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Jonas M. S. Silva BOULEVARD DE INVERNO 2ª Edição

BOULEVARD DE INVERNOBoulevard de Inverno 2 Copyring© Jonas Matheus Sousa da Silva, 2016 ®Todos os direitos reservados *Correção gramatical e estilística: .: Maria Conceição

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Boulevard de Inverno

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Jonas M. S. Silva

BOULEVARD

DE INVERNO

2ª Edição

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Jonas Matheus

BOULEVARD

DE INVERNO

2ª Edição

Revisada

Belém

2016

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Boulevard de Inverno

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Copyring© Jonas Matheus Sousa da Silva, 2016

®Todos os direitos reservados

*Correção gramatical e estilística:

.: Maria Conceição de Lima.

*Diagramação: Jonas Matheus S. da Silva.

*Foto da Capa: BOULEVARD CASTILHO FRANÇA – BELÉM - BELLE ÉPOQUE

*Imagem da marca d’água: https://www.dreamstime.com/olive-tree-black-white-drawing-

isolated-olive-tree-drawing-image114489579

Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha Catalográfica feita pelo autor

S586b Silva, Jonas Matheus Sousa da, 1989 –

Boulevard de Inverno / Jonas Matheus

Sousa da Silva. – Belém: Edição do autor, 2018.

113p.

ISBN: 978-85-5697-570-6

1.Literatura 2.Poesia.

1.Título.

CDD: B869.1

CDU: 82-1

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Aos meus amados pais Jovêncio e Antônia, irmãos Jorbia e

Tiago, cunhado Ricardo, primeira sobrinha Sophia, aos amigos,

colegas amantes da poesia e à Ordem Franciscana Capuchinha.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela Sua infinita misericórdia para comigo

ao me ter confiado o dom de compor poemas. Agradeço a Santa Mãe

de Deus pela sua proteção espiritual, ao seráfico pai São Francisco e

a São João Paulo II pelos seus testemunhos de santidade que me

marcam profundamente.

Muito obrigado ao amigo Antônio Jaspers Sodré, livre

pensador e autodidata do campo filosófico, radicado na região

bragantina do nosso Pará, pelo apoio constante que me dispensa;

sobretudo por ter muito gentilmente colaborado com esta obra nos

presenteando com alguns de seus poemas românticos para a seção

“ OEMAS NU CIAIS”.

Manifesto a minha gratidão aos confrades capuchinhos pelo

constante apoio, especialmente ao Frei Eldi e ao Frei Nilton que me

apoiaram na publicação deste; também agradeço aos meus colegas

frades, Wilton, Edonildo, Domingos, Odinei, Claudson e Pablo.

Sou muito grato à Professora Maria Conceição de Lima que,

de modo muito dedicado realizou, as revisões, gramatical e

estilística, desta obra.

Agradeço aos meus pais, Jovêncio e Antônia, aos meus

irmãos, Jorbia e Tiago, também a minha sobrinha Sophia, pelo calor

e amor familiar. Estendo estes agradecimentos aos meus avós,

Otávio e Osmarina, aos tios e primos. Também agradeço a madrinha

espiritual Irmã Maria Elisabete, ocd, e ao meu orientador espiritual,

frei Pedro Antônio, pelas constantes orações e orientação na

caminhada cristã.

Destino os meus agradecimentos aos colegas poetas e aos

amigos que se envolvem com este gênero literário.

A todos vós, amigos e colaboradores, meu agradecimento

cordial

Jonas Matheus

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Ó CORAÇÃO DIVINO DE JESUS, PROVIDENCIAI!”

“Esta semp e iluminad , / Com a luz do Amor, / Do Sagrado Coração!

/ É o nosso maior bem! / Ele é a porta pela qual vamos entrar, / Na

N va Je usalém!”

Jovêncio Olivera da Silva .

Congresso do Apostolado da Oração.

X Estrofe

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“O que a a te seja, tem de ap eende -se a partir da obra. O que

seja a obra, só o podemos experimentar a partir da essência da

a te”

(HEIDEGGER, 1991, p.12.)

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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APRESENTAÇÃO

Eis que vos apresento este compêndio de poemas, que

den minei “B uleva d de inve n ”. iss , p ss da a c nhece o

sentido que encontrei nesse título, para que este rotule esta obra

literária.

“B uleva d” é uma palav a ancesa que signi ica um la g

caminho com canteiros de flores ou árvores em seu meio, para servir

de passeio aos transeuntes e carros, uma senda planejada e

urbanizada, digamos assim, para tornar propício o ato de passear.

Essa palavra se tornou comum também em Belém, na administração

do senador Antônio Lemos sobre a capital paraense, período da

Belle Époque, quando a região Amazônica obteve uma economia

elevada no auge do ciclo da borracha, entre os séculos XIX e XX, e

o padrão cultural era ditado pela cultura francesa.

As expressões senda, caminho, via e seus sinônimos estão

presentes na minha lavra poética contida neste livro. Estas são

reflexos do período em que estudei o pensamento de Martin

Heidegger, acerca da linguagem poética como casa e via do ser, que

é p esença. Neste sentid , a palav a “B uleva d” t na-se uma forma

regional para se referir a esta senda da linguagem poética.

Quant a “Invern ”, sabe-se que é simbolizado pelas chuvas.

Estas que são tão constantes na região Amazônica. Refere-se, ainda,

de certo, modo à evaporação dos rios que torna o clima muito úmido

e quente nas regiões ribeirinhas. Em Belém, também, é típica a

cotidiana chuva da tarde. Muitos dos poemas foram compostos no

estado do Maranhão; porém, o oeste maranhense também compõe a

região Amazônica.

Deste m d , neste lite á i “B uleva d de Inve n ”, a luz d

ser se apresenta na linguagem artística com as facetas de

religiosidade, harmonia da natureza, amor esponsal, regionalismo,

temas sociais, alteridade pessoal e pensamento filosófico.

Então, caríssimo leitor, ponho em suas mãos o convite para

percorrer esta senda de vida, palavra e essência.

Forte abraço e boa leitura!

Belém – PA, 13 de maio de 2014.

Jonas Matheus

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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POEMAS RELIGIOSOS

“MINHA ALMA SUS IRA E DESFALECE ELOS ÁTRIOS DO

SENHOR; MEU CORAÇÃO E MINHA CARNE EXULTAM PELO

DEUS VIVO”

(Sl 84, 3)

VOSSA PRESENÇA É VIVA

Vossa presença é viva,

E vossa ação, eficaz...

Atuando em nossas vidas,

Guia-nos à santa Paz;

Que encontramos na escuta,

De Vosso Deus e Senhor;

Pois assumistes sã proposta,

Que nos deu o Salvador.

Escutastes Vosso filho,

E o seguistes, com amor;

Convivestes com os discípulos,

Mas sempre sois mãe do Senhor.

Sois feliz, santa mulher!

Sois templo vivo do amor,

Pois guardastes a Palavra,

Que em vosso ventre se encarnou.

Ó mulher, vós sois igreja,

Porque portais o Senhor;

Desde a sua encarnação,

Em vosso ventre acolhedor,

Também em vosso coração,

Onde está sua doutrina,

Que modelou vossa alma,

Em discípula do Amor.

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Estáveis ao pé da cruz,

Sentida com a dor do Filho,

Aceitando o desígnio

Do Pai nosso em nos salvar...

Contemplastes o mistério

Da Igreja de Jesus,

Do Sacro Coração,

Derramou-se em graça e luz.

Junto a nós, estais presente,

Como mãe a interceder.

Ó Maria, sois exemplo.

Sois Igreja que contemplo!

São Luís – MA, 14 de junho de 2007.

DISCÍPULA EM QUEM O AMOR SE FEZ

Quando te chamou, o Pai

E acolheste o Seu Verbo,

O Espírito desceu

E o Amor se fez em Ti.

Não te impões sobre o Teu Filho,

Reconheces nele o Cristo,

E, aceitando o Seu chamado,

Viveste o discipulado.

Quiseste, pôr-te a Seus pés,

Com atenção à sã doutrina,

Pois guardavas tais palavras,

Meditando-as com afeição.

Numa escuta oblativa,

És imersa, ó Maria,

Elevando-se o teu ser,

No Pai que santa te fez.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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És primeira dos discípulos,

Pois os ama como mãe...

Dais carinho, teu amor,

Aos que amam o Senhor.

Segues a Ele, com amor,

Do Presépio até a cruz,

Participas da Sua dor,

Que a Sua Igreja gerou.

Ó mãe, discípula e missionária!

Onde estás, está a Palavra,

Anuncias o Teu Filho:

O nosso Senhor Reina vivo!

Em ti vejo o modelo,

Para quem deseja ouvi-Lo;

E vivendo em conversão,

Ser discípulo em missão.

São Luís – MA, 11 de setembro de 2007.

CORPUS CHRISTI

Com o coração e a razão,

O povo capanemense

Mescla a arte e a fé

Na presença de Jesus,

Que na santa hóstia reluz.

Marchando, seguem seus pés,

O Pão Vivo, resplendente,

Que abençoa e que conduz,

Seus corações e mentes.

A arte do nosso povo,

Em tapetes coloridos,

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Sacralizam o caminho.

Para o coração, como ninho,

Recebê-Lo com carinho;

Tomando o sangue, ex-vinho,

Tornando-n s, d’Ele, amig s,

De Cristo, um povo santo...

Capanema – PA, janeiro de 2008.

A PALAVRA DE DEUS

O Deus imenso revelou-se!

Na história da Salvação,

No Filho, pelo Espírito,

Vem o Pai ao nosso encontro.

Nossa condição o Filho assumiu,

Falando-nos em nossa linguagem

Inspirando-nos a ser justos,

Vivendo o amor-caridade.

Sua Palavra é eficaz,

Ilumina a humanidade:

Encarnou-se! É Jesus Cristo,

O Filho de Deus Salvador!

A Sua lei é vivaz!

É ágape em nosso meio.

Chamando-nos à perfeição,

Que é viver a Sua paz!

Capanema – PA, janeiro de 2008.

FRANCISCO DE ASSIS

No subúrbio de Assis,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Em meio ao ítalo-inverno,

Há um homem pobrezinho

Construindo um templozinho.

Um varão muito feliz,

Com vestes modesto-luzentes,

Pondo pedras sobre pedras,

Fazendo sua alma reta.

É Francisco de Assis,

Querendo seguir a Jesus!

Transpassado de Amor,

Com imenso zelo e ardor.

Ele canta entre os bosques,

E, por vezes, silencia...

Ora muito e muito ama,

Ser fraterno é sua trama.

Francisco vive o Evangelho!

E, nesta urdidura, não está sozinho.

Tem o Pai e seus irmãos,

Assim, todos dão-se as mãos!

Capanema – PA, janeiro de 2008.

CORAÇÃO DO REDENTOR

Jesus Cristo, ó meu Senhor!

Abri, vosso coração redentor!

Acolhei-me em vosso amor,

E fazei de mim, vosso irmão.

Que seja eu, para o mundo,

Vosso sinal de salvação,

Discípulo da Redenção,

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Vivendo o vosso grande amor!

Que vossos braços acolham a Igreja,

Dando a reconciliação,

Acolhendo a vossa esposa,

Na alegria do perdão!

E que n “céu” habitem s,

Vossa misericórdia vivendo,

Como vosso povo remido;

Em vosso seio, ó Deus vivo!

Capanema – PA, janeiro de 2008.

DESPERTAR PARA A FELICIDADE

Despertando com o halo do sol em minha face

Meus olhos ainda temiam se abrir.

Mas, de repente, num momento, num segundo,

Controlei o velho sono, fixando Sua luz.

Lembrei-me das labutas da diária cruz,

Contemplando ali, o Cristo, em segundos,

Os que fizeram meu coração se abrir,

Estampando a esperança em minha face.

Olhando o meu Senhor, pelo ícone da cruz,

Ouço no silêncio que brota da fé,

E lembro-me do bem que Ele fez e anunciou:

Revelou-nos que Deus nos ama e é nosso Pai,

Fazendo-se, Ele, o caminho que nos garante a paz.

Em meio ao mundo, muitos O esqueceram, pois não

[silenciaram:

Sofrem angústias, ignoram que remédio são amor e fé:

A fé que nos faz ver que a vida vem da cruz.

