15
; . \' \ . : ·"· i CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE PR OJE'.rO DE NORMAS DE -.FONtTICA PARA l o ., . ' ... I I ,, Fil{;) FOLC'.WRICOS . apresentado por Antôn:i.o Honrdss t .. Março ,dc 1960 ( ' " ABL

CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

  • Upload
    lequynh

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

;

. \' \

. : ·"· i

CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE

PROJE'.rO DE

NORMAS DE ~"ffiCRIÇAO -.FONtTICA PARA

l o ., . ' ...

I I

,,

Fil{;) FOLC'.WRICOS .

apresentado

por

Antôn:i.o Honrdss

t

~ ..

Março ,dc 1960

(

' "

ABL

Page 2: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

• •

' ' I

CONSIDERAç0ES · PRtVIAS .. ,. ...

1. / Por ,?;rufia se entende ... no nosso caso concreto .... um conjunto de convenções c,ue presidem ao emprê[So de certos sinais 1 chamados letras, · que se integram num siste'Ea· de repr§_ sentaçao dos sons de uma língun. Ess5 reprcsentaçao dos sons se faz qu~se sem~re em unidades separadas chamadas vocábulos, os quais se compoem de uma ou mais sílabas. · 1.1 _ Por d+~ografia se diz o correto emprêgo daquelas con vençoes. Cada l~nt;ua de cultura. ·oossui sua ortografia. E pr~ cisamente porque ha, na transmissão ~scri ta da cul tura1 um lastro poderoso de tJ..,adigÜo e de in~rcia, cada ·ortogral'ia tem, ao lado 'do seu cnr6.~er funcional, ~m carater po.rasi t&-io, .. r~ presentado ·pelo J;"e~~duo ~e convcn~oos"'que tiver~m sua razao de \. ser·, mas hoje já nao o tem, ou s6 o tom em fúngao do seu Pa§. sado. 2. A ortoera:fia de noss~ lÍn.c;ua -- d~ lí:ngua portugu~ ( sa -- tem atravessQdo, ao lon.:;o de sua historia, p91o menos três fases ··or incipais:

a) a fase arcaica (das origQ..ns até o século XVI}, q~undo nela se rnnnife~ta a tendência de ser tanto ~uanto . po~ s~vel fon~tica isto e , de representar por cada le-tra um som diferencial pr~rio da lÍil[';ua, um fonema, e, assim, :f'azer CO!: responder ao mesmo fonema sempre a mesma letrai

b) a fase moderna (do s6culo XVI ao ~nicio dêste se culo), quando floresce a tendência dita etimo16gica, isto ~ da gl"afar as palavras com l é tr&s _que -- mesmo quando inúte iF ou excessiv:ts pura a representnsa.o dos fonamas dos vocábulos· -- nelas aparecam em ntengão· .~,q ori.~cns dassas palavras , como, P<.2r exemplo, qunnc1o se escl.,c '~/iu 9~0l.J~e_J,_l_o , 9_1_1~ , npp~~.r.., §i.@.];·· S'.='lQ, Pl!.q,r.JttL\f!i-P:., o,L;.r_sj._ç_q; nc ~rt.o. :laoe, h~ duns ordens princ,! pnis de ip.cong-ruencins: de wn:·. laao·, um mesmo som apresenta várins nilhCil~as de ser representado -~~ ".P-nl~ia", ·"fal..ria", pa§,2a­rtem" "a_sude" 11 coceirn" "scient.e" -"np!'oximar" --· de outro lndo: uma mas~a letra re~r·esenta mais . de uiii som -- al.§.ala11 , ·

"ca.§.arn; 11 fi~o", ":.:>ro~imo", "~aD_sn"; _ c) a fase contemporanca, em que a convcmgao ort~

gr6-fica ~ obje to de aprovação ellk.mnda do Poder d·o Estado, to!: nando sua observ5nci~ oficialmente compuls6ria, e em que · se procede n simplificação de um sem-número de usos parasi "tt.trios, ou arbitrÚ.'t'ios, ou assistemáticos, ou contraditórios', . sem, p.Q r~m, atingir umn representação fortemente fonetizante ou s~ quer aproxim,.tr-se quanto p:>ssível dela; di. sso a melllor prova .se tem n~ · fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as incongruencias do ti:.!o apontado na almea Q. anterior cont,! nuam a subsistir. 2.1 O fato .. ~ 0r8 LUi.la c onv0ngão ortográfica, r por mais coerente que seja, c ~::,:-e cisa•· :c:r;,·C.c c•uanc1o nais coerente 1 . proc,Y ra dar uma .reprcscnta)io .f'Ôndeá.:..:de' cada vocábulo de tal modo que sirva a exprimir úma variedade e diversidade imprevis:!vel como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas pronúncias quantos dialetos houver na l{n:Jua; e, rna.is, tantas pronúncias quantas variantes individuais. 1!: que, realmente, nenhuma ortografia pretende ser fonética, no sentido estrito da palavra, mas f.Q. nolÓgica, no sentido de que pretende representar os sons dife

. rencialmente relevantes -- os fonemas - para que uma deterrq nada palavra não se confunda com outra. 2.1.1 ~ a preocupação fonolÓG~ca que faz que se represen

· te 11 ca.§.a", "ca.;La", 1'cada11 , "c~au, 11ca.ç,a", 11 ca,1a11 -- quai§. quer que sajam as pronuncias dialetais ou 1ndividuais das me~ mas palavras ~ ou . ""'asa" 11 ·uasa11 n,...asa" ou 11 cas~" "casn11

, ~ ' -r. ' ~:..; ' I ~ t _. , , (

ABL

Page 3: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

' .

11 casQ_11 -- po~ue sem essa.s distinçõ.es não se c vi tar:bam, ou se evitariam mui to mal e na base dos contextQs, con:fusoes entre as palavras cm çausa. . ., · i· ·

2.2 ~ntretanto, pàrtine}.o dei '(11c1ft'~a dã que uma pala vra se compõe, de um. lado, de um conglomerado de fonemas -- o vocábulo-- e,~e outro 'lado,,de uma_signi:fic~ção --o têrmo --, há momentos em que no vocabu,ló na o se cogJ. ta ap~nas do seu valor fÔnico ~dio, que comporta uma. infinidade de realizs ções diferent~ regionais ou individuais. Há momentos, na pe~ quisa científica c no c onhccimonto fact~l, em que importa ca racterizar, a~ um certo ponto de precisao, a variedade fone tica. Isso ocorre, por exemplo, cm dialectologia 1 quando se cogita, precisamente, dentre ou~os fatos, das dií"ercnças de pronúncia de wna mesnu língua, não s6 no sentido horizontal, de regi~o para região, mas também no vertical, de camada S.Q. cial ou cultural a camada social ou cultural dentro de uma mes ma região _;_ conhecimento fa.ctunl oue pode levar ao descobri­ment~ de explicações lingll!st.icas de outro modo dif:!ceis ou im possJ.veis; ocorre?· também, cm f'olclore , nuando uma men?agcm significativa socJ.almente, po;_Jularmente_1 não ..,importa apenas na! sua significação, mas tanm6m na. sua realizaçao fÔnica e, t~ b~m, na sua matização regional, cluando não local. As exigên cias de reprcsentaçüo fon6tica popem, por conseguinte, ser maiores ou rrenores 1 o que acar::a.""eta a necessidade de criar si.§. temas de trnnscrigoes fon~ticas ma.is ou menos ampl·os, mais ou menos estritos, mais ou menos precisos, mais ou menos r:!gidos, mais ou menos distintivos, como 1) desde aquêles -- como a ri gor 6 ,u.r:xa ortografia --A em que importnm apenns as dist~nções fonologJ.cas? 2) at6 aqueles em c~ue se quer marcro .. gen~r;1;crunen te os princJ.pais ~aç;os dialettd3 em oposição à convengao o.t tográfica de uma l~ngua de cul ·i:.ur<.:\ dent.ro dn qual se insere o dialeto que sG quer representar, 3) nt~ 'uquÔles em que se quer marcar. rigorosm11ente umn. prom)_ncin dialctal cm seus mais particulares matizes , 4) at6 ac;.uêlcs cm C!Ue se queira, eve.n tualment.e1, marc:,.r os pr6prios tragos indiirbiuais de pronúncia. 3. ' Quanto à complexidade que o:Lcrecem os sistemas de transcrição fonétifa· disponíveis, o que lhos retira a possibi lidado de serem adotados . pm"'n fins folc16ricos, basta' a mero t:Ítulo de exemplo, consultar:

