

B oc@ tem muita f em 8oe* não >

B 7laro* ,ueridaDB As !essoas confiam tanto neleC

B 8oe fa& !or merecer a confiança de todos. ? seu marido* Fa3e. magino o,uanto se sente orgulhosa.

B Sinto tanto orgulho dele ,uanto voc@ de Ga3landD 0e!ois de um instante desil@ncio* Fa3e dirigiu(se ; co&inha !ara verificar o caldeirão ,ue colocara so"re o fogo.

B amos começar* 7lia. ?stá !ronta !ara ta!ar o nari&>

B ?stou tão !ronta agora ,uanto em ,ual,uer outra hora. B ?la riu e deu uma

es!iada no "e"@. B Po"re Annetta* vai ter de su!ortar esse cheiro B com!letou*alcançando a !onta do co"ertor e co"rindo levemente o nari& da !e,uena. Feito isso* )untou(se a Fa3e na co&inha. B Pu2a* voc@ tem cin&a suficiente !ara fa&er "astantesa"ão. 0urante a !rimavera devemos !re!arar um esto,ue ,ue d@ !ara o ano inteiro. ssodis!ensa muita "agunça nesta !oca do ano.

B Sem falar do mal cheiroD

Fa3e segurou o "arril e entornou a água so"re as cin&as ,ue 8oe acumulara dalareira. A !asta resultante disso foi levada ao caldeirão so"re o fogo e misturada ;gordura de carne guardada ao longo do tem!o. 0e!ois de co&inhar lentamente* esse!re!arado iria engrossar e se transformar em sa"ão.

B amos nos sentar !erto da lareira e descansar en,uanto es!eramos B 7lia!ro!Es* levando o "ule de caf !ara a sala. B Tivemos um dia cansativo e a noite !odeser ainda mais longa.

Fa3e sentou(se ao lado dela no sofá e serviu o caf !ara am"as.

B ?stou contente !or 1ichael ter tra&ido voc@ e Annet(ta !ara cá ho)e. ?le deve teradivinhado ,ue eu estava com os nervos ; flor da !ele de !reocu!ação.

B 5ão* ele sa"ia ,ue voc@ !recisava de a)uda !ara fa&er vela e sa"ão B 7lia"rincou.

Fa3e riu.

B ? curioso como* de!ois de tanto tem!o se!arados* 1ichael ainda me conhecetão "em. B Tomou um gole de caf* !ensativa. B ? voc@ tam"m* 7lia. Poucas!essoas na vida me conheceram tão "em. ?u me sinto a!egada a voc@ como sefEssemos irmãs.

 A sr. 8ohnston !egou o "ordado ,ue trou2era* !revendo ,ue teria tem!o suficiente!ara concluí(lo.

B ?u ve)o as coisas um !ou,uinho diferentes em relação a voc@ B disse en,uantodesli&ava a agulha !elo tecido. 0esde o começo* em ve& de irmã* eu me via ,uase comouma mãe !ara voc@. 1as nunca !retendi tomar o lugar de sua mãe verdadeiraC Talve&

se)a melhor ,ue nos com!ortemos como irmãs.B * acho ,ue sim.

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Fa3e lem"rou(se de seus !ais e* !ara sua !r9!ria sur!resa* o sofrimento ,ueacom!anhou a recordação não foi tão intenso. M medida ,ue o tem!o !assava* ascicatri&es dei2adas !ela !erda dos dois se fechavamC

Preocu!ada com o sil@ncio ,ue se seguiu* 7lia resolveu mudar de assunto:

B Ga3land costuma di&er ,ue os ninhos de ves!ão "ai2os e os !ica(!aus muito

agitados !renunciam um inverno rigoroso. 1as claro ,ue isso não !assa de su!erstição.?le tam"m fala ,ue o estalido de uma acha de lenha no fundo do fogo anuncia aa!ro2imação de uma tem!estade.

1al ela aca"ou a frase* uma tora na lareira estalou. As duas caíram na risada.