Acredito em Jesus de Nazaré, que esteve morto, mas

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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[ressuscitou!

E digo que Ele é Deus se sigo o Seu caminho que me

[dá felicidade:

A senda do Amor que partilhado se doa:

É o mistério que nos conduz para próximo de Deus.

Amando aos irmãos, amo a Deus,

Fazendo da oração a mais nobre das ações.

O ser humano, em sua vida, encontrará felicidade,

Se viver a realidade. Daquele que o amou.

Quando o mundo despertar, conhecendo o Senhor

[Cristo,

As pessoas serão felizes, pois reinará o Amor,

Nova vida surgirá, mais singela que a flor,

Pois no mundo florirá a Páscoa do meu Senhor.

Capanema – PA, 2006.

RAINHA

Olhei o céu cinza-azul,

Também, um pássaro a voar.

Senti o vento tão frio,

Do inverno a chegar...

Do pássaro a vagar

Nas nuvens, vi o brio,

Vi, também, o raio solar.

Senti como o chão a flutuar.

Ali, com as mãos, colhi bela rosa,

Do jardim do meu quintal

Bem antes da forte chuva,

Livrei-a de algum mal.

Mal ergui, no vendaval,

Meu pequeno guarda-chuva,

E caiu o chuvaral,

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Mas, não maltratou a flor-rosa.

Embaixo do guarda-chuva,

Protegendo aquela flor,

Enfrentei toró e ventos

Até encontrar a Senhora,

Em seu templo de fervor:

Expressando sentimentos,

Consagrei-lhe a vida em flor,

Sem dor ou palavra turva.

Passado o feliz encontro

Ela vive no meu coração;

Inundando minhas ações,

Com perfumes de encanto...

A Virgem de Nazaré,

Rainha de quem tem fé.

Capanema – PA, outubro de 2006.

IRMANDADE

Há o Deus desconhecido, inominável:

Ser supremo, todo o bem e muito mais que Amor,

Que se deu a conhecer em Jesus, nosso Senhor.

A Ele, agradeço com o coração abrasado de amor.

Obrigado, bom Senhor, por orientares minha história,

Na amizade que me deste a conhecer, cheia de luz:

Comum senda do fraterno amor que nos conduz,

E g ava ecip camente se d’Um n’ ut , na memó ia.

São Luís – MA, 11 de setembro de 2011.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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DA CULTURA DA MORTE À CULTURA DA VIDA

(I PARTE: Morte)

Das chaminés ou das máquinas,

Gases mortíferos sobem tornando plúmbeos os céus;

Nas nuvens, que os ácidos sorvem,

Fazendo mortífero o ar.

Sinais da morte do amor,

No coração dos humanos,

Que se fazem desumanos;

Lançando sementes de dor,

Cultura da morte a se impor!

As fontes, os arroios, os regatos,

De água potável saudosos, padecem a poluição.

Da vida, a dissolução!

Do homem, destruição!

E a “n ssa i mã, a mãe te a”,

Que já, os seus giros, erra,

Está, agrotóxicos bebendo,

O sangue de injustiçados, absorvendo.

(II PARTE: Vida)

Ó bendita Mãe de Deus e nossa mãe,

Intercede pela Igreja, que milita;

Para que derrube as estruturas niilistas,

Levando Cristo aos povos, como mestra e mãe;

Erguendo a Cidade de Deus, com teu amor maternal!

Pois a vida é dom de Deus, nosso Criador!

E o ser humano tem a dignidade,

Que se dá no amor.

Defendendo a vida, na integridade,

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Colocando-a em obra da Verdade!

É preciso gritar ao mundo

Que o fundamento da vida é Deus.

É necessário cuidar do outro,

Vivenciando a Palavra de Deus,

Para a parusia do Reino no mundo.

É belo cuidar da vida!

Zelar pelo devir do planeta!

Derrubar dos tronos os corruptos.

Para que a Imaculada seja a luzente estrela,

No advento do Senhor da vida.

São Luís - MA, 05 de dezembro de 2011.

TÚNICA

Nas águas batismais alvejada,

Ó alva veste que me revestes,

Simbolizas a pureza almejada

Que da graça de Deus me veste.

Ó cândida veste e cor da hóstia,

Que eu seja mansa hóstia de Jesus,

Para que eu participe da Sua vitória,

Com o fogo do sangue e pela Cruz.

Sag ada túnica, “ upa d s anj s”,

Prenuncias a pureza dos Serafins,

Que eu participe do coro dos santos!

Singelo traje de luz divina,

Trazes-me o selo da ressurreição

Para que o Amor possua minha vida.

São Luís – MA, 27 de maio de 2012.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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CÍNGULO

Ó Senhor, que eu seja tão livre, a ponto

De me abandonar à Vossa graça,

Cingindo os meus rins, sempre pronto,

Como fiel servo à Vossa espera.

Senhor, que eu viva a penitência,

Subjugando o eu-velho-homem

Pela operante oração e vigilância,

E Vossa graça me fará um novo homem.

Que a minha vontade seja aberta,

Ao entranhado e fiducial compromisso,

Com a imutável porta aberta.

Dá-me a graça da austeridade,

No caminho da existência,

Que é a Vossa providencial vontade.

São Luís – MA, 30 de maio de 2012.

ESTOLA

Sinal direto do pontífice,

Dignamente pendente dos seus ombros:

D “Out C ist ”, sace d tal jug ,

Para de santas pontes ser artífice.

Faixa pascal do ministério,

Fundado no sangue do Senhor,

No qual as chaves são penhor,

Do eterno e celestial mistério.

Dizendo o vínculo da paz,

Na Encarnação, Páscoa e Cruz:

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Misericórdia e graça assaz.

Estola: símbolo de Cristo,

Da ponte eterna e redentora,

Que n s t na d ai, “ ilh s n Filh ”.

São Luís – MA, 30 de maio de 2012.

CASULA

Revestido da Vossa ternura,

E poder de serviço, ó Senhor,

Para proclamar Vosso amor,

Alcançando a Vossa estatura.

Nesta solene vestimenta,

Eu anuncie os teus mistérios

Vivendo o autêntico ministério,

Que a vida humana sacramenta.

Com a veste sacerdotal

De Cristo, pastor da Igreja,

Celebramos o preceito pascal.

Agind “in pe s na Ch isti”,

Em obediência ao Senhor,

Vivenciamos o dom do Amor.

São Luís – MA, 31 de maio de 2012.

CRUZ

Pendente do meu pescoço,

Aceito o jugo do Senhor,

Com voluntária servidão de amor,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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A cruz me lembra do meu preço.

O crucifixo: trago-o no peito,

À frente do meu coração,

Orientando minha ação

Para a dignidade que vem de Cristo.

Ó cruz, porta para a vida,

Re-significada no sangue divino,

Que Deus me reservou, a mim dizes.

Cruz, que unes céu e terra:

Plenitude da divina encarnação,

Seja-me impulso à conversão!

São Luís – MA, 31 de maio de 2012.

MITRA

Encimado pelo capacete da salvação,

Sinal da Revelação que redime o homem

Em torno de Cristo, o Sumo Pontífice.

Fiel ao mandato que Ele mesmo disse:

“Anunciai a s p v s meu N me!”,

Celebrando o memorial da salvação.

Pastoreando o rebanho do mestre,

Ensinando-o à luz dos dois Testamentos,

O brilho do rosto de Moisés nos reveste.

São Luís – MA, 31 de maio de 2012.

PRECE À MÃE DE DEUS

Ó Mamãe, nossa mãe!

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Quero, apenas, dizer neste dia,

Bem aconchegado em Vosso colo,

Que de amor, meu coração está ferido.

A minha súplica, logo Vos digo,

Que volteis vossos maternais olhos

Sobre os percalços de nossa vida.

Por isso, vosso auxílio, suplicamos-vos, ó mãe.

São Luís – MA, 10 de junho de 2012.

CAMINHO, VERDADE E VIDA

Senhor, que sou eu perante Vós?!

Vós, ó meu Deus, bem vedes minha miséria.

Usurpador sou eu, pretendendo o Vosso poder!

Eu não existo sem o Vosso Santo Sopro ter:

Sem o auxílio da Vossa graça, nada seria,

Mas na Vossa misericórdia, Vós constituís a mim...

Senh , a V ssa “kenósis” evela V ssa g andeza:

Assumindo a condição humana: extrema humildade!

Na dor e cruz: a autenticidade do amor.

No Vosso imortal coração há, da chama viva, o ardor,

Que, na parusia eucarística, doais à cristandade

Para que, vivenciando a cruz, eleve-se a pessoa

[humana à Vossa beleza.

Senhor, que criais em nós a santa vida,

Vinde e moldai nossa vida conforme Jesus Cristo!

Acendei em nosso peito o fogo da caridade,

Moldando em nossa prática, sabedoria e lealdade.

Para, enfim, meu eu morra e viva só o Cristo:

C ist Jesus: “Caminh , Ve dade e Vida”!

São Luís – MA, 17 de setembro de 2012.

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PRECE DIANTE DA CRUZ

Contemplando, ó Jesus, a Vossa cruz,

Sab ei a “amb ósia” d V ss am .

Este mistério que se prova na dor,

Transfigurando minha alma na Vossa luz.

Banhado, ó Cristo, pela efusão do Vosso sangue,

O Divino Espírito acende a Vossa presença no meu nada.

O meu ser, na esperança aguarda,

A plenitude da ressurreição, que me tange.

Assim, rendo-Vos, ó Senhor, a gratidão,

Pelas mãos da Vossa Imaculada Mãe,

No amor do Espírito, a viva unção.

Obrigado, ó meu Deus, pela cura,

Ó diviníssimo médico, que de nós cuidais,

Elevando-nos à Vossa santa estatura!

Barra do Corda – MA, 29 de dezembro de 2012.

PAIXÃO DE CRISTO

O sol segue escaldante,

Jasmins e rosas evolam perfumes.

Da sexta-feira santa, seguem-se os costumes,

Memorial de Cristo, com a cruz, caminhante.

Ao meio-dia, nuvens cobrem o sol,

Com a criação, mergulhando no silêncio.

Da alegria, percebe-se a ausência,

Pois está cravado à cruz o verdadeiro sol.

Verte, Ele, o Seu sangue, por amor a nós,

Batizando-nos na Infinita misericórdia,

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Para que surja um povo redimido na concórdia.

Do alto da cruz, pende o Divino Cordeiro,

Amando-nos, entrega-nos o santo Amor.

Bradado o grito da vitória, amor e ardor.

Trizidela do Vale – MA, 29 de março de 2013.

COM JESUS

Diante da presença de Jesus,

Vem e embala os meus cabelos,

Do litoral salino, o vento,

Enquanto me concentra a santa cruz.

Jesus no consagrado pão,

Dá-se oculto a contemplá-Lo...

Só vivo plenamente se amá-Lo,

Revestido da Sua bênção.

Sim! O Filho de Deus está aqui...

Sacramento Santíssimo do altar:

O próprio Onipotente aí está!

Por amor, ao deserto me conduz,

Dando-me a saborear Sua Palavra...

Assinando no meu peito a Sua lavra.

Salinópolis - PA, 29 de outubro de 2013

SOBE AO MONTE

À Luciane Moraes

Sobe ao monte, cara amiga,

Iluminada por Cristo serás!

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Ao cume, a pátria terás visto,

À luz da sabedoria Antiga e Nova.

Sob as regras de Teresa e João,

Sê dos Teus Três, nobre morada!

Em teu coração: tenda sagrada,

Sempre irradie o Vivo Pão!

Sobe ao cume da santidade!

E tua vida dispense a caridade,

Por Cristo, a fiel esponsalidade!

Vive, ó irmã, a pura alegria:

Do paraíso: presença e nostalgia,

Bebe, então, da fonte de água viva!

Belém – PA, 09 de maio de 2014.

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Boulevard de Inverno

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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POEMAS CRIATURAIS

“OS CÉUS CANTAM A GLÓRIA DE DEUS, E O FIRMAMENTO

ROCLAMA A OBRA DE SUAS MÃOS” (SL 19, 2)

JANELA ABERTA... SOL A SE PÔR

Janela aberta!

Aberta lua...

Lua no céu.

Céu clari-ouro,

Azul de uma tarde

De ventos a passear...

