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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Outubro 2012

Volume 6 | Número 4

Boletim Regional do Banco Central do Brasil Brasília v. 6 n. 4 out. 2012 p. 1-129

ISSN 2175-9278CNPJ 00.038.166/0001-05

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Boletim Regional do Banco Central do BrasilPublicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (e-mail: [email protected]):

Região Norte – Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belém (e-mail: [email protected]);

Região Nordeste – Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Recife (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Salvador (e-mail: [email protected]);

Região Centro-Oeste – Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]);

Região Sudeste – Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo (e-mail: [email protected]);

Região Sul – Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba (e-mail: [email protected]), Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre (e-mail: [email protected]).

Informações sobre o BoletimTelefone: (61) 3414-1009;Fax: (61) 3414-2036.

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v. 6, n. 4.

Controle Geral de Publicações

Banco Central do BrasilSecre/Comun/CogivSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 1º andarCaixa Postal 8.67070074-900 Brasília – DFTelefones: (61) 3414-3710 e 3414-3567Fax: (61) 3414-3626E-mail: [email protected]

Tiragem: 630 exemplares

Convenções estatísticas

... dados desconhecidos. - dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente. 0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. * dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último.A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou ainda, se especificado no texto, ano-safra, ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Central de Atendimento ao Público

Banco Central do BrasilSecre/Comun/DiateSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 2º subsolo70074-900 Brasília – DFDDG: 0800 9792345Fax: (61) 3414-2553Internet: <http://www.bcb.gov.br>

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Sumário

Apresentação 5

Sumário executivo 7

Região Norte 9

Região Nordeste 15

Bahia 21 Ceará 27 Pernambuco 33

Região Centro-Oeste 39

Região Sudeste 45

Minas Gerais 51 Rio de Janeiro 57 São Paulo 63

Região Sul 69

Paraná 77 Rio Grande do Sul 83

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais 91

Boxes

Impacto das Alterações Demográfi cas sobre a Taxa de Desemprego 95 Economia Pernambucana: estrutura produtiva e evolução recente 100 Índice de Atividade Econômica Regional: revisão e ampliação das informações utilizadas 105 Avaliação dos Indicadores de Condições de Crédito 110 Desempenho Recente das Exportações 115

Apêndice 123

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Apresentação

O “Boletim Regional do Banco Central do Brasil” é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil (BCB) que apresenta as condições da economia por regiões e alguns estados do país. Sob o enfoque regional, enfatiza-se a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da autoridade monetária sobre os diferentes entes da Federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais.

As análises e as informações do “Boletim Regional” buscam oferecer à sociedade – em particular, a gestores de política econômica nas esferas subnacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores, e profi ssionais de imprensa – elementos que contribuam para identifi car a forma e, especialmente, a magnitude de repercussão, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da instituição.

O “Boletim Regional” analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e os estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfi ca das representações do Banco Central do Brasil, infl uenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões onde existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises para os estados nos quais se encontram as representações.

Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem

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os órgãos e os institutos de âmbito nacional, destacadamente o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) e os entes da Administração direta. Em alguns casos foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central do Brasil.

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Sumário executivo

A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre do ano, refl exo da robustez da demanda doméstica, haja vista a contribuição negativa do setor externo.O ritmo de atividade tende a se intensifi car neste semestre e no próximo ano, com alguma assimetria entre os diversos setores. Nesse contexto, de um lado, apresentam-se os efeitos desfavoráveis de eventos vindos de um complexo ambiente internacional, que se transmitem para a economia brasileira, entre outros canais, via confi ança e fl uxos de comércio exterior e de investimentos; de outro, tendem a prevalecer os efeitos favoráveis de impulsos monetários, fi scais e creditícios introduzidos na economia.

A economia da região Norte registrou expansão de 0,7% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando recuara 0,5%, no mesmo tipo de comparação, considerada a série dessazonalizada do IBCR-N. Houve melhora no mercado de trabalho e manutenção do dinamismo das vendas varejistas. No que se refere à indústria, a produção na região Norte recuou 0,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando declinara 2,9% no mesmo tipo de comparação, considerados dados sem sazonalidade da Produção Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).

A atividade econômica da região Nordeste tem crescido em meses recentes, evolução expressa, entre outros indicadores, pelo comércio varejista e pela produção industrial. A expansão trimestral das vendas no varejo atingiu 2,6% em agosto, patamar semelhante ao registrado no trimestre encerrado em maio, enquanto a produção industrial experimentou variações respectivas de 1% e 0,9%, nos períodos considerados. Nesse cenário, o IBCR-NE elevou-se 1,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

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A economia da região Centro-Oeste manteve ritmo de crescimento moderado no trimestre encerrado em agosto. A produção industrial recuou e a agrícola cresceu, assim como as vendas do comércio. Nesse sentido, a variação trimestral do IBCR-CO atingiu 0,4% em agosto, em relação ao trimestre encerrado em maio, quando crescera 0,6%.

O Sudeste apresentou ligeira aceleração do ritmo de crescimento no trimestre encerrado em agosto, desempenho favorecido pela expansão da atividade varejista e da agrícola, bem como pela interrupção da tendência declinante da atividade industrial observada no período recente. Nesse cenário, o IBCR-SE variou 1% no período, em relação ao trimestre fi nalizado em maio, quando aumentara 0,5%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

O desempenho da economia da região Sul no trimestre encerrado em agosto evidenciou a manutenção do dinamismo dos mercados de trabalho e de crédito Nesse cenário, o IBCR-S registrou crescimento de 4,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando havia decrescido 2,8%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.

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1Região Norte

A região Norte manteve ritmo moderado de expansão no trimestre encerrado em agosto, com crescimento da atividade varejista e resultados positivos no mercado de trabalho. O IBCR-N variou 0,7% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando recuara 0,5%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. A análise em doze meses aponta crescimento da atividade de 3,4% em agosto, ante 3,9% em maio.

As vendas do comércio varejista na região Norte cresceram 1,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando haviam aumentado 2,5%, nas mesmas bases de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). Roraima registrou a maior expansão do período, 6,1%, seguido por Rondônia, 5,9%, Amapá, 4,4%, Acre, 3,4%, e Pará, 0,8%, contrastando com o recuo de 2% nas vendas no Amazonas. Considerando-se o comércio ampliado, que incorpora as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, a expansão atingiu 4,1% no trimestre, ante 3,1% no trimestre anterior.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo aumentaram 9% em agosto, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante 8,5% em maio. Verifi caram-se elevações nas vendas em todos os estados da região, destacando-se Roraima, 22,1%, Tocantins, 17,5%, e Pará, 9%. Na mesma base de comparação, o comércio ampliado registrou incremento de 6,7%.

A produção industrial na região Norte recuou 0,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando declinara 3,1% no mesmo tipo de comparação, considerados dados sem sazonalidade da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE. Observaram-se resultados negativos em seis das dez atividades pesquisadas no Amazonas, com destaque para refino de petróleo e álcool, 42,7%, equipamentos

75

90

105

120

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Norte Pará Amazonas Brasil

Gráfico 1.3 – Índice de volume de vendas no varejoDados dessazonalizados2011 = 100

Fonte: IBGE

75

85

95

105

115

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Restrito AmpliadoFonte: IBGE

Gráfico 1.2 – Comércio varejista – NorteDados dessazonalizados2003 = 100

120

130

140

150

160

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-N

Gráfico 1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NorteDados dessazonalizados2002 = 100

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de transportes, 13,3%, e material eletrônico, 0,5%, em oposição aos aumentos respectivos de 44,3% e de 14,8% nos segmentos máquinas e equipamentos e alimentos e bebidas. Na indústria do Pará, ressalte-se o recuo de 7,1% na metalurgia básica.

Avaliando-se o período de doze meses, a indústria da região registrou retração de 0,8% em agosto, ante crescimento de 2,1% em maio. Por atividades, em agosto houve retração de 1,7% na indústria de transformação, com recuos de 10,6% no segmento outros equipamentos de transportes e de 3,2% no de material eletrônico, na indústria do Amazonas. A indústria extrativa da região variou 0,1% no período.

A evolução dos indicadores da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) ratificou a desaceleração da produção industrial na região medida pela variação nos últimos doze meses. Nesse sentido, o faturamento nominal das vendas da indústria, após registrar expansão de 10%, no período encerrado em maio, em relação a igual período do ano anterior, cresceu 6,6% em agosto, na mesma base de comparação. Assinale-se que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria de transformação atingiu 81,2% em agosto, ante 80,6% em maio e 81,7% em agosto de 2011.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas na região totalizou R$81,4 bilhões em agosto, aumentando 4,8% no trimestre e 23,7% em doze meses. A carteira de pessoas físicas atingiu R$44,3 bilhões, com crescimentos respectivos de 3,9% e de 27,8% nas bases de comparações mencionadas, destacando-se as modalidades de crédito pessoal consignado, fi nanciamentos a veículos e empréstimos habitacionais. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$37 bilhões em agosto, elevando-se 5,9% no trimestre e 19,6% em doze meses, com ênfase nas contratações dos segmentos de serviços públicos exceto saúde e educação, comércio e construção.

A taxa de inadimplência das operações de crédito atingiu 5,1% em agosto, ante 4,8% em maio, registrando-se redução de 0,3 p.p. no segmento de pessoas físicas e aumento de 1,2 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas respectivas de 5,6% e 4,6%.

Os governos dos estados, das capitais e dos principais municípios da região Norte apresentaram superávit primário de R$1,5 bilhão no primeiro quadrimestre do ano, ante R$1,6 bilhão em igual período de 2011. A retração

Tabela 1.2 – Produção industrial – ParáGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 5,0 -4,1 0,8

Indústria extrativa 50,0 7,9 -1,0 0,0

Indústria de transformação 50,0 0,6 -3,7 1,6

Metalurgia básica 29,0 -0,1 -7,1 1,3

Alimentos e bebidas 9,0 -6,5 7,8 12,0

Celulose e papel 5,0 3,4 2,7 -1,0

Minerais não metálicos 4,8 12,7 -8,2 1,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

100

110

120

130

140

150

160

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

Brasil NorteFonte: IBGE

Gráfico 1.4 – Produção industrial – NorteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Tabela 1.1 – Produção industrial – AmazonasGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -4,3 0,4 -2,2

Indústria extrativa 2,5 -3,3 1,3 0,7

Indústria de transformação 97,9 -8,0 2,2 -2,2

Material eletrônico 26,6 -9,3 -0,5 -3,2

Alimentos e bebidas 18,4 5,0 14,8 11,3

Equipamentos transporte 15,9 -11,6 -13,3 -10,6

Máquinas e equipamentos 8,1 -22,4 44,3 -10,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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anual de 5,6% refl etiu o declínio de 25,9% no superávit dos governos estaduais, parcialmente compensados pelos resultados das capitais e dos demais municípios, que passaram de défi cit de R$12 milhões e de R$58 milhões, respectivamente, para superávit de R$284 milhões e de R$1 milhão, na mesma ordem.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$537 milhões, ante R$359 milhões no primeiro quadrimestre de 2011. Assim, o resultado nominal registrou superávit de R$1 bilhão no período, ante R$1,2 bilhão nos quatro primeiros meses de 2011.

A dívida líquida dos estados, da capital e dos principais municípios da região totalizou R$5,3 bilhões em abril, recuando 15,6% em relação a dezembro de 2011 e passando a representar 1,1% do endividamento de todos os estados, capitais e principais municípios do país, ante 1,3% ao fi nal do ano passado.

A safra de grãos da região para 2012 está estimada em 4,5 milhões de toneladas, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, do IBGE. Esse desempenho, 4,6% superior ao resultado de 2011, refl ete, em grande parte, estimativas de aumentos nas produções de soja, 12,2%, e de milho, 11,1%, totalizando, respectivamente, 2,1 e 1,5 milhões de toneladas, mitigadas pela redução de 15,5% projetada para a safra de arroz. Entre as demais culturas com maior importância econômica para a região, estão estimados aumentos para as produções de abacaxi, 12%, de banana, 1,4%, e de cacau, 6,8%, além de redução de 0,8% para a colheita de mandioca.

De acordo com o Primeiro Levantamento de Intenção de Plantio da Safra 2012/2013 realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado em outubro, a produção de grãos da região deverá situar-se entre estabilidade e queda de 0,5%. Esse resultado incorpora projeções de crescimento de 0,9% a 1,5% para a colheita de soja e quedas de 3,1% a 3,7% para a de arroz, e de 1,2% a 1,7% para a safra de milho.

De acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os abates de bovinos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) aumentaram 0,8% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011. As exportações de carnes desossadas de bovinos registraram, conforme estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), crescimento de 47,1% no período.

Tabela 1.5 – Necessidades de financiamento –Região Norte1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Total -1 651 -1 559 359 537

Governos estaduais -1 721 -1 274 357 534

Capitais 12 -284 2 2

Demais municípios 58 -1 1 0

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 1.4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Região Norte1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Total 6 307 -1 559 537 -1 022 39 5 324

Governos estaduais 6 987 -1 274 534 -740 34 6 281

Capitais -389 -284 2 -282 5 -666

Demais municípios -290 -1 0 -1 0 -291

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 1.3 – Dívida líquida – Região Norte1/

ComposiçãoR$ milhões

Região Norte 2010 2011 2012

Dez Dez Abr

Dívida bancária 5 415 5 766 5 664

Renegociação2/ 4 447 4 049 4 224

Dívida externa 1 632 1 676 2 097

Outras dívidas junto à União 54 32 30

Dívida reestruturada 277 286 275

Disponibilidades líquidas -3 918 -5 501 -6 966

Total (A) 7 907 6 307 5 324

Brasil3/ (B) 471 548 490 959 487 842

(A/B) (%) 1,7 1,3 1,1

2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP n° 2.185/2000.3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

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A balança comercial da região registrou superávit de U$411 milhões nos nove primeiros meses do ano, ante US$4 bilhões em igual período do ano anterior, de acordo com o MDIC. As exportações decresceram 17,6%, para US$12,6 bilhões, principalmente em função da queda do índice de preços, 16,7%, enquanto as quantidades embarcadas variaram -0,8%. As importações totalizaram US$12,2 bilhões no período, aumento de 7,9%, composto de variações de 6,5% nos preços e de 1,4% no quantum.

O desempenho das exportações traduziu recuos em todas as categorias de fator agregado, em especial nos produtos básicos, 19,4%, ressaltando-se a diminuição de 29,2% nos embarques de minérios de ferro e nos semimanufaturados, 17,8%, com ênfase para alumínio em bruto, 25%. China, Japão, Estados Unidos da América (EUA), Alemanha e Coreia do Sul adquiriram, em conjunto, 52,7% das vendas externas da região no período.

No período analisado, houve aumentos em todas as categorias de uso importadas, em especial nas compras de bens de capital, 14,6%, e de matérias-primas, 5,3%. Assinalem-se, no período, os aumentos respectivos de 80,6% e de 40,8% nas aquisições de conjuntos cabeça-disco de unidade de disco rígido montados e de outras partes para aparelhos de transmissão/recepção de voz, imagem e dados. As importações provenientes da China, EUA, Coreia do Sul, Japão e Taiwan representam, em conjunto, 74,6% das compras externas da região nos nove primeiros meses de 2012.

Os indicadores do mercado de trabalho na região Norte apontaram evolução favorável na margem. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados 30,8 mil novos empregos formais no trimestre encerrado em agosto, ante 9,7 mil vagas registradas no trimestre fi nalizado em maio e 39,7 mil em igual período do ano anterior. Por setores, ocorreram 10,3 mil contratações líquidas na construção civil, 9,1 mil no setor serviços, 4,4 mil no comércio, 3,9 mil na indústria de transformação e 1,8 mil na agropecuária. O estado do Pará respondeu por 15 mil novas vagas, seguido por Rondônia, 5,7 mil.

Considerados períodos de doze meses, foram criados 52,3 mil novos postos de trabalho em agosto, redução de 33,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram criados 78,6 mil postos.

Tabela 1.6 – Produção agrícola – NorteItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Produção Variação %

2011 20121/ 2012/2011

Grãos 4 316 4 515 4,6 Arroz (em casca) 986 834 -15,5 Milho 1 347 1 497 11,1 Soja 1 862 2 089 12,2Outras lavouras Mandioca 7 575 7 512 -0,8 Banana 828 840 1,4 Abacaxi 316 354 12,0

Fonte: IBGE

1/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

90

100

110

120

130

140

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

Fonte: Mapa

Gráfico 1.5 – Abate de bovinos – NorteMédia móvel trimestralÍndice 2005 = 100

Tabela 1.8 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Norte Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 11 342 12 234 7,9 -1,2

Bens de capital 2 762 3 166 14,6 2,0

Matérias-primas 4 538 4 781 5,3 -3,2

Bens de consumo 3 352 3 531 5,3 0,2

Duráveis 3 136 3 266 4,2 -4,7

Não duráveis 217 265 22,2 7,5

Combustíveis e lubrificantes 689 756 9,7 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 1.7 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Norte Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 15 338 12 644 -17,6 -4,9

Básicos 11 511 9 278 -19,4 -5,4

Industrializados 3 827 3 366 -12,1 -4,6

Semimanufaturados 1 694 1 392 -17,8 -11,0

Manufaturados1/ 2 134 1 973 -7,5 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 13

Na série com ajuste sazonal, o nível de emprego formal cresceu 0,6% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando aumentara 0,4%, nesse tipo de comparação. Destacaram-se os aumentos respectivos de 2,5%, de 1,2% e de 1,1% registrados nos estados de Roraima, Amapá e Pará.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belém (RMB) variou 1,66% no trimestre fi nalizado em setembro, ante 1,44% no encerrado em junho. Houve desaceleração nos preços livres, de 1,39% para 1,32%, no período, e aceleração nos monitorados, de 1,59% para 2,92%, decorrente, sobretudo, de aumentos nos preços de energia elétrica, 5,54%, e de ônibus urbano, 9,99%, cujo impacto foi parcialmente neutralizado pela redução de 0,39% nos preços da gasolina.

O comportamento dos preços livres, no trimestre, refl etiu o efeito da desaceleração dos preços dos produtos comercializáveis, de 1,31% para 0,90%, decorrente, em grande parte, da diminuição de 4,70% nos preços de bebidas e infusões e de 2,33% nos de açúcares e derivados. Os preços dos bens não comercializáveis registraram alta de 1,90%, ante 1,50% no trimestre anterior, infl uenciados pelos aumentos nos preços de farinhas e féculas, 8,52%, alimentação fora do domicílio, 2,55%, e aluguel residencial, 1,85%. O índice de difusão, indicando maior disseminação dos reajustes de preços, atingiu 64,18% no trimestre encerrado em setembro, ante 61,61% no fi nalizado em junho.

A variação dos preços em doze meses até setembro situou-se em 6,14%, comparativamente à elevação de 4,93% até junho, com aceleração tanto nos preços livres, de 5,76% para 6,45%, quanto nos monitorados, de 2,43% para 5,38%. Ressaltem-se, no período, os aumentos dos preços nos grupos alimentação, 10,26%, despesas pessoais, 8,80%, e educação, 7,28%.

A economia da região Norte manteve ritmo moderado de expansão, ancorado no desempenho favorável do comércio varejista, que, por sua vez, foi benefi ciado pelo mercado de trabalho aquecido, em parte refl exo de políticas governamentais. Para os próximos trimestres, apresentam-se perspectivas favoráveis, inclusive com recuperação da indústria.

Tabela 1.9 – Evolução do emprego formal – NorteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 39,7 27,4 -15,6 9,7 30,8

Extrativa mineral 1,1 0,4 0,6 0,8 0,9

Indústria de transformação 12,0 2,5 -7,4 -3,3 3,9

Comércio 4,7 10,3 -3,5 2,0 4,4

Serviços 6,8 13,5 -1,0 6,9 9,1

Construção civil 12,8 1,3 -3,6 4,2 10,3

Agropecuária 2,3 -0,9 -0,8 -0,5 1,8

Outros2/ 0,1 0,4 0,2 -0,4 0,3

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui serviços industriais, administração pública e outros.

Tabela 1.10 – Evolução do emprego formal – NorteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

UF 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Região Norte 39,7 27,4 -15,6 9,7 30,8

Acre 1,6 -0,2 -1,0 1,2 1,3

Amapá 1,9 2,1 0,1 0,6 2,1

Amazonas 13,6 7,2 -8,0 -1,1 4,7

Pará 17,6 16,1 -4,3 6,7 15,0

Rondônia 3,0 -1,3 -1,7 -0,2 5,7

Roraima 0,5 1,4 -0,4 -0,2 1,3

Tocantins 1,4 2,1 -0,3 2,7 0,6

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

Tabela 1.11 – IPCA – BelémVariação %

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

Ano II Tri III Tri Ano

IPCA 100,0 4,74 1,44 1,66 4,79

Livres 78,6 5,49 1,39 1,32 4,61

Comercializáveis 44,8 4,65 1,31 0,90 2,17

Não comercializáveis 33,8 6,53 1,50 1,90 8,08

Monitorados 21,4 2,57 1,59 2,92 5,43

Principais itens

Alimentação 32,5 5,59 2,21 1,74 6,83

Habitação 12,2 0,42 1,46 2,41 5,68

Artigos de residência 5,5 0,15 -0,43 1,19 0,92

Vestuário 9,1 7,95 1,23 1,33 1,24

Transportes 13,5 4,03 -0,22 2,40 2,21

Saúde 10,6 4,34 2,20 1,23 4,79

Despesas pessoais 8,1 7,59 3,39 1,45 7,70

Educação 4,6 7,31 -0,16 0,74 7,43

Comunicação 4,0 -0,48 -0,20 0,28 -0,11

Fonte: IBGE

1/ Referente a junho de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 15

2Região Nordeste

A atividade econômica na região Nordeste se recuperou nos meses recentes, evolução expressa, entre outros indicadores, pelo comércio varejista e pela produção industrial. Nesse cenário, o IBCR-NE aumentou 1,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. O indicador aumentou 2,9% acumulados doze meses até agosto e 3,1% nos oito primeiros meses do ano, ambos relativamente a igual período do ano anterior.

As vendas do comércio varejista cresceram 2,6% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando haviam aumentado 2,4%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Destacaram-se, no trimestre, as elevações nas vendas de livros, jornais, revistas e papelaria, 23,2%, e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, 8,9%. No comércio ampliado, incorporadas as variações respectivas de 27,6% e de 2,2% nos segmentos veículos, motos, partes e peças e material de construção, houve expansão de 7,6% no trimestre.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista cresceu 7,8% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 7,5% em maio. Destacaram-se as elevações nos segmentos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 14,9%, e móveis e eletrodomésticos, 14,4%. As vendas de material de construção e de veículos, motos, partes e peças aumentaram, respectivamente, 9,7% e 5,7%, contribuindo para que o comércio ampliado crescesse 7,4% no período.

A produção industrial cresceu 1% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando aumentara 0,9%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Ocorreram, no trimestre, aumentos em 5 das 11 atividades pesquisadas, com destaque para os relativos a refi no de

130

135

140

145

150

155

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-NE

Gráfico 2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NordesteDados dessazonalizados2002 = 100

80

90

100

110

120

130

140

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.2 – Comércio varejista – NordesteDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 2.1 – Comércio varejista – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 7,3 2,4 2,6 7,8

Combustíveis e lubrificantes 6,5 4,5 0,5 10,2

Híper e supermercados 2,1 2,9 0,9 4,4

Móveis e eletrodomésticos 19,6 1,2 5,3 14,4

Eq. e mat. para esc., inf. e com. -18,3 13,3 2,9 7,4

Comércio ampliado 6,1 1,9 7,6 7,4

Automóveis e motocicletas 4,0 -4,0 27,6 5,7

Material de construção 3,5 5,0 2,2 9,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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16 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

petróleo e produção de álcool, 11,1%, celulose, papel e produtos de papel, 2,8%, e de alimentos e bebidas, 2,1%.

O crescimento da indústria atingiu 0,5% no período de doze meses terminado em agosto, em relação a igual intervalo do ano anterior, registrando-se recuo de 2,4% na indústria extrativa e expansão de 0,7% na de transformação, com ênfase no desempenho dos segmentos produtos químicos, 7,9%, minerais não metálicos, 4,7%, celulose, papel e produtos de papel, 3,1%, e alimentos e bebidas, 2,5%.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil atingiu R$272 bilhões em agosto, elevando-se 3,5% no trimestre e 25,6% em doze meses. Os empréstimos a pessoas jurídicas somaram R$135 bilhões, expandindo-se 2,5% e 17,9%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação, com ênfase nos créditos destinados às atividades transmissão e distribuição de energia elétrica, indústria química e refi no de petróleo e álcool. As operações contratadas no segmento de pessoas físicas totalizaram R$137 bilhões, aumentando 4,6% no trimestre e 34,2% em doze meses, com destaque para as modalidades crédito consignado, fi nanciamento a veículos e empréstimos habitacionais.

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 4,3% no trimestre, variando -0,06 p.p. em relação a maio e 0,87 p.p. em doze meses. A evolução trimestral decorreu de variações respectivas de 0,03 p.p. e -0,17 p.p. nos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que registraram, na ordem, taxas de 2,4% e 6%.

O superávit primário dos governos estaduais, das capitais e dos principais municípios do Nordeste atingiu R$2,8 bilhões nos quatro primeiros meses de 2012, reduzindo-se 43,4% em relação a igual período do ano anterior. Por esfera de administração, ocorreram reduções respectivas de 46,2% e 43,7% nos superávits das capitais e dos governos estaduais e crescimento de 111,7% no resultado dos demais municípios considerados na região.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$2 bilhões no período, dos quais R$1,9 bilhão na esfera estadual. O superávit nominal totalizou R$0,8 bilhão no quadrimestre, reduzindo-se 76,5% em relação a igual período de 2011.

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios da região totalizou R$32,3 bilhões em abril, recuando 1,6% em relação a dezembro de 2011 e passando a representar 6,6% do endividamento regional.

110

115

120

125

130

135

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Brasil Nordeste

Gráfico 2.3 – Produção industrial – NordesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

0

10

20

30

40

50

Ago 2010

Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Nordeste1/Variação % em 12 meses

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.2 – Produção industrial – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 0,9 1,0 0,5

Indústria extrativa 6,3 0,2 -1,8 -2,4

Indústria de transformação 93,7 1,2 1,2 0,7

Alimentação e bebidas 27,4 1,1 2,1 2,5

Produtos químicos 18,0 4,2 1,6 7,9

Refino de petróleo e álcool 15,3 1,7 11,1 -5,0

Celulose, papel e produtos de papel 5,6 4,1 2,8 3,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 17

As dívidas renegociadas/reestruturadas com a União representaram 74,9% do endividamento líquido em abril de 2012.

A safra de grãos da região deverá somar 12,7 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE, representando 7,8% da produção nacional. A projeção de recuo anual de 13% refl ete o impacto de fatores climáticos adversos, que determinaram retração de 60,2% na safra de feijão. Entre as demais culturas, ressaltem-se os recuos nas colheitas de cana-de-açúcar, 0,9%, banana, 5,9%, e mandioca, 12,3%.

A balança comercial da região registrou défi cit de US$4,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano, ante US$3,6 bilhões em igual período de 2011, de acordo com estatísticas do MDIC. As exportações somaram US$13,7 bilhões, e as importações, US$17,9 bilhões, elevando-se, na ordem, 1,2% e 4,2%.

O desempenho das exportações, com variações de -3,6% nos preços e de 5,1% no quantum, refl ete expansões de 7,3% nas vendas de manufaturados, em especial de hidrocarbonetos e seus derivados halogenados, 19,2%, e de óleos combustíveis, 9,4%, e de 7,1% nas relativas a produtos básicos, com ênfase no desempenho das associadas a algodão em bruto, 52,5%, e soja, mesmo triturada, 19,7%. Em oposição, os embarques de semimanufaturados, refl etindo a redução de 18,9% nos relacionados a açúcar de cana em bruto, recuaram 12,8% no período. Entre os principais produtos, EUA, China, Holanda, Argentina e Antilhas Holandesas adquiriram, em conjunto, 48,2% das vendas externas do Nordeste.

O aumento das importações evidenciou, em especial, o impacto da elevação de 8% no quantum, neutralizado parcialmente pelo recuo de 3,5% nos preços. Ocorreram expansões respectivas de 29,5% e 11,3% nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes e de bens de consumo, e decréscimo de 7,7% nas relativas a matérias-primas. As importações de bens de capital recuaram 9,1% no ano. Destacaram-se, nas distintas categorias de produtos, as variações nas aquisições de óleo diesel, 13,8%, veículos automotores, 7,5%, e naftas para petroquímica, -3,8%, e eletrogeradores para energia eólica, -45,2%. Os produtos provenientes dos EUA, China, Argentina, Índia e Holanda representaram, em conjunto, 48,1% das importações no período.

O mercado de trabalho do Nordeste registrou a criação de 73,2 mil empregos formais no trimestre encerrado

Tabela 2.3 – Dívida líquida – Nordeste1/

ComposiçãoR$ milhões

Região Nordeste 2010 2011 2012

Dez Dez Abr

Dívida bancária 8 262 10 309 10 341

Renegociação2/ 25 303 23 313 23 437

Dívida externa 4 159 5 080 6 332

Outras dívidas junto à União 169 101 86

Dívida reestruturada 781 805 774

Disponibilidades líquidas -7 051 -6 759 -8 632

Total (A) 31 624 32 848 32 338

Brasil3/ (B) 471 548 490 959 487 842

(A/B) (%) 6,7 6,7 6,6

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2185/2000.3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 2.4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Nordeste1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Total 32 848 -2 776 1 966 -809 300 32 338

Governos estaduais 32 176 -2 375 1 890 -485 108 31 799

Capitais 183 -358 33 -325 191 50

Demais municípios 489 -43 44 1 0 490

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.5 – Necessidades de financiamento – Nordeste1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Total -4 902 -2 776 1 463 1 966 Governos estaduais -4 217 -2 375 1 358 1 890 Capitais -665 -358 53 33 Demais municípios -20 -43 52 44

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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18 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

em agosto, ante 127 mil em igual período do ano anterior, de acordo o Caged, do MTE. Esse recuo refl etiu, em especial, as reduções respectivas de 12,1 mil e 11,9 mil nas contratações líquidas no setor de serviços e na construção civil.

O nível do emprego formal cresceu 0,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, considerados dados dessazonalizados. Ocorreram aumentos em cinco dos oito segmentos pesquisados, com ênfase no registrado na atividade extrativa mineral, 1,1%.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Nordeste1 variou 1,55% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,18% no fi nalizado em junho, resultado de aceleração, de 1,08% para 1,93%, nos preços livres e de desaceleração, de 1,50% para 0,25%, nos monitorados, a destes evidenciando, em grande parte, os recuos nos itens gasolina, 1,98%, e energia elétrica residencial.

A evo lução dos p reços l iv res re f le t iu , fundamentalmente, a elevação de 1,92% nos preços dos itens comercializáveis, que haviam crescido 0,37% no trimestre fi nalizado em junho, ressaltando-se o impacto dos aumentos de preços em itens do grupo alimentação e bebidas, em especial, arroz, 16,41%, óleos e gorduras, 15,82%, e enlatados e conservas, 12,59%. A expansão dos preços dos bens não comercializáveis manteve-se estável em 1,92% no trimestre, destacando-se a elevação de 30,33% no item tubérculos, raízes e legumes.

O índice difusão do IPCA, sinalizando maior disseminação do processo infl acionário na região, atingiu 61,5% no trimestre encerrado em setembro, ante 59,7% no fi nalizado em junho.

Considerados períodos de doze meses, a variação do IPCA do Nordeste atingiu 5,74% em agosto, ante 5,30% em maio, registrando-se aceleração nos preços livres, de 5,62% para 6,50%, e desaceleração nos monitorados, de 4,54% para 3,55%.

A atividade na economia nordestina, mesmo sensibilizada pela retração da agricultura decorrente da seca que atingiu a região, seguiu em expansão no decorrer do ano. Essa evolução foi sustentada, em parte, pelo melhor desempenho do setor industrial, comparativamente ao

1/ Consideram-se as variações e os respectivos pesos das três regiões metropolitanas abrangidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Fortaleza, do Recife e de Salvador.

Tabela 2.6 – Produção agrícola – NordesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

(%) 2011 2012 2012/2011

Produção de grãos 14 599 12 706 -13,0

Soja 13, 51 6 228 6 097 -2,1

Milho 6, 79 5 041 4 616 -8,4

Feijão 5, 1 818 325 -60,2

Caroço de algodão (herbáceo) 4, 7 1 033 858 -16,9

Outras lavouras selecionadas

Cana-de-açúcar 18, 05 72 956 72 269 -0,9

Mandioca 6, 73 7 905 6 935 -12,3

Banana 5, 9 2 779 2 616 -5,9

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 2.8 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 17 162 17 883 4,2 -1,2

Bens de capital 2 534 2 304 -9,1 2,0

Matérias-primas 8 248 7 612 -7,7 -3,3

Bens de consumo 1 617 1 800 11,3 0,2

Duráveis 1 156 1 306 13,0 -4,7

Não duráveis 461 494 7,2 7,5

Combustíveis e lubrificantes 4 763 6 167 29,5 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.7 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 13 519 13 687 1,2 -4,9

Básicos 3 647 3 905 7,1 -5,4

Industrializados 9 872 9 782 -0,9 -4,6

Semimanufaturados 4 037 3 522 -12,8 -11,0

Manufaturados1/ 5 835 6 261 7,3 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 19

do restante do país. Importante destacar que a indústria nordestina é mais direcionada ao mercado nacional, que segue sustentado pela robustez do mercado de trabalho e pela expansão do crédito. As perspectivas para os próximos meses, em ambiente de recuperação da renda agrícola, sugerem intensifi cação do ritmo de atividade, em parte, refl exo de estímulos – monetários, fi scais e creditícios – recentemente introduzidos na economia.

Tabela 2.9 – Evolução do emprego formal – NordesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 127,0 139,4 -44,9 -28,7 73,2

Indústria de transformação 34,6 59,5 -31,2 -59,0 24,3

Serv. ind. de utilidade pública 1,6 0,2 0,1 0,1 -0,5

Construção civil 17,0 13,7 -7,3 6,8 5,1

Comércio 13,8 34,1 -3,1 4,9 6,6

Serviços 30,9 36,8 17,8 20,5 18,9

Agropecuária 28,1 -5,5 -21,2 -2,9 18,1

Outros2/ 1,0 0,6 0,0 0,9 0,8

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.10 – IPCA – NordesteVariação %

Discriminação Pesos1/ 2012

I Tri II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 1,27 1,18 1,55 5,74

Livres 77,6 1,32 1,08 1,93 6,50

Comercializáveis 41,0 -0,47 0,37 1,92 3,76

Não comercializáveis 36,5 3,32 1,86 1,92 9,56

Monitorados 22,4 1,10 1,50 0,25 3,55

Principais itens

Alimentação 26,1 1,02 2,54 3,79 11,01

Habitação 13,9 2,03 1,89 1,05 6,00

Artigos de residência 5,2 -0,36 -1,50 0,73 -0,51

Vestuário 7,9 -1,14 0,70 1,12 3,22

Transportes 18,8 0,84 -1,00 -0,07 0,30

Saúde 10,9 1,39 2,03 0,87 5,43

Despesas pessoais 8,5 2,82 2,62 1,82 9,84

Educação 4,2 6,88 0,37 0,64 8,13

Comunicação 4,5 -0,36 0,18 0,13 0,35

Fonte: IBGE

1/Referentes a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 21

Bahia

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado da Bahia cresceu 0,4% no trimestre encerrado em junho, em relação ao trimestre anterior, considerados dados dessazonalizados, e 2,6% em relação ao mesmo período de 2011, de acordo com estimativas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O resultado do trimestre refl etiu a retração de 2,8% da agropecuária, decorrente da seca que atingiu o estado, e as expansões no setor serviços, 4,5% e na indústria, 0,2%. Dados mais recentes confirmam a continuidade do crescimento moderado da economia mesmo com maior intensidade do impacto negativo do setor agrícola. Nesse sentido, o IBCR-BA aumentou 0,2%, no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, de acordo com dados dessazonalizados.

As vendas do comércio varejista aumentaram 3,6% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam crescido 3,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ressaltem-se, no trimestre, as elevações nos segmentos outros artigos de uso pessoal e doméstico, 14,6%, livros, jornais, revistas e papelaria, 6%, e móveis e eletrodomésticos, 5,7%, e os recuos respectivos de 1,0% e 0,3% nas vendas relativas a combustíveis e lubrifi cantes, e a hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, setores com pesos mais representativos no indicador. Incorporadas as elevações nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 23,3%, e de material de construção, 0,7%, o comércio ampliado registrou alta de 8,6% no trimestre.

