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Caderno especial de aniversário da cidade de Macaé, do Jornal O Debate.
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1O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
2 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
O início da colonização da
Área ocorreu em 1627, quando
a Coroa Portuguesa concedeu
aos Sete Capitães, militares
portugueses que lutaram na
expulsão dos franceses da
Baía de Guanabara, as terras
entre o Rio Macaé e o Cabo de
São Tomé. O núcleo inicial de
Macaé progrediu apoiado na
economia canavieira, em torno
da antiga Fazenda dos Jesuítas
de Macaé (1630), constituída
de engenho, colégio e capela
situada no Morro de Santana.
Até fins do século XVII,
no entanto, os esforços de
colonização de Macaé não
surtiram efeito, mantendo a
cidade desprotegida. Em 1725,
piratas franceses chegaram a
se estabelecer no Arquipélago
de Santana, de onde passaram
MACAÉ TORNOU-SE UMA DAS MAIORES POTÊNCIAS DO PAÍS
A história da emancipação de Macaé teve início em
1813 quando, em homenagem a Dom João VI,
recebeu o nome de Vila de São João. De acordo
com informações do secretário de Acervo do Patrimônio
Histórico, professor Ricardo Meirelles, ele nunca esteve no
município para receber a honra.
O município foi crescendo ano após ano e prosperou e
em 1846, Macaé deixou de ser uma simples vila que vivia
no regime monárquico para viver no regime republicano.
No entanto, de acordo com o historiador Ricardo Meirelles,
isso ocorreu em 1874, quando o município passou a ser
uma comarca, com Justiça e Fórum.
“Por algum tempo a cidade ficou estacionada, pois
apesar de ter entrado no regime republicano, ainda vivia
com hábitos da monarquia. Vale ressaltar que nessa época
o forte da nossa economia era a cana de açúcar e na
ocasião tínhamos até o Porto de Imbetiba para escoar a
produção”, informou.
Apesar de ter a permissão de viver em um regime
republicano, o município de Macaé passou a ter uma
estrutura política com prefeito e com a existência da Câmara
Municipal, em 1899, pois segundo os registros históricos da
época, existia um pouco de resistência para se colocar em
prática o regime republicano.
A história registrou como o primeiro prefeito de Macaé,
o juiz de Direito, João Francisco Moreira Neto. No entanto,
segundo o historiador Ricardo Meirelles, essa informação
ainda está sendo verificada se é verídica ou não.
O professor Ricardo Meirelles informa que havia uma
certa desavença entre Alfredo Backer e Nilo Peçanha
que não aceitava muito os símbolos utilizados na
época pela república.
“Em 1910, por ordem do governador também conhecido
na época como presidente da província, Alfredo Backer, se
Macaé não utilizasse a organização proposta pela república
seria punido e não teria nenhum ofício, bem como pedidos
solicitados de melhoria”, contou.
Outro fato marcante na história do município foi a vinda
do presidente Washington Luiz em Macaé. Macaense, ele
esteve presente em 1927 na inauguração da usina de luz
em Glicério, onde o evento
contou com a presença de
ilustres políticos da época.
O historiador conta que
figuras ilustres na história
do Brasil estiveram em
Macaé, como o imperador
Dom Pedro II, o filho de
Duque de Caxias e Álvaro Marins, desenhista conceituado
na época que fez várias revistas e caricaturas.
Além do aspecto político, o historiador Ricardo Meirelles
destaca que Macaé sempre foi muito importante para
economia do país. “Nossa cidade passou por todos os ciclos
econômicos. O açúcar, café, criação de gado e agropecuária.
a saquear o litoral. Com a
expulsão dos jesuítas, a partir
de 1759, a região passou
a receber novos imigrantes,
proporcionando o surgimento
de novas fazendas e
engenhos, o que motivou
sua emancipação, o que
se deu com a edição de
Alvará de 29 de julho
de 1813, sob o nome de
São João de Macaé, cujo
território foi desmembrado
dos atuais municípios de
Cabo Frio e Campos. Sua
instalação deu-se em 25 de
janeiro de 1814. No período
imperial, a vila evoluiu
rapidamente, favorecida pela
posição geográfica e maior
acessibilidade ao Norte
Fluminense, passando à
categoria de cidade em 1846.
O alicerce da economia
de Macaé foi, por muitos
anos, o cultivo da cana de
açúcar, que respondeu por
um crescimento demográfico
expressivo nos séculos XVIII
e XIX. O município chegou
a desempenhar o papel de
porta de entrada e saída do
Norte Fluminense, favorecido
pela ligação com Campos
dos Goytacazes, através da
construção do canal Macaé-
Campos, com 109 quilômetros
de extensão, para auxiliar o
escoamento da produção, que
era transportada até o Rio de
Janeiro a partir do Porto de
Imbetiba, chegando a operar,
até 1875, com cinco barcos
a vapor. A partir desta data,
o transporte da produção
regional se fez a partir de via
INÍCIO DA COLONIZAÇÃOférrea, o que provocou um
novo impulso na economia
de Macaé. Hoje, a rodovia
desempenha a função de
ligação entre ambas.
Até o início do século XX,
a economia do município se
fundamentava na produção
da cana de açúcar, do café,
na pecuária e na extração
do pescado. No período
republicano, a cidade foi
mantida como sede do
município de Macaé, embora
tenha sofrido várias alterações
na malha distrital. Os distritos
de Conceição de Macabu
e Macabuzinho vieram a
constituir o município de
Conceição de Macabu, em
1952; Carapebus e Quissamã
ganharam autonomia
municipal mais recentemente.
Macaé, depois de tantos fatos históricos que marcaram a sua
trajetória de emancipação, ainda continua crescendo e recebendo
pessoas de todo o mundo(...)
colonização de Macaé não colonização de Macaé não
surtiram efeito, mantendo a surtiram efeito, mantendo a
cidade desprotegida. Em 1725, cidade desprotegida. Em 1725,
piratas franceses chegaram a piratas franceses chegaram a
se estabelecer no Arquipélago se estabelecer no Arquipélago
de Santana, de onde passaram de Santana, de onde passaram
Nós sofremos também em 1929, quando aconteceu a grande
crise mundial com a quebra da bolsa de valores de Nova
Iorque que afetou o mundo todo. Na ocasião, o presidente
Getúlio Vargas determinou
que várias plantações de
café fossem queimadas e
Macaé também sofreu com
essa ordem”, destacou.
Macaé, depois de
tantos fatos históricos que
marcaram a sua trajetória
de emancipação, ainda continua crescendo e recebendo
pessoas de todo o mundo, principalmente com a implantação
da Petrobras no município no ano de 1978.
E da antiga Macaé, pacata e de histórias curiosas, hoje
quem vive aqui pode viver em uma cidade onde o antigo
convive com a modernidade em perfeita harmonia.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 3O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ
A origem do nome do município de Macaé possui
duas versões. A informação foi passada pelo
secretário do Acervo do Patrimônio Histórico, o
historiador Ricardo Meirelles. A primeira versão defendida
por alguns historiadores é de que o nome
da cidade teria origem de uma palmeira
que dava um fruto, como uma espécie de
coco, chamada macaba doce.
Nos livros pesquisados disponíveis no
município há pouca informação detalhada
sobre a origem real do nome Macaé.
No entanto, na Biblioteca Municipal, a
informação encontrada é de que existe um
acordo entre tupinólogos de que o mais
provável é que o termo provenha do popular
e delicioso “coco de catarro”, ou seja, do fruto
da macabaíba, a imponente “Phoenix Dactylifera”, que sobre
um campo azul ornamenta a bandeira da cidade.
Já a outra versão seria de que o nome de Macaé teria
origem dos índios Goytacás, para denominar o rio deste
nome que significaria “Rio dos Bagres”. Essa espécie
de índios era conhecido como guerreiro, robusto e alto e
possuíam a pele mais clara do que os Tupinambás, tribo que
segundo os estudiosos também teria habitado o município.
De acordo com dados registrados pelo IBGE, o nome teria
origem de “miqui é”- Rio dos Bagres.
“Outra curiosidade que a gente pode ressaltar é que na
bandeira de Macaé podemos observar as
duas figuras, a macaba doce e também os
dois bagres”
ORIGEM DO NOME MACAÉ POSSUI DUAS VERSÕES
Para o professor Ricardo Meirelles, a versão mais correta
seria realmente a do “Rio dos Bagres”, uma vez que o município
possuía muitos peixes da espécie do bagre que por muitos
anos foi encontrado com fartura nos mares macaenses.
Ele acrescentou ainda que a afirmação
dele é baseada em sua própria vivência
de que, nos anos 60, pescava-se muito
na atual Avenida Presidente Sodré
também conhecida como Rua da Praia.
A bandeira de Macaé foi desenhada
por Darwin Silveira Pereira e significa
a formosura e a majestade e traz a
dimensão especificada na gráfica que
de acordo com os registros históricos
acompanhava o projeto elaborado pelo
desenhista e realmente representa as
duas versões aceitas que originaram o nome de Macaé que
são o desenho de uma palmeira macabayba, estilizada com
seus frutos e ainda os bagres, um de cada lado da bandeira.
Ricardo Meirelles informou ainda que o historiador macaense
Antônio Alvarez Parada, aceitou as duas possibilidades. No
entanto, ele enfatiza que a versão do bagre é mais densa e é
uma prova viva de que os índios habitavam as terras de Macaé.
“Tem uma pesquisa que foi realizada por especialistas,
que comprovam a existência desses índios. No entanto, há
a possibilidade de que seja de outra tribo. Mas, infelizmente
não temos como comprovar pois os estudos ainda não foram
mais aprofundados e concluídos”, conclui.
4 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 20114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 5O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 5O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
6 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
VISITA DE D. PEDRO II MOVIMENTA MACAÉ E CONCEDE TÍTULO DE VISCONDE
cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de
1877. Outros moradores da cidade também ganharam
títulos de nobreza neste dia, como
tenente-coronel Joaquim de Souza
Meirelles, fazendeiro, foi agraciado
como Comendador da Ordem de São
Bento de Aviz, de Cristo e da Rosa.
Já o presidente da Câmara Municipal
de Macaé, Henrique Coelho Antão,
Francisco Domingues de Araújo, José
Leite Guimarães e Jacome Prospero
Ratton, passaram a ser Cavaleiros da
Ordem de Cristo. Por último, Manoel
Domingues de Araújo, foi condecorado como
Cavaleiro da Ordem da Rosa.
Porém, não foi somente pela hospedagem que o
Barão virou Visconde, José Carneiro da Silva sempre
foi um personagem influente na política da região. Nascido
em Quissamã, no ano de 1788, serviu no regimento
das milícias, chegando ao posto de tenente-coronel,
participando da luta pela independência do Brasil. Após
esse período de guerra contra Portugal, Carneiro da Silva
tornou-se chefe da 14ª legião da Guarda Nacional.
Em 1837, conseguiu a aprovação pelo governo provincial
de sua proposta de construção de um canal que permitisse
o transporte de açúcar de Campos até o porto de Imbetiba
em Macaé. Logo após receber, através de um decreto
imperial, o título de Barão de Araruama, assumiu a
empreitada das obras que se iniciaram oficialmente em 1º
de outubro de 1844, durando até 1861.
José Carneiro da Silva não ficou restrito somente ao
comércio e a política, foi também um intelectual autodidata
que realizou observações científicas e publicou ensaios
filosóficos. Segundo historiadores, apesar de ter recebido
apenas a educação fundamental, o que era comum à
época, ficou conhecido entre os intelectuais do Rio como
um homem culto, que lia em francês e latim, e que possuía
conhecimentos profundos de filosofia, história e geografia.
A família do Visconde de Araruama não foi influente
somente nos séculos passados. Seu ramo político
perdurou até os dias atuais. Um exemplo claro disso, foi o
primeiro prefeito de Quissamã, antes distrito de Macaé.
Após sua emancipação, o primeiro prefeito da cidade,
eleito em 1989, foi Octávio Carneiro da Silva, bisneto de
João Caetano Carneiro da Silva, que por sua vez, foi filho
do Visconde de Araruama.
Nessas histórias é possível observar a natureza da
região de ter relevância no cenário nacional. Seja com uma
visita do Imperador ou com títulos de nobreza concedidos a
alguns moradores da cidade.
cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de
1877. Outros moradores da cidade também ganharam 1877. Outros moradores da cidade também ganharam
títulos de nobreza neste dia, como títulos de nobreza neste dia, como
tenente-coronel Joaquim de Souza tenente-coronel Joaquim de Souza
Meirelles, fazendeiro, foi agraciado Meirelles, fazendeiro, foi agraciado
como Comendador da Ordem de São como Comendador da Ordem de São
Francisco Domingues de Araújo, José Francisco Domingues de Araújo, José
Leite Guimarães e Jacome Prospero Leite Guimarães e Jacome Prospero
Ratton, passaram a ser Cavaleiros da Ratton, passaram a ser Cavaleiros da
Ordem de Cristo. Por último, Manoel Ordem de Cristo. Por último, Manoel
Domingues de Araújo, foi condecorado como Domingues de Araújo, foi condecorado como
Cavaleiro da Ordem da Rosa.Cavaleiro da Ordem da Rosa.
Porém, não foi somente pela hospedagem que o Porém, não foi somente pela hospedagem que o
M acaé, teve, em toda sua história,
ilustres cidadãos, até um Presidente
da República, porém um deles
também merece destaque, José
Carneiro da Silva, condecorado
pelo Imperador Dom Pedro II,
durante sua primeira visita a
cidade, em 1847, como Visconde
de Araruama. Para entender a
importância do título e também
a nomeação pelo Imperador, é
preciso remontar o fato.
Aos 21 anos, o monarca D. Pedro
II realizou uma viagem ao norte do
Rio de Janeiro para inspecionar a construção
do canal Macaé-Campos. Como a viagem da
capital para Campos dos Goytacazes era muito longa,
paradas eram necessárias para descanso e reabastecimento
dos mantimentos levados durante o trajeto. Uma dessas
paradas era Macaé, uma pequena e nova cidade na época
que, ao receber a notícia da vinda do Imperador, tentou
fazer o melhor para recebê-lo.
Quando chegou à cidade, D. Pedro II hospedou-se na
casa de Francisco Domingues de Araújo, apontada pelos
textos históricos como a mais luxuosa residência de Macaé.
Durante sua visita, o Imperador concedeu o tradicional rito
monárquico de “beija-mão” que consistia em a população
ir ao encontro do soberano líder da nação e beijar sua
mão. Após esse ritual, o Imperador realizou um passeio a
cavalo pelas ruas da cidade, sendo muito saudado pelos
moradores de Macaé.
Durante sua estadia em Macaé, o Imperador também
participou de uma audiência na Câmara Municipal. Durante
a passagem de D. Pedro II pela cidade, um cortejo o seguia,
dando vivas pela sua estadia em Macaé. Por onde passava,
o monarca escutava e via a alegria do recebimento da visita
imperial por parte dos moradores da cidade.
Após esse dia na cidade, D. Pedro II seguiu para a
propriedade de José Carneiro da Silva, já Barão de Araruama
desde 1844, onde foi recebido pela família de Carneiro da
Silva com grande festa, por estar recebendo a autoridade
máxima do Império. Depois de passar a noite no local, no dia
seguinte, o monarca seguiu viagem rumo a Campos.
Quando já estava em Campos, em 15 de abril de 1847,
D. Pedro II resolveu conceder vários títulos de nobreza. A
João Carneiro da Silva, irmão de José, o Imperador concedeu
o título de Barão de Ururaí. Para o Barão de Araruama, D.
Pedro II o tornou Visconde com Grandeza, sendo assim, o
primeiro macaense a receber esse título de nobreza. Após
essa primeira viagem a Macaé, D. Pedro II ainda visitou a
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 7O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
U ma visita ilustre marcou o nome de Macaé no
desenvolvimento da Teoria da Evolução das
Espécies. Pai do Evolucionismo, o cientista inglês
Charles Darwin, em expedição ao Brasil, escolheu Conceição
de Macabu, então território macaense,
como seu refúgio de repouso para
seguir sua viagem por 12 municípios
fluminenses. A passagem de Darwin por
Macaé, em abril de 1832, inclui relatos
do próprio cientista, relembrados
recentemente, em 2008, através do
projeto Caminhos de Darwin, que refez
o trajeto percorrido pelo evolucionista
inglês em sua visita ao Rio de Janeiro.
“(...) Dormimos na Venda do Mato,
duas milhas (3,2 km) ao sul da foz do rio
Macaé. Senti-me indisposto a noite toda.
Não foi preciso muita imaginação para
figurar os horrores de adoecer em um
país estrangeiro, incapaz de pronunciar
uma só palavra e de obter ajuda médica
(...)”, escreveu Charles Darwin, em
seu diário de bordo, revelando o seu
desconforto quanto ao desgaste da
viagem e dificuldade de comunicação.
"(...) Deixamos Sossego, cruzamos
o rio Macaé e dormimos na Venda de
Mato. À noite, caminhei pela
praia e desfrutei da vista de uma
arrebentação alta e violenta”observou o pai do
evolucionismo, segundo manuscrito publicado.
CHARLES DARWIN ENCONTRA REFÚGIO EM CONCEIÇÃO, ENTÃO TERRITÓRIO MACAENSE
Exausto, o cientista encontrou em
Conceição de Macabu as condições
favoráveis para se recuperar e seguir
viagem. Darwin permaneceu em
Conceição de Macabu, na
época território de Macaé,
desde a noite de 12 até 19
de abril de 1832, hospedado
na Fazenda Sossego. Em outro
relato, ele cita seu apreço pelas
belezas naturais da cidade.
A passagem de Charles
Darwin pelos diferentes
países por ocasião de sua
Exausto, o cientista encontrou em Exausto, o cientista encontrou em
Conceição de Macabu as condições Conceição de Macabu as condições
favoráveis para se recuperar e seguir favoráveis para se recuperar e seguir
viagem. Darwin permaneceu em viagem. Darwin permaneceu em
Conceição de Macabu, na Conceição de Macabu, na
época território de Macaé, época território de Macaé,
desde a noite de 12 até 19 desde a noite de 12 até 19
de abril de 1832, hospedado de abril de 1832, hospedado
na Fazenda Sossego. Em outro na Fazenda Sossego. Em outro
relato, ele cita seu apreço pelas relato, ele cita seu apreço pelas
belezas naturais da cidade. belezas naturais da cidade.
A passagem de Charles A passagem de Charles
Darwin pelos diferentes Darwin pelos diferentes
países por ocasião de sua países por ocasião de sua
desde a noite de 12 até 19 desde a noite de 12 até 19
de abril de 1832, hospedado de abril de 1832, hospedado
na Fazenda Sossego. Em outro na Fazenda Sossego. Em outro
relato, ele cita seu apreço pelas relato, ele cita seu apreço pelas
A passagem de Charles A passagem de Charles
Darwin pelos diferentes Darwin pelos diferentes
países por ocasião de sua países por ocasião de sua
viagem ao redor do mundo foi objeto de diversas pesquisas, entre elas o
projeto Caminhos Darwin. Em 2009, comemorou-se o bicentenário de seu
nascimento e os 150 anos do lançamento do livro Origem das Espécies pela
Seleção Natural. Muitos desconheciam a importância da sua estada no Brasil
para o desenvolvimento da sua teoria ou sequer sabiam de sua passagem por
terras brasileiras em 1832.
Com apenas 23 anos recém-completos, Darwin conheceu o Brasil, em sua
segunda parada após deixar a Inglaterra. Ele avistou os rochedos de São Pedro
e São Paulo em 16 de fevereiro e Fernando de Noronha no dia 20 de fevereiro.
Depois seguiu para a Bahia e daí para o Rio de Janeiro, onde chegou em 4 de
abril e partiu em 5 de julho. Além da atual Capital, o trajeto de Charles Darwin
pelo Estado do Rio incluiu cidades como Maricá, Saquarema, Araruama, São
Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu,
Rio Bonito e Itaboraí, encerrando em Niterói.
8 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
D o apogeu ao processo de decadência. De
acordo com relatos históricos, a implantação
do Teatro Santa Isabel - o primeiro da
cidade, foi fruto de uma iniciativa da população da
época. A construção do prédio data de 1864 a 1865
e a inauguração em 7 de janeiro de 1866.
A história começa em 12 de agosto de 1864, quando
um grupo ligado às atividades cênicas e que lutavam
pelo progresso da cidade se juntaram e fundaram nesta
mesma data a Sociedade Philo - Scenica Macahense
que tinha à frente o Dr. Constantino José Gonçalves.
A principal meta do grupo era a construção de
um teatro, e para isso foi criado um quadro de sócios
proprietários que participavam com cotas estipuladas
em dez mil réis. Antes da criação dessa sociedade os
espetáculos teatrais que ocorriam na cidade ficavam
restritos a apresentações em residências amplas ou
salões de usos diversos.
Após alguns meses de criação da Sociedade Philo,
em 15 de outubro foi lançada a pedra fundamental da
obra para comemorar o consórcio da Princesa Isabel
com o conde d`Eu. Ainda segundo a história, o espaço
recebeu o nome de “Santa Isabel” em homenagem a
princesa e tal fator resultou em algumas confusões,
pois acreditava-se que a Alteza Imperial teria vindo
a Macaé para a inauguração, no entanto não há
nenhuma documentação que comprove a informação.
A peça de estreia do Teatro foi feita por amadores
da própria cidade por meio da Sociedade Philo, com o
drama de Burgain, em quatro atos, “Os Três Amores”.
