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CARTILHA INFORMATIVA
ORIENTAÇÃO
PARA PAIS E MÃES
Alessandra Turini Bolsoni-Silva
Edna Maria Marturano
Fabiane Ferraz Silveira
ORIENTAÇÃO PARA PAIS E MÃES
SUPREMA
São Carlos-SP
2006
Autores
ALESSANDRA TURINI BOLSONI SILVA
EDNA MARIA MARTURANO
FABIANE FERRAZ SILVEIRA
Introdução
O presente trabalho é desenvolvido a partir do referencial da
Análise do Comportamento, enquanto ciência, e da sua filosofia,
Behaviorista Radical (Skinner, 1953/1993, Silvares, 1991).
Há também a influência do campo teórico-prático do Treinamento
de Habilidades Sociais (THS) no que diz respeito a habilidades sociais
aplicáveis às práticas educativas parentais (Del Prette & Del Prette, 1999,
Del Prette & Del Prette, 2001).
Pais e mães procuram atendimento especialmente para resolver problemas de
comportamento, em geral birras e agressividades dos filhos, os quais têm sido foco
de muitos estudos de intervenção (Brestan, & cols., 1999, Dishion, & Andrews, 1995,
Gomide, 2001, Jouriles, & cols., 2001, Marinho, 1999, McMahon, 1996, Rocha, &
Brandão, 1997, Ruma, & cols., 1996, Sanders, & cols., 2000,Webster-Stratton, 1994).
Problemas de comportamento parecem ser multideterminados, isto é, dificilmente
ocorrem devido a uma única variável e parecem ocorrer com maior freqüência quanto
mais fatores de risco estiverem combinados e/ou acumulados (de Oliveira, 1998,
Kinard, 1995, Patterson, Reid, & Dishion, 2002).
Dentre os fatores que poderiam favorecer o surgimento e/ou a manutenção
destas dificuldades encontram-se as práticas educativas parentais (Conte, 1997,
Kaiser, & Hester, 1997, Loeber, & Hay, 1997; Patterson, DeBaryshe, & Ramsey,
1989; Patterson, & cols., 2002, Webster-Stratton, 1997).
Patterson e cols. (2002) apontam como crucial que os pais e as mães ensinem a
seus filhos a obedecer, pois encontraram problemas de comportamento mais
freqüentemente em filhos que não eram capazes de obedecer. Pacheco, Teixeira e
Gomes (1999) também sugerem que a exigência parental e a responsividade às
necessidades dos filhos parecem evitar o surgimento e a manutenção de tais
dificuldades. Assim, pode-se concluir que a habilidade de estabelecer limites é muito
importante; por outro lado, não se deve esquecer que, como apontam Pacheco e
cols. (1999), os pais e as mães precisam ser responsivos às necessidades de seus
filhos, isto é, devem garantir também o afeto, a atenção e o carinho, bem como
procurarem formas não agressivas de estabelecer limites.
O presente material refere-se à primeira versão de uma cartilha que foi
elaborada, a partir de estudos previamente conduzidos (Bolsoni-Silva, 2003, Bolsoni-
Silva, Del Prette & Oishi, 2003, Bolsoni-Silva & Del Prette, 2002, Bolsoni-Silva &
Marturano, 2002, Silva, 2000, Silva, Del Prette & Del Prette, 2000) e a partir da
literatura da área (Del Prette & Del Prette, 1999, Del Prette & Del Prette, 2001).
Tem por objetivo ser utilizada nas sessões de intervenções junto a pais e a
mães interessados em discutir questões relacionadas à interação pais-filhos.
Está organizada por um conjunto de temas seguindo a seqüência
cronológica com que é trabalhado na intervenção. Busca ser ao mesmo tempo
informativa, didática e ilustrativa, ainda que apenas sirva de apoio para o terapeuta
discutir questões relacionadas às dificuldades encontradas pelos participantes, a
partir de seus relatos.
Comunicação: Iniciar e Manter conversação
O tema, “iniciar e manter conversação” parece estar relacionado a atividades fáceis de realizar, cotidianas.
Contudo, em muitos momentos, sentimos dificuldades em conversar com as crianças.
Garantir a existência do diálogo pode ser uma tarefa difícil, que pode estar relacionada a fatores como:
momento em que ocorre a conversa
estado de humor
disponibilidade de tempo.
Por exemplo: quando vocês estão atarefados ou com alguma dificuldade para
resolver, por vezes é difícil manter a calma com as crianças.
quando estamos conversando com nossos filhos e precisamos parar a conversa
para fazer outra coisa, é importante indicar e explicar a situação, dizendo, por
exemplo: “desculpe querido, mas eu preciso voltar a terminar o almoço, mais
tarde a gente conversa, tá bom?” LEMBRETE: Procure seu filho depois para
retomar a conversa, assim ele perceberá que você cumpriu a promessa.
