8
BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA N.º 6 JUNHO/2006 Que futuro nos espera? No último Boletim, publiquei um artigo que falava da fundação humilde de uma cidade, nas margens do Tibre, que hoje ostenta o título pomposo de Cidade Eterna. Quando alguma coisa nasce encerra em si um mistério que só Deus sabe e o tempo há-de revelar. Deveria ser com um respeito sagrado que aco- lhemos tudo o que nasce. Afinal, quem pode adivinhar o futuro de um nascitu- ro? Onde pode ele chegar? A qual gran- deza nos pode levar? Certamente que os fundadores de Roma não sonhavam a grandeza nem a extensão do império que, afinal, vieram criar, como não podiam sonhar o alcance e grandeza histórica que no mundo veio a desem- penhar. Sempre que passeio pelo Fórum Impe- rial, não deixo de me deter diante de uns mapas, em mármore, que se encontram numa das paredes laterais. Aí, encontramos a Itália e nela um pon- to branco a simbolizar aquela que é hoje a cidade de Roma. Com o andar dos tempos, esse ponto branco foi-se esten- dendo paulatinamente até alcançar Continua na página 7 Director: Manuel Ribeiro Mendes — [email protected] A CAPELINHA DE S. TOMÉ A pequena e bonita capelinha, que honra S. Tomé de Lageosa, chegou aos nossos dias, certamen- te por milagre. A julgar pelo altar e pelo lindo e cobiçado arco pré- românico, de esferas armilares, em granito, sugere-se a sua exis- tência já no século IX. Sofreu sucessi- vos e importantes restauros, como os efectuados em 1737 e em 1974. Mas, "o principal deu-se no sécu- lo XVII, época em que, pelo menos, foi modificada a frontaria e adicionada a sacristia" (conforme a abalizada opinião do Rev. Dr. Avelino de Jesus Costa, num documento publicado no Vol. II, Coimbra 1959, da Obra Monumental "O bispo d. Pedro", - documento em que, aliás, também me estou a apoiar, - referenciado e em parte transcrito na "Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura - Editora: VERBO"). Continua na página 3 Memórias da Nossa Terra Sobreposta há 250 anos Em 1758, por ordem real, foi enviado a todas as paróquias do reino um questioná- rio em que se faziam numerosas perguntas sobre a terra, as serras e os rios existentes. As respostas eram dadas, por escrito, pelo pároco da freguesia – São as chamadas Memórias Paroquiais de 1758. São uma fonte importantíssi- ma para a história das freguesias. Estes documentos estão guardados no Arqui- vo Nacional da Torre do Tombo, em Lis- boa. Vamos espreitar e ver o que escreveu o senhor abade de Sobreposta sobre a nossa terra. Antes de mais, fixe- mos o nome do nosso abade da época: Padre Francisco Xavier Pinto. Começou por dizer que a paróquia tinha dois lugares principais: Continua na página 3 O AUTOCARRO DE DOMINGO À TARDE Outra vez.. longe! Nos anos 60 do século passado, eu e os meus amigos da escola e da guarda de vacas nos montes éramos ainda adolescentes e , em geral, todos tínhamos irmãos ainda mais pequenos, alguns de colo e berço porque as famílias eram numerosas. As nossas habita- ções eram extremamente degradadas e a alimentação era de mera sobrevivência: pão de milho, caldo de feijão e couve galega, caldo de arroz ao domingo, um cheirinho a toucinho nos dias dos grandes trabalhos agrícolas: sementeiras, colheitas, desfolha- das, podadas e vindimas. Continua na página 2 Notícias da Junta de Freguesia Piscina Aí está o Verão e com ele chegaram, tam- bém, as férias escolares. Espera-se que os testes de avaliação final e os exames nacio- nais tenham corrido bem a todos os nossos estudantes e mereçam, agora, alguma recompensa. O prémio da Junta de Freguesia para os nossos estudantes mais novos, aí está: todas as crianças e adolescentes, dos 6 aos 15 anos, têm acesso gratuito à piscina, desde o dia 25 de Junho até ao dia 15 de Julho. Os interessados têm de inscrever-se na recepção da piscina ou na sede da Junta de Freguesia. É simples, não é? Aproveita, que a água está fresquinha e o Verão promete! Continua na página 3 Roma, um simples ponto. O Império Romano

BOLETIM N. 6 - JUNHO-2006 · 2009-04-05 · do o trabalho mais difícil, sobretudo na construção civil. Se o poe-ta, ... para trabalhos de construção civil no País Basco (Norte

Embed Size (px)

Citation preview

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA

N.º 6 — JUNHO/2006

Que futuro nos espera? No último Boletim, publiquei um artigo que falava da fundação humilde de uma cidade, nas margens do Tibre, que hoje ostenta o título pomposo de Cidade Eterna. Quando alguma coisa nasce encerra em si um mistério que só Deus sabe e o tempo há-de revelar. Deveria ser com um respeito sagrado que aco-lhemos tudo o que nasce. Afinal, quem pode adivinhar o futuro de um nascitu-ro? Onde pode ele chegar? A qual gran-deza nos pode levar? Certamente que os fundadores de Roma não sonhavam a grandeza nem a extensão do império que, afinal, vieram criar, como não podiam sonhar o alcance e grandeza histórica que no mundo veio a desem-penhar. Sempre que passeio pelo Fórum Impe-rial, não deixo de me deter diante

de uns mapas, em mármore, que se encontram numa das paredes laterais. Aí, encontramos a Itália e nela um pon-to branco a simbolizar aquela que é hoje a cidade de Roma. Com o andar dos

tempos, esse ponto branco foi-se esten-dendo paulatinamente até alcançar Continua na página 7

Director: Manuel Ribeiro Mendes — [email protected]

A CAPELINHA DE S. TOMÉ

A pequena e bonita capelinha, que honra S. Tomé de Lageosa, chegou aos nossos dias, certamen-te por milagre. A julgar pelo altar e pelo lindo e cobiçado arco pré-românico, de esferas armilares, em granito, sugere-se a sua exis-tência já no século IX. Sofreu sucessi-vos e importantes restauros, como os efectuados em 1737 e em 1974. Mas, "o principal deu-se no sécu-lo XVII, época em que, pelo menos, foi modificada a frontaria e adicionada a sacristia" (conforme a abalizada opinião do Rev. Dr. Avelino de Jesus Costa, num documento publicado no Vol. II, Coimbra 1959, da Obra Monumental "O bispo d. Pedro", - documento em que, aliás, também me estou a apoiar, - referenciado e em parte transcrito na "Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura - Editora: VERBO").

