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Ano 5, edição 13 E depois do fim do mundo... 10 de janeiro 2012 Fire and ice Some say the world will end in fire, Some say in ice. From what I’ve tasted of desire I hold with those who favor fire. But if it had to perish twice, I think I know enough of hate To say that for destruction ice Is also great And would suffice. ( Robert Frost, 1920) Boletim da ciência AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DE CARRAZEDA DE ANSIÃES Editorial Imagem de átomos individuais 2 O Homem e a Terra 2 Investigação de adolescente na Naturecada na revista Nature 4 Revista 2012 4 O céu de janeiro 4 Passatempos 5 Breves 5 Nesta edição: Após as profecias que circulavam, amplificadas pela avi- dez da imprensa, escrita ou difundida pelas rádios e televisões ou internet, o mundo não acabou! Alinhamentos planetários, cataclismos sísmicos, despe- nhamento de cometas, tempestades solares ou outros, serviam para alicerçar uma errónea interpretação do ca- lendário maia. Os maias possuíam um calendário de 365 dias, agrupado num ciclo de 52 anos solares e com 18 meses de vinte dias cada. Para fins religiosos e para garantir exatidão ao sistema, os maias também dividiam o ano em 28 períodos de 13 dias cada um, mais um dia suplementar. Esses grupos, nume- rados seguidamente de 1 a 13, sucediam-se como as nossas semanas. O dia suplementar impedia que a data, o mês e o ano se repetissem dentro do ciclo de 13 anos, evitando confusão. Essa operação, combinada com a progressão de cinco dias dos nomes dos meses, fazia com que depois de 52 anos (4x13) o mesmo número de dia e o mesmo nome de dia incidisse com o mesmo dia do mesmo mês. O conceito maia de tempo era, portanto de natureza cícli- ca, o que induziu, nalguns, crença de que o mundo aca- baria no dia 21 de dezembro por ser a última data do calendário da civilização maia. O calendário Tzolkin, um dos 20 cálculos de tempo usados pelos maias, afirma que 2012 põe um fim ao que chamam de “a contagem longa”, um ciclo de tempo que começou em 3113 a.C. Ora o fim de um ciclo não significa necessariamente o fim do mundo, mas sim o começo de um novo ciclo. Como se de um carro usado se tratasse o conta quilóme- tros voltaria ao zero inicial e este ganharia nova vida. Estamos em tempo de crise, mas o novo ciclo, agora iniciado, trará forçosamente novos desafios e, também novas esperanças. Novo ciclo, vida nova! Nota do Editor O primeiro boletim deste ano letivo, sofreu um ligeiro adiamen- to devido a algumas dificuldades técnicas de última hora, mas nem por isso perdeu o seu interesse. Apreciem-no em todas as suas características. Bom Ano 2013 Carlos Pires

Boletim da Ciência

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1.º Período 12/13

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Ano 5, edição 13

E depois do fim do mundo...

10 de janeiro 2012

Fire and ice

Some say the world will end in fire,

Some say in ice.

From what I’ve tasted of desire

I hold with those who favor fire.

But if it had to perish twice,

I think I know enough of hate

To say that for destruction ice

Is also great

And would suffice. ( Robert Frost, 1920)

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DE

C

AR

RA

ZE

DA

D

E

AN

SI

ÃE

S

Editorial

Imagem de átomos individuais 2

O Homem e a Terra 2

Investigação de adolescente na

Naturecada na revista Nature

4

Revista 2012 4

O céu de janeiro 4

Passatempos 5

Breves 5

Nesta edição:

Após as profecias que circulavam, amplificadas pela avi-dez da imprensa, escrita ou difundida pelas rádios e televisões ou internet, o mundo não acabou! Alinhamentos planetários, cataclismos sísmicos, despe-nhamento de cometas, tempestades solares ou outros, serviam para alicerçar uma errónea interpretação do ca-lendário maia. Os maias possuíam um calendário de 365 dias, agrupado num ciclo de 52 anos solares e com 18 meses de vinte dias cada. Para fins religiosos e para garantir exatidão ao sistema, os maias também dividiam o ano em 28 períodos de 13 dias cada um, mais um dia suplementar. Esses grupos, nume-rados seguidamente de 1 a 13, sucediam-se como as nossas semanas. O dia suplementar impedia que a data, o mês e o ano se repetissem dentro do ciclo de 13 anos, evitando confusão. Essa operação, combinada com a progressão de cinco dias dos nomes dos meses, fazia com que depois de 52 anos (4x13) o mesmo número de

dia e o mesmo nome de dia incidisse com o mesmo dia do mesmo mês. O conceito maia de tempo era, portanto de natureza cícli-ca, o que induziu, nalguns, crença de que o mundo aca-baria no dia 21 de dezembro por ser a última data do calendário da civilização maia. O calendário Tzolkin, um dos 20 cálculos de tempo usados pelos maias, afirma que 2012 põe um fim ao que chamam de “a contagem longa”, um ciclo de tempo que começou em 3113 a.C.