Comunicação: Iniciar e Manter conversação
Podíamos pensar em algumas formas de iniciar conversações:
Compartilhar sentimentos,
opiniões,experiências
Oferecer algoFazer uma
observação
Pedir ajuda,conselho, opinião
Fazer pergunta
ou comentário
Fazer cumprimentos
A que horas você vai ao seu
judôhoje?
Eu estou em dúvida
sobre qualvestido colocar,
qual deles eu deveria usar para
ir à festa?Bom dia filho!Gostei muito
da ajuda que vocême deu hoje.
Você estáfazendo
a lição de português,
a sua letra estábonita.
Eu sei que você está triste porque
quebrou a sua boneca, eu também fico triste por ver você assim, mas eu vou tentar
consertar, tá bom!
Você querexperimentar
o doce queeu fiz?
Comunicação: Iniciar e Manter conversação
ALGUMAS REGRAS BÁSICAS:
ser direto e positivo, ou seja, não enrolar para dizer o que quer e ser agradável ao falar
privilegiar uma dupla perspectiva onde as duas pessoas tenham chances de falar
valer-se do humor
usar frases curtas no início da conversa
usar perguntas de final aberto: as perguntas abertas tendem a gerar maior quantidade de informação; as fechadas podem gerar
respostas mais objetivas e precisas, mas restringem-se à informação nelas indicada.
falar com seu filho quando aparentemente ele está amigável, ou seja, mais livre para uma conversação
saber insistir, usando as estratégias que foram mencionas acima, para que a conversa continue
investir na curiosidade
valer-se de objetivos alcançáveis e do próprio estilo, ou seja, aja do seu jeito e fale sobre coisas que a outra pessoa consiga
conversar
elogiar os esforços do filho em falar com você, por exemplo, dizer “foi bom conversar com você”
Valer-se de escuta ativa: demonstrar que está prestando atenção ao que a outra pessoa está falando, tais como "ah-hah", "ah,
sim", " acenando com a cabeça", "sorrindo", fazendo com que a pessoa continue falando
ATENÇÃO
Comunicação: Iniciar e Manter conversação
É sempre necessário olhar para o filho enquanto estiver
falando com ele, mostrando-se interessado e agradável.
Vamos imaginar: nossos filhos se aproximam e a gente fica
olhando para cima, como ficaria a interação?
A postura também é importante (mais próxima, mais distante),
bem como o tom de voz.
Sempre sorria.
TODOS ESSES COMPONENTES NÃO-VERBAIS
SÃO IMPORTANTES PARA GARANTIR UMA
BOA COMUNICAÇÃO!!!
Comunicação: Fazer e responder perguntas
ordem
pedido
sugestão
DIFERENTES FUNÇÕES
Você poderia me ajudar com
as compras?
Porque você não usa azul para esse desenho?
Você poderia arrumar seu quarto como combinamos?
Comunicação: Fazer e responder perguntas
A forma mais competente de fazer e responder as perguntas dependerá dos
objetivos, da leitura do contexto e das demandas presentes
É importante:
considerar o tipo de resposta que se está esperando
adequar a pergunta ao contexto
adequar o vocabulário da pergunta às características do vocabulário do(a)
filho(a)
fazer uma pergunta de cada vez
dar tempo para que o(a) filho(a) tenha chance de responder
Ouvir a resposta atentamente
ATENÇÃO
Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agradecer
Vimos no encontro anterior a importância de criar um ambiente
agradável e de confiança em casa, para que as crianças se sintam
acolhidas e possam aumentar a probabilidade de contato e
comunicação entre pais e filhos.
Muitas vezes é difícil criar este ambiente agradável, pois há momentos
de brigas e de desobediências em que sentimos raiva do que nossos
filhos fazem, e este sentimento é natural porque o que sentimos está
relacionado ao que ocorre no ambiente e às mudanças que ocorrem
nele.
Contudo, é possível construir tal ambiente favorável, através da
expressão de amor e afeto. Os pais e as mães podem começar esta
tarefa e dar modelos para as crianças, uma vez que elas aprendem
também vendo os adultos se comportarem.
Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agradecer
Às vezes, há dificuldade em dizer que sentimos amor ou agrado por
alguém.
Por exemplo, quando as pessoas nos tratam mal, nos castigam,
diminui a probabilidade da expressão de amor e acaba havendo um
distanciamento; é difícil sentir amor ou agrado por alguém que não
gostamos. Sendo assim, tratando bem os nossos filhos, eles vão se
sentir à vontade para dizer que gostam dos pais, porque realmente
vão gostar deles.
Para muitas pessoas o ouvir ou receber expressões positivas
sinceras como um elogio ou um agradecimento, além de possibilitar
uma interação muito agradável e significativa, também fortalece e
torna profunda a relação entre as pessoas.
Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agradecer
Porque temos dificuldade em expressar carinho e sentimentos positivos?
NOSSACULTURA:
NÃO VALORIZA,NÃO ENSINA
ESTRAGAMOS AS CRIANÇAS?
NA VERDADE PRECISAMOS
BIOLOGICAMENTE DE AFETO
Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agradecer
ELOGIAR
Qualquer comentário positivo em
direção a uma pessoa ou a alguma coisa feita por ela.
Precisa ser sincero.
CUIDADO!!
Precisa saber muito bem
sobre o que, a quem, como e quando elogiar
Muito obrigadopor ter me ajudado com a louça hoje.
Você está tão bonito nessa roupa nova!
Estou tão contente por você
ter completado sua tarefa hoje!
Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agradecer
FEEDBACK POSITIVO
É uma descrição verbal ou
escrita sobre o desempenho
de uma pessoa
O feedbackpermite que a
pessoa que estásendo ensinada perceba como se comporta e
como esse comportamento
afeta seu interlocutor
Você lavou direito a louça hoje; os coposficaram bem limpos
porque você usou detergente.
Essa roupa caiu bem a
você; combinou com
seus olhos.
Hoje você terminou sua tarefa como
combinamos e fez direito, prestando
atenção às pontuações.
Conhecer direitos humanos básicos
Os Direitos Humanos constituem-se por 30 artigos, sendo que vários deles estão
relacionados, direta ou indiretamente às relações interpessoais. Tais artigos tem como
pressuposto o fato de todos serem iguais em dignidade e direitos.
Nós temos direitos básicos que devemos fazer com que sejam respeitados pelos nossos
filhos, da mesma forma eles também possuem esses direitos e devemos respeitá-los.
Nas relações sociais com nossos filhos, nem os pais nem os filhos, devem possuir
privilégios exclusivos, porque as necessidades e os objetivos de cada pessoa tem de
ser valorizados de forma igual.
Conhecer direitos humanos básicos
PROVOCAÇÃO:
Para exemplificar é importante nos atentarmos para a
questão da obediência. Será que é importante fazer com que a
criança sempre obedeça, sem colocar a sua opinião, sem ser
ouvido?
Conhecer direitos humanos básicos
A lista de direitos humanos básicos resumida, abaixo, vem para auxiliar e servir
como recurso para reflexão deste assunto.
1. O direito de ser tratado com respeito e dignidade. 2. O direito de recusar pedidos (abusivos ou não) quando achar conveniente.3. O direito de mudar de opinião.4. O direito de pedir informações.5. O direito de cometer erros por ignorância buscar reparar as faltas cometidas.6. O direito de ter suas próprias necessidades e considerá-las tão importantes quanto as necessidades dos demais.7. O direito de ter opiniões e expressá-las.8. O direito de ser ouvido e levar a sério.9. O direito de estar só quando desejar.10. O direito de fazer qualquer coisa desde que não viole os direitos de alguma outra pessoa.11. O direito de defender aquele que teve o próprio direito violado.12. O direito de respeitar e defender a vida e a natureza.
Obs.: Uma primeira habilidade para se tornar socialmente habilidoso é aprender a definir e identificar os direitos humanos básicos.
Lista retirada de Del Prette e Del Prette (1999)
Expressar e ouvir opiniões
CONCORDÂNCIA
DISCORDÂNCIA
Em que situações?
Temos dificuldades?
Expressar e ouvir opiniões
Expressar opiniões é uma habilidade muito importante, pois,
através dela construímos relações de confiança, honestas e
saudáveis;
Nós temos autoridades em relação aos nossos filhos e como
será que estamos nos comportando em relação a isso?
Uma forma de pensar é tentar identificar se nossos filhos
sentem-se à vontade para expressarem as suas opiniões e,
nestes casos, o que fazemos.
Expressar e ouvir opiniões
DISCORDÂNCIA
Valores Filosofia de vida
Fatos da vida
Expressar e ouvir opiniões
Quando discordamos de alguns valores, crenças, visões de mundo, deve ficar bem claro o que
é que se está falando, de forma a evitar longas discussões que não levarão a nada.
Por exemplo, se estamos discutindo com um amigo sobre religião, sendo que cada um tem
uma concepção diferente, é provável que cada um vá defender a religião que segue para
argumentar. Não há verdade absoluta.
Por exemplo, o que estamos dizendo hoje para vocês, enquanto ciência e psicologia, amanhã
pode não ser mais verdade, pois a ciência é dinâmica e a todo tempo estamos descobrindo
coisas novas.
Por isso não há problemas em mudar de opinião, não estaremos nos ferindo, pois as verdades
são de fato relativas e construídas na nossa história.