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio varejista aumentaram 8% em agosto, em relação a igual intervalo de 2001, ante 7,7% em maio, registrando-se resultados positivos em 7 dos 8 segmentos pesquisados, com ênfase nos relativos a móveis e eletrodomésticos, 11,4%, outros artigos de uso pessoal e doméstico, 11%, e combustíveis e lubrifi cantes, 9,2%. O comércio ampliado, agregadas as variações respectivas de 6,6% e 4,9% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, cresceu 7,6% no período.

A produção industrial do estado cresceu 2,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando havia aumentado 2%, no mesmo tipo de análise, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Ocorreram avanços em 6 das 9 atividades consideradas na pesquisa, ressaltando-se os relativos a

125

130

135

140

145

150

155

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

IBC-Br IBCR-BA

Gráfico 2.5 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e BahiaDados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 2.11 – Comércio varejista – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores

Fev1/ Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 4,7 3,3 3,6 8,0

Combustíveis e lubrificantes 3,9 6,7 -1,0 9,2

Híper, supermercados 2,2 1,6 -0,3 4,6

Tecidos, vestuário e calçados 3,6 3,6 5,0 7,0

Móveis e eletrodomésticos 10,7 0,1 5,7 11,4

Livros, jornais, revistas e papelaria 0,0 3,0 6,0 -0,3

Comércio ampliado 6,1 2,4 8,6 7,6

Automóveis e motocicletas 10,8 -1,6 23,3 6,6

Material de construção 4,3 4,3 0,7 4,9

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

2012

75

80

85

90

95

100

105

110

115

120

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.6 – Comércio varejista – BahiaDados dessazonalizados2011 = 100

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22 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

refi no de petróleo e produção de álcool, 13%, e a produtos químicos, 5,2%, segmentos que respondem, em conjunto, por 53,4% da indústria baiana. A indústria de metalurgia básica, refl etindo a paralisação para manutenção de importante empresa do segmento, recuou 37,1% no período.

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial do estado cresceu 0,8% em agosto, em relação a igual intervalo de 2011, ante 0,3% em maio. Destacaram-se as expansões nos segmentos produtos químicos, 8,3%, borracha e plástico, 7,6%, e alimentos e bebidas, 5,6%, e as retrações respectivas de 21,8% e 12,5% nas indústrias automobilística e de metalurgia básica.

O Indicador de Confi ança do Empresariado Baiano (Iceb), calculado pela SEI, registrou média de 73 pontos no trimestre terminado em agosto, recuando 55,2 p.p. em relação à média do trimestre encerado em maio.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1mil realizadas na Bahia atingiu R$77 bilhões em agosto, expandindo-se 4,3% no trimestre e 23,9% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas, evidenciando o dinamismo das modalidades financiamento imobiliário, empréstimos consignados e crédito para aquisição de automóveis, somaram R$36,8 bilhões, registrando aumentos respectivos de 5,3% e 36% nas bases de comparação mencionadas. O saldo da carteira do segmento pessoas jurídicas totalizou R$39,9 bilhões, aumentando 3,3% no trimestre e 14,4% em doze meses, destacando-se os empréstimos destinados à indústria petroquímica e à construção civil.

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 4,3% em agosto, ante 4,5% em maio, variação decorrente de recuos de 0,2 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,1 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 5,9% e 2,9%, respectivamente.

O superávit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios baianos somou R$620 milhões no primeiro quadrimestre do ano, decrescendo 26,5% em relação a igual período de 2011. Ocorreram recuos respectivos de 94,7% e de 32,5% nos superávits da capital e do governo estadual e reversão, de défi cit de R$135 milhões para superávit de R$32 milhões, no relativo aos demais municípios.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$305 milhões. A redução de 29,9% registrada

105

110

115

120

125

130

135

Ago Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

Brasil Bahia

Gráfico 2.7 – Produção industrial – BahiaDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

5

10

15

20

25

30

35

40

Mai 2010

Ago Nov Fev Mai2011

Ago Nov Fev Mai2012

Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.8 – Evolução do saldo das operações de crédito – Bahia1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.12 – Produção industrial – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012 Acumulado

Mai2/ Ago2/ em 12 meses

Indústria geral 100,0 2,0 2,8 0,8

Indústria extrativa 4,9 0,0 0,9 -4,7

Indústria de transformação 95,1 1,8 2,4 1,2

Produtos químicos 27,7 4,8 5,2 8,3

Ref. petróleo e prod. álcool 25,7 0,1 13,0 -5,6

Alimentos e bebidas 15,4 -2,8 3,6 5,6

Celulose e papel 10,8 4,2 3,6 2,4

Metalurgia básica 7,4 -11,1 -37,1 -12,5

Fonte: IBGE1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 23

no período refletiu, em especial, a menor variação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), principal indexador da dívida renegociada junto à União. O superávit nominal totalizou R$315 milhões no primeiro quadrimestre de 2012, ante R$435 milhões no intervalo equivalente do ano anterior.

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios somou R$10,4 bilhões em abril, reduzindo-se 1% em relação a dezembro de 2011. Ocorreram retração de 3,7% na dívida do governo estadual e elevações nas relativas aos governos da capital, 26%, e dos demais municípios, 0,2%.

A safra de grãos da Bahia deverá totalizar 6,8 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. A retração anual de 11,6% incorpora os efeitos negativos da prolongada estiagem sobre as projeções para as safras de feijão, -47,4%, e algodão, -20,0%. Em relação às demais lavouras, ressaltem-se as variações estimadas para as produções de mandioca, -10,0%, e de cacau, 1,7%.

Conforme estimativas para a safra 2012/2013 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas em outubro, a produção de grãos da Bahia deverá crescer entre 7,7% e 11,3%, com aumento de 9,3% na produtividade. O prognóstico considera aumentos na produção de soja, 16,4% a 19,6%, e de feijão, 124,8%. Em sentido contrário, estimam-se retrações nas lavouras de algodão – entre 1% a 9% –, e de milho – 7,5% a 10,7% –, com redução das respectivas áreas plantadas infl uenciada pela alta de preços de outras culturas.

A balança comercial da Bahia assinalou superávit de US$2,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano, resultado 1,5% superior ao registrado em igual período de 2011. As exportações totalizaram US$8,1 bilhões, e as importações, US$5,7 bilhões, recuando 0,2% e 0,9%, respectivamente, no período.

O desempenho das vendas externas decorreu de variações de -1,1% nos preços e 0,9% no quantum. As vendas de produtos básicos cresceram 16,5%, destacando-se as expansões respectivas de 50,6% e 9,6% nas relativas a algodão e soja, contrastando com o recuo de 5,3% nos embarques de produtos industrializados, que responderam por 72,7% da pauta. Ressaltem-se, nessa categoria, as retrações nas vendas de catodos de cobre, 83,3%, e de automóveis, 32,3%. China, EUA e Antilhas Holandesas adquiriram, em conjunto, 37,2% das exportações baianas.

Tabela 2.15 – Produção agrícola – BahiaItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção Variação %

2011 20122/ 2012/2011

Grãos

Soja 15,6 3 513 3 214 -8,5

Algodão herbáceo 9,0 1 575 1 259 -20,0

Milho 7,4 2 052 2 072 0,9

Feijão 5,4 223 117 -47,4

Outros grãos3/ 1,2 296 106 -64,0

Outras lavouras

Cacau 7,4 156 159 1,7

Banana 5,8 1 221 1 153 -5,6

Café 5,3 152 142 -6,4

Mandioca 5,3 2 977 2 679 -10,0

Cana-de-açúcar 3,5 6 981 6 837 -2,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Segundo o LSPA de setembro de 2012.3/ Amendoim, arroz, mamona e sorgo.

Tabela 2.13 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Bahia1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Estado da Bahia 10 498 -620 305 -315 209 10 391

Governo Estadual 8 828 -583 237 -345 22 8 504

Capital 830 -6 34 29 187 1 046

Demais Municípios 839 -32 33 2 0 841

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.14 – Necessidades de financiamento – Bahia1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado da Bahia -843 -620 435 305

Governo estadual -864 -583 344 237

Capital -113 -6 55 34

Demais municípios 135 -32 36 33

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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24 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

O recuo observado nas importações resultou de variações de -1,7% nos preços e de 0,8% no quantum. As aquisições de bens de capital e matérias-primas – respondendo, em conjunto, por 78% do total importado no estado – registraram retrações respectivas de 1,3% e 4,7% nos nove primeiros meses do ano, destacando-se os recuos de 45,3% nas compras de veículos de carga e de 43% nas relativas a minérios de cobre. Em oposição, ocorreram aumentos nas importações de combustíveis e de bens de consumo, com ênfase no crescimento de 15,3% nas referentes a automóveis. As aquisições provenientes da Argentina, Chile e EUA representaram 32,5% das importações baianas no período.

A economia do estado registrou a criação de 2,9 mil postos de trabalho formais no trimestre fi nalizado em agosto, ante 20,9 mil em igual período de 2011, segundo o Caged, do MTE, ressaltando-se a redução das contratações no setor de serviços, de 8,7 mil para 2,9 mil, e a eliminação de 2,1 mil vagas na agricultura, que havia sido responsável pela criação de 5,4 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto de 2011. O índice de emprego formal recuou 0,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando aumentara 0,3%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

A taxa média de desemprego da Região Metropolitana de Salvador (RMS) atingiu 7% no trimestre fi nalizado em agosto, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, recuando 2,6 p.p. em relação a igual período de 2011. Considerados dados dessazonalizados, a taxa recuou 1,1 p.p. em relação ao trimestre fi nalizado em maio, registrando-se retrações de 0,3% na população ocupada e de 1,4% na População Economicamente Ativa (PEA). O rendimento médio real habitual decresceu 5,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio.

O IPCA da RMS aumentou 1,45% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,28% naquele fi nalizado em junho, resultado de elevação da variação dos preços livres, de 0,85% para 1,92%, e redução na relativa aos monitorados, de 2,74% para -0,14% no período, esta traduzindo, em especial, as retrações nos itens gasolina, 5,70%, e energia elétrica, 1,17%.

A evolução dos preços livres refl etiu as acelerações nos preços dos bens comercializáveis, de 0,06% para 2,09%, destacando-se as elevações dos itens alho, 58,12%, pão francês, 9,17%, e automóvel novo, 1,72%, e dos bens não comercializáveis, de 1,61% para 1,77%, com ênfase

Tabela 2.17 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 5 770 5 720 -0,9 -1,2

Bens de capital 783 773 -1,3 2,0

Matérias-primas 3 871 3 691 -4,7 -3,2

Bens de consumo 906 1 025 13,2 0,2

Duráveis 835 959 14,8 -4,7

Não duráveis 71 67 -5,5 7,5

Combustíveis e lubrificantes 210 231 10,0 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

6

7

8

9

10

11

12

13

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: IBGE2009 2010 2011 2012

Gráfico 2.9 – Taxa de desemprego aberto – RMS%

Tabela 2.16 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 8 127 8 112 -0,2 -4,9

Básicos 1 897 2 211 16,5 -5,4

Industrializados 6 229 5 901 -5,3 -4,9

Semimanufaturados 2 328 1 914 -17,8 -11,0

Manufaturados1/ 3 901 3 987 2,2 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.18 – Evolução do emprego formal – BahiaNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 20,9 6,7 -9,8 13,2 2,9

Indústria de transformação 4,8 -0,5 -4,2 1,8 1,7

Comércio 2,4 6,3 -1,5 -0,2 1,4

Serviços 8,7 7,3 3,5 2,5 2,9

Construção civil -1,5 1,3 -5,3 3,6 -0,8

Agropecuária 5,4 -7,9 -2,3 5,4 -2,1

Serviços industriais de utilidade pública 0,8 -0,1 -0,1 -0,4 -0,0

Outros2/ 0,3 0,4 0,2 0,4 -0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 25

nos aumentos nos itens tomate, 56,10%, e cebola, 44,94%. O índice de difusão, sugerindo maior disseminação da infl ação no estado, registrou aumento de 8,2 p.p., para 66,9%, no trimestre.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMS variou 5,58% em setembro, ante 5,56% em junho. A variação dos preços livres aumentou de 5,89% para 6,40%, e a relativa aos monitorados recuou de 4,99% para 3,35%.

A evolução recente dos indicadores da economia baiana sugere perspectivas de crescimento da atividade em ritmo mais intenso. O setor industrial registrou expansão nos últimos quatro meses e, favorecido pelo conjunto de medidas de política econômica adotado recentemente, deve continuar contribuindo para a retomada da atividade. Adicionalmente, os investimentos públicos e privados em curso, além do fi m dos impactos negativos do setor agrícola, devem fortalecer o ritmo da expansão econômica.

Tabela 2.19 – IPCA – SalvadorVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011

Ano II Tri III Tri Ano

IPCA 100,00 6,50 1,28 1,45 3,81

Livres 77,02 6,45 0,85 1,92 4,00

Comercializáveis 37,16 3,34 0,06 2,09 1,29

Não comercializáveis 39,86 9,73 1,61 1,77 6,68

Monitorados 22,98 6,61 2,74 -0,14 3,16

Principais itens

Alimentação 25,96 6,71 2,98 3,55 7,47

Habitação 14,50 8,60 2,96 1,02 6,18

Artigos de residência 4,82 3,57 -1,40 2,07 0,54

Vestuário 7,16 7,71 -0,42 1,78 0,44

Transportes 20,37 5,51 -0,64 -0,20 -0,81

Saúde 10,28 3,92 2,25 0,44 4,38

Despesas pessoais 8,23 11,01 1,59 1,22 5,63

Educação 4,16 7,92 0,12 0,81 6,54

Comunicação 4,53 0,90 -0,48 0,43 -0,22

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

2012

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 27

Ceará

O PIB do estado do Ceará aumentou, na margem, 0,7% no segundo trimestre do ano, de acordo com Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). A recuperação da economia cearense registrou, no entanto, menor dinamismo nos meses seguintes, conforme evidenciado pelo desempenho IBCR-CE, que decresceu 0,9% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando aumentara 0,1%, nesse tipo de análise, considerados dados dessazonalizados. O indicador variou 1,1% no acumulado em doze meses até agosto e 0,4% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2011.

O comércio varejista do estado cresceu 4,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando havia aumentado 3,2%, nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ocorreram aumentos em todos os segmentos considerados na pesquisa, com destaque para os referentes a equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 20,4%, e livros, jornais, revistas e papelaria, 8,2%. Incorporadas as elevações respectivas de 24,5% e 1,4% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o comércio ampliado no estado cresceu 10,1% no trimestre.

Considerados intervalos de doze meses, as vendas varejistas cresceram 8% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 7,2% em maio, destacando-se os aumentos nos segmentos móveis e eletrodomésticos, 19,2%, e combustíveis e lubrifi cantes, 14,7%. Incluídas as elevações respectivas de 7,8% e 11,3% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o comércio ampliado expandiu 8,1% no período.

A produção industrial do Ceará recuou 2,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando expandira 1,4%, no mesmo tipo de análise, considerados dados dessazonalizados, ressaltando-se que essa reversão refl etiu, em especial, o impacto da paralisação programada para manutenção em importante empresa do setor de produtos químicos e a retração observada na produção de transformadores. Ocorreram aumentos em 4 das 10 atividades pesquisadas, destacando-se os relativos a produtos de metal, 10,7%, e alimentos e bebidas, 6,8%.

A análise em doze meses revela que a produção industrial do estado recuou 3,6% em agosto, em relação ao período correspondente de 2011, ante 7,5% em maio.

130

135

140

145

150

155

Mai 2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-CE

Gráfico 2.10 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e CearáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

80

90

100

110

120

130

140

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Comércio varejista Comércio ampliadoFonte: IBGE

Gráfico 2.11 – Comércio varejista – CearáDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 2.20 – Comércio varejista – CearáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 8,0 3,2 4,8 8,0

Combustíveis e lubrificantes -1,4 5,0 7,1 14,7

Híper e supermercados 7,2 4,4 4,8 4,9

Móveis e eletrodomésticos 15,6 6,6 6,2 19,2

Eq. e mat. p/esc., inf. e com. 21,7 -15,4 20,4 0,4

Comércio ampliado 8,6 2,5 10,1 8,1

Automóveis e motocicletas 10,6 -3,9 24,5 7,8

Material de construção 2,2 13,0 1,4 11,3

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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28 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Ressaltem-se, no período, as retrações respectivas de 26,2%,19,9% e 16,1% nos segmentos produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos –, têxtil e máquinas, aparelhos e materiais elétricos e as expansões respectivas de 23,2%, 8,1% e 7,1% nos segmentos metalurgia básica, alimentos e bebidas e refi no de petróleo e álcool.

O faturamento real da indústria de transformação cearense cresceu 2,4% no período de doze meses encerrado em agosto, em relação a igual intervalo de 2011, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na mesma base de comparação, ocorreram reduções no pessoal empregado, 4,7%, nas horas trabalhadas, 1,2%, e na remuneração real, 1,1%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) médio atingiu 85% em agosto, ante 83,6% em maio e 90,9% em igual mês de 2011.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil atingiu R$40 bilhões em agosto, registrando expansões de 3,2% no trimestre e de 21,9% em doze meses. A carteira do segmento pessoas jurídicas totalizou R$21 bilhões, assinalando variações respectivas de 1,7% e 11,5% nas bases de comparação consideradas, destacando-se as contratações nos segmentos geração e transmissão de energia elétrica, indústria de moda e construção civil. O saldo das operações no segmento de pessoas físicas atingiu R$19 bilhões, elevando-se 4,8% no trimestre e 35,3% em doze meses, destacando-se o dinamismo das modalidades crédito consignado, fi nanciamentos habitacionais e aquisição de automóveis.

A inadimplência atingiu 4,5% no trimestre encerrado em agosto, elevando-se 0,1 p.p. em relação a maio e 1,07 p.p. em doze meses. A evolução trimestral refletiu as variações respectivas de 0,12 p.p. e -0,07 p.p. registradas nos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que registraram, na ordem, taxas de 2,9% e 6,2%.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Ceará registraram superávit primário de R$266 milhões no quadrimestre encerrado em abril, recuando 74,3% em relação a igual período de 2011. Ocorreram recuos nos resultados do governo do estado, 87,7%, e dos demais municípios considerados, 99,5%, e elevação de 2% no superávit primário do governo da capital.

105

110

115

120

125

130

135

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Brasil Ceará

Gráfico 2.12 – Produção industrial – CearáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

5

15

25

35

45

Ago 2010

Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Ceará1/Variação % em 12 meses

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.21 – Produção industrial – CearáGeral e setores selecionados

Variação % no períodoSetores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 1,4 -2,1 -3,6

Produtos de metal 2,1 -6,7 10,7 -26,2

Alimentação e bebidas 33,9 0,5 6,8 8,1

Metalurgia básica 2,2 2,9 3,0 23,2

Calçados e artigos de couro 13,4 2,8 2,6 -9,4

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 29

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$95 milhões, registrando recuo de 1,1% em relação ao primeiro quadrimestre de 2011. O superávit nominal totalizou R$171 milhões, decrescendo 81,8% no período.

A dívida líquida do estado atingiu R$2,1 bilhões em abril, reduzindo-se 6,7% em relação a dezembro de 2011 e passando a representar 6,4% do endividamento regional.

A safra de grãos do Ceará deverá totalizar 239 mil toneladas em 2012, de acordo com o LSPA realizado pelo IBGE em setembro, representando cerca de 2% da produção nordestina, ante 8,9% em 2011. O recuo anual, projetado em 81,6%, evidencia as estimativas de retrações nas colheitas de milho, 86,5%, feijão, 79,6%, e arroz, 45%. Ressaltem-se, também, as reduções nas produções de mandioca, 34%, e de castanha-de-caju, 18,5%.

O saldo da balança comercial do Ceará registrou défi cit de US$918 milhões nos nove primeiros meses do ano, ante US$710 milhões em igual intervalo de 2011, de acordo com estatísticas do MDIC. As exportações recuaram 9,7%, e as importações cresceram 6,3%, somando, na ordem, US$924,2 milhões e US$1,8 bilhão.

O desempenho das vendas externas, decorrente de recuos de 1,1% nos preços e de 8,7% no quantum, refl etiu, em especial, a redução de 28,9% nos embarques de produtos básicos, impactada pelos decréscimos nos relativos a lagostas congeladas, 47,6%, e a castanha-de-caju, 7,4%. As exportações de semimanufaturados aumentaram 9,3%, destacando-se as elevações nas associadas a ceras vegetais, 31,6%, e a couros e peles, 16,3%, e as vendas de manufaturados decresceram 4,5%. As exportações destinadas aos EUA, Argentina, Holanda, China e Reino Unido representaram, em conjunto, 51,3% das vendas do estado nos nove primeiros meses do ano.

A evolução das importações, refl etindo crescimentos de 2,3% nos preços e de 3,9% na quantidade, foi impulsionada, em grande parte, pelo aumento de 56,3% nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, com ênfase no crescimento de 81,3% nas compras de gás natural liquefeito (GNL), ocorridas através do Porto do Pecém para utilização no Terminal de Regaseifi cação de GNL, pertencente à Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras). As aquisições externas de bens

Tabela 2.22 – Dívida líquida e necessidades de financiamento do estado do Ceará e seus principaismunicípios1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Est. do Ceará 2 220 -266 95 -171 22 2 072

Governo estadual 2 432 -94 94 -1 20 2 451

Capital 17 -171 2 -168 2 -150

Demais municípios -228 -0 -1 -2 0 -230

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.23 – Necessidades de financiamento do estado do Ceará e seus principais municípios1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado do Ceará -1 033 -266 96 95

Governo estadual -769 -94 95 94

Capital -167 -171 0 2

Demais municípios -97 -0 0 -1

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 2.24 – Produção agrícola – CearáItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

(%) 2011 2012 2012/2011

Produção de grãos 1 299 239 -81,6

Feijão 13,59 264 54 -79,6

Milho 6,49 915 124 -86,5

Arroz (em casca) 2,55 93 51 -45,0

Outras lavouras selecionadas

Banana 14,57 494 445 -9,9

Mandioca 8,30 837 552 -34,0

Castanha-de-caju 3,72 112 91 -18,5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

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30 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

de consumo, bens de capital e matérias-primas registram acréscimos respectivos de 4%, 2,4% e 1,2%, no período. As importações provenientes da China, EUA, Argentina, Itália e Colômbia representaram 53,1% das compras externas do estado no período.

A economia cearense gerou, de acordo com o Caged do MTE, 15,7 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto, ante 19,9 mil em igual período do ano anterior. A redução registrada no período refletiu, em especial, o menor dinamismo dos setores serviços, comércio e construção civil, responsáveis, em conjunto, pela criação de 8 mil vagas, ante 14,1 mil no trimestre encerrado em agosto de 2011.

O nível de emprego formal no Ceará cresceu 0,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, considerados dados dessazonalizados. Ocorreram aumentos no emprego em seis das oito atividades pesquisadas, com destaque para os relativos ao setor de serviços e à atividade extrativa mineral, ambos de 1,4%.

O IPCA da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) variou 1,88% no trimestre encerrado em setembro, ante 0,76% no fi nalizado em junho. Essa aceleração decorreu de aumentos nas variações dos preços livres, de 1,37% para 2,05%, e dos monitorados, de -1,52% para 1,24%, o destes associado, em grande parte, ao impacto das elevações nos itens gasolina, 4,61%, óleo diesel, 4,32%, e energia elétrica residencial, 2,62%.

A trajetória dos preços livres decorreu de aceleração, de 0,71% para 2,27%, nos preços dos itens comercializáveis, com ênfase nos aumentos nos itens frango inteiro, 13,31%, arroz, 11,72%, e panifi cados, 4,59%, e de desaceleração, de 2,23% para 1,78%, nos preços dos não comercializáveis, ressaltando-se as retrações respectivas de 16,69%, 12,80%, e 4,76% nos itens feijão carioca, feijão macassar e automóvel novo.

O índice de difusão do IPCA, indicando maior disseminação dos aumentos de preços na RMF, atingiu 59,2% no trimestre encerrado em setembro, ante 57,1% naquele fi nalizado em junho.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMF variou 5,49% em setembro, ante 4,64% em junho, registrando-se aceleração nos preços livres, de 5,92% para 6,75%, e nos monitorados, de 0,51% para 1,19%.

Tabela 2.26 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 1 734 1 842 6,3 -1,2

Bens de capital 409 419 2,4 2,0

Matérias-primas 1 072 1 085 1,2 -3,3

Bens de consumo 108 112 4,0 0,2

Duráveis 55 54 -1,3 -4,7

Não duráveis 53 58 9,4 7,5

Combustíveis e lubrificantes 145 226 56,3 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.27 – Evolução do emprego formal – CearáNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 19,9 19,2 -5,6 1,4 15,7

Indústria de transformação 2,7 2,6 -5,5 -1,2 4,5

Serv. ind. de utilidade pública 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0

Construção civil 3,8 1,8 -2,0 -2,0 0,5

Comércio 4,0 7,5 1,2 0,6 1,8

Serviços 6,3 5,3 4,2 4,4 5,8

Agropecuária 2,9 1,8 -3,4 -0,6 2,9

Outros2/ 0,2 0,1 0,0 0,2 0,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.25 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 1 024 924 -9,7 -4,9

Básicos 333 237 -28,9 -5,4

Industrializados 691 687 -0,5 -4,6

Semimanufaturados 202 221 9,3 -11,0

Manufaturados1/ 488 466 -4,5 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 31

A trajetória da economia cearense nos próximos meses deverá ser favorecida pelo desempenho da atividade varejista, em ambiente de manutenção do dinamismo do mercado interno, pelo esgotamento dos efeitos negativos da seca sobre agricultura e pela retomada da atividade industrial, impactada negativamente em meses recentes por fatores transitórios.

Tabela 2.28 – IPCA – FortalezaVariação %

Discriminação Pesos1/ 2012

I Tri II Tri III Tri Ano

IPCA 100,0 1,03 0,76 1,88 5,49

Livres 78,6 1,16 1,37 2,05 6,75

Comercializáveis 44,4 -0,07 0,71 2,27 5,01

Não comercializáveis 34,2 2,78 2,23 1,78 9,03

Monitorados 21,4 0,52 -1,52 1,24 1,19

Principais itens

Alimentação 29,7 1,14 1,91 4,34 10,90

Habitação 13,9 0,96 -1,01 1,45 2,84

Artigos de residência 4,8 -0,17 -1,97 -0,32 -2,63

Vestuário 8,0 -2,06 1,99 0,49 3,17

Transportes 16,9 1,47 -2,13 0,24 0,62

Saúde 9,8 1,25 2,09 1,08 5,46

Despesas pessoais 8,6 0,97 4,68 2,39 10,40

Educação 4,3 7,42 1,16 0,25 9,12

Comunicação 4,0 -0,42 0,23 -0,04 -0,10

Fonte: IBGE

1/Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 33

Pernambuco

A atividade econômica pernambucana registrou relativa estabilidade, na margem, no segundo trimestre do ano, de acordo com estimativas da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Estatísticas mais recentes, no entanto, em especial as relacionadas às trajetórias das atividades varejista e industrial, sugerem maior dinamismo da economia do estado, evolução evidenciada no crescimento de 1,2% registrado pelo IBCR-PE no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando o indicador havia crescido 0,2%, considerados dados dessazonalizados.

As vendas varejistas em Pernambuco elevaram-se 1,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando haviam crescido 3,3%, na mesma base de comparação, de acordo com a série dessazonalizada da PMC do IBGE. Destacaram-se os aumentos nas vendas de móveis e eletrodomésticos, 3,3%, e de tecidos, vestuário e calçados, 2,1%, e os recuos nos segmentos combustível e lubrifi cante, 2,5%, e hipermercados e supermercados, 0,4%. O comércio ampliado, impulsionado pelos aumentos nas vendas de veículos, 20,6%, e de material de construção, 1,2%, registrou crescimento de 6,5% no trimestre, comparativamente à expansão de 2,4% no trimestre encerrado em maio.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo elevaram-se 8,6% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 8,3% em maio, com ênfase nos crescimentos relativos a móveis e eletrodomésticos, 16,9%, combustíveis e lubrifi cantes, 8,6%, e tecidos, vestuário e calçados, 4,8%. Evidenciando as variações assinaladas nos segmentos veículos, motos, partes e peças, 2,6%, e material de construção, 18,2%, o comércio ampliado cresceu 7,2% no período.

A produção industrial do estado cresceu 1,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando se elevara 0,3 %, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Ocorreram resultados positivos em nove das onze atividades pesquisadas, com ênfase nos registrados nas indústrias de metal, 28,6%, e química, 7,4%. Em sentido oposto, a produção de alimentos e bebidas, que representa cerca de 40% da indústria pernambucana, recuou 0,5% no período.

100

106

112

118

124

130

136

1

Brasil

Sul

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados

Comércio Varejista –

120

125

130

135

140

145

150

155

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

IBC-Br IBCR-PE

Gráfico 2.14 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e PernambucoDados dessazonalizados2002 = 100

100

106

112

118

124

130

136

1

Brasil

Sul

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados

Comércio Varejista –

70

80

90

100

110

120

Ago 2009

Dez Abr 2010

Ago Dez Abr 2011

Ago Dez Abr 2012

Ago

Comércio varejista Comércio ampliado

Fonte: IBGE

Gráfico 2.15 – Comércio varejista – PernambucoDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 2.29 – Comércio varejista – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2012

Fev1/ Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 3,9 3,3 1,5 8,6

Combustíveis e lubrificantes -0,6 3,1 -2,5 8,6

Híper e supermercados 2,2 3,8 -0,4 3,5

Tecidos, vestuário e calçados 8,6 -0,3 2,1 4,8

Móveis e eletrodomésticos 10,1 0,3 3,3 16,9

Comércio ampliado 3,6 2,4 6,5 7,2

Automóveis e motocicletas 3,1 -2,1 20,6 2,6

Material de construção 4,1 7,3 1,2 18,2

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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34 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial do estado aumentou 3,8% em agosto, em relação a igual intervalo de 2011, ante retração de 2,9% da industrial nacional, ressaltando-se as expansões nos segmentos metalurgia básica, 14,3%, produtos de metal, 11,1%, e minerais não metálicos, 6,1%.

As operações de crédito superiores a R$1 mil, contratadas em Pernambuco, atingiram R$61,2 bilhões em agosto, aumentando 2,7% no trimestre e 22,5% em doze meses. As operações contratadas no segmento de pessoas físicas totalizaram R$23,2 bilhões, elevando-se 4,4% e 31,0%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação, com ênfase no dinamismo das modalidades crédito consignado, crédito para aquisição de veículos e crédito imobiliário. O estoque das operações de crédito no segmento de pessoas jurídicas totalizou R$38,0 bilhões em agosto, crescendo 1,7% no trimestre e 17,9% em doze meses, destacando-se, no trimestre, as contratações efetuadas pelos segmentos refi no de petróleo, coque e álcool, e comércio atacadista.

A taxa de inadimplência dessas operações atingiu 3,22% em agosto, ante 3,28% em maio, recuo decorrente de variações respectivas de 0,02 p.p. e -0,24 p.p. nos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que registraram, na ordem, taxas de 1,48% e 6,09%.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios pernambucanos apresentaram superávit primário de R$220 milhões no primeiro quadrimestre de 2012, ante R$766 milhões em igual intervalo de 2011. A retração observada no período refl etiu os decréscimos nos resultados do governo estadual, de R$615 milhões para R$46 milhões, e dos demais municípios, de R$36 milhões para R$2 milhões, e o aumento de R$115 milhões para R$173 milhões no superávit do governo da capital.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$257 milhões, ante R$175 milhões no primeiro quadrimestre de 2011, elevação determinada, fundamentalmente, pelo crescimento de 48,3% nos juros pagos pelo governo estadual.

A dívida líquida atingiu R$4,07 bilhões em abril. A elevação de 2,3% em relação a dezembro de 2011 refl etiu os aumentos respectivos de 6,6% e 1,0% nas esferas estadual e dos demais municípios, e o recuo de 72,4% registrado na dívida da capital.

0

10

20

30

40

Out 2011

Nov Dez Jan 2012

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.16 – Evolução do saldo das operações de crédito – Pernambuco1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.30 – Produção industrial – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ Acum.

12 meses

Indústria geral 100,0 0,3 1,4 3,8

Alimentação e bebidas 36,9 4,3 -0,5 -0,2

Metalurgia básica 14,9 -5,5 2,2 14,3

Química 13,2 -2,8 7,4 4,6

Minerais não metálicos 8,4 -2,0 0,8 6,1

Produtos de metal 7,2 -26,3 28,6 11,1

Borracha e plástico 6,6 2,2 1,5 1,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 2.31 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Pernambuco1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012

Dez Primário Juros Total3/ Abr

Est. de Pernambuco 3 978 -220 257 37 55 4 069

Governo estadual 4 030 -46 259 213 55 4 297

Capital 239 -173 -1 -173 0 66

Demais municípios -291 -2 -1 -3 0 -294

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 35

A produção de grãos do estado deverá registrar decréscimo anual de 67,2% em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, evolução decorrente do impacto da seca que afetou várias áreas produtoras. Estão projetadas reduções respectivas de 80,8% e 60,1% para as safras de feijão e de milho, cujas áreas colhidas recuaram 85% e 68%. Em relação às demais culturas do estado, ressaltem-se as projeções de reduções nas produções de cana-de-açúcar, 1,2%, e banana, 12%, e o aumento de 7,7% projetado para colheita de uva.

Após as adversidades climáticas em 2012, a Conab projeta para 2013 uma ampliação na produção total de grãos, no estado, em cerca de 241%. Esse crescimento se deve à produção de feijão e milho, que aumentarão, respectivamente, em 193,2% e 455,2%.

O défi cit da balança comercial do estado atingiu US$3,3 bilhões nos nove primeiros meses do ano, ante US$3,0 bilhões em igual intervalo de 2011, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC. As exportações aumentaram 45,3%, e as importações, 16,2%, totalizando, na ordem, US$1,0 bilhão e US$4,3 bilhões.

A evolução das exportações decorreu de variações de 49,8% no quantum e de -3% nos preços. As vendas de manufaturados, fortemente infl uenciadas pela exportação de uma plataforma pelo Estaleiro Atlântico Sul, no valor de US$405 milhões, aumentaram 68,7%, enquanto as relativas a semimanufaturados cresceram 1% e as referentes a produtos básicos, condicionados pela expansão de 72% nos relacionados a lagostas congeladas, elevaram-se 4,5%. Holanda, EUA e Argentina adquiriram, em conjunto, 58,3% das exportações do estado no período.

O desempenho das importações decorreu de variações de 19,2% no quantum e de -2,3% nos preços, destacando-se, no período, os aumentos de 117,6% nas vendas de combustíveis e lubrificantes e de 9,9% nas relativas a bens duráveis, com ênfase no crescimento de 50% nas compras de motocicletas, segundo principal produto desse segmento. As aquisições de bens de capital, matérias-primas e bens de consumo não duráveis registraram recuos respectivos de 17%, 13%, 3% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011. As importações provenientes dos EUA, China, Holanda, Argentina e México representaram, em conjunto, 56,0% das aquisições do estado no período.

Tabela 2.33 – Produção agrícola – PernambucoItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Variação %

2011 20121/ 2012/2011

Grãos

Feijão 4,3 107 42 -61,1

Milho 1,0 124 24 -80,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 44,3 17 517 17 302 -1,2

Uva 18,8 209 225 7,7

Banana 7,2 487 428 -12,0

Mandioca 4,5 514 515 0,0

Tomate 3,7 115 116 0,6

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 2.34 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 688,2 1 000 45,3 -4,9

Básicos 68,1 71 4,5 -5,4

Industrializados 620,0 929 49,8 -4,6

Semimanufaturados 172,8 174 0,9 -11,0

Manufaturados1/ 447 755 68,7 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Contempla os valores de Transações Especiais e Consumo de Bordo.

Tabela 2.32 – Necessidades de financiamento –Pernambuco1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado de Pernambuco -766 -220 175 257

Governo estadual -615 -46 174 259

Capital -115 -173 -0 -1

Demais municípios -36 -2 1 -1

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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36 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

A economia pernambucana registrou, segundo o Caged, do MTE, a criação de 22 mil postos de trabalho no trimestre fi nalizado em agosto, ante 38 mil em igual período do ano anterior, dos quais 8,6 mil tanto na indústria de transformação quanto na agropecuária e 2,3 mil no setor de serviços. Na margem, considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal em Pernambuco cresceu 1,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio.

A taxa de desemprego média da Região Metropolitana do Recife (RMR) atingiu 6,7% no trimestre fi nalizado em agosto, de acordo com a PME do IBGE. O aumento de 0,3 p.p. registrado em relação a igual trimestre de 2011 decorreu de crescimentos de 3,4% na população ocupada e de 3,5% na PEA. Os rendimentos médios habituais reais elevaram-se 4,3% no trimestre e 3,5% em doze meses. Na margem, considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego recuou 0,5 p.p. em relação ao trimestre fi nalizado em maio.

A variação do IPCA da RMR atingiu 1,48% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,35% naquele fi nalizado em junho, evolução decorrente de aceleração nos preços livres, de 1,24% para 1,84%, e de desaceleração, de 1,65% para 0,22%, nos preços monitorados, segmento em que se destacaram os recuos respectivos de 6,63% e 1,69% nos itens passagens dos ônibus intermunicipais e tarifa da energia elétrica residencial.

