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bruno vieira PORTFOLIO Em seu percurso Bruno Vieira delimitou três campos de atuação: a poeticidade, a citação do universo da arte e a ativação de redes de coletividade. Cristiana Tejo Bruno Vieira é um artista inventivo e curioso, segundo a crítica Marisa Flórido Cesar. “Sua inquietação o vem conduzindo, nestes poucos anos de atuação artística, a explorar diversas mídias, a aventurar-se em muitas direções. Seus trabalhos, que incluem desenho, pintura, escultura, vídeo, fotografia, instalações, ações em rede e intervenções urbanas, quase sempre operam na interpenetração dos meios, por vezes explorando os sistemas e as redes, mas sempre estabelecendo um fecundo diálogo com a história da arte.” Fernando Cocchiarale ressalta Bruno Vieira, “produz a partir de questões e conceitos. O sentido de seu trabalho não deve ser, pois, buscado na coerência de um processo voltado para a invenção formal, centrada no fazer manual e no domínio técnico de um meio plástico específico (pintura, desenho, escultura, por exemplo), mas na concretização sensível de idéias e projetos com meios e procedimentos apropriados do cotidiano contemporâneo”

BRUNO VIEIRA

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PORTFOLIO Fernando Cocchiarale ressalta Bruno Vieira, “produz a partir de questões e conceitos. O sentido de seu trabalho não deve ser, pois, buscado na coerência de um processo voltado para a invenção formal, centrada no fazer manual e no domínio técnico de um meio plástico específico (pintura, desenho, escultura, por exemplo), mas na concretização sensível de idéias e projetos com meios e procedimentos apropriados do cotidiano contemporâneo”

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Page 1: BRUNO VIEIRA

bruno vieira PORTFOLIO

Em seu percurso Bruno Vieira delimitou três campos de

atuação: a poeticidade, a citação do universo da arte e a

ativação de redes de coletividade. Cristiana Tejo

Bruno Vieira é um artista inventivo e curioso, segundo a

crítica Marisa Flórido Cesar. “Sua inquietação o vem

conduzindo, nestes poucos anos de atuação artística, a

explorar diversas mídias, a aventurar-se em muitas direções.

Seus trabalhos, que incluem desenho, pintura, escultura,

vídeo, fotografia, instalações, ações em rede e intervenções

urbanas, quase sempre operam na interpenetração dos

meios, por vezes explorando os sistemas e as redes, mas

sempre estabelecendo um fecundo diálogo com a história da

arte.”

Fernando Cocchiarale ressalta Bruno Vieira, “produz a partir

de questões e conceitos. O sentido de seu trabalho não deve

ser, pois, buscado na coerência de um processo voltado para

a invenção formal, centrada no fazer manual e no domínio

técnico de um meio plástico específico (pintura, desenho,

escultura, por exemplo), mas na concretização sensível de

idéias e projetos com meios e procedimentos apropriados do

cotidiano contemporâneo”

Page 2: BRUNO VIEIRA

SOBRE O MATERIAL USADO NA AÇÃO

Todas as caixas, expostas no Museu da Pampulha,

encontravam-se lacradas desde o recebimento (a

partir de setembro de 2003). Seu conteúdo,

permanecendo um mistério, “transformou”-se

através de uma ação ZEITGEIST (espírito do tempo )

em que se ateou fogo nas caixas e em seu

conteúdo, ocasionando um novo ciclo ao projeto.

Depósito | 2003/2004 | 118 volumes | enviados ao artista pelos correios

vista da exposição Bolsa Pampulha (Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG)

ZEITGEIST (espírito do tempo) | 2008 | vídeo projeção | 14’32

http://www.continentemulticultural.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2802

Page 3: BRUNO VIEIRA

O artista trabalha em participação pela internet com inúmeros artistas de todo o mundo, artistas que não conhece,

pois nunca conseguiu encontrá-los em presença. Há nesta última, um excesso de conexão, mas não de contato na

atopia virtual, uma superpovoação sem lugar. Bruno Vieira propõe Nunca te vi: uma obra que se tece sobre a

incógnita que é esse outro. MARISA FLÓRIDO CESAR

Nunca te vi reúne fotos tiradas a pedido de Bruno Vieira por conhecidos (mas não pessoalmente), de diversas regiões

do Brasil e do mundo, em lugares de sua escolha ou preferência. Nenhum dos conhecidos pode ser identificado, já

que eles só aparecem através de sombras projetadas nas paisagens que fotografaram. A co-participação dos

retratados e autores das imagens da instalação, assim como sua presença apenas indicial parecem apontar para a

diluição da autoria e para um público não mais apenas contemplativo, em sintonia com o trânsito de fluxos que

caracteriza a vida contemporânea. FERNANDO COCCHIARALE

Participam do projeto: Alexandre Pereira, Denise Gadelha, Chico Fernandes, Lourival Batista, Evandro Prado, Arthur