Ventos do norte,

Arqueando palmeiras

Na areia do mar.

Sinto a maré generosa,

De grandes ondas gloriosas,

E o som de sua força vigorosa.

As gaivotas risonhas,

Bando de aves negras-brancas,

Vão riscando o meu céu...

Livres, em seus voos,

Cortando o imenso azul.

Vão ao encalço solar.

Seguem a luz. Ao ocidente:

A grande estrela radiante,

Que à lua já dá lugar.

Vejo o sol a se pôr,

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Boulevard de Inverno

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Iluminando o grato mar...

Olhando a noite chegar...

Cometas, estrelas, luar...

São Luís – MA, 21 de outubro de 2007.

FLORES DA HUMANIDADE

Hoje acordei

Bem disposto a reciclar!

Tomei as ga a as de “ e i”...

Com tesoura, pus-me a cortar;

Confeccionando vários vasos,

Pra minha janela enfeitar.

Tomando a úmida terra;

Terra-húmus, solo humilde.

Fria vida em potência...

Preencho os novos vasos,

Com esse fértil solo;

Este que me traz esperança.

Cavando as fecundas terras,

Sepulto pequenas roseiras;

Que sobre o parapeito da janela,

Crescerão e florirão.

Colherão sereno e vento,

Sob luares e auroras.

Serão flores perfumadas,

Fecundas, sadias e belas;

Entre folhas e acúleos...

Bem perfeitas..., femininas.

Alvas, sanguíneas, douradas...

Serão símbolos de esperança.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Alimentá-las-ei nas manhãs,

Mostrar-lhes-ei o vigor solar,

E as farei ver o luar.

Sem boa água faltar,

Velarei por frágeis vidas:

Essas flores, tão queridas!

Flores não são minhas.

São de Deus!

Flores do cosmos!

Flores da humanidade!

São Luís - MA, 30 de outubro de 2007.

ACORDEI PARA VIVER

Acordei!

Eis mais um dia!

Abro a janela,

E vem a brisa...

No silêncio matutino.

Vem com os raios

Fios-dourados

Do sol nascente,

Em meio às árvores.

Escuto pássaros,

No seu cantar,

Pois cantam à luz,

Ao despertar.

Est ela d’alva,

Ainda está

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Boulevard de Inverno

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No céu que vejo

Ao levantar.

Muito tempo

Eu já não tenho,

Pra dedicar-me

A tais fatos.

Pois, tempo corre,

E o mundo chama

Para o trabalho

Gerar capital.

Café apressado...

Trânsito estressado!

Conturbação...

Pra sobreviver...

Suar pra viver!

São Luís – MA, 04 de dezembro de 2007.

PÁSSAROS FRIZADOS

Às primas horas da aurora,

Sentindo um frio brisante,

Sentei-me no jardim dos frades,

Extasiei-me no estético silêncio

Singelamente, contemplando os periquitos...

Cinco avezinhas!

Belas, coloridas e empoleiradas,

Com plumas brancas-verdes-azuis.

“F inh s” icam n i matutin ,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Ou “p a lá e pa a cá”, em seus p lei s.

Simples e pacíficos estes...

Achegam-se para se aquecer.

“Enam am-se”, u d mem,

Mal percebem entretidos,

O pequeno camundongo

A lhes roubar o alimento.

O vento frizante os entorpeceu,

E o silêncio pálido,

Este os frizou...

Marabá – PA, 30 de abril de 2008.

A ROSA-VINHO

Há um ano te plantei.

Eras tu apenas um broto,

Mas me trazias a esperança.

No verão, matei-te a sede,

No inverno por ti velei...

Tua beleza, eu esperei.

Foste crescendo e ficaste viçosa,

Assim, teus galhos então podei

Para não envelheceres.

Na primavera, terceiro dia,

Deste-me dois botões

E na alvorada, belas rosas

Rosas silvestres, da cor de vinho

Flores fecundas, cheias de polens.

Perfume singular e extasiante.

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Teu doce vinho e ótimo perfume

A ti at aem, “magnetizand ”

Aves do céu e abelhas, ao jardim.

Marabá – PA, 27 de julho de 2008

PEIXES DO CONVENTO

Ó, meus amigos,

Eu vos falo, sobre isso:

Quem é verdadeiramente faminto?!

No convento,

Verdadeiramente faminto,

Não é o frade que rouba a despensa.

Verdadeiramente faminto,

É aquele que, na madrugada,

Desce veloz ao tanque de peixes.

E sem mais esperar,

Este pobre faminto

Apanha um, dois peixes...

E, no mais tenebroso silêncio noturno,

Com água na boca,

Devora-os.

Assim, os indefesos peixinhos

São tão bons...

Ao paladar do fradezinho.

Ó, pobres peixes conventuais,

Quão terrível é

A vossa sina!

Marabá – PA, 05 de junho de 2008.

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PASSEIO DE INVERNO

Num frio de dia de inverno,

Como é curioso! Passear no micro bosque

Que plantamos no quintal familiar,

C m a “asthesis” de mat s valhad s

E deixando os meus pés, molhados.

Assim, sigo a trilhar,

Na espiritual penumbra. Quem ouve

As gotículas da chuvinha de inverno?!

Lá, observo a frondosa mangueira,

Repleta de doces frutos suculentos.

Depois dos açaizeiros, há o cacaueiro,

Donde apanho dois frutos alaranjados.

Passeio entre as papoulas vermelhas

Onde repousam cinco pardais matreiros.

Mais à frente vejo um casal de patos sonolentos,

Entorpecidos pela fragrância da alva roseira.

Deste modo, faço o meu passeio matutino,

E recordo minha infância na casa familiar:

Do quintal e micro bosque até o lar,

Até que tenha vindo o bom calor solar.

Capanema – PA, 12 de janeiro de 2011.

MISTÉRIO

No raiar de um novo dia,

Da janela do quarto, contemplo

O despertar da natureza, sob a luz.

Natureza enriquecida, que reluz!

Não parece ter ocaso esta luz

Colorindo tudo, qual cauda de avestruz,

Na brisa matutina que foge ao tempo:

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A esperança se refaz em mais um dia.

Ó, passaredo, cantai, voai!

Cortai o alto alvi-azul!

Fazei a festa no céu,

Ao passo que os galos cantam à luz!

Estes, fiéis à tradição que os conduz,

E os seus pintinhos não cantarão ao léu...

À luz ast al de “tupã-açu”,

Dos pássaros, ladeado, pelo voo.

As árvores dançam num ritmo divino,

Que dá à vida um novo sentido:

O mistério se espalha no ar,

Porém, de maneira lúdica,

Deus bendiz suas criaturas.

Estão, Seus anjos, a Lhe louvar,

Na ordem que remonta ao princípio,

Na vontade divina, imergindo.

Capanema – PA, 2006

ANGÚSTIA TORRENCIAL

Gripado, em plena manhã,

No frio da chuva ludovicense,

Apenas contemplo velhos prédios

E não sinto a paisagem estranha,

Na friagem inocente,

Pois, resfriado, estava entediado!

Mal consegui ler Giordano Bruno,

Com náusea de existir naquele dia,

Com muco a me vedar narinas

E a saudade do amor de outubro:

Presença da amada com alegria,

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E sua ternura a coroar-me a vida.

Foi quando apareceu entre plumas

Intumescidas, um pombo, ave solitária,

Ao lado de uma caixa-d’água:

Aquecido em suas penas escuras.

Sobrevivendo àquele frio diário,

Embaix daquele “pau-d’água”.

São Luís – MA, 15 de abril de 2011.

FLOR LARANJADA

No silêncio tropical do anoitecer,

Brilha a lua não-fixada lá no céu.

E, na floresta chora um homem, pelo fel:

Amarga a dor de um amor que não teceu.

Na fria noite da floresta tenebrosa,

Suas lágrimas qual sementes caem no chão:

Derrama-se o coração do homenzarrão,

Que a floresta tornou pequenininho.

Já cantam as aves o raiar do novo dia,

Fazendo o tal homem fugir dessa paixão,

Varando, desprezado, outros rincões...

Das lágrimas brotaram, nessa terra,

Tantas plantas, como a laranjeira em flor:

Herança do seu fel, de mal-de-amor.

Se perpetua nessa terra seu memorial de dor!

Capanema – PA, 2006.

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JOGO DE POMBOS

Seis pombos no telhado

Agrupam-se ao tomar sol,

Remexem-se e batem asas

Banhados ao sol em brasa.

Observam inquietos:

Sentam no meio do jardim,

Na fonte de verde água,

Três pombos de plumas áureas.

E logo, alguns desses voam

Em curvas, cortando o ar,

Ou dançam a arrulhar.

Logo, um pombo corajoso,

Duma pomba aproximou-se.

Começaram então joguinhos...

O que lhes trará filhotes,

E, para nós, mais pombinhos.

São Luís – MA, 19 de abril de 2011.

VENTO, PRAIA E PARDAIS

Essa brisa com sabor de salitre,

Sinto-a como vento passando no meu quarto,

Ouvindo do vento passando, o uivo...

Vento de Salinópolis, vento que não é raro.

E na cumeeira desse quarto do segundo andar,

Alojam-se muitas pardocas com os seus ninhos.

Assim, os pardais os protegem, a cantar,

Ao passo que as mães esquentam os filhinhos.

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Mirando, da janela, vejo o vermelho farol,

Que nas noites, risca esses céus com sua luz.

Sim, daqui olho o luzente fanal...

Salinópolis- PA, 16 de dezembro de 2012.

CASCATAS

Caem cascatas,

Fria energia!

Furiosas águas,

Que furam pedras ...

Modelam o sólido,

As vivas águas;

Pra nascer do solo,

Árvores frutíferas.

O sol clareia,

A luz perpassa,

Aquelas águas...

Que são tão puras,

Cheias e vivas

De criaturas...

Carolina - MA, 28 de agosto de 2013.

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POEMAS REGIONALISTAS

“O ES ÍRITO DO SENHOR ENCHE O UNIVERSO” (Sb 1, 7)

BARQUINHO DE PAPEL

Ainda há pouco, quando fiz

Um barquinho de papel,

Recordei-me da minha infância,

Na qual esse já estava.

Tempo bom, o infantil,

Quando cu sava “Ja dim”;

Com os colegas brincava...

Quantas cantigas de roda!

Massinhas a modelar,

E desenhos a pintar;

A criatividade aguçando...

Para no mundo, inventar.

Das folhas de velhos jornais,

Ensinou-nos, a professora,

Fazendo muitos barquinhos,

Como tantos aviõezinhos.

E os recreios se passavam,

Entre lanches e brincadeiras...

Aviõezinhos cruzavam os ares,

E barquinhos, as poucas poças.

Era curiosidade....

E prazer de estarmos juntos,

O bom método pedagógico,

Faz-nos querer aprender.

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Boulevard de Inverno

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O meu barco de papel,

Foi-se nas poças ou no lixo,

É, mesmo assim, um bom símbolo,

De tempo que valeu à pena.

O meu símbolo da infância:

O barquinho de papel...

São Luís, 05 de outubro de 2007.

VOU A BELÉM!

A Belém, já vou de novo,

Ao Círio de Nazaré...

Novamente vou aos pés,

Da santa que traz meu Senhor...

_ Por que Belém?

_ Por que ver aquela Senhora?

_ É cultura com fé,

O sofrer naquela corda?

Bem convicto, eu digo,

Dou razão à minha fé!

A resposta que eu dou,

É pra saborear o viver...

_ Todos, homens e mulheres

São Católicos (= Universais),

Afetivos-racionais,

Buscando o amor, com fé.

_ Nasci para a comunhão,

Então já vou a Belém,

Aonde muitos vão também,

No uno laço da fé...

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Ver a imagem é buscar,

Da grande mãe, recordar;

Mãe de Cristo, mãe dos homens,

Seu belo exemplo nos dá.

O povo paraense,

Bem sabe viver sua fé;

Pois nela está sua cultura,

Que assim faz-se permanente.

As pessoas, que insólitas,

Atrelam-se na santa Corda

Unindo-se à cruz de Cristo,

Comunicam a Sua glória.

À Belém, vou mais um ano,

Unir-me ao mundo da fé;

Encher-me vou, só de bem,

Cantar à Virgem de Nazaré.

