Caracterização, Estudos Fundamentais e Flotação de Minério de Ferro Goethítico

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Study on the flotation of iron ore with high goethite content.

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia Metalrgica, Materiais e de Minas

    Dissertao de Mestrado

    CARACTERIZAO, ESTUDOS FUNDAMENTAIS E FLOTAO DE MINRIO

    DE FERRO GOETHTICO

    Autor: Gilberto Rodrigues da Silva

    Orientador: Professor Antnio Eduardo Clark Peres

    Julho/2014

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia Metalrgica, Materiais e de Minas

    Gilberto Rodrigues da Silva

    CARACTERIZAO, ESTUDOS FUNDAMENTAIS E FLOTAO DE MINRIO

    DE FERRO GOETHTICO

    Dissertao de mestrado apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia

    Metalrgica, Materiais e de Minas

    rea de concentrao: Tecnologia Mineral

    Orientador: Professor Antnio Eduardo Clark Peres

    Belo Horizonte

    Escola de Engenharia da UFMG

    2014

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    minha me,

    grande exemplo e inspirao.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, por sua presena.

    minha querida me, pelo amor e compreenso nos momentos em que estive ausente devidoaos estudos.

    Ao meu orientador, Professor Antnio Eduardo Clark Peres, pelo apoio, agilidade, confianae exemplo como professor e pesquisador.

    Ao professor Paulo Brando, pelos ensinamentos e amizade.

    Andria, pelas oportunidades e exemplo de profissionalismo.

    minha tia Margarida, pela recepo acolhedora e carinho.

    Aos amigos Viviane, Amanda, Pedro e Dcio, pela amizade e apoio.

    Dodora, pela parceria no mestrado, pelos momentos de descontrao e pela amizade epacincia.

    Silvia, pela ajuda na graduao e no mestrado e pelas conversas descontradas.

    Ao Rodrigo Albuquerque, pela ajuda na obteno dos reagentes.

    Aline Fernanda, pelo apoio nos ensaios de DRX.

    Otvia Rodrigues, pela ajuda com amostras e reagentes.

    Ao Itamar, pela ajuda com os ensaios de liberao.

    Aos professores da UFMG, especialmente Luiz Cludio e Roberto Galry, por suasorientaes.

    Aos tcnicos dos laboratrios da Engenharia de Minas (Alberto Lcio e Isabel de Sousa) e daEngenharia Metalrgica (Patrcia Mara e Ilda de Sousa), pela ajuda na realizao dosexperimentos.

    Samarco, em especial aos Engenheiros Joo Paulo Melo Silva e Vanderson Eney de Matos,pelo fornecimento das amostras e anlises qumicas.

    Ao MCT/CT-Mineral/VALE/CNPq, pelo apoio financeiro.

    Ao CNPq pela bolsa de estudos concedida.

    Ao PROEX CAPES, CNPq e FAPEMIG pelo apoio financeiro ao PPGEM.

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    RESUMO

    O processamento de minrios de ferro pobres e de mineralogias complexas tem se tornado

    uma realidade na indstria mineral. Um exemplo est nos minrios de ferro hidratados, cujos

    principais minerais constituintes so a hematita, a goethita, o quartzo, a gibbsita e a caulinita.

    A hematita marttica e a goethita geralmente apresentam contaminantes como P, Al, Si e Mn,

    que podem estar alojados na sua estrutura cristalina ou nos poros do mineral, alm da PPC,

    que implica na reduo do teor de Fe no concentrado final. No presente trabalho realizou-se a

    caracterizao de um minrio de ferro hidratado de baixo teor (37,38% Fe, 42,79% SiO2 e

    3,46% PPC) pelas tcnicas de DRX, FRX, anlise qumica via mida, MOLR, MEV, EDS,

    medida de rea superficial especfica (BET) e porosimetria (BJH) por adsoro gasosa,picnometria a gs hlio, TG e DSC. Em seguida, foram realizados estudos fundamentais de

    microeletroforese (potencial zeta) e microflotao em tubo de Hallimond com minerais puros.

    Os PIEs obtidos para a hematita, goethita, gibbsita e caulinita em NaCl 10 -3 M foram,

    respectivamente, 6,8; 8,2; 9,2 e 4,9. Os PIEs da hematita, da goethita e da gibbsita caram

    para 4,2; 5,4 e 6,3 na presena de oleato de sdio e 4,9; 6,6 e 7,2 na presena de hidroxamato

    AERO 6493. Na microflotao, observou-se elevada flotabilidade para os minerais hematita,

    goethita e gibbsita com os dois reagentes coletores. Com oleato de sdio, identificou-se umajanela de seletividade entre hematita e goethita entre pH 5,0 e 6,0. Quartzo e caulinita

    apresentaram flotabilidade inferior a 15% com os dois coletores. Aumentos no tempo de

    condicionamento e na temperatura elevaram a flotabilidade da hematita e da goethita. As

    flotabilidades da gibbsita, do quartzo e da caulinita caram com o aumento da temperatura no

    sistema hidroxamato AERO 6493. Os depressores amido de milho, fluorsilicato de sdio e

    Floatan M3 se mostraram ineficientes. Por fim, foram realizados ensaios de flotao em

    bancada com o minrio nas fraes grossa (-0,150+0,045 mm) e fina (-0,045+0,010 mm).Obteve-se, com oleato de sdio, concentrado com 44,69%Fe, 32,92% SiO2, 2,97% PPC,

    89,34% de recuperao de Fe e IS = 2,52, para a frao grossa, e 61,10% Fe, 7,91% SiO2,

    4,18 PPC, 5,09% de recuperao de Fe e IS = 1,83 para a frao fina. No sistema hidroxamato

    AERO 6493, alcanou-se concentrado com 46,77% Fe, 27,41% SiO2, 5,50% PPC, 66,98% de

    recuperao de Fe e IS = 1,41, para a frao grossa, e 60,21% Fe, 9,31% SiO2, 4,05% PPC,

    32,23% de recuperao de Fe e IS = 1,92 na frao fina. No sistema de flotao catinica

    reversa atingiu-se 63,75% Fe, 2,93% SiO2, 5,88% PPC, 74,98% de recuperao de Fe e IS =

    9,86, na frao grossa, e 64,39% Fe, 2,15% SiO2, 5,14% PPC, 81,05% de recuperao de Fe e

    IS = 8,15, na frao fina.

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    ABSTRACT

    Dealing with low grade iron ores with complex mineralogy has become a day-to-day reality

    for the mineral industry. A good example is found in the case of hydrated iron ores, which are

    composed by the minerals haematite, goethite, quartz, gibbsite and kaolinite. The martitic

    haematite and goethite usually have contaminants such as P, Al, Si and Mn, which may be

    located in the crystalline structure or in the pores of the minerals, in addition to the LOI

    content, which lowers the iron content in the final concentrate. Aiming to understand better

    that type of ore, the characterization of a low grade hydrated iron ore was undertaken through

    XRD, XRF, chemical analysis, RLM, SEM/EDS, specific area analysis (BET) and pore size

    analysis (BJH) through N2adsorption/desorption, helium pycnometry, TG and DSC. On thenext step, fundamental studies were conducted with pure minerals through electrophoretic

    mobility measurements (zeta potential) and microflotation in Hallimond tube. The IEPs

    obtained in NaCL 10-3M for haematite, goethite, gibbsite and kaolinite were 6.8, 8.2, 9.2 and

    4.9, respectively. The IEPs of haematite, goethite and gibbsite were reduced, respectively, to

    4.2, 5.4 and 6.3 in the presence of sodium oleate and to 4.9, 6.6 and 7.2 in the presence of

    AERO 6493 hydroxamate. In the microflotation experiments, the floatability of haematite,

    goethite and gibbsite were high for both collectors. It was observed selectivity betweenhaematite and goethite in the pH range 5,0 to 6,0 with sodium oleate. Quartz and kaolinite

    presented floatability lower than 15% with both collectors. The conditioning time and

    temperature raised the floatability of haematite and goethite. The floatabilities of gibbsite,

    quartz and kaolinite with AERO 6493 hydroxamate were reduced for higher temperatures.

    Starch, sodium fluorsilicate and Floatan M3 showed poor responses as depressants. The bench

    scale flotation experiments were undertaken with a coarse ore sample (-0,150+0,045mm) and

    a fine ore sample (-0,045+0,010mm). In the sodium oleate system, it was obtained aconcentrate with 44.69% Fe, 32.92% SiO2, 2.97% LOI, 89.34% Fe recovery and SI = 2.52,

    for the coarse sample, and 61.10% Fe, 7.91% SiO2, 4.18 LOI, 5.09% Fe recovery and SI =

    1.83 for the fine sample. In the AERO 6493 hydroxamate system, it was achieved a

    concentrate with 46.77% Fe, 27.41% SiO2, 5.50% LOI, 66.98% Fe recovery and SI = 1.41,

    for the coarse sample, and 60.21% Fe, 9.31% SiO2, 4.05% LOI, 32.23% Fe recovery and SI =

    1.92 for the fine sample. In the reverse cationic flotation, it was achieved 63.75% Fe, 2.93%

    SiO2, 5.88% LOI, 74.98% Fe recovery and SI = 9.86, for the coarse sample, and 64.39% Fe,

    2.15% SiO2, 5.14% LOI, 81.05% Fe recovery and SI = 8.15 for the fine sample.