1866 - o ano Em QUE macaÉ GanHoU o sEU
PrimEiro tEatro De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico de Macaé e professor de história, Ricardo Meirelles
grandes peças foram apresentadas no Santa Isabel, entre
elas “O Homem do Princípio ao Fim”, com a atriz Fernanda
Montenegro e Sérgio Brito e a peça “Lampeão de Gás”, com
Vanda Lacerda.
“Foram duas peças de sucesso, a primeira foi um sucesso
nacional com a participação de uma das grandes estrelas do
teatro nacional, que é a Fernanda Montenegro e a segunda
que foi uma peça policial, na época grande sucesso no Rio.
Ambas no final dos anos 60”, explicou.
Atualmente o prédio encontra-se totalmente
descaracterizado em virtude das diversas reformas e
acréscimos sofridos. No entanto, de acordo com Ricardo
Meirelles, existe uma parte do prédio que está intacta. “É
a parte onde os atores passavam para chegar até o palco.
Essa não foi afetada pelas reformas”, explicou.
a concorrÊncia E o que foi um grande sucesso
começou a perder o seu
espaço na cidade com a
inauguração do Cine Teatro
Taboada, em 1936. Segundo
Ricardo, com a chegada
do Taboada, o Santa Isabel
”
O Teatro foi inaugurado em 7 de janeiro mesmo sem
a obra estar totalmente concluída e após um tempo,
passou a ser utilizado também como cinema, recebendo o nome de
Cine-teatro Santa Isabel
“
passou a ser considerado
de qualidade de filme de
faroeste e para prender a
população passou a oferecer
filmes em série, com
exibições às quartas-feiras e
aos domingos.
Já o Cine Taboada
conquistava seu público
com filmes de amor e com
grandes atores. “Eram
plateias diferentes, o Taboada
atendia a uma classe e o
Santa Isabel, a outra”, disse.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
D o apogeu ao processo de decadência. De
acordo com relatos históricos, a implantação
do Teatro Santa Isabel - o primeiro da
cidade, foi fruto de uma iniciativa da população da
época. A construção do prédio data de 1864 a 1865
e a inauguração em 7 de janeiro de 1866.
A história começa em 12 de agosto de 1864, quando
um grupo ligado às atividades cênicas e que lutavam
pelo progresso da cidade se juntaram e fundaram nesta
mesma data a Sociedade Philo - Scenica Macahense
que tinha à frente o Dr. Constantino José Gonçalves.
A principal meta do grupo era a construção de
um teatro, e para isso foi criado um quadro de sócios
proprietários que participavam com cotas estipuladas
em dez mil réis. Antes da criação dessa sociedade os
espetáculos teatrais que ocorriam na cidade ficavam
restritos a apresentações em residências amplas ou
salões de usos diversos.
Após alguns meses de criação da Sociedade Philo,
em 15 de outubro foi lançada a pedra fundamental da
obra para comemorar o consórcio da Princesa Isabel
com o conde d`Eu. Ainda segundo a história, o espaço
recebeu o nome de “Santa Isabel” em homenagem a
princesa e tal fator resultou em algumas confusões,
pois acreditava-se que a Alteza Imperial teria vindo
a Macaé para a inauguração, no entanto não há
nenhuma documentação que comprove a informação.
A peça de estreia do Teatro foi feita por amadores
da própria cidade por meio da Sociedade Philo, com o
drama de Burgain, em quatro atos, “Os Três Amores”.
1866 - o ano Em QUE macaÉ GanHoU o sEU
PrimEiro tEatro De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico de Macaé e professor de história, Ricardo Meirelles
grandes peças foram apresentadas no Santa Isabel, entre
elas “O Homem do Princípio ao Fim”, com a atriz Fernanda
Montenegro e Sérgio Brito e a peça “Lampeão de Gás”, com
Vanda Lacerda.
“Foram duas peças de sucesso, a primeira foi um sucesso
nacional com a participação de uma das grandes estrelas do
teatro nacional, que é a Fernanda Montenegro e a segunda
que foi uma peça policial, na época grande sucesso no Rio.
Ambas no final dos anos 60”, explicou.
Atualmente o prédio encontra-se totalmente
descaracterizado em virtude das diversas reformas e
acréscimos sofridos. No entanto, de acordo com Ricardo
Meirelles, existe uma parte do prédio que está intacta. “É
a parte onde os atores passavam para chegar até o palco.
Essa não foi afetada pelas reformas”, explicou.
a concorrÊncia E o que foi um grande sucesso
começou a perder o seu
espaço na cidade com a
inauguração do Cine Teatro
Taboada, em 1936. Segundo
Ricardo, com a chegada
do Taboada, o Santa Isabel
”
O Teatro foi inaugurado em 7 de janeiro mesmo sem
a obra estar totalmente concluída e após um tempo,
passou a ser utilizado também como cinema, recebendo o nome de
Cine-teatro Santa Isabel
“
passou a ser considerado
de qualidade de filme de
faroeste e para prender a
população passou a oferecer
filmes em série, com
exibições às quartas-feiras e
aos domingos.
Já o Cine Taboada
conquistava seu público
com filmes de amor e com
grandes atores. “Eram
plateias diferentes, o Taboada
atendia a uma classe e o
Santa Isabel, a outra”, disse.
10 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201110 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A história de Manoel da Motta Coqueiro é rodeada
de mistérios e chama uma grande atenção
porque muitos dizem que ele teria sido o último
enforcado no Brasil, em agosto de 1855, mas de acordo com
o historiador e atual subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico de Macaé, Ricardo Meirelles,
depois de Motta Coqueiro mais duas
pessoas foram enforcadas. “A única
diferença é que essas duas pessoas não
eram conhecidas publicamente como
ele”, ressaltou.
Para contar mais um pouco desta
história intrigante e rica em detalhes, o
historiador abriu as portas do Solar dos
Mellos para a equipe de reportagem do Jornal O DEBATE,
onde mostrou grande conhecimento sobre o assunto.
Ricardo contou que Motta Coqueiro vivia do que plantava
e colhia em sua fazenda. Ele era casado com Úrsula das
Virgens Cabral e possuía
cinco vastas propriedades
rurais, entre elas, a fazenda
do Bananal, situada no atual
município de Conceição de Macabu, que na época fazia
parte da Freguesia de Nossa Senhora das Neves, que hoje
conhecemos como Macaé.
Motta Coqueiro e Úrsula eram quase sempre listados
entre os fazendeiros ricos de Macaé, mas Meirelles
ressalta que mesmo assim, o casal não estava entre
os mais importantes da região. Em 1847 eles foram
convidados a participar de uma festa realizada em
Quissamã, onde Motta Coqueiro chegou a cumprimentar
o Imperador Dom Pedro II. A festa foi feita para 300
convidados, o que para a época era considerado um
número muito grande. O que chamou a atenção, foi que
Motta Coqueiro foi convidado para a ocasião, mesmo não
sendo um dos grandes fazendeiros do município.
motta coQUEiro: EXEcUÇÃo QUE FEZ HistÓria no BrasiL
Segundo o professor Ricardo Meirelles, Motta Coqueiro não teria sido o último enforcado no Brasil
Em agosto de 1855, Motta
Coqueiro foi julgado e
condenado pelo crime. “Muitas
coisas estranhas aconteceram
em seu julgamento, uma delas
foi o fato de que escravos
nunca poderiam testemunhar
contra os seus senhores,
mas no julgamento dele
uma das escravas de Motta
Coqueiro testemunhou contra
ele, o que contribuiu e muito
para sua condenação”, disse
Ricardo Meirelles.
Após ser condenado, Motta
Coqueiro voltou a Macaé para
a execução, que aconteceu na
Praça da Luz, onde hoje está
1855: condEnaÇÃo E EXEcUÇÃo Em PraÇa PÚBLica
situado o Colégio Estadual Luiz
Reid. Ricardo contou que Motta
Coqueiro saiu da Rua Dr. Télio
Barreto, onde ficava o Paço
Municipal, foi andando com
a Guarda Vigilante até o local
de execução e foi enforcado
em praça pública, na presença
de milhares de pessoas. “Uma
condenação dessas naquele
tempo era uma coisa muito
exposta, um acontecimento
onde todos tinham que
comparecer”, disse.
Muitos dizem que, antes
de ser enforcado, Motta
Coqueiro teria jogado uma
maldição na cidade, dizendo
que Macaé teria 100 anos
de não progresso. “Por conta
desta lenda, muitas pessoas
acreditam que de fato esta
maldição deu certo. Quando
a Petrobras chegou na cidade,
coincidiu com os 100 anos.
Mas se pegarmos a história
de Macaé, antes da Petrobras,
já havia um progresso cultural
e econômico acontecendo.
Mas não adianta provar
com a história, porque a
história que o povo cria é mais
interessante do que
a verdadeira”.
Embora não tenha
nenhuma documentação que
comprove isto, Ricardo disse
ainda que é provável que o
corpo de Motta Coqueiro tenha
sido enterrado nos arredores
onde hoje é o Cemitério de
Santana. “Essa história, assim
como muitas outras é muito
rica, mas infelizmente temos
uma população bastante
modificada. A grande maioria
não é mais original de Macaé,
e a história acaba ficando
mais apagada. Neste ponto
de vista, perdeu um pouco da
sua força lendária, como tinha
para os antigos macaenses”,
completou o historiador
Ricardo Meirelles.
Em 1852, numa noite chuvosa, o colono Francisco
Benedito e toda sua família foram mortos a golpe de
facões por um grupo de bandidos, escapando somente
Francisca, a filha grávida. Além da
chacina, os criminosos ainda colocaram
fogo na casa. Ricardo Meirelles contou
também que naquele dia chovia bastante
e o fogo não se alastrou, o que provocou
um cenário chocante, onde os corpos
não foram totalmente queimados,
ficando expostos. “Foram ao todo, oito
pessoas assassinadas, sendo o colono, sua esposa e mais
seis filhos, três adolescentes e três crianças”, detalhou.
Após o crime, Motta Coqueiro foi considerado
o mandante da chacina e era chamado de monstro,
ficando conhecido como “A Fera de Macabu”. “O mais
impressionante disso tudo é que, ele em nenhum momento
“Foram ao todo, oito pessoas assassinadas,
sendo o colono, sua esposa e mais seis
filhos, três adolescentes e três crianças”
disse se foi ele ou não, simplesmente não se defendeu da
acusação. Este mistério, esta coisa enigmática é que dá o
sabor a essa história”, disse Ricardo.
Segundo Meirelles, o que foi especulado na
época foi a possibilidade de ter sido sua esposa
Úrsula, a mandante do crime, já que se sentiu
traída e não aceitava o que o marido havia
feito. Mesmo assim, Motta Coqueiro foi preso
como principal suspeito dos assassinatos.
“Para intensificar ainda mais todo esse
mistério, é que ele teve a possibilidade de fuga
quando foi transferido para Campos dos Goytacazes.
Fazendeiros de Campos e pessoas da mesma
classe social de Motta queriam fazer com que ele não fosse
punido e deram a ele a oportunidade de fugir, pegando um
navio para sair do Brasil, mas ele se recusou e ficou preso
aguardando o julgamento.
coLono dE motta coQUEiro E FamÍLia assassinados
Com o fim do tráfico
negreiro e a Lei Eusébio
de Queirós, assim como
vários outros fazendeiros
da época, Motta Coqueiro
iniciou a prática do regime
de parceria com colonos
livres. Em uma de suas
fazendas foi chamado
para trabalhar o meeiro
Francisco Benedito da
Silva, que levou sua família
junto. O que se sabe é que,
uma das filhas do colono,
que se chamava Francisca
FiLHa dE coLono EnGraVida dE motta coQUEiro
teve um caso amoroso com
Motta Coqueiro, e após
este envolvimento ela ficou
grávida.
Sabendo do que havia
acontecido, o pai de
Francisca buscou vantagens
junto ao patrão, pedindo
dinheiro por conta da
gravidez de sua filha. A
partir deste momento, vários
conflitos surgiram entre os
dois. Francisco chegou a
agredir Motta Coqueiro com
a ajuda de amigos.
11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
HosPitaL sÃo JoÃo Batista:
Uma HistÓriaPara sE PrEsErVar
O hospital da Irmandade São João Batista possui 139 anos
de existência e muita história para ser preservada pelos
macaenses. Localizado na região central da cidade, ele
ocupa um quarteirão da Praça Veríssimo de Melo e foi fundado pelo
lusitano Antônio Joaquim D Andrade.
De acordo com dados registrados pelo acervo do hospital, Antônio
veio morar muito jovem na Vila de São João Batista de Macaé,
onde viveu até a sua morte. Ele montou um pequeno negócio para
vender cuscuz nas ruas da cidade, onde ganhou
o apelido de “Casculeiro” e passou a chamar-
se Antônio Joaquim D Andrade Casculeiro, no
entanto, sem nenhuma degradação da imagem
do honrado português.
A história conta que no mês de novembro
de 1862, como ainda estava solteiro, procurou
um cartório para registrar em seu testamento,
a quantia de dois contos de réis que fossem
depositados no Banco do Brasil. O dinheiro foi
deixado com o objetivo principal de dar início
a construção de uma Casa de Caridade com a
finalidade de socorrer principalmente os mais
necessitados do município.
Em dezembro de 1867 foi lançada a pedra
fundamental da obra do futuro hospital que
atenderia mais tarde a população macaense,
onde ocorreu muitos nascimentos e outros
procedimentos médicos na época.
Os registros históricos informam ainda que a Irmandade de São
João Batista de Macaé, foi idealizada para administrar o Hospital Casa
de Caridade que nasceu no dia 22 de maio de 1872, em solenidade
presidida pelo Juiz Municipal, Dr. Carlos de Souza Silveira, nomeado
para Macaé a pedido do Duque de Caxias, conforme relata em carta.
O primeiro Provedor eleito para coordenar a Irmandade foi o Dr. Bueno,
homenageado com o nome de rua no bairro da Imbetiba.
A partir dessa data, o hospital começou a funcionar e cresceu
atendendo a muitos moradores de Macaé e região circunvizinhas.
A partir de 1º de agosto de 1954, passou a contar com o apoio das
religiosas pertencentes a Associação das Filhas de Maria do Horto.
As primeiras irmãs que chegaram ao município para realizar o
atendimento aos doentes foram as irmãs Maria Leocádia, Maria do
Carmo e Maria Inocência.
O escritor macaense Antonio Alvarez Parada relatou em um dos
seus livros: “Se da grandeza do bom lusitano surgiu a Casa de Caridade,
nessa mesma bondade ela tem se mantido até hoje, com o auxílio de
seus dirigentes, de seu dedicado corpo de médicos e da eficiência das
freiras que lhes prestam serviços. O Velho Hospital, por todos esses
anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”
Provedor da Casa de Caridade de Macaé há 21 anos, o médico
Leandro Mattos, lembra ainda que o hospital realizava atendimento
médico de toda a população que morava no entorno da
cidade, sempre oferecendo os melhores recursos da
medicina que existiam na época.
Pessoas que despontam no cenário político, empresários,
atletas, entre outros, nasceram no São João Batista. Ele ressalta
ainda que o Hospital São João Batista sempre foi pioneiro
em intervenções cirúrgicas inéditas no município, como
a videolaroscopia, artroscopia, artroplastia de quadril e de
ombro, bariátrica (redução de estômago), bucomaxilofacial,
e intervenções cardiácas em adultos e crianças.
Além disso, o provedor Leandro Mattos ressalta que
o Hospital São João Batista também foi o pioneiro na
implantação da UTI Neo Natal e Câmera Hiperbárica,
utilizada no tratamento de pacientes que possuem feridas
que não cicatrizam provocadas, por exemplo, por úlceras
varicosas e serviço de oncologia.
Atualmente o Hospital João Batista conta com 170
leitos, 420 funcionários. São realizadas uma média de
450 cirurgias mensais.
“O Velho Hospital, por todos esses anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
HosPitaL sÃo JoÃo Batista:
Uma HistÓriaPara sE PrEsErVar
O hospital da Irmandade São João Batista possui 139 anos
de existência e muita história para ser preservada pelos
macaenses. Localizado na região central da cidade, ele
ocupa um quarteirão da Praça Veríssimo de Melo e foi fundado pelo
lusitano Antônio Joaquim D Andrade.
De acordo com dados registrados pelo acervo do hospital, Antônio
veio morar muito jovem na Vila de São João Batista de Macaé,
onde viveu até a sua morte. Ele montou um pequeno negócio para
vender cuscuz nas ruas da cidade, onde ganhou
o apelido de “Casculeiro” e passou a chamar-
se Antônio Joaquim D Andrade Casculeiro, no
entanto, sem nenhuma degradação da imagem
do honrado português.
A história conta que no mês de novembro
de 1862, como ainda estava solteiro, procurou
um cartório para registrar em seu testamento,
a quantia de dois contos de réis que fossem
depositados no Banco do Brasil. O dinheiro foi
deixado com o objetivo principal de dar início
a construção de uma Casa de Caridade com a
finalidade de socorrer principalmente os mais
necessitados do município.
Em dezembro de 1867 foi lançada a pedra
fundamental da obra do futuro hospital que
atenderia mais tarde a população macaense,
onde ocorreu muitos nascimentos e outros
procedimentos médicos na época.
Os registros históricos informam ainda que a Irmandade de São
João Batista de Macaé, foi idealizada para administrar o Hospital Casa
de Caridade que nasceu no dia 22 de maio de 1872, em solenidade
presidida pelo Juiz Municipal, Dr. Carlos de Souza Silveira, nomeado
para Macaé a pedido do Duque de Caxias, conforme relata em carta.
O primeiro Provedor eleito para coordenar a Irmandade foi o Dr. Bueno,
homenageado com o nome de rua no bairro da Imbetiba.
A partir dessa data, o hospital começou a funcionar e cresceu
atendendo a muitos moradores de Macaé e região circunvizinhas.
A partir de 1º de agosto de 1954, passou a contar com o apoio das
religiosas pertencentes a Associação das Filhas de Maria do Horto.
As primeiras irmãs que chegaram ao município para realizar o
atendimento aos doentes foram as irmãs Maria Leocádia, Maria do
Carmo e Maria Inocência.
O escritor macaense Antonio Alvarez Parada relatou em um dos
seus livros: “Se da grandeza do bom lusitano surgiu a Casa de Caridade,
nessa mesma bondade ela tem se mantido até hoje, com o auxílio de
seus dirigentes, de seu dedicado corpo de médicos e da eficiência das
freiras que lhes prestam serviços. O Velho Hospital, por todos esses
anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”
Provedor da Casa de Caridade de Macaé há 21 anos, o médico
Leandro Mattos, lembra ainda que o hospital realizava atendimento
médico de toda a população que morava no entorno da
cidade, sempre oferecendo os melhores recursos da
medicina que existiam na época.
Pessoas que despontam no cenário político, empresários,
atletas, entre outros, nasceram no São João Batista. Ele ressalta
ainda que o Hospital São João Batista sempre foi pioneiro
em intervenções cirúrgicas inéditas no município, como
a videolaroscopia, artroscopia, artroplastia de quadril e de
ombro, bariátrica (redução de estômago), bucomaxilofacial,
e intervenções cardiácas em adultos e crianças.
Além disso, o provedor Leandro Mattos ressalta que
o Hospital São João Batista também foi o pioneiro na
implantação da UTI Neo Natal e Câmera Hiperbárica,
utilizada no tratamento de pacientes que possuem feridas
que não cicatrizam provocadas, por exemplo, por úlceras
varicosas e serviço de oncologia.
Atualmente o Hospital João Batista conta com 170
leitos, 420 funcionários. São realizadas uma média de
450 cirurgias mensais.
“O Velho Hospital, por todos esses anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”
12 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201112 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 13O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 13O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
14 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Macaé deu origem a diversas personalidades
ilustres no mundo da política e da cultura,
como por exemplo, o músico Benedito Lacerda.
O município completa 198 anos, com muita história de
personalidades ilustres. A cidade não poupou qualidade
em termos de talento para o
país, especificamente nas áreas
política, cultural e musical.
Instrumentista e compositor,
Benedito Lacerda nasceu no dia
14 de março de 1903 e residiu no
bairro Imbetiba. Aos oito anos
de idade começou a aprender
flauta. Iniciou as atividades
musicais, em sua cidade natal,
como integrante da Banda Nova
Aurora. Aos 17 anos, mudou-
se para o Rio de Janeiro, onde
residiu no bairro Estácio.
Para garantir o sustento,
em 1922 ingressou na Polícia
Militar, onde podia também
continuar sua atividade musical, participando, de 1923 a
1925, da banda do batalhão. Para o sustento da família,
Benedito Lacerda tocava em cinemas, bares, emissoras de
rádio, residências, mas isto não lhe dava retorno suficiente
para suportar com tranquilidade as despesas com o aluguel
e suprir as necessidades de um chefe de família. Por isso,
passou por momentos de sérias dificuldades chegando até
mesmo a morar no porão de uma casa, no bairro do Catumbi.
Naquela década, Benedito
costumava tocar em um bar,
atrás do Mercado de Peixe de
Macaé. Atualmente, conhecido
como 'Bico da Coruja', é um
expoente do samba e do
chorinho, considerado um
ótimo lugar para se apreciar
uma música de boa qualidade.
E tudo isso se deve ao seu
fundador, Wallace Agostinho,
que descobriu na necessidade
do ganha pão um novo estilo
de vida e um lugar de difusão
da música.
Segundo Walace, mesmo
sem ter por objetivo tocar
profissionalmente, um
BEnEdito LacErda: considErado Um dosmaiorEs GÊnios da mÚsica BrasiLEira
Foi parceiro musical de Aldo Cabral, Herivelto Martins,
Bide, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Ary Barroso, entre outros.
Não podemos deixar de comentar a famosa dupla que formou
com Pixinguinha, no início da década de 40.
