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CAPITAL SOCIAL, EMPREENDEDORISMO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 1
Luciane Oliveira 2
Deigla Kreuzberg 3
Resumo: Atualmente muito se tem falad1o sobre empreendedorismo e sua interligação com o
capital social, como meio de promover o desenvolvimento regional. Percebe-se, que
ambientes mais propícios ao empreendedorismo são aqueles em que ocorrem processos
interativos e cooperativos de aprendizado e de inovação. Este artigo aborda primeiramente os
conceitos de empreendedorismo, em seguida, introduz-se a discussão em torno do capital
social, a partir da sua conceituação e relevância como propulsor no desenvolvimento
regional. A pesquisa tem caráter bibliográfico e se propõem explorar o tema por diferentes
autores. Concluindo o estudo, verifica-se que a interação e as relações cooperativas entre os
atores sociais e econômicos constituem um fator para o empreendedorismo e
consequentemente para o desenvolvimento regional.
Palavras chave Palavras chave: empreendedorismo, capital social, desenvolvimento
regional
Introdução
O conceito de capital social vem se disseminando como uma das linhas de análise e
pesquisa no contexto atual das ciências sociais. A ideia central é de que uma sociedade
dotada de redes de confiança, normas e sistemas de participação produzem instituições
sólidas capazes de promover o desenvolvimento baseado na boa governança. Segundo
Durston (2003 p.147) capital social refere-se ao “... conteúdo de certas relações sociais - que
combinam atitudes de confiança com condutas de reciprocidade e cooperação - que
1 Capital Social, Empreendedorismo e Desenvolvimento Regional 2 Professora. [email protected] 3 Mestranda URI. [email protected]
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proporciona maiores benefícios àqueles que o possuem em comparação com aquilo que se
poderia conseguir sem este ativo”.
Assim, a partir desta definição o capital social torna-se um conceito abrangente, uma
vez que relações sociais podem ser tanto uma rede de organização como uma associação civil
(tais como ONGs, associações classe, religiosas, de bairros, entidades filantrópicas, enfim,
grupos em geral), ou mesmo relações informais como de amizade.
Este artigo busca discutir o conceito de capital social procurando observar sua
aplicação e importância na formação de empreendedores e no desenvolvimento econômico e
social. Procura-se mostrar como a produção de laços de confiança e fidelidade facilitam a
formação empreendedora e a cooperação social.
Na primeira parte do texto discute-se os conceitos do empreendedorismo e de capital
social expondo-os na visão de diferentes autores, posteriormente busca-se apresentar a
importância do capital social na formação empreendedora, de uma região.
O estudo em questão justifica-se diante da percepção de que o capital social é de
extrema importância para a disseminação do empreendedorismo e que, por sua vez, o
empreendedorismo é propulsor do desenvolvimento regional, fonte de empregabilidade e
renda.
1. Revisão de Literatura
Na revisão de literatura serão discutidos os assuntos pertinentes ao estudo, alicerçado
em autores que dominam o tema.
1.1. Empreendedorismo
A concepção inicial do termo empreendedorismo data da segunda metade do século
XVIII e do início do século XIX com os economistas Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say,
cujas preocupações com economia, geração de novos empreendimentos e gerenciamento de
negócios permitiam definir os empreendedores como pessoas que corriam riscos, pois
investiam seu próprio dinheiro. No entanto o conceito adquiriu novo significado em 1911,
com Schumpeter, que atribuiu o conceito de inovação, a chamada “destruição criativa”.
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Schumpeter (1978) define a essência do empreendedorismo como a percepção e
aprimoramento de novas oportunidades no âmbito dos negócios, possuindo conexões com
criações de novas formas de utilização de recursos nacionais deslocados do emprego
tradicional e sujeitos a novas combinações (CUNHA, 2004).
Segundo Hisrich (2009 p.30) empreendedorismo é o processo de criar algo novo com
valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos
e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e da
independência financeira e pessoal.