Continua na página 3

Memórias da Nossa Terra Sobreposta há 250 anos

Em 1758, por ordem real, foi enviado a todas as paróquias do reino um questioná-rio em que se faziam numerosas perguntas sobre a terra, as serras e os rios existentes. As respostas eram dadas, por escrito, pelo pároco da freguesia – São as chamadas Memórias Paroquiais de 1758. São uma

fonte importantíssi-ma para a história das freguesias. Estes documentos estão guardados no Arqui-vo Nacional da Torre do Tombo, em Lis-boa. Vamos espreitar e ver o que escreveu o senhor abade de Sobreposta sobre a nossa terra. Antes de mais, fixe-mos o nome do nosso abade da época: Padre Francisco

Xavier Pinto. Começou por dizer que a paróquia tinha dois lugares principais:

Continua na página 3

O AUTOCARRO DE DOMINGO À TARDE

Outra vez.. longe!

Nos anos 60 do século passado, eu e os meus amigos da escola e da guarda de vacas nos montes éramos ainda adolescentes e , em geral, todos tínhamos irmãos ainda mais

pequenos, alguns de colo e berço porque as famílias eram numerosas. As nossas habita-ções eram extremamente degradadas e a alimentação era de mera sobrevivência: pão de milho, caldo de feijão e couve galega, caldo de arroz ao domingo, um cheirinho a toucinho nos dias dos grandes trabalhos agrícolas: sementeiras, colheitas, desfolha-das, podadas e vindimas.

Continua na página 2

Notícias da Junta de Freguesia

Piscina Aí está o Verão e com ele chegaram, tam-bém, as férias escolares. Espera-se que os testes de avaliação final e os exames nacio-nais tenham corrido bem a todos os nossos estudantes e mereçam, agora, alguma recompensa. O prémio da Junta de Freguesia para os nossos estudantes mais novos, aí está: todas as crianças e adolescentes, dos 6 aos 15 anos, têm acesso gratuito à piscina, desde o dia 25 de Junho até ao dia 15 de Julho. Os interessados têm de inscrever-se na recepção da piscina ou na sede da Junta de Freguesia. É simples, não é? Aproveita, que a água está fresquinha e o Verão promete!

Continua na página 3

Roma, um simples ponto.

O Império Romano

A Nossa Associação Queremos Mais!

A nossa Associação é uma instituição de solidariedade, sem fins lucrativos, e foi um sonho de há muitos anos de um grupo de pessoas nascidas em Sobreposta, muitos deles residentes fora da terra que os viu nascer. O sonho começou a ser concretizado há um ano e meio, mas a meta está longe de ser atingida. Devo dizer, porém, em nome pessoal e, penso, em nome dos fundadores, que o acolhimento das nossas gentes excedeu a expectativa de todos nós. Na verdade, caminhamos já para as duas centenas de associados, numa freguesia cujo número de cidadãos eleitores anda à volta dos mil. Mas, com o empenho e a crença de todos, podemos ser um grupo ainda maior e mais coeso. Para benefício de toda a comunidade sobrepostense. O Boletim Informativo será o elo de ligação de um povo que se espalha pelo país e pelo estrangeiro. Diz-nos, periodicamente, o que vai acontecendo na nossa querida terra e, ainda que resumi-damente, nas terras vizinha de Pedralva e Espinho. Traz-nos também pequenas reflexões sobre a história, a saúde, a educa-ção, a cidadania, etc. Sobreposta já não é hoje aquela terra de há 30 ou 40 anos, com uma população pouco letrada e sem acesso a outros meios de informação que não fossem os “oficiais”. Hoje temos muitos conterrâneos com graus académicos médios e superiores nas diversas áreas do saber. Temos, além disso, muita gente que aprendeu muitas coisas nas suas escolas da vida, no país e no estrangeiro. Todos têm histórias para contar, todos têm algo para dizer e, por isso, apelo a todos que escrevam para este Boletim e apelo, também, aos empresários que anunciem a sua firma no nosso Boletim, ajudando a crescer e a ser cada vez melhor. Apelo, finalmente, a todos os associados para que conquistem mais um amigo ou um familiar para aderir à Associação. Que apoiem a Direcção e se disponibilizem para colaborar nas suas actividades. Cooperar neste tipo de instituições é dar um pouco de si mas – dizia-me, alguém, há dias – a felicidade do homem só se conquista quando este der algo de si para que os outros sejam felizes. Sobrepostenses, vamos dar as mãos e criar novas actividades na nossa associação. Talvez, um grupo coral, futsal, atletismo, tea-tro, etc. A imaginação não tem limites! Seriam actividades que além de semearem cultura e contribuírem para o desenvolvi-mento, também promoveriam o convívio entre as pessoas e, acima de tudo, ofereceriam ocupação saudável para os tempos livres dos nossos jovens. E não esqueçamos: amanhã a nossa freguesia será o que os nossos jovens de hoje forem. Não são eles o futuro? Então… cuidemos do amanhã!

Alberto Gomes da Silva

O AUTOCARRO DE DOMINGO À TARDE Outra vez.. longe!

Continuação da página 1

Foi neste cenário de miséria que na nossa adolescência vimos partir, sobretudo para França, os nossos pais. As mães e os filhos pequenos cá ficavam esperando cada dia o correio da saudade e da esperança de que por lá houvesse saúde e trabalho. Dias duros para eles que partiram e para a família – esposa e filhos – que ficaram! Para ganhar o dinheiro que fazia falta aos seus em Portu-gal, os nossos pais alojaram-se em bairros de lata dos arredores de Paris (Saint Denis, Champinhy, etc), em furgões abandonados, em barracões dos estaleiros da obra, etc. Para eles estava reserva-do o trabalho mais difícil, sobretudo na construção civil. Se o poe-ta, lembrando as mães e as noivas que choraram os filhos e os namorados na época dos Descobimentos, diz “Oh mar! Oh mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!”, hoje bem podemos dizer: Oh França! Quantas grandes obras que te fazem bela e próspera foram erguidas com o suor dos portugueses! Finalmente, chegou a democracia e a nossa adesão à grande comunidade europeia. Daqueles emigrantes, uns regressaram, outros integraram-se, com a sua família onde, sendo europeus, já nem sequer podem ser olhados como estrangeiros. Com a democracia e com os programas de ajuda à coesão social que, desde 1986, canaliza para Portugal rios de dinheiro, ficamos convencidos que jamais os meninos da nossa terra iriam ter neces-sidade de crescer com um pai ausente e que as mães voltariam a ficar sozinhas a cuidar da educação dos filhos. Engano o nosso! De quinze em quinze dias, Domingo à tarde, pelas 19 horas, desde há alguns anos, parte da Lagoa um autocarro que transporta dentro de si muitos homens de família e jovens para trabalhos de construção civil no País Basco (Norte de Espa-nha). Regressarão de fim de semana quinze dias depois, no mes-mo autocarro. E voltarão… e regressarão… e voltarão… e regres-sarão… ou talvez não! Pátria madrasta que mandaste os nossos pais para a emigração, mandaste a minha geração para a estúpida guerra colonial e, agora, desbarataste, em corrupção e incompe-tência, a oportunidade de desenvolvimento e mandas os nossos filhos ou os nossos pais, ou os nossos maridos para a vizinha Espanha! Eu sei que não és tu, Pátria, que estabeleces este destino para os teus filhos. São os que, com falinhas mansas e promessas de cam-panha, te desposaram e se apossaram de ti – tal como outrora – e, agora, nos olham e maltratam como enteados, desde o alto da sua incompetência e impedem que esta terra se torne, de vez, a Terra da Gente, a Pátria de Todos! Um dia haveremos de gritar: Basta! É na nossa terra que devemos trabalhar e ganhar a vida!

