Boletim Assistência à Saúde em Perigo, nº 2

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  • 8/10/2019 Boletim Assistncia Sade em Perigo, n 2

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    Co nco rdo co m

    a declarao do

    Dr. Rudi Coninx,

    da Organizao

    Mundial da Sade

    (OMS), publicada no

    seu boletim (pg.7):

    No basta apenas

    dizer que existe um problema. Precisamos

    agir concretamente para proteger osprofissionais de sade no terreno.

    A Assembleia Mundial de Sade, realizada em

    maio (pg. 2), demonstrou o seu apoio para

    a necessidade de agir. Na palestra tcnica

    Assistncia sade sob ataque: um apelo

    para a ao, Valerie Amos, subsecretria-

    geral da ONU para Assuntos Humanitrios

    e Assistncia de Emergncia, expressou a

    sua preocupao com os ataques cada vez

    mais frequente contra os profissionais e osestabelecimentos de sade.

    O painel de discusso com participantes de

    alto nvel, incluindo a diretora-geral da OMS,

    Dra. Margaret Chan, mostrou o compromisso

    de distintos atores, como ministros da Sade e

    a OMS, para assegurar que os ataques contra

    os profissionais de sade no se tornem a

    norma. Foram apresentados aos panelistas

    vrios exemplos de ataques no terreno,

    levando-os a um consenso de que se deveria

    fazer mais para proteger os profissionais da

    assistncia sade.

    A ltima oficina do projeto Assistncia

    Sade em Perigo, em Pretria (pg. 2),

    foi um marco importante nesse sentido.

    Reuniram-se especialistas de distintas regies

    do mundo em um encontro final para discutir

    os desafios que os profissionais de sade

    enfrentam no terreno e encontrar solues

    prticas para ajud-los. A fase de consulta

    do projeto est oficialmente encerrada; os

    ataques, porm, esto longe de terminar. Isso

    foi confirmado pelo ltimo relatrio sobreincidentes violentos que afetam a prestao

    da assistncia sade (pg. 2). O foco agora

    passou a ser a implementao e a promoo

    das recomendaes levantadas durante as

    consultas com os especialistas, bem como

    o compartilhamento de prticas que j so

    implementadas em vrios lugares.

    Como humanitrios, temos de oferecer o

    nosso total apoio aos profissionais de sade

    na linha de frente. Todos os dias, eles mostram

    o seu compromisso e profissionalismo com a

    prestao dos servios de sade de modo

    imparcial, apesar da falta de segurana. NaRepblica Centro-Africana, os voluntrios da

    Cruz Vermelha continuam realizando o seu

    trabalho mesmo quando as suas prprias

    famlias se veem afetadas pelo conflito

    (pg. 5). Trabalhar no terreno rduo e

    perigoso, requer uma coragem imensa. Esses

    profissionais devem ser protegidos.

    Pascal Hundt, Chefe da Diviso de Assistncia.

    MAIS AES SO NECESSRIAS PARA PROTEGER

    OS PROFISSIONAIS DE ASSISTNCIA SADE

    B O L E T I M

    Editorial 1

    Notcias 2

    Nova ferramenta jurdica on-line 3

    Destaque para a violncia contra a

    assistncia sade 3

    Terreno em foco: Repblica Centro-Africana 4

    Seo dos especialistas 6

    Comunidade de interesse 8

    CICV

    OUTUBRO DE 2014BOLETIM

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    NOTCIAS

    Por ocasio do Dia Mundial da Sade, a

    equipe do Assistncia Sade em Perigo

    publicou um relatrio recente sobre os

    incidentes violentos que afetam a prestao

    da assistncia sade. Os nmeros se

    referem ao perodo que vai de janeiro de

    2012 a dezembro de 2013, documentando

    1.809 casos de ataques ou ameaas contrapacientes, profissionais, ambulncias e

    estabelecimentos.

    ***

    Em abril, o Comit Internacional de Medicina

    Militar organizou a quarta oficina sobre tica

    Mdica Militar. Especialistas das reas de

    tica, direito militar e direito internacional

    reuniram-se em Ermatingen, Sua, para

    discutir os dilemas ticos na medicina militar.

    ***

    Pelo segundo ano consecutivo, o CICV

    participou do Frum de Sade de Genebra.

    Em abril, o CICV e o Frum assinaram um

    acordo formal de parceria e organizaram

    uma reunio em conjunto, na cidade, com o

    formato conhecido como aqurio (fish-bowl

    session, em ingls) sobre Sade em conflitos

    armados: desafios, dilemas e perspectivas.