Destacou-se também pelas marchinhas de Carnaval
e pela atuação como fundador da União Brasileira de
Compositores e dirigente da Sociedade Brasileira de
Autores, Compositores e Escritores de Música.
De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico, Ricardo Meirelles, conta-se que Benedito
apareceu em um momento em que, mais uma vez,
Pixinguinha sofria com suas dívidas. Já fazendo sucesso
com a música Jardineira, Benedito Lacerda lhe ofereceu
parceria. Sem muita opção, Pixinguinha aceitou, tendo de
abrir mão de sua flauta para tocar o saxofone”, comenta.
O historiador destaca também que Benedito acabou
sendo seu principal parceiro, ficaram juntos mais ou
menos cinco anos, de 1946 a 1950, tempo suficiente para
gravar 15 discos.
“A dupla se separou porque Benedito teve de fazer a
campanha política de Ademar de Barros, em São Paulo.
Com isso, todo o lucro foi até que satisfatório, permitindo
a Pixinguinha pagar a maior parte de suas dívidas. E
Pixinguinha tirou a conclusão de que foi bom ter trocado a
sua flauta pelo saxofone”, lembra.
Para Ricardo Meirelles, Benedito foi um homem vivo,
inteligente, atento, pontual e sagaz. Macaé é uma cidade
rica de cultura, cujas histórias de vida são motivos de
orgulho para os que nasceram e para os que vieram morar
no município” relata.
em termos de talento para o
país, especificamente nas áreas
política, cultural e musical.
Benedito Lacerda nasceu no dia
14 de março de 1903 e residiu no
bairro Imbetiba. Aos oito anos
de idade começou a aprender
flauta. Iniciou as atividades
determinado grupo de amigos
batizou o local com o nome
'Bico da Coruja', onde com o
passar do tempo começou
a ser solicitado para se
apresentar em eventos.
O bar virou referência
de boa música e bom papo,
amigos e clientes começaram
a propor projetos musicais,
aproveitando o clima do
lugar. “Foram iniciados
aqui diversos, dentre os
quais podemos destacar: O
Corredor Cultural Benedito
Lacerda, parceria com
Sentrinho em shows, inclusive
de nosso mestre maior João
HEranÇa dEiXada Por BEnEditoNogueira, no qual o 'bico'
fez a abertura, primeiro CD
do Bico da Coruja, shows de
artistas aqui no Bico: Henrique
Cazes, grupo Abraçando
Jacaré, Matutos de Cordeiro,
Cristina Buarque, Ronaldo
do Bandolim, Zé da Velha/
Silvério”, disse.
“O Bico da Coruja foi um
incentivo para muitas pessoas
que começaram a tocar em
Macaé. Muitos projetos
musicais começaram aqui,
direta ou indiretamente. Nossa
ideia agora é expandir, levar
uma estrutura e fazer um
chorinho em qualquer lugar. Vai
ser muito especial pois vai unir o
que Macaé tem de mais bonito,
o choro e a cidade”, finalizou.
Local famoso pela boa
música, o Bico da Coruja
já existe há 28 anos. É lá
que o proprietário Wallace
recebe os músicos da cidade,
que se encontraram para
brincar com os instrumentos.
O grupo de sambistas e
chorões frequentam o lugar
religiosamente todas às quartas-
feiras. O curioso é que o bar
fica localizado na Rua Benedito
Lacerda, nome do macaense
considerado um dos maiores
‘chorões’ de todos os tempos.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 15O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Macaé deu origem a diversas personalidades
ilustres no mundo da política e da cultura,
como por exemplo, o músico Benedito Lacerda.
O município completa 198 anos, com muita história de
personalidades ilustres. A cidade não poupou qualidade
em termos de talento para o
país, especificamente nas áreas
política, cultural e musical.
Instrumentista e compositor,
Benedito Lacerda nasceu no dia
14 de março de 1903 e residiu no
bairro Imbetiba. Aos oito anos
de idade começou a aprender
flauta. Iniciou as atividades
musicais, em sua cidade natal,
como integrante da Banda Nova
Aurora. Aos 17 anos, mudou-
se para o Rio de Janeiro, onde
residiu no bairro Estácio.
Para garantir o sustento,
em 1922 ingressou na Polícia
Militar, onde podia também
continuar sua atividade musical, participando, de 1923 a
1925, da banda do batalhão. Para o sustento da família,
Benedito Lacerda tocava em cinemas, bares, emissoras de
rádio, residências, mas isto não lhe dava retorno suficiente
para suportar com tranquilidade as despesas com o aluguel
e suprir as necessidades de um chefe de família. Por isso,
passou por momentos de sérias dificuldades chegando até
mesmo a morar no porão de uma casa, no bairro do Catumbi.
Naquela década, Benedito
costumava tocar em um bar,
atrás do Mercado de Peixe de
Macaé. Atualmente, conhecido
como 'Bico da Coruja', é um
expoente do samba e do
chorinho, considerado um
ótimo lugar para se apreciar
uma música de boa qualidade.
E tudo isso se deve ao seu
fundador, Wallace Agostinho,
que descobriu na necessidade
do ganha pão um novo estilo
de vida e um lugar de difusão
da música.
Segundo Walace, mesmo
sem ter por objetivo tocar
profissionalmente, um
BEnEdito LacErda: considErado Um dosmaiorEs GÊnios da mÚsica BrasiLEira
Foi parceiro musical de Aldo Cabral, Herivelto Martins,
Bide, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Ary Barroso, entre outros.
Não podemos deixar de comentar a famosa dupla que formou
com Pixinguinha, no início da década de 40.
Destacou-se também pelas marchinhas de Carnaval
e pela atuação como fundador da União Brasileira de
Compositores e dirigente da Sociedade Brasileira de
Autores, Compositores e Escritores de Música.
De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico, Ricardo Meirelles, conta-se que Benedito
apareceu em um momento em que, mais uma vez,
Pixinguinha sofria com suas dívidas. Já fazendo sucesso
com a música Jardineira, Benedito Lacerda lhe ofereceu
parceria. Sem muita opção, Pixinguinha aceitou, tendo de
abrir mão de sua flauta para tocar o saxofone”, comenta.
O historiador destaca também que Benedito acabou
sendo seu principal parceiro, ficaram juntos mais ou
menos cinco anos, de 1946 a 1950, tempo suficiente para
gravar 15 discos.
“A dupla se separou porque Benedito teve de fazer a
campanha política de Ademar de Barros, em São Paulo.
Com isso, todo o lucro foi até que satisfatório, permitindo
a Pixinguinha pagar a maior parte de suas dívidas. E
Pixinguinha tirou a conclusão de que foi bom ter trocado a
sua flauta pelo saxofone”, lembra.
Para Ricardo Meirelles, Benedito foi um homem vivo,
inteligente, atento, pontual e sagaz. Macaé é uma cidade
rica de cultura, cujas histórias de vida são motivos de
orgulho para os que nasceram e para os que vieram morar
no município” relata.
em termos de talento para o
país, especificamente nas áreas
política, cultural e musical.
Benedito Lacerda nasceu no dia
14 de março de 1903 e residiu no
bairro Imbetiba. Aos oito anos
de idade começou a aprender
flauta. Iniciou as atividades
determinado grupo de amigos
batizou o local com o nome
'Bico da Coruja', onde com o
passar do tempo começou
a ser solicitado para se
apresentar em eventos.
O bar virou referência
de boa música e bom papo,
amigos e clientes começaram
a propor projetos musicais,
aproveitando o clima do
lugar. “Foram iniciados
aqui diversos, dentre os
quais podemos destacar: O
Corredor Cultural Benedito
Lacerda, parceria com
Sentrinho em shows, inclusive
de nosso mestre maior João
HEranÇa dEiXada Por BEnEditoNogueira, no qual o 'bico'
fez a abertura, primeiro CD
do Bico da Coruja, shows de
artistas aqui no Bico: Henrique
Cazes, grupo Abraçando
Jacaré, Matutos de Cordeiro,
Cristina Buarque, Ronaldo
do Bandolim, Zé da Velha/
Silvério”, disse.
“O Bico da Coruja foi um
incentivo para muitas pessoas
que começaram a tocar em
Macaé. Muitos projetos
musicais começaram aqui,
direta ou indiretamente. Nossa
ideia agora é expandir, levar
uma estrutura e fazer um
chorinho em qualquer lugar. Vai
ser muito especial pois vai unir o
que Macaé tem de mais bonito,
o choro e a cidade”, finalizou.
Local famoso pela boa
música, o Bico da Coruja
já existe há 28 anos. É lá
que o proprietário Wallace
recebe os músicos da cidade,
que se encontraram para
brincar com os instrumentos.
O grupo de sambistas e
chorões frequentam o lugar
religiosamente todas às quartas-
feiras. O curioso é que o bar
fica localizado na Rua Benedito
Lacerda, nome do macaense
considerado um dos maiores
‘chorões’ de todos os tempos.
15O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Estrada dE FErro:marco da Economia
A chegada da Estrada de Ferro
resultou no enfraquecimento
do porto e o fortalecimento da
economia
T odo o escoamento da
produção da Cana de
Açúcar da região era feito
através de embarcações saindo
do Porto de Imbetiba. Com a
construção e entrega da Estrada de
Ferro Macaé/Campos, o processo
passou a ser realizado através do
transporte ferroviário.
O primeiro trecho da ferrovia,
com 33 quilômetros de extensão,
entre Imbetiba e Carapebus,
passando por Macaé, foi inaugurado no dia 10 de agosto
de 1874. Em 14 de junho de 1875 foi inaugurado o trecho
até Campos dos Goytacazes, totalizando 96,5 quilômetros
de extensão. A inauguração da ferrovia resultou na maior
rapidez e menor custo de operação, o que conduziu ao
rápido declínio da importância do canal Campos-Macaé,
que entrou em decadência.
Segundo o historiador Ricardo Meirelles, a Estrada de
Ferro, também chamada de E.F., fez com que houvesse
uma mudança muito grande em relação ao trabalho
de produção e o deslocamento do que se produzia.
“Isso porque o trem, sem dúvida nenhuma, era um
transporte muito mais seguro, possibilitando transportar
uma quantidade muito maior do que as embarcações
suportavam. Além disso, o serviço era feito com maior
rapidez e mobilidade, fazendo com que o porto fosse
entrando num período de decadência, perdendo sua força,
deixando de ser então, o centro econômico, já que toda
produção açucareira era transportada via porto”, explicou.
Meirelles ressalta
ainda que essa mudança
chamou a atenção para
duas possibilidades naquela
época, a manutenção do
porto e ao mesmo tempo o
escoamento pela ferrovia.
“A ferrovia era uma
novidade, algo que tinha
uma grande força no que
diz respeito ao transporte,
principalmente quando se
falava de segurança. As
navegações sempre foram
muito sujeitas a chuva,
tempestade, apresentando
um risco muito grande. Já
com o trem, a probabilidade
de acidente era muito
menor. A partir deste
momento começou a se
jogar uma confiança e um
investimento muito grande
na ferrovia, onde não só era
possível escoar a produção
basicamente de açúcar, mas
também fazer o transporte”,
detalhou o historiador.
Ricardo disse ainda que,
até bem pouco tempo atrás
a ferrovia era a principal
alternativa. “Até a década
de 60 a ferrovia era que
nos ligava a Campos e ao
Rio de Janeiro. Porque não
tínhamos uma estrada
que pudesse nos conduzir
com segurança até o Rio,
sendo que uma viagem
naquele período chegava
a durar de cinco a sete
horas”, completou.
16 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201116 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
M acaé chega aos 198 anos se transformando
a cada dia. Hoje, é uma das principais
economias do nosso estado, com um
crescimento de 600% nos últimos dez anos. O número
de habitantes triplicou desde a década de 70. São
mais de 200 mil moradores, muitos vindos de outros
estados e países - 10% são estrangeiros - atraídos pelo
desenvolvimento do município.
O estado do Rio é a capital energética do Brasil. Somos
responsáveis pela produção de mais de 80% do óleo e
de 40% do gás natural do
país. E Macaé é uma parte
muito importante desse
processo. A cidade vai se
beneficiar da exploração da
camada do pré-sal, de onde
deverão ser extraídos cerca
de 80 bilhões de barris de
óleo leve nos próximos anos.
Temos em nosso território
60% das novas reservas.
O desafio do nosso estado
e de cidades como Macaé
é aplicar esses recursos de
forma a promover cada vez
mais o desenvolvimento
econômico e social da
a macaÉ do PrEsEntE E do FUtUro
população como um todo.
Em Macaé, esse futuro já faz parte do presente. Como
marca do nosso governo, a parceria com o governo
federal e com os municípios vem transformando a cidade.
Vamos implementar, por exemplo, na linha férrea que
corta a área urbana da cidade, o Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros. A nossa
expectativa é de que o projeto comece a ser testado no
primeiro semestre do ano que vem. Serão R$ 25 milhões
investidos pelo município, mais R$ 47,8 milhões de
recursos federais e o nosso governo será responsável por
toda a consultoria técnica.
Outro exemplo de ação para a melhoria na qualidade
de vida da população está na solução de problemas
antigos, como o abastecimento de água. A demanda dos
moradores foi atendida com a inauguração, há pouco mais
de um ano, do novo trecho de duplicação da adutora de
água bruta. Com isso, a produção de água saltou de 450
para 600 litros por segundo, ampliando o fornecimento
diário para a região em mais de 13 milhões de litros. Mais
uma vez, a parceria entre o nosso governo, por meio da
Cedae, com investimento de R$ 15 milhões, e a prefeitura,
que forneceu as máquinas para a execução da obra, foi
fundamental para melhorar a vida das pessoas. Mais de
100 mil moradores foram beneficiados.
Portanto, a nossa forte política de investimentos no
interior do estado atrai indústrias e gera mais emprego,
renda e desenvolvimento. É assim, com o trabalho de
todos e parceria efetiva, que estamos ajudando a fazer
de Macaé uma cidade cada vez melhor, como a sua
população merece.
Sérgio CabralGovernador do Estado do Rio de Janeiro
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 17O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201116 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
M acaé chega aos 198 anos se transformando
a cada dia. Hoje, é uma das principais
economias do nosso estado, com um
crescimento de 600% nos últimos dez anos. O número
de habitantes triplicou desde a década de 70. São
mais de 200 mil moradores, muitos vindos de outros
estados e países - 10% são estrangeiros - atraídos pelo
desenvolvimento do município.
O estado do Rio é a capital energética do Brasil. Somos
responsáveis pela produção de mais de 80% do óleo e
de 40% do gás natural do
país. E Macaé é uma parte
muito importante desse
processo. A cidade vai se
beneficiar da exploração da
camada do pré-sal, de onde
deverão ser extraídos cerca
de 80 bilhões de barris de
óleo leve nos próximos anos.
Temos em nosso território
60% das novas reservas.
O desafio do nosso estado
e de cidades como Macaé
é aplicar esses recursos de
forma a promover cada vez
mais o desenvolvimento
econômico e social da
a macaÉ do PrEsEntE E do FUtUro
população como um todo.
Em Macaé, esse futuro já faz parte do presente. Como
marca do nosso governo, a parceria com o governo
federal e com os municípios vem transformando a cidade.
Vamos implementar, por exemplo, na linha férrea que
corta a área urbana da cidade, o Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros. A nossa
expectativa é de que o projeto comece a ser testado no
primeiro semestre do ano que vem. Serão R$ 25 milhões
investidos pelo município, mais R$ 47,8 milhões de
recursos federais e o nosso governo será responsável por
toda a consultoria técnica.
Outro exemplo de ação para a melhoria na qualidade
de vida da população está na solução de problemas
antigos, como o abastecimento de água. A demanda dos
moradores foi atendida com a inauguração, há pouco mais
de um ano, do novo trecho de duplicação da adutora de
água bruta. Com isso, a produção de água saltou de 450
para 600 litros por segundo, ampliando o fornecimento
diário para a região em mais de 13 milhões de litros. Mais
uma vez, a parceria entre o nosso governo, por meio da
Cedae, com investimento de R$ 15 milhões, e a prefeitura,
que forneceu as máquinas para a execução da obra, foi
fundamental para melhorar a vida das pessoas. Mais de
100 mil moradores foram beneficiados.
Portanto, a nossa forte política de investimentos no
interior do estado atrai indústrias e gera mais emprego,
renda e desenvolvimento. É assim, com o trabalho de
todos e parceria efetiva, que estamos ajudando a fazer
de Macaé uma cidade cada vez melhor, como a sua
população merece.
Sérgio CabralGovernador do Estado do Rio de Janeiro
17O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
C om uma história que começou em
1627, com a colonização portuguesa,
Macaé preserva um rico patrimônio
histórico, e um deles é o Farol de Imbetiba,
também conhecido com Farol Velho ou
Farolito. Construído em 1880 para atender
as necessidades do Porto de Imbetiba, que
funcionava como escoadouro da produção
agrícola da Bacia de Campos e Macaé, o velho
farol passou por uma restauração há 11 anos.
Implantado sobre uma pedra à beira-
mar, o Farolito está localizado na Praia de
Imbetiba, em frente a Ilha do Papagaio.
Formado de pedra, o monumento possui uma
escada externa de acesso ao seu interior,
oferecendo uma boa paisagem aos visitantes.
De acordo com o subsecretário de Acervo
e Patrimônio Público, Ricardo Meirelles,
o Farol de Imbetiba foi construído pela
companhia Macaé Campos, quando operava
a ligação férrea entre as duas cidades e
marítima entre Macaé e a corte em conjunção.
“Sendo assim, foi construído um acesso ao
Farol, facilitando e estimulando a visitação”.
Como símbolo turístico e cultural de Macaé,
o Farol pode ser visitado pela Praia Campista,
através do acesso construído pela
Petrobras que, também, realizou
um tratamento paisagístico nas
imediações do monumento.
Conhecida também como a Praia
do Farol, o local tem a extensão
de 500 metros, água morna,
transparente e areias grossas.
O subsecretário de Acervo
recorda, ainda, que a Praia
da Imbetiba foi o point da
juventude nas décadas de 70 e
80. “Muitos jovens se reuniam
no Bar e Restaurante 860, no
Redondo, Varandão, Mocambo,
Pub, e no fim da noite, era no
Trailler do Demerval que a turma
se deliciava com o sanduíche,
que marcou toda uma geração: o
Bistrot”, destacou.
Ricardo diz que o Bistrot
ficou na saudade, e hoje a Praia
da Imbetiba é a base do terminal marítimo
de apoio às atividades da Petrobras. A orla
vem sendo utilizada pelos praticantes de
cooper e esportistas da natação “Academia
dos Anormais”, que todas as manhãs podem
ser encontrados por lá. É um grupo da
sociedade que se reúne para manter viva a
história da Imbetiba”.
A AntigA bússolAdAs embArcAções:
o “FArolito” dAPrAiA de imbetibA
18 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A o longo dos 198 anos de história da cidade, persona-
lidades de grande relevância nasceram em Macaé
e despontaram no país. No ramo da política, o mu-
nicípio tem grande histórico de personagens importantes que
chegaram ao cargo de governador do estado, como Alfredo
Backer e Feliciano Pires de Abreu Sodré.
Backer, que nasceu em Macaé em 1851, formou-se em
medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro e exerceu a fun-
ção no município por um bom tempo. Na cidade, o médico
participou da fundação do Partido Republicano Fluminense,
e também lutou em campanha abolicionistas durante o pe-
ríodo do Segundo Reinado.
Na área política, Alfredo Backer partici-
pou da Constituinte Fluminense no ano de
1892 e elegeu-se deputado estadual em 1892
a 1894, voltando ao cargo no ano de 1901 a
1903. Na administração de Nilo Peçanha, que
era presidente do Rio de Janeiro, cargo equi-
valente ao governador dos dias de hoje, en-
tre os anos de 1903 e 1906, Backer foi secre-
tário-geral do estado, vereador e presidente
da Câmara Municipal em Macaé, durante este período.
Já no ano de 1905, Alfredo Backer foi eleito deputado fe-
deral e chegou ao cargo de
presidente do Rio de Janei-
ro, no ano de 1906. Duran-
te seu mandato, em 1910,
o governador do Estado
do Rio, Alfredo Backer,
criou a Prefeitura Munici-
pal de Macaé, entregando
sua administração ao nite-
roiense Silva Marques. Se-
gundo historiadores, a população macaense não teria acei-
tado essa imposição, impedindo a posse e levando o caso à
Justiça, que impugnou o prefeito. Porém, esse não foi o único
percalço durante o governo de Alfredo Backer, depois de en-
frentar forte oposição chefiada pelo então vice-presidente e,
após a morte do presidente eleito Afonso Pena, presidente
da República, Nilo Peçanha, o governador acabou desaloja-
do do palácio do governo em Niterói por forças do Exército,
um dia antes de terminar seu mandato, em 30 de dezembro
de 1910.
Isso ocorreu, mesmo após uma parceria durante o go-
verno de Nilo Peçanha no estado do Rio. Com isso, o go-
verno de Alfredo Backer não foi fácil, até porque, segundo
o ário de Acervo e Patrimônio Público de Macaé, Ricardo
Meirelles, a Câmara de Vereadores não tinha uma boa re-
lação com o governador e somente seguia Nilo Peçanha.
“Existia esse atrito entre a Câmara Municipal e Alfredo Ba-
cker, até porque, o governador indicou o Silva Marques para
o cargo de prefeito. Isso desagradou a todos em Macaé,
mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro
pois ele não era da cidade. Com isso, foram aceitar a indi-
cação de Nilo Peçanha, que no momento era presidente da
República, para Lobo Junior assumir o governo municipal.