Fernando Mendes ESPINHO

ELEIÇÕES INTERCALARES Em 9 de Outubro de 2005 realizaram-se, em todo o país, as eleições para as autarquias locais. Os resultados então obtidos pelas diferentes forças partidárias e divergentes opiniões, não permitiram a constituição dos respectivos órgãos Autárquicos, pelo que houve necessi-dade de se realizarem eleições intercalares, que tiveram lugar em 14 de Maio. Desta feita os representantes do Partido

Socialista conseguiram maioria absoluta, obtendo 444 votos. A coligação PSD/PP/PPM obteve 277 votos e a CDU 61 votos. A nova Junta de Freguesia é liderada por Custódio Costa, tendo como vogais Joaquim Oliveira Rodrigues e Filipe Alves. A Assembleia de Freguesia será presidida por Manuel Alves. Aos eleitos desejamos as maiores felicidades

ESTÃO EM PAGAMENTO AS QUOTAS DE

2006.

NÃO SE ESQUEÇA: SE AINDA O NÃO FEZ, LIQUIDE SUA

QUOTA.

A ASSOCIAÇÂO NECESSITA DO APOIO DE TODOS PARA PODER DESENVOLVER

AS SUAS ACTIVIDADES

A CAPELINHA DE S. TOMÉ

Continuação da página 1 A verdade é que, fruto dessas restaurações, podemos admirá-la hoje, implantada numa zona muito verde, sossegada e acolhedora, com um bem tratado terreiro, arborizado, onde se realizam salutares convívios e fartas merendolas, tendo o domingo três de Julho, ou o seguinte, como data em que se festeja o bom santo padroeiro, não faltando os animados arraiais, as devotadas cerimónias religiosas e um bar, em movimentado funcionamento, nos dias de festa, com apetito-sos churrascos, escorregadio verdinho de pipa e outras bebi-das, para regalo e tempero estomacal dos muitos locais e forasteiros, que ali afluem, movidos pela sua fé e desejos de sã confraternização - e os lageosenses, justiça lhes seja feita, sempre foram e são pródigos na arte de bem receber e acari-nhar os que fazem questão de estar presentes nos eventos que se realizam, principalmente os mais relevantes. A capelinha era a igreja paroquial e "o orago primiti-vo era Santa Cristina de Tiro, cujo culto foi anterior aos meados do século XI". Após esta data, os documentos citam a freguesia de S. Tomé de Lageosa, tendo como padroeiro o referido santo. No Censo de Entre Douro e Minho, elaborado no século XI, a freguesia aparece diversas vezes nomeada. Manteve-se autónoma até 1430, sendo, então, anexa-da a Tenões, de que apenas se libertou em 1510. O Rev. Cónego Arlindo Cunha aponta 1528 como data da união a Tenões, mas creio tratar-se do erro de um século... A partir de 1749 dá-se a sua fusão com Santa Maria de Sobreposta, assumindo esta o nome definitivo e actual das duas antigas sedes de freguesias. A capelinha fica no extremo do lugar do Regueiro, a caminho da Citânia de Briteiros e a menos de 500 metros da pequena e robusta ponte de pedra, na EN 309, sobre o Fêve-ras, o meu reduzido e lembrado rio dos banhos e da pesca, agora com pouca água e poluído, donde já não saem as sabo-rosas e abundantes enguias e trutas (espécimes referidas pelos nossos antepassados e que lhes proporcionavam gosto-sos pitéus), nem se escutam, nos salgueiros e amieiros fron-dosos, os prolongados e inesquecíveis concertos, com os maviosos trinados, desprendidos das gargantas de prata dos muitos rouxinóis que, sobretudo, desde a Tojeira ao Moinho Velho, pelas noites quentes e enluaradas, extasiavam os meus ouvidos sensíveis, quando me debruçava na janelinha do meu quarto (nesse tempo tão feliz e nostálgico da minha risonha infância e juventude, em que habitei a humilde casa da Bouça, onde nasci num Janeiro já distante)...… Até há poucos anos atrás, o acesso era muito fraco, passando mal um carro de bois, mas, presentemente, existe um largo caminho, que rebaptizou o meu lugar, deixando de ser Regueiro, para chamar-se “Rua de S. Tomé”. Sinceramente e entristecido, creio tratar-se de um grave erro e falta de sensibilidade, ao banir os topónimos originais, que são os marcos históricos de qualquer localida-de, assim como o esquecimento (ou o propósito) da não atri-buição do nome de uma ou outra figura mais marcante, no percurso do tempo, em Santa Maria de Sobreposta. De qualquer modo, a verdade é que, embora aplau-dindo tantas quantas melhorias que se possam efectuar, o Regueiro, com a airosa e estimada capelinha, as Cruzes, a Bouça, a eira dos Caniços, o velho e carcomido castanheiro - que derrubaram -, e o caleiro de pedra - também já removido -, que era passadiço sobre o caminho (entre o eido do Barre-to, ou do Raposo para a eira), eternamente, estarão presentes no meu "Cofre" de queridas lembranças!...