a) o da Associação Fonética Internacional no vcrb~ be te p_ho!le_"t,_=i:_c~, da EnqyçlOQ§t§dia bri tU11!_"P.-_ça 1 tomo 1 ~, Chicago, London, Toronto 1958;

b) o Jo Laborat6rio de Fonética Experimental da Uni versidade de Coimbra, i_n ~evt§_ta gQ L@_orat6rio E.G.. E_ol'lÓj._:i:ç_fl; Expe~,irnentA.~ volume I, Coimbra, Universidnde de Coimbra, 1952, p. 119;

c) o do Prinreiro Co~"'csso Brasileiro de DialectolQ gia c Etnog.cafia 1 r-ealizado cm l' Ôrto Ale&,'I'e, em setembro de 1958, do qual? n~o e::J"':. ~,nc:o -:-.i:.1.da disponível em publicação, se pode ter uma J.d6in o..pro~cir:t<.."o.da ao sa'uer que corresponde em grande parte ao do Cent.l'O de Estudos Filol6gicos, de Lisboa, · o qual, por sua vez, :.:'o i base do seguido para as NQT.J!Jf!ê. ~r.ê: g .li..l}g!l2. fa~_gp._q n_q .t.9.P:.:Q:.Q, Rio de Janeiro, Ei.nistério da Edu caçao c Cultura, 18GG, s8parat.a que a Biblioteca Nacional e a Universidaà.e da ,Bnhia fizm,"'nm dos Anai~ dq Primeir...Q. Congre ss_q B;ra..~;i..)._eiro de b:J-.l'W.Q Fru-ncl~ .UQ. J'_e_G.,tr_Q., Rio de Janeiro, 1958;

.d) o do Museu Nncional, parn fins sobrG tudo antrop.Q.. l~gicos e etnogr~ficos, tal co~o se vê do Manunl d~ ~rans$ri­Ç...ª-º. fonétic~ de J. Mattoso Camara Jr., Rio de Janeirot 1957. 4. E evidente que,. se a ortog-rafia vigente reprOduzisse com fidelidade os valores fon~ticos dos diversos dialetos bra sileiros nas suas grandes linhas, não haveria por que cogitar de um sistema de .. t.ranscricã.o dos nossos falares para fins folcl6ricos . Como, P.Or~m,~há discrep~ncias entre a antografia e a pronúncia, conwm, preliminarmente, ppr cm evidência es- '

ABL

Page 4: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

..

4 sns discrepâncias princip<:~ is? a fim de, e. to contí-nuo, ver como c liminá-las, dentro dos objc t.:i.vos de uma transcrição para fins folcl6ricos. 4.1 A ort.og.a."afia vigent e entre n6s é a estampada no !'e-9.Q.e.llQ .YQ..Cabulár_:1.9. or,togrM;i_ç_q gª l:ÍP*.tg __ p.Q.r.tug_l}..êsa, Rio · de J~ neiro, 1943, editado sob a res~~~lic1ade d~ Academia Brasi leira_de Letras, na conformidade das 11 Instrugoes para a or[@ nizagao do vocabul~rio ortot;.rráfic o da .língua portuguêsà11 ,

aprovadas w1ânimemente pela referida Academia em sua sessão de 12 de agôsto ele 1943 -- ortog-rafia que, por isso mesmo, s~ r6. a base cl~ cqtej o q ue se segue. . 4 .2 Nao sendo possível estabelecer êsse cotejo com mó! tiplas modalidnc1es dialetais br asileiras,_. f~-lo-emos com a pronúncia padrão b~asile ira? j.~ hoje em Ciia fixada como rest.Q. tado do$ t r abalhos do Prime J.ro Congresso Brasileiro de Língua Falada no Teatro, re aliza<lo p o:c iniciativa da Universidade da ! Bahia, na cidade do Salvad or, de 5 a 12 de setembro de 195G. ,, :msse padrão foi coàificndo nas 11 Noi'mG.s ap1 ... ovadas pelo Primei r o Congresso Brasile i r o de LÍn_'3ua Falada no Teatro"; J?Ublic_g das nos Atlai~ do Prime ir_q ÇOl}.L].:êJ?..$..Q Bl~.q.sj._~cj._1::_~ 9-e ~.:h!!lill.ª f-.91.E!-l ,Çla nQ Teat.r_2, Rio de Jane i r o, Einisterio da Educagao e Cultg r a , 1958? editados sob a responsabilidade conjunta da Bibli.Q. t e ca Nac~onal do Rio de Janeiro e da Universti.dade da Bahia, 11 Normas 11 de que foram feitas separatas, distl"ibuídas pela· ci­tada Biblioteca Nacional aos interessados· que as s ·olici tarem. 4 .3 Do cotejo, na base dos dois elementos acima referi dos -- isto ~, as convençõe s orto&Táficas e as normas de prÕ núncia padrão brasileira --, se evidenciam os seguintes pon-­t os pri.11.cipais em que a ortografia pode trair a verdadeira pronúncia ou em que a verdade ira pronúncia não corresponda ã ortografia:

1) no e1~1prêgo cJ.o ~ pr e t Ônico, que muito freq\iente e corretnmente ~ n:;. ... onunciado como i: "precisar" "prevenir" "me

. - - - , -- '-dida11 11de •Jic1o" 11 estreito11G ' -) ' -... ' ... \ 2 no enlllrego do ~ tonico, q ue pode ser pronunciado

ora como fechado (gJ., or a Gomo aberto (g) s '''c~do 11 , 11 v§.jo 11 ,

"real~j o", 11 f.Q_cho, fechas fe.chGt, ͧ.Cham, feche, f§.ches fe­chem" "mexo" o mas "quero a. 'Pmexes" 11pedra1T "ferro" · !.cede" 11 d .~ - ' - . , - ' - ' - ' - ' sg_ e · ; ... ..

3) no emprego do -g_,- que na pronóncia padrão ... ~ sem pre -i átong (enfuora possa ser outra, ãlgo pr6ximo a -~, em cer tas re g ioes dialetaj_s do país) J 11 1ev§.", "de", "empregu~",

11 s empre n 11 3e de 11 sede" • · - ' ' _, A ' ( A •

4 ) no empre go de fL111 (;:é) ou en =.é) pretonico, qUE! pod~m ser mui to freq~ente ~ corretamente pronunciados como ~ ou , I "'e nn"''re rto11 nem h a te 11 11 entusiasmo 11 "pendurar" o

.::.. -:.t~ <.::> ' - • ..: ';( ' -- ,.. ' --- ' 5) no empr e go do Q pr etonico, que muito freqUente e corretamente é pro~·l LU1ci a.do como _g: 1'bonit.o11 , 11 t.Q.mate 11 , 11b.Q.ca-do11, "c,Q,strnne 11 ,

11 pQs ·~:L s} o",. 11 C' .• Q.r:;_n ·::,e"; r 6) no e r1pr e r•·o d o o t.:;nico, que pocle ser 1 pronuncia

do ora como f ech .::tL.o (9.) orã como aberto ( 6): "sggrolt "morro" nh.Qje", tt gl_Qbo 11 , 11 fQI' amcl, m<1s 11 S.Q.G'l'a11 , 11 m,Q,r t.a11 , 11 S,Q,j alt, trb.Q.la'', 11 escola" 11 le ng oltt e - ' ) ,,.. , ..

7 no empr eso do ;-_o_, que na pronuncia padrao é"' sem pre =...\J. ~to32o (embora posso se~ outra, algo pr6ximo a -.Q., em ce rta.~ regioes dià.letnis do 1;aJ.s): "levo" "d.Q", "emore&Q.", n~egQ11 , 11 modo11 , "1-oer.Q, "logro~ 11 , ndQs'' 1,1 come ÇQ~T•;

8) no cn~Jrego de ~~ (~o) ou .Qn t=õ) pret2nico~,que r.ode freqU.ente e corretamen t,e ser pronunciado como o ou ys

C.Qlll_padre 111 ) "c.Ql!!Prim~nto", 11pndulan~e 11 , 11 acp_rm:>~lhar"iT; "' ~ no emprego da termina~ao - ÇJQ, ou -ê..ID, ou -.91l},e.nt

que, na verdade, na pronúncia padrao e quiçá de todo o Brasil, se encobrem o ditongo -ti átono ou o mesmo ditongo -ei tônicos "viacrem" 11 bobagrem11 11 va""em11 mas 11 trunbém 11ninauém""alQ'uém"

•• :),;~ , -- ' ,../..:) ' _, -'"b - , \.=> - , ,

"vintem" ''vin't s 11 "vem" • ( ~ ' - , - '

\ .

