Caract Pesquisa qualitativa

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Caracteristicas, principios conceitos da pesquisa qualitativa

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PPG em Sade ColetivaDISCIPLINA (2010/2): Abordagens qualitativas na investigao em Sade Coletiva

ABORDAGEM QUALITATIVA EM SADEInfluncia das Cincias Sociais => traz p/ seu campo as discusses e polmicas dessa rea Mtodo:Exerccio reflexivo de apreenso de dada realidade ou a expresso da relao sujeito/objeto, isto , da forma que o pesquisador enquadra a realidade e nela se enquadra (ADORNO, 1994)Metodologia:os caminhos do processo cientfico;no se resume a tcnicas pois, toda questo tcnica implica uma discusso terica => domnio terico-metodolgicoFUNDAMENTOS DA PQ: RAZO:

exigncia de fundo consciente ou inconsciente de explicao procurando reduzir as coisas dispersas a uma ordem/coerncia, a uma forma qualquer de ordenao inteligvel;

sua funo explicativa cuja finalidade a busca da verdade*;

Explicaes => necessrias ao homem p/ imprimir coerncia ao caos dando certa unidade a fenmenos dispersos.

Homem criou explicaes => 03 estados da razo:

1- teolgico ou mtico => diante do mundo misterioso e aterrador criou divindades e foras ocultas que passaram a ser adoradas;

2- busca de princpios e idias gerais p/ explicar os fatos (gerao espontnea, atrao, tendncia ao repouso etc) sem recorrer s foras divinas ocultas => metafsica;

3 explicao deve ser provada e comprovada => estado positivo ou cientfico. Observa-se, testa-se, prova-se, comprova-se, submete-se a clculo e no fim se diz a verdade at agora parece ser esta. Se surgirem alguns fatos que a informem deve-se continuar a pesquisar

Obs: desenvolvimento no linear *VERDADE: em Lgica e em Filosofiaem Lgica:

uma propriedade das nossas afirmaes/relao existente entre o que dizemos ou cremos e a coisa como ela ou o fato como se passou realmente (realidade => tudo o que existe, porm a que existe fora de ns difere da que criamos a partir das nossas experincias e percepes);

em Filosofia: considera-se dois aspectos em todas as coisas do universo com respeito a ns: o fenmeno = como as coisas se apresentam a ns e o nmenon/noumeno = a essncia ltima e ntima de cada coisa, de todas as coisas em conjunto, do Universo. o que chamam (Kant, fins do sculo 18) tambm de a coisa em si ou Absoluto porque tudo o mais fora disto relativo, aparente.

E. Kant: estabelece as fronteiras e os limites do conhecimento em trs grandes reas: a do conhecimento cientfico, moral e esttico.

Conseqncias: - as reas se concentraram no que podiam fazer, sem se preocupar com o que se encontrava alm dela => cincia se concentrou na quantificao e na relao matemtica entre as coisas desistindo da pretenso de alcanar o noumeno;

- grande expanso da razo pura;

- desvalorizao de toda a filosofia em geral e da metafsica em particular;

- desequilbrio entre as reas de conhecimento => perda de profundidade das coisas.

as cincias sociais e humanas na busca da legitimidade cientfica tambm se aproximam do positivismo. Diante do positivismo: conhecimento de senso comum, cotidiano, representaes so meios precrios e ilusrios de conhecimento que s podem conduzir ao erro. tal separao do conhecimento moldou os caminhos da modernidade, mas tornou-se um obstculo no mundo delineado na ps-modernidade => que exige nova sntese de integrar o fenmeno ao noumeno.

Desafio:

exercer uma postura qualitativa e, ao mesmo tempo, lidar com aspectos mensurveis do fenmeno. Assim, sem negar o positivismo, a PQ aponta seus limites e procura encontrar tcnicas que ampliem o olhar ao fenmeno.

CARACTERSTICAS DA PQ EM SADE:Pressupostos: viso de realidade/mundo implcita quando se faz a opo por essa abordagem:

1- reconhece que o mundo real s existe de fato, na medida em que ns tomamos parte dele e ele faz sentido p/ ns;2- a realidade social constituda por uma multiplicidade de processos sociais que atuam simultaneamente, em temporalidades diferenciadas compondo uma totalidade;3- sobre as foras atuantes na realidade social => as sociedades se movimentam a partir de foras da ao individual e grupal (variao na preponderncia de um ou outro plo conforme diferentes tradies tericas).Obs: Reconhecer tais pressupostos necessrio p/ que possamos recortar o microprocesso a investigar

Centralidade da interpretao;

Interpretar os sentidos da ao => compreender;

Analisa o significado atribudo pelos sujeitos aos fatos, relaes e prticas, i, avaliando tanto suas interpretaes quanto as prticas dos sujeitos (104)

Interpretao das interpretaes dos atores sobre fatos, prticas e concepes (108);

desenvolve conceitos, descries densas, narrativas, interpretaes, sistematizaes, que ajudem a explicar acontecimentos (fenmenos) sociais em condies naturais (in loco), com nfase nos significados, experincias e vises dos sujeitos envolvidos,

baseia-se numa interao profunda com o(s) objeto(s) de pesquisa,

cenrio naturalNOES BSICAS NA PQ:Intencionalidade => conscincia de algo;

sentido que as pessoas atribuem ao mundo, s coisas, fenmenos, aes (senso de coerncia);

interpretao o processo de atribuio de significados, sentido empreendido pelo sujeito

compreenso de uma situao, fenmeno, ao => interpretar como as pessoas interpretam o mundo;

RefernciasADORNO, R.C.F. e CASTRO, A.L. O exerccio da sensibilidade: pesquisa qualitativa e a sade como qualidade. Sade e Sociedade. 3(2): 172-85, 1994.QUEIROZ, M.S. Sade e doena: um enfoque antropolgico. Bauru-SP: EDUSC, 2003. TELES, A.X. Introduo ao estudo de filosofia. 10 edio. SP: Ed. tica, 1974.