São Luís – MA, 10 de outubro de 2007.

AGRADEÇO-VOS, NOS LENÇÓIS

Ó céus azuis...

Trazes os ventos,

Portando em si

A fina areia branca

Que formam dunas:

Alvos lençóis...

Pequenos, grandes, em movimento,

Com própria vegetação.

O forte sol,

Luzente e quente,

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Boulevard de Inverno

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Reflete a luz nas brancas dunas.

E as lagoas, grandes e rasas,

Com águas frias, brincam com os ventos,

Fazendo ondas: seus movimentos.

Sopros dos ventos, nas águas claras;

Fazem massagens, são terapêuticas.

Agradeço-vos, ó Senhor!

Em meio as Vossas maravilhas,

Sinto vossa imensa graça...

Tamanha harmonia na Criação.

É bom estar aqui,

Na extasiante contemplação,

Tocado por Vosso Amor,

Nas obras de Vossas mãos.

Barreirinhas – MA, 16 de novembro de 2007.

ESCALADA1

Curto grupo de amigos

Num velho carro a correr,

Por uma estrada barrenta,

Em tempo de chuva violenta.

Nos interiores de Trizidela,

Numa margem da estrada há

Grandiosa gleba de pedras;

Que as escalando, subimos nelas.

Uma subida difícil;

Em rochas não aplainadas;

Com suor descendo no rosto,

E palmas das mãos, calejadas.

1 Poema dedicado aos Freis Ribamar Gomes e Basílio, filhos de Pedreiras.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Chegando ao topo do monte

Recompensa é a vista;

Por tal desafio superado,

Vê-se o panorama da conquista.

Pedreiras - MA, 28 de dezembro de 2007

CAPANEMA

Ó querida terra:

Capanema,

Salve, ó terra em que nasci!

A cultura do teu povo,

Laborioso, religioso...

Deste-me, como lar.

Teu progresso seja imenso!

Teus filhos sejam felizes,

Construindo tua história!

Que a fé seja o teu lume,

E, teu legado, ó cidade,

Nos caminhos da memória!

Que o saber e o trabalho,

Inerentes ao teu povo,

Sejam-te brilho e glória!

Capanema – PA, janeiro de 2008.

EM MARABÁ

Às margens do Tocantins,

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Boulevard de Inverno

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Confluindo com o Itacaíunas;

Chego à cidade partida em três,

Cortada pela Transamazônica.

Em Ma abá, est u, “Filha de G nçalves Dias”...

Desde os dias de outrora,

Marcam-te os rios, nos castanhais.

Ó Marabá, a ti auspicio:

Que o teu povo viva em paz!

Marabá – PA, 21 de maio de 2008.

MISSÃO URBANA

João, o seminarista,

A s sábad s az “past al”.

Confiam-lhe, os seus reitores,

Uma área de invasão.

Um povo miscigenado,

Habita no novo bairro

De Marabá, que só aumenta...

Exige-lhe paciência.

Aflito por calor e sol,

Com o terço em sua mão,

Visita as várias casas,

Falando sobre Cristo e Sua Igreja.

Vai o jovem missionário,

Falar às pessoas inconstantes,

Na sua missão urbana,

“Ca egand a sua c uz”...

Muitos lá há...

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Não querem saber de Jesus,

Só querem da caridade,

O bom assistencialismo.

Poucos ainda têm fé,

Estes se sentem Igreja...

E assim, o valente João,

Por lá formou, com o povo...

A primeira comunidade.

Marabá – PA, 21 de maio de 2008.

PRAIA DO ATALAIA

Recostado no muro de uma mansão,

Contemplo, tocado pelo sopro do vento,

A maré vazante dando espaço à fina areia,

Em Salinópolis, na Praia do Atalaia.

Ondas, muitas se formam,

Quebrando-se espumosas, na areia,

E deixando o sal na beira.

Atalaia de águas salgadas,

Fazendo arder a pele, nos raios solares...

Praia gravada em minha memória.

Salinópolis – PA, 18 de fevereiro de 2010.

SANTUÁRIO DE NAZARÉ

Era tarde...

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Boulevard de Inverno

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Assim, no calor, sou molhado pela chuva...

Chegando de percorrer a Avenida Nazaré,

Subo ligeiro ao átrio do santuário,

Sacudo meu molhado hábito,

Entrando na Basílica de Nazaré,

Que da porta me pareceu turva;

Vi a arte!

Abriram-se meus olhos;

Doloridos pela imensidão da glória-beleza,

Só podia me ater a cada parte essas finezas:

As cores da fé feriam-me os olhos.

Transcendia-me razão-emoção em fé, Rezei, então, à

Virgem de Nazaré.

Belém – PA, 19 de fevereiro de 2010.

A RUIVINHA PENSANTE

Numa noite quente, num sábado,

Vi-te em São Luís,

Num ônibus agitado...

Ó ruivinha linda,

Vinhas com tua tribo juvenil,

E que atenção suscitavas te expressando,

Até de forma crítica Contra, do Maranhão, a política.

Assim, contente, contemplei tua face angelical,

De líder aquela jovem tribo pensante.

Nisto uma luz refletindo em teu sorriso natural,

Ressaltou a ternura feminina de teu castanho olhar

De quem conhece o mundo com felicidade.

Ah, ruivinha singular!

A singeleza deste fugaz encontro é eterna,

E etérea é a tua imagem a fluir neste tempo...

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Ó ruivinha inteligente!

Ó menina pensante!

São Luís – MA, 28 de agosto de 2010.

PEIXEIRO

Na manhã chuvosa

Ludovicense, em sexta-feira:

Manhã de março,

No centro-histórico de São Luís...

Salto do ônibus,

E logo sigo para a Faculdade,

Filosofando no extraordinário

Matutino clima frio.

Mas, repentinamente,

Numa via, um ciclista aparece;

Mais que bem cedo, vindo da orla,

E vendendo peixes.

Esse gritava, de vez em quando,

Perante as casas,

Para que as donas [ quiçá os donos! ],

Comprem-lhe os peixes:

- Pe-e-xe! Pe-e-xe!

Olha o pe-e-xe!

Compre o peixe-e-e! ”

E, foi-se o peixeiro...

São Luís – MA, 11 de março de 2011.

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ANGICAL

Como é bom, sentar-se na varanda

Da simples casa de barro.

Ladeada por frondosas árvores,

E por feliz jardim natural.

Naquele ambiente rural,

Escutando pássaros canoros,

Na chuva e cheiro de mato,

Em manhã de semana santa.

Também vi, de um senhor, o rebanho

De carneiros a correr pelo quintal.

Corria ameaçando a plantação,

Pois havia escapado ao curral.

Logo, o pastor preocupado com tal mal,

Põe seu chapéu e, também, seus pés em ação,

E assim tange seus bichos em Angical,

Encaminhando para o aprisco aquele bando.

Da capela, bate o sino, o missionário,

Chamando para o culto, os fiéis,

Que acorrem para louvar Cristo-rei,

Em dia de lava-pés, bem no horário.

E o capuchinho, logo prega sobre a cruz,

Que pesou bem sobre o ombro de Jesus,

E do Mistério da Paixão, que o conduz,

Para que todos vejam, da ressurreição, a luz.

Na capela, ouvem-se hinos de louvor,

Da comunidade sobem preces de amor.

Assim, a estrada que perpassa Angical,

Torna-se via do reino celestial.

Igarapé – Grande – MA, 22 de abril de 2011.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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PRINCESINHA

Musa das praias ludovicenses,

Que alegra, em presença

Num semblante de princesa

E formoso corpo feminino,

Nos teus braços há um menino:

No teu colo, chama acesa,

Destacando tez morena,

No teu corpo a reluzir.

Teu diálogo é brisa do mar,

Torna-se agradabilíssimo.

E, contigo vêm as estrelas do luar:

Universo formosíssimo!

Deixas-me nostalgia de ti,

Com saudades e com dor,

Do teu belo olhar de amor

Que mais enternecem em ti.

São Luís – MA, 03 de maio de 2011.

PEDRA CAÍDA

Descendo as serras de Carolina,

Em meio à natural mata,

Nas pontes e escadas, rumo ao vale.

De silêncio abissal

E ar umedecido pelas águas,

Caídas dos paredões;

Fugindo de humanos padrões,

Perpassa a gélida e limpa água

Que afugenta todo o mal,

Nas ricas horas de uma tarde

Quando as águas caídas cantam

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Na caverna de Pedra Caída.

Carolina – MA, 25 de junho de 2011.

SANTUÁRIO

No cavernoso santuário de Carolina,

Fiquei extasiado, com a sinestesia:

Beleza natural que a minha visão lia,

Sentindo na pele a água fria

E o odor de mata que a água tangia,

Chegando, também seus gostos pelas narinas,

Ao som da cascata que a tudo invadia,

Na beleza inominável em Pedra Caída...

E meu coração a lembrar de minha família,

Dobrando-se em temor a Deus, que ali cria.

Carolina – MA, 25 de junho de 2011.

TEU NOME

Ó irmã,

Teu nome me recorda

A luz da tarde,

Que perpassa

Por entre as frondes

Das oliveiras de Sião e

Logo encontra

Os olhos do profeta,

Que a Lei, medita,

À sombra

Daquelas árvores.

São Luís – MA, 03 de julho de 2011.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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NOSTALGIA

Agradeço todos os dias, cordialmente,

À Providência do Pai, que me permitiu,

Encontrar a luz dos teus serenos olhos,

Em teu ser fraterno e meigo,

Adornado por parreiras cacheadas:

Como velos difusos e balsâmicos

Que o vento acaricia com sua destra,

Ao passo que na tua amizade me envolvo

Atuando na confiança que me invadiu,

E alegrando-te com a presença, calidamente.

A tua ternura feminina faz-me cativar,

E pensar na presença do candor

Também presente contigo,

Como uma fogueira na noturna praia do mar:

Fogo, brisa, luar e estrelas...

Refletidos na manifestação da tua espera,

Pela amizade pessoal no dom do amor

Elevando o meu ser a amigo,

Nas alegrias, angústias ou dor,

Que da existência podemos compartilhar.

O teu ser recorda ao meu coração, a Luz:

Mística luz, carregada do mais terno amor.

Luz de Deus manifesta em teu bendito topônimo,

Que pulsa no meu ser com teu sangue e calor,

Com a angústia e mistério, que a existência conduz.

No teu corpo carinhoso e gracioso,

Encontro teu espírito nos atos e diálogos pessoais:

Em teu pensar, grafado em inteligência,

Na lucidez de seres sensacional,

Auxiliando-me a ser um pastor amoroso.

São Luís – MA, 02 de agosto de 2011.

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Boulevard de Inverno

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UMA PHYLARMÔNICA EM BUSCA DE AMIGOS

Ao Frei Jamilson Dias

Ouve-se o clamor

D’ uma hyla mônica.

Está em busca

De amigo-amor.

Traz a harmonia,

Com o tom social.

Tornando-se sinal

De comum simpatia...

A pura melodia

Move corações;

Em sons e canções,

Guiando emoções.

Phylarmônica à

Busca de amigos,

Fluindo os rios

Da música na vida...

- Venham, amigos!

Convida a música,

- Vocês nos enriquecem,

Em nossos atos!

- Venham até nós,

Fazer harmonia!

- Com vossa simpatia,

Alegria se cria!

Escuta-se o amor:

Som da Phylarmônica,

A banda harmôniosa,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Da música ardorosa.

Capanema – PA, 15 de fevereiro de 2014.

NOITE NAS DOCAS

’uma n ite em Belém,

Nada mal é ir às Docas,

Onde outrora eram malocas

Hoje é porto e muito além...

Na Estação das Docas, com os amigos,

Encontrar-se e alegrar-se...

Com os gelados da ‘cai u’, delicia -se,

À voz e violão: canto e som para encantar-se.

Descontraindo-se ao som do carimbó,

Sorvendo os regionais sabores sem dó...

No aconchego do encontro nas Docas,

Perante o vai e vem das dondocas...

