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Camila Souza de Oliveira Guimarães
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO NERVOSA ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA NA
VASCULARIZAÇÃO PLACENTÁRIA DE RATAS COM RESTRIÇÃO INDUZIDA DO
FLUXO UTERINO
Tese apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Patologia, área de
concentração “Patologia Geral”, da
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, como requisito parcial para
obtenção do Título de Mestre.
Orientadora: Rosana Rosa Miranda Corrêa
Co-orientador: Vicente de Paula Antunes Teixeira
Uberaba-MG
2008
3
Aos meus pais, João Alfredo e ElisaJoão Alfredo e ElisaJoão Alfredo e ElisaJoão Alfredo e Elisa, pelo exemplo de vida e caráter, e pelo empenho em garantir a minha
educação. Por acreditarem na minha capacidade e dividirem comigo todos os meus sonhos, me
incentivando sempre.
Ao meu marido, GregórioGregórioGregórioGregório, , , , por ter me ajudado a vencer meus desafios com seu exemplo de determinação e
perseverança, e ter contribuído diretamente para a realização deste trabalho com suas idéias, sugestões e
grande ajuda. Por ser o meu amor, companheiro e incentivador, suportando inúmeros momentos de
ausência, com a compreensão e o apoio que tanto me fortaleceram.
Ao meu irmão RafaelRafaelRafaelRafael, pelo orgulho e a felicidade de tê-lo como irmão. Sua amizade e carinho são bens
mais que preciosos.
À minha avó BrígidaBrígidaBrígidaBrígida, por seus bons conselhos e orações, sempre torcendo por mim e vibrando com minhas
conquistas, e em memória aos meus avós Mira, Guego e AlfredinhoMira, Guego e AlfredinhoMira, Guego e AlfredinhoMira, Guego e Alfredinho, com uma imensa saudade e a certeza
de que também estão acompanhando minha vitória e dividem comigo a alegria desse momento.
5
A DeusDeusDeusDeus, por iluminar meu caminho e me dar forças para seguir sempre em frente, sendo a minha
certeza em todos os momentos.
À minha orientadora, RosanaRosanaRosanaRosana, pela paciência e disponibilidade para ensinar a todo momento,
com exemplos de conduta profissional e também pessoal, não só me mostrando os caminhos, mas me
ajudando a percorrê-los. Pela dedicação, compromisso e competência com que conduziu esse trabalho, me
guiando rumo à realização de um sonho.
Ao professor VicenteVicenteVicenteVicente, por dividir seu conhecimento e experiência, sempre com sábias palavras e
conselhos valiosos, que representam ensinamentos para toda a vida.
À professora EumeniaEumeniaEumeniaEumenia, por ter me dado a oportunidade que eu tanto buscava ao me abrir as
portas da Patologia, e ter confiado no meu trabalho, dando o apoio e incentivo para que eu superasse
meus próprios limites.
À professora MarleneMarleneMarleneMarlene, por sua importante colaboração, e pela generosidade em compartilhar seus
conhecimentos, não medindo esforços para ajudar.
Aos meus sogros - FFFFernando e Luziaernando e Luziaernando e Luziaernando e Luzia -, meus cunhados - Fernanda, Osvaldo, Antônio e EstelaFernanda, Osvaldo, Antônio e EstelaFernanda, Osvaldo, Antônio e EstelaFernanda, Osvaldo, Antônio e Estela -,
meus sobrinhos - Bárbara, Bárbara, Bárbara, Bárbara, LLLLaura e Lucasaura e Lucasaura e Lucasaura e Lucas - e a todos meus tiostiostiostios e primosprimosprimosprimos, pelo carinho, apoio e incentivo, e
pela alegria dos momentos que passamos juntos.
Aos meus amigosamigosamigosamigos, por compreenderem a minha “correria” e me mostrarem que o tempo e a
distância não são capazes de apagar uma amizade de verdade.
6
Aos companheiros de póscompanheiros de póscompanheiros de póscompanheiros de pós----graduaçãograduaçãograduaçãograduação, pela troca de experiências e bons momentos de convivência.
Em especial: Ana Carolina, Ana Paula, Camila Cavellani, Débora, Janaínna, Mara, Milena, Renata
Rossi e Renatinha.
Aos funcionários da Disciplina de Patologia Geral da UFTMfuncionários da Disciplina de Patologia Geral da UFTMfuncionários da Disciplina de Patologia Geral da UFTMfuncionários da Disciplina de Patologia Geral da UFTM: Aloísio, Edson, Elenemar,
Lourimar, Maria Helena, Maria Prado, Pedro, Sônia, e Vandair.
Aos professores Luiz Carlos e Valdoprofessores Luiz Carlos e Valdoprofessores Luiz Carlos e Valdoprofessores Luiz Carlos e Valdo, Octávio, Octávio, Octávio, Octávio, Ana Maria, Donizete, Fausto, Glauco e , Ana Maria, Donizete, Fausto, Glauco e , Ana Maria, Donizete, Fausto, Glauco e , Ana Maria, Donizete, Fausto, Glauco e
Margareth, Margareth, Margareth, Margareth, da Disciplina de Fisiologia da UFTMda Disciplina de Fisiologia da UFTMda Disciplina de Fisiologia da UFTMda Disciplina de Fisiologia da UFTM,,,, pela colaboração e disponibilidade de utilização do
biotério e animais experimentais.
À Disciplina Disciplina Disciplina Disciplina de Farmacologia da UFTMde Farmacologia da UFTMde Farmacologia da UFTMde Farmacologia da UFTM, pela esterilização do material cirúrgico.
Aos ProfessorProfessorProfessorProfessores Luiz César Peres e es Luiz César Peres e es Luiz César Peres e es Luiz César Peres e Paulo QuemeloPaulo QuemeloPaulo QuemeloPaulo Quemelo, e , e , e , e à Deiseà Deiseà Deiseà Deise,,,, do Departamento de Patologia da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, pela atenção com que sempre nos receberam.
Às secretárias da pós-graduação, Denise e NelmaDenise e NelmaDenise e NelmaDenise e Nelma, sempre simpáticas e prestativas.
Às “ratinhas”“ratinhas”“ratinhas”“ratinhas”, pelo sacrifício de suas vidas a favor da pesquisa científica.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho.
8
O presente trabalho foi realizado com os recursos financeiros da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (UFTM), da Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (FUNEPU), do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG).
9
Sumário
Lista de Abreviaturas e Símbolos ..............................................................................10
Lista de Tabelas .........................................................................................................12
Lista de Figuras..........................................................................................................15
Resumo ......................................................................................................................17
Abstract ......................................................................................................................19
Introdução ..................................................................................................................22
Hipótese .....................................................................................................................32
Objetivos
1. Objetivo Geral..........................................................................................32
2. Objetivos Específicos...............................................................................32
Material e Métodos
1. Animais Experimentais ............................................................................34
2. Estimativa da Idade Gestacional ..............................................................34
3. Acasalamento ...........................................................................................35
4. Indução da Restrição do Fluxo Útero-placentário....................................36
5. Estimulação Elétrica dos Animais ...........................................................36
6. Avaliação dos Fetos e Placentas ..............................................................37
7. Morfometria dos Vasos Placentários .......................................................39
8. Análise Estatística ....................................................................................39
Resultados..................................................................................................................42
Discussão ...................................................................................................................58
Conclusões .................................................................................................................69
Referências Bibliográficas .........................................................................................71
10
Lista de Abreviaturas e Símbolos
ANG: angiopoietinas
BSA: albumina bovina sérica
CE: grupo de ratas gestantes operadas submetidas ao clampeamento da artéria uterina e
submetidas à estimulação nervosa elétrica transcutânea
cm: centímetros
cm3: centímetros cúbicos
CS: grupo de ratas gestantes operadas submetidas ao clampeamento da artéria uterina e não
submetidas à estimulação nervosa elétrica transcutânea
D: diâmetro placentário
DAB: 3’3 diaminobenzidina
F: teste ANOVA
FE: grupo de ratas gestantes operadas, nas quais foi apenas passado o fio em tono da
artéria uterina direita e estimuladas
FGF: fator de crescimento fibroblástico
FS: grupo de ratas gestantes operadas nas quais foi apenas passado o fio em tono da artéria
uterina direita e não estimuladas
g: gramas
h: horas
H: teste Kruskal-Wallis
Hz: Hertz
H2O2: água oxigenada
i.p.: intra peritoneal
IP: índice ponderal
kg: quilograma
11
L1: primeira vértebra lombar
mA: miliampère
mg: miligrama
ml: mililitro
µL: microlitro
µm: micrômetro
µs: microssegundo
n: número de casos
NaCl: cloreto de potássio
NIH: National Institute of Health
PIGF: fator de crescimento placentário
PBS: solução salina tamponada com fosfato
RCIU: restrição de crescimento intra-uterino
TENS: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
t: teste t de student
T: teste de Mann-Whitney
T10: décima vértebra torácica
US: United States
V: volume placentário
VEGF: fator de crescimento endotelial vascular
SP: São Paulo
S2: segunda vértebra sacral
S4: quarta vértebra sacral
X ± DP: média ± desvio padrão
χ2: teste do qui-quadrado
12
Lista de Tabelas
Tabela 1. Peso das ratas (g) nos dias do acasalamento, da cirurgia e da eutanásia,
comparado entre os grupos ................................................................................................. 42
Tabela 2. Número de fetos e de reabsorções entre os grupos de ratas analisadosa............. 42
Tabela 3. Porcentagem de reabsorções em relação ao número total de fetos por grupo..... 43
Tabela 4. Comparação do peso fetal em relação às intervenções utilizadas (Two Way
Analysis of Variance on Ranks).......................................................................................... 44
Tabela 4A. Comparação do peso fetal em relação ao procedimento .................................. 44
Tabela 4B. Comparação do peso fetal em relação ao estímulo .......................................... 45
Tabela 4C. Comparação do peso fetal em relação interação entre o procedimento e o
estímulo............................................................................................................................... 45
Tabela 5. Comparação do comprimento fetal em relação às intervenções utilizadas (Two
Way Analysis of Variance on Ranks) ................................................................................. 46
Tabela 5A. Comparação do comprimento fetal em relação ao procedimento .................... 47
13
Tabela 5B. Comparação do comprimento fetal em relação ao estímulo ............................ 47
Tabela 5C. Comparação do comprimento fetal em relação interação entre o procedimento e
o estímulo............................................................................................................................ 47
Tabela 6. Comparação do peso placentário em relação às intervenções utilizadas (Two
Way Analysis of Variance on Ranks) ................................................................................. 49
Tabela 6A. Comparação do peso placentário em relação ao procedimento ....................... 50
Tabela 6B. Comparação do peso placentário em relação ao estímulo................................ 50
Tabela 6C. Comparação do peso placentário em relação interação entre o procedimento e o
estímulo............................................................................................................................... 50
Tabela 7. Comparação do volume placentário em relação às intervenções utilizadas (Two