    Os participantes incluam o presidente do

    CICV, Peter Maurer, e o diretor-geral dos

    Hospitais Universitrios de Genebra (HUG),Bernard Levrat.

    ***

    Duas organizaes de sade renomadas

    uniram-se ao apelo para a prestao segura da

    assistncia sade, a Federao Internacional

    de Hospitais e a Conferncia Mundial de

    Fisioterapia. Ambas assinaram recentemente

    um Memorando de Entendimento com o

    CICV. Como parceiras do projeto, as duas

    organizaes trabalharo em conjunto como CICV e entre si, compartilhando prticas no

    terreno, buscando maneiras de melhorar a

    segurana local e promovendo a questo no

    mbito internacional.

    Para promover o respeito pelos profissionais

    de sade, spots e pequenas novelas de rdio

    foram transmitidos na Repblica Centro-

    Africana, no incio do ano. Na Rdio Ndeke

    Luka, os spots, produzidos em francs e

    sango, ajudaram a conscientizar sobre a

    importncia de os mdicos e enfermeiros

    trabalharem em segurana. Saiba mais sobrea situao da assistncia sade na Repblica

    Centro-Africana na nossa seo Terreno em

    Foco (pg. 4).

    ***

    As Sociedades da Cruz Vermelha e do

    Crescente Vermelho que so membros

    do Grupo de Referncia do Movimento

    reuniram-se em Genebra, em maio, para

    compartilhar as melhores prticas e

    discutir os prximos passos para adotar as

    recomendaes angariadas no processo de

    consulta de dois anos. Na reunio realizada

    pelo CICV, os participantes puderam escutar

    as opinies dos representantes da Federao

    Internacional das Sociedades da Cruz

    Vermelha e do Crescente Vermelho.

    ***

    Em junho, especialistas militares participaram

    do Congresso Regional Pan-Europeu de

    Medicina Militar em Belgrado, Srvia. A

    reunio organizada pelo Comit Internacionalde Medicina Militar ofereceu a oportunidade

    de compartilhar ideias e melhores prticas

    em relao cirurgia de guerra, pesquisa

    bsica em trauma e septicemia, alm de

    sade mental.

    A ltima oficina do projeto Assistncia

    Sade em Perigomarcou o fim da fase

    de consultas aos especialistas. Em abril,

    profissionais de diversas reas se reuniram

    em Pretria, frica do Sul, para discutir as

    maneiras de tornar os estabelecimentos de

    sade mais seguros e protegidos e de ajudar

    as equipes a lidarem com o estresse. Dentre

    os 40 participantes havia administradores de

    hospitais que trabalham em locais inseguros

    e representantes da OMS, Federao

    Internacional dos Hospitais, Associao

    Mdica Mundial e Mdicos Sem Fronteiras.

    A Assistncia Sade em Perigo foi um

    tema central na 67 Assembleia Mundialde Sade em Genebra, em maio. Ministros

    da Sade do mundo inteiro participaram

    da discusso sobre Assistncia Sade

    sob ataque: um apelo para a ao com

    a presena da diretora-geral da OMS,

    Dra. Margaret Chan. Tambm estiveram

    presentes a subsecretria-geral da

    ONU para Assuntos Humanitrios e

    Assistncia de Emergncia, Valerie Amos,

    a ministra da Sade Pblica da RepblicaCentro-Africana, Marguerite Samba, e

    o embaixador da Colmbia perante a

    ONU em Genebra, Juan Jose Quintana.

    Os panelistas concordaram que se deve

    fazer mais para proteger os profissionais

    de sade e garantir que os ataques contra

    eles no se tornem aceitveis.

    ViolaineMartin/OMS

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    O ltimo nmero da Revista Internacional da

    Cruz Vermelhaest inteiramente dedicado

    questo da assistncia sade em perigo. A

    prestigiosa publicao, coeditada pelo CICV epela Cambridge University Press, inclui artigos

    de testemunhas de incidentes que afetaram

    os servios de sade, renomados acadmicos,

    profissionais humanitrios, membros do

    judicirio, representantes dos governos e

    especialistas da rea de sade. Os artigos esto

    divididos em dois volumes. O primeiro deles

    apresenta vrios estudos de caso no terreno e

    destaca a funo dos dados relativos sade

    para promover a segurana dos profissionais

    em conflitos armados e outras emergncias.Tambm apresenta os marcos jurdicos e ticos

    relevantes.