Belém – PA, 14 de março de 2014.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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POEMAS SOCIAIS

“SE TU TE RIVARES ARA O FAMINTO, E SE TU SACIARES O

OPRIMIDO, TUA LUZ BRILHARÁ NAS TREVAS, A ESCURIDÃO SERÁ

ARA TI COMO A CLARIDADE DO MEIODIA” (Is 58, 10)

PURO MARKETING

Mesmo no plainar do avião sobre as nuvens,

Ou no tic-tac do tempo passageiro,

Há homens que se tornaram alheios

Pois não mais olham a verdade e o bem.

Homens-alheios que não sabem de onde vêm.

-“C nhece -se?!”. Dizem: - “É mit de budistas!

Exterior é só o que olham os realistas:

Retrógados que se abandonam ao se !”

_ “Ev luçã cidental?!”. -“ ap u ad !

É puro marketing de mercado e propaganda,

Que, da vida, os sérios bens, rouba e esbanja,

E te faz viver qual marionete. Alienad ! ”

Quem falou que tal demência é liberdade,

Pois a moda que nos dão é escravidão?!

Foi o açougue-mercado-da-ilusão,

Ao empurrar suas bugigangas para todos.

Este quer nos roubar nossa idade de vigor,

Além de ocultar nosso valor,

Em sua era que enriquece os States,

A ancand n ss s “melh es leites”.

No entanto, se enxergamos com a verdade,

E com a razão que nos torna singulares,

Alcançaremos a força para lutar,

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Boulevard de Inverno

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Rumo à vitória da verdadeira liberdade.

Capanema – PA, 2006.

COMO PODE?

Como pode um governo corrupto,

Vir nos bater, piorando nossa vida?

Esse lobo se disfarçou de cordeiro;

Demos-lhe o reino, enganados,

Esperando ver a luz de bons dias,

Porém, sujou-se e vendeu-se ao erro.

Trabalhamos, suando muito para viver;

Sustemos nossos filhos, educamos,

Construímos os futuros cidadãos,

Transmitimos-lhes o saber que acarretamos...

E tal “b m lag ” se t n u p luiçã ,

Atrevendo-se querer nos afogar.

Lutamos, e com razão!

Escravos?! Não o somos! Não!

Exigimos nossos direitos,

E o fim da enganação!

Não sujes mais a política!

Não mates o são cidadão!

São Luís, 28 de julho de 2007.

FAMÍLIA

Do amor de um casal,

Com razão e coração;

De sua mútua doação,

Travam enlace matrimonial.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Homem e mulher,

Casal amante!

Nada mais é como antes,

Como um só, vão viver!

E com a bênção do Senhor,

Amáveis filhos terão,

Com prazer, trabalharão,

Educando-os com amor.

Esta família será,

Nova célula social...

Em cada amor esponsal,

A humanidade revigora a moral.

Capanema – PA, janeiro de 2008.

ESCOLA

Caderno e caneta, em mãos;

Vai o aluno à escola,

Com sede de aprendizado,

Para se tornar um bom homem;

Não sendo o mesmo de ontem,

Por pouco saber amparado;

Preparando-se para as escolhas,

Que terá em suas mãos.

Salve, ó casa do saber,

Que prepara os cidadãos;

Salve, os que te frequentam,

E trazem progresso à nação!

Dos que fazem a tua ação,

E os corações, de zelo, esquentam,

Desenvolvem os seus dons,

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Dando ao mundo, as ações.

Salve, ó escola!

Da educação, vitória...

Capanema, janeiro de 2008.

O CATADOR DE CARVÕES

Menino pobre,

Necessitado...

À sua família

Dá a sua ajuda.

Desde cedo, não estuda,

Mas trabalha em carvoaria.

Sua alva pele?! Está manchada!

Pela tisna do carvão.

Trabalha sem proteção,

Pois seus patrões não a dão.

Sua, cansa, sente dor,

Sob o sol quente. Que horror!

Mal ele sabe falar.

Escola?! Nunca ele viu.

Apenas, sua pobre família,

E os colegas da carvoaria.

Pobre criança!

Vítima da sociedade

Má, omissa e corrupta.

Criança-animal-de-carga!

Haverá alguma esperança,

Para o infante catador de carvões?

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Sim!

Acredito haver!

No amor da sua pobre família...

Nas brincadeiras dos intervalos.

Sim! Na sua ingenuidade,

Ele se pensa feliz.

Marabá – PA, 14 de agosto de 2008.

TERREMOTO E DESTINO

As placas se atritam

Sob o chão do Haiti;

Então a morte ceifa vidas,

Em arquiteturas destruídas

Onde corpos são matéria aí,

Sobreviventes sofrem, gritam ali.

Grande caos em Porto Príncipe

(De mortes e lutas para não padecer)

As mídias projetam ao mundo.

A condição de vida imunda

Fez a solidariedade das nações aparecer

Aliviando as vítimas que lutam para não perecer.

Se vemos muitos, guiados por seus instintos,

Em contraste, também se vê solidariedade:

Um professor, numa praça, leva cultura e saber,

A muita criança: e não sabe o destino que vai ter.

São Luís - MA, 28 de janeiro de 2010.

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REFLETINDO FOME

Pessoas morrem de fome...

São humanos imolados

Nos altares da corrupção cultural,

Erguidos pelo egoísmo

Dos humanos corações;

Abertos ao pensamento do mal:

Dignidade inferior a animal...

Atribuem opulentos, em ações,

Idolatrando o deus-egocentrismo

Humanas pessoas fracas, para essa relação cultual,

Pela injustiça social, estigmatizados,

Lesados em direitos, padecendo a dor, sem nomes.

A fome, necessidade vital,

Bate nos pobres, com dor-moral-estomacal.

Fere os excluídos, o sistema capital.

Se a humanidade se enchesse de caridade,

Construiria, desde já, do céu, a cidade;

Dando a todos os entes humanos, a dignidade.

Quando a escondida fome de Deus for saciada

Nos corações das culturas,

Das sociedades

Apagar-se-ão injustiças,

Desigualdades...

A realidade será toda agraciada.

São Luís – MA, 12 de fevereiro de 2010.

AMIGA DE MINHAS MANHÃS

Quando em preciosas manhãs

Encontram-se nossos olhares,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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O ônibus das sete perde rotineira feiura.

Quando encontro do colóquio a ternura,

Há ondas de afetivos mares

Á espera de dialogar contigo amanhã.

Outrossim, quando vens ao meu lado,

Existindo a abertura da palavra na conversa

Filosofamos em torno a amizade que atrai

Até que o espaço-tempo nos trai

E os deveres sociais nos apartam da palestra bela,

Aguardando o fluir, noutro momento, deste brilho raro.

Enquanto relembro na memória,

Percebo a alegria que me deste,

Esperando-te para mais diálogo, em breve.

Também contigo vivo,

Na pessoal relação

Do amor, o dom,

No qual existo.

São Luís – MA, 25 de novembro de 2010.

PASSAGEM

À memória de Martin Buber

Em nossa cultura de hiper-consumo,

Somos tentados a menosprezar

A alteridade das pessoas:

Não as vendo como tu’s,

E as reduzindo a meros isso’s;

Pois, apenas, queremo-las,

Conforme nos sejam úteis.

Ver os outros como pessoas,

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Boulevard de Inverno

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Faz-se grande desafio.

É voltar-se contra o Utilitarismo,

Promovendo sadio Personalismo.

Não é fácil converter-se,

is s m s “se es-no-mund ”,

Construindo-nos na linguagem.

Aquilo que lemos do mundo,

Penetra em nossa mentalidade.

É necessária a migração,

Do individual ao relacional,

Para que se sobreviva

Como humano-pessoal.

São Luís – MA, 02 de março de 2011.

MEU SAXOFONE MUDO2

Ester fora a razão da minha vida...

Enlaçou-nos o amor pela música!

Éramos nós dois, simbiose única.

O nosso amor foi qual chama viva...

Contemplávamos, nos domingos, a aurora,

E, ela, com afinada voz, a vida cantava...

E no meu saxofone, a melodia eu lhe dava,

Quando a áurea luz solar o mundo adornava.

Os anos se passaram! Felizes fomos no Amor!

Na harmonia da sua terna voz e minha música,

Os primórdios semanais, davam-nos o ardor...

Mas, o tempo veio e a apartou do mundo...

2 O título deste poema foi dado pelo Fr. Jamilson Dias , OFMcap.

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Ester calou pro tempo a bela voz. Triste fiquei!

Ela se foi! Deixou-me, com o meu saxofone mudo...

Belém - PA, 20 de janeiro de 2014.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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POEMAS BIOGRÁFICOS

“UMA BOCA AGRADÁVEL MULTI LICA OS AMIGOS, UMA

LÍNGUA AFÁVEL MULTI LICA A AFABILIDADE” (Ecl 6, 5)

DO TRONO PONTIFÍCIO

Aquele que veio de longe,

Na trilha do Redentor:

O jovem cardeal polaco

Devoto da Mãe de Deus.

Vindo do Leste sofrido

À cidade eternal,

Tornou-se João Paulo II.

Marcou nossos corações!

Abraçou o homem-no-mundo

Como pai e bom pastor,

Proclamando a Palavra

Que traz a Paz o Amor.

Servo dos servos de Deus

Congregou muitas nações,

Através da cruz de Cristo,

Mostrando o valor da vida.

No caminho do Seu mestre

Foi fiel até o fim.

Transubstanciou seu sofrimento

Na mais pura alegria...

Confrontando-se com o sorriso

Dos fiéis agradecidos,

Fez em nosso fiel coração

O seu trono pontifício.

Capanema – PA, 08 de abril de 2005.

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Boulevard de Inverno

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UM PADRE: O SANTO PADRE

Lá vem um padre!

Polaco e alvo;

O santo padre.

É João Paulo,

Sumo pontífice

E bom pastor.

Peregrinando

Por todo o mundo,

Trazendo paz e amor.

Com reverência,

Oscula os solos

Das nações aonde vem.

Veio ao Brasil,

E abençoou-nos

Com sua cruz.

Mãos paternas

Traz, erguidas:

O nosso João de Deus.

Com muito amor

E ardor abraçou

O Redentor.

Anuncia o Evangelho,

O pastor angélico

Da comunhão.

Fez seu trabalho,

Realizando

Sua missão.

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Já vai o Padre,

Feliz, alegre,

Para o seu Deus.

Está sorrindo,

Transparecendo

A luz do céu.

Capanema – PA, 08 de abril de 2005.

FLORAÇÃO MINISTERIAL

Ah! Num certo alvorecer de outubro

Os raios solares dão cores à natureza.

Admirei a bela floração de um ipê,

Uma beleza que dá gosto ver;

Destacando do mistério da vida, a grandeza,

Das flores alvas-rubras, que riqueza!

Recordei o dom que é a vida de Frei Ângelo,

Ele é sacerdote de Jesus,

Capuchinho, na trilha do Pai seráfico.

Frei Falomi, chamado ao amor agápico,

Contemplando água e sangue na santa cruz,

Entre o povo e Deus quis ser elo.

Mais à frente, além das flores que estão,

Dos frutos, aladas sementes voarão;

Assim, do ministério deste nosso irmão,

Tais sementes em terra boa crescerão.

São Luís – MA, 20 de outubro de 2010

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Boulevard de Inverno

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VOCAÇÃO CAPUCHINHA

Decidiu ser capuchinho

Por amor a Jesus Cristo,

A exemplo do ilustre

E humilde São Francisco.

Deixou sua boa família

No empreendimento vocacional;

Fazendo parte, dia após dia,

Da sóbria vida conventual.

Dos valores franciscanos,

Marcou seu nome a humildade;

Bem como assim, a esperança e a caridade.

Mais uma vez o Senhor me chamou,

Professo simples, Ele me inquietou;

Para a missão no Brasil me enviou.

São Luís – MA, 20 de outubro de 2010

FREI ÂNGELO, FORMADOR

Generosos anos de sua vida

O vigoroso frade Ângelo doou;

Na Igreja, em Carolina,

Beneficiando o povo do Senhor.

Do bispo Marcelino, irmão e amigo,

Naquela messe de Deus,

Frei Humilde deu solícito auxílio

Com caridade aos seus.

Referência de franciscano e sacerdote,

Do seminário local foi reitor,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Conduzindo muitos jovens,

A discernirem suas vocações com amor.

Também, na então Vice-província,

Foi por anos, formador,

Na etapa de filosofia/teologia,

Guardando de ser capuchinho, o valor.