Isso só mostrava o quão enfraquecido era o governo de Ba-
cker”, concluiu.
Antes de vir a falecer, Backer ainda exerceu o cargo de
Senador no ano de 1935. O ex-governador, morreu aos 86
anos em 1937.
Já com Feliciano Sodré, o governo foi mais
tranquilo. Governador entre os anos de 1923
e 1927, seu governo coincidiu com o man-
dato de Washington Luiz como presidente
da República. Como é de conhecimento, o
13º presidente era nascido em Macaé. Des-
ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-
ta uma só linha de governo neste período.
“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-
caram mais fáceis, pois as esferas de governo estavam em
sintonia. Tal como hoje que a prefeitura, governo de esta-
do e união tem a mesma linha
política, na década de 20, dois
macaenses estavam no poder.
Washington Luiz era presiden-
te e Sodré governador. Para
não esquecer, um dos prefeitos
deste período foi Francisco Mi-
randa Sobrinho”, afirmou.
Para Meirelles, a população de Macaé tem que des-
mistificar um pouco a má impressão que tem contra Wa-
shington Luiz. “No ano de 1927 foi inaugurada a Estação da
Luz, a forma de geração de energia elétrica que abastecia
a cidade e era lá em Glicério. Nesta inauguração, o pró-
prio Washington Luiz, junto com Feliciano Sodré, esteve
na cidade. Desfilaram em carro aberto pela Avenida Rui
Barbosa e pararam em frente a Câmara Municipal. Isso
mostra que o presidente tinha sim boa consideração pela
cidade, pois não tinha obrigação de vir nesta inaugura-
ção. Assim, a população pode perceber que mesmo tendo
toda sua educação em São Paulo, não renegava as origens
em Macaé”, disse.
O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizado-
res da Renascença Fluminense - movimento que promoveu
uma urbanização modernizadora e inaugurações de jardins
e monumentos em homenagem a figuras de vulto da políti-
ca fluminense ou nacional, sendo destaque o Monumento
à República, na praça de mesmo nome, em Niterói. Desta
forma, é possível perceber que o governador era claramen-
te inspirado na modernização da cidade do Rio de Janeiro
promovida anteriormente por Pereira Passos.
Após ser governador, Sodré ainda elegeu-se como sena-
dor, igual a Backer. Por fim, o ex-governador faleceu no ano
de 1945 com 64 anos.
e 1927, seu governo coincidiu com o man-
13º presidente era nascido em Macaé. Des-
ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-
ta uma só linha de governo neste período.
“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-
“Alfredo Backer foi eleito deputado
federal e chegou ao cargo de presidente
do Rio de Janeiro, no ano de 1906”
“O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizadores da Renascença Fluminense”
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A o longo dos 198 anos de história da cidade, persona-
lidades de grande relevância nasceram em Macaé
e despontaram no país. No ramo da política, o mu-
nicípio tem grande histórico de personagens importantes que
chegaram ao cargo de governador do estado, como Alfredo
Backer e Feliciano Pires de Abreu Sodré.
Backer, que nasceu em Macaé em 1851, formou-se em
medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro e exerceu a fun-
ção no município por um bom tempo. Na cidade, o médico
participou da fundação do Partido Republicano Fluminense,
e também lutou em campanha abolicionistas durante o pe-
ríodo do Segundo Reinado.
Na área política, Alfredo Backer partici-
pou da Constituinte Fluminense no ano de
1892 e elegeu-se deputado estadual em 1892
a 1894, voltando ao cargo no ano de 1901 a
1903. Na administração de Nilo Peçanha, que
era presidente do Rio de Janeiro, cargo equi-
valente ao governador dos dias de hoje, en-
tre os anos de 1903 e 1906, Backer foi secre-
tário-geral do estado, vereador e presidente
da Câmara Municipal em Macaé, durante este período.
Já no ano de 1905, Alfredo Backer foi eleito deputado fe-
deral e chegou ao cargo de
presidente do Rio de Janei-
ro, no ano de 1906. Duran-
te seu mandato, em 1910,
o governador do Estado
do Rio, Alfredo Backer,
criou a Prefeitura Munici-
pal de Macaé, entregando
sua administração ao nite-
roiense Silva Marques. Se-
gundo historiadores, a população macaense não teria acei-
tado essa imposição, impedindo a posse e levando o caso à
Justiça, que impugnou o prefeito. Porém, esse não foi o único
percalço durante o governo de Alfredo Backer, depois de en-
frentar forte oposição chefiada pelo então vice-presidente e,
após a morte do presidente eleito Afonso Pena, presidente
da República, Nilo Peçanha, o governador acabou desaloja-
do do palácio do governo em Niterói por forças do Exército,
um dia antes de terminar seu mandato, em 30 de dezembro
de 1910.
Isso ocorreu, mesmo após uma parceria durante o go-
verno de Nilo Peçanha no estado do Rio. Com isso, o go-
verno de Alfredo Backer não foi fácil, até porque, segundo
o ário de Acervo e Patrimônio Público de Macaé, Ricardo
Meirelles, a Câmara de Vereadores não tinha uma boa re-
lação com o governador e somente seguia Nilo Peçanha.
“Existia esse atrito entre a Câmara Municipal e Alfredo Ba-
cker, até porque, o governador indicou o Silva Marques para
o cargo de prefeito. Isso desagradou a todos em Macaé,
mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro
pois ele não era da cidade. Com isso, foram aceitar a indi-
cação de Nilo Peçanha, que no momento era presidente da
República, para Lobo Junior assumir o governo municipal.
Isso só mostrava o quão enfraquecido era o governo de Ba-
cker”, concluiu.
Antes de vir a falecer, Backer ainda exerceu o cargo de
Senador no ano de 1935. O ex-governador, morreu aos 86
anos em 1937.
Já com Feliciano Sodré, o governo foi mais
tranquilo. Governador entre os anos de 1923
e 1927, seu governo coincidiu com o man-
dato de Washington Luiz como presidente
da República. Como é de conhecimento, o
13º presidente era nascido em Macaé. Des-
ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-
ta uma só linha de governo neste período.
“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-
caram mais fáceis, pois as esferas de governo estavam em
sintonia. Tal como hoje que a prefeitura, governo de esta-
do e união tem a mesma linha
política, na década de 20, dois
macaenses estavam no poder.
Washington Luiz era presiden-
te e Sodré governador. Para
não esquecer, um dos prefeitos
deste período foi Francisco Mi-
randa Sobrinho”, afirmou.
Para Meirelles, a população de Macaé tem que des-
mistificar um pouco a má impressão que tem contra Wa-
shington Luiz. “No ano de 1927 foi inaugurada a Estação da
Luz, a forma de geração de energia elétrica que abastecia
a cidade e era lá em Glicério. Nesta inauguração, o pró-
prio Washington Luiz, junto com Feliciano Sodré, esteve
na cidade. Desfilaram em carro aberto pela Avenida Rui
Barbosa e pararam em frente a Câmara Municipal. Isso
mostra que o presidente tinha sim boa consideração pela
cidade, pois não tinha obrigação de vir nesta inaugura-
ção. Assim, a população pode perceber que mesmo tendo
toda sua educação em São Paulo, não renegava as origens
em Macaé”, disse.
O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizado-
res da Renascença Fluminense - movimento que promoveu
uma urbanização modernizadora e inaugurações de jardins
e monumentos em homenagem a figuras de vulto da políti-
ca fluminense ou nacional, sendo destaque o Monumento
à República, na praça de mesmo nome, em Niterói. Desta
forma, é possível perceber que o governador era claramen-
te inspirado na modernização da cidade do Rio de Janeiro
promovida anteriormente por Pereira Passos.
Após ser governador, Sodré ainda elegeu-se como sena-
dor, igual a Backer. Por fim, o ex-governador faleceu no ano
de 1945 com 64 anos.
e 1927, seu governo coincidiu com o man-
13º presidente era nascido em Macaé. Des-
ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-
ta uma só linha de governo neste período.
“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-
“Alfredo Backer foi eleito deputado
federal e chegou ao cargo de presidente
do Rio de Janeiro, no ano de 1906”
“O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizadores da Renascença Fluminense”
19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
um esPAço mArcAdoPArA mudAr
N o ano de 1912, foi inaugurada em Macaé, a Fábrica
de Fósforos Veado, na Avenida Rui Barbosa, hoje
conhecida como Calçadão da Rua Direita.
A Fábrica de Fósforos pertencia ao Coronel Antonio
Martins da Costa, dirigida por ele e por seu genro, Dr. Pau-
lino Monnerat, então Promotor Público.
Naquele tempo, a fábrica proporcionava oportunidades
de emprego a muita gente em Macaé, especialmente às
mocinhas e meninos. O futuro do estabelecimento parecia
promissor, quando em 1930, a grande empresa foi adquirida
pela Companhia Brasileira de Fósforos, que procurava esta-
belecer um truste em todo o país.
Segundo os historiadores, a Companhia já tinha a inten-
ção de fechar a Fábrica de Fósforos Veado, pelo simples
motivo de eliminar a concorrência e assim foi feito, a Com-
panhia Brasileira ficou, inclusive, com a matéria prima e
com a maquinaria.
E para comemorar o fechamento da empresa, foi ofe-
recido um banquete exatamente às 20h, para convidados
especiais como o governador da época, Oliveira Botelho e o
seu vice, João Guimarães.
Por algum tempo o enorme casarão ficou fechado, crian-
do cupins e ratos, até que o Sr. Manoel Guilherme Taboada o
adquiriu do Coronel Costa, pela importância de 35 contos de
réis, que valeriam hoje cerca de R$ 2 milhões. O objetivo do
capitalista português, há tanto tempo estabelecido em Macaé
com sua empresa Taboada & Cia, e com “A Construtora”, era a
construção do moderníssimo Cine-Teatro.
O local, que por 18 anos foi casa da marca mais fa-
mosa de fósforos daquela época, deu lugar ao belíssimo
Cine Teatro Taboada, também considerado um marco na
cultura fluminense.
Ainda segundo a história, a Fábrica de Fósforos funcionava
do lado da Fábrica Lynce, cujos seus criadores foram o famoso
Farrula, juntamente com Lacerda Agostinho.
Nos dias de hoje, nas mesmas instalações funcionam as
Lojas Americanas, paralelamente ao Hotel Palace, inaugu-
rado em 1932.
De acordo com o subsecretário
de Acervo e Patrimônio
Histórico e professor de
história, Ricardo Meirelles, da
Fábrica de Fósforos Veado,
surgiu o Cine Tatro Taboada,
de estrutura bastante moderna
para a época.
“O local era de uma
estrutura extraordinária.
CINE TEATRO TABOADA EM 1935As obras que deram origem
começaram em 1930, logo
após a venda da Fábrica. De
1932 para 1933, as obras foram
finalizadas e no ano de 1935,
aconteceu a tão esperada
inauguração do famoso
Cine Teatro Taboada, em
um domingo de Páscoa”,
explicou o historiador.
O arquiteto e construtor foi
Joaquim Murteira, e de acordo
com informações, o ambiente
era de extrema elegância e
requinte, conhecido por toda
região por ser muito luxuoso,
composto por inúmeros
camarotes, um palco de 15
metros de abertura com 10
metros de profundidade.
Era um ambiente
extremamente bem
frequentado pelas autoridades
e personalidades macaenses,
além das tradicionais famílias do
município. Houve uma grande
visão dos investidores na cidade
ao iniciarem a construção,
representando um grande
desenvolvimento para a cidade.
Só em 1982, após quase 50
anos de funcionamento, o Cine
Teatro foi fechado, mas antes
disso, o último filme exibido foi
a “A Lagoa Azul”. Como contou
Ricardo Meirelles, o local foi
fechado sem maiores motivos.
“O pipoqueiro chegava todos
os dias como de costume, para
vender suas pipocas, e ao parar
em frente ao Cine, notou que
estava tudo fechado”, explicou.
Passado algum tempo,
a classe cultural de Macaé
se revoltou e realizou uma
manifestação na Praça
Washington Luís e marcando
presença em grande
quantidade, estavam os
jovens de Macaé.
mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro
20 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
22 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
inAugurAdA AAssociAção comerciAl e industriAl de mAcAÉ
A Associação
Comercial de
Macaé foi fundada
em 9 de abril de 1916, pelo
empresário Orlando Farrula,
dono da fábrica de bebidas
Lynce da época. A primeira
reunião da diretoria da
Associação foi realizada
pouco tempo depois, no
dia 13 de maio do mesmo
ano, no salão da Sociedade
Musical Nova Aurora. A
entidade começou com 60
sócios-fundadores.
Na época, muitos já
haviam tentado fundar
a Associação e após
inúmeras tentativas
frustradas, o Sr. Orlando
Farrula entendeu que tudo
é possível e aderiu à ideia.
Após a fundação, na data
citada acima, pensou-se na
construção de um edifício,
o que para a época parecia
um sonho, mas Manoel
Ximenes, Paulino de
Carvalho, Eduardo Gomes
e outras personalidades
daquele tempo, tomaram
coragem e saíram a campo
e conseguiram erguê-lo.
A participação da
Associação Comercial no
crescimento da cidade
começou a partir de
1920, quando a entidade
conseguiu junto ao Governo
Federal a reativação do
Canal Macaé-Campos
para o transporte de
cargas. Naquele mesmo
ano, por conta do grande
movimento, o Porto de
Macaé teve seu cais
aumentado em 30 metros.
Em 1922, a entidade
elaborou o sistema viário
do município, considerando
as regiões mais produtivas.
O plano foi executado
pelos poderes públicos,
considerando os traçados
sugeridos pela Associação.
Um ano depois, a
entidade já tinha a sua
primeira sede própria. No
mesmo ano, a Associação
foi a responsável pela
instalação da primeira
agência bancária da cidade,
cedendo para o Banco
do Brasil o pavimento
térreo de sua sede para o
funcionamento da agência.
AGÊNCIA DO
BANCO DO BRASIL
A conquista da agência
que se instalou
simultaneamente com
a sede social, em um
dos departamentos do
edifício especialmente
reservado para tal
fim, desde quando foi
imaginada a construção
do prédio. Para a época,
o Banco do Brasil, livrou a
população dos defeituosos
sistemas coloniais do
comércio primitivo, para
uma fase de emancipação
econômico financeira.
A pRIMEIRA SEDE
pRÓpRIA
No dia 23 de junho de 1923,
foi inaugurada a primeira
sede própria, juntamente
com a agência do Banco do
Brasil, e o evento aconteceu
em grande estilo.
O edifício era
considerado uma obra
gigantesca, porque foi
imaginado quando os cofres
sociais acusavam um saldo
existente de pouco mais de
200 mil réis, e em menos
de um ano, foi concluído,
atingido o custo, de cerca
de 47 contos de réis.
A ASSOCIAçãO, SuA
FuNçãO E SuA EFICÁCIA
COMO ÓRGãO DAS
CLASSES EMpRESARIAIS
O espírito de associação
entre aqueles que
trabalham nos diferentes
ramos de atividades foi
constituída como regra
geral e onde quer que
existam as coletividades
empreendedoras, máquinas
formidáveis de progresso, o
que são denominadas hoje,
as associações.
Foi isso que animou
Orlando Farrula, grande
personalidade da elite
macaense, já que o
comércio entre todas as
classes laboriosas, é a mais
difícil de se congregar.
O CENTRO COMERCIAL DE MACAÉ
O quarteirão, em primeiro plano, vai da Avenida Rui
Barbosa, para a Conde de Araruama à Marechal Deodoro,
teve por mais de 50 anos suas imagens capturadas
pelo fotógrafo Aloísio de Sá Vasconcellos, o Lulu. Por
intermédio dele, que a memória visual de Macaé não foi
perdida, não foi sendo esquecida. Em janeiro de 1926, o
calçamento das ruas começou a ser colocado, já em 1930,
veio o Cine Teatro Taboada, mas sem início das obras.
Ainda pela Avenida Rui Barbosa havia a redação de O
Autonomista, prestigioso jornal do passado macaense,
surgido em 1918, cujo diretor foi Dr. Américo Peixoto. Na
sequência, entre outras casas, havia duas casas comerciais
extremamente importantes: Ferragens da Família Franco e
o Armazém de Ximenes, Santos & Cia, até atingir o bonito
sobrado da sede da associação. Colado a ele o prédio de
platibanda saliente da firma Ribeiro, Xavier & Lessa, na
época parede-meia com o Café de Helano. Mais adiante
se erguia o sobrado da loja de fazendas do Sr. Jorge
Chaloub e ao fundo, no centro, bem destacada é vista a
palmeira do jardim do Colégio Meirelles.
Logo à esquerda, parte da Fábrica de Fogos Veado,
propriedade de Antônio Fernandes da Costa, inaugurada em
1913 e em cuja área foi levantado o Cine Teatro Taboada e o
Palace Hotel. Sendo centro comercial, nada há de estranhar
no quarteirão haver a profusão de caminhões, mesmo dando-
lhes um movimento inusitado naqueles anos.
FuNCIONAMENTO DA ASSOCIAçãO COMERCIAL
Já em funcionamento na Avenida Rui Barbosa, a Asso-
ciação passou a se desenvolver de maneira ainda mais
rápida, prestando aos seus associados serviços relevan-
tes, tais como: informações sobre o movimento comercial
da praça e assuntos das repartições públicas. Naqueles
tempos, a Estrada de Ferro Leopoldina era o único meio
de transporte para os empresários. A estrada autuava os
comerciantes que despachavam café em sacos frágeis,
café mal seco, e outros produtos mal embalados. Tam-
bém multavam e cobravam armazenagem quando os co-
merciantes não retiravam as mercadorias em tempo hábil.
SR. ORLANDO FARRULLA(Fundador da Associação)
1916
O espírito de associação entre aqueles que trabalham nos diferentes ramos de atividades foi constituída como
regra geral e onde quer que existam as coletividades empreendedoras, máquinas formidáveis de progresso,
o que são denominadas hoje, as associações.
23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
C onceição de Macabu é um município localizado
entre a serra e o mar na região norte do estado
do Rio de Janeiro, constituído por serras de
altitudes que oscilam de 300 a 989 metros. O nome
“Conceição” deriva de Nossa Senhora da Conceição,
nomenclatura esta que surgiu em outubro de 1855,
quando Conceição de Macabu foi elevado a categoria de
freguesia, com o nome de freguesia de Nossa Senhora da
Conceição de Macabu. Já o termo “Macabu” tem origem
indígena: mak’a’bium, que designava uma palmeira de
frutos doces, hoje conhecida como macaubeira ou como
é mais provável, devido a suas fontes documentais,
ter sido um apelido que os Sete Capitães deram ao rio
Macabu, quando o encontraram em 7 de janeiro de 1634.
A cidade tem cerca de 22.700 habitantes e é cortada
pela rodovia estadual RJ-182. O município possui
ainda um segundo distrito, Macabuzinho, distante 19
quilômetros da sede e com população estimada em
900 habitantes.
História do município - Originalmente habitado
por tribos indígenas nômades, o município foi parte
da Capitania de São Tomé até ser doado em sesmaria
para os Sete Capitães. Em 1759 os jesuítas foram
expulsos. O início das grandes plantações gerou grande
quantidade de escravos africanos. No século XIX,
portos fluviais, a estrada Macaé-Cantagalo e o ramal
ferroviário oriundo de Conde de Araruama (Quissamã)
tornam-se vias de acesso à região contribuindo para o
seu povoamento, crescimento econômico e evolução
política: freguesia em 1855 e primeira emancipação em
1891-1892. Durante esta época, ocorreu o caso da “Fera
de Macabu”, uma história de crime, a partir da qual se
iniciou o fim da pena de morte no Brasil.
Em 1907, surge em Conceição de Macabu a primeira
colônia de japoneses do Brasil. O século XX foi marcado
pelo progresso com a fundação da Usina Victor Sence e
da fazenda Modelo Venceslau Bello (Rego Barros).
EMANCIpAçãO DE CONCEIçãO DE MACABu
O progresso teve reflexos políticos e Conceição de
Macabu, quinto distrito de Macaé, uniu-se ao 10º distrito,
Macabuzinho, originando um novo município, Conceição
de Macabu, em 15 de março de 1952. O processo de
emancipação foi por plebiscito popular, o primeiro do
Brasil e único unânime até hoje.
prefeitos: Coronel José da Natividade e Castro
(1891 a 1892 - Primeira Emancipação); Rozendo
Fontes Tavares (prefeito em dois mandatos);
Francisco Barbosa de Andrade (Chico Tobias); João
Barbosa Moreira (presidente da Câmara); Jorge
Armando Figueiredo Enne; João Barbosa Daumas;
Archimedes Custódio Barreto; Délcio Pontes Pacheco;
Sílvio Soares Tavares; José Sebastião de Castro
(prefeito em dois mandatos); Leopoldo Cesar da
Silva; Ercínio Pinto de Souza; Nilo Siqueira (vice-
prefeito em exercício); Marcos Paulo Cordeiro Couto
(presidente da Câmara); Cláudio Eduardo Barbosa
Linhares (prefeito em dois mandatos); Lídia Mercedez
Oliveira Soares (exerceu mandato de 13 dias, segundo
determinação judicial; nas eleições municipais
de 2008 recebeu 5068 votos sendo eleita para o
mandato 2009-2013).
Filhos ilustres: Ângela Maria (cantora); Caco Baresi
(ator); Cleóbulo Faria (jogador de futebol); Demerval
Barbosa Moreira (médico); Eliezer Gomes (ator); Nestor
Gomes (senador); Policarpo Ribeiro (jogador de futebol).