    O segundo volume trata dos dilemas ligados

    violncia contra pacientes, profissionais,

    estabelecimentos e veculos de sade. Ressalta

    as medidas possveis para melhorar o acesso

    das comunidades ao atendimento mdico, as

    quais podem ser implementadas nos mbitoslegal, operacional ou de formulao de polticas.

    Cobre tambm a jurisprudncia nacional

    correspondente da Colmbia e da Srvia, os

    desafios enfrentados pelos profissionais de

    sade e voluntrios no terreno e os rumos

    do projeto Assistncia Sade em Perigo,

    coordenado pelo CICV. Por ltimo, figura um

    artigo com ideias teis sobre o modo de usar as

    normas de direitos humanos para proteger os

    profissionais locais de sade.

    A leitura e o download dos dois volumes podem serfeitos no website da revista: http://www.icrc.org/

    eng/ resources/international-review/index.jsp.

    Exemplares impressos podem ser solicitados a

    [email protected].

    Voc se pergunta quais so as obrigaes de

    um Estado durante um conflito armado? Voc

    gostaria de saber quais so os seus direitos

    e responsabilidades como profissional de

    sade? Voc est cansado das tcnicas de

    ensino tradicionais? Ento, o nosso novo

    mdulo de ensino on-line foi feito para voc.

    O mdulo intitulado O Marco Jurdico

    oferece uma introduo bsica sobre as

    normas que regulam os servios de sade

    em conflitos armados e explicam os motivos

    porque os profissionais de sade precisam de

    proteo. Com o uso de desenhos animados,estudos de caso e exerccios interativos, voc

    passar a entender os princpios legais mais

    importantes que regulamentam a assistncia

    sade e se familiarizar com os dilemas

    comuns enfrentados pelas equipes de sade.

    O mdulo foi criado para um pblico amplo,

    com ou sem experincia em Direito, pelos

    especialistas jurdicos e de sade do CICV.

    O acesso totalmente gratuito e no

    necessrio se inscrever. A estrutura aberta

    do curso permite que voc siga o programade acordo com os seus interesses.

    Ana, uma jovem mdica que trabalha em um

    pas fictcio, ser a sua guia no mdulo. Voc

    gostaria de conhec-la? Clique aqui paracomear agora a sua aventura (verso beta):

    http://www.icrcprojec t.org/elearning/

    health-care-in-danger/beta/).

    DESTAQUE PARA A VIOLNCIA CONTRA A ASSISTNCIA SADE NA REVISTA INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA

    NOVA FERRAMENTA JURDICA ON-LINE

    CICV

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    HUMANITRIOSCOM UMA PAIXONa Repblica Centro-Africana, a violncia

    contra os profissionais e os estabelecimentos

    de sade chegou a nveis sem precedentes.

    Um dia, enquanto transportvamos um

    paciente ferido em uma caminhonete,

    fomos parados e o nosso paciente foi

    apunhalado at a morte ali mesmo, conta

    com raiva Antoine Mbao-Bogo, presidente

    da Cruz Vermelha Centro-Africana. Este

    tipo de situao completamente

    inaceitvel: pacientes e socorristas devemser protegidos.

    A misso da Cruz Vermelha Centro-Africana

    aliviar o sofrimento dos mais vulnerveis.

    Em lugares to perigosos, uma tarefa

    difcil. Durante vrios meses, eles fizeram

    o possvel para levar ajuda s vtimas da

    violncia letal no pas; os voluntrios saem

    rapidamente s ruas, onde arriscam as

    vidas no fogo cruzado. Este trabalho exige

    uma grande dose de coragem, em especialpelo alto preo que os prprios voluntrios

    pagam.

    Os 250 voluntrios da Cruz Vermelha so,

    com frequncia, os ltimos profissionais

    de sade que voltam das ruas, onde

    evacuam e cuidam dos feridos, recuperam

    cadveres e os levam at o necrotrio para

    o sepultamento. Nas provncias, onde a

    tarefa dos voluntrios ainda mais rdua,

    eles fazem tudo que est ao seu alcance

    para levar ajuda aos que mais necessitam.

    Os voluntrios trabalham para evitar

    crises em potencial nas reas de sade.