ABL

Page 5: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

. I

(

5

10) no emprêgo dn terminação -.Q:m, em que, na verd.§! de 1 na pron~ciu padrão e q_uigá de todo o Brasil, se E)ncobre o ditonr.ro -ao átono: "amnvrun" , udeviéJij)11 11 partiD.D'11 "punham", ~ ......, -.. l , - ' --· 11 adorarrun11 ,rcorrercÕlm"·

- 11) no enif;"rego do -.ê, e <.1o ·1t, finais de para ambos, ou de sJ.laba, pnrn o pr:Une J.ro, em que fatos fonéticos v~rios, considerados com minúcias te trabalho.

vocábulo, se encobrem no fim dê.[

4!4 ~e o~tro lado, a ortografia prescreve certas gis~in gocs que nao tém valor nenhum do ponto de vista da pronunc1a, como nos segui~tes casos:

i) nà emprêgo distintivo do .i e do g (antes de ~ e i)l U::lieitar" "ieJ·umu llr,ente " 11 s•,m=>stão"· •• '""t... ' u. A ' ~ , "'Q- ' I " 2) no emprego distintivo do .9.h e do ~~ 'fle.9.ha , "quei~a'~, 11 en.shenteu 1

11 eru~ad.a11 ; 3) no emprego distintivo do -ss- e do -c- (antes de

,ê. e i esta Última) 1 11 so.§_~e gon, 11 pê§..§ego~· "do§.§.ellT, "pacífi-co" upassivo"· ' -· ' .. tj, ) no emprego diati:ltivo do -~q- e do -s-• "~a~", "essa" "";)osso" 11poco11 11 Dec.::l 11 11 acuél.e" • -· ' .t ,- ' ... , ... ..... , ...... ' s,. no emprego distintivo do s- e do c-: ) 11 sêda11 - ' 11 serafim" 11 ccetim" 11cérebro11 sino" Trciitlonelf· - '- ,.,._ ,_ , , á

6) no enlJrego distintivo do -s- e d~ -z- intervoc licos: 11 c!lsa11 "'Jesa" "oroe'7.a11 " .~:·JrezaiT · 11presan "riqueza"-~ , .1: - , - ~ , - ' - , ~- , "marro ue s a 11 •

'1 - ' ... 7) no emprerro distintivo do -s e do -zc "raiz" 11 anis 11 "satan~s" "rapaz" 11 dez1T 11 conv~s11 - ' - ' - ' - , - , - , "alcaçuz"·

"naís 11 . "' - ' "pus" - ' - , ...

8) no emprego do h- ou auando antecédido de traço de união: "homem" 11hombridade 11 1rhuman~11 "pre-hist6ria" (mas

-. , iT ' -· '" ~ udesumano 11 'inumano "lobisomem" 11 inarmonico111 •

é) no emprêgo do -.§!l-: 11 1~ ej uvene_s_ç_er" ''crescer", ttnascer 11 11descer" (mns " amanhece::.--" "anoitecer~ "envelhe ~ , - , , -cer·· 1 ; ...

1,10) no emprego de -~-: ~'ex~elso", 11 e~Ç.eto", "e~e-lência11 (mas 11 ecet:rano 11 11 essencia). <• s. Se as discrepàncias entre a ortografia oficial e a pron~cia padrão podem ser resumidas, at~ um certo ponto, co­mo ac~ma, são elas incomparàvelmente em maior número, como ~ natural, se se estabelece o cotejo entre a ortografia oficial das ~alavras e a pronúncia regional dessas mesmas p~lavras. Mas esse co.tejo seria aqui inoportuno, por sua extensao e PO.!: que exigj~ia, ao cabo, o reconhecimento da necessidade de um sistema üe transcrigão fonética mais estrito do que o· norma.! mente descj~vel 9ara fins folcl6ric~s. 5.1 Ex1stem, entretanto, certos fatos de· pronúnc!a popg lar que ou sa2, por assim gizcr, pnn-brasileiJ:os, ou sao de largas extensocs n~ t erritorio nacional, ou sao altamente ti pie os de ce rt.ac A1"ee1s ainda c_Ll.C. proporcionalmente ( pequenas, razão p~r c~uc c r-':.orin, n<?.,t. L~. , co nsi,:':cr~-loo, ainda que rápida e superficialmente. 5.1 .1 São por• asr. i m cli~~cr· pun-brasilciros -- afirmativa que deve, est6. c lar• o, sol" compreendic.,_a com reservas, pois s6 poderá ser feita c ~m lÚcida certeza quando a dialectologia brasileira fÔr uma verdade pesquisada em campo -- os seguin­te~ fatos de pronúncia popular, comparada com a pron6.ncia Pã draos

1) a reducão do d.itonao e i, em mui tos casos e si tua çÕE)S a ê: ttpcneiraif "dinheiro~~' lrcheü•oso 11 11cabeleireirolT i/, ' - - ' -- , - , - --·· ' "áruniltlro n • . . •

2~a "regularização" de verbos que, tendo na lÍngua padrão e :i;., Npassam nas pronúncias dialetais a ter i .. dai de c o.!: rendo flexocs com ~ (quando deveriam. SE)r com e i): "inteirar" - 11 interar" (como lTesperar") donde 11 eu ini:Arõ'r (como 11 eu es., -· ? j pero"), em ·lugar de 11eu inte~ro"; (

ABL

Page 6: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

e (

3) u rccluç;C.o Ci.o cli ·::.~nso g_q. quase scnrpl"'e a ô: "r.QJ!­bo", "roubou" 11 acourruc 11 "vou" "lcuro" 11 mcttadouro" ·

-- -ti)· ~ 11regÜlnri~nçn-~1r Jc verbos, que' tendo n~ lín gua padrão ,:?J!, ~assa.m nas ,9ron6ncí ;;:s qialeta1s a tGr .Q, dai dGcorrendo flexoes com 6 (ouélndo deveriam ser com ou): 11rou bar" !: "r o bar" (c o mo 11 ntÕrar") donde 111"6bo11 {como "moro"), em lugm"' de 11 eu roubo";

5) a quase geral .e:g6cope do -ra "amar" (::''am6."), "deve!:_" (: devê") "partir." {:: 11parti11 )' 11 pôr r.:: "pÔ");

6) a ep~ntGse de um ~ ou de um 1. nos chamados gru­pos consonânticos impr6prios ( que ocorrem normalm0nte em p~ lavras cultas ~nt.r od.uzidas nos :falares pojjularcs) : 11 advo&@ do" (~ 11 ac1Gvoga.do11 ou 11 adivogado 11 ) "pneulm~tico) 11 (=.. "pcnc u" ou upineu(m~tico) 11 "absoluto" (- laabessoluto 11 ou 11 abissolu to". , -· -5.1.2 . São de largas ex t ens ÕGo c1o territ6rio brasileiro fatos dialetais como OS sez;uin ~es, a nErO tÍtulo de exemplOS

1) a forte nasal1z2çao da s vogais que antecedem si labas iniciadas p or m,n e p_h~ s Obl: e tudo nas palavras N de i!! tenso curso ncimular: "cama" - "c ama"), "fome" ( .. 11 fonl3'!), "banana" ( = nbãnana"), Trso.no' -c = 11 sõno") ,-u sonhõ11 ( ~ soniio"), "unha" (: 11 ünha 11 ), 11punhal11 (• pünhaltt); 1

2) a chamada despalu t alização ou iotização do 1h em WE: SGI11 n(unero de ualavras s "palha" (:. "paia") "m"roJ.halr (: arróJ.a•r), "filhô" (a "fio"); · '