Leandro, Ted Decker, Flavio Lamenha, Helio Eudoro, Leo Cabangbang, Mark Salvatus,Miro Soares entre outros

Nunca te vi | 2008 |

15 fotografias 30x40cm e 40x30cm | dimensões variáveis

instalação

Page 4: BRUNO VIEIRA

série Lustres | 2010 | desenho a fusains/ pastel seco sobre papel fabriano | 70 x 34cm

Cristal a Carvão

Bruno Vieira elege lustres de cristal como tema de seus desenhos a

fusain. Enquanto as transparentes cidades de gelo se desfazem e

são “congeladas” na imagem fotográfica, ironizando a tentativa de

cristalização de um mundo mutável, o ato de desenhar, no qual a

fatura da imagem se dá ao longo de um processo temporal e gesto

manual do autor, é nesta série um desenrolar sobre o cristalizado.

Metalinguagem subversiva da idéia de representação: o material

referente, cristal, tem sua imagem constituída por depósito de pó

de carvão, material que necessita de uma camada protetora de

verniz para que a imagem não se desfaça.

Além disso, a transparente brancura do lustre sobre fundo escuro

impõe a negatividade do método: o lustre aparece no espaço da

ausência do carvão, e a imagem se constitui através do

preenchimento do seu entorno, não-lustre. E aí retomamos diversas

questões já pontuadas acerca da identidade e alteridade, da face

obscura que envolve o conhecimento, da inevitável projeção das

sombras a partir de qualquer foco de luz. E também a questão da

verticalidade sempre instável como metáfora da condição do animal

bípede humano: lustres são objetos suspensos. O cristal é a utopia

de um gelo permanente. Por isso aqui os lustres não são objetos

reais convertidos em imagem pela captação fotográfica, e sim

desenhados. RENATA WILNER

Page 5: BRUNO VIEIRA

série Lustres | 2010 | desenho a fusains / pastel seco sobre papel fabriano | 35 x 22 cm e 40 x 30cm

Page 6: BRUNO VIEIRA

série Invasões | 2005 | fotografia | 70 x 50cm / 120 x 80cm (cada)

Page 7: BRUNO VIEIRA

vista da exposição O senhor do tempo, Funarte, Brasília, DF

Page 8: BRUNO VIEIRA

Série Invasões

Projeto Degas | 2006 | vídeo projeção | 18”56” http://www.youtube.com/user/brunovieirab?feature=mhw4#p/a/u/1/fCbAULfH3o4

vista da exposição O senhor do tempo, Galeria Massangana, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE

| 2005 / 2006 | fotografias

Page 9: BRUNO VIEIRA

série Invasões | 2007 | fotografia | 70 x 52cm / 120 x 90cm (cada)

série Invasões | 2006 | fotografia | 70 x 52cm / 120 x 90cm (cada)

Page 10: BRUNO VIEIRA

Cidade de areia | 2006 | fotografia | 100 x 150cm

Page 11: BRUNO VIEIRA

Metro Quadrado | 2010 impressão laser de fotografia sobre 32 telas 15 x 15 cm cada

| Múltiplos

Page 12: BRUNO VIEIRA

vista da exposição O infinito agora, Instituto Cultural Banco Real, Recife, PE

Page 13: BRUNO VIEIRA

Cidade de Gelo e Fusca de Gelo, 2007vista da exposição O infinito agora, Instituto Cultural Banco Real, Recife, PE

Page 14: BRUNO VIEIRA

Água-viva | 2005 | vídeo-instalação | 45´

Prêmio Projéteis da Arte Contemporânea FUNARTE

vista da exposição O infinito agora, Instituto Cultural Banco Real, Recife, PE

Água-viva é, segundo depoimento do próprio artista, “um

vídeo de registro de uma intervenção urbana realizada em

novembro de 2005, durante 30 dias, em que corações de

gelo foram lançados ao mar. O vídeo exibe todo o processo

de descongelamento dos corações e as transformações pelo

vento, sol e calor nas águas”. O rápido descongelamento dos

corações de gelo nas águas mornas do mar pernambucano

pode ser tomado qual a corrosão da intensidade amorosa

pela rotina. Emblema fugidio dos afetos e paixões de nosso

mundo, essas imagens extraem sua força poética da ação

destrutiva da água (liquida e quente do mar) sobre a água

(solidificada por temperatura negativa) num curto lapso

temporal. FERNANDO COCCHIARALE

http://www.youtube.com/user/brunovieirab?feature=mhw4#p/a/u/2/GvhfK2ajop4

Page 15: BRUNO VIEIRA

Air | 2007 | vídeo projecão | 37’18”

Cidade em Chamas | 2007 | vídeo projeção | 8’10”

vista da exposição O infinito agora, Instituto Cultural Banco Real, Recife, PE

Page 16: BRUNO VIEIRA

| 2009 | vídeo

http://www.youtube.com/watch?v=chRCHKL0wW4

Léguas de sombra 4’36”

Um burro puxa uma carroça que possui uma cidade feita de barro, na

medida em que, o animal por sua vontade se movimenta a cidade se

desfaz, restando somente o pó que se integra as origens novamente. O

animal é deixado livre numa aérea, restando a ele determinar a condução,

a direção, a duração e o tempo de permanência dessa cidade nessa

performance. Título inspirado no poema “Andei Léguas de Sombra” de

Fernando Pessoa.