José Fernandes da Silva

Dezembro de 2005

Memórias da Nossa Terra Sobreposta há 250 anos

Continuação da pág. 1

Sobreposta e Lageosa e cada um deles ainda se dividia em outros peque-nos lugares, alguns só com uma ou duas casas: assim, em Sobreposta havia os lugares do Oleiro, Requeixo, Pedrogos, Fonte, Lage, Vitoreira, Cachada, Outeiro e Igreja; em Lageosa havia os lugares de Portuguediz, Regueiro, Bacelares, Loureiro, Carvalho, Figueira, Monte e Paço. A freguesia tinha, nesta data, 320 habitantes que se repartiam pelos 91 fogos existentes. A igreja paroquial situava-se, como hoje, em Sobreposta e tinha cinco altares: No altar-mor havia uma imagem da padroeira da freguesia, San-ta Maria de Sobreposta. No primeiro altar lateral do lado direito, tinha as imagens de S. Tomé e de S. Sebastião, no segundo altar, do mesmo lado havia as imagens de N.Sª de Guadalupe, a imagem do Menino Deus e a imagem de Santa Luzia. Do lado esquerdo, o primeiro altar tem a ima-gem de Santo António. O segundo altar deste lado esquerdo não tem qualquer imagem. Portanto, ao todo, havia 7 imagens em toda a igreja. Além da Igreja paroquial, havia no lugar de Lageosa uma capela dedica-da ao apóstolo S. Tomé. Diz o senhor abade que nesta capela não se faziam romarias nem clamores. Apenas os da terra, no dia do santo, faziam a festa. As Memórias fazem ainda referência à existência de duas Confrarias canonicamente constituídas: a Confraria da Senhora de Guadalupe e a Confraria do Santo Nome de Deus. A paróquia rendia ao pároco a quantia de 340 mil reis, somando dízi-mos, pensões e pé de altar. O pároco tinha o título de abade. Nos próximos números deste Boletim, haveremos de “espreitar” outras curiosidades históricas da nossa terra.

F. Mendes

Notícias da Junta de Freguesia Continuação da página 1

Obras da Escola Finalmente, Sobreposta vai ter a Escola que os nossos filhos merecem. As obras estão em bom andamento e, como prometido pela Senhora Vereadora da Educação, Dra Palmira Maciel, em Janeiro passado, perante o Senhor Presidente da Junta e Representantes dos Pais, a Escola estará pronta para o

início do novo ano lectivo. A comunidade escolar – alu-nos, professores e auxiliares de educação – vai dispor de melhores condições para o desenvolvimento do seu tra-balho. Além de as salas de aula terem sofrido significativas melhorias, a “nova” escola

vai aparecer com novos espaços e novos serviços: cozinha, sala de refei-ções, gabinetes de trabalho para professores, sala de informática e recreio coberto. Com uma “escola nova”, com um colégio de professores empenhados como temos, com meninos e meninas ávidos de aprender, apelamos aos pais e encarregados de educação para que não esqueçam nunca que a res-ponsabilidade de educar é, essencialmente, deles próprios. Sem a colabo-ração dos pais, a escola pode muito pouco. Converse com o professor do seu filho. Você e o professor têm um interesse comum: fazer crescer esse menino ou menina de forma harmoniosa e integral. Têm de falar! Caminho Erros do projecto inicial têm atrasado a conclusão do caminho vicinal Cachada/Vitoreira/Requeixo. Já foi efectuado um novo estudo e estão a ser concretizadas as alterações necessárias ao projecto. As obras retomarão o seu curso muito brevemente. Rotunda Finalmente vai ser eliminado um ponto negro da rede viária da freguesia: o nó da estrada nacional com a estrada municipal para Pedralva. A Junta de Freguesia, em boa hora, tomou este assunto a seu cargo e, neste momento, já chegou a acordo com os proprietários dos terrenos adjacentes e com o Instituto das Estradas de Portugal para avançar com a execução da obra. Brevemente as obras começarão e, estamos certos, a circulação no local há-de fazer-se de forma mais disciplinada e segura. Boa ideia!

PASSEIO CULTURAL PARA JOVENS

Viagem pela História de Portugal 17 e 18 de Julho

A Associação decidiu organizar um Passeio Cultu-ral aos Palácios Reais de Queluz, Sintra e Mafra, passando por outros locais de interesse histórico e cultural, a realizar nos dias 17 e 18 de Julho próxi-mo. Para este Passeio Cultural é convidada a inscrever-se toda a população jovem da freguesia de Sobre-posta, dos 12 aos 26 anos (50 a 60 pessoas). Os objectivos desta Acção Cultural são os seguin-tes: 1. Promover a convivência cívica entre a popu-

lação jovem da freguesia. 2. Proporcionar um conhecimento experiencial

do nosso património histórico. 3. Desenvolver o espírito de pertença a uma

comunidade nacional que é herdeira de uma cultura que nos honra e dignifica.

4. Melhorar o conhecimento geral da História de Portugal.

Para melhor alcançar os objectivos propostos, toda a viagem será acompanhada por explicações orais e/ou escritas no sentido de ilustrar o que se obser-va e/ou visita. Os custos por pessoa, são de €45,00 para os asso-ciados e filhos de associados e de €55,00 para os restantes. Estes valores incluem: Seguro de viagem. Transporte em autopulman da ARRIVA. Dormida (1 noite). Almoços dos dias 17 e 18. Entradas nos monumentos a visitar. Brochura de Apoio. Considerando tratar-se de uma iniciativa que con-tribui para o desenvolvimento cívico, social e cul-tural da população da nossa terra, apresentámos este projecto à Junta de Freguesia que, pronta-mente, se disponibilizou a conceder o seu patro-cínio permitindo, assim, diminuir significativa-mente o custo por pessoa. Veja o PROGRAMA e inscreva-se ou inscreva os seus filhos o mais rapidamente possível.

TÔMBOLA DA ASSOCIAÇÃO

Por iniciativa de alguns associados está em marcha a realização de uma Tôm-bola para angariação de fundos a favor das actividades da Associação. Depois de obtidas as necessárias autorizações por parte dos responsáveis pelas Festas paroquiais, o referido grupo de associa-dos com o devido aval da Direcção, pretende colocar nas imediações dos espaços festivos, um stand onde fun-cionará a tômbola, ou seja, uma montra de prémios a que cada um se poderá habilitar através da compra do papeli-nho da sorte. Decorre, nesta fase, a campanha para angariação de prémios. Todos podem ajudar a fazer uma pirâmide de pré-mios. Como? Na sua casa, certamente, há objectos bonitos (bibelôs, utensílios diversos, peças decorativas, etc) de que já está cansado(a) ou nem tem espaço para guardar. É isso mesmo. Venha entregar na nossa sede, aos Sábados, das 17,00 às 18,30. Vai ver que não dói nada e fica aliviado(a) de coisas que já não sabia onde havia de meter mas que não tinha coragem de deitar fora. E esta, hein?!.