No âmbito dos preços livres, a variação dos preços dos produtos comercializáveis atingiu 1,65%, ante 0,52% no trimestre encerrado em junho, elevação associada, em grande parte, aos aumentos nos preços dos panifi cados, 7,54%, leite e derivados, 3,97%, e frango inteiro, 4,87%. A variação dos preços dos produtos não comercializáveis totalizou 2,06%, elevando-se 0,03 p.p. no trimestre, com ênfase nas elevações nos itens tubérculos, raízes e legumes, 18,46%, alimentação fora do domicílio, 3,07%, e aluguel residencial, 2,53%. O índice de difusão, sugerindo maior disseminação da infl ação no estado, atingiu 67,55%, ante 63,81% no trimestre encerrado em junho.

A análise em doze meses revela que o IPCA da RMR aumentou 6,15% em setembro, ante variação de 5,31% em âmbito nacional. Os preços livres elevaram-se 6,54%, ressaltando-se as expansões respectivas de 10,41% e 3,70% nos segmentos alimentação fora do domicílio e vestuário. Os preços monitorados elevaram-se 5,41%, destacando-se as elevações nos itens planos de saúde, 7,71%, tarifas de ônibus urbanos, 7,52%, e produtos farmacêuticos, 4,03%.

Tabela 2.36 – Evolução do emprego formal – PernambucoNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 38,0 40,3 -7,5 -5,6 22,0

Indústria de transformação 12,7 19,2 -9,2 -18,0 8,6

Comércio 3,0 7,5 -1,8 1,9 0,7

Serviços 6,5 13,0 7,2 6,6 2,3

Construção civil 6,5 6,1 2,3 4,5 2,0

Agropecuária 8,8 -5,4 -6,1 -0,6 8,6

Serv. ind. de util. pública 0,4 0,1 0,1 0,1 -0,4

Outros2/ 0,1 -0,1 0,0 -0,1 0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Tabela 2.35 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 3 702 4 302 16,2 -1,2

Bens de capital 767 636 -17,0 2,0

Matérias-primas 1 690 1 469 -13,0 -3,2

Bens de consumo 450 465 3,3 0,2

Duráveis 219 241 9,9 -4,7

Não duráveis 231 224 -3,0 7,5

Combustíveis e lubrificantes 796 1 732 117,6 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.37 – IPCA – RecifeVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,45 1,76 1,35 1,48

Livres 77,7 1,85 1,46 1,24 1,84

Comercializáveis 40,3 1,50 0,67 0,52 1,65

Não comercializáveis 37,5 0,30 4,02 2,03 2,06

Monitorados 22,3 0,61 2,82 1,67 0,22

Principais itens

Alimentação 25,4 2,70 1,26 2,43 3,73

Habitação 13,7 0,43 2,71 2,32 0,83

Artigos de residência 5,2 0,46 -0,81 -1,34 -0,37

Vestuário 8,0 2,32 -0,78 1,29 0,71

Transportes 15,9 0,20 1,92 -0,84 -0,05

Saúde 12,7 1,63 1,16 1,74 1,25

Despesas pessoais 9,8 2,34 4,10 2,65 2,21

Educação 4,7 0,03 8,26 0,21 0,69

Comunicação 4,5 -0,09 -0,61 1,12 -0,20

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 37

Os principais indicadores de conjuntura da economia pernambucana sugerem a retomada, na margem, da atividade no estado. Nesse sentido, ressalte-se o maior dinamismo das vendas de bens de consumo duráveis e semiduráveis, e da indústria, em cenário de preservação das condições favoráveis dos mercados de crédito, em especial no segmento de pessoas físicas, e de trabalho. Vale destacar, adicionalmente, os impactos benignos das medidas de política adotadas recentemente sobre as decisões de consumo e investimento.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 39

3Região Centro-Oeste

A atividade econômica na região Centro-Oeste manteve ritmo de crescimento moderado no trimestre encerrado em agosto, com recuo da produção industrial e maior dinamismo do setor agrícola e das vendas do comércio. Nesse sentido, a variação trimestral do IBCR-CO atingiu 0,4% em agosto, em relação ao trimestre encerrado em maio, quando crescera 0,6%. Em doze meses, o indicador registrou elevação de 2,9% em agosto, ante 4,7% em maio.

As vendas varejistas no Centro-Oeste, considerando-se dados dessazonalizados, aumentaram 3,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando apresentaram variação de 2% na mesma base de comparação. Houve crescimento em todas as quatro unidades da Federação no período analisado, destacando-se o desempenho do Mato Grosso do Sul, 5,9%, e de Mato Grosso, 4%. Goiás e Distrito Federal registraram expansão de 2,5% e 1%, respectivamente. O comércio ampliado, refl etindo o desempenho do segmento de veículos, cresceu 8,8% na região no período, com acréscimos de 9,1% no Mato Grosso do Sul, 8,4% em Goiás, 8,2% em Mato Grosso e 7,5% no Distrito Federal.

No Distrito Federal e em Goiás, unidades federativas para as quais estão disponíveis estatísticas de vendas no varejo desagregadas por segmentos, observaram-se expansões mais significativas no trimestre, com ajuste sazonal, em outros artigos de uso pessoal e doméstico, 9,2%, e móveis e eletrodomésticos, 4,7%. No conceito ampliado, as vendas no segmento de veículos cresceram 19,2%, condizente com o registrado na média nacional, 19,8% enquanto o volume de vendas de material de construção cresceu 5,6%.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas cresceram 7,9% na região em agosto, com expansões de 12,9% no Mato Grosso do Sul, 8,2% em Goiás, 5,4% em Mato Grosso e 5,2% no Distrito Federal. Nessa base de comparação, considerado o agregado de Goiás e

120

125

130

135

140

145

150

155

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-CO

Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Centro-OesteDados dessazonalizados2002 = 100

140150160170180190200210220230240

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 3.2 – Comércio varejista – Centro-OesteDados dessazonalizados2004 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 3.1 – Índice de vendas no varejo – Agregaçãopara GO e DF1/

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2011 2012

Ano Mai2/ Ago2/ 12 meses

Comércio varejista 6,4 2,6 2,1 7,2 Combustíveis e lubrificantes 0,5 0,6 2,1 -0,3 Híper e supermercados 4,4 3,4 1,3 7,2 Tecidos, vestuário e calçados 2,9 2,6 -0,7 -1,6 Móveis e eletrodomésticos 12,3 2,5 4,7 13,8 Outros art. de uso pessoal/dom. 4,5 3,4 9,2 7,2

Comércio varejista ampliado 5,5 2,9 8,4 5,8 Veículos e motos, partes e peças 3,9 0,6 19,2 4,8 Material de construção 8,4 0,3 5,6 6,6

Fonte: IBGE

1/ GO e DF são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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40 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Distrito Federal, destacaram-se as vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 75,2%, móveis e eletrodomésticos, 13,8%, e hipermercados e supermercados, 7,2%. O comércio ampliado regional expandiu-se 7,6% em doze meses, com Mato Grosso registrando a maior variação, 12,1%, seguido de Goiás, 5,8%, Mato Grosso do Sul, 5,3%, e Distrito Federal, 5,1%.

A produção industrial de Goiás, único estado da região incluído na PIM-PF, do IBGE, decresceu 5,6% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia recuado 2,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. O resultado refletiu retração de 6,2% na indústria de transformação, com resultados negativos em todos os segmentos, com destaque para produtos químicos, -9,4%, e alimentos e bebidas, -2,1%. Apesar do resultado no trimestre, a produção industrial avançou 10,3% em agosto, o que pode sinalizar perspectivas favoráveis para os próximos meses.

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial de Goiás cresceu 7% em agosto, ante 12,2% em maio. As indústrias extrativa e de transformação registraram expansões respectivas de 2% e 7,3%, ressaltando-se a elevação de 26,4% no segmento de produtos químicos, infl uenciada pelo setor de medicamentos. Em sentido oposto, o segmento de alimentos e bebidas, com participação de 55% na estrutura industrial goiana, decresceu 1,4%, com recuos mais expressivos na produção de leite em pó, milho doce preparado, açúcar cristal, leite, refrigerantes e cervejas.

Quanto às avaliações empresariais, o Índice de Confi ança do Empresário Industrial (Icei) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) atingiu 58,6 pontos em setembro, ante 57 pontos em junho, e 59,1 pontos em setembro do ano anterior. A evolução trimestral decorreu de aumentos de 2,6 pontos no Índice de Condições Atuais e de um ponto no Índice de Expectativas para os próximos seis meses.

As operações de crédito superiores a R$1 mil da região Centro-Oeste totalizaram R$196,3 bilhões em agosto, aumentando 4,1% no trimestre e 23,9% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas atingiram R$112,7 bilhões, signifi cando elevações de 4,4% no trimestre, com destaque para as operações de fi nanciamentos imobiliários e de veículos, e de 25,3% em doze meses. O estoque de crédito no segmento de pessoas jurídicas totalizou R$83,6 bilhões, crescimento de 3,6% no trimestre, com ênfase nas contratações das indústrias

100

110

120

130

140

150

160

170

180

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Brasil Goiás

Gráfico 3.3 – Produção industrial – GoiásDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 3.2 – Produção industrial – GoiásGeral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,3 -5,6 7,0

Indústria extrativa 7,5 -5,0 2,7 2,0

Indústria de transformação 92,5 -5,0 -6,2 7,3

Alimentos e bebidas 54,6 3,9 -2,1 -1,4

Produtos químicos 27,6 -13,2 -9,4 26,4

Minerais não metálicos 5,8 2,2 -8,4 3,5

Metalurgia básica 4,5 15,3 -4,5 12,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

0

5

10

15

20

25

30

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 3.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 41

de papel e papelão, comércio atacadista, exceto veículos, e construção, e 21,8% em doze meses. A taxa de inadimplência das operações de crédito atingiu 3,59% da carteira em agosto, ante 3,74% em maio, com reduções trimestrais de 0,26 p.p. no Distrito Federal e de 0,24 p.p. em Goiás.

O superávit primário dos governos estaduais, das capitais e dos principais municípios da região totalizou R$2,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2012. O aumento de 21% em relação a igual período do ano anterior refl etiu elevações respectivas de 14% e de 122% registradas nas esferas dos governos estaduais e das capitais e a redução do superávit dos demais municípios, de R$35 milhões para R$9 milhões. No período, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) registrou aumento real de 1,2%, ante 6,2% no mesmo período de 2011.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$821 milhões nos quatro primeiros meses do ano, redução de 24% relativamente ao mesmo período de 2011, decorrente, especialmente, do recuo de 1,12 p.p. na variação do IGP-DI, indexador da maior parte dos passivos regionais. O resultado nominal foi superavitário em R$1,4 bilhão, ante R$734 milhões no mesmo período do ano anterior.

A dívida líquida do setor público da região Centro-Oeste, com participação de 5% na dívida líquida total do país, totalizou R$24,4 bilhões em abril, reduzindo-se 1,8% em relação a dezembro do ano anterior. As dívidas renegociadas/reestruturadas representaram 91,7% do endividamento líquido ao fi nal do primeiro quadrimestre, enquanto as dívidas bancária e externa foram equivalentes a 14,4% e 5,4%, respectivamente. A posição credora em disponibilidades líquidas reduziu a dívida líquida em 11,6%.

De acordo com o LSPA de setembro, a safra de grãos do Centro-Oeste deverá totalizar 70,7 milhões de toneladas em 2012, aumento anual de 26% e terceira safra recorde consecutiva. Estão projetadas expansões de 77,5% para a produção de milho, concentrada na safra de inverno, e de 2,8% para a soja, com produtividade inferior à do ano anterior. O estado de Mato Grosso respondeu por 62% do aumento da safra na região, seguido por Goiás, com contribuição de 21%, e Mato Grosso do Sul, 15%. Adicionalmente, estão estimadas elevações respectivas de 7,3% e de 7,6% para caroço de algodão e cana-de-açúcar.

De acordo com o primeiro levantamento da intenção de plantio da Conab, divulgado em outubro, a produção de grãos da região deverá variar entre redução de 0,5%

Tabela 3.3 – Dívida líquida – Centro-Oeste1/

ComposiçãoR$ milhões

Região Centro-Oeste 2010 2011 2012Dez Dez Abr

Dívida bancária 1 562 3 530 3 522

Renegociação2/ 22 589 22 216 21 844

Dívida externa 761 1 136 1 322Outras dívidas junto à União 5 2 2Dívida reestruturada 569 585 565Disponibilidades líquidas -1 420 -2 601 -2 829Total (A) 24 066 24 868 24 427

Brasil3/ (B) 471 548 490 959 487 842(A/B) (%) 5,1 5,1 5,0

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000.3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 3.4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Total 24 868 -2 185 821 -1 365 924 24 427

Governos estaduais 25 310 -1 873 808 -1 065 923 25 168

Capitais -41 -303 9 -294 1 -334

Demais municípios -401 -9 3 -6 0 -406

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 3.5 – Necessidades de financiamento –Centro-Oeste1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Total -1 812 -2 185 1 078 821

Governos estaduais -1 641 -1 873 1 057 808

Capitais -136 -303 16 9

Demais municípios -35 -9 5 3

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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42 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

e aumento de 2,3% em 2013. Esse resultado incorpora projeções de crescimento de 9,2% a 13,3% para a colheita de soja e retrações de 7,8% a 8,9% para a de milho e de 18,1% a 25,8% para a de caroço de algodão.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF cresceram 15,9% de janeiro a agosto, ante o mesmo período do ano anterior, refl exo, fundamentalmente, das elevações registradas no Mato Grosso do Sul, 19,7%, e Mato Grosso, 18,5%. A cotação média do boi gordo, por sua vez, recuou 3% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, e 8% em relação ao mesmo trimestre de 2011. Os abates de aves aumentaram 3,4%, e os de suínos, 8%, no período.

O superávit da balança comercial do Centro-Oeste alcançou US$9,6 bilhões nos primeiros nove meses do ano, aumento de 51,8% sobre o mesmo período do ano anterior, de acordo com as informações do MDIC. As exportações somaram US$19 bilhões, acréscimo de 21,5%, enquanto as importações totalizaram US$9,4 bilhões, variação de 0,9%, nas mesmas bases de comparação.

O desempenho das exportações no ano foi determinado pela expansão do quantum, 25,6%, enquanto os preços registraram redução de 3,3%. As vendas de produtos básicos aumentaram 24,1%, infl uenciadas pelos incrementos nas exportações de algodão, 98,3%, soja, 34,5%, e farelo de soja, 28,4%. No período analisado, as vendas externas de produtos semimanufaturados elevaram-se 21,2%, condicionadas pelos aumentos nos embarques de ligas de ferro, 172%, óleo de soja em bruto, 31,3%, e açúcar de cana em bruto, 17,8%. As exportações de produtos manufaturados declinaram 25,3%, determinadas, principalmente, pela elevada base de comparação, associada às vendas de energia elétrica para a Argentina em 2011. Os mercados que se destacaram nas aquisições de produtos da região foram China, Holanda, Tailândia, Espanha, Rússia e Irã, que absorveram, conjuntamente, 55% das exportações do período.

O desempenho das importações nos primeiros nove meses do ano foi resultado de alta de 12,3% nos preços e redução de 9,9% no quantum. As compras de bens de capital aumentaram 28,2%, em função das aquisições de máquinas e ferramentas, 161%, e de equipamentos móveis de transporte, principalmente tratores, 62,5%, enquanto as importações de combustíveis e lubrifi cantes cresceram 22%. Em contrapartida, as compras de matérias-primas declinaram 10,4%, sensibilizadas pelo recuo observado em insumos

Tabela 3.6 – Produção agrícola – Centro-OesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2011 2012 2012/2011

Grãos 80,0 56 090 70 685 26,0

Algodão (caroço) 9,8 1 944 2 086 7,3

Arroz (em casca) 1,7 1 013 740 -27,0

Feijão 3,1 589 682 15,8

Milho 11,4 17 400 30 886 77,5

Soja 53,0 33 768 34 725 2,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 12,1 104 322 112 258 7,6

Mandioca 1,7 1 268 1 250 -1,4

Tomate 1,7 1 496 1 106 -26,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012

707580859095

100105110115120

Ago 2009

Nov Mar 2010

Jul Out Fev 2011

Jun Set Jan2012

Mai Ago

Fonte: Cepea/ESALQ

Gráfico 3.6 – Indicador boi gordoESALQ/BM&FBovespaR$/arroba – Valor à vista

70

100

130

160

190

220

Ago 2009

Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 3.5 – Abates de animais – Centro-OesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 43

agrícolas, e as importações de bens de consumo reduziram-se 6,8%, refl etindo queda de 36,8% em automóveis e expansão de 33,3% em produtos farmacêuticos. Os principais mercados de origem das importações da região foram Bolívia, EUA, Coreia do Sul, Alemanha, Japão e China, responsáveis, em conjunto, por 64% das compras no período.

Na economia do Centro-Oeste foram gerados 34,9 mil novos empregos formais no trimestre fi nalizado em agosto, segundo o Caged, do MTE, 15,8 mil postos a menos que no mesmo trimestre de 2011. Esse resultado refl etiu principalmente o desempenho da construção civil, cujo volume de contratação diminuiu 11 mil postos no período comparativo, movimento concentrado no ramo de construção de edifícios. A indústria de transformação registrou alta de 18,8% na criação de novos empregos. Por unidades da Federação, houve criação de 14,8 mil novos empregos em Mato Grosso, de 13,3 mil em Goiás, de 4,6 mil no Mato Grosso do Sul e de 2,2 mil no Distrito Federal.

A variação do IPCA da região Centro-Oeste, considerando-se Brasília e Goiânia, atingiu 1,47% no trimestre encerrado em setembro, ante 0,74% naquele fi nalizado em junho. Esse avanço refl etiu os movimentos tanto dos preços de itens livres, que passaram de 0,81% para 1,61%, quanto dos itens monitorados, 0,54% e 1,06%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.

O comportamento dos preços livres no trimestre refl etiu maior elevação tanto dos itens comercializáveis quanto dos não comercializáveis. No primeiro caso, ocorreu avanço de 0,57%, no trimestre fi nalizado em junho, para 1,61%, no fi nalizado em setembro, infl uenciado pelas elevações nos preços de arroz, 9,37%, tênis, 5,10%, e roupa feminina, 3,14%. Para os não comercializáveis, a variação passou de 0,99% para 1,61%, nos trimestres considerados, com as altas mais signifi cativas ocorrendo nos itens lanche, 4,84%, empregado doméstico, 2,86%, e aluguel residencial, 2,32%.

A variação dos preços monitorados esteve associada, principalmente, às elevações em energia elétrica residencial, 7,39%, ônibus interestadual, 4,57%, e plano de saúde, 1,97%. O índice de difusão atingiu 61,1% em setembro, frente a 56,2% observado em junho.

A inflação acumulada em doze meses no Centro-Oeste atingiu 4,88% em setembro, ante 4,77% em junho. Essa trajetória refl etiu a aceleração, de 5,25% para 5,47%, nos preços livres e a desaceleração, de 3,41% para 3,19%, nos monitorados, nos períodos considerados.

Tabela 3.8 – Importação por categoria de usoJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 9 289 9 369 0,9 -1,2

Bens de capital 805 1 031 28,2 2,0

Matérias-primas 3 799 3 405 -10,4 -3,2

Bens de consumo 2 727 2 541 -6,8 0,2

Duráveis 1 588 1 053 -33,7 -4,7

Não duráveis 1 138 1 488 30,7 7,5

Combustíveis e lubrificantes 1 959 2 391 22,0 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 3.9 – Evolução do emprego formal – Centro-OesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 50,7 -8,9 -6,3 62,4 34,9

Indústria de transformação 7,4 -14,1 -3,0 22,2 8,8

Comércio 5,8 12,4 -2,6 1,5 2,9

Serviços 13,6 8,6 3,1 20,3 10,9

Construção civil 13,1 -3,9 -6,5 16,0 2,1

Agropecuária 9,6 -12,1 2,4 0,4 7,0

Indústria extrativa mineral 0,7 -0,2 0,2 0,9 0,4

Outros2/ 0,5 0,4 0,1 1,2 2,9

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outras.

Tabela 3.7 – Exportação por fator agregadoJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 15 624 18 987 21,5 -4,9

Básicos 12 851 15 950 24,1 -5,4

Industrializados 2 773 3 036 9,5 -4,6

Semimanufaturados 2 076 2 516 21,2 -11,0

Manufaturados1/ 697 521 -25,3 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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44 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

O comportamento dos preços livres foi infl uenciado pelo avanço nos preços dos itens comercializáveis, de 2,95% para 3,45%, destacando-se as maiores altas nos itens café moído, 23,33%, cigarro, 20,12%, e arroz, 15,06%. A variação no preço dos itens não comercializáveis manteve-se estável em 7,07% nos períodos analisados, com destaque para as elevações nos itens empregado doméstico, 13,34%, aluguel residencial, 7,81%, e refeição fora do domicílio, 6,79%. Entre os itens monitorados, as maiores elevações ocorreram em energia elétrica residencial, 8,71%, taxas de água e esgoto, 8,34%, e plano de saúde, 7,70%.

O ritmo de crescimento moderado da região nos últimos dois trimestres refletiu, fundamentalmente, as reduções da atividade industrial, em contraposição ao dinamismo do setor agrícola, favorecido pelos ganhos de produção e de preços, e das vendas do comércio, especialmente de veículos. Os cenários de retomada da produção industrial, sinalizado pelos resultados da produção e do emprego em agosto, e de continuidade do desempenho agrícola evidenciam perspectivas econômicas favoráveis para os próximos meses.

Tabela 3.10 – IPCA – Centro-OesteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,00 1,67 0,90 0,74 1,47

Livres 76,22 1,86 1,09 0,81 1,61

Comercializáveis 33,57 1,60 -0,37 0,57 1,61

Não comercializáveis 42,65 2,05 2,24 0,99 1,61

Monitorados 23,78 1,25 0,29 0,54 1,06

Principais itens

Alimentos e bebidas 21,95 2,74 1,32 1,13 2,66

Habitação 15,51 1,20 1,83 1,86 2,76

Artigos de residência 4,66 1,00 -0,96 0,40 0,12

Vestuário 6,31 2,56 -0,35 2,05 1,94

Transportes 20,91 1,28 -0,55 -2,32 0,18

Saúde 10,18 1,34 1,00 1,70 0,89

Despesas pessoais 10,71 2,52 1,85 3,31 1,63

Educação 4,62 0,09 5,24 0,13 0,71

Comunicação 5,16 1,27 0,07 1,14 0,26

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

4Região Sudeste

No trimestre encerrado em agosto, o Sudeste apresentou ligeira aceleração no ritmo de crescimento, evidenciando a continuidade do desempenho robusto da atividade varejista, a expansão da atividade agrícola e a interrupção da tendência declinante da atividade industrial. Nesse cenário, o IBCR-SE variou 1,0% no período, em relação ao trimestre fi nalizado em maio, quando aumentara 0,5%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Na análise em doze meses, o crescimento do indicador recuou de 1,6%, em maio, para 1,3%, em agosto.

As vendas varejistas da região cresceram 2,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando haviam aumentado 1,7%, no mesmo tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho, favorecido pela expansão da massa salarial e das operações de crédito às famílias, refl etiu, em especial, o comportamento favorável do segmento móveis e eletrodomésticos, 5,2%, e combustíveis e lubrifi cantes, 4,3%. O comércio ampliado, incluídas as variações nas vendas de veículos, 17%, e de material de construção, -3%, expandiu 5,4% no trimestre analisado, ante 2,4% no encerrado em maio.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas aumentaram 7,6% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 7% em maio. Com elevações respectivas de 5% e de 7,3% nas vendas de veículos e de material de construção, o comércio ampliado cresceu 6,7%, na mesma base de comparação.

A produção industrial da região manteve-se estável no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando declinara 0,5% no mesmo tipo de comparação, considerados dados sem sazonalidade da PIM-PF, do IBGE. A indústria extrativa recuou 0,5% e a de transformação permaneceu estável, destacando-se, nesta última, as expansões nas produções de produtos de metal, 6,4%, farmacêutica, 5,2%, e de veículos automotores,

120

130

140

150

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-SE

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região SudesteDados dessazonalizados 2002 = 100

80

90

100

110

120

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – SudesteDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 4.1 – Comércio varejista – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 6,8 1,7 2,5 7,6

Combustíveis e lubrificantes 0,5 2,9 4,3 1,0

Híper e supermercados 4,1 2,3 1,6 7,4

Tecidos, vestuário e calçados 4,8 0,7 2,6 0,6

Móveis e eletrodomésticos 17,0 2,5 5,2 14,0

Comércio ampliado 6,8 2,4 5,4 6,7

Automóveis e motocicletas 6,1 0,7 17,0 5,0

Material de construção 8,9 -1,9 -3,0 7,3

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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2,4%. Em oposição, registraram-se variações negativas nas indústrias de alimentos, 2,7%, de refi no de petróleo, 2,2%, e de metalurgia básica, 1,9%.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Sudeste registrou retração de 4,2% em agosto, ante 2,5% em maio. Destacaram-se os recuos de 15% no setor de veículos automotores, devidos especialmente ao comportamento da produção de caminhões, e de 7,4% no de metalurgia básica, contrastando com as elevações respectivas de 16,1% e de 9,8% em alimentos e bebidas e outros equipamentos de transporte.

O estoque das operações de crédito superiores a R$1 mil, contratadas na região, totalizou R$1.160,8 bilhões em agosto, com crescimentos de 3,6% no trimestre e de 19,5% em doze meses. A carteira de pessoas físicas aumentou 4,3% no trimestre e 26,7% em doze meses, com ênfase nas modalidades crédito imobiliário, crédito pessoal e fi nanciamento de veículos, atingindo o patamar de R$461,6 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, em que se destacaram as operações de capital de giro e de fi nanciamento à exportação, o estoque somou R$699,2 bilhões, com elevações de 3,1% e 15,2%, respectivamente, nos períodos considerados.

A inadimplência das operações de crédito da região atingiu 3,3% em agosto, mesmo nível de maio. As taxas relativas aos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas registraram 5,2% e 2,1%, respectivamente, apresentando estabilidade e aumento de 0,1 p.p. no trimestre, na mesma ordem.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a região Sudeste cresceram 14% no período de doze meses fi nalizado em setembro, representando 50% das operações realizadas no país.

O superávit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste totalizou R$11 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, resultado 24,6% inferior ao apurado no mesmo período de 2011. Foram registradas reduções respectivas de 21% e de 94,8% nos superávits dos governos estaduais e dos principais municípios e aumento de 9,1% no resultado das capitais.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$11,6 bilhões, ante R$17,5 bilhões no período equivalente do ano passado, contribuindo para redução do défi cit nominal, de R$3 bilhões para R$630 milhões.

Tabela 4.2 – Produção industrial – SudesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,5 0,0 -4,2

Indústria extrativa 7,7 -1,9 -0,5 0,5

Indústria de transformação 92,3 -0,6 0,0 -4,4

Veículos automotores 12,9 1,6 2,4 -15,0

Alimentos 9,0 -5,8 -2,7 -2,3

Metalurgia básica 8,0 3,3 -1,9 -7,4

Refino de petróleo e álcool 7,4 1,5 -2,2 2,8

Outros produtos químicos 7,1 -3,3 1,0 -0,6

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

0

5

10

15

20

25

30

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.3 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Discriminação

2009 2010 2011 20121/ R$ milhões Part.( %)

Sudeste 40,5 36,7 -30,0 14,0 70 574 50

Brasil 50,0 23,5 -18,0 7,0 141 834 100

Fonte: BNDES

1/ Valores acumulados em doze meses até setembro.

20121/Var. % acum. 12 meses

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 47

O saldo da dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios da região totalizou R$358,8 bilhões em abril, com expansão de 0,2% em relação a dezembro de 2011, representando 73,5% da dívida de todos os estados, capitais e de principais municípios do país.

A produção de grãos na região Sudeste deverá alcançar 19,3 milhões de toneladas em 2012, superando em 12% a safra de 2011 e correspondendo a 11,8% da produção nacional, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. A expansão estimada de 18% para a safra do milho decorre de aumento de 6,2% na área plantada e de 11,2% na produtividade, refl etindo, principalmente, prognóstico favorável para a segunda safra. Estimam-se ainda crescimentos respectivos de 1,8% e de 0,9% nas safras de soja e feijão e retração de 11,2% na produção de arroz, associada à diminuição de 17,6% na área plantada e ao aumento de 7,9% na produtividade. Adicionalmente, estão estimados crescimentos nas produções de café, 18,6%, em ciclo bienal de alta produtividade, e de banana, 1,3%, em oposição às reduções nas safras de cana-de-açúcar, 12,8%, em consequência das retrações de 7,8% na área a ser colhida e de 5,4% no rendimento, e de laranja, 5%.

De acordo com prognóstico divulgado pela Conab em outubro, a produção de grãos na região deverá apresentar queda entre 1,1,% e 3,3% em 2013, relativamente a 2012, refl etindo principalmente expectativa de redução entre 4,0% e 6,4% na safra de milho.

Os abates de bovinos, aves e suínos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo SIF apresentaram variações respectivas de -2,2%, -3,2% e 7,7% nos oito primeiros meses de 2012, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com estatísticas do Mapa. A redução dos abates de bovinos refl etiu, em parte, continuidade das difi culdades com as exportações e menor oferta do boi gordo. Quanto à avicultura, a evolução desfavorável dos abates no período repercutiu redução da oferta de aves em decorrência da elevação dos custos de produção.

O superávi t comercial da região somou US$10 bilhões nos primeiros nove meses de 2012, ante US$14,9 bilhões em igual período do ano anterior, registrando-se reduções de 8% nas exportações e de 4% nas importações, que atingiram US$99,3 bilhões e US$89,3 bilhões, respectivamente.

A redução das exportações, evidenciando variações de -3,4% nos preços e de -4,8% no quantum, refletiu,

Tabela 4.6 – Necessidades de financiamento –Região Sudeste1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Total -14 551 -10 974 17 528 11 604

Governos estaduais -10 847 -8 574 13 741 9 045

Capitais -2 124 -2 318 3 492 2 325

Demais municípios -1 580 -82 295 233

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.5 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Sudeste1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Total 357 911 -10 974 11 604 630 244 358 785

Governos estaduais 292 428 -8 574 9 045 471 170 293 069

Capitais 67 142 -2 318 2 325 7 69 67 218

Demais municípios -1 659 -82 233 152 5 -1 502

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 4.4 – Dívida líquida – Sudeste1/

ComposiçãoR$ milhões

Região Sudeste 2010 2011 2012

Dez Dez Abr

Dívida bancária 7 994 9 484 9 686

Renegociação2/ 315 998 334 203 337 870

Dívida externa 12 752 15 654 17 704

Outras dívidas junto à União 17 677 16 903 15 606

Dívida reestruturada 810 825 791

Disponibilidades líquidas -14 726 -19 157 -22 872

Total (A) 340 504 357 911 358 785

Brasil3/ (B) 471 548 490 959 487 842

(A/B) (%) 72,2 72,9 73,5

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000.3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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especialmente, as retrações nas vendas de produtos básicos, 13,9%, e de produtos semimanufaturados, 13%. Os principais destinos dos embarques da região foram EUA, China, Argentina, Holanda e Índia, que adquiriram, em conjunto, 47,8% das vendas externas da região no período.

O comportamento das importações, resultante de redução de 4,7% nas quantidades e de aumento de 0,7% nos preços, repercutiu, principalmente, as reduções nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 16%, e de bens de consumo duráveis, 6,8%. As importações provenientes dos EUA, China, Alemanha, Argentina, e Japão representaram 49,4% das aquisições externas do Sudeste no período.

O mercado de trabalho da região registrou, de acordo com estatísticas do Caged, do MTE, a criação de 186 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto, ante 330,6 mil naquele fi nalizado em maio e 268,4 mil em igual período de 2011. Destacaram-se, no período, as contratações nos segmentos de serviços, 62,3 mil, comércio, 42,5 mil, e agropecuária, 41 mil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 0,4% no trimestre terminado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia aumentado 0,6%, no mesmo tipo de análise.

A taxa média de desemprego do Sudeste, considerada a PME realizada pelo IBGE nas regiões metropolitanas de São Paulo (RMSP), Rio de Janeiro (RMRJ) e Belo Horizonte (RMBH) atingiu 5,4% no trimestre encerrado em agosto. A retração de 0,4 p.p. em relação a igual período de 2011 decorreu de expansões de 1,8% na população ocupada e de 1,4% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real cresceram, respectivamente, 2,9% e 4,7%, no período. Considerados dados sem sazonalidade, a taxa média de desemprego atingiu 5,4% no trimestre encerrado em agosto, ante 5,5% naquele fi nalizado em maio.

A infl ação na região Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA na RMSP, na RMRJ e na RMBH, atingiu 1,33% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,01% no segundo trimestre, resultado da aceleração dos preços livres, de 1,08% para 1,63%, e da desaceleração dos preços monitorados, de 0,83% para 0,50%.

A evolução dos preços livres repercutiu mais fortemente o impacto da aceleração dos preços dos produtos comercializáveis, de 0,69% para 1,35%, com destaque para as altas em panifi cados, 3,84%, bebidas e infusões, 3,43%, carnes, 2,62%, e vestuário, 1,26%. Entre os produtos não comercializáveis, a elevação de 1,85% no trimestre

70

100

130

160

190

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.4 – Abates de animais – SudesteMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.8 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 107 888 99 281 -8,0 -4,9

Básicos 45 932 39 543 -13,9 -5,4

Industrializados 61 956 59 737 -3,6 -4,6

Semimanufaturados 15 808 13 759 -13,0 -11,0

Manufaturados1/ 46 148 45 979 -0,4 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.7 – Produção agrícola – SudesteItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

2011 2012 2012/2011

Grãos 17 201 19 260 12,0

Arroz (em casca) 0,3 174 154 -11,2

Feijão 2,8 878 886 0,9

Milho 7,1 10 637 12 554 18,0

Soja 5,2 4 446 4 526 1,8

Outras lavouras

Café 19,9 2 260 2 679 18,6

Banana 3,0 2 253 2 281 1,3

Cana-de-açúcar 36,8 484 030 421 967 -12,8

Laranja 9,8 16 237 15 419 -5,0

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 49

encerrado em setembro ante 1,41% naquele fi nalizado em junho refl etiu, principalmente, a aceleração dos preços de serviços, de 1,51% para 1,85%, no período analisado.

O movimento dos preços monitorados traduziu, em especial, a desaceleração da alta de produtos farmacêuticos, de 2,32% para 0,69%, e a queda de 1,39% no preço da energia elétrica, ante alta de 0,34% no trimestre anterior. O índice de difusão médio aumentou 0,2 p.p. no terceiro trimestre, atingindo 57%.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da região variou 5,12% em setembro, ante 4,82% em junho de 2012, refl etindo o efeito da aceleração nos preços livres, de 5,28% para 5,79%, parcialmente contrabalançada pela desaceleração nos preços monitorados, de 3,71% para 3,36%.

A atividade econômica do Sudeste apresentou melhor desempenho no trimestre encerrado em agosto. O crescimento do comércio varejista, refl etindo a expansão da massa salarial e do crédito às famílias, e o resultado estável da indústria de transformação no trimestre, com perspectivas de recuperação em decorrência das medidas de incentivo adotadas recentemente, indicam continuidade da expansão.

Tabela 4.9 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 93 013 89 258 -4,0 -1,2

Bens de capital 22 851 22 726 -0,5 2,0

Matérias-primas 40 502 39 568 -2,3 -3,3

Bens de consumo 15 068 14 713 -2,4 0,2

Duráveis 7 681 7 159 -6,8 -4,7

Não duráveis 7 387 7 554 2,3 7,5

Combustíveis e lubrificantes 14 592 12 251 -16,0 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.10 – Evolução do emprego formal – SudesteNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 268,4 118,2 -73,5 330,6 186,0

Indústria de transformação 22,1 -34,8 -36,1 51,2 12,7

Comércio 63,0 107,8 -32,0 23,7 42,5

Serviços 113,9 126,0 28,3 127,1 62,3

Construção civil 35,6 -3,1 9,4 52,7 18,9

Agropecuária 30,4 -82,0 -43,0 62,4 41,0

Serviços ind. de utilidade pública -1,3 -0,0 -0,0 1,7 3,0

Outros2/ 4,7 4,4 0,0 11,7 5,7

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

4

5

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

Gráfico 4.5 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste%

Fonte: IBGE

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50 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Tabela 4.11 – IPCA – SudesteVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

Ano II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 6,57 1,01 1,33 5,12

Livres 74,6 6,64 1,08 1,63 5,79

Comercializáveis 32,9 4,55 0,69 1,35 3,02

Não comercializáveis 41,7 8,38 1,41 1,85 8,11

Monitorados 25,4 6,38 0,83 0,50 3,36

Principais itens

Alimentação 22,1 7,24 1,69 2,97 9,10

Habitação 15,1 6,74 1,86 1,37 6,45

Artigos de residência 4,2 -0,59 -0,88 0,28 -1,98

Vestuário 5,9 8,38 2,78 1,26 5,53

Transportes 20,4 6,47 -1,65 -0,22 -0,71

Saúde 11,5 6,76 1,92 1,25 6,31

Despesas pessoais 11,0 8,16 3,40 2,35 9,98

Educação 4,8 8,25 0,09 0,62 7,70

Comunicação 5,0 1,50 0,10 0,13 0,33

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 51

Minas Gerais

A atividade econômica em Minas Gerais acelerou no trimestre encerrado em agosto, impulsionada pela recuperação da indústria de transformação, que respondeu positivamente aos estímulos fi scais direcionados ao setor automobilístico. Nesse contexto, o IBCR-MG registrou expansão de 2,2% no trimestre, frente ao trimestre fi nalizado em maio, quando crescera 1,1%, no mesmo tipo de comparação. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-MG cresceu 3,2%, em relação a igual intervalo em 2011, ante 2,4% em maio.