Na perspectiva de Dornelas (2008 pg. 35) empreendedorismo significa fazer algo
novo, diferente, mudar a situação atual e buscar novas oportunidades de negócio, tendo como
foco a inovação e a criação de valor.
Abranches e Damaceno (2005) definem o empreendedorismo como agente de
transformação econômica e social. Dessa forma, o autor entende que o empreendedorismo
são ideais que efetivamente se transformam em ações que geram impactos econômicos e
sociais na comunidade em que essas ações foram inseridas. Esta abordagem amplia o
significado do termo, uma vez que as atitudes que promovem as ações não se restringem a
abertura de novos empreendimentos ou inovações de processos, mas toda e qualquer idéia
que seja transformada em realidade, na qual gera agregação de valor a alguém ou a uma
comunidade.
A partir dos relatórios da Pesquisa Monitoramento Global de Empreendedorismo
(GEM), originou-se duas definições para o empreendedorismo. A primeira, o
empreendedorismo de oportunidade, em que o empreendedor visionário sabe aonde quer
chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer
buscar para a empresa e visa à geração de lucros, empregos e riqueza. A segunda, o
empreendedorismo por necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na
jornada empreendedora, mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter
alternativas de trabalho (DORNELAS, 2008, p.13).
Diante destas definições, Degen (2009, p.407), contribui afirmando que os
empreendedores motivados por oportunidade têm maior impacto sobre o crescimento
econômico de um país, porque são mais preparados, desenvolvem mais negócios baseados
em inovações e tecnologias e, muitos desses negócios possuem grande potencial de
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crescimento sustentado. Enquanto, os empreendedores motivados por necessidade, impactam
pouco sobre o crescimento de um país, já que devolvem mais negócios sem inovação e sem
novas tecnologias.
Perante os conceitos expostos, fica evidente a importância das atividades
empreendedoras como alternativa na promoção do desenvolvimento regional, já que
proporcionam novas possibilidades econômicas e consequentemente sociais através da novos
empregos e novas relações de trabalho, bem como o aumento da geração de riquezas
provenientes da arrecadação, por meio de impostos e taxas das pequenas e médias empresa.
1.2 Capital social
Diversos conceitos são atribuídos a palavra capital social, a difusão do termo no meio
acadêmico é recente, tendo adquirido expressão a partir da década de 1980, devido a autores
oriundos da sociologia, cientistas políticos, antropólogos e economistas.
Segundo Pierre Bourdien (1998, p.67), capital social é
o conjunto dos recursos reais ou potenciais que estão ligados à posse
de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de
interconhecimento e de inter-reconhecimento mútuos, ou, em outros
termos, à vinculação a um grupo, como o conjunto de agentes que
não somente são dotados de propriedades comuns (passíveis de serem
percebidas pelo observador, pelos outros e por eles mesmos), mas
também que são unidos por ligações permanentes e úteis.
Para Putnam (1993: 1), “capital social refere-se a aspectos da organização social, tais
como redes, normas e confiança que facilita coordenação e cooperação para benefícios
mútuos. Capital social aumenta os benefícios de investimento em capital físico e capital
humano”.
Diante destas definições, é possível afirmar que uma sociedade dotada de densas redes
de confiança e solidariedade produz instituições sólidas capaz de promover o
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desenvolvimento social. Coleman (1988: 106-107; 1990: 314-315) corrobora na tentativa de
mostrar em seus trabalhos que entre duas ou mais comunidades com a mesma quantidade de
recursos instrucionais (capital humano) e materiais (capital físico) o que as distingue no que
tange ao desempenho de seus membros é a existência de capital social, isto é, a existência de
laços de confiança e reciprocidade estabelecidos que tornarão possíveis a mobilização dos
indivíduos para a ação coletiva. O capital social de uma associação, grupo ou comunidade
amplia sua capacidade de ação coletiva e facilita a cooperação mútua necessária para a
otimização do uso de recursos materiais e humanos disponíveis.