Way Analysis of Variance on Ranks) ................................................................................. 52
Tabela 7A. Comparação do volume placentário em relação ao procedimento................... 52
Tabela 7B. Comparação do volume placentário em relação ao estímulo ........................... 53
Tabela 7C. Comparação do volume placentário em relação interação entre o procedimento
e o estímulo......................................................................................................................... 53
14
Tabela 8. Comparação do número de vasos placentários em relação às intervenções
utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks) ....................................................... 54
Tabela 8A. Comparação do número de vasos placentários em relação ao procedimento .. 54
Tabela 8B. Comparação do número de vasos placentários em relação ao estímulo........... 55
Tabela 8C. Comparação do número de vasos placentários em relação interação entre o
procedimento e o estímulo.................................................................................................. 55
15
Lista de Figuras
Figura 1. Suprimento sangüíneo dos órgãos reprodutores femininos em ratas................... 24
Figura 2. Suprimento sangüíneo dos órgãos reprodutores femininos, evidenciando o
suprimento ovariano ........................................................................................................... 24
Figura 3. Determinação do ciclo estral através da análise a fresco do fluído vaginal ........ 32
Figura 4. Cirurgia para clampeamento da artéria uterina.................................................... 34
Figura 5. Estimulação elétrica dos animais......................................................................... 36
Figura 6. Análise morfológica dos fetos e placentas. ......................................................... 39
Figura 7. Correlação entre o número de fetos e de reabsorções.......................................... 43
Figura 8. Correlação entre o peso fetal e o número de fetos por rata ................................. 45
Figura 9. Correlação entre o comprimento fetal e o número de fetos por rata ................... 48
Figura 10. Correlação entre o comprimento fetal nos casos estimulados e o número de fetos
por rata ................................................................................................................................ 48
16
Figura 11. Correlação entre o peso placentário e o número de fetos por rata..................... 50
Figura 12. Correlação entre o peso placentário e o peso fetal ............................................ 51
Figura 13. Correlação entre o volume placentário e o número de fetos por rata ................ 53
Figura 14. Comparação entre os grupos do desenvolvimento dos cornos uterinos, dos fetos
e das placentas..................................................................................................................... 54
Figura 15. Correlação entre número de vasos placentários e número de fetos por rata...... 55
Figura 16. Correlação entre o número de vasos placentários nos casos com fio e o número
de fetos por rata................................................................................................................... 56
Figura 17. Correlação entre o número de vasos placentários nos casos estimulados e o
número de fetos por rata ..................................................................................................... 56
17
Resumo
Introdução: Frente aos altos índices de morbimortalidade fetal relacionados a gestações
complicadas por insuficiência placentária e restrição do crescimento intra-uterino e
baseado em trabalhos que citam a Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS)
como forma de tratamento da insuficiência placentária, o objetivo desse estudo foi avaliar
o efeito da TENS sobre o desenvolvimento fetal e placentário em gestações com restrição
do fluxo sangüíneo útero-placentário induzido experimentalmente por meio do
clampeamento da artéria uterina. Material e métodos: Foram analisadas dezesseis ratas de
linhagem Wistar, submetidas à cirurgia de clampeamento da artéria uterina direita no
décimo quinto dia de gestação, das quais quatro foram incluídas no grupo de animais com
clampeamento da artéria uterina e submetidas à TENS (CE), quatro no grupo com
clampeamento e não submetidas à TENS (CS), quatro no grupo em que foi passado fio em
torno da artéria uterina e com estímulo (FE) e quatro no grupo com fio e sem estímulo. As
sessões de eletroestimulação foram realizadas desde o pós-operatório imediato, até o
décimo nono dia de gestação, com duração de trinta minutos por sessão, uma sessão ao dia.
No décimo nono dia de gestação as ratas foram eutanasiadas, e os fetos e placentas foram
pesados e medidos. Para análise dos vasos placentários, foi realizada a técnica de imuno-
histoquímica para fator VIII. Resultados: Os casos com clampeamento apresentaram
maior número de reabsorções fetais (p=0,017). O peso fetal foi menor nos casos com
clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,01). O comprimento fetal foi menor nos
casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,002). O peso placentário foi
menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p<0,001). O volume
placentário foi menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,016).
18
Os casos com estímulo apresentaram menor número de vasos placentários (p<0,001),
independente do procedimento (p=0,828). Houve correlação positiva entre o número de
fetos e reabsorções (p=0,00444), entre o peso placentário e o peso fetal (p<0,001) e, nos
casos estimulados, entre o número de vasos placentários e número de fetos (p=0,0131).
Houve correlação negativa entre o comprimento fetal e o número de fetos nos casos
estimulados (p=0,0150). Conclusões: O estímulo não aumentou o número de vasos
placentários e parece não ter uma contribuição benéfica para o desenvolvimento fetal e
placentário em ratas com restrição do fluxo uterino. Sugere-se que a TENS seja usada com
cautela durante a gestação, pois seus parâmetros de utilização podem ter efeitos
prejudiciais para o desenvolvimento intra-uterino.
Palavras-chave: fluxo sangüíneo; restrição; TENS; vascularização placentária
19
Abstract
Introduction: Based on the high levels of fetal morbidity and mortality related to
pregnancies complicated by placental insufficiency and intra uterine growth restriction,
and based on studies using Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) as a
treatment for placental insufficiency, the aim of this study was to evaluate the effect of
TENS on fetal and placental development in pregnancies with restricted uteroplacental
blood flow was experimentally induced by clamping the uterine artery. Material and
Methods: In the study were included sixteen Wistar rats, submitted to uterine artery
clamping surgery at day fifteen of pregnancy. Four were included in the group of animals
with uterine artery clamping and submitted to TENS (CE), four in the group with clamp
and without electrostimulation, four in the group in which a filament was passed around
the uterine artery and stimulated (FE) and four in the group in which a filament and not
stimulated. The surgery was performed on the 15th day of pregnancy, and the
electrostimulation sessions were performed since the immediate postoperative until day
nineteen of pregnancy, with duration of 30 minutes, one session per day. On day nineteen
of pregnancy, animals were subjected to euthanasia, and fetuses and placentas were
weighted and measured. To analyze the number of placental vessels,
immunohistochemistry was performed with Factor VIII. Results: Cases with clamp
presented a higher number of fetal reabsorptions (p=0.017). Fetal weight was smaller in
cases with clamp (p<0.001) and stimulated (p=0.01). Fetal length was smaller in cases with
clamp (p<0.001) and stimulated (p=0.002). Placental weight was smaller in cases with
clamp (p<0.001) and stimulated (p<0.001). Placental volume was smaller in cases with
clamp (p<0.001) and stimulared (p=0.016). Cases which were stimulated presented a
smaller number of placental vessels (p<0.001), independent from procedure (p=0.828).
20
There was a positive correlation between number of fetuses and reabsorptions
(p=0.00444), between placental and fetal weights (p<0.001) and between number of
placental vessels and number of fetuses in cases stimulated (p=0.0131). There was a
negative correlation between fetal length and number of fetuses in cases stimulated
(p=0.0150). Conclusions: Stimulus did not elevated the number of placental vessels and
seems not to have a beneficial contribution to fetal and placental development in rats with
uterine flow restriction. We suggest that TENS should be used cautiously during
pregnancy, because its parameters of utilization may have harmful effects to intra-uterine
development.
Key-words: blood flow; placental vascularization; restriction; TENS
22
A placenta é o órgão através do qual gases respiratórios, nutrientes e resíduos
são trocados entre os sistemas materno e fetal, e a troca transplacentária provê a
subsistência de todas demandas metabólicas para o desenvolvimento e crescimento fetal
(REYNOLDS & REDMER, 2001). A placentação, processo de formação da placenta,
inclui extensiva neovascularização, acompanhada por aumento nos fluxos sangüíneos
uterino e umbilical (ASSHETON, 1906; GREISS & ANDERSON, 1970; REYNOLDS
et al., 1984; REYNOLDS, 1986; REYNOLDS & REDMER, 1992; REYNOLDS &
REDMER, 1995; MAGNESS, 1998).
A formação de vasos sangüíneos se desenvolve através de dois processos
diferentes, chamados vasculogênese e angiogênese (DEMIR et al., 2007). Durante a
vasculogênese, células progenitoras endoteliais - os angioblastos - formam uma rede
vascular primitiva (RISAU & FLAME, 1995), enquanto a angiogênese representa o
desenvolvimento de novos vasos a partir de vasos pré-existentes (FOLKMAN &
SHING, 1992).
A angiogênese é um processo crucial para o crescimento tecidual e
desenvolvimento normal (FOLKMAN & KLAGSBRUN, 1987; KLAGSBRUN &
D’AMORE, 1991; REYNOLDS et al., 1992). Não somente o aumento sustentado do fluxo
sangüíneo no útero gravídico e umbilical dependem do desenvolvimento dos leitos
vasculares placentários, mas o crescimento placentário em si depende da angiogênese
placentária, desde que o crescimento tecidual de qualquer magnitude não pode ocorrer na
ausência do crescimento vascular (BASSINGTHWAIGHTE & GORESKY,1984). Apesar
de inúmeros fatores terem sido implicados na angiogênese, observações recentes têm
levado à identificação dos principais fatores que regulam o processo, incluindo aqueles que
ocorrem durante a vascularização placentária. Esses fatores angiogênicos incluem o fator
23
de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator de crescimento fibroblástico (FGF) e a
família de angiopoietinas (ANG), assim como seus respectivos receptores (KLAGSBRUN
& D’AMORE, 1991; BREIER et al., 1997; FERRARA & DAVIS-SMYTH, 1997;
HANAHAN, 1997; NEUFELD et al., 1999).
As taxas do fluxo sangüíneo placentário, por sua vez, são dependentes da
vascularização placentária, necessária para o desenvolvimento de descendentes viáveis e
saudáveis (REYNOLDS & REDMER, 2001). Os fluxos sangüíneos uterino e umbilical,
que representam a circulação para as porções materna e fetal da placenta, respectivamente,
aumentam exponencialmente durante toda a gestação, essencialmente acompanhados pelo
crescimento fetal (MESCHIA, 1983; REYNOLDS & REDMER, 1995; MAGNESS,
1998). Devido ao fato da função primária da placenta ser prover a subsistência de trocas
fisiológicas, a importância da circulação placentária também tem sido reconhecida há
tempos e é exemplificada pela estreita relação entre peso fetal, tamanho da placenta, e o
fluxo sangüíneo uterino e umbilical durante a gestação normal em muitas espécies de
mamíferos (ASSHETON, 1906; BARCROFT, 1946; RAMSEY, 1982; FABER &
THORNBURG, 1983; REYNOLDS & REDMER, 1995; MAGNESS, 1998). Estudos têm
indicado que a angiogênese é realmente o principal componente do aumento no fluxo
sangüíneo placentário durante toda a gestação (REYNOLDS et al., 2005).