3) ~ chamada palatalizagão do Q. e do t (antes de i., mesmo quando e s se i ~ escrito co mo ,g_, ver 4.3(3)), dando um som q ue se aprox:i.m~ de fli e de ~cl1 respectivamentes "dia", "diabo*' " s ede 11 sede 11 ll's f t i on frtit.io" "sete" "pente"• - ' )-- , , - ... ' - -- ' - .. ' - ' 4 a di ton~r,.~çao d <2 vo~é:\ 1 d as te r rlinaçoes oxítonas

•t . ~ ... . . 6 " e scr1 as -0-.ê., -.n..~, -....P., - 9§. , .... l.fi , -J.~ , - .. J !, -~, -.QQ, -.!!§, -~: -ez

11 anan6s 11 (: 11 annnn.is 11 ) ; -,. .. ~::t!)f!..Z.11 (= rapais "), ''conv~." i• 11 con v~ in"' 11 c1Gz 11 (: 11 cléis"' 11 nQz. " (: 11pe i s "} 11 fregues (• "fre­gueisri 5, 11 anis'' ( 11 aniisft j 1tr aiz~ ( = 11 rai1~ 11 ), 11 retr6s 11 ( 11re-tr6is11) lua1 "'oz" (= 11 nl3'Óis") ~ "feroz <• 11 fer6is"), "urubus" (;. 11 urui>Uis 11), 11 luz 1 ~ (= 11 1uis 11 J; <'

5) a vocalização do -1 final de sílaba ou de vocá bulo para y: "volto." c;. "vóutaii~' "falto." <= fauta")·, "sôi ta"~- "souta"), "solta•i (: ns6u!:a11 ), "general"(: 11 generau");

6) a passagem do -r- nao intervoc~lico e do r- e do -r.r.- inte:t:>vocálico, de vibrante múltiplo com a ponta dã . lín gun contr2. os a:.véolos da arcada dentária superior, a vibran t e mÚltip: .o Ct1 !"J O dorso da lÍng ua sontra O fim do véu do ~a~~ to ou mcsnCJ contra certa u a rte da uvula: 11 cnrro", 11 corre 11 11 ro sa" 11 rêde" "certo." "fro.;da11 11 for.r.1a 11 -- podBndo o fato ocõr

, - ..... .L , - ' - ' ~- -rer tarnl.)l,;;m, c~ L'..r.ndo _11r ont.mcindo, com o -r: "pa.r_o.r", "fazet",in clusive qu<:mdo se oc_;L1 C pa~.1. v-.ca iniciada 'por vogal "fazer is to" (:: "fazcrr:L::; t ó11 ) ~ · - -

7)' o. .: :_: 5c : ,: ,.; d~ -p_, i ina l de vocábulo, (quando ~ste á seguido de ry np:; .-:1 ---.:.:;s ol u:::.c: ~:m r elnt iva: "ns meninas" (:"as menina!!), 11 e s t~s p Ol' tc-.s " ( =: 11 c s tas p or to. 11 ) ; . -

8) o o.br i mcn t o rmr cado de 9crt,c.1.S vogai~ nre~Ônicas, sobretudo a o e G' "c ava lo" (::."c~valo11 ) "col~gl.on (- 11 chlé-_, ··' ·- -- ' gio"), "separar" (: 11 G~ parnr"). 5 .1.3 São de re s trita ex t.en s iio no terri t6r io brasileiro, mas particuU1rmcnte carac terÍ :~ ticos onde ocorrem, os seguin­tes fntos de pronúncia, a mero título de exemplo &

1) o abrimento marcado de vogais que antecedem s~l~ bas in~ciadas tJOr m., n ou nhs Ufonl3 11 <= f6me"), "pena" (: 1 p~ na")' wnhon ;~- "tenho").- I

) ' N 2 um tipo de palatalizaçao semelhante ao referido

em 5.1.2 (8) .supra, mas antes de outras vogais: "mui to11

(= "mutcho"),, , 1dire,i!a11 (= 11 deretcha11 ), "peito" <= 'í)etcho"); I

(

ABL

Page 7: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

< '

NORMAS

1. As letras, combinações de letras, sinais diacríti cos e demais recursos de notação -- inclusive regime das le tras maiúsculas e dos sinais de pontuação -- das presentes­normas são, cssencialmentc,·os mesmos que os do sistema or tográfico vigente no Brasil. · 2. Estas normas se recomendam sobretudo para a rcpre sentação do material folclórico de base verbal cm que a es trutura do verso, a métrica, os ritmos, as estrofes e tod~s os apoios ·fon~ticos fundamentais que os caracterizam sao também caracterizadores de uma ambiência, de uma técnica e de uma arte populares. E óbvio que, nos relatos, contos, estórias e afins, ·que forem foneticamente estruturados com f~Dça de tradição formal, se recomendam também estas normas, ~iada que· essas peças sejam em prosa. 3. Estas 'normas visam a ressaltar e marcas os traç~s fonéticos dialetnis mais 9eruis· c mais relevd.nte·s l mas nao neces~àriamente os .mais tlpicos. tstes, quando for o_caso, deverao merecer, entre parênteses, antes da transcriçao, os esclarecimehtos que couberem. Do m~smo modo, ce~tos_traços

'fonéticos muito gerais se conformarao com as convençoes or tográficas vigentes, podendo; por isso, ~e fôr o caso, mer~ cer·comentários elucidadores iniciais, também entre parênt~ ses. 4. Cumpre -- a título de convenção -- ter sempre pre sente que qualquer letra ou combinação de letras ·seguida de um traço de união vale por letra inicial de vocábulo -- t-, d-, a-, gr- (em_"tudo, d:J.do, E:_rma. , Ernnde")--; g,ualquer 1~ tra ou combinnçao de letro.s entro trílÇOs de uniao vale por letra medinl de :QO.lavra -- -t-, -·d-, -o-, -br- ( "e_êta, dado, mer2_cc, ou~ubro") --, e qua.lquor letra ou c~mbinnçno de !'c trns que for antecedida por um trr.t ço de uniao valê por le tra fino). de vocábulo -- -u, -o, -ul, -bro ( "Q.gul!,, mod.2_, -a.zul, setembro"). · 5.-- Quanto à· nomencla.tura, cumpre ter presente a se guintc r

a) acento, o~ acento agudo, é a qualidade que, numa palnvrn de mãis de uma sílnbu, faz quo uma delas se re nlco cm rcl~çüo à outras ou às outras pela maior fôrça com que é proforidn;

· ·b) aons ou fonemas ou letras prctônicos são os que aparecem l':l.umo. palnvrn nns sílnbas -antcriorc s ~ · . sílaba nccntuadn; ''f 2.!.r;loso, paletó"; _

cT aons ou fonemas ou letras postônicos soo os que aparecem numa. palnvro. nns sílabas posteriores ~ sílaba acentuada : "v;fJ.i0.0., mÔ,Ç,S_ 11 ;

d) sons ou fon~r .~ ~ ou letras inicinm as pal··lv .. ~ a. c· :..._ n.· .. o-· .. "' c · '"'moro"'O ' ~ f l . f~ I - (. t~J ~,;. , • ' I • ' .!.:::.. a., l '

nnis sao· as que t0 ::..>r·.:~:·1~tm ClS rnl o.vrns --

inicinis . são os que co.pitnl' -- e fi 11fort~, amora~~, cã-

pi tal"--. 6. - O§ c:;~emploo que, no texto do ntn s normas, serão da dos, jd sorno rcvrc c.cntados no. conformida.de do.s mcsmns, s~ guindo-se-lhe, qu:-:ndo p:·1rocor nece ssdrio , entre ;earênte ses e sem quaisquer outros ro. iJ.lcas , a. sua representaçuo de ncÔ!. do com a. sua . f'ormo. nr1 língua. comum c nn ortogrnfio. oficial. 6.1 _ ImportCl.l contudo, ter presente que não se indico. a regiao de ocorrcncio. du fonna dialetal que se uso. como exemplo -- por não se dispor, ntó no presente, de uma·vis~o geográfica sequer o.proxima.tiva da. nossa. dialectologia. 7. Quando sc tiver de exemplificar com palavras hi~o tética.s, que tetlvez_existam ou que ainda nno tenham existen cia comprovada, virao elas antecedidas do asterisco (+).