As vendas do comércio varejista em Minas Gerais registraram crescimento de 3% na margem no trimestre fi nalizado em agosto, ante 0,7% no encerrado em maio, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE. O maior dinamismo das vendas foi determinado pelas variações de 7,4% no ramo de móveis e eletrodomésticos e de 1,9% em hipermercados e supermercados. O comércio ampliado, respondendo aos incentivos fi scais no ramo de veículos, expandiu 3%, com aumentos de 6,7% em veículos, motos, partes e peças e de 3,8% em material de construção.

Considerando períodos de doze meses, as vendas varejistas até agosto cresceram 8,6% ante o período anterior, desempenho 0,2 p.p. superior ao registrado até maio. Destacaram-se os segmentos de móveis e eletrodomésticos, com aumento de 27,7%, e hipermercados e supermercados, com ampliação de 5,3%. No conceito ampliado, as vendas varejistas registraram aumento de 5,8%, refl etindo variações de 0,7% em veículos e de 6% em material de construção.

O Índice de Confi ança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) e pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), atingiu 50,8 pontos em setembro, ante 52,2 pontos em junho. O componente relativo à expectativa econômica reduziu-se2,3 p.p., situando-se em 44,4 pontos, registrando queda em todos os seus itens, com destaque para a deterioração na avaliação sobre o emprego, que passou de 51,2 pontos para 47,6 pontos. No componente expectativa fi nanceira, também foi registrada queda, de 55,8 pontos para 55 pontos, com recuo nos itens pontualidade no pagamento e situação fi nanceira da família, contrabalançada pela melhora na avaliação sobre a disponibilidade de recursos.

40

45

50

55

60

Set2010

Dez Mar 2011

Jun Set Dez Mar 2012

Jun Set

ICC geral Expectativa econômicaExpectativa financeira

Gráfico 4.7 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte

Fonte: Fecomércio Minas e Ipead/UFMG

120

125

130

135

140

145

150

155

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-MG

Gráfico 4.6 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Minas GeraisDados desazonalizados2002 = 100

Tabela 4.12 – Índice de vendas no varejo – Minas GeraisGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 10,0 0,7 3,0 8,6

Combustíveis e lubrificantes 0,0 -1,5 0,7 2,2

Híper e supermercados 5,6 -1,1 1,9 5,3

Tecidos, vestuário e calçados 5,8 1,3 1,0 3,6

Móveis e eletrodomésticos 31,1 3,5 7,4 27,7

Comércio ampliado 9,0 1,0 3,0 5,8

Veículos e motos, partes e peças 7,3 -1,2 6,7 0,7

Material de construção 8,8 3,4 3,8 6,0

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

A produção industrial no estado cresceu 1,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando havia aumentado 0,8%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A indústria extrativa mineral decresceu 0,8% enquanto a de transformação registrou expansão de 1,6%, ressaltando-se a elevação na produção de veículos automotores, 13,2%. Os segmentos de minerais não metálicos e outros produtos químicos registraram contrações respectivas de 1,2% e de 1,7%.

A produção da indústria mineira acumulada em doze meses contraiu-se 1,1% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 1,4% em maio. Esse desempenho incorporou reduções tanto na indústria extrativa, refl etindo a retração na exploração de minério de ferro, quanto na indústria de transformação, destacando-se as diminuições nos segmentos de metalurgia básica, 4,4%, em razão de queda na produção de lingotes, blocos ou placas de aços e de bobinas a frio de aços e de veículos automotores, 4,2%. A indústria de alimentos apresentou ligeira expansão, enquanto as de minerais não metálicos e outros produtos químicos registraram variações positivas de 2,7% e de 8,9%, impulsionadas pelo aumento na produção de cimento e inseticidas para uso agrícola.

O Icei divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) atingiu 57 pontos em setembro, ante 55,6 pontos em junho e 55,7 pontos em igual mês do ano anterior. A expansão trimestral refl etiu as intensifi cações respectivas de 3,3 pontos e de 0,5 ponto assinaladas no Índice de Condições Atuais e no Índice de Expectativas para os próximos seis meses.

As operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Minas Gerais totalizaram R$193,9 bilhões em agosto, aumentando 4% no trimestre e 21,3% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas, evidenciando o dinamismo das modalidades fi nanciamento imobiliário e crédito consignado, atingiram R$91,7 bilhões, elevando-se 5,1% e 29,9%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação. O crédito concedido ao segmento de pessoas jurídicas somou R$102,2 bilhões, elevando-se 3% no trimestre, com ênfase nas contratações do comércio atacadista, exceto veículos, siderurgia e construção, e 14,5% em doze meses. A taxa de inadimplência situou-se em 3,32% em agosto, aumentando 0,01 p.p. no trimestre e 0,77 p.p. em doze meses.

Tabela 4.13 – Produção industrial – Minas GeraisGeral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 0,8 1,8 -1,1

Indústria extrativa 15,2 3,4 -0,8 -1,1

Indústria de transformação 84,8 0,7 1,6 -1,1

Metalurgia básica 17,7 4,1 0,1 -4,4

Veículos automotores 16,4 -4,0 13,2 -4,2

Alimentos 14,0 -2,6 0,8 0,3

Minerais não metálicos 7,3 1,0 -1,2 2,7

Outros produtos químicos 6,2 0,5 -1,7 8,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

100

110

120

130

140

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Brasil Minas Gerais

Gráfico 4.8 – Produção industrial – Minas GeraisDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

0

10

20

30

40

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.9 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

O superávit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais atingiu R$2,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2012. Em comparação a igual período do ano anterior, o aumento de 31% refl etiu a elevação nos superávits dos governos estadual, de R$1,1 bilhão para R$1,8 bilhão, e da capital, 63,5% no período, e a redução do superávit, de R$304 milhões para de R$29 milhões, no âmbito dos demais municípios.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$2,1 bilhões no ano até abril. A retração de 33,8% no quadrimestre, em relação a igual período de 2011, refl etiu o recuo de 1,12 p.p. na variação do IGP-DI, principal indexador dos passivos regionais renegociados com a União, e contribuiu para que o superávit nominal totalizasse R$127 milhões.

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios mineiros somou R$65,1 bilhões em abril, elevando-se 6,8% em doze meses e reduzindo-se 0,1% em relação a dezembro de 2011. O aumento da dívida líquida no governo estadual respondeu por 90% da variação em doze meses.

A safra de grãos do estado deverá totalizar 12,1 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE, registrando recorde pelo segundo ano consecutivo. O aumento anual de 13,4% refl ete, em especial, a projeção de aumento de 19% para a colheita de milho, principal lavoura de grãos da região, refl etindo o aumento nos preços do produto no período de plantio no centro-sul do país. O acréscimo anual da produção de soja, segunda maior cultura de grãos do estado, está estimado em 3,8%, enquanto no âmbito das demais culturas a produção de café, em ciclo bienal de alta produtividade, deverá crescer 17,4%, e a de cana-de-açúcar, 6,8%.

De acordo com prognóstico divulgado pela Conab em outubro, a produção de grãos do estado deverá oscilar entre redução de 1,8% e crescimento de 0,2% em 2013, projeção que considera redução entre 2,6% e 5,1% na produção do milho, primeira safra, com parte dos produtores direcionando o cultivo para a soja, cuja produção deverá crescer entre 5,5% e 7,3%.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF, que compreendem cerca de 70% dos realizados no estado, cresceram 11,9% no ano até agosto, ante igual período de 2011, recuperando-se da redução de 12,8% ocorrida no primeiro bimestre. Os abates de aves

Tabela 4.16 – Produção agrícola – Minas GeraisItens selecionados

Em mil toneladasDiscriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2011 2012 2012/2011

Grãos 28,3 10 698 12 126 13,4

Feijão 5,5 583 636 9,1

Milho 11,8 6 535 7 776 19,0

Soja 9,4 2 941 3 054 3,8

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 13,1 67 725 72 338 6,8

Café 38,4 1 336 1 568 17,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 4.14 – Dívida líquida e necessidades de financiamento do estado de Minas Gerais e seus principais municípios1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Est. Minas Gerais 65 230 -2 231 2 104 -127 42 65 145

Governo estadual 63 548 -1 797 2 022 225 41 63 813

Capital 1 398 -405 45 -361 1 1 039

Demais municípios 284 -29 37 8 1 293

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 4.15 – Necessidades de financiamento do estado de Minas Gerais e seus principais municípios1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado de Minas Gerais -1 704 -2 231 3 176 2 104

Governo estadual -1 099 -1 797 3 088 2 022

Capital -301 -405 36 45

Demais municípios -304 -29 52 37

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

e suínos aumentaram 8,5% e 10,7%, respectivamente, no acumulado até agosto, na mesma base de comparação.

O superávit da balança comercial de Minas Gerais totalizou U$16,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano, redução de 22,8% em relação a igual período de 2011. As exportações totalizaram US$25 bilhões, e as importações, US$8,8 bilhões, contraindo-se, na ordem, 17,3% e 4,9% no período.

O desempenho das exportações, com reduções de 11,6% nos preços e de 5,6% no quantum, foi infl uenciado pela contração de 22% nos embarques de produtos básicos, com ênfase nos decréscimos das vendas de minério de ferro, 23%, e de café em grão, 31,9%. As vendas de produtos semimanufaturados diminuíram 9,2%, com destaque para a retração nas vendas de produtos semimanufaturados de ferro ou aço, 20,7%, e de ferro fundido bruto e ferro spiegel, 34,2%, enquanto as associadas a manufaturados diminuíram 8,5%, com ênfase nos declínios de 49,9% nas vendas de automóveis de passageiros, de 39% nas de fi o-máquina e barras de ferro ou aço e de 21,1% nas de produtos laminados planos de ferro ou aço. China, EUA, Japão, Holanda, Argentina e Alemanha adquiriram, em conjunto, 62% das exportações do estado nos três primeiros trimestres do ano.

A retração das importações decorreu da variação negativa de 6,9% nas quantidades importadas, parcialmente compensada pela elevação de 2,5% nos preços. No período, destaque-se a redução das aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 34,2%, fortemente infl uenciada pela contração de 35,5% nas compras de carvão mineral. Os desembarques de matérias-primas e produtos intermediários reduziram-se 6,3% no período, com destaque para a queda de 21,9% nas compras de matérias-primas para agricultura e de 16,3% nas entradas de acessórios de equipamentos de transporte. As aquisições de bens de consumo elevaram-se 9,1%, concentradas em veículos de passageiros, cujo aumento atingiu 5,9%, e em produtos alimentícios, incremento de 34,6%. As importações de mercadorias procedentes dos EUA, China, Argentina, Alemanha, Itália e México representaram, em conjunto, 66% das importações do estado no período.

No mercado de trabalho formal em Minas Gerais, foram criados 54,9 mil novos empregos no trimestre encerrado em agosto, ante 52,2 mil no mesmo trimestre do ano anterior, segundo o Caged, do MTE. A agropecuária foi responsável por 28,8% das novas vagas, com crescimento de 225,3% em relação ao mesmo período de 2011, refl exo da

Tabela 4.18 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhõesDiscriminação Minas Gerais Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 9 298 8 844 -4,9 -1,2

Bens de capital 2 600 2 608 0,3 2,0

Matérias-primas 4 237 3 973 -6,3 -3,2

Bens de consumo 1 488 1 624 9,1 0,2

Duráveis 1 243 1 330 7,1 -4,7

Não duráveis 245 293 19,6 7,5

Combustíveis e lubrificantes 972 640 -34,2 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

110

130

150

170

190

210

230

Ago 2009

Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.10 – Abates de animais – Minas GeraisMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.17 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhõesDiscriminação Minas Gerais Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 30 270 25 033 -17,3 -4,9

Básicos 19 467 15 193 -22,0 -5,4

Industrializados 10 803 9 840 -8,9 -4,6

Semimanufaturados 6 144 5 576 -9,2 -11,0

Manufaturados1/ 4 659 4 264 -8,5 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

antecipação das contratações temporárias na cultura de café, de junho para maio, no ano anterior. No setor de serviços, foi registrado saldo líquido de 12,5 mil novos empregos, redução de 8,9 mil na comparação com o mesmo período de 2011. Na indústria de transformação, foram criados, liquidamente, 11 mil novos empregos, ante 6,6 mil no mesmo trimestre de 2011, infl uenciados pelas contratações na indústria de veículos, que empregou 5,6 mil novos trabalhadores no período, 4,7 mil acima do registrado no mesmo trimestre do ano anterior. Na construção civil, houve redução de 4,7% em relação ao mesmo período de 2011, com a geração de 8,9 mil novas vagas. No comércio, as contratações líquidas passaram de 8,3 mil no trimestre encerrado em agosto do ano anterior para 5,6 mil no período homólogo deste ano.

A taxa de desemprego média da RMBH, segundo a PME do IBGE, atingiu 4,4% no trimestre fi nalizado em agosto, 0,3 p.p. abaixo do apurado no mesmo trimestre de 2011, com expansões de 0,4% na PEA e de 0,8% no número de ocupados. A massa salarial real cresceu 6,8% na média trimestral, relativamente ao mesmo período do ano anterior, refl etindo as elevações de 6% no rendimento médio real e de 0,8% na população ocupada remunerada.

O IPCA da RMBH variou 1,42% no trimestre fi nalizado em setembro, ante 1,27% no encerrado em junho, resultado que refl etiu o aumento dos preços livres, de 1,20% para 1,75%. Esse segmento foi infl uenciado pela variação nos preços não comercializáveis, que acelerou de 1,28% para 2,02%, tendo como principais altas os itens tomate, 72,58%, empregado doméstico, 4,10%, e alimentação fora do domicílio, 2,61%. Os preços comercializáveis registraram aceleração menos intensa no período, de 1,10% para 1,45%, com destaque para as elevações nos preços de arroz, 13,14%, de roupa feminina, 3,46%, e de carnes, 3,34%. Os preços dos itens monitorados, por outro lado, apresentaram forte desaceleração, passando de 1,54% para 0,35%. As maiores elevações ocorreram nos itens ônibus interestadual, 4,00%, plano de saúde, 1,92%, e energia elétrica residencial, 0,50%. A desaceleração no índice refl etiu o término dos impactos do aumento da taxa de água e esgoto ocorrido no trimestre anterior e a queda 0,46% nos preços da gasolina. O índice de difusão atingiu 56,9% no trimestre terminado em setembro, ante 56,1% no terminado em junho.

Considerando períodos de doze meses, a infl ação na RMBH atingiu 5,71% em setembro, ante 5,45% em junho, refl etindo a aceleração nos preços livres, de 5,97% para 6,43%. Entre os preços livres, a variação dos itens comercializáveis atingiu 3,79% em setembro, ante 3,47% em

3

4

5

6

7

8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

Gráfico 4.11 – Taxa de desemprego aberto –Belo Horizonte%

Fonte: IBGE

Tabela 4.19 – Evolução do emprego formal – Minas GeraisNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 52,2 16,6 -13,9 84,2 54,9

Indústria de transformação 6,6 2,0 -10,0 7,7 11,0

Comércio 8,3 27,4 -3,6 6,5 5,6

Serviços 21,4 29,6 10,5 25,6 12,5

Construção civil 9,3 -3,4 -5,1 16,9 8,9

Agropecuária 4,9 -40,3 -6,9 26,5 15,8

Indústria extrativa mineral 1,4 1,1 0,8 0,6 0,9

Outros1/ 0,2 0,1 0,4 0,4 0,2

Fonte: MTE

1/ Inclui serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outros.

Tabela 4.20 – IPCA – Belo HorizonteVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,26 1,65 1,27 1,42

Livres 76,0 1,47 1,87 1,20 1,75

Comercializáveis 36,0 0,95 0,23 1,10 1,45

Não comercializáveis 40,0 1,91 3,37 1,28 2,02

Monitorados 24,0 0,80 0,95 1,54 0,35

Principais itens

Alimentos e bebidas 21,0 2,67 1,73 0,90 3,33

Habitação 15,6 0,89 1,37 3,41 1,66

Artigos de residência 5,3 -1,85 -0,10 0,37 0,69

Vestuário 6,8 2,33 -0,58 2,16 3,01

Transportes 19,8 0,58 1,36 -1,24 -1,10

Saúde 10,8 1,34 1,13 1,57 1,17

Despesas pessoais 11,5 1,43 3,86 4,73 2,14

Educação 4,4 -0,01 7,44 0,12 0,89

Comunicação 4,8 0,53 -0,22 -0,78 0,50

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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56 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

junho, com destaque para as altas nos itens cigarros, 20,12%, arroz, 19,09%, e carnes, 5,88%, enquanto a elevação dos preços dos itens não comercializáveis passou de 8,24% para 8,85%, com altas mais signifi cativas nos itens empregado doméstico, 16,44%, conserto de automóvel, 12,39%, e aluguel residencial, 11,76%. Os preços dos itens monitorados desaceleraram de 4,22% para 3,69%, evolução associada, em especial, ao comportamento dos preços de telefone fi xo e da gasolina.

Em Minas Gerais, a atividade econômica no trimestre encerrado em agosto teve como principal destaque a recuperação da indústria de transformação, estimulada pelos incentivos fi scais ao setor automotivo, com refl exos nas contratações da indústria e nas vendas do comércio. A expansão do mercado de trabalho tem mantido o nível de vendas do comércio, que se aceleraram no trimestre, interrompendo trajetória de desaceleração desse indicador em doze meses. As exportações, por outro lado, seguem refl etindo o arrefecimento da demanda mundial e da China, em especial, por minério de ferro.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 57

Rio de Janeiro

O nível de atividade da economia fluminense seguiu em expansão moderada no trimestre encerrado em agosto, considerado o comportamento favorável das vendas varejistas, do crédito e do mercado de trabalho, em contraste com o desempenho da indústria de transformação, particularmente do segmento de veículos automotores. Nesse cenário, o IBCR-RJ variou 0,3% no período, ante os três meses anteriores, quando havia crescido 0,4%, de acordo com dados dessazonalizados. O indicador em doze meses até agosto elevou-se 1%, em relação ao período equivalente do ano anterior, próximo do 1,1% registrado em maio.

As vendas do comércio varejista cresceram 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando aumentaram 1,1%, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Destacaram-se, no período, as elevações nas vendas de hipermercados e supermercados, 1,5%, tecidos, vestuário e calçados, 5,2%, e móveis e eletrodomésticos, 2,1%. Incluídas as variações nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 22,5%, e de material de construção, 5,1%, o comércio ampliado cresceu 7,2% no trimestre analisado.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista do estado expandiu 4,1% em agosto, em relação a igual período de 2011, e o comércio ampliado, 3,6%, ante elevações respectivas de 4,3% e de 3,2% em maio. O Índice de Expectativas do Consumidor divulgado pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) registrou acréscimo de 0,9% em agosto, em relação a igual mês do ano anterior, após ter crescido 1,1% em julho.

A produção industrial do estado recuou 2,6% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando crescera 1%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A indústria de transformação retraiu 2,7% no período, com ênfase nos decréscimos nos segmentos veículos automotores, 16,9%, infl uenciado pela queda da produção de caminhões; refi no de petróleo e produção de álcool, 4,9%; e outros produtos químicos, 4,6%. A indústria extrativa, favorecida pelo aumento da extração petrolífera, avançou 0,8% no período. Considerados intervalos de doze meses, a indústria fl uminense recuou 4,9% em agosto, ante declínio de 3,8% em maio, registrando-se retrações respectivas de 2,7% e de 5,4% nas indústrias extrativa e de transformação.

115

120

125

130

135

140

145

Ago2009

Dez Abr2010

Ago Dez Abr2011

Ago Dez Abr2012

Ago

IBC-Br IBCR-RJ

Gráfico 4.12 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio de JaneiroDados dessazonalizados2002 = 100

90

100

110

120

130

140

Mai 2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Indústria geral Indústria extrativa

Indústria de transformação

Gráfico 4.13 – Produção industrial – Rio de JaneiroDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 4.21 – Índice de vendas no varejo – Rio de JaneiroGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 6,8 1,1 2,7 4,1

Combustíveis e lubrificantes -0,1 7,2 4,2 7,9

Híper e supermercados 2,7 0,9 1,5 0,9

Tecidos, vestuário e calçados 6,4 -1,0 5,2 3,9

Móveis e eletrodomésticos 19,3 0,6 2,1 12,1

Comércio ampliado 6,6 1,1 7,2 3,6

Veículos e motos, partes e peças 4,2 -4,8 22,5 -0,2

Material de construção 17,2 3,6 5,1 7,6

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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58 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Os indicadores industriais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) apresentaram diminuição generalizada no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, considerando dados dessazonalizados. O índice de vendas reais recuou 1,8%, o de pessoal ocupado, 0,8%, o de massa salarial, 0,5%, e o de horas trabalhadas, 0,2%. O Nuci atingiu 79,6% no trimestre fi nalizado em agosto, ante 81,7% naquele encerrado em maio, situando-se em nível 0,5 p.p. inferior à média da série histórica dessazonalizada.

O Icei divulgado pela Firjan voltou a recuar em julho, compensando parcialmente a elevação dos dois trimestres anteriores, atingindo 53,2 pontos, ante 58,9 pontos em abril e 59,4 pontos em igual período de 2011. A evolução trimestral decorreu de variações negativas de 6,5 pontos e de 5,2 pontos, respectivamente, registradas nos componentes condições atuais e expectativas.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil totalizou R$256,8 bilhões em agosto, dos quais R$81,8 bilhões no segmento de pessoas físicas e R$175 bilhões no de pessoas jurídicas, expandindo 5,7% no trimestre e 17,8% em doze meses. Essa evolução trimestral refl etiu acréscimos de 3,7% no segmento de pessoas físicas, liderado pelos fi nanciamentos imobiliários e por créditos em consignação, e 6,6% no relativo a pessoas jurídicas, com ênfase nas modalidades capital de giro e outros fi nanciamentos. A expansão em doze meses decorreu de aumentos respectivos de 26,6% e de 14,1% nos segmentos de pessoas físicas e jurídicas.

A inadimplência relativa a essas operações de crédito atingiu 2,8% em agosto, registrando-se estabilidade no segmento de pessoas físicas e no de pessoas jurídicas.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio de Janeiro registraram superávit primário de R$2,04 bilhões no primeiro quadrimestre, sendo o governo do estado responsável por 97% do resultado. A redução de 10,2% na comparação com o mesmo período de 2011 refl etiu as diminuições de 94,6% no superávit da capital e de 92,9% no superávit dos demais municípios, parcialmente compensadas pelo aumento de 60% no superávit do governo do estado.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$1,9 bilhão no primeiro quadrimestre, redução de 38% em relação ao ano anterior. O resultado nominal registrou superávit de R$151 milhões, ante déficit de R$775 milhões no período comparativo.

30354045505560657075

Abr 2009

Jul Out Jan 2010

Abr Jul Out Jan 2011

Abr Jul Out Jan 2012

Abr Jul

Geral Expectativas Condições atuais

Fonte: Firjan

Gráfico 4.14 – Índice de Confiança do Empresário Industrial – Rio de JaneiroPontos

0

10

20

30

40

50

Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.15 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 4.22 – Produção industrial – Rio de JaneiroGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 1,0 -2,6 -4,9

Indústria extrativa 18,0 -4,3 0,8 -2,7

Indústria de transformação 82,0 1,4 -2,7 -5,4

Refino de petróleo e álcool 14,7 6,0 -4,9 0,9

Metalurgia básica 11,9 1,8 -1,2 0,1

Veículos automotores 10,6 4,5 -16,9 -21,7

Outros produtos químicos 7,4 -4,5 -4,6 4,2

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 59

A dívida líquida do estado do Rio de Janeiro atingiu R$63,6 bilhões em abril, mantendo-se praticamente estável em relação a dezembro de 2011. Registraram-se, no período, queda de 0,3% na dívida do governo do estado, e aumentos de 4,9% na dívida do governo da capital e de 0,7% na do governo dos demais municípios.

A produção de cana-de-açúcar, cultura mais importante do estado, deverá crescer 10,8% em 2012, de acordo com o LSPA divulgado pelo IBGE em setembro, estimativa decorrente do crescimento de 12,2% na área colhida e da diminuição de 1,2% na produtividade. Dentre as demais culturas, projetam-se elevações de 41,4% e de 1,2% para as produções de mandioca e de banana, respectivamente, e retração de 18,1% na produção de milho.

Estimativas da Conab para 2013, divulgadas em outubro, indicam avanço de 2,1% na produção de grãos no estado, comparativamente a 2012, refl exo do aumento da produtividade, tendo em vista que a área plantada deve se manter estável.

A balança comercial do estado acumulou superávit de US$6,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano, ante US$7,9 bilhões em igual período de 2011, de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$21,6 bilhões, e as importações, US$15,2 bilhões, registrando recuo de 1,9% e crescimento de 7,5%, respectivamente, no período. As vendas externas de óleos brutos de petróleo, representando 66,2% do total dos embarques do estado, recuaram 1,7% no período, enquanto suas importações, equivalentes a 20,4% do fl uxo total, avançaram 19,1%, resultando em superávit de US$11,2 bilhões, contrastando com o défi cit de US$4,8 bilhões resultante das demais transações comerciais do estado com o exterior.

O recuo das exportações decorreu de aumento de 2,2% nos preços e de declínio de 2,9% no quantum, ressaltando-se a diminuição de 4,2% nas vendas de produtos manufaturados. Os principais destinos das exportações do estado foram EUA, China e Índia, que responderam por 54,8% dos embarques realizados nos nove primeiros meses do ano. O crescimento das importações decorreu de aumentos de 2,3% nos preços e de 5,1% nas quantidades, ressaltando-se as elevações nas aquisições de combustíveis e lubrifi cantes, 16,6%, e de bens de capital, 22,4%. As importações provenientes dos EUA, Arábia Saudita e China representaram, em conjunto, 43,2% das compras do estado no período.

Tabela 4.25 – Produção agrícola – Rio de JaneiroItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção Variação %

2011 20122/ 2011/2010

Grãos

Feijão 1,0 3,8 3,4 -11,4

Milho 1,1 18,3 15,0 -18,1

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 27,2 5 138 5 694 10,8

Tomate 21,5 196 196 0,0

Banana 9,5 152 154 1,2

Mandioca 8,9 229 324 41,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 4.24 – Necessidades de financiamento –Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado do R. de Janeiro -2 265 -2 035 3 040 1 884

Governo estadual -1 235 -1 975 2 685 1 686

Capital -760 -41 337 183

Demais municípios -270 -19 18 16

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.23 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Est. do R. de Janeiro 63 548 -2 035 1 884 -151 154 63 552

Governo estadual 59 835 -1 975 1 686 -289 90 59 637

Capital 4 216 -41 183 142 64 4 421

Demais municípios -503 -19 16 -4 0 -506

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

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60 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

A economia fl uminense gerou, de acordo com o Caged, do MTE, 30,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto, ante 42,6 mil naquele fi nalizado em maio e 50,6 mil em igual período de 2011, resultado infl uenciado pela geração de 15,5 mil vagas no setor de serviços e 5,9 mil no de construção civil. Considerando-se dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do estado cresceu 0,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio.

A taxa média de desemprego na RMRJ atingiu, de acordo com a PME do IBGE, 5% no trimestre encerrado em agosto, ante 5,1% em igual período de 2011, evolução decorrente de crescimentos de 2,4% na população ocupada e de 2,3% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas reduziu-se 0,5%, enquanto a massa de rendimento elevou-se 3,1% no período, permanecendo estável e acumulando alta de 2,9%, respectivamente. A análise na margem, a partir de dados dessazonalizados, revelou que a taxa de desemprego caiu 0,3 p.p. em relação ao trimestre fi nalizado em maio.

A taxa de infl ação do estado, mensurada pelo IPCA da RMRJ, atingiu 1,74% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,11% no trimestre anterior, refl exo de aceleração dos preços livres, de 1,17% para 2,03%, e relativa estabilidade dos preços dos itens monitorados, que variaram 0,98% e 1,04%, nos períodos analisados. Os preços livres registraram aceleração entre os comercializáveis, de 1,42% para 1,71%, e, principalmente, entre os bens e serviços não comercializáveis, de 1,01% para 2,23%. O trimestre caracterizou-se pela elevação dos preços dos alimentos, 3,36%, com destaque para tubérculos, raízes e legumes, 37,39%, sob condições climáticas adversas. Entre os demais grupos, ressaltam-se os aumentos de habitação, 1,76%, e despesas pessoais, 2,9%, pressionados pelos reajustes da taxa de água e esgoto, condomínio e empregado doméstico. A despeito da aceleração do IPCA da RMRJ no terceiro trimestre, o índice de difusão médio do período situou-se em 57,1%, ante 57,8% no trimestre precedente.

Considerados os últimos doze meses, os preços na RMRJ registraram trajetória ascendente, acumulando variação de 6,58% em setembro, ante 5,81% em junho. Os monitorados acumularam variação de 5,66% para 5,98% nos períodos selecionados, e os livres, de 5,92% para 6,88%, diante dos avanços dos bens comercializáveis, de 4,4% para 4,5%, e não comercializáveis, de 6,86% para 8,49%. A RMRJ continua apresentando a maior infl ação no período

Tabela 4.27 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 14 108 15 160 7,5 -1,2

Bens de capital 2 308 2 824 22,4 2,0

Matérias-primas 4 810 4 740 -1,5 -3,3

Bens de consumo 2 375 2 214 -6,8 0,2

Duráveis 1 165 1 097 -5,8 -4,7

Não duráveis 1 210 1 117 -7,7 7,5

Combustíveis e lubrificantes 4 615 5 382 16,6 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.28 – Evolução do emprego formal – Rio de JaneiroNovos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 50,6 62,0 2,8 42,6 30,9

Indústria de transformação 4,7 5,7 0,0 4,9 1,8

Comércio 7,9 24,5 -11,9 3,0 4,6

Serviços 21,1 27,6 7,0 18,6 15,5

Construção civil 12,4 4,1 10,4 12,9 5,9

Agropecuária 3,7 -1,0 -3,4 2,2 1,5

Serviços ind. utilidade pública -0,3 0,6 0,3 0,9 1,4

Outros2/ 1,1 0,5 0,5 0,2 0,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Tabela 4.26 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 22 017 21 606 -1,9 -4,9

Básicos 14 562 14 426 -0,9 -5,4

Industrializados 7 455 7 180 -3,7 -4,6

Semimanufaturados 1 701 1 667 -2,0 -11,0

Manufaturados1/ 5 754 5 513 -4,2 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 61

entre as regiões pesquisadas, repercutindo, principalmente, o comportamento dos grupos transportes e habitação.

A retomada da atividade econômica do estado está pautada na expansão do crédito e da massa de rendimentos, que favorece, em particular, o desempenho do comércio de bens e serviços. A continuidade dos efeitos das ações de política monetária recentemente implementadas e dos demais estímulos – desoneração tributária de setores industriais selecionados, redução da tributação sobre linhas de bens de consumo, entre outras –, bem como a concretização dos investimentos previstos, gera perspectivas positivas para a expansão da atividade no curto prazo.

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

%

Gráfico 4.16 – Taxa de desemprego aberto –Rio de Janeiro

Fonte: IBGE

Tabela 4.29 – IPCA – Rio de JaneiroVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,56 2,02 1,11 1,74

Livres 71,6 1,72 1,80 1,17 2,03

Comercializáveis 27,6 1,45 -0,14 1,42 1,71

Não comercializáveis 44,0 1,94 3,06 1,01 2,23

Monitorados 28,4 1,24 2,59 0,98 1,04

Principais itens

Alimentação 22,6 2,59 1,64 1,61 3,36

Habitação 16,6 2,52 2,11 1,89 1,76

Artigos de residência 3,8 -0,73 0,13 -0,03 0,84

Vestuário 5,1 2,57 -0,20 1,49 2,33

Transportes 18,5 0,77 3,40 -0,60 0,33

Saúde 11,8 1,17 1,61 2,32 1,27

Despesas pessoais 10,8 1,94 1,87 2,15 2,90

Educação 4,9 0,08 6,54 0,08 0,29

Comunicação 5,8 0,26 -0,35 -0,36 0,25

Fonte: IBGE1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 63

São Paulo

A atividade econômica em São Paulo, refl etindo a sustentação do ritmo de crescimento das vendas do comércio varejista e a trajetória da produção industrial, que apresentou o melhor resultado trimestral desde junho de 2011, manteve-se em recuperação no trimestre encerrado em agosto. Nesse cenário, o IBCR-SP cresceu 0,8% em relação ao trimestre fi nalizado em maio, quando aumentara 0,2%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados. A análise em doze meses revela que o indicador variou 0,8% em agosto, em relação a igual intervalo de 2011, ante expansão acumulada de 1,4% em maio.

As vendas varejistas cresceram 2,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando aumentaram 1,9%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE, com ênfase nas expansões respectivas de 5,7% e 5,2% nos segmentos combustíveis e lubrifi cantes e móveis e eletrodomésticos. O comércio ampliado, incorporadas as variações nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 16,8%, e de materiais de construção, -11,0%, cresceu 5,6%, ante 2,5% no trimestre encerrado em maio.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas do estado aumentaram 8,4% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 7,5% em maio, destacando-se as elevações nos setores móveis e eletrodomésticos, 11,3%, e hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 10,2%. O comércio ampliado, refl etindo aumentos respectivos de 8,6% e 7% nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de materiais de construção, cresceu 8,2% nessa base de comparação.

A produção da indústria paulista aumentou 0,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando decrescera 0,8%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Ocorreram aumentos em 7 dos 20 setores considerados na pesquisa, ressaltando-se os registrados nas indústrias de produtos de metal, 10,3%, e de veículos automotores, 4,6%. Em oposição, ressaltem-se as retrações respectivas de 6,3% e 4,1% nas indústrias de alimentos e de borracha e plástico.

A análise em doze meses revela que a produção industrial do estado decresceu 4,8% em agosto, em relação ao período correspondente de 2011, ante recuo de 2,7% em maio. Ressaltem-se, no período, as retrações respectivas de 16,6% e 10,9% nos segmentos veículos automotores e

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Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-SP

Gráfico 4.17 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e São PauloDados dessazonalizados 2002 = 100

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Ago 2009

Nov Fev 2010

Mai Ago Nov Fev 2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Fonte: IBGE

Comérico varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.18 – Comércio varejista – São PauloDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 4.30 – Comércio varejista – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 5,9 1,9 2,2 8,4

Combustíveis e lubrificantes 0,6 0,7 5,7 -1,7

Híper e supermercados 4,2 3,7 1,5 10,2

Tecidos, vestuário e calçados 3,5 0,7 2,2 -1,5

Móveis e eletrodomésticos 13,8 2,4 5,2 11,3

Comércio ampliado 5,8 2,5 5,6 8,2

Automóveis e motocicletas 5,5 3,5 16,8 8,6

Material de construção 6,3 -2,8 -11,0 7,0

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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máquinas, aparelhos e materiais elétricos e as expansões respectivas de 9,8% e 6,1% nas indústrias de outros equipamentos de transporte e de refi no de petróleo e álcool.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) divulgado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) recuou 3,1% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao fi nalizado em junho, resultado de retrações de 4,1% no componente associado às expectativas e de 1,7% naquele que avalia as condições econômicas atuais. O ICC cresceu 3,4% em relação a igual trimestre de 2011, resultado de variações respectivas de 2,9% e 4,1% nos componentes considerados.

De acordo com estatísticas dessazonalizadas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as vendas reais do setor cresceram 1,9% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam decrescido 1%, nesse tipo de análise. As horas trabalhadas na produção assinalaram retrações respectivas de 1,7% e 0,6%, e o Nuci aumentou 0,8 p.p., atingindo 81,1%, em agosto.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em São Paulo atingiu R$674,1 bilhões em agosto, crescendo 2,9% no trimestre e 19,3% em doze meses. O estoque das operações contratadas no segmento de pessoas físicas, impulsionado pelas modalidades crédito imobiliário, crédito pessoal e fi nanciamento de veículos, totalizou R$271,1 bilhões, elevando-se 4,3% e 25,6% nas bases de comparação consideradas. O saldo das operações pactuadas no segmento de pessoas jurídicas somou R$403,1 bilhões, elevando-se 1,9% no trimestre e 15,5% em doze meses, destacando-se o dinamismo das modalidades de desconto de duplicatas, fi nanciamentos à exportação e capital de giro.