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    SUMRIO

    1. INTRODUO .................................................................................................................. 20

    2. OBJETIVOS E RELEVNCIA ........................................................................................ 21

    3. REVISO BIBLIOGRFICA .......................................................................................... 22

    3.1 Os depsitos goethticos: gnese e mineralogia ............................................................. 22

    3.1.1 Os minerais principais, secundrios e contaminantes no minrio goethtico ........... 23

    3.1.1.1 Hematita ............................................................................................................ 24

    3.1.1.2 Goethita ............................................................................................................. 25

    3.1.1.3 Quartzo ............................................................................................................. 263.1.1.4 Gibbsita ............................................................................................................. 26

    3.1.1.5 Caulinita ............................................................................................................ 27

    3.1.2 Implicaes da presena de goethita e gibbsita em minrios de ferro goethticos ... 29

    3.2 Flotao ........................................................................................................................... 30

    3.2.1 Princpios .................................................................................................................. 30

    3.2.2 Reagentes ................................................................................................................. 32

    3.2.3 Flotao catinica reversa de minrios de ferro ....................................................... 33

    3.2.3.1 Amina ............................................................................................................... 34

    3.2.3.2 Amido ............................................................................................................... 36

    3.2.4 Flotao aninica direta de minrios de ferro .......................................................... 37

    3.2.4.1 Hidroxamato ..................................................................................................... 39

    3.2.4.2 Oleato de sdio ................................................................................................. 40

    3.2.4.3 Fluorsilicato de sdio ........................................................................................ 41

    3.2.4.4 Floatan M3 ........................................................................................................ 42

    3.2.5 Avaliao da seletividade em sistemas de flotao .................................................. 42

    4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 43

    4.1 Amostras ......................................................................................................................... 43

    4.1.1 Preparao das amostras........................................................................................... 44

    4.2 Equipamentos e reagentes ............................................................................................... 45

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    4.2.1 Preparao dos reagentes ......................................................................................... 48

    4.3 Caracterizao ................................................................................................................. 50

    4.4 Estudo das propriedades eletrocinticas dos minerais Potencial Zeta ......................... 514.5 Microflotao .................................................................................................................. 53

    4.6 Flotao em bancada ....................................................................................................... 56

    5. RESULTADOS E DISCUSSES ..................................................................................... 58

    5.1 Caracterizao ................................................................................................................. 58

    5.1.1 Difratrometria de raios X ......................................................................................... 58

    5.1.2 Difratometria de raios X: anlise quantitativa ......................................................... 61

    5.1.3 Espectrometria de fluorescncia de raios X ............................................................. 62

    5.1.4 Microscopia tica de luz refletida ............................................................................ 63

    5.1.5 Microscopia eletrnica de varredura / espectrometria dispersiva em energia ........ 66

    5.1.6 Anlise qumica via mida ....................................................................................... 74

    5.1.7 Picnometria a hlio ................................................................................................... 76

    5.1.8 rea superficial especfica e porosimetria por adsoro gasosa .............................. 76

    5.1.9 Anlises trmicas...................................................................................................... 78

    5.2 Caracterizao tecnolgica ............................................................................................. 85

    5.2.1 Anlise granulomtrica ............................................................................................ 85

    5.2.2 Anlise de liberao ................................................................................................. 87

    5.3 Estudos eletrocinticos potencial zeta ......................................................................... 88

    5.4 Microflotao .................................................................................................................. 95

    5.4.1 Arraste hidrodinmico .............................................................................................. 95

    5.4.2 Ensaios com oleato de sdio .................................................................................... 95

    5.2.3 Ensaios com hidroxamato AERO 6493 ................................................................. 105

    5.5 Flotao em bancada ..................................................................................................... 116

    5.5.1 Frao grossa ( - 0,150 + 0,045 mm) ..................................................................... 1175.5.1.1 Sistema oleato de sdio .................................................................................. 117

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    5.5.1.2 Sistema hidroxamato AERO 6493 .................................................................. 125

    5.5.1.3 Sistema amina / amido .................................................................................... 133

    5.5.2 Frao fina ( - 0,045 + 0,010 mm) ......................................................................... 1435.5.2.1 Sistema oleato de sdio .................................................................................. 143

    5.5.2.2 Sistema hidroxamato AERO 6493 .................................................................. 145

    5.5.2.3 Sistema amina / amido .................................................................................... 148

    6. SUMRIO DOS RESULTADOS E DISCUSSES ...................................................... 152

    7. CONCLUSES ................................................................................................................. 157

    8. RELEVNCIA DOS RESULTADOS ............................................................................ 159

    9. RECOMENDAES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 160

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................... 161

    ANEXOS ............................................................................................................................... 168

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 Estrutura cristalina da hematita (BLAKE et al., 1966). ......................................... 24

    Figura 3.2 Estrutura cristalina da goethita (XIONG et al.,2006). .......................................... 25

    Figura 3.3 Estrutura cristalina do quartzo (KORNEEV et al., 1978). ..................................... 26

    Figura 3.4 Estrutura cristalina da gibbsita (SAALFELD e WEDDE, 1974). .......................... 27

    Figura 3.5 Estrutura cristalina da caulinita (SMRCOK et al., 1990). ..................................... 28

    Figura 3.6 Estrutura da gibbsita (a) e da slica (b), processo de montagem da estrutura idealda caulinita (c) e estrutura final da caulinita (d) (GARDOLINSKI et al., 2003). .................... 28

    Figura 3.7 Grfico de potencial eltrico da superfcie de uma partcula carregada em direoao interior da suspenso (HUNTER, 1993). ............................................................................. 31

    Figura 3.8 Estrutura da amnia, aminas primria, secundria e terciria e estrutura do onquaternrio de amnio (LEAL FILHO E NEDER, 2005). ....................................................... 34

    Figura 3.9 Principais rotas de produo das aminas e seus derivados (LEAL FILHO ENEDER, 2005). ........................................................................................................................ 35

    Figura 3.10 Frmula estrutural do amido (BULATOVIC, 2007). .......................................... 37

    Figura 3.11 Estrutura dos cidos hidroxmicos a partir dos quais so produzidos oshidroxamatos. R1 geralmente um ligante orgnico, e R2e R3podem ser orgnicos ouinorgnicos (BULATOVIC, 2007). .......................................................................................... 39

    Figura 3.12 Stios obtidos pelo rompimento da estrutura do xido de ferro (FUERSTENAUet al., 1967). .............................................................................................................................. 40

    Figura 3.13 Formao de hidroxamato de ferro por quelao (FUERSTENAU et al., 1967).40

    Figura 3.14 Frmula estrutural do cido oleico (VASCONCELOS COSTA, 2006). ............. 41

    Figura 3.15 Frmula estrutural do quebracho (BULATOVIC, 2007). .................................... 42

    Figura 4.1 Divisor de rifles n 90. ............................................................................................ 44

    Figura 4.2 Fluxograma de preparao da amostra de minrio. ................................................ 45

    Figura 4.3 Gral de gata empregado na cominuio das amostras. .......................................... 47

    Figura 4.4 Difratmetro de raios X utilizado para a caracterizao de fase nas amostras. ...... 47

    Figura 4.5 Montagem do tubo de Hallimond modificado utilizado nos ensaios demicroflotao. ........................................................................................................................... 47

    Figura 4.6 Montagem para a determinao do Potencial Zeta das partculas minerais. ........... 51

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    Figura 4.7 Montagem para a realizao dos ensaios de flotao em bancada. ......................... 56

    Figura 5.1 Difratograma de raios X da amostra de hematita. (K Cu=1,54060). ............... 58

    Figura 5.2 Difratograma de raios X da amostra de goethita. (K Cu=1,54060). ................ 59Figura 5.3 Difratograma de raios X da amostra de quartzo. (K Cu=1,54060). ................. 59

    Figura 5.4 Difratograma de raios X da amostra de gibbsita. (K Cu=1,54060). ................ 60

    Figura 5.5 Difratograma de raios X da amostra de caulinita. (K Cu=1,54060). ............... 60

    Figura 5.6 Difratograma de raios X da amostra cabea, do minrio. (K Cu=1,54060). .... 61

    Figura 5.7 Curva de ajuste (em vermelho), dados experimentais (x) e erro (em azul) obtidospelo mtodo de Rietveld para a amostra goethita. .................................................................... 62

    Figura 5.8 Curva de ajuste (em vermelho), dados experimentais (x) e erro (em azul) obtidospelo mtodo de Rietveld para a amostra de minrio cabea..................................................... 62