A taxa de troca transplacentária depende primeiramente da taxa dos fluxos
sangüíneos uterino (materno-placentário) e umbilical (feto-placentário). De fato, o
aumento da resistência vascular uterina e a redução do fluxo sangüíneo uterino podem
ser utilizados como prognóstico de gestação de alto risco, e estão associados com a
restrição do crescimento intra-uterino (RCIU) (REYNOLDS & REDMER, 2001). O
fluxo sangüíneo adequado para a placenta é crucial para o desenvolvimento fetal
normal, e não é surpreendente que condições que afetam o crescimento fetal como o
24
genótipo materno e fetal, o número aumentado de fetos, o excesso ou privação de
nutrientes maternos, o estresse térmico ambiental e condições de alta altitude
tipicamente têm efeitos semelhantes no tamanho da placenta, e também estão associadas
com taxas reduzidas de oxigênio fetal e absorção de nutrientes, assim como a
angiogênese placentária e o fluxo sangüíneo reduzidos (WALTON & HAMMOND,
1938).
A RCIU em humanos é caracterizada por fluxos sangüíneos uterino (materno-
placentário) e umbilical (feto-placentário) prejudicados, levando a reduzida absorção de
nutrientes, assim como hipóxia fetal, hipoglicemia e alterações no crescimento dos órgãos
(PARDI et al., 1993). Além disso, a resistência vascular uterina aumentada e o fluxo
sangüíneo uterino reduzido durante o começo da gestação podem ser utilizados como
prognóstico de gestações de alto risco e estão associados com a RCIU (TRUDINGER et
al.,1985), demonstrando que o desenvolvimento vascular placentário desempenha um
papel central em garantir uma troca transplacentária adequada, e finalmente, o peso fetal ao
nascer (MESCHIA, 1983).
O crescimento fetal caracteriza-se por uma seqüência de crescimento de tecidos e
órgãos, diferenciação e maturação que são determinados pela oferta materna e
transferência placentária de substratos e pelo potencial de crescimento determinado pelo
genoma (CALDERON et al., 1999). No início da vida fetal o maior determinante do
crescimento é o genoma fetal, mas no final da gestação tornam-se importantes o ambiente
intra-uterino, a nutrição e a influência hormonal (CUNNINGHAM et al., 2001). A nutrição
intra-uterina adequada é condição ímpar para o crescimento e desenvolvimento normais do
feto, constituindo fator primordial para a determinação do peso ao nascer (GRUENWALD,
1966; LANG et al., 2000).
25
Os recém-nascidos com RCIU podem ser classificados em três categorias:
simétrico, assimétrico e intermediário. A RCIU simétrica, também denominada
hipoplásica, intrínseca ou proporcional, é decorrente da ação de fatores etiológicos que
atuam no início da gravidez, isto é, na fase de "hiperplasia celular", reduzindo o número de
células de todos os órgãos. Esses recém-nascidos têm pior prognóstico em relação aos
assimétricos, são mais suscetíveis às ações mórbidas no decorrer da gestação e durante o
parto (DAIKOKU et al., 1979; BITAR, 1998). O tipo assimétrico ou desproporcional tem
como agentes etiológicos fatores que atingem a gravidez no início do terceiro trimestre,
com déficit no crescimento celular (hipotrofia celular), fato que origina a desproporção
observada entre o tamanho da cabeça (que permanece com o volume das células normais) e
do corpo (que sofre redução no volume celular), representado principalmente pela redução
da circunferência abdominal, visto que o fígado é um dos órgãos mais afetados,
caracterizando os recém-nascidos magros, com estatura normal e pólo cefálico
proporcionalmente grande (HADLOCK, 1996; CUNNINGHAM et al., 2001). A RCIU
intermediária ou mista sofre ação dos agentes causadores nas duas fases de crescimento
celular, a de hiperplasia e a de hipertrofia (BITAR, 1998). Devido à dificuldade de
conceituação, com base em diferentes critérios de definição e dos diagnósticos
empregados, a incidência é variável, calculando-se entre 2% a 10% (TENOVUO et al.,
1988). A morbimortalidade elevada nos recém-nascidos com RCIU é associada a
alterações metabólicas, asfixia, síndrome do desconforto respiratório, hemorragia
intracraniana, aspiração meconial, hipotermia e outros (LIN & EVANS, 1984). Estudos
epidemiológicos mostram que o crescimento fetal restrito está associado a repercussões
tardias como alterações no desenvolvimento físico, neuro-psicomotor e intelectual, risco de
hipertensão arterial, triglicérides séricos elevados, alterações endócrinas e subfertilidade
(CICOGNANI et al., 2002). O fluxo sangüíneo placentário prejudicado associado à
26
redução da distribuição de oxigênio e nutrientes ao feto através da placenta é uma das
causas mais comuns de gravidez complicada por restrição do crescimento (WLODEK et
al., 2005).
A insuficiência placentária experimental mostra-se como importante meio de
simulação da RCIU em humanos. Os modelos em animais possibilitam o estudo da
placenta e da circulação placentária há tempos, e muito do conhecimento sobre o
desenvolvimento vascular placentário continua a ser originado de estudos comparativos
entre animais e humanos (KAUFMANN et al.,2004).
O suprimento sangüíneo para os órgãos reprodutivos da fêmea é obtido de diversas
fontes. A artéria ovariana, um ramo direto da aorta, nutre o ovário e ramifica-se para a tuba
uterina e para parte cranial do corno do útero. A artéria ovariana assume um trajeto
extraordinariamente contorcido e, dependendo da espécie, está mais ou menos relacionada
com a veia ovariana. O ramo uterino une-se por anastomose com a artéria uterina dentro do
ligamento largo. A artéria uterina emerge como um ramo indireto da artéria ilíaca interna e
segue adiante dentro do ligamento largo. Emite uma série de ramos anastomosantes para o
corno e o corpo do útero; as anastomoses mais craniais são com a artéria ovariana e as
mais caudais, com a artéria vaginal. Assim, uma arcada arterial estabelece-se, percorrendo
a extensão do útero e suprindo ambas as extremidades, cranial e caudal (DYCE, 2004).
Em estudos experimentais foram utilizadas ratas grávidas submetidas a
clampeamento dos vasos uterinos no 17º dia de gestação como modelo de restrição do
crescimento fetal. Foram realizadas uma ou mais ligaduras em torno dos vasos uterinos
próximo à porção inferior de um dos cornos; o corno não ligado serviu como controle. Os
animais foram eutanasiados de quatro a cinco dias depois, encontrando-se vários fetos com
restrição do crescimento no corno ligado, e alguns fetos que não sobreviveram
(WIGGLESWORTH, 1974). Além da redução global no tamanho corporal, a variação nos
27
pesos dos órgãos é semelhante àquela encontrada em humanos. O peso cerebral é mantido
à custa do desvio sangüíneo de órgãos internos como fígado, pulmões e rins (BLANC,
1967; GRUENWALD, 1963). O modelo de RCIU em ratos demonstra a importância do
suprimento sangüíneo uterino como um fator de controle no crescimento fetal
(WIGGLESWORTH, 1974). Ainda, fornece meios de se produzir o retrato da RCIU num
experimento internamente controlado, em que os fetos de peso normal do corno não-ligado
representam um bom controle para os fatores relacionados ao crescimento fetal, e ainda
estão expostos aos mesmos fatores do corno clampeado, como a saúde materna, o
fornecimento de nutrientes, e os efeitos da restrição do crescimento (HOHENAUER &
OH, 1969).
A utilização de correntes elétricas terapêuticas constitui um dos vários recursos
utilizados na fisioterapia. Uma vez moduladas em parâmetros apropriados, estas correntes
podem atuar em diferentes condições, como promover analgesia, contrações musculares,
melhoria do fluxo circulatório muscular, incentivar a recomposição e a cicatrização de
diversos tecidos corporais (STARKEY, 2001). Uma das principais correntes elétricas
terapêuticas utilizadas em processos álgicos agudos e crônicos, chamada TENS
(Transcutaneous Eletrical Nerve Stimulation), cuja tradução do inglês refere-se a uma
Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea, é usada com a finalidade de influenciar e
modular o processo de neurocondução da dor e atuar sobre a liberação de opióides
endógenos (RUSHTON, 2002).
O aparelho de eletroestimulação nervosa transcutânea é um gerador de pulsos
balanceados que envia impulsos elétricos através da pele. É um aparelho de corrente com
freqüência que pode variar de 1Hz a 250Hz, do tipo bidirecional e assimétrico, não
provocando ionização. Possui dois canais independentes, com quatro eletrodos que foram
desenvolvidos para evitar a formação de pontos quentes e conseqüentemente, lesões
28
cutâneas do tipo queimadura (FERREIRA & PAYNO, 2002). A corrente elétrica gerada
pelo aparelho é transmitida através dos fios elétricos até o eletrodo aplicado sobre a pele do
paciente. Estes farão contato com a pele através de um elemento de condução intersticial
(gel), sendo fixados por uma película adesiva. Existem diversos protocolos para a
utilização da TENS, que variam de acordo com a largura e a freqüência de pulso utilizada.
Os mais utilizados são a TENS de alta freqüência, baixa freqüência (ou acupuntura), a
breve intensa e a chamada burst (GUIRRO & GUIRRO, 2004).
A TENS é um recurso não farmacológico para alívio da dor aguda e crônica,
baseado na Teoria das Comportas (MELZACK & WALL, 1965). Consiste na aplicação de
eletrodos percutâneos que emitem uma corrente elétrica com forma de onda tipicamente
bifásica, simétrica ou assimétrica, com o objetivo de excitar as fibras nervosas, com
mínimos efeitos adversos para os pacientes (LAMPE, 1993; GUIRRO & GUIRRO, 2004).
Na prática clínica, a TENS é predominantemente utilizada para alívio sintomático da dor,
embora haja um uso crescente da TENS como antiemético e para restauração do fluxo
sangüíneo para tecidos isquêmicos e feridas. Os efeitos da TENS na circulação, entretanto,
ainda não foram bem compreendidos. Há poucas pesquisas publicadas e os trabalhos
experimentais realizados apresentam resultados contraditórios (JOHNSON, 2003). A
estimulação elétrica pode ser usada para melhorar a perfusão vascular periférica através de
um ou dois mecanismos possíveis: de maneira reflexa, pela ativação dos nervos
autônomos, ou pela contração muscular, que age como uma bomba ou como um estímulo
para as fibras aferentes através de um reflexo somatossimpático simulado (CLEMENT &
SHEPHERD, 1976). A vasodilatação cutânea ocorre na área de aplicação de alguma
estimulação elétrica de intensidade suficiente. Considera-se que isso ocorra devido à
estimulação de nervos sensoriais causando vasodilatação arteriolar, ativando primeiro o
29
reflexo axônico e subseqüentemente a liberação de substâncias semelhantes à histamina
(WADSWORTH & CHANMUGAN, 1980). Os efeitos da TENS na vasodilatação
periférica foi investigado através da aplicação da estimulação elétrica a várias porções do
sistema nervoso e avaliação do aumento do fluxo sangüíneo nas extremidades. Doze dos
treze pacientes submetidos à estimulação elétrica na coluna vertebral ou raízes dorsais
tiveram dilatação arterial em uma ou mais extremidades (DOOLEY & KASPRAK, 1976).
O desenvolvimento de um modelo experimental foi proposto para verificar o efeito da
TENS na viabilidade do retalho cutâneo randômico isquêmico em ratos, demonstrando que
o modelo experimental é factível (LIEBANO et al. 2003).