Em outras palavras, algumas coisas podem ser verdades para mim e não ser para outras
pessoas.
Expressar e ouvir opiniões
O QUE FAZER?
OUVIR A OPINIÃO DO
OUTRO
ATENTAR PARA O CONTEÚDO
DA FALA
DIZER NÃO COM
EXPLICAÇÃO
O que pensamosdiferente?
O que pensamos de forma
semelhante?
Expressar e ouvir opiniões
É necessário lidar com as divergências
sem deixar de lado os princípios
do direito à liberdade de expressão
e do respeito às diferentes opiniões.
Não se trata de convencer o outro ou desqualificá-lo,
mas de apresentar as idéias sustentando-as,
sempre que possível, com fatos,
acontecimentos e referências,
dando a ele a oportunidade de fazer o mesmo.
Comportamento habilidoso, não habilidoso ativo e não habilidoso passivo
COMPORTAMENTO HABILIDOSO
Expressão de sentimentos
Expressão de pensamentos
Saber falar e saber ouvir
Garantir tom de voz baixo e palavras não ofensivas
CONSEGUE RESOLVER PROBLEMAS
CONSEGUE EVITAR PROBLEMAS FUTUROS
CONSEGUE, EM GERAL, PREVERVAR BONS
RELACIONAMENTOS
Eu não gostei da forma como você
falou comigo
Gostaria que você me ajudasse com
as tarefas
Comportamento habilidoso, não habilidoso ativo e não habilidoso passivo
COMPORTAMENTO NÃO HABILIDOSO PASSIVO
Evita expressar sentimentos
Evita expressar pensamentos
Não nos defendemos por temermos prejudicar o
relacionamento
Fazemos algo contra nossa vontade
PODE SER EXPLORADO
NÃO CONSEGUE RESOLVER PROBLEMAS DE FORMA
DURADOURA
PODE SOMATIZAR
Ah, tudo bem, vou fazer, vou
reorganizar minha agenda
Não tenho nada a dizer a respeito
Comportamento habilidoso, não habilidoso ativo e não habilidoso passivo
COMPORTAMENTO NÃO HABILIDOSO ATIVO
Expressa sentimentos e pensamentos de forma agressiva,
impositiva
Dificulta que a outra pessoa participe do diálogo
PODE ATINGIR SEUS OBJETIVOS IMEDIATOS
NÃO CONSEGUE RESOLVER PROBLEMAS DE FORMA
DURADOURA
PREJUDICA O RELACIONAMENTO
Eu estou mandando, faça desta forma
Se você não fizer o que eu quero, não gosto mais de você
Comportamento habilidoso, não habilidoso ativo e não habilidoso passivo
Quadro: Três estilos de respostasNão habilidoso passivo Habilidoso Não habilidoso ativo
Muito pouco, muito tarde. Muito pouco, nunca
O suficiente das condutas apropriadas no momento correto
Muito, muito prontoMuito, muito tarde
Conduta não verbalOlhos para baixo, voz baixa, vacilações, gestos desvalidos, negando importância à situação, postura inadequada, pode evitar totalmente a situação, retorce as mãos, tão vacilante ou de queixa, risinhos “falsos”.
Conduta não verbalContato o cular direto, nível de voz
conversacional, fala fluida, gestos firmes, postura ereta, mensagens na primeira pessoa, verbalizações positivas, respostas diretas àsituação, mãos soltas.
Conduta não verbalOlhar fixo, voz alta, fala fluida/rápida, enfrentamento, gestos de ameaça, postura intimidatória, mensagens impessoais.
Conduta verbal“Suponho”, “Me pergunto se poderíamos”, “Te importaria muito”, “Somente”, “Não crês que”, “Ehh”, “Bom”, “Realmente não é importante”, “Não fique chateado”.
Conduta verbal“Penso”, “Sinto”, “Quero”, “Façamos”, “Como pode resolver isso?”, “O que pensas”, “O que te parece?”.
Conduta verbal“Faria melhor em”, “Faça”, “Tem cuidado”, “Deve estar querendo me enganar”, “Não sabe”, “Deveria”, “Mal”.
EfeitosConflitos interpessoaisDepressãoDesamparoImagem pobre de si mesmoPerda de oportunidadesTensãoSe sente sem controleSolitárioNão gosta de si mesmo, nem dos demaisSe sente aborrecido
EfeitosResolve os problemasSe sente a vontade com as pessoasSe sente satisfeitoSesente a vontade consigo mesmoRelaxadoSe sente com controleCria e fabrica a maioria das oportunidadesGosta de si e dos demaisÉ bom para si e para os demais
EfeitosConflitos interpessoaisCulpaFrustraçãoImagem pobre de si mesmoCausa danos nos demaisPerde oportunidadesTensãoSe sente sem controleSolitárioNão gosta dos demaisSe sente aborrecido
Lista elaborada a partir de Del Prette e Del Prette (1999, 2001)
Feedback negativo e Expressão de sentimentos negativos
Assim como o FEEDBACK POSITIVO, o NEGATIVO é uma descrição verbal ou escrita sobre o desempenho de uma pessoa, porém haverá alteração no conteúdo da descrição.