A inadimplência das operações de crédito em São Paulo atingiu 3,5% em agosto, elevando-se 0,1 p.p. no trimestre. Ocorreram estabilidade na taxa associada ao segmento de pessoas físicas e aumento de 0,1 p.p. na relativa ao segmento de pessoas jurídicas, que se situaram em 5,1% e 2,4%, respectivamente.

O superávit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de São Paulo atingiu R$6,3 bilhões no primeiro quadrimestre de 2012, reduzindo-se 39,2% em relação a igual período de 2011. Ocorreram, no período, retrações nos superávits do governo do estado, 46,3%, e dos principais municípios, 97,3%, e aumento de 74,1% no da esfera da capital.

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Ago 2009

Nov Fev 2010

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Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Brasil São PauloFonte: IBGE

Gráfico 4.19 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Tabela 4.31 – Produção industrial – São PauloGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,8 0,3 -4,8

Veículos automotores 13,4 2,6 4,6 -16,6

Máquinas e equipamentos 9,0 -2,5 -0,5 -4,9

Alimentos 8,8 -6,2 -6,3 -2,5

Outros produtos químicos 7,8 -2,6 1,8 -4,5

Farmacêutica 7,6 0,8 5,7 -0,5

Refino de petróleo e álcool 6,4 -4,0 -0,7 6,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Ago 2009

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Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.20 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 65

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$7,6 bilhões, ante R$11,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2011, registrando-se reduções respectivas de R$2,6 bilhões e R$1,0 bilhão nas esferas estadual e da capital. O défi cit nominal somou R$1,3 bilhão, ante R$900 milhões no primeiro quadrimestre de 2011.

A dívida líquida do estado, da capital e dos demais principais municípios atingiu R$229,8 bilhões em abril, elevando-se 0,6% em relação a dezembro de 2011 e correspondendo a 64,1% da dívida da região Sudeste.

A safra de grãos do estado deverá totalizar 7 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. A projeção de crescimento anual de 10,1% está associada, principalmente, à previsão de aumento de 17,2% na colheita de milho, com ênfase no impacto da expansão de 62,9% na segunda safra, favorecida por condições climáticas adequadas que devem propiciar aumento de 55,3% no rendimento médio da cultura. Adicionalmente, projetam-se recuos anuais respectivos de 16% e 2,2% para as produções de feijão e soja e expansão de 2% para a relativa a arroz. Com relação às demais lavouras, destacam-se as estimativas de expansão de 57,3% para a safra de café, em ciclo bianual de alta produtividade, e de redução de 19% para a relativa a cana-de-açúcar, esta evidenciando recuos de 10,6% na área a ser colhida e de 6,6% no rendimento médio, provocado pela estiagem no segundo semestre de 2011. A produção de laranja deverá recuar 5,5% no ano, em decorrência da redução de 9,7% no rendimento médio.

O primeiro prognóstico para a produção de grãos em 2013, realizado pela Conab em outubro, indicou retração entre 3,3% e 5,9% em relação à safra de 2012, impactada pela queda entre 6,8% e 9,5% na produção de milho, parcialmente contrabalançada pela estimativa de elevação entre 6,1% e 9,2% na safra de soja.

Os abates de bovinos, aves e suínos realizados em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF apresentaram variações respectivas de -7,1%, -8,1% e 1%, nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, segundo o Mapa. A evolução do abate de bovinos refl etiu a menor oferta de boi gordo, em consequência da redução da criação do gado confi nado, motivada pela elevação do preço de insumos, e do menor dinamismo das exportações e do consumo interno.

A balança comercial de São Paulo registrou défi cit de US$15 bilhões nos nove primeiros meses do ano, resultado

Tabela 4.34 – Produção agrícola – São PauloItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

2011 2012 2012/2011

Produção de grãos 6 375 7 016 10,1

Arroz (em casca) 0,2 81 82 2,0

Feijão 1,3 277 233 -16,0

Milho 4,9 4 001 4 687 17,2

Soja 3,3 1 505 1 472 -2,2

Outras lavouras selecionadas

Café 3,9 199 313 57,3

Cana-de-açúcar 55,6 406 484 329 281 -19,0

Laranja 16,6 15 330 14 483 -5,5

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 4.33 – Necessidades de financiamento –São Paulo1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado de S. Paulo -10 305 -6 267 11 236 7 561

Governo estadual -8 245 -4 431 7 901 5 291

Capital -1 039 -1 809 3 117 2 096

Demais municípios -1 021 -27 218 175

1/ Inclui informações do Estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.32 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – São Paulo1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Estado de S. Paulo 228 468 -6 267 7 561 1 295 45 229 808

Gov. estadual 168 173 -4 431 5 291 860 37 169 070

Capital 61 535 -1 809 2 096 287 4 61 826

Dem. municípios -1 240 -27 175 148 5 -1 088

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

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14,7% inferior ao observado em igual período de 2011. As exportações decresceram 1,4%, e as importações, 5,2%, somando, na ordem, US$43,7 bilhões e US$58,7 bilhões.

O comportamento das exportações, decorrente de variações de 1,8% nos preços e de -3,1% no quantum, refl etiu, em especial, o recuo de 16% nas vendas de produtos semimanufaturados. Argentina, EUA, China, Holanda e México adquiriram, em conjunto, 40,5% das vendas externas do estado no período.

A redução das importações, evidenciando variações de 0,9% nos preços e de -6,0% no quantum, foi sensibilizada, em especial, pelo recuo de 29,2% nas compras de combustíveis e lubrifi cantes. As aquisições provenientes dos EUA, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul representaram, em conjunto, 51,7% das vendas externas do estado no período.

A economia de São Paulo criou, de acordo com o Caged, do MTE, 103,5 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto, ante 185,2 mil naquele fi nalizado em maio e 163,5 mil em igual período de 2011. Foram registradas 33,2 mil contratações líquidas no setor de serviços, 32,3 mil na agropecuária e 30,6 mil no comércio. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal cresceu 0,3% no trimestre terminado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio.

A taxa de desemprego da RMSP, divulgada pela PME do IBGE, atingiu 6% no trimestre encerrado em agosto, ante 6,5% em igual período de 2011, refl etindo aumentos de 1,7% no pessoal ocupado e de 1,2% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real aumentaram 4,1% e 5,8%, respectivamente, no período considerado. A análise na margem, a partir de dados dessazonalizados, revelou que a taxa de desemprego atingiu 5,8% no trimestre fi nalizado em agosto, ante 5,9% naquele encerrado em maio.

O IPCA da RMSP variou 1,14% no trimestre encerrado em setembro, ante 0,88% naquele fi nalizado em junho, resultado de aceleração dos preços livres, de 1,00% para 1,43%, e de desaceleração dos preços monitorados, de 0,51% para 0,30%, esta refl etindo, em grande parte, a evolução dos preços dos itens produtos farmacêuticos e energia elétrica.

O desempenho dos preços livres refletiu, em especial, o aumento de 0,26% para 1,19% na variação

Tabela 4.36 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 61 922 58 726 -5,2 -1,2

Bens de capital 15 949 15 474 -3,0 2,0

Matérias-primas 29 161 28 683 -1,6 -3,3

Bens de consumo 8 871 8 945 0,8 0,2

Duráveis 3 493 3 437 -1,6 -4,7

Não duráveis 5 379 5 508 2,4 7,5

Combustíveis e lubrificantes 7 941 5 623 -29,2 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

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Ago 2009

Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev 2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.21 – Abates de animais – São PauloMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 4.37 – Evolução do emprego formal – São PauloNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 163,5 30,1 -60,0 185,2 103,5

Indústria de transformação 8,4 -43,1 -23,6 35,8 -1,4

Comércio 44,9 49,8 -15,3 13,7 30,6

Serviços 67,8 63,5 8,7 79,1 33,2

Construção civil 11,8 -3,2 4,1 20,5 2,9

Agropecuária 30,0 -38,6 -31,8 25,2 32,3

Serviços ind. de utilidade pública -0,9 -0,6 -0,6 0,9 1,7

Outros2/ 1,6 2,4 -1,5 10,0 4,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 4.35 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 44 284 43 682 -1,4 -4,9

Básicos 3 606 3 709 2,8 -5,4

Industrializados 40 678 39 973 -1,7 -4,6

Semimanufaturados 6 238 5 242 -16,0 -11,0

Manufaturados1/ 34 439 34 731 0,8 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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dos preços dos produtos comercializáveis, em cenário de elevações nos preços dos itens carnes, panifi cados e bebidas e infusões. A variação dos produtos não comercializáveis atingiu 1,63%, ante 1,61% no trimestre fi nalizado em junho, registrando-se a manutenção da pressão exercida pelos preços dos serviços, em especial pelos itens alimentação fora do domicílio e serviços pessoais, e dos tubérculos. O índice de difusão médio aumentou 0,3 p.p. no trimestre, atingindo 56%.

O IPCA da RMSP variou 4,33% no intervalo de doze meses encerrado em setembro, ante 4,21% em junho, evolução decorrente de aceleração dos preços livres, de 4,78% para 5,13%, parcialmente compensada pela desaceleração dos preços monitorados, de 2,59% para 2,06%.

A atividade econômica em São Paulo vem apresentando sinais mais evidentes de recuperação na margem, favorecida pela recuperação da indústria de transformação e pela sustentação do ritmo de crescimento do comércio varejista. Nos próximos meses, a economia paulista, amparada pelo dinamismo das vendas do comércio – em ambiente de crescimento do rendimento médio habitual e da massa salarial real e de dinamismo do mercado de crédito – e pela esperada trajetória de expansão da atividade industrial, deverá registrar ritmo mais vigoroso de crescimento.

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

Gráfico 4.22 – Taxa de desemprego aberto – São Paulo%

Fonte: IBGE

Tabela 4.38 – IPCA – São PauloVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

Ano II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 6,49 0,88 1,14 4,33

Livres 75,4 6,58 1,00 1,43 5,13

Comercializáveis 33,8 4,46 0,26 1,19 2,20

Não comercializáveis 41,6 8,29 1,61 1,63 7,65

Monitorados 24,6 6,21 0,51 0,30 2,06

Principais itens

Alimentação 22,3 6,98 1,99 2,69 9,01

Habitação 14,3 5,85 1,30 1,11 5,21

Artigos de residência 4,0 -1,23 -1,66 -0,08 -3,25

Vestuário 5,9 9,13 3,51 0,22 4,66

Transportes 21,3 6,13 -2,20 -0,12 -2,58

Saúde 11,6 6,89 1,88 1,28 6,58

Despesas pessoais 10,8 8,98 3,41 2,20 9,29

Educação 4,9 8,96 0,09 0,65 7,68

Comunicação 4,9 1,37 0,59 -0,05 0,65

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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5Região Sul

A recuperação parcial da renda agrícola, a manutenção do dinamismo dos mercados de trabalho e de crédito e o impacto das medidas governamentais visando estimular a atividade econômica favoreceram a evolução dos indicadores do comércio da região. Nesse cenário, o IBCR-S registrou crescimento de 4,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando havia recuado 2,8%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. O indicador elevou-se 0,6% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, ante queda de 0,3% em maio.

As vendas varejistas aumentaram 0,6% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam recuado 0,3%, nesse tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Seis das nove atividades consideradas na pesquisa apresentaram acréscimo nas vendas, com ênfase no relativo a móveis e eletrodomésticos, 2,8%. Incorporadas as variações de 18,2% nas vendas de automóveis e de 2,3% nas de materiais de construção, o comércio ampliado cresceu 5,6%, ante 0,6% no trimestre fi nalizado em maio.

Considerados períodos de doze meses, as vendas varejistas cresceram 9% em agosto, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante 9,2% em maio, ressaltando-se as elevações nas atividades móveis e eletrodomésticos, 13,4%, e híper e supermercados, 9,1%. Considerados os aumentos respectivos de 9,3% e 4% nas vendas de materiais de construção e de automóveis e motocicletas, o comércio ampliado cresceu 7% no intervalo de doze meses encerrado em agosto.

De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram comercializados 72,5 mil automóveis e comerciais leves novos no trimestre fi nalizado em agosto, representando acréscimos de 36,4% em relação ao trimestre encerrado em maio e de 27,1% em relação a igual intervalo de 2011.

75

85

95

105

115

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Restrito AmpliadoFonte: IBGE

Gráfico 5.2 – Comércio varejista – SulDados dessazonalizados2011 = 100

110

120

130

140

150

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-S

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sul Dados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 5.1 – Comércio varejista – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 6,4 -0,3 0,6 9,0

Combustíveis e lubrificantes 0,6 1,9 2,4 2,4

Híper e supermercados 4,2 -2,2 -0,3 9,1

Tecidos, vestuário e calçados 4,5 3,4 1,6 5,0

Móveis e eletrodomésticos 14,3 -0,1 2,8 13,4

Comércio varejista ampliado 7,5 0,6 5,6 7,0

Automóveis e motocicletas 7,9 -1,4 18,2 4,0

Material de construção 14,6 2,0 2,3 9,3

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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70 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

O Índice Nacional de Confi ança (INC), divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), revertendo a tendência declinante iniciada em janeiro, atingiu 182 pontos em setembro, ante 160 pontos em agosto e 172 pontos em setembro de 2011. A melhora na confiança dos consumidores da região também foi captada pelo Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tendo em vista que, em setembro, 84% dos entrevistados consideraram sua situação fi nanceira igual ou melhor do que nos três meses anteriores e 93% têm expectativa de que não haverá redução da renda pessoal nos próximos seis meses.

O Índice de Confi ança do Empresário do Comércio (Icec), elaborado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), cresceu nos últimos dois meses, situando-se em 117,3 pontos em setembro. Esse patamar, mesmo representando percepção favorável, ainda é inferior ao registrado em junho de 2012, 124,4 pontos, e em setembro do ano anterior, 126,6 pontos.

A produção industrial da região Sul recuou 3,2% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando decrescera 2,6%, no mesmo tipo de análise, de acordo com estatísticas da PIM-PF Regional, do IBGE, agregadas e dessazonalizadas pelo Banco Central do Brasil. Ocorreram reduções em nove das dezenove atividades pesquisadas, destacando-se as relacionadas a outros produtos químicos, 4,6%, e a máquinas e equipamentos, 3,9%. A análise em doze meses revela que a indústria da região cresceu 0,5% em agosto, em relação a igual intervalo de 2011, ante 3,0% até maio, enquanto em âmbito nacional ocorreram recuos respectivos de 2,9% e 1,9%, nas mesmas bases de comparação.

A trajetória dos indicadores de emprego industrial mostrou-se condizente com o desempenho do setor. Nesse sentido, as horas trabalhadas, o pessoal ocupado e a folha real de pagamentos registraram recuos respectivos de 0,7%, 0,3% e 0,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salário (Pimes) do IBGE. Considerados período de doze meses, os indicadores mencionados registraram variações respectivas de -1,2%, 0,8% e 5,2% em agosto, comparativamente a igual intervalo de 2011.

A produtividade da indústria da região Sul, compreendida como a relação entre a produção física e o número de horas pagas, divulgados pelo IBGE, recuou

105

115

125

135

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Brasil Sul Fonte: IBGE

Gráfico 5.4 – Produção industrial Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Tabela 5.2 – Produção industrial – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100 -2,6 -3,2 0,5

Alimentos 19,2 -4,4 0,2 -2,2

Veículos automotores 13,9 3,9 5,1 1,0

Máquinas e equipamentos 12,2 -0,2 -6,9 7,6

Refino de petróleo e álcool 7,2 1,9 0,2 10,6

Celulose, papel e produtos de papel 6,5 -2,8 -1,8 0,8

Outros produtos químicos 6,5 -0,3 -11,9 -2,3

Ed. impr. e reprodução de gravações 5,0 -13,4 1,0 11,9

Fonte: IBGE

1/ Ponderação das atividades na indústria conforme a PIM-PF/IBGE de agosto.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

80

100

120

140

40

50

60

70

Mar2011

Mai Jul Set Nov Jan2012

Mar Mai Jul Set

Índice de Confiança do Empresário IndustrialÍndice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Fontes: CNI e CNC

Gráfico 5.3 – Confiança do empresariadoEm pontos

Linha de confiança

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 71

2,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando declinara 2,2%, conforme dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador cresceu 1,7% em agosto, em relação a igual período de 2011.

O Icei divulgado pela CNI atingiu 51,6 pontos em agosto, ante 54,5 pontos no país, registrando variações de 0,5 ponto no mês e de 1,5 ponto em doze meses.

O Nuci da região2 atingiu 77,9% no trimestre fi nalizado em agosto, recuando 0,7 p.p. em relação ao terminado em maio, a partir de série isenta de infl uências sazonais. O indicador registrou redução de 0,8 p.p. no período de doze meses encerrado em agosto, comparativamente a igual intervalo de 2011.

As vendas de cimento na região Sul cresceram 1,1% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando retraíram 1,6%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), dessazonalizados pelo Banco Central do Brasil. A análise em doze meses indica que essas vendas aumentaram 10,3% em agosto, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante 9,4% em maio.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas no Sul atingiu R$386 bilhões em agosto, crescendo 3,5% no trimestre e 22,1% em doze meses. As operações junto às pessoas físicas totalizaram R$185,3 bilhões, elevando-se 3,8% e 24,9%, respectivamente, nessas bases de comparação, destacando-se a evolução das modalidades fi nanciamentos imobiliários, fi nanciamentos de veículos e crédito pessoal com consignação em folha de pagamento. A carteira de pessoas jurídicas somou R$200,7 bilhões, com aumentos de 3,2% no trimestre e 19,3% em doze meses, refl etindo, especialmente, o dinamismo das operações contratadas pela indústria de alimentos e bebidas, comércio de outros produtos e construção.

A taxa de inadimplência das operações de crédito atingiu 3,1% em agosto, ante 3,2% em maio, ocorrendo redução de 0,2 p.p. no segmento de pessoas físicas e estabilidade no relativo a pessoas jurídicas, nos quais a taxa se situou em 4% e 2,4%, respectivamente.

2/ Calculado a partir de ponderação dos indicadores de cada estado, divulgados pela Fiergs, Fiesc e Fiep, pela participação das indústrias dos estados respectivos na produção da região, considerada a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE.

0

5

10

15

20

25

30

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.5 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 1 mil.

Tabela 5.3 – Dívida líquida – Sul1/

ComposiçãoR$ milhões

Região Sul 2010 2011 2012

Dez Dez Abr

Dívida bancária 3 118 3 757 3 858

Renegociação2/ 57 550 60 129 60 112

Dívida externa 3 812 4 432 4 209

Outras dívidas junto à União 3 152 3 324 3 336

Dívida reestruturada 264 271 260

Disponibilidades líquidas -450 -2 889 -4 809

Total (A) 67 447 69 024 66 967

Brasil3/ (B) 471 548 490 959 487 842

(A/B) (%) 14,3 14,1 13,7

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados prelimares.2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000.3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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72 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

O superávit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sul totalizou R$4,2 bilhões no primeiro quadrimestre de 2012. A variação de 14,2% em relação a igual período de 2011 refl etiu, em grande parte, os aumentos nos resultados dos governos dos estados, 17,6%, refl etindo o crescimento de 11,8% na arrecadação do ICMS, e dos governos das capitais, 113,4%.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$2,1 bilhões, reduzindo-se 36,5% no período, evolução associada, fundamentalmente, ao impacto da menor variação do IGP-DI, principal indexador da dívida renegociada junto à União, passivo que representa a maior parcela do endividamento público regional. O superávit nominal totalizou R$2,1 bilhões no quadrimestre, ante R$356 milhões em igual período do ano anterior.

A dívida líquida dos estados e dos principais municípios da região totalizou R$67 bilhões em abril, recuando 3% em relação a dezembro de 2011 e passando a representar 13,7% do endividamento total.

A safra de grãos da região deverá totalizar 56,5 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE, representando 35,2% da produção nacional, ante 43,2% em 2011. A projeção de decréscimo anual de 16,7% refl ete, em grande parte, as estimativas de reduções para as produções de soja, 37,2%, feijão, 19,8%, arroz, 11,1%, e trigo, 6,6%, decorrentes da longa estiagem que afetou a região desde os últimos meses de 2011. A produção de milho deverá crescer 4,1% no ano, impactada pela projeção de aumento de 60,9% na segunda safra. Entre as demais culturas, a safra de fumo deverá recuar 15,5%. As cotações médias do feijão, soja, arroz, trigo e milho apresentaram variações respectivas de 75,3%, 32,8%, 32,2%, 1,3% e -0,2% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, de acordo com estatísticas da Associação Riograndense de Empreendimentos e de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/SC) e da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná (Seab/PR).

Em setembro, a Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Mapa estimou que o Valor Bruto da Produção (VBP) da região deverá registrar decréscimo anual real de 2,7% em 2012, com ênfase no recuo de 15,9% associado à cultura de soja, dados corrigidos pelo IGP-DI.

Tabela 5.6 – Produção agrícola – SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2011 2012 2012/2011

Grãos 65,9 67 842 56 506 -16,7

Soja 33,2 28 570 17 948 -37,2

Milho 13,8 21 870 22 761 4,1

Arroz (em casca) 10,1 10 111 8 991 -11,1

Trigo 5,2 5 399 5 043 -6,6

Feijão 2,9 1 096 879 -19,8

Outras lavouras

Fumo 10,0 931 787 -15,5

Cana-de-açúcar 4,4 50 653 51 411 1,5

Mandioca 5,0 5 991 5 817 -2,9

Maçã 2,0 1 333 1 336 0,2

Uva 1,6 985 982 -0,3

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 5.5 – Necessidades de financiamento – Sul1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Total -3 667 -4 187 3 311 2 104

Governos estaduais -2 872 -3 378 3 228 2 022

Capitais -410 -876 16 12

Demais municípios -385 66 68 70

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 5.4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Sul1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Total 69 024 -4 187 2 104 -2 083 26 66 967

Governos estaduais 69 111 -3 378 2 022 -1 356 19 67 774

Capitais 69 -876 12 -864 3 -792

Demais municípios -157 66 70 136 5 -16

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 73

O primeiro levantamento de intenção de plantio da safra de 2013, elaborado pela Conab, indicou que a produção de grãos da região deverá apresentar crescimento entre 18,8% e 21,9%, com destaque para o aumento previsto para a soja, entre 51,3% e 56,6%.

Os abates de bovinos, suínos e aves realizados em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF registraram variações respectivas de -13,8%, 2,8% e -0,6% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, de acordo com estatísticas do Mapa. As cotações desses produtos variaram, respectivamente, 1,4%, -3% e 0,1%, no período, conforme a Emater/RS, o Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), a Cepa/SC e a Seab/PR. As exportações destes itens registraram variações respectivas de -29,8%, -2,9% e 3,5%, no período.

A balança comercial da região Sul registrou défi cit de US$2,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2012, ante défi cit de US$1,2 bilhão em igual período do ano anterior, de acordo com o MDIC. As exportações, refl etindo variações de -3,5% no quantum e de 0,7% nos preços, recuaram 2,8%, para US$33,8 bilhões, enquanto as importações, evidenciando variações de -6,5% na quantidade e de 6,9% nos preços, mantiveram-se estáveis em US$36 bilhões.

As vendas de produtos básicos, representando 49,3% do total exportado nos nove primeiros meses do ano, recuaram 0,1%, com destaque para as reduções nas relativas a soja, farelo e resíduos na extração de óleo de soja e a carnes de frango e de suínos. Os embarques de produtos manufaturados, 42,6% do total, decresceram 2,9%, com ênfase na redução de 11,7% nos referentes a polímeros de etileno, enquanto as exportações de semimanufaturados, 8,1% do total, recuaram 16,1%, destacando-se a retração de 30,1% nas relativas a açúcar de cana. China, Argentina e EUA adquiriram, em conjunto, 33,4% das vendas externas da região no período.

As aquisições de matérias-primas e produtos intermediários, representando 51,7% das compras externas da região, recuaram 4% no período, com destaque para a redução de 23,7% nas relativas a naftas. As importações de bens de capital, bens de consumo e combustíveis e lubrifi cantes, correspondendo, respectivamente, a 18,7%, 17,9% e 11,8% da pauta da região, experimentaram elevações de 7,3%, 3,6% e 2%, na ordem, salientando-se o aumento de 72,2% nas compras de veículos de carga.

40

60

80

100

120

140

160

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.6 – Abates de animais – SulMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 5.9 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 34 812 33 830 -2,8 -4,9

Básicos 16 694 16 669 -0,1 -5,4

Industrializados 18 118 17 161 -5,3 -4,9

Semimanufaturados 3 257 2 736 -16,0 -11,0

Manufaturados1/ 14 861 14 425 -2,9 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.7 – Preços médios pagos ao produtor – SulEm R$ por saca

Variação % no período

Produtos 2012

Mês1/ Trimestre2/ Acumulado

(Set) (Jul-Set) no ano3/

Soja 2,7 28,2 32,8

Arroz (em casca) 14,0 15,3 32,2

Feijão 16,9 -18,6 75,3

Milho -4,3 18,0 -0,2

Trigo 7,9 14,8 1,3

Fontes: Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR

1/ Em relação ao mês anterior.2/ Em relação ao trimestre anterior.

3/ Até setembro.

Tabela 5.8 – Indicadores da pecuária – SulAgosto de 2012

Variação % no ano

Discriminação Abates Exportações Preços

(nº de animais) (kg) (R$)

Bovinos -13,8 -29,8 1,4

Suínos 2,8 -2,9 -3,0

Aves -0,6 3,5 0,1

Fontes: Mapa, Emater/RS, Iepe, Seab/PR, Cepa/SC e MDIC

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74 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Os produtos provenientes da China, Argentina e Nigéria representaram, em conjunto, 41,7% das importações do Sul no período.

A região Sul registrou a geração de 38,9 mil empregos formais no trimestre fi nalizado em agosto, ante 60,6 mil em igual período do ano anterior, de acordo com o Caged, do MTE. O setor de serviços respondeu pela criação de 22,5 mil vagas, sendo 6,9 mil na atividade alojamento e alimentação, enquanto o comércio e a construção civil foram responsáveis pela incorporação de 8,7 mil e 4,5 mil postos de trabalho. O nível de emprego da região cresceu 0,7% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando aumentara 0,9%, na mesma base de comparação, considerados dados dessazonalizados, destacando-se os aumentos de 0,9% no comércio e no setor de serviços.

A taxa de desemprego da região Sul3 atingiu 3,4% em agosto, ante 4,6% em maio e 4,5% em agosto de 2011. A redução interanual resultou de variações de 0,4% na população ocupada e de -0,8% na PEA.

O IPCA da região Sul4 variou 1,46% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,26% no fi nalizado em junho, refl exo de aceleração, de 1,39% para 1,73%, nos preços livres e de desaceleração, de 0,87% para 0,58%, nos preços monitorados, esta evidenciando menor variação no item produtos farmacêuticos e retração de 0,44% no item energia elétrica residencial.

No âmbito dos preços livres, o aumento na variação dos preços dos bens comercializáveis, de 1,15% para 1,32%, refl etiu, em parte, elevações nos itens arroz, 11,37%, panifi cados, 2,73%, e automóvel novo, 1,83%. Os preços dos bens não comercializáveis elevaram-se 2,12% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,61% no fi nalizado em junho, com ênfase no impacto dos aumentos nos itens tubérculos, 45,70%, e alimentação fora do domicílio, 2,16%. O índice de difusão atingiu média de 60,3% no trimestre encerrado em setembro, ante 59,7% no fi nalizado em junho e 56,6% em igual intervalo de 2011.

3/ Calculado com base na taxa de desocupação das regiões metropolitanas de Porto Alegre, conforme a PME do IBGE, e de Curitiba, de acordo com a PME realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) em convênio com o IBGE.

4/ Calculado com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Curitiba, ponderados pelos pesos dessas regiões na composição do IPCA nacional.

Tabela 5.10 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 36 049 36 033 0,0 -1,2

Bens de capital 6 273 6 728 7,3 2,0

Matérias-primas 19 404 18 627 -4,0 -3,2

Bens de consumo 6 217 6 442 3,6 0,2

Duráveis 3 787 3 744 -1,1 -4,7

Não duráveis 2 430 2 698 11,1 7,5

Combustíveis e lubrificantes 4 155 4 236 2,0 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.11 – Evolução do emprego formal – SulNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 60,6 101,8 1,5 94,4 38,9

Indústria de transformação 6,0 4,1 -11,2 34,4 1,4

Comércio 15,6 46,5 -9,5 17,8 8,7

Serviços 28,6 38,1 22,4 36,0 22,5

Construção civil 9,4 4,6 0,5 11,6 4,5

Agropecuária -0,9 7,4 0,4 -8,2 -0,4

Serviços ind. de utilidade pública 0,7 0,7 0,1 0,5 0,6

Outros2/ 1,2 0,4 -1,2 2,3 1,5

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

2,5

3,5

4,5

5,5

6,5

7,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

%

Fontes: IBGE e Ipardes

Gráfico 5.7 – Taxa de desocupação – Sul

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 75

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da região Sul registrou alta de 5,26% em setembro, ante 4,86% em junho. A variação dos preços livres atingiu 5,84%, resultado de aumentos de 3,93% nos bens comercializáveis, ressaltando-se a elevação de preços no grupo alimentação, e de 7,72% nos bens não comercializáveis, destacando-se as altas nos itens tubérculos e alimentação fora do domicílio. A variação dos preços monitorados atingiu 3,45% em setembro, ante 4,56% no período de doze meses encerrado em junho, com ênfase no impacto da redução nos preços da gasolina.

A atividade econômica da região Sul tende a registrar ritmo mais intenso nos próximos meses, conforme antecipado pelo desempenho do IBCR-S. Essa perspectiva está ancorada nos impactos das medidas de estímulo – fi scais, monetárias e creditícias – recentemente implementadas e na recuperação parcial da renda agrícola, em resposta à evolução favorável das cotações das commodities. Esse cenário é fortalecido pelo ambiente benigno que envolve tanto os mercados de trabalho e de crédito, quanto as expectativas de empresários e consumidores. Deve ser considerado, no entanto, que a fragilidade da economia global deverá impactar negativamente a atividade da região, em particular o comércio externo.

40

50

60

70

Jun2009

Set Dez Mar2010

Jun Set Dez Mar2011

Jun Set Dez Mar2012

Jun Set

%

Gráfico 5.8 – IPCA – Índice de difusão – SulMédia móvel trimestral

Fonte: IBGE

Tabela 5.12 – IPCA – SulVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,54 0,90 1,26 1,46

Livres 76,5 1,61 0,99 1,39 1,73

Comercializáveis 37,6 1,39 0,01 1,15 1,32

Não comercializáveis 38,9 1,80 1,97 1,61 2,12

Monitorados 23,5 1,35 0,61 0,87 0,58

Principais itens

Alimentação 23,5 2,60 1,08 2,24 3,33

Habitação 14,8 2,02 1,95 1,91 1,29

Artigos de residência 4,7 -1,58 -0,61 0,22 1,17

Vestuário 7,2 2,21 -0,88 3,00 0,25

Transportes 20,1 1,12 -0,10 -2,04 0,04

Saúde 11,3 1,30 0,87 2,44 1,54

Despesas pessoais 9,9 1,54 1,68 3,64 1,74

Educação 3,9 0,24 6,21 -0,25 1,32

Comunicação 4,5 0,88 -0,12 0,67 0,39

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 77

Paraná

A atividade econômica paranaense registrou recuperação no trimestre encerrado em agosto, tanto pela manutenção dos bons resultados do mercado de trabalho, quanto pela recuperação, na margem, dos indicadores da agricultura, do comércio varejista e da indústria. Nesse cenário, o IBCR-PR cresceu 2,7% no trimestre fi nalizado em agosto, ante recuo de 2,1% observado naquele encerrado em maio, de acordo com dados dessazonalizados. Nos primeiros oito meses do ano, o IBCR-PR aumentou 2,5%, comparativamente a igual intervalo de 2011, ante 2,8% em maio.

As vendas do comércio varejista paranaense elevaram-se 0,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando haviam recuado 0,3%, nesse tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Destacaram-se, no trimestre, as expansões respectivas de 3,1% e 2,9% nos segmentos combustíveis e lubrifi cantes e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e perfumaria e o recuo de 6,9% nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Incorporadas as variações nas vendas de veículos, motos, partes e peças, 21,3%, e de material de construção, -2,8%, o comércio ampliado cresceu 6,9%, no período.

Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo elevaram-se 11,1% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante 10,7% em maio, com ênfase nos crescimentos relativos a artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria, 21,3%, outros artigos de uso pessoal, 17,6%, e móveis e eletrodomésticos, 15,6%. Evidenciando as variações assinaladas nos segmentos veículos, motos, partes e peças, 7,3%, e material de construção, 8,6%, o comércio ampliado cresceu 9,2% no período.

As vendas de veículos aumentaram 5% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2011, de acordo com estatísticas da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores do Estado do Paraná (Fenabrave-PR) e do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv PR). Considerado-se o mesmo tipo de comparação, essas vendas haviam recuado 9,5% no trimestre terminado em maio.

A produção da indústria paranaense recuou 4,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando diminuíra 5,5%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. Onze das catorze atividades pesquisadas

65

75

85

95

105

115

125

Mai 2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 5.10 – Comércio varejista – ParanáDados dessazonalizados2011 = 100

120

125

130

135

140

145

150

155

160

Mai 2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-PR

Gráfico 5.9 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e ParanáDados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 5.13 – Índice de vendas no varejo – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 7,0 -0,3 0,4 11,1

Combustíveis e lubrificantes -3,9 2,4 3,1 3,1

Híper e supermercados 6,0 -2,5 -1,0 10,8

Tecidos, vestuário e calçados -1,8 4,4 2,1 5,0

Móveis e eletrodomésticos 16,9 -1,2 -0,7 15,6

Comércio ampliado 8,8 0,8 6,9 9,2

Automóveis e motocicletas 10,8 -1,7 21,3 7,3

Material de construção 12,1 2,1 -2,8 8,6

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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78 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

registraram resultados positivos em agosto, ante julho, embora no acumulado do trimestre apenas sete tenham registrado expansão, destacando-se veículos automotores, 8,7%, refi no de petróleo e álcool, 2,3%, e celulose e papel, 0,8%. Considerados períodos de doze meses, a indústria cresceu 3,9% em agosto, em relação a igual intervalo do ano anterior, ante 8,8% em maio, destacando-se os aumentos nas atividades edição e impressão, 13,4%, refi no de petróleo e álcool, 7,1%, e veículos automotores, 5,3%.

A produtividade da indústria, definida como a relação entre a produção física e o número de horas pagas, decresceu 2,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio, quando diminuíra 7,5%, na mesma base de comparação, conforme dados dessazonalizados do IBGE. Considerados períodos de doze meses, o indicador elevou-se 2,8% em agosto, ante 7,7% em maio, em relação a iguais intervalos de 2011.

As vendas reais da indústria paranaense recuaram 0,9% no trimestre encerrado em agosto, comparativamente ao fi nalizado em maio, quando cresceram 6,2%, na mesma base de comparação, consideradas estatísticas dessazonalizadas da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Destacaram-se, no trimestre, as elevações nos segmentos máquinas e equipamentos, 8,8%, e produtos químicos, 1,8%, e os recuos nas vendas de produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos –, 2,5%, e de alimentos e bebidas, 2,1%. O Nuci atingiu 75,8% em agosto, recuando 1,3 p.p. em relação a maio.

Considerados períodos de doze meses, as vendas reais da indústria aumentaram 3% em agosto, em relação a igual período do ano anterior, com ênfase para as expansões respectivas de 17,9% e 10% nos segmentos fabricação e montagem de veículos automotores e coque, refi no de petróleo e produção de álcool.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas no Paraná totalizou R$142,2 bilhões em maio, elevando-se 4,2% no trimestre e 23,1% em doze meses. Os empréstimos contratados no segmento de pessoas físicas somaram R$68,6 bilhões, aumentando 4% e 25,1%, respectivamente, com ênfase no dinamismo das modalidades fi nanciamento imobiliário e empréstimo para aquisição de veículos automotores. A carteira das pessoas jurídicas atingiu R$73,7 bilhões, registrando variações respectivas de 4,3% e 21,2% nos períodos mencionados, ressaltando-se o desempenho dos empréstimos para capital de giro.