A TENS é usada extensivamente em locais de atendimento à saúde (POPE et al.,
1995; REEVE et al., 1996; JOHNSON, 1997; ROBERTSON & SPURRITT, 1998). As
contra-indicações para TENS são poucas e hipotéticas, com poucos casos relatados na
literatura de eventos adversos associados (JOHNSON, 2003).
Em mulheres no primeiro trimestre da gravidez os efeitos da TENS no
desenvolvimento fetal são ainda desconhecidos. Para reduzir o risco de induzir o parto, a
TENS não deve ser administrada sobre o útero durante a gestação, embora seja
rotineiramente administrada na coluna vertebral para aliviar a dor durante o parto
(JOHNSON, 2003). Dentre os vários recursos existentes para controle da dor do trabalho
de parto, a TENS desponta como opção interessante, constituindo em um método
comprovadamente seguro, de baixo custo e isento de efeitos colaterais para o binômio
materno fetal (KAPLAN et al., 1997). A técnica consiste basicamente em administrar
impulsos ou estímulos elétricos de baixa voltagem através de eletrodos colocados sobre a
pele. Embora possa ser aplicada a qualquer momento durante o trabalho de parto, a maior
efetividade é observada nas fases iniciais (GENTZ, 2001). Pesquisas demonstram a
30
utilização de um aparelho portátil com dois pares de eletrodos auto-adesivos posicionados
na região paravertebral, na altura de T10-L1 (que corresponde à inervação do útero e
cérvix), e S2-S4 (inervação do canal do parto e assoalho pélvico). Nestes casos é observada
uma boa aceitação da paciente e tolerância ao uso desse recurso. O aparelho é religado nos
momentos de pausa para avaliação dos batimentos cardíacos fetais, e mantido no segundo
estágio do trabalho de parto, não sendo requisitado recurso farmacológico de alívio de dor
(FERREIRA et al., 2004).
A TENS lombo-sacral em humanos foi utilizada para aumentar a perfusão
placentária em pacientes com diminuição do fluxo útero-placentário. Os resultados
demonstraram um nítido aumento da perfusão placentária avaliada através do método de
radioisótopos. (KUBISTA & PHILIPP, 1979, KUBISTA et al., 1980, KUBISTA, 1981).
Estes achados sugerem que a TENS pode ser usada com propósito terapêutico nos
casos de disfunção placentária, mas são poucos os trabalhos publicados em relação ao uso
da TENS como fator que auxilia no aumento da perfusão placentária, ou ainda, em relação
aos efeitos não analgésicos da TENS. Portanto, este trabalho foi realizado utilizando um
modelo experimental com a finalidade de esclarecer as repercussões do uso da TENS em
gestações com baixa perfusão sanguínea placentária, enfatizando as alterações
morfológicas fetais e placentárias encontradas.
32
Hipótese
A TENS aumenta o número de vasos placentários, melhorando a perfusão
placentária e diminuindo os efeitos nocivos da hipóxia induzida experimentalmente em
ratas através do clampeamento da artéria uterina.
Objetivo Geral
Comparar os efeitos da TENS entre ratas com e sem clampeamento da artéria
uterina durante a gestação.
Objetivos Específicos
1. Comparar o peso e o tamanho dos fetos e placentas em ratas com baixo fluxo
sangüíneo uterino induzido experimentalmente, submetidas ou não à TENS.
2. Comparar número de vasos placentários em ratas com baixo fluxo sangüíneo
uterino induzido experimentalmente, submetidas ou não à TENS.
34
1. Animais Experimentais
Foram utilizadas dezesseis ratas fêmeas (Rattus norvegicus albinus), linhagem
Wistar, provenientes do biotério da Disciplina de Fisiologia da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro. Os animais foram mantidos em gaiolas, com ciclo luz-escuro de 12
h/12 h, acesas às 7:00 h, água e alimentação padrão à vontade. Todos os procedimentos
experimentais empregados neste projeto estiveram de acordo com o Guide for the Care
and Use of Laboratory Animals publicado pelo The US National Institute of Health (NIH,
1996). Os grupos foram formados de acordo com o esquema abaixo:
1º Grupo: (n=4). Ratas gestantes operadas, submetidas ao clampeamento da artéria
uterina direita e submetidas à estimulação nervosa elétrica transcutânea (CE).
2º Grupo: (n=4). Ratas gestantes operadas, submetidas ao clampeamento da artéria
uterina direita e não submetidas à estimulação nervosa elétrica transcutânea (CS).
3º Grupo: (n=4). Ratas gestantes operadas, nas quais foi apenas passado o fio em
torno da artéria uterina direita e estimuladas (FE).
4º Grupo: (n=4). Ratas gestantes operadas, nas quais foi apenas passado o fio em
torno da artéria uterina direita e não estimuladas (FS).
A primeira letra da sigla se refere ao procedimento cirúrgico utilizado
(Clampeamento ou Fio), e a segunda se refere à estimulação (grupos Com ou Sem
estimulação).
2. Estimativa da Idade Gestacional
A avaliação da idade gestacional foi feita através da estimativa do ciclo estral de
cada rata, segundo critérios estabelecidos na literatura (MARCONDES et al., 2002). O
método consiste na coleta de fluido vaginal, que foi realizada entre 9:00 e 10:00 horas da
manhã, com uso de uma pipeta plástica preenchida por 10 µL de solução salina (NaCl a 0,9
35
%), inserida na vagina da rata, de maneira não muito profunda. O fluido vaginal coletado
foi então depositado em lâmina de vidro, sem lamínula, e observado ao microscópio de luz,
com objetivas de 10 a 40 vezes. Foram reconhecidos três tipos celulares: células epiteliais
(redondas e nucleadas), células cornificadas (irregulares e anucleadas) e leucócitos. A
proporção entre esses três tipos celulares foi utilizada na determinação do ciclo estral,
sendo dividida em quatro fases: Proestro, com predomínio de células epiteliais; Estro, com
predomínio de células cornificadas; Metaestro, onde há igual proporção entre leucócitos,
células cornificadas e epiteliais; e Diestro, onde há predomínio de leucócitos.
A média de duração do ciclo é de 4 a 5 dias, geralmente seguindo as fases de
proestro, estro, metaestro e diestro.
3. Acasalamento
A ovulação ocorre do começo de Proestro até o final da fase Estro (YOUNG et al.,
1941; SCHWARTZ, 1964, MARCONDES et al., 2002). Determinada a fase Proestro, a
fêmea foi mantida na mesma gaiola com um rato macho, durante 24 horas, para o
acasalamento. Após 24 horas foi feita uma nova análise do fluido vaginal, para pesquisa de
espermatozóides, que quando encontrados indicavam que houve acasalamento. Foram
feitas análises do fluido vaginal em todos os dias subseqüentes para verificar a manutenção
da fase Diestro (Diestro gestacional), o que confirmava a gestação, acompanhadas pela
aferição diária da circunferência abdominal e ganho de peso de cada rata. O dia em que
foram observados espermatozóides no fluido vaginal foi considerado o primeiro dia de
gestação.
36
4. Indução da Restrição do Fluxo Útero-placentário
No 15º dia de gestação, as ratas grávidas foram submetidas à cirurgia de
clampeamento da artéria uterina direita, para indução da insuficiência útero-placentária e
restrição do crescimento intra-uterino, baseada no modelo experimental de Wigglesworth
(WIGGLESWORTH, 1974). Como anestésico foi utilizado tiopental sódico (40 mg/kg,
i.p.). Foi feita uma incisão mediana abdominal xifo-púbica, o número de sítios de
implantação em cada corno uterino foi avaliado, e então foi feito o clampeamento da
artéria uterina direita, através de um nó simples com fio nylon monofilamentar 5-0,
assegurando que o único suprimento sangüíneo restante era o da artéria ovariana (Figura
4A). O corno uterino não-ligado foi utilizado como controle. A síntese da parede
abdominal foi feita em dois planos de sutura, sendo que no plano peritônio-músculo
aponeurótico, foram realizados pontos separados, eqüidistantes dois milímetros entre si,
utilizando fio nylon monofilamentar 4-0. A pele foi suturada com o mesmo fio, em pontos
separados, eqüidistantes cinco milímetros entre si. Todos os procedimentos cirúrgicos
foram realizados sob condições de assepsia.
Após a cirurgia as ratas foram colocadas em gaiolas individuais com aquecimento
de fonte luminosa. Para analgesia pós-operatória foi utilizado paracetamol na dose de 200
mg/kg, diluído na água do bebedouro, que permaneceu até a eutanásia. (PAULO et al.,
2007).
5. Estimulação Elétrica dos Animais
A TENS foi realizada do pós-operatório imediato até o parto. Foi utilizado um
aparelho de eletroestimulação digital com um cabo ligado a dois eletrodos de silicone,
acoplados à região lombar, previamente tricotomizada, utilizando gel como meio de
condução. No pós-operatório imediato, em que o animal ainda estava anestesiado, os
37
eletrodos foram fixados com fita adesiva. Nas sessões posteriores, em que o animal não
estava anestesiado, foi utilizado esparadrapo para melhor fixação dos mesmos. A intensidade
utilizada variou entre 4 e 6 mA, freqüência de 80 Hz e duração de pulso de 200 µs, seguindo
critérios estabelecidos na literatura (LIEBANO et al., 2003). As sessões de eletroestimulação
foram realizadas uma vez ao dia e cada sessão teve duração de 30 minutos.
6. Avaliação dos Fetos e das Placentas
No 19º dia de gestação, as ratas foram anestesiadas com tiopental sódico (40 mg/kg,
i.p.), e submetidas à eutanásia com cloreto de potássio. Foi realizada a cirurgia para
retirada dos fetos e placentas, que posteriormente foram pesados e medidos. Para obtenção
do diâmetro e espessura placentários, em decorrência da forma discóide do bolo
placentário, foram determinados dois diâmetros, perpendiculares entre si (D1 e D2). Estes
foram obtidos com régua milimétrica com a placenta colocada em superfície plana, com a
face materna em contato com essa superfície. O diâmetro placentário (D) correspondeu à
média aritmética dos diâmetros D1 e D2. A espessura placentária foi obtida no ponto de
intersecção dos dois diâmetros e denominada altura H. O volume placentário foi
determinado admitindo-se que a placenta seria uma fatia de um cilindro, com a seguinte
fórmula: V = π/4 x D x H, onde V = volume, D = diâmetro e H = altura (DEL NERO et al.,
2002).
