12
Notícias da Produção, do Mercado Mundial e das Tendências de Demanda e Preços do Camarão Cultivado Notícias da Produção, do Mercado Mundial e das Tendências de Demanda e Preços do Camarão Cultivado Ano II Nº 8 Setembro de 2015 Boletim Internacional Cardápio de Frutos do Mar: Americanos comem mais camarão (Libras Per-capita/ano) do que qualquer outro fruto do mar Fonte: National Fisheries Institute Libras/per-capita/ano (base 2014) 3,6 2,7 2,3 1,9 1,2 0,7 0,6 0,5 0,5 0,4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 Camarão Salmão Conserva de Atum Tilápia Pescada Amarela Pangasius Bacalhau Catfish Carangueijo Moluscos Bivalves

Boletim Internacional - ABCCAM

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Notícias da Produção,do Mercado Mundial e dasTendências de Demanda

e Preços do Camarão Cultivado

Notícias da Produção,do Mercado Mundial e dasTendências de Demanda

e Preços do Camarão Cultivado

Ano II Nº 8 Setembro de 2015

Boletim Internacional

Cardápio de Frutos do Mar:Americanos comem mais camarão (Libras

Per-capita/ano) do que qualquer outro fruto do mar

Fonte: National Fisheries Institute

Lib

ras/p

er-

cap

ita/a

no

(b

ase 2

014) 3,6

2,7

2,3

1,9

1,2

0,7 0,6 0,5 0,5 0,4

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Camarão Salmão Conservade Atum

Tilápia PescadaAmarela

Pangasius Bacalhau Catfish Carangueijo MoluscosBivalves

Boletim Internacional: Notícias da Produção, do Mercado Mundial e das

Tendências de Demanda e Preços do Camarão Cultivado (1)

(ABCC: Boletim Internacional Ano II - Nº 08 – Setembro/2015)

RELATÓRIO DA BLOOMBERG NEWS SOBRE O MERCADO DE CAMARÃO DOS EUA O pescado mais popular nos EUA não é muito Americano, mas com certeza está ficando mais barato. Uma onda de camarão importado da Indonésia, Equador e Índia tem baixado os preços em mais de um terço no último ano. Isso é uma boa notícia para os consumidores, que comem mais camarão do que qualquer outra espécie aquática, incluindo salmão e atum, mas por outro lado, o fornecimento recorde de camarão de cultivo está agravando a pressão sobre os pescadores de camarão dos EUA, que hoje detém uma quota do mercado nacional de cerca de 10%.

Figura 1. Participação dos principais países exportadores de camarão no Mercado dos

EUA Wood’s Fisheries, um processador na Florida que vende cerca de 8 milhões de libras (aproximadamente 3,6 mil toneladas) de camarão Americano de captura para redes de supermercados, informou que estoques congelados de camarão marrom do Golfo do México estão saindo por US$ 3,50/lb, ou menos da metade do preço de um ano atrás que era US$ 7,20/lb. Segundo Reese Antley, vice-presidente de operações, "Alguns processadores e barcos de pesca de camarão não vão sobreviver com estes preços baixos." Mas nem sempre a situação foi tão sombria para os pescadores Americanos. Tão recentemente quanto há duas décadas, fontes de camarão eram limitadas o suficiente para ser considerado um alimento gourmet, competindo com file em restaurantes. O mercado mudou com tecnologias de aquicultura melhoradas. Pesquisadores dos EUA na década de 1990 começaram a criar um camarão livre de patógenos, uma técnica que foi adotada na Ásia e na América Latina, o que levou a uma explosão da produção comercial. A partir do ano 2000, uma onda de importações começou a chegar nos EUA tornando o camarão em uma commodity. Promoções de camarão em redes de