    Figura 5.9 Fotomicrografia da amostra de minrio goethtico (- 0,150 +0,045 mm). .............. 64

    Figura 5.10 Fotomicrografia da amostra de minrio goethtico (- 0,150 +0,045 mm). ............ 65

    Figura 5.11 Fotomicrografia da amostra de minrio goethtico (- 0,150 +0,045 mm). ............ 65

    Figura 5.12 Fotomicrografia da amostra de minrio goethtico (- 0,150 +0,045 mm). ............ 66

    Figura 5.13 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,150 +0,045 mm), seco polida. ............................................................................................ 67

    Figura 5.14 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,045 +0,010 mm), partculas soltas. ........................................................................................ 68

    Figura 5.15 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,150 +0,045 mm), seco polida. ............................................................................................ 69

    Figura 5.16 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,150 +0,045 mm), seco polida. ............................................................................................ 70

    Figura 5.17 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,150 +0,045 mm), seco polida. ............................................................................................ 71

    Figura 5.18 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico (-0,150 +0,045 mm), seco polida. ............................................................................................ 72

    Figura 5.19 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico empartculas soltas (- 0,150 +0,045 mm). .................................................................................... 73

    Figura 5.20 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio goethtico empartculas soltas (- 0,150 +0,045 mm). Flotado amina/amido (a), oleato de sdio (b) ehidroxamato (c)......................................................................................................................... 73

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    Figura 5.21 Imagem de eltrons retroespalhados (IER) da amostra de minrio na forma departculas soltas . a) grosso (- 0,150 +0,045 mm) em a) e b) fino (- 0,045 + 0,010 mm). ....... 74

    Figura 5.22 Anlise granuloqumica do minrio (-0,150+0,038 mm). Teores de Fe, SiO2e

    PPC. .......................................................................................................................................... 75

    Figura 5.23 Anlise granuloqumica do minrio (-0,150+0,038 mm). Teores de P, MnO2eAl2O3. ........................................................................................................................................ 75

    Figura 5.24 Isotermas de adsoro e dessoro de N2para a amostra de minrio de ferrogoethtico. ................................................................................................................................. 77

    Figura 5.25 Volume cumulativo de poros e derivada obtidos para a amostra de minrio deferro goethtico. ........................................................................................................................ 77

    Figura 5.26 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de minrio grosso (-0,150 +0,045 mm). ................................................................................................................... 79

    Figura 5.27 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de minrio grosso (-0,150 +0,045 mm). ................................................................................................................... 79

    Figura 5.28 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de minrio fino (- 0,045+0,010 mm). ............................................................................................................................. 80

    Figura 5.29 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de minrio fino (-

    0,045 +0,010 mm). ................................................................................................................... 80Figura 5.30 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de hematita. ............... 81

    Figura 5.31 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de hematita. ........... 81

    Figura 5.32 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de goethita. ............... 82

    Figura 5.33 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de goethita. ............ 82

    Figura 5.34 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de quartzo. ................ 83

    Figura 5.35 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de quartzo. ............. 83

    Figura 5.36 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de gibbsita. ................ 84

    Figura 5.37 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de gibbsita. ............ 84

    Figura 5.38 Curvas termogravimtricas (TGA e DTA) para a amostra de caulinita. ............... 85

    Figura 5.39 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) para a amostra de caulinita. ........... 85

    Figura 5.40 Anlise granulomtrica da amostra de minrio de ferro cabea. .......................... 86

    Figura 5.41 Anlise granulomtrica da amostra de minrio de ferro -0,150 mm..................... 86

    Figura 5.42 Grau de liberao apresentado pelo minrio goethtico. ....................................... 87

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    13/215

    Figura 5.43 Partculas analisadas pelo LibMin, retidas nas faixas granulomtricas 212 (a), 150(b), 106 (c), 75 (d), 53 (e) e 38 m (f). ..................................................................................... 88

    Figura 5.44 Potencial zeta da hematita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato de

    sdio 5 mg/L . ........................................................................................................................... 90

    Figura 5.45 Potencial zeta da goethita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato de sdio5 mg/L . .................................................................................................................................... 90

    Figura 5.46 Potencial zeta da gibbsita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato de sdio5 mg/L . .................................................................................................................................... 91

    Figura 5.47 Potencial zeta do quartzo em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato de sdio5 mg/L . .................................................................................................................................... 91

    Figura 5.48 Potencial zeta da caulinita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato desdio 5 mg/L . ........................................................................................................................... 92

    Figura 5.49 Potencial zeta da hematita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais hidroxamatoAERO 6493 20 mg/L . .............................................................................................................. 92

    Figura 5.50 Potencial zeta da goethita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais hidroxamatoAERO 6493 20 mg/L . .............................................................................................................. 93

    Figura 5.51 Potencial zeta da gibbsita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais hidroxamato

    AERO 6493 20 mg/L . .............................................................................................................. 93Figura 5.52 Potencial zeta da quartzo em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais hidroxamatoAERO 6493 20 mg/L . .............................................................................................................. 94

    Figura 5.53 Potencial zeta da caulinita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais hidroxamatoAERO 6493 20 mg/L . .............................................................................................................. 94

    Figura 5.54 Flotabilidade dos minerais hematita, goethita, quartzo, gibbsita e caulinita emoleato de sdio 5 mg/L. ............................................................................................................ 95

    Figura 5.55 Flotabilidade da hematita em diferentes concentraes de oleato de sdio. ......... 97

    Figura 5.56 Flotabilidade da goethita em diferentes concentraes de oleato de sdio. .......... 97

    Figura 5.57 Flotabilidade da gibbsita em diferentes concentraes de oleato de sdio. .......... 98

    Figura 5.58 Flotabilidade do quartzo em diferentes concentraes de oleato de sdio. .......... 98

    Figura 5.59 Flotabilidade da caulinita em diferentes concentraes de oleato de sdio. ......... 99

    Figura 5.60 Flotabilidade dos minerais hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para

    diferentes tempos de condicionamento em oleato de sdio 5 mg/L, em pH 5,0. ................... 100Figura 5.61 Flotabilidade dos minerais hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita paradiferentes tempos de condicionamento em oleato de sdio 5 mg/L, em pH 9,0. ................... 100

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    Figura 5.62 Flotabilidade dos minerais hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita paradiferentes temperaturas em oleato de sdio 5 mg/L, em pH 5,0. ........................................... 101

    Figura 5.63 Flotabilidade dos minerais hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para

    diferentes temperaturas em oleato de sdio 5 mg/L, em pH 9,0. ........................................... 102

    Figura 5.64 Flotabilidade da hematita com coletor oleato de sdio 5 mg/L e depressoresamido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ............................................................ 103

    Figura 5.65 Flotabilidade da goethita com coletor oleato de sdio 5 mg/L e depressoresamido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ............................................................ 103

    Figura 5.66 Flotabilidade da gibbsita com coletor oleato de sdio 5 mg/L e depressoresamido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ............................................................ 104

    Figura 5.67 Flotabilidade do quartzo com coletor oleato de sdio 5 mg/L e depressores amido,fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ........................................................................ 104

    Figura 5.68 Flotabilidade da caulinita com coletor oleato de sdio 5 mg/L e depressoresamido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ............................................................ 105

    Figura 5.69 Flotabilidade da hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita com o coletorhidroxamato AERO 6493 20 mg/L. ....................................................................................... 106

    Figura 5.70 Flotabilidade da hematita em diferentes concentraes de hidroxamato AERO

    6493. ....................................................................................................................................... 108Figura 5.71 Flotabilidade da goethita em diferentes concentraes de hidroxamato AERO6493. ....................................................................................................................................... 108

    Figura 5.72 Flotabilidade da gibbsita em diferentes concentraes de hidroxamato AERO6493. ....................................................................................................................................... 109

    Figura 5.73 Flotabilidade do quartzo em diferentes concentraes de hidroxamato AERO6493. ....................................................................................................................................... 109

    Figura 5.74 Flotabilidade da caulinita em diferentes concentraes de hidroxamato AERO6493. ....................................................................................................................................... 110

    Figura 5.75 Flotabilidade da hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para diferentestempos de condicionamento com hidroxamato AERO 6493 20 mg/L em pH 4,0. ............... 111

    Figura 5.76 Flotabilidade da hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para diferentestempos de condicionamento com hidroxamato AERO 6493 20 mg/L em pH 9,0. ............... 111

    Figura 5.77 Flotabilidade da hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para diferentestemperaturas com hidroxamato AERO 6493 20 mg/L em pH 4,0. ....................................... 113

    Figura 5.78 Flotabilidade da hematita, goethita, gibbsita, quartzo e caulinita para diferentestemperaturas com hidroxamato AERO 6493 20 mg/L em pH 9,0. ....................................... 113

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    Figura 5.79 Flotabilidade da hematita com coletor hidroxamato AERO 6493 20 mg/L edepressores amido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ......................................... 114