Page 17: BRUNO VIEIRA

Elemento integrado | 2007 | 2008

fotografia impressa em placa de acrílico recortada | 153 x 49 x 2cm)

Page 18: BRUNO VIEIRA

Elemento integrado | 2007 | 2008

fotografia impressa em placa de acrílico recortada | 153 x 49 x 2cm (cada)

Page 19: BRUNO VIEIRA

Ciranda das linguagens: Referências literárias

A problemática do tempo e da dialética da ausência e presença, relacionada à

questão da imagem, também ecoa na série Apologia literária, de 2009. A

imagem na literatura é uma construção imaginária do leitor, a partir das

informações indiciais contidas nos textos. Projeções móveis e misteriosas,

tais como as sombras de Invasões.

Ao adotar a estratégia do deslocamento da ação efêmera ao registro

fotográfico, o artista evidencia contradições e lacunas - entre a produção e a

recepção da obra, entre imagem e imaginação, entre presença e ausência,

entre o fluxo do tempo e o refluxo da memória. Se, por um lado, na

linguagem literária a obra se perpetua através da palavra escrita, por outro

lado, o ato da leitura transcorre no tempo, reverbera imagens no leitor, e

depois sobrevive apenas na memória. A repetição da leitura, ou seja, sua

releitura, sempre é uma nova leitura, sobre a mesma matriz textual. Essa

temporalidade da relação de leitura da obra literária, como paradoxo entre o

eterno e o efêmero, guarda estreita relação com o eixo conceitual da

proposta de Vieira.

As fotografias desta série, ao mesmo tempo em que contrastam com as

imagens literárias a que se referem, pela sua fixidez e por se apresentarem

previamente constituídas, contêm esse aspecto de memória e retomada do

tempo. A dimensão poética das imagens fotográficas ampliam as

possibilidades de leituras e releituras, tal qual a linguagem literária,

permitindo novas articulações de sentido e de imagens na mente do

espectador - colocando em diálogo aberto e imprevisível a memória do

registro fotográfico com a memória pessoal de cada espectador.

‘ Entre as obras da série Apologia literária, podemos citar: O sertão

vai virar mar, referente ao romance de Moacyr Scliar, consiste em fotografia

de barcos de papel sobre o solo do sertão, O tempo e o vento, referente ao

romance épico de Érico Veríssimo, fotografia em que um livro contendo capa

de imagem do céu é colocado sobre o chão de terra reflete o céu, Vidas secas,

referente á obra de Graciliano Ramos, imagem parcial de um cavalo

com uma bola azul entre as patas dianteiras; Casa de Pensão,

referente romance naturalista de Aluísio de Azevedo, fotografia de

cama de casal com plantas em torno; A barca de Gleyre, referente à

publicação das cartas de MonteiroLobato ao escritor mineiro

Godofredo Rangel, consiste em fotografia de dois burros na praia, ao

lado de um barco; Pássaros de vôo curto, referente ao romance de

Alcione Araújo, imagem de um avião de papel voando contra o fundo

do céu. Terra do sem fim, fotografias de pássaros elaborados de

carne moída e uma fotografia de um mundo coberto de carne

sangrenta, obra inspirada do livro de mesmo titulo de Jorge Amado

que descreve as lutas pela conquista e posse das terras Terra do sem

fim, sua melhor obra do ciclo do cacau, apresenta-nos um legítimo

bangue-bangue à brasileira. Dois poderosos proprietários rurais

disputam a última reserva de mata nativa onde estão as terras mais

férteis para o plantio de cacau, são explicados pelo adubo extra de

sangue humano ali derramado em abundância.’ RENATA WILNER

Page 20: BRUNO VIEIRA

Terras do sem fim | 2010 | fotografia

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Terras do sem fim | 2010 | fotografia | 190 x 125 cm

Page 22: BRUNO VIEIRA

Terras do sem fim (pássaros) | 2010 | fotografia | 30 x 40 cm cada

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Pássaros de Voo Curto fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm | 2009 |

Page 24: BRUNO VIEIRA

O sertão vai virar mar fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm | 2009 |