restaurantes se tornaram mais comuns. A produção mundial de camarão L. vannamei cultivado em 2013 atingiu 3,3 milhões de toneladas, em comparação com 92.000 toneladas em 1990, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO). Enquanto as importações de camarão vêm crescendo há anos, a oferta global de camarão passou por problemas dois anos atrás, quando uma doença eliminou 47% da produção da Tailândia, na época o maior exportador de camarão do mundo. Os preços subiram e atingiram níveis máximos históricos, incentivando ainda mais a produção na Indonésia, Equador e Índia. Este aumento da oferta começou a entrar nos EUA. As importações até julho deste ano totalizaram 316,118 toneladas, um volume recorde para este período e 6,1% superior ao mesmo período de 2014, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Em 2013, os Americanos consumiram 3,6 libras de camarão por pessoa, em comparação com 2,7 libras de salmão e 2,3 libras de atum em conserva, de acordo com o National Fisheries Institute (Instituto Nacional da Pesca).

Figura 2. Consumo per capita de pescado nos EUA. Da esquerda para a direita: Camarão, salmão, atum em conserva, tilápia, badejo, pangasius, bacalhau, bagre, caranguejo, mexilhões.

O camarão importado tem tomado o lugar do camarão de captura doméstico, que teve um valor de US$ 600 milhões no ano passado segundo o USDA. A captura no Golfo do México, que responde pela maior parte do fornecimento de camarão doméstico caiu para 18.316 toneladas até julho deste ano, uma queda de 35% comparado com cinco anos atrás, de acordo com o National Marine Fisheries Service (Serviço Nacional de Pesca Marinha). O camarão é pescado principalmente entre maio e dezembro. De acordo com fontes do setor, os preços caíram tanto que muitos pescadores domésticos não são capazes de manter seus barcos ou sustentar-se nos meses de baixa temporada. Muitos pescadores já desistiram da atividade, contribuindo para a queda na produção interna. O número de licenças para barcos de pesca de camarão diminuiu 24% desde 2007 e hoje está em 1.470, segundo dados do Serviço Nacional de Pesca Marinha. A indústria também foi prejudicada por grandes furacões como Katrina e Isaac, que destruiu barcos, docas e plantas de processamento, e pelo vazamento de petróleo da British Petroleum no Golfo do México em 2010.

PREÇOS DE CAMARÃO MELHORAM NO EQUADOR Os preços para o camarão Equatoriano estão aumentando devido a uma melhor demanda global e uma menor produção. Semelhante a Índia, os preços no Equador têm aumentado por causa de uma queda na produção e do "forte aumento da procura em todos os mercados, especialmente nos EUA e na Europa", disse um grande exportador deste país (obs: os preços FOB América do Sul/América Central para camarão HOSO destino Europa listados no final deste Boletim indicam um aumento nos preços quando comparado com os preços de agosto). No entanto, um comprador dos EUA disse que a demanda no mercado dos EUA permanece igual, embora tenha concordado que os preços para camarão inteiro tenham subido um pouco. Um outro fator de demanda é que desde a repressão ao camarão que entra no país ilegalmente pelo norte do Vietnã, a China tem sido mais ativo no mercado. Enquanto isso, "a demanda tem despertado" na Europa, já que os compradores estão se preparando para as vendas de Natal, disse um comprador Europeu. Outra fonte informou que os estoques de camarão estão baixos na Europa neste momento. "Os estoques estão baixos porque os compradores não compraram camarão antes de suas férias de verão, já que estavam aguardando os preços se estabilizarem. Agora, em seu retorno das férias, eles encontraram preços firmes e não muito camarão", informou a fonte. Três exportadores Equatorianos concordaram que os preços têm subido na faixa de US$ 0,30 por libra durante Setembro, especialmente para camarão inteiro. Um importante exportador confirmou que preços para camarão inteiro cru congelado, FOB Guayaquil na 2ª quinzena de setembro estavam na faixa de US$ 9,00- $ 9,10 o quilo para a classificação 30/40, US$ 7,70- 7,80 para a classificação 40/50, US$ 6,70- 6,80 para a classificação 50/60 e US$ 6,30 - 6,40 para a classificação 60/70. Um grande exportador equatoriano disse que os volumes diminuíram porque os produtores estão se concentrando na produção de grandes tamanhos. "Com os preços de pequenas dimensões não há nenhuma maneira para gerar margens positivas em fazendas ... por isso os produtores estão visando tamanhos maiores", disse o exportador. Outro exportador disse que a produção baixou porque produtores de camarão reduziram densidades de povoamento para evitar doenças e para se preparar para um forte El Niño. Um terceiro exportador também afirmou que as expectativas de um forte El Nino estavam ligadas a densidades de povoamento mais baixas. ARGENTINA VÊ OPORTUNIDADE NA RÚSSIA DEVIDO A ESCASSEZ DE CAMARÃO DE ÁGUAS FRIAS Com os principais países fornecedores de camarão de águas frias para a Rússia agora proibidos de vender para este país ou então com uma oferta muito baixa de camarão, a Argentina tem uma oportunidade de intervir neste mercado com o seu camarão vermelho. Essa foi a visão de Estela Baldini, responsável pelas vendas da empresa Argentina exportadora de camarão Conarpesa, durante o evento World Food Show realizado em setembro em Moscou. Canadá e Islândia estão agora proibidos de vender para a Rússia, e Groenlândia tem visto a sua oferta limitada de camarão com casca absorvida em grande parte pela demanda Chinesa em 2015. Embora a oferta doméstica de camarão de águas frias esteja melhorando, ainda há um déficit substancial no fornecimento

