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DIRETORIA DE ÁREAS PROTEGIDAS
GERENCIA DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
ESCRITÓRIO REGIONAL TRIÂNGULO
CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA ÁREA DESTINADA A CRIAÇÃO DE
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAÇ AO LONGO DO RIO
TIJUCO A CONFLUENICA COM O RIO DA PRATA.
Andrey Costa Chama
Erick Almeida Silva
Leandro Gervásio Oliveira
UBERLÂNDIA, SETEMBRO DE 2010
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CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA ÁREA DESTINADA A CRIAÇÃO DE
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL
1. Introdução
A criação de Unidade de Conservação é uma ferramenta de grande
relevância para a preservação de áreas com alta prioridade de fauna e flora, que
por sua vez está diretamente relacionada à manutenção de todos os ciclos
biogeoquímicos existentes no planeta. Além disso, a criação de Unidade de
Conservação amplia o campo de estudo em diversas áreas da ciência, uma vez
que em seu território existem diversos seres vivos ou inanimados, os quais podem
solucionar ou melhorar a qualidade de vida humana.
A partir desse pressuposto foi realizada a Caracterização Ecológica Rápida
ao longo dos Rios Tejuco e Prata, mais precisamente nos municípios de Ituiutaba,
Gurinhatã e Ipiaçu com a finalidade de instituir a criação de uma Unidade de
Conservação de Proteção Integral, categoria Parque.
Essa ferramenta utilizada tem como propósito, comprovar a alta
biodiversidade de fauna e flora no local. Trata-se de uma das etapas para dar
embasamento ao ato legal para a criação da Unidade de Conservação, conforme
previsto no SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei Federal
9.985 de 18 de julho de 2000.
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2. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade de criação de
Unidade de Conservação na Bacia do Rio Tijuco através da Caracterização
Ecológica Rápida dos meios biótico e abiótico; e as pressões antrópicas sofridas
no local do estudo.
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3. Justificativa
A área de estudo se trata de um dos mais importantes corredores ecológicos
do Triângulo Mineiro, além de ser interceptado pelo Rio Tijuco, que por sua vez é o
último curso de água consideravelmente integro e propício a reprodução de peixes
pertencentes a ictiofauna da Bacia Hidrografia do Paranaíba.
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4. Metodologia
4.1- Pesquisa bibliográfica
Para o trabalho de caracterização ecológica da área de estudo foram
utilizadas imagens satélites, mapas interativos do IBGE, o Zoneamento Ecológico
Econômico de Minas Gerais, artigos científicos, revistas científicos e periódicos.
A – Bioma
O bioma é o conjunto de abióticos que determinam as mudanças ou
adaptações de vegetais e animais para a sua sobrevivência no meio. Isso pode ser
notado facilmente nas árvores do Cerrado, que devido às altas temperaturas e
baixa umidade, apresentam as folhas, tronco e folhas modificadas em forma de
espinhos para evitar a perda excessiva de água, o que poderia ocasionar o
estresse hídrico da planta, ocasionado a morte.
A área de estudo ao longo dos Rios Tejuco e Prata estão inseridas em uma
local de transição de biomas, pois é notável a presença das fitofisionomias de
floresta estacional o que caracteriza o Bioma Mata Atlântica e as manchas de
Cerrado, provenientes do Bioma Cerrado.
O bioma Mata Atlântica é aplicado a região onde ocorreu o estudo devido a
presença de vegetação com características de floresta estacional Decidual ou
Caducifólia nas faixas de preservação permanente do Rio Tijuco e Prata, tal
fitofisionomia se trata de um ecossistema associado à Mata Atlântica,
característica, formando verdadeiros corredores ecológicos entre a vegetação de
Cerrado e as área de preservação permanente. Já as manchas de Cerrado têm um
potencial de conservação muito relevante, uma vez que o Bioma é uma das 25
áreas do mundo consideradas crítica para conservação, devido à riqueza biológica
alta e a pressão antrópica que vem sendo submetido (MMA, 2002). Dos
aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados iniciais de Cerrado (25%
do território nacional) restam, hoje, cerca de 350.000 (MITTERMEIER al., 1999).