Page 25: BRUNO VIEIRA

fotografias em metacrilato da série Apologia literária

Page 26: BRUNO VIEIRA

O tempo e o vento | 2009 | fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm

Page 27: BRUNO VIEIRA

Vidas Secas fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm | 2009 |

Page 28: BRUNO VIEIRA

A barca de Gleyre fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm | 2009 |

Page 29: BRUNO VIEIRA

Casa de pensão fotografia | 45 x 60cm / 60 x 80 cm | 2009 |

Page 30: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2010 | fotografia impressa sobre persianas | 80 x 60 x 3 cm

Vista inevitável, trata da paisagem e seu principal alicerce na pintura ocidental: a linha do horizonte. Ambigüidade e ironia permeiam esse trabalho que consiste na impressão fotográfica de uma montanha sobre uma persiana. Ao graduá-la ou erguê-la (ainda que de modo imaginário), desfazemos a cena apresentada por meio das linhas formadas pelas barras que formam o suporte. Seu elemento estruturante tradicional é, no caso, a razão de seu desmanche. FERNANDO COCCHIARALE

Page 31: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2009 | fotografia impressa sobre persianas (díptico)160 x 120 cm cada

Vista inevitável | 2008 | fotografia aplicada sobre persianas | 122 x 115cm

Page 32: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2009 | fotografia impressa sobre persianas | 150 x 120 x 3 cm

Page 33: BRUNO VIEIRA

bruno vieiraVista inevitável | 2009 | fotografia impressa sobre persianas 150 x 120 x 3 cm cada

Page 34: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2009 | fotografia impressa sobre persianas | 150 x 120 x 3 cm

Page 35: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2010 | fotografia impressa sobre persianas | 150 x 120 x 3 cm cada

Page 36: BRUNO VIEIRA

Vista inevitável | 2010 | fotografia impressa sobre persianas | 150 x 120 x 3 cm cada

Page 37: BRUNO VIEIRA

Caixa do tempo | 2008 | caixa de acrílico contendo fotografia | 30 x 20 x 6,5 cm

Page 38: BRUNO VIEIRA

uma genealogia que os próprios trabalhos celebram, mas que também ajudam a

transformar.

Resultante da experiência visual da redondeza da terra, o horizonte é, na verdade,

uma construção imaginária indispensável à paisagem e à pintura clássica. Uma linha

que, de fato, só existe no corpus dos saberes acumulados pela pintura, da Renascença

ao modernismo.

Duas obras da exposição podem ser tomadas qual emblemas do conjunto de

trabalhos mais recentes do artista: Vista Inevitável e Nunca te vi.

A primeira trata da paisagem e seu principal alicerce na pintura ocidental: a linha do

horizonte. Ambigüidade e ironia permeiam esse trabalho que consiste na impressão

fotográfica de uma montanha sobre uma persiana azul. Ao graduá-la ou erguê-la

(ainda que de modo imaginário), desfazemos a cena apresentada por meio das linhas

formadas pelas barras que formam o suporte. Seu elemento estruturante tradicional

é, no caso, a razão de seu desmanche.

Nunca te vi reúne fotos tiradas a pedido de Bruno Vieira por conhecidos (mas não

pessoalmente), de diversas regiões do Brasil e do mundo, em lugares de sua escolha

ou preferência. Nenhum dos conhecidos pode ser identificado, já que eles só

aparecem através de sombras projetadas nas paisagens que fotografaram. A co-

participação dos retratados e autores das imagens da instalação, assim como sua

presença apenas indicial parecem apontar para a diluição da autoria e para um público

não mais apenas contemplativo, em sintonia com o trânsito de fluxos que caracteriza

a vida contemporânea.

Fernando Cocchiarale, curador

Bruno Vieira produz a partir de questões e conceitos. O sentido de seu trabalho não

deve ser, pois, buscado na coerência de um processo voltado para a invenção formal,

centrada no fazer manual e no domínio técnico de um meio plástico específico

(pintura, desenho, escultura, por exemplo), mas na concretização sensível de idéias

e projetos com meios e procedimentos apropriados do cotidiano contemporâneo.

Objetos utilitários, decorativos e materiais industriais são combinados por Bruno

com imagens tomadas a partir de meios tecnológicos como a fotografia e o vídeo,

familiares não só aos amadores de todas as idades, como também aos profissionais

da comunicação, aos técnicos, professores e cientistas. Isso talvez explique, em

parte, a dificuldade do senso comum em reconhecer mérito artístico em produtos

que aparentemente qualquer um de nós poderia fazer.

Mas não se deve perder de vista que quando um artista utiliza meios de produção

visual tomados de outras práticas, ele fatalmente os desvia de seus usos habituais

(ainda quando parece respeitá-los), reinscrevendo-os, por meio do filtro poético, no

campo plural e abrangente da produção contemporânea.