São Luís – MA, 20 de outubro de 2010

OUSADA AMIGA

Cabelos ondulados,

Negros cabelos Luxuoso véu

Emoldurando lhe a alva face juvenil.

Seus olhos fixavam meu olhar viril,

Arrancando-me à relação do eu.

Menina angelical,

Sua amizade marcou-me, de modo astral.

Sim! Uma garota ousada me viu,

Apesar de alguma timidez,

Ali, autêntico elo se fez:

Fechado coração se abriu.

Agora, tenho-a por amiga,

Uma estimada irmã,

Feliz, ousada, cristã.

São Luís – MA, 21 de outubro de 2010.

AMIGA

À Luciane Moraes

Sabe amiga?! Você me é

Um caro enigma,

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Boulevard de Inverno

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Desdobrando-se nos véus

Do carinho; da amizade,

Do amor.

Querida amiga! Tu me és

Um dom: preciosíssima!

Graça de Deus, bem feminina,

Pessoa humana,

Irmã singular.

Graciosa amiga! Tua alma me é

Pura e, pueril.

Perante um mundo, sujo-frio-fechado,

Um mundo sem nenhum encanto.

Aí te faço o meu canto!

Humana amiga! Quero-te bem,

Com amor sincero,

Na paz fraternal, de seres sempre,

Em teu mistério: Sagrada amiga!

São Luís – MA, 11 de março de 2011.

GRATIDÃO

Nas rotas da vida,

No Pará e Maranhão,

Conheci um capuchinho

Que aqui veio em missão.

Fazendo da vida, doação,

Auxiliando os pobres,

Com caridade e pregação,

Na nostalgia de sua nação.

Figura extraordinária

De uma fraternidade apurada,

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Felicitando suas amizades

Por seu largo coração,

E seriedade na ação.

Em oração e apostolicidade,

No economato da Província

Soube bem deixar sua marca.

Agradecemos, hoje, ao Senhor,

A presença deste confrade

Um grande dom de bondade,

Gerado no vocacional ardor.

Gratos, também, somos todos a tal frei italiano,

Franciscano tão humano,

Gratos lhe somos ainda, por sua obra tão alta

Gratos a ti, Frei Luís Rota.

São Luís - MA, 08 de maio de 2011.

OS JOELHOS DO MEU PAI

Ao meu querido pai, Jovêncio Oliveira

Os joelhos do meu pai

Portam calos escuros,

De tanto orar ao Pai,

Escalando da fé, os rumos.

São joelhos eloquentes.

Expressam mística e sacrifício,

Que o apoiam na fornalha ardente:

O Coração de Jesus Cristo.

São Luís – MA, 25 de julho de 2011.

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MÃE

Para Antônia do Carmo, querida mamãe;

Mulher extraordinária,

Quem me deu vida

Trazendo-me em seu ventre

Enquanto me fazia ente.

Ó Sagrada mamãe,

De tão ternas mãos

E puro coração

Lindo como a canção.

Grandiosa mulher,

Que tanto amas até

O amor em ti ser.

Virtuosa senhora,

Com alegria ou chorosa,

Pessoal flor, tão mimosa!

São Luís, maio de 2012.

FREI ALBERTO

Ó santo médico e missionário

Que se doou em Grajaú

Curando corpo e espírito

Restituindo o dom da saúde!

Ó destemido capuchinho

E desbravador de rincões

Com a luz da fé no caminho

Sanando humanos corações

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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O médico do corpo e da alma,

Alberto vive por quem ama:

Deus que a servir o chama!

Unido à irmã, santa Gianna,

Intercede por quem anda

Na trilha que Cristo nos manda!

Trizidela do Vale - MA, 15 de junho de 2013.

FREI DANIEL

De Samarate, missionário,

Capuchinho, ao Brasil vieste;

A tua Itália deixando,

Por este Norte serviste.

Frei Daniel, trabalhaste,

No Pará, com tanto amor;

E, no Prata, te doaste

À missão com maior fervor.

Olha, benigno, os que sofrem;

Para que, conhecendo teu exemplo,

Também da dor, façam templo.

Recebe, com desejo, esta prece!

Ó servo de Deus, tão fiel,

Para que alcancemos o céu.

Trizidela do Vale - MA, 15 de junho de 2013.

FREI ELIAS BALDELLI

Frade de vigor profético

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Boulevard de Inverno

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Configurado a Jesus

Na caridade e na cruz

Da fé és herói ascético.

Na juventude viste o mal

O mundano combate bélico

Mas nos sofridos viste o Cristo

E do amor cruzaste o vau

Elias, filho de Francisco

Fazendo-se dom, és invicto

Ó sacerdote do Altíssimo!

Ó servo de Nosso Senhor,

A eucaristia é o teu amor

E o desvalido foi teu penhor.

Trizidela do Vale - MA, 15 de junho de 2013.

FREI JOÃO PEDRO

Ó intrépido missionário

Que vergando o santo hábito

E o carisma do Pai Francisco,

Chegaste aos nossos torrões,

Conduziste a nova missão

Propagando a catequização

Dos nortistas desta nação

Com frades cortando o sertão!

Frei João Pedro valoroso

É o fundador vigoroso

Das Missionárias Capuchinhas.

Ó servo fiel que bebeste,

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O evangelho que viveste,

Na santa Fonte franciscana!

Trizidela do Vale - MA, 15 de junho de 2013.

JULIANA

Juliana foi minha aluna,

Que de estudar tanto gostava...

Inteligente tal qual sua altura,

Literatura ela amava.

Menina delgada determinada,

Uma simpatia de pessoa!

De voz delicada e afinada,

tem uma determinação que ressoa!

Juliana! Juliana...

Juliana: gente boa!!!

A aluna Juliana,

Juliana que ressoa!!!

Pedreiras - MA, 25 de janeiro de 2014.

AMIGA GLENDA

Ó querida amiga,

Simpática “Glenda”;

Para o Zé, entendas,

És razão de sua vida.

O Zé, teu nome,

Lembra-me sempre,

Pois saudades, sente.

Andas, onde?!

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Boulevard de Inverno

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Também tenho eu,

Uma boa saudade

Da nossa amizade:

Você, Zé e eu...

Ó amiga Glenda,

Estudiosa e benquista,

As tuas conquistas

Façam que o Zé aprenda...

Belém – PA, 19 de fevereiro de 2014.

LUANE

Nesta data, ó menina,

Agradeço a Deus...

Pois teu ser ilumina,

Os amigos teus.

Ó querida Luane,

Que você seja sábia,

E tua vida encante...

O que ela ame.

Ó Mocinha bonita,

Estuda para a vida:

Sem temer a lida!

Que Deus te proteja,

E onde tu estejas

A esperança floresça!

Belém – PA, 19 de fevereiro de 2014.

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A DEUS LOUVADO

Frei Daniel é conformado

Ao sacrifício de Jesus, que

Em sua carne resplandece...

A Deus louvado!

Pela obediência é guiado

Do conventinho ao leprosário.

A dor moral tem por salário!

A Deus louvado!

Pelo Crucificado é beijado,

Também, deixa o convento, osculado...

A Deus louvado!

No Tucunduba adentrado,

Porta, Daniel, o lume sagrado...

A Deus louvado!

E sua fé na cruz invicta o faz

Pastor dos irmãos leprosos

Das suas sinas pesarosos...

E a Salvação lá adentrou!

A Deus louvado!

A Deus louvado!

Belém-PA, 09 de abril de 2014.

NA TRILHA DE JESUS CRISTO

Na trilha de Jesus Cristo,

Um italiano jovem se fez capuchinho,

Bem como seu irmão, Tranquilino,

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Boulevard de Inverno

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Vivendo a Regra de São Francisco.

Configurado ao Senhor,

Pelo sacerdotal ministério,

Pôs-se a servir ao Evangelho,

Com o dom do missionário ardor.

Almejando, de coração, a Missão,

O trabalhador pelas vocações,

Frei Pedro Antônio aqui chegou.

Psicólogo de razão e organização,

Com forte têmpera em sua ação,

Fez de sua vida uma oblação.

Belém – PA, 13 de maio de 2014.

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POEMAS FILOSÓFICOS

“A SABEDORIA ELEVA SEUS FILHOS E CUIDA DOS QUE A

ROCURAM” (Eclo 4, 11)

VIDA E MORTE

Há quem viva e queira morrer;

E quem esteja morrendo e queira viver.

Pessoas há que trabalham em favor da morte,

Out as lab am, p nd a vida c m “n te”...

Em favor da vida, está quem partilha,

Promovendo a morte está quem retira.

Muitos lutam pela vida,

Doando-se por suas famílias.

Não poucos, promovem a morte,

Só buscando a sua sorte.

Ainda há quem morra em paz,

“Voando” pa a uma vida plena.

Existe, porém, quem se fez mal;

Merecendo por lucro a tristeza abissal.

Capanema – PA, janeiro de 2008.

AMOR E ÓDIO

O amor supera a dor,

Partilhando a felicidade;

Doando-se, em seu candor,

Dispersa toda a maldade.

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Boulevard de Inverno

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O ódio estraga a vida,

Amargurando o coração...

Tristeza é a recompensa tida,

Por quem não deu o perdão.

O amor liberta, plenifica,

Torna a pessoa mais feliz...

O ódio age lhe escravizando,

E sua própria sorte o maldiz.

Capanema, janeiro de 2008.

BEM E MAL

O homem, com todo seu ser,

Por natureza, quer o bem...

Precisa buscar para [o] ter,

Nas atitudes que dele provêm.

Mas quando o homem se perde,

Nesta busca vivencial;

O desespero a verte,

Numa tristeza fatal.

Escravizado na maldade,

Perdendo sua liberdade;

Este ser expulsa o amor,

Seguindo, do vício à dor.

Necessita, porém, liberdade,

Com o amor e a verdade.

Capanema, janeiro de 2008

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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PENSAMENTOS

Pensamentos vão e vêm;

Na lucidez da razão...

Por vezes, como bravo cão,

Noutras, como plácida paisagem.

Uns podem sugerir o bem,

Outros, só planejam o mal;

Só com vigilância racional,

É p ssível “vê-l s” bem.

Necessário é conhecê-los,

Discernindo, os vários fins.

Elegendo os bons e mantê-los,

Humanizar-nos ao vivê-los.

Capanema, janeiro de 2008.

FELICIDADE

Em busca da felicidade,

Andam os homens, nesta vida.

Tudo fazem a procurando,

Alegrar-se-ão encontrando...

E, seguem por essa via,

Quando vivem a caridade...

Capanema – PA, janeiro de 2008.

SABER VIVER NOSSA HISTÓRIA

Encontro-me, hoje, com saudades de você,

Contemplando árvores e casas

No frio de uma chuva de inverno.

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Boulevard de Inverno

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Aqui, não desejo o inferno,

Da ausência de tuas protetoras asas;

Quero saber, das cisões de nossa história, o por quê.

Assim, mergulho no mundo das ideias,

Este plasma das essências, em busca da verdade,

Verdade nossa, de todo homem, nossa resposta.

É aqui que julgo as tuas propostas

Que dão à tua paixão um ar de liberdade;

Esta, que a mim, os tons do teu olhar, ofuscam.

E com juízo te respondo: O amor é caridade!

A “ca itas” é a ve dade d n ss se ,

É ela a via que imortaliza nosso viver.

E dá à nossa história o bom caráter do saber.

São Luís - MA, 25 de janeiro de 2010.

FILOSOFIA JÔNICA

Em natureza, ou na Physis,

Procuraram o princípio

Que une tudo o que existe...

Como grande causa disso tudo,

Na Jônia, tais filósofos e estudo;

Em Mileto, Tales na água insiste,

Anaximandro investiga o Apeiron,

E Anaximenes, o ar em sua dinamis.

São Luís – MA, 09 de julho de 2010.

ESCOLA ELEÁTICA

Unindo Ser e pensamento,

Parmênides toca a metafísica

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Supondo o Ser como Princípio

Arché estático: Razão, princípio...

“O Se é

E é necessário

Que ele seja;

O Não-ser não é,

E, é necessá i que nã seja”

São Luís, 20 de julho de 2010.

EU, AGOSTINHO E O TEMPO

Foi muito boa

A supra-existêncial experiência,

De aprender o agostiniano conceito

Da presencialidade do tempo.