As placentas foram perfundidas com solução de soro fisiológico para retirada do
excesso de sangue, e o fragmento próximo à inserção do cordão umbilical foi coletado,
fixado em formaldeído a 10% e enviado para rotina histológica. A morfologia placentária
foi observada pela coloração de Hematoxilina e Eosina, e posteriormente foi realizada a
técnica de imunohistoquímica para fator VIII, Polyclonal Rabbit Anti-Human Von
Willebrant Factor, para análise dos vasos placentários. Os cortes de 4 a 5 µm foram fixados
38
nas lâminas com Poli-L Lisina
, posteriormente desparafinizados em xilol, hidratados em
álcoois em concentrações decrescentes até água destilada. No processo de recuperação
antigênica foi utilizado o tampão citrato. Os fragmentos submetidos ao tampão citrato
permaneceram vinte minutos em estufa a 97° e depois foram resfriados em temperatura
ambiente pelo mesmo tempo. Foram realizados banhos com tampão PBS 0,05M + Triton
X-100 0,05%. A inibição da peroxidase endógena foi feita com H2O2 3%, em tampão PBS
+ Triton X-100 0,05%, à temperatura ambiente, e no escuro, por 1 hora e 15 minutos. A
inibição de radicais aldeído foi feita com glicina 0,1-0,2M em tampão PBS, à temperatura
ambiente, por 60 minutos. Para cada 1ml da solução de glicina foram utilizados 5ml de
PBS + Triton X-100 0,05%. Posteriormente foi feita a incubação com solução de BSA 2%
+ (PBS + Triton X-100 0,05%) por 1 hora, à temperatura ambiente. Em seguida foi feita a
incubação com o anticorpo primário em solução de BSA 1% + (PBS + Triton X-100
0,05%) à temperatura ambiente, com tempo de incubação over-night e diluição1:50. A
incubação com o anticorpo secundário LSAB + System-HRP Dako foi feita à temperatura
ambiente, com tempo de incubação de duas horas. O material foi então incubado com o
complexo Streptavidina-Biotina (LSAB + System-HRP Dako), por trinta minutos, à
temperatura ambiente e posteriormente foi feita a incubação com substrato da peroxidase
(DAB), à temperatura ambiente (50 ml de tampão – 15 mg de DAB + 100ml de tampão
+30 µl de H2O2 por 6 minutos, seguida pela lavagem do material com água destilada para
inativar a diaminobenzidina e em seguida em tampão PBS + Triton X-100 0,05%, por 3X,
5 min cada. O material foi então deixado em recipiente com hematoxilina por 5 segundos,
desidratado, diafanizado e montado em meio sintético.
39
7. Morfometria dos vasos placentários
Após a técnica de imunohistoquímica o material foi analisado em um microscópio
de luz comum, acoplado a uma câmera para captura de imagens, e ligado a um computador
com um sistema analisador de imagens (KS300 – Kontron Zeiss) para quantificação da
porcentagem dos vasos placentários imunomarcados. Foram avaliados 30 campos,
estabelecidos através do Método da Média Acumulada (WILLIAMS, 1977), utilizando o
aumento de 400x. Foram quantificadas todas as áreas imunomarcadas em cada campo.
8. Análise Estatística
Para a análise estatística foi elaborada uma planilha eletrônica no Microsoft
Excell. As informações foram analisadas utilizando-se o programa eletrônico
SigmaStat versão 2.0. Para avaliar os efeitos dos procedimentos e do estímulo, e sua
interação num mesmo indivíduo, foi feito o teste Two Way ANOVA (F), utilizando
valores rankeados para as distribuições não normais, seguido pelo teste de Tukey, quando
necessário. Para análise dos diferentes procedimentos entre os grupos, nos casos de
distribuição normal e variâncias semelhantes, foi utilizado o teste One Way ANOVA (F)
para comparação entre três ou mais grupos, seguido do teste de Tukey quando necessário.
Neste tipo de distribuição, os resultados foram expressos em média ± desvio padrão (X ±
DP). Quando a distribuição não foi normal, ou quando ela foi normal mas com variâncias
não semelhantes, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis (H) na comparação entre três ou
mais grupos, seguido pelo teste de Dunn quando necessário. Neste tipo de distribuição os
resultados foram expressos em mediana e valores mínimo e máximo (Med - Min - Max).
Para análise do estímulo entre os grupos, nos casos de distribuição normal e variâncias
semelhantes, foi utilizado o teste t de student (t) para comparação entre dois grupos. Neste
tipo de distribuição, os resultados foram expressos em média ± desvio padrão (X ± DP).
40
Quando a distribuição não foi normal, ou quando ela foi normal mas com variâncias não
semelhantes, utilizou-se o teste de Mann-Whitney (T) para comparação entre dois grupos.
Neste tipo de distribuição os resultados foram expressos em mediana e valores mínimo e
máximo (Med - Min - Max). As variáveis qualitativas foram comparadas pelo teste do qui-
quadrado (χ2). Foram consideradas estatisticamente significativas as diferenças em que a
probabilidade (p) foi menor que 5% (p<0,05).
O presente estudo foi encaminhado para a Comissão de Ética no Uso de Animais da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, protocolo número 35.
42
Não houve diferença significativa na comparação da média do peso das ratas entre
os grupos analisados (Tabela 1). Os casos com clampeamento apresentaram maior número
de reabsorções fetais (p=0,017) (Tabela 2). A porcentagem de reabsorções em relação ao
número total de fetos por grupo foi maior nos casos com clampeamento e com estímulo,
sendo de 35,71%, e nos casos com clampeamento e sem estímulo, sendo de 36,11%
(p=0,023) (Tabela 3). Houve uma correlação positiva e significativa entre o número de
fetos e de reabsorções (rS:0,492; p=0,00444) (Figura 7).
Tabela 1. Peso das ratas (g) nos dias do acasalamento, da cirurgia e da eutanásia comparado entre os grupos
Grupos Peso das ratas (g) Acasalamento Cirurgia Eutanásia
n (%) Med Min Max n (%) Med Min Max n (%) Med Min Max
CE 3 (21,4) 280 250 340 4 (25,0) 325 300 395 3 (21,4) 335 295 400
CS 4 (28,6) 270 245 330 4 (25,0) 325 290 380 4 (28,6) 330 265 385
FE 3 (21,4) 240 235 300 4 (25,0) 330 280 370 3 (21,4) 290 275 350
FS 4 (28,6) 285 230 315 4 (25,0) 340 270 355 4 (28,6) 340 280 355
Total 14 (100) H=3,615; p=0,306 16 (100) H=2,675; p=0,445 14 (100) H=6,849; p=0,077
CE (com clampeamento e com estímulo), CS (com clampeamento e sem estímulo), FE (Com fio e com estímulo) e FS (Com fio e sem estímulo). Méd: Mediana. Min: Mínimo. Max: Máximo
Tabela 2. Número de fetos e de reabsorções entre os grupos de ratas analisados
Grupos
n (%) Número de fetos
Número de reabsorções
Média ± DP Mediana Mínimo Máximo
CE 4 (25) 6,88 ± 2,59 1,0 0,0 4,0
CS 4 (25) 7,00 ± 2,98 0,5 0,0 5,0
FE 4 (25) 5,25 ± 2,87 0,0 0,0 0,0
FS 4 (25) 6,13 ± 1,89 0,0 0,0 4,0
Total 16 (100)
F=0,763; p=0,525
H=10,235; p=0,017
CE (com clampeamento e com estímulo), CS (com clampeamento e sem estímulo), FE (Com fio e com estímulo) e FS (Com fio e sem estímulo)
43
Tabela 3. Porcentagem de reabsorções em relação ao número total de fetos por grupo
Grupos
Número de fetos
Número de reabsorções
% Reabsorções
CE 28 10 35,71*
CS 36 13 36,11*
FE 22 0 0
FS 30 4 13,33
Total 116 27 23,28
*χ2= 9,488; p=0,023. CE (com clampeamento e com estímulo), CS (com clampeamento
e sem estímulo), FE (Com fio e com estímulo) e FS (Com fio e sem estímulo).
Figura 7. Correlação entre o número de fetos e de reabsorções
Teste de Correlação de Spearman (rS:0,492; p=0,00444)
Número de reabsorções
Número de fetos
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1 2 3 4 5 6
44
Peso Fetal
Houve diferença significativa do peso fetal em relação à aplicação do procedimento
(p<0,001) e do estímulo (p=0,001), avaliados de forma isolada (Tabela 4). Com relação à
influência do procedimento, os fetos do corno clampeado apresentaram peso
significativamente menor quando comparados aos fetos do corno contralateral ao
clampeamento. Distribuição semelhante foi observada em relação ao corno com fio e seu
contralateral (p<0,001) (Tabela 4A). Os casos estimulados apresentaram menor peso fetal
(p=0,01) (Tabela 4B). Embora não tenha ocorrido interação significativa do procedimento
com o estímulo, o peso fetal foi menor nos casos com clampeamento e com estímulo
(p=0,068) (Tabelas 4 e 4C). Houve correlação negativa e não significativa entre o peso
fetal e o número de fetos por rata (rS:-0,131; p=0,06).
Tabela 4. Comparação do peso fetal em relação às intervenções utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks)
Intervenções Peso fetal F p Procedimento 19,360 <0,001 Estímulo 10,505 0,001 Procedimento x Estímulo 2,417 0,068
Tabela 4A. Comparação do peso fetal em relação ao procedimento
Procedimento n (%) Peso fetal (g) Mediana Mínimo Máximo Corno clampeado 64 (32,17) 0,871,3 0,10 1,80 Corno com fio 49 (24,63) 1,102 0,10 1,60 Corno contralateral ao clampeado 47 (23,61) 1,201 0,10 1,80 Corno contralateral ao fio 39 (19,59) 1,252,3 0,90 1,95 Total 199 (100) *H=38,953; p<0,001
*1,2,3. Dunn: p<0,05
45
Tabela 4B. Comparação do peso fetal em relação ao estímulo
Estímulo n (%) Peso fetal (g) Mediana Mínimo Máximo Com estímulo 97 (48,75) 1,00 0,10 1,95 Sem estímulo 102 (51,25) 1,15 0,10 1,80 Total 199 (100) T=8654,500; p=0,010
Tabela 4C. Comparação do peso fetal em relação à interação entre procedimento e estímulo
Procedimento e Estímulo n (%) Peso fetal (g) Mediana
Mínimo Máximo
Com clampeamento e com estímulo 28 (24,77) 0,80 0,10 1,10 Com clampeamento e sem estímulo 22 (19,46) 0,95 0,10 1,80 Com fio e com estímulo 36 (31,85) 1,05 0,10 1,60 Com fio e sem estímulo 27 (23,89) 1,10 0,10 1,30 Total 113 (100)
Two Way Anova on Ranks - F=2,417; p=0,068 Figura 8. Correlação entre o peso fetal e o número de fetos por rata
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 0,5 1 1,5 2
Teste de Correlação de Spearman (rS:-0,131; p=0,06)
Número de fetos
Peso fetal (g)
46
Comprimento Fetal
Houve diferença significativa do comprimento fetal em relação à aplicação do
procedimento (p<0,001) e do estímulo (p<0,001) avaliados de forma isolada, e da interação
entre os dois (p=0,008) (Tabela 5). Com relação à influência do procedimento, os fetos do
corno clampeado apresentaram comprimento significativamente menor quando
comparados aos fetos do corno contralateral ao clampeamento. Distribuição semelhante foi
observada em relação ao corno com fio e seu contralateral. O comprimento fetal nos
cornos com clampeamento foi menor que o observado nos cornos com fio (p<0,001)
(Tabela 5A). Os casos estimulados apresentaram menor comprimento fetal (p=0,002)
(Tabela 5B). Os efeitos dos diferentes procedimentos possuíram interação significativa
com o estímulo em relação ao comprimento fetal, que foi menor nos casos com
clampeamento e com estímulo (p=0,008) (Tabelas 5 e 5C). Houve uma correlação negativa
e significativa entre o comprimento fetal e o número de fetos por rata (rS:-0,219;
p=0,00196) (Figura 9). Entre os grupos, os casos com estímulo apresentaram uma
correlação negativa e significativa entre o comprimento fetal e o número de fetos por rata
(rS:-0,247; p=0,0150) (Figura 10).