    Figura 5.80 Flotabilidade da goethita com coletor hidroxamato AERO 6493 20 mg/L e

    depressores amido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ......................................... 114

    Figura 5.81 Flotabilidade da gibbsita com coletor hidroxamato AERO 6493 20 mg/L edepressores amido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ......................................... 115

    Figura 5.82 Flotabilidade do quartzo com coletor hidroxamato AERO 6493 20 mg/L edepressores amido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ......................................... 115

    Figura 5.83 Flotabilidade da caulinita com coletor hidroxamato AERO 6493 20 mg/L edepressores amido, fluorsilicato de sdio e Floatan M3 10 mg/L. ......................................... 116

    Figura 5.84 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ........................... 118

    Figura 5.85 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens deoleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................................................................ 118

    Figura 5.86 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes vazes de ar no sistema oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ......... 119

    Figura 5.87 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes vazes de ar no

    sistema oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................................................... 119Figura 5.88 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes velocidades de rotao no sistema oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 120

    Figura 5.89 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes velocidades derotao no sistema oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................. 120

    Figura 5.90 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm)

    ................................................................................................................................................ 121

    Figura 5.91 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos decondicionamento com oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ............................ 121

    Figura 5.92 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes porcentagens de slidos no sistema de flotao com oleato de sdio. Frao grossa(-0,150+0,045mm) .................................................................................................................. 122

    Figura 5.93 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes porcentagens de

    slidos no sistema de flotao com oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ....... 122

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    Figura 5.94 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes temperaturas do sistema de flotao com oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 123

    Figura 5.95 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes temperaturas dosistema de flotao com oleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ......................... 123

    Figura 5.96 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ......... 126

    Figura 5.97 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens dehidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ............................................... 126

    Figura 5.98 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado para

    diferentes vazes de ar no sistema hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 127

    Figura 5.99 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes vazes de ar nosistema hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................. 127

    Figura 5.100 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes rotaes no sistema hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm)................................................................................................................................................ 128

    Figura 5.101 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes rotaes no

    sistema hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................. 128

    Figura 5.102 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 129

    Figura 5.103 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos decondicionamento com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ........... 129

    Figura 5.104 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado para

    diferentes porcentagens de slidos com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 130

    Figura 5.105 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes porcentagensde slidos com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ...................... 130

    Figura 5.106 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes temperaturas no sistema de flotao com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa(-0,150+0,045mm) .................................................................................................................. 131

    Figura 5.107 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes temperaturas

    no sistema de flotao com hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ... 131

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    Figura 5.108 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de amina Flotigam EDA. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................. 133

    Figura 5.109 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens de

    amina Flotigam EDA. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ...................................................... 134

    Figura 5.110 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de amido de milho. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .......................... 134

    Figura 5.111 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens deamido de milho. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ............................................................... 135

    Figura 5.112 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes vazes de ar no sistema de flotao amina / amido. Frao grossa (-

    0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 135Figura 5.113 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes vazes de ar nosistema de flotao amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................. 136

    Figura 5.114 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes rotaes no sistema de flotao amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm)................................................................................................................................................ 136

    Figura 5.115 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes rotaes nosistema de flotao amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................. 137

    Figura 5.116 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com amina. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ........ 137

    Figura 5.117 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos decondicionamento com amina. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .......................................... 138

    Figura 5.118 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ........ 138

    Figura 5.119 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos de

    condicionamento com amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .......................................... 139

    Figura 5.120 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes porcentagens de slidos no sistema amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) .................................................................................................................... 139

    Figura 5.121 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes porcentagensde slidos no sistema amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ............................... 140

    Figura 5.122 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado para

    diferentes temperaturas no sistema amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ......... 140Figura 5.123 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes temperaturasno sistema amina / amido. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................................................ 141

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    Figura 5.124 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de oleato de sdio. Frao fina (-0,045+0,010mm) ............................... 143

    Figura 5.125 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens de

    oleato de sdio. Frao fina (-0,045+0,010mm) .................................................................... 144

    Figura 5.126 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com oleato de sdio. Frao fina (-0,045+0,010mm)................................................................................................................................................ 144

    Figura 5.127 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos decondicionamento com oleato de sdio. Frao fina (-0,045+0,010mm) ................................ 145

    Figura 5.128 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado para

    diferentes dosagens de hidroxamato AERO 6493. Frao fina (-0,045+0,010mm) .............. 146Figura 5.129 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens dehidroxamato AERO 6493. Frao fina (-0,045+0,010mm) ................................................... 146

    Figura 5.130 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes tempos de condicionamento com hidroxamato AERO 6493. Frao fina (-0,045+0,010mm) .................................................................................................................... 147

    Figura 5.131 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes tempos decondicionamento com hidroxamato AERO 6493. Frao fina (-0,045+0,010mm) ............... 147

    Figura 5.132 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de amina. Frao fina (-0,045+0,010mm) .............................................. 149

    Figura 5.133 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens deamina. Frao fina (-0,045+0,010mm) .................................................................................. 149

    Figura 5.134 Teores de Fe, SiO2e recuperao metalrgica do Fe no concentrado paradiferentes dosagens de amido. Frao fina (-0,045+0,010mm) ............................................. 150

    Figura 5.135 Teores de Al2O3, P, MnO2e PPC no concentrado para diferentes dosagens de

    amido. Frao fina (-0,045+0,010mm) .................................................................................. 150

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela III.1 Classificao das aminas de acordo com o mtodo de obteno e tamanho de

    cadeia ........................................................................................................................................ 35

    Tabela IV.2 Origem das amostras ......................................................................................... 43

    Tabela IV.3 Equipamentos empregados na realizao dos experimentos ............................. 46

    Tabela IV.4 Reagentes empregados nos testes de microflotao e flotao em bancada ..... 48

    Tabela IV.4 Principais condies de estudo empregadas nos testes de microflotao ......... 55

    Tabela IV.5 Principais condies de estudo empregadas nos ensaios de flotao catinica

    reversa de minrio de ferro em testes de bancada .................................................................... 57

    Tabela IV.6 Principais condies de estudo empregadas nos ensaios de flotao em bancadapara os coletores oleato de sdio e hidroxamato AERO 6493 ................................................. 57

    Tabela V.1 Percentual em massa, massa especfica, wrp , 2para a amostra goethita ecabea ....................................................................................................................................... 61

    Tabela V.2 Anlise qumica semiquantitativa do minrio de ferro goethtico por FRX. ...... 63

    Tabela V.3 Microanlise qumica da rea apresentada na figura 5.13. ................................. 67

    Tabela V.4 Microanlise qumica geral da rea apresentada na figura 5.14. ........................ 68

    Tabela V.5 Microanlise qumica da regio 1, apresentada na figura 5.14. .......................... 69

    Tabela V.6 Microanlise qumica das regies 1, 2, 3 e 4 apresentadas na figura 5.15. ........ 70

    Tabela V.7 Anlise qumica via mida do minrio de ferro goethtico. ............................... 75

    Tabela V.8 rea superficial especfica, dimetro mdio de poros e volume total de poros eporosidade da amostra de minrio de ferro goethtico. ............................................................ 76

    Tabela V.9 Perdas de massa para as amostras de minrio e minerais puros. ........................ 78

    Tabela V.10 Nmero de partculas analisadas pelo LibMin por faixa granulomtrica. ........ 88

    Tabela V.11 PIE das amostras hematita, goethita, quartzo, gibbsita e caulinita em NaCl 10-3M e em NaCl 10-3M mais oleato de sdio ou hidroxamato AERO 6493. ............................... 89

    Tabela V.12 Arraste hidrodinmico dos minerais hematita, goethita, quartzo, gibbsita ecaulinita .................................................................................................................................... 95

    Tabela V.13 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada comoleato de sdio. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................................................................ 124

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    Tabela V.14 Composio qumica do concentrado, recuperao de Fe e ndice deSeletividade (IS) para o sistema de flotao otimizado para o oleato de sdio...................... 125

    Tabela V.15 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada com

    hidroxamato AERO 6493. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ............................................... 132

    Tabela V.16 Composio qumica do concentrado, recuperao de Fe e ndice deSeletividade (IS) para o sistema de flotao otimizado para o hidroxamato AERO 6493. .... 132

    Tabela V.17 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada coma amina Flotigam EDA e o amido de milho. Frao grossa (-0,150+0,045mm) ................... 142

    Tabela V.18 Composio qumica do concentrado, recuperao de Fe e ndice deSeletividade (IS) para o sistema de flotao otimizado para amina / amido. ......................... 142

    Tabela V.19 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada comoleato de sdio. Frao fina (-0,045+0,010mm) .................................................................... 145

    Tabela V.20 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada comhidroxamato AERO 6493. Frao fina (-0,045+0,010mm) ................................................... 148

    Tabela V.21 ndices de Seletividade calculados para os ensaios de flotao em bancada parao sistema amina / amido. Frao fina (-0,045+0,010mm) ..................................................... 151

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    1. INTRODUO

    A indstria mineral tem passado por grandes desafios nos ltimos anos, em especial aindstria do minrio de ferro. Ao mesmo tempo em que a demanda mundial por commodities

    cresce, exigncias socioambientais se fortalecem, a economia global se torna mais instvel, o

    perfil das empresas muda, com a formao de grandes grupos multinacionais, e a

    competitividade aumenta pela execuo de pesquisa e criao de tecnologias mais baratas e

    que oferecem maior produtividade. Contudo, apesar do crescente desenvolvimento

    tecnolgico, os futuros cenrios exigem ainda mais investimentos em pesquisas uma vez que

    as empresas tendem a trabalhar com minrios de decrescente qualidade, com teores de ferro

    cada vez menores e mineralogia cada vez mais complexa, cujos conhecimento e tecnologia

    disponveis para beneficiamento ainda so limitados.