Lia, do santo, as Confissões,

Num metafísico ócio filosófico,

Ao som da correnteza em Ferreira Gomes,

Naqueles refrescantes ares sem nomes.

Ah! Só há presente!

No presente, a atenção,

Do pretérito, a lembrança,

E para o futuro, a esperança.

O presente, não-ausente,

Que assente à esperança,

E no Amor, o Tudo alcança,

Pela fiducial esperança.

Ah! Esta experiência não é Cronos,

Mas essencialmente, no fenômeno,

É “N umen ”, é Kairós!

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São Luís – MA, 25 de setembro de 2010.

HERÁCLITO

De Éfeso, o calor do fogo convida,

Do sophos Heráclito, à Filosofia:

Buscando o princípio da natureza,

Na mutabilidade, instabilidade...

Dinâmica!

Pois num rio, duas vezes não se entra,

Já que este e o banhista mudaram e mudam.

Os contrários vão e vêm, como em danças,

Antônimos, contrários,

A Physis, fundamentam!

São Luís – MA, 30 de outubro de 2010.

PITÁGORAS

Na metafísica numérica mergulhado,

Pitágoras vê os arquétipos geométricos.

E na harmonia estelar fixado,

Transmite que o número é o princípio.

Pitágoras de Samos que vê os números celestes:

Sábio que deu nome aos filósofos!

São Luís – MA, 30 de 0utubro de 2010.

SOFISTAS

Aparência, técnica, oratória...

Vazias palavras relativas,

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Politicagem e demagogia.

Protágoras e suas antilogias,

Górgias com sua retórica niilista,

Seguido de Pródico com sinonímia.

“Medida de tud é h mem!”

Relativas “ve dades” sem n mes!

São Luís – MA, 25 de novembro de 2010.

SOFIA (= Sabedoria)

Nesta noite de Ano Novo

Extasio-me no jardim,

Vendo as constelações

Que pontilham o nosso céu.

Porém sinto o desejo do mel

Que provém das tuas ações,

Perfumadas de jasmim,

Na luz dos teus belos olhos.

Ó amada Sofia,

Angustio-me em tua ausência

Na saudade de ti, desejada

Consolo-me com tuas estrelas...

Oh! E quão belas são elas!

Assim, minha presença te aguarda,

Nos teus adjetivos e essência.

Aqui, aguardo-te. Sê bem-vinda!

São Luís – MA, 01 de janeiro de 2011.

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O FILÓSOFO

Colocando-se no caminho da ex-sistência,

O perplexo amigo da sabedoria reflete

Perante as novidades fenomênicas

Dadas na fluidez da realidade,

Em busca do fundamento a essência.

Faz-se racional, amante do saber,

Na busca da memória-verdade, procura

Que conhecida, pautará o seu agir

Numas, ética e política, sobre a realidade,

E nas estética e transcendência do viver.

O filósofo: ser humano a caminho,

Assume a sua autêntica presença

Ao resguardar sua tarefa em seu estilo.

Ser filósofo é ter peso sobre o mundo;

Pois já que é livre, tem missão de libertar,

Propiciando a alteridade dos "pessoais mundos".

São Luís – MA, 08 de agosto de 2011.

ETERNA VOZ

Lendo, por dentro, o livro da existência,

Uma singela pessoa,

Cultivado no tempo, foi o amor;

Irmanado amor, que brota da ternura,

Anunciando, da chama viva, o perene calor,

Nascido na Eterna Voz que ressoa

Encaminhando-nos na via da essência.

Ordem que vige nas entranhas da presença,

Legitimando a cruz plantada na vida;

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Imergindo adiante, na luz da Sabedoria, na

Verdade do dasein que cultiva sua rosa

Elevando-se rumo às alturas formosas,

Irradiantes de esplendor da parusia,

Rumando sobre a angústia perdida

Ao Amor, sentido pleno da vivência.

São Luís – MA, 07 de junho de 2012.

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POEMAS NUPCIAIS

Da lavra autoral de Antônio Jaspers Sodré

“ÉS JARDIM FECHADO, MINHA IRMÃ, NOIVA MINHA, ÉS

JARDIM FECHADO, UMA FONTE LACRADA. TEUS

BROTOS SÃO POMAR DE ROMÃS COM FRUTOS

PRECIOSOS” (Ct 4, 12-13)

.

AMANDA: 28 poemas àquela que é digna de ser amada

1-CERTEZA

Teus longos cachos de sereia

Emanam da pura beleza

Que resplandece em teu semblante,

No teu castanho olhar brilhante,

Quando tu pões nossa mesa,

E nosso sangue arde nas veias.

Você é admirável, minha princesa,

Pela feminilidade expressa nos teus atos,

Luzindo os teus valores pessoais

Como os magnos brilhos astrais;

Na mocidade dos teus anos,

Que põe no meu coração, tua chama acesa.

Você, querida, me completa,

Se nosso amor acontece em Deus,

De quem vejo a presença nos olhos teus:

Presença viva, que me desperta.

Acordo e Ele me traz você,

Com iluminada e venerável beleza;

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Também, Ele me dá tanta certeza,

Que, de fato, amo você.

2-TUA VOZ

Tua voz ecoa suavemente,

Por entre as paredes do meu coração;

Porque você é a grande lição

Que eu compreendo existencialmente.

É um som anímico,

Cheio de amor personalizante.

Fazendo o meu sangue ser vibrante,

E, assim, meu corpo é mais vívido.

Tuas palavras são o acontecimento da ternura,

Que me constituem um são amante,

Desde o teu ser cintilante,

De feminilidade, pura alvura.

Você habita no meu coração,

Bem para além das emoções,

Com tuas pessoais ações

Que compassam minhas vibrações.

Presente és tu em minha vida!

Do tempo, espero-te para a eternidade,

Pela divina bondade

Que Deus reflete em nossa lida.

3-NÓS

Envolto pelo frio do tempo,

Após a chuva que se foi,

Compreendo a necessidade da tua presença;

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Pois nesse frio da tua ausência

A saudade no meu coração dói

Quando muito de ti me lembro.

Quando voltarei a te ver?!

Estando contigo num encontro pessoal.

Na tua luz que de mim afasta o mal,

Para, no teu olhar, a tua alma eu ler.

Saudades de ti, tenho a todo o momento,

Recordando a magnificência do teu sorriso,

Pedindo a ternura do nosso abraço

Naquele amoroso laço

Que nos envolve: a divina brisa.

De ternura, amor e alento.

Porém, espero em breve estar aí

Vivendo no teu efusivo fogo,

Dando-te solícito, o meu afago

Neste “nós”, que se az assim.

4- AMADA MINHA

Você é muito meiga, menina!

Tanto, que teu belo sorriso...

Ah! O teu puro sorriso,

Este vem e me anima,

E carinhoso, acaricio teu rosto,

Sentindo o calor do teu rubor,

Que também diz o teu valor,

Este que me dá tanto gosto.

Tuas mãos são pombas preciosas:

Tesouros de paz e singeleza,

Pois tocam e curam, com delicadeza.

Assim, beijo essas joias mimosas.

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Boulevard de Inverno

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Ver o profundo do teu brilhante olhar

Faz-me penetrar no teu misterioso ser,

Percebendo o brilho vivo que me faz ter

Um pacífico amor, da imensidão do mar.

Escutar o fogo de tuas palavras

É passear no jardim do paraíso,

Esboçando no meu rosto o sorriso

Já que sinto o perfume que emana de tua alma.

Dialogar contigo é mergulhar no ser,

Receber o teu amor é vivacidade receber.

Minha querida! Minha amada!

5-O TEU SORRISO

Por que tanto admiro teu sorriso?

Admiro-o, pois ele é como um mimo

Que o bom Deus dá a minha existência,

Com o perfume de tua essência.

Teu cândido sorriso é um espiritual beijo,

Que transmite o teu meigo jeito;

Um beijo divino no meu coração

Que me envolve em afetuosa oração.

A graça do teu sorriso

Oh! Quão encantador é isso!

Muito mais é esplêndida

Junto ao teu olhar de luz serena.

Ah! O resplendor do teu riso

Exprime teu pessoal brilho;

E o meu coração a te amar

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Faz-se a ti como um lar.

6-RECORDAÇÃO

Lembrar de ti, na distância,

Faz emergir meu amor

Perante o teu valor,

Enchendo-me de esperança.

Recordar o teu jeito de ser,

Traz alegria ao meu coração

Que pulsa na tua canção,

Mesmo sem te merecer.

Pensar em ti é logo te sentir

Presente pelo amor no meu ser,

Pois a saudade de contigo viver

Pesa, profundo, perante o teu existir.

Você é dom, pessoa e canção,

É luz divina: cintilante poesia,

Bonita rosa que desabrocha com maestria,

Perfumando meu mundo com ternas mãos.

Penso em ti, em oração,

Agradecendo a tua pessoal existência;

Pois o Criador te mostrou a mim, na dura ausência;

E o meu amor frutificou na ação.

7-MENINA: MINHA ROSA

Hoje vi um casal de pombos no jardim,

E a saudade bateu, do nosso amor

Lembro-me de ti e sinto o ardor

Com o teu cheiro de jasmim.

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Boulevard de Inverno

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O nosso amor está aceso em nosso ser

E os teus doces beijos, bem anseio,

Sentindo, no meu peito, os teus seios

Com a alegria de você nos braços ter.

Meu coração bate ansioso por estar

Com tua meiga presença,

Pois só quero é te amar.

Minha menina, você é a bela rosa,

A mais bonita flor do meu existir,

Singular flor, que se evola perfumosa.

8-AMAR É BOM

Quando eu te encontro

Estremeço de alegria;

Na superada ausência

Da tua feliz existência

Eu te chamo e tu vens.

Contigo quero dialogar,

Nesse evento amistoso,

Ouvir o teu canto saboroso,

Sentindo o teu peito ardoroso

Para no amor filosofar.

Bom é tomar firme, tuas mãos:

Suaves mãos de menina,

Apreciar tua candura tão linda!

Desvelando no teu ser a grande mina,

E em nosso chão: cheirosa floração.

Saudável é te dar meus ternos beijos,

Envolver-te com os meus abraços;

Estreitando mais e mais os nossos laços.

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Declamar-te os poemas que para ti faço,

E receber teu amor nos teus beijos.

Entro em êxtase ao mirar-te nos olhos,

Penetrando luminosamente no teu ser;

Encontrando o Mistério que vive em você,

Envolto no amor de só a ti receber:

O segredo sagrado na luz dos teus olhos.

9-PASSEIO

Passear contigo na rua deserta

Sob a luz do luar,

Com o nosso amor a pulsar,

Faz nossa senda mais certa.

Sentir teu puro calor,

Tomando tua virgem mão,

Tocando o pulsar do teu coração

Imerge-nos num forte ardor.

Trocarmos profundos olhares

Aproximando nossas faces

Traz-nos o frio dos amorosos vales

E a ternura das tuas doces maçãs.

Quando, nestes olhares cruzados,

As maçãs de nossos rostos se tocam,

O desejo de beijar-te então transborda,

Nesse encontro de mútuos amores.

E encerrando o nosso caminho,

Juntos, contamos estrelas,

Buscando no Amor, entendê-las,

Para construirmos nelas nosso ninho.

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10-ESPERANDO-TE I

Escutando os bem-te-vis a te chamar,

Do banco do jardim ouço os teus passos

Atritando em fértil terra teus pés tão raros;

E o meu coração fica ansioso a te esperar.

Tu chegas alegre, bela e cândida,

Saltando por entre as flores,

Estes ares exalam os nossos amores

E tua face logo aparece: paz esplêndida!

Tua voz é tão suave

Onde os teus versos viram canção

E palavras voam quais brandas aves.

E te esperando, vivo de amor,

Quando advéns na tua parusia:

Bela princesa inflama-me com o teu ardor.

11-ESPERANDO-TE II

Fico tão contente e é normal

Ao te reencontrar, minha menina,

Desde que a tua presença me anima,

Dando à minha alegria o aval.

Estar contigo me faz pessoa:

Faz-me genuíno ser humano.

No Amor, alma, coração que voa

Quando a tua canção no ar entoa.

Ah! Teus olhos vibrantes,

Melífluos vitrais na luz da alma,

Brilham muito mais que antes.