Ora o fim de um ciclo não significa necessariamente o fim do mundo, mas sim o começo de um novo ciclo.

Como se de um carro usado se tratasse o conta quilóme-tros voltaria ao zero inicial e este ganharia nova vida.

Estamos em tempo de crise, mas o novo ciclo, agora iniciado, trará forçosamente novos desafios e, também novas esperanças.

Novo ciclo, vida nova!

Nota do Editor

O primeiro boletim deste ano letivo, sofreu um ligeiro adiamen-to devido a algumas dificuldades técnicas de última hora, mas nem por isso perdeu o seu interesse.

Apreciem-no em todas as suas características.

Bom Ano 2013

Carlos Pires

Os “Cuadernos de

Campo” retratam

as observações do

naturalista Félix

Rodriguez de La

Fuente.

Página 2 BOLETIM DA CIÊNCIA

Investigador português obtém imagem de átomos individuais

O propósito de observar o movimento aleatório das partículas à escala nanomé-trica e, principalmente, acompanhar o percurso de um só átomo, é a investiga-ção que o cientista português Paulo Fer-reira, professor na Universidade do Texas, está a desenvolver em Austin. Este estudo passou também pelo centro de microsco-pia da Universidade de Kyushu, Japão durante cinco semanas, e permitiu ao investigador obter uma das melhores imagens de átomos individuais.

Em entrevista ao jornal online «Ciência Hoje», o investigador português, que é licenciado em Engenharia dos Materiais

pela Universidade do Porto, falou da impli-cações deste estudo. Passamos a citar: Este trabalho remete para as teorias do movimento brownia-no de partículas, a macro-escala. “Quando se olha, por exemplo, para partículas de poeira ao Sol, vê-se esse movimento aleatório. É como se puséssemos uma pessoa embri-agada no centro da cidade, sabendo

que o movimento dela vai ser aleatório. Ao fim de algum tempo, consegue calcu-lar-se onde a pessoa está. Com os áto-mos, matematicamente, é igual e isso permite prever”. Há modelos teóricos, inclusivamente do Einstein, “que nunca ninguém conseguiu medir experimentalmente e essa é a primeira questão que queremos tratar. A segunda tem a ver com o efeito de esca-la”. Novamente a analogia da pessoa em-briagada: “se esta estiver no centro do Porto, sei que a vou encontrar na mesma cidade, pois o passo da pessoa é peque-no em relação ao tamanho” do sítio onde se move.

Nas escalas nanométricas, por sua vez, “o passo do átomo é quase tão grande como a dimensão do sistema”. Assim, um átomo no centro de uma partícula pode chegar rapidamente à superfície e depois já não reentra. Isso altera os modelos que existem, incluindo os de Einstein, que assu-mem esses movimentos apenas em siste-mas infinitos. “Nos sistemas nanométri-cos existe uma escala que tem de ser considerada e esses parâmetros podem ser completamente diferentes”. Tudo que envolve temperatura e movimento de átomos vai depender destes parâmetros. Por exemplo, “as partículas nanométricas têm uma grande tendência para se aglo-merarem porque quanto mais pequeno é o material maior é o rácio entre superfí-cie e volume. No planeta Terra a superfí-cie é praticamente irrelevante em relação ao volume, mas abaixo de 20 nanóme-tros, os átomos estão quase sempre à superfície, tendo propriedades de super-fície”. O alumínio, por exemplo, tem um óxido mas não é reactivo, “mas se se tiver alumínio a uma escala nanométrica este explode porque, nestas escalas, tem proprieda-des de superfície, muito reactivas”, expli-ca.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56600&op=all

O Homem e a Terra em formato digital

Uma mas séries que mais deliciou os adolescentes das décadas de 70 e 80 do século XX, foi sem sombra de dúvi-da, «O Homem e a Terra», que o espa-nhol Félix Rodríguez de la Fuente, um dos mais famosos divulgadores da Natureza, realizou famosas séries du-

rante os anos 70. O naturalista, que se destacou também como defensor do lobo ibérico, terá agora a sua obra escri-ta nos «Cuadernos de Campo» em formato digital, mais de 30 anos depois da sua morte. A ideia da nova aplicação «iFelix» é tornar o seu trabalho acessí-vel às novas gerações.

Adaptado de: http://www.cienciahoje.pt/index.php?

"Magníficas

imagens do espaço

(com som)”

Página 3 ANO 5, EDIÇÃO 13

Investigação de adolescente francês publicada na revista Nature

Revista do ano de 2012 em Astro fotografias de John Chumack

por NANCY ATKINSON em 31 de dezembro de 2012

Um adolescente de 15 anos de Estrasbur-go teve sua pesquisa sobre astronomia publicado na última edição da revista cientí-fica Nature.