B 0esta ve& a su!erstição está atrasada B comentou Fa3e. B ?stá chovendo háhorasD

B o ,ue eu sem!re digo a meu marido* não vale a !ena !erder tem!o comessas crendicesC Se "em ,ue de ve& em ,uando ele acerta. Lem"ra(se da !revisão ,uefe& so"re a doença durante a viagem> B 7lia !Es o "ordado a um canto e levantou(se.B amos ver se as velas )á estão duras. Fa3e seguiu(a at a mesa.

B Acho desnecessário verificar o sa"ão tam"m. Prefiro não chegar !erto do maucheiro nem um minuto alm do ,ue for !reciso.

?la estava testando a rigide& da cera ,uando de re!ente um "arulho no lado defora da casa fe& com ,ue cutucasse a amiga.

B Sim* eu tam"m escutei um cavalo "ufando B 7lia sussurrou* a!ro2imando(secautelosamente da )anela. B1as não ouvi ningum chegando.

B A terra molhada deve ter a"afado o "arulho dos cascos do cavalo B Fa3e disse"ai2inho* a!ressando(se em agarrar o rifle. 5ervosa* !ostou(se em frente ; !orta* fa&endo!ontaria. B ? se for algum "andido> 1eu 0eus* eu não ,uero atirar em ningumD

B ? se for 8oe> Talve& ele finalmente tenha voltadoD

B 5ão !osso correr o risco de não ser ele B Fa3e retrucou* firmando a arma. B=uem me garante ,ue os fora(da(lei não desco"riram ,ue eu estou a,ui sem !roteção>?les !odem ter vindo !araC !araC

B Acalme(se* ,ueridaD 8á es,ueceu o ,ue eu disse antes> Se ficar imaginando as!iores coisas toda ve& ,ue seu marido se afastar* vai aca"ar ficando louca. ou dar umaolhada !ara ver ,uem . Talve& tenhamos uma agradável sur!resa.

Porm* antes ,ue 7lia tivesse tem!o de es!iar !ela )anela* a !orta se a"riu dere!ente.

Fa3e se assustou tanto ,ue* sem !erce"er* !u2ou o gatilho. % coice da armaatirou(a !ara trás* fa&endo(a cair desa)eitadamente no chão. A "ala se alo)ara na !arede*a !oucos centímetros do "atente.

B Pelo amor de 0eus* Fa3eD B 8oe es"rave)ou* entrando na ca"ana ra!idamente*molhado at os ossos. B a segunda ve& ,ue voc@ dis!ara contra mim. B A!ro2imou(see tirou(lhe o rifle das mãos.

B 8oe> B Sua vo& estava ,uase inaudível. B ?u não sa"iaC

B 0á !ara !erce"er B ele cortou* !ondo a arma de lado. Seu mau humor sedesfe& no instante em ,ue ouviu o choro e Annetta na cesta de vime a um canto da sala.

Fa3e levantou(se* contrariada* en,uanto a sra. 8ohnston corria !ara acalmar o"e"@.

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B 0escul!e* 7lia* eu não !retendia acordar a garota B murmurou* voltando(se!ara o marido. Ao v@(lo risonho e calmo* atirou(se em seus "raços* co"rindo(lhe o rostode "ei)os. B %h* 8oe* voc@ voltouD Tive tanto medo de ,ue acontecesse alguma coisacom voc@D

B 6umC assim "om chegar em casa B ele "rincou* a"raçando(a contra o !eitoforte.

5esse instante Ga3land entrou na ca"ana* tam"m encharcado da ca"eça aos!s.

B 0e!ois dessa* meu amigo a,ui nunca vai se arriscar a a"rir a !orta de nossacasa B comentou 8oe com "om humor. B e)a s9D Passei dias !erseguindo os "andidosmais !erigosos do ?stado !ara levar um tiro da es!osa na hora de entrar em casaD ssoaca"a com a re!utação de ,ual,uer um B acrescentou* dando uma "oa gargalhada.

7lia não conteve as lágrimas ao ver o marido. 7om Annetta no colo* correu !araa"raçá(lo.