Imagine que seu filho quebrou um vaso que você gosta muito. É provável e natural que você sinta raiva, tristeza, entre outros SENTIMENTOS NEGATIVOS. No entanto, a forma de expressá-los pode ocorrer de vários modos, através de brigas, agressões ou dizer que não gostou do que ele fez e o porquê.
A primeira coisa a ser considerada, é que não é da pessoa que se comportou de maneira inadequada que não gostamos, mas sim, da MANEIRA COMO ELA AGIU. Devemos também identificar quais os SENTIMENTOS NEGATIVOS que esse comportamento nos gerou. Quando esses dois aspectos são identificados (o comportamento inadequado e os sentimentos negativos), aumentam as chances de que haja menos descontrole emocional e que consigamos expressar nossos sentimentos através de CONVERSAS ADEQUADAS e não brigando ou batendo.
Como expressar sentimentos negativos e solicitar mudança de comportamento:
Passo 1. Descrever o comportamento que nos desagradou, dizendo o que a criança fez ou disse, o momento e lugar em que isso aconteceu e a freqüência com que esse comportamento tem ocorrido.
Passo 2. Expressar os sentimentos ou pensamentos negativos que o comportamento inadequado gerou em você.
Passo 3. Especificar de forma concreta, que comportamento você quer que seu filho mude. Peça um ou dois comportamentos que não sejam muito difíceis. Éimportante perguntar se ele concorda com a sua opinião e tentar chegar a um acordo.
Passo 4. Dizer as conseqüências positivas que ocorrerão caso realmente mude de comportamento. No caso de ser necessário (e apenas nesse caso), diga a ele quais conseqüências negativas ocorrerão se ele não mudar.
Passo 1: “Quando você bagunça o seu quarto...”Passo 2: “Me sinto mal, fico tristeporque estava tudo arrumado...”Passo 3: “Eu gostaria que a gente chegasse a um acordo bom para nós dois. Se você quer brincar no quarto, tudo bem, mas eu gostaria que você, ao terminar de brincar, guardasse seus brinquedos e deixasse o quarto em ordem”. Passo 4: Desta forma eu não tenho que arrumar muitas vezes por dia, assim não fico nervosa e por outro lado, você também fica contente porque pode brincar quanto quiser e fica com o quarto arrumadinho.”
Fazer e Recusar pedidos
Fazer pedidos inclui o pedir favores, pedir ajuda e pedir aos filhos que mudem seu comportamento. O pedido deve ser feito de maneira habilidosa e em um momento apropriado, para aumentar as chances do filho atendê-lo.
Devemos pedir FAVORES NECESSÁRIOS, evitando pedir os desnecessários , pois podemos ofender nosso filho e demonstrar pouco interesse pelos seus direitos. Às vezes achamos que nossos filhos sabem o que queremos deles sem precisar dizer, mas isso não é verdade, nós precisamos DIZER A ELES o que queremos.
Pode acontecer do filho não entender o pedido que você fez, neste caso, é preciso REPETIR O PEDIDO uma ou mais vezes, de forma clara, para que ele possa entender.
Obs.: não se esqueça de agradecer quando ele te obedecer.
Recomendações para as habilidades de FAZER PEDIDOS:
a) ser direto;
b) não se desculpar e sim justificar;
c) tem que estar preparado para ouvir tanto um “não” como um “sim”, e respeitar o direito da outra pessoa em dizê-lo.
Fazer e Recusar pedidos
Caso seu filho RECUSE O PEDIDO, é apropriado não fazer novos pedidos, porque assim você respeita o direito dele DIZER NÃO. Nesta situação, um único pedido para que ele reconsidere sua posição é adequado, mais que isso, não.
Não devemos fazer INSULTOS, AMEAÇAS, pois assim, o filho não estaria atendendo o pedido de boa vontade e sim porque se sentiu obrigado a fazer, o que pode prejudicar a interação entre pais e filhos.
Fazer e Recusar pedidos
RECUSAR OS PEDIDOS dos nossos filhos significa dizer “não” quando é necessário, de forma a não se sentir mal por dizê-lo. Éimportante dizer não por várias razões: a) evita que a gente entre em situações que não gostaríamos de entrar, b) nos ajuda a evitar situações em que queiram se aproveitar de nós, ou que queiram nos manipular para fazermos o que não queremos, e c) nos permite tomar nossas próprias decisões.