(

ABL

Page 8: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

• _(

limQo, sinno, pinnha , prumuo, b~rnúnnn, unnhn

10.2.2 E o motivo ~or qucl por extensão, no s proparoxítQ ~nos cuja vogal ora l tonica for seguida de nasal , ocorrendo

a forte nasalização, se usará do duDlo mm ou duplo nn, como suprn , em 10. paru cor.1 "côm.-todo/oômmudo" e "cônnogõ7cônni­go", ~u, gnalbgico.1:1ente, "cínicoYcínnico", emb_9ra, na forte na~al~zaçao, se possa, cm havendo o cnrátcr f i, · escrever "cinnico", nesse caso se:r.J. realce da sílaba tônica. !1. · h· As yogaio tônica~ na~ais serã~ retrose~tadas por n1 o.nl fo.n, ân]; e:r.J., cn, [ó:r.J., en]; im, ~n, ím, ~n]; o:r.J. , ~' Tãm-;-on ; ~. un, [úr.l-;-únJ-;-scndo nsreprescntndas entre co1_ Chõtes de rar!SSi:r.J.a ocorrência ~ara fina ·folclóricos: ' ã :... rOIEã/r 1 o:gã/romn/r 1 õmã, anã/ãnã, onãs/ãnãs/

anaos/ãnnes · atl cumpa, smnba, pnr.1pa 1, ·an c~ntn, and~, zanga rng éh:tbi toJ @n - cô.ntico] · co sempre, seteobro en- vcnde/vend'e, tento

l§n t§npera] [cn pcndulo] i~ - . l~po, pinba

· in - lindo, ainda ~ - tínpanoj líopido] ~- síndico

I· I I,

. I

j

t· ,, . I

or.1 cor..1pro, oubro, sor..1bra, roubo on - ·conta, uronto, conde/cond'e, · ~onto

r::2Q - cônputo:J \ r§ - pôntica/pônt 1 ica)

u:.:1 - tumba un - funda

· · @g cúmplice]

/

~ triúnviroJ 0

11~1 Na eventualidade de se localizare:r.J., em giao, vogais , tônicas nasais abertas, deverão ser cadas as · ocorrências coo acento agudo(), o que,

alguma re sempre mar nos casos

supra, passaria a ser:

,.

12. tadas por

+rooán, +cánpa + ..( ' c unta, +ár.1bi to +cântico

+ànán · + sára ba , + pát1pa +ánda, +zãnga

-t- ~ér.:pre, + set(:r:lbro

+\•6· •r1 . + t'~',.(. O 'll~ ·· ~ J. ... v . ' . .- ... J."' . · ·~ ..,J

+t ,.; .... , .... ·• ' ·· ·" .;; .L ""

,+p6n<iulo +cóopro, +6nbro, +s6obra +.cóntr'.. , +pr6nto, +m6nto, +o6nde +cónputo +póntica

As vogais prütônicns ornis fechadas serao apresen [!J , .§.., Q e u :

~ câválo, câdéla, cârpintêro/carpintêro/ car' pintêro]

e - perigôzo, pedido, peq~no/pequeno, f eniâ­no/feniêino

~- poderôzo/pud~rôzo, ~odêr/podê/pudêr/pudê, costúro ·

. I I L

ABL

Page 9: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

g- pudôrôzo, custúra, furnúga/fur •miga, culé-j o (cole:1gio) 13. As vogais pi•et.Ônicns abertas serão representadas por g, l, i e l4: (padeiro)

à- c~válo, pàriceu (pareceu), câréce, pàdêro .. §_-i-

.Q. -

p~rdído, p~rgUJ.ltÔ (perguntou), v~rgollha pirdído/pir 1d 1 ido, pirigÔzo, pirgunto (pe~ guntou) cõrrozívo, colega, costurêra

. ( 13.1 As vo~is pretônicas orais, ~uando ocorrerem antes de silaba iniciada por m, n ou n11, serao ordin~riai]Jente fecha das, "mQn1,náda11 , cgmW1dongo, cgmnráda , .Q.nésto, s,g_mana", pod<U1 do, entretanto 1 ocorrerem forten~nte nasaladas 1 quando serao ~afad~s , se fo~ 2 cnso, con tilJ 11 lí.lenináda; camundongo, c~ r ada, onesto, sehana". ... 1

13.1.1 Nos casos de carencia de c.nractercs tipográficos de i e !i, poder-sc-á seguir a soluçno a:9ontada em 10,2.11. 11 minnii nn6.da, umnlid6.de" • 14. As vogais pretônicns n asais, ordinariamente fech§h das, serão graf'adas an1, .m1, .§B, en , j.m, 1-U, ,QQ, .Q.!h um, gn~ "amp~ro, antígo/ant•rgo l emperadõlimperad9, entende/intende, ombrera, vontáde/vont~d e, cumpáde/cump~d 1 álcumpádre, cuntígo /cunt' ígo". . · .· 1<1-.1 Na hip6t.ese, pouco provável, de necessitar-se de grafar wna dessas pretÔnicas nn\3ais comi nberta,_..,re~(>rr~r-~e-6., ao ~cento grave~ lf ... àmpáro' -nntigo' emperauo' entende, +ombrera, tvontáde 11

• .

15 . Os pares de postÔnic::ts ornis Q e i, de Llllléi lado, e Q e Ja, de outJ."o lado, que a ortog1 ... nfia vigente distingue, via de regra não merecem distinç;no no plano folcl6rico. 1t que, ao p.:trecer, se. tratu de distinçiio tlpicnmente erudita, que não cabe em serul JlO plano popular, porc:ue as palavras em que se verifica pão tem c urso populm"'. Assim, as pare lhéls distinti vas eruditas& 0

·

idÔnco e crânio láteÕ ~ . e pátio c6cgga e c6rs~ua m~gQa e água n6d~a e tábya disc6bolo e gl6~~~

s e ocorl'essem na lingÜagem popular o ser1am, quase ce:t;'tamente, sem a distinção, passando,. assim, a: 11 idonio e crânio, látj.o/ lát'io e p6.tio/pát 1j.o, c6c~a e c6rsica, m~a e água, n6dua e clb.ua 11

16. O -Q c o -~ •• isto ~, a letra ~ final de palayra e Q final de pnJ.C,\":"'C. , rmbos n5n acentuadas -- representarao, como átonas, res:.:- cctiH ...,n .::n ·;~c n nronÚi1.cia -i e -u (como na or-

fi f ~ , .... ,

togra a o. ::cic-~_ , -· ,·.- · ·: .. ~- ·. c !'.l<:t ?ronuncia padrao • . 16 .1 Ocor J. ·...; j: ... . o, ·, H ·t.l· o ·(. í : : L·~~ o, no q ue par-ece , pequenas ilhas em qre os wllor ~~ o r.rc .:.ic::Js de: :..: s<.".s tcr uir~o..çõcs ainda subsistem -- como -ê fcc".1:-<.1o !ttono e -ô fecho..do ~tono --, nesses casos, dado que õ fen0m:. no de verá ser regular' em lugar de assistemá­tico? a trnnscriç~o n3.o demrmdm"~ notação especial, senão refg_ rencJ.a, entrq: .pal"'g_nteses, no início, do fato, meramente assim: "-~e -.c. • -Q. e -.Q. átonos 11

17. A notação da chamndn crase não terá, ordinàr iame nte , cabida. Mas dentre os monossilabos, cuidar que o adversativo 11 mas 11 da lÍngua padrão poderá ser muito freqtlentemente "mais/ m~s" ~ que o vocativo padr·ão "6" poderá ser nui to freqllenten)3n­te 11 o/ 6/ ou"; que o alternativo padrão "ou_. poder~ ser quase W1iversalmente "o"; que a preposição padrão "por11 será assim epis6dica , ocorrendo com freqThência em formas em que o ~ fique. ligado ao 12 -- 11pru/pro m6de ::. por arnor dé 11 ; ,que a preposição

ABL

Page 10: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

..

padrão "em" oçorrerá de f. l" e fer~nc itt como ítim'i' · ~ode lido, tanto, ser graf~da como 1em11 se a trunscr ição :for. menos .ta; c;1ue a nega~ão "não" poderá ocorrer 1 segundo fÔr sua tuaçao, de mais de uma forma: un5/nõ/nU/não" •

entre estri

acen

. ~ di:t;&ngos

18. Serão grafados como segue os ditongos tônicos crescentes: 1

I ; \

a) oraisl

1- ~~ -pai, vai, t.J. .. ais/trás,. trais (traz) (23

- U:J.. - paina, fa:i.r.~~.a, andaiJ11e - al! - pnu, mau, n.ufto, fauta (falta) cauça . T"calça ) ..