B %h* Ga3landD

?n,uanto isso* 8oe se descul!ava com a es!osa.

B Sinto muito* ,uerida. ?u não ,ueria ficar irritado com voc@* mas* !or favor*verifi,ue antes de atirar* da !r92ima ve&. ou estar entrando e saindo o tem!o todo e nãogostaria de me !reocu!ar se vou levar um tiro cada ve& ,ue voltar !ara casa.

B Acho ,ue eu a!rendi a lição. B ?la riu* enca"ulada.

B Prometo ,ue não vai acontecer outra ve&.

B =ue cheiro horrível esse> B 8oe foi at a co&inha e retornou de!ois de ver ocaldeirão so"re o fogo. B Ah* sim* sa"ão. Parece ,ue voc@ a!roveitou "em minha

aus@nciaD B e!arou nas velas em cima da mesa e com!letou:B oc@ se transformou numa dona de casa e tanto* e sem dei2ar de ficar mais

linda a cada diaD

B Fi& minha !arteC ? voc@> 7omo se saiu na viagem>

B 7onte a elas* Ga3land B disse 8oe com uma e2!ressão de orgulho.

 A"raçado ; es!osa* o amigo !igarreou antes de começar:

B Foi uma !arada dura. Perseguimos a ,uadrilha at o limite do ?stado* masconseguimos ca!turá(losD

BTodos seria !raticamente im!ossível. 0evia haver uns trinta. Agarramos vinte* eisso deve garantir um !eríodo de !a& !ara toda a região. %s ,ue so"raram vão !ensarduas ve&es antes de decidir retornar aos %&ar's. 1as recu!eramos todos os cavalosrou"ados.

B ?ntão a missão foi um sucessoDB Fa3e sentia(se radiante de felicidade. 7om o"ando des"aratado* 8oe não seria mais re,uisitado a cada instante.

B Sem a menor d4vida. Agora* ,uerida* ,uero matar a saudade ,ue senti de [email protected] ficar a s9s eC

 Antes ,ue ela !udesse censurá(lo !or estar sendo indelicado com os 8ohnston*Ga3land e2!licou !ara a es!osa:

B =uerida* 8oe !arou lá em casa !ara esca!ar um !ouco da chuva e vimos o"ilhete ,ue voc@ dei2ou em cima da mesa. Por isso eu trou2e a charrete co"erta !ara

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levar voc@ e Annetta !ara casa. ?le e eu ficamos contentes em sa"er ,ue voc@s duasestavam )untas nessa tem!estade.

B Acredito ,ue vamos fa&er isso mais ve&es no futuro.

B 7lia estendeu a mão e afagou o rosto de Fa3e. B !ara isso ,ue servem asamigas*

Fa3e sorriu* agradecida. 0e!ois da longa es!era* tudo estava "em novamenteD

Cap%tulo (('& 

%s carvalhos "rilhavam como fogo na floresta* en,uanto nos !lanaltos a gramalem"rava o co"re so" o !Er(do(sol outonal. Ao longo das "arrancas e margens dos rios*os !látanos erguiam seus galhos nus* rendendo(se ; a!ro2imação do inverno.

 A!9s um dia de feste)os e comemoraç<es ,ue reunira toda a comunidade* 8oe eFa3e caminhavam de "raços dados so" a lu& do cre!4sculo.

B 5ão sei o ,ue mais "elo nos %&ar's* se a !rimavera ou outono B elecomentou* relanceando o olhar !elos arredores. B As cores dessas folhas são de dei2ar,ual,uer ura e2tasiado.

B 0uvido ,ue ha)a um outono mais "onito do ,ue a,uiD 8oe a)eitou o 2ale so"re osom"ros da es!osa* !ara !roteg@(la melhor da "risa fria.

B ?ntão a!roveite "em este outono* !or,ue tudo indica ,ue vamos ter um invernorigoroso. Todas as taturanas ,ue eu tenho visto estão escuras e com uma lanugemes!essa.

