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Mariana Ribeiro Monteiro Fevereiro de 2012 Carta de uma verdadeira história

Carta do cavaleiro da dinamarca

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Page 1: Carta do cavaleiro da dinamarca

Mariana Ribeiro Monteiro

Fevereiro de 2012

Carta de uma

verdadeira

história

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Florença, 14 de Abril de 1345

Querida família,

Quero vos dizer que estou cheio de saudades vossas e quero-vos contar

todas as minhas novidades. Primeiro vou-vos cumprimentar: cozinheiros,

amas, criados da casa, amigos e parentes, servos da floresta, vizinhos e

claro, a minha família.

Estou ansioso por vos contar a minha viagem, não sei por onde

começar, bem a verdade é que tenho uma verdadeira história. Como eu tinha

dito fui à terra santa, visitei alguns lugares da Palestina e passei a noite de

Natal a rezar. Depois, fui para o porto de Jafa onde conheci um mercador,

um homem pequeno mas forte, um pouco gordo, humilde, simpático, um

homem extraordinário, com ele esperei pelo bom tempo até meados de

Março só então conseguimos embarcar e, como já esperava as tempestades

atacaram no mar. Essa tempestade foi horrível só pensava em nunca mais

vos ver e acabar por morrer pois o barco baloiçava para a direita, depois para

a esquerda, as grandes ondas entravam cada vez maiores no barco, foi

terrível, mas acabamos por superá-la em 4 dias, e chegamos ao porto de

Ravena, em Itália, mas o barco estava em tão más condições que não pude

continuar a viagem e fiquei à espera do próximo navio. Enquanto tal,

apreciava a beleza de Ravena, era tal o encanto que eu nunca antes vira,

mas o meu amigo mercador acabou por pedir-me para ir com ele para

Veneza e desafiou-me dizendo que iria ficar ainda mais espantado com a

beleza da sua terra, eu aceitei e fui com ele. Realmente ele tinha razão,

Veneza é a cidade com maior riqueza e agora percebo, os grandes

monumentos que se encontravam à volta de canais e mais canais de água, o

vestuário, alegria de sons e músicas que pairavam na cidade. Fiquei de tal

maneira espantado que decidi comprar-vos algumas lembranças. Fiquei

alojado na casa do mercador e foi tal o meu espanto quando ele mandou

multiplicar as festas e fazer uma em minha honra, foi fantástico. Quase me ia

esquecendo, o meu amigo mercador contou-me uma história linda e

romântica sobre uma bela jovem chamada Vanina, quando chegar aí vou-vos

contar porque é realmente uma história muito bonita. Rápido se passaram os

dias em Veneza e já tinha completado um mês, eu iria partir. O mercador não

quis que me fosse embora e convidou-me para me juntar aos seus negócios

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mas eu recusei por mais que Veneza fosse linda. Ele, com pena, ofereceu-

me um cavalo e também umas cartas de recomendação para os homens

mais poderosos das cidades do Norte de Itália. Dentro de três dias parti no

cavalo e, aconselhado pelo mercador, fiz um desvio de Génova e no princípio

de Maio cheguei a Florença, onde me encontro. Logo associei a beleza de

Florença à de Veneza embora com algumas diferenças, por cá é tudo mais

grave e rígido. Cá procurei a casa do banqueiro Averardo, um dos homens

para quem o mercador escrevera. O banqueiro também me recebeu

muitíssimo bem e hospedou-me em sua casa, uma casa bela mas nada

comparado aos palácios de Veneza. Tem uma biblioteca cheia de

manuscritos e nas paredes estão pendurados quadros maravilhosos.

Ao fim dessa primeira tarde bateram á porta os amigos do banqueiro

Averardo que se sentaram e comeram, beberam enquanto conversavam

sobre assuntos que me deixaram ainda mais espantado. Falaram dos

movimentos da Luz e do Sol, os mistérios do céu e da Terra, resumindo

falavam de matemática, filosofia, astronomia… e ainda de quadros do

passado, do presente do futuro, bem, falaram de tudo e mais alguma coisa,

mas tudo com sabedoria. Até que no meio da conversa alguém começou a

comentar um quadro de Giotto, um grande pintor que eu desconhecia mas o

senhor teve a dignidade de me contar a história dele, mais uma vez fiquei

maravilhado e guardo esta história para vos contar, além de uma outra que

se desenrolou a partir da história de Giotto, é uma história sobre Dante,

sinceramente foi a história que mais gostei. Neste mês tenho visitado

Florença e tenho adorado. Ontem, o banqueiro fez-me uma proposta

irrecusável, ele também me propôs associar-me ao seus negócios, mas

estes são diferentes, ele disse-me que haveria muitas oportunidades noutras

cidades do mundo, mas é aqui que se estuda a Matemática, a Astronomia a

Ciência e vocês sabem o quanto eu gosto disto por isso decidi aceitar. No

entanto comprometo-me a ir aí no próximo Natal, depois voltarei, espero que

não se importem pois estou a viver o meu sonho.

Acabo assim esta carta com muito amor e carinho,

O vosso cavaleiro Bernardo

Mariana Ribeiro Monteiro nº21 7ºA