    Dentre tais minrios, podem-se citar os minrios de ferro hidratados ou goethticos,

    nos quais os minerais-minrio so hematita e goethita, e a ganga consiste principalmente em

    quartzo, gibbsita e caulinita. A grande quantidade de impurezas de Al, P, Mn e Si e a prpria

    PPC, comumente associados goethita, muitas vezes torna impossvel alcanar as

    especificaes do concentrado final ou leva disposio, como estril, de materiais comteores de ferro considerveis. Isso se d caso a prtica da blendagem no seja suficiente para

    adequar as caractersticas do concentrado final.

    Embora o comportamento da goethita e da hematita em sistemas de flotao seja

    comumente esperado como semelhante, h uma lacuna de estudos que comprovem essa

    expectativa, sendo que os poucos estudos existentes focam apenas em propriedades

    fundamentais desses minerais. Fuerstenau et al. (1967 e 1970) investigaram a atuao de

    coletores aninicos na flotabilidade dos dois minerais, buscando entender as diferenas e

    semelhanas em sistemas de flotao. Contudo, ainda no houve um estudo que abordasse

    tanto os minerais-minrio (hematita e goethita), quanto os minerais de ganga (quartzo,

    gibbsita e caulinita), de forma a sugerir sistemas de flotao aplicveis ao beneficiamento dos

    minrios de ferro hidratados. Assim, tal fato chama ateno para o desenvolvimento de novas

    pesquisas na rea.

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    21

    2. OBJETIVOS E RELEVNCIA

    Este trabalho encontra sua relevncia na escassez de estudos para avaliar as possveis

    diferenas de comportamento entre os minerais hematita, goethita, quartzo, gibbsita e

    caulinita em novos sistemas de flotao direta para minrio de ferro e na ausncia de estudos

    de rotas alternativas de processamento por flotao para minrios de ferro hidratados,

    especialmente para minrios brasileiros. Associadas a esse aspecto, encontram-se as

    crescentes exigncias de qualidade em relao aos contaminantes mais comuns a esse tipo de

    minrio, a saber, Al, P, Mn e Si, alm da prpria PPC, que reduz o contedo metlico no

    concentrado final e interfere nas propriedades mecnicas durante a pelotizao. O

    conhecimento do comportamento dos minrios de ferro hidratados em sistemas de flotaopode facilitar a satisfao dos nveis de qualidade exigidos pela indstria, alm de possibilitar

    o desenvolvimento de novos processos de concentrao para materiais at ento considerados

    estreis. Dessa forma, o presente estudo objetivou:

    a caracterizao mineralgica, qumica e fsica de uma amostra de minrio de

    ferro hidratado e de amostras puras de seus principais minerais constituintes

    hematita, goethita, quartzo, gibbsita e caulinita;

    a investigao da carga eltrica interfacial desses minerais em sistemas aquosos

    com e sem a presena de reagentes, visando obter informaes pertinentes

    descrio dos mecanismos de adsoro de tais reagentes em sistemas de flotao;

    o estudo da flotabilidade dessas amostras minerais em ensaios de microflotao

    em tubo de Hallimond modificado, de forma a avaliar a influncia das variveis

    pH, concentrao dos reagentes coletores e depressores, tempo de

    condicionamento e temperatura;

    a execuo de ensaios de flotao em bancada para avaliar um sistema de flotao

    proposto para o minrio, partindo-se dos resultados dos ensaios de microflotao.

    Para otimizar esse sistema, investigaram-se as variveis concentrao dos

    reagentes coletor e depressor, porcentagem de slidos na polpa, tempos de

    condicionamento para coletor e depressor, vazo de ar, agitao mecnica e

    temperatura.

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    22

    3. REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 Os depsitos goethticos: gnese e mineralogia

    Os depsitos de ferro de Minas Gerais podem ser classificados em seis tipos bsicos:

    depsitos hipognicos de substituio, depsitos supergnicos de substituio, depsitos de

    enriquecimento residual, minrio detrtico ou coluvial, canga e certos corpos de minrio

    residuais. Dentre tais depsitos, os depsitos supergnicos so as principais fontes de minrio

    de ferro goethtico, tambm chamado minrio de ferro hidratado. Nesses depsitos, o quartzo

    ou outro mineral do itabirito substitudo pelo ferro trazido por solues frias de regies

    superficiais. A goethita normalmente o mineral substituinte, podendo estar presentes

    tambm a hematita, lepidocrocita ou maghemita (DORR II, 1964 apudROCHA, 1997).

    Um bom exemplo de minrio de ferro hidratado encontra-se na mina de Alegria, qual

    atribudo o processo de gnese por enriquecimento supergnico. Simultaneamente ao

    processo de lixiviao da slica e enriquecimento em ferro e alumina, ocorreu a solubilizao

    do ferro e redeposio deste sob a forma de goethita (-FeOOH) nos interstcios deixados pela

    slica. A goethita seria tambm formada pela hidratao da hematita. Tais processos,

    combinados ao confinamento do itabirito entre rochas impermeveis (filitos e metabasitos),favoreceram a atuao de processos de enriquecimento supergnico diferenciados. Tais

    processos possibilitariam a formao de minrios com diferentes contedos de ferro, slica,

    alumina, fsforo e gua de hidratao em pores mediamente hidratadas (em nveis mais

    profundos do depsito), onde a hematita predomina sobre a goethita. A intensificao da

    hidratao do minrio imediatamente sob a camada de filitos, formando camadas de goethita

    com volumes considerveis, foi tambm observada no depsito de Alegria (BARCELOS e

    BCHI, 1986). Os principais constituintes mineralgicos do minrio de Alegria podem serbasicamente divididos em hematita porosa, formada pela martitizao de magnetitas primrias

    e constituinte mais abundante na jazida; hematita especular , menos abundante que a hematita

    porosa e com menor contedo em alumina e fsforo; goethita, presente junto hematita

    porosa e podendo ser produto de martitizaao de magnetitas (goethita G1) ou de intemperismo

    (goethita G2); magnetita residual, presente em pequenas propores; e quartzo, principal

    mineral de ganga. A goethita terrosa e as argilas so constituintes secundrios, porm no so

    menos dignas de ateno, devido aos problemas associados gerao de lamas, alumina e

    fsforo associados (FEITOSA et al., 1993).

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    23

    3.1.1 Os minerais principais, secundrios e contaminantes no minrio goethtico

    Rocha (1997) estudou a composio mineralgica do minrio de Alegria por

    difratometria de raios X e verificou a presena dos minerais hematita, goethita, quartzo e

    caulinita. A goethita foi observada como sendo a fase mais abundante ou em mdia

    proporo. A hematita e o quartzo foram observados como fases dominantes, em quantidade

    mdia ou em baixa proporo dependendo da regio de amostragem. A caulinita, por sua vez,

    foi caracterizada apenas em fraes mais finas e em baixa concentrao. O perfil ntido das

    raias dos difratogramas mostrou que as amostras eram de alta cristalinidade, especialmente as

    de goethita. A execuo de anlises qumicas mostrou serem P, Al, Ti e Mn os principais

    contaminantes presentes na amostra. Foi pontuado tambm o fato de no terem sidoidentificadas fases minerais referentes a tais contaminantes na maioria das amostras, o que

    indica a possvel presena desses elementos na estrutura e/ou poros da goethita. Henriques

    (2012) estudou amostra de material goethtico de Alegria com foco na goethita. Os ensaios de

    difratometria de raios X apresentados pela autora vo ao encontro aos resultados apresentados

    por Rocha (1997) no que se refere predominncia de goethita e presena em menor

    quantidade de quartzo e hematita. Contudo, os ensaios realizados por Henriques (2012)

    verificaram a presena do mineral gibbsita, referente ao alumnio, o que foi comprovado poranlises qumicas. A caulinita no foi identificada nesses testes.