B =uerido* não me diga ,ue voc@ tam"m su!ersticiosoD Primeiro foi Ga3land*de!ois 7lia* e agora voc@D

B % ,ue eu falei não su!erstição. a!enas um sinal ,ue a nature&a nos dá !ara,ue !ossamos nos !re!arar !ara as mudanças.

B ?stá "em* está "em* não vou discutir* )á me convenceu. ?n,uanto tomavam ocaminho !ara a ca"ana* Fa3e decidiu mudar de assunto:

B ?u me diverti "astante na festa* mas devo di&er ,ue a correria dei2ou meu cor!odolorido.

B sso !rova ,ue voc@ está !recisando fa&er mais e2ercíciosD

B Annetta não estava uma "ele&inha> Tenho a im!ressão de ,ue da,ui a algunsdias ela vai começar a falar. ?u adoro "rincar com elaD

8oe a!ertou(a contra si* com um ar malicioso.

B =ue tal se corrermos agora !ara casa e tentarmos fa&er nosso !r9!rio "e"@>

 Annetta teria um amiguinho. ? voc@ tam"m.Fa3e sorriu* a e2!ressão sonhadora.

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B isso o ,ue voc@ ,uer>

B Agora ,ue eu sei ,ue voc@ s9 minha* gostaria de ter um filho* ou uma filha. %udois. % ,ue voc@ acha>

B %h* 8oe* seria maravilhoso.

5a,uele instante* divisaram ao longe uma manada de "4falos !astando so"re um

!latEK centenas de animais* at onde a vista !odia alcançar.B @ ,ue maravilha* Fa3e> +astou afastar os "andidos da região !ara os "4falos

retornaremD

 Assim ,ue chegaram ; ca"ana* ele ergueu(a nos "raços e levou(a !ara a cama dedossel. Antes de começar a des!i(la* !orm* fitou(a dentro dos olhos e !erguntou:

B ?stá arre!endida de ter vindo !ara os %&ar's> Ainda sente saudade de 5ova%rleans>

Por um instante* Fa3e lem"rou(se dos vestidos caros e elegantes* dos sal<es de"aile onde !airava a mistura suave de fragncias im!ortadas e os )ovens refinados

tiravam lindas mocinhas como ela !r9!ria !ara dançar ao som da or,uestra.B Se eu tenho saudade> B ?la fe& um ar de mistrio* como se estivesse com

dificuldade !ara encontrar a res!osta. ?ntretanto logo desatou a rir e !u2ou(o !ara acama. B 5ão* meu amor. 5em !enso mais em 5ova %rleans.

B 5ão mesmo>

B ? como eu !oderia* se voc@ está a,ui> oc@ meu sonho* minha es!erança*minha vida. % resto não tem a menor im!ortncia.

8oe a"raçou(a com força* rindo de felicidade.

B Prometo fa&er tudo* minha ,uerida* tudo o ,ue estiver a meu alcance !ara torná(la a mulher mais feli& do mundoD

  

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Page 136: Cassie Edwards - Suave Amor

8/13/2019 Cassie Edwards - Suave Amor

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Cl,ssicos da -iteratura Rom.ntica

JESSIE

Ruth !an"an

Ioc@s ,uerem ou não li"ertar o seu chefe>J* !erguntou 8essie* !rocurandocon,uistar sim!atia e adesão a seu !lano.

?ra uma cena incomum: r4sticos homens do %este agru!ados ao redor de umamulher ,ue ideali&ara um ousado assalto ; cadeia.

 A,uela loira "ai2inha e o"stinada tinha noção de ,ue a !risão ou a forca aaguardariam caso fossem !egos em flagrante> Sa"ia e não arredaria ! dali en,uanto as

!aredes da cadeia de A"ilene não estivessem no chão.

% 2erife 7ole 1attheNs era o 4nico homem ca!a& de im!edi(la de cometer talloucura. ?le a amavaC mas 8essie sem!re esca!ava de seu controle. ? desta ve& a doce

e !erigosa 8essie lhe criava um im!asse fatalD