CuRIOSIDADES / CONCEIçãO DE MACABu FOI:
Primeiro município do Brasil emancipado por plebiscito
popular; único município emancipado por unanimidade;
primeiro salto livre de paraquedas do estado do Rio de
Janeiro; primeira colônia agrícola japonesa do Brasil:
Fazenda Santo Antônio, em 1907; maior quilombo do
Rio de Janeiro: Quilombo do Carucango; o mais famoso
caso de condenação e execução da pena de morte no
Império: a Fera de Macabu; Charles Darwin, naturalista
inglês, autor da Teoria da Evolução das Espécies, visitou
o município entre 13 e 19 de abril de 1832, hospedando-
se na Fazenda São José do Sossego; a Manteiga
Macabuense é considerada uma das melhores do Brasil;
a Usina Victor Sence (1913-1993) era a única a produzir
acetona, butila e butanol a partir da cana-de-açúcar; foi
capital do estado do Rio de Janeiro durante uma semana
no governo de Geremias de Mattos Fontes (Geremias
Fontes) em 1967; mais antigo abastecimento público de
água - Caixa D’Água da Bocaina, 1877 - em atividade no
Norte Fluminense.
conceição de mAcAbusuA históriA e emAnciPAção
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
inAugurAdA AAssociAção comerciAl e industriAl de mAcAÉ
A Associação
Comercial de
Macaé foi fundada
em 9 de abril de 1916, pelo
empresário Orlando Farrula,
dono da fábrica de bebidas
Lynce da época. A primeira
reunião da diretoria da
Associação foi realizada
pouco tempo depois, no
dia 13 de maio do mesmo
ano, no salão da Sociedade
Musical Nova Aurora. A
entidade começou com 60
sócios-fundadores.
Na época, muitos já
haviam tentado fundar
a Associação e após
inúmeras tentativas
frustradas, o Sr. Orlando
Farrula entendeu que tudo
é possível e aderiu à ideia.
Após a fundação, na data
citada acima, pensou-se na
construção de um edifício,
o que para a época parecia
um sonho, mas Manoel
Ximenes, Paulino de
Carvalho, Eduardo Gomes
e outras personalidades
daquele tempo, tomaram
coragem e saíram a campo
e conseguiram erguê-lo.
A participação da
Associação Comercial no
crescimento da cidade
começou a partir de
1920, quando a entidade
conseguiu junto ao Governo
Federal a reativação do
Canal Macaé-Campos
para o transporte de
cargas. Naquele mesmo
ano, por conta do grande
movimento, o Porto de
Macaé teve seu cais
aumentado em 30 metros.
Em 1922, a entidade
elaborou o sistema viário
do município, considerando
as regiões mais produtivas.
O plano foi executado
pelos poderes públicos,
considerando os traçados
sugeridos pela Associação.
Um ano depois, a
entidade já tinha a sua
primeira sede própria. No
mesmo ano, a Associação
foi a responsável pela
instalação da primeira
agência bancária da cidade,
cedendo para o Banco
do Brasil o pavimento
térreo de sua sede para o
funcionamento da agência.
AGÊNCIA DO
BANCO DO BRASIL
A conquista da agência
que se instalou
simultaneamente com
a sede social, em um
dos departamentos do
edifício especialmente
reservado para tal
fim, desde quando foi
imaginada a construção
do prédio. Para a época,
o Banco do Brasil, livrou a
população dos defeituosos
sistemas coloniais do
comércio primitivo, para
uma fase de emancipação
econômico financeira.
A pRIMEIRA SEDE
pRÓpRIA
No dia 23 de junho de 1923,
foi inaugurada a primeira
sede própria, juntamente
com a agência do Banco do
Brasil, e o evento aconteceu
em grande estilo.
O edifício era
considerado uma obra
gigantesca, porque foi
imaginado quando os cofres
sociais acusavam um saldo
existente de pouco mais de
200 mil réis, e em menos
de um ano, foi concluído,
atingido o custo, de cerca
de 47 contos de réis.
A ASSOCIAçãO, SuA
FuNçãO E SuA EFICÁCIA
COMO ÓRGãO DAS
CLASSES EMpRESARIAIS
O espírito de associação
entre aqueles que
trabalham nos diferentes
ramos de atividades foi
constituída como regra
geral e onde quer que
existam as coletividades
empreendedoras, máquinas
formidáveis de progresso, o
que são denominadas hoje,
as associações.
Foi isso que animou
Orlando Farrula, grande
personalidade da elite
macaense, já que o
comércio entre todas as
classes laboriosas, é a mais
difícil de se congregar.
O CENTRO COMERCIAL DE MACAÉ
O quarteirão, em primeiro plano, vai da Avenida Rui
Barbosa, para a Conde de Araruama à Marechal Deodoro,
teve por mais de 50 anos suas imagens capturadas
pelo fotógrafo Aloísio de Sá Vasconcellos, o Lulu. Por
intermédio dele, que a memória visual de Macaé não foi
perdida, não foi sendo esquecida. Em janeiro de 1926, o
calçamento das ruas começou a ser colocado, já em 1930,
veio o Cine Teatro Taboada, mas sem início das obras.
Ainda pela Avenida Rui Barbosa havia a redação de O
Autonomista, prestigioso jornal do passado macaense,
surgido em 1918, cujo diretor foi Dr. Américo Peixoto. Na
sequência, entre outras casas, havia duas casas comerciais
extremamente importantes: Ferragens da Família Franco e
o Armazém de Ximenes, Santos & Cia, até atingir o bonito
sobrado da sede da associação. Colado a ele o prédio de
platibanda saliente da firma Ribeiro, Xavier & Lessa, na
época parede-meia com o Café de Helano. Mais adiante
se erguia o sobrado da loja de fazendas do Sr. Jorge
Chaloub e ao fundo, no centro, bem destacada é vista a
palmeira do jardim do Colégio Meirelles.
Logo à esquerda, parte da Fábrica de Fogos Veado,
propriedade de Antônio Fernandes da Costa, inaugurada em
1913 e em cuja área foi levantado o Cine Teatro Taboada e o
Palace Hotel. Sendo centro comercial, nada há de estranhar
no quarteirão haver a profusão de caminhões, mesmo dando-
lhes um movimento inusitado naqueles anos.
FuNCIONAMENTO DA ASSOCIAçãO COMERCIAL
Já em funcionamento na Avenida Rui Barbosa, a Asso-
ciação passou a se desenvolver de maneira ainda mais
rápida, prestando aos seus associados serviços relevan-
tes, tais como: informações sobre o movimento comercial
da praça e assuntos das repartições públicas. Naqueles
tempos, a Estrada de Ferro Leopoldina era o único meio
de transporte para os empresários. A estrada autuava os
comerciantes que despachavam café em sacos frágeis,
café mal seco, e outros produtos mal embalados. Tam-
bém multavam e cobravam armazenagem quando os co-
merciantes não retiravam as mercadorias em tempo hábil.
SR. ORLANDO FARRULLA(Fundador da Associação)
1916
O espírito de associação entre aqueles que trabalham nos diferentes ramos de atividades foi constituída como
regra geral e onde quer que existam as coletividades empreendedoras, máquinas formidáveis de progresso,
o que são denominadas hoje, as associações.
23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
C onceição de Macabu é um município localizado
entre a serra e o mar na região norte do estado
do Rio de Janeiro, constituído por serras de
altitudes que oscilam de 300 a 989 metros. O nome
“Conceição” deriva de Nossa Senhora da Conceição,
nomenclatura esta que surgiu em outubro de 1855,
quando Conceição de Macabu foi elevado a categoria de
freguesia, com o nome de freguesia de Nossa Senhora da
Conceição de Macabu. Já o termo “Macabu” tem origem
indígena: mak’a’bium, que designava uma palmeira de
frutos doces, hoje conhecida como macaubeira ou como
é mais provável, devido a suas fontes documentais,
ter sido um apelido que os Sete Capitães deram ao rio
Macabu, quando o encontraram em 7 de janeiro de 1634.
A cidade tem cerca de 22.700 habitantes e é cortada
pela rodovia estadual RJ-182. O município possui
ainda um segundo distrito, Macabuzinho, distante 19
quilômetros da sede e com população estimada em
900 habitantes.
História do município - Originalmente habitado
por tribos indígenas nômades, o município foi parte
da Capitania de São Tomé até ser doado em sesmaria
para os Sete Capitães. Em 1759 os jesuítas foram
expulsos. O início das grandes plantações gerou grande
quantidade de escravos africanos. No século XIX,
portos fluviais, a estrada Macaé-Cantagalo e o ramal
ferroviário oriundo de Conde de Araruama (Quissamã)
tornam-se vias de acesso à região contribuindo para o
seu povoamento, crescimento econômico e evolução
política: freguesia em 1855 e primeira emancipação em
1891-1892. Durante esta época, ocorreu o caso da “Fera
de Macabu”, uma história de crime, a partir da qual se
iniciou o fim da pena de morte no Brasil.
Em 1907, surge em Conceição de Macabu a primeira
colônia de japoneses do Brasil. O século XX foi marcado
pelo progresso com a fundação da Usina Victor Sence e
da fazenda Modelo Venceslau Bello (Rego Barros).
EMANCIpAçãO DE CONCEIçãO DE MACABu
O progresso teve reflexos políticos e Conceição de
Macabu, quinto distrito de Macaé, uniu-se ao 10º distrito,
Macabuzinho, originando um novo município, Conceição
de Macabu, em 15 de março de 1952. O processo de
emancipação foi por plebiscito popular, o primeiro do
Brasil e único unânime até hoje.
prefeitos: Coronel José da Natividade e Castro
(1891 a 1892 - Primeira Emancipação); Rozendo
Fontes Tavares (prefeito em dois mandatos);
Francisco Barbosa de Andrade (Chico Tobias); João
Barbosa Moreira (presidente da Câmara); Jorge
Armando Figueiredo Enne; João Barbosa Daumas;
Archimedes Custódio Barreto; Délcio Pontes Pacheco;
Sílvio Soares Tavares; José Sebastião de Castro
(prefeito em dois mandatos); Leopoldo Cesar da
Silva; Ercínio Pinto de Souza; Nilo Siqueira (vice-
prefeito em exercício); Marcos Paulo Cordeiro Couto
(presidente da Câmara); Cláudio Eduardo Barbosa
Linhares (prefeito em dois mandatos); Lídia Mercedez
Oliveira Soares (exerceu mandato de 13 dias, segundo
determinação judicial; nas eleições municipais
de 2008 recebeu 5068 votos sendo eleita para o
mandato 2009-2013).
Filhos ilustres: Ângela Maria (cantora); Caco Baresi
(ator); Cleóbulo Faria (jogador de futebol); Demerval
Barbosa Moreira (médico); Eliezer Gomes (ator); Nestor
Gomes (senador); Policarpo Ribeiro (jogador de futebol).
CuRIOSIDADES / CONCEIçãO DE MACABu FOI:
Primeiro município do Brasil emancipado por plebiscito
popular; único município emancipado por unanimidade;
primeiro salto livre de paraquedas do estado do Rio de
Janeiro; primeira colônia agrícola japonesa do Brasil:
Fazenda Santo Antônio, em 1907; maior quilombo do
Rio de Janeiro: Quilombo do Carucango; o mais famoso
caso de condenação e execução da pena de morte no
Império: a Fera de Macabu; Charles Darwin, naturalista
inglês, autor da Teoria da Evolução das Espécies, visitou
o município entre 13 e 19 de abril de 1832, hospedando-
se na Fazenda São José do Sossego; a Manteiga
Macabuense é considerada uma das melhores do Brasil;
a Usina Victor Sence (1913-1993) era a única a produzir
acetona, butila e butanol a partir da cana-de-açúcar; foi
capital do estado do Rio de Janeiro durante uma semana
no governo de Geremias de Mattos Fontes (Geremias
Fontes) em 1967; mais antigo abastecimento público de
água - Caixa D’Água da Bocaina, 1877 - em atividade no
Norte Fluminense.
conceição de mAcAbusuA históriA e emAnciPAção
24 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201124 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A história de Macaé também é marcada por sua
importante contribuição na matriz energética
brasileira a partir de 1950 com as usinas
hidroelétricas de Glicério e Macabu.
Até 1917, ruas e casas eram iluminadas por lampiões.
Somente a partir desse ano foi que a prefeitura instalou
um sistema de iluminação na cidade. A casa de força, com
motor a óleo, ficava na Praça da Luz, onde
hoje está o Colégio Estadual Luiz Reid.
Com o potencial hidroelétrico descoberto
na serra, investidores começaram a construir
a primeira usina em Glicério em 1926, sendo
colocada em operação na década de 40.
Mas foi em 195o que Macaé ganhou
status de geradora de energia com a
entrada em operação da Usina Macabu,
localizada no Frade, com sua história
marcada por dificuldades e tragédias.
Logo após o início das obras de Glicério, começaram
os estudos para a instalação de uma nova usina. Foram
escolhidos dois pontos: o primeiro entre Tapera e Sodrelância
(Trajano de Morais) a 630 metros de altitude e o outro
ponto no Frade, a 300 metros. Entre os dois pontos estava
a serra de Crubixais, vencida por um túnel de 4.907 metros,
levando água até as turbinas. Diversos trabalhadores
morreram durante as explosões para a abertura do túnel.
A construção começou em 1939 com engenheiros
brasileiros e japoneses. Entre os coordenadores do
empreendimento estiveram Edmundo Franca Amaral e
Hélio de Macedo Soares. Seus descendentes trabalharam
na usina até o final do século passado.
Com o início da Guerra o projeto foi interrompido
pela primeira vez em 1941, quando os japoneses foram
‘expulsos’ do país.
Um ano depois as obras recomeçaram e
novamente paralisaram em 1947, dessa vez por
falta re recursos. Retomadas no ano seguinte, as
obras culminaram com a entrada em operações
de duas turbinas no dia 11 de janeiro de 1950.
Onze anos depois, fortes chuvas carregaram
material sólido para o canal de fuga da usina
entulhando-a até a borda e o rompimento do
túnel causou o desmoronamento da encosta
sobre a casa de máquinas de Macabu. As atividades na
usina foram interrompidas em 4 de fevereiro de 1961.
Um exército de incansáveis funcionários trabalharam 53
dias e noites sem parar e em 28 de março a usina entrou
novamente em funcionamento.
Hoje, as usinas de Glicério e Macabu pertencem a
Quanta S/A, produzem energia para abastecer milhares de
residências e mantém-se como um patrimônio histórico de
grande valor para o município.
Macaé surge como forte
geradora de eletricidade para o país
enerGia que veM da nossa serra
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A história de Macaé também é marcada por sua
importante contribuição na matriz energética
brasileira a partir de 1950 com as usinas
hidroelétricas de Glicério e Macabu.
Até 1917, ruas e casas eram iluminadas por lampiões.
Somente a partir desse ano foi que a prefeitura instalou
um sistema de iluminação na cidade. A casa de força, com
motor a óleo, ficava na Praça da Luz, onde
hoje está o Colégio Estadual Luiz Reid.
Com o potencial hidroelétrico descoberto
na serra, investidores começaram a construir
a primeira usina em Glicério em 1926, sendo
colocada em operação na década de 40.
Mas foi em 195o que Macaé ganhou
status de geradora de energia com a
entrada em operação da Usina Macabu,
localizada no Frade, com sua história
marcada por dificuldades e tragédias.
Logo após o início das obras de Glicério, começaram
os estudos para a instalação de uma nova usina. Foram
escolhidos dois pontos: o primeiro entre Tapera e Sodrelância
(Trajano de Morais) a 630 metros de altitude e o outro
ponto no Frade, a 300 metros. Entre os dois pontos estava
a serra de Crubixais, vencida por um túnel de 4.907 metros,
levando água até as turbinas. Diversos trabalhadores
morreram durante as explosões para a abertura do túnel.
A construção começou em 1939 com engenheiros
brasileiros e japoneses. Entre os coordenadores do
empreendimento estiveram Edmundo Franca Amaral e
Hélio de Macedo Soares. Seus descendentes trabalharam
na usina até o final do século passado.
Com o início da Guerra o projeto foi interrompido
pela primeira vez em 1941, quando os japoneses foram
‘expulsos’ do país.
Um ano depois as obras recomeçaram e
novamente paralisaram em 1947, dessa vez por
falta re recursos. Retomadas no ano seguinte, as
obras culminaram com a entrada em operações
de duas turbinas no dia 11 de janeiro de 1950.
Onze anos depois, fortes chuvas carregaram
material sólido para o canal de fuga da usina
entulhando-a até a borda e o rompimento do
túnel causou o desmoronamento da encosta
sobre a casa de máquinas de Macabu. As atividades na
usina foram interrompidas em 4 de fevereiro de 1961.
Um exército de incansáveis funcionários trabalharam 53
dias e noites sem parar e em 28 de março a usina entrou
novamente em funcionamento.
Hoje, as usinas de Glicério e Macabu pertencem a
Quanta S/A, produzem energia para abastecer milhares de
residências e mantém-se como um patrimônio histórico de
grande valor para o município.
Macaé surge como forte
geradora de eletricidade para o país
enerGia que veM da nossa serra
26 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
N ão é só do petróleo que vem o reconhecimento
de Macaé no cenário nacional. Antes de ser
sede da Petrobras, a cidade foi berço do último
presidente da chamada República Velha, Washington Luís
Pereira de Sousa. O presidente nasceu em Macaé, no dia
26 de outubro de 1869 e segundo alguns dados históricos,
proveniente de uma família rica da cidade.
Durante sua adolescência, estudou no tradicional
Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, em regime de
internato. Aos 22 anos, em 1891, Washington Luís graduou-
se pela Faculdade de Direito de São Paulo. No ano seguinte
foi nomeado promotor público de Barra Mansa. Porém, ele
não ficou muito tempo no cargo, já que decidiu atuar como
advogado na cidade de Batatais, interior de São Paulo.
Durante seu tempo em Batatais, Washington Luís
iniciou-se na vida política. Em 1897 foi eleito Vereador
da cidade, sendo também presidente da Câmara de
Vereadores. Em 1898 e 1899 foi prefeito de Batatais.
No ano de 1904, o macaense foi eleito deputado
estadual por São Paulo, pelo Partido Republicano Paulista
(PRP), participando da Constituinte paulista, que reviu
a Constituição do estado. Já em 1906, Washington Luís
abandonou o mandato para assumir a Secretaria Estadual
de Justiça e Segurança Pública. Depois de ser eleito
mais uma vez para o cargo de deputado estadual, o ex-
presidente tornou-se prefeito de São Paulo por cinco anos,
de 1914 até 1919. Continuando a sua trajetória política,
Washington Luís foi eleito presidente do estado de São
Paulo, em 1920, para um mandato de quatro anos.
Depois de ser eleito senador por São Paulo,
Washington Luís venceu eleição direta e assumiu o cargo
de Presidente da República, em 15 de novembro de 1926,
chegando assim ao principal posto político brasileiro.
Durante o período em que o macaense esteve no poder,
enfrentou diversas adversidades, tanto políticas quanto
econômicas. Ao longo da década de 20, a República Velha,
que também era chamada de República do café-com-leite,
sofria um grande desgaste devido a posição contrária da
classe média urbana da época, dos movimentos tenentista e
operário e das oligarquias dissidentes. Logo no início do seu
mandato, Washington Luís viu uma situação um pouco mais
favorável, pois teve fim as rebeliões tenentistas, com o término
da Coluna Prestes. Mas, mesmo assim, ele se negou
a assinar o pedido de anistia aos
envolvidos nos
WashinGton luÍsnasce eM Macaé e cheGa À PresidÊncia da rePÚblica
levantes, inclusive aos “rebeldes de 1924” que deram origem à
Coluna Prestes.
Já no ano seguinte, com medo de outros possíveis
levantes, Washington Luís criou a Lei Celerada, em 1927, que
impunha censura à imprensa e restringia o direito de reunião,
levando para a clandestinidade o Partido Comunista Brasileiro,
que havia sido reconhecido pelo governo no início do ano.
Com o cenário político mais controlado, pensou-se que
tudo estaria bem, mas com a crise de 1929, iniciada com a
quebra da Bolsa de Nova Iorque, o preço do café, principal
item de exportação do Brasil no início do século passado,
caiu exponencialmente no mercado internacional. Desta
forma, o café que representava 70% das exportações
brasileiras, perdeu valor e consequentemente afundou o
país em um crise, já que com a política de valorização do
café, iniciada em 1906 com a assinatura do Convênio de
Taubaté, o Brasil tinha grande reserva de café, tanto com
os cafeicultores, quanto com o governo.
Diante deste cenário, o governo estava em um turbilhão
de problemas que foi agravado com a disputa pela sucessão
presidencial. Mesmo enfraquecidos no cenário político
brasileiro, Washington Luís e cafeicultores de São Paulo
indicaram como candidato a eleição o paulista Júlio Prestes.
Minas Gerais não concordava com essa escolha e junto
com o Rio Grande do Sul lançou a candidatura de Getúlio
Vargas, com o vice-presidente paraibano João Pessoa.
O resultado da eleição terminou com vitória de Prestes,
mas com suspeita de fraude. Para complicar ainda mais
o cenário político, o vice de Vargas, João Pessoa, foi
assassinado. Esse foi o estopim para um golpe contra
o governo de Washington Luís. Militares se rebelaram
nos quartéis e manifestantes tomaram as ruas do Rio
de Janeiro, atearam fogo aos jornais fiéis ao Governo e
exigiram a saída do presidente.
Getúlio Vargas liderou uma conspiração e o presidente
Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930,
pelos chefes das forças armadas. Uma junta provisória de
Governo assumiu o poder, composta pelos generais Tasso
Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha.
O movimento ficou conhecido como “Revolução de 30”.