105

115

125

135

145

155

165

175

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Brasil Paraná

Gráfico 5.11 – Produção industrial – ParanáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Fonte: IBGE

0

10

20

30

Mai 2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.12 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.14 – Produção industrial – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -5,5 -4,2 3,9

Veículos automotores 24,0 2,1 8,7 5,3

Alimentos 17,8 -0,8 -1,0 1,3

Edição e impressão 11,3 -31,3 -34,6 13,4

Máquinas e equipamentos 10,7 -2,6 -8,2 -1,4

Refino de petróleo e álcool 8,3 0,3 2,3 7,1

Celulose e papel 6,7 -3,6 0,8 0,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade na indústria geral, conforme a PIM-PF/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 79

A taxa de inadimplência relativa a essas operações de crédito atingiu 3,3% em agosto, recuando 0,1 p.p. no trimestre e aumentando 0,6 p.p. em doze meses. A evolução trimestral decorreu de reduções de 0,15 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,04 p.p. no relativo a pessoas jurídicas, nos quais as taxas situaram-se, na ordem, em 4,1% e 2,5%.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Paraná apresentaram superávit primário de R$1,2 bilhão no primeiro quadrimestre do ano, resultado 2,6% superior ao registrado em igual período de 2011. O superávit do governo do estado, favorecido pelo aumento de 16% na arrecadação do ICMS, aumentou 26,4% no período, enquanto os relativos à capital e aos demais municípios registraram reduções respectivas de 43,8% e 90%.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$480 milhões, recuando 32,2% em relação ao primeiro quadrimestre de 2011, e o superávit nominal atingiu R$733 milhões, elevando-se 54,3% no período.

A dívida líquida total atingiu R$13,4 bilhões em abril, decrescendo 5,1% em relação a dezembro de 2011, com destaque para a retração de 4,25% na esfera estadual.

A safra de grãos do Paraná deverá totalizar 31,1 milhões de toneladas em 2012, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE, representando 19,0% da produção do país. A projeção de recuo anual de 2,2% refl ete o impacto da ocorrência de condições meteorológicas desfavoráveis na safra de verão, especialmente sobre a lavoura de soja, cuja produção decresceu 29,2% no ano. A produção de milho, a despeito das perdas observadas na safra de verão, deverá expandir 34,4% em 2012, somando 16,7 milhões de toneladas, trajetória atribuída ao crescimento de 61% da segunda safra. Para a cultura do trigo, em fase fi nal de colheita, é estimada retração anual de 12,2%, evolução associada ao declínio de 28% na área cultivada, motivado por difi culdades de comercialização da safra anterior e pelos baixos preços do produto na época de cultivo. A produção anual de feijão recuou 16,9% no ano, penalizada pela quebra de 35% na primeira safra.

De acordo com projeção da Seab/PR e do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral), divulgada em setembro, a produção de grãos do estado deverá totalizar 31,4 milhões de toneladas em 2012. A projeção de recuo anual de 2% resulta de expansão de 1% na área plantada e decréscimo de 3% na produtividade.

Tabela 5.17 – Produção agrícola – ParanáItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Variação %

2011 2012 2012/2011

Grãos 72,3 31 821 31 123 -2,2

Feijão 4,7 815 678 -16,9

Milho 17,5 12 442 16 723 34,4

Soja 38,7 15 458 10 939 -29,2

Trigo 7,1 2 428 2 132 -12,2

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 8,9 49 272 50 404 2,3

Fumo 4,3 172 151 -11,9

Mandioca 5,4 4 179 4 104 -1,8

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

Tabela 5.16 – Necessidades de financiamento – Paraná1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado do Paraná -1 182 -1 213 707 480

Governo estadual -828 -1 047 669 435

Capital -282 -159 4 4

Demais municípios -72 -7 35 40

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 5.15 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Paraná1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012Dez Primário Juros Total3/ Abr

Est. do Paraná 14 146 -1 213 480 -733 6 13 419

Governo estadual 14 283 -1 047 435 -611 4 13 676

Capital -8 -159 4 -155 2 -161

Demais municípios -129 -7 40 33 0 -96

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

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80 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Adicionalmente, a primeira safra de verão 2012/2013, em fase de plantio, está estimada em 22,6 milhões de toneladas, ressaltando-se que a expansão de 26% projetada para o ano refl ete, em parte, o impacto da ampliação de 4% na área cultivada de soja, que deverá totalizar 15,1 milhões de toneladas.

No primeiro levantamento da intenção de plantio da Conab, divulgado em outubro, a produção de grãos do Paraná deverá expandir-se entre 10,7% e 13,8% em 2013, resultado de variações de 35,1% a 40,4% para a colheita de soja, de -0,7% a 1,5% para a de milho e de 0,6% a 3,4% para a de feijão.

O VBP agrícola do estado5 deverá aumentar 5,7% em 2012, evolução associada, em especial, ao desempenho da safra de milho, cujas cotações se mantêm em patamares elevados, e à acentuada elevação nos preços da soja, principal produto da agricultura paranaense, que compensou a queda signifi cativa da produção da commodity.

Os abates de aves, suínos e bovinos realizados em estabelecimentos fi scalizados pelo SIF registraram variações respectivas de 6,1%, 11,4% e -6,3% nos oito primeiros meses de 2012, em relação a igual período do ano anterior, representando, na ordem, 30,1%, 20,2% e 3,6% dos abates realizados no país. De acordo com a Seab/PR, os preços médios recebidos pelos produtores paranaenses de bovinos, suínos e aves registraram variações respectivas de -3,1%, -0,4% e 3,5% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2011.

A balança comercial do estado registrou défi cit de US$1,1 bilhão nos nove primeiros meses de 2012, ante US$489 milhões no mesmo período do ano anterior, resultado de elevações de 1,2% nas exportações e de 5,3% nas importações, que somaram, na ordem, US$13,4 bilhões e US$14,4 bilhões.

A evolução das exportações, refl etindo variações de -0,3% nos preços e de 1,54% no quantum, foi impulsionada, em grande parte, pelo crescimento de 4,9% nos embarques de produtos básicos, destacando-se a elevação de 9,5% nos relativos a soja, principal produto exportado pelo Paraná. As vendas de manufaturados cresceram 4,5%, com ênfase na expansão de 10,1% nas referentes a automóveis, e os embarques de semimanufaturados recuaram 19,9%.

5/ Estimado a partir do LSPA de setembro e da variação dos preços médios recebidos pelos produtores no período de janeiro a setembro, em relação à igual intervalo de 2011, divulgados pela Seab/Deral.

40 60 80

100 120 140 160 180 200 220

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

2005 = 100

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.13 – Abates de animais – ParanáMédia móvel trimestral

Fonte: Mapa

Tabela 5.18 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-Setembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 13 187 13 350 1,2 -4,9

Básicos 6 271 6 576 4,9 -5,4

Industrializados 6 916 6 774 -2,1 -4,9

Semimanufaturados 1 852 1 484 -19,9 -11,0

Manufaturados1/ 5 064 5 291 4,5 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 81

As vendas para China, Argentina, Alemanha, Países Baixos e EUA representaram, em conjunto, 44,27% das exportações do estado no período.

O crescimento das importações decorreu de elevações de 5,22% no quantum e de 0,1% nos preços, com destaque para os aumentos respectivos de 10,0% e 5,0% nas compras de bens de capital, especialmente de veículos de carga, e de bens intermediários, destacando-se as relacionadas a partes e peças para veículos. As importações provenientes da China, Nigéria, Argentina, EUA e Alemanha corresponderam a 51,71% das compras externas do estado no período.

A economia paranaense gerou, de acordo com o Caged, do MTE, 19,2 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto, ante 29,9 mil em igual período de 2011, dos quais 8,2 mil no setor de serviços, 5,6 mil no comércio e 3 mil na indústria de transformação. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do estado elevou-se 0,7% no trimestre. Foram criadas 1,7 mil vagas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), ressaltando-se o desempenho dos setores serviços e comércio, responsáveis, em conjunto, por 4,6 mil novos empregos formais.

A taxa de desemprego na RMC, considerada a PME realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) em convênio com o IBGE, atingiu 3,3% em agosto, ante 4,6% em maio e 3,8% em igual mês de 2011. A evolução trimestral decorreu de aumentos de 2,1% na população ocupada e de 0,7% na PEA. A análise da série dessazonalizada revela que a taxa de desemprego atingiu 3,2% em agosto, ante 3,9% em maio. O rendimento médio real habitualmente recebido elevou-se 0,6% comparativamente a maio, acumulando aumento de 6,3% em doze meses.

O IPCA da RMC aumentou 1,23% no trimestre encerrado em setembro, ante 1,24% naquele fi nalizado em junho, registrando-se aumento, de 1,31% para 1,60%, na variação dos preços livres e redução, de 1,05% para -0,01%, na associada aos monitorados. Nesse grupo, ressaltem-se os recuos nos itens energia elétrica residencial, 2,40%, e gasolina, 1,75%, e a contribuição conjunta de 1,07 p.p. decorrente das elevações de preços nos grupos alimentação e bebidas e saúde e despesas pessoais.

A aceleração dos preços livres refl etiu o crescimento, de 0,90% para 1,49%, na variação dos preços dos bens comercializáveis, com ênfase no impacto dos aumentos nos

Tabela 5.19 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-Setembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 13 676 14 403 5,3 -1,2

Bens de capital 2 679 2 946 10,0 2,0

Matérias-primas 6 433 6 751 5,0 -3,3

Bens de consumo 2 594 2 504 -3,5 0,2

Duráveis 1 818 1 708 -6,0 -4,7

Não duráveis 776 795 2,4 7,5

Combustíveis e lubrificantes 1 970 2 203 11,8 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.20 – Evolução do emprego formal – ParanáNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 29,9 30,4 -5,5 47,5 19,2

Indústria de transformação 7,5 1,5 -7,3 14,0 3,0

Comércio 6,9 17,0 -2,8 8,5 5,6

Serviços 11,9 12,2 8,1 13,6 8,2

Construção civil 2,8 0,6 0,5 5,1 0,9

Agropecuária -0,3 -2,0 -4,1 5,3 0,7

Serviços ind. de utilidade pública 0,4 0,5 0,1 0,4 0,2

Outros2/ 0,5 0,5 0,1 0,6 0,7

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral e administração pública.

2

3

4

5

6

7

8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

%Gráfico 5.14 – Taxa de desemprego aberto – Curitiba

Fonte: Ipardes/IBGE

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82 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

preços de arroz, 15,15%, frango em pedaços, 9,71%, pão francês, 6,81%, e automóvel novo, 2,05%. A variação dos preços no segmento de bens não comercializáveis passou de 1,68% para 1,70%, destacando-se as elevações nos itens tomate, 96,18%, lanche, 3,69%, empregado doméstico, 2,86%, e aluguel residencial, 1,37%, responsáveis, em conjunto, por 0,38 p.p. da variação trimestral do IPCA. O índice de difusão atingiu média de 56,2% no trimestre encerrado em setembro, ante 56,6% naquele fi nalizado em junho.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMC variou 4,62% em setembro, ante 4,74% em junho. Ocorreram aceleração, de 4,95% para 5,47% nos preços livres e desaceleração, de 4,11% para 2,10% nos monitorados. A variação nos preços de serviços, permanecendo superior à observada no país, atingiu 8,32% em setembro, ante 8,78% em junho.

A evolução dos principais indicadores da economia paranaense sugere retomada da atividade no estado, que deverá seguir benefi ciada pelo dinamismo do mercado interno, sustentado pelas condições favoráveis dos mercados de trabalho e de crédito e pelas políticas governamentais de estímulo à produção e ao consumo. Ressalte-se que a recuperação da indústria no Paraná deverá ser favorecida, nos próximos meses, pelo ambiente de recuperação da renda agrícola, estimulada pelo patamar dos preços das principais culturas estaduais e pela expectativa de que as condições climáticas se traduzam em elevada produtividade.

Tabela 5.21 – IPCA – RMCVariação %

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,27 0,81 1,24 1,23

Livres 77,5 1,58 0,88 1,31 1,60

Comercializáveis 37,4 1,08 -0,36 0,90 1,49

Não comercializáveis 40,2 1,99 2,08 1,68 1,70

Monitorados 22,5 0,47 0,58 1,05 -0,01

Principais itens

Alimentação 22,8 3,11 0,96 2,04 3,25

Habitação 15,8 2,08 2,28 2,57 0,60

Artigos de residência 4,5 -3,10 -2,34 0,89 1,27

Vestuário 7,3 0,20 -0,46 2,27 1,32

Transportes 21,0 0,49 -0,62 -1,80 -0,60

Saúde 11,3 1,07 0,86 2,04 1,79

Despesas pessoais 9,6 1,40 2,42 3,85 1,28

Educação 3,3 0,13 6,50 -0,87 0,90

Comunicação 4,3 0,89 -0,03 0,15 0,46

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 83

Rio Grande do Sul

O PIB do Rio Grande do Sul recuou 4,1% no primeiro semestre de 2012, em relação a igual período de 2011, de acordo com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), destacando-se a retração de 37,9% no Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor primário, resultante do impacto da estiagem sobre as principais safras agrícolas. A contração do PIB gaúcho foi atenuada pelo desempenho positivo do setor terciário.

O IBCR-RS aumentou 6,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao trimestre fi nalizado em maio, quando havia recuado 4,1%, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados. Nos primeiros oito meses do ano, o IBCR-RS registrou queda de 1,4%, ante recuo de 3,6% até maio.

O comércio varejista assinalou expansão de 0,5% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando crescera 1,1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ressalte-se, no período, a retração de 3,2% nas vendas de produtos alimentícios. As vendas do comércio ampliado aumentaram 5,4%, ante 1,7% no trimestre fi nalizado em maio, registrando-se expansões respectivas de 8,6% e 17,7% nas vendas de material de construção e de automóveis e motocicletas.

Considerados intervalos de doze meses, as vendas varejistas cresceram 7,8% em agosto, em relação a igual período do ano anterior, ante 7,5% em maio, com ênfase no desempenho dos segmentos hipermercados, supermercados e produtos alimentícios e móveis e eletrodomésticos. O comércio ampliado, incorporando as variações respectivas de 7,7% e 4,3% nas vendas de material de construção e de veículos, cresceu 6,8% no período, ante 5,3% no intervalo de doze meses encerrado em maio.

As vendas de automóveis e comerciais leves somaram 76,4 mil unidades no trimestre encerrado em agosto, ante 52,8 mil no trimestre fi nalizado em maio, segundo a Fenabrave. No ano, evidenciando o efeito da redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), estas vendas acumularam crescimento de 17,6%.

A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que avalia a propensão a consumir dos agentes econômicos, elaborada para Porto Alegre pela CNC e divulgada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do

Variação %

Discriminação 2° trim. 2012/ 1° sem. 2012/ Acumulado

1° trim. 20121/ 1° sem. 2011 em 4 trim.

PIB -4,3 -4,1 0,3

Agropecuária -31,1 -37,9 -26,7

Indústria -2,0 -1,4 0,5

Serviços 0,6 3,3 4,2

Fonte: FEE

1/ Dados dessazonalizados

Tabela 5.22 – Evolução do PIB – RS

105

115

125

135

145

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

IBC-Br IBCR-RS

Gráfico 5.15 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio Grande do Sul Dados dessazonalizados2002 = 100

80

90

100

110

120

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Restrito Ampliado

Gráfico 5.16 – Comércio varejista – RSDados dessazonalizados2011 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.23 – Comércio varejista – RSGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2011 2012

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 6,1 1,1 0,5 7,8

Combustíveis e lubrificantes 5,6 0,1 -1,7 0,6

Híper e supermercados 1,4 -0,2 -0,2 9,7

Tecidos, vestuário e calçados 10,1 6,0 -0,8 5,3

Móveis e eletrodomésticos 15,3 2,6 3,5 9,9

Comércio varejista ampliado 6,2 1,7 5,4 6,8

Automóveis e motocicletas 3,2 1,0 17,7 4,3

Material de construção 19,6 4,3 8,6 7,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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84 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), atingiu 134,3 pontos em setembro, ante 132,9 pontos em junho e 117 pontos em setembro de 2011, sinalizando continuidade de resultados positivos no comércio.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Fecomércio-RS, com base em dados da CNC, 30% das famílias de Porto Alegre possuíam contas atrasadas em setembro, ante 35,1% em junho e 42,1% em setembro de 2011. Adicionalmente, o percentual de famílias que não terão condições de saldar as dívidas atrasadas em um prazo de trinta dias atingiu 3,2%, ante 11,3% em junho e 14,9% em setembro de 2011.

O Icec divulgado pela Fecomércio-RS atingiu 119 pontos em setembro, patamar superior ao registrado nos dois meses anteriores, mas inferior aos assinalados em junho, 126,9 pontos, e em setembro de 2011, 126 pontos.

A produção da indústria gaúcha, embora tenha registrado expansão mensal de 4,8% em agosto, recuou 1,8% no trimestre encerrado naquele mês, em relação ao trimestre fi nalizado em maio, quando declinara 2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional, do IBGE. Ocorreram reduções em nove das catorze atividades incluídas na pesquisa, ressaltando-se as registradas nas indústrias de máquinas e equipamentos, 2,3%, outros produtos químicos, 1,8%, e calçados e artigos de couro, 0,9%. Em oposição, destacaram-se os crescimentos nos segmentos edição, impressão e reprodução de gravações, 8,5%, bebidas, 6,1%, e mobiliário, 3%.

A análise em doze meses indica que a produção industrial do estado decresceu 1,1% em agosto, em relação a igual período de 2011, ante recuo de 2,9% registrado em âmbito nacional.

O Índice de Desempenho Industrial (IDI), calculado pela Federação das Indústrias no Rio Grande do Sul (Fiergs), experimentou elevação de 0,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando recuara 2,4%, no mesmo tipo de comparação, considerando dados dessazonalizados. A recuperação refl etiu, em especial, o desempenho das compras e vendas industriais. No período de doze meses, o indicador voltou a registrar crescimento, após três meses sucessivos de queda.

O cálculo da produtividade da mão de obra da indústria, defi nida como a relação entre a produção física e o número de horas pagas, divulgados pelo IBGE, decresceu

Tabela 5.24 – Produção industrial – Rio Grande do SulGeral e atividades selecionadas

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,0 -1,7 -1,1

Alimentos 16,7 -9,4 0,6 -3,5

Outros produtos químicos 13,0 0,7 -9,0 0,0

Máquinas e equipamentos 11,4 3,7 -9,8 12,7

Veículos automotores 11,3 7,9 -4,6 -8,3

Refino de petróleo e álcool 10,2 2,6 -1,9 14,0

Calçados e artigos de couro 7,5 9,1 -5,3 -3,0

Bebidas 6,9 -4,9 6,1 3,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação da atividade conforme a PIM-PF/IBGE de agosto.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

80

100

120

140

40

50

60

70

Mar2011

Mai Jul Set Nov Jan2012

Mar Mai Jul Set

Índice de Confiança do Empresário Industrial Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Fontes: Fiergs e Fecomércio

Linha de confiança

Gráfico 5.17 – Confiança do empresariado – Rio Grande do SulEm pontos

90

100

110

120

130

140

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Brasil RS

Gráfico 5.18 – Produção industrial – Rio Grande do SulDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

Fonte: IBGE

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 85

1,7% no trimestre encerrado em agosto, comparativamente ao fi nalizado em maio, período em que crescera 1%, nesse tipo de análise, de acordo com dados dessazonalizados. O indicador aumentou 0,4% no intervalo de doze meses encerrado em agosto, ante 0,7% em maio.

O Icei elaborado pela Fiergs atingiu 55,7 pontos em setembro, maior patamar do ano. O aumento mensal de 1,3 ponto decorreu de acréscimos nos componentes condições atuais, de 46,6 para 48,5 pontos, e perspectivas para os próximos seis meses, de 58,4 para 59,2 pontos.

A taxa de velocidade das vendas de imóveis novos em Porto Alegre6 atingiu 4,8% em agosto, ante 7,2% em maio e 7,7% em igual mês de 2011, de acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Porto Alegre, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS).

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas no estado atingiu R$140,9 bilhões em agosto, aumentando 2,8% no trimestre e 21,7% em doze meses. O saldo das operações contratadas por pessoas físicas somou R$73 bilhões, elevando-se 3,6% e 25,1%, respectivamente, nas bases de comparação mencionadas, destacando-se a evolução das modalidades fi nanciamentos imobiliários, crédito pessoal com consignação em folha de pagamento, e fi nanciamento de veículos. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$67,9 bilhões, crescendo 1,9% no trimestre e 18,2% em doze meses, com ênfase no aumento das operações contratadas pela indústria de alimentos e bebidas, de máquinas e equipamentos e pelo comércio atacadista.

A inadimplência das operações de crédito no estado atingiu 3,1% em agosto, ante 3,0% em maio, registrando-se redução de 0,2 p.p. no segmento de pessoas físicas e elevação de 0,2 p.p. no relativo a pessoas jurídicas, cujas taxas atingiram 3,6% e 2,5%, respectivamente.

O superávit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio Grande do Sul atingiu R$1,6 bilhão no primeiro quadrimestre de 2012. O aumento de 18,5% em relação a igual período do ano anterior refl etiu, em especial, as elevações nos superávits do estado, 10,1%, favorecido pelo crescimento de 10% na arrecadação do ICMS, e da capital, 434,4%.

6/ Corresponde à relação entre as vendas e as ofertas de imóveis novos.

Tabela 5.25 – Indicadores da produção industrial –Rio Grande do Sul

Variação %

Discriminação 2012

Mai2/ Ago2/ 12 meses

IDI -2,4 0,7 0,1

Compras industriais -5,6 4,4 -2,8

Vendas industriais -6,2 2,2 0,7

Pessoal ocupado -2,2 -0,8 -0,3

Horas trabalhadas -6,1 -0,1 -0,7

Nuci1/ 82,1 82,0 82,5

Fonte: Fiergs

1/ Percentual médio de utilização.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados pelo BCB.

0

5

10

15

20

25

30

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio Grande do Sul 1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.26 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Rio Grande do Sul1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2011 Nominal Outros4/ 2012

Dez Primário Juros Total3/ Abr

Estado R. G. do Sul 45 615 -1 615 1 294 -321 25 45 319

Governo estadual 45 905 -1 187 1 273 85 20 46 010

Capital -129 -478 4 -474 1 -601

Demais municípios -161 51 17 67 3 -90

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimento de dívidas e privatizações.

Fluxos acumulados no ano

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Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$1,3 bilhão nos quatro primeiros meses de 2012. A redução de 36,1% em relação ao primeiro quadrimestre de 2011 refl etiu a menor variação do IGP-DI, principal indexador dos passivos estaduais renegociados com a União. O resultado nominal registrou superávit de R$321 milhões, ante déficit de R$662 milhões no quadrimestre encerrado em abril de 2011.

A dívida líquida atingiu R$45,3 bilhões em abril de 2012, recuando 0,6% no ano. Houve aumento na dívida estadual e reduções nas relativas à capital e aos principais municípios.

A safra de grãos do estado para 2012 está projetada em 20,1 milhões de toneladas, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE, representando 12,5% da produção nacional, ante 18,9% em 2011. A retração anual, estimada em 32,2%, traduz as perspectivas de recuos nas produções de soja, 49%, milho, 45,4%, feijão, 30,7%, arroz, 13,6%, e trigo, 1,3%. No âmbito das demais culturas, assinale-se a projeção de queda anual de 19,9% para o fumo. Destacaram-se as reduções das áreas plantadas de arroz, 11%, feijão, 11,5%, e fumo, 8,5%.

As cotações médias do feijão, arroz, soja, milho e trigo registraram elevações respectivas de 33,3%, 33,0%, 31%, 4,4% e 1,6% nos primeiros nove meses do ano, em relação a igual período de 2011, de acordo com a Emater/RS. Na margem, essas cotações médias variaram, na ordem, 10,2%, 15,8%, 28,2%, 6,5% e 11,3%, no trimestre encerrado em setembro, em relação ao fi nalizado em junho. De acordo com a estimativa de setembro da AGE do Mapa, o VBP anual, corrigido pelo IGP-DI, deverá recuar 14,8% em 2012, ressaltando-se o impacto das retrações no valor da produção das culturas de milho, 42,3%, soja, 32,8%, e uva, 42,3%.

O primeiro levantamento de intenção de plantio da safra de 2013, divulgado pela Conab, indica que a produção de grãos do estado deverá apresentar crescimento entre 32,6% e 35,8%, salientando-se os incrementos previstos para a soja, entre 80,6% e 85,8%, e o milho, entre 58,1% e 63,2%.

As produções de bovinos e de aves registraram recuos respectivos de 22,1% e 10,3% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, de acordo com o Mapa, trajetórias associadas, em parte, ao menor dinamismo das respectivas exportações. A produção de suínos, mesmo registrando decréscimo de 18,8% nas vendas

Tabela 5.28 – Produção agrícola – Rio Grande do SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2011 2012 2012/2011

Grãos 69,7 29 613 20 081 -32,2

Soja 34,0 11 621 5 929 -49,0

Arroz (em casca) 20,7 8 942 7 728 -13,6

Milho 9,2 5 776 3 157 -45,4

Trigo 4,4 2 742 2 706 -1,3

Feijão 0,7 124 86 -30,7

Outras lavouras

Fumo 10,7 498 399 -19,9

Mandioca 5,3 1 305 1 192 -8,7

Uva 2,5 830 840 1,3

Maçã 1,9 634 621 -2,1

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2010.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2012.

50

70

90

110

10

30

50

70

90

Jun2009

Set Dez Mar Jun2010

Set Dez Mar Jun2011

Set Dez Mar Jun2012

Set

Arroz Soja TrigoMilho Feijão

Arroz, soja, trigo e milho Feijão

Gráfico 5.20 – Preços médios mensais pagos ao produtor – Rio Grande do Sul (R$/saca)

Fonte: Emater

Tabela 5.27 – Necessidades de financiamento –Rio Grande do Sul1/

R$ milhões

UF

2011 2012 2011 2012

Jan-abr Jan-abr Jan-abr Jan-abr

Estado do R. G. do Sul -1 363 -1 615 2 025 1 294

Governo estadual -1 078 -1 187 2 005 1 273

Capital -89 -478 6 4

Demais municípios -196 51 15 17

1/ Inclui informações do estados e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 87

externas, aumentou 4,9% na mesma base de comparação. Os preços internos desses produtos apresentaram variações de 2,6%, 3,4% e -4,5%, no período.

A produção gaúcha de leite, que representa, em média, 15% do total nacional e 43% da do Sul, elevou-se 17,3% no primeiro semestre de 2012, em relação a igual período do ano anterior, ante expansões respectivas de 3,9% e 14,5% no país e na região, conforme o IBGE. Os preços do leite cresceram, em média, 7,6% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, de acordo com a Emater/RS.

A balança comercial do estado registrou superávit de US$2,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2012, ante US$3,4 bilhões no mesmo período de 2011, de acordo com o MDIC. As exportações somaram US$13,6 bilhões, e as importações, US$10,8 bilhões, assinalando retrações respectivas de 9,2% e 6,1% no período.

A trajetória das vendas externas evidenciou recuos de 1,3% nos preços e de 8% no quantum. Os embarques de produtos básicos, 50,2% da pauta, decresceram 7,5%, com destaque para a redução de 24,5% nos referentes a soja. As exportações de produtos manufaturados, responsáveis por 42% das vendas externas no período, declinaram 10%, destacando-se a queda de 36,2% nas relativas a calçados, e as vendas de semimanufaturados recuaram 14,9%, com ênfase na redução de 26,7% nas relacionadas a couros e peles. As exportações gaúchas direcionadas à China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 34,2% das vendas externas do estado no período, ressaltando-se a retração de 22,2% nas destinadas à Argentina.

A evolução das importações, decorrente de variações de -12,8% no quantum e de 7,7% nos preços, evidenciou, em especial, o recuo de 12,5% nas aquisições de matérias-primas e produtos intermediários, que, representando 48,7% do total importado no período, refl etiu as reduções nas compras de naftas para petroquímica, 23,5%, e de adubos e fertilizantes, 11,6%. As importações de bens de capital, bens de consumo e de combustíveis apresentaram alterações respectivas de 10,3%, 1,1% e -7,4%, no período, destacando-se as variações nas relativas a petróleo em bruto, -6,3%, e a veículos de carga, 23,2%. Os principais itens importados no estado foram petróleo em bruto, da Nigéria, automóveis da Argentina e México,7

7/ O aumento nas compras brasileiras de automóveis provenientes do México foi favorecido pelo acordo bilateral assinado entre os dois países em março de 2012 (Decreto nº 7.706, de 29 de março de 2012).

30

60

90

120

150

Mai2009

Ago Nov Fev2010

Mai Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.21 – Abates de animais – RSMédia móvel trimestral2005 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 5.30 – Exportação por fator agregado – FOBJaneiro-setembro

US$ milhõesDiscriminação Rio Grande do Sul Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 14 990 13 615 -9,2 -4,9

Básicos 7 389 6 835 -7,5 -5,4

Industrializados 7 601 6 780 -10,8 -4,9

Semimanufaturados 1 254 1 067 -14,9 -11,0

Manufaturados1/ 6 347 5 713 -10,0 -2,4

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.29 – Indicadores da pecuária – Rio Grande do SulAgosto de 2012

Variação % no ano

Discriminação Produção Exportações Preços

(kg) (R$)

Abates1/

Bovinos -22,1 -43,7 2,6

Suínos 4,9 -18,8 -4,5

Aves2/ -10,3 -4,9 3,4

Leite3/ 17,34/ - 7,6

Fontes: Emater/RS, IBGE, Iepe, Mapa e MDIC

1/ Número de animais.2/ Os preços correspondem aos praticados no varejo.3/ Litros. 4/ Primeiro semestre.

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e produtos têxteis, de borracha e químicos da China, ressaltando-se que as aquisições provenientes dos quatro países mencionados representaram 53,2% das compras externas do estado no período.

A economia do estado gerou, de acordo com o Caged, do MTE, 9,7 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto, ante 17,1 mil em igual intervalo de 2011, dos quais 8,2 mil no setor de serviços. Em sentido inverso, a indústria de transformação registrou a eliminação de 2,9 mil postos de trabalho no período, com ênfase na redução conjunta de 5,3 mil vagas nas indústrias de borracha, fumo e couro. O nível de emprego formal aumentou 0,7% no trimestre fi nalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, considerados dados dessazonalizados.

A taxa de desemprego da região metropolitana de Porto Alegre (RMPA) atingiu 3,5% em agosto, a menor para o mês desde 2002, de acordo com a PME do IBGE, ante 4,5% em maio e 5,2% em igual mês de 2011. A retração interanual decorreu de decréscimos de 0,6% na população ocupada e de 2,3% na PEA. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego atingiu 3,4% em agosto, ante 4% em maio, resultado de reduções de 3% na população ocupada e de 3,7% na PEA. O rendimento médio real habitual e a massa salarial real registraram variações respectivas de 1,1% e -1,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao fi nalizado em maio.

O IPCA da RMPA variou 1,67% no trimestre fi nalizado em setembro, ante 1,27% no encerrado em junho, resultado de acelerações nos preços livres, de 1,47% para 1,83%, e nos preços monitorados, de 0,69% para 1,18%, esta impactada, especialmente, pelos reajustes nos itens taxa de água e esgoto, 2,62%, e ônibus intermunicipal, 4,91%.

No âmbito dos preços livres, a variação dos preços dos bens não comercializáveis passou de 1,58% para 2,59%, destacando-se as elevações nos itens tubérculos, 46,72%, e empregado doméstico, 4,64%, contrastando com a desaceleração dos preços dos bens comercializáveis, de 1,35% para 1,08%, com ênfase na retração de 0,74% no item vestuário. O índice de difusão, indicando maior disseminação dos reajustes de preços, atingiu 57,8% no trimestre fi nalizado em setembro, ante 56,6% naquele encerrado em junho e 54,7% em igual intervalo de 2011.

Tabela 5.32 – Importação por categoria de uso – FOBJaneiro-setembro

US$ milhõesDiscriminação Rio Grande do Sul Brasil

2011 2012 Var. % Var. %

Total 11 545 10 837 -6,1 -1,2

Bens de capital 1 823 2 011 10,3 2,0

Matérias-primas 6 030 5 277 -12,5 -3,2

Bens de consumo 1 536 1 552 1,1 0,2

Duráveis 1 217 1 230 1,1 -4,7

Não duráveis 319 322 0,9 7,5

Combustíveis e lubrificantes 2 156 1 997 -7,4 -1,4

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.33 – Evolução do emprego formal –Rio Grande do SulNovos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 17,1 35,9 0,1 27,7 9,7

Indústria de transformação -1,7 -0,8 -4,8 8,6 -2,9

Comércio 5,2 15,9 -3,9 6,3 1,8

Serviços 10,5 12,8 5,9 15,3 8,2

Construção civil 2,9 3,1 0,7 4,0 2,3

Agropecuária -0,2 5,0 2,6 -6,7 -0,6

Serviços ind. de utilidade pública 0,2 0,0 -0,2 -0,2 0,3

Outros2/ 0,2 0,0 -0,2 0,5 0,5

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 5.31 – Exportações por principais setores –Rio Grande do SulJaneiro-setembroDiscriminação Valor (US$ milhões)

2011 2012 Var. %

Agricultura e pecuária 3 251 2 561 -21,2

Indústria de transformação 11 516 10 610 -7,9

Alimentos e bebidas 3 655 3 347 -8,4

Produtos químicos 1 805 1 564 -13,4

Fumo 1 371 1 627 18,7

Máquinas e equipamentos 1 347 1 234 -8,4

Calçados e couros 957 657 -31,3

Veículos 587 651 10,9

Produtos de metal 258 251 -2,7

Borracha e plástico 254 231 -9,1

Móveis e indústrias diversas 226 224 -0,9

Celulose, papel e produtos de papel 164 131 -20,1

Máquinas para escritório e informática 112 112 0,0

Madeira 107 107 0,0

Coque, refino de petróleo,

combustíveis nucleares e álcool 206 91 -55,8

Fonte: Mdic

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 89

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMPA aumentou 5,81% em setembro, ante 4,95% em junho. Os preços livres, pressionados pelos aumentos respectivos de 4,49% e 8,04% nos itens comercializáveis e nos não comercializáveis, registraram aceleração de 5,31% para 6,24%, e os preços monitorados, refl etindo, principalmente, reajustes nos itens energia elétrica residencial e produtos farmacêuticos, elevaram-se 4,47%, ante 3,87% no período de doze meses encerrado em junho.

A atividade econômica gaúcha deve seguir favorecida, nos próximos meses, pelas medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo recentemente e pela recuperação parcial da renda agrícola, em resposta à evolução favorável das cotações das commodities. Esse cenário, em que prevalece o dinamismo dos mercados de trabalho e de crédito e em que indicadores de expectativas de empresários e consumidores registram evolução favorável, sugere manutenção da trajetória positiva da atividade varejista e recuperação da indústria do estado.

2,5

3,5

4,5

5,5

6,5

7,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2009 2010 2011 2012

%

Fonte: IBGE

Gráfico 5.22 – Taxa de desocupação – Porto Alegre

800

900

1 000

1 100

1 200

1 1001 2001 3001 4001 5001 6001 7001 800

Mai2010

Ago Nov Fev2011

Mai Ago Nov Fev2012

Mai Ago

Total Com carteiraConta própria Sem carteira (eixo dir.)

R$ R$

Fonte: IBGE1/ Média móvel trimestral, a preços de agosto de 2012, corrigidos pelo INPC.

Gráfico 5.23 – Rendimento médio real habitual1/ –Porto Alegre

Tabela 5.34 – IPCA – RMPAVariação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2011 2012

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,76 0,98 1,27 1,67

Livres 75,6 1,68 1,12 1,47 1,83

Comercializáveis 37,9 1,62 0,37 1,35 1,08

Não comercializáveis 37,7 1,73 1,91 1,58 2,59

Monitorados 24,4 1,99 0,55 0,69 1,18

Principais itens

Alimentação 24,3 2,19 1,18 2,41 3,38

Habitação 13,9 1,96 1,66 1,28 1,93

Artigos de residência 4,9 -0,31 1,00 -0,40 1,10

Vestuário 7,1 3,88 -1,28 3,68 -0,74

Transportes 19,2 1,65 0,38 -2,24 0,64

Saúde 11,3 1,49 0,90 2,81 1,31

Despesas pessoais 10,2 1,65 0,98 3,44 2,16

Educação 4,4 0,32 5,89 0,31 1,72

Comunicação 4,6 0,87 -0,22 1,16 0,31

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2012.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 91

6Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

A evolução dos principais indicadores econômicos aponta retomada do crescimento da atividade no terceiro trimestre do ano, movimento que também se expressa nos indicadores regionais, embora não de forma generalizada e com ritmos distintos nas diferentes regiões. O cenário internacional ainda exerce impactos negativos sobre a atividade, mas compensado, em parte, pelas medidas de estímulo implementadas.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) registrou crescimento de 1,4% no trimestre fi nalizado em agosto, ante expansão de 0,2% no trimestre encerrado em maio, considerados dados dessazonalizados, conforme a tabela 6.1. Com exceção do Centro-Oeste, todas as regiões apresentaram aceleração, destacando-se os crescimentos registrados no Sul, 4,2%, e Nordeste, 1,2%. Vale ressaltar que a evolução do indicador da região Sul refl etiu, em parte, a fraca base de comparação do trimestre anterior, em parte, devido aos efeitos negativos da safra agrícola.