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B- Vegetação nativa da área de estudo
O levantamento florístico é um dos estudos iniciais para o conhecimento da
flora de uma determinada área e implica na produção de uma lista das espécies ali
instaladas, sendo de fundamental importância a correta identificação taxonômica
dos espécimes e a manutenção de exsicatas em herbário, que poderão contribuir
para o estudo dos demais atributos da comunidade (MARTINS, 1990; IN WEISER
E GODOY, 2001).
Partindo desse pressuposto, o levantamento florístico na área de estudo foi
realizado no período de 14 a 24 de Abril de 2010, sendo utilizado como método a
avaliação ecológica rápida com descrição das principais espécies encontradas e
enfoque nas espécies que apresentem endemismo de acordo com a literatura
consultada. O levantamento florístico é um dos estudos iniciais para o
conhecimento da flora de uma determinada área e implica na produção de uma
lista das espécies ali instaladas, sendo de fundamental importância a correta
identificação taxonômica dos espécimes e a manutenção de exsicatas em herbário,
que poderão contribuir para o estudo dos demais atributos da comunidade
(MARTINS, 1990; IN WEISER E GODOY, 2001). Em relação à cobertura vegetal
nativa, foi verificado que grande parte da vegetação natural foi, de alguma forma,
alterada, ficando os remanescentes de cobertura vegetal nativa restritos a
pequenas manchas de cerrado, capões de mata destinados à área de reserva e,
também, às matas galeria e ciliar, ao longo dos cursos d’água. Parte dessas áreas
de preservação permanente ao longo do Rio Tijuco e do Rio Prata foram o local no
qual se ateve aos estudos de caracterização ecológica.
A área de preservação permanente ao longo do Rio Tijuco e Rio da Prata
são importantes corredores ecológicos, tanto para fauna quanto para flora. Além
disso, está diretamente relacionada ao ecossistema aquático, pois a matéria
orgânica proveniente da cobertura vegetal fornece alimento para as espécies da
ictiofauna local, desencadeando uma cadeia alimentar bastante complexa e rica
em espécies.
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No estudo foi verificado de acordo com as espécies visualizadas que a
biodiversidade da vegetação é bastante significativa, apresentando tipologia de
vegetação característica de floresta estacional decidual, com caducidade de parte
das folhas no período de inverno.
De acordo com as informações obtidas, a forma de vegetação com tipologia
de floresta ao longo das áreas de preservação permanente do Rio tijuco e Rio da
Prata foi classificada da seguinte maneira:
Matas ciliares
As matas ciliares têm grande importância, funcionando como corredores
ecológicos, ligando fragmentos florestais remanescentes, funcionando como
obstáculos ao carreamento do solo provocado pela água da chuva e protegendo as
margens contra processos erosivos, contribuindo assim, para a manutenção da
qualidade da água. Além disso, para a fauna aquática, de uma maneira geral, a
mata ciliar serve de: proteção estrutural dos habitats; regulagem do fluxo e vazão
de água; abrigo e sombra; filtragem de substâncias que chegam ao rio; e,
fornecimento de matéria orgânica e substrato de fixação do perifíton que é usado
como alimento. Essa tipologia florestal é encontrada am praticamente em toda a
área de preservação permanente do Rio Tijuco e Rio da Prata.
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Foto 1 – Mata ciliar do Rio Tijuco.
Foto 2 – Mata ciliar do Rio Tijuco com bancos de areia
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Foto 3 – Dossel da Mata ciliar do Rio Tijuco
Foto 4 – Mata ciliar do Rio Tijuco
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Foto 5 – Ingazeiro na Mata ciliar do Rio Tijuco
Foto 6 – Presença de pteridófitas na mata ciliar
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Matas de Galeria
As matas de galeria cobrem pequenos braços do Rio Tijuco, onde ele é
interceptado por lagoas marginais que se formam no período das chuvas ou por
nascentes intermitentes fazendo conexões com outros fragmentos verdes.
Estas matas apresentam pequenas extensões na área, que durante o
estudo realizado verificou-se que elas compõem uma importante fitofisionomia. A
presença de espécies características como Hymeneae, Copaifera, Enterolobium
contortisiliquum, Gallesia integrifolia, Guazuma ulmifolia, Inga vera, Jacaranda
mimosaefolia, Lonchocarpos muehlbergianus, Nectandra nitidula,Pplatypodium
elegans, e Pterocarpus foram marcantes para caracterizar a área e mostrar a
riqueza da mesma.