    A confiana e a convico universais

    so essenciais para garantir que a Cruz

    Vermelha Centro-Africana possa apoiar

    todas as vtimas do conflito, sem discriminar

    nenhuma comunidade. Todos os dias, os

    voluntrios da Cruz Vermelha demonstram

    uma verdadeira paixo pela misso

    humanitria: a sua dedicao essencialdevido s necessidades extremas no terreno.

    Torna-se, portanto, ainda mais crucial que

    todas as partes em conflito os respeitem e

    protejam.

    TERRENO EM FOCO

    Entre dezembro de 2013 e o incio de julho de 2014, o Movimento Internacional da

    Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho:

    evacuou mais de mil feridos ou doentes;

    realizou mais de 1,5 mil cirurgias no Hospital Comunitrio de Bangui;

    realizou mais de 21 mil consultas na unidade mvel na regio de Kaga-Bandoro;

    tratou 3 mil pacientes, principalmente mulheres e crianas, na clnica mvel da Cruz

    Vermelha Francesa em Bangui;

    atendeu 200 pessoas no oeste e 1,4 mil no sudeste do pas;

    examinou e tratou 7,2 mil pacientes no centro de sade de Saint-Sauveur em Bangui;

    construiu mil latrinas em campos de deslocados e escolas em Bangui e enviou50 voluntrios para ensinar hbitos saudveis de higiene;

    acompanhou 3 mil pacientes com HIV no ambulatrio do Hospital Comunitrio

    de Bangui;

    prestou apoio psicossocial a 291 voluntrios que atuam junto Cruz Vermelha

    Centro-Africana;

    conscientizou 14,5 mil pessoas nos acampamentos de Bangui sobre os efeitos do

    estresse e da violncia de gnero;

    encaminhou 248 vtimas de violncia de gnero a centros de atendimento especializado;

    transmitiu seis anncios de utilidade pblica, na regio de Bangui, com um apelo

    para que todas as partes em conflito respeitem os profissionais e os estabelecimentos

    de sade.

    As atividades de assistncia sade realizadas pela Cruz Vermelha Centro-Africana tiveram o

    apoio do Comit Internacional da Cruz Vermelha, da Federao Internacional das Sociedades

    da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, e da Cruz Vermelha Francesa.

    RabihMazboudi/CICV

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    TRATA-SE, SOBRETUDO, DE PACIENTES

    Em 2012, Mdicos Sem Fronteiras (MSF)

    lanaram o projeto Assistncia Sade na

    Linha de Tiro. Franoise Duroch, diretora

    do projeto, explica como a organizao

    MSF lida com a questo da violncia contraa assistncia sade e porque o trabalho

    em conjunto com outras organizaes

    importante.

    De que se trata o projeto? Trata-se, sobretudo,

    dos pacientes. Os ataques contra os profissionais

    de sade colocam em risco a existncia e a

    prestao dos servios de sade, resultando no

    aumento das medidas de segurana, reduo

    da quantidade de profisisonais e fechamento

    dos hospitais. No pior dos casos, MSF obrigadoa sair do pas, como aconteceu na Somlia.

    Qual o impacto deste projeto no nvel

    internacional? O projeto est ganhando

    mpeto, o que bom. Mas para ser honesta,

    ainda no sabemos o suficiente sobre as

    causas e consequncias dos ataques. Sem

    este conhecimento, no poderemos lidar com

    o problema de modo efetivo. Para comear,

    estamos analisando e revisando as nossas

    medidas de segurana.

    Quais so os principais desafios frente?

    Vejo dois. Primeiro, precisamos pensar mais

    cuidadosamente sobre a segurana. Podemos

    influenciar a nossa prpria segurana em

    MSF? Temos a tendncia de olhar apenas

    para o futuro, mas a resposta a esta perguntanos leva a fazer uma pesquisa que olha para

    o passado. Se o objetivo entendermos e

    aprendermos mais dessas questes complexas,

    sero necessrios mais tempo e recursos para

    o projeto. Em segundo lugar, a pesquisa mais

    necessria exatamente onde mais difcil de ser

    realizada, como na Repblica Centro-Africana,

    Sudo do Sul ou Repblica Democrtica do

    Congo. Este um problema real.

    Os projetos Assistncia Sade em Perigo e

    Assistncia Sade na Linha de Tiro abordam

    questes similares. So ambos necessrios?

    Sim, e precisamos de mais iniciativas como

    essas. No uma questo que pertence

    exclusivamente a MSF ou ao CICV, pertence

    a todos os pacientes e profissionais de sade.