NOTÍCIAS DA ASSOCIAÇÃO…

NOVOS SÓCIOS 160 – Jorge Teixeira Rodrigues Sobreposta 161 – Maria Sameiro F. da Silva Sobreposta 162 – Célia Virgínia Costa e Silva Espinho 163 – Carla Sofia Mendes Ferreira Toulouse

PASSEIO CULTURAL PARA JOVENS

17 e 18 de Julho

Programa Dia 17 de Julho 06,30—Partida 11,30— Visita ao Campo de S. Jorge (Aljubarrota) 13,00—Almoço 15,00—Visita aos Palácios Reais de Sintra e Castelo dos Mouros 19,00—22,00—Tempo disponível em regime de grupos 23,00—Alojamento Dia 18 de Julho 09,30—Visita ao Palácio Nacional de Queluz 12,30—Almoço 14,00—Visita ao Palácio/Convento de Mafra 16,00—Visita ao complexo etnográfico de Sobreiro 17,00—Regresso 23,00—Hora prevista de chegada APOIO DA JUNTA DE FREGUE-

SIA DE SOBREPOSTA

II CONVÍVIO DA ASSOCIAÇÃO

15 de Agosto/2006 O ano passado, nesta mesma data, realizámos o I Convívio da Associação. Foi um espaço e um tempo de encontro de pessoas a quem os afazeres do dia-a-dia não deixam tempo para a conversa cordial, para o aprofundamento da familiaridade e da boa vizinhança. Foi, também, um tempo e um espaço para o encontro com muitos conterrâneos que vivem longe, no país ou no estrangeiro, e que, ali, descontraidamente, mataram saudades e reviveram lembranças antigas. A avaliação feita por todos os que participaram obriga-nos a continuar esta iniciativa. Por isso, no dia 15 de Agosto próximo, vamos novamente transfor-mar as imediações da capela de São Tomé, em Lageosa, no espaço da frater-nidade, da amizade, da saudade e do reencontro. O convívio está aberto a todos e não apenas aos associados. Este ano quere-mos fazer um apelo especial a todos os nossos conterrâneos que vivem fora da freguesia mas que se recusam a esquecer as suas raízes. A todos, mas especialmente a esses, queremos envolver no mesmo abraço. Especialmente a si que vive em Paris, em Lisboa, em Toulouse, no Porto, em Clermont Fer-rand ou noutro sítio qualquer, dizemos: não falte, contamos consigo! O programa previsto é o seguinte: 11.00 horas—Acolhimento e Saudação 11.30 horas—Missa 12.30 horas—Almoço / Convívio 14.00 horas—Actividades lúdicas (concursos, Jogos tradicionais, etc.) 16.00 horas—Animação Musical Inscreva-se já. A inscrição prévia permite saber o número de pessoas interes-sadas e, assim, os trabalhos da organização ficam mais facilitados.

ONDE PARAM AS GRADES DO

SANEAMENTO É triste o cenário com que nos deparamos, ao circular pela nova estra-da que serve o parque de sucatas. Em cada abertura de saneamento um pau e em cada pau um saco de plástico para sinalizar a falta das tam-

pas de escoamento das águas pluviais. É certo que os santos populares estão à porta mas deste “arruado” ninguém precisa. O mais sério de tudo isto é que os grandes buracos ficam mesmo na faixa de rodagem, estando os automobilistas mais incautos à mercê do puro vandalismo de alguns que, provavelmente pela calada da noite se apoderaram das ditas grades. Por falar em vandalismo, é igualmente vergo-nhoso o que fizeram nas paragens dos auto-carros, placas de sinalização e caixotes do lixo. Alguém com pouco juízo fartou-se de

escrever frases indecorosas, contribuindo para a degradação evidente dos espaços e mobiliário urbano. Uma comunidade de gente educada e civilizada apresenta-se com limpeza nos seus espaços, com asseio e dignidade nas atitudes. Saibamos respeitar o que é de todos.

A.T. L. ACTIVIDADAES

* O A.T.L. comemorou o dia da mãe e da criança com duas actividades muito interessantes, divertidas e pedagógicas. No primeiro caso, o convite lançado a todas as mães resultou num espaço de alegre brincadeira entre todas as presentes para gáu-dio dos filhos. Jogos, leitura de poemas e canções fizeram parte da festa que terminou com um lanche de confraternização. * No dia 2 de Junho, sexta-feira à noite, realizou-se uma alegre sessão com palhaços e músicas. Todos os meninos e meninas estavam muito contentes com o espaço que lhes foi dedicado para comemorarem o seu dia. * Entre os dias 26 de Junho e 5 de Julho, tal como no ano pas-sado, os meninos do A.T.L. irão para a colónia de férias na Apúlia. Mais uma oportunidade para o convívio, praia e rela-ções interpessoais com os amigos de Sobreposta e de outras localidades a frequentarem a mesma colónia.

Torneios de futsal

* No pavilhão gimnodesportivo de Sobreposta realizou-se entre 14 de Maio e 11 de Junho o torneio Inter-Cidades. Todos os Domingos, representantes de várias instituições de apoio a crianças e jovens em risco, confraternizaram através do futsal. Estiveram presentes equipas de Braga (2), Porto, Lousada, Ponte da Barca, Famalicão e Fafe. * Entre 18 de Junho e 9 de Julho realiza-se um novo torneio de futsal, desta vez da responsabilidade do Grupo de Jovens de Sobreposta.

Futebol Clube de Sobreposta A loucura pelo futebol que actualmente se vive, devido ao campeonato do mundo, não se traduz em vontade futebolística pelo clube da nossa terra. Depois de um final de época atribu-lada, em que por vezes até os dirigentes tinham que ser tam-bém jogadores para se compor o onze, chegamos nesta altura a temer pela continuidade do Futebol Clube de Sobreposta. Os actuais dirigentes, desanimados com tamanha falta de pai-xão pela bola por parte dos atletas, sentem-se sem ânimo para arrancar com uma nova época desportiva. Haja vontade de alguém para que o Clube, com trinta anos de história, se mantenha vivo e faça do espaço existente um local de sã convivência desportiva entre atletas e público que sem-pre em grande número acorre ao campo da Muralha para apoiar os jogadores. Esperamos, desejosos de que tudo se encaminhe no sentido da continuidade, para bem dos nossos jovens.