Segundo Coleman (1988: 101)
(...) Tanto quanto capital humano e capital físico facilitam a atividade
produtiva, capital social também o faz. Por exemplo, um grupo dentro
do qual existe grande fidelidade e confiança está hábil a realizar
muito mais do que um grupo comparável sem fidelidade e confiança
(...)
Para Putnam (1996 p.177) a cooperação voluntária é mais fácil numa comunidade que
tenha herdado um bom estoque de capital social sob a forma de regras de reciprocidade e
sistemas de participação cívica. Dessa forma, o capital social serve para aumentar a eficiência
da sociedade, facilitando ações coordenadas:
“assim como outras formas de capital, o capital social é produtivo,
possibilitando a realização de certos objetivos que seriam
inalcançáveis se ele não existisse (...). Por exemplo, um grupo cujos
membros demonstrem confiabilidade e que depositem ampla
confiança uns aos outros é capaz de realizar muito mais do que outro
grupo que careça de confiabilidade e confiança (...). Numa
comunidade rural (...) onde um agricultor ajuda outro a enfardar o seu
feno e onde os implementos agrícolas são reciprocamente
emprestados, o capital social permite a cada agricultor realizar o seu
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trabalho com menos capital físicos sob a forma de utensílios e
equipamentos.”
Dessa forma, de acordo com os autores citados, pode-se concluir que o capital social
busca raízes da cooperação ou não cooperação de um conjunto de relações políticas e sociais
estabelecidas entre governo e sociedade que pode ser oriundo, muitas vezes, do histórico de
uma comunidade ou contingencial.
1.3 O Papel do capital social na formação empreendedora
O desenvolvimento econômico é conseqüência do grau de empreendedorismo de uma
comunidade. As condições favoráveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que
as aproveitam e que, através de sua liderança e de seu perfil, disparem e coordenem o
processo de desenvolvimento, cujas raízes estão sobretudo em valores culturais, na forma de
ver o mundo (DOLABELA, 2008).
Neste sentido, pode-se dizer que é essencial que as comunidades pactuem sonhos
coletivos, e isto, pressupõem um ambiente adequado, em que estejam presentes a cooperação,
a capacidade de construir relações em rede e a confiança.
Dessa forma, uma atitude empreendedora deve ser compreendida não apenas tendo
em vista uma pessoa de forma isolada, mas é necessário abranger o contexto cultural que a
cerca. Dolabela (2008) expõe o empreendedorismo como uma questão cultural, fruto do
hábitos, práticas e valores do meio que se vive;
O espírito empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e
necessita de algumas condições indispensáveis para se materializar e
produzir efeitos. Entre estas condições estão, no ambiente macro a
democracia, a cooperação e a estrutura de pode tendendo para a
formação de rede (Dolabela, 2008 p 24)
O capital social, através de ações coordenadas, oferece a possibilidade de consolidar o
desenvolvimento econômico por meio das potencialidades e capacidades da sociedade local,
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propondo competitividade e sobrevivência no mercado. Para Gerber (1996) a personalidade
empreendedora transforma a condição mais insignificante numa excepcional oportunidade.
Neste contexto o empreendedor é um inovador, um estrategista, um criador de novos
métodosde acesso ao mercado já existente ou de criação de novos. Neste sentido, os
empreendedores através de suas ações inovam e expandem o universo empresarial e podem
fortalecer o espírito cívico e a vida cooperativa, possibilitando a convergência de interesses
coletivos na direção de determinado objetivo comum.
Diante destas contextualizações, percebe-se que a capacidade empreendedora de uma
comunidade está diretamente relacionada ao potencial do capital social local, e
consequentemente às iniciativas de seus atores em inovar e em definir planos de ação
coletivos que os levem a agir em direção a projetos comuns que busquem desencadear o
desenvolvimento econômico e social local.