deste camarão em 2015. "Os russos gostam de um camarão menor do que os Chineses, por isso vamos concentrar nossas vendas de camarão congelado em terra para este país", disse Baldini, acrescentando que tamanhos maiores capturados durante a temporada de camarão congelado a bordo irão para a China. Fontes da indústria já tinham afirmado anteriormente que os preços do camarão congelado em terra, que geralmente são US$ 0,80/kg inferiores aos preços de camarão congelado a bordo, caíram esta temporada, devido a vários fatores. "Com o enfraquecimento do Euro, a Europa não tem sido capaz de absorver preços mais altos, de modo que isto colocou os preços sob pressão", disse um produtor argentino em abril. Além disso, a queda dos preços do camarão de cultivo L. vannamei junto com capturas mais elevadas na temporada de pesca de camarão congelado em terra atingiram os preços, segundo este produtor. O aumento dos volumes de captura deve compensar parcialmente a queda nos preços de camarão, embora não por uma margem grande, disse Alfredo Kurt, presidente do fornecedor de camarão Argentino Frigorifico del Sud Este. Até 27 de agosto, os desembarques de camarão no porto de Rawson, o principal porto para o camarão processado em terra, totalizaram 19,874 toneladas, um aumento de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina (MINAGRI). TAILÂNDIA A CAMINHO DA RECUPERAÇÃO A queda nos preços de camarão este ano expôs diferenças significativas na forma como os produtores de camarão dos principais países produtores Asiáticos reagiram a Síndrome da Morte Súbita (EMS). Em um ambiente de preços baixos, apenas os produtores que estão confiantes sobre o nível de risco que estão assumindo com sua produção continuarão a produzir grandes volumes de camarão. Os últimos dois anos têm sido caracterizados por um grande aumento na produção em novas áreas, o que levou a um excedente de camarão e preços baixos, e por um declínio acentuado da produção na Tailândia, o ex-número um exportador global de camarão. Segue abaixo comentários de John Sackton, editor de Seafood.com, um boletim informativo online sobre o setor de pesca e aquicultura, junto a analistas e membros da indústria de pescado na Ásia: "Nós acreditamos que 2016 será um ano muito diferente para os mercados globais de camarão do que 2015. Significativamente, a recuperação na Tailândia tem realmente se estabelecido com base em novas práticas de cultivo. Embora a Tailândia nunca vai voltar para uma produção anual de 500 a 600 mil toneladas, esta país está a caminho de ser uma das regiões produtoras de camarão mais estáveis e rentáveis nos próximos anos. " "Os países que têm renovado sua produção devido a EMS vão ser os novos produtores eficientes, enquanto que aqueles que não conseguiram se reestruturar, ou que tenham tentando se manter à frente desta doença através da abertura de novas áreas de cultivo, vão ver os seus volumes de produção diminuir." "Uma pesquisa recente na Tailândia por David Kawahigashi, um especialista no cultivo de L. vannamei responsável pelo treinamento de criadores de camarão em todo o Sudeste Asiático, verificou mudanças reais na produção de camarão Tailandês, o que até agora não parece estar ocorrendo em qualquer outro lugar.