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Tua voz e eu te amando,

No calor do nosso abraço

Assim fico te esperando.

12-ENCONTRANDO-TE

O teu suave perfume me inebria,

Acariciando o leão dentro do meu coração,

Este romântico leão que te canta em canções

Ó musa que, os meus sentimentos, ilumina!

Quando caminho ao teu lado,

Sobre os paralelepípedos destas vias históricas,

Vejo a vizinhança entre amor e memória.

Pois estar contigo é o meu agrado!

Você, ó menina, irradia o meu dia

Estando contigo, nossa canção bela soa,

Pois nosso interpessoal amor nos guia.

Nossos encontros, singulares,

Reavivam as nossas almas,

Nossos corpos, nossos lares.

13-PODER TE AMAR

O teu lindo e iluminado

Sorriso enche-me de satisfação.

Vendo a saúde de tuas róseas maçãs

E o teu belo olhar delicioso.

Desejo sempre estar contigo

Quero-te intensamente, mas,

Verdadeiramente, quero te amar assim,

Na tua presença fundida a mim.

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Menina linda! Poder te amar

Faz-me ser mais pessoa e dá

Sabor à minha vida.

Poder te amar é te

Acolher, na liberdade de ser

O homem só de você.

14-ENTREGA

Quando miro a tua foto com nobre sorriso,

Vem à tona a lembrança de tua feminilidade

Que porta a tua amorosa sensualidade

A p nt deste “t u ” te da sua libe dade.

Menininha, tão meiga e linda!

A tua boca chama a minha para que te possua.

E fitando-te, minhas mãos tomam as tuas

E mesmo vacilando, quero-te, minha linda!

E ouço o meu coração compassado com o teu

Sentindo nosso sangue a ferver dentro de nós,

E o teu corpo se dando para o meu.

Assim, meu ser recebe satisfeito o teu

Ser tão formoso em teu corpo de mulher

Que o teu ser também fica sendo meu.

15-TUA ROSA: NOSSA FLOR

A tua rosa, intacta rosa,

Que eu a despetale

Acarinhando delicada flor

Singular flor que me dás com amor:

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Faça eu, evolar o perfume dessas pétalas,

Da tua roseira: tua e minha rosa.

Logo sabemos que é preciso cultivar a flor,

Fertilizando-a com a entrega no Amor,

A fim de que nasça o fruto de máximo valor.

16-ENCONTRO

Minha menina –mulher,

Protagonista dos meus saudosos sonhos

Vindo singela, revestida de encantos,

Ornada como a justa Rainha Ester.

Teu corpo, fadado à fugacidade do tempo,

Deixa transparecer em teu sorriso e olhar

A sabedoria de tua alma, imensurável como o mar.

Como é casto, receber-te num abraço,

Desvelando tua beleza latente, em ato;

Personalizando-te quando me entrego no Amor.

Assim, em teus áureos cabelos perfumados,

Nossos seres se tornam alados,

Em nosso encontro que a humanidade prolongou.

17-MENINA

Viajo na essência do teu perfume,

Exalado do inocente-apaixonado sorriso

Que brota do teu jovial espírito,

Expresso em teu belo rosto nestes brilhantes olhos que

me

[alcançam.

Sim, a tua alma voo alça,

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Até se unir ao meu espírito,

Que responde em minha face, em sorriso;

Inebriando-me em tua beleza e teu perfume.

Na minha memória se eterniza

Tua imagem, ó virgem desabrochante,

Pois o carinho oriundo dos teus olhos

Grafou com fogo teu nome em meu coração.

Portanto, meus intimidados olhos apreendem tua ação,

Projetando meu espírito em teu ser, além dos olhos

Como sigilo, no teu coração, marcante,

Pois só assim que a paixão ameniza.

Menina, esposa dos sonhos,

Se contigo estou, nos teus sonhos,

Singelamente suporto tua lembrança,

Ó Menina.

18-UMA NOITE

Lembro uma daquelas noites:

Inesquecíveis noites!

Contigo, naquela pracinha linda,

Encimados pela lua com as estrelas

Aquela amizade bonita,

Emoldurada por tuas louras guedelhas.

Foi bom te encontrar

E contigo dialogar,

Naquela noite de dezembro,

Sentir tua presença intimativa

Expressa em tua face alva e rubra,

Que dá uma saudade que cativa.

Sim, a tua voz era suave melodia,

Nela se atualiza a alegria...

Num puro abraço tão sincero,

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Que move ao diálogo amistoso.

E mesmo separados no espaço,

Nem este nos afasta do ser, nem o tempo.

19-ILUMINAÇÃO

Inumeráveis tardes,

Percorri as sendas da reserva

E subi o íngreme monte,

Para dali contemplar o pôr do sol

Vendo com angústia o arrebol,

Com tristeza que prenuncia a morte

Do Amor sofrendo sem reserva,

Numa certa tarde sobre a relva.

Meu ser, iluminado em tal luz,

Que irradia sobre o ser da amada:

Virgem pura, amada e iluminada,

Amada como esposa, amiga e irmã,

Imerso nela, sou Dele o irmão.

Na alegria dela, saio do meu nada.

Ela é minha mãe e mestra amada,

Que acende em meu peito uma alvorada.

Entristeço-me se firo o seu coração,

Com a emanação de fogo do temperamento,

Mas recebo novamente a paz, no seu perdão,

E no valoroso abraço, que experimento.

Sinto o paraíso ao fitar seus ternos olhos,

Cintilantes no seu casto e belo rosto,

Donde irradia seu puro ser, no olhar,

Sentindo o seu afago no meu rosto.

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20-AUSÊNCIA

Como sei que mais te amo,

Ainda que distante de você.

Quando a chama do peito te chama,

Com terna saudade a arder.

Desejo novamente te encontrar!

Viver o Eu-Tu, em tua presença.

Totalmente contigo, quero estar,

Aquecendo a frieza da ausência.

21 AMADA ESPOSA

Quando o céu noturno estiver vermelho

E as estrelas se esconderem atrás da lua,

Saberei logo que é sinal de chuva,

E o frio me fará te aguardar ansioso.

Em meu coração escuto os teus passos,

No teu advento, convocando-te da tua ausência,

Pois sou feliz com tua presença,

Quando juntos caminhamos lado-a-lado.

Querida noiva, tua face gloriosa,

E o candor do teu terno abraço,

Preenchem os meus olhos com tua glória...

Amada esposa, em teu pessoal valor,

No existencial diálogo que perfaz tua história,

Sou mais pessoa na dignidade do Amor.

22-NOSSA CANÇÃO

Você, minha princesa,

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Que faz a minha chama acesa,

No calor da tua ternura,

Em teu corpo e formosura.

Irmã, amiga, esposa amada,

Mulher de inteligência alada.

Ao teu semblante angelical

Prendem-me teus beijos,

Ao teu corpo em que te vejo

Por nosso amor tão divinal.

Em tuas cheirosas madeixas cacheadas,

Fazendo a nossa união, bela e sagrada.

Com o meu “c mb i de c das”,

Escuto o pulsar do teu coração:

Fazendo do amor esta ação,

Escrevendo esta canção.

23-A ROSA AMADA

Quero te oferecer muitas rosas,

Perfumadas rosas sem espinhos,

Para te dizer que és uma bela rosa:

Humana rosa no meu caminho.

O teu perfume é um bálsamo,

Pois teu serviço alivia as dores.

Também digo que te amo,

Na sapiência dos sabores.

Estas mãos que cuidam de belas flores,

Mesmo terrenas, perfumam-se de amor,

Com o puro odor destas flores.

Ó, amada sa, única “Amanda”,

Dedico-te o poema, palavra que encanta,

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O fogo do sangue na dignidade de ser amada.

24-SENDAS DE AMOR

Eu tanto queria te dizer: amo-te!

Portanto com inebriados olhos, a ti chamo,

E não te faças de olvidada, minha querida.

Vem a mim e serás o grande amor da minha vida!

E assim, firme, tomo-te em minhas mãos,

Sussurrando em teu ouvido esta canção;

Quando teus lábios úmidos vêm os meus encontrar,

E meus braços acorrem em te abraçar.

A chama viva logo se acende em nosso ser,

Quanto ao meu, anela por viver;

Com o meu morrer, fazer-te mais viver.

Querida, minha luz, quero te dar plena vida,

Mas sem o Vivo Amor, não levo em paz essa sina,

Para na eternidade, encontrarem-se as nossas vias.

25-ENCONTRO

Passeando no alvorecer praiano,

Encontrava-me só com Deus e a physis;

Então, meu coração almejava a amada,

Minha companheira, alegria da alma.

Da solidão na beleza, grita a hybris,

Pela presença da amada me ajudando.

- Ó amada, como te quero junto a mim!

Pois sozinho, não alcanço o meu fim...

Não me deixes, na solidão, assim!

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Logo, ela chega: a minha rosa,

Vem elegante, mulher que chega com a aurora.

Sorrindo em sua feminina pureza,

E, correndo, ela vem e dá o ar de sua beleza...

Em nosso abraço, parte da solidão se vai embora,

Aí há o amor: essência maravilhosa!

-Ó meu amado, corri com os raios da luz.

Para os teus braços, o vivo amor me conduz...

Não mais sozinhos, pois a unidade reluz!

26-MINHA CANÇÃO

Ouço pássaros cantando,

Em meio às frondes de árvores...

E os jasmineiros exalando

Cheiro, os seus perfumes...

Imerso neste natural silêncio,

Escuto o compasso do meu coração...

Da matinal brisa, sinto o alento,

E da harmonia universal, ouço a canção.

E neste estar a sós em meio ao mundo,

Encontro o silêncio, de Deus oriundo,

Que, na consciência, fala, profundo.

E o meu humano coração,

Batendo, vivencia a recordação,

Da pessoa amada: minha canção.

27-LINDA AMIZADE

Ó linda menina,

Mal eu lembro o dia

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Em que primeiro te vi;

Mas, sei agora,

Não me esquecerei do jeito

Terno que em tua presença vi.

No teu risonho olhar,

Por teu puro carinho,

Na tua beleza e olor,

Sinto-me encantado,

Vou ficando ao teu lado,

Para ouvir o teu recado!

De te escutar, muito gosto;

Mas andando ao teu lado,

Enlaçados nossos braços,

Segurando em tua mão,

Conhecendo-te aos poucos,

Acolho-te no meu coração.

Para não te magoar,

Dou-te a minha proteção

Junto com minha estima;

Mas por nobre decisão,

Portando-se como um irmão

Aprecio teus bons modos,

E tua sede do saber.

Desejo-te muito sucesso

E alegria de viver!

Almejo tua constante amizade.

Alegria no meu ser!

28-AMADA

Ó amada, quantas saudades de ti!

Por que não te encontro neste aquém?!

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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Ó boa donzela, ver-te me faz bem.

Como fazer, para encontrar-te aqui?

Ó companheira, tão singela e feminina,

Admiro-me da tua extroversão e cultura...

Poética letra, cheia de vida...

Teu sorriso e teu olhar portam candura.

Ó amada, sob a sombra de Deus!

Dá-me a graça dos sorrisos teus,

E a tua companhia: valor meu!

Ó admirada e esplêndida amada,

Da tua presença, faça-me a graça!

Nesta via, minha arte te abraça.

Bragança-PA

Antônio Jaspers Sodré

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Jonas Matheus Sousa da Silva

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Paulo de Tarso. Belém e suas histórias: de Veneza

paraense a Belle époque. 2. Ed. Belém: Ed. Do autor, 2004.

BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Lisboa: Ed. 70,

1991.

_______. Carta sobre o humanismo: carta a Jean Beaufret (Paris).

5.ed. Lisboa: Gimarães Ed., 1998.

SILVA, Jovêncio Oliveira da. Congresso do Apostolado da

Oração.Disponível.em:<http://www.webartigos.com/arti

gos/congresso-do-apostolado-da-oracao/83226/>. Acesso em: 25 abr.

2014.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.......................................................................5

APRESENTAÇÃO............................................................................9

.................................11

.................................................29

......................................41

................................................57

.................................................67

.............................................................81

• OEMAS NU CIAIS: Da lav a aut al de Antônio Jaspers

Sodré....................................................................................................91

REFERÊNCIAS.............................................................................111