    Outro exemplo de minrio goethtico encontrado no projeto Apolo, da mineradora

    Vale, no qual a hematita marttica o mineral de ferro mais abundante, seguido pela goethita,

    magnetita e hematita de cristais compactos, respectivamente. A ganga consiste

    majoritariamente em quartzo livre, quartzo misto, gibbsita e caulinita. A goethita e a hematita

    marttica apresentam contaminantes aluminosos associados, em poros ou em interstcios

    microestruturais, em fraes granulomtricas muito finas. J as hematitas de cristais

    compactos, tais como as hematitas especular, granular, lamelar e sinuosa, apresentam menores

    nveis de contaminao (LIPPER, 2012). Alm das caractersticas mineralgicas, as

    caractersticas mecnicas do minrio de Apolo so, tambm, diferenciadas. Segundo Cabral

    (2010), o depsito apresenta um minrio de baixa resistncia mecnica, com tendncia

    gerao de finos por abraso.

    A presena de uma quantidade elevada de goethita exemplifica bem o desafio

    encontrado no beneficiamento do minrio de Apolo, por representar uma situao at ento

    no enfrentada pelas usinas de beneficiamento de minrio de ferro.

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    3.1.1.1 Hematita

    A hematita um d

    qumica Fe2O3 (69,94% d

    hemos, que significa sang

    caractersticas, podem-se

    clivagem ausente, fratura s

    de Mohs, massa especfic

    cristalino hexagonal (KLE

    al. (2003) classificaram as

    especular, lamelar, granulsuperfcie, o mineral apres

    carregadas positivamente

    valores superiores (FUERS

    presente o NaCl, Chibow

    7,0.

    A figura 3.1 aprese

    Figura 3

    os principais xidos presentes na natureza,

    ferro e 30,06% de oxignio). Seu nome

    e, devido cor avermelhada de seu trao.

    citar: trao vermelho ocre, brilho metli

    bconchoidal, transparncia opaca, dureza e

    a de 5,26 g/cm3, hbito macio, placoide

    N, 2001; DANA, 1974). De acordo com o ti

    hematitas em hematita marttica, em minri

    r e sinuosa, em minrios compactos. Quanta ponto isoeltrico (PIE) em torno de pH

    para valores inferiores de pH e carregada

    TERNAU, 1976; CROMIERES et al., 2002)

    ski e Wisniewska (2002) encontraram valor

    ta a estrutura cristalina da hematita.

    .1 Estrutura cristalina da hematita (BLAKE et al., 19

    24

    apresentando frmula

    tem origem no grego

    entre suas principais

    o, cor cinza grafite,

    tre 5,5 e 6,5 na escala

    ou terroso e sistema

    po textural, Queiroz et

    os porosos, e hematita

    to s propriedades de,7, sendo as partculas

    s negativamente para

    . Em sistemas cujo sal

    e PIE em torno de pH

    6).

  • 7/18/2019 Caracterizao, Estudos Fundamentais e Flotao de Minrio de Ferro Goethtico

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    3.1.1.2 Goethita

    A goethita um do

    solos, como produto de i

    frmula qumica FeO(OH)

    hidrognio. Seu nome

    mineralogista Johann Wol

    citar: brilho adamantino a

    5,0 e 5,5 na escala de

    acicular, macio, fibroso,

    2001; DANA, 1974). De agoethita em botrioidal, ma

    superfcie, existe uma cert

    observaram o ponto isoel

    et al., 2002) e outros obse

    2003; WALSH e DULT

    cristalina da goethita.

    Figura

    principais oxi-hidrxidos presentes na natur

    temperismo de outros minerais portadores

    e constituda de 62,9% de ferro, 36,0%

    uma homenagem ao escritor, poeta, p

    gang von Goethe. Dentre suas principais ca

    ubmetlico, cor marrom amarelado a marro

    ohs, massa especfica de 4,27 g/cm3, cliv

    radial ou botrioidal e sistema cristalino

    ordo com o tipo textural, Santos e Brandaoia, porosa, fibrosa, alveolar e terrosa. Qua

    a incerteza sobre o valor de PIE para o m

    rico em torno de pH 6,7 (FUERSTERNA

    rvaram um ponto isoeltrico em torno de p

    , 2010; HENRIQUES, 2012). A figura

    .2 Estrutura cristalina da goethita (XIONG et al.,200

    25

    eza, especialmente em

    de ferro. Apresenta

    e oxignio e 1,0% de

    ensador, e, tambm,

    actersticas, podem-se

    escuro, dureza entre

    agem perfeita, hbito

    rtorrmbico (KLEIN,

    2003) classificaram ato s propriedades de

    neral. Alguns autores

    , 1976; CROMIERES

    8,2 (KOSMULSKI,

    .2 ilustra a estrutura

    6).

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    3.1.1.3 Quartzo

    O quartzo o min

    dos principais minerais de

    SiO2, sendo 46,7% de silc

    acordo com algumas teoria

    caractersticas, esto: brilh

    massa especfica de 2,65 g

    trao branco e sistema c

    DANA, 1974). Quanto s

    observaram um ponto isoel

    Figura 3.

    3.1.1.4 Gibbsita

    A gibbsita um

    bauxticos. Possui frmula

    de 31,8 a 34,12% de perdaG. Gibbs (1776-1833). De

    dureza entre 2,5 e 3,0 na es

    ral mais abundante no planeta. Na minera

    ganga na grande maioria dos minrios. S

    o e 53,3% de oxignio. A origem do nome

    s, tal origem estaria na palavra alem Quarz.

    o vtreo, ausncia de clivagem, cores variad

    /cm3, dureza 7,0 na escala de Mohs, hbito

    istalino trigonal, como mostrado na figur

    propriedades de superfcie, Fuerstenau (1

    trico em pH prximo a 1,8.

    Estrutura cristalina do quartzo (KORNEEV et al., 1

    dos principais minerais de alumnio pr

    qumica -Al(OH)3, sendo constituda de 62

    ao fogo. Seu nome uma homenagem ao ctre suas principais caractersticas, esto: br

    cala de Mohs, clivagem perfeita, cor azul, v

    26

    o, ele representa um

    a frmula qumica

    incerta, sendo que, de

    Dentre suas principais

    as, fratura conchoidal,

    prismtico a granular,

    a 3.3 (KLEIN, 2001;

    976) e Lopes (2009)

    78).

    sentes nos minrios

    ,8 a 65,3% de Al2O3e

    lecionador americanolho vtreo e perolado,

    rde, verde claro, cinza

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    ou cinza claro, massa es

    (KLEIN, 2001; DANA, 1

    (2012). Em soluo de

    apresenta a estrutura cristal

    Figura 3.4 E

    3.1.1.5 Caulinita

    A caulinita um a

    potssio eliminado, re

    Al2Si2O5(OH)4, sendo 39,5

    principais do mineral, pod2,5 na escala de Mohs, bri

    sistema cristalino monocl

    Quanto s propriedades el

    4,6 (RODRIGUES, 2009)

    ecfica entre 2,3 e 2,4 g/cm3 e sistema

    74). O ponto isoeltrico foi obtido em p

    aCl, Goldberg (2010) observou PIE em

    ina do mineral.

    strutura cristalina da gibbsita (SAALFELD e WEDD

    gilo-mineral formado pelo intemperismo de

    tando um alumino-silicato hidratado. Su

    % de Al2O3, 46,5% de SiO2e 14,0% de H2O

    m-se citar o hbito micceo, clivagem perflho terroso, cor branca, massa especfica en

    nico, como visto na figura 3.5 (KLEIN,

    trocinticas, a caulinita apresenta ponto iso

    4,3 (HU et al., 2003).

    27

    ristalino monoclnico

    7,4 por Tseng e Wu

    H 9,1. A figura 3.4

    , 1974).

    feldspatos, no qual o

    frmula qumica

    . Como caractersticas

    ita, dureza entre 2,0 etre 2,6 e 2,63 g/cm3e

    2001; DANA, 1974).

    eltrico em pH cido:

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    Figura 3.

    A formulao da c

    moles de gibbsita (Al(O

    compostos, como mostrado

    Figura 3.6 Estrutura da gibbsi

    estrutu

    Estrutura cristalina da caulinita (SMRCOK et al., 1

    ulinita pode ser descrita como o resultado

    )3) sobre 2 moles de slica, mantendo-se

    na figura 3.6.

    ta (a) e da slica (b), processo de montagem da estrut

    ra final da caulinita (d) (GARDOLINSKI et al., 2003

    28

    90).

    da sobreposio de 2

    a estrutura dos dois

    ra ideal da caulinita (c) e

    .

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    29

    3.1.2 Implicaes da presena de goethita e gibbsita em minrios de ferrogoethticos

    H uma tendncia de aumento da participao de itabiritos e minrios de ferrogoethticos na alimentao das plantas de processamento, especialmente no Quadriltero

    Ferrfero, o que exigir usinas de beneficiamento cada vez mais complexas em conjunto com

    o desenvolvimento de novos processos. Na mina da Mutuca, o fato de o minrio possuir um

    maior contedo de goethita e gibbsita interferiu na organizao das pilhas que serviram para a

    alimentao das usinas. Uma vez que a gibbsita o mineral de ganga mais importante, a

    flotao catinica reversa era dificultada, j que este mineral tambm deprimido pelo amido,

    sendo apenas o quartzo flotado pela amina. Desse modo, uma etapa de separao magnticaera necessria para separar gibbsita e hematita. Ainda no processo de flotao, a grande

    quantidade de lamas produzida prejudicava o processo atravs da gerao de slimes coating

    (ARAUJO et al., 2003).