O consumo das famílias, evidenciado pela trajetória das vendas no comércio, segue em expansão regional generalizada, particularmente no Nordeste e Centro-Oeste (tabela 6.2), regiões que assinalaram crescimentos respectivos de 3,3% e 2,6% no trimestre encerrado em agosto, relativamente ao trimestre anterior, após ajuste sazonal das séries. Ressalte-se que a venda de móveis e eletroeletrônicos foi especialmente relevante no período, em todas as regiões. O desempenho do comércio ampliado, incorporando as vendas de automóveis, motos e peças e as de material de construção, revelou os impactos positivos dos incentivos governamentais concedidos a esses segmentos, registrando aceleração expressiva das vendas no trimestre encerrado em agosto em todas as regiões.

As operações de crédito superiores a R$1 mil, no país, registraram crescimento trimestral de 3,7% em agosto, refl etindo expansão de 3,2% do crédito ao segmento pessoas jurídicas e de 4,3% ao segmento de pessoas físicas, conforme

Tabela 6.2 – Índice de volume de vendas

Brasil e regiões1/

Variação percentual

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Comércio varejista

Brasil 1,4 1,4 3,4 1,5 2,4

Norte 2,1 1,0 4,7 3,1 1,3

Nordeste 0,8 0,9 3,6 2,4 2,6

Sudeste 0,9 1,6 3,0 1,7 2,5

Sul 2,9 1,0 6,0 -0,3 0,6

Centro-Oeste 1,3 1,4 3,6 2,0 3,3

Comércio ampliado

Brasil -0,6 0,1 3,9 1,2 6,9

Norte 1,9 0,0 3,2 3,6 4,1

Nordeste -0,3 0,4 4,0 1,9 7,6

Sudeste -0,5 1,0 4,2 2,5 5,6

Sul 1,1 0,0 4,6 0,6 5,6

Centro-Oeste -0,6 0,3 4,1 2,4 8,8

Fonte: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

Tabela 6.1 – Índice de Atividade Banco CentralBrasil e regiões1/

%

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil -0,6 -0,5 0,9 0,2 1,4

Norte 1,4 0,9 0,2 -0,5 0,7

Nordeste 0,5 0,4 1,2 -0,2 1,2

Sudeste 0,1 -0,1 -0,1 0,5 1,0

Sul 0,2 0,6 0,1 -2,8 4,2

Centro-Oeste 2,5 -0,9 0,5 0,6 0,4

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal. O resultado nacional não representa necessariamente a média dos resultados regionais.

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92 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

a tabela 6.3. Considerando-se períodos de doze meses, a elevação do crédito atingiu 21,3%, com altas respectivas de 16,8% e 27,3% para pessoas jurídicas e pessoas físicas. As taxas de crescimento trimestral quando anualizadas apontam tendência de redução na taxa anual para patamares compatíveis com expansão sustentável no longo prazo.

Relativamente ao desempenho do crédito nas regiões, o Norte e o Centro-Oeste apresentaram maior dinamismo no trimestre, refl etindo, em especial, a expansão do crédito para capital de giro e créditos vinculados às exportações, no segmento pessoas jurídicas, e do crédito imobiliário, consignado e para aquisição de veículos, no segmento de pessoas físicas. Nas demais regiões, o crescimento do crédito no trimestre mostrou comportamento semelhante, com maior relevância na expansão dos empréstimos às famílias.

A evolução dos estoques de crédito ocorre em contexto de relativa tendência de queda da inadimplência, considerando-se a evolução trimestral, mas ainda mostra elevação na comparação de doze meses, conforme evidenciado pelos dados da tabela 6.4.8 No trimestre, a relativa estabilidade na comparação trimestral refl ete reduções da inadimplência nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, decorrentes, principalmente, do comportamento das famílias e da elevação da inadimplência de pessoas jurídicas na região Norte.

A atividade industrial no trimestre encerrado em agosto expandiu-se 0,4% na série com ajuste sazonal, após cinco trimestres de contração. A produção industrial no Norte, no Sul e no Centro-Oeste seguiram registrando recuo, 0,7%, 3,2% e 5,6%, na ordem. Nessas regiões houve impacto negativo no desempenho da indústria de transformação, especialmente das atividades minerais não metálicos e produtos químicos, no Centro-Oeste, química e máquinas e equipamentos, no Sul, e minerais não metálicos e metalurgia básica, no Norte. No Sudeste, a produção industrial permaneceu estável, enquanto no Nordeste expandiu-se 1% no período. Assinale-se, contudo, que na margem, as estatísticas de agosto, relativamente ao mês anterior, na série dessazonalizada, indicaram expansão em todas as regiões.

Considerando-se os reflexos econômicos sobre o mercado de trabalho, o país gerou 363,9 mil novos postos formais no trimestre encerrado em agosto, segundo estatísticas do Caged, do MTE, com queda de 182,5 mil postos comparativamente ao mesmo período do ano anterior

8/ Assim como as demais estatísticas de crédito em âmbito regional, a inadimplência considera as operações superiores a mil reais.

Tabela 6.3 – Operações de crédito do SFN1/

Agosto de 2012R$ bilhões

Discriminação Saldo Variação percentual (%)PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 1 155 941 2 096 3,2 4,3 3,7 16,8 27,3 21,3

Norte 37 44 81 5,9 3,9 4,8 19,6 27,8 23,7

Nordeste 135 137 272 2,5 4,6 3,5 17,9 34,2 25,6

Sudeste 699 462 1 161 3,1 4,4 3,6 15,2 26,7 19,5

Sul 201 185 386 3,2 3,8 3,5 19,3 24,9 22,1

Centro-Oeste 84 113 196 3,6 4,4 4,1 21,8 25,3 23,9

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 6.5 – Produção física da indústria

Brasil e regiões1/

%

Discriminação Peso2/ 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 100,0 -0,5 -2,4 -0,5 -0,9 0,4

Norte 5,9 2,3 -0,9 -2,0 -2,9 -0,7

Nordeste 9,5 -0,4 -0,8 -0,1 0,9 1,0

Sudeste 62,7 -1,1 -3,6 -0,7 -0,5 0,0

Sul 18,5 4,5 -1,8 1,3 -2,6 -3,2

Centro-Oeste 3,5 8,8 1,3 1,5 -2,3 -5,6

Fontes: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.2/ Participação no Valor da Transformação Industrial (VTI) em 2007.

Tabela 6.4 – Inadimplência do crédito do SFN1/

Agosto de 2012

Discriminação Inadimplência Variação em p.p.PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 2,3 5,0 3,5 0,1 -0,1 0,0 0,4 1,0 0,8

Norte 4,6 5,6 5,2 1,2 -0,2 0,4 2,3 0,7 1,6

Nordeste 2,5 6,0 4,3 0,0 -0,2 -0,1 0,4 0,9 0,9

Sudeste 2,1 5,2 3,3 0,1 -0,0 0,0 0,3 1,3 0,8

Sul 2,4 4,0 3,1 0,0 -0,2 -0,1 0,3 0,8 0,6

Centro-Oeste 2,4 4,4 3,6 -0,1 -0,2 -0,2 0,3 0,7 0,6

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil com pelo menos uma parcela em atraso superior a 90 dias.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 93

(tabela 6.6). Assinale-se que todas as regiões registraram redução no número de novos postos, nessa base de comparação, sendo a contração mais expressiva verifi cada no Nordeste, 42,4%.

A desaceleração na geração de postos de emprego, contudo, não tem afetado significativamente a taxa de desemprego, que permanece em trajetória favorável. Em nível nacional, a taxa alcançou 5,5% na média do t r imes t re encer rado em agos to , 0,5 p.p. abaixo da média no trimestre anterior e 0,6 p.p. abaixo do verifi cado em igual intervalo de 2011. Em termos interanuais, o trimestre junho a agosto registrou recuo do desemprego em todas as três regiões, com queda de 1,3 p.p. no Nordeste; 0,7 p.p. no Sul e 0,2 p.p. no Sudeste (tabela 6.7).

As receitas líquidas dos governos regionais seguem refl etindo efeitos da moderação da atividade econômica observada em 2011 e 2012. Nesse sentido, os repasses originários de receitas compartilhadas com a União e o recolhimento do ICMS, principal fonte de receita própria nesse segmento, apresentaram crescimentos menores. Esse arrefecimento das receitas contribuiu para redução de R$4,9 bilhões no superávit primário de estados e municípios no período janeiro a abril, comparativamente ao mesmo período de 2011. O resultado refletiu as reduções dos superávits nas regiões Sudeste, R$3,6 bilhões, Nordeste, R$2,1 bilhões, e Norte, R$92 milhões, compensado, parcialmente, pelos aumentos dos resultados fi scais nas regiões Sul e Centro-Oeste, R$520 milhões e R$374 milhões, respectivamente (Tabela 6.8).

As transações comerciais com o restante do mundo têm sido afetadas pela desaceleração das economias maduras, registrando-se contração das médias diárias das exportações e das importações, 4,9% e 1,2%, na ordem, nos nove primeiros meses do ano (tabela 6.9) relativamente a igual período de 2011. Nesse contexto, o superávit da balança comercial registrou queda de 31,8%, com resultados menores em todas as regiões, exceto no Centro-Oeste. No Nordeste, o efeito da elevação das importações sobre o saldo comercial superou o impacto da alta da expansão moderada nas vendas externas, enquanto na região Sul a redução das exportações em todas as categorias determinou o resultado. As regiões Norte e Sudeste foram superavitárias, embora com redução do saldo médio diário. A região Centro-Oeste elevou as exportações de básicos, em especial de algodão, soja e farelo de soja, e de semimanufaturados, sobretudo ligas de ferro, óleo de soja em bruto e açúcar de cana em bruto, com refl exos favoráveis nas médias diárias do saldo comercial.

Tabela 6.7 – Taxa de desemprego%

Discriminação1/ 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 6,1 5,7 5,3 6,0 5,5

Nordeste 8,1 7,6 6,6 7,1 6,8

Sudeste 5,7 5,5 5,3 6,0 5,5

Sul 4,4 3,9 3,6 4,7 3,8

Fonte: IBGE

1/ Média do trimestre encerrado no mês.

Tabela 6.6 – Geração de postos de trabalho1/

Mil

Discriminação 2011 2012

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 546,4 378,0 -138,7 468,4 363,9

Norte 39,7 27,4 -15,6 9,7 30,8

Nordeste 127,0 139,4 -44,9 -28,7 73,2

Sudeste 268,4 118,2 -73,5 330,6 186,0

Sul 60,6 101,8 1,5 94,4 38,9

Centro-Oeste 50,7 -8,9 -6,3 62,4 34,9

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Tabela 6.8 – Necessidades de financiamento de estados e municípios1/

R$ milhões

UF

2011 2012

Jan-abr Jan-abr

Região Norte -1 651 -1 559

Região Nordeste -4 902 -2 776

Região Centro-Oeste -1 812 -2 185

Região Sudeste -14 551 -10 974

Região Sul -3 667 -4 187

Total -26 583 -21 681

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

(-) superávit(+) déficit

Resultado primário

Tabela 6.9 – Balança comercial regional – FOBMédia diária – Janeiro-setembro

US$ milhõesRegião

2011 2012 2011 2012 2011 2012

Total 1 005,3 955,5 883,3 872,3 122,0 83,2

Norte 81,2 66,9 60,0 64,7 21,1 2,2

Nordeste 71,5 72,4 90,8 94,6 -19,3 -22,2

Sudeste 570,8 525,3 492,1 472,3 78,7 53,0

Sul 184,2 179,0 190,7 190,7 -6,5 -11,7

Centro-Oeste 82,7 100,5 49,1 49,6 33,5 50,9

Outros1/ 14,9 11,5 0,4 0,5 14,5 11,0

Fonte: MDIC/Secex

1/ Refere-se a operações não classificadas regionalmente.

Exportações Importações Saldo

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94 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

A infl ação medida pela variação do IPCA variou 1,42% no acumulado entre julho e setembro, acima dos 1,08% de variação no trimestre encerrado em junho. Esse resultado refl etiu a aceleração dos preços livres, de 1,12% para 1,68%, no período, e o arrefecimento, de 0,94% para 0,62%, na variação relativa ao conjunto de preços administrados. Maiores taxas de infl ação no período foram verifi cadas em todas as regiões. No Nordeste, Sul e Sudeste, regiões onde índice acumulou variação de 1,55% 1,46 e 1,33%, na ordem, após situar-se em 1,18%, 1,26% e 1,01% até junho, a aceleração foi determinada pelo comportamento dos preços livres. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, os preços monitorados contribuíram para a maior variação dos índices de preços no período.

Tabela 6.10 – IPCA

Variação trimestral1/

%

Discriminação Peso 2011 2012

Set Dez Mar Jun Set

IPCA

Brasil 100,0 1,06 1,46 1,22 1,08 1,42

Norte 4,2 0,50 1,29 1,62 1,44 1,66

Nordeste 14,8 1,12 1,63 1,27 1,18 1,55

Sudeste 57,6 1,04 1,36 1,32 1,01 1,33

Sul 16,3 1,07 1,54 0,90 1,26 1,46

Centro-Oeste 7,1 1,36 1,67 0,90 0,75 1,48

Livres

Brasil 1,11 1,68 1,33 1,12 1,68

Norte 0,66 1,75 1,83 1,40 1,32

Nordeste 1,08 2,02 1,32 1,08 1,93

Sudeste 1,14 1,55 1,42 1,08 1,63

Sul 1,05 1,61 0,99 1,40 1,73

Centro-Oeste 1,40 1,90 1,09 0,81 1,61

Monitorados

Brasil 0,94 0,92 0,91 0,94 0,62

Norte 0,05 -0,03 0,84 1,57 2,92

Nordeste 1,20 0,66 1,10 1,50 0,25

Sudeste 0,83 0,93 1,07 0,83 0,50

Sul 1,13 1,35 0,61 0,87 0,59

Centro-Oeste 1,28 1,26 0,29 0,54 1,06

Fonte: IBGE e BCB

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 95

Impacto das Alterações Demográficas sobre a Taxa de Desemprego

A moderação no ritmo de crescimento da economia brasileira a partir de meados de 2011 ocorreu em ambiente de reduções na taxa de desemprego, que atingiu 5,3% em agosto de 2012, menor nível observado da série divulgada na Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em março de 2002. Este boxe investiga em que medida a aparente inconsistência entre os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho se deve a fatores demográfi cos.

A taxa de desemprego é defi nida como a relação entre o total de desempregados e a População Economicamente Ativa (PEA):

ut = PEAt - POt

PEAt, (1)

em que PO = população ocupada

A PEA pode ser escrita da seguinte forma:

PEAt = POP PIA PEAPOP PIAt

(2)

PEA = (POP)(RS)(TA), (3)

em que POP = população;

PIA = população em idade ativa;

PIAPOP = razão de suporte (RS); e

PEAPIA = taxa de atividade (TA).

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96 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

As trajetórias da PEA e de seus componentes, para o período de 1970 a 2012, encontram-se na tabela 1.

A decomposição logarí tmica1 dos componentes da equação 3 permite que sejam identifi cadas suas contribuições para a variação da PEA:

PEA = POP + RS + TA (4)

POP =ln POPt

POPt -1

Δt * 100 (5)

ln PIAtPIAt -1

Δt * 100- ln POPt

RS = POPt -1 (6)

ln PEAtPEAt -1

Δt * 100- ln PIAt

TA = PIAt -1 (7)

As estimativas derivadas das equações de 5 a 7 encontram-se no gráfi co 1. Ressalte-se que o crescimento médio da PEA declinou no período analisado, passando de 3,8% a.a., na década de 1970, para 1,9% a.a., na década encerrada em 2010. Essa evolução refl etiu, principalmente, a redução, de 2,5 p.p. para 1,2 p.p., na contribuição média anual do crescimento populacional.

A evolução do crescimento populacional (POP) refl ete, fundamentalmente, às trajetórias da taxa de fecundidade e da expectativa de vida. De acordo com o Censo Demográfi co do IBGE, a taxa de fecundidade no Brasil recuou de 5,8 fi lhos por mulher, em 1970, para 1,9 fi lho, em 2010. Esse movimento ocorreu em todas as regiões geográfi cas do país, com ênfase na redução, de 8,2 fi lhos para 2,5 fi lhos, no Norte.

1/ Consiste em tomar logaritmos de ambos os lados da identidade acima em dois pontos no tempo e decompor as diferenças nos logaritmos entre as parcelas identifi cadas na identidade.

Tabela 1 – PEA e componentes

Anos PEA POP PIA/POP PEA/PIA

milhões milhões (%) (%)

1970 30 94,5 69,7 44,9

1980 43 121,2 72,5 49,2

1991 59 146,9 76,8 51,8

2000 78 169,6 80,7 56,6

2010 94 190,8 84,9 57,7

Fonte: Censos Demográficos – IBGE

0,9

0,5

0,9

0,2

0,4

0,6

0,5

0,5

2,5

1,9

1,4

1,2

1970 a1980

1980 a1991

1991 a2000

2000 a2010

TA RS POP

Gráfico 1 – Decomposição da taxa e crescimento anual da PEAEm pontos percentuais

Fonte: IBGE

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 97

O efeito do recuo na taxa de fecundidade foi parcialmente neutralizado pelo aumento da expectativa de vida ao nascer. Esse movimento, também generalizado regionalmente, ocorreu com maior intensidade no Nordeste, onde a expectativa de vida passou de 45,5 anos, em 1970, para 70,4 anos, em 2009.2

As trajetórias da taxa de fecundidade e da expectativa de vida ao nascer, segmentadas por regiões geográfi cas, encontram-se nos gráfi cos 2 e 3, registrando-se, em ambos os casos, convergência dos indicadores regionais.

A contribuição da razão de suporte (RS) para o crescimento médio anual da PEA passou de 0,4 p.p., nos anos 1970, para 0,6 p.p., na década de 1980, estabilizando-se em 0,5 p.p. nos períodos subsequentes. Esse aumento é condizente com a redução na taxa de fecundidade, que, no momento inicial, se traduz em redução do número de crianças relativamente ao número de pessoas em idade ativa. Nesse período, conhecido por “Bônus Demográfi co”, a PIA cresce mais rapidamente que a POP.

A infl uência da TA para a evolução da PEA registrou recuo acentuado na década encerrada em 2010, movimento associado, em especial, à estabilidade da razão no segmento masculino, que se mantém em torno de 78% desde a metade dos anos 1990, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). No mesmo sentido, embora a TA feminina aumentasse expressivamente em duas décadas, passando de 47%, em 1992, para 57%, em 2009, a participação feminina no mercado de trabalho vem crescendo em ritmo mais lento na margem, representando a acomodação de uma transição estrutural nesse mercado.

Vale ressa l ta r que a comparação internacional sugere a existência de espaço limitado para o aumento da TA no Brasil. Nesse sentido, conforme o gráfi co 4, considerada amostra de 37 países, a TA do país em 2010 era inferior apenas à relativa o Peru.

2/ A abertura regional do indicador para 2010 ainda não se encontra disponível.

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1970 1980 1991 2000 2010

Norte NordesteSudeste SulCentro-Oeste Brasil

Gráfico 2 – Taxa de fecundidade total: Brasil e RegiõesFilhos

Fonte: IBGE

45

50

55

60

65

70

75

1970 1980 1991 2000 2009

Norte NordesteSudeste SulCentro-Oeste Brasil

Gráfico 3 – Esperança de vida ao nascer: Brasil eRegiões

Fonte: IBGE

Anos

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98 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Prospectivamente, incorporadas as alterações demográfi cas consideradas, admite-se que a evolução dos componentes da equação 4 siga o seguinte padrão nos próximos anos:a) : as projeções para o crescimento da

população brasileira realizadas do IBGE3 e pelas Nações Unidas, para o período 2010 a 2020, atingem 0,7% a.a. e 0,8% a.a., respectivamente. Nas duas hipóteses, a contribuição do componente segue a trajetória declinante assinalada no gráfi co 3.

b) : as perspectivas em relação à taxa de fecundidade e à expectativa de vida sugerem que a contribuição do componente deverá registrar arrefecimento no decorrer da década atual, atingindo, de acordo com o IBGE, média de 0,4% a.a.

c) : considerando que a trajetória da TA ocorre em sentido inverso à evolução das condições socioeconômicas de um país, a comparação internacional sugere que a contribuição desse componente não aumente nos próximos anos. Essa visão se apoia, ainda, na recente estabilidade da TA no segmento masculino e pela moderação de sua trajetória no segmento feminino.

Nesse contexto, a PEA tende a aumentar menos nos próximos anos, em relação ao observado nas últimas décadas. Essa trajetória aponta na direção de um mercado de trabalho com taxas de desemprego baixas. Ressalte-se que o impacto dessa

3/ A última revisão foi realizada em 2008.

20

30

40

50

60

70

80

Peru

Bras

il

Suíç

a

Nov

a Ze

lând

ia

Indo

nési

a

Col

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a

Can

adá

Vene

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Sul

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Itália

Gráfico 4 – Taxa de atividade em países selecionados(população com 15 anos ou mais)%

Fonte: IBGE

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 99

relativa escassez de mão de obra tende ser suavizado por ganhos de produtividade, em cenário de maior escolaridade.4 Sobre os indicadores regionais, é plausível esperar continuidade da convergência que vem sendo observada.

4/ Ver boxe “Evidências do Aumento de Escolaridade Média da Força de Trabalho”, no Relatório de Infl ação de junho de 2012.

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100 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

A economia pernambucana tem se destacado, nos últimos anos, pelas taxas de crescimento acima da nordestina e da nacional, conforme evidenciam as respectivas expansões de 4,3% a.a., 3,6% a.a. e 2,6% a.a. dos índices de atividade econômica regional e nacional do Banco Central do Brasil no período 2009 a 2012.1 O desempenho recente contrasta com o observado no período de 2004 a 2008 (gráfi co 1). O dinamismo da economia pernambucana no período 2009-2012 refl ete os efeitos de políticas nacionais, como a valorização do salário mínimo e a transferências assistenciais do setor público, proporcionalmente maiores em regiões com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita,2 bem como os decorrentes da implantação de projetos de investimento de grande porte.

Este boxe aborda essa evolução e as perspectivas para a economia de Pernambuco, bem como seus aspectos estruturais.

As estruturas produtivas das economias pernambucana, nordestina e brasileira podem ser analisadas a partir da participação dos diversos setores no Valor Adicionado Bruto (VAB) (gráfi co 2). Em 2009,3 a participação da agropecuária na economia do estado foi inferior à regional, por sua vez, superior à nacional, na ordem, 4,8%, 7,4%, 5,6%. Já a participação no VAB da indústria de transformação do estado e da região foi signifi cativamente menor que a do Brasil, na

Economia Pernambucana: estrutura produtiva e evolução recente

1/ Neste boxe, as referências a 2012 dizem respeito à média de janeiro a agosto, enquanto aos demais anos, às médias de janeiros a dezembros, todos com dados dessazonalizados.

2/ Para maiores detalhes, veja-se o boxe “Desempenho Recente e Perspectivas para a Economia Pernambucana”, na edição de abril de 2011 deste Boletim.

3/ Último ano disponível das Contas Regionais do IBGE.

4,7 5,04,6

2,6

3,6

4,3

Brasil Nordeste Pernambuco2004-2008 2009-2012

Gráfico 1 – Variação dos índices de atividade econômica do Banco Central (% a.a.)Dados dessazonalizados

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 101

ordem, 11,3%, 11,6% e 16,6%. O oposto ocorre na Administração Pública, na qual a representatividade em Pernambuco, no Nordeste e no Brasil alcança, respectivamente, 24,7%, 22,9% e 16,3%. Assinale-se que o peso dos serviços privados no VAB do estado, 48,6%, é menor que no país, 51,2%, e superior ao da região, 46,0%.

Essas participações têm se alterado lentamente nos últimos anos até 2009, com redução gradual da participação da agropecuária e da indústria de transformação, a favor do crescimento dos serviços públicos e privados, mais intensamente no estado do que no país. Entretanto, os grandes volumes de investimentos industriais recentemente executados e/ou em execução – em segmentos como refi no de petróleo e veículos – sugerem que esse setor tende a ganhar participação na economia pernambucana.

De acordo com a Produção Agrícola Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura pernambucana é constituída essencialmente por lavouras temporárias, 64,7%. Essas culturas são fortemente dependentes da cana-de-açúcar plantada na Zona da Mata, que tem participação de 44,4% no valor da produção agrícola. Na lavoura permanente, que representa 35,3% do total, destaca-se a fruticultura irrigada no vale do São Francisco, com ênfase na produção de uva – a maior do país – e nas de manga e de goiaba – as segundas maiores do país.

Dados da Pesquisa Industrial Anual – Empresa, do IBGE, relativos a 2010, indicam que a indústria de transformação do estado possui elevada presença de segmentos relacionados à produção de açúcar e derivados, levando o valor da transformação

4,8

11,3

5,9

24,7

48,6

7,4

11,6

6,6

22,9

46,0

5,6

16,6

5,3

16,3

51,2

Agropecuária

Indústria de transformação

Construção civil

Admin., saúde e educ. públicas

Serviços privados

PE NE BR

Gráfico 2 – Participação de setores no VAB (%) – 2009

Tabela 1 – Principais produtos primários de PernambucoParticipação percentual

Descrição

Agricultura 100,0 1,8

Temporária 64,7 1,5

Cana-de-açúcar 44,4 4,5

Mandioca 4,5 1,8

Feijão (em grão) 4,3 2,5

Permanente 35,3 3,1

Uva 18,8 29,2

Banana (cacho) 7,2 5,4

Manga 5,0 23,5

Goiaba 2,1 25,9

Fontes: IBGE/PAM 2010

No valor da produção No valor da produção

agrícola do estado nacional do item

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102 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

industrial (VTI) da indústria de alimentos e bebidas a alcançar participação de 37% no total. Adicionando-se a indústria de produtos químicos – entre os quais se incluem borracha sintética e tintas e vernizes para construção –, de materiais minerais não metálicos e de metalurgia básica, atinge-se 63% do total do VTI do estado. Note-se que diferentemente do que ocorre em nível nacional, a participação de bens duráveis e semiduráveis na estrutura produtiva local é limitada.

No período 2008-2012, a indústria de transformação pernambucana, apresentou taxa de crescimento media anual de 2,2% a.a., enquanto a do Nordeste situou-se em 0,2% a.a. e a nacional manteve-se relativamente estável. Esse desempenho, em parte, é atribuído à expansão nos segmentos de alimentos, bebidas e de insumos para a construção civil (gráfi co 4). Note-se que a indústria pernambucana foi relativamente pouco afetada pela crise de 2009 e se expandiu fortemente em 2010. Na margem, o crescimento de 2012 refl ete o desempenho de segmentos como metalurgia básica, 9,5%, e minerais não metálicos, 5,4%.

O vigor da construção civil se reflete no crescimento do índice de emprego formal da atividade, 17,1% a.a. no estado, entre 2008 e 2012, ante 10,2% a.a. no Nordeste e 7,6% a.a. no Brasil (gráfi co 5); bem como na vendas de cimento, que expandiram, respectivamente, 13,6% a.a., 12,3% a.a. e 7,7% a.a., de acordo com os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Importa destacar que, em parte, esse desempenho deriva da implantação de grandes projetos de investimento, inclusive em infraestrutura, e da aceleração da demanda por imóveis residenciais.

Os principais projetos de investimentos em curso ou recentemente executados constam de listagem a seguir (tabela 3). A principal inversão em andamento é a Refi naria Abreu e Lima, implantada no Complexo Industrial de Suape, seguida pela construção de fábrica de veículos, em Goiana, na Zona da Mata Norte do estado. Cabe notar, ainda, a implantação de estaleiros, indústria de hemoderivados e biotecnologia, siderúrgicas, bem como de projetos de infraestrutura (Ferrovia Transnordestina e transposição do rio São Francisco).

Tabela 2 – Valor da transformação industrial (VTI)Principais produtos conforme VTI-2010

Seções e atividades Participação %

em Pernambuco

Indústrias de transformação 97,9

Fabricação de produtos alimentícios 27,4

Fabricação de produtos químicos 11,5

Fabricação de bebidas 9,6

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 8,3

Metalurgia 6,4

Indústrias extrativas 2,1

Participação (%) na industria nacional 1,5

Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual

90

95

100

105

110

2008 2009 2010 2011 2012Brasil Nordeste Pernambuco

Gráfico 3 – Produção industrialDados dessazonalizados2008 = 100

Fonte: PIM

90

110

130

150

170

190

2008 2009 2010 2011 2012Brasil Nordeste Pernambuco

Gráfico 4 – Consumo de cimentoDados dessazonalizados2008 = 100

Fonte: SNIC

90

110

130

150

170

190

2008 2009 2010 2011 2012Brasil Nordeste Pernambuco

Gráfico 5 – Evolução do emprego formal daconstrução civilDados dessazonalizados2008 = 100

Fonte: MTE

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 103

O comércio varejista expandiu-se a taxa anual média de 8,3% a.a. no período de 2009 a 2012 (tabela 4), de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. O comércio ampliado teve crescimento ainda mais intenso no período, 8,7% a.a., 0,4 p.p. acima da média nacional e 0,4 p.p. abaixo daquela da região.

O comércio exterior tem relevância limitada para Pernambuco. O grau de abertura da economia – a soma das exportações e das importações como proporção do PIB – nos anos de 2000 a 2011 situou-se entre 7,0% e 12,2%, o que representa cerca de metade do indicador nacional (tabela 5). Em geral, o saldo comercial tem sido defi citário, como registrado entre 2000 e 2011. Nas importações, as categorias de maior relevância são a de bens intermediários, 45,8% do total, sobretudo de insumos petroquímicos para resina politereftalato de etileno (PET), seguidos por bens de capital, 24,1%, e combustíveis e lubrificantes, 17,9%. O principal produto da pauta de exportações é o açúcar, 46,6%, seguido por frutas frescas, 12,2%, e por resina PET, 5,1%. O aumento do déficit comercial em 2010 e 2011 resultou, especialmente, do forte aumento de importações de combustíveis e lubrifi cantes, 426,3%, e de bens de consumo, 192,9%, comparativamente a 2009.

A evolução favorável das condições econômicas também repercutiu no mercado de trabalho. Impulsionado pela construção civil e pelos serviços, os empregos formais em Pernambuco cresceram a uma taxa média de 6,5% a.a. em relação

Tabela 3 – Principais investimentos recentes em Pernambuco

Investidor Atividade Situação Valor

(US$milhões)

Petrobras Refinaria de petróleo Implantação 13 300

Fiat Automóveis Montadora Anunciado 3 000

Governo Federal Ferrovia (Transnordestina) – PE PI AL CE Implantação 2 036

Petroquímica Suape Fábricas de PTA, POY e PET Implantação 2 750

Companhia Siderúrgica Suape Siderúrgica de laminados Anunciado 830

Governo Federal Integração do Rio São Franscisco – PE CE PB RN Implantação 812

Estaleiro Atlântico Sul Estaleiro Concluído 780

Mossi e Guisolf PET Concluído 390

Estaleiro Promar Estaleiro Implantação 110

Estaleiro CMO Estaleiro Implantação 440

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco

Tabela 4 – Evolução do comércio varejista – 2009-2012Dados dessazonalizados

Variação (%) a.a.

Setores PE NE Brasil

Comércio varejista 8,3 8,6 7,7

Combustíveis e lubrificantes 8,9 7,1 3,3

Hipermercados e supermercados 4,8 6,7 6,6

Tecidos, vestuário e calçados 7,8 5,9 1,3

Móveis e eletrodomésticos 15,3 14,8 10,6

Comércio varejista ampliado 8,7 9,1 8,3

Automóveis e motocicletas 9,3 10,7 9,7

Material de construção 9,1 6,0 6,1

Fonte: IBGE

Tabela 5 – Setor externoUS$ milhões

Anos Exportações Importações Saldo

(A) (B) (A-B) PE BR

2000 284 936 -652 8,8 18,4

2001 335 1 029 -693 10,5 20,3

2002 320 844 -524 11,7 25,7

2003 411 796 -385 8,9 20,6

2004 518 759 -241 7,7 21,8

2005 786 806 -20 7,5 20,9

2006 781 1 025 -244 7,0 20,7

2007 871 1 720 -850 7,4 18,7

2008 938 2 461 -1 523 11,3 28,6

2009 824 1 981 -1 157 6,2 15,1

2010 1 113 3 273 -2 160 7,9 16,9

2011 1 199 5 534 -4 335 12,2 21,8

Fonte: MDIC

Grau de abertura (A + B)/PIB

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104 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

a 4,8% a.a. no Nordeste e 4,1% a.a. no Brasil, entre 2009 e 2012, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O desemprego aberto medido pela Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE aponta convergência do indicador da região metropolitana do Recife (RMR) para a média nacional. A diferença, que atingiu 4,5 p.p. em 2006, reduziu-se a 0,5 p.p. em 2011 e situa-se a 0,1 p.p. de janeiro a agosto de 2012.

A geração de empregos e o aumento dos salários, sobretudo em segmentos que empregam trabalhadores de menor escolaridade, aliados ao aumento das transferências de renda, concorreram para o avanço de indicadores sociais. O percentual de pessoas pobres4 em Pernambuco recuou de 62%, em 2003, para 42%, em 2009, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O índice de Gini5, que mede a desigualdade de renda domiciliar per capita também evoluiu favoravelmente, deslocando-se de 0,590, em 2003, para 0,554, em 2009, o menor nível da série iniciada em 1981.

As perspect ivas para a economia pernambucana apontam maior dinamismo do setor industrial. Esse setor deve ampliar sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, haja vista a incorporação de novas atividades e, ao mesmo tempo, reduzir a importância dos segmentos tradicionais, como o sucroalcooleiro.

4/ Corresponde à parcela de indivíduos considerados pobres segundo metodologia aplicada pelo Ipea na base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) <www.ipeadata.gov.br>.

5/ O coefi ciente de Gini varia de zero (desigualdade inexistente) a 1 (desigualdade absoluta).

90

95

100

105

110

115

120

125

130

2008 2009 2010 2011 2012Brasil Nordeste Pernambuco

Gráfico 6 – Índice de emprego formalDados dessazonalizados2008 = 100

Fonte: MTE

0

3

6

9

12

15

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Total das áreas RMR

Gráfico 7 – Taxa de desemprego aberto Média no ano (%)

Fonte: IBGE* 2012 dados até agosto.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 105

O Banco Central do Brasil publicou, em 2010, a metodologia de cálculo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),1 que, com frequência mensal, sintetiza, como proxy, a evolução da atividade produtiva no país. O indicador nacional teve como base os indicadores regionais – Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) – que passaram a ser divulgados pelo Banco Central em meados de 2009, inicialmente com informações sobre o Rio Grande do Sul.2 O acompanhamento da atividade em nível regional contribui para o melhor entendimento da evolução do indicador do país, permite antecipar padrões em nível nacional, além de fornecer informações sobre fl utuações econômicas das regiões e dos principais estados.

Este boxe apresenta aprimoramentos nos IBCR que buscaram, sobretudo, maior harmonização metodológica com o IBC-Br.

As alterações levam em conta a menor disponibilidade de dados em nível regional, e nesse sentido várias proxies setoriais são diferentes das adotadas para o indicador nacional. Para as atividades com mais de uma proxy, adotou-se a que apresentou maior aderência para cada estado/região. Ao fi nal, efetuou-se o encadeamento com pesos, do ano anterior ou último ano disponível, das respectivas atividades nas Contas Regionais.

Segue descrição das principais variáveis utilizadas nas diversas atividades:

Índice de Atividade Econômica Regional: revisão e ampliação das informações utilizadas

1/ A metodologia do IBC-Br foi apresentada no Relatório de Infl ação do Banco Central do Brasil de março de 2010.2/ Em janeiro de 2009, o Boletim Regional do Banco Central apresentou a metodologia do indicador.

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106 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Agricultura, silvicultura e exploração florestal: encadeamento do crescimento anual do volume das lavouras, de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). A ponderação é com o valor da produção da PAM3 e a distribuição mensal segue a proporção para cada lavoura obtida no Censo Agropecuário de 2006.

Pecuária e pesca: 1) encadeamento do crescimento mensal do volume produzido de carne bovina, carne suína, frango, leite e ovos de galinha, ponderados pelos valores da produção. Para as carnes, os dados são obtidos da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, sendo as variações dos rebanhos imputadas com os dados da Produção da Pecuária Municipal (PPM) e os valores da produção calculados com os preços recebidos pelo produtor (PRP), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para o leite e os ovos de galinha, os dados são extraídos da Pesquisa Trimestral do Leite e da pesquisa Produção de Ovos de Galinha; ou 2) modelo de regressão multiplicativo para o índice de volume do valor adicionado bruto a preços básicos (VAB) da “Pecuária e pesca” do estado/região, disponível nas Contas Regionais, em função do VAB estimado, da mesma atividade, para o IBC-Br.