Foto 7 – Mata de galeria associada a uma nascente
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Foto 8 – Mata de galeria no Rio Tijuco
Foto 9 – Mata de galeria com sinais de pisoteio
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Floresta Estacional Decidual
Foto 10- Floresta Decidual no outono
Foto 11- Grande quantidade do gênero Tabebuia sp.
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Tabela 1 – Listagem de espécies da flora encontradas nas tipologias de mata
de galeria, mata ciliar e floresta estacional decidual no trecho entre o Rio
Tijuco até confluência com o Rio da Prata.
Nome científico
Nome popular
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
Gonçalo-Alves
Myracrodruon urundeuva Allemão
Aroeria
Tapirira guianensis Aubl.
Pau-pombo
Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch
pau-pombo
Cardiopetalum calophyllum Schltdl.
Bacupari
Aspidosperma discolor A.DC
Canela-de-velha
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg.
Peroba-rosa
Eupatorium laevigatum Lam.
Cambarazinho
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Standl.
Ipê-roxo
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith
Ipê-branco
Bromelia sp
Gravatá
Cheiloclinium cognatum (Miers.) A.C.Sm.
Bacupari
Terminalia glabrescens Mart.
Capitão
Pera glabrata (Schoot) Poepp. ex Baill
Pau-de-sapateiro
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Angico
Crotalaria incana L.
Xique-xique
Inga laurina (Sw.) Willd.
Angá
Lonchocarpus guillemineanus (Tul.) Malme
Imbira-de-sapo
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld
Jacarandá-de-espinho
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Machaerium villosum Vogel
Jacarandá-pardo
Campomanesia velutina (Cambess.) O.Berg
Gabiroba
Eugenia florida DC.
Guamirim
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Goiabeira-do-campo
Myrcia tomentosa (Aubl.) DC.
Goiabeira-da-mata
Ouratea castaneifolia (DC.) Engl.
Amarelinho
Heisteria ovata Benth.
Itaubarana
Piper aduncum L.
Jaborandi
Alibertia edulis (Rich) A. Rich. ex DC.
Marmelo-de-cachorro
Genipa americana L.
Genipapo
Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch.
Maria-mole
Dilodendron bipinnatum Radlk.
Maria-pobre
Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni
Guapeva
Siparuna guianensis Aubl.
Catinga-d´anta
Cecropia pachystachya Trécul
Embaúba
Aegiphila sellowiana Cham.
Tamanqueira
Callisthene major Mart.
Cravari
Fonte de consulta: Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.
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C - Ocupação do solo
No contexto geral das propriedades localizadas na Bacia do Rio Tijuco pode-
se dizer que a maior parte de sua superfície continua sendo destinada à atividade
pecuarista. Tradicionalmente na bacia do rio Tijuco, há mais de um século,
organizadas, normalmente, em grandes propriedades, os pecuaristas faziam uso
de pastagens naturaisformadas, principalmente, pelo capim-de-vereda (Paspalum
dilatatum e Panicum densum), capimespiga,(Axonopus brasiliensis) macegão
(Thrasya pettrosa), capim-flexinha (Echinolaena inflexa),capim-arroz
(Lagenocarpus rigidus tenuifolius) e o capim-agreste (Trachypogon spicatus).
Além das pastagens, na bacia do Rio Tijuco, merece destaques às áreas
destinadas à cultura anual, principalmente de soja, milho e mais recentemente a
cana-de-açúcar, com a utilização maciça de defensivos agrícolas e corretivos do
solo. Vale destacar também alguns locais destinados ao reflorestamento de
eucalipto e cultura perene, em menor escala.
D- Relevo
O relevo atual da Bacia do Rio Tijuco vem sendo elaborado desde o
Terciário, com grande influência dos processos morfoclimáticos ocorridos no
Quaternário, sendo caracterizado pela pequena variação de altitude, tendo o
predomínio de Chapadões.
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Apresentação do relevo demonstrando a baixa declividade no local e o predomínio de chapadas
(A)
(B)
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(C)
(D)
E-Geologia
Geologicamente, a bacia do Rio Tijuco está inserida na unidade do planalto
do Brasil Central, em bacia sedimentar geotectônica denominada Bacia Sedimentar
do Paraná. A área de estudo situa-se na porção norte/nordeste da Bacia
Sedimentar do Paraná, apresentando estratigraficamente rochas do Grupo São
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Bento (basaltos da Formação Serra Geral) sobreposto pelos arenitos e
conglomerados do Grupo Bauru (arenitos de Formação Uberaba e Formação
Marília), com boa parte da área coberta com sedimentos cenozoicos (sedimentos
aluviais recentes).