    No caso do minrio do projeto Apolo, o melhor processo de beneficiamento ainda

    estudado pela Vale. Devido s similaridades, o tratamento do minrio de Apolo tem sido

    desenvolvido com base na experincia com o minrio da mina de Brucutu, apresentando

    algumas peculiaridades. Os principais contaminantes so Al e P, estando presentes em porosou na estrutura cristalina da goethita. Uma vez que o PPC ocorre na ordem de 13%, espera-se

    um concentrado com teores de Fe menores que os especificados para os produtossinter feede

    pellet feed. Para fraes mais finas, h uma tendncia de se produzir grande quantidade de

    lama, devido presena elevada de goethita terrosa, caulinita e gibbsita. Isso exige um maior

    nmero de estgios de deslamagem e adio de dispersante para diminuir o by passde finos e

    reduzir oslimes coatingsobre o quartzo (VALE GADMF, 2009 apudLIPPER, 2012).

    Na mina de Alegria, a presena de goethita no minrio ferro a principal responsvel

    pelo elevado valor de PPC. Devido hidratao, a goethita apresenta um menor contedo de

    Fe que a hematita, significando um concentrado mais pobre em contedo metlico. A goethita

    do grupo G2 ainda uma forte responsvel pelo aprisionamento de fsforo, contaminante

    altamente indesejvel no concentrado final. Alm disso, o consumo de hidrxido de sdio e

    floculantes significativamente elevado pela presena de goethita no minrio beneficiado

    (FEITOSA et al., 1993).

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    30

    3.2 Flotao

    Flotao a tcnica que, por meio da manipulao das caractersticas de superfcie das

    partculas, possibilita alcanar diferenciabilidade, segunda condio bsica concentrao

    mineral de acordo com Silva (1973). A principal propriedade explorada pela tcnica, e que

    permite alcanar tal diferenciabilidade, o grau de hidrofobicidade das partculas, que pode

    ser natural ou induzido. Essa caracterstica garante seletividade ao mtodo, uma vez que a

    passagem de um fluxo de ar por uma suspenso aquosa carrega as partculas com afinidade

    pelo ar (hidrofbicas), deixando aquelas que possuem afinidade pela gua (hidroflicas). Em

    um sistema com mltiplas espcies minerais, o uso de reagentes permite modificar a afinidade

    das partculas, definindo-se quais espcies sero carregadas pelas bolhas de ar (flotado) equais permanecero em suspenso (afundado).

    3.2.1 Princpios

    A atuao dos reagentes funo da distribuio dos stios carregados presentes na

    superfcie das partculas minerais, da configurao da interao entre esses stios e o meio

    aquoso, e das interaes entre ons e molculas polares e a superfcie mineral. Embora a

    espessura reduzida da interface slido/lquido inviabilize a observao in situdos fenmenos

    interfaciais, modelos de representao dessa interface foram desenvolvidos partindo-se do

    estudo de propriedades como adsoro, tenso superficial e, em especial, do potencial eltrico

    das partculas em suspenso. As propriedades eltricas da superfcie de partculas em

    suspenso podem ser estudadas pelo modelo da dupla camada (DCE) (PERES e ARAUJO,

    2009). Segundo tal modelo, a presena de uma superfcie carregada atrai os ons de carga

    contrria em suspenso (contraons) e repele os ons de mesma carga (coons), de forma a

    atingir uma neutralidade eltrica. Assim, formada uma distribuio de ons caracterizada por

    duas regies: uma regio onde se encontram ons adsorvidos fortemente na superfcie

    carregada (camada de Stern) e uma regio polarizada (camada difusa) que envolve essa

    superfcie e formada por contraons e coons influenciados pelo campo eltrico em torno da

    partcula. A concentrao de contraons decresce em direo ao seio da suspenso, onde se

    torna igual concentrao de coons. Dessa forma, tem-se um potencial eltrico mximo na

    superfcie da partcula, o qual decresce, tambm, em direo ao interior da suspenso (figura

    3.7). A medida do potencial eltrico, comumente chamado potencial zeta, s possvel emuma regio conhecida como plano de cisalhamento, onde ocorre o rompimento da interface

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    31

    slido/lquido devido ao movimento relativo entre a partcula carregada e o lquido no qual

    ela est imersa (HENRIQUES, 2012).

    Figura 3.7 Grfico de potencial eltrico da superfcie de uma partcula carregada em direo ao interior da

    suspenso (HUNTER, 1993).

    O potencial zeta utilizado para se prever o comportamento de partculas em

    suspenso em termos de estabilidade, tendncia coagulao e interaes de cunho

    eletrosttico com reagentes catinicos ou aninicos (RAO, 2004). Aps a fragmentao das

    partculas minerais (xidos e oxi-hidrxidos), stios carregados so formados, sobre os quais

    ocorre adsoro dos ons H

    +

    e OH

    , capazes de modificar a carga superficial da partcula. Aextenso dessa adsoro depende do pH da suspenso, ou seja, da predominncia de um dos

    ons. Logo, o potencial zeta depender diretamente do pH da suspenso. Devido a esse papel,

    os ons OHe H+so denominados ons determinadores de potencial (IDP). O potencial zeta

    assume valor nulo quando a carga lquida no plano de cisalhamento nula. Nessa situao, o

    logaritmo negativo da atividade do IDP chamado ponto isoeltrico (PIE). Caso os IDP sejam

    H+ e OH, o ponto isoeltrico definido como o pH no qual o potencial zeta nulo. Em

    valores de pH acima do PIE, as partculas minerais apresentam carga superficial negativa e,

    para valores inferiores, verifica-se carga superficial positiva. Os conceitos de potencial zeta e

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    32

    PIE so extremamente importantes, uma vez que permitem prever o estado de agregao em

    suspenses e a eficcia de reagentes no processo de flotao.

    3.2.2 Reagentes

    Na flotao, os reagentes so definidos como qualquer substncia orgnica ou

    inorgnica cuja funo o controle das caractersticas das interfaces envolvidas no processo.

    De acordo com seu papel, os reagentes podem ser classificados como coletores, espumantes e

    modificadores. Os espumantes so compostos no inicos pertencentes classe dos lcoois ou

    dos teres, e so responsveis pela estabilizaoda espuma formada durante a flotao. Os

    modificadores so reagentes de funes distintas, tais como disperso, agregao, modulaode pH e Eh, ativao de certas partculas ao do coletor e depresso de partculas que no

    se deseja flotar. Coletores so reagentes empregados com a finalidade de tornar hidrofbica a

    superfcie das partculas minerais que se deseja flotar (PERES e ARAUJO, 2009). Complexos

    ionomoleculares do coletor so citados como responsveis pelo aumento da flotabilidade em

    alguns sistemas de flotao, devido ao aumento do tamanho da cadeia hidrocarbnica do

    reagente (SOMASUNDARAN, 1976). Leja e He (1984) destacaram a atuao dos

    espumantes na reduo da repulso eletrosttica entre bolhas e partculas carregadas commesma carga, fato possvel devido fcil polarizao do surfatante. Dessa forma, alm de

    garantir a estabilizao da espuma, esses reagentes atuariam, tambm, no processo de coleta.

    Em algumas condies de pH, os espumantes podem apresentar, tambm, uma ao coletora,

    acarretando uma queda na seletividade do sistema (GAUDIN, 1957; BALTAR e RAMOS,

    1985).

    Os sistemas de flotao podem ser divididos em sulfetos e no sulfetos. Segundo Leja

    (1982), os coletores utilizados na flotao de materiais pertencentes primeira classe so

    chamados tio compostos, e aqueles utilizados para a flotao dos materiais no sulfetados so

    chamados compostos ionizveis no tio. Os xidos e silicatos so os representantes mais

    comuns dos compostos no sulfetados.

    Segundo Peres e Araujo (2009), a flotao dessas duas classes minerais tem sido

    realizada com os seguintes compostos no tio:

    alquil-carboxilatos, derivados dos cidos carboxlicos e cidos graxos: RCOOH; alquil-sulfatos e sulfonatos, geralmente de sdio: R-O-SO3-Na+e R-SO3-Na+;

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    mono e di-alquil-fosfatos, derivados do cido fosfrico RPO4H2;

    derivados da amnia (NH3): aminas primrias (R-NH2) e sais quaternrios de

    amnio (R-N(CH3)3+Cl-);

    reagentes menos comuns, como sulfossuccinatos, sulfossuccinamatos, sarcosinatos

    e hidroxamatos (ROC-HN-ONa).