Neil Ibata ajudou o seu pai, Rodrigo Ibata - investigador do Observatoire Astronomique de Estrasburgo - que liderou uma equipe de astrónomos que pesquisam galáxias anãs ao redor de Andrómeda, a galáxia mais próxima da nossa Via Láctea.

A modelação em computador do jovem Ibata revelou as galáxias anãs parecem orbitar em concerto e alinhar-se num disco, vasta e fino.

"Eu esperava o completo oposto", disse Rodrigo Ibata à agência de notícias AFP, acrescentando com "orgulho" de seu filho, "mas não necessariamente por esta desco-berta".

Embora os astrónomos ainda não tenham certeza o que isto significa, acreditam que a descoberta pode reformular a compreen-são de como as galáxias se formam.

Neil Ibata disse ele completou experiência de trabalho com a equipe de seu pai para aprender sobre a linguagem de programação Python..

Ele disse ao jornal Le Monde, seu pai lhe pediu para ajudar com a codificação, e concluiu a mode-

lação no notável espaço de um fim de se-mana em setembro.

Além daa equipe de investigação , ele não contou a mais ninguém mais além de seu professor de matemática na escola.

O adolescente é um estudante avançado no International Pontonniers School, em Estrasburgo.

Ele admite que ainda não sabe se ele gos-taria de seguir os passos de seu pai e se tornar um astrofísico, mas vai "certamente" perseguir as ciências.

O rapaz de 15 anos é o mais velho de três filhos, e, fala alemão, Inglês e Chinês, e estua piano no conservatório local.

http://www.english.rfi.fr/general/20130105-french-teenager-s-research-published-nature

De conjunções e planetas a atividade solar e lua; closeups de galáxias, cometas, nebulosas e chuvas de meteoros, o prolífico e talentoso astro fotógrafo John Chumack compila imagens e clipes de vídeo para uma retrospectiva com os melhores eventos de 2012.

http://www.universetoday.com/#ixzz2HgMBC0YJ

http://www.heavens-above.com/skychart.aspx?SL=1&SN=1&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT

Nanopartí cula antimosquitos

Uma empresa portuguesa, a Suc-cess Gadget desenvolveu uma nanopartícula de sílica que pode ser aplicada na indústria têxtil, na construção civil e mesmo em saúde. A empresa de Barcelos já está a desenvolver diferentes princípios activos para a nanopar-tícula, atribuindo-lhe, por exemplo, capacidade de repelir mosquitos, tão perigosos quanto o mosquito da dengue e da malária. César Martins, formado em bio-

tecnologia, e o “inventor” desta tecnologia funcional, explica que “já havia algumas coisas do género no mercado mas tinham fraca durabilidade e eficiência”. O produto com assinatura portuguesa distin-gue-se pela resistência a “80 lavagens” e quando aplicado em tintas, vernizes ou argamassas, “atinge uma dura-bilidade de cinco anos", pormenoriza César Martins.

Uma nanopartícula

é uma partícula do

tamanho de 10-9

metros!

Página 4 ANO 5, EDIÇÃO 13

O Céu de Janeiro

Para os aficionados da astrono-mia, que queiram observar o céu do mês de janeiro, junta-se a carta astronómica deste mês.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56593&op=all

Av. Camilo de Mendonça, 262

Agrupamento Ver t ical de Escolas de Car razeda de Ansiães

Tel: 278 618 190 (Geral)

Fax: 278 618 198 (Fax)

Email: [email protected]

Passatempos

http://www.eb23-carrazeda-ansiaes.rcts.pt/

Breves

A história da Humanidade em dois minutos http://www.youtube.com/watch_popup?v=MrqqD_Tsy4Q

Planeta Humano Clique na imagem e delicie-se

Aniversário de Stephen Hawking Stephen Hawking, come-mora a 8 de janeiro o seu septuagésimo aniversário. O Físico britânico, nasceu

exatamente no aniversário

de 300 anos da morte

de Galileu. Os seus pais

eram Frank Hawking, um

biólogo investigador que

trabalhava como parasitó-

logo no Instituto Nacional

de Pesquisa Médica

de Londres, e Isabel Haw-

king. Teve duas irmãs

mais novas, Philippa e Mary, e um irmão adotivo, Edward. Hawking sempre foi

interessado por ciência. Em sua infância, quando ainda morava em St. Albans,

estudou na St Albans High School for Girls (garotos de até 10 anos eram educa-

dos em escolas para garotas) entre 1950 e 1953 - ele foi um bom aluno, mas não

era considerado excecional.

Aos 21 anos foi-lhe diagnosticada esclerose lateral amiotrófica, uma doença

neurodegenerativa progressiva e Os médicos chegaram a lhe dar apenas alguns

anos de vida. Mas, apesar de ter perdido o movimento de suas extremidades e

da musculatura, inclusive a força do pescoço para manter-se com a cabeça

erguida, Hawking chega aos 70 anos como o cientista mais famoso do mundo e

uma das mais brilhantes mentes à superfície da Terra. Longa vida ao mestre.

O Editor

MATH ATTACK