    Seria importante vermos o surgimento de mais

    iniciativas locais, nacionais e internacionais. Isso

    traria mais pessoas para lidar com a questo e

    daria uma maior peso poltico mensagem.

    Tanto em MSF como no CICV devemos ter a

    humildade para admitir aquilo que sabemos

    e o quanto podemos alcanar sozinhos. Em

    MSF, tratamos da questo no nvel do terreno,

    realizando pesquisas e atividades que reflitam

    os problemas especficos que encontramos.

    O CICV trabalha em um nvel mais geral,

    angariando apoio poltico e propiciando novasferramentas e assessoramento tcnico sobre

    problemas mais amplos.

    Como um membro da comunidade de

    interesse do projeto Assistncia Sade

    em Perigo deveria abordar essas questes?

    Pensar sobre a situao local. Como trabalhar

    ou viver ali? Quem participa? Quem est em

    perigo? O que j est sendo feito? Entre em

    contato com os moradores e as organizaes

    locais e contribua do modo que puder. Seja

    prtico e no espere milagres.

    ICRC

    SEO DOS ESPECIALISTAS

    Posto de sade de Monserrate, Bajo Caguan, Colmbia. Mdica do CICV examina uma grvida.

    Franoise Duroch,diretora do projeto

    Assistncia Sadena Linha de Tiro

    M

    SF

    MariaCristinaRivera/CICV

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    NO BASTA APENAS DIZER QUE EXISTE UM PROBLEMA

    A questo da assistncia sade em perigo

    foi apresentada pela primeira vez aos

    delegados na 67 Assembleia Mundial de

    Sade. O Dr. Rudi Coninx, do Departamento

    de Gesto de Risco em Emergncias e AoHumanitria da Organizao Mundial da

    Sade (OMS), explica a importncia de

    se tomarem medidas para proteger os

    profissionais de assistncia sade.

    Porque a OMS acredita que importante

    proteger os profissionais de sade?Todos

    tm direito sade. Est na Constituio

    da OMS. Se os profissionais de sade so

    atacados ou os estabelecimentos destrudos,

    esse direito solapado. Isso traz uma sriede consequncias no s para os pacientes,

    mas para o sistema pblico de sade em

    geral. Por exemplo, quando os enfermeiros

    so impedidos de vacinar as pessoas contra a

    plio e temos uma epidemia como resultado,

    temos um grave problema de sade pblica

    nas nossas mos.

    Como a OMS participa do apelo mais

    abrangente para o acesso mais seguro

    assistncia sade em perigo?Vimos

    como a falta de acesso assistncia sadeem inmeros pases possui um impacto

    mensurvel na sade pblica. A crescente

    falta de respeito pelos profissionais e

    estabelecimentos de sade um verdadeiro

    problema; este o motivo pelo qual no

    queremos apenas conscientizar, precisamos

    agir. O direito assistncia sade no

    negocivel; queremos que os Estados

    Membros e todos as outras partes interessadas

    cheguem mesma concluso. um direito

    fundamental que as pessoas devem respeitar.

    Como a OMS garante o respeito pelo direito

    assistncia sade?No basta apenas

    dizer que existe um problema. Deve-se dizer

    aos Estados Membros que eles tm de agir.

    Precisamos pensar sobre o futuro e afirmar

    o princpio do direito assistncia sade

    agora. importante apresentar soluese por isso apoiamos este projeto. Juntos

    podemos fazer recomendaes que traro

    mais segurana aos profissionais de sade.

    O encontro tcnico na OMS, em 21 de maio,

    com a participao da maioria dos Estados

    Membros, foi um passo nessa direo.

    Porque a elaborao de mtodos para

    coletar dados importante para o trabalho

    da OMS? Qual foi o xito alcanado? Os

    dados que temos ainda so incompletos.

    Em 2012, a Assembleia Mundial de Sade

    nos solicitou a elaborao de mtodos mais

    eficientes para a coleta. Recentemente

    redigimos um relatrio que trata do assunto,

    apresentando uma srie de mtodos e

    destacando o que falta para garantir que os

    dados recebidos sejam vlidos.

    A ltima Assembleia Mundial de Sade

    marcou um passo importante no apelo para

    ao em prol da proteo dos profissionais

    de sade. Como o senhor avalia os seus

    resultados? A 67 Assembleia Mundial de

    Sade, e, sobretudo, o painel Assistncia

    Sade sob ataque: um apelo para a ao,

    foram uma excelente oportunidade paramobilizar os Ministrios da Sade em torno

    da questo da assistncia sade em perigo.