F - Geomorfologia
Na Bacia do Rio Tijucos são identificados diferentes níveis de terraço sem
extensas áreas do médio curso, geralmente relacionados com soleiras rochosas do
basalto que aparecem sustentando e controlando a erosão remontante e a
deposição desses materiais.
Foto 11 – Corredeira proveniente de derramamento de basalto
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Foto 12-Barrancos provenientes de derramamento de basalto.
Foto 13– Latossolo vermelho escuro formado por intemperismo
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Foto 14 - Salto do Zé Marciano (Corredeira formada por parede rochosa de basalto)
G - Solo
A área de estudo apresenta solos férteis oriundos de derramamento de
basalto, alta profundidade, alta concentração de argila, grande quantidade de
nutrientes, concentração de Alumínio e Ferro, o qual dá uma coloração
avermelhada ao solo. ( Latossolo Vermelho Distrófico).
Foto 15 - Solo com alto teor de Ferro
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Foto 16- Solo com alto teor de Argila
H- Hidrografia
A Bacia do Rio Tijuco está situada na mesorregião do Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba, mais especificamente na margem esquerda da bacia do Rio
Paranaíba, abrangendo um total de 11 municípios, o que corresponde a 27% da
área do Estado, entre as coordenadas geográficas 18º40’ e 19º47’ S e 47º53’ a
50º13’ W. A bacia apresenta uma área de drenagem de 14.249.05 km².
Segundo Santos e Baccaro (2004), a Bacia do Rio Tijuco está inserida no
“Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central” de AB’SABER (1971) ou nos
“Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná” denominação dada pelo
RADAM (1983).No que diz respeito à geologia da bacia do Rio Tijuco, segundo
BACCARO, (2004), é representada por rochas sedimentares, sobretudo do Grupo
Bauru, Formações Marília, Adamantina e Uberaba, e Grupo São Bento, Formação
Serra Geral e Arenito Botucatu. Algumas das suas bordas são mantidas pelo
arenito com cimentação carbonática, silicosa e outras pelos derrames basálticos da
Formação Serram Gerais.
Formação de lagoas marginais no fundo de vales, nas áreas em que ocorre
o afloramento do lençol freático, originam-se ambientes alagadiços, geralmente
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organizados em longas faixas, de larguras variadas, onde se desenvolve uma
vegetação típica de ambiente de veredas, composta de um estrato graminoso
contínuo e perene, que se conserva verde o ano inteiro, e também palmeirais,
principalmente da espécie Mauritia vinifera, conhecida popularmente como buriti.
Esses ambientes são considerados, ecologicamente, muito importantes para o
cerrado, devido ao fornecimento de água e alimento para os animais, durante o
período de estiagem e, também, pelo fato de várias espécies de aves, típicas do
cerrado, utilizarem essas áreas para construir seus ninhos e chocar seus ovos, em
determinadas épocas do ano.
FIGURA 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Tijuco, Minas Gerais. Location of the Tijuco river watershed, State of Minas Gerais, Brazil.
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Foto 17 - Formação da corredeira do Salto do piolho
Foto 18 - Salto do Piolho
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Foto 19 - Leito do rio tijuco
Foto 20- Corredeira do Salto Zé Marciano
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Foto 21- Corredeira do Salto Zé Marciano
Foto 22- Corredeira do Salto Zé Marciano
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Foto 23- Corredeira do Salto Zé Marciano ao entardecer
Foto 24- Equipe do Regional Triângulo que realizou o trabalho
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Foto 25- Lagoa marginal desaguando no Rio Tijuco
Foto 26- Lagoa marginal
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Foto 27- Lagoa marginal com grande concentração de fitoplancton e matéria orgânica
I - Clima
O clima da região é do tipo tropical, com duas estações bem definidas, uma
chuvosa de Outubro a Abril e outra seca de Maio a Setembro. A média
pluviométrica oscila entre 1.300-1.700 mm ano-1, onde 50% precipitam nos meses
de novembro a fevereiro. Essa concentração da precipitação e a característica de
chuvas muito intensas são fatores relevantes para a intensificação dos processos
erosivos (SANTOS & BACCARO, 2004). RIBEIRO (1997), citado por SANTOS &
BACCARO (2004), destacou que os totais anuais precipitados vão decrescendo
para oeste, ao longo da calha do Rio Paranaíba, destacando a área entre
Cachoeira Dourada e a foz do Rio Tijuco como sendo a menos chuvosa, com
precipitações inferiores a 1.300 mm anuais.