    Ainda segundo Peres e Araujo (2009), esses reagentes possuem como principais

    propriedades:

    propenso hidrlise ou dissociao, governada pelo pH da soluo, afetando

    fortemente a atividade superficial por meio da predominncia da espcie inica ou

    molecular;

    diminuio da tenso interfacial na interface ar/soluo, quando presentes em

    soluo diluda;

    tendncia a formar micelas, no caso de homlogos de cadeia longa.

    Nos oxi-minerais, os compostos ionizveis no tio podem se adsorver por meio de

    atrao eletrosttica entre a cabea polar do reagente e a superfcie do mineral, carregada com

    carga oposta. Aps essa etapa, hemimicelas so formadas por ligaes de van der Waals entre

    os radicais do coletor. Outro mecanismo de concentrao do reagente na superfcie mineral

    a adsoro qumica que ocorre independentemente da atrao ou repulso eletrosttica e

    tambm seguida da formao de interaes de van der Waals entre os radicais do reagente

    (PERES e ARAUJO, 2009).

    3.2.3 Flotao catinica reversa de minrios de ferro

    As primeiras pesquisas que culminaram no desenvolvimento da rota de flotao

    catinica reversa de minrios de ferro ocorreram durante as dcadas de 1930 e 1940,

    concomitantemente ao desenvolvimento das primeiras rotas de flotao aninica, no estado de

    Minnesota (EUA). Na poca, aminas graxas eram empregadas. Atualmente, a rota de flotao

    catinica reversa o processo mais utilizado na concentrao de minrios de ferro. ter

    aminas parcialmente neutralizadas (25% a 30%) com cido actico so os reagentes coletores

    empregados na flotao da ganga silictica. Os xidos de ferro so deprimidos por amidos no

    modificados, cuja preparao realizada por gelatinizao, geralmente com NaOH (ARAUJOet al., 2009). Esse reagente tambm utilizado no processo como modulador de pH,

    possibilitando-se ajustar o pH do sistema para a um valor de pH em torno de 10,5, ideal para a

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    atuao da amina tanto como coletor quanto como espumante e para a manuteno do sistema

    disperso.

    3.2.3.1 Amina

    As aminas so os coletores tradicionalmente utilizados na rota de flotao catinica

    reversa de minrios de ferro, apresentando elevado poder coletor para a ganga silictica. Elas

    consistem em compostos orgnicos alifticos derivados da amnia (NH3), tm como matrias-

    primas principais os leos e as gorduras, saturadas ou insaturadas, so classificadas como

    primrias, secundrias ou tercirias (figura 3.8) e possuem cadeia carbnica com nmero de

    tomos de carbono pares, com 8 a 22 carbonos (ROSE e ROSE, 1957). Leal Filho e Neder(2005) chamam ateno para o fato de tal definio no incluir as aminas obtidas a partir de

    alcois sintticos e que podem apresentar nmero mpar de carbonos em suas cadeias.

    Segundo Bulatovic (2007), o nmero de radicais hidrocarbnicos ligados ao nitrognio

    (aminas primrias, secundrias ou tercirias) tem influncia na eficincia da flotao.

    Figura 3.8 Estrutura da amnia, aminas primria, secundria e terciria e estrutura do on quaternrio de

    amnio (LEAL FILHO E NEDER, 2005).

    As principais rotas de produo das aminas comeam pela ciso dos leos e gorduras,produzindo-se cidos graxos ou alcois (figura 3.9). Estes compostos so, ento, matrias-

    primas para a produo das aminas e seus derivados nitrogenados utilizados na rota de

    flotao catinica reversa dos minrios de ferro (LEAL FILHO E NEDER, 2005). Segundo

    Bulatovic (2007), as aminas podem ser classificadas em trs grupos de acordo com o mtodo

    pelo qual elas so obtidas e pelo tamanho da cadeia hidrocarbnica: aminas graxas, ter-

    aminas e condensadas (tabela III.1). As aminas graxas so aminas alifticas cujo grupo alquila

    contm entre 8 e 22 carbonos. Elas so derivadas dos cidos graxos pela converso destes emnitrilas e posterior hidrogenao dessas. Fazem parte deste grupo as aminas primrias,

    secundrias e tercirias. As diaminas so obtidas pela reao de aminas primrias com

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    acrilonitrilas. As ter-aminas so obtidas pela reao de um lcool com acrilonitrila. Devido

    presena do oxignio na cadeia hidrocarbnica, esses compostos apresentam maior carter

    hidroflico que as aminas primrias de mesmo tamanho de cadeia. ter-diaminas so obtidas

    pela reao da ter-amina com a acrilonitrila. As aminas condensadas, que so menos

    importantes que as ter-aminas e aminas graxas na flotao, so produto de reao de

    poliaminas com cidos orgnicos. A quantidade de nitrognio nas aminas condensadas

    dependente da composio da poliamina de origem.

    Figura 3.9 Principais rotas de produo das aminas e seus derivados (LEAL FILHO E NEDER, 2005).

    Tabela III.1 Classificao das aminas de acordo com o mtodo de obteno e tamanho de cadeia

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    O processo de adsoro das aminas descrito como uma combinao entre dois

    mecanismos: interaes eletrostticas e interaes do tipo van der Waals. Inicialmente, a

    atrao eletrosttica entre o grupo polar positivo (nitrognio protonizado ou quartenarizado)

    do reagente dissociado e a carga superficial negativa dos minerais ocasiona a adsoro da

    amina como um contra-on na superfcie mineral. A presena de espcies moleculares da

    amina entre as espcies dissociadas possibilita a formao de um filme hidrofbico na

    interface slido/lquido, uma vez que as primeiras reduzem a repulso entre as cabeas

    polares das espcies inicas. Um segundo mecanismo, as interaes do tipo van der Waals

    entre as cadeias carbnicas das aminas previamente adsorvidas promovem, por fim, um

    reforo do filme hidrofbico, tornando-o mais compacto (SOMASUNDARAN e

    RAMACHANDRAN, 1988).

    3.2.3.2 Amido

    O amido (figura 3.10) um reagente consagrado na indstria de minrio de ferro

    devido sua atuao como depressor na flotao reversa desse minrio. Trata-se de um

    reagente relativamente barato, de fcil preparao e com timos resultados na depresso dos

    xidos de ferro, e atuao mnima na depresso do quartzo. O amido consiste em uma mistura

    de dois polissacardeos, amilose e amilopectina, formados por polimerizao de molculas de

    D-glicose atravs de sntese por desidratao. A amilose insolvel em gua, enquanto a

    amilopectina solvel. O peso molecular mdio do amido no modificado supera 300.000

    u.m.a. (PERES e ARAUJO, 2009). De acordo com Bulatovic (2007), a razo entre os

    percentuais de amilose e amilopectina nunca constante, e no a predominncia de um ou

    de outro polissacardeo que determinar o desempenho do amido na flotao, mas sim as

    vrias modificaes introduzidas no processo de fabricao deste. O autor cita o grau de

    oxidao do amido como uma dessas modificaes capazes de determinar a funcionalidade do

    reagente. Peres e Araujo (2009) chamam a ateno para a ao floculante do amido de milho

    no modificado. Este composto por leo, protenas, umidade, fibras e matria mineral, alm

    da amilose e da amilopectina. O leo atua inibindo a formao de espuma, sendo seu teor alvo

    de controle. Outra caracterstica importante na utilizao do amido est no fato de que o

    amido no modificado no solvel em gua temperatura ambiente, sendo a sua

    solubilizao alcanada pelo uso de NaOH, em um processo chamado gelatinizao, ou pelo

    uso de calor. Alm do amido de milho, outras fontes tm sido pesquisadas no intuito de se

    obter melhores resultados, custos mais baixos ou menores passivos ambientais. Um bom

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    exemplo se encontra na mandioca, cujo amido apresenta maior viscosidade, indicativo de

    maior massa molecular, e teor desprezvel de leo.

    Segundo Peres et al.(1992), a adsoro do amido sobre as partculas de hematita teriaa contribuio de trs fenmenos: formao de ligaes de hidrognio, interaes

    eletrostticas e formao de sais. Brando (2005) chama a ateno para a adsoro do amido

    em maior extenso na hematita que no quartzo, sendo essa diferena quantitativa o sucesso do

    reagente. Alm disso, o autor ressalta o papel floculante desempenhado pelo reagente junto

    aos xidos e hidrxidos de ferro.

    Figura 3.10 Frmula estrutural do amido (BULATOVIC, 2007).

    3.2.4 Flotao aninica direta de minrios de ferro

    As primeiras tentativas de flotao para minrios de ferro foram realizadas comreagentes coletores aninicos, a saber, sulfonatos, cidos graxos e hidroxamatos (HOUOT,

    1983), em uma poca em que ainda no se vislumbrava o processamento de minrios de baixo

    teor. Atualmente, com a crescente escassez dos minrios de ferro de alto teor e o

    reprocessamento de materiais considerados rejeitos no passado, a flotao aninica direta tem

    se tornado uma possibilidade cada vez mais atraente