As fazendas que estão mostrando melhorias são aquelas que têm implementado modificações nos viveiros e nas configurações das fazendas bem como na gestão da água. Mais e mais fazendas estão adotando rapidamente estas mudanças. Os produtores acreditam que devem manter um ambiente saudável no fundo dos viveiros onde estão as maiores concentrações das bactérias responsáveis pela EMS." "Os produtores que têm tido sucesso têm feito uma série de mudanças específicas. Primeiro, eles controlam cuidadosamente as taxas de alimentação. O acúmulo de resíduos de ração de camarão não consumida é um dos reservatórios das bactérias da EMS. Em segundo lugar, eles têm aumentado a sua capacidade de troca de água e reduzido as densidades de povoamento. A qualidade da água é outro fator que tem se mostrado importante no controle da doença. Em terceiro lugar, eles estão usando 'Sanitários de camarão", ou seja, fossas profundas construídas no centro do viveiro para coletar e aprisionar resíduos sedimentados. A água de efluente que transporta os sedimentos destas fossas é levada a uma série de reservatórios de recirculação, alguns dos quais também têm tilápia, antes de ser distribuído de volta para o viveiro de camarão. O resultado disto é que eles têm reduzido muito as cargas de transportadoras de EMS, e como resultado tem retornado às taxas de sobrevivência elevadas da ordem de 80% a 90% com a maior parte destas propriedades operado uma fase de berçários durante 20-25 dias antes da transferência do camarão para os seus viveiros de engorda". "Estas mudanças nas práticas de cultivo não têm se espalhado para o Vietnã, Malásia ou China, e muito menos a Indonésia e a Índia, que enfrentam condições ambientais bastante diferentes." EMPRESA TAILANDESA LANÇA PROGRAMA DE GARANTIA DE PREÇO Em 16 de setembro de 2015, a empresa Tailandesa Thai Union Frozen Products (TUF), um dos maiores produtores e exportadores de pescado do mundo, com vendas anuais superiores a US$ 3,6 bilhões e uma força de trabalho global de mais de 32.000 pessoas, lançou um programa de garantia de preço para o camarão de cultivo, comprometendo-se a comprar 12.000 toneladas de camarão de produtores Tailandeses por um preço de US$ 4,18/kg. O preço de garantia estará disponível até março de 2016. A queda contínua dos preços do camarão no mercado interno tem desencorajado os produtores a povoarem seus viveiros, informou Rittirong Boonmechote, presidente do negócio global de camarão da Thai Union. "Sem uma garantia, isso poderia afetar negativamente a indústria nos próximos três a quatro meses. Este impacto seria sentido nacional e internacionalmente, considerando que camarão é um dos principais itens de exportação da Tailândia", disse ele. Adicionalmente segundo o Sr. Boonmechote, "A falta de oferta de camarão para exportação levaria os compradores a considerar comprar de nossos rivais o que significa que estaríamos forçando eles a fazerem suas encomendas com nossos rivais". Alguns importadores estrangeiros já mudaram para camarão Vietnamita. O programa está previsto para ser executado até março de 2016, e irá resultar na compra de 12.000 toneladas de camarão, ao preço garantido de THB 150 (US$ 4,18) por quilograma. Por meio do programa, os produtores podem vender o seu camarão para outros compradores se os preços de mercado superarem o preço garantido. Durante os primeiros oito meses de 2015, a produção de