Tabela 5. Comparação do comprimento fetal em relação às intervenções utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks)
Intervenções Comprimento fetal F p Procedimento 18,299 <0,001 Estímulo 14,632 <0,001 Procedimento x Estímulo 4,077 0,008
47
Tabela 5A. Comparação do comprimento fetal em relação ao procedimento Procedimento n (%) Comprimento fetal (cm) Mediana Mínimo Máximo Corno clampeado 64 (32,16) 1,651,3,4 0,30 2,50 Corno com fio 49 (24,62) 1,902,3 0,80 2,50 Corno contralateral ao clampeado 47 (23,61) 2,001 0,50 2,60 Corno contralateral ao fio 39 (19,59) 2,202,4 1,70 2,60 Total 199 (100) *H = 36,172; p<0,001 *1,2,3,4. Dunn: p<0,05 Tabela 5B. Comparação do comprimento fetal em relação ao estímulo
Estímulo n (%) Comprimento fetal (cm) Mediana Mínimo Máximo Com estímulo 97 (48,74) 1,90 0,30 2,50 Sem estímulo 102 (51,25) 2,10 0,50 2,60 Total 199 (100) T = 8442,000; p = 0,002
Tabela 5C. Comparação do comprimento fetal em relação à interação entre procedimento e estímulo Procedimento e Estímulo n (%) Comprimento fetal (cm) Mediana Mínimo Máximo Com clampeamento e com estímulo 28 (24,77) 1,40 0,30 2,10 Com clampeamento e sem estímulo 22 (19,46) 1,80 0,50 2,50 Com fio e com estímulo 36 (31,85) 1,90 1,00 2,50 Com fio e sem estímulo 27 (23,89) 2,10 0,80 2,40 Total 113 (100) Two Way Anova on Ranks - F= 4,077; p=0,008
48
Figura 9. Correlação entre o comprimento fetal e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:-0,219; p=0,00196)
Figura 10. Correlação entre o comprimento fetal nos casos estimulados e o número de fetos
por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:-0,247; p=0,0150)
0
5
10
15
20
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Número de fetos
Comprimento fetal (cm)
0
5
10
15
20
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Número de fetos
Comprimento fetal (cm)
49
Peso placentário
Houve diferença significativa do peso placentário em relação à aplicação do
procedimento (p<0,001) e do estímulo (p=0,003), avaliados de forma isolada (Tabela 6).
Com relação à influência do procedimento, as placentas do corno clampeado apresentaram
peso significativamente menor quando comparadas às placentas do corno contralateral ao
clampeamento. O peso placentário do corno clampeado foi menor que os casos com fio. O
peso das placentas nos cornos contralaterais ao clampeamento foi menor que o observado
nos cornos contralaterais ao fio (p<0,001) (Tabela 6A). Os casos estimulados apresentaram
menor peso placentário (p<0,001) (Tabela 6B). O peso placentário foi menor nos casos
com clampeamento e com estímulo, embora não tenha ocorrido interação significativa
entre procedimento e estímulo (p=0,331) (Tabelas 6 e 6C). Houve correlação positiva e
não significativa entre o peso placentário e o número de fetos de cada rata (rS:0,140;
p=0,06) (Figura 11). Houve correlação positiva e significativa entre o peso placentário e o
peso fetal (rS:0,700; p<0,001) (Figura 12).
Tabela 6. Comparação do peso placentário em relação às intervenções utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks)
Intervenções Peso placentário F p Procedimento 18,189 <0,001 Estímulo 9,134 0,003 Procedimento x Estímulo 1,149 0,331
50
Tabela 6A. Comparação do peso fetal em relação ao procedimento Procedimento n (%) Peso placentário (g) Mediana Mínimo Máximo Corno clampeado 55 (30,38) 0,101,2,4 0,10 0,50 Corno com fio 46 (25,41) 0,302 0,15 0,75 Corno contralateral ao clampeado 44 (24,30) 0,301,3 0,10 0,70 Corno contralateral ao fio 36 (19,88) 0,383,4 0,20 0,60 Total 181 (100) *H = 36,505; p<0,001 *1,2,3,4. Dunn: p<0,05 Tabela 6B. Comparação do peso placentário em relação ao estímulo
Estímulo n (%) Peso placentário (g) Mediana Mínimo Máximo Com estímulo 79 (37,26) 0,20 0,10 0,75 Sem estímulo 133 (62,73) 0,35 0,10 0,60 Total 212 (100) T = 6936; p<0,001
Tabela 6C. Comparação do peso placentário em relação à interação entre procedimento e estímulo Procedimento e Estímulo n (%) Peso placentário (g) Mediana Mínimo Máximo Com clampeamento e com estímulo 19 (16,96) 0,10 0,10 0,25 Com clampeamento e sem estímulo 36 (32,14) 0,25 0,10 0,50 Com fio e com estímulo 19 (16,96) 0,25 0,15 0,75 Com fio e sem estímulo 38 (33,92) 0,30 0,15 0,45 Total 112 (100) Two Way Anova on Ranks - F=1,149; p=0,331
Figura 11. Correlação entre o peso placentário e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:0,140; p=0,06)
02468
1012141618
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Número de fetos
Peso placentário (g)
51
Figura 12. Correlação entre o peso placentário e o peso fetal
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 0,5 1 1,5 2
Teste de Correlação de Spearman (rS:0,700; p<0,001)
Peso fetal (g)
Peso placentário (g)
52
Volume placentário
Houve diferença significativa do volume placentário em relação à aplicação do
procedimento (p<0,001) e do estímulo (p=0,025), avaliados de forma isolada (Tabela 7).
Com relação à influência do procedimento, as placentas do corno clampeado apresentaram
volume significativamente menor quando comparadas às placentas do corno com fio. O
volume placentário nos cornos contralaterais ao clampeamento foi menor que o observado
nos cornos contralaterais ao fio (p<0,001) (Tabela 7A). Os casos estimulados apresentaram
menor volume placentário (p=0,016) (Tabela 7B). Os efeitos dos diferentes procedimentos
possuíram interação significativa com o estímulo em relação ao volume placentário, que
foi menor nos casos com clampeamento e com estímulo (p<0,001) (Tabelas 7 e 7C).
Houve correlação negativa e não significativa entre o volume placentário e o número de
fetos de cada rata (rS:-0,0372; p=0,613) (Figura 13). Foi feita a ilustração da comparação
do desenvolvimento dos cornos uterinos, dos fetos e das placentas (Figura 7).
Tabela 7. Comparação do volume placentário em relação às intervenções utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks)
Intervenções Volume placentário F p Procedimento 33,877 <0,001 Estímulo 5,118 0,025 Procedimento x Estímulo 10,674 <0,001
Tabela 7A. Comparação do volume placentário em relação ao procedimento Procedimento n (%) Volume placentário (cm3) Mediana Mínimo Máximo Corno clampeado 55 (29,57) 0,201,3 0,03 0,47 Corno com fio 49 (26,35) 0,361,4 0,14 0,61 Corno contralateral ao clampeado 43 (23,12) 0,252,4 0,09 0,51 Corno contralateral ao fio 39 (20,96) 0,372,3 0,24 0,61 Total 186 (100) *H = 62,289; p<0,001 *1,2,3,4. Dunn: p<0,05
53
Tabela 7B. Comparação do volume placentário em relação ao estímulo
Estímulo n (%) Volume placentário (cm3) Média ± DP Com estímulo 97 (52,16) 0,28 ± 0,13 Sem estímulo 89 (47,84) 0,32 ± 0,09 Total 186 (100) t = -2,440; p= 0,016
Tabela 7C. Comparação do volume placentário em relação à interação entre procedimento e estímulo
Procedimento e Estímulo n (%) Volume placentário (cm3) Média ± DP Com clampeamento e com estímulo 28 (26,93) 0,15 ± 0,08 Com clampeamento e sem estímulo 27 (25,96) 0,28 ± 0,11 Com fio e com estímulo 22 (21,15) 0,38 ± 0,09 Com fio e sem estímulo 27 (25,96) 0,33 ± 0,09 Total 104 (100)
Two Way Anova on Ranks - F=10,674; p<0,001
Figura 13. Correlação entre o volume placentário e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:-0,0372; p=0,613)
0
3
6
9
12
15
18
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Número de fetos
Volume placentário (cm3)
54
Vasos Placentários
Houve diferença significativa do número de vasos placentários em relação à
aplicação do estímulo avaliado de forma isolada (p<0,001) (Tabela 8). Com relação à
influência do procedimento sobre o número de vasos placentários, não houve diferença
significativa entre os grupos (p=0,828) (Tabela 8A). Os casos estimulados apresentaram
menor número de vasos placentários (p<0,001) (Tabela 8B). Independente do
procedimento, os casos com estímulo apresentaram menor número de vasos placentários
(p=0,643) (Tabelas 8 e 8C). Houve correlação positiva e significativa entre o número de
vasos placentários e o número de fetos por rata (rS:0,146; p=0,047) (Figura 15). Entre os
grupos, nos casos em que foi passado o fio em torno da artéria uterina, houve uma
correlação positiva e não significativa entre o número de vasos placentários e o número de
fetos por rata (rS: 0,197; p=0,0795) (Figura 16). Nos casos estimulados, houve uma
correlação positiva e significativa entre o número de vasos placentários e o número de
fetos por rata (rS:0,260; p=0,0131) (Figura 17).