4 _- ,e:i."'- s e i, jeito, portugueis/portugues, feis 7fes (f'cz) · ·

5 - ~ - réis, d6is/d6s (dez) conv6islconv~s 6 ' ~ gy.- leu europeulenopeLVoropeu 7 .- fu! - ::c.ap~u, c~u, Manu~u/Manuel, painéu/pai

nel 8 • i.U - viu, partiu/pnrt 1 iu, sentiu/ siiltiul {

·sint1 iu l

9- Qi M foi, foice, biscoito, arrois (artoz), conrpois/ compÔs, depois/dipois/ d' ipois

10 - .6.1 - dói, mõi, c6is/c6s, fel~6is/fer6s {fe.-roz)

11 .- ..Q..U -12 - .o..u -13 - .ui .-

b) p.asais

vou, douze/doze, souto)sSlto . v:Su·to/v6lto (volto),. s6uto/s6lto fui, nuis/nús, luisll~s (luz)

1 1 - · 5.e - ma e, r omfies /romás 2 - ~Q - p0o, c ar) i t no, axa:rão ( acharão) 3 - oe - poG, ~w .. stõesltostões, bÕes/bõs (bons) 4 - 'Ui, e ser i to .!.ti. em "mJ.i to" e 1 se ocorrer, em

iT mui 11 ' bem c o mo em "anus/ anuis/1lnÚins 11 e

afins, segundo sejam as conveniencias tip.Q. wnfica~~ nas duas alter.né;ttivas finais

' 5 • e i, escrJ. to -em -6m ou -em: "bem, tem, vin - é -~ . -r-: A - A lf -t6m, ningu m, a.L.guem, tem, vem , e · em certos plurais: nvinténs, parab6ns 11 ou flex5es da segunda pessoa do singular: '~conténs, re­t.~ns".

18.1 tsses mesmos <li tongos dcscrescentes, ·orais e nn:s~is, podem ocorrer como pretonicos. Nesse caso,. sua repr~sentaçao contingn igu~l, salvo para os que levem acento agudo('), que passarao a te-lo &~nve (~)~ ·

1 - , __ ::~}do, :!.Gizínho, 2 _ .. ~ :.., · ~ 1~ . , , .t ~ "" fn.in:u1ha 2 - ;~; ~ ·tt.' ~ •' v ' • L

,1: - -'. . t ·"' ·" O 5 - ~-(~~~v~iz:L1l ·,o/convezínLo (conv~sinho) 6 - e ' :.rODO U

\ -~ , - , 7 - J;:a •Jo uz J.nJ:lO 8 .. :tflí-tr ínho/filtrinho 9 - abi.~ ?Q~tó./abisc..Qi.tar/abiscg.itar'

10 8nzo:r.s ~nJ."los . 11 - s~t6rn/solt.Úl."a 12 - v9~tí~a/v~~t 1 !nha/voltínha/volt'inha 13- c~dndozo · ~ · :JA - ~zínha ~ rom..'i.ez:í.nhas ·· · 15 - p.§!Qzínho ,. 16 - vintenzínho 17 - tust"Oezínhos

.. 18 - zrwit!Ssimo/mui t' :í.ssimo V . (

ABL

Page 11: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

113

19. Dos di ton~oo doci·cscentes postÔnicos, orais e n.s sais

1,consig.nem2s que, ordinà.r inment e, cm ocorrc.z;do no plano

fole orico J ser no rcprcsent::.dos can o nc. ortQaTafJ.a vigente: "a.mávgj.s, alc.Q.is/alcos (álcoois), runav~, bagagem".

20. Sendo necessário pura maia fiel trnnscriç;ão, o dos fazimento de hiato poderá ser caracterizado por intc~osiçãõ de letras que indiguc o fato fon6tico 1 11 ai ~ua (: a água), ríio /r'!io, núua \=nua)".

21. í..i,uanc1o, soiJretudo 1 nos versos, convier caracteriznr 0 eillbebimento com des~p~ic<.o dG uma •Jogn l f'inal de um vocáby lo na voga l inicia l do voc~rJUl~ seg uint e, devcr-se-á indicar a vogal desapar ecida entre pm'errt.e ses l 11mÔc(o) inteligente, águ(a) azcíl, cáz(a) urrumnda , môç( a) ord&rn". 21.1 Se se necess itar cnro.c t c:rizar o ditongo crescente que pode decorrer dêssc t.i:)o de cont.iglHdade, pode-se indicar o finnl do vocábulo por jC, {chamnd.o iode, como scmivoga l ou semiconsoante de diton~o crescente) ou por ~ (chan~do ~au, c~ ~o semivo~nl ou semiconsoun.te de ditongo crescente): "est.y amem, cavalaw n.rísco, vinw âno~" (a divisão sil~bica a.orres­pondente s6 poderá ser: 11 es/ty o/mem, ca/vá/lw a/r1.s/co, vinl ty â/nos").

22. A consoant e h terá oo usos él0. orto,:-;rafia oficial, d . , . ~ ~ h

se~un o seJn. n pronuncJ.a, n<'. o se pl, cvenc:..o, por ora, nen uma notação especinl !'>ara c•:e:ntuo.l ·\mrinntc su:.1: u.Qoi, run11os, c6-:Qra. , a:Qissolúto/c..bcssolúto (absoluto), bassôru (variante dinlg_ tal de "vassoura") 11 •

23. A consoante ,a tertt os usos dn ortocrr.,fia oficial, S.Q. gundo seja a pronúncia, podendo r evestir a t:r·anscr_ição g 1 nos casos de pronúncia equivalente a m (o que ocorre, em certas ~roas, antes de i. c de e pronuncindo cor:1o i): 11gálgm./d<Ú' 1 ,

angW'andár/an.Q.ár1

1 .Q.ía.IQ:' ía, .Qireito/Q.erei to/~irci to, a.Q.evo­,sádo/a,çlivogáclo/ad ivog~do (advogado), g.c/Q.'e". 2 4 . A consoante g s6 ser~ usn.da como segue' 11e,uárda/ gultr'dn , franeo, ~áto, vámJ.c, gÔsto, g6sto, gtda/gu1ia, sagú, guérraluuérr 1n11 • Noutros têrmos, nunca será usada com o vg lor de j,. 25. A consoante ,t terá os us os da ortografia oficial, segundo sejn. a pronúncia, podendo reve s tir a transcrição 1' nos casos ele pr onúnc i a eçu~ 'lGlentc~ a .:t.çll (a q ual, por causas diferentes e en r: •:1:~ ~· " : ... " :: -, .. ! f. on6 t,:Lcar3 tanib6n diferentes, a• parece, a s ét·,)er.. ... · . ··, , -. . .(.:2::·. c _•i oc c. , c.;m cer t as ~r·e as baianas e cuiabanas)-' n.!_:; , ~\to; _.w:"' , t: :v" ~ c :u1~i1.o , a~~léta/a,tr~tn, n.iiro/ ~1rot s~ te/ s6t,' c , ~~~1mos:f6 :·.' S/ a~~imo ~fó :..· r.t! ~imosf6ra~ r! ti­mo/rit imo; mü:'}o, é.~c re'C ' r.. , :r:'et ' a. , pet'o (muito, direJ.ta, fei t a , pe ito); t 1 ut'u, c ::t t 1Ít1 e, t 1 6.ga, a t 16., át'a (chucu, maxi­xe , chaga, achn(r), <.~ cha). 26. A cons oante J2 ter á os usos da ortografia oficial, s egundo s eja a r ron(mcia , não se prevendo, por ora~ notação especia l Pé:ira variante sua: 11;Qai, áp.ito (apto), a:L2,e go, .Qron to, awende 11

• 27. O som do Jç ser~. wcpl~csó .<1.tado c om2 o prescreve a or-tografia oficial: 11_ç_aza , g,u6ro, _ç,oiza , ag,uele, U5J,Uilo 11