Em 21 de Novembro de 1930, o presidente deposto
embarcou para um longo exílio na Suíça, Portugal e
Estados Unidos. Só retornou ao país em 1947 e não se
envolveu mais em política. Dedicou-se ao estudo e a
pesquisas históricas. Morreu em São Paulo em
04 de Agosto de 1957.
27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
S e hoje o futebol macaense figura no cenário
profissional nacional, ostentando um dos mais
importantes estádios do Rio de Janeiro, muito
se deve aos craques do passado, que com talento
inquestionável fizeram da bola instrumento de superação.
Das peladas amadoras da então pacata Princesinha do
Atlântico para os principais campos pelo mundo afora.
Assim baseia-se a carreira do macaense Paulo Henrique,
lateral-esquerdo integrante do elenco canarinho que
defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966,
na Inglaterra. Ex-jogador do Flamengo e hoje técnico de
futebol, Paulo Henrique certamente é um dos nomes que
contribuiu para o desenvolvimento do esporte macaense.
Nascido em Macaé no dia 5 de janeiro de 1943, Paulo
Henrique Souza de Oliveira tem uma carreira respeitável
no futebol. Revelado no Quissamã Futebol Clube, quando
a cidade ainda era distrito de Macaé, o lateral-esquerdo
despertou o interesse do Flamengo, onde fez história. Além
de brilhar com a camisa Rubro-Negro, Paulo Henrique ainda
passou por Botafogo, Bahia, Avaí e Bonsucesso, além de
vestir a Amarelinha, tendo a oportunidade de disputar a
Copa do Mundo de 1966, na
Inglaterra.
Paulo Henrique fez 13
jogos pela Seleção Brasileira
(3 não oficiais) e fez parte
do elenco que participou
do Mundial da Inglaterra.
O macaense foi titular da
equipe então comandada
pelo técnico Vicente Feola,
que estreou na Copa do
Mundo de 1966, contra a
Bulgária, com a seguinte
formação: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair, PAULO
HENRIQUE; Denílson, Lima, Garrincha. Alcindo, Pelé e
Jairzinho. O time canarinho não repetiu o feito de 1962 e caiu
na primeira fase, com campanha de 3 jogos, uma vitória e
duas derrotas.
Apesar do desempenho frustrante dos então
atuais campeões mundias, uma conquista pessoal
está imortalizada para o ex-jogador: Paulo Henrique
tem uma marca significativa em sua carreira, pois foi o
jogador a substituir Nilton Santos em Copas do Mundo.
A Enciclopédia disputou como titular as Copas de 1954
(Suiça), 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Coube ao então
lateral do Flamengo sucedê-lo em 1966. Registro para lá
de especial no currículo do ilustre macaense.
Paulo henrique: uM Macaense que FeZ histÓria no Fla e vestiu a aMarelinha
Mas foi na Gávea que Paulo Henrique marcou sua
carreira no futebol. Ele fez parte de elencos inesquecíveis
do Flamengo, onde atuou em 437 partidas, e jogou ao lado
de craques como Silva Batuta, Almir Pernambuquinho,
Zico (iniciando a carreira e no título de 1972), Paulo César
Caju, Reyes, Doval, Carlinhos, Fio Maravilha, dentre outros
ídolos rubro-negros.
Em 1971, Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo
e participou do time denominado selefogo, que apenas
conseguiu o vice-campeonato carioca e brasileiro daquele
ano. Dois anos mais tarde, a revelação do Quissamã,
ao se aventurar em terras catarinenses, carimbou o título
estadual pelo Avaí, em 1973.
Como jogador, foi campeão carioca pelo Fla em 1963,
1965 e 1972, e campeão catarinense pelo Avaí, em 1973.
Hoje, com 68 anos, casado e pai de 3 filhos, Paulo
Henrique ainda respira futebol, agora como técnico.
Atualmente, o ex-lateral da Seleção Brasileira comanda uma
escolinha de futebol na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio de Janeiro. Como treinador, Paulo Henrique tem
passagem especial pelo Quissamã, clube o qual foi revelado
antes de ir para o Flamengo. Foi ele quem comandou o inédito
acesso do Quissa à Segundona do Estadual, em 2009.
Vale lembrar que um dos seus filhos, Paulo Henrique
Júnior, herdou do pai a paixão pelo futebol. Ele atualmente
trabalha nas categorias de base do Flamengo e comandou
a garatoda rubro-negra no título da Copa São Paulo de
Futebol Júnior deste ano.
Seleção Brasileira de 1966: Em pé, Fidélis, Zito, Gylmar, Brito, Fontana e Paulo Henrique. Agachados, Jairzinho,
Lima, Alcindo, Pelé e Amarildo.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
N ão é só do petróleo que vem o reconhecimento
de Macaé no cenário nacional. Antes de ser
sede da Petrobras, a cidade foi berço do último
presidente da chamada República Velha, Washington Luís
Pereira de Sousa. O presidente nasceu em Macaé, no dia
26 de outubro de 1869 e segundo alguns dados históricos,
proveniente de uma família rica da cidade.
Durante sua adolescência, estudou no tradicional
Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, em regime de
internato. Aos 22 anos, em 1891, Washington Luís graduou-
se pela Faculdade de Direito de São Paulo. No ano seguinte
foi nomeado promotor público de Barra Mansa. Porém, ele
não ficou muito tempo no cargo, já que decidiu atuar como
advogado na cidade de Batatais, interior de São Paulo.
Durante seu tempo em Batatais, Washington Luís
iniciou-se na vida política. Em 1897 foi eleito Vereador
da cidade, sendo também presidente da Câmara de
Vereadores. Em 1898 e 1899 foi prefeito de Batatais.
No ano de 1904, o macaense foi eleito deputado
estadual por São Paulo, pelo Partido Republicano Paulista
(PRP), participando da Constituinte paulista, que reviu
a Constituição do estado. Já em 1906, Washington Luís
abandonou o mandato para assumir a Secretaria Estadual
de Justiça e Segurança Pública. Depois de ser eleito
mais uma vez para o cargo de deputado estadual, o ex-
presidente tornou-se prefeito de São Paulo por cinco anos,
de 1914 até 1919. Continuando a sua trajetória política,
Washington Luís foi eleito presidente do estado de São
Paulo, em 1920, para um mandato de quatro anos.
Depois de ser eleito senador por São Paulo,
Washington Luís venceu eleição direta e assumiu o cargo
de Presidente da República, em 15 de novembro de 1926,
chegando assim ao principal posto político brasileiro.
Durante o período em que o macaense esteve no poder,
enfrentou diversas adversidades, tanto políticas quanto
econômicas. Ao longo da década de 20, a República Velha,
que também era chamada de República do café-com-leite,
sofria um grande desgaste devido a posição contrária da
classe média urbana da época, dos movimentos tenentista e
operário e das oligarquias dissidentes. Logo no início do seu
mandato, Washington Luís viu uma situação um pouco mais
favorável, pois teve fim as rebeliões tenentistas, com o término
da Coluna Prestes. Mas, mesmo assim, ele se negou
a assinar o pedido de anistia aos
envolvidos nos
WashinGton luÍsnasce eM Macaé e cheGa À PresidÊncia da rePÚblica
levantes, inclusive aos “rebeldes de 1924” que deram origem à
Coluna Prestes.
Já no ano seguinte, com medo de outros possíveis
levantes, Washington Luís criou a Lei Celerada, em 1927, que
impunha censura à imprensa e restringia o direito de reunião,
levando para a clandestinidade o Partido Comunista Brasileiro,
que havia sido reconhecido pelo governo no início do ano.
Com o cenário político mais controlado, pensou-se que
tudo estaria bem, mas com a crise de 1929, iniciada com a
quebra da Bolsa de Nova Iorque, o preço do café, principal
item de exportação do Brasil no início do século passado,
caiu exponencialmente no mercado internacional. Desta
forma, o café que representava 70% das exportações
brasileiras, perdeu valor e consequentemente afundou o
país em um crise, já que com a política de valorização do
café, iniciada em 1906 com a assinatura do Convênio de
Taubaté, o Brasil tinha grande reserva de café, tanto com
os cafeicultores, quanto com o governo.
Diante deste cenário, o governo estava em um turbilhão
de problemas que foi agravado com a disputa pela sucessão
presidencial. Mesmo enfraquecidos no cenário político
brasileiro, Washington Luís e cafeicultores de São Paulo
indicaram como candidato a eleição o paulista Júlio Prestes.
Minas Gerais não concordava com essa escolha e junto
com o Rio Grande do Sul lançou a candidatura de Getúlio
Vargas, com o vice-presidente paraibano João Pessoa.
O resultado da eleição terminou com vitória de Prestes,
mas com suspeita de fraude. Para complicar ainda mais
o cenário político, o vice de Vargas, João Pessoa, foi
assassinado. Esse foi o estopim para um golpe contra
o governo de Washington Luís. Militares se rebelaram
nos quartéis e manifestantes tomaram as ruas do Rio
de Janeiro, atearam fogo aos jornais fiéis ao Governo e
exigiram a saída do presidente.
Getúlio Vargas liderou uma conspiração e o presidente
Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930,
pelos chefes das forças armadas. Uma junta provisória de
Governo assumiu o poder, composta pelos generais Tasso
Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha.
O movimento ficou conhecido como “Revolução de 30”.
Em 21 de Novembro de 1930, o presidente deposto
embarcou para um longo exílio na Suíça, Portugal e
Estados Unidos. Só retornou ao país em 1947 e não se
envolveu mais em política. Dedicou-se ao estudo e a
pesquisas históricas. Morreu em São Paulo em
04 de Agosto de 1957.
27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
S e hoje o futebol macaense figura no cenário
profissional nacional, ostentando um dos mais
importantes estádios do Rio de Janeiro, muito
se deve aos craques do passado, que com talento
inquestionável fizeram da bola instrumento de superação.
Das peladas amadoras da então pacata Princesinha do
Atlântico para os principais campos pelo mundo afora.
Assim baseia-se a carreira do macaense Paulo Henrique,
lateral-esquerdo integrante do elenco canarinho que
defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966,
na Inglaterra. Ex-jogador do Flamengo e hoje técnico de
futebol, Paulo Henrique certamente é um dos nomes que
contribuiu para o desenvolvimento do esporte macaense.
Nascido em Macaé no dia 5 de janeiro de 1943, Paulo
Henrique Souza de Oliveira tem uma carreira respeitável
no futebol. Revelado no Quissamã Futebol Clube, quando
a cidade ainda era distrito de Macaé, o lateral-esquerdo
despertou o interesse do Flamengo, onde fez história. Além
de brilhar com a camisa Rubro-Negro, Paulo Henrique ainda
passou por Botafogo, Bahia, Avaí e Bonsucesso, além de
vestir a Amarelinha, tendo a oportunidade de disputar a
Copa do Mundo de 1966, na
Inglaterra.
Paulo Henrique fez 13
jogos pela Seleção Brasileira
(3 não oficiais) e fez parte
do elenco que participou
do Mundial da Inglaterra.
O macaense foi titular da
equipe então comandada
pelo técnico Vicente Feola,
que estreou na Copa do
Mundo de 1966, contra a
Bulgária, com a seguinte
formação: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair, PAULO
HENRIQUE; Denílson, Lima, Garrincha. Alcindo, Pelé e
Jairzinho. O time canarinho não repetiu o feito de 1962 e caiu
na primeira fase, com campanha de 3 jogos, uma vitória e
duas derrotas.
Apesar do desempenho frustrante dos então
atuais campeões mundias, uma conquista pessoal
está imortalizada para o ex-jogador: Paulo Henrique
tem uma marca significativa em sua carreira, pois foi o
jogador a substituir Nilton Santos em Copas do Mundo.
A Enciclopédia disputou como titular as Copas de 1954
(Suiça), 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Coube ao então
lateral do Flamengo sucedê-lo em 1966. Registro para lá
de especial no currículo do ilustre macaense.
Paulo henrique: uM Macaense que FeZ histÓria no Fla e vestiu a aMarelinha
Mas foi na Gávea que Paulo Henrique marcou sua
carreira no futebol. Ele fez parte de elencos inesquecíveis
do Flamengo, onde atuou em 437 partidas, e jogou ao lado
de craques como Silva Batuta, Almir Pernambuquinho,
Zico (iniciando a carreira e no título de 1972), Paulo César
Caju, Reyes, Doval, Carlinhos, Fio Maravilha, dentre outros
ídolos rubro-negros.
Em 1971, Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo
e participou do time denominado selefogo, que apenas
conseguiu o vice-campeonato carioca e brasileiro daquele
ano. Dois anos mais tarde, a revelação do Quissamã,
ao se aventurar em terras catarinenses, carimbou o título
estadual pelo Avaí, em 1973.
Como jogador, foi campeão carioca pelo Fla em 1963,
1965 e 1972, e campeão catarinense pelo Avaí, em 1973.
Hoje, com 68 anos, casado e pai de 3 filhos, Paulo
Henrique ainda respira futebol, agora como técnico.
Atualmente, o ex-lateral da Seleção Brasileira comanda uma
escolinha de futebol na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio de Janeiro. Como treinador, Paulo Henrique tem
passagem especial pelo Quissamã, clube o qual foi revelado
antes de ir para o Flamengo. Foi ele quem comandou o inédito
acesso do Quissa à Segundona do Estadual, em 2009.
Vale lembrar que um dos seus filhos, Paulo Henrique
Júnior, herdou do pai a paixão pelo futebol. Ele atualmente
trabalha nas categorias de base do Flamengo e comandou
a garatoda rubro-negra no título da Copa São Paulo de
Futebol Júnior deste ano.
Seleção Brasileira de 1966: Em pé, Fidélis, Zito, Gylmar, Brito, Fontana e Paulo Henrique. Agachados, Jairzinho,
Lima, Alcindo, Pelé e Amarildo.
28 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
U ma descoberta que mudaria definitiva-
mente os rumos do país e impulsiona-
ria de uma vez por todas o desenvolvi-
mento sócioeconômico de Macaé. Há 35 anos,
a Princesinha do Atlântico era escolhida para
sediar a base administrativa da Petrobras: esta-
va então estabelecida uma nova era regida pelos
atrativos do Ouro Negro. Após a descoberta de
acúmulo de óleo em um reservatório marinho
nomeado Campo de Garoupa, em 1974, iniciava
a exploração de petróleo na Bacia de Campos,
exatamente no dia 13 de agosto de 1977, data
que marca o início das atividades petrolíferas na
região.
O Sistema de Produção Antecipada de Enchova
(SPA) representou para a Petrobras o primeiro mar-
co tecnológico da produção de petróleo em mar,
num trabalho em direção a águas cada vez mais
profundas. Ao tornar possível o início da produção
de óleo enquanto eram construídas as plataformas
fixas, que depois seriam instaladas constituindo os
sistemas definitivos, o SPA representou grande agi-
lidade, flexibilidade operacional e economia para as
operações no mar, já que reduziu o tempo gasto
entre a descoberta de petróleo e o início da produ-
ção comercial.
Petrobras escolhe Macaé e iMPulsionadesenvolviMento econôMico
No mesmo ano em que se iniciava a produção de pe-
tróleo na Bacia de Campos, o Governo Federal encontrava
em Macaé as condições favoráveis para receber as ins-
talações da base administrativa da Petrobras. A primeira
sede instalada é a que liga a Praia Campista à Imbetiba, até
hoje em atividade. Depois disso, o crescimento evidenciava
a necessidade de novas instalações. Hoje, em Macaé, a
Petrobras conta, além da sua primeira sede, com os ter-
minais em Parque de Tubos e em Cabiúnas, além de pré-
dios administrativos como no Viaduto e em Santa Mônica.
A partir de 1977, com a chegada da Estatal, a então
Princesinha do Atlântico, alcunha carinhosamente atribu-
ída ao município cuja base da economia era pesqueira ,
estava fadada ao rótulo de Capital Nacional do Petróleo,
como hoje, após 35 anos, Macaé é conhecida, por conta
do atrativos do Ouro Negro.
Passadas mais de três décadas, desde a descoberta
de petróleo na Bacia de Campos, a realidade de Macaé
acompanha o desenvolvimento do país, embora esbarre
nas ambições de políticos e/ou burocratas de plantão que
administram seus recursos.
Hoje, estimam-se que
mais de 10 mil empresas do
ramo de petróleo e gás do
mundo inteiro estejam com
base instalada no município,
o que coloca Macaé em po-
sição para lá de favorável no
que diz respeito à geração
de empregos. Além disso, os
recursos dos royalties - sub-
sídios repassados aos mu-
nicípios produtores como
compensação aos impactos
- representam grande par-
te da arrecadação total de
Macaé: somente neste ano,
o município já recebeu mais
de R$ 260 milhões em royal-
ties, sendo a parcela deste mês de julho exatos
R$ 36.371.277,43 milhões.
Da pesca ao óleo, de Princesinha do Atlântico à Capital
Nacional do Petróleo. Macaé hoje é uma das cidades que
mais crescem no país.
De uma arrecadação total em torno de R$ 1,3 bilhões, o
município deve recebe somente de royalties cerca 45% deste
Hoje, estimam-se que mais de 10 mil empresas
do ramo de petróleo e gás do mundo inteiro
estejam com base instalada no município
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
U ma descoberta que mudaria definitiva-
mente os rumos do país e impulsiona-
ria de uma vez por todas o desenvolvi-
mento sócioeconômico de Macaé. Há 35 anos,
a Princesinha do Atlântico era escolhida para
sediar a base administrativa da Petrobras: esta-
va então estabelecida uma nova era regida pelos
atrativos do Ouro Negro. Após a descoberta de
acúmulo de óleo em um reservatório marinho
nomeado Campo de Garoupa, em 1974, iniciava
a exploração de petróleo na Bacia de Campos,
exatamente no dia 13 de agosto de 1977, data
que marca o início das atividades petrolíferas na
região.
O Sistema de Produção Antecipada de Enchova
(SPA) representou para a Petrobras o primeiro mar-
co tecnológico da produção de petróleo em mar,
num trabalho em direção a águas cada vez mais
profundas. Ao tornar possível o início da produção
de óleo enquanto eram construídas as plataformas
fixas, que depois seriam instaladas constituindo os
sistemas definitivos, o SPA representou grande agi-
lidade, flexibilidade operacional e economia para as
operações no mar, já que reduziu o tempo gasto
entre a descoberta de petróleo e o início da produ-
ção comercial.
Petrobras escolhe Macaé e iMPulsionadesenvolviMento econôMico
No mesmo ano em que se iniciava a produção de pe-
tróleo na Bacia de Campos, o Governo Federal encontrava
em Macaé as condições favoráveis para receber as ins-
talações da base administrativa da Petrobras. A primeira
sede instalada é a que liga a Praia Campista à Imbetiba, até
hoje em atividade. Depois disso, o crescimento evidenciava
a necessidade de novas instalações. Hoje, em Macaé, a
Petrobras conta, além da sua primeira sede, com os ter-
minais em Parque de Tubos e em Cabiúnas, além de pré-
dios administrativos como no Viaduto e em Santa Mônica.
A partir de 1977, com a chegada da Estatal, a então
Princesinha do Atlântico, alcunha carinhosamente atribu-
ída ao município cuja base da economia era pesqueira ,
estava fadada ao rótulo de Capital Nacional do Petróleo,
como hoje, após 35 anos, Macaé é conhecida, por conta
do atrativos do Ouro Negro.
Passadas mais de três décadas, desde a descoberta
de petróleo na Bacia de Campos, a realidade de Macaé
acompanha o desenvolvimento do país, embora esbarre
nas ambições de políticos e/ou burocratas de plantão que
administram seus recursos.
Hoje, estimam-se que
mais de 10 mil empresas do
ramo de petróleo e gás do
mundo inteiro estejam com
base instalada no município,
o que coloca Macaé em po-
sição para lá de favorável no
que diz respeito à geração
de empregos. Além disso, os
recursos dos royalties - sub-
sídios repassados aos mu-
nicípios produtores como
compensação aos impactos
- representam grande par-
te da arrecadação total de
Macaé: somente neste ano,
o município já recebeu mais
de R$ 260 milhões em royal-
ties, sendo a parcela deste mês de julho exatos
R$ 36.371.277,43 milhões.
Da pesca ao óleo, de Princesinha do Atlântico à Capital
Nacional do Petróleo. Macaé hoje é uma das cidades que
mais crescem no país.
De uma arrecadação total em torno de R$ 1,3 bilhões, o
município deve recebe somente de royalties cerca 45% deste
Hoje, estimam-se que mais de 10 mil empresas
do ramo de petróleo e gás do mundo inteiro
estejam com base instalada no município
29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A Bacia de Campos é uma
bacia sedimentar com cerca
de 100 mil quilômetros
quadrados, se estendendo
do Espírito Santo (próximo
à cidade de Vitória) até
Arraial do Cabo, abrangendo
treze municípios do litoral
do Estado do Rio de Janeiro.
Formada há 100 milhões de
anos, a partir do processo de
separação dos continentes
sul-americano e africano, esta
região acabou se tornando um
“aterro natural” formado por
sedimentos despejados pelo
rio Paraíba do Sul no Oceano
Atlântico ao longo do tempo
que, sob variados níveis
de pressão e temperatura,
entrariam em processo de
decomposição, originando
as reservas de petróleo e gás
natural, dentro de rochas
porosas no subsolo marinho.