Tabela 8. Comparação do número de vasos placentários em relação às intervenções utilizadas (Two Way Analysis of Variance on Ranks)
Intervenções Número de vasos F p Procedimento 0,735 0,532 Estímulo 32,234 <0,001 Procedimento x Estímulo 0,559 0,643
Tabela 8A. Comparação do número de vasos placentários em relação ao procedimento
Procedimento n (%) Número de vasos (%) Mediana Mínimo Máximo Corno clampeado 62 (33,33) 3,63 0,43 6,76 Corno com fio 42 (22,58) 3,70 0,69 6,02 Corno contralateral ao clampeado 44 (23,66) 3,76 0,58 5,47 Corno contralateral ao fio 38 (20,43) 3,69 0,28 4,92 Total 186 (100) H = 0,889; p=0,828
55
Tabela 8B. Comparação do número de vasos placentários em relação ao estímulo
Estímulo n (%) Número de vasos (%) Mediana Mínimo Máximo Com estímulo 91 (48,92) 3,44 0,28 5,47 Sem estímulo 95 (51,08) 3,95 2,57 6,76 Total 186 (100) T =6592,500; p<0,001
Tabela 8C. Comparação do número de vasos placentários em relação à interação entre procedimento e estímulo Procedimento e Estímulo n (%) Número de vasos (%) Mean ± DP Com clampeamento e com estímulo 27 (20,77) 3,01 ± 1,39 Com clampeamento e sem estímulo 35 (26,93) 4,13 ± 1,02 Com fio e com estímulo 19 (14,61) 3,07 ± 0,98 Com fio e sem estímulo 23 (17,69) 4,21 ± 0,79 Corno contralateral ao clampeamento e com estímulo 26 (20,00) 3,55 ± 1,05 Total 130 (100) Two Way Anova on Ranks - F=0,559; p=0,643 Figura 15. Correlação entre o número de vasos placentários e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:0,146; p=0,047)
02468
1012141618
0 2 4 6 8
Número de fetos
Número de vasos (%)
56
Figura 16. Correlação entre o número de vasos placentários nos casos com fio e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS: 0,197; p=0,0795)
Figura 17. Correlação entre o número de vasos placentários nos casos estimulados e o número de fetos por rata
Teste de Correlação de Spearman (rS:0,260; p=0,0131)
02468
10121416
0 1 2 3 4 5 6 7
Número de fetos
Peso fetal (g)
02468
1012141618
0 1 2 3 4 5 6
Número de fetos
Número de vasos (%)
58
A análise das alterações que ocorrem durante a gestação ainda possui algumas
limitações, principalmente quando se refere a procedimentos realizados durante o período
gestacional e suas repercussões intra-uterinas. Muitas doenças gestacionais ainda não
possuem etiologia esclarecida, e ainda, devido à alta freqüência das complicações após o
nascimento, torna-se necessária a utilização de modelos experimentais que contribuam
para análise destas alterações, bem como das possíveis intervenções realizadas
precocemente, ainda durante a gestação.
O peso das ratas entre os grupos analisados foi semelhante durante o acasalamento,
cirurgia e eutanásia. Estes dados são importantes, pois demonstram um padrão de
desenvolvimento gestacional, e uma homogeneidade, sem grandes variações entre os
grupos, de acordo com cada período avaliado e as intervenções utilizadas
(REICHENHEIM & MORAES, 1998).
Os casos com clampeamento apresentaram maior número de reabsorções fetais,
independente do estímulo. A ligação da artéria uterina causa uma completa obstrução do
suprimento sangüíneo para os fetos localizados na porção mais caudal do corno uterino. O
único suprimento sangüíneo do útero depois da ligação é derivado da artéria ovariana,
resultando na sobrevivência dos fetos na porção cranial do corno uterino, e na parte caudal,
morte e reabsorção parcial de cerca de 30% dos fetos (WIGGLESWORTH, 1964). Esta
freqüência é semelhante à encontrada neste estudo, onde os casos com clampeamento e
com estímulo apresentaram uma freqüência de reabsorções de 35,71%, e nos casos com
clampeamento e sem estímulo, de 36,11%. Em nossos dados foi encontrada uma
correlação positiva e significativa entre o número de reabsorções e o número de fetos por
rata. De acordo com a literatura, a limitação de espaço intra-uterino e abdominal materno
59
provocada por um grande número de fetos é um fator importante para o desenvolvimento
de reabsorções durante a gestação (DYCE, 2004).
Os fetos do corno clampeado apresentaram menor peso e comprimento. A
insuficiência útero-placentária reduz a oferta de oxigênio e nutrientes ao feto causando
restrição de crescimento (OGATA et al., 1986; MUGHAL et al., 1989; OGATA et al.,
1990; LANE et al., 1996; RAJAKUMAR et al., 1998; FAROUF SADIK, 1999; REID et
al., 1999), sendo que os fetos são afetados gradualmente, a partir do ponto de
clampeamento, por todo o corno uterino, alteração refletida pela diminuição do peso e
comprimento fetal (WIGGLESWORTH, 1964). Os cornos em que foi passado o fio em
torno da artéria uterina apresentaram menor peso e comprimento fetal quando comparado
ao corno contralateral. A pseudo-operação pode causar uma alteração metabólica, pois o
meio intra-uterino é afetado pelo menos temporariamente pela a cirurgia e pela
recuperação pós-operatória (NÜSKEN et al., 2008), refletindo um atraso do
desenvolvimento causado pelo estresse cirúrgico (OGATA et al., 1986; WLODEK et al.,
2005). Portanto, não só a ligação da artéria uterina, mas também a pseudo-operação,
podem resultar em RCIU e suas potenciais seqüelas metabólicas.
O estímulo contribuiu para diminuição do peso e do comprimento fetal, mas não
foram encontrados dados na literatura relacionando a influência da TENS sobre o peso
fetal. Neste estudo, o estímulo contribuiu para redução da maioria das medidas feto-
placentárias avaliadas, indicando um possível efeito prejudicial da TENS durante a
gestação. Reforçando esta hipótese, foi observada uma redução maior do peso e do
comprimento fetal nos casos clampeados submetidos ao estímulo. A correlação negativa do
número de fetos com relação ao peso e ao comprimento fetal pode indicar que a limitação
de espaço intra-uterino e abdominal materno contribui, de forma semelhante ao
desenvolvimento das reabsorções fetais, para redução as medidas fetais. A variação
60
individual da curva de crescimento é, em parte, determinada pelo genoma fetal, mas
também é influenciada por condições intra-uterinas que, para muitas espécies, incluem o
tamanho da ninhada e a vantagem e desvantagem relativas representadas pelos diferentes
locais dentro do útero. Uma velocidade normal de crescimento presume suprimentos
adequados de nutrientes e oxigênio, e tal velocidade sofrerá uma queda se a circulação
uterina estiver prejudicada, se houver tecido placentário sadio insuficiente ou se a mãe
estiver gravemente desnutrida. Embora seja amplamente aceito que exista uma correlação
inversa entre o tamanho da ninhada e o peso neonatal e fetal individual, o resultado, que
em geral se torna evidente apenas próximo ao termo completo, é usualmente modesto
quando outras condições são favoráveis e o tamanho da ninhada não é extremo. (DYCE,
2004).
Na maioria dos estudos experimentais, a artéria uterina é ligada entre o 14o e o 16o
dias de gestação. Essa janela de tempo pode corresponder ao começo do terceiro trimestre
da gestação em humanos (HOLEMANS et al., 2003). Nessa fase ocorre a RCIU
denominada assimétrica, em que o comprimento atinge seu valor esperado e há apenas
redução do peso fetal. Ainda para essa classificação, outras medidas como os perímetros
cefálico e abdominal são importantes para definir este diagnóstico (HADLOCK, 1996;
CUNNINGHAM et al., 2001). Entretanto, o perfil regulador do desenvolvimento de um
específico sistema de órgãos em ratos pode diferir dos humanos (HOLEMANS et al.,
2003; FERNANDEZ-TWINN & OZANNE, 2006). As conseqüências pós-natais de um
insulto durante a gestação parecem ser dependentes do tempo e da duração do insulto
(MCCANCE & WIDDOWSON, 1974; WIDDOWSON & MCCANCE, 1963). Dessa
forma, em nosso estudo a RCIU observada não pôde ser caracterizada como assimétrica,
pois no momento em que foi feito o clampeamento ainda pode existir aumento do
61
comprimento fetal, e além disso, para a classificação do tipo de RCIU, seriam necessárias
outras medidas.
Foi observado um comprimento fetal reduzido significativamente nos casos de
interação entre o clampeamento e o estímulo. Entretanto, essa variação não foi observada
nos casos com fio. Estes dados indicam que a associação da restrição do fluxo provocada
pelo clampeamento e o estímulo são os fatores que mais influenciam no prejuízo para o
desenvolvimento do comprimento fetal.
O peso das placentas no corno clampeado foi significativamente menor que o peso
das placentas no corno contralateral ao clampeamento e no corno com fio. Esses dados
demonstram que o clampeamento parece ser o maior responsável pela diminuição do peso
placentário, estando de acordo com outro estudo, também utilizando o clampeamento
artéria uterina em um dos cornos de ratas como modelo de insuficiência vascular, e o
contralateral como controle (WIGGLESWORTH, 1964). O peso das placentas no corno
contralateral ao clampeamento foi menor que o observado no corno contralateral ao fio
evidenciando a interferência do clampeamento mesmo no corno contralateral. O corno com
fio apresentou menor peso que seu contralateral, demonstrando uma possível interferência
do estresse cirúrgico no peso placentário (OGATA et al., 1986; WLODEK et al., 2005). O
volume placentário foi menor nos casos com clampeamento. Foram observadas diferenças
entre a aplicação do clampeamento e do fio, mas sem alterações em relação aos
contralaterais correspondentes. Estudos experimentais demonstram que a placenta é a
primeira a sofrer as conseqüências da redução do fluxo sangüíneo, sendo evidenciadas pelo
decréscimo em suas medidas, responsável pela redução da transferência de oxigênio e
nutrientes e menor produção de fatores de crescimento (BOYD, 1984; LANG et al., 2003).
Dessa forma, a magnitude da redução da massa placentária pode refletir o grau de
comprometimento do fluxo útero-placentário, influenciando tardiamente no peso fetal
62
(SALAFIA et al., 1995; LANG et al., 2003). Esses dados estão de acordo com nosso
estudo, onde foram observadas alterações no peso e no volume placentário na maioria das
intervenções realizadas, numa freqüência maior que as alterações encontradas nos fetos.
Outros estudos demonstram que a restrição útero-placentária, associada a uma
manutenção do peso placentário, possui uma tendência de aumento na área de superfície
total e diâmetros da placenta, dependendo da intensidade da redução da perfusão e da
função placentária. Em resposta à perfusão reduzida, os fatores que promovem o
crescimento placentário aumentam numa tentativa de preservar sua função, como indicado
pelo aumento no diâmetro placentário (REID et al., 1999; WLODEK et al., 2005). Esse
mecanismo compensatório promove um fluxo sangüíneo uterino suficiente para proteger o
feto da insuficiência placentária. Nossos dados demonstraram uma redução do volume
placentário, semelhante ao que ocorreu com o peso da placenta, dados de acordo com
outros estudos (MUGHAL et al., 1989), sugerindo que a redução do peso placentário
provocado pelo clampeamento não foi compensada pelo aumento dos diâmetros, e
conseqüentemente, do volume placentário, talvez pelo curto período entre a realização do
procedimento e a eutanásia das ratas.
A correlação negativa entre volume placentário e número de fetos pode ser
explicada por mecanismos semelhantes ao que ocorre em relação às reabsorções e ao peso
fetal (DYCE, 2004). Houve uma correlação positiva e significativa entre o peso fetal e
placentário. Na literatura é descrita uma relação entre crescimento ou restrição do peso
placentário e os outros órgãos fetais (WIGGLESWORTH, 1964). Sugere-se que a
capacidade da placenta em transferir nutrientes e oxigênio é proporcional a seu tamanho,
fator este que explicaria a correlação entre peso placentário e o peso fetal (DIAS et al.,
2001).
63
Houve uma correlação positiva entre o peso da placenta e o número de fetos,
podendo ser explicada pela grande a capacidade funcional placentária (REID et al., 1999;
WLODEK et al., 2005), que estando em condições de manter suas medidas, e
principalmente suas funções, conseguiria manter a estrutura fetal, evitando, por exemplo, o
desenvolvimento de reabsorções.