As recusas apropriadas devem ser acompanhadas de “razões” e nunca de “desculpas”. Sempre DIGA A VERDADE, pois assim ele compreenderá melhor a recusa e não ficará com raiva de você!
RAZÕES: “Não posso ir ao circo com você porque ainda não recebi meu pagamento e assim não tenho dinheiro. Quando eu receber, eu vou ao circo com você com prazer”.
DESCULPAS:“Não vamos ao circo porque vamos ser assaltados!”
Como lidar com críticas
FAZER CRÍTICAS de maneira adequada é diferente do desabafo, da ofensa e da acusação. Trata-se de uma habilidade que requer alguns cuidados, tais como:
dirigir-se diretamente à pessoa, excluindo aqueles que não estão diretamente envolvidas com a situação;
referir-se ao comportamento e não à pessoa em si;
controlar a emoção excessiva, evitando o tom de desabafo;
adequar-se à situação e às condições de quem ouve.
Uma estratégia para fazer críticas, é conhecida como“Técnica do Sanduíche”, que consiste em: iniciar a crítica descrevendo ALGUMA COISA POSITIVA DO COMPORTAMENTO do outro para, em seguida, referir-se a ALGO NEGATIVO e encerrar com NOVA REFERÊNCIA POSITIVA.
Exemplo: “Filha você dobrou as roupas bem certinho, mas da próxima vez, coloque as camisetas na gaveta de camisetas e bermudas na gaveta de bermudas. Gostei também de como você separou as roupas mais novas das roupas velhas”.
Como lidar com críticas
A habilidade de LIDAR COM CRÍTICAS (fazer e receber) depende de uma avaliação que se fundamenta nos seguintes critérios:
a) veracidade (trata-se de um fato ou de percepção sobre um fato?);
b) forma (a crítica foi feita de maneira apropriada?);
c) ocasião (o momento foi o melhor?);
d) objetivo (trata-se de um desabafo ou de uma tentativa de produzir uma mudança?).
A resposta a uma crítica pode ocorrer no sentido de aceitá-la, rejeitá-la ou, simplesmente, ignorá-la. Se a crítica atende a todos os critérios acima, ela DEVE SER ACEITA como uma tentativa de ajuda por parte da outra pessoa.
Se ela NÃO FOR VERDADEIRA, ela deve ser rejeitada. Se ela for verdadeira, mas não for adequada quanto à FORMA, OCASIÃO OU OBJETIVO, pode-se aceitar seu conteúdo, esclarecendo à pessoa que a fez, quanto à sua inadequação nos demais aspectos.
Admitir os próprios erros e Pedir desculpas
Admitir erros ou
falhas não éuma tarefa emocional-
mente simples.
Ao pedir desculpaspodemos desfazer mal-entendidos,
diminuir ressentimentos e
demonstrar a intenção de acabar
com as divergências.
Exemplos: “Peço-lhe desculpas pelo que fiz”, ou “espero que você me desculpe pelo que disse”.
Não é preciso incluir justificativas do tipo: “Eu falei dessa forma porque você também havia...’’.
Estabelecendo limites: atitudes consistentes dos pais
O ESTABELECIMENTO DE LIMITES seria uma forma de mostrar aos filhos quais comportamentos são considerados ADEQUADOS
e quais são considerados INADEQUADOS.
Pais e mães podem servir de MODELOS aos filhos, incentivando os comportamentos adequados. Entretanto, muitos
comportamentos dos pais também podem estimular, inadvertidamente, comportamentos INDESEJÁVEIS dos filhos.
Uma das formas de estabelecer limites inclui a consistência na forma como pais e mães INTERAGEM COM A
CRIANÇA ao estabelecerem limites.
Estabelecendo limites: atitudes consistentes dos pais
CONSISTÊNCIA significa que pais e mães devem agir da mesma forma com seus filhos. Para isso, é preciso que o casal converse, negocie, chegue em um consenso, afinal são pessoas diferentes, que tiveram educações diferentes, e provavelmente têm opiniões diferentes quanto à forma de educar os filhos.
Às vezes ocorre de um dos pais chamar a atenção do filho e o outro protegê-lo. Quando isso acontecer, ou seja, quando seu companheiro(a) FIZER ALGO QUE VOCÊ NÃO GOSTA EM RELAÇÃO AOS FILHOS, é melhor esperar e conversar sobre isto, longe deles, e então CHEGAREM A UM ACORDO sobre como agir em situações semelhantes. Caso contrário, é provável que o filho aprenda o que pode pedir para cada um dos pais, além de fazer birra ou chorar para conseguir o que quer.
Obs.: Pais e mães também precisam ser consistentes em suas próprias ações. Por exemplo, um dia pode brincar na rua e no outro não, de acordo com o humor dos pais.
Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites
Fazer nada
Insistência
Agressão
“Filho vai tomar banho, filho vai tomar banho, filho vai tomar banho...”.
Desse modo, oferecerá um modelo de autoritarismo, covardia e violência.
Quando os pais continuam lendo seu jornal enquanto a criança sobe em cima do sofá ou da mesa, por exemplo, fornecem um modelo de abandono.
Zanga Prolongada: periodicamente os pais voltam ao assunto, mesmo que ele não esteja
no contexto, fazendo uso da situação para que a criança se sinta culpada
pelo que fez, vitimando a autoridade.
Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites
Entidades
Exagero
Zanga
Explicações Exageradas: “você precisa escovar os dentes porque senão virão umas bactérias, comerão o resíduo alimentar, formarão uma placa bacteriana, fazendo um buraco que é a cárie. Você sentirá dor e teremos que ir a um dentista que irá obturar o dente”. As explicações são importantes, mas devem ser dadas com simplicidade e objetividade, na medida da curiosidade da criança.
Nomear Entidades: é comum os pais utilizarem-se de situações que provoquem medo para “frear” a criança ou para passarem sua responsabilidade a outro: “O homem do saco vai te pegar”; “Quando seu pai chegar você vai ver”.
Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites
Comparações
Chantagem
Abandono
“Se você arrumar a cama, ganha um doce”. Assim os pais fortalecem a insegurança da criança e acabam demonstrando que aquilo a que ela irá se submeter é tão insuportável, que precisa ser aliviada para conseguir suportar. Além disso, abre caminho para que a criança utilize a chantagem para obter aquilo que deseja. A criança pode ser confortada e sentir que o outro estájunto dela, mas não precisa ser subestimada nem super valorizada, mas sim, cuidada.
Ameaçar o filho com a perda do amor ou abandono: – “Vou embora e vou deixar você aí,vai ficar sozinho”. Nada mais cruel e danoso para a criança que faz de tudo
para obter o amor dos pais e sentir-se valorizada.
Comparações ou comentários negativos na presença de outros: – “O filho do fulano não está chorando...” Reforça a insegurança da criança, não contribui com a sua auto-estima, faz com que se sinta desconsiderada e sem condições de se defender. Ser claro no comentário, tira a culpa da criança e ajuda no estabelecimento de limites.
Estabelecendo limites: Ignorar comportamentos inadequados
Como lidar com os comportamentos que incomodam, que são
“indesejados”?...
Nós temos três possíveis saídas:
puni-los, ignorá-los ou pedir mudança
de comportamento.
Estabelecendo limites: Ignorar comportamentos inadequados
A punição funciona. Mas e no outro dia? Será que a
criança nunca mais fará o comportamento que você
puniu?
A criança pode DEIXAR DE EMITIR o comportamento quando a punição for INTENSA, mas muitas vezes POR POUCO TEMPO, o que faz com que os pais voltem a punir cada vez com mais INTENSIDADE. Além de correr o risco de após um tempo a criança voltar a emitir o comportamento punido, podem ocorrer PREJUÍZOS AFETIVOSpara o RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS.
Estabelecendo limites: Ignorar comportamentos inadequados
Alguns comportamentos de menor importância podem ser IGNORADOS. Claro que às vezes a gente tem dificuldade de ignorar os comportamentos perturbadores, mas devemos sempre manter a calma e dizer às crianças, de forma HABILIDOSA, que queremos que elas MUDEM DE COMPORTAMENTO.
O comportamento inadequado quando éignorado, tende a se ENFRAQUECER e SUMIR,caso o objetivo seja “chamar a atenção”. No entanto, é importante DAR ATENÇÃO para BONS COMPORTAMENTOS, o que evita que a criança volte a fazer coisas “INDESEJADAS”.
Estabelecendo limites: Time out
Há comportamentos que NÃO PODEM ser ignorados, pois podem levar a criança a se machucar ou
prejudicar outras pessoas. Nestes casos o que poderíamos fazer
então?
Além das estratégias já trabalhadas, uma outra alternativa é o TIME-OUT. EX: consiste em retirar da criança COISAS QUE ELA GOSTA, levando-a a um quarto com poucas coisas que a distraiam e dizendo a ela que fique lá durante 5 minutos porque ESTAVA PULANDO NO SOFÁ e não parava ao você pedir. Se ela for capaz depois desse tempo de SE COMPORTAR CORRETAMENTE para ficar junto com as outras pessoas, tudo bem, caso contrário continua no quarto.
Os pais devem explicitar essas condições através de palavras claras e ditas de forma calma. Após esse tempo, os pais voltam ao quarto e perguntam à criança se ela já ESTÁ CAPAZ DE SE COMPORTAR BEM. Mas lembre-se, nada de sermões! Se a criança responder que sim, permita que ela saia do quarto. Se ela se comportar bem, você deve ELOGIÁ-LA por isso.