BANDEIRAS DE PORTUGAL NAS JANELAS

Cá por mim, vou pôr uma Bandeira na janela, quando: - Portugal deixar de ser o país mais pobre e inculto da Europa. - Em Portugal, ninguém tenha de ir trabalhar para o estrangeiro para ter uma vida digna. - A classe política for constituída por gente que quer servir o país e escorraçar do seu seio os interesseiros, os corruptos e os incompeten-tes. - As crianças e os velhos forem tratados com dignidade, pelos pais, filhos, professores, educadores, instituições e políticos - Todos os professores, médicos e juízes forem competentes. - Se investigar como é que aquele senhor arranjou dinheiro para com-prar o Ferrari e não paga o salário justo aos seus operários. - A violência doméstica, a pedofilia, a violação e todos os crimes cometidos contra crianças, forem punidos com 50 anos de cadeia - Os novos submarinos e outro material militar forem trocados por equipamento para apetrechar condignamente todos os hospitais e escolas do país, e com o que sobra, se comprar tractores e traineiras. - As mães de família que fazem milagres todos os dias para compati-bilizar o trabalho profissional com as mil responsabilidades familia-res, forem condecoradas no Dia de Portugal, em vez do Mourinho. - Houver, no estrangeiro, tantas pessoas que conheçam o Figo como o Camões, que nunca deu um pontapé numa bola. - Houver tantos Portugueses que sabem quem foi o Padre António Vieira como os que sabem quem são o Pinto da Costa, o Valentim Loureiro ou o Luís Filipe Vieira - Os pequenos e médios Empresários Portugueses não comprarem o 2º Mercedes e a casinha na praia, antes de pagarem os ordenados que devem aos Trabalhadores, as Facturas que devem aos Fornecedores, e as contribuições que devem à Segurança Social e ao Fisco - Houver mais pessoas a ouvir os Madredeus do que o Quim Barrei-ros. - Não for possível assistir ao espectáculo degradante, porque hipócri-ta, de ver candidatos a eleições, nos Mercados a dar beijinhos às pei-xeiras. - As obras públicas, que são pagas com o nosso dinheiro, deixarem de custar sistematicamente mais do dobro do que foi orçamentado e adjudicado e a palavra “derrapagem” seja substituída pela palavra “roubo” - Os polícias não tiverem medo dos ladrões, os ladrões tiverem medo dos polícias e os cidadãos normais não tiverem medo dos polícias - Os Trabalhadores e os Médicos que validam baixas fraudulentas, forem presos - As Empresas deixarem de adulterar as Contas, para fugir ao Fisco - Não houver mais telemóveis topo de gama do que cidadãos - Os médicos deixarem de se pavonear nos corredores e nos bares dos hospitais, com o estetoscópio pendurado ao pescoço, pelo mesmo motivo porque os informáticos não andam com o rato, as costureiras não andam com a fita métrica, os boxeurs não andam com as luvas de boxe, os jogadores de snooker não andam com os tacos e os bombei-ros não andam com as mangueiras - Não for verdade que os Deputados faltaram em massa ao trabalho para irem passar um fim de semana prolongado, ao Algarve e isso ser a coisa mais natural da vida - Só houver palhaços nos circos - O futebol voltar a ser um desporto - E por fim, quando conseguir fazer uma cirurgia no hospital público que aguardo há mais de um ano No dia em que tudo isto, ou quase tudo isto, acontecer, juro que ponho Bandeiras de Portugal bem grandes em todas as janelas da minha casa (se ainda tiver casa, se a casa ainda tiver janelas e se Portugal ainda existir) mesmo que a selecção NÃO SEJA apura-da para o Mundial de Futebol ! Até lá, fico recolhido em casa com as janelas bem fechadas, cobertas com cortinados bem opacos, profundamente envergonhado.

Texto de autor desconhecido e adaptado

NOTÍCIAS DE PEDRALVA ENSINO No ano lectivo de 2006/07 vai decorrer na Junta de Freguesia de Pedralva um curso de equivalência ao sexto ano. Quem estiver interessado em completar esse nível de ensino deverá inscrever-se na Junta de Freguesia nos dias e horas de atendimento.

FUTEBOL O Grupo Desportivo de Pedralva classificou-se em primeiro lugar na época de 2005/06, na 1º Divisão Distrital da Associa-ção de Futebol de Braga. Essa classificação dá direito a que o Pedralva dispute a Divisão de Honra da mesma Associação, na próxima temporada. Mais um degrau, quem sabe, para que um clube destes lados atinja um escalão nacional. Endereçamos-lhe os nossos parabéns pelo êxito alcançado e ficamos à espera de mais uma época de glória.

BREVES DE SOBREPOSTA * Os paroquianos de Sobreposta reuniram-se no dia 17 de Junho para limparem o mato das Toucas. Trata-se de um acto cívico importante para a preservação do ambiente e demonstrativo de que “a união faz a força”. * No dia 18 de Junho realizou-se o passeio de confraternização da paróquia, com almoço-convívio a acontecer em Lamas de Mouro – Melgaço. * Um grupo de entusiastas pelo futebol, manifestaram o apoio à nossa selecção colocando bandeiras de Portugal nos montes da Pena e Campelos. Fica o registo de que também em Sobreposta o entusiasmo é muito. * Em reunião havida com os encarregados de educação dos alu-nos da Escola do 1,º Ciclo, realizada no dia 14 de Junho, o senhor Presidente da Junta informou que a escola primária abrirá as portas no dia 9 de Setembro, completamente remodelada e com os serviços de prolongamento de horário, refeições e activi-dades extra-curriculares. * No pavilhão gimnodesportivo de Sobreposta realizou-se, entre 14 de Maio e 11 de Junho o torneio Inter-Cidades. Todos os domingos representantes de várias instituições de apoio a toxico-dependentes, na luta contra a droga confraternizaram através do futsal. Estiveram presentes equipas de Braga (2), Porto, Lousa-da, Ponte da Barca, Famalicão e Fafe. * Entre 18 de Junho e 9 de Julho realiza-se um novo torneio de futsal, desta vez da responsabilidade do Grupo de Jovens de Sobreposta.

EM SOBREPOSTA, FALECERAM: * Maria Celeste da Silva Gil, “Celeste de Entre-Casas”. * Em dia 20 de Junho, Maria de Sousa (sr.ª Maria do Benja-mim),com 96 anos, que residiu na Rua da Laje. A seus familiares apresentamos sentidas condolências.

As Festas da Paróquia Verão 2006

Como é tradicional, a Paróquia de Sobreposta realizará, também este ano, as festividades religiosas habituais. A saber:

1. Festa de S. Tomé: Como manda a tradição, esta festa deve realizar-se sempre no domingo a seguir ao dia do santo. Nesta ordem de ideias, este ano a festa terá lugar no dia 9 de Julho. A organização da festa é da responsabilidade da Comissão da Fábrica da Igreja.