Em 1974 então, a Petrobras
acabaria encontrando acúmulo
de óleo num reservatório
marinho que nomeou de
Campo de Garoupa. Três
anos depois, acontecia
bacia de caMPos: tesouro brasileiro
então o grande marco que
transformaria um sonho
brasileiro em realidade: no
dia 13 de agosto de 1977 (há
30 anos), a 124 metros de
lâmina d’água, era iniciada a
produção de petróleo na Bacia
de Campos. O poço escolhido
foi o 3-EN-1-RJS, no Campo
de Enchova (terceiro campo
descoberto, depois de Garoupa
e Namorado), com vazão
superior a 10 mil barris diários
de óleo, através do Sistema de
Produção Antecipada sobre a
plataforma semi-submersível
Sedco 135-D.
Para se ter uma ideia
do potencial da região, em
média, são produzidos na
Bacia de Campos 1,8 milhão
de barris de petróleo por
dia. Segundo o gerente geral
da Unidade de Operação
de Exploração e Produção
da Bacia de Campos, José
Aírton de Lacerda, os
números observados na BC
representam mais de 80%
da produção nacional de
petróleo e gás.
valor, isto é, quase R$ 500 milhões anuais. Esta é a
previsão para 2011.
Isso sem falar das milhares de empresas nacio-
nais e multinacionais que hoje têm base em solo
macaense. Em apenas uma década, o número de
empresas sediadas na cidade passou de menos de
cinco mil para mais de 11 mil.
No entanto, à medida em que se desenvolve a economia,
reflexos sociais configuram uma cidade de contrastes. Cres-
cimento desordenado, falta de mão de obra local qualificada,
ocupações irregulares, violência, corrupção e infraestrutura
deficitária são aulguns dos principais problemas encontrados
em Macaé, município cuja população chega a mais de 200
mil pessoas, segundo último censo do IBGE.
30 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201130 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
F undada em 08 de Junho de 1873, a Sociedade
Musical Nova Aurora - pioneira em Macaé -
iniciava a construção de um prédio onde
pudessem ser realizados seus ensaios e reuniões.
Em 1889, foi lançada a pedra fundamental da Sede e ,
no mesmo ano, foi iniciada a construção. Foram
responsáveis pela obra o Eng. Joaquim Saldanha
Marinho Filho, Antônio Maurício Liberalli e o construtor
Sancho Baptista Pereira. O prédio foi constituído de
apenas um pavimento com características ecléticas.
Marcado pelo ecletismo arquitetônico e ainda hoje
funcionando como sede da Sociedade Musical Nova
Aurora, o edifício fica no fundo de um terreno cuja
entrada é pela Av. Rui Barbosa (a mais movimentada
do Centro de Macaé). Uma mureta e grades de ferro
cercam-no, bem como a um jardim de onde sobressai
a escultura de uma mulher aguadeira.
Em dezembro de 1882, em
decorrência de uma crise
social, alguns dos nossos
diretores (Joaquim
Rosa, José Cyriaco, Luiz
Quaresma e outros),
deixaram a ainda jovem
Nova Aurora e partiram
para fundar a Sociedade
Beneficente Lyra dos
Conspiradores. Hoje, com
a nossa co-irmã, trilhamos
o mesmo caminho e
vivemos os mesmos
nova aurora coMPleta 100 anos
sacrifícios em prol da sobrevivência das bandas de música
de Macaé.
Entre os vultos a quem devemos em nossa história estão
Bento Martins da Costa, Luiz Reid, João Germino, Lafayete
Dias, Álvaro Bastos, Waldir Azevedo e muitos outros.
SOb a regência de Benedito Passos (Maestro Tinho), a
Nova Aurora foi a bi-campeã do nosso Estado, e, em nível
Nacional, no programa apresentado para todo o país, pela
Rede Globo, ela ultrapassou os limites de Macaé para se
tornar a banda de música do Rio de Janeiro.
A Sociedade Musical Nova Aurora atualmente é presidida
pela Sra. Maria Ignez do Patrocínio, e a Banda tem a regência
do jovem maestro Hélio Rodrigues que foi o principal
responsável pela modernização da Banda de Música. Hoje
a banda constituída por quarenta músicos é denominada
“Banda Sinfônica da Sociedade Musical Nova Aurora”. A
Banda Sinfônica já se apresentou em várias cidades do
Estado, inclusive na tradicional Sala Cecília Meireles e no
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de fazer concertos
cercam-no, bem como a um jardim de onde sobressai
a escultura de uma mulher aguadeira.
Em dezembro de 1882, em
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201130 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
M acaé completa 198 anos no próximo dia 29
de julho, com muita história de
personalidades ilustres, entre elas,
o professor Antônio Alvarez Parada. Macaense,
nascido em 27 de dezembro de 1925, conhecido
como Tonito, além de ensinar, era um cuidadoso
colecionador, pesquisador e um ávido contador
das histórias de sua cidade. Escrevia e editava
livros, encontrando na imprensa um espaço
privilegiado para a manifestação de ideias e
opiniões sobre a cidade, o que o consagrou
também como jornalista.
Tonito começou a lecionar como professor no Ginásio
Macaense e na Escola Profissional Ferroviária. Ministrava aulas
de química, física e matemática. Mais tarde lecionou no Colégio
Estadual Luiz Reid, onde trabalhou como professor até a data
de sua morte, em 15 de março de 1986.
No início de 1986, Tonito sofreu problema cardíaco e
precisou se internar para fazer cirurgia no coração. Após
a operação e a recuperação, o professor planejava ir para
Niterói visitar seus familiares e depois voltar para Macaé.
Cinco dias depois, Tonito recebeu alta médica e na hora da
despedida, logo na saída do hospital, passou mal, teve uma
trombose e morreu na hora.
Segundo o subsecretário de Acervo e Patrimônio
Histórico, Ricardo Meireles, Tonito era bem humorado,
tranquilo, tinha uma visão de mundo muito boa. “Ele amava
a histÓria e a educaÇÃo
deiXada Pelo ProFessor Macaense “tonito”
a profissão, mantendo um relacionamento muito positivo
com os alunos. Além disso, Tonito nutria
paixão por Macaé e pelo Fluminense Futebol
Clube”, conta.
Ricardo diz ainda que apesar dos 26
anos de sua morte, a presença do professor
Tonito é muito forte na memória de ex-
alunos. Engenheiros, arquitetos e professores
(influenciados por ele) foram marcados
pelo seu carisma. “Embora fosse professor
de química, Tonito estudou a fundo a
história de Macaé, pesquisando e buscando
fatos que são referência para os estudiosos da cidade”,
diz o subsecretário.
De acordo com Meireles, a secretaria de Acervo e Patrimônio
Histórico estará dando continuidade à obra de Tonito, através
do lançamento do livro 'Cartas da Província'. “Só no jornal O
DEBATE, ele publicou mil crônicas sobre a história da cidade”,
lembra o secretário, lembrando que Tonito foi um pesquisador
e não memorialista, pois fez uma pesquisa científica
e não emocional.
Ele acrescenta que escrever sobre Tonito é, de certa
forma, fazer uma apologia a ele. “Um homem perfeito,
adorado, professor exemplar, guardião da história e da
memória de Macaé, um educador que ampliava suas
atividades cotidianas pesquisando e registrando os
acontecimentos que marcaram a história”, avalia Ricardo.
32 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201132 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
E stamos vivendo uma semana
festiva na nossa Macaé.
E não poderia ser diferente.
198 anos!
Nossa quase bicentenária cidade
tem inúmeros atributos e um conjunto
de oportunidades, que fazem dela um
destaque no Brasil e até mesmo fora dele.
Mas é exatamente nesse momento
que me pergunto: o que fizemos com
aquele sentimento original de euforia
e esperança?
Quem viveu aquela época vai se
lembrar das manchetes do noticiário
estampando previsões maravilhosas
sobre as descobertas e o futuro próspero
e encantado que nos esperava.
O futuro chegou! E com ele, algumas
duras constatações da realidade.
Riqueza não se distribui
igualitariamente por passe de mágica.
Aliás, grande parte dela é –
literalmente - bombeada pra longe,
ficando por aqui apenas
as compensações.
Compensações essas que atendem
pelo nome de royalties-palavra inglesa,
a cidade que quereMos
hoje de domínio popular que acabamos
incorporando ao nosso vocabulário,
juntamente com pessoas de inúmeras
nacionalidades e também oriundas de
várias partes do Brasil.
Todos nós formamos hoje um
único povo.
Sem essa de discriminação entre
naturais e adotivos!
Afinal, só há salvação, justamente,
através da nossa união.
Não há mais espaço para a soberba.
Precisamos sim, da intensa cooperação
com os demais níveis de governo.
Se não fosse por nada, valeria o
argumento de que somos um dos principais
contribuintes para o fortalecimento dos
tesouros do Estado e Nacional.
Nada mais justo do que reivindicarmos
de volta o nosso quinhão.
Acontece que para fazer isso e
começarmos, de verdade, a resolver
nossos principais problemas -
saneamento, saúde, transportes, e até
segurança pública - precisamos estar
melhor preparados.
Assim como o rio Macaé corre para o
mar, os recursos somente correm para onde
existem bons projetos. E não adianta contar
com a sorte!
Aliás, alguém já disse que sorte é,
na verdade, o encontro do preparo com a
oportunidade.
Nós não seremos perdoados se
deixarmos passar essa que temos
pela frente.
Precisamos definir rapidamente qual
cidade queremos ser no terceiro centenário.
Aquela que perdeu a esperança, que
vê com tristeza milhares de pessoas
à margem, olhando para o passado e
buscando culpados?
Ou a verdadeira “Princesa do Atlântico”,
reconciliada, ligada no futuro, revigorada,
moderna? Quem sabe até promovida à
condição de “Rainha”?
A cidade que levará dignidade e paz a
toda a sua periferia além de tornar-se uma
das maiores referências de reestruturação
urbana do país.
Essa sim, metrópole do sonho possível e
resgate daquela alegria que nunca deveria
ter deixado o nosso coração.
É possível, acredite!
Juntos, podemos sempre mais.
Christino Áureo Deputado Estadual e Secretário de Estado.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 33O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201132 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
E stamos vivendo uma semana
festiva na nossa Macaé.
E não poderia ser diferente.
198 anos!
Nossa quase bicentenária cidade
tem inúmeros atributos e um conjunto
de oportunidades, que fazem dela um
destaque no Brasil e até mesmo fora dele.
Mas é exatamente nesse momento
que me pergunto: o que fizemos com
aquele sentimento original de euforia
e esperança?
Quem viveu aquela época vai se
lembrar das manchetes do noticiário
estampando previsões maravilhosas
sobre as descobertas e o futuro próspero
e encantado que nos esperava.
O futuro chegou! E com ele, algumas
duras constatações da realidade.
Riqueza não se distribui
igualitariamente por passe de mágica.
Aliás, grande parte dela é –
literalmente - bombeada pra longe,
ficando por aqui apenas
as compensações.
Compensações essas que atendem
pelo nome de royalties-palavra inglesa,
a cidade que quereMos
hoje de domínio popular que acabamos
incorporando ao nosso vocabulário,
juntamente com pessoas de inúmeras
nacionalidades e também oriundas de
várias partes do Brasil.
Todos nós formamos hoje um
único povo.
Sem essa de discriminação entre
naturais e adotivos!
Afinal, só há salvação, justamente,
através da nossa união.
Não há mais espaço para a soberba.
Precisamos sim, da intensa cooperação
com os demais níveis de governo.
Se não fosse por nada, valeria o
argumento de que somos um dos principais
contribuintes para o fortalecimento dos
tesouros do Estado e Nacional.
Nada mais justo do que reivindicarmos
de volta o nosso quinhão.
Acontece que para fazer isso e
começarmos, de verdade, a resolver
nossos principais problemas -
saneamento, saúde, transportes, e até
segurança pública - precisamos estar
melhor preparados.
Assim como o rio Macaé corre para o
mar, os recursos somente correm para onde
existem bons projetos. E não adianta contar
com a sorte!
Aliás, alguém já disse que sorte é,
na verdade, o encontro do preparo com a
oportunidade.
Nós não seremos perdoados se
deixarmos passar essa que temos
pela frente.
Precisamos definir rapidamente qual
cidade queremos ser no terceiro centenário.
Aquela que perdeu a esperança, que
vê com tristeza milhares de pessoas
à margem, olhando para o passado e
buscando culpados?
Ou a verdadeira “Princesa do Atlântico”,
reconciliada, ligada no futuro, revigorada,
moderna? Quem sabe até promovida à
condição de “Rainha”?
A cidade que levará dignidade e paz a
toda a sua periferia além de tornar-se uma
das maiores referências de reestruturação
urbana do país.
Essa sim, metrópole do sonho possível e
resgate daquela alegria que nunca deveria
ter deixado o nosso coração.
É possível, acredite!
Juntos, podemos sempre mais.
Christino Áureo Deputado Estadual e Secretário de Estado.
33O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A história de emancipação
político-administrativa de
Quissamã começa por volta
de 1952 quando aconteceu o primeiro
encaminhamento à Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro de uma representação
assinada por 1.166 eleitores reclamando a
autonomia do então distrito de Macaé. No
entanto, a resposta veio 38 anos depois e
de 4º distrito de
Macaé, Quissamã
foi elevada a
município.
São 22 anos
de lutas em prol
da educação,
da saúde, do
desenvolvimento
econômico e turístico e de resgate da
história do município.
Em 1984 teve início o segundo e
vitorioso movimento de emancipação.
Em julho desse mesmo ano foi dado o
início da montagem do processo que seria
encaminhado a Alerj. Processo este que
chegou a ser arquivado em 1986. Mas,
por interferência do então vereador Jorge
Pinto, hoje vice-prefeito de Quissamã, e
do deputado Cláudio Moacyr, o
processo chegou ao seu término.
Já em 4 de outubro de 1988,
após intensa mobilização e muitas
viagens à capital Fluminense, a
Comissão de Assuntos Municipais
aprovou o projeto de lei criando
o município de Quissamã,
que foi votado e aprovado por
unanimidade em 18 de outubro. O plebiscito
data de 12 de junho de 1988, quando é
comemorado o aniversário da cidade.
Já em 4 de janeiro de 1989 foi
sancionado o projeto pelo governador
da época, Moreira Franco. Essa sanção
transformou-se na Lei de nº 1.419, que se
tornou a certidão de nascimento do novo
município, até que em 1º de janeiro de 1990
foram empossados o primeiro Executivo e o
Poder Legislativo Municipal.
Entre outros nomes que lutaram pela
emancipação, estavam Francisco Pinto de
Souza, Euclides Barcelos, Celso Carneiro da
Silva, Beatriz Silva, Ana Francisco Silva, Jorge
Pinto e Iberê Cardoso. O grupo adotou a
forma de Comissão Pró-Emancipação e Iberê
assumiu a preparação de um plano diretor
propondo as ações a serem efetivadas.
A importância do Engenho Central de
Quissamã, no movimento
Segundo consta no site institucional
da cidade até o começo do Século XX,
Quissamã conheceu um espetacular
desenvolvimento. No entanto, a partir
da crise de 1929, vários fazendeiros se
endividaram e acabaram perdendo suas
terras em favor do Engenho Central
de Quissamã, que monopolizou a
economia local.
Essa estagnação durou até a década de 70,
com a criação do programa Proálcool e com a
descoberta do petróleo na Bacia de Campos.
Sendo assim, prevendo um crescimento
econômico sem depender exclusivamente do
engenho, a população se organizou para a tal
sonhada emancipação e decidiu se separar
do município de Macaé, por meio de um
plebiscito. E com o descobrimento do petróleo
na Bacia de Campos iniciou uma nova fase na
história no município.
O mesmo foi possibilitando diminuir as
desigualdades sociais, melhorar a educação
e a saúde e a expectativa de vida da
população, em busca do desenvolvimento
auto-sustentável principalmente através da
agricultura e do turismo.
Quissamã conQuistasua emancipação
34 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Antes de alcançar o status de Capital
Nacional do Petróleo, tornando-se polo
da região identificada como emirado do
Rio de Janeiro, a história econômica e cultural
de Macaé foi construída através da participação
de antigos distritos que se transformaram em
cidades, através do processo de emancipação, que
atuam hoje em parceria para o desenvolvimento
do Norte Fluminense.
Dentro desse contexto
histórico está Carapebus, antigo
distrito de Macaé que alcançou
a emancipação administrativa e
política há 16 anos.
Carapebus foi reconhecido
como distrito de Macaé a partir de 1831, sendo o
terceiro a alcançar a emancipação, seguindo os
passos de Quissamã e Conceição de Macabu.
O ato para consolidar a autonomia municipal
aconteceu no Real Clube de Carapebus no qual
foi desenvolvido um plebiscito no dia 13 de
março de 1994, o resultado foi a favor da
emancipação, por uma maioria esmagadora
de 3497 contra 148 votos.
Para oficializar, o Tribunal Regional Eleitoral
aceitou o plebiscito em maio de 1995, e então
instituiu definitivamente o município de Carapebus.
A partir do final do século XVIII a cultura da
cana-de-açúcar se tornou uma das principais
atividades econômicas da região, com destaque
para fazenda São Domingos. A produção
contribuiu com o processo de consolidação
da economia de Macaé, o que contribuiu
também com o desenvolvimento da autonomia
de Carapebus.
Mais tarde outras atividades foram inseridas,
como a agropecuária e a pesca, a última ainda
hoje é bastante difundida.
Através do trabalho e da força de vontade
da população, Carapebus marcou também um
momento marcante da política do município,
possuindo posição
fundamental para o
resultado de eleições,
como as que garantiram
a vitória dos ex-prefeitos
Carlos Emir Mussi, ao
lado de Salim Selem, uma
de suas personalidades
mais ilustres.
Dezesseis anos
após a emancipação,
Carapebus e Macaé
caminham juntos hoje
com objetivo de garantir
a defesa dos interesses
dos municípios
produtores de petróleo,
trabalho que está
diretamente ligado a
dinâmica econômica de exploração e produção da
Bacia de Campos.
“Macaé sempre será parceria de Carapebus.
Apesar da emancipação, o nosso município ainda
mantém uma aproximação muito grande com a
Capital Nacional do Petróleo, justamente pelas
questões econômicas que envolvem as atividades
de exploração e produção. Parabéns ao município
por mais um aniversário”, apontou o prefeito de
Carapebus, Amaro Fernandes.
carapebus:de antigo distrito a cidade parceira no
desenvolvimento da região
“Macaé sempre será parceria de Carapebus (...)”
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Antes de alcançar o status de Capital
Nacional do Petróleo, tornando-se polo
da região identificada como emirado do
Rio de Janeiro, a história econômica e cultural
de Macaé foi construída através da participação
de antigos distritos que se transformaram em
cidades, através do processo de emancipação, que
atuam hoje em parceria para o desenvolvimento
do Norte Fluminense.
Dentro desse contexto
histórico está Carapebus, antigo
distrito de Macaé que alcançou
a emancipação administrativa e
política há 16 anos.
Carapebus foi reconhecido
como distrito de Macaé a partir de 1831, sendo o
terceiro a alcançar a emancipação, seguindo os
passos de Quissamã e Conceição de Macabu.
O ato para consolidar a autonomia municipal
aconteceu no Real Clube de Carapebus no qual
foi desenvolvido um plebiscito no dia 13 de
março de 1994, o resultado foi a favor da
emancipação, por uma maioria esmagadora
de 3497 contra 148 votos.
Para oficializar, o Tribunal Regional Eleitoral
aceitou o plebiscito em maio de 1995, e então
instituiu definitivamente o município de Carapebus.
A partir do final do século XVIII a cultura da
cana-de-açúcar se tornou uma das principais
atividades econômicas da região, com destaque
para fazenda São Domingos. A produção
contribuiu com o processo de consolidação
da economia de Macaé, o que contribuiu
também com o desenvolvimento da autonomia
de Carapebus.
Mais tarde outras atividades foram inseridas,
como a agropecuária e a pesca, a última ainda
hoje é bastante difundida.
Através do trabalho e da força de vontade
da população, Carapebus marcou também um
momento marcante da política do município,
possuindo posição
fundamental para o
resultado de eleições,
como as que garantiram
a vitória dos ex-prefeitos
Carlos Emir Mussi, ao
lado de Salim Selem, uma
de suas personalidades
mais ilustres.
Dezesseis anos
após a emancipação,
Carapebus e Macaé
caminham juntos hoje
com objetivo de garantir
a defesa dos interesses
dos municípios
produtores de petróleo,
trabalho que está
diretamente ligado a
dinâmica econômica de exploração e produção da
Bacia de Campos.
“Macaé sempre será parceria de Carapebus.
Apesar da emancipação, o nosso município ainda
mantém uma aproximação muito grande com a
Capital Nacional do Petróleo, justamente pelas
questões econômicas que envolvem as atividades
de exploração e produção. Parabéns ao município
por mais um aniversário”, apontou o prefeito de
Carapebus, Amaro Fernandes.
carapebus:de antigo distrito a cidade parceira no
desenvolvimento da região
“Macaé sempre será parceria de Carapebus (...)”
35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A lém de ser conhecida mundialmente
como a Capital do Petróleo, Macaé está
se tornando referência para a educação
superior. Atualmente, mais de 60 cursos de
graduação são oferecidos no município, sendo 16
gratuitos por meio do Complexo Universitário que
abrange a Universidade Federal Fluminense (UFF),
a Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ)
e a Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva
Júnior (Femass).
Em virtude da demanda de graduandos e
ofertas de cursos, o secretário de Educação, Guto
Garcia informou que na próxima semana terá
inicio a obra dos novos prédios do Complexo.
“Macaé está se tornando um polo universitário
com cursos gratuitos e de qualidade oferecidos a
toda população. E com a implantação dos cursos
já atuais e os previstos para os próximos anos,
os estudantes não precisam deixar a cidade em
busca da qualificação”, enfatizou.