camarão da Tailândia foi de 135.057 toneladas, um aumento de 18% sobre o mesmo período em 2014. Os preços garantidos para o camarão são superiores aos preços médios atuais para camarão. Por exemplo, o preço para a classificação de 100 peças por quilo é de US$ 3,54, enquanto que o preço para uma classificação de tamanho maior como a de 70 peças por quilo está na faixa do preço garantido. Com base neste programa, a Thai Union espera comprar uma média de 2.000 toneladas de camarão por mês durante seis meses (de 1 de outubro 2015 até 31 de março 2016) dos 1.600 criadores de camarão que participarão do programa. EXPORTAÇÕES DE CAMARÃO DA TAILÂNDIA De janeiro a junho de 2014, a Tailândia exportou 61.313 toneladas de camarão no valor de US$ 778 milhões. De janeiro a junho de 2015, o país exportou 62.130 toneladas de camarão no valor de US$ 651 milhões, um aumento de 1,33% no volume e uma queda de 16,3% no valor comparado com 2014. Para alguns participantes do setor, o pequeno aumento no volume em 2015 implica que a Tailândia está se recuperando da epidemia da Síndrome da Morte Súbita (EMS) que devastou a produção local nos últimos anos, e a diminuição do valor reflete a queda nos preços em 2015 comparado com 2014.

Figura 3. Principais destinos das exportações Tailandesas de camarão, Janeiro-Junho 2015

O FUTURO DO CAMARÃO IMPORTADO NA CHINA Produtores de camarão L. vannamei estão tendo um ano ruim devido à queda nos preços de exportação, mas a situação pode melhorar devido à crescente demanda interna e a regulamentação mais rigorosa do camarão importado para o mercado local. Essa é a visão de Choo Hean, Diretor da empresa produtora e processadora de camarão, Zhanjiang Regal Integrated Marine Resources. "Este é um dos piores anos que eu tenho visto neste setor", afirmou Choo, cuja

empresa está sediada na principal região produtora de L. vannamei na China, a província de Guangdong. "As exportações estão em baixa ... a depreciação de diversas moedas está nos prejudicando ... todo mundo está tentando exportar e ninguém está importando." Uma das principais vantagens do mercado interno Chinês é a falta comparativa de concorrência. "Nos mercados de exportação, estamos sempre competindo com outros países Asiáticos como a Índia e a Indonésia. Mas, na China, é mais fácil já que importadores de produto para consumo interno tem que pagar impostos de importação". A meta final de Choo é dividir as vendas 50-50 entre exportações e mercado interno. Um consolo em relação ao crescimento económico abaixo de esperado na China, entretanto, é um crescimento mais lento nos custos - especialmente salários. "Nós estávamos tendo 10 a 15% de aumento de salários a cada ano, mas foi diferente este ano ... as empresas percebem que a economia não está tão bem quanto esperado." Participantes domésticos da indústria de camarão certamente parecem estar levando uma vantagem com o recente endurecimento do regime aduaneiro na China, que acabou ou está acabando com a prática comum de importações "duvidosas". Fontes do setor preveem um período de transição de dois ou três anos e que o mercado vai autorregular-se e equilibrar-se com os preços da Índia, Indonésia, Vietnã ou de onde quer que seja. Estas mesmas fontes acreditam que em última análise, isso é bom, mas no curto prazo, no entanto, é terrível para todos no comércio de importação. A China já reprimiu a evasão fiscal de importações antes, mas os participantes do setor acreditam que as autoridades estão levando mais a sério desta vez, inclusive com vários participantes do esquema de importações “duvidosas” já na prisão. No entanto, muitos acreditam que a China vai ser um bom mercado de longo prazo para o camarão importado. Segundo um participante local, "o aumento dos rendimentos e mais dinheiro aqui significa mais acesso a camarão ... depois de alguns anos o mercado vai aumentar, como o mercado na Europa e Estados Unidos e em todos os lugares, é uma questão de se o mercado amadurece ou não. Ele vai amadurecer. " REPRESSÃO CHINESA A “CANAIS INFORMAIS” DE IMPORTAÇÃO AFETA INDÚSTRIA DE CAMARÃO Distribuidores e importadores de camarão e outros pescados na China confirmaram uma grande repressão oficial aos chamados "canais informais" de importação que foram tolerados ao longo dos anos. Uma gama de participantes da indústria de pescado que participaram do evento Seafood Expo Asia em Hong Kong em setembro apontaram para uma nova abordagem de linha dura por parte do governo Chinês que está forçando a importação de pescado, incluindo camarão, através dos canais oficiais de importação. Isto tem levado alguns importadores Chineses a negociarem preços mais baixos para compensar o aumento dos impostos a ser pago na importação formal. Nos anos de crescimento da década passada, importadores Chineses ganharam muito dinheiro importando camarão, mariscos e outros pescados sem pagar impostos de importação. Normalmente, os produtos eram contrabandeados através da fronteira do Vietnã ou via marítima ou terrestre a partir de Hong Kong que não cobra impostos sobre as importações. "O canal informal se foi, o Vietnã