Obs.: Usa-se só em último caso!
Estabelecendo limites: Dar atenção e Expressar afeto
Os pais devem sempre incentivar seus filhos cada vez que eles agem de maneira “desejada”,
através de elogios, atenção e expressão de afeto, pois assim
farão com que estes comportamentos adequados
ocorram novamente.
Ao expressar afeto através de palavras ou carinhos, gradativamente vamos nos
aproximando de nossos filhos, criando um clima de confiança, o que faz aumentar a
auto-estima e facilita no enfrentamento de situações difíceis.
Estabelecendo limites: Como pedir mudança de comportamento
Para que os filhos passem a se comportar de maneira “desejada”, os pais podem pedir mudança de comportamento, seguindo os seguintes passos:
1) Descrever para a criança o comportamento INADEQUADO;
2) Descrever os SENTIMENTOS NEGATIVOS que os comportamentos inadequados geram em você;
3) Propor para ela uma ALTERNATIVA de como se comportar;
4) Descrever as CONSEQÜÊNCIAS POSITIVAS que o filho terá caso se comporte da forma como você propôs.
Mas será que dizer ao seu filho que determinado comportamento dele é“indesejado” é suficiente para que ele saiba o que deve fazer em situações
semelhantes?
Como estabelecer regras
Regras são importantes... mas como vamos utilizá-las???
As regras devem ser curtas e fáceis de serem lembradas,devem especificar um comportamento e uma conseqüência. Também é
preciso certificar-se de que a regra pode ser ensinada a seu filho.
Como usar regras
- Estabeleça novas regras, UMA DE CADA VEZ.
- Quando uma regra for obedecida, VALORIZE com ELOGIOS!
- quando uma regra for desobedecida, peça ao filho que DIGA A REGRA que desobedeceu.
- Quando uma regra for desobedecida, faça com que, se possível, o comportamento seja REPETIDO de maneira correta.
- Use LEMBRETES para ensinar as regras e depois os retire pouco a pouco.
- IGNORE protestos sobre as regras quando estiver certo de que elas são justas.
Como estabelecer regras
Podemos começar com uma regra, por exemplo: arrumar a cama e, então, SEMPRE ELOGIARquando a criança fizer. Caso ela não obedeça, você pode CONVERSAR com ela, perguntando o que aconteceu, se ela tem alguma DIFICULDADE. Às vezes é importante inclusive MOSTRAR COMO SE FAZ e pedir então que ela faça, elogiá-la e mostrar como ficou bonito depois que ela fez. Quando ela já realizar esta tarefa como parte da rotina, você pode estabelecer uma nova regra e tudo é repetido novamente. De preferência, estas regras devem ser estabelecidas a partir de CONVERSAS ENTRE PAIS E FILHOS. Outro aspecto importante para que os filhos sigam regras é que, caso a gente estabeleça ACORDOS E PROMESSAS, é necessário cumpri-las.
EX: se estamos fazendo uma tarefa e nosso filho não nos dásossego, podemos dizer a ele que vá brincar em seu quarto que depois nós vamos brincar com ele.Mas, se não cumprirmos nossa promessa, é possível que da próxima vez que a gente fizer esse pedido, ele não cumpra.
Estabelecendo limites: Negociar
A habilidade de NEGOCIAR é muito importante tanto para pais como para os filhos. Os pais ENSINAM aos filhos a negociar quando: 1) OUVEM A OPINIÃO DO FILHO sobre determinado
assunto antes de tomar uma decisão; 2) CEDEM em algumas das suas exigências em favor dos DESEJOS DOS FILHOS; 3)
ensinam que nas relações com as pessoas TODOS DEVEM CEDER UM POUCO para que todos saiam ganhando e enfim; 4)
respeitam os DIREITOS DA CRIANÇA e os próprios.
Considerações Finais
As informações contidas nesta cartilha podem ser utilizadas na interação com os
filhos, mas também podem ser aplicadas, com alguma adaptação, a outras interações,
tais como: família de origem, relacionamento conjugal, trabalho e amigos.
Por vezes torna-se difícil aplicar todos estes conceitos nas interações sociais,
mas é persistindo e os adaptando à sua própria vida que resultados poderão ser
atingidos e mantidos ao longo do tempo.
Lembre-se: reveja sempre que necessário os temas e não desista, ainda que
seja difícil aplicar e ainda que você não consiga todos os seus objetivos na primeira
tentativa.
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Apoio: FAPESP (Auxilio Pesquisa – Regular – Processo no. 2005/00461-1); CNPq.
Apoio Técnico: Fabiane Ferraz Silveira (Bolsista Treinamento Técnico – FAPESP)
Figuras retiradas do Clip-art – Windows XP