Indústria extrativa e indústria de transformação: produção física industrial, com o índice de base fi xa mensal sem ajuste sazonal, da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF).

Construção civil: 1) estoques de empregos formais na construção civil, correspondente à última Relação Anual de Informações Sociais (Rais), atualizado mensalmente pelo saldo de movimentação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos disponibilizados em base de dados do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) e fi ltrados para vínculos privados; ou 2) médias dos últimos doze meses da população ocupada (PO) na construção civil, da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) no estado/região, inclusive o Paraná.

3/ Em toda a metodologia do IBCR, as ponderações são realizadas com os pesos do ano anterior até o último ano disponível.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 107

Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana: 1) consumo de energia elétrica divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para as regiões. Para os estados, assume-se que o consumo industrial de energia elétrica segue as variações da produção da indústria de transformação mensuradas pela PIM-PF, enquanto as demais modalidades de consumo variam no mesmo ritmo da respectiva região; ou 2) consumo de energia elétrica por concessionário, divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e agregáveis por região e por estados.

Comércio e serviços de manutenção e reparação: 1) encadeamento do comércio atacadista e varejista, ponderados pelas margens de comercialização da região/estado obtidas da Pesquisa Anual do Comércio (PAC). Para o segmento atacadista, estimaram-se margens de comércio com percentuais obtidos das Tabelas de Recursos e Usos (TRU) do Brasil, aplicados aos valores brutos da produção do estado/região, constantes da Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA-E) e da PAM e estimados para a pecuária. Essas margens de comércio foram adotadas como pesos para o volume produzido na agricultura, pecuária e atividades industriais pesquisadas pela PIM-PF no estado/região. Para o segmento varejista, utilizou-se o índice de volume de vendas no comércio varejista, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC); ou 2) médias dos últimos doze meses da PO no comércio, da PME.

Serviços de alojamento e alimentação, serviços prestados às famílias e associativas, serviços prestados às empresas, saúde e educação mercantis e serviços domésticos: 1) estoques de empregos formais na atividade, correspondente à última Rais, atualizado mensalmente pelo saldo de movimentação do Caged, ambos disponibilizados em base de dados do MTE, fi ltrados para vínculos privados, na Classifi cação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) 1.0; ou 2) médias dos últimos doze meses da PO na CNAE 1.0 – divisões correspondentes, da PME.

Transportes, armazenagem e correio: vendas de óleo diesel, em metros cúbicos, pelas distribuidoras, disponibilizadas pela

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108 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Serviços de informação: 1) arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no setor terciário – serviços de comunicação – valores correntes, disponibilizada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), do Ministério da Fazenda, defl acionada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – Grupo 9, do respectivo estado/região; ou 2) Modelo de regressão multiplicativo para o índice de volume do valor adicionado bruto a preços básicos (VAB) dos “Serviços de Informação” do estado/região, disponível nas Contas Regionais, em função do VAB estimado, da mesma atividade, para o IBC-Br.

Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados: modelo de regressão multiplicativo para o VAB de “Intermediação fi nanceira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados” do estado/região, disponível nas Contas Regionais, em função do VAB da mesma atividade das Contas Nacionais Trimestrais (CNT).

Atividades imobiliárias e aluguéis e Administração, saúde e educação públicas e seguridade social: modelo de regressão multiplicativo para o índice de volume do valor adicionado bruto a preços básicos (VAB) das “Atividades imobiliárias e aluguéis” e da “Administração, saúde e educação públicas e seguridade social” do estado/região, disponíveis nas Contas Regionais, em função do VAB estimado, da mesma atividade, para o IBC-Br.

A partir desse novo conjunto de proxies, foram calculadas novas séries de IBCR retroagindo a janeiro de 2003.4

Os resultados anuais para as cinco regiões constam nos gráfi cos de 1 a 5, de onde também se consegue avaliar o grau de aderência do indicador coincidente (o IBCR) aos dados efetivos, divulgados nas Contas Regionais, do IBGE.

4/ Os IBCR serão divulgados mensalmente para todas as grandes regiões do país e para treze estados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 109

O gráfi co 6 apresenta as séries mensais do IBC-Br e do encadeamento dos IBCR das cinco regiões, com pesos correspondentes aos VABs das Contas Regionais do ano anterior. Por construção, a agregação dos IBCR não coincide necessariamente com o IBC-Br, entretanto, as séries mostram signifi cativo grau de aderência. A propósito, cabe notar que o IBC-Br incorpora estimativas do peso de impostos, enquanto os IBCR restringem-se ao valor adicionado.

6,0

8,5

6,7

4,83,8

4,8

-0,3

2,8

7,07,6

5,2 5,24,6

-0,9

8,1

5,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB IBCR

Gráfico 1 – IBCR e PIB – Região NorteVariação % a.a.

1,9

6,5

4,6 4,8 4,85,5

1,00,7

5,1 5,0 4,75,1 5,0

1,4

7,2

3,2

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB IBCR

Gráfico 2 – IBCR e PIB – Região NordesteVariação % a.a.

-0,2

5,5

3,54,1

6,45,5

-1,0

0,5

5,3

3,8 3,9

6,0 6,1

0,3

7,1

2,7

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB IBCR

Gráfico 3 – IBCR e PIB – Região SudesteVariação % a.a.

2,5

4,9

-0,8

3,2

6,5

3,4

-0,6

2,8

3,9

-0,6

2,6

6,6

4,4

0,3

7,4

3,7

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB IBCR

Gráfico 4 – IBCR e PIB – Região SulVariação % a.a.

3,5

6,3

4,7

2,8

6,86,1

2,53,0 2,7

3,42,7

5,5 5,5

2,6

6,0

5,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB IBCR

Gráfico 5 – IBCR e PIB – Região Centro-OesteVariação % a.a.

90

100

110

120

130

140

150

160

Jan2003

Jan2004

Jan2005

Jan2006

Jan2007

Jan2008

Jan2009

Jan2010

Jan2011

Jan2012

IBCR (agregados) IBC-Br

Gráfico 6 – IBCR agregado e IBC-Br 2002 = 100

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110 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

O Banco Central, assim como ocorre em vários países,1 coleta desde março de 2011 informações qualitativas referentes à evolução do crédito bancário nacional.2

Trata-se de informações qualitativas, de periodicidade trimestral, e a amostra compreende as instituições financeiras representativas dos segmentos de pessoas jurídicas – grandes empresas (PJG); pessoas jurídicas – micro, pequenas e médias empresas (PJMPM); pessoas físicas – crédito habitacional (PFH); e pessoas físicas – crédito voltado ao consumo (PFC). Calculam-se indicadores sobre a percepção dos respondentes a respeito das condições de oferta, de demanda e de aprovação observadas no trimestre corrente, bem como sobre as expectativas para o próximo trimestre.3

O objetivo deste boxe é comparar os valores dos indicadores de aprovação obtidos na pesquisa com os valores observados de novas concessões de crédito, em cada um dos respectivos segmentos, do segundo trimestre de 2011 ao terceiro de 2012.

Apesar da limitação das séries, os números apresentados a seguir, por segmento, sugerem que existe relação entre a percepção dos agentes sobre as condições de crédito e a concessão de novas operações. Observa-se, também, certa homogeneidade entre as regiões geográficas

Avaliação dos Indicadores de Condições de Crédito

1/ Estados Unidos (Senior Loan Offi cer Opinion Survey on Bank Lending Pratices), Inglaterra (Credit Conditions Survey), Japão (Senior Loan Offi cer Opinion Survey on Bank Lending Pratices), Chile (Estándares de Aprobación en el Mercado del Crédito Bancario) e Zona do Euro (Bank Lending Survey for the Euro Area).

2/ O Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep) envia um questionário trimestral a uma amostra selecionada de participantes.3/ Para maiores detalhes sobre a construção dos indicadores, vide o boxe “Indicadores das Condições de Crédito no Brasil”, divulgado no Relatório

de Infl ação de junho de 2011, e Annibal, C. A. e Koyama, S. M. (2011), “Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito no Brasil”, Banco Central do Brasil, Working paper nº 245.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 111

brasileiras, com algum grau de diferença em cada segmento, no percentual de variação das novas concessões (nominais e sem ajuste de ordem sazonal). Dessa forma, embora a pesquisa não possua indicadores regionalizados, a homogeneidade observada permite que os indicadores atuais possam ser utilizados na avaliação prospectiva no cenário de crédito para cada região.

Análise por segmentos

Pessoas jurídicas – Grandes empresas4

Observando-se o gráfi co 1, nota-se relação relevante entre o indicador de aprovação de linhas de crédito para grande empresa e a variação percentual do volume nominal de novas concessões para esse segmento, sem ajuste sazonal, em relação às concessões do trimestre imediatamente anterior. Ambas apresentam tendência declinante até o primeiro trimestre de 2012 e uma recuperação no segundo e terceiro trimestres de 2012.

A tabela 1 mostra a variação de novas concessões por região brasileira, do segundo trimestre de 2011 ao terceiro trimestre de 2012. Por limitação nos dados disponíveis, considera-se que os recursos obtidos pelas empresas são direcionados exclusivamente para a região em que está situada a matriz5. Com exceção da região Centro-Oeste, observa-se certa homogeneidade no comportamento da tendência regional para o período analisado, com redução no ritmo de novas concessões até o primeiro trimestre de 2012, e crescimento no segundo trimestre de 2012. No último trimestre analisado, a tendência de crescimento é mais visível apenas nas regiões Norte e Nordeste.

4/ Nessa análise, são classifi cadas como grandes empresas as pessoas jurídicas, não bancárias e não pertencentes à Administração Pública direta, que no período de análise tenham tido um endividamento bancário igual ou superior a R$100 milhões no Sistema Financeiro Nacional (SFN). A amostra considerada na pesquisa representa cerca de 90% do total de crédito do segmento PJG.

5/ No caso específi co de grandes empresas, que normalmente possuem muitas representações distribuídas por todo o território nacional, a segregação do volume de concessões por regiões pode não ser muito acurada.

Tabela 1 – Concessões no segmento de grandes empresas – Variação percentual

Região 2011 2012

II III IV I II III

Brasil 14,0 8,3 3,7 -17,0 16,2 6,1

Norte 16,0 10,6 26,0 -21,9 18,8 21,9

Nordeste 9,2 11,7 25,9 -42,2 4,9 19,3

Centro-Oeste 11,1 16,1 -13,7 14,3 35,5 -0,6

Sudeste 10,2 8,2 3,4 -16,3 10,3 7,1

Sul 44,5 3,3 -10,7 -6,8 46,9 -6,7

Fonte: Sistema de Informações de Crédito

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

-20%

-10%

0%

10%

20%

2011 2012Variação de montante concedidoIndicador de Condições de CréditoPe

rcen

tual

de

varia

ção

do m

onta

nte

conc

edid

o

Gráfico 4 – Concessões e Indicador de Condições de Crédito – Crédito ao Consumo

Fontes: Sistema de Informações de Crédito e Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito

Valo

r do

indi

cado

r

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112 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Pessoas jurídicas – Micro, Pequenas e Médias empresas6

O gráfi co 2 também mostra uma relação entre o indicador de aprovação de linhas de crédito para o segmento PJMPM e a variação percentual do volume nominal de novas concessões, sem ajuste sazonal, em relação às concessões do trimestre imediatamente anterior, com menor aderência do que a observada no segmento PJG. A tendência de redução do indicador de aprovações até o primeiro trimestre de 2012, e de recuperação gradativa no segundo e terceiro trimestres de 2012, guarda certa semelhança ao comportamento verifi cado da variação do montante de novas concessões, o qual, após forte elevação no segundo trimestre, apresentou redução no ritmo de crescimento.

Pela análise da variação dos volumes de concessões por região (tabela 2), observa-se homogeneidade no comportamento das tendências regionais maior do que a observada no segmento PJG.

Pessoas físicas – Crédito habitacional7

O gráfi co 3 mostra que, para esse segmento, a percepção capturada pelo indicador, em alguns momentos, parece defasada em relação ao observado nas concessões. Uma vez que esse segmento é bastante concentrado (oito conglomerados/instituições financeiras são responsáveis por cerca de 99% do crédito concedido), o indicador é bastante sensível à avaliação realizada por cada participante da pesquisa. Assim, a defasagem observada pode ser decorrente da avaliação mais otimista de alguns poucos participantes. À medida que a série do indicador tornar-se sufi cientemente longa, entretanto, será possível investigar essa hipótese com maior precisão.

6/ São classifi cadas como micro, pequenas e médias empresas todas as pessoas jurídicas, não bancárias e não pertencentes à administração pública direta que no período tenham tido um endividamento bancário menor que R$100 milhões no SFN. A amostra compreende 94% do total de crédito do segmento.

7/ Esse segmento é composto por todos os créditos concedidos às pessoas físicas no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) ou oriundos da carteira hipotecária das instituições fi nanceiras. A amostra representa cerca de 99% do total de crédito do segmento.

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

-20%

-10%

0%

10%

20%

II2011

III IV I2012

II III

Variação de montante concedidoIndicador de Condições de Crédito

Perc

entu

al d

e va

riaçã

o d

o m

onta

nte

conc

edid

o

Valo

r do

indi

cado

r

Gráfico 1 – Concessões e Indicador de Condições de Crédito – Grandes empresas

Fontes: Sistema de Informações de Crédito e Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

-40%

-20%

0%

20%

40%

II2011

III IV I2012

II III

Variação de montante concedidoIndicador de Condições de Crédito

Perc

entu

al d

e va

riaçã

o do

mon

tant

e co

nced

ido

Valo

r do

indi

cado

r

Gráfico 3 – Concessões e Indicador de Condições de Crédito – Crédito Habitacional

Fontes: Sistema de Informações de Crédito e Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito

Tabela 2 – Concessões no segmento de micro, pequenase médias empresas – Variação percentual

Região 2011 2012

II III IV I II III

Brasil 15,8 3,8 9,8 -13,1 19,5 -5,7

Norte 16,9 6,4 5,6 -14,3 25,2 -3,6

Nordeste 15,5 4,6 11,4 -18,3 24,5 -6,1

Centro-Oeste 15,2 10,2 8,2 -13,3 20,5 2,4

Sudeste 15,1 2,6 10,3 -10,6 16,9 -9,0

Sul 18,2 4,4 8,8 -17,3 23,3 1,0

Fonte: Sistema de Informações de Crédito

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 113

Pela anál ise dos dados regionais (tabela 3), verifi ca-se heterogeneidade com três comportamentos distintos: o do grupo formado pelas regiões Nordeste e Sudeste, no qual se observa uma queda mais pronunciada ao longo de 2011, seguida de uma recuperação a partir do primeiro trimestre de 2012; o do grupo formado pelas regiões Centro-Oeste e Sul, cujo comportamento em 2011 é similar ao do grupo anterior, mas com uma elevação mais forte no segundo trimestre de 2012 e mais moderada do terceiro trimestre de 2012; e a região Norte, que apresenta um comportamento mais peculiar que as demais regiões. A heterogeneidade observada era esperada, dada a signifi cativa diferença regional que existe em variáveis demográfi cas tais como confi gurações dos arranjos domiciliares, crescimento populacional, renda média da população e distribuição etária – que infl uenciam a demanda por novas concessões de fi nanciamentos habitacionais.

Pessoas físicas – Crédito voltado ao consumo8

O gráfico 4 mostra forte relação entre o indicador de aprovação de linhas de crédito para o segmento PFC e a variação percentual do volume nominal de novas concessões, sem ajuste sazonal, em relação às concessões do trimestre imediatamente anterior. Nota-se que o indicador não só acompanha a tendência de redução das concessões até o primeiro trimestre de 2012, com posterior recuperação no segundo trimestre de 2012 (mas pequena redução no terceiro trimestre), como também apresenta variações relativas semelhantes às observadas nas concessões.

A tabela 4 indica que o segmento PFC possui razoável homogeneidade no comportamento das tendências regionais. Alguma diferença em termos de volatilidade é percebida apenas na região Norte. Mesmo nessa região, entretanto, o comportamento da tendência das concessões é bastante similar ao observado nas demais.

8/ Esse segmento é composto por todos os créditos às pessoas físicas nas modalidades de cheque especial, crédito rotativo no cartão de crédito, crédito pessoal sem consignação, crédito pessoal com consignação e fi nanciamento de veículos. A amostra compreende cerca de 85% do total de crédito do segmento.

Tabela 4 – Concessões no segmento de crédito ao consumo – Variação percentual

Região 2011 2012

II III IV I II III

Brasil 16,6 6,3 -1,3 -8,2 15,1 -2,4

Norte 17,5 20,9 -16,6 -8,3 26,0 -7,3

Nordeste 16,1 6,1 -1,8 -8,9 19,9 -3,1

Centro-Oeste 19,6 3,7 2,2 -11,8 17,8 -2,2

Sudeste 16,5 5,7 -1,4 -5,9 12,0 -2,1

Sul 15,3 5,3 3,4 -12,4 15,4 -1,3

Fonte: Sistema de Informações de Crédito

Tabela 3 – Concessões no segmento de créditohabitacional – Variação percentual

Região 2011 2012

II III IV I II III

Brasil 31,5 16,4 -10,1 0,2 6,0 11,5

Norte 36,3 2,3 7,8 -2,4 13,3 13,1

Nordeste 33,6 21,3 -11,5 3,5 3,6 20,7

Centro-Oeste 35,7 14,5 -8,1 -2,8 13,4 6,9

Sudeste 29,2 18,3 -11,8 0,7 3,0 11,5

Sul 34,6 10,5 -7,1 -1,5 11,9 7,5

Fonte: Sistema de Informações de Crédito

-0,50

-0,25

0,00

0,25

0,50

-20%

-10%

0%

10%

20%

2011 2012Variação de montante concedidoIndicador de Condições de CréditoPe

rcen

tual

de

varia

ção

do m

onta

nte

conc

edid

o

Gráfico 4 – Concessões e Indicador de Condições de Crédito – Crédito ao Consumo

Fontes: Sistema de Informações de Crédito e Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito

Valo

r do

indi

cado

r

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114 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Em suma, os indicadores de condições de crédito – obtidos pelo Banco Central por meio de sua pesquisa trimestral com os conglomerados e instituições fi nanceiras mais representativas dos segmentos PJG, PJMPM, PFH e PFC – mostram certa aderência às variações observadas nos volumes nominais, sem ajuste sazonal, de novas concessões a cada trimestre, principalmente nos segmentos PFC, PJMPM e PJG. Embora a pesquisa não seja regionalizada, a relativa homogeneidade observada nas concessões desses segmentos sugere que os indicadores contêm informação sobre a dinâmica do mercado de crédito por regiões geográfi cas.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 115

As exportações brasileiras, após recuarem em 2009 devido à crise global, cresceram nos dois anos seguintes. Essa trajetória, entretanto, foi interrompida em 2012, em resposta às retrações nos ritmos de crescimento de importantes parceiros comerciais. O objetivo deste boxe consiste em analisar o desempenho recente das exportações brasileiras, identifi cando os determinantes da sua evolução nas distintas regiões geográfi cas do país.

A evolução recente das exportações evidencia que as vendas das regiões com pautas concentradas em produtos básicos agrícolas mantiveram desempenho favorável em 2012, ressaltando-se que a retração nas exportações do Sul foi decorrência da seca na região. Nesse sentido, as vendas externas do Centro-Oeste, com 80% de participação de produtos agropecuários, aumentaram 21,5% de janeiro a setembro de 2012, em relação ao mesmo período de 2011. Em regiões nas quais a participação dos embarques de commodities minerais é relevante, ocorreram recuos signifi cativos. De fato, as vendas externas do Sudeste e do Norte, regiões exportadoras de minério, apresentaram contrações respectivas de 8%

Desempenho Recente das Exportações

-25,9 -24,4-29,5 -29,6

-25,7

-0,9

29,6

38,9 40,6 38,5

13,68,8

31,1

49,7

16,7

32,924,6

28,8

-4,9

-17,6

1,3

-8,0-2,8

21,5

-40

-20

0

20

40

60

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

%

2009 2010 2011 2012

Gráfico 1 – Crescimento das exportações regionais – Jan-set

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116 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

e 17,6%, na mesma base de comparação (gráfi co 1). Por sua vez, as vendas externas do Nordeste registraram relativa estabilidade.

A participação das exportações do Centro-Oeste no total das vendas do país passou de 8,2% para 10,5%, no período, enquanto as do Sudeste e do Norte recuaram 1,8 p.p. e 1,1 p.p., respectivamente (gráfi co 2).

A redução de 8% nas exportações do Sudeste decorreu de retrações respectivas de 5,1% e 3,1% no quantum e nos preços (gráfi co 3). As exportações de minério de ferro, principal item da pauta da região, recuaram 23,5% e exerceram a maior infl uência nesse resultado, seguindo-se os impactos das reduções nos embarques de café, 31,2%, açúcar refi nado, 30,5%, e açúcar de cana em bruto, 26,1%. O início da trajetória declinante das exportações da região ocorreu na primeira metade de 2011.

10,06,6

22,0

7,4

52,5

8,4 7,1

19,3

8,0

56,0

8,2 8,1

18,3

7,1

56,8

10,57,0

18,7

7,6

55,0

0

10

20

30

40

50

60

CO N S NE SE

Part.

%

Gráfico 2 – Participação das exportações regionais – Jan-set

2009 2010 2011 2012

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

I 2006

II III IV I 2007

II III IV I 2008

II III IV I 2009

II III IV I 2010

II III IV I 2011

II III IV I 2012

II III

Total Preço Quantum

Gráfico 3 – Exportações – SudesteVariação em 12 meses

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 117

Houve redução de 13% nas vendas do Sudeste para a China, infl uenciada pelos recuos respectivos de 26,3% e 6% nos embarques de minério de ferro e de óleos brutos de petróleo. As exportações para a Argentina foram 21% menores (18,6% no caso de automóveis de passageiros; e 17,9% no de veículos de carga). As vendas para os EUA aumentaram 16% (199% nas de álcool etílico, 20,9% nas de óleos brutos de petróleo e 25,9% nas de produtos semimanufaturados de ferro ou aço). A participação conjunta desses três países nas exportações da região atingiu 39% nos nove primeiros meses de 2012, ante 38% em igual período do ano anterior, conforme observado no gráfi co 4.

Na região Sul, o recuo de 2,8% registrado pelas exportações nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2011, decorreu de variações de -3,5% no quantum e de 0,7% nos preços. Destacaram-se, no período, as retrações nas vendas de soja e derivados, 4,3%, e de frangos

Gráfico 4 – Exportações do Sudeste – Países de destino

Fonte: MDIC

Janeiro-setembro de 2011 Janeiro-setembro de 2012

China16%

EUA12%

Argentina10%

Holanda5% Alemanha

4%

Japão3%

Demais50%

EUA15%

China15%

Argentina9% Holanda

6%India3%

Japão3%

Demais49%

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

I 2006

II III IV I 2007

II III IV I 2008

II III IV I 2009

II III IV I 2010

II III IV I 2011

II III IV I 2012

II III

Total Preço Quantum

Gráfico 5 – Exportações – SulVariação % em 12 meses

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118 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

congelados, 3,6%, produtos que representaram, na ordem, 25% e 10,3% da pauta da região. Considerados períodos de doze meses, as vendas da região passaram a registrar crescimentos menores ao longo de 2012, atingindo 1,7% em setembro, conforme o gráfi co 5.

A análise do destino das exportações da região Sul (gráfi co 6) revela que os recuos mais importantes ocorreram nos embarques direcionados à Rússia, 45,9%, com destaque para as contrações respectivas de 66,8% e 62,1% nos referentes a açúcar e a suínos e derivados, e à Holanda, 18,2%. Em sentido oposto, destacaram-se os crescimentos nas vendas à China, 4,1%, refl etindo, em especial, o aumento de 5,2% nas relativas ao complexo soja, que representaram 83,7% das vendas ao país; aos EUA, 3,3%, associada, em grande parte, às elevações nos embarques de fumo, 37,4%, e de madeiras, 11,5%, responsáveis, em conjunto, por 21,5% das vendas àquele país; e ao Chile, 21,9%, com destaque o aumento de 355% nas vendas de automóveis, representando 60% do aumento das compras do país.

As exportações do Centro Oeste cresceram 21,5% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, refl exo de variações de 25,6% no quantum e de -3,3% nos preços. As vendas do complexo soja, impulsionadas pelas quebras de safra nos EUA e no Sul do Brasil, elevaram-se 33,1% no período e foram responsáveis por 78% do aumento das exportações da região. Considerados períodos de doze meses, as exportações da região aumentaram 34,5% em junho de 2012, maior taxa nos três anos (gráfi co 7).

Gráfico 6 – Exportações do Sul – Países de destino

Fonte: MDIC

Janeiro-setembro de 2011 Janeiro-setembro de 2012

China17%

Argentina9%

EUA6%

Holanda5%

Alemanha4%

Paraguai3%

Demais56%

China 18%

Argentina 9%

EUA 7%Holanda 4%

Alemanha 3%Paraguai 3%

Demais 56%

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 119

O exame dos principais mercados de destino revela que a China adquiriu 45,8% das exportações do Centro-Oeste no período, elevando sua participação no total das vendas da região de 28,1%, em 2011, para 33,8%, em 2012, conforme o gráfi co 8. Ressalte-se, ainda, os aumentos nos embarques direcionados à Coreia do Sul, Egito, Taiwan e Rússia (gráfi co 8)

As exportações do Norte, concentradas em itens dos segmentos mineração e metalurgia, recuaram 17,6% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, resultado de reduções respectivas de 0,8% e 16,7% no quantum e nos preços. Ressaltem-se, no período, as retrações de 29,2% nas vendas de minério de ferro, que corresponderam a 50,3% dos embarques da região, e de 16,7% nas relativas a óxidos e hidróxidos de alumínio, e o aumento de 42,4% nos embarques de soja. Considerados períodos de doze meses, as exportações da região iniciaram trajetória declinante no terceiro trimestre de 2011, registrando recuo de 10,1% em setembro, conforme o gráfi co 9.

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

I 2006

II III IV I 2007

II III IV I 2008

II III IV I 2009

II III IV I 2010

II III IV I 2011

II III IV I 2012

II III

Total Preço Quantum

Gráfico 7 – Exportações – Centro-OesteVariação em 12 meses

Gráfico 8 – Exportações do Centro-Oeste – Países de destino

Fonte: MDIC

Janeiro-setembro de 2011 Janeiro-setembro de 2012

China28%

Holanda9% Irã

5%Argentina

4%Espanha

4%Tailândia

4%

Demais46%

China34%

Holanda7% Tailândia

4%Espanha

4%Rússia

3%

Irã3%

Demais45%

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120 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Em relação aos principais mercados de destino dos produtos da região, ressaltem-se os recuos de 29,5% nas vendas à China, infl uenciado pela redução de 30% nas relativas a minério de ferro, item responsável por 88,8% das exportações ao país, e de 31% nos embarques para o Japão, destacando-se as contrações respectivas de 40% e 19% nos envios de minério de ferro e de alumínio bruto, responsáveis, em conjunto, por 91,9% das vendas da região ao país (gráfi co 10). Registraram-se, ainda, retrações relevantes nas participações dos EUA, refl exo de recuos nas vendas de ferro fundido, silício e alumínio, e da Alemanha, destacando-se a retração nos embarques de minério de ferro.

As exportações do Nordeste cresceram 1,3% nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2011, reflexo de variações de -3,6% nos preços e de 5,1% no quantum. Esse resultado decorreu, em grande parte, de exportação atípica de plataforma de perfuração/exploração – excluída essa operação, as vendas

-40

-20

0

20

40

60

80

I 2006

II III IV I 2007

II III IV I 2008

II III IV I 2009

II III IV I 2010

II III IV I 2011

II III IV I 2012

II III

Total Preço Quantum

Gráfico 9 – Exportações – NorteVariação % em 12 meses

Gráfico 10 – Exportações do Norte – Países de destino

Fonte: MDIC

Janeiro-setembro de 2012Janeiro-setembro de 2011

China33%

Japão10%

Alemanha5%

EUA5%

Coréia do Sul5%

Holanda4%

Demais38%

China28%

Japão8%

EUA6%

Alemanha6%

Coréia do Sul5%

Venezuela4%

Demais43%

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 121

externas nordestinas decresceram 1,8% no período. Destacaram-se no fl uxo comercial da região os aumentos nos embarques de algodão, 52,3%, do complexo soja, 20,9%, e de óleos combustíveis, 9,4%, itens que juntos representaram 31,8% das exportações regional no período. Em sentido oposto, ocorreram recuos respectivos de 83,3% e 22,3% nas vendas de catodo de cobre e de minério de ferro. Considerados períodos de doze meses, o crescimento das exportações do Nordeste passou a registrar tendência de desaceleração a partir de março, atingindo 6,8% em setembro (gráfi co 11).

As exportações do Nordeste direcionadas à Holanda aumentaram 56,7%, infl uenciadas pela aquisição da plataforma de perfuração/exploração e pelo acréscimo de 116% nos embarques de óleos combustíveis. Os embarques destinados às Antilhas Holandesas – evidenciando a elevação de 69,9% nas vendas de óleo combustível – e à China – com destaque para as expansões nas exportações de minério de ferro, 142%, e de algodão, 71,8% – cresceram, na ordem, 67,5% e 10,3% (gráfi co 12).

-30

-10

10

30

50

70

90

I 2006

II III IV I 2007

II III IV I 2008

II III IV I 2009

II III IV I 2010

II III IV I 2011

II III IV I 2012

II III

Total Preço Quantum

Gráfico 11 – Exportações – NordesteVariação em 12 meses

Gráfico 12 – Exportações do Nordeste – Países de destino

Fonte: MDIC

Janeiro-setembro de 2012Janeiro-setembro de 2011

EUA13%

China12%

Holanda10%

Argentina7% Antilhas

Holandesas6%

Alemanha4%

Demais48%

EUA14%

Argentina11%

China11%

Holanda6% Alemanha

5%

Rússia4%

Demais49%

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122 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Os declínios mais importantes ocorreram nas exportações para a Argentina, 32%, com ênfase nos recuos nas referentes a óleos combustíveis, 70,4%, e a automóveis, 22%, e para os EUA, 6%, ressaltando-se a retração de 8,6% nos embarques de ferro fundido bruto e ferro spiegel.

Em linhas gerais, a trajetória das exportações das cinco regiões brasileiras no decorrer de 2012 refl etiu o dinamismo das vendas de commodities agrícolas, especialmente soja e milho, a redução nos embarques de minério e o arrefecimento das exportações de manufaturados.

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 123

Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Apêndice

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 125

Banco Central do Brasil

PresidenteAlexandre Antonio Tombini

Diretor de Política EconômicaCarlos Hamilton Vasconcelos Araújo

Chefe do Departamento EconômicoTulio José Lenti Maciel

Representações Regionais do Departamento Econômico

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belém

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Recife

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Salvador

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo

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126 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belém Boulevard Castilhos França, 708 – CentroChefe de Equipe: Irene Guedes Paiva Caixa Postal 651 66010-020 – Belém (PA) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo AgostinhoChefe de Equipe: Rodrigo Lage de Araújo Caixa Postal 887 30170-001 – Belo Horizonte (MG) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro CívicoChefe de Equipe: Vanderléia Centenaro Caixa Postal 1.408 80530-914 – Curitiba (PR) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza Av. Heráclito Graça, 273 – CentroChefe de Equipe: Afonso Eduardo de Oliveira Jucá Caixa Postal 891 60140-061 – Fortaleza (CE) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre Rua 7 de setembro, 586 – CentroChefe de Equipe: Vera Maria Schneider Caixa Postal 919 90010-190 – Porto Alegre (RS) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Pesquisa Econômica no Recife Rua da Aurora, 1259 – Santo AmaroChefe de Equipe: Fernando de Aquino Fonseca Neto Caixa Postal 1.445 50040-090 – Recife (PE) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – CentroChefe de Equipe: Lilian Carla dos Reis Arquete Caixa Postal 495 20071-900 – Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Salvador Av. Anita Garibaldi, 1.211 – OndinaChefe de Equipe: Itamar Marins da Silva Caixa Postal 44 40210-901 – Salvador (BA) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo Av. Paulista, 1804 – Bela VistaChefe: Mauricio Barreto Campos Caixa Postal 8.984 01310-922 – São Paulo (SP) E-mail: [email protected]

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 127

ACSP Associação Comercial de São PauloAGE Assessoria de Gestão EstratégicaAneel Agência Nacional de Energia ElétricaANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombustívesBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialCaged Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosCepa/SC Centro de Socioeconomia e Planejamento AgrícolaCNAE Classifi cação Nacional das Atividades EconômicasCNC Confederação Nacional do ComércioCNI Confederação Nacional da IndústriaCNT Contas Nacionais TrimestraisConab Companhia Nacional de AbastecimentoCondepe/Fidem Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de PernambucoConfaz Conselho Nacional de Política FazendáriaDepec Departamento EconômicoDeral Departamento de Economia RuralEmater/RS Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão RuralEPE Empresa de Pesquisa EnergéticaEUA Estados Unidos da AméricaFecomércio Minas Federação do Comércio do Estado de Minas GeraisFecomercio SP Federação do Comércio do Estado de São PauloFecomércio-RJ Federação do Comércio do Estado do Rio de JaneiroFecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do SulFEE Fundação de Economia e EstatísticaFenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos AutomotoresFenabrave-PR Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores do Estado do ParanáFGV Fundação Getulio VargasFieam Federação das Indústrias do Estado do AmazonasFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáFieg Federação das Indústrias do Estado de GoiásFiemg Federação das Indústrias do Estado de Minas GeraisFiep Federação das Indústrias do Estado do ParanáFiergs Federação das Indústrias no Rio Grande do SulFiesp Federação das Indústrias do Estado de São PauloFirjan Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroGNL Gás natural liquefeitoIBC-Br Índice de Atividade Econômica do Banco Central – BrasilIBCR-CO Índice de Atividade Econômica Regional – Região Centro-OesteIBCR-N Índice de Atividade Econômica Regional – Região Norte

Siglas

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128 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2012

IBCR-NE Índice de Atividade Econômica Regional – Região NordesteIBCR-S Índice de Atividade Econômica Regional – Região SulIBCR-SE Índice de Atividade Econômica Regional – Região SudesteIBGE Instituto Brasileiro de Geografi a e EstatísticaICC Índice de Confi ança do ConsumidorICCBH Índice de Confi ança do Consumidor de Belo HorizonteIceb Indicador de Confi ança do Empresariado BaianoIcec Índice de Confi ança do Empresário do ComércioIcei Índice de Confi ança do Empresário IndustrialICF Intenção de Consumo das FamíliasICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIDI Índice de Desempenho IndustrialIepe Centro de Estudos e Pesquisas EconômicasIGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade InternaINC Índice Nacional de Confi ançaIndi Instituto de Desenvolvimento Industrial do CearáInec Índice Nacional de Expectativa do ConsumidorIpardes Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e SocialIPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIpea Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaIpead Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas GeraisIpece Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do CearáIPI Imposto sobre Produtos IndustrializadosLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMapa Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ExteriorMTE Ministério do Trabalho e EmpregoNuci Nível de Utilização da Capacidade Instaladap.p. Pontos percentuaisPAC Pesquisa Anual de ComércioPAM Produção Agrícola MunicipalPEA População Economicamente AtivaPeic Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do ConsumidorPET Politereftalato de etilenoPJG Pessoas jurídicas – grandes empresasPJMPM Pessoas jurídicas – micro, pequenas e médias empresasPFC Pessoas físicas – crédito voltado ao consumoPetrobras Petróleo Brasileiro S.A.PIA População em Idade AtivaPIA-E Pesquisa Industrial Anual – EmpresaPIB Produto Interno BrutoPimes Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e SalárioPIM-PF Pesquisa Industrial Mensal – Produção FísicaPMC Pesquisa Mensal do ComércioPME Pesquisa Mensal de EmpregoPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosPO População ocupadaPOP PopulaçãoPRP Preços recebidos pelo produtorPPM Produção da Pecuária Municipal

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Outubro 2012 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 129

Rais Relação Anual de Informações SociaisRMB Região Metropolitana de BelémRMBH Região Metropolitana de Belo HorizonteRMC Região Metropolitana de CuritibaRMF Região Metropolitana de FortalezaRMPA Região Metropolitana de Porto AlegreRMR Região Metropolitana do RecifeRMRJ Região Metropolitana do Rio de JaneiroRMS Região Metropolitana de SalvadorRMSP Região Metropolitana de São PauloSeab/PR Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do ParanáSecex Secretaria de Comércio ExteriorSFH Sistema Financeiro de HabitaçãoSEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da BahiaSIF Serviço de Inspeção FederalSincodiv PR Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do ParanáSinduscon-RS Sindicado da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio Grande do SulSNIC Sindicato Nacional da Indústria do CimentoTA Taxa de atividadeTRU Tabelas de Recursos e UsosUFRGS Universidade Federal do Rio Grande do SulVAB Valor adicionado brutoVBP Valor bruto da produçãoVTI Valor da transformação industrial