Capitulo_1_07

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCENTRO DE GEOCIÊNCIAS

    DEPARTAMENTO DE GEOLOGIADISCIPLINA: GEOLOGIA ESTRUTURAL

    Prof. Milton Antonio MattaProf. Francisco Matos de Abreu

    CAP. 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

    1.1- Objeto Do Estudo

    Ao iniciar as aulas da disciplina Geologia Estrutural, oferecida pelo Departamentode Geologia - CG/UFPa, para a graduação em Geologia, necessário se faz que oestudante compreenda satisfatoriamente qual o objeto do estudo que ora se inicia e qual a postura que o aluno deve assumir no sentido de contribuir efetivamente para seuaprendizado.

    A Geologia Estrutural é a parte da Geologia que estuda as feições estruturais quese encontram nos diversos tipos de rochas. Essas estruturas, por sua vez, representamevidências das deformações que essas rochas experimentam como uma resposta àaplicação de forças de diversos tipos.

    As deformações são experimentadas por rochas de variadas composições químicase mineralógicas e em ambientes caracterizados por diferentes comportamentos mecânicose essas propriedades dependem das condições sob as quais as deformações ocorrem . Oresultado disso tudo é uma grande variedade de repostas que as rochas oferecem aosdiversos tipos de forças que atuam sobre as mesmas, acarretando uma gama muito grandede feições estruturais mostradas pelas rochas da crosta terrestre.

    A principal tarefa da Geologia Estrutural é a descrição dessas feições estruturais presentes nos principais tipos litológicos, o entendimento de seus aspectos geométricos eo estabelecimento da história de seus movimentos. Com isso se conseguirá fornecer umaimportante contribuição para o entendimento dos processos evolutivos experimentados

     pelos diversos segmentos litosféricos e suas relações com os outros segmentos, tantohorizontal como verticalmente.

    Para que os principais conceitos e fundamentos da geologia estrutural sejamassimilados é importante que o alunado tenha uma participação efetiva no curso. Essa participação deve começar pela freqüência às aulas e pela participação ativa durante asmesmas, no sentido de tentar entender os principais itens discutidos e questionar sobre osassuntos não totalmente assimilados. Essa postura é de fundamental importância para omelhor aprendizado da matéria. A participação esperada e recomendada dos discentes

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    durante o curso não se restringe às aulas, mas se estende à confecção dos diversosexercícios práticos que deverão ser aplicados e às leituras das notas de aula.

    A postura do aluno durante o desenvolvimento da disciplina geologia estruturalserá tão ou mais importante que a participação do professor no ministério das aulas e dametodologia desenvolvida para este estudo. A prática tem demonstrado que os discentes

    com melhores aproveitamentos nessa disciplina são aqueles que demonstram maisinteresse nas atividades desenvolvidas e que tem comportamentos ativos em sala de aula - perguntando, questionando, lendo as notas de aula tentando entender os conceitos,fazendo os exercícios práticos solicitados e, ainda mais, dedicando um certo tempo extra-classe para a maturação do material discutido em sala de aula.

    1.2-Geologia Estrutural no Contexto Acadêmico e Profissional

    A Geologia Estrutural tem o seu lado teórico, quando estuda os principais processos deformatórios ocorrentes na litosfera e suas relações com a astenosfera, quando

    descreve as principais feições estruturais e sua relações com os sistemas de esforços queatuaram em suas edificações, ou mesmo quando interpreta os processos cinemáticosrelacionados à história da deformação de um determinado segmento crustal.

    A importância acadêmica desse estudo é muito grande, uma vez que ele torna possível o entendimento de uma parte significativa da história geológica de umadeterminada unidade geológica: seus processos de deformação. A partir daí, a interaçãocom outros estudos (estratigráficos, petrológicos, petroquímicos, etc.) permitirá acompreensão de todos os outros processos que interagiram para a evolução geológicadessa unidade. 