Não seria errado afirmar que, de modo semelhante ao de muitos profissionais de

outras práticas produtivas da atualidade, o modus operandi de Bruno Vieira baseia-

se na montagem e na edição. Seu trabalho, no entanto, diverge daquele do fotógrafo,

do cineasta, do videomaker, do jornalista e de todos os que têm de usar

profissionalmente esses procedimentos operacionais.

Como um tributo pago ao campo genealógico de onde provém, Vieira concebe seus

dispositivos de sonho e devaneio em sintonia com repertórios reconhecidamente

originários dos campos da arte e da história da arte. Paisagem (Castelo de Areia,

Caixas do Tempo e Vista Inevitável, de 2008) arquitetura (Metro Quadrado),

espectador ou observador (elemento Integrado, de 2007 e Nunca te vi, de 2008) e

gosto (Rosas Azuis) são questões dos trabalhos da mostra Obrigação do Horizonte

(título inspirado em um poema de Fernando Pessoa) que remetem a uma tradição e a

Page 39: BRUNO VIEIRA

O Senhor do Tempo

“Essa trama de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou se secularmente de ignoram abrange todas as possibilidades. Não existíamos na maioria desses tempos...” Jorge Luis Borges

Em seu percurso Bruno Vieira (PE) delimitou três campos de atuação: a poeticidade, a citação do universo da arte e a ativação de redes de coletividade. Invasões e o Projeto Degas, trabalhos propostos para o Projeto Trajetórias 2006, localizam-se com predominância nas duas primeiras esferas de interesse, respectivamente, e ativam as discussões dentro no terreno da fotografia e da pintura. A série Invasões tem por principio congelar a passagem do tempo e cravar visibilidade no instante. O artista vaga pela cidade a procura das sombras da natureza, da arquitetura, do homem e dos objetos e quando encontra alguma coisa que o apeteça, as contorna. O registro cadencia o deslocamento do sol e deixa evidente o que para nós passa despercebido, já que o relógio que nos guia não é o da natureza, nas das máquinas que registram minutos, segundos e milésimos de segundos, numa precisão sufocante.

Este relógio solar é poético, que não tem a função de racionalizar nada, apenas desenhar o tempo, evocar o momento, revigora um sentido de contemplação e humanismo que confronta.

Projeto Degas aborda o tempo por outro viés. O artista se apropria de um vídeo feito de uma apresentação de um corpo de balé. Satura sua cor e elastece o tempo. Dialogo com Degas, artista impressionista que se dizia realista e que deixou para História de Arte algumas conquistas importantes: uma interpretação da luz muito potente, a implementação de um ângulo fotográfico em suas pinturas e um interesse pictórico que vai além da representação e que se mira num ângulo senso de captação do dinamismo da imagem. Se Degas buscava uma síntese do movimento em suas pinturas, Bruno se detém em evidenciar a essência dos trabalhos do mestre impressionista. Movimento e tempo são testemunhados de maneiras diferentes pelas duas séries de trabalhos e evidenciam que estes dois temas, na era do esmaecimento do afeto, nos causam uma certa melancolia.

Cristiana Tejo. Coordenadora do Departamento de Artes Plásticas da

Fundação Joaquim Nabuco.

O Infinito Agora

O mistério deste agora fugaz e irremediável. Para enfrentá-lo, o

tempo ganharia imagens e medidas: o círculo para os gregos, o fio da

História. Mas este é um mundo que não se experimenta mais como uma

grande linha no tempo, e sim como redes que entrecruzam suas tramas. As

mudanças no espaço e no tempo da vida contemporânea nos colocam um

paradoxo: se o tempo torna-se labiríntico e multidirecional, também é

comprimido na circulação veloz das imagens e informações pelas novas

tecnologias. O agora deixa de ser o momento de transição entre um passado

e um futuro que lhe dá sentido, para ser o intervalo dilatado e desviante da

experiência ou o instante sincrônico e eternamente presente das mídias e

redes eletrônicas.

Os vídeos e as fotografias que Bruno Vieira apresenta nesta exposição

são atravessados por três inquietações de fundo: o colapso do tempo, a

poética dos elementos, o sentido de verticalidade. Como habitar esse tempo

que perde modelos e desenhos? De que modo esse colapso modifica nossa

percepção da memória, a noção de passado e futuro, a vivência do agora, a

experiência estética? Como abrir mundos e tempos na cosmogonia

incessante da arte? Lançando-se na coreografia poética dos elementos?

O artista nos mostra quão vãs e arrogantes são as tentativas de se

domesticar o tempo. Evoca-nos a devolver-lhe a espessura esvaziada na

aceleração vertiginosa das mídias e do mercado, a abrir os horizontes às

infinitas paisagens do agora. Um agora que se estende em pulsações e ritmos

variados. Um agora que, liberto das origens e finalidades, nos expande os

vetores da história e as possibilidades do porvir.