1.4 Desenvolvimento Regional
O desenvolvimento local é uma estratégia que considera o desenvolvimento de
comunidades identificadas geograficamente por seus recursos e potencialidades. Portanto,
quando falamos de desenvolvimento local, falamos do desenvolvimento das pessoas e de suas
comunidades. Trata-se de criar e favorecer condições para que pessoas e comunidades
potencializem suas habilidades, conhecimentos e experiências e possam “aproveitar
oportunidades, satisfazer necessidades, resolver problemas e melhorar sua qualidade de vida
e de convívio social”. A idéia central de desenvolvimento é passar de uma determinada
situação para outra melhor. (visualizado em http://www.adej.org.br/desenvolvimento.asp)
O desenvolvimento endógeno propõe-se a atender às necessidades da população local
através da participação ativa da comunidade envolvida. Nele, são os atores sociais da própria
localidade que, ao adotarem estratégias a partir do potencial de desenvolvimento existente em
uma região, proporcionam o processo de transformação econômica e social visando a
aumentar o bem estar da sociedade local, em um processo de mudança no qual a acumulação
de capital e o progresso tecnológico são tidos como fatores-chave (VÁZQUEZ BARQUERO,
2001).
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Baseando-se nesses conceitos, considera-se que o desenvolvimento regional poderá
ser estimulado se as competências locais forem identificadas e priorizadas nas suas gerações,
proporcionando o aumento da competitividade dos setores relevantes em determinada região
(CARMO; VANNALE, 2006).
De forma complementar, Diniz (2000) salienta que o sucesso econômico de região
depende da capacidade que a mesma tem em se especializar naquilo que consiga estabelecer
vantagens, decorrentes do seu estoque de atributos e capacidade local, ou seja,
potencialidades endógenas.
O desenvolvimento regional compreende o crescente esforço das sociedades locais na
formulação de políticas territoriais. O que ocorre com o intuito de discutir as questões que
incluam alterações da composição da sociedade e a alocação de recursos pelos diferentes
setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social
(pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação e moradia)
(VASCONCELLOS; GARCIA, 1998).
As teorias de desenvolvimento regional tiveram grandes mudanças ao longo do
tempo, elas evoluíram de abordagens microeconômicas que enfocavam principalmente as
condições da oferta (localização da indústria) para abordagens macroeconômicas cujo
elemento central da análise são a demanda agregada e os seus potenciais efeitos
multiplicadores sobre a produção via interligações setoriais (linkages setoriais). Atualmente,
as abordagens podem ser caracterizadas como sendo do tipo mesoeconômicas, cujo foco são
a região e o seu potencial competitivo em um ambiente cada vez mais integrado com outras
regiões e países. Ao mesmo tempo em que aumentam seus vínculos externos, a alternativa
para o desenvolvimento regional está cada vez mais na capacidade da região em mobilizar
seus recursos endógenos,atualizando permanentemente seus processos e arranjos produtivos.
Suas recomendações para o desenvolvimento incluem a formação de distritos industriais, a
promoção de ambientes inovadores e a formação e/ou o adensamento de arranjos produtivos
locais (FOCHEZATTO, 2010).
O desenvolvimento, deve ser visto como um processo de melhoria das condições de
vida da população envolvido no processo, e neste caso, torna-se obrigatório repensar os
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conceitos do desenvolvimento econômico, social e cultural de países, regiões, localidades
(CARPINTÉRO; BASIC, 2001).
A ação empreendedora é por um lado fruto do desenvolvimento social, por outro lado
esta ação contribui com o desenvolvimento da sociedade, ao introduzir inovações, ao
satisfazer demandas específicas e ao tornar mais densas a rede de relações entre empresas.