2. Festa do Senhor ou Festa do Santíssimo Sacramento. Esta festividade é da responsabilidade da Confraria do mesmo nome e tem lugar sempre no último domingo de Julho. Sendo assim, este ano a Festa realiza-se no dia 30 de Julho. 3. Festa da Senhora e do Bom Jesus dos Milagres. Esta é con-siderada a festa maior da paróquia porque é a Festa da Padroeira da freguesia. A sua realização está a cargo da Confraria da Senhora de Guadalupe. Por ocasião da remodelação da igreja feita nos anos sessenta do século passado, um antigo combatente da 1ª Guerra Mundial – o senhor José de Sá , da Casa do Oleiro que, segundo a sua profunda e íntima convicção, fora beneficiário de um milagre no campo de batalha, ofereceu o Cristo Crucifica-do que, desde então, ali se venera e deu origem à devoção de centenas de pessoas, quer da freguesia quer mesmo de fora da freguesia que a Ele recorrem em busca de alívio ou solução para os seus males. O pároco de então – P. José Esteves – e o povo, em geral, logo baptizaram a imagem deste Cristo Crucificado com o nome de Bom Jesus dos Milagres. Desde então, a Festa da Padroeira passou a incluir, também, a Homenagem ao Bom Jesus dos Milagres. Este ano, a festa terá lugar no dia 21 de Agosto. Por se realizar em Agosto – mês de férias de grande parte dos nossos conterrâneos emigrados – esta festa reúne um maior número de pessoas. Todas estas festividades constituem um património cultural da freguesia e contribuem para consolidar o espírito comunitário dos seus habitantes. Por isso, não podemos deixar de louvar e admirar as pessoas que, cada ano, dão tanto do seu tempo e da sua capacidade de trabalho para organizar, com o maior brilho possível, estas festividades: membros da comissão fabriqueira, mesários das confrarias, mordomos e mordomas, etc. Bem hajam! Fernando Mendes

ORTOMAIA FESTEJOU 20 ANOS

A ORTOMAIA – Material Ortopédico e Hospitalar, Ld.ª, situada na vizinha freguesia de Santa Leocádia de Briteiros, comemorou no passado mês de Abril, o seu 20.º Aniversário no fabrico de Ajudas Técnicas / Auxiliares de Marcha. Para comemorar esta data tão significativa, a empresa abriu as suas portas e recebeu visitas de escolas, autoridades locais, fornecedores e clientes, visando não só divulgar a empresa e o seu produto, mas também dar a conhecer as diferentes fases do fabrico, embalagem e expedição. As comemorações encerraram em sete de Abril, com um alegre con-vívio em que participaram, fundamentalmente, fornecedores, clientes e trabalhadores que, irmanados num espírito de perfeita colaboração e entreajuda quiseram evidenciar que “a união faz a força” e que, unidos, serão capazes de fazer crescer esta empresa em benefício de todos. A administração, presidida pelo nosso sócio fundador José Almeida Ribeiro está de parabéns por esta iniciativa. Aos seus trabalhadores, fornecedores e clientes desejamos as maiores felicidades.

CLUBE DE CAÇADORES DE SOBREPOSTA

GESTÃO CINEGÉTICA O clube de Caçadores de Sobre-posta terminou mais um período venatório. O bom gestor sabe que após o término do período venató-rio, não pode arrumar a sua arma e esperar por mais um período vena-tório e este clube não foge à regra. No início da Primavera é necessá-rio proceder à desparasitação e vacinação dos nossos anfitriões, os

coelhos. Este Clube não se esquece de o fazer em tempo oportuno. Sem estas principais medidas higieno-sanitárias, nossos animais ficarão à mercê do terrível vírus Mixomatose e Hemorrágica Viral. O nosso clube segue as tarefas habituais para reposição de efecti-vos na Zona de Caça, suprindo zonas com baixa ou nulidade de coelhos evitando assim perturbar as zonas com populações estáveis.

A Direcção do Clube

Que futuro nos espera? Continuação da página 1

grande parte do mundo conhecido de então. Um dia, enquanto admirava o mapa e pensava na grandeza daqueles que foram capazes de gerar tal império, caí na conta de que também nós portugueses vivemos momentos de glória semelhante. Na segunda metade do século quinze e princípios do século dezasseis, Portugal, que teria um milhão e meio de habitantes, dava “novos mundos ao mun-do” e estendia-se pela África, Ásia bem como pelo novo continente, o Brasil. Mas como foi possível tão grande empreendimento? Só a vontade empenhada de todo um povo penetrado de um sentimento de unidade e imbuído de um sonho comum era capaz de arriscar a vida num projecto que cobrisse a pátria amada de glória. Recordo-me que John Kenedy, quando eleito presidente dos Estados Uni-dos, dizia aos americanos: “não pergunteis o que é que o país vos pode dar. Perguntai, sim, o que é que podeis vós dar ao país”. Amar é dar e partilhar, não procura egoísta de quem só olha para si e procura explorar tudo e todos em proveito pessoal, como acontece na generalidade da vida de hoje. De facto, hoje, na sociedade, seja a que nível for, o que vemos são exigências de toda a ordem: reclamam-se direitos, privilégios, estatutos, eu sei lá o quê. Resultado, muitas vezes, de promessas impossíveis de concretizar sem que o todo nacional corra o risco de perder o equilíbrio. Mas também é verdade que para obter esse equilíbrio den-tro de uma justiça equitativa, há necessidade de reclamar ou se corre o risco de termos portugueses de primeira e de segunda. Mas será que quando reclamamos nos pergunta-mos com o mesmo ardor: que poderemos nós fazer por esta sociedade da qual fazemos parte? Como poderemos contri-buir para melhorar o meio que me rodeia? Seremos capa-zes de abdicar de algo a favor do colectivo? É que se ape-nas exigimos e exploramos, não só as pessoas, como as coisas e a natureza, sem o devido respeito pelo equilíbrio natural, acabamos por destrui-las e nos destruirmos. Somos levados por uma corrente que nos arrasta e submer-ge, sem que disso nos demos conta. Não temos nada para nos agarrarmos. Perdemos os valores da honra, da dignida-de, do respeito por nós e pelos outros; perdemos os valores morais, sociais e religiosos. O outro não é um irmão para amar e com quem devo partilhar, mas um concorrente que tenho de abater para me libertar. É verdade que hoje como outrora se procura superar e ven-cer. Só que os critérios de hoje se baseiam no egoísmo e na vaidade; a finalidade é pessoal e não o bem geral. Ter mais, sempre mais sem olhar a meios. Se este tem, porque não hei-de eu ter e mesmo superá-lo? Seguem-se os negó-cios sujos e desonestos, a corrupção, a falta de palavra e de verdade, perde-se a confiança mútua; o materialismo práti-co, a perda de Deus, perda do sentido da vida e da eternida-de. O homem deixa de ser a obra-prima de Deus, aquele que Deus ama em si mesmo e pelo qual se fez Homem. Torna-se um objecto de que nos servimos e deitamos fora. O homem escravo do homem, o homem coisificado, des-truído na sua dignidade, incapaz de atingir a grandeza a que Deus o chama, a grandeza que esteja à altura de um filho de Deus e herdeiro da vida eterna. Sartre, filósofo francês, dizia que “o homem é uma paixão inútil”. Se Deus e a eternidade não existem, se as verdades do Evangelho não contam, então, Sartre tem razão e o homem está condenado à infelicidade. Mas, se acreditamos que Deus, o Evangelho, os valores morais, sociais e reli-giosos existem, vamos pô-los em prática, e, então, o homem longe de cair na vil tristeza e no desânimo que o condena, caminhará na liberdade, de cabeça erguida e sor-riso nos lábios, a construir o futuro.