J - Prioridade de conservação de flora
De acordo com dados representados no Zoneamento Ecológico e
Econômico de Minas Gerais, o Rio Tijuco e Rio da Prata são apresentados como
áreas com altíssima prioridade de conservação.
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K - Vulnerabilidade ambiental segundo ZEE.
De acordo com dados representados no Zoneamento Ecológico e
Econômico de Minas Gerais, o Rio Tijuco e Rio da Prata são apresentados como
áreas com alta vulnerabilidade ambiental.
L – Percentual de cobertura nativa nos municípios de Ituiutaba, Ipiaçu e
Gurinhatã. (Fonte: Inventário Florestal-IEF/2006-2007).
Município Flora nativa
(hectares)
Percentual Vereda (hectares) Percentual
Ituiutaba *53.935 *20,77 7.999 3,08
Ipiaçu *3.295 *7,03 376 0,80
Gurinhatã *30.444 *16,74 10.652 5,76
* Os dados referentes à flora nativa estão contabilizando os fragmentos de vegetação
floresta, campestre e as áreas de preservação permanente.
M - Pressões antrópicas
O Rio Tijuco vem sofrendo com a ação da pesca e caça predatória praticado
a surdina com a intenção de burlar a fiscalização do órgão ambiental, que por sua
vez é restrita devido a dificuldade de navegação ao longo do Rio Tijuco, o qual
apresenta grande quantidade de afloramentos rochosos, formando as corredeiras e
favorece a fuga dos indivíduos quando avistam a fiscalização. Em relatos de
pessoas que residem próximo ao Rio Tijuco é comum dizerem que durante a noite
escutaram tiros e estes na maioria das vezes são para a caça da capivara, o veado
catingueiro e a paca.
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5. Conclusão
Com base nos dados de campo e na pesquisa bibliográfica conclui-se que o
Rio tijuco e o Rio da Prata são responsáveis diretos pela manutenção do
ecossistema ali formado, garantem alimento para espécies de diversos níveis
tróficos da cadeia alimentar, possibilitam o fluxo gênico de espécies de fauna e
floras, influenciam no ciclo hidrológico da região, na manutenção do balanço
hídrico, na fertilização do solo em épocas de período chuvoso. Portanto a
manutenção da cobertura vegetal ao longo do Rio Tijuco até a confluência com o
Rio da Prata através da criação da Unidade de Conservação, categoria Proteção
Integral garantirá a vitalidade do curso d’água e conseqüentemente irá assegurar o
equilíbrio ecológico no local.
32
6. Bibliografia
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biodiversidade brasileira:
avaliação e identificação de áreas prioritárias para conservação, utilização
sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. Brasília:
MMA/SBF, 404p, 2002.
MARTINS, F.R. Atributos de comunidades vegetais. Quid, Teresina, 9(1/2): 12-
17. 1990.
MITTERMEIER, R. A. et al. Hotspots: Earth's biologically richest and
endangered terrestrial ecoregions. México: CEMEX, 431p. 1999.
OLIVEIRA-FILHO, A. T. & SCOLFORO, J. R. S. Inventário Florestal de Minas
Gerais: Espécies arbóreas da flora nativa. Editora UFLA, Lavras, 576 p, 2008.
MARTINS, F.R. Atributos de comunidades vegetais. Quid, Teresina, 9(1/2): 12-
17. 1990.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1992. 352p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil, vol.1 / Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 2008.
384p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil, vol.2 / Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 2002.
383p.
SANTOS, L.; BACCARO, C.A.D. Caracterização geomorfológica da bacia do
Rio Tijuco. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v.5, n.11, 2004. Disponível em :
33
<http://www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/include/getdoc.php?id=306&article=80&mode=pdf>.Acesso em: 15 set. 2010. http://www.zee.mg.gov.brc. Acesso em: 12 set. 2010.