O empresário inovador é um componente fundamental do processo de
desenvolvimento econômico, de acordo com a visão schumpeteriana. Juntamente com o
crédito bancário e as inovações tecnológicas, o empreendedor é um importante agente de
criação de novos negócios e, conseqüentemente, de desenvolvimento econômico. A iniciativa
individual do empresário pode ser estimulada pelo apoio oficial, contudo o empresário de
sucesso geralmente é um homem de iniciativa, um individualista e auto-suficiente, mas que
busca sustentação em todas as frentes. O empresário, nessas condições, apresenta-se também
como um novo-rico, um egocêntrico e racional, cujo fim é o lucro e não o consumo
(SCHUMPETER, 1982, p. 64).
É sensato acreditar que a entrada de novas empresas em determinada região, contribua
para o desenvolvimento local, aumentando o número de empregos. Esse processo mobiliza
tanto pesquisadores quanto autoridades políticas que acreditam que o estímulo à abertura de
novas empresas pode se tornar um caminho promissor para o crescimento econômico, pois,
contribui diretamente para o aumento do número de empregos. (BIRSCH, 1979; BAPTISTA,
ESCÁRIA, MADRUGA, 2008).
O autor Knopp (2008, p. 12) esclarece que desenvolvimento é diferente de
crescimento econômico, portanto, para este autor, o desenvolvimento consiste: [...] na
melhoria das condições de vida de uma dada sociedade, na ampliação do horizonte de
possibilidades para uma sociedade e no seu enriquecimento cultural; de que projetos de
desenvolvimento devem estar assentados nas sete especificidades econômicas e socioculturais
das localidades; de que cultura é tanto o universo das artes e da literatura, quanto às
manifestações sociais que exprimem a identidade de um povo. Na mesma linha de idéias
Franco (2002) acrescenta que desenvolvimento é mudança social, e que todo desenvolvimento
é desenvolvimento social. Para tanto é necessário que ocorram mudanças dos componentes e
das relações entre os componentes desse conjunto
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2. METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste item descreve-se a metodologia utilizada e sua caracterização na pesquisa.
2.1 Caracterização da pesquisa
Do ponto de vista de seus objetivos, segundo Gil (2007) se caracteriza como uma
pesquisa de caráter exploratório, já que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses . Sendo de
abordagem qualitativa dos dados, ou seja, não se preocupa com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc.
Em relação aos procedimentos técnicos a pesquisa é apontada como bibliográfica,
pois foi “elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet” (GIL, 1991,
apud SILVA e MENEZES, 2001. p. 21).
2.2 Técnica para coleta e análise dos dados
Utilizou-se como técnicas para coleta dos dados o levantamento bibliográfico através
de livros e artigos relacionados ao tema.
3. Considerações Finais
Este trabalho buscou elucidar os conceitos relativos aos temas propostos no trabalho,
bem como interligá-los diante da sua importância e abrangência. Diante disso é relevante
destacar que o empreendedorismo tem poder transformador de uma determinada realidade
quando possibilita uma nova dinâmica econômica. Nesta perspectiva o capital social pode ser
considerado como uma característica positiva nas comunidades, incentivando modelos
empreendedores através das relações interpessoais de cooperativismo. Essas relações tendem
a estimular ações coletivas geradoras de produção e desenvolvimento.
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Perante essas contextualizações, pode-se notar que a capacidade empreendedora de
uma comunidade está diretamente relacionada ao potencial do capital social local, e
consequentemente às iniciativas de seus empreendedores em inovar e em definir planos de
ação coletivas que os levem a agir em direção a projetos comuns que busquem desencadear o
desenvolvimento econômico e social local.
Constata-se que em ambientes de cooperação, maiores são as perspectivas de ações
por empreendedores de oportunidade com maior capacidade de transformação social, no
entanto, a díade empreendedorismo e capital social não é uma combinação suficiente ao
desenvolvimento local, embora seja necessária, já que preserva e fortalece o ambiente
cultural e institucional em que ocorrem uma vez que sucesso econômico da região depende
da capacidade que a mesma tem em se especializar e interpretar aquilo que consiga
estabelecer vantagens, decorrentes da capacidade local.
4. REFERÊNCIAS
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