P.Zé do Muro

A minha primeira Escola Continuação da página 8

Hoje seria impensável a estrada ser um recreio escolar mas, naquele tempo, não havia muitos automóveis, passavam os carros de bois, transporte que os lavradores usavam para carregar milho, mato, estrume, vinho e lenha e algumas camionetas de carga com pedra para a construção do Sameiro e construção de esculturas. Os tracto-res não eram conhecidos. Pela estrada transitava também o gado bovino e caprino, que os lavradores levavam para os seus campos a pastar. Mas existia um outro transporte diário conduzido pelos moleiros, com as suas burras carregadas de farinha, já que a nossa terra era uma aldeia de moagem. Mas voltemos à nossa escola que era linda, alegre e divertida. A nossa professora, Maria Hermínia Bacelar Antunes, era muito sim-pática e amiga dos alunos, apesar da sua doença (asma). Na fregue-sia existia outra escola primária que funcionava em Sobreposta, na casa do Filomena, á porta dos Ricardos. Esta era escura, abafada e sem salubridade. A professora escolhia os seus alunos, os das famí-lias melhores, os que ela achava que deviam saber ler e escrever, porque esse era um luxo que não era para todos, além de que a esco-la não tinha lugar para todos. No Posto Escolar de Lageosa entrou, pela primeira vez, um bom número de novos alunos: eu, os meus primos António do Muro, Joa-quim Pedreiro e Alberto do Monte; ainda o Zé Ferreira, Teresa da Figueira, Zé Azeiteiro, Zé Lourenço, Lúcia e Gracinda Moleiras, Ramiro, Rosa e Rosalinda do Propeta, Guiomar e Ana de Entre Casas, Rosa Verginda, Líbia e Emília do Quintães, Joaquim e Fer-nanda do Daniel, Ana Marta, alguém do Neta, Francisco do Ermin-da, etc. Peço desculpa se me esqueci de alguém, mas Lageosa estava em pleno no seu Posto Escolar. Pena foi, por razões de saúde da professora que faleceu cerca de 3 anos depois e ainda por pressões, que se tivesse destruído aquilo que para muitos foi um belo sonho. Eu por motivos de ordem familiar, após algumas aulas em Pedralva, quando a nossa professora faltava por motivos de doença, vim para Sta. Leocádia, mas muitos do grupo que já citei, foram recebidos em Pedralva, onde concluíram a escola primária. Quando hoje todos os dias ouvimos falar da escola e dos seus pro-blemas, que até o nosso Jornal refere com muita frequência, não posso deixar de referir as dificuldades que a nossa geração e anterio-res à nossa tiveram para terem acesso à escola. Aproveito o ensejo para lançar um apelo aos meus colegas, para ali se colocar uma lápide a assinalar a existência da nossa linda escola, com o apoio da nossa Associação.

José de Almeida Ribeiro

A minha primeira Escola

Há já quase 64 anos que entrei pela primeira vez numa escola. A minha primeira escola nem sequer era escola oficial. Designava-se por

Posto Escolar de Lageosa e funcionava na casa Loureiro, numa sala arejada e soalheira, com muitas janelas. Tinha entrada directa da estrada por umas escadas de pedra para o primeiro andar e uma enorme videira a cobrir as escadas. A estrada era o nosso recreio.

Continua na página 7

«ESTRADA NACIONAL N.º 309 COM CARA LAVADA

Durante o mês de Maio, a estrada nacional bem como todos os caminhos que com ela se cruzam, tiveram direito a nova sinaliza-

ção vertical, um melhoramento significa-tivo para todos. Durante o mês de Abril foram limpas as valetas, regos e aquedu-tos da mesma estrada. Pena é que tanto em relação à sinalização como à limpeza apenas tenha sido beneficiada a extensão referente ao concelho de Braga. Depois do lugar de Portuguediz, quem entra no concelho de Guimarães, chocará com uma realidade bem diferente, tamanho é o matagal que vai tomando conta da estrada, existindo locais onde apenas os espelhos retrovisores servem de apara-

sebes. Registamos com agrado que esta estrada que atravessa a nossa fre-guesia tendo sido beneficiada com um novo piso, melhorando sig-nificativamente as condições de utilização pelos seus utentes. Após a colocação da sinalização vertical, aguardamos, agora, pela sinalização horizontal para maior segurança dos peões. Acredita-mos que não seja esquecida.

Executa todo o tipo de Mobiliário e Car-

pintaria

Rua Alto do Pedregal 4715 – 546 Lageosa – Sobreposta

Tel. - 253631589 TM. - 933416523

ESCUTEIROS REALIZARAM RALLY PAPER

Realizou-se no dia 30 de Abril o rally paper da responsabilidade

do agrupamento de escu-teiros de Sobreposta, um trajecto bem delineado e atraente, com pontos de interesse variados manti-veram as trinta equipas inscritas em sã competi-ção até ao monte da Senhora da Fé em Vieira do Minho. Para que a festa fosse total, o conví-

vio manteve-se animado por toda a tarde, culminando com a distribuição de prémios e diplo-mas de participa-ção a todos os concorrentes. Classificação: 1º - Fernando R o d r i g u e s “Marta” e família 2º - Joaquim R i b e i r o “Caniços” e família 3º - Paulo Teixeira “Marta” e família

PÁSCOA

Na Páscoa cumpriu-se a tradição da Visita Pascal, levando a cada casa a mensagem de Cristo Ressuscitado.

BODAS DE OURO MATRIMONIAIS 50 anos na vida de um casal são, naturalmente, motivo de alegria e de festa. Em 27 de Maio festejaram as suas Bodas de Ouro Matrimoniais o senhor Manuel Gonçalves e a senhora D. Maria da Con-ceição Freitas. Para o casal e toda a família “NETA”, os nossos para-béns e votos das maiores felicidades.

ATRANCADAS Também este ano se cum-priu a tradi-ção. É uma brinca-d e i r a d a j u v e n t u d e , realizada na noite de S. João, que nem o Santo leva a mal.