Marisa Flórido Cesar, curador

Page 40: BRUNO VIEIRA

exibidos juntos, pudessem expressar a condição de deslocamento e

nomadismo do artista, distante da cena recifense enquanto participava do

programa de residência em Belo Horizonte (A Bolsa Pampulha é um

programa do Museu de Arte da Pampulha aberto a artistas em início de

carreira de todo o país, que devem fixar residência em Belo Horizonte ao

longo de um ano). O mistério do conteúdo das caixas e o caráter in

progress da peça são outros dos aspectos do trabalho, que pode ser

consultado pelo público, disposto em uma longa mesa na exposição.

Em outros dois trabalhos, Form (2004) e Perle (2003-2004), o artista ironiza

a noção de colecionismo na arte, transformando os próprios artistas – ou

unidades de representação um tanto estranhas dos mesmos – em item de

coleção. A primeira peça é uma coleção de mais de 300 currículos de

artistas, obtidos na Internet e colados nos vidros do Museu. A segunda faz

referência à célebre obra de Merde d'Artiste (1961), do italiano Piere

Manzoni. Trata-se de uma coleção de cerca de cem frascos contendo

amostras da urina de artistas. Cada uma dessas amostras foi acondicionada

em um frasco diferente e todas elas foram agrupadas sob o título comum

de Perle, uma marca de perfume criada com este fim.

Por último, na peça O Império (2004), o artista reúne uma extensa lista de

coleiras, cintos de castidade, focinheiras, algemas, chicotes e outros

instrumentos de contenção, opressão e aprisionamento. Aqui o próprio ato

de acumular é comparado ao de prender e conter, criando uma instalação

mostrada em uma pequena sala, na qual o espectador do Museu, ansioso

por apreender os objetos, se vê momentaneamente como vítima da mesma

armadilha que planejava para os objetos.

Rodrigo Moura, curador

O sistema da arte, seus modos de funcionamento e seus personagens são

os assuntos preferenciais do trabalho de Bruno Vieira, que compreende

instalação, vídeo, fotografia e objeto. Valendo-se muitas vezes de humor,

as peças de Bruno se perguntam como é constituída – mental,

institucional e fisicamente – uma obra de arte, trazendo os participantes

do circuito para esta discussão por meio de estratégias de apropriação,

citação e deslocamento. Em alguns casos, as peças de aproximam da

crítica institucional, caso de Curador (2001), obra realizada no contexto

coletivo do grupo pernambucano Aleph, do qual o artista participava. A

obra foi enviada ao Salão do Paraná com a proposta de criar um arquivo

que reunisse, para consulta pública, todos os dossiês de artistas

rejeitados pelo júri daquela edição do salão. Uma vez aceita a obra, o

público da exposição pôde acessar, não exatamente o processo de

escolha, mas o seu resultado – podendo comparar as obras escolhidas

àquelas preteridas, questionando as decisões da comissão de seleção

Para sua exposição na Pampulha, parte das mostras individuais do 27º

Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte – Bolsa Pampulha, Bruno fez uma

seleção de seus trabalhos mais recentes, desenvolvidos e realizados

durante o programa. Como característica em comum, há em todas as

peças apresentadas um mesmo interesse pelo colecionismo e a

acumulação, compreendidos não como conseqüência, mas como métodos

para a criação. Em Depósito (2003-2004), o artista lançou uma corrente

pela internet em que convidava o público a ajudá-lo a fazer sua peça para

a exposição no Museu. Durante alguns meses, Bruno pediu que as

pessoas lhe enviassem caixas pelo correio, endereçadas ao Museu e que

seriam utilizadas mais tarde para fazer o trabalho. Não importava

exatamente o que continham aquelas caixas e também não muito quem

as enviava, mas o fato de poder se constituir, sem grande esforço físico e

sem custo material da parte do artista, um conjunto de objetos que,

Page 41: BRUNO VIEIRA

Bruno Vieira (Recife, PE)

http://brunovieira.multiply.com/

http://bruno-vieira.com/

FORMAÇÃO

2008 Licenciado no curso de Artes Plásticas (UFPE)

1999 Licenciado no curso de Ciências Sociais (UFPE)

EXPOSIÇÔES INDIVIDUAIS

2010 Obrigação do Horizonte Dois... vista inevitável; Museu Casa

das Onze Janelas, Belém - PA

2008 Obrigação do Horizonte Galeria Mariana Moura (Recife, PE);

Infinito Agora Galeria Virgilio (São Paulo, SP); Espaço Funarte de

Artes Visuais (São Paulo, SP)

2007 Infinito Agora Instituto Cultural Banco Real, Galeria

Marcantonio Vilaça (Recife, PE)