    A Dra. Margaret Chan e outros panelistas

    concordaram que os ataques contra os

    profissionais de sade no deveriam se

    converter em norma e que se deveria fazer

    mais para proteg-los. A grande quantidade

    de pessoas que participaram da discusso

    e os pontos discutidos demonstram que a

    questo grave. hora de assegurar que os

    profissionais e estabelecimentos de sade

    sejam protegidos e respeitados de modo

    adequado.

    SEO DOS ESPECIALISTAS

    Centro de colocao de membros artificiais de Ali Abad, Afeganisto. Uma fisioterapeuta atende uma jovem.

    Dr. Rudi Coninx,Departamento deGesto de Risco emEmergncias e AoHumanitria da OMS

    MarkoKokic/CICV

    C

    ICV

    7

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    Comit Internacional da Cruz Vermelha

    19, avenue de la Paix1202 Genebra, SuaT +41 22 734 6001 F +41 22 733 [email protected] www.cicr.org CICV, outubro de 2014

    4206/007

    10.2

    014

    COMUNIDADE DE INTERESSE

    UMA QUESTO DE VIDA OU MORTEA frica conhecida pela sua tradio

    musical de longa data e pelos seus cantores

    populares. Os nossos colegas da Cruz

    Vermelha da Cte dIvoire decidiram usar

    a msica para conscientizar os jovens

    sobre a necessidade de se respeitar os

    profissionais de sade. Em 2012, eles

    uniram esforos com estrelas da msica

    africana, Kajeem, Onakamy e Mawa Traor,

    para produzir uma cano e um vdeo clip

    sobre a questo da assistncia sade em

    perigo. Na frica Ocidental, no existe

    nada melhor que a msica para transmitir

    uma mensagem importante, explica Layal

    Horanieh, responsvel do CICV pelo projeto

    musical. O vdeo pede a todos que ajudem

    os socorristas e os profissionais de sade a

    realizarem o seu trabalho essencial. A cano

    tambm foi difundida em outros pases

    africanos, como a Repblica Democrtica

    do Congo e a Repblica Centro-Africana.

    AGENDA

    DE 10 DE SETEMBRO A 25 DE OUTUBRO

    Exposio fotogrfica: Assistncia

    Sade em Perigo Lbia e Somlia no

    olhar de Andr Liohn

    Museu Nacional do Conjunto Cultural

    da Repblica, Braslia, Brasil

    Com mais de 60 imagens do premiado

    fotgrafo brasileiro Andr Liohn (vencedor

    da Medalha de Ouro Robert Capa 2012),

    tiradas entre 2010 e 2013, a exposioretrata dois contextos marcados pela

    violncia, que servem para ilustrar um

    problema comum em diversas partes do

    mundo.

    8 A 11 DE OUTUBRO DE 2014

    Assembleia Geral da Associao Mdica

    Mundial, frica do Sul

    A 65 Assembleia Geral e as 198 e 199

    Sesses do Conselho da Associao

    Mdica Mundial acontecero em Durban.

    O projeto Assistncia Sade em Perigo

    ser discutido.

    A ASSISTNCIA SADE EM PERIGONA WEBCaso voc ainda no tenha feito uma visita

    ao nosso site, o convidamos a faz-lo:

    www.healthcareindanger.org.Voc pode tambm se inscrever na nossa

    plataforma interativa para acessar uma

    grande variedade de recursos. Desde

    abril de 2014, temos uma nova forma de

    transmitir a mensagem com uma conta

    no Twitter.

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    Nos vemos on-line!

    Assistncia Sade em Perigo um

    projeto do Movimento Internacional daCruz Vermelha e do Crescente Vermelho,

    coordenado pelo CICV, programado para

    o perodo de 2012 a 2015, com a finalidade

    de aperfeioar a eficincia e a prestao da

    assistncia sade de modo imparcial em

    conflitos armados e outras emergncias.

    Isso feito mediante a mobilizao de

    especialistas para a elaborao de medidas

    prticas que possam ser implementadas

    nos terrenos pelos responsveis pelas

    decises, organizaes humanitrias eprofissionais de sade.

    www.healthcareindanger.org

    CI

    CV

    Foto da capa: Ibrahim Malla/CV Sria