Não houve diferença significativa da porcentagem do número de vasos placentários
em relação aos procedimentos realizados. De forma geral, a hipóxia útero-placentária é
relacionada a um aumento do número de vasos placentários com a finalidade de promover
a difusão de oxigênio. Esta difusão ocorre de forma mais efetiva devido à ativação da
angiogênese, estimulada por fatores de crescimento produzidos por macrófagos ou pelo
trofoblasto em condições de hipóxia. A amplificação do leito capilar causa redução da
resistência fetoplacentária ao fluxo sangüíneo, beneficiando o sistema cardiovascular fetal
exposto a hipóxia (ALVAREZ et al., 1972; BURTON, 1997). Com a manutenção da
hipóxia placentária ocorre uma inversão do padrão de proliferação vascular. O maior
comprometimento fetal e o desenvolvimento vilositário anormal levam à redução da
extração de oxigênio pelo feto, resultando em hiperóxia placentária, reduzindo os
estímulos para angiogênese e resultando em colapso dos capilares (BURTON, 1997). Em
humanos, doenças comumente associadas ao baixo fluxo útero-placentário, como as
síndromes hipertensivas da gestação, observa-se um aumento do número de vasos. No
entanto, estudos recentes demonstram que as formas graves da doença cursam com
redução do número de vasos (CORRÊA et al., 2008). Portanto, uma hipótese pela não
variação dos casos com clampeamento da artéria uterina, em relação aos demais grupos
analisados neste estudo, é de que o clampeamento pode ter provocado uma redução de
oferta de oxigênio grave o suficiente para interferir no desenvolvimento dos fetos e levar a
hiperóxia placentária.
64
Neste estudo foram observadas redução dos valores do peso fetal e do comprimento
fetal, sugerindo um possível diagnóstico de RCIU. Alterações no processo de angiogênese
têm sido associadas com o desenvolvimento de gestações com a RCIU (TORRY et al.,
2004). Há uma diminuição significativa da densidade vascular das vilosidades em
placentas com RCIU, sugerindo uma diminuição na angiogênese com ramificação (CHEN
et al., 2002). Outros estudos mostraram uma diminuição na área de superfície, no volume e
no número de vilosidades terminais, assim como número reduzido de capilares no estroma
de placentas com RCIU, comparadas com placentas de gestações normais (TEASDALE,
1984; JACKSON et al., 1995; KREBS et al., 1996; CHEN et al., 2002; MAYHEW et al.,
2003). Foi demonstrado que o VEGF pode funcionar como um fator angiogênico induzido
pela hipóxia (SHWEIKI et al., 1993). Ao contrário do VEGF, a baixa pressão de oxigênio
resulta em inibição da expressão de PIGF (SHORE et al., 1997). Em gestações normais, os
níveis de PIGF aumentam durante o segundo trimestre e atingem um pico no começo do
terceiro trimestre antes de cair para baixos níveis no parto (TORRY et al., 1998). No
desenvolvimento da vasculatura placentária, parece que existe um equilíbrio entre a
pressão parcial de oxigênio intraplacentária, nos níveis de VEGF e PIGF, que regulam a
mudança entre a angiogênese com ramificação e a angiogênese sem ramificação (SHERER
& ABULAFIA, 2001). Sugere-se que a hipóxia útero-placentária de surgimento precoce na
restrição do crescimento fetal causa uma mudança para predominância prematura de PIGF,
resultando na diminuição na angiogênese com ramificação, falência da angiogênese sem
ramificação dentro da vilosidade terminal, e distúrbios na taxa de crescimento do
trofoblasto possivelmente por promover a apoptose (KHALIQ et al., 1999).
De forma interessante, experimentos com camundongos mostraram que a inibição
do VEGF-A pode induzir a RCIU no camundongo gestante, enquanto a perda de PIGF não
provocaria este efeito (LUTTUN et al., 2002; ODORISIO et al., 2002; TORRY et al.,
65
2003; RUTLAND et al., 2005). Entretanto, mais recentemente, uma diminuição nos níveis
de PIGF mas não de VEGF no soro materno e umbilical foi notada em humanos com
RCIU na hora do parto (WALLNER et al., 2007). Neste estudo foi utilizado como
marcador vascular o Fator VIII, que não diferencia entre vasos antigos e neoformados.
Mais estudos são necessários, buscando marcadores de vasos em diferentes estágios, com a
finalidade de determinar os reais efeitos dos procedimentos realizados nos vasos
placentários, e ainda, se o comprometimento do peso e do comprimento fetal observados
estão diretamente associados às alterações vasculares na placenta. Portanto, não podemos
expandir nossas conclusões além dos dados que foram obtidos com a análise morfométrica
e a imunomarcação pelo Fator VIII.
Os casos submetidos ao estímulo pela TENS apresentaram menor número de vasos
nas vilosidades placentárias. Na literatura, não foram encontrados estudos avaliando os
efeitos da TENS especificamente sobre o número de vasos e o desenvolvimento feto-
placentário. Entretanto, são crescentes os estudos a respeito dos efeitos da estimulação
elétrica sobre a perfusão de tecidos isquêmicos.
Em uma pesquisa avaliando os efeitos da TENS sobre a perfusão colateral durante
oclusão coronariana aguda, os pacientes foram tratados com TENS convencional em uma
intensidade de estimulação máxima tolerável, sem ativação muscular, indicando um efeito
agudo positivo da neuroestimulação elétrica no aumento da perfusão colateral, que alivia a
isquemia do miocárdio (JESSURUN et al., 1998; VRIES et al., 2007). Ouros estudos
sugerem que os efeitos se devem à homogeneização da perfusão do miocárdio
(HAUTVAST et al., 1996) e a um aumento na velocidade do fluxo sangüíneo
intracoronariano (CHAUHAN et al., 1994; JESSURUN et al., 1998). Outra explicação
para o aumento do fluxo sangüíneo associado à estimulação elétrica é a excitação de
66
nervos periféricos, que pode induzir a liberação de substância P nas terminações nervosas
sensoriais, e portanto, vasodilatação (CHEN et al., 1991).
Nos últimos anos, tem sido dada atenção aos efeitos da TENS sobre o Sistema
Nervoso Autônomo, especialmente os efeitos da estimulação elétrica na circulação
periférica através da estimulação dos nervos simpáticos (HOLLMAN & MORGAN, 1997).
As pesquisas fornecem resultados variados, com alguns investigadores alegando que a
estimulação elétrica aumenta o fluxo sangüíneo (WAKIM, 1953; ABRAM et al., 1980;
CHAN & CHOW, 1981; CURRIER et al., 1986; LINDEROTH et al., 1991), outros
relatam redução do mesmo (ABRAM, 1976; WONG & JETTE, 1984; CASALE et al.,
1985), enquanto pesquisadores alegam que a estimulação elétrica não tem efeito na
circulação (TRACY et al., 1988).
Sugere-se que os parâmetros da TENS utilizados possam influenciar em seus
efeitos sobre a perfusão tecidual. Em um estudo avaliando os efeitos da TENS sobre o
fluxo sangüíneo cutâneo, os resultados indicam que a TENS de alta e baixa freqüência não
parecem ter os mesmos efeitos sobre o fluxo sangüíneo local. Autores demonstram que há
um aumento do fluxo sangüíneo local associado à TENS de baixa freqüência, que causa
vasodilatação cutânea possivelmente como um resultado da inibição do sistema nervoso
simpático, resultados não observados com a utilização da TENS de alta freqüência
(CRAMP et al., 2000). Estudos anteriores mostram que a TENS de baixa freqüência (4Hz),
quando aplicada a um nervo periférico numa intensidade “forte, mas confortável”, aumenta
o fluxo sangüíneo cutâneo local, comparada com uma aplicação de TENS de alta
freqüência ou a um grupo controle. Entretanto, tem sido sugerido que uma sensação
subjetiva “forte, mas confortável” também pode ser produzida utilizando a TENS de alta
freqüência, em uma menor intensidade (BURTON & MAURER, 1974). Em nosso estudo
foi utilizada a TENS de alta freqüência e baixa intensidade, respeitando o limiar de
67
tolerância máxima sem ativação muscular. Devido às diversidades de parâmetros e suas
respostas observadas em outros estudos, sugere-se uma maior investigação dos parâmetros
da TENS, e sua possibilidade de melhora do fluxo sanguíneo.
Em humanos, a estimulação elétrica transcutânea lombo-sacral foi utilizada para
aumentar a perfusão placentária de pacientes com diminuição do fluxo útero-placentário
numa alta freqüência entre 60 e 80 HZ e duração de pulso de 250 µs. Em todos os casos,
foi observado um aumento da perfusão placentária avaliada através do método de
radioisótopos, concluindo que a estimulação nervosa elétrica transcutânea pode ser usada
com propósito terapêutico nos casos de disfunção placentária (KUBISTA & PHILIPP,
1979; KUBISTA et al., 1980). Entretanto, nosso estudo se baseou na avaliação do número
de vasos placentários em um modelo experimental, demonstrando que a utilização da
TENS reduz a porcentagem de vasos placentários.
Os efeitos da TENS sobre a perfusão tecidual ainda são contraditórios. Em nossos
casos, o estímulo não aumentou o número de vasos placentários, e parece não ter uma
contribuição benéfica sobre o desenvolvimento intra-uterino. Estudos que busquem avaliar
a vasodilatação poderiam contribuir para elucidar os efeitos da TENS durante a gestação,
embora a maioria dos resultados das análises feto-placentários tenha indicado uma
repercussão negativa da TENS. Frente aos resultados obtidos, sugere-se que a TENS seja
usada com cautela durante a gestação, pois seus parâmetros de utilização podem ter efeitos
prejudiciais para o desenvolvimento intra-uterino.
69
Objetivo 1. Comparar o peso e o tamanho dos fetos e placentas em ratas com baixo
fluxo sangüíneo uterino induzido experimentalmente, submetidas ou não à TENS;
Conclusão: A ligação da artéria uterina associada ao estímulo influencia no peso e
comprimento fetais, assim como no peso e volume placentários, contribuindo para maior
redução de suas medidas.
Objetivo 2. Comparar o número de vasos placentários em ratas com baixo fluxo
sangüíneo uterino induzido experimentalmente, submetidas ou não à TENS;
Conclusão: O estímulo pela TENS, independente do clampeamento, reduz o número de
vasos placentários.
Portanto, os efeitos da TENS sobre a perfusão tecidual ainda permanecem
contraditórios. Foi demonstrada uma redução do número de vasos nas placentas das ratas
estimuladas. Embora tolerável para os animais, o estímulo parece não ter sido benéfico
para melhora da perfusão através do aumento do número de vasos placentários, como é
citado em outros trabalhos que descrevem os efeitos benéficos da TENS sobre a perfusão
tecidual. Além disso, nos casos submetidos à TENS houve comprometimento do
desenvolvimento feto-placentário. Dessa forma, mais estudos são necessários para que
sejam estabelecidos os mecanismos de atuação da TENS, e sugere-se cautela quanto a seu
uso durante a gestação.
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