    1.3 - Geologia Estrutural no Campo das Ciências - Interdisciplinaridade

    A sociedade moderna, inserida no contexto da atual tendência globalizante dos processos econômico-sociais, exige cada vez mais, a formação multidisciplinar dos profissionais a serem requisitados pelo mercado de trabalho. A sociedade brasileira nãofoge dessa tendência global que vem ser somada à atual política governamental recessivaque, por sua vez, sucedeu à diferentes pulsos de variados planos econômicos, que vinhamsendo portadores de grande indefinição e insegurança ao mercado de trabalho, principalmente no campo das Geociências.

     Neste contexto, as universidades estão, cada vez mais, se afastando dos programasdisciplinares muito individuais e especialistas e abraçando as tendênciasmultidisciplinares das ciências de uma maneira geral.. Os profissionais que hoje temobtido maior sucesso no mercado de trabalho são aqueles com formações cada vez menosespecializadas. Aqueles que detém em seus currículos uma gama mais variadas de culturacientífica.

    O geólogo estruturalista moderno não é mais aquele que somente entende dos processos de deformação, que só lida com os diagramas estruturais, etc., mas aquele que,além de dominar os princípios, teorias e técnicas da Geologia Estrutural, também

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    consegue fazer a ligação disso tudo com os  princípios petrológicos, com as leisestratigráficas, com os métodos geofísicos, com as ferramentas geocronológicas, etc.

    Além disso, a Geologia Estrutural é uma disciplina claramente interdisciplinar, nosentido de que, para alcançar seus objetivos ela lança mão de leis e métodos de váriosoutros campos das ciências.

    Quando se estuda os sistemas de esforços que teria atuado sobre um determinadocorpo rochoso, ou quando se procura entender porque feições planares modificam suageometria quando o tipo de rocha varia, é preciso se utilizar das principais leis da  Física.Quando se estuda os sistemas de fraturas presentes em um determinado maciço rochoso,quase sempre é necessário se lançar mão de métodos da Estatística. Quando a quantidadede elementos estruturais coletados é muito grande, utiliza-se da  Informática  no processamento dessas informações, ganhando-se tempo, precisão e qualidade dedivulgação de resultados. Para isso os  Modelos Matemáticos adquirem uma importânciamuito grande. Tudo isso sem mencionar a importância da Mineralogia e das Petrografiase   Petrologias Ígnea, Metamórfica e Sedimentar  nas interpretações genéticas dosestudos das deformações e evolução estrutural.

    A interdisciplinaridade não é um privilégio da Geologia Estrutural mas ela é umacaracterística de todos os ramos das ciências. Por mais pura que se queira considerar umadeterminada pesquisa científica, ela sempre terá as interfaces com outros campos dasciências.

    Partindo do princípio de que não existe ciência sem que exista o homem como o principal meta dos resultados dessa ciência, resta enfatizar a relação da GeologiaEstrutural com as ciências do campo social, como a  Economia e a  Administração. Énecessário que o geólogo estruturalista tenha condições de dialogar com planificadores derecursos financeiros para aplicação dos conhecimentos técnicos nas obras de interessesocial.

    1.4 - O Plano da Disciplina

    A disciplina Geologia Estrutural pretende enfocar duas vertentes fundamentais. A primeira delas se refere aos principais temas teóricos que serão abordados, no sentido demostrar aos discentes os conceitos básicos da deformação, dos sistemas de esforçosassociados à esses processos, os diferentes comportamentos dos materiais rochosos frenteà esses esforços, produtos de diferentes condições físicas atuantes durante o processo dedeformação. Esses conceitos fundamentais permitirão que o alunado entenda a formaçãodas diversas feições estruturais que se encontram em diferentes tipos litológicos dentro de

    um contexto dinâmico e integrado.Ainda nessa mesma vertente, serão discutidos os três grandes sistemas estruturais

    e seus aspectos geométricos e cinemáticos. Nessa fase o discente deverá perceber ageração de diferentes feições estruturais e suas associações com diferentes ambientestectônicos. Depois disso, o capítulo de Análise Estrutural será responsável pelosfundamentos básicos para o estudo de diferentes áreas e na interpretação das geometriasestruturais mostradas pelos litotipos presentes e da cinemática envolvida nesses processos.