agora realmente não é mais uma opção", explicou um veterano trader de camarão com sede em Pequim que compra camarão da América Latina. Agora, as autoridades estão verificando os postos alfandegários, não tolerando a corrupção frequente que permitiu o contrabando generalizado no passado. Enquanto que o governo de Pequim tem usado a inocuidade alimentar como pretexto, o raciocínio real por trás desta repressão parece ser, pelo menos em parte, impulsionado por um esforço de uma China com maiores restrições econômicas que quer coletar seus impostos. Este aperto também visa complementar os objetivos da lei de inocuidade alimentar que entrou em vigor este ano. Esta lei foi em parte destinada a reforçar a confiança em produtos alimentares domésticos – fazendo cumprir as regras de acesso para as importações parece ser parte dos esforços do governo para reforçar as empresas locais que perderam quota de mercado para os produtos alimentares importados. Em qualquer caso, há um grande efeito cascata aqui para grandes exportadores de camarão como o Equador, que se baseou no “canal informal” do Vietnã para exportar seu camarão para a China. Equador tem buscado negociar tarifas de importação mais baixas com a China, um aliado político próximo, ou um acordo de livre comércio, mas nenhuma destas opções está bem encaminhada. O que provavelmente vai acontecer é um período de vários anos de transição, quando vários fornecedores para a China terão que se acostumar com a ideia de exportar através dos canais apropriados. No lado positivo da mudança para os canais oficiais de importação, é provável que hajam fortes mudanças dos participantes envolvidos na importação de pescado na China. Todo um grupo de participantes muitas vezes obscuros tinha entrado neste setor nos últimos anos em busca de margens atrativas. Estes variavam desde grandes empresas industriais com pouco conhecimento sobre pescado, mas querendo ganhar dinheiro fácil até participantes de pequena escala mais interessados em lucros rápidos do que na construção de um negócio de pescado com base na qualidade e rastreabilidade. Os próximos anos devem resultar em num período de margens mais enxutas para os exportadores com importadores e representantes na China buscando repassar os custos mais elevados de conformidade as novas regras do jogo. Mas em última análise, uma aplicação mais direta das regras pode funcionar melhor para todos. INFORMAÇÕES DA EDIÇÃO DE SETEMBRO 2015 DO EUROPEAN PRICE REPORT SOBRE O MERCADO EUROPEU A presença de uma doença de camarão na América Central tem reduzido a disponibilidade de camarão L. vannamei desta origem no mercado Europeu. Os preços estão indo para cima e é provável que esta tendência continue até o final de outubro. O fornecimento de camarão da Indonésia é estável. A pesca de camarão durante Agosto na Argentina manteve-se elevada, em linha com os últimos anos, com a captura de camarão acumulada durante o ano chegando a um total comparável ao de 2014. A boa pesca, combinada com uma menor demanda da China devido à desvalorização do Yuan, diminuiu os preços ligeiramente. Na Europa, apesar da boa demanda do verão, a chegada de grandes volumes de camarão durante o mês de agosto, juntamente com a incerteza sobre a evolução futura dos preços tem visto a compra de camarão apenas para reposição de vendas. A atitude predominante tem sido de cautela

na expectativa do início das negociações com os grandes atacadistas para a campanha de Natal que normalmente ocorre entre setembro e outubro.