28. O m terá os usos da ortografia oficial, segundo se-ja a pronúncia, podendo•

a) ser Índice da nasalidade, como se proscreve

ABL

Page 12: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

. e I

;

(-

~

em 10•2~1, 1012.2, 1.1., 1·1•~ 14.lt b) ser inicial de voc6bulo ou de ... síl::\~as "m~

J.D.:.'Ú' ~~ ' , I!p , ..Dl'li ta, DIFld9 ; --f'.u.J6/ ~m~rl ~ 1 t c 2mel c o~r I c o~ r ' ,

c og~gol cll[!P.go/ c onúgo/ cu_r.ngol c untlit;6, arJorl amor 'I amo , c amun-dongo11; :r

c) ser final de voc~bulo mas illdicativo de di• tongo nasal, como se prescreve er11 18. (b) e 19, 29. ,o n terá os usos da ortografia oficial, segundo s~ .:}a a pronuncia., <Joden.do:

a.") ser índice da nasalidade, como se prescreve em 10.2.1, 10.2.2, 11. 2 14., 14.1;

b) ser 1ndice de ditongo, quando, em conexão Com O Jll de ditongo, êste paSfW a n por SUCeder-lhe Ulil -,ê. (

11 vintru:lS , c on t.é..ns " ) ; ,. ,. c) ser inicial de v:Jc6b~lo ou de silabai "na, ..

nestel~est 1 e, ninho, .n6ra, núa/núua; cnna, pa~la, Ca.D,iço, SO­.no, a.nu11

30. o nn terá os usos da ortog~afia oficial, segundo s~ • , •• 11 '.....,;., ",...,;., ... h õ5 h " Ja a pronunc~u. rru.u.ida., ve.Luo, s~ru.o, r:1D.n.na • 30.1 Quando se verifica sua desualatalização relativa, poderá ser substituÍdo por um til superposto à vo~1 a~ter~or, o que parece s6 ocori'er quando essa vocal ~i= "m~a, ~Q, fi• lia, fil~o (nunha, vinho, filhirlha, filhinho); ~veo, +soo, +mãa" • 31. O 1 ter~, no início de sílaba ou de voc~bulo, os uson da ortogrnfia oficial, segundo seja a pronúncia: 11lúal J..Üa/J.úma/,lüma, fó.la, c6.J.o, ca~U!l[;n") e terá t...qrJ~r.l uso: ...

a) no fin de s~la.ba ou palc>.vra, quando for de igual pronúncia que o inicial de sílaba ou pqlavra, o que o­corre sobretudo ~m falares gaúchos, noruente fronte~riços: "álto Bras:Í.l feltro f:Utro 11

• ' ' ) , 4' .. b no fim de s~laoa ou palavra quando, nao sen<io fom?ticar:~nte igual uo a.n.ter.ior 2dêle muito se aproxima, o que se dá en e~::tensas regiÕes do pais,. sobretudo entre pes­soas culturalizn~as. 31.1 Fora desses dois casos, o regime do l da ortografia oficial e ci.c, pronún.cia ~ndrno apresenta duas vnriedades, pelo Ii.lenos, que iopõem notaçao dif'erente:

a) cono :Q, pnra indicar a vocnlização oue se d~ quqndo final de sílnba ou de voc6.1,(ulO' "generau, fi~ u, v6.u ta, fiutro, fiWl~ (filme), feutro (fel trt>),. auto (alto)";

b) ?Omo ~ ~e, como se ver~ adinnte, decorrente mente, r'), sobretúdo Cluando apenas Ti11.al de silaba: "v6rta7 vór'ta \volta), ártolár 1 t.o (alt.o), c6rmolcár 1mo (calmo). 32. O lh ter6. os usos da ortografia oficial, segundo se ja a pronúncias nfáJ.ha, pá,lha, f:!l.ho, gáJJ.w, rÔ.JJla, ru."'rolhif"" ar'ro..J.há". 32.1 Deve-se observar que, conforme as r~giões o l!L S.Q. fre dois, pelo menos, graus de despalatalizaçao:

a) en que se verii'~.ca nua ~)assnr-:em para l= "fil:Ínho, fol:!nha, palínha (filhirlho, folhinha., palhirlha) 11 ;

b) em que se verifica seu desaparecimento I nf:!olfí~o, gaio, ~oialr_'oi2.~ nrr6ia/ar'r6ia, paia (filho, g§\ Tho, rolha1 arrolua., pallw.) • 33. o re~ir:~ do ~, variado, terá os unos da ortosrafia oficial, seG~~~ J seja a pronúncia, nos seguintes casos&

J.) cor:1o 1:::. -- isto ~, inicial dG vocábulo --, para indicar ~ vibrante mÚltiP.lo que decorre da aP.licação da r.onta da língua contra os alv~olos da arcada dentaria superior: t~6za, ,t.âmo, I:entel.r.ent'e, r_Íco11

;

b) como -r- -- isto ~, r11edial. intervoclu.ico --, para indicar o mesmo vibrante, .mas simplesl "c6r.a, m6I:o, c6-re, POl: isto (- puristolpor:ísto) 11 ;

c) ainda como -r- .... _ isto (;, ;nedial não inter-

ABL

Page 13: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

• . .

.e

A vocálico --, para indicar de novo o mesmo vibrante múltiplo: ''cárga fórte7fórt'e, cárpa, márva (malva), árma (alma)";

d) como -rr- -- isto é, medial-intervocálico -- para indicar o mesmo vibrante m.últiplo: "cárro, escárro/ iscárro, córre, empérra/impérra•i. 33.1 Em extensas áreas do país, em lugar dos indicados nas alín7as ~· .2 e d supra, pronuncia-;se um vibrante .·múl t! plo que e articulado com o dorso da l~ngua contra o f1m do vgu do pªlato ou mesmo contra a úvula; neste caso, as nota­çoes serao r' (para a e c)e r'r (para d):

- a~ r'Õza -r•âmo r'ent'e r•íco· · , , , , á, ' c car'ga for't'e c r'pa már•va ár•ma·

) , , , '; , ' , , ~ d car'ro, escar'ro iscar'ro, cor're, emper'ra /impér•ra . .

33.2 Em algumas partes do ~aís pode verificar-se a Da~ sagem dos rr capitulados nas al~neas a, c e d desta seçao, bem como d~l final de sílaba (e às vêzes de-vocábulo), para um certo tipÕ de r, geralmente chamado caipira -- por ser de área ribeirinha, grosso modo, do rio Paraíba --, mas que tgm um se~elhante, pelo men~no Nordeste. Sua r~present~ çao podera ser r'' ou r' 'r, segundo a correspondencia com os indicados aci1a: ----

a r ' ' ó za r ' ' ámo/r ' J.l\mo r ' ' ente r ' 1 1 c o · , , , á' ,, ' c 9ar' 'ga, for' 'te, c r' 'pa, mar' 'va, ar' 'ma·

d) cár• 'r~, cór' 're, amar' •rá. 34. A consoante f ter~ os usos da ortografia oficial, segungo seja a pronúncTa, nao se prevendo, por ora, nenhuma notaçao especial para eventual variante sua: "fÍo, afiá, oó-fre, fórte, fárta7falta". - -)5. - A consoante v terª os usos da ortografia oficial, segungo seja a pronúncia, nao se prevendo, por ora, nenhuma n9taçao es~ecial para eventual variante sua: 11 Ú_va, ~áca, 1~ vre, palavra". 367 A-consoante z será usada:

a) de aÕÔrdo com a ortografia oficial, ~eg~ do seja a pronúncia, no início de vocábulos: "~anga, ,&ebra, zuáda/zoáda/azuáda/azoáda"; - - b) no meio de vocábulos, intervocàlicamente, substituindo os usos semelhantgs de es- intervocálico: "áza, cáza, mars,uê~a (e c2m mais ra~ao, é-obVio, "ri<;I.ue~a", pobrê .. ~a~), gefe~a, burgue~a, france~a, pitoni~a, co1za"; e, por extensao, substituindo, no meio_da pa!avra,Aqua!quer Qutra letra para desig21ar z: "tranzaçao, ezame/izame";