2006 Prêmio Projéteis Funarte de Arte Contemporânea,

Funarte (Rio de Janeiro, RJ); Projeto Atos Visuais, Galeria Fayga

Ostrower (Brasília, DF); Trajetórias, Fundação Joaquim Nabuco,

Galeria Massangana (Recife, PE)

2004 Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, MG);

Castelinho do Flamengo (Rio de Janeiro, RJ)

2002 Do(r)entes, Fundação Joaquim Nabuco, Galeria Baobá

(Recife, PE)

PRÊMIOS

2010 4°Concurso de Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco,

Recife, PE

2009 Prêmio Secult de Artes Visuais - Museu Casa das Onze

Janelas, Belém - PA

2006 Selecionado na Bolsa Iberê Camargo 2006 para receber

destaque no site http://www.iberecamargo.org.br/content/revista_nova/reportagem_integra.asp?id=225

[email protected]

2004 2º Lugar na Mostra Competitiva do Cinema Digital, Fundação, 3º

Lugar no Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana (Belém, PA); Menção

Honrosa no 5º Salão de Artes Visuais, Museu de Arte Contemporânes

(Jataí, GO)

2005 Prêmio Projéteis Funarte de Arte Contemporânea, Funarte, (Rio de

Janeiro, RJ)

Joaquim Nabuco (Recife, PE); Selecionado como um dos três finalistas na

Bolsa de artes visuais Kunstlerhaus Buchsenhausen Bursary-Unesco-

Aschberg (Innsbruck, AUT)

2003 Bolsa Pampulha 27º Salão Nacional de Belo Horizonte,

Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, MG)

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

2010 Silêncio, Zipper Galeria, São Paulo, SP, REC><GRU, ida e volta,

Ateliê397, São Paulo, SP, Converging Trajectories, Modified Arts in

Downtown Phoenix, AZ, USA, Poéticas Pessoais em Construção, 12º Salão

Nacional de Artes Itajaí, Pavilhão de Feiras do Centreventos de Itajaí de

Santa Catarina, SC, Entre 6, Galeria Archidy Picado, João Pessoa, PB,

Paisagens Transpostas, Museu Murilo La Greca, Recife – PE.

2009 28º Arte Pará, MEP, Belém, PA; 60º Salão de Abril, Fortaleza, CE

;SParte, Galeria Anita Schwartz e Galeria Mariana Moura, Pavilhão da

Bienal, São Paulo, SP; Coletivo Mini em Marte, Galeria Marte Upmarket

Montevideo, Uruguay; Videos, First Friday Art Event, Eye Lounge Gallery,

Phoenix, Arizona USA, January

2008 Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana (Belém, Pará); Belizário

Galeria de Arte (Belo Horizonte, MG); Festival de Inverno de Bonito, (Bonito

- MS); 12º SAMAP – Salão Municipal de Artes Plásticas de João Pessoa,

Casarão 34, (João Pessoa, PB)

2007 Ligações Cruzadas - Acervo 2007, Museu de Arte

Contemporânea do Centro Dragão do Mar (Fortaleza, CE); Espaço Funarte

de Artes Visuais (São Paulo, SP); Primeira Semana de Fotografia, Torre

Malakof (Recife, PE); 58º Salão Nacional de Abril, Museu de Arte da

Universidade do Ceará (Fortaleza, CE); I-Contemporâneo, Galeria Virgilio,

Shopping Iguatemi (São Paulo, SP); arteBA'07, 16ª Feira de Arte

Contemporânea La Rural, Galeria Virgilio (Buenos Aires, ARG); Para onde

vai?, Galeria Mariana Moura (Recife, PE); SParte, Anita Schawartz Galeria,

Pavilhão da Bienal, Stand 10 (São Paulo, SP)

2006 9º Salão Nacional Victor Meirelles, Museu de Arte de

Page 42: BRUNO VIEIRA

Santa Catarina (Florianópolis, SC); Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana

(Belém, Pará); 6º Salão Nacional de Arte de Goiás (Goiânia, GO); 5º Salão de

Artes Visuais, Museu de Arte Contemporânea de Jataí (Jataí, GO); SParte,

Galeria Mariana Moura, Pavilhão da Bienal, Stand 24 (São Paulo, SP); 7° Salão

do Mar, Casa Porto das Artes Plásticas (Vitória, ES)

2005 LOOP: THE VIDEO ART FESTIVAL '05 (Barcelona, ESP);

12º Salão dos Novos, Galeria Municipal de Arte Victor

Kursancew (Joinville, SC); Além da Imagem, Centro Cultural Telemar (Rio de

Janeiro, RJ); Territórios Transitórios, Palais de la Porte Dorée Mapas de

Caminhos, Açúcar Invertido IV, Atelier de Artistas La(Paris, FRA); 5º Salão

Nacional de Arte de Goiás (Goiânia, GO);Compagnie (Marseille, FRA),

Galeria Faux Mouvement (Metz, FRA), Galeria EOF (Paris, FRA); Temporada

de Projetos Paço das Artes (São Paulo, SP); Fraenkelstein Art Projects

(Londres, ING); Projéteis da Arte Contemporânea Funarte, Funarte (Rio de

Janeiro, RJ)