IMPORTAÇÕES DE CAMARÃO DO REINO UNIDO

Tabela 1. Valor das importações de camarão do Reino Unido janeiro/julho 2014 e 2015.

Em US$ x 1000

Fonte: VASEP – Associação Vietnamita de Produtores e Exportadores de Pescado Preços Estados Unidos semana de setembro 21 a 25 – Fonte: Urner Barry Nova Iorque – Preços de camarão congelado posto armazém (ex-warehouse) em dólares por libra conforme reportado por importadores originais e corretores na área metropolitana de Nova Iorque. Camarão sem cabeça com casca (Headless Shell-On) L. vannamei de cultivo origem Índia 16/20 $5.25/lb 21/25 $4.25/lb 26/30 $3.90/lb 31/35 3,75/lb 36/40 $3.55/lb 41/50 $3.20/lb 71/90 $2.50/lb L. vannamei de cultivo origem Equador 21/25 $5.25/lb 26/30 $4.40/lb 31/35 $4.00/lb 36/40 $3.45/lb 41/50 $3.35/lb 51/60 $3.00/lb 61/70 $2.95/lb 71/90 $2.70/lb 91/110 $2.60/lb

Camarão L. vannamei cru congelado com cabeça com casca (HOSO) Preços FOB América do Sul e América Central destino Porto Europeu, US$/Kg 30 -40 – $ 8,85 40-50 – $ 7,50 50-60 – $ 6,50 60-70 - $ 5,95 70-80 - $ 5,25 80-100 - $ 5,00 >100 - $ 4,30 Camarão Argentino Pleoticus muelleri cru congelado com cabeça com casca (HOSO) Preços posto armazém (ex-warehouse) Espanha, US$/Kg 10/20 – $ 9,59 20/30 – $ 8,12 30/40 – $ 7,89 40/60 – $ 7,78 Fonte: Globefish European Price Report Setembro 2015

Fontes: Shrimp News International, Undercurrent News, Seafood News, GAA / The Advocate, VASEP, CNA/CORPEI – Equador, Intrafish, Seafood Source, FIS, Globefish, INFOFISH, Aquahoy, Seafood Brasil, Aquacultura, AquaCulture Asia Pacific, Urner Barry, USDA, Bloomberg News.

(1) Tradução e compilação: Eduardo Rodrigues – Consultor ABCC ([email protected])

(2) Referencia: Boletim Internacional da ABCC - Periódico Mensal: Notícias da Produção do Mercado Mundial: Tendências de Demandas e Preços do Camarão Cultivado: Rodrigues, Eduardo - ABCC, Ano II – No 08, Setembro/2015.

DIRETORIA

DIRETOR PRESIDENTEItamar de Paiva RochaVICE-PRESIDENTECristiano Peixoto MaiaDIRETOR SECRETÁRIOPedro Fernandes PereiraDIRETOR FINANCEIROJosé Bonifácio TeixeiraDIRETOR COMERCIALAntonio Luz Vasconcelo de Santana JuniorDIRETOR TÉCNICOEnox de Paiva MaiaDIRETOR INSUMOSFrancisco Hélio de Castro Holanda Filho

CONSELHO FISCAL TITULARESEmerson BarbosaAristóteles Vitorino

SUPLENTES:Péricles Luiz Cunha GuimarãesNewton Varela Bacurau

Rua Valdir Targino, 3625. Bairro: Candelária, Natal / RNCEP 59064-670 - Telefones: (84) 3231 6291 - 3231 9786

e-mail / site:[email protected]

www.abccam.com.br