Ainda segundo Guto, o Complexo conta com,
aproximadamente, 2.400 estudantes, sendo 1.200
pela UFRJ, 800 pela Femass e 400 pela UFF.
Em entrevista concedida ao Jornal O Debate,
para este especial, o Diretor do Núcleo em
Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental
de Macaé (Nupem) e grande responsável pela
implantação da UFRJ na cidade, Francisco Esteves
falou da grande conquista.
De acordo com ele, tudo começou nos anos
de 1980 quando um grupo de pesquisadores
que estudava as lagoas costeiras da região e
em um acampamento às margens da Lagoa de
Imboassica percebeu a presença cada vez mais
intensa da indústria do Petróleo. E em meio a
descoberta elaboraram um projeto de pesquisa
para possibilitar a realização
de estudos ecológicos na
região.
O primeiro projeto
elaborado foi o Ecolagoas
(Ecologia de Lagoas
Costeiras) que teve início
em 1992, sob o patrocínio da
Petrobras. “Este projeto, que
hoje conta com o patrocínio
do Ministério de Ciência e
Tecnologia e do governo do
Estado do Rio de Janeiro,
possibilitou os recursos para as pesquisas
pioneiras não só sobre a ecologia das lagoas
da região como também para reformar um
depósito de ração, disponibilizado pela prefeitura
de Macaé, localizado no Parque de Exposição
Latiff Mussi e desta forma surgiram as primeiras
instalações do Nupem”, explicou o professor.
Ainda segundo Esteves, até 2008 a UFRJ se
fazia presente no município apenas por meio do
Nupem. Já a partir de março deste mesmo ano,
a unidade acadêmica diante do grande sucesso
científico e da abrangência das ações de seus
pesquisadores que atuavam no município, criou
o campus UFRJ Macaé e a cidade então passou
a contar com o primeiro campus da maior
universidade federal do país, fora do Rio. “Assim
pode se dizer que o Nupem foi o embrião que
deu origem ao campus UFRJ Macaé, ou seja,
um excelente embrião que teve na pesquisa a
extensão de seus fundamentos”, ressaltou.
Os cursos de graduação oferecidos atualmente
na instituição são: ciências biológicas, química,
nutrição, enfermagem, farmácia, medicina,
engenharia civil, engenharia mecânica e
engenharia de produção. E em breve
passará a ser oferecido também o
de ciências sociais aplicado. “Com a
implantação desse curso e de grupos
temáticos voltados para pesquisa
nestas áreas, o campus Macaé passará
a ter algumas das áreas mais relevantes
do conhecimento como ciências
biológicas, ciências da saúde, exatas e
humanas”, pontuou Esteves.
A unidade também oferece os
primeiros cursos de pós fora do Fundão.
São eles, Meio Ambiente e Conservação e
Biofármacos. “A criação desses cursos no
campus Macaé só foi possível porque hoje
já existem laboratório de alto padrão, no que diz
respeito a equipamentos e a pessoal qualificado
e alguns desse laboratórios colocam a cidade na
rota dos centros de pesquisas mais avançados
do Brasil, a exemplo do laboratório de Biologia
Molecular e de Ecologia de Águas”, finalizou o
professor.
INSTITuTO FEDERAl FluMINENSE (IFF)
E os avanços no setor educacional no
município não se remetem apenas às instituições
já mencionadas acima, a Unidade de Ensino
Descentralizada da Escola Técnica Federal
de Campos que se transformou em Cefet e
posteriormente, no atual Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), também é
responsável por formar mão de obra capacitada e
especializada na cidade.
O IFF ganhou o seu espaço na Capital do
Petróleo em 29 de julho de 1993 e as atividades
escolares foram iniciadas em 30 de agosto do
mesmo ano. O terreno de 51 mil m2 onde foi
construído o prédio foi doado pela Prefeitura de
Macaé, em 1987. Já as obras foram realizadas
após um convênio firmado entre MEC /
SEMTEC e a Petrobras.
No início, a unidade oferecia apenas os
cursos técnicos integrados ao ensino médio
de Eletrônica e Eletromecânica, e tinha apenas
270 alunos. Atualmente, são oferecidos na
instituição os cursos técnicos subsequentes de
Segurança do Trabalho, Informática, Automação
Industrial, Eletrônica e Eletromecânica, com
duração de dois anos; os integrados ao Ensino
Médio de Automação Industrial, Eletrônica e
Eletromecânica; a graduação em Engenharia
de Controle e Automação; o mestrado
em Engenharia Ambiental e o curso de
Eletrônica para a Educação de Jovens e Adultos
complexo universitáriosimboliza avanço na formação
profissional
36 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
macaÉ: alvo de empreendimentos e
investimentos do governo federal
Nos últimos dez anos, Macaé
apresentou um crescimento
de aproximadamente 600%.
Segundo o presidente do Fundec (Fundo
de Desenvolvimento Econômico e Social
de Macaé), Francisco Navega, este grande
impulso leva a cidade a um perfil superior
ao dos países árabes. Atualmente
o município representa mais
de 83% de todo petróleo e gás
produzido no Brasil, o equivalente
a 1,7 milhão de barris por dia. A
perspectiva para o pós-sal é de
que em 2015, esse número chegue
a 3 milhões de barris, ou seja, um
crescimento de mais de 50%.
A presença do porto
da Petrobras em Macaé é
fundamental para todo esse
crescimento. “A Petrobras, com
todo o movimento no que diz
respeito a petróleo e gás faz com
que o município seja visto de forma
positiva e de fato é atualmente
uma grande potência. Nós
somos o
14º país do mundo em reservas provadas
de petróleo e gás, sem contar ainda
com o pré-sal. Com o advento, o Brasil
pode se tornar o 6º país do mundo em
reservas testadas de petróleo. É certo
dizer que para suportar tanto crescimento
e a responsabilidade que chega junto
com ele, há uma necessidade grande
hoje de algumas políticas voltadas
para a infraestrutura, mas tenho
certeza de que o município conseguirá
atender às expectativas de todo esse
desenvolvimento”, declarou Navega.
De acordo ainda com o presidente do
Fundec, Macaé hoje possui mais de 12
mil CNPJ’s, muitos deles fazendo parte do
imenso polo de petróleo e gás existente no
município. “Por este motivo que a cidade
é considerada como a Capital do Petróleo.
As expectativas estão voltadas para o
nosso município, por isso, é fundamental
que os próximos governos tenham esta
mesma visão, para que possam dar
continuidade a este trabalho, deixando
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
RECuRSOS FEDERAIS
Por se mostrar tão dinâmica e com
um crescimento bastante acelerado,
o Governo Federal não para de
investir na cidade. Os recursos
federais chegam para Macaé de
uma maneira muito significativa,
principalmente quando se fala da
infraestrutura macaense. Hoje
há a possibilidade da ampliação
do Aeroporto, que recebeu 70
milhões para sua reformulação,
a duplicação da RJ-106, PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), Minha Casa Minha
Vida e o VLT, aprovado em 47
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
RECuRSOS FEDERAIS
um crescimento bastante acelerado,
o Governo Federal não para de
investir na cidade. Os recursos
federais chegam para Macaé de
uma maneira muito significativa,
uma grande potência. Nós Macaé sempre no topo quando se fala em uma grande potência. Nós
somos o
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
macaÉ: alvo de empreendimentos e
investimentos do governo federal
Nos últimos dez anos, Macaé
apresentou um crescimento
de aproximadamente 600%.
Segundo o presidente do Fundec (Fundo
de Desenvolvimento Econômico e Social
de Macaé), Francisco Navega, este grande
impulso leva a cidade a um perfil superior
ao dos países árabes. Atualmente
o município representa mais
de 83% de todo petróleo e gás
produzido no Brasil, o equivalente
a 1,7 milhão de barris por dia. A
perspectiva para o pós-sal é de
que em 2015, esse número chegue
a 3 milhões de barris, ou seja, um
crescimento de mais de 50%.
A presença do porto
da Petrobras em Macaé é
fundamental para todo esse
crescimento. “A Petrobras, com
todo o movimento no que diz
respeito a petróleo e gás faz com
que o município seja visto de forma
positiva e de fato é atualmente
uma grande potência. Nós
somos o
14º país do mundo em reservas provadas
de petróleo e gás, sem contar ainda
com o pré-sal. Com o advento, o Brasil
pode se tornar o 6º país do mundo em
reservas testadas de petróleo. É certo
dizer que para suportar tanto crescimento
e a responsabilidade que chega junto
com ele, há uma necessidade grande
hoje de algumas políticas voltadas
para a infraestrutura, mas tenho
certeza de que o município conseguirá
atender às expectativas de todo esse
desenvolvimento”, declarou Navega.
De acordo ainda com o presidente do
Fundec, Macaé hoje possui mais de 12
mil CNPJ’s, muitos deles fazendo parte do
imenso polo de petróleo e gás existente no
município. “Por este motivo que a cidade
é considerada como a Capital do Petróleo.
As expectativas estão voltadas para o
nosso município, por isso, é fundamental
que os próximos governos tenham esta
mesma visão, para que possam dar
continuidade a este trabalho, deixando
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
RECuRSOS FEDERAIS
Por se mostrar tão dinâmica e com
um crescimento bastante acelerado,
o Governo Federal não para de
investir na cidade. Os recursos
federais chegam para Macaé de
uma maneira muito significativa,
principalmente quando se fala da
infraestrutura macaense. Hoje
há a possibilidade da ampliação
do Aeroporto, que recebeu 70
milhões para sua reformulação,
a duplicação da RJ-106, PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), Minha Casa Minha
Vida e o VLT, aprovado em 47
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
RECuRSOS FEDERAIS
um crescimento bastante acelerado,
o Governo Federal não para de
investir na cidade. Os recursos
federais chegam para Macaé de
uma maneira muito significativa,
uma grande potência. Nós Macaé sempre no topo quando se fala em uma grande potência. Nós
somos o
Macaé sempre no topo quando se fala em
desenvolvimento e dinamismo”.
37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
milhões de reais. “Mas isso tudo só foi possível em
função de uma centralização dentro da Prefeitura de
Macaé, através da Câmara de Gestão Permanente,
onde se acompanha todos os procedimentos de
repasse dos recursos, documentação, chegada
dos recursos, distribuição e manutenção desses
processos. Tudo feito com muito acompanhamento
e cuidado”, contou Navega.
Alguns repasses de verbas são obrigatórios,
que vêm dos fundos de Educação, Assistência
Social e Saúde. Francisco explicou também que,
toda e qualquer verba que venha além do que já
é imposto, a prefeitura tem que se encontrar com
todas as contas em dia, e atualmente o órgão está
apto a receber todas essas verbas. “Pode-se dizer
que as contas do município já estão bem alinhadas,
dando a possibilidade de recebimento de novos
investimentos do Governo Federal. O trabalho da
Câmara Permanente de Gestão está sendo muito
bem feito, através de um processo de controle,
administração e manuseio de todos os recursos”.
Navega enfatiza que é impossível administrar
Macaé hoje sem recursos estaduais e federais,
e que o atual prefeito deixará para as próximas
gerações os grandes convênios firmados através
de parcerias com os governos federal e estadual,
como a Delegacia Legal, UPA (Unidade de Pronto
Atendimento), Hospital da Mulher, Prodesmar,
modificações do 9º Grupamento de Bombeiro
Militar, entre muitos outros. “No momento nos
encontramos numa condição bastante tranquila e
para o futuro aguardamos a duplicação da BR-101,
não que necessariamente dependa de Macaé, mas
sabemos como esta rodovia é importante para o
município e o quanto ela precisa ser modificada,
para dar mais segurança por quem passa por ela”.
QuAlIFICAÇÃO PROFISSIONAl
E GERAÇÃO DE EMPREGO
Segundo Navega, Macaé hoje é considerada em
termos de orçamento municipal, uma “Top 30”, ou
seja, está entre umas das 30 maiores cidades do
país. Com relação à qualificação profissional está
entre as cinco maiores do Estado do Rio de Janeiro
em carteira assinada. Além disso foi considerada
pelo Índice Firjan, como a primeira cidade do
Estado no índice de qualidade de vida, levando em
consideração a qualificação profissional, saúde e
educação.
“Temos um polo universitário com mais de 15
mil alunos e a expectativa é de chegar no final do
governo Riverton com mais de 20 mil estudantes,
o que, sem dúvida, será mais um grande passo. Em
termos de saúde a cidade também está muito bem
amparada, com o Hospital da Serra, Hospital da
Mulher, UPA, Hospital Público Municipal (HPM),
além das Universidades de Farmácia, Enfermagem e
Medicina”, disse.
Todas as empresas que trabalham atualmente em
Macaé, ou têm a sua área de qualificação interna,
ou utilizam as instituições instaladas na cidade,
como Cetep e Senai. Francisco Navega ressaltou
ainda que o emprego no município é garantido, mas
somente para quem tem qualificação. “A cidade
consegue receber um número muito grande de
pessoas que vêm de fora e dar oportunidades a
elas. Basta se qualificar e estará empregado, sem
dúvida alguma. Macaé é o segundo polo hoteleiro
do estado, perdendo somente para a capital e
também o segundo polo gastronômico, sendo o
primeiro do interior. Sem contar que temos mais
de 30 escolas de inglês na cidade. O avanço não
para e é fundamental que todos se capacitem
para acompanhar este desenvolvimento”, concluiu
Francisco Navega, presidente do Fundec.
38 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201138 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
A o longo dos seus 198 anos, Macaé construiu
a sua imagem como potência econômica
através dos espíritos de empreendedorismo e
vanguardista de homens e mulheres que contribuíram
com o processo de transformação de uma pacata e
bucólica cidade, conhecida por suas belezas naturais
como Princesinha do Atlântico, em um município com ar
e rotina de metrópole, ganhando assim o reconhecimento
como a Capital Nacional do Petróleo.
Antes voltada a culturas rurais e da produção
pesqueira, a economia do município seguiu todo o
processo de evolução registrada no país, passando pelo
desenvolvimento industrial, e alcançando atualmente a
dinâmica produtiva do petróleo, considerada hoje como
o segundo mecanismos de sustentação do mercado
internacional financeiro.
Apresentando o potencial turístico, muito explorado
no passado, porém esquecido no presente, a cidade
se viu obrigada a passar por um processo de transição
econômica que impactou diversos setores ligados ao
atendimento da sociedade, modificando a cultura, as
raízes e a identidade de uma cidade que abriu as suas
portas para o mundo.
Impulsionada por vários anos pela atuação do comércio
local, a economia passou a contar com a injeção de
de princesinHa do atlÂntico
À capital do petrÓleo: macaÉ no cenário mundial
investimentos milionários, atraídos pelo parque industrial
capaz de abrigar milhares de empresas de diferentes
nacionalidades, todas com os olhares atraídos pelas
riquezas provenientes do fundo do mar.
Ao ser considerada como polo de uma região
denominada “Emirado do Petróleo” do Rio de Janeiro, ao
concentrar em seu território a produção de mais de 80%
do petróleo extraído em todo o país, Macaé alcançou
um status restrito a poucas cidades do mundo: o de
concentrar um orçamento calculado na casa dos bilhões.
Toda essa riqueza acumulada pelos cofres públicos
provém da atividade do petróleo que, através dos royalties
(termo relacionado a compensação financeira referente aos
impactos ocasionados pela atividade), e da Participação
Especial, é capaz de proporcionar à administração da cidade
cerca de R$ 500 milhões ao ano, segundo dados financeiros
referentes ao exercício da gestão pública de 2010.
Todo esse volume de recursos é capaz de alavancar também
a arrecadação de impostos e taxas captadas pelo governo
municipal, que ajudam a garantir um orçamento total de R$ 1,3
bilhão, conforme previsto pela Prefeitura para este ano.
Se a cidade hoje é reconhecida pelo crescimento
determinado pela dinâmica produtiva do petróleo, o que
gerou assim uma série de problemas e desafios assumidos
pela administração municipal, a projeção apresentada por
O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201138 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
de princesinHa do atlÂntico
À capital do petrÓleo: macaÉ no cenário mundial
especialistas para os próximos cinco anos é do registro
de um novo “boom” de desenvolvimento, impulsionado
através dos avanços na exploração do petróleo nas
camadas do pré-sal, projeto que segue a passos largos
através dos investimentos da Petrobras.
E por falar na estatal brasileira, por concentrar um
dos maiores parques industriais e logísticos do país,
voltado ao setor offshore, Macaé seguirá atraindo
grandes investimentos capazes de modificar até mesmo a
realidade de todo o Estado do Rio de Janeiro.
Através de uma nova projeção de investimentos
anunciados pela Petrobras durante os próximos cinco
anos, Macaé será capaz de atrair cerca de 60% do total
de R$ 389 bilhões que serão aplicados pela estatal no
segmento offshore, dentro e fora do país.
Essa projeção representa também a atração de novas
empresas, e de mais mão de obra qualificada, fortalecendo
o potencial do município e reunir a população com um dos
maiores poderes aquisitivos do Estado, capaz de garantir a
evolução do comércio varejista e de outros setores, como
a especulação imobiliária, a venda de carros e outros bens
de consumo e serviços.
“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes
momentos econômicos. A nossa dinâmica do petróleo
será capaz de bancar todos os investimentos propostos
para a evolução da exploração do
pré-sal. Isso garantirá mais negócios
para a nossa cidade, gerando
também oportunidades de emprego
para a população”, afirmou o presidente do Fundo
Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec),
Francisco Navega.
Ainda com grande potencial para apresentar novas
descobertas em águas profundas, Macaé busca agora
um novo desafio: o de garantir a diversificação econômica.
Através dessa proposta, incentivos para a aplicação
de investimentos de pequenos e médios empresários em
setores não ligados diretamente a indústria do petróleo
estão sendo fomentados, o que garante a preservação do
sistema econômico do município.
“Esse é um desafio que todos os municípios produtores
de petróleo enfrentam atualmente. A ideia de diversificar
a economia diminui a dependência da cidade em apenas
um segmento, garantindo a preservação de todo o sistema
mesmo após a era do petróleo”, apontou Navega.
Mesmo com todas as dificuldades,
Macaé ainda busca a oportunidade de expandir ainda
mais a sua imagem no cenário internacional.
“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes
momentos econômicos. A nossa dinâmica do
petróleo será capaz de bancar todos os
investimentos propostos para a evolução da
exploração do pré-sal (...)”
“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes
momentos econômicos. A nossa dinâmica do petróleo
será capaz de bancar todos os investimentos propostos
mais a sua imagem no cenário internacional.
40 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201140 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011
Vou contar uma históriaDa pequena cidade.Por ser a mesma pequena,Reinava fraternidade...Aldeia de pescadoresOnde os Siris, Goiamus,Os peixes da água doce,Os bagres eram comunsLuz elétrica, um luxo!Alguns tinham lampiões,Para os pobres - lamparinas!A fumaça mal cheirosaAssaltava as narinas...Na fazenda Zé de Lima,Pequeno rio passava.Pescavam-se camarões,Lambaris, e até piabas...Na referida fazenda,Farinha de forno torravam...Beiju doce tapiocas,A casa grande lavavam...Vendiam o leite na hora,No curral, de manhãzinhaVinha direto da fonteQue era a teta da vaquinha.Amigos, narro esta históriaPorque bem perto eu viA minha mãe trabalhando...Tudo isso eu vi.Vizinhos se reuniam
princesa ou rainHa“minHa terra É bonita como um pedaço de lenda”
Noite clara de luar,Para cantar cada estóriaOs cabelos arrepiar:Era a mula sem cabeça,O menino sarará,Menino de perna só,Faziam, sim, as criançasDe veras se assustar...Entre uma e outra história,Em ruínas em casarãoCom várias correntes grossasQue serviam de prisãoAo negro escravo fujão;Bem ali, onde está localizadoO mercado ABC.,Próximo da estação.Contavam,Que quando a noite chegavaNinguém passava por lá;Os gemidos dos escravos,As correntes arrastadasCausavam pavor imensoDos seus nervos abalar.Contavam muitas coisas outrasOnde davam fazer ouvir:“O sapo que virou príncipe,Palácio ao fundo do mar construído
em ouro e prata...Essas eram e encantar...E as brincadeiras de roda
As crianças a cantar: Ciranda, cirandinha,Vamos todos cirandar...”O burro guiava o bondeNos tempos da JocotóFigura bem popular. Faceira
como ela só.Aldeia bem sossegada!Cadeia não havia, não. E para
que delegadoSem malfeitores, ladrão?Terra em as lavadeirasSubiam o morro ligeiras,Pés descalços, ou então,Arrastando seus tamancos;Lata dágua na cabeçaMostrando sorriso franco.Macaé muito cresceu!Foi menina, adolescente,Atingiu maior idade;Foi plebéia, foi princesa,Tornou-se agora rainhaCidade que é tão minha!É rainha idolatrada!E continua bonita!De petróleo impregnada,Segue americanizadaCom a cidade estilizada,Não mais se vê por aquiCorrer na areia rosada:
Caranguejos, tatuís,Pequena concha rosadaQue chamam samambís;Ontem se vestiu de chita,Hoje está estilizada.Agora veste com orgulhoTrajes de seda rendada.Com o petróleo em Macaé,É estrela sim, Senhor!Na passarela, no Brasil,Mostra ao mundo o seu valor.Minha terra é tão bonita, sob o
céu azul anilNum pedacinho de lenda na
história do Brasil.Eis amigos, a história da aldeia
que surgiuTão alto, esplendorosa, porque
muito evoluiu.Nasci na rua de Santana, na
Arueira onde morei,Nos Cajueiros eu vivo. Foi aqui que
me criei;Na terra que é minha casa, jamais
pretendo esquecer;Meu refúgio nesta vida, enquanto
aqui viver!
Leci Dias