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    A segunda vertente a ser enfocada nesse estudo é a parte prática da geologiaestrutural e sua aplicabilidade na solução de problemas diversos de interesse social. O programa prático contempla o estudo de mapas diversos, com ênfase para os mapasgeológicos, e das seções geológicas. O assunto tem fundamental importância para oentendimento das feições estruturais nas três dimensões e permitirá ao alunado a

     percepção da aplicabilidade da geologia estrutural na resolução de diversos problemas decunho geológico.

    O estudo da Projeção estereográfica completará a carga prática da disciplina. Seuobjetivo é proporcionar uma sistematização do estudo das diversas feições estruturais planares e lineares, no entendimento de suas geometrias e na interpretação dos sistemasde esforços à elas associados. Métodos computacionais deverão facilitar esse estudo.

    As aulas serão desenvolvidas através de (i) exposições teóricas em sala de aula,sempre com a ajuda do retroprojetor de transparências e o auxílio de notas de aula quedeverão ser lidas antecipadamente; (ii) aulas práticas, envolvendo diversos exercícios previamente elaborados e/ou escolhidos na literatura moderna; (iii) apresentação por parte dos discentes de seminários sobre temas relevantes para o conteúdo programático e(iv) excursão de campo, para o treinamento prático dos diversos assuntos abordados emsala de aula.

    A avaliação da disciplina será feita baseada nos seguintes parâmetros:

    1. 

    Conceitos em trabalhos que serão realizados pelos alunos, tendo como base o conteúdo teórico de cada capítulo (CT); 

    2. 

    Conceitos na apresentação de seminários pelos alunos, após cada umdos capítulos do programa, onde será demonstrado o que foiassimilado de cada assunto (CS); 

    3.  Conceito do acompanhamento diário do material das aulas anteriores,através de perguntas respondidas oralmente (CAD); 

    4.  Conceito em exercícios que serão realizados durante as aulas práticas(CEP); 

    5.  Conceito referente ao percentual de freqüência nas aulas (CF);

    6.  Conceito referente à participação na excursão de campo (CEX); 

    7. 

    Conceito referente ao relatório da excursão (CR); 

    8.  Conceito baseado na nota da Prova Final Teórica e Prática (CPF ) 

    Para efeito da obtenção do conceito final, será utilizada a seguinte relação, ondecada parâmetro corresponde à percentagem de rendimento em cada uma das avaliações,com os respectivos pesos:

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     (CT)*1 + (CS)*2 + (CAD)*4+ (CEP)*4+ (CF)*1 + (CEX)*3 + (CR)*3+ ( CPF )*3 

    ________________________________________________________________CF = 21 

    Para efeito do cômputo final do aproveitamento discente, será consideradoaprovado o aluno que obtiver freqüência igual ou superior a 75% da carga horária dadisciplina e conceito igual ou superior a Regular (REG) na média das diversas avaliaçõesrealizadas, como ditam as normas da UFPa. Como se trata de uma disciplina com umforte componente prático não serão considerados aprovados os alunos que nãoapresentarem conceitos mínimos iguais ou superiores a 50% na parte práticaisoladamente.

    Os trabalhos práticos semanais não entrarão para o cômputo da avaliação, comexceção daqueles realizados e entregues em sala de aula. Como a realização dessesexercícios práticos semanais é de fundamental importância para que o alunado amadureçao conteúdo disciplinar prático, a entrega desses exercícios será obrigatória e serão

    descontados pontos na avaliação dos alunos que não os fizerem, a critério do professor.

    Prof. Milton Matta -DGL-CG/UFPa