c) mas no fim-de vocábulos será substituído por s, por motivos que se dao adiante, no lugar competente: "naris, rafs, antrás/antrais, ferós/feróis, algÔs/algois". 37. O x terá o valor que, na ortografia oficial, o equipara a eh, vindo a 7::>.~ c.r, por conseguinte, segundo s~ ja a pronúncia, u som q;,.:.e r ... :!. ortogro.fia oficial seria gra­fado já com x mo cimo , j~ com eh fo qunl eh, em conseqüência, ' · t _,. ) ii >; ' I .....,... ' ' 't e proscr1 o deste sistema : a.xa axnr o.xar J xarope, xaru o, caxáça, xêro/xeiro (choiro), xupá/xupár/xupar' (ehu~ar)". 37.1 O~ que nu ortograf~a vigente vale & sera 9rafa-do como z, conforme jÓ. se dispoe em 36.(b) supra: "ezercito/ izército7 ezâme/izâme". 37.2 O x que na ortografia vigente vale cs ou ss será grafado destãs formas: "intocsicár, tocsico, aprossimár, próssimo" (é evidente que, scnuma ár.eado país, como aliás há, ocorrer a pronúncia dessas e palavras que tais com. o valor de x mesmo nos casos vertentes, dever-se-á, entao, COQ forme o disposto em 37. supra, grafar "intoxicár/intoxicá, tóxico, aproximár/aproximá, próximo". - _-387 O J servirá para marcãr os sons que já o sao gra-fados com êle, na ortografia oficial, e mais o que nela o é

ABL

Page 14: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

' • •

em certas situaçÕes por g, quundó está letra vale j (fican do o ã circunscrito ao valor referido em supra 24•/s"jáca~ jacá, ~óvem1 jústo, jeito; jente, 1ésto, lung~jingár7jin­gár', .J_enerozo, a_J.ente/ajent' e "• 39. O h sera proscrito do inÍcio das palavras (e ·das d~corr~ncias ~isso 1 . como, ,POr l]ipót;se, ~+prei~tória."): · "omem/omc, umano, OJe, oteu/otelloter/oter•/oter'',onesto". 39.1 Quando pareser necessário, poder-se-á notar com h um tipo de asp1raçao forte (já surda, ja sonora) que ãparece em situaçoes várias, mas circunscritas, em diversos pontos do pais: 11 f6ht'e (forte), cóhta (corta) p5hto Çper­to)· a hilha (="as 'filhas"~ singular:"a fÍlha 11 }; ca.ho.lo; hap!s/hapais (rapaz). 4o. - O s, por fim, deverá ser considerado soó três as pectos. Primeiro, o que de seus usos, na ortografia ofi= cialJ se transfere pura o prosente sistema; scgundo,~o que lhe e retirado c o que lhe 6 ~cresccntado, em rclaçao à ortogr~fia oficial, neste sistema; terceiro, o que repr~ senta ele dentro do sistema. 40.1 Seus valores da. ortografia oriciuJ, continuam;. ..

a) como .... !!-, a saber: "!!J.no/!!ino, ~ono/§_ono, o que nao impede que o c- continue, em cer a também ser empregado com o mesmo valor: cento, ,2_idáde/ ,2_idád' e~; , , b) como -s- medial nao intervocálico: "pas­

mo, êste/êst'e, cansado,-va1sinh~vaussính~varsính~var•sí-nha/vãr' 'sínha sá.lã" · - - -

.§.anto, .§.ÚCQ" -tas situaçoes, "cérto/cér•to - - '

- ' j ' , -c como -ss- intervocalicoe (e em conexao, como decorrência, com o ãiiterior, ver "vaussínha"): "a.ê.§.~~Íno, pa~á/pa§Jiár/pass{J.r/, pá~aro/pãss(a)ro/pá~o, po~ero (posse~ro) --o que nao .impede gue o-~- e o~-Af~ çam, em certas palayras, a.s mesmas funçoes: "cas_a, cocera (coceira), a,2_Íma/a,2_ima, pa,Ç_oca, a_ç_Úde/aç'lá.d'e"i -

d) COmO -s, suer em palavras nao OXJ.tonasl quer em oxítonas: 11 cápas7 comcdcómes, cálos; gás, freguevfre­gueis, c'onvéyconvcis, c6§./cóis"'; retró:ê/retrois, espos/is-pÔs/espois/ispois (expÔs) - -40.2 Como se vê, apenas como -s- intervocálico com o valor de z e com o valor de z pura-e simplesmente é que seu uso fica proscrito, ~orno-disposto em 36.(b) su~ra. _ 40.2,1 Em contraposiçao, quando o seu valor foneti~o nao é constante, é flutuante, varia de acÔrdo com a posiçao do vocábulo na frase, o que ocorre,quando, na ortografia ofi cial, ele aparece no fim do vocabulo, nesse caso o uso do ~ é proscrito, ficando abandonado em favor do~. que passa, assim, a ser a letra de valor mais situacional do siste­ma ·-- como se explica a seguir. 40.3 O que o s representa dentro dêste sistema é equí voco quando so t·:-a~~. c.r. f:_n:J.l de sílaba. ou do final de vo= cábulo. ~ que, n~'. ·· :.: ::·c.:·;.:· c , :~á doi s rugimos principai§ de valores na lÍngu~ t~~a inteira para o -s nessa situaçao de final de sílaba ou de final de vocábulõ;' No primeiro regi me, tem dois valores principais, o ue ~ mesmo e o de if no segundo, em três principais, o de z,·o de x (com o va-lor desta letra neste sistema) e o de-j. -40.3,1 No primeiro regime (s e z)

a) vale como s - -1.) depois de pausa absoluta: "bélas flÔre!!•

~stas ••• "; 2) antes de ~· ,1, .2. ( =k), ! (isto. é, antes

de consoantes surdas)a cérta~ pártes, e~~ro/i!!Péro pás perfeita ~paz perfeita) é~ta~ túr.mas, i~túdo/e~túdo

ABL

Page 15: CAMPANHA NACIOHAL DE DEFESA DO FOLCIDRE … · sso a melllor prova .se tem n~· fato de r,ue, a~;esnr das simJ~lificagões havidas, as ... como "cadeirau i> Dr e:wmplo, haver~ tantas

/

rapá~ trísté . (rapqz triste) úma~ cârgas (umas cargas), de~cárg~di~cár­ga trás coizas (traz coisas} as flÔres, desfÓlh~disfÓlha pã~ florecente (paz florescente)

b) vale como 2 1) antes-de qualquer vogal: nêstes esâmes,

teus istúdos, bélas onrarias, bÔas uvas"; 2> antes de ~.~ d• I, n. - ~. !h· ~~-~ Cis-

to é, antes de consoantes sonoras1: flÔrcs bélas, esbélto/isbélto/esbéuto/isbéu-

40.3.2

to ~ - - - -ra~ás bélo (ra~az belo} ~ores múrxas (flÔrcs murchas), mêsmo rapás modésto (ra~az modesto) -

fÔrmas dÔces, desd~sse/disdísse/d'isd'Ísse rapás-dÔce (rapaz doce) - -fôrmãs lindas, deslavádo/dislavádo/d'islavá-do - - - -fôrmas núas, desnaládo/disnaládo r~pás-nêgro {rapaz ne~ro}-formas grandes, ~csgraç~disgraça rapás-grande (ra~z grande)­dás-Ihe fás-lhe (faz-lhe} flÔres vivas, desvêlo/disvêlo rnl?á~-víyo (rapaz vivo} - .. flores roxas rapás-rizÔnho (rapaz risonho}

No segundo regime (~, ~ c 1) a) vale como z antes de qualquer vo'º'al: nas ázas, .... , -, .,.. , y -os ezames, meus istudos, noss os omens, c:; stas urnasn;

- b} valo como x untos-das consoantõs surdas: (a exemplificação pode ser-precisamente a musma que apresenta da em 40.3.1, a, 2 SUJ?~r nois exatarnente o que se quer di= zer ó que, na mesma situaçao, naquele regime p ~gráfico v~ le como ~mesmo, enquanto neste, na mesma situaçao repita­mos, vale como x);

c)_ vai' e como 1 antes das consoantes sonoras ·(a exemplificaçao pode ser precisamente a mesma que apresenta­da em 40.3.1, b,2 supra, pQis exatame~te o que se quer di­zer é que, na mesma situaçao, naquele regime o ~ grÚfico v~ le como ~t enquanto neste, na mesma situaçao repitamos, va­le como .j,J.

ABL