2004 46º Salão Pernambucano de Artes Plásticas, Museu do

Estado de Pernambuco (Recife, PE); 7º Salão Sobral de Arte Contemporânea

(Sobral, CE); Consulado Geral do Uruguai (Rio de Janeiro, RJ); 2º Salão

Internacional laisle.com, Fraenkelstein Art Projects (Rio de janeiro, RJ | São

Paulo, SP | Recife, PE); Mostra Competitiva do Cinema Digital, Fundação

Joaquim Nabuco (Recife, PE); 1º Salão Aberto, Casa das Retortas (São Paulo,

SP); Prêmio de Estímulo na Semanada SPA (Recife, PE); 5° Salão de Artes do

SESC Amapá (Macapá, AP); Novíssimos IBEU (Rio de Janeiro, RJ); 9ª Bienal de

Artes de Santos (Santos, SP)

2003 Açúcar Invertido II, The Americas Society, As A

Satellite (Nova Iorque, EUA); 11º Salão dos Novos de Joinville (Joinville, SC);

Experimental, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Fortaleza, CE)

2002 45º Salão de Artes Plásticas Pernambuco, Fábrica

Tacaruna (Recife, PE); Projeto Prima Obra, Funarte (Brasília, DF); 6ª Bienal

do Recôncavo (São Félix, BA); Fundação Joaquim Nabuco, Galeria

Massangana (Recife, PE); IAC Instituto de Arte Contemporânea (Recife, PE)

OBRAS EM COLEÇÕES E ACERVOS

Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Fortaleza, CE); Instituto

Cultural Banco Real (Recife, PE); Fundação Rômulo Maiorana (Belém, PA);

Museu de Arte Contemporânea de Jataí (Jataí, GO); Pinacoteca da UFS

(Aracaju, SE)

PUBLICAÇÕES

Revista IstoÉ N° Edição: 2130|03.Set, 2010, Catalogo Arteba'10, Belizário

Galeria de Arte, Belo Horizonte, MG, 2009 Catalogo 60 Salão de Abril,

Prefeitura Municipal de Fortaleza, CE, 2009; Catalogo Arte Pará 2008,

Fundação Rômulo Maiorana, Belém – Pará; Revista Bravo, Ano 11/n° 136;

Catalogo SParte, Galeria Mariana Moura, São Paulo, SP; 2009; Catalogo

/Marmita, Galeria Mariana Moura, Recife, PE, 2008; Catalogo Espaços,

Funarte Artes Visuais, São Paulo, SP, 2008; Revista Continente Cultural,

Ano VII Nº 62 – Agosto / 2008; Revista Continente Cultural, Ano VII Nº 58

– Abril / 2008; O Infinito Agora. Marisa Florido César. Catalogo de

Individual de Bruno Vieira. Galeria Marcantonio Vilaça, Instituto Cultural

Banco Real, Recife, PE, 2007; 9º Salão Nacional Victor Meirelles - Museu de

Arte de Santa Catarina – MASC; Charles Narloch. Santa Catarina, SC, 2006;

Projeto Trajetórias 2003- 2006. Fundação Joaquim Nabuco. Ministério da

Educação. Cristiana Tejo, Recife, PE, 2007; Linguagens. Fundação de

Cultura da Cidade de Recife, Prefeitura da Cidade do Recife, PE, 2007; 6º

Salão Nacional de Arte de Goiás. Divino Sobral. Goiânia, GO; 2006; Prêmio

Projéteis Funarte de Arte Contemporânea. Maria do Carmo Nino. FUNARTE,

RJ; 2006; Projeto Atos Visuais 2006. Galeria Fayga Ostrower, Agnaldo

Farias, Brasília, DF; 7° Salão do Mar. Fernando Cocchiarale. Casa Porto das

Artes Plásticas, Vitória, ES; 2006; 12º Salão dos Novos de Joinville. Charles

Narloch, Regina Melim, Silnei Soares. Joinville, SC, 2004; Temporada de

Projetos Paço das Artes 2005 - 2006. Juliana Monachesi. São Paulo, SP;

Projéteis de Arte Contemporânea Funarte 2004 - 2005. Maria Angélica

Melendi. FUNARTE, RJ; Bolsa Pampulha 2004. 27o Salão Nacional de Belo

Horizonte. Rodrigo Moura. Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte,

MG; Folder da Exposição no Castelinho do Flamengo em 2004. Prefeitura

do rio de Janeiro. Cristiana Tejo; 11º Salão dos Novos de Joinville. Walter

de Queiroz Guerreiro. 2003.